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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

SISTEMAS AGRO-FLORESTAIS

4º NIVEL VI – SEMESTRE

Agricultura Itinerante

DISCENTES DOCENTE

Assuero Fombe Eng. Fernando Macia (Msc)

Alves Mariano

Fernando Machava

Fátima Ismael

Hélio dos S. Sumbane

Mocuba, Maio de 2022


ÍNDICE

I. INTRODUCAO--------------------------------------------------------------------1

1.1. Objectivos-------------------------------------------------------------------------------------2
1.1.1. Geral---------------------------------------------------------------------------------------2
1.1.2. Específicos--------------------------------------------------------------------------------2

II. METODOLOGIA-----------------------------------------------------------------3

III. REVISAO BIBLIOGRAFICA---------------------------------------------------4

3.1. Agricultura itinerante-----------------------------------------------------------------------4


3.1.1. Características da Agricultura itinerante----------------------------------------------6
3.1.2. Impactos negativos da agricultura itinerante-----------------------------------------7
3.1.3. Agricultura itinerante e florestas de Miombo----------------------------------------8
3.1.4. Principais áreas praticantes------------------------------------------------------------10
3.1.5. O desafio da produtividade agrícola em Moçambique----------------------------11

IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS---------------------------------------------------13

V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS------------------------------------------14
I. INTRODUÇÃO

Historicamente um dos maiores tipos de agricultura praticada no mundo é a agricultura


itinerante ou agricultura de queima, em inglês denominada shifting cultivation. Esta
prática agrícola tem sido uma das maiores causas de degradação de florestas naturais em
todo o mundo, particularmente em Moçambique. Associada a esta degradação notável é
notável a perda da biodiversidade, uma vez que as florestas são associações complexas
de comunidades biológicas de árvores e outras plantas e animais, que juntos se
envolveram durante muitos anos (Kupfer, 2000).

Um dos maiores inimigos da conservação da biodiversidade é a pobreza, que é muito


notória em áreas rurais. Mito pouco se sabe da interacção da pobreza generalizada com
o actual estado da biodiversidade biológica, sua contribuição na falta de programas de
conservação e maneio de recursos naturais em geral. Em Moçambique, tanto a falta de
experiencia técnica como a actual pobreza absoluta, são os maiores constrangimentos
para o maneio e conservação da biodiversidade. Da população total, estimada em mais
de 16 milhões, 80 % vive em zonas rurais e dependem basicamente dos recursos
naturais para a sua subsistência, causando um impacto severo na perda de recursos
biológicos de grande valor (Serra, 2001).

Há uma grande necessidade de se restaurarem as florestas naturais. Os projectos de


reflorestamento existentes em Moçambique focam-se no uso de espécies exóticas de
rápido crescimento, mas existe a necessidade de se integrarem espécies nativas no
processo de restauração de florestas, tanto através de regeneração natural como através
de métodos de regeneração. Apesar do rápido crescimento das espécies exóticas, os
custos são relativamente altos, porque se requer um investimento em mão-de-obra, que
vai desde a recolha de sementes ou plantulas, tratamento do viveiro, preparação do sitio,
plantio e monitoria o seu primeiro estagio de crescimento. Nessas situações, a
regeneração natural pode ser incentivada, e com muito mais enfâse conhecido os
factores que possam acelerar esta regeneração natural (Hardwick, et al., 1997).

A recuperação da floresta até ao estado maduro é um processo muito lento. Este


trabalho pode contribuir na sustentabilidade da prática da agricultura itinerante, como
também na manipulação dos factores que influenciam a regeneração natural,
contribuindo relativamente na redução do tempo de recuperação das florestas nativas.

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1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

 Olhando para a forma como a pratica da agricultura itinerante tem interagido


com o ecossistema, tem-se como objectivo geral compreender o impacto desta
forma de cultivar no ecossistema.

1.1.2. Específicos

 Definir o termo agricultura itinerante;


 Apontar as principais características da agricultura itinerante:
 Listar os impactos da agricultura itinerante no meio em que é empregada;
 Apontar os lugares praticantes deste tipo de agricultura.

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II. METODOLOGIA

Nesta investigação são articuladas as seguintes modalidades de pesquisa:

 Bibliográfica: serão consideradas publicações de diversos autores.

 Descritiva: serão observados, analisados e correlacionados fatos.

 Documental: serão investigados relatórios fornecidos pelas empresas através da


internet.

