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SEMINÁRIO BÍBLICO DE TEOLOGIA CRISTÃ DO RIO DE JANEIRO

Seminário Interdenominacional – Entidade Mantenedora: COMUNIDADE CRISTÃ VIDA NOVA


Caixa Postal 46024 CEP 20560.970 – Rio de Janeiro/RJ

INTRODUÇÃO À FITOTERAPIA - A palavra fitoterapia é


formada de dois radicais gregos: fito vem de phyton, que
significa planta, e terapia vem de therapia, que significa
tratamento.
Ou seja, tratamento utilizando plantas medicinais.
Esta palavra foi criada para designar tradições populares de
tratamento, nas quais as plantas medicinais são usadas
como medicamento.

O uso terapêutico de plantas medicinais ficou restrito à


abordagem leiga desde o salto tecnológico da industria
farmacêutica ocorrido nas décadas de 50 e 60.
Recentemente, as plantas medicinais consideradas
medicamentos de segunda categoria, voltaram à voga com a
comprovação de ações farmacológicas relevantes e de uma
excelente relação de custo-benefício.
A Alemanha foi o país que investiu primeiro e saiu na frente
nesse campo. Pesquisadores dessa área concluíram ser
importante sistematizar e estudar as tradições populares do
uso de plantas medicinais, como forma de ter uma estratégia
para investigação e comprovação farmacológica.
Por isso um ramo da antropologia chamado etnofarmacologia
(estudo da farmacologia popular de um determinado grupo
cultural) tem ganhado importância cada vez maior para o
desenvolvimento de novos medicamentos à base de plantas
medicinais.
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As plantas medicinais têm sido um importante recurso


terapêutico desde os primórdios da antigüidade até nossos
dias. No passado, representavam a principal arma
terapêutica conhecida.
Em todos os registros sobre médicos famosos da antigüidade,
tais como Hipócrates, Avicena e Paracelcius, as plantas
medicinais ocupavam lugar de destaque em suas práticas. A
partir de plantas descritas e usadas pelo conhecimento
popular, foram descobertos diversos medicamentos usados
até hoje pela medicina.
Os salicilatos, por exemplo, foram descobertos através de
estudos no Salgueiro Branco (Salix alba), que era usado
pelos índios norte-americanos no tratamento de dor e febre.
Já os digitálicos foram isolados da Dedaleira (Digitalis
purpurea), usada por curandeiros europeus no tratamento
de edemas.

O reino vegetal, além de ser o maior reservatório de


moléculas orgânicas conhecido, é um poderoso laboratório de
síntese. Até hoje diversas moléculas com estrutura complexa
dependem de síntese biológica, pois a síntese em laboratório
não pode ser feita ou é economicamente inviável, como é o
caso dos digitálicos, da pilocarpina ou dos esteróides.
Por isso plantas medicinais são usadas até hoje como
matéria-prima para a fabricação de medicamentos.

A origem da fitoterapia é impossível de ser determinada. O


uso terapêutico de plantas medicinais é um dos traços mais
característicos da espécie humana. É tão antigo quanto o
Homo sapiens, e encontrado em praticamente todas as
civilizações ou grupos culturais conhecidos.
A fitoterapia praticada no Brasil é originária de várias
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tradições diferentes, criando um sistema heterogêneo de


plantas medicinais.

As origens do sistema popular brasileiro de plantas


medicinais são as seguintes:

Sistema etnofarmacológico europeu: Foi trazido com a


colonização portuguesa e de outros povos europeus, e é mais
forte no Sul do país. Este sistema possui muita influência
das plantas de uso mundial, e plantas européias, pois o Sul
possui um clima mais frio, semelhante ao europeu, onde
essas plantas já estavam adaptadas. É o caso da Erva
Cidreira (Melissa officinalis), da Erva Doce (Foeniculum
vulgare), entre outras.

Sistema etnofarmacológico africano: Foi trazido com o tráfico


de escravos para o Brasil, nos séculos XVI e XVII. Este
sistema associa rituais religiosos ao uso de plantas
medicinais, como é visto em diversas culturas primitivas. É
mais encontrado no estado da Bahia. Através dos negros
africanos incorporamos plantas como a Arruda (Ruta
graveolens), e o Jambolão (Syzigium jambolanum.

Sistema etnofarmacológico indígena: Corresponde à herança


do conhecimento de plantas medicinais dos indígenas
brasileiros. Este sistema pode ser encontrado em
praticamente todo o território nacional. Entre as plantas cujo
uso aprendemos com os nossos índios, temos a Caapeba
(Piper umbellatum), o Abajerú (Chrisobalanus icaco) e o
Urucum (Bixa orellana.

Sistema etnofarmacológico oriental: Foi trazido junto com os


imigrantes chineses e japoneses para o Brasil, no final do
século passado e no início deste. É encontrado
principalmente no estado de São Paulo. Os orientais
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trouxeram para o Brasil espécies como o Gengibre (Zingiber


officinale), a Lichi (Litchi chinensis) e a Raiz Forte (Wassabia
japonica). Outras plantas medicinais de origem oriental
foram trazidas pelos portugueses durante suas navegações
até a Ásia, como a Canela (Cinnamomum cassia) e o Cravo
(Eugenia caryophyllata). Estas espécies se tornaram
mundialmente conhecidas por seu uso culinário.

Sistema etnofarmacológico amazônico: Este sistema deriva


das características peculiares da flora da região, associada à
absorção de conhecimentos indígenas pelo caboclo. Ele
também decorre do isolamento cultural da Amazônia. Com
isto, usa ervas específicas da região e possui uma linguagem
própria. É o caso de plantas como o Guaraná (Paulinia
cupana), a Copaíba (Copaifera officinalis) e a Fava de Tonca
(Dipteryx odorata.

Sistema etnofarmacológico nordestino: A região Nordeste


apresenta um clima e vegetação peculiares, e forte influência
indígena e africana. Estes aspectos combinados às más
condições socioeconômicas da região estimularam o
surgimento de um sistema de plantas medicinais próprias.
Como contribuição do sistema nordestino, temos plantas
como a Aroeira (Schinus molle), a Catinga de Mulata
(Tanacetum vulgare) e o Bamburral (Hyptis suaveolens).

Sistema científico internacional: Como resultado das


pesquisas realizadas com plantas medicinais feitas em países
europeus, foram introduzidas diversas plantas medicinais no
mercado internacional, baseadas em seus efeitos
farmacológicos. Entre estas temos o Ginkgo Biloba (Ginkgo
biloba), o Hipérico (Hipericum perforatum) e a Echinácea
(Echinacea purpurea).
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O Brasil tem um enorme potencial nesse campo. É
fundamental que a comunidade médica assim como outros
profissionais da área da saúde ligados às universidades
atentem para esse potencial, para que possamos lançar mão
dele. É o momento de voltarmos nossos esforços para
construir um conhecimento médico baseado em nossos
valores e adequado às nossas necessidades, em vez de
ficarmos atrelados a um modelo científico exclusivamente
internacional. Para tanto devemos valorizar, estudar, validar
e utilizar terapeuticamente nossas espécies, antes que outros
o façam.

NOÇÕES SOBRE FITOQUÍMICA - As plantas medicinais


possuem grupos de princípios ativos com características
próprias. A fitoquímica estuda cada grupo, desde a
estrutura química molecular até as suas propriedades
biológicas.

O emprego terapêutico de plantas medicinais exige o


conhecimento desses grupos para a avaliação das
potencialidades terapêuticas, tóxicas e para a formulação
de uma estratégia adequada para seu uso e combinação.
Os principais grupos são os seguintes:

a) Taninos

Os taninos são compostos fenólicos, em geral polifenóis,


de estrutura química variável. São moléculas grandes,
por isso não costumam ser absorvidos pelo tubo
digestivo. Os taninos têm muita afinidade com as
proteínas formando com estas complexos e causando sua
precipitação. Por isso causam uma sensação de
desconforto na boca e língua quando ingeridos,
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conhecido popularmente como "cica", também chamado


de sabor adstringente. Por terem afinidade e precipitar
proteínas, os taninos são empregados na curtição de
couros e peles.

São encontrados em plantas das famílias Rosaceae,


Leguminosae, Myrtaceae, e Rubiaceae, em células jovens,
uma vez que os frutos verdes são ricos em taninos, e os
maduros perdem seus teores. Autores acreditam que sua
função nos vegetais é de proteção, além de poderem atuar
como precursores de glicídios.

Os taninos possuem atividade anti-séptica,


antimicrobiana, anti-hemorrágica, antidiarréica,
cicatrizante e antiinflamatória. A atividade anti-séptica e
antimicrobiana se deve a lesão estrutural de moléculas
da parede celular de protozoários, fungos e bactérias.

