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Plantas Medicinais

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Autor (a): Antonio Carlos Lemos.
1ª Edição – 2011

Plantas Medicinais

Todos os direitos desta edição são reservados à Cresça Brasil Editora S/A.
É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios, sem autorização escrita da Editora.

ISBN: 978-85-8153-006-2

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Sumário

Capítulo 1 – Conceitos.

1.1 Origem das plantas medicinais.......................................................6


1.2 O que são plantas medicinais?.......................................................6
1.3 Plantas Exóticas e Plantas Nativas................................................8
1.4 Plantas das Floras..........................................................................8

Capítulo 2 – Cultivo Comercial de Plantas Medicinais.

2.1 Cuidados que devemos tomar com as plantas medicinais...........10


2.2 Da Infra-Estrutura.........................................................................10
2.3 A hora certa da Colheita...............................................................11
2.4 A secagem....................................................................................11
2.5 A destilação..................................................................................12
2.6 A armazenagem...........................................................................12

Capítulo 3 – Sobre o uso das plantas medicinais

3.1 Por que usar plantas medicinais...................................................13


3.2 Cuidado no uso das plantas medicinais.......................................14

Capítulo 4 – Receitas de remédios com plantas medicinais.

4.1 Planta para cada doença..............................................................15


4.2 Benefícios do uso das plantas medicinais....................................16

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Apresentação
Espero que este livro lhe traga enriquecimento pessoal e conhecimentos
suficientes para a utilização adequada das plantas medicinais.
A saúde e a felicidade são valiosos tesouros que se conservam ou se
recuperam de acordo com as leis da natureza.

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Introdução
Etimologicamente, a palavra erva vem do latim Herba, pode ser uma
planta ou família de plantas, cujas partes (raízes, sementes, flores, folhas e
cascas) podem ser usadas como alimentos, cosméticos e remédios.
Em 350 a.C. os chineses já diziam, em seus tratados de medicina, que
para cada doença havia uma planta que serviria de remédio natural.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde OMS, a planta
medicinal é aquela que possui, em um ou em vários de seus órgãos,
substâncias com finalidades terapêuticas, ou seja, síntese de produtos
químicos e farmacêuticos.
O que fazem destas plantas remédios naturais são os princípios ativos,
componentes químicos que lhes conferem atividade terapêutica que atuam
sobre o organismo humano. Estes princípios ativos podem ser alcalóides, que
oferecem ação: calmante, sedativo, estimulante, analgésico, anestésico e
mucilagens. Oferecem também ação cicatrizante, antiinflamatória, laxativa,
expectorante e anti-espasmódica. Taninos - com ação antisséptica, flavonóides
- com sua ação diurética e antiinflamatória, e uma infinidade de outros
princípios ativos que podem ser usados para trazer bem-estar ao indivíduo.
As plantas medicinais são matéria-prima na produção de remédios e
para se transformarem em medicamento passam por estudos biológicos de
fotoquímica. Um dos fatores que contribuem para o crescimento do cultivo de
ervas medicinais é o fato de sua industrialização ser mais barata. Enquanto
que os remédios de origem sintética dispendem um investimento de 300 a 500
milhões de dólares, os de origem vegetal são industrializados com 10% destes
valores.
Além de servirem como matéria-prima para remédios industrializados, as
plantas medicinais também são utilizadas como chá, xaropes, alcoolaturas
(mergulhadas em água e álcool), compressas e cataplasmas (mistura de
plantas com água, vinho ou leite e farinhas).
Cada planta tem a sua especialidade de cura e possui seus próprios
segredos quanto à sua utilização de forma correta.
Durante a leitura, você aprenderá algumas noções e conhecimentos
básicos sobre estas plantas e suas importâncias para o corpo humano.
Conhecerá também quais são as plantas mais indicadas para cada tipo de
necessidade.

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Capítulo 1
Conceitos de Plantas Medicinais:
Atualmente, discute-se muito a funcionalidade das plantas medicinais,
seja para cuidar do meio ambiente, seja para a utilização em doenças do dia-a-
dia ou ainda como calmantes naturais.
Mas o que significa Plantas Medicinais? O que significa viver em
sociedade usufruindo destes benefícios da natureza? Muito se fala, mas pouco
se ensina sobre estes conceitos que, de tão profundos, necessitam de
reflexões constantes.
Agora você conhecerá alguns conceitos e entenderá melhor seus
significados.