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III. REVISAO BIBLIOGRAFICA

3.1. Agricultura itinerante

Historicamente, a agricultura itinerante foi o sistema de cultivo mais comum nas


florestas tropicais. Este sistema descreve-se como o processo de abate de árvores dentro
de pequenas parcelas (1-2 há) de florestas, queima do material abatido para libertar
nutrientes para o solo e remover ervas daninhas, cultivo nas parcelas durante um
período de cerca de 3 anos, e depois abandonar as parcelas devido à perda de nutrientes
e invasão de ervas daninhas. No fim dos 3 anos de cultivos sucessivos, a parcela é
depois deixada em repouso por períodos variáveis que podem atingir décadas, de forma
que a vegetação nela restaurada ajude a restabelecer a estrutura e composição dos solos
(Kufter, 2000).

Figura 1. Utilização do fogo para remoção da vegetação. Fonte: Ribeiro, 2007.

Segundo Lamprecht (1990), a agricultura itinerante, é em princípio caracterizado por


vários procedimentos, que começam quando o agricultor procura uma parcela de
floresta adequada para sustento familiar. Basicamente são necessários cerca de 1 a 3 há.
Factores como solo fértil e fácil de cultivar, terreno plano, proximidade da água e
proximidade da residência habitual são decisivos na escolha do local a cultivar. Depois
procede-se a derruba das árvores e no período seco é feita a queima do material vegetal.
Geralmente remanescem muitos troncos semi-carbonizados e árvores sem vida. A
sementeira é feita no início do período chuvoso e as principais culturas são: milho,
mandioca, banana, feijão, etc. (Lamprecht, 1990).

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Os problemas começam a surgir quando o campo é invadido por mato de folhas largas e
ervas sufocantes bem como a invasão de pioneiras de crescimento rápido, pois esta
infestação exige um dispêndio constante e elevado de mão-de-obra para manter as
culturas livres protegidas, os problemas mais graves é a redução do rendimento de uma
produção para outra. As principais razões são a destruição do ciclo fechado de
nutrientes, em consequência do desmatamento, e o deteoramento físico dos solos
desprotegidos (Lamprecht, 1990).

O agricultor abandona a parcela quando verifica que os custos superam os benefícios e


procura outra parcela mais próxima. O período de pousio da parcela varia de acordo
com o sitio, espécies cultivadas e métodos de cultivo. Em norma, para uma fase agrícola
de cerca de 1-5 anos, são necessários uma fase de pousio de 10-25 anos. Este facto só é
possível observar ser (Lamprecht, 1990):

 O espaço económico dos praticantes deste tipo de agricultura, for suficiente para
garantir a subsistência do grupo;
 Não haver aumento a população residente ou aumento da população dependente
deste tipo de agricultura;

Como acima mencionado, os solos das florestas tropicais são pobres e muito pouco
adequados para a agricultura devido ao seu baixo nível de nutrientes, dai a necessidade
de se aumentarem os períodos de pousio. Segundo Smith et al (1999), o declínio dos
períodos de pousio é originado pela pressão demográfica, declínio do salário real e pelo
melhoramento do acesso aos mercados para os produtores agrícolas. Notar também que
este período de pousio pode prolongar mais do que o tempo previsto, devido à escassez
de recursos para o cultivo (Smith et al, 1999).

Uma consequência do aumento intensivo desta prática agrícola envolve a interacção


entre a vegetação e a dinâmica dos nutrientes do solo na recuperação das parcelas.
Estudos anteriores, mostraram que a recuperação dos nutrientes leva cerca de 25 anos
em alguns ecossistemas de florestas tropicais, com algumas diferenças para vários tipos
de solos. Um segundo efeito é o das diferenças espaciais na sucessão, relacionadas com
a fonte de semente e sua interacção com a dinâmica dos solos. Por exemplo, nota-se que
os índices de recuperação variam em função da distância que separa a área em
recuperação da fonte de semente maduras (Kufetr, 2000).

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As terras continuam abandonadas, dando inicio a uma sucessão reconstituinte até a
floresta inicial, passando pela floresta secundaria. Paralelamente se observa a
regeneração dos solos, através da elevação do teor do húmus, incorporação de
nutrientes, enriquecimento de nitrogénio, fixação da massa biológica, por meio da qual
são evitadas novas perdas, enraizamento mais profundo, etc. (Smith et al., 1999).

