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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ – PUCPR

CÂMPUS TOLEDO
CURSO DE AGRONOMIA

MATEUS KAYSER MACIA


RODRIGO SABADINI
VITOR HENRIQUE DE MORAES

PROJETO AGROSSILVIPASTORIL
Integração lavoura pecuária floresta - ILPF

TOLEDO
2021
MATEUS KAYSER MACIA
RODRIGO SABADINI
VITOR HENRIQUE DE MORAES

PROJETO AGROSSILVIPASTORIL
Integração lavoura pecuária floresta - ILPF

Trabalho apresentado à
disciplina de Silvicultura, no
Curso de Agronomia da
Pontifícia Universidade Católica
– PUCPR.
Professora: Luciana Alves
Fogaça.

TOLEDO
2021
INTRODUÇÃO

Segundo Balbino et.al (2011), atualmente a humanidade enfrenta


desafios cada vez maiores para produzir alimentos, fibras, energia, produtos
madeireiros e não madeireiros de forma compatível com a disponibilidade de
recursos naturais. Neste sentido, são intensos os apelos para que seja
difundida em todo o mundo a concepção de agricultura sustentável. O Brasil é
um dos países com maior potencial de expansão de área para atender a
demanda crescente de alimentos e de biocombustíveis.
Contudo, a abertura de novas áreas para expansão da fronteira agrícola
é uma opção muito questionada pela sociedade. A intensificação do uso da
terra em áreas já 'antropizadas' é uma das alternativas mais aceitas pelos
diferentes agentes envolvidos com a questão do desenvolvimento sustentável
da agricultura. No entanto, é pertinente ressaltar que um sistema de produção
intensificado não deve ser sinônimo de uso excessivo ou indiscriminado de
recursos produtivos, e sim de uso eficiente e racional e com o emprego de
tecnologia compatível no sentido de otimizar a relação custo benefício
(BALBINO et aL, 2011)
Em síntese, os sistemas de produção sustentáveis são aqueles
manejados de forma a atender às necessidades do presente, porém sem
comprometer a habilidade das gerações futuras em satisfazer suas próprias
necessidades. E isso deve ser feito através do manejo ético e responsável da
terra, integrando o crescimento, a previsão e a colheita de diferentes produtos.
Entretanto, sempre observando a conservação do solo, a qualidade da água e
do ar; e a preservação do habitat da fauna silvestre e da pesca tecnicamente
correta. No entanto, a sustentabilidade será verificada apenas se o sistema
preconizado for tecnicamente eficiente, ambientalmente adequado,
economicamente viável, socialmente justo e aceito pela população (BALBINO
et aL, 2011)
A utilização do sistema ILPF, possui vantagens em relação ao sistema
convencional de uso da terra, devido a maior diversidade e sustentabilidade da
mesma, o que garante uma melhor utilização da água e dos nutrientes do solo.
Possui ainda a recuperação da fertilidade dos solos, o fornecimento de adubos
verdes e o controle de plantas daninhas. (EMATER, 2015)
O sistema de interação estratégico ILPF, contempla quatro modalidades
de sistemas sendo eles, interação lavoura pecuária, interação pecuária floresta,
interação lavoura floresta e interação lavoura pecuária floresta. A integração
lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é uma estratégia de produção que integra
diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma
mesma área. Pode ser feita em cultivo consorciado, em sucessão ou em
rotação, de forma que haja benefício mútuo para todas as atividades. Esta
forma de sistema integrado busca otimizar o uso da terra, elevando os
patamares de produtividade, diversificando a produção e gerando produtos de
qualidade. Com isso reduz a pressão sobre a abertura de novas áreas
(EMBRAPA, 2017).
A integração também reduz o uso de agroquímicos, a abertura de novas
áreas para fins agropecuários e o passivo ambiental. Possibilita, ao mesmo
tempo, o aumento da biodiversidade e do controle dos processos erosivos com
a manutenção da cobertura do solo.  Aliada a práticas conservacionistas, como
o plantio direto, se constitui em uma alternativa econômica e sustentável para
elevar a produtividade de áreas degradadas. (LOS,1997).
CARACTERÍSTICAS DA PROPRIEDADE