1.1 Origem das Plantas Medicinais.

É de suma importância inteirar-se sobre as origens das plantas


medicinais para entender melhor o assunto.
Alguns estudos demonstram que, estas plantas já existiam há mais de
400 milhões de anos em nosso planeta e que a sua utilização como
medicamento, provavelmente é tão antiga, quanto o aparecimento do próprio
homem.
O Brasil tem uma das mais ricas biodiversidades do planeta, com
milhares de espécies em sua fauna e flora, principalmente na região
amazônica.
Possivelmente a utilização das plantas nativas do Brasil – não só como
alimento, mas também como fonte terapêutica – começou desde que os
primeiros habitantes chegaram ao território, os paleo-índios amazônicos
(índios da era paleozóica), dos quais derivaram as principais tribos indígenas
do país.

1.2 O que são plantas medicinais?

Existem várias espécies de plantas medicinais, ou melhor, tipos de


plantas das quais é possível extrair algum material ou insumo para estudos de
vacinas, remédios, cura para doenças, aromatizantes, dentre outras
funcionalidades.

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Atualmente, os estudos relativos às
plantas medicinais no Brasil
despertam a atenção de equipes
multidisciplinares formadas por:

Botânicos

Biólogos

Bioquímicos

Farmacêuticos

Médicos

Laboratórios
fotoquímicos

Farmacológicos

Centro de Pesquisa

Órgãos Governamentais

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Esse interesse é fruto do incentivo dado pela Organização Mundial de
Saúde, após uma reunião ocorrida em 23 de maio de 1978, na qual houve o
reconhecimento da importância das plantas medicinais. A Organização Mundial
da Saúde reconhece que, 80% da população dos países em desenvolvimento
utiliza práticas tradicionais nos cuidados básicos de saúde. Deste universo,
85% utilizam plantas ou preparados. Assim, ela recomenda a difusão mundial
dos conhecimentos necessários ao uso racional das plantas medicinais e
medicamentos fitoterápicos.

1.3 Plantas Exóticas e Plantas Nativas.

Existem dois tipos de cultivos: o de plantas exóticas e o de plantas


nativas brasileiras.
Atualmente as exóticas são as mais cultivadas, pois são plantas
consideradas “domesticadas”, ou seja, após passarem por uma série de
alterações genéticas, realizadas por órgãos de pesquisa, possibilitam o
favorecimento do cultivo e consequentemente oferecerem um maior número de
plantas para pesquisa.
Por isto que, ao iniciarmos o cultivo de plantas medicinais, recomenda-
se pensar primeiro nas exóticas, cujas sementes são de fácil acesso.
Mesmo algumas plantas já domesticadas, apresentam algumas
dificuldades na hora do cultivo, como a pouca resistência ao calor e a umidade.
Outros problemas consistem na umidade e no fotoperiódo, ou seja, quantidade
de luz que se tem no dia. Na Europa o Fotoperiódo é de 16 horas, no Brasil são
de 13 Horas.

1.4 Plantas das Floras

Não há nenhuma planta medicinal registrada na farmacopeia brasileira.


Isto porque as plantas nativas ainda se encontram em seu estado selvagem,
isto é, não foram domesticadas para o cultivo.
As plantas em seu estado selvagem apresentam variabilidade genética,
o que implica em princípios ativos diferentes. Além do mais, suas sementes se
apresentam em estado de dormência, germinando em tempos diferentes. Para
vencer a variabilidade, é necessário partir pelo caminho da propagação
vegetativa, como vem sendo realizado com o guaco, a carqueja e com as
plantas de alta fecundação.

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Planta Guaco
É tiro e queda, contra várias doenças. É expectorante e broncodilatador,
combate tosses, asma, bronquites e rouquidão, além de problemas do aparelho
respiratório. Combate também reumatismos. É antifebrífugo. Popularmente
também usado para combater sífilis, gota e infecções intestinais.
Os sertanejos empregam a planta contra picadas de cobra e de insetos
venenosos.