Durante o cultivo, os nutrientes são perdidos principalmente devido às queimadas e


lixiviação. O conteúdo de matéria orgânica no solo reduz, se o período de cultivo for
superior a 2-3 anos, que consequentemente pode afectar a fertilidade dos solos (Mertz et
al-, 2002). Matéria orgânica elevada durante o período de pousio é muitas vezes
considerado o principal indicador do período de pousio mínimo necessário, mas não
esta necessariamente correlacionado com os níveis de produtividade (Mertz et al.,
2002). Segundo Hooper et al. (2002), perdas de nutrientes do solo depois da
desflorestação, limitam a regeneração de florestas. Investigações sugerem que a
escassez de nutrientes reduz o crescimento das plântulas em áreas abandonadas pela
agricultura.

Segundo Kufter (2000), longos períodos de cultivo e curtos períodos de pousio originam
degradação da estrutura física e química dos solos e disponibilidade de nutrientes, que
consequentemente origina decréscimo da produção agrícola, criando assim necessidade
para uso de fertilizantes petroquímicos e pesticidas.

Ainda segundo Kufter (2000), grandes distâncias existentes entre as machambas


abandonadas e mosaicos das florestas maduras (que se tornam mais raros e isolados em
regiões severamente fragmentados) originam baixa diversidade de espécies lenhosas
durante o período de recuperação, devido à limitação de semente.

3.1.1. Características da Agricultura itinerante

 A agricultura itinerante é uma forma de produção com foco na subsistência,


sendo geralmente aplicado em áreas pequenas e medias, com o intuito de prover
a alimentação do produtor e de seus familiares.
 Trata-se de um tipo de agricultura que não visa o lucro, e a produção destina
para o consumo próprio – com a possibilidade de venda dos produtos
excedentes.

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 O método se caracteriza pela utilização de técnicas rudimentares que foram
passadas ao longo das gerações, e geralmente incluem a prática de queimadas
para limpar o solo antes do cultivo.
 Após queimara vegetação, a região apresenta terra fértil por um período que
varia entre dois e três anos, sendo abandonada quando perde a fertilidade.

Figura 2. Policultura e remoção da vegetação respectivamente. Fonte: Weischet


(1993).

3.1.2. Impactos negativos da agricultura itinerante

Figura 3. Degradação ambiental e desmatamento respectivamente. Fonte: Weischet


(1993)

De uma forma geral, através de estudos de análise quantitativa do conteúdo de


nutrientes na biomassa das machambas recém abertas, foi possível verificar sinais
particulares de lixiviação e erosão. Assim, considera-se a prática da agricultura
itinerante como grande devastadora de nutrientes no solo. A exposição dos solos pelos
processos de desflorestação e a queima do material lenhoso, destrói o estado de
nutrientes no solo, a estrutura do solo e erosão, dissecação, compactação e outros
processos com efeitos destrutivos. Estes processos têm impacto negativo na fertilidade e
produtividade dos solos (Weischet & Caviedes, 1993).

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Segundo Owusu-Bennoah (1997), o efeito mais dramático da remoção de florestas é a
rápida depleção da matéria orgânica no solo, causa esta atribuída à exposição dos solos,
como resultado da desflorestação e cultivo.

As mudanças frequentes, de uma área para uma outra afecta a ecologia da região. O
declínio da área florestal, a fragmentação do habitat, a perda das espécies nativas e
invasão por ervas daninhas e outras plantas são algumas das consequências da prática da
agricultura itinerante (Ranjan et al., 1999).

Uma óbvia consequência dos curtos períodos de pousio durante a prática da agricultura
itinerante, é que as áreas abandonadas não atingirão a maturidade antes que se volte a
produzir nos mesmos campos (Kufter, 2000). A transição das florestas em áreas
grandemente destruídas com relativamente pouca floresta madura, aumenta a distância
entre as parcelas em recuperação e ao pools de fonte de semente das florestas mais
velhas, o que pode alterar a presença e abundancia das espécies raras em crescimento
(Kufter, 2000).

3.1.3. Agricultura itinerante e florestas de Miombo

Figura 4. Distribuição do miombo na África. Fonte: Chidumayo (1996).

A biomassa lenhosa é queimada para facilitar o cultivo. Esta biomasssa queimada serve
como fertilizantes do solo para a produção de milho e mapira (Chidumayo, 1996).

