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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

FITOTERAPIA E
FITOLOGIA

Elias Abrão Neto

TERAPEUTA HOLISTICO
CTH 11071/06 - CRK 10195 – INTA 0007 MG/BR

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
HISTÓRICO DO USO DOS FITOTERÁPICOS

O Conhecimento histórico do uso de plantas medicinais se dá ao longo da História da Humanidade que pela
própria necessidade humana, as plantas foram os primeiros recursos terapêuticos utilizados.
Estudos arqueológicos têm mostrado através da análise de pólens e outros materiais, que os homens das
cavernas já utilizavam plantas medicinais. As primeiras testemunhas do uso das plantas na medicina, foram
os papiros egípcios, os escritos chineses nas folhas de bambu e as taboas de argila dos Sumérios. No Papiro
de Ebers, de 1550 a. C. descoberto em meados de século passado em Luxor, no Egito, foram mencionadas
cerca de 700 drogas diferentes, incluindo extratos de plantas, metais (chumbo e cobre) e veneno de animais
(Almeida, 1993 in Carneiro, S. M. de B, 1997).
Entre as mais antigas civilizações, a medicina, através das plantas medicinais, já era praticada e transmitida
desde os tempos mais remotos: na antiguidade egípcia, grega e romana, quando acumularam-se
conhecimentos empíricos e foram transmitidos posteriormente, através dos Árabes à seus descendentes
europeus (Alzugary e Alzugary, 1983 in Silva, Édina B., 1997).
A arte de embalsamar cadáveres foi desenvolvida pelos antigos egípcios, evitando que estes entrassem em
estado de putrefação. Foram necessários vários experimentos com muitas plantas para dar conhecimento ao
mundo e deixar tal arte como herança (Alzugary e Alzugary, 1983 in Silva, É. B.,1997).
No ano 3.000 a.C., os países orientais praticavam o cultivo de plantas medicinais tendo como iniciante SHE
UING (Alzugary e Alzugary op. cit.in Silva, É. B.,1997).
Assírios e Hebreus também se dedicaram ao cultivo de várias plantas consideradas úteis (Balbach, op. cit.in
Silva, É. B.,1997).
A Índia foi considerada por alguns autores como o Eldorado dos Medicamentos Ativos, pela riqueza de sua
flora medicinal (Delaveau, in Silva, É. B., 1997). O primeiro Tratado de Medicina só aparece mil anos antes
de Jesus Cristo no vale do Tigre e Eufrates (atual Irã e Iraque).
Posteriormente vieram os estudos de Hipócrates (460-377 AC), Dioscorides (100 DC) e Galeno (130-200
DC). Hipócrates, considerado “o pai da medicina”, com a publicação da “Corpus Hippocraticum”,
consagrando a existência da terapia com os vegetais. Sucedeu-o Dioscoride que, com seu famoso trabalho
“De Matéria Médica”, constitui para o aumento do arsenal fitoterápico. Mais tarde, já nos anos 160 e 180 D.
C., surge o médico grego Galeno, que inicia a “Farmácia Galênica” utilizando somente os vegetais. A
medicina deixa o esoterismo e a imprevisibilidade dos caprichos divinos e avança cientificamente no terreno
da terapêutica, classificação das doenças, posologia e diagnóstico. Durante mil anos, porém, fez-se trevas na
Europa, e só em 1220 nasce a
primeira Grande Escola de Medicina da Idade Média, em Salerno, perto de Roma, fundada por Carlos
Magno. Os estudos de Farmácia avançaram celeremente neste período. Extratos alcoólicos, como o vinho ou
os destilados como a vodka e o gim, já eram bem conhecidos na Europa para extrair o "espírito das plantas".
A partir do início da sintetização de substâncias de estrutura química definida e de ação farmacológica iniciou
a Fitoterapia um ciclo declinante, com a diminuição da prescrição médica de produtos vegetais. As plantas
medicinais foram praticamente esquecidas, cedendo lugar às sintéticas. Tal fase percorre o início da década
de 50 até o final dos anos 70. Os grandes centros de pesquisas em todo mundo direcionaram, com o vivo
entusiasmo, vultosos recursos, tanto governamentais como de iniciativa privada, para a pesquisa de
propriedades curativas das plantas medicinais. Multiplicaram-se na imprensa informações sobre as vantagens
da farmacobotânica. Tal movimento naturalmente acompanhado pelo surgimento de um número expressivo
de estabelecimentos comerciais especializados em ervas.
Quando o Brasil foi descoberto, a Fitoterapia reinava praticamente sozinha, não havia vacinas nem os
medicamentos sintéticos, que só aparecem no final do século XIX com a aspirina. É essencial não esquecer
que o grande mestre de Piso, foi o Índio brasileiro, e ele honestamente em mais de uma passagem reconheceu
a superioridade da terapêutica indígena sobre a européia. Note-se o testemunho de Piso em Pernambuco:
"Os Índios precedem de laboratórios, ademais, sempre tem à mão sucos verdes e frescos de ervas. Enjeitam os
remédios compostos de vários ingredientes, preferem os mais simples, em qualquer caso de cura, visto que
por estes medicamentos os corpos não ficam tão irritados." (Pereira, op. cit in Silva, Édina B., 1997).
Estima-se que somente de 1% a 3% das espécies vegetais conhecidas foram estudadas. Com a redução
progressiva de grande parte desta biodiversidade, ocorrerá também uma enorme perda científica e econômica,
principalmente para os países menos desenvolvidos. No comércio de plantas medicinais e produtos
fitoterápicos encontra-se em expansão em todo o mundo em razão de diversos fatores, como o alto custo dos

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medicamentos industrializados ou o próprio modismo além da constatação dos efeitos medicamentosos
produzidos com o seu uso. A má qualidade destes produtos no Brasil, no entanto, é um fato conhecido e que
colabora para que grande parte dos médicos deixem de prescrever e até colocam em dúvida a ação dos
fitoterápicos (Stelfelld, 1955;
Farias et al., 1985), razão pela qual constantemente a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA
tem elaborado legislações para a produção destes medicamentos. E apesar do crescimento de programa de
farmacovigilância, a atividade de farmacovigilância para estes produtos ainda é pequena no Brasil.

No momento em que o primeiro ser humano surgiu no planeta, as plantas já existiam havia mais de 400
milhões de anos. Da forma como os conhecemos hoje, os primeiros vegetais apareceram durante a Era
Paleozóica, no período Siluriano. Eles evoluíram a partir dos organismos eucariontes fotossintetizantes, uma
espécie de algas primitivas.
O homem moderno, o Homo sapiens, só ganhou forma e vida cerca de 50 mil anos atrás. A partir de então
começou a fazer uso das plantas. Há registros antigos, como desenhos em cavernas, escritos e símbolos, que
revelam uma ligação muito íntima do homem com a natureza, principalmente com as plantas.
As plantas também sempre tiveram um papel muito importante na cultura, religião, medicina, estética e
alimentação dos povos. Em relatos e documentos antigos, elas eram designadas como "dádivas dos criadores"
e vistas com grande respeito e admiração por muitas civilizações.
Nos rituais da Antigüidade, os chamados "Iniciados no Mistério" eram preparados, durante longos períodos,
com a ingestão de ervas, além de banhos e inalações por meio de incensos feitos de plantas consideradas
mágicas. Acreditava-se que, usando essas técnicas, o corpo, a mente e o espírito dos magos e sacerdotes
estariam purificados para a comunicação direta com os mundos superiores.
Com o passar do tempo, o estudo da botânica evoluiu, pois o homem foi desenvolvendo um senso aguçado e,
aos poucos, classificando e catalogando as espécies em função de seu uso para os mais diversos fins. Essa
classificação se tornou possível, a princípio, pela observação direta da forma das plantas: o formato das
folhas, dos caules ou troncos e das raízes.
As espécies tidas hoje como medicinais ou tóxicas começaram a serem classificadas pelo uso prático dos
antigos habitantes da Terra. Muitas vezes, uma planta medicinal era descoberta simplesmente por apresentar
uma morfologia semelhante a alguma parte do corpo humano e, assim, associada a ele no processo de cura.
As ervas aromáticas, em especial, devido aos seus poderosos óleos essenciais, também foram empregadas
desde o início dos tempos para a elaboração de cosméticos naturais, perfumes, dentifrícios e sabões. A mirra,
o benjoim e a lavanda, por exemplo, já eram usados havia milhares de anos em perfumes e aromatizantes
raros. A sálvia era utilizada para branquear os dentes: bastava criar o hábito de mascar suas folhas.
Cada civilização, em cada parte do mundo, foi compilando suas diferentes experiências de forma empírica,
deixando acumular até os nossos dias um vasto e inestimável conhecimento sobre as ervas, em grande parte
comprovado pela ciência moderna.

Brasil

As plantas e os primórdios da colonização.

O Brasil tem uma das mais ricas biodiversidades do planeta, com milhares de espécies em sua flora e fauna.
Possivelmente, a utilização das plantas – não só como alimento, mas também como fonte terapêutica –
começou desde que os primeiros habitantes chegaram ao Brasil, há cerca de 12 mil anos, dando origem aos
paleoíndios amazônicos, dos quais derivaram as principais tribos indígenas do país.
Pouco, no entanto, se conhece sobre esse período. As primeiras informações sobre os hábitos dos indígenas só
vieram à luz com o início da colonização portuguesa, a começar pelas observações feitas na Ilha de Santa
Cruz pelo escrivão Pero Vaz de Caminha, da esquadra de Pedro Álvares Cabral, em sua famosa Carta a El Rei
D. Manuel.
Um pouco mais tarde, entre 1560 e 1580, o padre José de Anchieta detalhou melhor as plantas comestíveis e
medicinais do Brasil em suas cartas ao Superior Geral da Companhia de Jesus. Descreveu em detalhes
alimentos como o feijão, o trigo, a cevada, o milho, o grão-de-bico, a lentilha, o cará, o palmito e a mandioca,
que era o principal alimento dos índios. Anchieta citou também verduras como a taioba-roxa, a mostarda, a
alface, a couve, falou das frutas nativas como a banana, o marmelo, a uva, o citrus e o melão, e mostrou a
importância que os índios davam às pinhas das araucárias.

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Das plantas medicinais, especificamente, Anchieta falou muito em uma "erva boa", a hortelã-pimenta, que era
utilizada pelos índios contra indigestões, para aliviar nevralgias e para o reumatismo e as doenças nervosas.
Exaltou também as qualidades do capim-rei, do ruibarbo-do-brejo, da ipecacuanha-preta, que servia como
purgativo, do bálsamo-da-copaíba, usado para curar feridas, e da cabriúva-vermelha.
Outro fato que chamou a atenção do missionário foi a utilização dos timbós pelos índios, especialmente da
espécie Erythrina speciosa, Andr. O timbó, de acordo com o Aurélio, é uma "designação genérica para
leguminosas e sapindáceas que induzem efeitos narcóticos nos peixes, e por isso são usadas para pescar.
Maceradas, são lançadas na água, e logo os peixes começam a boiar, podendo facilmente ser apanhados à
mão. Deixados na água, os peixes se recuperam, podendo ser comidos sem inconveniente em outra ocasião".
Quase tudo que se sabe da flora brasileira foi descoberto por cientistas estrangeiros, especialmente os
naturalistas, que realizaram grandes expedições científicas ao Brasil, desde o descobrimento pelos portugueses
até o final do século XIX. Essas expedições tinham o intuito de conhecer e explorar as riquezas naturais do
país, conhecer a geologiae a geografia do Novo Mundo, bem como determinar longitudes e latitudes para a
elaboração de mapas.
Essas aventuras empreendidas pelos naturalistas, inclusive alguns brasileiros, contribuíram sobremaneira para
a descrição de milhares de espécies de plantas e animais do Brasil. Conheça algumas dessas expedições:

1501-1570 –
Américo Vespúcio (italiano, 1454-1512), Thevet (francês) e Jean de Léry(francês, 1534-1611): Foram os
primeiros a explorar a fauna e a flora do país, descrevendo, de acordo com uma citação do pesquisador
Newton Freire-Maia, "plantas e animais, os esquisitos frutos dos trópicos e as aves vistosas de nossas
florestas". Léry, pastor calvinista e escritor, publicou o livro Narrativa de uma viagem feita à terra do Brasil
também dita América (1578).

1638-1644 –
Jorge Marcgrave (alemão, 1610-1644) e Guilherme Piso (holandês): Vieram a convite de Maurício de Nassau,
em 1638, para estudar a fauna e a flora brasileiras. Marcgrave construiu o primeiro observatório astronômico
da América (1639). Publicaram na Europa o livro História natural do Brasil e descreveram de forma detalhada
os hábitos dos brasileiros em relação ao uso das plantas medicinais, especialmente os chás e ungüentos
receitados pelos curandeiros negros, mulatos e caboclos — os quais, mais do que os pajés indígenas,
ensinaram aos europeus suas receitas naturais.

1783-1792 –
Alexandre Rodrigues Ferreira (brasileiro, 1756-1815): Ficou conhecido pelo cognome de "Humboldt
brasileiro". Realizou extensas investigações em todos os ramos das ciências naturais, enviando um grande
número de manuscritos e espécimes botânicos, zoológicos e mineralógicos para o Real Museu da Ajuda, em
Portugal. Boa parte de sua obra foi pilhada pelos franceses em 1808, durante a invasão de Portugal pelas
tropas de Junot, marechal do exército de Napoleão.

1800 –
Friedrich Heinrich Alexander, o Barão von Humboldt (alemão, 1769-1859): Na companhia de outro
naturalista, o francês Aimé Bonpland, Humboldt viajou entre 1799 e 1804 por vários países latinos
(Venezuela, Cuba, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e México). Na sua jornada coletou material suficiente
para escrever 30 volumes da monumental obra Voyage aux régions é quinoxiales du nouveau continent, fait
en 1799,
1800, 1801, 1802, 1803 et 1804. Nessa obra, descreve várias espécies de plantas brasileiras.

1816-1821 –
Hyppolyte Taunay (francês): Preparador do barão e naturalista Georges Cuvier, veio ao país em 1816 com a
finalidade de coletar espécimes vegetais para o Jardin des Plantes, de Paris. Em parceria com o historiador
francês Jean Ferdinand Denis (1798-1890), publicou um livro sobre o Brasil, em 1822.

1816-1822 –
Augustin François César Provençal de Saint-Hilaire (francês, 1779-1853):
Botânico, ficou no Brasil entre 1816 e 1822, percorrendo os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas

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Gerais, Goiás, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Conheceu as nascentes do Jequitinhonha e do
São Francisco até Rio Claro. Viajou a cavalo ou em lombo de burro, em caminhos muitas vezes abertos com
facão por seus acompanhantes escravos. Nos sertões, acabou servindo como médico para diversas
comunidades, pois conheceu inúmeras plantas medicinais pelo país. Coletou cerca de 7 mil espécies vegetais e
publicou mais tarde os livros Plantas usuais do povo brasileiro (1824), História das plantas mais notáveis do
Brasil e do Paraguai (1824) e Flora do Brasil Meridional (1825), obras até hoje consultadas na biblioteca de
botânica da Universidade de Paris. Leia um texto de Saint-Hilaire.

1817-1835 –
Johann-Baptist von Spix (zoólogo alemão, 1781 — 1827) e Karl Friedrich von Phillip Martius (botânico
alemão, 1794-1868): Chegaram ao país em 1817, junto com outro naturalista, o austríaco Johann von Natterer
(1787-1843). Faziam parte de uma comissão de naturalistas que acompanhou a duquesa Leopoldina d’Áustria,
que se tornou a primeira imperatriz do Brasil ao se casar com D. Pedro I. Estudaram profundamente a fauna e
a flora brasileira, descobrindo espécies novas. Spix publicou os livros O desenvolvimento do Brasil desde o
descobrimento até o nosso tempo (1821) e Viagempelo Brasil (1823-1831). Martius publicou quase dez livros
sobre o Brasil. De botânica, especificamente, foram dois: Gêneros e espécies de palmeiras (1823-1832) e a
monumental Flora brasiliense (1840-1868). Spix e Martius voltaram para a Europa em 1820, enquanto
Natterer ficou até 1835.

1822-1829 –
Georg Heinrich von Langsdorff (alemão, 1774-1852): Médico e naturalista, passou pela primeira vez pelo
litoral brasileiro em 1803, em viagem de circunavegação. Voltou ao Rio de Janeiro em 1813, como cônsul da
Rússia. Em 1824, iniciou uma série de viagens pelo Brasil patrocinadas pelo czar Alexandre I, para as quais
contratou o artista Johann Moritz Rugendas (1802-1859), o biólogo Georg Freyriss (1789-1825) e o botânico
Ludwig Riedel (1790-1861). Entre 1824 e 1825, esteve na província de Minas Gerais, onde Rugendas
abandonou a expedição. Entre 1825 e 1829, acompanhado pelos artistas franceses Aimé-Adrien Taunay
(1803-1828) e Antoine Hercule Florence (1804-1879), que substituíram Rugendas, além do mesmo grupo de
cientistas, o barão de Langsdorff empreendeu uma viagem ao Amazonas. A viagem terminou tragicamente,
com a morte do jovem Taunay, afogado no Rio Guaporé, e a loucura de Langsdorff, aparentemente provocada
por febres tropicais. Além dos desenhos e manuscritos, o acervo remetido para a Rússia durante a viagem
incluía cerca de 100 mil amostras de espécies da flora tropical.

1825-1830 e 1835-1880 –
Peter Wilhelm Lund (dinamarquês, 1801-1880): Estudou a fauna e a flora, mas suas pesquisas eram
predominantemente de ordem paleontológica. Decidiu morar no Brasil, em Lagoa Santa (MG), por causa do
clima, pois o frio das margens do Báltico prejudicava sua saúde.

1832-1836 –Charles Darwin (inglês, 1809-1882): Viajando ao redor do mundo a bordo do


Beagle, entre 1831 e 1836, ficou pouco mais de quatro meses no Brasil. Na ida da viagem, em 1832, passou
algumas horas do dia 20 de fevereiro na Ilha Fernão de Noronha (atual Fernando de Noronha), 18 dias em
Salvador (29 de fevereiro a 18 de março) e três meses no Rio de Janeiro (4 de abril a 5 de julho). Na volta,
percorreu novamente a costa brasileira, passando por Salvador (1°a 5 de agosto) e Recife (12 a 19 de agosto).
Apesar de não poupar críticas à miséria e à condição dos escravos no Brasil, Darwin fez um relato
emocionado sobre as florestas da América. Leia um trecho do relato de Darwin.

1848-1859 –
Alfred Russel Wallace (inglês, 1823-1913) e Henry Walter Bates (inglês, 1825-1892): Co-descobridores da
Teoria da Evolução, de Charles Darwin, os naturalistas chegaram juntos ao Pará em 1848 e tomaram rumos
diferentes. Bates seguiu pelos rios Negro e Solimões, onde estudou a fauna e um pouco da flora, morando
durante oito anos no vilarejo de Tefé. Retornou para a Inglaterra em 1859, levando uma coleção de 14.712
espécies de animais e vegetais, muitas delas novas para a ciência. Publicou o livro The naturalist on the river
Amazonas (1863), traduzido para o português em 1944, no qual descreve muitas ervas medicinais usadas
pelas populações ribeirinhas do Solimões. Wallace ficou no país somente até 1852, viajando por outros rios da
Amazônia, mas perdeu sua valiosa coleção na saída do país, depois que seu brigue (embarcação de dois
mastros), chamado Helen, sofreu um incêndio e naufragou próximo à cidade de Belém.

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1852-1897 –
Fritz Müller (alemão, 1821-1897): Emigrou para o Brasil, indo morar em Blumenau, onde se dedicou à
agricultura e à descrição de inúmeras espécies de plantas, peixes e crustáceos. Manteve correspondência
assídua com Haeckel e Darwin, que o considerava "o príncipe dos observadores". É criador de um conceito
importantíssimo para a genética e a teoria da evolução, o da ontogenia: "A ontogenia, ou desenvolvimento do
indivíduo, é a recapitulação breve e rápida da filogenia, ou desenvolvimento genealógico da espécie à qual ele
pertence".

1863-1866 –
Eugênio Warming (dinamarquês): Morou por três anos em Lagoa Santa (MG), onde estudou muito a
vegetação do cerrado. De volta à Europa, publicou os livros Lagoa Santa: Contribuição para a geografia
fitobiológica (1892), traduzido para o português em 1908 por Alberto Loefgren, e As comunidades vegetais
(1895), primeiro livro de ecologia do mundo.

1865-1866 –
Jean-Louis Rodolphe Agassiz (suíco, 1807-1873): Também foi discípulo de Cuvier em Paris, depois fixou
residência nos Estados Unidos. Veio ao Brasil na ThayerExpedition, financiada pelo milionário americano
Nathaniel Thayer. Estudou principalmente a fauna ictiológica da Amazônia, encontrando 1.800 novas
espécies de peixes — mais do que as conhecidas no Atlântico, o dobro das do Mediterrâneo e dez vezes mais
do que as espécies que Lineu conhecia em todo o mundo. Publicou diversos livros sobre o Brasil, entre eles
História física do vale do Amazonas, Geografia do Brasil e O Rio Amazonas (1867) e ainda Uma viagem pelo
Brasil (1868).

1884-1907 –
Emile Auguste Goeldi (suíço, 1859-1917): Chegou ao Brasil para trabalhar no Museu Nacional do Rio de
Janeiro, a convite do governo imperial. Com a queda da monarquia, transferiu-se para Belém, onde fundou o
Museu Goeldi (1900), de história natural, rebatizado em 1931 por Museu Paraense Emílio Goeldi. Viajou pela
região estudando a fauna amazônica e realizando expedições arqueológicas. Colaborou também nos trabalhos
relativos à questão de limites do Brasil com a Guiana Francesa. Voltou para a Suíça em 1907, onde faleceu
dez anos mais tarde. Entre suas obras estão Aspectos da natureza do Brasil, Maravilhas da natureza da Ilha de
Marajó e Álbum das aves amazônicas (1900-1906).

Leia um trecho de Flora brasiliensis.


Martius e sua Flora brasiliensis

O botânico alemão Karl Friedrich von Phillip Martius nasceu em Erlange, atual Alemanha, em 1794. Aos 23
anos, durante o curso de medicina, optou pelo estudo da botânica relacionada à medicina. Veio para o Brasil
custeado pelo governo de seu país. Aqui estudou, coletou mais de 15 mil amostras de espécies da flora nativa,
e as descreveu cientificamente, sendo descobridor de 160 novos gêneros e 5.689 novas espécies de plantas.
Voltou para a Alemanha em junho de 1820.
Sua grandiosa obra Flora Brasiliensis, importantíssima para o estudo da botânica e da química farmacêutica
do Brasil, foi escrita em 40 volumes, rica e detalhadamente ilustrados por 3.811 estampas feitas pelos
melhores desenhistas da época.
Catalogou e classificou inúmeras plantas medicinais, conhecidas e usadas pelo povo brasileiro no século 19,
em seu livro Systema de matéria médica vegetal brasileira. Para chegar à redação final deste livro, o autor
reuniu três séculos de conhecimentos sobre a flora brasileira em 90 títulos de autores e idiomas diferentes. Sua
preocupação nessa obra era fornecer informações confiáveis e precisas para que os poucos médicos existentes
no Brasil pudessem usar as plantas nativas, em vez de importar remédios da Europa.
Martius sistematizou as plantas medicinais brasileiras usando três critérios: nome da família a que pertence a
planta, o princípio ativo dominante (conhecido na época) e a grafia dos nomes das plantas, que algumas vezes
aparecem escritos com nome popular. Os remédios caseiros também foram incluídos em sua classificação.
Confira alguns trechos do livro Systema de matéria médica vegetal brasileira:
"É mais eficaz uma planta usada fresca, colhida na época certa e a parte certa, do que seca e guardada por
anos nas gavetas das boticas. Tenho toda a confiança que o progresso da medicina está também apoiado na

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doutrina do medicamento específico, e quanto mais estudarmos o valor medicinal das espécies, melhor
trataremos da cura das doenças."
"As suas virtudes (dos remédios caseiros) somente serão acreditáveis pela continuação da
sua fama entre os habitantes. Por isso considerei não haver razão para deixá-los fora deste trabalho, até para
que possam ser apreciados por analogias com outros remédios, e que muitas vezes, na falta do principal,
tornam-se extremamente úteis."
"Muito se engana quem acredita que todas as plantas medicinais brasileiras de que o povo faz uso foram
indicadas pelos índios. Pelo menos metade delas foram indicadas pelos colonos e pelos habitantes pretos. E
aos índios, poucas perguntas fizemos a respeito do uso de plantas medicinais. Os que sabem são, na grande
maioria das vezes, velhos e mulheres velhas que fazem as vezes de médicos, mas sujeitos a tradições
obscuras."
"Um grande número das plantas mencionadas de fato já era de conhecimento e uso dos índios brasileiros, em
conseqüência de suas virtudes medicinais. Tais como: as espécies falsas e verdadeiras de ipecacuanha, a
contra-erva, a spigelia, o bálsamo de copaíba, a resina de jataí das espécies de Himenea, as sementes de anda e
de urucum."
"Reunidas todas as plantas, terá o médico à sua disposição como que legiões inteiras preparadas para
combater as moléstias, e até mesmo será tal a superabundância de remédios, e os seus diversos princípios
ativos, que antes por excesso do que por falta terá o colega de pensar para decidir o que receitar. É por meio
da observação do período e forma de colheita que nasce o conhecimento de que os médicos precisam para
distinguir e conhecer as circunstâncias em que as plantas devem ser colhidas e usadas, assim como é feito
pelos médicos europeus."
Algumas plantas medicinais descritas por Martius.
Assa-peixe: Boehmeria caudata, erva usada em banhos contra as dores de hemorróidas e
Pilea muscosa, planta musgosa com espinhos em forma de dardos, usada na Bahia contra a disúria
(dificuldade para urinar).
Umbaú
ba: Planta do gênero Cecropia, da família das moráceas. Conhecida também por ambaíba ou ambaú ba. O
suco da C. peltata (amabitinga) é refrigerante, empregado (com leite ou cozido com cevada e açúcar) contra a
diarréia e a gonorréia.
Aguara ciunha-açu ou jacua-acanga: Tiaridium indicum, planta usada como desobstruente e mundificante
(purificante), empregada nas feridas, e úlceras e outras afecções cutâneas provenientes do calor.
Cipó-chumbo: Do gênero Cuscuta (C. racemosa Humboldt, C. umbellata e C. miniata Martius), o suco dessa
planta é usado contra irritações pulmonares, tosses com expectoração sangüínea e rouquidão. A planta
dessecada é colocada em feridas. Contém mucilagem e tanino.