Carqueja
A carqueja serve para combater: anemias, cálculos biliares, diarreias,
enfermidades da bexiga, do fígado, dos rins, do pâncreas e do baço. É
Utilizada ainda contra má-digestão, vermes intestinais, icterícia e diabetes. É
emagrecedora, sendo usada como coadjuvante em regimes de
emagrecimento. Promove a rápida desintoxicação do fígado, no caso de
ingestão demasiada de bebidas alcoólicas. Recomendada ainda nos casos de
gota, reumatismo, doenças venéreas e mesmo em caso de lepra. Nesses
casos, além de se tomar o chá, faz-se compressas sobre as partes afetadas.
Em inflamações de garganta, o gargarejo com a carqueja é indicado. Tem fama
de curar impotência sexual masculina, agindo também contra a esterilidade
feminina.
Contraindicações: gestantes e lactantes.

Capítulo 2
Cultivo Comercial de Plantas
Medicinais
Agora você aprenderá quais são os cuidados essenciais que se deve ter
com as plantas medicinais e o processo de cultivo comercial. Demonstraremos
cada etapa deste processo.
Atualmente, o mercado de Plantas Medicinais ainda é uma atividade
comercial em desenvolvimento e que pode render bons resultados lucrativos.
Portanto, deve-se levar em conta para esta conclusão que, 25% dos remédios
alopáticos e os cosméticos também, têm sua matéria-prima constituída de
ervas e que toda a produção atual de plantas é absorvida por estes mercados.
Desta forma, este é um novo mercado que pode ser explorado e
conquistado pelos pequenos e médios agricultores, como forma de
desenvolvimento financeiro próprio em sua regionalidade.

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2.1 Cuidados essenciais com as plantas medicinais

Embora seja uma atividade promissora, engana-se quem procura uma


receita ou fórmula pronta para se cultivar plantas medicinais.
Como todos os outros cultivos, os de plantas medicinais, exigem as
chamadas boas práticas agrícolas. Portanto, é necessário certa dose de
intuição e, acima de tudo, o agricultor precisa definir quais são seus objetivos.
Só assim haverá a escolha da variedade certa para que possa adequar um tipo
de manejo a esta variedade.
Ao contrário de outros cultivos, no de plantas medicinais a busca
constante não é pela massa ou volume de plantas e sim, pela quantidade de
princípio ativo que ela possui. As indústrias se preocupam muito com o teor do
princípio ativo das plantas, analisando o padrão, a quantidade, a frequência e a
qualidade do cultivo.
O padrão de cultivo das plantas é influenciado por três fatores: o
genético, o ambiental e da *ontogênese O código genético ativa o
metabolismo secundário da planta, fazendo com que esta produza os princípios
ativos. Este código genético passa por uma interação com as características
ambientais em que a planta é cultivada, aplicando-se o fator ambiental nesta
fase do cultivo.
*A ontogênese seria o estágio de crescimento e desenvolvimento
da planta, segundo o qual é possível definir qual a melhor época de
colheita, de acordo com o princípio ativo a que o agricultor está
buscando.

2.2 Da Infraestrutura

De forma geral, a infraestrutura básica para o cultivo das plantas


medicinais se constitui de: viveiro, irrigação e secagem. No entanto, é
importante destacar que o meio rural tem características próprias e pode sofrer
uma série de influências que, se não forem analisadas com cuidado, pode não
atender às necessidades do agricultor.
Desta forma, o agricultor precisa analisar os seguintes fatores:

Clima – Este fator influencia diretamente a produção de plantas


medicinais, uma vez que, condiciona determinada plantação em certo período
do ano.
Sazonalidade – Da mesma forma, o clima determina as épocas em que
ocorrem os excessos e as faltas de produtos. O grande problema é que a
demanda de consumo é regular, enquanto que a oferta é irregular.
Preparação da terra – A terra é personagem principal na produção de
plantas medicinais, sendo fator decisivo para o sucesso da produção.

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O agricultor deve ter pleno conhecimento dos seus aspectos físicos,
químicos e topográficos.
Incidência de riscos – Por trabalhar de forma dispersa e ao ar livre, a
incidência dos riscos causados pelo clima, ataque de pragas e doenças é muito
maior.
É importante que saiba, que mais do que um bom e moderno
equipamento, o agricultor precisa se preocupar em conhecer a planta e estar
atento a ela. A automação dos viveiros muitas vezes implica em não atingir as
condições essenciais para que a planta se desenvolva.