A atividade anti-hemorrágica é por precipitação de


proteínas do plasma e ativação dos fatores da coagulação
sangüínea. A atividade anti-diarréica deve-se a redução
da atividade peristáltica do intestino por uma ação
sedativa sobre a mucosa. A atividade cicatrizante é
devido à formação de película protetora na região
lesionada, possibilitando a sua reepitelização.

Por exemplo, as folhas e a casca da goiabeira (Psydium


guajava), usada popularmente no tratamento de diarréia
é rica em taninos. A hamamelis (Hamamelis virginiana),
outra planta com taninos em sua composição possui
atividade anti-diarreica, cicatrizante e anti-inflamatória.

Os taninos podem formar complexos com heterosídeos,


mucilagens ou alcalóides, reduzindo sua absorção no
tubo digestivo. Em doses excessivas os taninos são
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tóxicos. Causam lesão da mucosa do tubo digestivo, com


epigastralgia, diarréia e cólicas abdominais. Quando a
lesão da mucosa é extensa e os taninos são absorvidos,
pode haver hemólise e insuficiência renal. Felizmente
estas complicações só ocorrem em plantas com
concentrações de taninos acima de 5%, o que é uma
raridade.

B) Alcalóides

São bases orgânicas nitrogenadas, mas sua estrutura


molecular costuma ser bastante diversificada e, por isso,
sua classificação é complexa. São chamados de alcalóides
pois possuem pH alcalino em solução. De todos os
grupos de princípios ativos, os alcalóides possuem a
maior atividade biológica. Os alcalóides costumam dar
sabor amargo à planta.

Os alcalóides são comuns nas famílias Apocynaceae,


Leguminosae, Papaveraceae, Rubiaceae e Solanaceae,
mas podem existir em qualquer família. São freqüentes
em partes da planta em vias de crescimento ou formação,
tais como brotos, sementes e folhas jovens. Também
podem ocorrer em tecidos superficiais, tais como cascas
de raízes e tegumento das sementes. É possível que
tenham função regulatória do crescimento do vegetal ou
de proteção.
Os alcalóides são classificados de acordo com seu núcleo heterocíclico, que é uma
estrutura cíclica ligada a um grupamento amina. Existe um grande pleomorfismo destes
núcleos, caracterizando muitos subgrupos, alguns dos quais estão expostos na tabela
abaixo:

sub-grupo núcleo exemplos


Alcalóide Imdazólico Imidazol Policarpina
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Alcalóide Isoquinoleínico Isoquilina Berberina, papaverina
Alcaloide quinoleínico Quinolina Quinina
Alcaloides indólicos Indol Ergotamina, reserpina
Alcaloides tropânicos Tropano Atropina, Cocaína
Possuem os alcalóides atividade farmacológica muito variável, dependendo de seu
subgrupo e das características específicas de sua fórmula estrutural. Abaixo alguns
exemplos de alcalóides com atividade farmacológica estudada.

Espécie
Nome químico Atividade farmacológica
botânica
Datura
Escopolamina anticolinérgica
estramonium
Efedrina Ephedra sinica Adrenérgico
Papaverina Papaver vasodilatadora,
Codeina somniferum antitussígena, analgésia
Melia
Toosedanina vermicida
azedarach
Uncaria
Rincofilina anti-hipertensívo
sinensis
Tanshionas (I a Salvia antianginoso,
IV) Milthiorrhiza vasodilatador

Os alcalóides são bem absorvidos por via oral e


costumam ser metabolizados no fígado. Por terem ação
biológica potente eles têm grande potencialidade tóxica.
Muitos possuem dose terapêutica próxima à dose tóxica,
necessitando muito cuidado em seu uso terapêutico.

C) Glicosídeos

São compostos por um açúcar ligado a uma substância


não glicídica chamada genina ou aglicona. A aglicona é a
parte da molécula responsável pelos seus efeitos
farmacológicos. Os glicosídeos são classificados de acordo
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com as características fitoquímicas da aglicona e têm


gosto muito amargo. Os principais tipos de glicosídeos
são os seguintes:

·Glicosídeos Alcoólicos:
É um tipo de glicosídeo onde a genina ou aglicona é um
álcool. Um exemplo conhecido é a salicina, princípio ativo
isolado do salgueiro (Salix alba). O infuso das folhas e
cascas era usado pelos índios americanos contra
reumatismo, febre e dor. O estudo das ações
antiinflamatórias do salgueiro levou à descoberta dos
salicilatos e à síntese do ácido acetil salicílico, a aspirina.

·Glicosídeos Cianogenéticos:
São os glicosídeos que por hidrólise liberam ácido
cianídrico ou prússico (HCN). Como exemplo, temos a
amigdalina, encontrada nas folhas do pessegueiro
(Prunus persica) e de outras espécies deste gênero. Este
glicosídeos são tóxicos, pois o ácido cianídrico inibe a
respiração celular ocasionando anóxia.

·Glicosídeos esteroidais:
São glicosídeos cuja fração genina ou aglicona é um
esteróide. Os principais glicosídeos conhecidos deste tipo
são os digitálicos extraídos da dedaleira (Digitalis
purpurea). Estes glicosídeos possuem dose terapêutica
próxima à dose tóxica, devendo ser usados com muito
cuidado, para evitar toxicidade.

·Glicosídeos Antraquinônicos:
São glicosídeos cuja fração aglicona é uma antraquinona.
A aloína, uma das substâncias ativas da babosa (Aloe
vera), é um glicosídeo deste tipo e responsável por parte
de suas ações farmacológicas. Os glicosídeos
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antraquinônicos não são absorvidos pelo intestino,


estimulando a sua mucosa e gerando uma ação laxativa.
Seu gosto é muito amargo e também possuem atividade
cicatrizante.

D) Óleos Essenciais ou Voláteis.

São compostos simples, em geral com estrutura cíclica,


chamados de terpenos, e seus derivados, um álcool, um
aldeído ou uma cetona. São voláteis devido ao seu baixo
peso molecular e por isso são os responsáveis pelos
odores das plantas e flores. De acordo com o número de
átomos de carbono, os terpenos podem ser divididos em
monoterpenos (10 átomos de carbono), sesquiterpenos
(15 átomos de carbono), e diterpenos (20 átomos de
carbono). Dão sabor picante e aromático às plantas
medicinais.

Os óleos essenciais são encontrados sob a forma de


misturas complexas com muitos constituintes, podendo
chegar a 100 substâncias diferentes. Em geral há o
predomínio de alguns compostos, que são responsáveis
pelas características de cada óleo essencial.

São muito comuns no Reino Vegetal, ocorrendo em todas


as famílias. Algumas, contudo, são particularmente ricas
em óleos essenciais, tais como nas famílias Labiatae,
Rubiaceae, Rosaceae, Lauraceae, Umbelliferae e
Compositae.

Suas funções no vegetal são complexas. Elas incluem a


polinização (o aroma atrai os polinizadores), proteção
contra predadores e microorganismos, além de
participarem dos processos celulares, segundo alguns
autores.
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Os óleos essenciais possuem algumas ações


farmacológicas clássicas, tais como ação anestésica
(mono e sesquiterpenos), analgésica (sesquiterpenos),
anti-helmíntica (mono e sesquiterpenos), anti-histamínica
(mono e sesquiterpenos), antiinflamatória (mono e
sesquiterpenos), expectorante (monoterpenos) e sedativa
(mono e sesquiterpenos).
Contudo alguns óleos essenciais possuem ações farmacológicas bastante específicas.
Abaixo uma relação de espécies, seus óleos essenciais e sua ação farmacológica:

Nome da espécie Nome comum Óleo essencial Atividade farmacológica


Eugenia caryophylla Cravo Eugenol inibição da MAO
Foeniculum vulgaris Erva doce Anetol leucoestimulante
Melissa officinalis Erva cidreira Citral sedativo e ansiolítico
Matricaria chamomilla Camomila Camazuleno anti-inflamatório

Os óleos essenciais são muito bem absorvidos por via


oral, podendo também penetrar através da pele. Podem
ser metabolizados no fígado, conjugados ao ácido
glicurônico e excretados pela urina. Quando
administrados em doses excessivas costumam causar
irritação da mucosa do tubo digestivo e alterações
neurológicas.

E) Saponinas:

Pertencem ao grupo dos heterosídeos, que são


semelhantes aos glicosídeos, pois também possuem uma
molécula de açúcar ligada a uma fração aglicona.
Contudo, os heterosídeos se caracterizam por estar
ligados a açúcares diferentes da glicose. As saponinas
são assim chamadas por possuírem propriedade físico-
química de saponificar substâncias lipossolúveis.
Possuem sabor variado e quando agitadas em solução
provocam o aparecimento de espuma, pois diminuem a
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tensão superficial da água.