China

A sabedoria milenar da China inclui um vasto conhecimento sobre as plantas. Os chineses, já em tempos
remotos, classificavam as plantas de acordo com seu uso na alimentação e na fitoterapia. Os taoístas tinham
grande devoção à natureza, prezavam a harmonia e o respeito a tudo o que é vivo. Eles tinham como base
filosófica e religiosa a completa solidariedade entre o homem e a natureza.
Na culinária, a China acabou sendo uma grande escola para o Oriente e, mais tarde, para o Ocidente. Os
chineses sempre foram hábeis na criação de novos pratos, repletos de criatividade, temperos e condimentos
inusitados para os tempos antigos, como o gengibre, o alho e as sementes de gergelim.
Na China Antiga, a medicina era caracterizada por uma riqueza excepcional quanto aos detalhes. Para os
chineses, o número cinco tinha um simbolismo especial, pois caracterizava o Universo com seus cinco
elementos (metal, madeira, fogo, terra e água) e com os cinco principais órgãos do corpo humano (coração,
pulmões, rins, fígado e baço).Além disso, faziam relações entre as plantas, cores e os órgãos do corpo
humano.
Os historiadores costumam dizer que os chineses eram mais próximos da sabedoria do que da ciência. Os
documentos médicos mais antigos de que temos notícia são dos chineses, que, já por volta de 3700 a.C.,
diziam em seus tratados de medicina que para cada doença havia uma planta que seria seu remédio natural.
A primeira farmacopéia chinesa teria sido escrita por Shen Nung, um imperador sábio que viveu entre 3700 e
2600 a.C. O imperador foi o primeiro a preparar os extratos de ervas, chegando a fazer ensaios e análises da
composição, dos efeitos e das propriedades dos extratos, que eram dados com precaução aos doentes. Seu

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trabalho foi registrado em um livro preservado até hoje, o "Ervanário de Shen Nung". Diz a lenda que o
imperador podia observar com facilidade o que acontecia em seus órgãos, especialmente quando tomava
algum de seus preparados de ervas, porque tinha o abdômen transparente.
Nos dias de hoje, a medicina chinesa mostra-se ainda muito rica no que diz respeito ao uso das plantas na
saúde. Muitas das ervas de alto poder cosmético que estão sendo estudadas e usadas atualmente são
provenientes da China e já eram usadas havia algum tempo por aquele povo.
A medicina chinesa influenciou muito, de início, a medicina japonesa. Esta acabou, mais tarde, trilhando seu
próprio caminho, sempre com a prevalência do uso de produtos vegetais e animais nos processos terapêuticos.
Por fim, os japoneses –que catalogaram mais de 800 variedades de ervas em suas práticas terapêuticas –
contribuíram para influenciar a medicina do Ocidente.

Egito

A civilização egípcia teve seu apogeu em mais ou menos 3000 a.C. Já nessa época os egípcios tinham uma
alimentação elaborada. Ao que parece, foram eles que inventaram a forma moderna de preparar pães e, nas
grandes comemorações, chegavam a apresentar mais de 40 tipos, feitos com trigo, leite, ovos, mel e outros
ingredientes.
Os governos do Antigo Egito deixaram registrados nos papiros a especial atenção que davam à alimentação.
Os alimentos eram quase sempre preparados de forma ritualística e as refeições constituíam momentos muito
especiais, onde todas as pessoas se reuniam, discutiam assuntos e comiam calmamente.
Essa característica peculiar pode ser comprovada pelas inscrições nas paredes das tumbas, feitas de forma
cuidadosa, mostrando grandes recipientes cheios de alimentos, sempre ligados a símbolos espirituais. Na
prática, os egípcios construíram câmaras especiais em homenagem aos seus deuses, onde eram colocadas
oferendas de alimentos como grãos, bebidas e ervas de alta qualidade.
No Antigo Egito, a medicina sempre esteve vinculada à astrologia, e havia uma forte relação entre as plantas
medicinais, planetas e signos correspondentes. Os egípcios utilizavam as plantas condimentares de muitas
formas, deixando-as até mesmo nas tumbas dos faraós e personalidades importantes para que estes fizessem
uma viagem segura aos outros planos de existência.
São comuns as citações dos papiros relatando a adoração que o povo tinha pelas plantas. O mais famoso deles
é o Papiro Ebers, datado de 1550 a.C., que contém centenas de fórmulas mágicas e remédios populares usados
na época. Esse papiro está exposto no Museu de Leipzig, na Alemanha, e contém uma coletânea de
aproximadamente 125 plantas, entre elas o anis, a alcaravia, a canela, o cardamomo, a mostarda, as sementes
de gergelim, o açafrão e as sementes de papoula.
A história da aspirina também pode ser traçada a partir do Antigo Egito, onde se combatiam inflamações com
um extrato obtido da casca do salgueiro. Esse extrato é que,mais tarde, permitiu a síntese do ácido
acetilsalicílico – lançado comercialmente pela empresa alemã Bayer, em 1899, com o nome de aspirina.
Na civilização egípcia, a cosmética também atingiu o nível de arte, voltada exclusivamente para engrandecer a
beleza e o refinamento exótico que já reinava em todo o povo. Nos grandes templos, as essências perfumadas
e os incensos eram oferecidos diariamente como presentes aos deuses para que estes, por sua vez,
mantivessem a proteção sobre o grande faraó e todo o seu povo.
As mulheres dessa época já dispunham de grande quantidade de elementos para seu embelezamento, o qual
era extremamente valorizado em todos os estratos da sociedade.Óleos e bálsamos perfumados eram dispersos
no corpo ou misturados ritualisticamente em banhos.
Muitas plantas eram cadastradas como elementos ricos de promoção do bem-estar físico, tais como a
camomila, que era usada em óleos de massagem para acalmar dores musculares ou simplesmente para se obter
um profundo relaxamento. Suas flores eram dispersas também nas águas mornas das banheiras,
proporcionando momentos únicos de prazer.
De acordo com o historiador e egiptólogo francês Pierre Montet, os cuidados com a aparência física tiveram
seu auge no reinado dos Ramsés (por volta de 800-700 a.C.). Nesse período, era comum banhar-se em águas
perfumadas pelo menos de manhã e antes das principais refeições. Os habitantes tinham o hábito de despejar a
água sobre a cabeça e ficar dentro de uma bacia com areia e ervas aromáticas purificadoras. Juntavam, então,
substâncias dissolventes das gorduras da pele, provavelmente contendo cinzas e argila. A toalete diária era
usada com requinte, e havia uma preocupação excessiva com o asseio geral e com a maquilagem. As mulheres
costumavam pintar ao redor dos olhos fazendo com que parecessem mais alongados. A tinta tinha ações anti-
sépticas eficazes, que, além de embelezar, impediam o desenvolvimento de inflamações nos olhos, tão

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comuns naquela época.
Os cabelos, por sua vez, eram perfumados com essências nobres. Os cabeleireiros eram hábeis em inventar
penteados exuberantes, criar tinturas únicas e produzir bonitas perucas coloridas. Além de tudo isso, eram
correntes ainda os cuidados com as unhas dos pés e das mãos e o uso de verniz para cobri-las.
Os egípcios preocupavam-se muito com o odor de seus corpos e, além de perfumes diversos, costumavam
fazer uma mistura de terebentina e incenso contra os cheiros fortes do suor. Essa preocupação deu origem ao
desenvolvimento da arte da perfumaria. No reinado da rainha Cleópatra, amante do imperador romano Júlio
César, o Egito era salpicado de perfumes raros e delicados, feitos à base de ingredientes exóticos que eram
trazidos de outras regiões do Oriente.
A rainha Cleópatra obrigava suas servas a espalhar diariamente em todo o seu corpo determinados aromas
que, por fim, acabaram seduzindo o grande general romano Marco Antônio, que se tornou seu marido. Existiu
na época um perfume especial chamado de "cyprinum", feito com o óleo essencial extraído das flores da hena.
Outra rainha apaixonada pelos óleos e aromas foi Hatshepsut, da 18a Dinastia, que esfregava em suas pernas
uma loção à base de mirra para perfumá-las. O olíbano também era tido em alta consideração e usado no Egito
em perfumes, fragrâncias ambientais, fumigações, incensos e receitas médicas. Conta a história que o olíbano
era proveniente da Terra de Punt, atual Somália. Um conhecido cosmético antigo para tratar das rugas era um
creme feito à base de olíbano, cera, óleo de moranga fresca e grama ciperácea.

Europa/Idade média

Com a queda de Alexandria, até então o empório de especiarias mais famoso do Oriente, a Europa saiu do
domínio do Império Romano e entrou na Idade Média, muitas vezes chamada de Idade das Trevas. Nessa
época, a Europa Medieval sofreu uma forte mudança dos hábitos alimentares. Os vegetais passaram a ser
muito pouco consumidos, dando-se preferência para as carnes, os pães e as frutas. Contudo, há algumas
citações de condimentos que ainda permaneceram na culinária nesse período. Eram empregados sobretudo
para disfarçar o forte salgado das carnes em conserva, além de servirem de recheios, refogados e decoração de
pratos culinários.
O conhecimento das ervas e dos condimentos ficou retido nas mãos dos religiosos, que os utilizavam apenas
para a medicina e a prática espiritual. As especiarias antes usadas na alimentação foram praticamente
esquecidas, devido ao seu alto preço no mercado, que as tornava um artigo de luxo. Os religiosos acreditavam
que esses produtos eram oriundos do Jardim do Éden, do Paraíso. Isso porque a origem dos melhores
condimentos era sempre um mistério, provocando as mais diversas especulações, histórias fantásticas e
lendas, que tentavam explicar de alguma forma sua procedência.
Para ilustrar isso, no século XVI, Bartholomeu de Glanville, um enciclopedista inglês, acreditava que a
pimenta-do-reino era resultante do chamuscamento da pimenta-branca no fogo. De acordo com ele, a pimenta-
branca era o fruto de uma árvore que nascia numagrande floresta próxima às montanhas dos Cáucasos, cheia
de serpentes; dizia ainda que o fogo havia expulsado as cobras para que as pimentas pudessem ser colhidas,
escurecidas então pelo fogo!
De qualquer forma, foi o trabalho minucioso dos religiosos dos grandes mosteiros que permitiu que o
conhecimento das plantas pudesse ser passado para as gerações seguintes. Dentre outras coisas, os monges
cultivavam as ervas em hortos e passavam grande parte do tempo fazendo cópias de manuscritos antigos que
guardavam a história e a utilização das plantas medicinais.
Na Idade Média, as plantas seguiram seu uso na beleza, restringindo-se porém sua conotação mística. Nessa
época, as folhas de salsa eram usadas para fazer crescer os cabelos, curar a caspa e eliminar piolhos. Além
disso, eram empregadas na pele do rosto para clarear e eliminar sardas.
Também era muito conhecido o uso da alfazema, para limpar e perfumar os dedos engordurados de carne. Sua
infusão era colocada em potes charmosos nas mesas de refeição logo após os grandes banquetes. Esse
costume estendeu-se até o começo do século XX e abriu um grande espaço para a utilização dessa planta em
diversos produtos.
Apesar de o mundo estar passando por um período sombrio para a cultura e a ciência, o imperador dos francos
e lombardos, Carlos Magno (768-814 d.C.), fez uma interessante definição do que era para ele uma erva
aromática: "...é a amiga do médico e o prazer do cozinheiro". Sua atuação foi ainda maior quando ordenou
que todas as "plantas úteis" passassem a ser cultivadas nas hortas imperiais da Alemanha.

Europa/Renascimento

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Com o fim da Idade Média e o início do Renascimento, por volta de 1500 d.C., a botânica deu um grande
salto, pois as plantas voltaram a ser catalogadas em grandes arquivos. Muitas preciosidades antigas haviam
sido destruídas na época da Inquisição, principalmente com os incêndios provocados em diversas bibliotecas
secretas. O que sobrou da Idade Média foram apenas retalhos de uma grande história mágica e científica.
No século XVI, um suíço chamado Philippus Aureolus Theophrastus – mais tarde conhecido como Paracelso
– viajou por toda a Europa à procura de plantas e minerais, mas principalmente ouvindo feiticeiros,
curandeiros e parteiras. Para grande escândalo das pessoas cultas, ele não escrevia suas observações em latim,
mas em linguagem comum, e tinha a audácia de comparar importantes estudos médicos com a sabedoria
popular.
Paracelso, fundador da alquimia, foi o precursor dos conceitos modernos da influência cósmica sobre as
plantas e suas relações com os quatro elementos –água, terra, fogo e ar. A botânica secreta de Paracelso até
hoje exerce grande atração sobre estudiosos do assunto e foi base, juntamente com a filosofia teosófica, para o
desenvolvimento dos conceitos biodinâmicos da agricultura antroposófica, elaborados mais tarde por Rudolf
Steiner. No final da Idade Média, os europeus haviam entrado em decadência em relação aos hábitos de
higiene. Começou uma fase ascética, em que os cuidados com a alma inibiram o gosto pelo tratamento e pela
beleza física. Nesse período, no entanto, houve a maior evolução da arte da perfumaria, que era necessária
para disfarçar o mau cheiro e hálito das pessoas.
Um famoso creme de beleza feito à base de polpa de maçã e folhas de alecrim, denominado "pomatum",
surgiu nessa época e se tornou muito popular por volta do século XVI na Europa.
Com o fim da Idade das Trevas, muitos estudiosos, a exemplo de Paracelso, voltaram a se dedicar de corpo e
alma ao estudo da botânica, medicina e beleza. O médico e astrólogo inglês Nicholas Culpeper (?-1654)
desenvolveu estudos vastos que atravessaram os tempos até chegar a nós. Ele afirmava, incondicionalmente,
que os condimentos eram capazes de curar todos os tipos de doenças com seus potentes óleos essenciais.
Dentre outras coisas, dizia que as pimentas, quando misturadas ao nitrato, eram capazes de fazer desaparecer
as manchas, as marcas e o descoloramento da pele.
Na França, o ponto forte foi o desenvolvimento da perfumaria. Por volta de 1379, em Paris, as monjas da
Abadia de Saint-Juste criaram a famosa Água de Carmen, elaborada àbase de folhas de erva-cidreira, limão,
noz-moscada e cravo-da-índia. Na Grã-Bretanha, a família anglo-galesa Tudor, que reinou de 1485 a 1603,
tinha grande devoção às ervas e plantas. A dedicação aos estudos das ervas e aromas é hoje um ponto muito
forte da atual Inglaterra, que herdou muitos conhecimentos importantes de seus ancestrais. Nessa região
desenvolveram-se exímios jardineiros, com lindos projetos de jardins, que envolviam plantas aromáticas
perenes, como o alecrim, o tomilho, a lavanda e o hissopo. Essas plantas eram utilizadas na preparação de
apetitosas saladas, feitas com folhas, flores e frutos, frescos ou desidratados.

Europa/Idade moderna

Na Idade Moderna, a história dos condimentos foi marcada por muito sangue, guerras e lutas pelo poder e
monopólio. Os países do continente europeu estavam cansados dos altos preços das especiarias e saíram em
busca de novas partes do mundo. Afirmam alguns historiadores que foi o alto preço da pimenta-do-reino no
mercado europeu que estimulou a expedição do navegador português Vasco da Gama, assim como a inveja do
poder de Veneza foi o motivo pelo qual Espanha e Portugal saíram em busca do cravo-daíndia, do gengibre,
da noz-moscada e da pimenta-do-reino.
A quebra do monopólio veneziano, portanto, se iniciou com as grandes navegações. Assim, os portugueses e
espanhóis, quando encontraram o caminho que levava às Índias, fizeram chegar ao continente europeu muitos
condimentos exóticos, que logo se espalharam por várias regiões, incorporando-se à culinária de muitos
povos.
Mas foi um explorador francês, de nome Pierre Poivre (1719-1786), que definitivamente acabou com o
poderio dos comerciantes do Oriente. Pesquisador exímio de especiarias, fez muitas viagens pelo mundo e
acabou alcançando a Ilhas Maurício, onde encontrou milhares de sementes de noz-moscada e de muitas outras
espécies. Conclusão: os condimentos se espalharam velozmente pela Europa, os preços no mercado baixaram
e, enfim, as plantas aromáticas se tornaram disponíveis para todas as classes sociais. Foi o início da
popularização dos condimentos.
Nessa época, a alimentação era considerada monótona e desinteressante e as especiarias acabaram tendo um
papel importante na inovação de sabores e aromas, em todas as cozinhas. Não se pode negar que os

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condimentos exerceram grande influência na cozinha européia, pois é muito difícil imaginar uma paella
espanhola sem açafrão, um goulash húngaro sem a páprica ou ainda um steak au poivre francês sem a
pimenta-do-reino.

Grécia

As plantas da Europa, mais precisamente da região mediterrânea, influenciaram de forma considerável os


hábitos alimentares e terapêuticos de algumas civilizações. A primeira a receber essa influência foi a
civilização grega, com a introdução na dieta de condimentos que nasciam de forma espontânea nos campos,
vales e montanhas, como o alecrim, o manjericão, a manjerona e a salsa.
As especiarias trazidas da Índia e de outras civilizações distantes também tiveram um papel importante na
culinária da Grécia Antiga, pois havia na época um intenso intercâmbio de produtos com o Oriente, por meio
dos navegadores e comerciantes.
Para os gregos, as plantas aromáticas tinham o seu simbolismo: cada erva possuía um significado especial,
como fidelidade, nobreza, amor e prazer. Esses conceitos mais tarde foram levados para a Europa Ocidental e
para as cortes da França medieval.
A medicina da Grécia Antiga tinha um caráter mágico e sacerdotal, normalmente
envolvida em fábulas e mitos. Os filósofos eram extremamente interessados no estudo do espírito e do corpo.
Os hábitos de higiene corporal e mental eram sempre baseados no uso e experimentação de misturas das mais
diversas plantas. As folhas de louro eram usadas tanto em banhos para limpar o corpo como na forma de
incensos para purificar o ar dos grandes templos, permitindo a meditação profunda dos religiosos.
Os cuidados de saúde da população eram feitos em santuários de cura espalhados por todos os lugares que
dispunham de banhos especiais, alamedas cobertas de flores, aromas diversos pairando no ar e músicas
melodiosas que acalmavam os ânimos mais agitados. Nessa época, era comum o emprego de ervas na
preparação de ungüentos e bálsamos para massagear a pele dos heróis e guerreiros quando retornavam das
batalhas. Era o caso, por exemplo, da alfazema, com seu perfume embriagador e delicado.
O filósofo Aristóteles (384-322 a.C.) e seu discípulo e amigo Teofrasto (370-286 a.C.) criaram o primeiro
sistema científico de classificação botânica. De acordo com esse sistema, as plantas eram divididas segundo
seu porte, em ervas, arbustos e árvores.
O historiador grego Heródoto (484-426 a.C.), conhecido como o Pai da História, descreveu em seus
documentos diversos alimentos que eram conservados com vinagre e especiarias. Acreditava ele, por
exemplo, que a utilização de flores secas de cardo-mariano teria o poder de coagular o leite para a fabricação
de queijo.
A utilização de plantas medicinais nessa época era muito comum na alimentação e na aromatização de
bebidas. Havia, por exemplo, um licor de água de rosas que era misturado com ervas aromáticas e ingerido
após as refeições. Nos escritos de Aristófanes, poeta cômico ateniense (meados de 450 a.C.) encontram-se
citações de numerosos vegetais frescos e condimentos usados em sua época, a exemplo do alho, anis, cardo-
mariano, rábano, tomilho e alho-porró. Hoje em dia, o cardo-mariano tem seu uso restrito à terapêutica.
No herbanário do médico grego e farmacologista Pedanius Dioscórides (512 d.C.) há informações sobre o uso
de um óleo feito àbase de lírios, que tinha o poder de melhorar a aparência da pele. Sua obra principal, De
matéria médica, foi a fonte mais clássica para a terminologia da botânica moderna até o século 16. Outros
cosméticos vegetais eram utilizados para esse fim, elaborados à base de acácia, tamareira, alfarrobeira,
zimbro, romãzeira, palma, sicômoro, anêmona, assa-fétida, genciana, benjoim e outros, misturados a trigo,
aipo, alho, cebola, pepino, melão e cevada.

Índia

Uma das mais antigas civilizações, a Índia sempre teve sua medicina dirigida para o uso das plantas e dos
produtos de origem natural. A sabedoria hindu está toda registrada nos Vedas, um acervo escrito em sânscrito.
O Yajur-veda, que é uma das divisões dos Vedas, contém muitas informações voltadas para a medicina e sua
ética, com a predominância do uso de ervas e produtos naturais. Na Índia do ano 1000 a.C. encontramos o
apogeu das ervas medicinais e mágicas. O principal objetivo da medicina hindu era prolongar a vida, e a
principal fonte de conhecimento eram as ervas, filhas diletas dos deuses. Só podiam ser colhidas por pessoas
puras e piedosas, e deviam crescer longe da vista humana e do pecado. Eram usadas basicamente de duas
maneiras, uma para limpar o corpo e estimular as secreções e outra como sedativo.

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Charoka, famoso médico indiano e profundo conhecedor da astronomia, dividiu a
medicina em oito partes, uma delas dedicada ao rejuvenescimento. Dentro de seus estudos, Charoka divulgou
mais de 500 remédios elaborados à base de plantas e os recomendou também para prolongar a vida e reduzir o
peso em casos de obesidade.
A história da Índia também se mostra bastante rica em relação à utilização de condimentos e especiarias,
empregados desde tempos imemoriais em dietas alimentares especiais para o tratamento e prevenção geral de
doenças. No tempo do rei Asoka (273232 a.C.), um dos grandes imperadores do país, os enfermeiros eram
obrigados a ter um conhecimento aprofundado da arte culinária e do preparo de remédios.
É muito clara a relação direta existente entre a medicina e a alimentação nessa época. Esses conhecimentos e
práticas curativas, pela importância que tiveram, foram a base sólida para a formação da medicina ayurvédica
e da fitoterapia, hoje expandidas pelo mundo todo.
A Índia é um país que apresenta uma culinária muito diversificada, diferindo de região para região. É
considerada a mais aromática de todas as culinárias do mundo, tendo como base a mistura de condimentos
chamada de "masala". Os condimentos mais comuns são o cominho, o cravo-da-índia, a canela, a mostarda
em grão, a pimenta-doreino, o açafrão, o cardamomo e o gengibre.
As preparações culinárias indianas são mundialmente conhecidas pelo seu caráter
picante e bem-temperado, devido à grande utilização da pimenta, do gengibre e do caril, também conhecido
por curry, que é elaborado pela mistura de vários condimentos. O caril acabou tendo sua fama espalhada
também no Ocidente, incluindo o Brasil, onde poucos conhecem realmente sua completa composição. Apesar
de as pimentas serem ingredientes sempre presentes nos preparados, é bom lembrar que elas só foram
realmente introduzidas no país no século XVI por mercadores portugueses.
Devido ao tamanho territorial e à diversidade de clima existente no país, indo do temperado ao tropical, a
Índia sempre teve condições de cultivar diversas espécies aromáticas, que deram uma enorme contribuição
culinária ao mundo. Essas espécies eram comercializadas em várias regiões do mundo pelos navegadores,
mantendo essa tradição de exportação de seus produtos até a atualidade. Para o hindu, a utilização apropriada
e criteriosa dos condimentos é vista, ainda hoje, como uma arte complexa e especial. Em sua cultura,
principalmente por ser um povo extremamente religioso, consideram o alimento um presente de Deus para a
manutenção do corpo físico. Ocorre também o surgimento de lendas e histórias ao redor de algumas plantas,
que acabaram se tornando um tabu para algumas sociedades. É o caso da cebola, do alho, do nabo e dos
cogumelos, que não faziam parte da alimentação cotidiana das classes mais elevadas da sociedade indiana.
Outra curiosidade é que na Índia, após as refeições, tem-se por hábito mascar folhas de "paan", também
conhecido por bétel, que atua como digestivo e calmante. Encontra-se à venda normalmente em forma de
tabletes enriquecidos com substâncias exóticas como açafrão, almíscar, fumo socado com água de rosas e
mesmo folhas de coca.

