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Técnicas de recuperação de áreas degradadas

A recuperação de áreas degradadas é um processo que deve obedecer ao grau de degradação ao qual o local
foi exposto, ou seja, a situação em que a área se encontra, por exemplo: cultivada com lavoura; pastagem
natural; pastagem plantada; se encontra com regeneração natural em estádio inicial ou de fragmentos de
mata.
Podem-se seguir alguns caminhos que irão propiciar a recuperação dessas áreas:
1. Técnicas de indução da regeneração natural.

2. Técnicas de enriquecimento com nativas.


3. Técnicas de plantio ou implantação puro de nativas.
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1. Técnicas de indução da regeneração natural
Para que se possa fazer uso dessa técnica é necessário certificar-se de que seus solos sejam pouco
degradados; que mantenham suas características bióticas e abióticas originais do meio; o banco de
sementes deve ser rico em espécies pioneiras possibilitando assim essa fase de regeneração inicial.
Essa área pode ser revestida rapidamente com as plântulas regeneradas das espécies pioneiras, caso não
ocorra outra perturbação na área e se o banco não estiver prejudicado. Essas espécies como já visto no
capítulo 5 apresentam crescimento rápido possibilitando rápido recobrimento da área, com isso criam-se
condições para o início de sucessão secundária.
Partindo do pressuposto de que todas as espécies se regeneram naturalmente, existem fatores que
condicionam esse processo. Esses fatores podem ser divididos em três grupos, de acordo com a fase da
regeneração natural:
Fatores que determinam à disponibilidade de sementes no local:
a) Produção de sementes (floração, polinização, maturação etc.);
b) Dispersão das sementes (ventos, pássaros, roedores, formigas)

c) Presença de predadores (pássaros, macacos);


d) Sanidade das sementes (insetos, fungos etc.).
Fatores que afetam a germinação: Esses fatores dizem respeito à luminosidade, umidade, temperatura e
ainda aos predadores (formigas, pássaros, roedores etc.).
Fatores que afetam o crescimento inicial: Neste caso estamos fazendo referência à água, nutrientes,
predadores (formigas, lagartas, herbívoros etc.), fungos patógenos e etc.
A regeneração natural em áreas degradadas é uma sucessão secundária; assim sendo sua dinâmica é bem
definida, no que se refere ao papel de cada espécie nas diferentes fases seriais. Em caso de necessidade a
aceleração do processo é possível, mas normalmente será processada a regeneração artificial, com distintos
graus de interferência no processo natural (SEITZ, 1994; KAGEYAMA, 1990).
Em grande parte das áreas a serem recuperadas torna-se necessária a interferência no processo natural
agregando-se outras técnicas de recuperação.
Em muitos casos de recuperação utiliza-se como passo inicial para a recuperação o “abandono”, ou seja, a
área fica em observação por um ano, a fauna interage realizando a disseminação de sementes, o que vai
determinar a formação de um estágio herbáceo/arbustivo.
Depois desse período realiza-se um inventário florestal cujo objetivo é determinar as espécies existentes na
área.

2. Técnicas de enriquecimento com nativas


Utiliza-se a técnica da indução da regeneração; é o momento em que se utiliza a técnica da nucleação ou a
técnica de plantios de mudas de espécies florestais nativas em áreas onde não haja cobertura florestal.
Utilizam-se também técnicas de enriquecimento florestal para áreas que não estejam muito degradadas e
com a presença de secundárias em estágio inicial ou médio de recuperação natural.
É no segundo ano que ocorre o plantio de mudas nativas, pois nesse momento já se tem conhecimento da
regeneração das espécies nativas. Dependendo do desenvolvimento do estágio herbáceo/arbustivo opta-se
pelo plantio das mudas, com a aplicação dos tratos silviculturais necessários, como por exemplo, a época do
plantio (primavera ou início do verão, conforme a espécie), preparo do solo, adubação (fertilização mineral
em doses apropriadas) e tratos culturais destinados a favorecer o crescimento inicial das plantas em campo.
Tratos Culturais referem-se à limpeza que é realizada até que as plantas atinjam um porte suficiente para
dominar a vegetação invasora e geralmente são feitas através de três métodos principais:
• Limpeza manual: através das capinas nas entrelinhas ou de coroamento e por roçadas na entrelinha.
• Limpeza mecanizada: utilização de grades, enxadas rotativas e roçadeiras.
• Limpeza química: utilização de herbicidas.
Dizem respeito também ao combate às formigas. A prevenção ao ataque das formigas cortadeiras deve ser
realizada constantemente, através da vigilância e do combate na fase de preparo do solo, na qual a
localização e o próprio combate são facilitados. E ainda se referem ao Replantio. O replantio deverá ser
realizado num período de 30 dias após o plantio, quando a sobrevivência deste é inferior a 90%.
Nestes processos de recuperação quando o estágio herbáceo/arbustivo é muito intenso o plantio em ilhas
torna-se de difícil execução.
Há de se lembrar que o estágio herbáceo/arbustivo formado é quem vai auxiliar no desenvolvimento das
mudas plantadas possibilitando um microclima mais adequado na região para as espécies secundárias
iniciais, tardias e clímax.
Com a formação dessas espécies ocorrerá redução da evapotranspiração ocasionada pela incidência direta
do sol em áreas sem cobertura florestal, e haverá também redução do ataque de insetos devido à maior
disponibilidade de alimentos.
Não se pode esquecer que em áreas a serem recuperadas com forte presença de espécies de plantas exóticas
invasoras pode ser inviabilizada a utilização da técnica de indução da regeneração natural.
3. Técnicas de plantio ou implantação puro de nativas
Esta técnica deve ser empregada em áreas que perderam as características bióticas das formações florestais,
ou seja, um local muito degradado. Sua função é acelerar o processo de sucessão natural e para tanto o
plantio deve obedecer a ordem natural, ou seja, pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e
climáticas de acordo com a necessidade de luz .
A técnica que utiliza o plantio de mudas florestais nativas necessita da aplicação de tratos silviculturais
adequados no plantio no primeiro ano e de técnicas adequadas de manutenção no segundo ano e no terceiro
ano de recuperação.
Os espaçamentos indicados podem ser de 2 m x 2 m; 2 m x 2,5 m; 2 m x 3 m e 3 m x 3 m. A densidade inicial
corresponde respectivamente a 2.500 mudas, 2.000 mudas, 1.667 mudas e 1.111 mudas/hectares.

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