As saponinas podem ser divididas em dois tipos, de


acordo com sua fração aglicona:

·Saponinas esteroidais, nas quais a fração aglicona é


um esteróide, e que ocorrem nos vegetais pertencentes à
ordem das Monocotiledôneas (plantas cujo embrião
possui apenas uma cotiledone ou folha embrionária).

·Saponinas triterpenicas, nas quais a fração aglicona é


um triterpeno (hidrocarboneto cíclico com 30 átomos de
carbono), e que ocorrem nos vegetais pertencentes à
ordem das Dicotiledôneas (plantas cujo embrião possui
duas cotiledones).

Nos vegetais parecem ter função de germinação e indução


da floração.

Entre as ações farmacológicas comuns apresentadas


pelas saponinas temos atividade mucolítica,
expectorante, diurética, antisséptica, antimicrobiana e
antiinflamatória. Abaixo alguns exemplos de atividades
farmacológicas especiais de algumas saponinas:

Nome da espécie Nome comum Saponina Atividade


farmacológica Glycyrrhiza glabra Alcaçuz glicirrizina
corticoide-like/antitussígena Bupleurum sinense Chai
Hu saicossaponinas imunomoduladora /redutora do
colesterol Panax ginseng Ginseng ginsenosídeos
adaptogênica /estimulante Aesculus hippocastanum
Castanha da India aescina aescigenina venotrópico /anti-
inflamatório

Como as saponinas saponificam as gorduras, elas podem


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ter ação hemolítica e necrotizante em doses excessivas,


ou se injetadas por via parenteral. Elas são absorvidas
por via oral, mas sua farmacologia ainda é pouco
conhecida porque apenas recentemente os autores
reconheceram a sua importância terapêutica.

F) Flavonóides:

Os flavonóides também são heterosídeos, ou seja,


possuem um açúcar diferente da glicose ligado a uma
fração aglicona. Nesses casos a fração aglicona
corresponde a um pigmento. O nome flavonóide vem de
flavus, que significa amarelo, já que esta é a principal cor
desses pigmentos. Existem dois tipos principais de
flavonóides:

·As flavanonas são flavonóides onde a fração aglicona é


uma flavona, que é um pigmento amarelado. Ocorrem
principalmente nas famílias Compositae, Rutaceae,
Pinaceae, Gramineae, Scrophularaiaceae, Polypodiaceae e
Leguminosae.

·Os flavonóides antociânicos são aqueles que a fração


aglicona é uma antocianina, que é um pigmento azul
comum nas flores. Ocorrem em vegetais que tem floração
colorida.

No vegetal, atuam na diferenciação celular, no


desenvolvimento de cotilédones e folhas ou então
pigmentam flores, folhas e frutos.

As ações farmacológicas comuns dos flavonóides são


antiinflamatória, estabilizadora do endotélio vascular,
antiespasmódica e ações cardiocirculatórias. Entre os
principais flavonóides conhecidos temos a rutina (de Ruta
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graveolens, ou arruda) e a hesperidina (comum no gênero


Citrus, como laranja e tangerina), com atividade
protetora de endotélio vascular e antiinflamatória.

Os flavonóides com maior importância terapêutica são os


derivados de flavonas. Eles são bem absorvidos por via
digestiva e sua toxicidade é baixa.

G) Mucilagens e Substâncias Pécticas:

São polissacarídeos, ou seja, polímeros da glicose e


outras oses, formando macromoléculas. As substâncias
pécticas são polímeros de menor tamanho que as
mucilagens, e possuem características próprias. As
mucilagens são assim chamadas devido ao aspecto
gelatinoso que apresentam ao serem misturadas com
água.

As mucilagens existem em algas e certos fungos e nas


famílias Rosaceae, Linaceae, Boraginaceae, Liliaceae,
Plantaginaceae, Malvaceae e Tiliaceae. No vegetal têm
importância na translocação da água por ocasião da
germinação.

As mucilagens não são degradadas pelas enzimas


digestivas, nem absorvidas devido a seu grande tamanho,
aumentando o bolo alimentar, por isso atuam como
laxativos, ou como reguladores do apetite. É o caso do
glucomanan, retirado da raiz do Konjac (Amorphophallus
konjac), usado como redutor do apetite. Externamente,
as mucilagens atuam como hidratantes por sua
capacidade de armazenar água.

As substâncias pécticas ou pectinas ocorrem em toda a


planta, mas principalmente nos frutos maduros, como a
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maçã (Pyrus malus); carambola (Averrhoa carambola) e


na banana (Musa sp). Como as mucilagens, as pectinas
não são degradadas nem absorvidas no tubo digestivo,
contudo possuem atividade constipante. Acredita-se que
sua função, nos vegetais, esteja relacionada ao
amadurecimento dos frutos.

H) Resinas:

As resinas não representam um grupo quimicamente


definido. São um complexo de substâncias heterogêneas,
em parte dissolvidas em óleos essencias. A base das
resinas é caracterizada pelas substâncias resinosas, que
são compostos com 25 ou mais átomos de carbono e seus
derivados aldeído e cetona, formando uma mistura que
pode ter 30 ou mais componentes diferentes.

As resinas circulam em canais e bolsas dos vegetais, e


formam sua seiva. O principal órgão dos vegetais onde as
resinas podem ser encontradas é o caule. A sua função é
de nutrição e circulação de substâncias entre as partes
do vegetal.

As substâncias resinosas são formadas por uma


transformação metabólica dos óleos essenciais,
resultante, em geral, de sua fusão. Elas estão misturadas
com outros compostos, e conforme a predominância
destes compostos na composição da resina, ela apresenta
aspecto e propriedades diferentes.

As resinas podem ser subdivididas em quatro tipos:

·As gomo-resinas são uma emulsão onde predomina uma


goma (polímero de glicídeos), misturada com óleos
essenciais e substâncias resinosas. Por isso costumam
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ser muito viscosas e se solidificam com rapidez. Podem


ser aromáticas e ocorrem nas famílias Anacardiaceae,
Zingiberaceae, Leguminosae, Compositae, Euphorbiaceae
e na ordem Coniferae, das Gimnospermas. Um exempo
de uma gomo-resina usada em Medicina é a mirra
(Commiphora myrrha), indicada como cicatrizante,
analgésica e antiinflamatória.

·O látex ou lacto-resina é uma emulsão leitosa, mais ou


menos opaca, cujo aspecto é característico. É formada
por compostos polimerizados e sua concentração de óleos
essenciais é baixa. Pode conter alcalóides, carboidratos,
minerais, gomas, pectina e ácidos graxos. Ocorre nas
famílias Asclepiadaceae, Apocynaceae, Compositae,
Euphorbiaceae, Moraceae, Papaveraceae e Sapotaceae.
As lactoresinas costumam ser muito tóxicas e raramente
são empregadas com fins terapêuticos.

·As óleo-resinas provêm da polimerização e oxidação


incompleta de óleos essenciais. A parte transformada se
dissolve na essência não alterada. Podem ter minerais,
ácidos graxos e carbohidratos em sua composição. São
substâncias espessas e possuem odor marcante por
serem ricas em óleos essenciais. Ocorrem nas famílias
Pinaceae, Anacardiaceae e Leguminosae. Um exemplo de
óleo-resina com emprego terapêutico é o óleo de copaíba
(Copaifera sp) usado popularmente como expectorante e
anti-séptico urinário.

·Os bálsamo-resinas são produtos resinosos líquidos ou


semilíquidos, aromáticos e de aspecto translúcido. Os
bálsamos são misturas onde predominam os éteres
formados de ácidos aromáticos e de resina-tanóis,
solubilizados em óleos essenciais. Ocorrem em
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Leguminosae, Hamamelidaceae, e Styracaceae. Um


exemplo de bálsamo-resina usado na medicina é o
bálsamo do Peru (Myroxylon pereirae) indicado como
cicatrizante.

I) Princípios amargos:

São substâncias que não possuem grupamento químico


definido, mas que têm como característica comum forte
sabor amargo, serem inodoras e amorfas. Em geral são
glicosídeos, saponinas, alcalóides e, eventualmente, óleos
essenciais.

No passado, dava-se especial importância aos princípios


amargos, mas esta importância diminuiu com o avanço
da fitoquímica. Mesmo assim, ainda hoje recomenda-se a
determinação do índice de amargor para uma análise
fitoquímica completa.

Apesar de não possuírem ação farmacológica marcante,


estimulam as papilas gustativas, o que, por via reflexa,
causa aumento das secreções digestivas. Por isto são
considerados tônicos digestivos.

Ocorrem em muitas famílias, mas são abundantes nas


Compositae e Gentianaceae.