Mundo árabe

A Arábia tem uma história marcante no que diz respeito aos condimentos. Muito de sua prosperidade foi
baseado no comércio de especiarias, feito por enormes carregamentos para as regiões do Ocidente. A famosa
história das Mil e Uma Noites é um rico arquivo de citações de diversas ervas condimentares de efeito
afrodisíaco e com propriedades mágicas.
Os árabes introduziram e popularizaram no Ocidente muitos condimentos, tais como o anis, o cominho, a
canela, a noz-moscada e outros, os quais acabaram se incorporando à culinária espanhola. As especiarias
alcançavam altos valores no mercado da época e eram normalmente reservadas ao consumo das classes
privilegiadas da sociedade. Uma libra de gengibre, por exemplo, valia uma ovelha. Com uma libra de cravos-
da-índia era possível comprar uma vaca. Um saco de pimenta-do-reino, valiosíssima, chegava a valer a vida
de um homem.
A medicina árabe, como em todas as outras civilizações antigas, também era ligada à religião. Dava-se
também muita importância à higiene pessoal e eram rotineiros os banhos. De acordo com um dos versículos
do Alcorão, a essência da vida era constituída por abluções, perfumes e orações.
As mulheres dos haréns do norte da África e do Oriente Médio, principalmente as turcas,perfumavam seus
hálitos e eliminavam o odor desagradável do corpo com banhos e loções feitas com as sementes do feno-
grego.

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Palestina e Babilônia

A tradição simbólica das plantas na Antiga Palestina sempre esteve vinculada a citações bíblicas e suas
respectivas interpretações. O Antigo Testamento cita cerca de cem espécies de plantas, entre elas ervas,
árvores e flores, utilizadas não só na alimentação, mas também na medicina –como a mandrágora –e de forma
ornamental. Muitas dessas espécies eram usadas como condimentos para enriquecer o aroma e o sabor de
pratos feitos nas cerimônias religiosas.
Podemos encontrar referências, por exemplo, da utilização do coentro, do alho, da cebola, do alho-porró, do
açafrão, do cominho e da canela, entre outros. Na Antiga Palestina, cerca de 1.800 a.C., há outra referência
bíblica: os descendentes de Abraão que rumavam a Canaã, conduzidos por Moisés, eram alimentados apenas
pelo maná , que encontravam no deserto. Maná era o nome dado à resina da tamareira que, ao amanhecer,
pendia como gotas de orvalho nas pedras e ervas, doces como o mel.
Para o povo judaico, o alimento desempenha até os dias de hoje função muito importante nas cerimônias
religiosas, apresentando um rico simbolismo. É interessante notar que os hábitos e preceitos alimentares
judaicos influíram muito na formação de preconceitos gastronômicos em várias partes do mundo.
Na civilização judaica antiga, os sacerdotes acreditavam num Deus único e não havia lugar para superstições.
A higiene era um fator importante e definida pela Lei Mosaica, que ditava preceitos da época. Com seus
conhecimentos, os judeus deixaram um rico legado no que diz respeito à higiene e à medicina preventiva.
Eram comuns também os banhos purificadores e ritualísticos, com o uso abundante de plantas e aromas.
Os perfumes eram imensamente apreciados e usados com reverência não só pelos religiosos, mas também por
toda a população. Em descobertas recentes, foi encontrado no mar Morto, juntamente com os famosos
manuscritos, um frasco intacto de bálsamo perfumado.
Na Babilônia, uma das mais conhecidas referências do uso de plantas medicinais está ligada ao rei
Nabucodonosor, que mandou construir os Jardins Suspensos –
a 7ª Maravilha do Mundo Antigo. De acordo com registros históricos, Nabucodonosor teria ordenado a
plantação de alecrim e açafrão nos jardins, junto com rosas.

Roma

Em Roma, a presença das plantas medicinais e aromáticas também foi marcante. Pode-se dizer até que foram
os romanos que definitivamente deram aos condimentos seu verdadeiro papel na culinária. Apesar de algumas
civilizações terem ensaiado seu uso, foram os romanos que mais utilizaram os condimentos e ervas na
cozinha. Além disso, eles estavam por todos os lados: nos pratos, na decoração, nas bebidas, nos incensos etc.
Guirlandas de ervas aromáticas eram primorosamente elaboradas para enfeitar as festas e os banquetes,
acreditando-se que isso evitaria a ressaca, tão típica daqueles excessos.
Na concepção do poeta latino Ovídio (meados de 20 a.C.), os primeiros alimentos do homem foram as ervas.
Os escritos filosóficos antigos mostravam quão íntima era a relação do homem com a natureza. As anotações
do naturalista e escritor latino Plínio (século I d.C.) mencionam algumas plantas que eram cultivadas em
hortas e consumidas na alimentação da época. Dentre elas, podemos destacar a cebola, a sálvia, o tomilho, o
alho, o coentro, o manjericão, o anis, a mostarda, a salsa, a hortelã, a pimenta-do-reino, o cominho, as
sementes de alcaravia e de papoula.
Com a queda de Roma no século 5 d.C., o mundo islâmico passou a dominar o comércio do Oriente. Foi
Avicena (980-1037), um renomado médico do Oriente, quem descobriu o método de destilação para extrair os
óleos essenciais das plantas aromáticas, além de ter sido fundador de um sistema único de medicina, que
depois se espalhou pelo mundo inteiro.
Em Roma, a medicina antiga foi formada com base na grega, absorvendo muitos de seus conhecimentos. Nos
primeiros anos da era cristã, o famoso botânico e herborista Dioscórides divulgou muitos trabalhos sobre o
poder curativo das plantas. De acordo com eles, há informações sobre um famoso óleo de lírios usado para
aquecer, suavizar e desobstruir a pele, indicado especialmente para casos de inflamação.
Os homens e as mulheres preocupavam-se muito com os cuidados do corpo e não abriam mão de poderosos
tratamentos elaborados com plantas, óleos, pomadas e ungüentos. Usavam em abundância as essências
aromáticas, os banhos de leite e as máscaras de beleza feitas de frutas e ervas, que normalmente eram
misturadas a fermento e farinha.Ainda em Roma, o médico Galeno utilizava óleos vegetais especiais para
preparar o "ceratum refrigerans", cosmético que ficou famoso através dos tempos pelos benefícios que trazia à

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pele. Os perfumes também eram bastante utilizados pelos romanos, como os perfumes feitos à base de hortelã-
pimenta (para os braços), de manjerona (para as sobrancelhas) e de alecrim (para os cabelos).
As frutas, como não podia deixar de ser, também eram empregadas na beleza. É
o caso da maçã, usada juntamente com a lanolina em cremes de beleza para o rosto e corpo. Acreditava-se
ainda que a polpa da maçã era capaz de eliminar verrugas. Os filósofos e poetas gregos e romanos, dentre eles
Hipócrates, Teocrastos e Horácio, tinham um interesse especial por produtos que alteravam a coloração do
rosto, ora branqueando-o, ora colorindo-o. Em Roma, dava-se também muita importância ao asseio pessoal e
à higiene. Os balneários eram espalhados por todas as partes, em residências particulares, públicas e em
prédios do Estado. Acreditava-se que os banhos de erva cidreira tinham o poder de devolver a juventude, dar
energia e prevenir a calvície.

A magia do reino vegetal

A magia do reino vegetal baseia-se nos espíritos das plantas. Esses espíritos, chamados de elementais, são
ligados aos elementos da natureza. Temos as sílfides, que comandam as forças do ar; as ondinas, que reinam
sobre as águas; os gnomos, que dominam a terra, e as salamandras, que comandam o fogo. Todos eles têm a
tarefa de proteger e cuidar do reino vegetal.
Os elementais são seres que habitam o plano astral, possuem inteligência instintiva e apresentam-se
fisicamente nas mais variadas formas, tamanhos e cores. De acordo com os místicos, esses seres são capazes
de curar e de proporcionar visões incríveis àqueles que comungam com sua existência.
Os curandeiros, pajés e xamãs costumam, por meio de algumas plantas, entrar em um estado alterado de
consciência, popularmente chamado de transe, no qual eles dizem contatar esses espíritos, detectando assim as
doenças e as desordens presentes no corpo do paciente. Esses fenômenos psíquicos persistem nos dias de hoje,
principalmente nas tribos indígenas e selvagens remanescentes, nos templos budistas e em determinadas
confrarias derviches.
A magia foi muito discutida e praticada na Antigüidade, deixando-nos como legado
informações preciosas nos livros sagrados das antigas religiões, que ainda hoje são discutidas e empregadas
em seitas secretas e também por pessoas comuns, por mera curiosidade. As tradições esotéricas mostram uma
infinidade de utilizações das forças ocultas existentes nas plantas, com o poder de curar, matar, encantar e
envenenar pessoas e animais, mesmo a distância.

Teoria das assinaturas

A Teoria das Assinaturas baseava-se no antigo provérbio "similia similibus curantur", ou seja, "o semelhante
cura o semelhante". O médico e alquimista suíço conhecido como Paracelso (Philippus Aureolus
Theophrastus Bombastus von Hohenheim, 1493-1541) acreditava que tudo o que é criado pela natureza
reproduz a imagem da virtude a que lhe é atribuída.
Assim, essa teoria associa o uso medicinal e nutritivo de uma planta ao seu formato e cor. Um exemplo vivo
disso é a romã. Seu suco vermelho era comparado ao do sangue humano e, por isso, usado como depurativo.
Suas sementes, com formato de pequenos dentes e dispostas como tal na polpa do fruto, eram utilizadas para
tratar de dores de dente.
Antes das descobertas científicas dos séculos XVIII e XIX, quando ainda não se dispunha de técnicas para
estudar as plantas com maior profundidade, a Teoria das Assinaturas foi de grande valia para ajudar os
homens a encontrar a cura para seus males no meio natural. Hoje, ela representa uma forma de conservar e
resgatar o conhecimento das comunidades de tradição oral, auxiliando no reconhecimento das plantas cujas
propriedades medicinais foram colocadas em evidência anteriormente.

A energia vegetal

De acordo com a ciência esotérica, todos os seres existentes em nosso planeta possuem uma aura de energia
que envolve e circunda o corpo material. Essa aura é carregada de acordo com a vibração do corpo que a rege,
apresentando diferentes cores e intensidades.
No caso das plantas, aparelhos especiais permitem que se detecte a camada energética que as reveste e que
fornecem, de alguma forma, um direcionamento no seu uso terapêutico. Esses aparelhos medem até mesmo a
afinidade de uma planta com determinada pessoa, explicando por que o uso da planta para a cura de uma

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doença será ou não positiva.
Outros métodos de pesquisa demonstram a diferença energética no campo de uma planta em função do tipo de
cultivo que ela teve. Assim, plantas que foram cultivadas com o uso de adubos orgânicos teriam um campo de
energia mais equilibrado e luminoso do que aquelas produzidas com a ajuda de aditivos agroquímicos.
De acordo com a sua energia, a planta pode ser usada também para equilibrar as
emoções e sentimentos das pessoas. Muitas plantas são empregadas popularmente para a limpeza energética
de ambientes e pessoas, por meio de incensos e fumigações, justamente porque algumas delas possuem
qualidades transmutadoras que propiciam a modificação da vibração atômica, devolvendo a harmonia.

Função terapêutico energética das plantas.


Alecrim - Verde-rósea Ajuda a perdoar mágoas
Alfazema - Azul-índigo e rosa Aumenta a autoconfiança
Anis-estrelado -Azul-clara e rosa Ajuda na entrega dos sentimentos e no
desprendimento das emoções
Arnica - Vermelha Promove a concentração de pensamentos e
idéias dispersas
Artemísia- Verde e amarela Estimula a ação e a manifestação das idéias
Arruda –Vermelha Limpa a aura das sujeiras astrais
Babosa - Laranja Ajuda no desligamento mental
Beldroega- Mistura de cores Dá equilíbrio para iniciar novas fases da vida
Camomila -Amarela e violeta Ajuda a cultivar a paciência e a confiança
Cânfora -Rosa e violeta Promove o desprendimento material
Catinga-de-mulata -Amarela Limpa a aura das sujeiras astrais
Capuchinha - Laranja e verde Promove o sentimento de integridade e
equilíbrio
Carqueja - Amarela e verde Limpa o corpo das velhas emoções
Confrei -Verde, laranja e rosa Estimula o sentimento de segurança pessoal
Dente-de-leão - Verde e laranja Traz coragem para enfrentar os obstáculos
Erva-cidreira -Verde e violeta Ajuda na tomada de decisões importantes da
vida
Guiné -Vermelha Limpa o corpo de energias negativas
Hortelã-pimenta- Verde, rosa e violeta Libera as energias presas promovendo o
desprendimento delas
Mil-folhas -Laranja e verde Purifica o corpo de traumas e sentimentos
negativos
Sabugueiro -Verde-clara Ajuda na tomada de rápidas decisões
Sálvia- Laranja, verde e índigo Dá ânimo para colocar em movimento todas as
energias do corpo
Tanchagem- Verde escuro Estimula a iniciativa, sem esperar retorno das
ações

Astrologia e cabala

A astrologia estuda a relação dos astros com a vida humana, quer seja individual, grupal ou mesmo planetária.
Já a cabala é uma ciência antiga que estuda todos os tipos de correspondências entre os aromas, as cores, os
tons musicais, os signos astrológicos, os planetas, as deusas e os deuses mitológicos e os significados das
cartas do tarô.

Relação das Plantas com os Planetas e Signos


(uma mesma planta pode se relacionar com mais de um planeta e/ou signo)

Plantas e Signos Plantas

Sol (Leão)

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Amêndoa-amarga, camomila, bergamota, calêndula, camomila, camomila-romana, citronela, louro, angélica,
hipérico, levístico, alecrim, açafrão, girassol, cravo-da-india, canela, mirra, violeta, laranja, tanchagem, aveia,
celidônia, cevada, genciana, incenso, lótus
Lua (Câncer, Peixes)
Babosa, erva-cidreira, papoula, rosa-branca, avelã, amêndoa, peônia, cânfora, jasmim, olíbano, sândalo-
branco, lírioflorentino, limão, bétula, gengibre, nabo, nogueira, abrótano, aveia, couve, lúpulo
Marte (Áries, Escorpião)
Arruda, cebolinha, coentro, malva, manjericão, capuchinha, poejo, urtiga, mostarda, pêssego, tanchagem, raiz-
forte, pinho, pimenta-da-jamaica, coentro, rosa-vermelha, sândalo, patchouli, gerânio, jasmim, abacaxi,
acanto, alcachofra
Mercúrio (Gêmeos, Virgem)
Aneto, salsa, cerefólio, hortelã-pimenta, alfazema, manjerona, orégano, segurelha, cenoura, funcho, lírio-do-
vale, canela, narciso, estoraque, cálamo-aromático, hamamélis, briônia, cana-de-açúcar, erva-de-gato, marroio
branco
Júpiter (Sagitário)
borragem, dente-de-leão, sálvia, agrimônia, hissopo, rosa vermelha, carvalho, noz-moscada, bálsamo, cedro,
anis, morango, oliveira, couve
Vênus (Touro, Libra)
mil-folhas, crisântemo, azedinha, rosa, alcachofra, hortelã-pimenta, camomila, erva-de-gato, tomilho, verbena,
violeta, trigo, sândalo, benjoim, murta, pêra, pêssego, artemísia, mirra, narciso, visco, beladona, erva-moura,
zimbro, maçã
Saturno (Capricórnio)
Caruru, cavalinha, confrei, cipreste, ervilha-de-cheiro, magnólia, mirra, laranja, vetiver, absinto, patchouli,
musgo, acônito, agnocasto, alho, beladona, cânhamo, estramônio, lúpulo, andrágora
Urano (Aquário)
arruda, cúrcuma, laranja-azeda, figueira
Plutão (Escorpião)
Begônia, datura, cipreste

Notas Musicais Plantas e seus Aromas


Dó -Sândalo, gerânio, cânfora, rosa, abacaxi, jasmim, patchouli, pimenta
Ré - Absinto, orquídea, violeta, citronela, bergamota, amêndoa-amarga,
camomila, canela, olíbano
Mi -Acácia, verbena, laranja-azeda, lírio-florentino, cálamo-aromático
Fá -Narciso
Sol- Benjoim, laranja, magnólia, ervilha-de-cheiro
Lá -Cipreste, cumaru, alfazema, feno, bálsamo-de-tolu, estoraque
Si - Abrótano, hortelã-pimenta, canela, cravo-daíndia

Deuses Mitológicos

Planeta Regente Qualidades Plantas e seus Aromas


Apolo Sol — ambição,dinamismo, energia, Acácia, açafrão, alecrim, eucalipto, camomila,
liderança, vitalidade olíbano, cravo-daíndia
Ártemis Lua — devoção, emotividade, Aipo, babosa, pepino, zimbro, ginseng,
imaginação, pureza, proteção gardênia, jasmim, cânfora
Hermes Mercúrio — auto-expressão, análise, anis, estoraque, alfazema, funcho, valeriana,
sorte, eloqüência violeta, sálvia esclaréia
Afrodite Vênus — romance, feitiço, encanto, Artemísia, camomila, coentro, cominho,
fantasia, sedução citronela, hortelã-pimenta, rosa, sândalo
Ares Marte — desejo ardente, força física, Arnica, cálamo-aromático, canela, patchouli,
disciplina pinho, gengibre, gerânio
Zeus Júpiter — sucesso, autoridade, nobreza, erva-cidreira, cedro, cravo, hissopo, sálvia,
prosperidade nozmoscada

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Hera Saturno — aristocracia, fidelidade, Bergamota, cipreste, mirra, magnólia
conservadorismo
Urano Urano — imaginação, intuição, cúrcuma, laranja-azeda
originalidade arruda,
Posêidon Netuno — mistério, espiritualidade, Ciperácea, fougere
sutileza
Hades Plutão — carisma, renovação, poder Begônia, datura

Encantamentos e rituais

Um dos pontos mais explorados no reino da magia das plantas é o seu uso como elemento facilitador em
determinadas situações de nossas vidas. Esse uso é feito por meio de encantamentos e rituais que empregam,
além das plantas, os minerais e os elementos animais, muitas vezes misturados em complexas fórmulas
mágicas. Esses conhecimentos nos foram legados pelos herboristas, alquimistas, botânicos e sacerdotes do
passado. Seus conhecimentos por vezes se perderam, restando apenas informações dispersas e pouco
consistentes curiosidade na maioria das pessoas. que ainda assim provocam grande

ALGUNS USOS VIBRACIONAIS DAS PLANTAS

Como afrodisíaco:
cravo-daíndia, baunilha, canela, camélia, cardamomo, coentro, levístico, pimenta-da-jamaica, pimentas
cápsico, laranja-azeda, flor de datura, abrótano, jasmim, ilangue -ilangue, pimenta-do-reino, patchouli, sálvia
esclaréia, sândalo, rosa.
Para ajudar na meditação:
ênula, zimbro, bálsamo-de-tolu, ciperácea, sálvia esclaréia, giesta, glicínia, sândalo, cálamo-aromático,
magnólia, mirra.
Para atrair sorte:
canela, jasmim, lótus, jacinto, baunilha, cumaru, gerânio, noz-moscada, bergamota, cipreste.
Para atrair sucesso e promoção na carreira:
azaléia, cravo-de-defunto, olíbano, hortelã-pimenta, erva-cidreira, hissopo.
Para atrair um amor:
ervilha-de-cheiro, lótus, jacinto, baunilha, bétula, camélia, coentro, lírioflorentino, rosa, cumarina, laranja-
azeda.
Para estimular a clarividência:
açafrão, capim-limão, louro, anis-estrelado.
Para estimular a mente:
Babosa, aipo, cânfora, ênula, zimbro, anis-estrelado, estoraque, funcho, madressilva, cacto, cálamo-
aromático, gengibre.
Para estimular sonhos proféticos:
peônia, mimosa, amarílis, giesta.
Para limpar os ambientes de energia negativa:
cânfora, comigo-ninguém-pode, guiné, arruda, alecrim, espada-de-são-jorge.
Para melhorar as finanças:
camomila, olíbano, alfazema, erva-cidreira, cedro, hissopo, cipreste, abóbora.
Para promover amizades:
ervilha-de-cheiro, urze, citronela, erva-cidreira, cumarina.
Para proteger contra magia negra e negatividade:
alecrim, louro, jasmim, cenoura, violeta, hortelã-pimenta, verbena, assa-fétida, gerânio, manjericão,
patchouli, hissopo, noz-moscada, bergamota.
Para purificar os altares e untar equipamentos ritualísticos:
falsa-acácia, flor de maracujá, jacinto, benjoim, rosa, sálvia, mirra.
Para trazer paz e harmonia às relações:

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gardênia, alfazema, narciso, urze, violeta, hissopo.

USO DAS PLANTAS EM BANHOS MÁGICOS

Banhos da Felicidade
•manjerona (folhas)
• Cravo-branco (flor)
•alecrim (folhas)
•canela (casca)
• Jasmim-estrela (flores)
•1/2 xícara (café) de álcool de cereais

Banhos para Tirar Mau-olhado


•Alho (dentes)
•alecrim (folhas)
•arruda
•Guiné (folhas)
• Rosa-branca (flor)
• Espada-de-são-jorge (folhas)
•Sal grosso (um punhado)

USO DAS PLANTAS EM DEFUMAÇÕES

Proteção do Lar
•Lágrima-de-nossa-senhora (raiz)
•alecrim (folhas secas)
•Alho (casca)
•Incenso de igreja (resina em grãos)
•Carvão vegetal

Limpeza do corpo
•canela (folhas)
• Erva-doce (sementes)
• Cravo-da-índia (flores secas)
•Limão (casca desidratada)
•Carvão vegetal

USOS DAS PLANTAS EM BANHOS DE CANDOMBLÉ.

Contra Feitiços
•arruda (folhas)
•Guiné (folhas)
• Espada-de-são-jorge
•Sal grosso

Proteção contra Perigos


• Espada-de-são-jorge (folhas)
• Comigo-ninguém-pode (folhas)
•Guiné (folhas)
•arruda (folhas)
•Hortelã-levante (folhas)

Proteção no Amor
• Rosa-branca (flores)
• Jasmim-estrela (flores)

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•Lírio-branco (flores)
•erva-cidreira

Depois dos banhos ou defumações, recomenda-se que a própria pessoa recolha as folhas e cinzas e as jogue
fora, de preferência na água corrente: em rios ou no mar. Essa etapa faz parte do ritual e deve ser executada
com a mesma concentração mental usada durante o tratamento, mentalizando que todos os pedidos vão ser
realizados e todas as coisas ruins estão sendo definitivamente levadas embora pela força das águas.

O MERCADO DAS PLANTAS MEDICINAIS

O Brasil é um dos 14 países com grande biodiversidade contendo mais de 10% de todos os organismos
descritos na Terra. Das plantas floríferas conhecidas, aproximadamente 55.000 espécies, cerca de 22% destas
ocorrem no Brasil, principalmente nas regiões da floresta amazônica, mata atlântica e cerrado. Estima-se que
aproximadamente 1,25% da pesquisa científica no país se destina a plantas medicinais. Dos medicamentos
atualmente produzidos, cerca de 25% têm componentes químicos de plantas. Nossa flora tem cerca de 120 mil
espécies vegetais, de aplicações
terapêuticas. O alto custo dos medicamentos fabricados pela indústria farmacêutica, dentre outros motivos,
têm aumentado o interesse das pessoas nesse tipo de terapia. A OMS estima que mais de 3 bilhões de pessoas
em todo o mundo confiam nas "medicinas tradicionais", onde as plantas têm grande emprego. Entre as plantas
silvestres e algumas poucas cultivadas, os índios brasileiros, além de as usarem para a construção de suas
casas, na confecção de ferramentas e utensílios delas obtiveram fibras, gomas, colas, combustíveis,
pigmentos, tinturas, sabões, borracha, bebidas, alimentos, veneno de flechas para a guerra e caça e pesca e
também produziam substâncias estimulantes, alucinógenas medicamentosas.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de 80% da população mundial faz uso de
algum tipo de erva para tratar doenças ou aliviar sintomas. "O Brasil apresenta uma grande diversidade de
plantas medicinais em seus biomas. Entretanto, com o extrativismo descontrolado e com a excessiva
fragmentação dos ecossistemas, em virtude da ampliação das áreas agrícolas, tem ocorrido aceleração na
extinção das espécies", alerta.
O mercado mundial de medicamentos fitoterápicos cresce desde a década de 80, movimentando algo em torno
de US$ 20 bilhões ao ano. Em 1996, na Europa, as vendas foram estimadas em US$ 7 bilhões, e nos Estados
Unidos o valor situava-se entre US$ 2 à 3,4 bilhões. No Brasil em 1998, o mercado de medicamentos
fitoterápicos foi estimado em US$ 566 milhões. Considerando o mercado informal nos países em
desenvolvimento e do “terceiro mundo” esta cifra deva ter alcançado centenas de bilhões de dólares por ano.
Estimativas não oficiais relatam que o mercado global de bioprodutos é na faixa de US$ 500 bilhões/ano.
Segundo informações da Bioamazônia (2001), o setor de fármacos apontou uma receita de US$ 300 bilhões
neste mercado, vale lembrar que 40 % dos medicamentos em uso teve origem direta ou indiretamente, em
produtos naturais e estes representam 17% deste mercado.