2.3 Hora certa da Colheita

Como tudo na agricultura, a colheita de plantas medicinais não tem uma


regra básica e depende dos objetivos de quem as está cultivando. A época
ideal para realizar a colheita depende do princípio ativo que o produtor está
buscando.
Nas plantas em que a raiz concentra os princípios ativos, a
colheita deve ser realizada principalmente no inverno, quando elas
se encontram em estado de dormência. Se os princípios estiverem
nas folhas, o ideal é fazer a colheita quando a planta começar a
florir. Para captar óleo essencial em plantas como melissa, sálvia e
menta, o ideal é colher no período após as chuvas. Já as
produtoras de alcalóides não devem ser colhidas depois da época
de chuvas.
O comportamento dos princípios ativos
também pode variar de acordo com o horário
do dia. A camomila, por exemplo, é melhor
aproveitada se colhida a noite. É importante
lembrar que o maior teor de princípio ativo é conseguido no momento do corte,
para todas as espécies.

2.4 A secagem

A secagem das plantas normalmente é efetuada logo após a colheita.


Esse procedimento é realizado para impedir a fermentação, a contaminação
microbiológica e a consequente perda de princípios ativos. Porém, antes de
efetuar a secagem, o produtor deve se preocupar em realizar uma separação
das partes que lhe interessam na planta, ou seja, as partes que concentram
teores de princípios ativos.
O processo de secagem tem que ser o mais rápido possível, e a
temperatura obedece a cada tipo de princípio ativo, como veremos a seguir.

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Para os óleos essenciais, por exemplo, a secagem deve ser realizada a 40ºC;
para os digitálicos a 60ºC e para os alcalóides a 80ºC. O que faz com que a
planta seque é o tempo. O importante é a movimentação do ar. Vale destacar
que não é aconselhável revirar as plantas no processo de secagem, com o
intuito de acelerar o processo.

2.5 A destilação

No processo de destilação, que pode ser realizado no alambique ou em


outro destilador, a água é aquecida com a planta e assim é liberado o vapor
com óleo essencial; este vapor, por sua vez, é resfriado e se dissipa havendo a
separação da água e do óleo.
A destilação pode ser feita antes ou depois da secagem. Se a
quantidade de plantas for compatível com o destilador, nem é preciso realizar o
processo de secagem. O tempo médio de uma destilação é de 2 Horas.
No caso dos óleos essenciais, o produtor pode optar pela destilação logo
após a colheita.

2.6 A armazenagem

Uma das vantagens da produção de plantas medicinais é que elas não


precisam ser vendidas imediatamente, podendo ficar guardadas por até um
ano sem perder seus princípios ativos. Mais isto depende das condições de
armazenagem propiciadas pelo produtor.
O armazém deve ser um local escuro e limpo e as plantas devem ser
guardadas em prateleiras para que não fiquem em contato nem com o solo e
nem com a parede para evitar umidade. As plantas são higroscópicas, isto é,
reabsorvem a umidade do ar. A ventilação também é necessária e pode ser
feita por meio de um exaustor.
A embalagem deve estar adequada ao tipo de produto. A camomila, por
exemplo, depende da aparência visual na hora da venda, é melhor preservada
em caixa de papelão. O saco plástico, por sua vez, evita as chamadas pragas
de armazém, são pragas que se instalam nos produtos armazenados por
algum tempo.
Para facilitar o controle do estoque e evitar o manuseio das plantas, é
importante que o produtor coloque uma etiqueta de identificação em cada um
dos sacos armazenados, informando o peso, a data de colheita, e o mais
importante identificação da planta.

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Capítulo 3
Sobre o uso das plantas medicinais
Agora você aprenderá por que e quando usar as plantas medicinais.
Aprenderá ainda os cuidados que devem ser tomados ao usá-las.
Para os amantes da medicina natural e de outros métodos alternativos
de tratamentos para a saúde e beleza, já não é novidade o fato de que os
benefícios das plantas na saúde são comprovados cientificamente.
Os benefícios das plantas medicinais na saúde já são usados desde o
começo da humanidade, e com o passar dos tempos foi sendo transmitido de
geração em geração.
Espero que aproveite cada informação agregando ainda mais aos seus
conhecimentos.

