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Agricultura Sintrópica
A agricultura sintrópica, criada por Ernst Götsch, absorve a fundamentação teórica dos modelos de auto-
organização e da sintropia e as aplica em agroecossistemas. A definição de sintropia é o contrário de entropia,
termo associado a desorganização, degradação de sistemas, a perdas de energia.
A agricultura sintrópica propõe reordenar, restaurar o ambiente natural, a floresta. Não mais distanciado à
natureza, mas em comunhão com ela. A proposta é de criar um sistema que junta, na mesma área, a produção de
hortaliças, frutas e madeira, que também recupera áreas degradas e protege o meio ambiente.
3. Assim como uma forma de vida dá lugar a outra, criando condições ambientais satisfatórias, um consórcio
também cria outro (baseia-se na sucessão natural);
4. Inserir a espécie de interesse para o homem no sistema de produção dentro da lógica sucessional, tentando se
basear na origem evolutiva daquela espécie (condições ambientais originais, consórcios que geralmente
acompanham a espécie, suas necessidades ecofisiológicas, etc.).
A sucessão natural também é determinante na recuperação de solos, uma vez que uma área degradada
pode ser recuperada por esse processo. Ela pode ser explicada como uma regra geral do universo em que
todo espaço vazio caminha para a evolução de cada vez mais comunidades, isso se houver condição
mínimas de resiliência, que tem como fatores determinante água, luz, solo e temperatura. O que faz
concluir que todo ecossistema esta submetido a mudança contínua.
Ernst descreve como ele atua:
“1 – Primeiro, identifico as espécies, os consórcios de espécies e as sucessões de consórcios mais favoráveis que
ocorrem em solos e climas semelhante. Então, planto essas espécies ou suas substitutas, de acordo com seus
consórcios naturais.
2 – A fim de aperfeiçoar os processos vitais, tento chegar à maior biodiversidade possível, ocupando todos os
nichos gerados pelo mesmo sistema.
3 – Identifico o momento certo do começo de cada ciclo, ou seja, do plantio do novo consórcio, de maneira que
cada espécie encontre as melhores condições para se estabelecer, crescer e, finalmente, começar a direcionar o
crescimento da comunidade.
4 – Acelero o crescimento e a progressão da sucessão com a poda e a remoção das plantas que atingiram o
estádio de maturidade e que, portanto, já cumpriram suas funções na melhoria do solo.”
Comparativamente, a utilização dos recursos energéticos externos (recursos fósseis, por exemplo) também são
potencializadores de fluxo energético. Entretanto, diferentemente do modelo convencional, a interação dos
trabalhos realizados pela agricultura sintrópica com a biosfera, não a degrada. Pelo contrário, aumenta a
capacidade desses recursos através da melhoria da qualidade do solo, da água, criando, consequentemente, maior
estabilidade ao agroecossistema.
Dentre as práticas de manejo no sistema de Ernst Götsch, duas técnicas que aceleram o processo sucessional são
a capina seletiva e a poda.
A capina seletiva consiste na retirada apenas de algumas plantas de interesse e de acordo com o estágio de
desenvolvimento do sistema. Segundo Götsch as plantas jovens e aquelas espontâneas provenientes da
regeneração natural podem estimular o crescimento das espécies de interesse e afastam pragas e doenças. Outra
de sua função é a proteção do solo e a melhoria do mesmo, fornecendo matéria orgânica dinamizando a ciclagem
de nutrientes e melhorando a estrutura do solo.
A poda, por sua vez, cumpre o papel de rejuvenescer o agroecossitema e fornecer biomassa a este. Assim, a poda
interfere na disponibilidade de luz, espaço e oferta de matéria orgânica no sistema, sendo essencial uma análise
do indivíduo a ser podado, bem como dos indivíduos ao seu redor e do momento do sistema como um todo.
Na agricultura sintrópica não é necessário o uso de defensivos químicos ou agrotóxicos e isso é coerente com os
princípios da produção orgânica. Diferentemente da agricultura orgânica, a agricultura sintrópica tem como
ponto principal a não intervenção, assim, o uso de adubos orgânicos só é permitido caso o solo escolhido para o
cultivo seja pobre e precise de nutrientes e microrganismos antes dos primeiros cultivos.
O equilíbrio da natureza faz com que o solo esteja sempre bem nutrido e garante a qualidade do produto final.
Além disso, a agricultura sintrópica mantém as estruturas da mata, permitindo o convívio da fauna e da flora sem
que seja necessário desmatamento ou expulsão de espécies nativas.
Essa modalidade é essencial para que todo o sistema do agronegócio funcione plenamente e
garanta que a relação entre fornecedor e cliente se solidifique cada vez mais. Por isso, para te
explicar melhor sobre esse modelo de manejo, preparamos um artigo que fala mais sobre a
agricultura convencional e suas características.
Ela é baseada na larga mecanização dos processos, o que ajuda entregar uma produção que
atende todas as demandas do mercado e maximiza os lucros obtidos. Muito utilizada na cultura da
soja, a agricultura convencional ganhou força na década de 1950 e a cada novo ano se intensifica
cada vez mais.
Principais caraterísticas
A agricultura convencional possui detalhes importantes que precisam ser ressaltados para quem
pensa em implementar o sistema. Com certeza essas características únicas farão diferença nos
resultados dos seus cultivos. Acompanhe:
Enquanto a convencional, se refere a uma alta produção, alto lucro e uso de maquinário
específico, a agricultura tradicional se refere a outro tipo de técnica. Voltada para o manejo antigo,
com práticas que prezam uma coletividade, a agricultura tradicional é mantida com um hábitos
mais antigos e independentes.