CONCEITOS IMPORTANTES

A RESOLUÇÃO-RDC Nº 48, DE 16 DE MARÇO DE 2004, que dispõe sobre os medicamentos fitoterápicos


traz importantes conceitos que precisamos saber antes de prosseguir:

Adjuvante - substância de origem natural ou sintética adicionada ao medicamento com a finalidade de


prevenir alterações, corrigir e/ou melhorar as características organolépticas, biofarmacotécnicas e tecnológicas
do medicamento.
Droga vegetal - planta medicinal ou suas partes, após processos de coleta, estabilização e secagem, podendo
ser íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada.
Derivado de droga vegetal - produtos de extração da matéria prima vegetal: extrato, tintura, óleo, cera,
exsudato, suco, e outros.
Fitoterápico - medicamento obtido empregando-se exclusivamente matériasprimas ativas vegetais. É
caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e
constância de sua qualidade. Sua eficácia e segurança é validada através de levantamentos etnofarmacológicos
de utilização, documentações tecnocientíficas em publicações ou ensaios clínicos fase 3. Não se considera
medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
origem, nem as associações destas com extratos
vegetais.
Fórmula Fitoterápica - Relação quantitativa de todos os componentes de um medicamento fitoterápico.
Fórmula Mestra ou Fórmula Padrão - documento ou grupo de documentos que especificam as matérias-primas
e os materiais de embalagem com as suas quantidades, juntamente com a descrição dos procedimentos e
precauções necessárias para a produção de determinada quantidade de produto terminado. Além disso, fornece
instruções sobre o processamento, inclusive sobre os controles em processo.
Marcador - componente ou classe de compostos químicos (ex: alcalóides, flavonóides, ácidos graxos, etc.)
presente na matéria-prima vegetal, idealmente o próprio princípio ativo, e preferencialmente que tenha
correlação com o efeito terapêutico, que é utilizado como referência no
controle de qualidade da matéria-prima vegetal e dos medicamentos fitoterápicos.
Matéria prima vegetal - planta medicinal fresca, droga vegetal ou derivados de droga vegetal.
Medicamento - produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa,
paliativa ou para fins de diagnósticos.
Nomenclatura botânica oficial completa - gênero, espécie, variedade, autor do binômio, família.
Nomenclatura botânica oficial - gênero, espécie e autor.
Nomenclatura botânica - gênero e espécie .
Princípio ativo de medicamento fitoterápico - substância, ou classes químicas (ex: alcalóides, flavonóides,
ácidos graxos, etc.), quimicamente caracterizada, cuja ação farmacológica é conhecida e responsável, total ou
parcialmente, pelos efeitos terapêuticos do medicamento fitoterápico.

FITOCOSMÉTICOS

A fitocosmética pode ser definida como o segmento da ciência cosmetológica que se dedica ao estudo e à
aplicação dos princípios ativos extraídos dos vegetais, em proveito da higiene, da estética, da correção e da
manutenção de estado normal e sadio da pele.
O emprego dos produtos vegetais para fins de embelezamento encontra referências há milhares de anos.
A grande incidência de plantas aromáticas na China e Índia, levou às extrações de óleos essenciais. Também o
Egito e, depois a Mesopotâmia, se destacaram no conhecimento e emprego destes óleos e extratos vegetais em
preparações de ungüentos e bálsamos com finalidade cosméticas.
Cleópatra, com sua conhecida vaidade, motivou a pesquisa cosmética e um primeiro formulário Cleopatre
Gynoecirium Libri foi editado durante seu reinado. Neste formulário foram descritos cuidados higiênicos e
tratamentos de diversas afecções da pele, sem, no entanto, dispensar pomadas coloridas e linimentos à base de
plantas e óleos vegetais, com finalidade terapêutica e cosmética.
Do Oriente, o uso de produtos naturais difundiu-se para o mundo grego. O formulário “Os cosméticos de
Ovídio”, no que são mencionadas receitas e pomadas da época à base de vegetais, surge no ano IV.
Arnauld de Villeneuve, um alquimista e médico catalão do século XIII, deixou em seus manuscritos registros
dos primeiros ensaios de destilação de vegetais.
Dessa época, até os dias atuais, o estudo dos vegetais e a aplicação dos seus ativos, seja na forma de extratos
ou os princípios ativos isolados, vem ganhando cada vez mais espaço na indústria moderna.

Botânica - Um pouco de história

A botânica (do grego "botáne": planta, vegetal) é o ramo da ciência que estuda e classifica as plantas em
função de sua forma, estrutura e composição, agrupando-as em famílias com características semelhantes.
Registros antigos mostram que a botânica já era estudada há milhares de anos.
Com o tempo, a humanidade foi aprendendo a classificar e catalogar as espécies de acordo com seu uso para
os mais diversos fins. Essa classificação, inicialmente, era feita por meio da observação direta da forma das
plantas: o formato das folhas, dos caules, dos troncos das árvores e das raízes. O primeiro sistema de
classificação das espécies vegetais (e também animais) foi criado pelo naturalista e médico sueco Lineu —
Carl von Linné (1707-1778) — , considerado o
"pai da história natural". Lineu catalogou inúmeras espécies, baseando-se em características morfológicas dos
seres vivos, e propôs ainda o método binomial —
em latim ou com palavras latinizadas —para padronizar os nomes das espécies em todo o mundo.
Desde o tempo de Lineu até hoje, os nomes científicos das espécies são compostos por duas palavras: a

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
primeira, com inicial maiúscula, refere-se ao gênero a que pertence a espécie; a segunda, em minúscula e sem
significado isolado, define determinada espécie. Quando possível, o binômio é seguido pela abreviatura do
nome do autor que classificou a espécie. Dessa forma, o nome científico da babosa, por exemplo, é Aloe vera
L. (gênero Aloe, espécie Aloe vera, catalogada por Lineu). O naturalista, em sintonia com sua inovadora
criação, mudou seu próprio nome para Carolus linnaeus.
O sistema de classificação de Lineu foi aperfeiçoado, centenas de anos mais tarde, por dois botânicos. O
primeiro foi o alemão Adolf Engler (1844-1930), cujo sistema também era baseado exclusivamente em
características morfológicas das plantas. O segundo, o norte-americano Arthur Cronquist (1919-1992),
introduziu um sistema que leva em consideração não apenas a morfologia, mas também a filogenia (história
evolucionária) e a composição química das espécies, para a sua classificação.
Na área científica, o sistema de Cronquist logicamente é o mais utilizado atualmente, por ser o mais completo.
O sistema de Engler, porém, apresenta nomes que já estão fixados de tal modo pelo uso que tornam difícil, em
muitos casos, a adaptação para o sistema de Cronquist.
Em nosso site, sempre que nos referirmos às famílias botânicas colocaremos em destaque o sistema mais
recente, o de Cronquist, para facilitar a adaptação à nomenclatura atual e, logo em seguida, daremos entre
parênteses a classificação mais tradicional de acordo com Engler.

As plantas com flores e sua constituição

Para compreendermos melhor o imenso mundo das plantas, vamos acompanhar passo a passo o seu
desenvolvimento. Tudo se inicia num pequenino órgão chamado semente, que contém todas as informações
necessárias para a formação e a perpetuação da planta. As sementes são geralmente muito resistentes e
conseguem manter a sua vitalidade por muitos e muitos anos. Quando a superfície da semente recebe
diretamente a luz solar, um pequeno embrião, que já está totalmente pronto dentro da semente, começa a
despertar para a vida, no processo denominado germinação. A germinação, variando de espécie para espécie,
exige diferentes condições ambientais, como temperatura adequada, umidade específica e profundidade na
terra. O embrião, que é a configuração mais primitiva da planta, induz a princípio a formação da radícula, a
primeira ligação da planta com a terra. O processo de transformação se inicia e temos então a formação da
plântula.
A plântula rapidamente se torna verde e muitos a chamam de folha germinativa, ou seja,aquela que dá origem
ao processo formativo da planta. Mas a plântula, diferentemente da folha, aparenta ainda muita simplicidade,
em sua forma pequena, oval, alongada ou arredondada, sem nervuras ou bordos denteados. Nessa fase inicial
de embrião e plântula, só um olho muito experiente pode distinguir a que espécie pertence a plantinha.
O desenvolvimento segue, etapa por etapa. A radícula formada no início do processo morre para dar lugar às
raízes laterais, que vão crescer e fixar a planta no solo. Surgem as pequenas folhas, que começam a se
desenvolver, bem definidas, ao longo dos ramos, com diferentes formas e cores. O caule, já formado e unido à
raiz, torna-se o eixo central de sustentação do vegetal e carrega os elementos de formação da planta. Vêm as
flores, depois os frutos. Dentro dos frutos, as novas sementes, completando o ciclo da vida vegetal.

Sementes

As sementes decompõem-se em duas partes básicas: o tegumento e a amêndoa. O tegumento, também


chamado de casca, é o tecido que recobre a amêndoa. A amêndoa é a parte mais importante da semente, já que
abriga as reservas nutritivas e o embrião.

Raiz

A raiz é o órgão da planta responsável pela nutrição e fixação da planta ao meio em que ela vive, seja terra,
água ou rocha. É um órgão vital que pode renovar-se e expandir-se com muita facilidade, endurecendo
rapidamente. A direção do seu crescimento — influenciada em grande parte por hormônios vegetais —é
oposta à da parte verde, o que nos mostra sua intensa ligação com aterra. Normalmente, a raiz se direciona ao
escuro interior da terra, de onde extrai todos os nutrientes que são enviados ao resto do vegetal. A raiz pode
apresentar diversas formas, mas não se diferencia tanto, de uma espécie a outra, quanto a parte aérea da
planta. A raiz é composta por coifa, região lisa (ou de crescimento), região pilífera e região suberosa (ou de
ramificação).

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Partes da raiz

A coifa é o revestimento protetor da ponta da raiz. A região lisa, ou decrescimento, é responsável pela
multiplicação e desenvolvimento celular, promovendo o crescimento da raiz. A região pilífera é basicamente
uma área de absorção de água e sais minerais através dos pêlos. A região suberosa, ou de ramificação, é uma
área que, após a queda dos pêlos absorventes, torna-se mais espessa, impedindo assim a penetração de
microorganismos. Nessa região, inicia-se a formação das raízes secundárias, terciárias e assim por diante.

Caule

O caule é o órgão da planta responsável pela sustentação das folhas, flores e frutos. É no caule que se
encontram os canais de condução da seiva, que irão alimentar e manter viva a planta. Essa parte ainda é
responsável pela produção dos elementos vegetativos e armazenamento de nutrientes. A constituição do caule
é simples, caracterizada pela presença de nós, entre-nós e gemas.O nó é o local onde se inserem as folhas. O
entre-nó é a parte localizada entre os nós. As gemas são locais que dão origem ao desenvolvimento de partes
vegetativas da planta, dependendo da espécie. Os caules podem ser classificados, quanto ao seu hábitat, em
aéreos, subterrâneos e aquáticos. Os caules aéreos são todos aqueles que crescem em sentido radial, indo em
direção à luz, como os troncos das árvores. Clique aqui para ver a imagem. Os caules subterrâneos, assim
como as raízes, contêm normalmente uma grande reserva nutritiva e podem ser utilizados na alimentação
humana. Desenvolvem-se, assim como as raízes, imersos na terra, sem luz solar, a exemplo das batatas

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(tubérculos) e das cebolas (bulbos). Os caules aquáticos não possuem uma classificação exclusiva e podem
seguir o esquema apresentado pelos caules aéreos.

Ainda sobre os caules, é interessante salientar que eles apresentam, muitas vezes, alterações em sua estrutura
para se adaptar ao meio onde estão inseridos. Eles podem tornar-se achatados e laminares, à semelhança das
folhas. Os espinhos são outras adaptações, de material endurecido e pontiagudo, presentes no gênero Citrus.

Folhas

Nos pontos dos caules onde existem as gemas irão surgir estruturas que chamamos de folhas. As folhas
possuem diversas funções na planta,
principalmente relacionadas com a respiração.
Cada espécie possui folhas de formato e
tamanho particulares, que são um elemento
fundamental para a sua identificação e
classificação.
A folha é formada por limbo, pecíolo e bainha.
Algumas delas não apresentam um dos
elementos e são chamadas de incompletas. O
limbo é normalmente de coloração verde, pela
presença da clorofila, e possui duas faces
(superior e inferior). Há várias maneiras de
classificá-lo, pois sua variedade é imensa.

Partes da folha
O bordo do limbo apresenta também diversas
formas que podem ocorrer na margem ou de
forma mais aprofundada. A natureza também é
capaz de formar elementos curiosos e algumas

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vezes deparamos com ramos de uma mesma planta que possuem folhas diferentes. Por vezes, elas se alteram
radicalmente nos diferentes estágios de desenvolvimento. Isso está ligado ao código genético da planta ou ao
ambiente em que ela se encontra.

As folhas podem ainda sofrer metamorfose foliar em função do meio, ou para melhor exercer suas funções. É
o caso dos espinhos, que servem como defesa do vegetal contra predadores. Outro exemplo são as gavinhas,
que ajudam o vegetal a se fixar a algum suporte, seja outra planta, um muro ou qualquer apoio horizontal.

Flores

Os elementos que compõem uma flor são semelhantes em todas as espécies vegetais: cálice, corola, estame e
pistilo. Apesar de apresentarem variações de forma, cor e tamanho, é fácil identificá-los quando se observa
atentamente uma flor. O cálice é o círculo mais externo protetor, formado por sépalas, que nada mais são do
que folhas modificadas. Em seguida, temos a corola, que é a parte mais atraente da flor. Sempre colorida e
vistosa, é ela que atrai os polinizadores, muitas vezes também pelo aroma. O androceu e o gineceu, que são
responsáveis pela reprodução da planta, encontram-se no interior das flores.
O androceu,o órgão masculino reprodutivo, é formado pelo conjunto dos estames, que podem se apresentar
em número variado. O gineceu está na parte mais interna da flor e é o órgão reprodutor feminino. As flores
podem ser hermafroditas, quando contêm os dois órgãos reprodutivos, unissexuadas ou bissexuadas.

Partes da flor

As estruturas florais agrupam-se de diversas maneiras no ramos. A isso dá-se o nome de inflorescência, nas
quais as estruturas podem estar em número e posição variados.

Frutos

Os frutos são formados pelo desenvolvimento do ovário da flor após a fecundação. Eles compõem-se de
pericarpo e semente. O pericarpo é a parede do fruto, formada por epicarpo (parede mais externa), mesocarpo
(parede do meio) e endocarpo (parede interna). Os frutos podem ser secos ou carnosos e apresentar uma ou
mais sementes. Tanto os frutos secos como os carnosos podem abrir-se, quando alcançam a maturidade, para a
liberação das sementes (frutos deiscentes). Outros frutos permanecem fechados, protegendo suas sementes no
interior (frutos indeiscentes).

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Os frutos podem ainda ser classificados de acordo com a sua forma. Os frutos secos e indeiscentes podem ser
do tipo cariopse (com semente totalmente presa ao pericarpo), aquênio (semente parcialmente presa ao
pericarpo) e sâmara (com expansões achatadas que permitem sua dispersão).
Os frutos secos deiscentes aparecem principalmente na forma de cápsula (muitoscarpelos) e legume (apenas
um carpelo que se abre em duas valvas na maturação). Os frutos carnosos são do tipo baga e drupa.

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As famílias das plantas medicinais

As plantas medicinais podem ser encontradas em praticamente todas as famílias botânicas. Pode-se dizer que
todas as plantas têm algum potencial medicinal, mas
algumas plantas apresentam esses princípios ativos naturais em maior concentração do que outras. Outras irão
ainda entrar para essa extensa lista à medida que despertarem o interesse dos cientistas para o seu estudo
farmacológico.
As famílias mais representativas das plantas medicinais são apresentadas de acordo com a sua classificação
dentro do Código Internacional de Nomenclatura Botânica. Por esse código, as plantas são classificadas
segundo unidades de classificação chamadas de táxon. Essas unidades são escritas na língua latina e são as
seguintes:

Unidades Fundamentais de Classificação

•Reino: Plantae
•Divisão: radical + terminação phyta
•Classe: radical + terminação opsida ou atae
•Ordem: radical + terminação ales
•Família: radical + aceae
•Gênero: substantivo em latim com inicial em letra maiúscula
•Espécie: gênero + designação com a inicial em letra minúscula + abreviatura do nome do autor
Como exemplo, a classificação da planta chamada alecrim é a seguinte:
•Reino: Plantae
•Divisão: Magnoliophyta
•Classe: Magnoliopsida
•Ordem: Lamiales
•Família: Lamiaceae
•Gênero: Rosmarinus
•Espécie: Rosmarinus officinalis L.
É muito importante conhecer as espécies medicinais pelo seu nome científico, pois é ele que irá evitar
confusões na hora de identificar uma planta com exatidão. Para cada espécie existe uma gama enorme de
nomes populares, que são atribuídos de forma aleatória, nas mais diversas regiões de nosso país e do mundo.
Em outros casos, encontramos muitas espécies com o mesmo gênero, o que dificulta a sua distinção. É o caso
da planta chamada hortelã, que pertence ao gênero Mentha e possui mais de cinco espécies semelhantes
comerciais. Nesse caso, é importante saber o nome científico de cada uma delas e as pequenas diferenças
morfológicas que elas apresentam. Isso só a prática poderá ensinar, por meio da observação, manuseio e
cultivo.

MÉTODOS DE COLETA DE PLANTAS MEDICINAIS PARA IDENTIFICAÇÃO

Para a coleta de plantas medicinais, é importante o seu estágio desenvolvimento pois, a concentração de
princípio ativo varia conforme a época e maturação ou crescimento da erva, sendo o ideal:
-folhas - não usar folhas novas ou muito velhas, sendo o ideal, as folhas adultas e viçosas e o melhor período é
antes do início da floração até o término da mesma.
-talos - colhidas da mesma forma e com os mesmos cuidados aplicados as folhas.
-cascas - usar as cascas de plantas adultas principalmente durante a floração da planta tomando sempre
cuidado para não retirar a casca em toda a volta do caule o que promoveria a morte da planta. “Preserve a
natureza e a vida”.
-Raiz – Após o término da floração. Há diferença na quantidade de princípio ativo dependendo da coleta, da
época do ano, grau de maturação da planta, do armazenamento, etc.
É importante que antes de colher uma erva, se observe alguns itens como:
a) Colher sempre plantas adultas;
b) Saber qual a parte da planta se concentra maior quantidade do princípio
ativo desejado (raiz, casca, flor, etc.);
c) Escolher as que não estejam atacadas por pragas;

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d) Evitar a coleta de ervas que estejam próximas a locais onde se tenha utilizado substâncias químicas como
defensivos agrícolas ou próximas a rodovias.

O horário da colheita também é importante:


No caso das folhas e flores: Deve ser feito pela manhã, depois da evaporação do orvalho e em dia de sol, de
preferência sem vento.
No caso das raízes: Deve ser feito no finalzinho da tarde.
OBS: Evitar colheitas na chuva ou logo após a mesma.
No caso das plantas aromáticas: Devem ser colhidas no final da tarde; período em que há
maior concentração de principio ativo.
Lembramos que o uso de plantas medicinais para fins de comercialização na forma de medicamentos
fitoterápicos, devem obedecer legislação específica da área, a ser discutida nos módulo seguintes. Ming
(1996) informa que, para amostras de plantas medicinais devesse coletar a parte utilizada da planta e
recomenda que as plantas herbáceas ou pequenos arbustos devem ser coletados inteiros incluindo ramos,
folhas, flores e partes subterrâneas inteiras (tubérculo, bulbo ou rizoma) , sendo que estas devem ser retiradas
com equipamentos adequados como a pá e devem estar limpas devidamente preparadas para a prensagem.
Já arbustos maiores e, árvores ou cipó devem ser coletados em amostras com cerca de 30 a 40 cm,
acondicionando-os ao tamanho do jornal. Esta mesma fonte recomenda que é necessário coletar também nas
plantas:
Dióicas – as flores (masculina e feminina) em pés diferentes. Parasitas – incluir também o hospedeiro.
Trepadeiras-a amostras devem conter partes especializadas como: gavinhas, unhas espinhos, raízes adesivas
atentando para sua disposição e origem.
Dimorfismo foliar – folhas em ramos jovens diferentes das dos ramos adulto. Para que a coleta atinja o seu
controle de qualidade (Martins et al.1998), indica em que fase ótima da planta deve ser colhida: casca e
entrecasca na floração ; flores no início da fenofase; frutos e sementes quando maduro raízes somente em
plantas adultas ; Talos e folhas antes do seu florescimento. De acordo com o Manual de Herbário (1998), a
coleta para estudos fitoquímicos deve envolver vários órgãos como: folha, flor , raiz , casca e fruto. Isto
porque agentes químicos secundários podem variar muito dependendo das condições, especialmente do tecido
vegetativo.
O lugar onde pretendemos plantar a horta medicinal deve:
Observar as características de cada planta.
Ter água em abundância e disponível
Ter boa incidência de sol.
Observar o espaçamento entre linhas e plantas exigida por cada espécie que deseja plantar. Sugere-se 30cm de
largura por 30 cm de comprimento e 30 de profundidade.
Os canteiros devem ter 1 a 1,2 metro de largura e 0,2 de altura.
A terra das sementeiras devem ser bem fofas e as sementes devem ser cobertas com área bem fina e peneirada.
O solo deve ser fértil, com terra bem fofa. Fazer uma limpeza da área, revolvendo o solo, retirando todas as
plantas indesejáveis.
Planejar a distribuição das espécies e a formação dos canteiros para evitar a erosão.
É recomendável que se faça a análise do solo.

ADUBAÇÃO

Uma adubação equilibrada proporcionará plantas resistentes a pragas e doenças. Recomenda-se:


Usar 150g de fosfato por metro quadrado de canteiro
Fazer a correção básica do solo usando 150g de cal dolomítico por m2 de canteiro.
Acrescentar 2 litros de humus por m2 de canteiro.
Adubar as sementeiras com a mesma dosagem que os canteiros.
As plantas medicinais, em geral, apresentam muita resistência ao ataque de pragas num ambiente equilibrado.
O uso de agrotóxico é desaconselhado para evitar alterações das propriedades das plantas.

COLETA

Pela manhã, logo que secar o orvalho das plantas.

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É sempre melhor colher as plantas medicinais em dias amenos, sem chuva, no período de estio, em horário de
sol fraco e suave. As raízes podem permanecer por algum tempo ao sol.
As folhas, brotos e talinhos devem ser escolhidos antes das floradas até o término da mesma.
Flores como camomila e rosa-branca, devem ser colhidas antes da maturação completa. Espere que o botão se
abra pela metade e então colha.
Coletar frutos e sementes quando atingirem a maturação total.
Casca e entrecasca devem ser colhidos quando a planta estiver florida.
Raiz deve ser colhida após a floração.
Evite a coleta de plantas com manchas, terra, poeira, órgãos deformados, etc.
Nunca use água para lavar folhas e raízes que você pretende conservar, o que acarretará imediato início da
extração do princípio ativo, além do acúmulo de umidade proporcionando a instalação de fungos.
Estenda fios de náilon ou sobre estrados com tela na parte inferior mantendo assim uma boa circulação de ar,
em local livre de poeira e insetos, arejado e ao abrigo do sol. Prenda as ervas separadas, deixando-as secar de
dia, e recolhendo-as à noite para evitar o sereno.
“Lembre-se: Para fazer uso de uma planta como medicamento, ela deve ser tratada como tal, ou seja, Mantê-la
sempre em lugar ao abrigo do calor, luz e umidade”.
É aconselhável renovar o estoque de ano em ano.

SECAGEM

Recomenda que a secagem seja feita ao ar livre, fora da luz direta do sol ou preservar em álcool. Macedo et al.
(1998), informa que após a coleta a planta deve ser prensada entre folhas de jornais, papelão e/ou alumínio
enrugado, em seguida deve coloca-la e amarra-la em prensas (grades de madeira) com cordões incluindo a
ficha de coleta com as características do material botânico colocando-a na estufa para desidratação.
Após a desidratação as prensas são retiradas e o material desidratado é amarrado apenas no jornal e é
conduzido para descontaminação da amostra em freezer (18ºC).
A partir destas etapas o material é enviado para herbários para ser identificado.
Antes de fazer a secagem, observe os seguintes cuidados:
Nunca lave as plantas antes da secagem, use escovas para fazer a limpeza.
Separe as plantas de espécies diferentes.
Plantas que são colhidas inteiras devem ter suas partes colocadas para secar em separado, e serem conservadas
em recipientes separados.
Espalhe a planta ou suas partes sobre um pano ou estrado com tela na parte inferior:
Secar o material à sombra, evitando secagens ao sol e ao fogo, que alteram a qualidade da planta;
Raizes, caules e cascas podem ser secos ao sol da manhã;
As flores precisam secar sem receber luz solar direta;
Brotos, folhas e plantas inteiras são secos à sombra, em lugares arejados;
Quando se tornarem quebradiças, as plantas estarão prontas para uso, devendo serem guardadas em vidros
fechados, longe da luz, pó umidade e possíveis ataques de pragas.

