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E. E.

FERNANDINA MALTA
EJA MODULAR
PROJETO: CIÊNCIA DAS PLANTAS
PROFº: ROSSIEL ASLAN
MÓDULO: 2

CONTEXTO HISTÓRICO:
O USO DE PLANTAS NO PASSADO E
NO PRESENTE
“Cada planta é um livro, com informações
preciosas, sobre o desenvolvimento da floresta,
seu passado remoto, seu futuro. Destruir a
floresta é como incendiar mil Alexandrias”.

Otto R. Gottlieb
Desde o princípio

E disse Deus: produza a terra


plantas, ervas que contenham
sementes e árvores frutíferas que
deem fruto segundo a sua espécie...
E viu Deus que isto era bom.

Gênesis 1: 11 e 12

Até a eternidade

No meio de sua praça, de uma e


outra margem do rio, está a árvore
da vida... e as folhas da árvore são
para a cura dos povos.

Apocalipse 22: 2

As plantas sempre estarão sendo utilizadas pelo homem.


HISTÓRICO

A utilização de plantas medicinais para curar doenças


está presente desde o início das civilizações, que
possuíam suas próprias referências históricas quanto à
realização desta prática. Naquela época a saúde era
entendida como a harmonia entre o corpo, a mente e o
espírito, relacionando-se à magia, da qual na maioria
das vezes, as plantas eram consideradas como “um
presente dos deuses” que por meio delas o ser humano
poderia tratar os poderes maléficos oriundos da terra,
neste caso as doenças que se manifestavam naquela
população.

A medicina da época adotava uma postura empírica, na qual o


conhecimento era passado de geração em geração até a época
atual.
HISTÓRICO

Na Mitologia Persa, Thrita, deus da


Saúde, intermediário entre Deus e
os homens, recebe o
conhecimento sobre plantas
curativas.

E ...ao pé da árvore de folhas


amarelas, ensina à um aluno as
virtudes das plantas medicinais.
Utilizam plantas “odorantes”, que
são jogadas ao fogo, para purificar
contra as doenças.
HISTÓRICO

Registro histórico de uso de plantas para fins


medicinais:

Índia: medicina Ayur Védica – babosa, romã, gengibre,


alho, manjericão;
China: Pen t´sao - 2.700 a.C – 7.000 espécies -
papoula, canela, ruibarbo;
China: imperador chinês Shen Nung catalogou 365 ervas
medicinais e venenos (2838-2698 a.C)
Egito: Papiro de Ebers - 1000 espécies, 811 prescrições
e 700 drogas
Grécia: Hipócrates 460 a.C - 300 espécies - camomila,
alecrim, canela;
Roma: Dioscórides- De matéria médica - 78 d.C - 600
espécies – salgueiro, mandrágora.
Egito- XVIII dinastia- Semenkhkare e Méritaton,
que tem nas mãos flores de mandrágora e lótus
HISTÓRICO
O uso de plantas medicinais pela humanidade, como alternativa para o
tratamento de muitas doenças, tem sido uma prática a milhares de anos
antes de Cristo como já mencionado anteriormente. A procura dos
princípios ativos presentes nessas plantas, no entanto, apenas teve início
no século XIX, quando em 1806 o pioneiro Friedrich Serturner, isolou um
analgésico, o alcalóide morfina da papoula (Papaver somniferum L.), um
evento que serviu de busca contínua para outros compostos ativos de
fontes naturais (DUTRA et al., 2016), tais como a reserpina
(antiipertensivo) e a artemisinina (antimaláricos), entre outros (MACIEL
et al., 2007).

Morfina

Reserpina
Artemisinina
Para a obtenção desses compostos são
necessárias, no mínimo interação entre três
principais áreas de conhecimento, a saber: a
etnobotânica, que busca informações a partir do
conhecimento popular; a fitoquímica responsável
pelo isolamento, purificação e identificação de
princípios ativos; e a farmacologia que estuda os
efeitos farmacológicos dos constituintes químicos
isolados (BESSA et al., 2013).
• Plantas produzem
>200.000
compostos

• Muitos destes quimicos com função de defesa


Exemplo:

Gera um composto
responsável pela defesa
da planta contra
microrganismos

Este mesmo composto pode


ser utilizado pelo homem por
ter o efeito terapêutico

Metabolismo da planta
Se funcionar, como podemos utilizar as plantas
medicinais em benefício a saúde?