3.1 Por que usar plantas medicinais

O Brasil é um dos países que dispõe da mais ampla e diversificada fauna


e flora, possui milhares de plantas medicinais. Grande parte foi descoberta
pelos índios e, também, por estrangeiros que vieram visitar ou morar no país e
que trouxeram de seus locais de origem e culturas, conhecimentos sobre as
mesmas.
Muitas pessoas não valorizam as plantas medicinais por considerarem
que são consumidas apenas por gente simples ou ignorante.
No entanto, essa falsa visão está começando a mudar com rapidez, por
diversas razões. Uma das mais importantes é que os cientistas já atestaram
que muitas plantas utilizadas por raizeiros, curandeiros e por outras pessoas,
realmente resolvem vários problemas de saúde.
Muitos daqueles preconceituosos, que não valorizavam a sabedoria
popular, perceberam que este saber é digno de respeito e valorização, pois, do
ponto de vista da funcionalidade, apresenta bons resultados, resolve problemas
e ainda pode orientar a ciência na busca de explicações e novos
conhecimentos.
Concomitantemente, verificou-se que os remédios naturais quase sempre
causam menos efeitos colaterais nas pessoas. Ou seja, as plantas não só
curam como não costumam fazer mal a quem as utiliza (o que nem sempre
acontece com os remédios comuns). Como vantagem adicional, os
medicamentos à base de plantas são em geral mais baratos do que os
produzidos industrialmente. Por todos esses fatores e pelo fato de poderem ser
facilmente encontradas em feiras, farmácias ou mesmo cultivadas no quintal de
casa ou até em vasos, muitos continuam a usar as plantas medicinais para se
defender das doenças.

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Deve-se lembrar, ainda, que atualmente muitas pessoas, que vivem nas
cidades grandes e estão sempre às voltas com problemas de poluição, barulho,
descanso de menos e excesso de trabalho, valorizam cada vez mais, tudo
aquilo que é mais natural. E assim, têm procurado contrabalançar os malefícios
e os excessos da vida moderna, adotando uma alimentação mais saudável e
modos mais naturais para cuidar do corpo e da saúde, o que provocou o
aumento da demanda pelas plantas medicinais.

3.2 Cuidados no uso das plantas medicinais

É importante salientarmos que devemos ter cuidados com qualquer


medicamento mesmo sendo ele o natural.
Como qualquer medicamento, as plantas medicinais são extremamente
úteis para tratar determinadas doenças, mas ao mesmo tempo podem também
ser contraindicadas para outras.
Algumas delas deverão também ser alvo de especial precaução, pois
apesar de serem benéficas em pequenas quantidades, podem ser tóxicas ou
mesmo mortais se ingeridas em grandes quantidades ou sem os cuidados
necessários
Não temos a intenção de assustá-lo ou de que você perca o interesse
pelas plantas medicinais! Estas precauções são comuns a qualquer substância,
utilizando-as da forma correta só temos a ganhar!
Dependendo da doença apresentada, é necessária a realização de
exames e o acompanhamento médico, pois a doença pode ser mais grave do
que se pensa e o estado do doente pode se agravar ainda mais. Evite usar
plantas medicinais no tratamento de doenças graves, somente o faça se o seu
médico tiver conhecimento.
As gestantes devem usá-las com cuidado especial, pois
algumas plantas podem causar aborto ou deformar o bebê. Tire
sempre qualquer dúvida com o seu médico.

Atenção!
É melhor evitar a mistura das plantas, pois algumas podem anular o
efeito de outras ou causar reações desagradáveis.

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Capítulo 4

Receitas de remédios com plantas


medicinais
Agora vamos aprender os benefícios das plantas medicinais e como
utilizá-las de maneira correta. Não são apenas plantas que iremos estudar,
mas também como utilizar os potenciais da natureza em favor da humanidade.
Neste sentido, aprenderemos qual a planta mais indicada para cada tipo
de doença e a como preparar estes remédios.

4.1 Os remédios que a Natureza oferece

Embora diversos males que aflijam o homem requeiram tratamentos da


medicina tradicional, a natureza oferece os seus remédios que podem auxiliar
na cura de muitas doenças.
Através dos remédios e chás caseiros, feitos à base de plantas
medicinais, doenças mais comuns como a gripe ou bronquite podem ser
tratadas, porém vale lembrar que cada organismo possui uma reação e é
preciso estar atento aos possíveis efeitos colaterais destes chás e xaropes.

Gripe, Tosse ou Bronquite: No combate a gripe, à tosse e a bronquite,


existem vários chás que permitem combinações em remédios ou chás
caseiros, são elas: agrião, angico, arruda, avenca, douradinho, eucalipto,
sálvia, samambaia, cambara vassourinha e violeta.