J) Antraquinonas:

São substâncias policíclicas, com mais de 20 carbonos,


inodoras e com aspecto amarelado ou acastanhado.

Existem nas famílias Liliaciae, Leguminosae,


Rhamnaceae e Polygonaceae. Possuem ação laxativa,
cicatrizante, anti-séptica e antiinflamatória local. As
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antraquinonas não são bem absorvidas pelo tubo


digestivo, por isso, em geral seu emprego é cutâneo ou
para atuação no intestino.

Um exemplo é a babosa (Aloe vera), que possui aloína e


aloe-emodina, antraquinonas com atividade cicatrizante e
laxativa. Algumas antraquinonas podem ter efeito
carcinogênico com o uso muito prolongado.

L) Ácidos orgânicos:

São moléculas pequenas com um radical hidroxila,


produzidas durante o metabolismo intermediário da
célula vegetal. São encontradas em praticamente
qualquer planta medicinal, mas ocorrem em maior
concentração em plantas anuais ou bianuais (de ciclo
rápido), especialmente nas famílias Compositae,
Labiatae, Gramineae, Equisetaceae e Borraginaceae.

Às vezes podem ter função de carrear minerais sob a


forma de sais, ou estar ligados a alcalóides. Suas ações
farmacológicas costumam ser laxativa e diurética. Entre
os principais ácidos encontrados temos os ácidos málico,
cafeico, tartáreo, cítrico e oxálico.

Os ácidos orgânicos são bem absorvidos por via oral,


sendo excretados na urina. Em concentrações exageradas
podem causar irritação gástrica, diarréia e cistite. Em
pessoas com história de litíase renal, devem ser evitadas
plantas ricas em ácidos orgânicos, e particularmente o
ácido oxálico, como é o caso do trevo (Oxalis sp).

M) Fitosteróis

São esteróides de origem vegetal. Atuam na planta


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promovendo o seu desenvolvimento e crescimento. Não


possuem odor ou aspecto característico, sendo
encontrados em qualquer planta medicinal, em
concentração variável. Em algumas, como na família
Dioscoreaceae, seu teor é muito alto, justificando o uso
desta planta como matéria-prima para fabricação de
estrogênios semi-sintéticos.

Os fitosteróis são bem absorvidos por via oral e podem


ser metabolizados no fígado. Alguns, como o sitosterol
possuem ação estrogênica fraca, atuando nos receptores
estrogênico e modulando a produção e secreção
hormonal. Podem atuar regulando o fluxo de bile e
modificando o metabolismo do colesterol.

Noções sobre nomenclatura botânica e farmacológica


de plantas medicinais - Em geral, a maior parte das
plantas de importância medicinal e econômica está
incluída entre as Plantas Superiores ou Fanerógamas, ou
seja, plantas que produzem flores. Segundo a
classificação do botânico Engler, as Plantas Superiores
distribuem-se em duas divisões: Angiospermas e
Gimnospermas,sendo que a segunda divisão corresponde
às plantas com sementes nuas, isto é, sem um envoltório
(fruto).

As categorias botânicas seguintes à divisão, em ordem


decrescente, são: classe, ordem, família, gênero e espécie;
as classes das Angiospermas são Monocotiledôneas e
Dicotiledôneas.

Monocotiledôneas são as que, entre outras características,


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possuem o embrião com apenas uma folha embrionária


ou cotilédone, enquanto as Dicotiledôneas possuem duas
cotilédones.

A ordem das Monocotiledôneas compreende, por exemplo,


as famílias das Liliáceas, gramíneas e palmáceas.

A ordem das Dicotiledôneas subdivide-se em três


subordens:

·Dicotiledôneas dialipétalas.

Onde as pétalas são individualizadas e livres umas das


outras. Nesta subordem estão classificadas famílias como
as ranunculáceas, rosáceas, leguminosas, cariofiláceas e
crucíferas.

· Dicotiledôneas gamopétalas.

Onde as pétalas são fundidas entre si, mas distingue-se


uma corola de pétalas. Neste subgrupo encontramos
famílias como as solanáceas, labiatas e compostas.

. Dicotiledôneas apétalas.

Onde não é possível distinguir-se uma corola de pétalas.


Compreende famílias como as urticáceas e
quenopodiáceas.

Além dos vegetais superiores ou plantas Fanerógamas,


existe o ramo dos Criptógamos ou vegetais inferiores.
Criptogamo significa "reprodução oculta", pois estes
vegetais não se reproduzem através das flores.

Pode haver categorias intermediárias, como subfamília e


categorias infra-específicas, como subespécie, variedade e
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forma.

Exemplo da classificação de um vegetal:


Stellaria dichotoma L. var.lanceolata Bge.

 Classe: Angiosperma.
 Ordem: Dicotiledônea.
 Sub-ordem: Dialipétala.
 Família: Cariofilácea.
 Gênero: Stellaria.
 Espécie: Stellaria dichotoma.
 Variedade: Lanceolata.

Em geral, os textos referentes às plantas medicinais citam


apenas as categorias família, gênero e espécie. Sendo
assim, temos por exemplo o café, representante da família
Rubiaceae, cujo nome científico é Coffea arabica L. O
nome científico é sempre um binômio de substantivos
latinos ou latinizados, que devem vir sublinhados
separadamente ou em itálico, seguidos pela abreviatura
do nome do autor; o primeiro nome corresponde ao gênero
e a primeira letra deve ser maiúscula, enquanto que o
segundo corresponde à espécie e deve ser escrito em letra
minúscula, com algumas exceções, como por exemplo em
Copaifera langsdorffii Desf., onde o autor fez uma
homenagem ao naturalista Langsdorff.

A prescrição de plantas medicinais pode ser feita de várias


maneiras. Quando o extrato de plantas medicinais está
padronizado e industrializado, como é o caso do Ginkgo
biloba, a prescrição pode ser feita usando-se o nome
comercial da preparação, e a posologia preconizada.
Nestes casos o fabricante está obrigado a colocar as
informações botânicas e fitoquímicas na bula, como no
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exemplo abaixo:

Nomenclatura botânica e parte utilizada:


Ginkgo biloba L. (Ginkgoaceae). Folhas.

Cada cápsula contém:


Extrato seco padronizado de Ginkgo Biloba (Ginkgo biloba
L.) a 24% de ginkgoflavoglicosídeos.......40mg

Nome botânico da espécie, em latim e nome do autor:


Ginkgo biloba L.

Parte utilizada do vegetal: Folhas

Família: Ginkgoaceae

Forma farmacêutica e posologia: Extrato seco padronizado


a 24% de ginkgoflavoglicosídeos 40 mg

Se a formulação é uma prescrição de plantas medicinais


manipuladas, exige-se do médico o emprego da
nomenclatura farmacêutica específica. É uma
unanimidade entre os autores e recomendação da
Organização Mundial da Saúde que as plantas medicinais
sejam chamadas pelo seu nome botânico. Esta
nomenclatura, além de ser a cientificamente aceita, evita
confusões, já que o nome popular pode designar espécies
diferentes ou variar de região para região.

Conforme o preconizado em farmacopéia, além do nome


botânico, deve ser acrescentado na prescrição a parte do
vegetal utilizada terapeuticamente, a forma farmacêutica
a ser empregada. Isto é necessário, pois partes diferentes
da mesma planta podem ter ações ou toxicidade
diferentes, e cada forma farmacêutica tem sua posologia
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própria. Assim a forma correta de designar uma planta


medicinal numa prescrição é a seguinte:

Nome botânico da espécie, em latim: Ginkgo biloba

Parte utilizada do vegetal: Folhas

Forma farmacêutica: extrato fluido 1:1

Posologia indicada: tomar 2 ml duas vezes ao dia

Qualidade em Medicamentos Fitoterápicos - Com a


redescoberta das plantas medicinais e a entrada no
mercado de produtos fitoterápicos, foi necessária a busca
de parâmetros para o seu controle de qualidade, já que
aqueles métodos utilizados para os fármacos
convencionais, eram inadequados para este novo produto.
Como controlar a qualidade de uma planta que possui
mais de 100 substâncias químicas misturadas?
Este desafio levou a um enorme esforço de pesquisa para
encontrar formas de padronizar os extratos, o que já é
possível. Contudo, este controle exige uma série de
cuidados que começam na escolha das espécies utilizadas,
até um acompanhamento das variações fitoquímicas
durante o processo de extração dos princípios ativos. Por
isso o controle de qualidade pode ser dividido em várias
etapas e procedimentos diferentes:

A) Controle das Matrizes

Matrizes são as plantas medicinais de onde originam as


espécies utilizadas para extração do fitoterápico. O
primeiro passo na localização das matrizes é a sua
classificação botânica. É fundamental que cada matriz
tenha o certificado botânico emitido por um especialista,
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para que seja reconhecida como tal. Contudo, ter o


certificado botânico não é suficiente para caracterizar
matriz de boa qualidade. Após a introdução dos métodos
analíticos modernos, que serão descritos abaixo, foi
observado que na mesma espécie havia uma grande
variedade fitoquímica. Foi demonstrado que esta
variedade, em parte, era devida à carga genética do
vegetal. Ou seja, alguns exemplares daquela espécie
tinham uma capacidade sintética maior que os outros.
Com isto surgiu uma estratégia de conseguir exemplares
de uma espécie com grande capacidade de síntese dos
princípios ativos, e submetê-las a um processo de
propagação para produzir as mudas com qualidade para se
transformarem em fitoterápicos.