-chás
• Plantas in natura - culinária
- óleos
essenciais
- extrato da planta
• Fabricação de
- compostos específicos
medicamentos pela ação
terapêutica
PLANTAS MEDICINAIS
 Saúde Humana;
 Conservação da Biodiversidade;
 Mais de 25% de todos os medicamentos são
de origem vegetal;
 O Brasil possui a maior biodiversidade de
plantas do planeta;
A utilização de plantas pela população
brasileira nasce da incorporação da cultura
européia e africana;
 Brasil: Indígenas utilizavam em rituais.
• Hábito incorporado a diversas
culturas;

• Atualmente o consumo tem


aumentado
 alto custo de medicamentos
 difícil acesso à assistência básica
 preferência por produtos naturais

• OMS: 65 a 80% da população em países em


desenvolvimento utilizam-se de plantas medicinais e
muitas vezes este recurso é o único para cuidados
básicos á saúde
• Utilização:

 Chás;

 Óleos
essenciais;

 Garrafadas;

 Culinária;

 Banhos.
NO MUNDO

O uso de plantas medicinais pela


população mundial tem sido
Dados OMS:
muito significativo nos últimos População Mundial
tempos.
Já usaram
ervas
20
medicinais
Somente na Alemanha, os %
fitofármacos movimentam US$ 3
bilhões/ano (NOGUEIRA; Nunca
WOLFF, 2001, citado por SOUZA, 80 usaram
2006). % ervas
medicinais

É bem provável que cerca de 200.000 espécies vegetais que


possam existir no Brasil, na opinião de alguns autores, pelo
menos a metade pode ter alguma propriedade terapêutica útil à
população.
NO BRASIL

 Nas décadas de 50 a 70, indústria química


marginalizou as plantas medicinais;
 Nos anos 80, volta a valorizar pelo fato do baixo
custo;
 Amazônia abriga 50% da biodiversidade do Planeta;
 Propriedades de plantas medicinais é uma das;
 Maiores riquezas da cultura indígena;
 Sabedoria tradicional;
 Extrativismo – maior comercialização;
 Importador;
 Industria farmacêutica e cosméticos.
Apesar dessa riqueza brasileira e dos
avanços ocorridos em relação à química
dos produtos naturais, o número de
informações sobre plantas medicinais tem
crescido anualmente somente cerca de 8%
no Brasil (CARNEIRO et al., 2014).

É necessário mais investimentos em pesquisas


para a obtenção dos compostos químicos e
assim, desenvolver novos medicamentos.
Uso de plantas medicinais- tipos

•Uso empírico/popular: raizeiros, mercados públicos


(plantas não submetidas a estudos científicos), falta
controle de qualidade.

•Farmácias vivas: (UFC) plantas cientificamente


validadas, disponíveis na região

•Saúde pública: produtos tecnicamente preparados,


plantas com eficácia e segurança comprovadas,
descritas em farmacopéias ou estudos e monografias.

•Fitoterapia: medicamentos registrados no M.S. com


critérios e definições RDC-48 de 16 de março de 2004 e
ANVISA RDC n° 10- 9 DE MARÇO DE 2010
Posso usar as plantas medicinais sem risco?

NÃO

• O fato de ser natural não significa que não tenha risco;

• Assim como existem compostos benéficos nas plantas


também existem os que podem fazer mal ou são tóxicos;

• Plantas medicinais X Remédios Perigo!


Exemplos

• Boldo: tóxico em altas concentrações;

• Chá-mate e canela: abortivo

• Capim-limão: pode provocar azia

• Carqueja: pode comprometer a imunidade

• Chá de losna: pode destruir os glóbulos vermelhos e é


neurotóxico

• Camomila: náuseas e insônia


REFERÊNCIAS

ARAÚJO, C. L. O.; NICOLI, J. S. Uma revisão bibliográfica das principais


demências que acometem a população brasileira. Revista Kairós
Gerontologia, v. 13, n. 1, p. 231-244, 2010.

BESSA, N. G. F.; BORGES, J. C. M.; BESERRA, F. P.; CARVALHO, R. H.


A.;PEREIRA, M. A. B.; FAGUNDES, R.; CAMPOS, S. L.; RIBEIRO, L. U.;
QUIRINO, M. S.; CHAGAS JUNIOR, A.; ALVES, A. Prospecção fitoquímica
preliminar de plantas nativas do cerrado de uso popular medicinal pela
comunidade rural do assentamento vale verde – Tocantins. Rev. Bras.
Pl. Med., Campinas, v.15, n.4, supl., p.692-707, 2013.

DUTRA, H. L. C.; CARAGATA, E. P.; MOREIRA, L. A. The re-emerging


arboviral threat: Hidden enemies. Bioassays, v. 39, n. 2, 2016.

MACIEL, M. A. M.; GOMES, F. E. S.; PINTO, A. C.; CÓLUS, I. M. S.;


MAGALHÃES, N. S. S.; GRYNBERG, N. F.; ECHEVARRIA, A. Aspectos
sobre Produtos Naturais na Descoberta de Novos Agentes Antitumorais
e Antimutagênicos. Revista Fitos, v.3, n. 1, 2007.

SOUZA, R. K. D.; MENDONÇA, A. C. A. M.; SILVA, M. A. P. Aspectos


etnobotánicos, fitoquímicos y farmacológicos de especies de Rubiaceae
en Brasil. Revista Cubana de Plantas Medicinales, v.18, n.1, p. 140-156,
2013.

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