ARMAZENAMENTO

Após a identificação, o armazenamento deve ser feito rapidamente, evitando assim a perda dos princípios
ativos das plantas, preferencialmente em ambiente arejado e seco, sem acesso de poeira ou animais. Pequenas
quantidades podem ser colocadas em potes de vidro ou sacos (polietileno ou polipropileno). É recomendável
evitar colocar embalagens de espécies diferentes perto uma das outras ou coloca-las diretamente sobre o solo.
Devido à ação de uma espécie sobre o desenvolvimento da outra, recomenda-se algumas vezes o plantio de
duas ou mais espécies diferentes.Exemplos de associações benéficas:
Manjerona - Melhora o aroma das plantas
Catinga-de-mulata - seu aroma afasta insetos voadores
Funcho e Losna - Não devem ser plantadas perto de nenhuma outra planta
Hortelã - Pode ser plantada como bordadura
Alfavaca - Não deve ser plantada perto da Arruda. Seu cheiro repele moscas e mosquitos
Tomilho - Seu cheiro mantém afastada a borboleta-da-couve
Mil-folhas - Serve como bordadura aumentando a produção de óleos essenciais quando plantadas perto de

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ervas aromáticas

COMBATE DE PRAGAS COM SOLUÇÕES NATURAIS

Alguns métodos naturais, embora sem ter 100% de eficácia, têm trazido bons resultados no combate de
pragas, tais como:
Doenças no viveiro: tintura de camomila - 50 gs de flores em 1 litro de água fria.
Descansar 2 dias. No terceiro filtrar. Aplicar sobre mudas recém transplantadas também.
Fungicidas do solo - Calda bordalesa, enxofre, chá de cavalinha (200 gramas de caules fervidos em 10 litros
de água por 20 minutos).
Fungos: 100 gramas de sulfato de cobre bem triturado num saco de fralda e ponha o saco em 5 litros de água.
À parte, misture 5 litros de água com 100 gramas de cal virgem (leite de cal). Junte-os para usar depois.
Fungos: 100g de sulfato de cobre, 100g de cal virgem e 10 litros de água. Coloca-se o sulfato de cobre, bem
triturado, num saquinho de pano ralo, na superfície de meio litro de água, num recipiente que não seja de
ferro. Fazer pasta (leite de cal) adicionando 100 g de cal virgem em meio l litro de água. Coar o “leite” e
coloca-lo num recipiente (nunca de ferro). Em outro recipiente já deve constar a solução de sulfato de cobre.
Misturar as duas soluções simultaneamente, usando uma pazinha de madeira. Agora o teste de acidez: pegue
uma faca ou canivete e sobre a lamina, bem limpa, coloque duas ou três gotas da calda preparada e, após três
minutos, sacuda a lamina. Se ficarem manchas avermelhadas nos pontos onde estavam as gotas de calda, esta
ainda está ácida. Quer dizer: adicionar mais uma pouco de “leite de cal” até que fique neutra ou ligeiramente
alcalina. O ideal é aplicar a calda no mesmo dia, mas se tiver que conservar a calda por 2 ou 3 dias para
depois aplica-la, adicione 5 g de açúcar para cada 1 litro de calda preparada.
Desinfetantes de canteiros : Folhas secas de sálvia incorporadas aos canteiros.
Nematóides: Plantar pés de tagetes pelos canteiros ajuda manter afastados nematóides e afídeos.
Pulgões e colchonilhas: 100 gs de urtiga previamente secas por 7 dias. Colocar em 10 litros de água
macerando por 8 dias. Juntar mais 100 litros de água após coar.
Trips: 50 gramas de pimenta malagueta esmagada em 1 litro de água, deixar curtir 24 horas. Após esse
período, mexa bem e coe. Adicione 1 col de sopa de sabão e mexa. Pulverize sobre as plantas, repetindo a
cada 5 dias até acabar.

Uso das plantas na TERAPIA HOLÍSTICA

Homeopatia

As bases científicas da terapêutica homeopática foram lançadas há cerca de 200 anos pelo médico alemão
Christian Friedrich Samuel Hahnemann (1755-1843). A homeopatia se baseia no tratamento das doenças pelo
uso de um "semelhante" –
similia similibus curantur. Isso significa que a pessoa doente é tratada com uma substância que, num
indivíduo sadio, provocaria o surgimento dos mesmos sintomas de doença.
A homeopatia tem uma visão muito ampla do indivíduo, procurando não só curar a
enfermidade, como também promover o equilíbrio total, prevenindo assim o surgimento de novos problemas.
Sua visão é de que, além do corpo físico, todos os elementos vivos apresentam uma energia não material
chamada de energia vital. Quando o médico homeopata faz um diagnóstico, ele leva em consideração tanto
essa energia como as condições físicas do paciente.
As plantas são os componentes da maioria dos mais de 2 mil remédios homeopáticos. Após a extração de seus
princípios medicinais, seja por meio de tinturas ou extratos, elas são submetidas a sucessivas diluições e
dinamizações que, segundo a teoria, promovem a liberação da energia vital da planta que irá atuar em
profundidade no corpo, seja humano ou animal, harmonizando todas as vibrações.

Antroposofia

A medicina ampliada pela antroposofia foi apresentada pelo filósofo eslovênio Rudolf Steiner (1861-1925) na
década de 1910 como uma compreensão da medicina sob um ponto de vista espiritual. A medicina
antroposófica considera que, além de um corpo físico, o homem é constituído de mais três estruturas: a vital

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(ou etérica), a anímica (ou astral) e a espiritual (o "Eu"). O médico antroposófico faz o diagnóstico e o
tratamento do paciente levando sempre em consideração essas quatro estruturas essenciais.

Essas estruturas, por sua vez, agrupam-se em três sistemas funcionais e anatômicos diferentes: o neuro-
sensorial (concentrado principalmente na região da cabeça), o rítmico (cujo centro funcional se encontra na
região torácica) e o metabólico. Existe uma relação recíproca entre esses três sistemas que muda ao longo da
vida. Uma alteração nessas mudanças através do tempo leva a um desequilíbrio que é a causa primária das
doenças. As plantas entram na elaboração de diversos produtos da medicina antroposófica, que vão desde
cosméticos até os remédios propriamente ditos. Para serem usadas como ingredientes da farmácia
antroposófica, as plantas devem ser cultivadas de acordo com os princípios da agricultura biodinâmica.
Os produtos antroposóficos são sempre elaborados de forma muito natural, sem o uso de corantes,
conservantes e perfumes artificiais. Em conseqüência, todos eles são de alta tolerância para pessoas sensíveis
e não agridem o meio ambiente.

Védica

A terapia védica, ou indiana, é conhecida como Ayurveda, a medicina da saú


de e da longevidade. O uso das plantas está fundamentado não sóno seu efeito terapêutico, mas também na
identificação delas dentro de um dos doshas. Doshas, palavra sânscrita que pode ser traduzida por "tipos", são
os três princípios básicos que ligam a mente ao corpo:
Vata, Pitta e Kapha.

Para a terapia védica, o ideal é que o indivíduo tenha esses três doshas em equilíbrio. O desequilíbrio do Vata
traduz-se em dores, espasmos, tremores. Do Pitta, em inflamação, febre, azia, ondas de calor. Do Kapha, em
congestão, descarga de mucos, retenção de fluidos, letargia. Quando os sintomas surgem, é
necessário reduzir o dosha correspondente com o uso de recursos apropriados. O uso continuado desses
recursos gera desequilíbrio no sentido oposto, que pode ser corrigido elevando o dosha em questão. A melhor
forma de manter os doshas equilibrados é cultivando hábitos harmoniosos. A fitoterapia sódeve ser utilizada
nos casos que exijam intervenções mais radicais. Para identificar as plantas quanto à sua ação sobre os doshas,
elas devem ser analisadas nos seus mínimos detalhes, observando sua forma, sua cor, sua textura, seu sabor e
aroma, sua origem, o modo como se desenvolvem, seu tamanho, o clima onde crescem, o tipo de solo e todas
as condições ambientais.
De modo geral, porém, as plantas Vata têm o caule retorcido ou curvo, com ramos
esparsos, de casca rugosa e folhas de textura áspera. As plantas Pitta têm flores vistosas, são luminosas e
muitas vezes venenosas. As plantas Kapha são normalmente grandes, com folhagens densas, e absorvem
muita água.

Nome da Planta Ações sobre os DOSHAS


Abacateiro Harmoniza Vata / Pitta / Kapha
Aipo Eleva Vata / Pitta
Alcachofra Reduz Pitta / Kapha, eleva Vata
Alfazema Reduz Pitta / Kapha
Alho Reduz Vata / Kapha, eleva Pitta
Arnica Reduz Vata / Kapha, eleva Pitta
Babosa Harmoniza Vata / Pitta / Kapha
Calêndula Reduz Pitta / Kapha, eleva Vata
Erva-cidreira Reduz Pitta / Kapha
Gengibre Reduz Vata / Kapha, eleva Pitta
Hamamélis Reduz Pitta / Kapha, eleva Vata
Louro Reduz Vata / Kapha, eleva Pitta
Mil-folhas Reduz Pitta / Kapha, eleva Vata
Pimentão Reduz Vata / Kapha, eleva Pitta
Rosa Harmoniza Vata / Pitta / Kapha
Salsa Reduz Vata / Kapha, eleva Pitta

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Tanchagem Reduz Pitta / Kapha, eleva Vata
Urtiga Reduz Pitta / Kapha, eleva Vata
Verbena Reduz Pitta / Kapha, eleva Vata

Chinesa

A terapia chinesa é praticada há milhares de anos, sempre fazendo uso dos elementos da natureza (ar, água,
fogo e terra), com suas estações e ciclos, para promover a manutenção de uma relação harmônica do homem
com o universo. Essa harmonia é observada em função do equilíbrio da energia vital, chamada de Chi. De
acordo com a filosofia chinesa, o Chi percorre o corpo dentro de canais invisíveis denominados meridianos e
polariza-se em duas correntes opostas e complementares, o Yin eo Yang. Quando o equilíbrio entre essas
forças é rompido, surgem as doenças.
Na fitoterapia chinesa, as plantas são classificadas segundo a sua essência, relacionada ao sabor e à sua
natureza energética, ou segundo a sua forma, relacionada à parte do vegetal usada como remédio. Existem
ainda outras maneiras de relacionar as plantas aos elementos naturais, de acordo com a sua cor, a parte do
corpo humano sobre o qual age a planta etc. A fitoterapia chinesa consiste num vasto campo de
conhecimentos milenares, do qual demos apenas uma pálida idéia. O estudo e a compreensão dos mecanismos
de ação das plantas são considerados imprescindíveis para quem quiser se aprofundar na área de medicina
natural.

Relação de algumas plantas quanto à sua essência –sabor

Sabor Nome da Planta


Ácido Alcaçuz, ameixa-preta, beldroega, jujuba, laranja, limão, peônia,
tangerina
Amargo Angélica-chinesa, bardana, beldroega, cavalinha, dente-de leão,
ruibarbo, violeta
Doce Amora, arroz, canela, cavalinha, dente-de-leão, lágrima-de nossa-
senhora, lótus, tanchagem
Picante Bardana, canela, capim-limão, cravo-da índia, funcho, gengibre,
menta, mostarda, pimenta-do-reino, tussilagem, violeta
Salgado Reino animal e mineral

Terapias holísticas relacionadas ao uso de vegetais

Aromaterapia

Procura tratar as doenças e desequilíbrios emocionais por meio dos aromas de óleos essenciais extraídos das
plantas aromáticas. Segundo a aromaterapia, os aromas, quando aspirados, atingem determinadas regiões do
cérebro que, por sua vez, ativam metabolismos específicos do corpo. Com a ativação desses metabolismos,
ocorre a reestruturação das condições gerais do organismo, devolvendo o equilíbrio e a harmonia perdidos.

Terapia floral

É uma terapia que procura relacionar a enfermidade com o tipo de personalidade do paciente. Foi
desenvolvida e criada pelo médico inglês Edward Bach (1886-1936), que relacionou 38 remédios para
equilibrar todos os estados de ânimo humanos. Esses remédios são elaborados usando a essência floral
extraída de diversos vegetais de vários portes (árvores, arbustos, ervas, trepadeiras) que foram criteriosamente
escolhidos.
Os florais de Bach agem de forma suave, promovendo transformações na psique humana. Não apresentam
efeitos colaterais nem contra-indicações. De acordo com o Dr. Bach, a terapia floral pode ser usada por
qualquer pessoa, de qualquer idade, e até mesmo por animais.
Segundo os seus teóricos e praticantes, a terapia floral aplica-se especialmente a estados de ânimo, tais como
o medo, a indecisão, o desinteresse pela vida, a solidão, a sensibilidade excessiva às influências e opiniões

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alheias, desalento, desespero, preocupação excessiva com os outros. Hoje, a terapia floral tornou-se
conhecida no mundo inteiro, com centros de pesquisa que desenvolvem remédios a partir de plantas
específicas de cada região do globo. Desse modo, temos os florais californianos, os da Argentina e tantos
outros.

PRODUTOS HOMEOPÁTICOS

A homeopatia, modalidade terapêutica cujo pilar encontra-se na lei dos semelhantes, anunciada por
Hipócrates na antiga Grécia, foi viabilizada na prática por um médico alemão Christian Friedrich Samuel
Hahnemann que cansado da "medicina" de sua época, abandonou sua profissão e como conhecedor de
diversos idiomas, passou a dedicar-se a traduções de livros editados em outros idiomas. Foi quando, em 1790,
ao traduzir a matéria médica do médico escocês William Cullen, teve o "estalo" que mudaria sua forma de
pensar. Em 1796, publica a obra Fragmenta de viribus medicamentorum positivis in sano corpore humano
observatis. 2 teile, Leipzig (Ensaios sobre um novo princípio para descobrir as virtudes curativas das
substâncias medicamentosas) onde expõe os fundamentos desta nova terapêutica e então esta data é
considerada o marco de fundação da homeopatia. Em 1810, publica a 1ª edição do Organon da Medicina,
onde detalha os fundamentos desta nova terapêutica, que a partir da 2ª edição, publicada em 1819, recebe o
nome de Organon da arte de curar, pois em sua visão o homeopata seria um "artista da cura" restando o termo
"médico" para designar aqueles que seguiam a terapêutica da época, à base de sangrias e sanguessugas, sem
paralelo com a medicina da atualidade. Basicamente a homeopatia baseia-se em quatro princípios, aos quais
algumas escolas homeopáticas adicionam outros:

• "Similia similibius curantur ou curentur", ou seja, o semelhante tratado pelo semelhante. Assim,
um determinado medicamento dado a indivíduos aparentemente sadios, mas susceptíveis, produz
um conjunto de sinais e sintomas. Este mesmo medicamento, em pequenas doses, produzirá a
cura em doentes que tenham os sinais e sintomas semelhantes áqueles apresentados
anteriormente;
• "Experientia in homine sano", que corresponde à experimentação no homem são, utilizado por
Hahnemann na época, e que na atualidade pode ser entendida como experimentação
medicamentosa. Isto corresponde ao conhecimento da farmacodinâmica homeopática que é
representada pelas matérias médicas, que contém a patogenesia dos medicamentos homeopáticos,
que são resultantes de estudo experimental, dados da toxicologia e observação clínica;
• "Doses minimae" ou doses mínimas, é a desconcentração da matéria-prima de origem do
medicamento homeopático, isto é, o modo de obtenção ou farmacotécnica dos medicamentos
homeopáticos;
• "Unitas remedi" ou medicamento único. Este princípio é passível de diversas concepções por
distintas escolas homeopáticas.

ORIGEM DOS MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS E MATÉRIAS-PRIMAS UTILIZADAS


EM HOMEOPATIA

Medicamentos homeopáticos de origem vegetal (incluindo algas, fungos e fungos liquenizados)

A grande maioria é obtida pela forma farmacêutica básica denominada TINTURA-MÃE, embora
algumas exceções sejam preparadas pela forma farmacêutica básica denominada TRITURAÇÃO-MÃE.
Os vegetais devem ser colhidos de preferência na forma fresca e de preferência em seu habitat natural
nas primeiras horas da manhã. Podemos utilizar (segundo a monografia de uma Farmacopéia
homeopática):

Fanerógamos, ou vegetais com flor, Que incluem tanto os vegetais sem frutos, ou gimnospermas,
quanto aqueles com frutos, ou angiospermas. Constituem a maioria absoluta dos medicamentos
homeopáticos de origem vegetal, em número e utilização cotidiana.Das angiospermas, podemos utilizar:

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• Planta toda colhida na floração: ex.: Aconitum napellus (Acônito ou Mata-lobos), Aethusa
cynapium (Cicuta dos jardins), Anemone pratensis (ou Pulsatilla) (Flor da Páscoa ou Flor do Vento),
Atropa belladonna (ou Belladonna), Lobelia Inflata (Lobélia ou Tabaco Indiano, etc);
• Folhas colhidas depois de seu desenvolvimento completo: ex.: Ocimum canun (Manjericão),
Passiflora alata (Maracujá), Rhus toxicodendrun (Hera do Canadá), etc.
• Flores colhidas antes do desabrochamento total: ex.: Artemisia cina (ou cina) (Sêmen Contra),
Cactus grandiflorus (Flor da Noite), Calendula Officinalis (Calêndula ou Bem-me-quer), etc;
Casca do caule colhido depois do desenvolvimento e antes da floração: ex.: Cinchona officinalis
(ou China) (Quina Cinza ou Verdadeira), Daphne mezereum (ou Mezereum) (Auréola), etc;
• Raízes ou bulbo das plantas anuais e bianuais colhidas no final do período vegetativo: ex.:
Allium cepa (Cebola vermelha), Allium sativum (Alho), Apocynum cannabinum (Cânhamo
americano), Bryonia alba (ou Bryonia) (Briônia branca ou nabo do diabo), Colchicum autumalle
(Açafrão bastardo ou colchico);
• Frutos ou seu equivalente e as sementes maduras: ex.: Aesculus hippocastanum (Castanha-da-
Índia), Citrullus colocynthis (ou Colocinthis) (Coloquíntida), Cratoegus oxyacantha (Espinho branco),
etc;
• Goma-resina: ex.: Ferula assa foetida (ou Assa foetida), Guaiacum officinalis (Guaiaco), Papaver
somniferum (ou Opium), etc.

Criptógamos, ou vegetais sem flor, que incluem os vegetais sem tecido condutor, ou briófitas (musgos),
e aqueles com tecido condutor, ou pteridófitas (avencas e samambaias). A maioria constitui medicamentos
homeopáticos sem grande utilidade cotidiana, exceto Lycopodium: Ex. Adianthum capillus veneris (Avenca),
Aspidium filix mas (ou Filix mas) (Feto Macho), Lycopodium clavatum (Licopódio), Pteridium
aquilinum, etc. Algas, fungos e "liquens": tradicionalmente estudados pelos botânicos como talófitas, pois seu
corpo vegetativo é constituída de uma massa celular denominada talo, não são considerados mais
pertencentes ao reino plantae ou metaphyta, exceto as algas superiores. Constituem hoje outros reinos,
como fungi, formado por fungos superiores multinucleados e protista, ou microalgas e protozoários.

Algas: ex.: Alsidium helminthochortos (ou Helminthochortos);


Fungos: ex.: Bovista gigantea (ou Bovista), Amanita muscaria (ou Agaricus) (Agárico Pintado), Claviceps
purpurea (ou Secale Cornutum) (Esporão de Centeio), Lobaria pulmonaria (ou Sticta pulmonaria), Ustilago
maydis (Mofo do Milho), etc;
Fungos liquenizados ("liquens"): ex.: Cetraria islandica (Líquen da Islândia);

Medicamentos homeopáticos de origem química:

Originam as SOLUÇÕES-MÃE (substâncias) ou as TRITURAÇÕES-MÃE (substâncias não solúveis).


A solubilidade de uma substância em um determinado solvente é função do produto da solubilidade (Kps),
desta mesma substâncias;

Produtos químicos definidos:

• Inorgânicos: formados por substâncias inorgânicas, que constituem a maioria absoluta dos
medicamentos homeopáticos de origem química empregados em homeopatia quotidianamente.
Exemplos: Acidum nitricum, acidum sulfuricum, alumina (Alúmen), Ammonium carbonicum,
Antoimonium tartaricum (Tartarato de antimônio), Argentum nitricum (Nitrato de prata),
Arsenicum album (trióxido de arsênico), Arsenicum iodatum (iodeto de arsênico), Aurum
metallicum (ouro metálico em pó), Borax (borato de sódio), Ferrum metallicum (ferro metálico
em pó), Glanoinum (nitroglicerina), Iodum (iodo), Kalium bichromicum (dicromato de potássio),
Mercurius corrosivus (cloreto de mercúrio II), Mercurius dulcis (calomelano ou cloreto de
mercúrio I), Natrium muriaticum (clorto de sódio), Phosphorus (fósforo branco), Platina (platina

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metálica), Plumbum metallicum (chumbo metálico em pó), Silicea (sílica), Sulfur (enxofre),
Zincum metallicum (zinco metálico), etc;

• Orgânicos: compreende substâncias orgânicas, que são comparativamente menos utilizadas que
aquelas originárias de substâncias inorgânicas no cotidiano. Exemplos: Aloxanum (aloxana),
Anilinum (anilina), Carboneum sulfuratum (dissulfeto de carbono), Petroleum (petróleo),
Phenolum ou Acidum carbolicum (fenol), Terebinthinum (terebintina), etc;

• Minerais: formado também por substâncias inorgânicas, mas por seus minérios naturais e não
pelos compostos purificados. Sua utilização é rara no cotidiano. Exemplos: Galena (PbS),
Pirolusita (MnO2), etc;

• Substâncias Complexas De Origem Natural: engloba os metabólitos secundários extraídos de


vegetais, em grau para análise, isto é, o mais puro possível. Também são pouco utilizados no
cotidiano. Exemplos: Aconitinum (aconitina), Atropinum sulfuricum (sulfato de atropina),
Chininum muriaticum (cloridato de quinina), Chininum sulfuricum (sulfato de quinina),
Strychninum arsenicosum (arsenato de estriquinina), Strychninum phosphoricum (fosfato de
estriquinina), Strycninum valeriacinum (valerianato de estriquinina), Pilocarpinum nitricum
(nitrato de pilocarpina), etc;

• Produtos E Misturas, Definidas Somente Por Seu Modo De Preparo: Exemplos: Aethiops
antimonialis (mistura de Hg+S=Sb2S3), Aethips mineralis (mistura de Hg+S), Anthracokali
(mistura de C+KOH), Causticum, Hepar sulfur (mistura de CaS), Mercurius solubilis (possui uma
fórmula próxima de Hg4ON.H2NO3+NH4NO3);

Medicamentos homeopáticos de origem animal (incluindo organoterápicos e sarcódios) e


bioterápicos (vacinas, microorganismos e substâncias patológicas ou nosódios):
Originam as TINTURAS-MÃE, TRITURAÇÕES-MÃE ou PREPARAÇÕES GLICERINADAS,
dependendo da farmacopéia homeopática empregada. Os animais devem ser saudáveis, apanhados quando
adultos, VIVOS ou MORTOS ou parte destes, utilizados no estado fresco ou seco. Assim, podemos
utilizar:

• Animal todo: exemplos: Apis mellifica (Abelha), Calcarea carbonica (parte interna da concha de
Ostrea edulis L.), Cantharis vescicatoria (Cantárida), Spongia tosta (Esponja tostada), etc;

• Produtos fisiológicos (secreções ou excreções): Sarcódios (quimicamente definidos): exemplos:


Lachesis muta (cobra surucucu), Mephites putorius (Doninha ou Mofeta da América), Moschus
moschiferus (Almíscar), Sepia officinalis (Sibia Ordinária/Calamar), etc;

• Algumas partes ou órgãos (organoterápicos): exemplos: Folliculinum, Pancreatinum,


Thyroidinum, etc;

• Bioterápicos (ou Nosódios): pela definição da 10ª edição da Farmacopéia Francesa, são: "Produtos
não quimicamente não definidos (secreções, excreções, patológicas ou não, certos produtos de origem
microbiana, alérgenos) que servem para de matéria-prima para as preparações homeopáticas".

Medicamentos homeopáticos cuja origem não se enquadra nas classificações anteriores:

Exemplos: Eletricitas, Galvanismus, Luna, Magnetis Poli ambo, Magnetis Poli arcticus, Magnetis Poli
australis, Nidus edulis, Raios-X, Sol.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
FARMACOTÉCNICA HOMEOPÁTICA

ESCALAS:

São as proporções seguidas na preparação de diferentes diluições e concentrações a que são submetidos
os medicamentos durante a preparação. As escalas Hahnemannianas são a centesimal e a cinqüenta
milesimal. Temos também a escala decimal introduzida por Hering.

• Escala centesimal (CH) – A diluição é preparada na escala 1:100 (insumo ativo : insumo
inerte);
• Escala decimal (DH) – A diluição é preparada na escala 1:10 (insumo ativo : insumo inerte);
• Escala cinqüenta milesimal (LM) – A diluição é preparada na escala 1:50.000 (insumo ativo :
insumo inerte);

DEFINIÇÕES:

• Ponto de partida – Forma farmacêutica básica. No caso de drogas solúveis utiliza-se a Tintura-
Mãe feita em solução hidroalcóolica, e no caso de drogas insolúveis, utiliza-se a Trituração-Mãe
feita a partir da trituração da droga pura.
• Insumo inerte para drogas solúveis – Álcool etílico à 70º para as 3 primeiras dinamizações da
escala centesimal e para as 6 primeiras da escala decimal.
• Insumo inerte para drogas insolúveis – Lactose para as 3 primeiras dinamizações da escala
centesimal e para as 6 primeiras da escala decimal.
• Processo de sucussão manual: a sucussão será executada através de movimento contínuo e
ritmado, no sentido vertical, com o antebraço, de modo que produza choque do fundo do frasco
com um anteparo semi-rígido.
• Processo de sucussão mecânica: feita em máquina que mantenha as características do processo
manual.