Dor de Garganta: Um chá bem quente de eucalipto, transagem ou


malva, acompanhado de gargarejos com água morna e sal, ou água morna e
bicabornato de sódio podem resolver.

Problema de Fígado: Tomar uma colher de sopa de óleo de linhaça três


vezes ao dia. As seguintes plantas também são recomendadas para chás:
folha de alfazema, ananás, angélica, agrião, alcachofra, chicória, gervão.

Problemas de Rins e Bexiga: Junte 20 gramas de cada uma destas


plantas, transagem, carqueija, pé-de-louro, pata-de-vaca, eucalipto e
salsaparilha. Faça um chá com as plantas em um litro de água, também podem
ser feitos chás com abacate, agrião, barba-de-bode, bardana, cabelo-de-milho,
camomila, cauda-de-cavalo.

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Para limpar o sangue: Chá com folhas de sabugueiras, nogueira e
cancerosa ou chás de agrião, amor-perfeito, camomila, angélica, bardana,
chapéu-de-couro, pita, limão, maracujá, salsaparrilha, sete-sangrias e tarumã.

Mal de Parkinson: Uma xícara de folha de laranjeira, valverina, erva


cidreira e geneciana do Brasil três vezes ao dia. Também pode ser feito chá
com raiz de urtiga, salsaparrilha, cáscara sagrada e cavalina.

Anemia: Chá de quina vermelha acompanhado de dieta de feijão,


espinafre, suco de laranja e fígado de boi. Pode ser feito xarope com vidro de
Sadol ou biotômico, uma lata de leite condensado e quatro ovos inteiros com
casca batidos no liquidificador.

Cólicas de Neném: Chás de jalapa, alecrim, hortelã, erva-doce e


funcho. Os chás devem ser fracos e sem açúcar.

Intestino Ressecado: Chás de Dente de leão, alcachofra, sene ou


aveia

Mau hálito: Chupe um pouco de cravo-do-reino quando precisar.


Bochechos feitos com dois raminhos de arruda em água fervendo também
ajudam.

Ânsia de vomito: Chupar um pedaço de pau de canela ou colocá-lo em


um copo com água fria. Deixe meia hora de molho e depois beba.

Ressaca: Faça um abafado ou mastigue duas folhas de alcachofra, sem


açúcar.

Hemorróidas: Sete dias de banho de assento com mil em rama e


barbatana ou sete dias tomando infusão de mil em rama três vezes ao dia.

Catapora: Chá de alho duas vezes ao dia. Fazer a massa de uma


banana e passar nas feridas para a cicatrização.

4.2 Benefícios do uso das plantas medicinais

Como é da cultura e conhecimento populares, alguns tipos de doenças


podem ser tratados com o uso de plantas medicinais, as quais garantem
benefícios para o indivíduo que a ingere, seja na forma de chá, cápsulas ou
qualquer outro formato recomendado.

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Quem não se recorda de sua avó prescrevendo uma receita de chá de
Folha de Limão para curar uma gripe?
Abaixo, indicamos alguns tipos de plantas mais conhecidas e qual a sua
serventia.

Abacateiro: Abutua/Cóculos: Agoniada:


diurética, cálculos Cálculos renais, cólicas Inflamações de útero,
renais, fígado, rins, uterinas, fígado. ovários e
bexiga. menstruações
difíceis.
Alcaçuz: Bronquite, Alcachofra: Diminui o Alecrim: estimulante,
tosse, laringite, colesterol, digestivo, circulatório, tônico
rouquidão. hepático. capilar e inalação.
Alecrim do Campo: Alfafa: Baixa o Alfazema: Calmante,
Tônico, vias colesterol, osteoporose, asma, gases, rinite,
respiratórias e raquitismo, relaxante. analgésica nas
banhos relaxantes. dores.
Algodoeiro: Ameixa folhas: Prisão Angélica: Cólicas,
Hemorragia uterina, de ventre, laxativo gases, digestiva,
regras profusas, médico, azia. nevralgias,
reumatismo. enxaquecas.
Angico: Diarreia, Aniz Estrelado: Artemisia: Nevralgia,
disenteria, gripes. Relaxante, insônia, cólica menstrual,
Uso externo: gases (infantil e adulto). vermes, circulatória.
Lavagens e
gargarejos.
Avenca: Afecções Bálsamo: Incontinência Ban Chá:
catarrais, bronquite, urinária, expectorante. Desintoxicante,
tosse, laringite. Uso externo: Afecções digestivo, colesterol e
da pele. emagrecedor.
Barbatimão: Bétula: Gota, colesterol, Boldo do Chile:
Gastrite, úlceras. triglicérides, ácido úrico, Hepatoprotetor,
Uso externo: dores. fígado, pâncreas,
Cicatrizante, vesícula.
lavagem íntima.
Buchinha do Norte: Bugre/Porangaba: Cactus:
Uso externo para Ácido úrico, gota, Cardiotônico, contra
inalação contra a depurativo, palpitações,
sinusite. emagrecedor. síndromes cardíacas.
Cajueiro: Diabetes, Calêndula Flor: Camomila:
colesterol, Cicatrizante, calos, Estomacal, nas
triglicérides, verrugas, frieiras, cólicas das crianças
depurativo. manchas. e enxaqueca.