Esse processo requer a coleta de material em populações


de plantas de várias origens, para então, cadastrá-las,
determinar seu perfil fitoquímico, comparando-o ao padrão
desejado, para descobrir quais têm potencialidades para
serem matrizes para a produção.

Quando a planta ainda não tem sua fitoquímica totalmente


estudada, como é o caso de muitas das plantas brasileiras,
há necessidade de isolar e descrever as novas moléculas,
para que o perfil fitoquímico da espécie seja estabelecido e
possa ser usado como padrão.

B) Controle do plantio

Após conseguir boas matrizes, existem muitos outros


obstáculos a serem superados para a produção de uma
planta medicinal rica em princípios ativos. Pesquisadores
descobriram que diversos fatores como clima, altitude,
composição do solo e a competição com outras espécies no
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meio ambiente podem determinar o aumento ou


diminuição da produção de princípios ativos pelas plantas
medicinais. Portanto, cada espécie tem que ter o seu
parâmetro de cultivo definido, com todas as variáveis
acima preestabelecidas, para que a qualidade da matéria-
prima vegetal seja garantida.

C) Controle da Matéria Prima Vegetal

A planta medicinal, após ser colhida, é chamada de


Matéria Prima Vegetal. Para que os seus princípios ativos
sejam preservado através do transporte, é necessário que a
Matéria Prima Vegetal sofra um processo de secagem
imediatamente após a sua colheita. Este processo de
secagem não pode ser em calor excessivo e exige baixa
umidade do ar para ser rápido. Se a secagem for mal feita,
a Matéria Prima Vegetal pode perder qualidade ou ser
contaminada por fungos. Depois de seca será
encaminhada ao laboratório onde é submetida a várias
análises, descritas a seguir.

C1) Análise morfológica

A análise morfológica consiste em observar a morfologia da


planta com o auxílio de um microscópio ou lupa. Esta
análise permite identificar a espécie (apesar das matrizes
estarem estabelecidas, esta análise visa evitar troca de
mercadoria na remessa), e identificar elementos estranhos
contaminantes tais com insetos e ovos de helmintos.
Existe um limite, estabelecido por normas internacionais,
para a quantidade de contaminantes num lote de Matéria
Prima Vegetal. Alguns contaminantes, como fungos e ovos
de helmintos, caracterizam aquele lote como sem
qualidade para produção de fitoterápicos.
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C2) Análise bacteriológica

A Matéria Prima Vegetal é inoculada em meios de cultura


para identificar a contaminação por bactérias com
potencial patogênico para o homem, tais como Salmonella
e Shigella. Normalmente a Matéria Prima Vegetal passa por
um processo de esterilização, mas a presença de um
número excessivo de bactérias que produzem toxinas, vai
caracterizar aquele lote como sem qualidade para
produção de fitoterápicos.

C3) Análise química

Desde épocas imemoriais, o controle e o uso dos


medicamentos populares obtidos a partir das plantas eram
feitos com base no conhecimento ancestral, documentado
ou simplesmente oral, transmitido de geração em geração
pelos poucos entendidos dos segredos químicos da
Natureza.

Com o desenvolvimento de laboratórios de produção de


medicamentos fitoquímicos, as matérias-primas eram
selecionadas somente qualitativamente pela identificação
das plantas e verificação de suas condições organolépticas.
Os produtos fabricados eram controlados gravimétrica
e/ou volumetricamente a partir das quantidades dos
materiais adicionados. Os métodos de armazenagem e
produção (secagem ao sol, armazenamento em cavernas,
extrações alcoólicas etc.) procuravam contornar a falta de
domínio das tecnologias de desidratação, liofilização,
esterilização etc. para conservar e prolongar as
propriedades dos medicamentos. Sua ação clínica e
toxicológica, ainda fortemente baseada nos conhecimentos
tradicionais de causa e efeito, começou a ser testada em
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ambulatórios ou clínicas, na maior parte das vezes ligados


diretamente aos profissionais responsáveis pela
formulação do fitoterápico. A estabilidade ou a validade do
produto era determinada também pela alteração das
características organolépticas, ou pela observação de que
cessara seu efeito.

O progresso exponencial da Fitoquímica, decorrente do


desenvolvimento da Cromatografia como uma poderosa
técnica analítica de separação, aliado ao estrondoso
sucesso comercial e terapêutico de alguns poucos produtos
comerciais obtidos a partir de plantas, estimulou a
indústria farmacêutica a investir pesadamente no ramo,
resultando em maior controle físico-químico, clínico e
toxicológico. Paralelamente, foram concentradas grandes
somas na pesquisa, isolamento e síntese dos princípios
ativos dos produtos naturais, por um lado encarecendo a
sua disponibilidade para o consumidor, mas, por outro,
proporcionando grande desenvolvimento tecnológico. Este
cenário predominou durante cerca de quatro décadas.

No final da década passada, observou-se que o uso do


constituinte sintético muitas vezes não apresentava a
mesma eficácia do extrato natural, porque o princípio
ativo, na sua ação terapêutica, era coadjuvado por outras
substâncias, também presentes no vegetal original, em
grande diversidade e em baixas concentrações. Como é
inviável isolar, identificar e sintetizar todos os
constituintes de uma planta ou de um dos seus
componentes (raiz, caule, folhas etc.), torna-se mais eficaz
utilizar todo o extrato em lugar do somente chamado
princípio ativo. Ganha relevo então o controle dos
fitoterápicos pelos perfis cromatográficos e
espectrofotométricos, que abrangem todos os
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constituintes, igualando-se em importância aos estudos de


identificação dos princípios ativos.

Atualmente o controle das matérias-primas, além da


cuidadosa caracterização fitomorfológica, utiliza recursos
microscópicos de alta resolução, e técnicas
cromatográficas para verificar a composição e para
detectar a presença de xenobióticos (aditivos químicos e
agrotóxicos). Já o controle físico-químico de qualidade dos
produtos fitoterápicos inclui todos os aspectos da sua
composição química, orgânica e inorgânica, molecular e
elementar, qualitativa e quantitativa. Ao lado das
determinações físico-químicas tradicionais (umidade, teor
de sólidos, teor de cinzas, densidade, viscosidade etc.),
destaca-se o uso das técnicas cromatográficas,
especialmente a cromatografia gasosa (CG - Gás
Chromatography) , a Cromatografia Líquida de Alto
Desempenho (CLAD ou HPLC - High Performance Liquid
Chromatography) e a cromatografia em camada fina (TLC -
Thin Layer Chromatography), além das técnicas
espectrofotométricas como a do ultravioleta e do
infravermelho. Os controles clínicos e toxicológico
utilizados são os mesmos aplicados rigorosamente para os
outros fármacos, assim como os que determinam a
validade e estabilidade das formulações.

As técnicas de análise químicas podem ser utilizadas para


análise do padrão de qualidade químico de uma Matéria
Prima Vegetal ou de um extrato. Para tanto, podem ser
utilizados dois parâmetros básicos:

Fitocomplexo: Quando identifica-se um grupamento


fitoquímico como principal responsável pelas ações de uma
planta medicinal, a qualidade pode ser expressa através da
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quantificação definida, ou numa faixa, deste princípio


ativo.
Exemplo: Cynara scolymus (Alcachofra), contendo 0,45%
de cinarina
Cynara scolymus (Alcachofra), contendo de 0,45 a 0,55%
de cinarina.

Marcador: Marcador é uma substância química, em geral


identificada como principal substância ativa daquela
espécie vegetal, e cuja presença se relaciona com a
atividade do extrato da planta.
Exemplo: Panax ginseng (Ginseng), contendo 30% de
ginsenosídeos.
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DICAS DE FITOTERAPIA

O que são fitoterápicos?

São medicamentos preparados a partir de plantas medicinais


que possuem propriedades de cura, prevenção de doenças ou
tratamento sintomático.

- Qual a eficácia dos fitoterápicos?