MÉTODOS:

Hahnemanniano (Escala decimal e centesimal):

• Drogas solúveis:

- Ponto de partida: Tintura-Mãe (10% de ativo) ou dinamização anterior;


- Insumo inerte: Etanol em diferentes graduações;
- Nas preparações de estoque usar etanol à 70% e na dispensação à 30%;
- Número de frascos: Quantas forem as dinamizações;
- Volume: O líquido à ser dinamizado deverá ocupar 2/3 do frasco usado;
- Número de sucussões: 100;
- Processo: Diluição e sucussão, manual ou mecânica.
- Exemplo: Para preparar Pulsatilla 3CH. Teremos no primeiro vidro 19,8mL
de etanol 70% e 0,2mL de Pulsatilla TM, dinamiza-se com 100 sucussões e
teremos Pulsatilla 1CH. No segundo vidro teremos 19,8mL de etanol 70% e
0,2mL de Pulsatilla 1CH, dinamiza-se com 100 sucussões e teremos Pulsatilla
2CH. No terceiro vidro teremos 19,8mL de etanol 30% e 0,2mL de Pulsatilla
2CH, dinamiza-se com 100 sucussões e teremos Pulsatilla 3CH.

• Drogas insolúveis:

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- Ponto de partida: Trituração-Mãe ou dinamização anterior;
- Insumo inerte: Lactose para a fase insolúvel e etanol em diferentes
graduações para a fase líquida;
- Processo: Trituração para a fase sólida, diluição e sucussão para a fase
líquida;
- Técnica: Dividir a quantidade total de lactose a ser utilizada em 3 partes
iguais. Colocar a primeira parte em gral de porcelana e triturar para tampar as
paredes do gral. Sobre essa lactose acrescenta-se o insumo a ser triturado
obedecendo a escala decimal ou centesimal. Homogeneizar com espátula de
porcelana ou aço-inox. Triturar vigorosamente por 6 minutos. Raspar com a
espátula, o triturado no gral por 4 minutos. Repetir os 2 processos anteriores.
Acrescentar a segunda parte de lactose e repetir todo o processo mais 2 vezes.
Assim, o triturado obtido será 1CH ou 1 DH. Para conseguir o 2CH ou 2DH,
deve se repetir todo o processo, usando como o insumo ativo o 1CH ou 1DH.
Esse processo deverá ser repetido até o 3CH ou 6DH. Acima dessas
dinamizações, utilizar essas diluindo em etanol 20% na escala solicitada e
sucussionando também de acordo com a mesma escala usada. Se a
dinamização for para estoque deixar em etanol 70% e se for para dispensação
usar etanol 30%.

Hahnemanniano (Escala cinqüenta milesimal):

• Drogas solúveis e insolúveis:

- Ponto de partida: droga mineral, animal ou vegetal sempre que possível no


estado fresco ou usar TM corrigindo sua concentração;
- Insumo inerte: Lactose para a fase insolúvel e etanol em diferentes
graduações para a fase líquida;
- Número de frascos: Quantas forem as dinamizações;
- Volume: O líquido à ser dinamizado deverá ocupar 2/3 do frasco usado;
- Número de sucussões: 100;
- Processo: Diluição e sucussão, manual ou mecânica.
- Dividir a quantidade total de lactose a ser utilizada em 3 partes iguais.
Colocar a primeira parte em gral de porcelana e triturar para tampar as
paredes do gral. Sobre essa lactose acrescenta-se o insumo a ser triturado
obedecendo a escala centesimal. Homogeneizar com espátula de porcelana ou
aço-inox. Triturar vigorosamente por 6 minutos. Raspar com a espátula, o
triturado no gral por 4 minutos. Repetir os 2 processos anteriores. Acrescentar
a segunda parte de lactose e repetir todo o processo mais 2 vezes. Assim, o
triturado obtido será 1CH. Para conseguir o 2CH, deve se repetir todo o
processo, usando como o insumo ativo o 1CH. Realizar todo o processo até
chegar à 3CH. Dissolver 63mg do produto à 3CH em 500 gotas de álcool 96º
à 20% medidas em cânula padronizada. Colocar 1 gota da solução anterior
em frasco de capacidade adequada e adicionar 100gotas de álcool à 96º,
aplicar 100 sucussões. O frasco para potencialização será preenchido com
etanol até 2/3 de seu volume. O produto desta operação corresponde ao
primeiro grau de dinamização. Umedecer com 1 gotas do primeiro grau de
dinamização 500 microglóbulos. Separa-los rapidamente e colocar sobre
papel-filtro para secarem. Este é o medicamento na 1LM. Dissolver um
microglóbulo da 1LM em 1 gota de água destilada e acrescentar 100 gotas de
álcool 96º, aplicar 100 sucussões. O frasco para potencialização será
preenchido com etanol até 2/3 de seu volume. O produto desta operação
corresponde ao segundo grau de dinamização. Umedecer com 1 gota do
segundo grau de dinamização 500 microglóbulos. Separa-los rapidamente e

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
colocar sobre papel-filtro para secarem. Este é o medicamento na 2LM. Para
os demais graus de potência repetir o processo acima.

Korsakoviano:
• Drogas solúveis e insolúveis:
- Ponto de partida: medicamento na 30CH em etanol 70%;
- Insumo inerte: Se a dinamização for para estoque deixar em etanol 70% e se
for para dispensação usar etanol 30%.;
- Número de frascos: frasco único;
- Volume: O líquido à ser dinamizado deverá ocupar 2/3 do frasco usado;
- Número de sucussões: 100;
- Processo: Diluição e sucussão, manual ou mecânica.
- Técnica: colocar num frasco quantidade suficiente de medicamento na 30CH
de modo que ocupe 2/3 de seu volume. Emborcar o frasco deixando o líquido
escorrer livremente por 5 segundos. Adicionar o insumo inerte na quantidade
previamente estabelecida e sucussionar 100 vezes. A resultante desta
operação corresponde à 31K. Repetir este procedimento para obter as
dinamizações subseqüentes, tendo como limite máximo 100.000K. É vedada
a estocagem de medicamentos obtidos por este método.

Fluxo contínuo:

• Drogas solúveis e insolúveis:


- Ponto de partida: medicamento na 30CH em etanol 70%;
- Insumo inerte: água obtida por destilação, bidestilação, deionização filtrante-
esterilizante;
- Número de frascos: câmara de dinamização única;
- Número de sucussões: 100 rotações;
- Processo: diluição e turbilhonamento mecânico.
- Técnica: Adicionar o volume do medicamento de partida equivalente à
capacidade total da câmara do aparelho, respeitando a proporção de 1:100. A
entrada de água e a rotação do motor são ativadas simultaneamente. A
dinamização inicia-se sempre com a câmara cheia. O processo será reiniciado
com a última dinamização Hanemaniana em que ele foi interrompido, em
água respeitando a proporção de 1:100, no volume correspondente à
capacidade total da câmara. Acionar então, a entrada de água e o motor
simultaneamente. A dispensação do medicamento preparado em fluxo
contínuo deve ocorrer a partir de 200FC até 100.000FC. o grau de
dinamização desejado será dado em função do tempo necessário para sua
obtenção. Todo dinamizado será retirado da câmara para que sejam feitas 2
dinamizações hahnemannianas e estocadas em álcool 70%. Interromper o
processo sempre duas dinamizações anteriores ás seguintes: 200FC, 500FC,
1MFC, 5MFC, 10MFC, 50MFC, 100MFC.

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SISTEMAS DE FLORAIS

BASES DE FLORAIS:

Tradicional: Conhaque Domecq 30%


Água mineral 70%

Sem álcool: Vinagre de maçã 30%


Água mineral 70%

Para manipular as essências, acrescentar 2 gotas de cada essência (tanto para floral de Bach, da Califórnia ou
de Minas) em 30mL de base. Se a essência for a Rescue Remedy ou um dos Buquets e for prescrita sozinha,
adicionar 4 gotas para cada 30mL.

ESSÊNCIAS FLORAIS DE BACH:

AGRIMONY (Agrimonia eupatoria – amarela)


Flor do campo escolhida por Bach para pessoas jovens e alegres que evitam analisar suas preocupações, e às
vezes fogem através das drogas e tormento mental.

ASPEN (Populus tremula (choupo) – verde)


Cristãos dizem que a Cruz foi feita dessa árvore, cujas folhas tremulam à menor brisa, como se um medo
secreto a afetasse. Bach captou-lhe a “alma” e indicou-a para presságios inexplicáveis e medos desconhecidos.

BEECH (Fagus sylvatica (faia) – amarela)


Árvore com mais de 30 metros, nativa da Inglaterra; sua florzinha lembra uma coroa. Bach indicou-a para
pessoas muito intolerantes. A escolha faz sentido; a árvore é frágil e cai com as ventanias.

CENTAURY (Centaurium umbellatum – rosa)


Flor rosa-pálida, de cinco pétalas, que reequilibra a submissão de algumas pessoas.

CERATO (Ceratostigma willmottianna – azul-lilás)


Flor lilás de um pequeno arbusto que adora o sol. Para quem não tem autoconfiança e busca conselhos e
confirmações.

CHERRY PLUM (Prunus cerasifera (cerejeira) – rosa)


A indescritível beleza da flor dessa árvore expulsa pensamentos sombrios e transfere força e confiança a quem
vive grandes sofrimentos. Indicada para quem está com stress, com medo de perder a razão, impulsos suicidas
ou criminosos.

CHESTNUT BUD (Aesculus hippocastanum – rosa)


Para quem demora mais que os outros para aprender as lições da vida, a ajuda esteja talvez no incrível botão
grudento, de verdíssimas folhas emergentes, que nasce de uma árvore de trronco rugoso.

CHICORY (Chicorium intybus – azul-lilás)


Para quem acha que sabe tudo e vive corrigindo os erros dos outros. É uma bela flor azul, mas dura só um dia.
No seu lado positivo é a imagem feminina, maternal. No negativo, autopiedade e atos egoístas e possessivos.

CLEMATIS (Clematis vitalba – branca)


Incríveis galhos de até 30 metros, que pendem de árvores como vinhas selvagens, oferecem as flores indicadas
para sonhadores, sonolentos, sem grande interesse pela realidade e que facilmente se abatem quando doentes.

CRAB APPLE (Malus pumila – branca)

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Eventualmente, sentimo-nos contaminados de corpo e alma. Pois esta flor, oferta de uma arbusto que chega à
10 metros de altura é a madrinha da limpeza; distribui perfume, frescor e brancura das pétalas.

ELM (Ulmus procera (olmo) – rosa)


Árvore majestosa que quase foi extinta por um fungo. O acontecimento sugeriu a bach que sua flor teria efeito
a pessoas de bom desempenho, desejosas de fazer algo pela humanidade, mas às vezes inseguras por se
julgarem aquém da responsabilidade ou estarem com excesso de obrigações.

GENTIAN (Gentiana amarella – púrpura)


Prefere o topo das colinas, é a flor certa aos que se desencorajam facilmente diante dos menores obstáculos.
Ideal para pessoas desanimadas e abatidas.

GORSE (Ulex europaeus – amarela)


Luz solar gera força de vontade e otimismo. Foi isso que norteou Bach a escolher a flor do tojo, uma
verdadeira chuva dourada. Prescreveu-a aos que perderam a esperança e estão desesperadas.

HEATHER (Calluna vulgaris – violeta)


Exigências e correrias das grandes cidades, anonimato ameaçador, resultam às vezes no silêncio da própria
alma. Para pessoas egocêntricas.

HOLLY (Ilex aquifolium (azevinho) – branca)


Tem gente que atrai inveja e perseguição por causa da beleza, sorte e até pelo astral. O sentimento é captado
pela vítima, que se desgasta. O floral indicado para essas pessoas vem de uma árvore de 20 metros, há seculos
com fama contra mau-olhado.

HONEYSSUCKLE (Lonicera caprifolium (madressilva) – branca)


Flores que ajudam muito quem vive no passado, cheio de lembranças de um ente querido ou povoado de
ambições que não se realizaram.

HORNBEAN (Carpinus betulus (bétula) – castanha)


Flores femininas e masculinas de uma árvore européia. Segundo Bach, para quem está sem forças para
enfrentar as tarefas diárias, é a combinação perfeita.

IMPATIENS (Impatiens glandulifera – rosa)


Flor de planta anual, dotada de vários tons de rosa. É para impacientes, ansiosos, com dificuldade de trabalhar
em equipe.
LARCH (Larix decidua – castanha)
Para quem tem medo de fracassos e não se esforça para triunfar, Bach propõe essa exótica flor de uma árvore
que alcança 30 metros ou mais, de troncos retos e galhos simétricos.

MIMULUS (Mimulus guttatus – amarela)


Multiplicando-se de preferência à beira de rios, a planta afunda as raízes no cascalho do rio sem medo de
correntezas. Bach indicou-a a pessoas com medo de coisas concretas.

MUSTARD (Sinapis arvensis – amarela)


Trata-se de uma erva que colore os campos de amarelo. Sua flor ajuda pessoas sujeitas a tristezas súbitas, sem
razão consciente.

OAK (Quercus robur (carvalho) – branca)


O rei da floresta, árvore sagrada dos druidas. Forte, grande, abriga animais e plantas menores. Suas flores
femininas ajudam aqueles que lutam para ajudar os outros, oferecem-lhes a própria força e consolo.

OLIVE (Olea europaea – branca)


Árvore pequena, que cresce devagar e tem longa vida. É simbolo de paz, renovação e reconhecimento. A flor

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
foi escolhida por bach para quem sofreu muito, mental e fisicamente.

PINE (Pinus silvestris – castanha)


Para quem vive se culpando e acha que mesmo com êxito poderia ter feito melhor e tem obsessão pelo
trabalho. O remédio vem das flores femininas e masculinas dessa árvore imponente de até 35 metros de altura.
Seu perfume limpa, clareia e desobstrui.

RED CHESTNUT (Aesculus carnea – vermelha)


A florada vermelha contrasta com as folhas verde-escuras e transmitem uma força calorosa, energética e
difusa. Mas a árvore é fraca, podendo morrer inexplicavelmente. O contraste levou Bach a escolhê-la para
pessoas devotadas demais aos outros, sofrendo o medo de perdê-las.

ROCK ROSE (Helianthemum nummularium – amarela)


Bach descobriu que a simplicidade era o segredo de sua potência curativa e descreveu-a como capaz de
verdadeiros resgates em casos de doenças repentinas, acidentes, pânico, pesadelos e terror.

ROCK WATER (Água do riacho de Mount Vernon)


Simboliza a força renovadora e o caráter do nosso planeta: ele é vivo, respira, circula seus sistemas como o
corpo dos seres vivos. Bach aconselhou as águas à pessoas rígidas, que recusam os prazeres da vida. Para
quem não se desculpa de fraquezas, quer sempre estar em atividade, a água pura amansará a intransigência e o
rigor.

SCLERANTHUS (Scleranthus annus – verde)


Planta rasteira. Os amos formam um tapete e as florzinhas verdes não têm pétalas. Bach a sugere à pessoas
muito hesitantes: primeiro uma coisa parece boa, depois é a outra. Para que precisa de novas cores e refazer as
ligações entre a consciência e o Eu profundo.

STAR OF BETHLEHEM (Ornithogallum umbelatum – branca)


Planta da família das liliáceas para aqueles que sofrem de grande angústia devido a condições passageiras:
más notícias, perda de um ente querido, acidentes. As pétalas brancas sao seis em perfeita geometria, e por
causa disso a flor foi considerada símbolo da interpenetração da matéria e divindade. Uma flor dessa família
inspirou a estrela de davi, símbolo do judaísmo.

SWEET CHESTNUT (Castanea sativa – branca)


Nas ocasiões em a angústia torna-se insuportável, flores femininas, masculinas e algumas folhas dessa árvore
forte, poderosa, galhos esculturais transmitem força e vitalidade.

VERVAIN (Verbena officinallis – branca)


Algumas pessoas corajosas e fortes, sufocam sob princípios e idéias fixas. A flor ensina que é possível Ter
grandes ideais e atingi-los sem pressa ou stress.

VINE (Vitis vinifera – branca)


Bach dizia que as pessoas dominadoras, que gostam de mandar, precisam de ajuda para descobrir a alegria da
fraternidade. As minúsculas flores da uva harmonizam a dualidade: o caráter dominador de trepadeira forte e
o generoso do fruto.

WALNUT (Juglans regia – branca)


Para quem tem metas e idéias definidas, porém ás vezes se desvia do caminho por entusiasmo ou persuasão
dos outros. A flor dessa frondosa árvore de 25 metros de altura, protege o seu espaço e mantém outras plantas
à distância.

WATER VIOLET (Hottonia palustris – branca)


Flor aquática de vida curta, galho ereto. Segundo Bach, reequilibra a solidão causada por excesso de soberba e
indiferença pelos outros.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 39


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

WHITE CHESTNUT (Aescullus hippocastanum – branca)


Flores indicadas aos obcecados com pensamentos pessimistas e indesejáveis. Nascem de uma árvore linda, de
até 30 metros de altura, que vive cerca de 150 anos.

WILD OAT (Bromus ramosus – verde)


Grandes ambições e desejo constante de viver intensamente. A flor dessa gramínea foi considerada por Bach a
ideal para quem não consegue escolher entre várias opções excitantes.

WILD ROSE (Rosa canina – branca ou rosa)


Para que se resigna com tudo o que acontece e não se mexe para encontrar a felicidade. Sua flor de “rosto”
para o Sol, corajosa, vem desse arbusto cujas espinhas parecem dentes caninos.
WILLOW (Salix vittelina – amarela)
Adversidades e infortúnios despertam ressentimentos em pessoas que medem o mundo somente pelo sucesso.
Os traumas diminuem seus interesses pela vida. A flor sugerida por bach vem de uma árvore baixa, parente do
salgueiro, que irradia vários galhos apontados para cima – transcendência e generosidade.

RESCUE REMEDY (Mistura de 5 essências: Clematis, Impaties, rock Rose, Star of Bethlehem, Cherry
Plum) - O objetivo é dar ânimo e conforto em estados de choque, medo, stress mental e aflição exagerada. É
um remédio de emergência.

COMPRESSA DE FLORAL DE BACH:

Crab Apple 6,8gotas%


Rescue Remedy 13,6gotas%
Kathon CG 0,05%
Água mineral qsp 100%

Homogeneizar os componentes.

RESCUE CREAM:

Fase A: Lanette N 18%


Óleo de Girassol 5%
Vitamina E 0,5%

Fase B: Glicerina 10%


Benzoato de sódio 0,15%
EDTA 0,05%
Água destilada 59,2%

Fase C: Mel de abelhas 5%


Crab Apple 6,8gotas%
Rescue Remedy 13,6gotas%
Extrato de Própolis 2%

Aquecer as fases A e B até atingirem 75ºC e verter a fase B sobre a fase A. Mexer até atingir 40ºC e juntar a
fase C. Esperar esfriar. Embalar em bisnaga.

POSOLOGIA PARA FLORAIS DE BACH: Geralmente toma-se 24 gotas diárias divididas entre 4 e 6
vezes ao dia. O Floral Rescue Remedy pode ser usado somente em momentos de tensão e nervosismo. Os
produtos de uso externo devem ser aplicados de 4 à 6 vezes ao dia.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 40


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
O PREPARO DAS ESSÊNCIAS FLORAIS: Para prepará-las Bach retirava as flores das árvores antes de
começarem à murchar e sem tocá-las com as mãos. Após isso deixa-se as flores de molho em água do riacho
de Mount Vernon por 4 horas sob o Sol. Acrescenta-se 30% de álcool destilado de uvas (conhaque) como
conservante.

ESSENCIAS FLORAIS DE MINAS:

Ativos sobre o sistema nervoso: contra insônia, histeria, crises, perdas de entes queridos, rompimetos
afetivos, traumas por assaltos, assédio ou estupro, tensão por expectativa de exames, concursos ou vagas de
trabalho, tiques nervosos, gagueira, bruxismo, nervosismo para enfrentar o público, juri ou bancas
examinadoras.
- Ficus
- Fuchsia
- Impatiens
- Lavandula
- Momordica
- Psidium
- Sambucus
- Verbenácea
- Vervano

Ativos sobre o sistema imunológico: previne febres, infecções, feridas, tumores, cistos, corrimentos, rinites,
sinusites, otites, amigdalites, pneumonia, gripes, lúpus. É ativante do sistema imunológico e preventivo para
as diversas manifestações viróticas e bacterianas. Favorece a eliminação de toxinas.
- Ageratum
- Artemisia
- Linum
- Madressilva
- Malus
- Millefollium
- Salvia
- Verbenácea

Ativos sobre o sistema excretor: previne cálculos renais, cistites, nefrites, enrijecimento muscular do
esfíncter, retenção de líquidos no organismo, edemas, sensação de peso nos rins.
- Ageratum
- Artemisia
- Madressilva
- Malus
- Phyllanthus
- Psidium

Ativos sobre o sistema circulatório: taquicardias, formigamentos, varizes, hemorróidas, esclerose,


labirintite, desmotivação sexual, previne infartos e derrames.
- Agave
- Ageratum
- Anil
- Aristoloquia
- Capsicum
- Foeniculum
- Lavandula
- Rosmarinus
- Taraxacum

Ativos sobre o sistema digestivo: intestino preso, má digestão, halitose estomacal, gastrite, boca amarga,

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 41


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
flatulências, arrotos, intoxicação medicamentosa com falta de apetite, cólicas.
- Ageratum
- Aristoloquia
- Foeniculum
- Impatiens
- Malus
- Psidium
- Salvia
- Taraxacum
- Verbenacea

Ativos sobre o mecanismo de catabolismo: previne a gula, obesidade, retenção de líquidos,


hipercolesterolemia, hipertensão, mantém o controle da saciedade.
- Levitate
- Calmim

Ativos sobre o sistema tegumentar: previne queda de cabelo, impigem, caspa, alergias de pele, problemas
nos tendões, joelhos e tornozelos, vitiligo, psoríase, câncer de pele, unhas e cabelos, dificuldades de adaptação
em novos ambientes.
- Foeniculum
- Linum
- Malus
- Milefollium
- Pastoris
- Salvia
- Silene

Ativos sobre o sistema locomotor: LER, desgaste das articulações, perdas minerais, cãibras, dentes e ossos
fracos, contrações musculares, bursite, osteoporose, , desnutrição, aumenta a resistência e elasticidade
muscular.
- Agave
- Arnica campestre
- Ficus
- Matricaria
- Millefollium
- Phyllanthus
- Taraxacum
- Verbenacea

Ativos sobre o sistema respiratório: previne tosses, afecções catarrais, asma, bronquite, , dificuldades de
expectoração, respiração insatisfatória e incompleta por medos, postura crítica e pensamentos contraditórios,
tonifica o sistema respiratório.
- Eucalyptus
- Guttagnello
- Mirabilis

Ativos sobre o sistema energético: impotência sexual, falta de confiança, passividade diante das derrotas,
fraqueza, cansaço mental e físico, desinteresse, falta de força de vontade.
- Agave
- Aristoloquia
- Basilicum
- Foeniculum
- Hibiscus

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
- Lavandula
- Lillium
- Ruta
- Sempervirum
- Sonchus
- Tabebuia

Ativos sobre o sistema glandular feminino: previne distúrbios hormonais desde a menarca até a menopausa,
cólicas, TPM, alterações hormonais, menstruações irregulares, inchaços dos seios e abdômen, fogachos, às
vezes alternados com calafrios.
- Ficus
- Hibiscus
- Lantana
- Margarites
- Matricaria
- Millefollium

Florais de emergência: Para momentos de angústia, tensão, nervosismo, etc...


- Buquet de 3 flores - Buquet de 7 flores
- Buquet de 5 flores - Buquet de 9 flores

FITOFLORAIS:

Mistura de tinturas mãe ãã qsp 1%


Essência florais de minas qs
Conhaque Domecq qsp 100%

Para preparar, deve-se somente homogeneizar os componentes. As tinturas devem ser adicionadas todas em
quantidades iguais até atingir 1%. As essências devem ser adicionadas 2gotas de cada por 30mL.