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Canela: Capim Cidrão – Erva Carqueja Doce:
Estimulante, gripes, Cidreira: Trata insônia, Hepatoprotetora,
resfriados, febres. agonia, palpitações. digestiva, diurética,
emagrecedora.
Carqueja Amarga: Cordão de Frade: Febre Carvalho Casca:
Depurativa, reumática, dores depurativo,
emagrecedora, musculares, e cicatrizante, Interno e
colesterol, diabetes. circulação. Externo.
Cáscara Sagrada: Casca de Laranja: Casca de Impurana:
Laxativo, Relaxante, digestiva, Balsâmica das vias
emagrecedora, trata aromática. respiratórias, colites.
a bílis e baço.
Castanha da Índia: Catuaba: Energético, Cedro: Febres altas,
Má circulação, falta de memória, disenterias, fraqueza
flebite, hemorróidas afrodisíaco. orgânica. Uso
e varizes. externo: Dores
musculares.
Centaurea - Fel da Centella - Asiática:
Terra: Inapetência, Celulite, gordura
estômago, febre alta, localizada,
hepatite. circulatória,
câimbras.
Chá Preto: Chapéu de Couro: Cipó Cruzeiro:
Estimulante, Depurativo, colesterol, Reumatismo, artrose,
digestivo, tônico. diabetes, gota, ácido artrite, coluna,
úrico. tendinite.
Cipó Azougue: Cipó Cabeludo: Cistite, Cipó Caboclo:
Depurativo, nefrite, uretrite, não Orquite, hemorróidas,
eczemas, feridas, elimina a albumina. flebites, erisipela.
furúnculos, herpes.
Cipó Cravo: Cipó Prata: Areias e Cipó Suma:
Estomacal, gastrite, cálculos de rins e Depurativo,
azia, gases. bexiga, dores. furúnculos, acne,
eczema, afecções
mucosas.
Coentro Grão: Coro-Onha - Olho de Curcuma: Fígado,
Digestivo, gases Boi: Uso Externo: vias urinárias,
intestinais, colite. Sementes energéticas icterícia, bronquite.
para hipertensão.
Damiana: Dente de Leão: Endro Dill: Cólicas,
Incontinência Depurativo, calmante leve,
urinária, impotência, desintoxicante, laxante aumenta o leite
tônico e estimulante. materno.

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Erva de Bicho: Erva Doce: Gases Fava de Santo
Tratamento de intestinais, cólicas, Inácio - Gengiroba:
hemorróidas e estimulante. Icterícia, hepatite,
úlceras, varizes, uso purgante.
interno/externo.
Eucalipto: Espinhera Santa: Estigma de Milho:
Desinfetante dasGastrite, úlcera, Hidratante dos rins e
vias respiratórias e calmante das paredes cólica renal.
balsâmico. estomacais.
Funcho: Gases, Garra do Diabo: Genciana: Fraqueza
digestivo eReumatismo sangüíneo, orgânica, anemia,
relaxante. esporão, gota, tônico estimulante de
desintoxicante. apetite.
Goiabeira: Combate Gengibre: Asma, Gingko Biloba: Atua
a diarreia e bronquite, rouquidão, nos radicais livres.
afecções da colesterol. Oxigenação cerebral.
garganta.
Guaraná: Graviola: Diabetes, Guaco:
Estimulante físico e colesterol, Expectorante, tosse,
mental. emagrecimento. bronquite e
resfriados.
Hamamelis: Hipérico: Hortelã: Espasmos,
Favorece a Antidepressivo. náuseas, azia,
circulação, varizes, relaxante, dispepsia
trombose, nervosa.
hemorróidas.
Ipecacuanha: Jasmim Folhas:
Disenteria, catarros Digestivo, alcoolismo,
do pulmão, bexiga, cardiotônico, circulatório.
garganta.
Jequitibá: Uso João da Costa: calores Juá: saponáceo
externo: gargarejos, da menopausa, trata o natural, anticaspa
aftas, anjina, útero e ovários. uso externo.
amigdalites.
Jurubeba: Linhaça: Laxante Lobelia: Desinfetante
hepatoprotetor brando, gases das vias
intestinais. respiratórias,
tabagismo.
Limão Bravo: Lotus: Emoliente Louro: Amenorreia,
Friagem, tosse, catarral, antitussígeno, nevralgia, cólicas
bronquite, rinite, laringite. estomacais e
resfriados. menstruais.