As plantas medicinais vêm sendo usadas por todos os povos


e culturas, desde a antiguidade, como principal forma de
tratamento e manutenção da saúde. Isto, por si só, é
considerado uma prova de eficácia pela Organização Mundial
de Saúde. Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia,
aliado ao interesse em se confirmar o conhecimento da
medicina popular, as plantas medicinais estão tendo seu
valor terapêutico pesquisado e ratificado pela ciência e seu
uso pelos médicos vem crescendo.

- Como conseguir os melhores resultados?

Como todo remédio, para se conseguir os melhores


resultados, você precisa de uma indicação correta, obter um
medicamento de boa procedência e seguir as instruções de
dosagem recomendadas na bula ou determinadas pelo
médico.

- Por que um mesmo medicamento fitoterápico apresenta


várias ações e indicações?

As plantas medicinais possuem, em geral, muitas


substâncias ativas em sua composição química. O número
de compostos com atividade costuma ser maior que 30,
podendo haver mais de 200. Essas substâncias somam suas
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ações, determinando o efeito da planta medicinal. As diversas


substâncias podem se combinar de diversas maneiras,
resultando em ações específicas. Como são observadas
muitas substâncias e muitas combinações possíveis, cada
planta possui muitas ações terapêuticas. Este conjunto de
substâncias ativas presentes em uma planta medicinal é
denominado de fitocomplexo.

- Por que muitos fitoterápicos são produzidos com mais de


uma planta medicinal?

A associação de plantas medicinais é um recurso utilizado


pela medicina popular para aumentar a eficácia dos
fitoterápicos. Contudo as associações devem seguir
determinados critérios. Procure orientação de seu médico.

- Qual a diferença entre fitoterapia e homeopatia?

Os medicamentos homeopáticos utilizam diluições extremas


de plantas, minerais e animais para estimular a capacidade
de cura do organismo.

Os fitoterápicos também são usados no tratamento do corpo


como um todo e estimulando a cura, porém aplicando uma
concentração maior, em dosagens parecidas com as da
medicina convencional.

- Se a dose for aumentada, funciona melhor?

Não. As instruções de dosagem devem ser seguidas


rigorosamente para que se obtenham os melhores resultados.

- Mulheres grávidas ou que estejam amamentando podem


tomar fitoterápicos?

Em geral, o melhor é evitar qualquer remédio durante a


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gestação ou amamentação. Nestas condições é importante


consultar o médico antes de tomar qualquer medicamento.

- Por quanto tempo devo tomar o medicamento fitoterápico?

Até se perceber melhora ou durante o período prescrito na


receita. Não desaparecendo os sintomas, deve-se comunicar
ao médico. Contudo, lembre-se que o uso prolongado deve
ser evitado, exceto se prescrito pelo médico.

- Posso associar vários medicamentos fitoterápicos ao mesmo


tempo?

Embora, tradicionalmente, utilize-se a associação de ervas


medicinais em formulações, estas devem ser administradas
de forma criteriosa e sob a orientação de um profissional da
área de saúde. As plantas medicinais possuem, muitas vezes,
efeitos farmacológicos parecidos, podendo, desta forma,
potencializar suas ações.

- Posso associar fitoterapia com alopatia?

Sim, porém sob o acompanhamento médico. Assim como um


fitoterápico pode potencializar a ação de um outro
fitoterápico, pode potencializar os efeitos de medicamentos
alopáticos, podendo causar reações adversas.

- Os fitoterápicos servem apenas para tratar doenças


simples?

Não. Contudo, no tratamento de enfermidades sérias, deve-se


sempre procurar orientação médica.

- Posso comunicar ao meu médico que estou tomando um


fitoterápico?
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Sim, você deve sempre comunicar ao seu médico qualquer


medicamento que você esteja tomando, seja ele sintético ou
fitoterápico. Em todo caso, é sempre bom mostrar ao seu
médico a embalagem e a bula do fitoterápico que você está
utilizando.

- Os fitoterápicos causam efeitos colaterais?

São raros os casos de efeitos indesejáveis (efeitos colaterais)


na utilização dos remédios fitoterápicos, desde que utilizados
na dosagem correta. Se sentir qualquer mal estar deve
suspender o medicamento e consultar um médico.

- Como armazenar os medicamentos fitoterápicos?

Para a conservação ideal mantenha sempre os recipientes


bem fechados dentro das embalagens. Os recipientes devem
ser guardados ao abrigo da luz e em local fresco e seco. Os
fitoterápicos possuem prazo de validade claramente
indicados na embalagem. Siga rigorosamente este prazo e
dispense medicamentos com o prazo de validade vencido.
Deve-se manter todos os medicamentos fora do alcance de
crianças.

- Posso preparar um medicamento fitoterápico com


antecedência?

No caso do medicamento ser um chá, é possível prepará-lo,


coá-lo e armazená-lo na geladeira no máximo por 24 horas.
No caso da solução oral, deve-se diluí-la somente no
momento do uso. Caso esteja fazendo uso de mais de uma
solução oral, embora possa tomá-las no mesmo momento,
evite diluí-las na mesma água.

- Os medicamentos fitoterápicos, por si só, podem tratar


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doenças?

Os medicamentos, em geral, não somente aqueles a base de


plantas medicinais, devem ser considerados como recursos
auxiliares dentro de um programa terapêutico global, como a
dieta específica para o caso, a prática de exercícios físicos
com acompanhamento médico e mudanças de alguns hábitos
de vida prejudiciais à saúde.

- Posso dar fitoterápico para o meu filho?

Sim, existem alguns fitoterápicos que podem ser usados nas


crianças, desde que utilizados nas dosagens equivalentes ao
peso da criança. Contudo, muitos fitoterápicos não têm sua
segurança estabelecida para o uso pediátrico. Recomenda-se
que procure sempre orientação médica antes de dar qualquer
medicamento para crianças, principalmente as abaixo de
dois anos.

- Posso dar fitoterápico que contem álcool em sua


composição para crianças?

Não, o uso de medicamentos com álcool é contra-indicado


para crianças abaixo de doze anos, devido ao risco de lesão
hepática e a indução do alcoolismo.

- E pessoas com doenças hepáticas graves e crônicas, podem


usar medicamentos com álcool em sua composição?

Não, o uso de medicamentos com álcool é contra-indicado


para pessoas com doenças graves e crônicas no fígado, pois
pode agravar a doença.

- E pessoas com sensibilidade ao álcool, alcoólicos e ex-


alcoólicos, podem tomar medicamentos com álcool?
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Não, o uso de medicamentos com álcool é contra-indicado


para pessoas sensíveis e com pré-disposição ao alcoolismo.
p> Ao comprar plantas medicinais fique atento!

Plantas medicinais precisam de cuidados especiais para


garantir sua qualidade. Existem diversos problemas que
podem afetar a qualidade das plantas medicinais que você
está comprando. Se quer se tratar com plantas medicinais
deve ficar atento a todos estes problemas.

Espécie adequada:

Um problema frequente é o uso equivocado de uma planta


que não é medicinal ou que não surte o efeito desejado. Isso
ocorre devido a vários motivos:

a) Emprego de uma nomenclatura inadequada. Não se deve


comprar plantas medicinais sem que se saiba o nome
botânico da espécie que se pretende usar. Isso porque uma
planta medicinal pode ter vários nomes populares e, um
nome popular pode designar mais de uma espécie medicinal.
Por exemplo, o hipérico (Hypericum perforatum), uma planta
com ações antidepressivas, muito usada hoje em dia, tem
sido chamada também de Erva de São João. Contudo, por
esse nome popular, pelo menos mais 3 espécies são
conhecidas, dependendo da região: artemísia comum
(Artemisia vulgaris), o mentrasto (Ageratum conyzoides) e o
paracari (Stemodia viscosa). Por outro lado, uma planta
medicinal pode ter muitos nomes comuns, e o nome
empregado pelo fornecedor pode ser diferente. Neste caso, a
planta existe mas não pode ser identificada. Por exemplo, o
aperta ruão (Piper aduncum) também é conhecido pelos
seguintes nomes: erva de jaboti, jaborandi do mato, matico-
falso, pimenta-de-macaco, tapa-buraco, fruto-ganchoso,
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pimenta-longa. Por isso, a planta deve ser sempre


identificada pelo seu nome botânico. O nome botânico da
espécie deve ser sempre exigido ao fornecedor, para não
haver dúvidas.

b) Adulteração: ocorre quando o fornecedor, por falta de


conhecimento adequado ou por má fé, utiliza uma espécie
errada no lugar da planta medicinal verdadeira. Isto costuma
ocorrer quando uma planta fica famosa e a procura por ela é
muito grande. É o caso da Espinheira Santa (Maytenus
ilicifolia). Após sua fama ter se espalhado a coleta predatória
quase levou a planta à extinção. Com a dificuldade de se
conseguir a espinheira santa verdadeira, surgiram no
mercado várias adulterações, algumas com uma espécie
suspeita de ser tóxica. Apenas quem compra de alguns
fornecedores que desenvolveram cultivos controlados da
espinheira santa, que são muito poucos, obtém a planta
certa. Por isso, estima-se que cerca de 80% da espinheira
santa existente hoje no mercado seja adulterada.