O projeto foi realizado na propriedade localizada no distrito de Jotaesse


município de Tupãssi – PR, nas coordenadas geográficas: latitude 24 38’
18.18” S, longitude WO 53 27’ 55.78’’ e altitude de 557m. O clima da região é
do tipo subtropical com chuvas bem distribuídas durante o ano e verões
quentes. O solo da área é um LATOSSOLO VERMELHO distróferico.
Nessa área se cultiva basicamente as culturas de verão como soja e
milho e de inverno trigo e aveia há mais de 25 anos. Com uma área total de 6
ha-1 sendo desses 3,7 ha-1 para lavoura e o restante em pastagem e árvores
com grama Tífton e eucalipto respectivamente, e com uma pequena parte da
área de reserva legal de 0,7 ha -1. Na figura 1 mostra suas delimitações com o
traço vermelho.

Figura 01: Delimitação da área.


Fonte: Google Earth (2021)
DELIMITAÇÃO DA ÁREA PARA A PROPOSTA

Figura 02: Delimitação da área projetada.


Fonte: Google Earth (2021)

Com uma área total de 6 ha -1, pensamos em redistribui-la da seguinte


forma sendo, 3 ha-1 para a parte de produção de grãos onde está demarcada
na figura acima de cor amarela, e 1,55 ha -1 para pasto com a demarcação rosa,
permitindo uma área de APP e reserva legal de 1,2 ha -1 conforme a lei de 20%
da área total como mostra a figura com a linha azul.
Assim possibilitando a continuidade da sua produção de grãos,
aumentado sua área de pasto, evitando o excesso de pisoteio e deixando sua
área de reserva conforme a lei de preservação.
DEFINIÇÃO DO AGROSSILVIPASTORIL

Num primeiro momento, a ILPF pode parecer complexa, mas revela-se


de execução simples, se adequadamente planejada. Nem sempre requer
investimentos financeiros além daqueles usualmente necessários às atividades
isoladas. O diferencial é a maneira como as atividades são planejadas e
executadas.
A ILPF é a associação de árvores, com cultivos agrícolas e atividades
pecuárias. Com seu manejo adequado, ela possibilita a conservação do
ambiente, a melhoria na produtividade, no conforto dos animais e uma melhor
qualidade de vida do homem. São utilizados componentes agrícolas que
possam proporcionar um importante papel dentro do sistema, é a parte que
exige maior atenção devido sua contribuição financeira e melhoramento
químico da área utilizada.
Os componentes pecuários são beneficiados na maioria das vezes
quanto ao seu conforto e bem-estar, as árvores fornecem sombra para os
animais, proporcionando assim uma melhor qualidade de vida e como
consequência aumento de produtividade, e melhor qualidade da carne.