SERENIUM: contra insônia, histeria, crises, perdas de entes queridos, rompimetos afetivos, traumas por
assaltos, assédio ou estupro, tensão por expectativa de exames, concursos ou vagas de trabalho, tiques
nervosos, gagueira, bruxismo, nervosismo para enfrentar o público, júri ou bancas examinadoras.
Essências florais -Ficus Tinturas -Alfavaca
-Fuchsia -Angélica
-Impatiens -Camomila
-Lavandula -Catuaba
-Momordica -Erva cidreira
-Psidium -Maracujá
-Sambucus -Mulungu
-Verbenácea -Sálvia
-Vervano -Sete-sangrias
-Valeriana

IMUNIS: previne febres, infecções, feridas, tumores, cistos, corrimentos, rinites, sinusites, otites, amigdalites,
pneumonia, gripes, lúpus. É ativante do sistema imunológico e preventivo para as diversas manifestações
viróticas e bacterianas. Favorece a eliminação de toxinas.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Essências florais -Ageratum Tinturas -Amor do campo
-Artemisia -Angico
-Linum -Alho
-Madressilva -Bardana
-Malus -Caroba
-Millefollium -Chapéu de couro
-Salvia -Cipó-suma
-Verbenácea -Ipê-roxo
-Japecanga
-Própolis
-Romãzeira
-Salsaparrilha
-Sassafráz
-Sucupira
-Tayuyá
-Uva do mato
-Velame do campo

EXSULTAT LIQUOR: previne queda de cabelo, impigem, caspa, alergias de pele, problemas nos tendões,
joelhos e tornozelos, vitiligo, psoríase, câncer de pele, unhas e cabelos, dificuldades de adaptação em novos
ambientes.
Essências florais -Foeniculum Tinturas -Alcachofra
-Linum -Alecrim
-Malus -Caapeba
-Milefollium -Chapéu de couro
-Pastoris -Douradinha do campo
-Salvia -Funcho
-Silene -Jatobá
-Jurubeba
-Mamica de cadela
-Própolis
-Sabugueiro
-Salsaparrilha
-Velame do Campo

MAGNIFICAT LIQUOR: previne a gula, obesidade, retenção de líquidos, hipercolesterolemia, hipertensão,


mantém o controle da saciedade.
Essências florais -Levitate Tinturas -Cajueiro
-Calmim -Carqueja
-Cavalinha
-Chapéu de couro
-Fucus
-Jambolão
-Pata de vaca
-Pedra Ume Caá
-Sucupira

METABILIS: intestino preso, má digestão, halitose estomacal, gastrite, boca amarga, flatulências, arrotos,
intoxicação medicamentosa com falta de apetite, cólicas.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Essências florais -Ageratum Tinturas -Alcachofra
-Aristoloquia -Alecrim
-Foeniculum -Bardana
-Impatiens -Boldo
-Malus -Caapeba
-Psidium -Cardo-santo
-Salvia -Carqueja
-Taraxacum -Casca D’anta
-Verbenacea -Cáscara sagrada
-Erva-picão
-Espinheira santa
-Ipê roxo
-Jatobá
-Jurubeba
-Pacová
-Uva do mato
-Zedoária

HORMINA: previne distúrbios hormonais desde a menarca até a menopausa, cólicas, TPM, alterações
hormonais, menstruações irregulares, inchaços dos seios e abdômen, fogachos, às vezes alternados com
calafrios.
Essências florais: -Ficus Tinturas -Abutua
-Hibiscus -Alcaçuz
-Lantana -Alecrim
-Margarites -Algodoeiro
-Matricaria -Alho
-Millefollium -Amor do campo
-Agoniada
-Camomila
-Cardo-santo
-Damiana
-João da Costa
-Limão bravo
-Margarida
-Salsaparrilha

VICTRIS-H: impotência sexual, falta de confiança, passividade diante das derrotas, fraqueza, cansaço mental
e físico, desinteresse, falta de força de vontade. Favorece os impulsos masculinos
Essências florais -Agave Tinturas -Alfafa
-Aristoloquia -Casca D’anta
-Basilicum -Catuaba
-Foeniculum -Cipó cravo
-Hibiscus -Cipó mil homens
-Lavandula -Funcho
-Ruta -Genciana
-Sempervirum -Guaraná
-Sonchus -Imburana
-Tabebuia -Jatobá
-Limão bravo
-Marapuama

VICTRIS-M: impotência sexual, falta de confiança, passividade diante das derrotas, fraqueza, cansaço
mental e físico, desinteresse, falta de força de vontade. Favorece os impulsos femininos.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Essências florais -Agave Tinturas -Alfafa
-Basilicum -Angélica
-Foeniculum -Catuaba
-Hibiscus -Castanha da Índia
-Lavandula -Cipó cravo
-Lillium -Funcho
-Ruta -Genciana
-Sempervirum -Guaraná
-Sonchus -Hibisco
-Tabebuia -Imburana
-Jatobá
-Limão bravo
MOVIUS: taquicardias, formigamentos, varizes, hemorróidas, esclerose, labirintite, desmotivação sexual,
previne infartos e derrames.
Essências florais -Agave Tinturas -Alecrim
-Ageratum -Caapeba
-Anil -Cactus
-Aristoloquia -Castanha da Índia
-Capsicum -Cavalinha
-Foeniculum -Congonha de bugre
-Lavandula -Funcho
-Rosmarinus -Ginkgo biloba
-Taraxacum -Ipê-roxo
-Limão bravo
-Persicária
-Sete-sangrias

EFLUVIUM: previne cálculos renais, cistites, nefrites, enrijecimento muscular do esfíncter, retenção de
líquidos no organismo, edemas, sensação de peso nos rins.
Essências florais: -Ageratum Tinturas -Abacateiro
-Artemisia -Abutua
-Madressilva -Cabelo de Milho
-Malus -Caroba
-Phyllanthus -Cavalinha
-Psidium -Chapéu de couro
-Cipó cabeludo
-Congonha de Bugre
-Douradinha do campo
-Japecanga
-Quebra-pedra
-Sabugueiro
-Salsaparrilha

VENTILIAN: previne tosses, afecções catarrais, asma, bronquite, dificuldades de expectoração, respiração
insatisfatória e incompleta por medos, postura crítica e pensamentos contraditórios, tonifica o sistema
respiratório.
Essências florais -Eucalyptus Tinturas -Angico
-Guttagnello -Cambará
-Mirabilis -Cordão de frade
-Eucalipto
-Funcho
-Guaco
-Imbaúba

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
-Jatobá
-Limão bravo
-Mastruço

SUSTENTAV: LER, desgaste das articulações, perdas minerais, cãibras, dentes e ossos fracos, contrações
musculares, bursite, osteoporose, , desnutrição, aumenta a resistência e elasticidade muscular.
Essências florais: -Agave Tinturas: -Alcaçuz
-Arnica campestre -Alfafa
-Ficus -Arnica
-Matricaria -Aroeira
-Millefollium -Camomila
-Phyllanthus -Cana do brejo
-Taraxacum -Cipó mil homens
-Verbenacea -Cipó suma
-Confrei
-Ipê roxo
-Jatobá
-Mastruço
-Quebra pedra
-Sassafráz

EXSULTAT GELLU (GEL DE FLORES): previne queda de cabelo, impigem, caspa, alergias de pele,
problemas nos tendões, joelhos e tornozelos, vitiligo, psoríase, câncer de pele, furúnculos, cortes,
machucados, cirurgias, micoses, assaduras, empedramento de leite materno, hemorróidas.
Aristoloquia 2gotas
Buquet de 9 flores 2gotas
Foeniculum 2gotas
Linum 2gotas
Malus 2gotas
Milefollium 2gotas
Mirabilis 2gotas
Pastoris 2gotas
Verbenacea 2gotas
Tintura Mãe de Bálsamo Coral 1%
Conhaque Domecq 30%
Gel de carbopol qsp 30g

POSOLOGIA PARA FLORAIS DE MINAS E FITOFLORAIS: Tomar 20gotas 8 vezes ao dia (a cada 2
horas) nos 2 primeiros dias. A partir do 3º dia, tomar 20 gotas 4 vezes ao dia (a cada 4 horas). O gel deve ser
usado sobre a lesão de 3 à 4 vezes ao dia, tomando o cuidado de não expor o local à luz solar direta.
ESSÊNCIAS FLORAIS DA CALIFÓRNIA:

ALOE VERA (Aloe vera – amarela)


-Positivo: Atividade criadora equilibrada e centrada numa forte e sadia energia vital.
-Padrão de desequilíbrio: Uso excessivo ou inadequado das forças ígneas criadoras, sensação de estar
exaurido.

ARNICA (Arnica mollis – amarela)


-Positivo: Estar no corpo conscientemente, especialmente durante choque ou trauma, recuperação de choque
ou trauma profundamente enraizado.
-Padrão de desequilíbrio: Desconexão do Eu superior em relação ao corpo decorrente de choque ou trauma,
dissociação, inconsciência.

BASIL (Ocimum basilicum – branca)


-Positivo: Capaz de integrar a sexualidade e a espiritualidade numa totalidade sagrada.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
-Padrão de desequilíbrio: Tendência a polarizar a sexualidade e a espiritualidade; frequentemente levando a
comportamento clandestino ou tensão conjugal.

BLACK-EYED SUSAN (Rudbeckia hirta – amarela/centro preta)


-Positivo: Consciência desperta capaz de reconhecer todos os aspectos do Self, insight penetrante.
-Padrão de desequilíbrio: Não reconhecimento e repressão de aspectos traumáticos ou dolorosos da
personalidade.

BLACKBERRY (Rubus ursinus – branca/rosa)


-Positivo: Manifestação exuberante no mundo, forças da vontade claramente direcionadas, ação decidida.
-Padrão de desequilíbrio: Inabilidade em traduzir objetivos e ideais em atividades concretas e viáveis.

BLEEDING HEARTH (Dicentra formosa – rosa)


-Positivo: Habilidade de abrir o coração amando aos outros incondicionalmente, liberdade emocional.
Padrão de desequilíbrio: Tendência a estabelecer relacionamentos baseados no medo ou possessividade, co-
dependência emocional.

BORAGE (Borago officinallis – azul)


-Positivo: Qualidades positivas exuberantes no coração, coragem entusiasmada e otimismo.
-Padrão de desequilíbrio: Peso no coração, falta de ânimo ao enfrentar circunstâncias difíceis.

BUTTERCUP (Ranunculus occidentallis – amarela)


-Positivo: Luz interior irradiante, independente de reconhecimento externo ou fama.
-Padrão de desequilíbrio: Sentimentos de baixa auto-valorização, incapaz de reconhecer ou vivenciar a própria
luz interior e qualidades singulares.

CALENDULA (Calendula officinallis – laranja)


-Positivo: Carinho capaz de curar e receptividade, especialmente no uso da palavra falada e no diálogo com os
outros.
-Padrão de desequilíbrio: Tendência a usar as palavras de forma cortante ou dura, sempre querendo
argumentar, falta de receptividade na comunicação com os outros.

CALIFORNIA PITCHER PLANT (Darlingtonia californica – verde/roxa)


-Positivo: Vitalidade provinda da terra, especialmente a integração dos aspectos mais instintivos e corporais
do nosso Eu.
-Padrão de desequilíbrio: Anêmico, dissociado ou mesmo temeroso dos aspectos mais instintivos do Eu.

CALIFORNIA POPPY (Eschscholzia californica – dourada)


-Positivo: Forças espiritualizadas do coração, forças equilibradas de amor e luz, centro interno de saber.
-Padrão de desequilíbrio: Buscando fora de si próprio falsas formas de luz ou consciência superior, escapismo,
tendência aos vícios.

CALIFORNIA WILD ROSE (Rosa californica – rosa)


-Positivo: Amor pela Terra e pela vida humana, entusiasmo por fazer e servir.
-Padrão de desequilíbrio: Apatia ou resignação, incapaz de canalizar as forças da vontade através do coração.

CAYENNE (Capsicum annun – branca)


-Positivo: Movimento ígneo e energético, mobilidade interna, capaz de mudança e transformação.
-Padrão de desequilíbrio: Tendência à estagnação, incapaz de mover adiante em direção à mudança.

CHAMOMILLE (Anthemis cotula – branca/centro amarelo)


-Positivo: Disposição serena e solar, equilíbrio emocional.
-Padrão de desequilíbrio: Facilmente alterado, mudança de humor e irritabilidade, incapaz de liberar a tensão
emocional.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
CHAPARRAL (Larrea sp. – amarela)
-Positivo: Consciência psiquíca positiva, penetração profunda e entendimento dos aspectos extra-dimensionais
do Eu
-Padrão de desequilíbrio: Intoxicação psíquica, sonhos perturbados, vida interior caótica

CORN (Zea mays – amarela/branca)


-Positivo: Alinhamento com a terra, especialmente através do corpo e dos pés, enraizamento tranqüilo.
-Padrão de desequilíbrio: Incapaz de se manter centrado no corpo, desorientação e stress, particularmente em
ambientes urbanos.

DANDELION (Taraxacum officinale – amarela)


-Positivo: Energia dinâmica sem esforço, atividade cheia de vida equilibrada com descontração interior.
-Padrão de desequilíbrio: Excesso de tensão, especialmente na musculatura do corpo, excesso de esforço,
impulsionando-se constantemente.

DEERBRUSH (Ceanothus integerrimus – branca)


-Positivo: Pureza delicada, clareza de propósitos, motivação sincera.
-Padrão de desequilíbrio: motivações ambíguas ou conflitantes, sentimentos inconscientes que propelem as
ações externas

DILL (Anethum graveolens – amarela)


-Positivo: Capaz de absorver e vivenciar a plenitude da vida, especialmente nos seus aspectos sensoriais e
experienciais.
-Padrão de desequilíbrio: Sobrecarregado e excessivamente estimulado, hiper-sensitividade ao ambiente ou à
atividade externa; congestão sensorial.

DOGWOOD (Cornus muttalli – amarela/brácteas brancas)


-Positivo: Movimento pleno de graciosidade, harmonia física e etérica.
-Padrão de desequilíbrio: Consciência desajeitada e dolorosa do corpo, trauma emocional instaurado
profundamente no corpo.

FILAREE (Erodium cicutarium – violeta)


-Positivo: Visão estelar, visão geral cósmica que situa os eventos da vida cotidiana em perspectiva.
-Padrão de desequilíbrio: Preocupações desproporcionais; incapaz de enxergar numa perspectiva mais ampla
os eventos cotidianos.

FUCHSIA (Fuchsia hybrida – vermelha/roxa)


-Positivo: Vitalidade emocional genuína, capaz de expressar sentimentos profundos.
-Padrão de desequilíbrio: Falsos estados de emotividade, hiper-emotividade que encobre dor e trauma mais
profundamente contidos; sintomas psicossomáticos.

GARLIC (Allium sativum – branca)


-Positivo: Consciência de unidade, sentido de inteireza que resulta em força e resistência ativas.
-Padrão de desequilíbrio: Cheio de medos, fraco e facilmente influenciável, tendência à baixa vitalidade.
GOLDEN EAR DROPS (Dicentra chysantha – amarela)
-Positivo: Em contato com a própria criança interior como fonte de espiritualidade, capaz de contactar e
liberar memórias dolorosas da infância.
-Padrão de desequilíbrio: Memórias tóxicas introjetadas desde a infância, sentimentos de dor e trauma sobre
os eventos da infância que afetam a vida emocional presente.

GOLDENROD (Solidago canadensis – amarela)


-Positivo: Individualidade bem desenvolvida, sentido interno do Eu equilibrado com a consciência social ou
de grupo
-Padrão de desequilíbrio: Facilmente influenciado pelo grupo ou pelos laços familiares, incapaz de ser fiel ao
seu verdadeiro Eu, sujeito às pressões do grupo ou à expectativas sociais.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

HOUND’S TONGUE (Cynoglossum grande – azul/branca)


-Positivo: Pensamento espiritualizado, capaz de integrar a vida do pensamento com o Espírito.
-Padrão de desequilíbrio: Tendência a ver o mundo em termos materialistas, pesado ou embotado por uma
visão excessivamente limitada ao plano material terreno.

INDIAN PAINTBRUSH (Castilleja miniata – vermelha)


-Positivo: Criatividade energética cheia de vida, atividade artística exuberante
-Padrão de desequilíbrio: Dificuldade das forças físicas sustentarem o trabalho criativo, baixa vitalidade e
exaustão, incapaz de trazer as forças criativas para uma expressão física.

INDIAN PINK (Silene californica – vermelha)


-Positivo: Centrado e focado, mesmo sob stress, capaz de lidar e coordenar diversas formas de atividade.
-Padrão de desequilíbrio: Forças psíquicas que são facilmente rasgadas e arrebentadas pelo excesso de
atividade, incapaz de sentir o Self como o centro da atividade.

IRIS (Iris douglasiana – azul-violeta)


-Positivo: Criatividade artística inspirada, estado profundamente embuído das qualidades da alma em contato
com os planos superiores.
-Padrão de desequilíbrio: Incapaz de sentir inspiração, falta de criatividade, sentindo-se pesado pela mesmice
do mundo.

LARKSPUR (Delphinium depauperatum – azul-violeta)


-Positivo: Liderança carismática, entusiamo contagiante, servir pleno de alegria.
-Padrão de desequilíbrio: Liderança distorcida pelo auto-engrandecimento ou por um sentido de dever, de
estar carregando um fardo.

LAVENDER (Lavandula officinallis – violeta)


-Positivo: Sensitividade espiritual, percepção consciente altamente refinada.
-Padrão de desequilíbrio: Nervosismo, excesso de estimulação das forças espirituais que esgotam o corpo
físico.

LOTUS (Nelumbo nucifera – rosa)


-Positivo: Espiritualidade aberta e expansiva, insight meditativo e síntese.
-Padrão de desequilíbrio: Orgulho espiritual, espiritualidade com ênfase excessiva no desenvolvimento dos
centros energéticos superiores sem uma integração com o equilíbrio dos centros inferiores.

MADIA (Madia elegans – amarela/pintas vermelhas)


-Positivo: Pensamento preciso, focalização disciplinada e concentração.
-Padrão de desequilíbrio: Atenção facilmente desviada, incapaz de concentrar, amortecido ou lânguido.
MALLOW (Sidalcea sp – rosa-violeta)
-Positivo: Caloroso e atraente, compartilhando de coração aberto e de maneira afetuosa.
-Padrão de desequilíbrio: Inseguro socialmente, como medo de buscar aproximar-se dos outros, tendência a
criar barreiras.

MANZANITA (Arctostaphilus viscida – branca-rosa)


-Positivo: Alma integrada no corpo.
-Padrão de desequilíbrio: Ausente no mundo físico, aversão, desgosto ou negação do Eu corporal e do mundo
físico.

MARIPOSA LILY (Calochortus leichtlinii – branca/centro amarela/pintas roxas)


-Positivo: Consciência maternal afetiva, feminina e nutridora, vínculo mãe-filho, curando a criança interior.
-Padrão de desequilíbrio: Sentimento de separação da mãe ou da energia maternal, sentimentos de abandono
ou abuso na infância.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 50


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
MORNING GLORY (Ipomoea purpurea – azul)
-Positivo: Força vital reluzente, desperta e refrescada, em contato com a Vida..
-Padrão de desequilíbrio: Amortecido, intoxicado ou de “ressaca”, incapaz de encarnar no corpo,
especialmente de manhã, hábitos viciados.

MOUNTAIN PENNYROYAL (Monardella odoratíssima – violeta)


-Positivo: Força e clareza de pensamento, integridade mental e positividade.
-Padrão de desequilíbrio: Pensamentos negativos absorvidos dos outros, contaminação psíquica

MOUNTAIN PRIDE (Penstemon newberryi – magenta)


-Positivo: Energia masculina positiva, espiritualidade de “guerreiro espiritual”.
-Padrão de desequilíbrio: Medo e evasão diante do desafio, falta de afirmatividade, incapaz de sustentar
firmemente suas posições e idéias

MUGWORT (Artemísia douglasiana – amarela)


-Positivo: Equilíbrio nas experiências psíquicas e nos sonhos, consciência multidimensional.
-Padrão de desequilíbrio: Incapaz de harmonizar as forças psíquicas, tendência à histeria ou a emotividade
excessiva, vida psíquica excessivamente ativa desconectada do mundo físico.

MULLEIN (Verbascum thapsus – amarela)


-Positivo: Forte sentido de consciência interior, integridade verdadeira, retidão.
-Padrão de desequilíbrio: Incapaz de se sintonizar com a voz interior, fraqueza e confusão, falta de firmeza de
decisão, tendência de mentir ou enganar a si próprio ou aos outros.

NASTURTIUM (Tropaeolum majus – vernelha-laranja)


-Positivo: Vitalidade vibrante, flamejante, irradiando energia e calor.
-Padrão de desequilíbrio: Excesso de aridez ou intelectualismo, esgotamento das forças vitais e da verve
emocional

OREGON GRAPE (Berberis aquifolium – amarela)


-Positivo: Atitude amorosa de aceitação dos outros, expectativa positiva das boas intenções vinda dos outros,
confiança.
-Padrão de desequilíbrio: Paranóico e temeroso, projetando injusta expectativa de intenções hostis vindas dos
outros.

PENSTEMON (Penstemon davidsonii – violeta-azul)


-Positivo: Grande força interior, apesar de duras condições externas, atitude perseverante.
-Padrão de desequilíbrio: Sentimento de estar sendo sacrificado, auto-piedade, incapaz de suportar com força
interior as ciscunstâncias difíceis da vida.

PEPPERMINT (Mentha piperitha – violeta)


-Positivo: Mente atenta, clareza desperta, alerta mental.
-Padrão de desequilíbrio: Lento e letárgico, especialmente letargia mental, metabolismo desequilibrado que
esvazia as forças mentais.

PINK YARROW (Achillea millefollium var.rubra – rosa-roxa)


-Positivo: Percepção consciente amorosa com relação aos outros proveniente de uma consciência delimitada
pelo Self, fronteiras emocionais apropriadas.
-Padrão de desequilíbrio: Forças desequilibradas de identificação e pena dos outros, campo áurico que absorve
muito de fora, falta de clareza emocional, se mesclando de forma não apropriada com os outros.

POMEGRANATE (Punica granatum – vermelha)


-Positivo: Criatividade feminina positiva, altamente produtiva e nutridora.
-Padrão de desequilíbrio: Ambivalência ou confusão sobre a localização da criatividade feminina,

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 51


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
especialmente entre os valores da carreira e do lar, do criador e procriador, do pessoal e do global

QUAKING GRASS (Brisa maxima – verde)


-Positivo: Consciência social harmoniosa, capaz de encontrar uma identidade superior no trabalho de grupo,
flexibilidade.
-Padrão de desequilíbrio: Atitude disfuncional em situações de grupo, incapaz de encontrar o justo equilíbrio
entre o sentido individual do eu e as necessidades maiores do grupo.

QUINCE (Chaenomeles speciosa – vermelha)


-Positivo: Força amorosa, feminilidade ativa equilibrada com o masculino interior.
-Padrão de desequilíbrio: Incapaz de catalisar ou reconciliar sentimentos de força e poder com as qualidades
essenciais de eu feminino, conexão distorcida com o eu interior masculino ou animus.

RABBITBRUSH (Chrysothamnus nauseosus – amarela)


-Positivo: Consciência ativa e cheia de vida, estado mental alerta, flexível e móvel.
-Padrão de desequilíbrio: Facilmente sobrecarregado por detalhes, incapaz de dar conta de lidar com eventos
simultâneos ou situações de múltipla solicitação.

RED CLOVER (Trifolium pratense – rosa-vermelha)


-Positivo: Comportamento baseado em uma percepção consciente de si mesmo, presença estável e calma,
especialmente em situações de emergência.
-Padrão de desequilíbrio: Suscetível à histeria de massas ou ansiedade, facilmente influenciável pelo pânico
ou por outros pensamentos coletivos.

SAGEBRUSH (Artemísia tridentata – amarela)


-Positivo: Consciência essencial ou “esvaziada”, profunda percepção consciente do eu interior, capaz de
transformação e mudança.
-Padrão de desequilíbrio: Excessiva identificação com partes ilusórias do eu, necessidade de limpar e purificar
o eu e liberar aspectos disfuncionais da personalidade ou do meio que a cerca..

SAGUARO (Cereus giganteus – branca/centro amarelo)


-Positivo: Percepção consciente do que é secular e sagrado, sentido de tradição ou linhagem.
-Padrão de desequilíbrio: Conflito com imagens de autoridade, sentido de separação ou alienação com relação
ao passado.

SAINT JOHN’S WORT (Hipericum perforatum – amarela)


-Positivo: Consciência iluminada, percepção consciente cheia de luz e força..
-Padrão de desequilíbrio: Estado excessivamente expandido que leva à vulnerabilidade psíquica e física,
medos profundos, sonhos perturbados..

SCARLET MONKEYFLOWER (Mimulus cardinalus – vernelha)


-Positivo: Honestidade emocional, comunicação direta e clara dos sentimentos profundos, integração da
“sombra” emocional..
-Padrão de desequilíbrio: Medo de sentimentos intensos, repressão de emoções poderosas, incapaz de resolver
questões de raiva ou poder.

SCOTCH BROOM (Cytisus scoparius – amarela)


-Positivo: Sentimentos positivos e otimistas em relação ao mundo e eventos futuros, forças solares de cuidado,
encorajamento e propósito..
-Padrão de desequilíbrio: Sentimentos pesados ou de depressão, tomados pelo pessimismo ou desespero,
especialmente no que se refere à relação da pessoa com eventos impessoais ou do contexto maior..

SELF HEAL (Prunella vulgaris – violeta)


-Positivo: Sentido do eu sadio e vital, forças benéficas e curadoras que emergem do centro do eu, profundo
sentido de bem-estar e plenitude.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
-Padrão de desequilíbrio: Incapaz de assumir responsabilidade interna pela própria cura, falta de motivação
espiritual para bem-estar, excesso de dependência para ajuda externa.

SHASTA DAISY (Chrysanthemun maximum – branca/centro amarelo)


-Positivo: Consciência mandálica ou holística, capaz de sintetizar idéias numa totalidade viva.
-Padrão de desequilíbrio: Excesso de intelectualização da realidade, especialmente a tendência de enxergar a
informação em pedaços e fragmentos ao invés de partes da totalidade.