Para evitar a adulteração a planta medicinal deve ter um


laudo de reconhecimento botânico. Esse laudo deveria estar
na embalagem do produto, mas nossa legislação ainda não
prevê esta exigência. A solução é telefonar para a empresa
fornecedora perguntando o nome do especialista que
reconhece e dá o laudo para as espécies comercializadas. Se
não houver este especialista, o produto não é confiável.

Produção adequada

A produção de plantas medicinais precisa ser adequada para


garantir sua qualidade. Existem duas fontes básicas de
plantas medicinais:

a) Extrativismo: toda vez que se extrai uma planta da


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natureza, é importante fazê-lo com respeito, ou seja, sem


causar danos ao meio ambiente. As plantas extraídas da
natureza têm como vantagem à riqueza em princípios ativos,
ou seja, têm uma boa ação terapêutica, pois a competição
com outras espécies muitas vezes é que faz surgirem estas
substâncias ativas nos vegetais. Para se extrair uma planta
da natureza sem causar danos, dois cuidados são
necessários: não extrair espécies em ameaça de extinção,
como o jaborandi (Pilocarpus microphyllus) e a espinheira
santa (Maytenus ilicifolia) e utilizar um método extrativo que
não mate o vegetal, ou adotar técnicas de manejo sustentado.
O ideal, novamente, seria a empresa colocar um selo de
garantia de extrativismo ecologicamente correto em seus
produtos.

b) Cultivo: o cultivo de plantas medicinais exige uma série de


cuidados. O local tem que ser livre de poluição e de
contaminação por agrotóxicos, e as condições de solo,
altitude e clima semelhantes às condições encontradas onde
a planta cresce espontaneamente. A adubação química ou de
origem animal não pode ser feita. Apenas um tipo de
adubação, conhecido por compostagem, é tolerado. O vegetal
tem que ser adaptado na região e o que define esta adaptação
é o fato dele completar seu ciclo biológico (florescer, frutificar
e reproduzir) e serem identificados na sua constituição
química aquelas substâncias que caracterizam a espécie.
Muitos vegetais podem necessitar mais de cinco anos de
cultivo para que se tornem produtivos. Pode ser necessário
empregar técnicas avançadas de biotecnologia. É um
trabalho cuidadoso que exige muita técnica, muita paciência
e um investimento a longo prazo para ser concluído. Ao final,
a planta medicinal terá um protocolo de cultivo, que
garantirá a qualidade de sua produção.
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Controle de qualidade

No momento inicial da produção do medicamento


fitoterápico, assim como no final de sua produção, são
colhidas amostras que são submetidas a um processo
chamado Controle de Qualidade. O Controle de Qualidade é
feito com o uso de aparelhos modernos, com tecnologia de
ponta, como o HPLC (Cromatografia Líquida de Alta
Performance), a cromatografia gasosa, o espectrômetro de
massa etc., visa determinar dois pontos básicos da análise
qualitativa:

a) Se as substâncias ativas daquela planta medicinal estão


presentes em concentrações adequadas para seu uso.

b) Se existe algum contaminante, seja químico (metal pesado,


agrotóxico) ou biológico (bactérias, fungos, insetos ou ovos de
vermes), indesejado naquele lote de plantas.

Quando a planta medicinal é um medicamento registrado no


Ministério da Saúde, há uma exigência de controle de
qualidade. Quando o produto é vendido sem registro na
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, essa exigência não
é tão rigorosa, e a maior parte das empresas não faz este
controle adequadamente. Por isso nestes casos, é preciso
telefonar para a empresa e perguntar quais são os critérios
de Controle de Qualidade, para ter certeza de que a planta
medicinal é de boa qualidade.

Monografia de Produtos

Kava Kava

Medicamento de venda sob prescrição médica


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Composição: Kava Kava (Piper methysticum Forst.)

Forma farmacêutica e apresentação:


Frasco com 60 cápsulas de origem vegetal contendo 150 mg
de extrato seco padronizado de Kava Kava a 40% de
Kavalactonas.
Blister com 30 cápsulas de origem vegetal contendo 150 mg
de extrato seco padronizado de Kava Kava a 40% de
Kavalactonas.

Indicações:
- Ansiedade: como ansiolítico e modulador do sistema
mesolímbico e amígdala (áreas do Sistema Nervoso Central),
para ansiedade de origem não psicótica.
- Estresse mental: como ansiolítico e relaxante muscular
para estresse associado à ansiedade, tensão emocional e
nervosismo.
- Depressão ansiosa de grau leve: como ansiolítico e
antidepressivo suave para estados depressivos de pequena
intensidade associados à ansiedade.
- Insônia: como ansiolítico e regulador do sono no tratamento
de insônia.

Indicações complementares
- Síndrome climatérica: como ansiolítico, antidepressivo e
regulador do sono, para auxiliar no tratamento dos sintomas
de síndrome climatérica.

Ação terapêutica:
- Medicamento ansiolítico, sedativo e relaxante muscular.

- Local de ação: sistema nervoso e músculos.

- Atividades ansiolítica e sedativa: as ações ansiolítica e


sedativa da Kava kava estão relacionadas com sua ação
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moduladora do sistema límbico, que junto com outras áreas


do cérebro, controlam o comportamento emocional e as
tendências pessoais. A sua ação moduladora dos receptores
GABA-A e dos neurotransmissores e inibidora dos canais de
cálcio, que reduz a atividade elétrica cerebral, estão
relacionadas às ações ansiolítica e sedativa.
- Atividade relaxante muscular: A Kava Kava possui ação
relaxante muscular devido tanto a sua ação direta na
musculatura, quando por sua ação central.

Kava Kava apresenta efeito sedativo, ansiolítico e relaxante


muscular semelhante aos benzodiazepínicos, porém sem
causar dependência física e psíquica.

Precauções, advertências e contra-indicações:


- Em caso de hipersensibilidade à Kava Kava ou aos seus
componentes, descontinue o uso.
- Não deve ser usado na gravidez e amamentação.
- Siga a posologia recomendada.
- Não deve ser usado em Doença de Parkinson e
parksionismo de outras etiologias, pois a Kava Kava pode
causar sintomas extrapiramidais em pacientes sensíveis
levando ao agravamento dos sintomas de Parkinson.
- Depressão severa de origem endógena ou psicótica: o uso
de medicamentos ansiolíticos, como a Kava kava, nesses
casos pode agravar o quadro sem trazer benefícios
significativos.
- Kava Kava não pode ser usada em associação à outros
medicamentos com ação no sistema nervoso sem orientação
médica
- Não ingerir bebidas alcoólicas quando estiver em uso de
Kava Kava, sem antes solicitar orientação médica.
- Kava Kava pode potencializar os efeitos do álcool.
Portanto, pessoas em uso de Kava Kava que tenham ingerido
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bebidas alcoólicas devem evitar a condução de veículos ou a


operação de máquinas e equipamentos pesados.
- Benzodiazepínicos: a Kava Kava pode potencializar a
atividade sedativa de benzodiazepínicos.
- Barbitúricos, antihistamínicos e outros medicamentos de
ação sedativa: a Kava Kava pode potencializar medicamentos
com ação sedativa.
- Fenotiazínicos e outros medicamentos que bloqueiam
receptores dopamínicos: apesar de não estar claro os efeitos
da interação que existe entre essas drogas, é necessário
cuidado caso haja associação entre elas.

Reações adversas:
- Pessoas sensíveis podem apresentar, embora raramente,
alterações cutâneas, visuais e queixas inespecíficas descritas
a seguir:
- Desconforto epigástrico, fadiga, tremores, cefaléia, agitação,
desconforto generalizado.
- Dermopatia da Kava Kava: caracteriza-se por lesões
descamativas localizadas no tronco, mãos e pés,
acompanhadas de hiperceratose e secura da pele. A
dermopatia da Kava Kava é dose dependente, ocorrendo
apenas em indivíduos que ingerem grandes quantidades de
Kava kava, muito superiores às doses terapêuticas aqui
indicadas.
- Reações alérgicas: prurido e eritema cutâneo.
- Alterações visuais: alteração do reflexo de acomodação
ocular, visão turva, diplopia e pupilas dilatadas. Contudo
esses relatos são muito raros.
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Passiflora

Composição: Maracujá (Passiflora alata Dryand.) e


Mulungu (Erythrina mulungu Martius)

Forma farmacêutica e apresentação:


Solução oral:
Frasco de vidro contendo 80 ml

Indicação:
- Insônia: como sedativo suave e ansiolítico - Ansiedade:
como sedativo suave e ansiolítico

Principais princípios ativos:


Alcalóides (harmana, harmina, eritrina)
Glicosídeos cianogênicos (passiflorina)
Flavonóides (aspergina)

Ação terapêutica:
- Medicamento sedativo suave e relaxante muscular.