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Lúpulo: Calmante, Malva Branca: Mate: Tônico
insônia crônica. Gengivite, garganta, cerebral, estimulante,
abcessos e digestivo, diurético.
desinfetantes.
Manjericão: Anti- Melissa - erva cidreira: Mentruz/Mastruço:
inflamatório, Cardiotônica, calmante, Fortalecedor
garganta, tosse, gastrite crônica. pulmonar, gastrite,
digestivo. cicatrizante.
Menta: Digestivo, Nogueira: Trata útero, Noz-moscada:
espasmos, cálculos bexiga, inflamação dos Estomacal, cólicas,
biliares. ovários. arrotos, soluços,
hipertensão.
Oliveira: Regula os Pariparoba: Fígado, Pata de Vaca:
intestinos e pressão vesícula, baço, Diabetes, depurativa,
arterial. gastralgia e azia. diurética.
Pedra Ume Caá - Peroba: Trata a Picão: Icterícia,
Insulina Vegetal: epilepsia, histeria, asma, hepatite, boca
eficaz no diabetes. coqueluche. amarga, alergias.
Uso interno e
externos.
Pimenta de Pitanga: Febre, ácido Poejo:
Macaco: Digestiva, úrico, diabetes, Expecetorante,
afrodisíaco. colesterol. gripes, resfriados,
tosse crônica e
asma.
Pulsatila: Corrige o Quebra Pedra: Cálculos Quina Quina: Tônico
fluxo menstrual, renais, dores lombares, amargo,
cólicas. próstata, cistite. hepaprotetor,
antidiabético. Uso
externo: queda de
cabelo.
Romã Casca: Sabugueiro Flor: Febre, Sálvia: Tônico
Afecções da laringe, resfriados, catapora, mental, digestivo
faringe, cicatrizante. sarampo, escarlatina. eficaz, males da
menopausa.
Salsaparrilha: Samambaia: Dores Sassafraz:
Altamente reumáticas, artrite, Depurativo, dores
depurativo, gripes fortes. artríticas, inchações.
colesterol, ácido
úrico, acne.

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Sene Folhas - Sete Sangrias: Stevia: Trezentas
Folículos: Laxativo, Depurativo, hipotensor, vezes mais doce que
regulador intestinal, colesterol. o açúcar, para
obesidade. diabéticos.
Tília: Tomilho: Tônico Unha de Vaca:
Antidepressivo, estomacal, desinfetante Diurética, diabetes,
espasmódico, das vias respiratórias. depurativa.
calmante.

Urtiga: Unha de Gato: Velame do Campo:


Menstruação Depurativa, febres altas, Escrofulose,
irregular. Uso reumatismo, tumores, ganglios, eczemas,
Externo: Irritações e convalescência depurativa.
corrimentos.
Valeriana: Urucum: Anemia, Zimbro: Antisséptico
Calmante, insônia cardiotônica, colesterol. das vias urinárias,
crônica, stress, Uso Externo: cálculos renais,
labirintite. Bronzeador natural. febres.
Zedoaria:
Gastralgias,
estomatites, úlceras,
mau hálito.

Terminamos nossos estudos com a certeza de que conseguimos


transmitir uma boa noção sobre plantas medicinais.
Tenho total segurança que com as informações que você recebeu, terá
condições de avaliar as plantas por uma outra perspectiva e fazer o que estiver
ao seu alcance, para utilizá-las da melhor maneira possível.

Boa sorte e Sucesso!

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