Figura 04: Área. Figura 05: Área


CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA A SER IMPLANTADO

Em relação da lavoura, optamos pelo mesmo manejo de plantio direto,


conservação de solo e curva, tudo conforme o recomendado. Já em relação ao
pasto, pensamos em manter a grama Tífton e em realizar o sistema de
piquetes divididos em 3, ou seja, o pastejo rotacionado, técnica adotada no
processo de intensificação do sistema pastoril, ela consiste na utilização de
dois ou mais piquetes submetidos a um período de descanso e ocupação.
Durante o período de descanso, ocorre a rebrota da planta forrageira na
ausência do animal já no período de ocupação os animais fazem o consumo.
Mas precisa ser feito um monitoramento, ou seja, conhecer a dinâmica de
crescimento e potencial produtivo.
A partir disso definir o momento correto da entrada e saída de animais.
Afim de não ocasionar o problema de compactação e outros problemas
consequentes da própria, por isso é importante ressaltar que essa
compactação depende, principalmente, da classe de solo, do seu teor de
umidade, da taxa de lotação animal, da massa forragem e da espécie
forrageira utilizada. O pisoteio animal ocasiona redução da porosidade total e
aumento da densidade dos solos e a falta de agua e nutrientes alguns estudos
relatam que os efeitos podem chegar a uma camada de até 13 cm sendo uma
compactação superficial e temporário se bem manejada ou seja se a ILP
(sistema integração lavoura – pecuária) for bem conduzidas os problemas com
compactação são pouco expressivos.
O fator da floresta como já existi algumas arvores plantadas da espécie
do Eucalipto a melhor opção seria a continuidade dessa espécie, apenas
aumentar o número de arvores plantadas.
Prática que auxilia no bem-estar dos animais pela sombra causada das
arbóreas. Segundo a pesquisadora Fabiana Villa da EMBRAPA de Mato grosso
a sombra natural é mais eficiente porque a árvore, além de bloquear a radiação
solar, cria um microclima embaixo daquele ambiente com sensação térmica
mais agradável. Assim, é oferecida uma condição de melhor conforto térmico,
por se tratar de um ambiente com menor temperatura e, com isso, é possível
promover o bem-estar do animal. Que está ligado diretamente com o impacto
na produtividade de carne do animal.
Como fator secundário também é usado como uma barreira visando a
quebra do vento, auxiliando em diversos fatores até mesmo em sua residência
que fica próxima dessa área. Em um contexto geral o quebra vento funciona
como uma barreira vegetal usada para proteger as plantas contra a ação de
ventos fortes, além de proporcionar um ambiente favorável à produtividade das
lavouras e dos animais e reduzir a velocidade do vento.
Então o plantio seria basicamente assim:
Espécie:  Eucalyptus urograndis o eucalipto, devido à sua aceitação no
mercado, silvicultura relativamente bem compreendida, rápido crescimento e
adaptabilidade a diversas condições edafoclimáticas (SANTOS, 2014).
Além de tornar a utilização do solo mais eficiente, tanto física como
quimicamente, em função das diferenças no sistema radicular e na exigência
nutricional das espécies envolvidas (KLEINPAUL et al., 2010), além do
aumento do aporte de nitrogênio pelas leguminosas, a partir da fixação
simbiótica com bactérias (PACIULLO et al., 2007).
No lugar de uma fileira seria feito fileira dupla, o que faz com que o
sombreamento das árvores é antecipado diante da maior quantidade. Com as
linhas espaçadas a cada 10 m, intercaladas com gramíneas forrageiras, sendo
o espaçamento na fileira de dois metros entre árvores, plantio que será
realizado com mudas.
A implantação pode ser realizada pelo sistema convencional com a
utilização de um arado e subsolador, algo muito importante por ser uma área
que está em grande nível degradação, após isso é necessário lançar o calcário
no solo em profundidade de 20 cm e em seguida demarcar as linhas para o
plantio do eucalipto. Um problema no plantio do eucalipto pode ser as plantas
daninhas que atrasam seu crescimento. E também as formigas cortadeiras que
no início da cultura causam desfolha podendo levar até a morde de alguns pés.
Necessidade de mudas:
Área de 3.000 m2
Espaçamento de 2m x 10m= 20m2
3.000/20=150 + 8%= 162 mudas

PRODUTOS QUE PODEM SER EXPLORADOS

Tem uma grande demanda de madeira para diferentes finalidades


(serraria, laminação, carvão e celulose), o cultivo de florestas de eucalipto
permite a diversificação de renda na propriedade, seja por meio de plantios
puros (bosquetes) ou em sistemas de integração, como os sistemas
silvipastoris, por exemplo.
O eucalipto é bastante versátil e pode ser usado com múltiplos fins:
energia, celulose e papel, laminação, serraria, e outras utilidades pouco
conhecidas da sociedade em geral, como medicamentos, cosméticos, tecidos,
alimentos entre outros.
A lenha é a forma mais utilizada no uso dessa espécie. Árvores jovens
provenientes de desbastes ou partes finas de árvores adultas, assim como a
galhada, são usadas dessa forma. A principal demanda por lenha atualmente
tem sido a secagem de grãos no pós-colheita.