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A biomassa empilhada é depois queimada em Outubro/Novembro antes da época
chuvosa. Apesar da perda de nutrientes durante a queima, as cinzas contêm muitos
nutrientes. O calor gerado durante a queima da biomassa também regula a dinâmica dos
nutrientes no solo a favor da produção da mapira (Chidumayo, 1996).

Aparentemente o calor mata as bactérias na superfície do solo e a população de bactéria


não sobrevive até a estabilização da mapira. No entanto, a cultura pode aceder ao
nitrogénio sem grande competição com as bactérias. Na verdade a quantidade de
nitrogénio nas parcelas queimadas é duas vezes mais que nas parcelas não queimadas. O
calor aumenta p nível de pH em 1-2 unidades (Chidumayo, 1996).

Importância de Alguns dos Nutrientes Eliminados pela Queima para a Nutrição Mineral
das Plantas

a) Nitrogênio

É um dos elementos minerais requeridos em maior quantidade pelas plantas e o que


mais limita o crescimento. Ele faz parte de proteínas, ácidos nucléicos e muitos outros
importantes constituintes celulares, incluindo membranas e diversos hormônios
vegetais. Sua deficiência resulta em clorose gradual das folhas mais velhas e redução do
crescimento da planta; inicialmente, em detrimento das reservas das partes aéreas, a
planta promove alongamento do sistema radicular, como uma tentativa de “buscar” o
nutriente (FERNANDES, 2006).

b) Enxofre
 As funções que o S desempenha na planta podem ser classificadas em dois
grandes grupos: estrutural e metabólico. Os compostos de S desempenham papel
muito importante na estrutura das proteínas, enquanto, no metabolismo, devido
sua participação num numero tão elevado de compostos e de reacções, a sua
falta provoca uma série de distúrbios metabólicas como a diminuição da
fotossíntese e a actividade respiratória, queda da síntese protéica e a diminuição
da fixação livre e simbiôntico do nitrogénio na atmosfera (FERNANDES,
2006).
c) Potássio

É o cátion mais abundante na planta, sendo absorvido em grandes quantidades pelas


raízes. Tem importante função no estado energético da planta, na translocação e

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armazenamento de assimilados e na manutenção da água nos tecidos vegetais
(FERNANDES, 2006).

d) Fósforo

O P constitui cerca de 0,12% da crosta terrestre, o teor total no solo está entre 0,2 e 5,0
g Kg-1, entretanto, a interacção com os constituintes do solo (Al, Fe e CA), sua
ocorrência em formas orgânicas e sua lenta taxa de difusão na solução do solo, nutriente
menos prontamente disponível na rizosfera. Mesmo quando são aplicadas fertilizantes,
as maiores partes do P adicionado é adsorvida em colóides do solo, tornando-se com o
tempo nâo-disponível, dada a formação de compostos de baixa solubilidade, sem
propiciar uma esperada contribuição para a produção vegetal (FERNANDES, 2006).

e. Magnésio

As funções do Mg nas plantas estão relacionadas, principalmente, com sua capacidade


de interagir com ligantes nucleófilos, como os grupos fosforílicos, por meio de ligações
iônicas, e agindo como elemento de ligação e, ou, formando complexo de deferentes
estabilidades (FERNANDES, 2006).

3.1.4. Principais áreas praticantes

 Países em desenvolvimento ou zonas de agricultura tradicional;


 Países da África, América latina, Ásia Central, Sudeste asiático;
 Quase todo território de Moçambique;
 Brasil em algumas áreas.

Fig 5. Zonas com a prática da agricultura itinerante. Font: Ribeiro, 2008


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3.1.5. O desafio da produtividade agrícola em Moçambique

Figura 6. Desafio de Moçambique ente 2015 a 2019. Fonte: Lamprecht (2015).

O aumento da produtividade agrícola afectaria a população Moçambicana através de


vários mecanismos. Primeiro, este pode reduzir a inflação mediante a redução da
importação de produtos agrícolas, que muitas vezes está sujeita ao aumento dos preços
dos combustíveis no mercado internacional (Arndt et al., 2008). Segundo, o aumento da
produtividade, aliada a melhores condições de armazenamento e processamento, pode
aumentar a disponibilidade de alimentos ao longo do ano, melhorando deste modo a
segurança alimentar e nutricional das famílias. Terceiro, combinado com o
melhoramento de infra-estruturas de comercialização, o aumento da produtividade
resulta em maiores rendimentos familiares (Cunguara & Darnhofer, 2011).