Sendo assim, esperar pelas chuvas não é uma das melhores práticas, visto que os períodos de
estiagem no Brasil vêm se intensificando e prejudicando o manejo de muitas culturas e,
consequentemente, os resultados desse investimento em métodos convencionais.
Por isso, se você está pensando em adicionar a agricultura convencional em sua propriedade, invista
também em um bom equipamento de irrigação para aumentar a sua produtividade.
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suas necessidades e com certeza ajudarão a maximizar todo o seu plantio. Entre em contato com um
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O Brasil é um país em que grande parte do PIB está intimamente relacionado com
os resultados do campo. Será que a agricultura sustentável é um caminho para o
desenvolvimento econômico do país?
De maneira que essas práticas contribuam para um solo mais saudável, que é capaz
de atender as necessidades de cultivo sem comprometer as gerações futuras.
Desta forma, atendendo as demandas atuais através de cuidados com o solo que
são capazes de manter sua capacidade produtiva.
O Brasil está entre os países que mais utilizam pesticidas químicos em seus
cultivos. O que é prejudicial para a saúde do solo a longo prazo. Podendo ocasionar
um esgotamento dos recursos naturais do mesmo.
Além disso, em muitas regiões brasileiras ainda existe a prática de trabalho infantil
no campo e pagamento de salários irrisórios para os camponeses.
Tudo isso tende a mudar quando esses agricultores se atentam para a realidade da
agricultura sustentável.
Tendo em vista que, esses salários mais justos fazem o dinheiro circular naquela
região, gerando emprego e renda de forma indireta.
Por isso mesmo, é importante que cada profissional da área tenha tempo suficiente
para que possa se adaptar e implementar medidas da agricultura sustentável em
sua produção.
Em 2010 o Brasil criou o Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que visa
justamente apoiar ações de agricultura sustentável.
Quem decide recuperar áreas degradadas, tratar resíduos de animais, fazer plantio
direto na palha ou adotar a integração entre lavoura, pecuária e floresta pode contar
com subsídios do programa.
Muito embora ainda não tenha sido uma técnica adotada em grande escala, a
agricultura sustentável pode ser vista como uma mudança em curso.
A adoção dessa técnica de cultivo tende a ocorrer em maior escala ao longo dos
próximos anos.
Sendo uma mudança necessária para que o país continue sendo abastecido com os
melhores produtos do campo e a exportação nacional continue batendo recordes.
Os consórcios devem ser bastante diversificados, contendo espécies de todas as etapas sucessionais, a
caminho do clímax da vegetação natural do local. O bom funcionamento do agroecossistema está
intimamente ligado à completa composição dos consórcios. Possibilitando aproveitar os espaços
vertical e horizontal e as interações benéficas entre as espécies.
As espécies são selecionadas para cumprir diferentes funções no sistema, não apenas para o retorno
econômico, como acontece nos cultivos convencionais.
Algumas espécies são introduzidas para fornecer serviços ao agroecossistema, como a produção de
biomassa para a cobertura ou adubação do solo.
Estudos mostram que a diversificação dos sistemas produtivos é favorável ao controle biológico natural
de pragas. Desta maneira, diminuindo as populações de insetos herbívoros e dificultando a localização
das plantas hospedeiras por esses insetos.
Estratificação
Na agricultura sintrópica, em vez de competirem, as espécies cooperam umas com as outras, se
plantadas no momento e espaço corretos. O momento refere-se ao princípio da sucessão. Já o espaço
está relacionado à demanda por luz de cada espécie em sua fase adulta, fazendo com que ela ocupe
uma determinada posição nas florestas naturais.
Dessa forma, as espécies são classificadas em estratos denominados baixo, médio, alto e emergente,
sendo o último o topo da agrofloresta. As agroflorestas são planejadas para se ter, em cada etapa da sua
vida, plantas ocupando os diferentes estratos.
A estratificação permite uma maior ocupação da área, maximizando o uso da luz solar pelas plantas e
aumentado a fotossíntese e a produção de biomassa por área.
Além de eliminar a competição por luz, a estratificação favorece a cooperação entre as espécies.
Aquelas que exigem mais luz devem ocupar as posições superiores da agrofloresta. Enquanto as que
toleram ou preferem ambientes sombreados são beneficiadas pela cobertura proporcionada pelas
plantas nos estratos superiores.
Sucessão
A sucessão proposta por Ernst Götsch resume-se no estabelecimento de consórcios sucessivos, sendo
necessário compreender a dinâmica espacial e temporal das espécies em condições naturais.
Em cada consórcio, é recomendado que sejam introduzidas plantas que pertençam aos diferentes
estratos e que tenham ciclos de vida e alturas distintos.
Diversas combinações de espécies podem ser utilizadas, o que dependerá das demandas de mercado,
da disponibilidade de mudas, sementes e mão de obra e das condições de relevo e clima locais.
Cobertura do solo
Outro princípio da agricultura sintrópica é a cobertura do solo com a poda de espécies plantadas
para esse fim. Entre os possíveis benefícios do aporte de resíduos orgânicos ao solo, destacam-se:
A melhoria da fertilidade
Redução das oscilações térmicas e da evaporação da água
Aumento da atividade microbiana
Eliminação de plantas invasoras
O modelo também se mostrou economicamente viável, uma vez que a produção demanda um baixo
investimento. Isso acontece porque a área exige um mínimo de irrigação e não utiliza produtos
químicos na sua manutenção.
O consórcio de diversos tipos de espécies, com tempos de colheita variados, também beneficia o
agricultor, que obtém uma fonte de renda constantemente.