TEMPO PARA EXPLORAÇÃO

Os especialistas recomendam que o desbaste seja de aproximadamente


50% dos eucaliptos, o que facilitará a entrada de luz e a retomada da
produtividade do pasto. A primeira intervenção para desbastes dos eucaliptos
geralmente ocorre após quatro ou cinco anos do plantio; já o segundo
desbaste, por volta de oito, nove ou dez anos. E pensando na madeira serrada
a colheita é feita após os 12 anos.

CUSTO DE IMPLANTAÇÃO

A implantação de um componente florestal em um estabelecimento


agrícola deverá ser fundamentada na adoção de um planejamento criterioso,
com base no levantamento de informações técnicas e econômicas, pois os
retornos financeiros dos plantios florestais acontecem em um tempo maior que
os dos cultivos agrícolas anuais, com os quais os agricultores estão
habituados.
Por este motivo, é indispensável que preceda uma fase de
planejamento, onde é necessário definir qual espécie a ser plantada, qual o
tamanho da área. Portanto, antes de investir é necessário conhecer as
tecnologias e metodologias disponíveis, para conhecer a melhor forma de
implantar e manejar os povoamentos florestais.
As principais práticas de manejo florestal também envolvem a qualidade
da muda, controle de formigas e plantas daninhas, adubação, desrama e
desbaste. Em relação ao gado, o conforto proporcionado aos animais
possibilita o aumento de produtividade, além da melhoria da qualidade das
forrageiras.
  Como nosso projeto é em uma área pequena a mão de obra é realizada
pelo próprio produtor, em relação a área de APP vai ser de custo zero. Então
basicamente será gasto com inseticidas para controle das formigas, adubação
e para aquisição das mudas sendo 162, que terá um custo total de R$: 405,00
para as mudas.
REFERÊNCIAS

BALBINO, L. C; BARCELLOS, A.O.; STONE. L. F. (Ed). Marco referencial:


interação lavoura-pecuária-floresta. Brasília: Embrapa, 2011a. 130 p.

FILHO, P. F. Agrossilvipastoril: Interação da lavoura, pecuária e floresta.


2012. Disponível em:<http://www.floratiete.org.br/sistema-agrossilvipastoril-
integracao-da-lavoura-pecuaria-e-floresta/#.XcMBT5pKjIU>. Acesso:
21/10/2019.

EMATER. O que é agrossilvicultura. 2015. Disponível


em:<https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/29073-o-que-e-a-
agrossilvicultura/>. Acesso em: 21/10/2019.

EMBRAPA. O que é ilpf. 2017. Disponível em:<


https://www.embrapa.br/web/rede-ilpf/o-que-e>. Acesso em: 25/10/2019.

LOS, C. J. Plantio direto na interação agricultura-pecuária. In: PEIXOTO, R.


T. G.: AHRENS, D. C.: SAMAHA, M. J. (Ed). Plantio direto: o caminho para
uma agricultura sustentável. Ponta Grossa: IAPAR/PRP-PG,1997. p. 115-123.

SANTOS, P. E. T. dos (Ed.). Sistemas de produção: ocultivo do eucalipto. 4.


ed. Brasília, DF: Embrapa, 2014. Disponível em: . SCOLFORO, J. R. S. Manejo
Florestal. Lavras: UFLA/FAEPE, 1998.

KLEINPAUL, I. S.; SCHUMACHER, M. V.; VIERA, M.; NAVROSKI, M. C.


Plantio misto de Eucalyptus urograndis e Acacia mearnsii em sistema
agroflorestal: I - Produção de biomassa. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 20,
n. 4, p. 621-627, 2010.
PACIULLO, D. S. C.; CARVALHO, C. A. B.; AROEIRA, L. J. M.; MORENZ, M.
F.; LOPES, F. C. F.; ROSSIELLO, R. O. P. Morfofisiologia e valor nutritivo do
capim-braquiária sob sombreamento natural e a sol pleno. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 42, p. 573-579, 2007.

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