De salientar que o melhoramento de infra-estruturas é um grande desafio neste


processo, principalmente para escoar o excedente agrícola da zona norte do país para as
províncias deficitárias no sul de Moçambique.

Apesar da importância do aumento da produtividade agrícola na redução da pobreza em


Moçambique (Arndt et al., 2008; Thurlow, 2008), os dados disponíveis apontam para
uma redução nos actuais baixos níveis de produtividade agrícola. A produção de muitas
culturas por hectare foi mais baixa em 2002 relativamente a 1996 (Boughton et al.,
2006). Esta tendência se manteve, pelo menos até 2008. A produtividade agrícola,
medida em termos de produção de calorias por hectare e per capita, foi mais baixa em
2008, relativamente a produtividade em 2002 (MPD/DNEAP, 2010). Isto sugere uma
redução nos níveis de produtividade agrícola pelo menos desde 1996.

A baixa produtividade também está associada ao fraco acesso aos serviços agrários,
incluindo tecnologias melhoradas e serviços financeiros. O uso de tecnologias

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melhoradas permaneceu baixo durante o período de 2002 a 2008. Até para algumas
tecnologias há uma tendência de decrescer (MPD/DNEAP, 2010). Por exemplo, o uso
de pesticidas reduziu de 7% em 2002 para 4% em 2008, e o acesso a serviços de
extensão baixou de 14% em 2002 a 8% em 2008. O acesso ao crédito é praticamente
inexistente. Todos esses aspectos, quando combinados, criam um enorme desafio para o
aumento da produtividade.

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IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Agricultura itinerante, é em princípio caracterizado por vários procedimentos, que


começam quando o agricultor procura uma parcela de floresta adequada para sustento
familiar. Basicamente são necessários cerca de 1 a 3 há.

Trata-se de um tipo de agricultura que não visa o lucro, e a produção destina para o
consumo próprio – com a possibilidade de venda dos produtos excedentes. O método se
caracteriza pela utilização de técnicas rudimentares que foram passadas ao longo das
gerações, e geralmente incluem a prática de queimadas para limpar o solo antes do
cultivo. Após queimara vegetação, a região apresenta terra fértil por um período que
varia entre dois e três anos, sendo abandonada quando perde a fertilidade.

Considera-se a prática da agricultura itinerante como grande devastadora de nutrientes


no solo. A exposição dos solos pelos processos de desflorestação e a queima do material
lenhoso, destrói o estado de nutrientes no solo, a estrutura do solo e erosão, dissecação,
compactação e outros processos com efeitos destrutivos. Estes processos têm impacto
negativo na fertilidade e produtividade dos solos.

Países em desenvolvimento ou zonas de agricultura tradicional; Países da África,


América latina, Ásia Central, Sudeste asiático; Quase todo território de Moçambique;
Brasil em algumas áreas são praticantes da agricultura itinerante.

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V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Chidumayo, E. Ash-fertilization for agriculture. In: Campbel. The Miombo in


transition: woodland and welfare in Africa. CIFOR, 1996.

Hardwick, K., Healey, J., Elliott, S., Garwood, N. Understanding and assisting
natural regeneration process in degraded seasonal evergreen forests in northern
Thailand. Elsevier, Forest Ecology and Management, 1997.

Hopper, E., Legendre, P. and Condit, R. Barriers to natural regeneration in


abandoned agriculture land in Panama. Departament of Biology, McGill Umiversity.
Quebec, Canada, 2002.

Ribeiro, N., Sitoe, a., Guedes, B. Manual de Silvicultura Tropical. UEM/FAEF/DEF.


2002.

FRANKE, I.L.; Lunz, A.M.P.; Amaral, E.F. Caracterização sócioeconômica dos


agricultores do grupo Nova União, Senador Guiomard Santos, Acre: ênfase para
implantação de sistemas agroflorestais. EMBRAPA-CPAF/AC, Rio Branco,
Acre.Embrapa-CPAF/AC. 1998.

DUARTE, L. M. G. A Importância Estratégica da Agricultura Familiar no


Processo de Desenvolvimento Rural Sustentável - CDS/UnB, Brasília – julho 2004.

ALTIERI, M. A. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável.


2.ed. Porto Alegre:Ed. Universisade/UFRGS, 2000.

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