- Local de ação: sistema nervoso e músculos.

- Atividade sedativa: O extrato de Maracujá e o de


Mulungú agem como depressor suave do SNC, resultando
em ação sedativa, prolongando o tempo de sono e
reduzindo a atividade locomotora; possui ação
anticonvulsivante e antiespasmódica da musculatura lisa.

- Atividade relaxante muscular: os extratos de Passiflora e


Mulungú apresentam ação no sistema nervoso causando
relaxamento da musculatura lisa.

Passiflora apresenta efeito sedativo e relaxante muscular


semelhante aos benzodiazepínicos, porém sem causar
dependência física e psíquica.
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Ginseng

Composição: Ginseng (Panax ginseng C.A .Meyer)

Forma farmacêutica e apresentação:


Frasco de 60 cápsulas vegetais contendo extrato seco
padronizado de Ginseng a 30% de ginsenosídeos.

Indicações:
- Estresse físico e mental
- Pacientes convalescentes
- Fadiga e redução da memória associados a senilidade

Principais princípios ativos:


Saponinas triterpênicas: Ginsenosídeos, panaxosídeos

Ação terapêutica:
- Medicamento adaptogênio e modulador físico e mental

- Local de ação: metabolismo celular e sistema nervoso

- Atividade adaptogênia: somatório das ações do Ginseng no


metabolismo celular e no sistema nervoso, o qual facilita a
adaptação do organismo frente a situações de stress.
- Atividade no metabolismo celular (ação antifadiga): a
atividade antifadiga do Ginseng ocorre através de sua ação
estimulante no SNC e sua ação em melhorar o metabolismo
energético durante o exercício prolongado. Diminui a
produção de ácido lático, pois aumenta a transformação de
ácidos graxos em energia, poupando os estoques de
glicogênio e melhorando a eficiência do metabolismo
oxidativo.
- Atividade no sistema nervoso: ação moduladora sobre o
sistema nervoso, particularmente sobre os centros
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superiores através da ação reguladora de


neurotransmissores e através do eixo hipófise supra-renal.

Precauções, advertências e contra-indicações:


- Pessoas com hipersensibilidade ao Ginseng ou a seus
componentes não devem utilizá-lo.
- Seguir a posologia recomendada.
- Em caso de hipersensibilidade ao produto, descontinuar o
uso.
- Não devem fazer uso de Ginseng pessoas com
enfermidades agudas, trombose coronária, doenças
cardíacas severas e hemorragias, hipersensibilidade
nervosa, esquizofrenia, histeria e mania.
- O uso de Ginseng na gravidez e amamentação não é
recomendado.
- O uso de Ginseng em diabéticos submetidos ao uso de
hipoglicemiantes orais ou de insulina deverá ser feito sob
supervisão médica.
- Ginseng apresenta efeito no aparelho cardiovascular. Seu
uso em pacientes com alterações cardíacas importantes
deve ser evitado, e o uso em pessoas com alterações leves e
moderadas da pressão arterial deve ser feito sob supervisão
médica.
- Utilizar Ginseng por no máximo 3 meses, ou por um
período de 15 a 20 dias, seguidos de um intervalo de 2
semanas, ou de acordo com orientação médica.
- Ginseng não deve ser usado com Inibidores da MAO, como
a fenelzina, estimulantes centrais e esteróides.

Reações adversas:
Apenas o uso prolongado do Ginseng em altas doses pode
apresentar efeitos adversos tais como alterações
cardiovasculares, leves alterações digestivas, aumento da
taxa de androgênio e estrogênio, insônia e agitação.
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Ginkgo biloba

Medicamento de venda sob prescrição médica

Composição: Ginkgo biloba (Ginkgo biloba L.)

Forma farmacêutica e apresentação:


Frasco com 90 cápsulas vegetais contendo 40 mg extrato
seco padronizado de Ginkgo biloba a 24% de
Ginkoflavoglicosídeo.

Indicações:
- Redução da Memória
- Doenças degenerativas cerebrais : demência, doença de
Alzheimer em estágios iniciais
- Doença cérebro-vascular isquêmica: como preventivo
devido ao efeito vasodilatador cerebral e protetor do sistema
nervoso central.
- Insuficiência vascular periférica: claudicação intermitente,
tromboangeíte obliterante, fenômeno de Raynaud,
fragilidade capilar
- Distúrbios do equilíbrio: vertigens, zumbido no ouvido,
Síndrome de Menière

Indicações complementares:
- Retinites e retinopatias: como vasodilatador, protetor do
sistema nervoso e estabilizador da microcirculação.
- Como antioxidante: bloqueador de radicais livres e
protetor estrutural das membranas celulares.

Principais princípios ativos:


Terpenos (6%): ginkgolídeos e sesquiterpenos bilobalideos.
Flavonóides/Ginkgoflavoglicosídeos (24%): flavonas,
bioflavonas, catequinas, proantocianidinas, flavonóis
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Ações terapêuticas:
- Medicamento vasodilatador cerebral, antioxidante e
protetor do tecido nervoso.

- Local de ação: circulação geral e cérebro

- Atividade no sistema vascular cerebral: Ginkgo possui


ação vasodilatadora cerebral por vários mecanismos de
ação. Os principais são devido a ação inibidora do PAF
(Fator de Agregação Plaquetária) e por ação direta nas
células endoteliais dos vasos sangüíneos aumentando a
secreção de EDRF (Fator Endotelial Vaso Relaxante). Além
disto o Ginkgo reduz a formação de placas de gordura na
parede dos vasos, prevenindo o desenvolvimento de
ateroesclerose.
- Atividade protetora do tecido nervoso: Ginkgo possui efeito
protetor do tecido nervoso devido a sua ação antioxidante,
sua ação vasodilatadora cerebral, resultando num aumento
de suporte de O2 e glicose e numa redução do estresse
oxidativo que causa o envelhecimento celular. Outra ação
no sistema nervoso é na síntese e recaptação de
neurotransmissores cerebrais, incrementando a
transmissão de impulsos nervosos, explicando a sua ação
na melhora da memória.

- Atividade antioxidante: O efeito antioxidante ocorre


através do bloqueio de moléculas instáveis, os radicais
livres, resultantes do metabolismo oxidativo da glicose.
Estas moléculas possuem um alto poder de reatividade
química, podendo causar destruição de proteínas e lipídeos
estruturais, além de mutações genéticas. Os radicais livres
vêm sendo apontados como um dos fatores responsáveis
pela doença aterosclerótica, pela doença isquêmica do
coração, por vários tipos de neoplasia e até pelo processo de
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envelhecimento celular. Em nível tecidual, o extrato de


Ginkgo possui efeito estabilizador de membrana,
antioxidante e bloqueador de radicais livres, inibindo a
peroxidação lipídica da membrana celular produzida pelas
formas instáveis de oxigênio ou pelo radical hidroxila.

Precauções, advertências e contra-indicações:


- Pessoas com hipersensibilidade ao Ginkgo ou aos seus
componentes não devem utilizá-lo.
- O Ginkgo não deve ser usado na gravidez e amamentação.
- Seguir a posologia recomendada.
- Em caso de hipersensibilidade ao produto, descontinuar o
uso.
- Pacientes hipertensos: pode haver queda discreta e
progressiva da pressão arterial com uso de Ginkgo. A
utilização deve ser feita sob supervisão médica.
- Medicamentos de ação hipotensora, tanto os diuréticos,
quanto os bloqueadores alfa e beta adrenérgicos: o uso
concomitante de Ginkgo com medicamentos hipotensores
deve ser realizado sob supervisão médica.
- Ácido acetilsalicílico (Aspirina(r)): o extrato de Ginkgo pode
induzir sangramento espontâneo quando usado
cronicamente em associação ao ácido acetilsalicílico. Evite
esta associação.
- Medicamentos antitrombolítico: Ginkgo não deve ser
usado em associação a medicamentos antitrombolíticos
devido a sua atividade inibidora do PAF.

Reações adversas:
- Pessoas sensíveis podem apresentar sintomas digestivos
(azia, náusea e vômitos), cefaléia, reações cutâneas,
hipotensão arterial passageira.

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