SHOOTING STAR (Dodecatheon hendersonii – rosa-violeta)


-Positivo: Espiritualidade humanizada, consciência cósmica aquecida por um carinho por tudo o que é
humano e terreno.
-Padrão de desequilíbrio: Profundo sentimento de alienação, especialmente o de não se sentir em casa na terra,
nem ser parte na família humana.

STAR THISTLE (Centaures solstitialis – amarela)


-Positivo: Generosidade e abertura para incluir aos outros, gesto de doar e compratilhar, capaz de sentir uma
consciência interior de abundância.
-Padrão de desequilíbrio: Ações baseadas no medo da escassez, incapaz de doar livre e abertamente, incapaz
de confiar na abundância do universo.

STAR TULIP (Calochartus tolmiei – branca/roxa)


-Positivo: Sintonia sensível e receptiva, quietude, abertura interior para escutar os outros e os planos
superiores, especialmente nos sonhos e na meditação.
-Padrão de desequilíbrio: Sentimentos de estar insensível ou “desconectado”, incapaz de sentir uma presença
interior silenciosa ou um estado de sintonia sensível, incapaz de meditar ou orar.

STICKY MONKEYFLOWER (Mimulus aurantiacum – laranja)


-Positivo: Integração equilibrada do carinho humano e da intimidade, capaz de expressar profundos
sentimentos de amor e conexão, especialmente nas relações sexuais.
-Padrão de desequilíbrio: Sentimentos sexuais reprimidos, ou expressão de comportamento sexual não
apropriado, incapaz de expressar carinho humano nas experiências sexuais, medo profundo da sexualidade e
intimidade.

SUNFLOWER (Helianthus anuus – amarela)


-Positivo: Senso equilibrado da individualidade, forças espiritualizadas do ego, personalidade solar irradiante..
-Padrão de desequilíbrio: Sentido distorcido do eu, isolamento ou auto-anulação, baixo-estima ou vaidade, má
relação com o pai ou aspecto masculino do eu.

SWEET PEA (Lathyrus latifolius – vermelha-roxa)


-Positivo: Assumindo compromisso com a comunidade, vinculação social, sentido de Ter o seu lugar na Terra.
-Padrão de desequilíbrio: Vagando por aí, buscando, incapaz de criar vínculos com a comunidade e achar o
seu lugar na Terra, alienação social.

TANSY (Tanacetum vulgare – amarela)


-Positivo: Atitude decidida e orientada para as metas, ação deliberada cheia de propósito, auto-
direcionamento.
-Padrão de desequilíbrio: Letargia, procrastinação, incapaz de agir de maneira direta, hábitos que minam ou
subvertem a real intenção do eu.

TIGER LILY (Lillium humboldtii – laranja/manchas marrons)


-Positivo: Servindo em cooperação com os outros, capaz de expressar as próprias forças femininas nas
situações sociais, paz interna e harmonia como alicerces para as relações externas.
-Padrão de desequilíbrio: Excesso de agressividade, atitude competitiva, hostil, excesso de forças ÿang’,
tendências separatistas.

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TRILLIUM (Trillium chloropetalum – roxa)
-Positivo: Servir impessoal, sacrificando de maneira altruísta os desejos pessoais pelo bem comum, pureza
interior..
-Padrão de desequilíbrio: Ganância e atração pelas posses e pelo poder, ambição excessiva, tomada pelas
necessidades individuais ou desejos, tendência ao materialismo e à congestão.
.
TRUMPET VINE (Campsis tagliabuana – vermelha-laranja)
-Positivo: Expressão verbal cheia de vitalidade e colorido, projeção ativa e dinâmica do eu em situações
sociais.
-Padrão de desequilíbrio: Falta de vitalidade e presença das forças da alma na auto-expressão, incapaz de ser
afirmativo e falar com clareza, bloqueios na expressão verbal.

VIOLET (Viola odorata – azul-violeta)


-Positivo: Sensitividade delicada e altamente perceptiva, perspectiva espiritual elevada, habilidade de
compartilhar com os outros e ao mesmo tempo fiel a si próprio..
-Padrão de desequilíbrio: Profunda timidez, reserva, mantendo-se alheio, medo de se submergir nos grupos.

YARROW (Achillea millefollium – branca)


-Positivo: Irradiação interior e força da aura, percepção consciente plena de compaixão, sensitividade com
disponibilidade, benéficas forças de cura.
-Padrão de desequilíbrio: Extrema vulnerabilidade aos outros e ao ambiente, desenergizando-se facilmente,
absorvendo em excesso as influências negativas, intoxicação psíquica.

YERBA SANTA (Eriodictyon californicum – violeta)


-Positivo: Emoção que flui livremente, capacidade de harmonizar a respiração com os sentimentos, capaz de
sentir toda a gama de emoções humanas, especialmente a capacidade de sentir a dor e a tristeza.
-Padrão de desequilíbrio: Constrição dos sentimentos, particularmente no peito, dor internalizada e
melancolia, emoções profundamente reprimidas.

ZINNIA (Zinnia elegans – vermelha)


-Positivo: Humor infantil e disposição para brincar, habilidade de sentir a criança interior cheia de alegria,
coração leve, perspectiva solta e relação ao eu..
-Padrão de desequilíbrio: Excesso de seriedade, monotonia, sentimento de peso, falta de senso de humor,
sentido excessivamente sóbrio do eu, criança interior reprimida.

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MONOGRAFIAS DE FITOTERÁPICOS

Abacate

Persea americana Miller - Lauraceae


Surgiu na América Central e no México e hoje é cultivado em quase todas regiões tropicais e subtropicais do
mundo, como África, América do Sul, América Central, Israel, Espanha e Estados Unidos (Califórnia). No
Brasil, foi introduzido na região amazônica, mas atualmente é encontrado em todo o país durante quase todo o
ano.
Não se sabe ao certo de onde surgiu o nome abacate. Alguns acreditam que é uma derivação da palavra maia
“ahuacacuahuitl”, que significa “fruto com forma de testículo”, ou da palavra asteca “ahuacatl”, que quer
dizer “manteiga que vem da madeira”.
Na beleza, o abacate é usado desde os tempos antigos. O óleo extraído do fruto é comercializado desde 1930
por empresas fabricantes de cremes de beleza e óleos para massagem. Seu grande poder de penetração na pele
pode ser comparado ao da lanolina, sendo mais benéfico para a pele do rosto do que outros óleos vegetais,
minerais e animais.
Outros Nomes Populares: abacado, abacateiro.
Outros Idiomas: avocado (alemão), aguacate (espanhol), avocat (francês), avocado (inglês), avvocato
(italiano).
Descrição Botânica: Árvore de grande porte, tendo em média de 12 a 20 metros de altura, com copa ereta ou
espalhada. As flores são pequenas, brancas ou amareladas. As folhas são verdes, simples e ovais. O fruto é
uma baga comestível com casca verde-oliva, polpa cremosa, gordurosa e de coloração creme-amarelada.
Composição Química: O fruto contém de 20 a 25% de óleo, além de ácidos graxos, hidratos de carbono,
substâncias minerais, proteínas, ácido acético, ácido málico, carboidratos, dopamina, esparagina, metil-
eugenol, d-perseitol, taninos e vitamina E.
Partes Usadas: Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Anti-reumática, Antianêmica, Antiidade, Antiinflamatória,
Antioxidante, Carminativa, Colagoga, Colerética, Diurética, Emenagoga, Emoliente, Estomáquica,
Rejuvenescedora, Tônica capilar, Umectante, Vermífuga.
Usos
culinária: No Brasil, é consumido “in natura”, puro ou com açúcar, batido com leite como vitamina, na
forma de creme com açúcar ou mel. Servido também com sal e creme picante como entrada das refeições. Na
maior parte do mundo, o abacate é consumido em saladas, sopas e sob a forma de conserva. No México, ele é
o ingrediente principal do guacamole, prato popular no país.
beleza: O óleo extraído do abacate, indicado para todos os tipos de pele, é usado em máscaras faciais ou
cremes noturnos para rejuvenescer, tonificar, nutrir e suavizar a pele do rosto. Em loções, proporciona
limpeza profunda dos poros. Utilizado também em máscaras tensoras para amaciar cotovelos e joelhos secos e
rachados; em cremes hidratantes para suavizar mãos ressecadas e ásperas; em loções e cremes de proteção
solar ou óleos de massagem corporal; em xampus, condicionadores, cremes e máscaras nutritivas para deixar
os cabelos fortes e brilhantes, auxiliar no tratamento da queda de cabelos, fortalecer e proporcionar maciez aos
fios, sendo esses produtos indicados especialmente para cabelos ressecados.
saúde: Usado para combater hipertensão, anemia, hepatite, diarréia, infecções renais e das vias urinárias e
deficiências de secreção biliar. Evita também a formação de gases intestinais e estomacais e reestabelece o
fluxo menstrual.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não é indicado para pessoas que fazem regimes de emagrecimento ou manutenção de
peso, por ser muito calórico e gorduroso. De acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações ao
uso externo.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, não efeitos colaterais advindos do uso externo ou
interno.
Cultivo e Conservação

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clima: Todos os tipos de clima, dependendo da variedade.
exposição solar: Plena.
propagação: Semente ou enxertia.
espaçamento: 6-6 x 7-7 metros.
tipo de solo: Textura sílico-argilosa, permeável, profundo, bem drenado, rico em nutrientes e matéria
orgânica e com pH ligeiramente ácido.
adubação e correção: Esterco de gado curtido, composto vegetal ou húmus de minhoca; calcário, sulfato
de amônio, superfosfato simples, fosfato de araxá, cloreto de potássio no preparo da cova.
necessidade de água: Não se aplica a esse fungo.
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.
Frutos: Durante todo o ano, sabendo-se escolher as variedades num mesmo pomar; podem ser colhidos
ainda verdes, pois continua amadurecendo após a coleta. Uma planta adulta produz entre 400 e 600 frutos por
ano.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35°C. As folhas também podem ser usadas frescas.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou papel, bem fechados e longe da umidade.
Frutos: Em locais frescos e arejados. Quando o fruto já estiver maduro, aconselha-se colocá-lo na
geladeira, pois o frio interrompe o processo de maturação. Deve ser consumido logo depois de descascado,
pois, em contato com o ar, a polpa escurece.

Abacaxi

Ananas comosus (L.) Merr - Bromeliaceae


Originário da América do Sul, especialmente do Brasil, é cultivado em quase todo o território nacional.
Existem diversas variedades de abacaxi, sendo uma espécie comercial importante para o país, que é o 5º
produtor mundial da fruta, vendendo anualmente 800 mil toneladas para o exterior e o mercado interno. A
Tailândia é o maior produtor e exportador, colhendo mais de 2 milhões de toneladas por ano. No Brasil, a
abacaxicultura destaca-se nos estados da Paraíba, Minas Gerais e Bahia, tanto em produção quanto em área
plantada.
O nome "abacaxi" vem do tupi "i’báká’ti" ("i’bá" = "fruto" e "ká’ti" = "rescendente"), que quer dizer "fruta
cheirosa". No início da colonização, era oferecida aos portugueses como um gesto de hospitalidade e boas
vindas. A fruta foi levada para a Europa há mais de 300 anos, e hoje é muito apreciada em todo o mundo,
sendo cultivada - além da Tailândia e do Brasil - em países como a China, a Índia, Java, Havaí e vários locais
da África e da América do Sul.
Outros Nomes Populares: abacaxizeiro, aberas, ananás, ananaseiro, nanás, nanaseiro.
Outros Idiomas: Ananas (alemão), Ananás ou Piña (espanhol), Ananas (francês), Pineapple (inglês),
Abacascì ou Ananasso del Brasile (italiano).
Descrição Botânica: Planta terrestre, acaule, de porte herbáceo e ciclo perene, que atinge cerca de 1,20 metro
de altura. Suas raízes são pouco desenvolvidas e suas folhas, lineares, compridas e em forma de calha, são
dispostas espiralmente (em rosetas) e possuem margens lisas ou espinhosas; não produz sementes. O fruto (ou
infrutescência) é do tipo sincarpo, ovóide, com 10 a 30 centímetros de comprimento. A polpa é suculenta,
formada pelo conjunto de pequenos frutos aglutinados. Na parte superior do fruto, há uma coroa formada por
pequenas folhas.
Composição Química: Bromelina, cinarina, triterpenos, saponinas, flavonóides, glicosídeos, sacarídeos,
taninos e mucilagens. Cada 100 gramas de polpa do fruto contém 52 calorias, 0,4 gramas de proteínas, 0,4
gramas de fibras, 18 mg de cálcio, 8 mg de fósforo, 0,5 mg de ferro, 0,08 mg de vitamina B1, 0,02 mg de
vitamina B2, 0,20 mg de niacina e 33,46 de vitamina C.
Partes Usadas: Casca, Folhas, Frutos (bagos) maduros.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-séptica, Antiinflamatória, Despigmentadora, Digestiva,
Diurética, Expectorante, Lipolítica, Regeneradora celular, Rejuvenescedora.
Usos

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culinária: Possui inúmeras utilizações na cozinha, podendo ser saboreado ao natural, em sucos puros ou
misturados a outras frutas, como laranja, em drinques, em saladas de verduras e de frutas e na forma de doce
cristalizado ou em calda. É usado em vários pratos salgados e doces, como carnes (especialmente lombo e
peru), bolos, tortas, docinhos, bombons e pavês. A polpa pode ainda ser utilizada na preparação de sorvetes,
vinhos e licores. O suco de abacaxi é utilizado para amaciar carnes. A casca, fermentada com açúcar, também
produz uma bebida chamada aluá, muito consumida na Bahia e em Minas Gerais.
beleza: Usa-se a polpa do fruto maduro na forma de purê ou suco, sendo indicado para peles oleosas e
acnéicas. É empregado em loções e compressas para auxiliar no tratamento de inflamações do rosto. Na forma
de máscara facial, ajuda na regeneração dos tecidos, eliminação de manchas e sardas. Para o corpo, é usado
em cremes, géis e óleos de massagem para combater a celulite e gordura localizada, pois ajuda a dissolver as
gorduras e reduzir as medidas. Usado também como esfoliante enzimático para ativar a circulação do corpo e
promover a drenagem linfática. Para os cabelos, é utilizado em máscaras de tratamento para alisar cabelos
crespos.
saúde: Utilizado contra afecções das vias respiratórias e da pele, bronquite e acidez estomacal. As
bromelinas, enzimas contidas nos frutos, são usadas na fabricação de pílulas para controlar a inflamação de
tecidos e para emagrecimento, mas sua aplicação em dietas ainda é controversa.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: De acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações quanto ao uso externo
ou interno; recomenda-se apenas evitar o contato com os olhos, pois pode causar ardor e irritação.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, não há efeitos colaterais advindos do uso externo
ou interno.
Cultivo e Conservação
clima: Resistente à seca, mas não tolera geadas. Desenvolve-se bem em ambientes cuja precipitação anual
é de aproximadamente 1.200 mm. As altas temperaturas são prejudiciais, pois provocam queimadura dos
frutos e da folhagem pelo sol (o ideal são dias com amplitude térmica entre 12 e 14º C).
exposição solar: Prefere locais com muita claridade, mas com luz difusa.
propagação: mudas retiradas da planta-mãe; são usadas as brotações do tipo coroa (tufo de folhas no ápice
do fruto), filhote (muda do pedúnculo), filhote rebentão (muda formada na região de inserção do pedúnculo
com o talo da planta), rebentão (muda do talo da planta) e divisão do talo.
espaçamento: 80 centímetros entre plantas.
tipo de solo: Cresce em quase todos os tipos de solo, mas prefere os levemente ácidos, bem drenados, não
compactados e que propiciem condições de bom desenvolvimento do sistema radicular.
adubação e correção: O substrato deve ter partes iguais de areia grossa ou pedriscos, musgo seco ou
xaxim e turfa, ou mesmo húmus de minhoca: o importante é que a mistura possibilite uma rápida drenagem.
Na hora do plantio, é preciso usar adubo fosfatado (de 2 a 4 gramas por cova) e, após o plantio, adubo com
nitrogênio e potássio.
necessidade de água: Moderada (O excesso de água no solo provoca asfixia das raízes e intensifica o
aparecimento de nematóides e fungos fitopatogênicos, tornando a polpa dos frutos mais frágil ao ataque de
doenças. Nunca regue a planta em horas de sol muito forte).
Colheita
Folhas e Frutos: Durante todo o ano.
Secagem
Frutos: Consumido preferencialmente na forma fresca.
Folhas: Usadas na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: A polpa concentrada de abacaxi pode ser congelada em freezer comum por até três meses.

Abiu

Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. - Sapotaceae


O abieiro é uma planta originária do Peru e cultivada em regiões tropicais. Além de ser dotado de látex, possui
um fruto extremamente apreciado, o abiu. O nome “abiu” vem do tupi a’biu ou de abí, abiú, talvez de iba-yú,
“o fruto amarelo”, ou de aú-yú, “amarelo”, “amarelo manchado”. Sua ocorrência é mais comum em áreas
abertas de formações florestais e em terras periodicamente inundadas, em áreas baixas das florestas. No
Brasil, a planta cresce em bastante quantidade no Pará, mas já se espalhou pelo litoral até o Rio de Janeiro. O

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cultivo comercial do abiu é relativamente restrito, e é muito comum encontrar frutos em quintais e pomares,
especialmente no Sudeste do Brasil. Na região de Manaus, as árvores são utilizadas na arborização urbana.
Outros Nomes Populares: abi, abiiba, abio, abiu-grande, caimito, caimito abiurana.
Outros Idiomas: cauje, temare, caimo, madura verde, luma (espanhol), pomme-étoilée amazonienne, canistel
(francês), yellow star apple, egg fruit, golden fruit tree (inglês).
Descrição Botânica: A árvore tem geralmente 10 metros de altura, mas pode alcançar 35 metros em situações
favoráveis, e apresenta copa redonda ou em forma de pirâmide. Seu tronco é irregular, possui ramos novos,
com pilosidade ferrugínea e apresenta abundante secreção de látex. As folhas são simples, obovadas ou
elípticas, com 5 a 20 centímetros de comprimento e têm base aguda. Não costumam apresentar pêlos, mas
raramente têm alguns esparsos e nervuras proeminentes. Suas flores são brancas ou levemente esverdeadas,
pequenas e solitárias, ou em dois a cinco fascículos. O fruto tem formato globoso, ovóide e, às vezes, forma
elíptica, com 4 a 10 centímetros de largura por 4 a 8 centímetros de diâmetro. Sua casca é dura na parte
externa e suave nos tecidos internos, que apresentam inúmeros canais de látex. Quando está maduro, o fruto
tem a casca totalmente amarela, a polpa gelatinosa, translúcida ou ligeiramente esbranquiçada, sabor doce, e o
número de sementes negras varia de um a quatro.
Composição Química: Proteínas, lipídios, glicerídeos, fibras, cálcio, fósforo, ferro, vitamina B, vitamina B2,
ácido ascórbico (vitamina C).
Partes Usadas: Casca, Frutos, Sementes.
Propriedades Medicinais: Antianêmica, Antidisentérica, Antiinflamatória, Antitérmica, Antitussígena,
Antiverrugosa, Purgativa, Vermífuga.
Usos
culinária: O fruto pode ser consumido “in natura”, somente quando estiver bem maduro, caso contrário,
sua casca libera um leite viscoso que adere aos lábios. É utilizado também na fabricação de sorvetes, doces,
refrescos e geléias.
beleza: Não é usado.
saúde: A casca da planta é empregada contra disenteria e febre. O fruto é útil contra queda de cabelos e na
alimentação de pessoas desnutridas e anêmicas. No Brasil, a polpa do fruto é consumida para aliviar tosses,
bronquites e afecções pulmonares. O látex do fruto serve para combater vermes e prisão de ventre e também
pode ser aplicado em abscessos, além de contribuir para o tratamento de herpes e verrugas. O azeite extraído
das sementes abranda inflamações em geral, especialmente as da pele, e otites (inflamação no ouvido).
outros usos: Por ser densa, pesada e dura, a madeira do tronco é usada na construção e fabricação de
instrumentos musicais e cabos de ferramentas. O látex presente na casca da árvore e aquele presente nos frutos
são usados na produção de cola.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes e enxertia.
espaçamento: De 4 a 7 metros entre as árvores.
tipo de solo: De textura arenosa a argilosa, bem drenado, rico em nutrientes e matéria orgânica, úmido e
com pH entre 5,5 e 7,5.
adubação e correção: Recomenda-se o uso de esterco de curral, farinha de osso ou torta de mamona.
necessidade de água: Moderada (Necessita de quantidade extra durante o florescimento e no início da
frutificação).
Colheita
Frutos: O abieiro permite duas colheitas por ano, que devem ser realizadas quando o fruto estiver firme e
maduro, com pelo menos a metade amarela. Se o fruto for colhido muito verde, seu látex pode grudar nos
lábios durante o consumo.
Casca: No outono.
Sementes: Devem ser coletadas dos frutos maduros.
Secagem
Casca: Ao sol, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 40º C.
Frutos: Devem ser preferencialmente consumidos na forma fresca.
Sementes: Ao sol, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 40º C.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Acondicionamento
Casca: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Frutos: Em caixas de papelão ou sacos plásticos atóxicos, no refrigerador.
Sementes: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Abóbora

Cucurbita pepo L. - Cucurbitaceae


Nativa do México, a Cuburbita pepo cresce em toda a América do Norte há mais de 8.000 anos. Hoje está
difundida por todo o mundo, sendo amplamente utilizada na alimentação humana. A moranga, prima da
abóbora (espécie C. maxima), é originária do Peru e chegou à Europa apenas depois da conquista espanhola,
em 1532. Na medicina chinesa, as sementes de abóbora são usadas desde o século 17.
A abóbora e a moranga são muito semelhantes, mas as duas podem ser diferenciadas facilmente: a moranga
tem casca mole e talo duro, enquanto a abóbora tem casca dura e talo mole.
Outros Nomes Populares: aboboreira, abobra, jerimum, jerimunzeiro.
Outros Idiomas: garten-kürbis (alemão), abobra (espanhol), courge (francês), pumpkin (inglês), peperone
(italiano).
Descrição Botânica: Planta anual cultivada, com caule rasteiro, que atinge até 5 metros de comprimento.
Suas folhas são alternas, membranosas e cordiformes. As flores são grandes, amarelas, campanuladas,
axilares, suportadas por longos pedúnculos e possuem sexo separado: as masculinas juntam-se em grupos
auxiliares, enquanto as femininas são isoladas. O fruto é do tipo baga (pepônio), com numerosas sementes.
Composição Química: As sementes contêm até 50% de óleo essencial, albuminas, glicosídeo (cucurbitina),
resina e minerais, especialmente zinco. A polpa contém açúcares, albuminas, gorduras, ácido ascórbico, ácido
hidrociânico, ácido salicílico, aminoácidos, carotenóides, cucurbitacina E, cucurbitina, flavonóides, saponinas,
tanino, trigonelina, vitaminas e minerais.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Polpa, Sementes.
Propriedades Medicinais: Anti-helmíntica, Antiinflamatória, Bactericida, Diurética, Emoliente,
Estomáquica, Umectante, Vermífuga.
Usos
culinária: A abóbora é consumida em todo o país, mas sua presença é mais forte na culinária nordestina,
onde é conhecida como jerimum e utilizada de inúmeras formas. A polpa da abóbora é consumida cozida, em
pedaços ou sob a forma de purê, e em cozidos com carne, carne seca ou camarão e sopas. Usada também na
preparação de doces e compotas.
beleza: Indicada para peles oleosas, sendo usada em loções para a limpeza da pele, para auxiliar o
tratamento da acne, para suavizar e amaciar a pele. Utilizada ainda no tratamento de queimaduras e
inflamações da pele. Na forma de máscara capilar, ajuda a alisar os cabelos submetidos a tratamento químico.
saúde: A polpa, retirada por decocção, é usada contra diarréia e gases. O sumo da polpa é empregado
contra prisão de ventre. O suco das sementes trituradas é usado contra febre, inflamações das vias urinárias e
afecções renais. As sementes, ingeridas cruas e secas, são usadas no tratamento de próstata e contra vermes
intestinais. O cataplasma das folhas é útil contra queimaduras, inflamações e dores de ouvido. As folhas, cruas
e frescas, são ingeridas para combater anemia e avitaminose.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: De acordo com a literatura consultada, não possuem contra-indicações advindas do uso
interno ou externo.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, não possuem efeitos colaterais advindos do uso
interno ou externo.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical ou subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento: 1,2 metros entre mudas.
tipo de solo: Gosta de solos adubados, mas cresce também em terra não adubada, desde que bem drenada.
adubação e correção: Humus ou matéria orgânica, incorporados a 30 centímetros de profundidade.
necessidade de água: Abundante.
Colheita

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Folhas: Durante todo o ano.
Flores: Antes de se abrirem totalmente.
Frutos: Quando estiverem maduros; a colheita é feita deixando-se 5 centímetros de talo em cada abóbora.
Secagem
Folhas, Flores e Frutos: Usadas na forma fresca.
Rizoma: Ao sol, em local seco, ou em secador, com temperatura máxima de 50º C.
Acondicionamento
Frutos: Pendurados, um a um, em cestos de tela, em local arejado, com temperatura entre 10 e 16º C
(nunca as pendure pelo talo). Em casa, coloque um pires invertido abaixo da abóbora, para que não apodreça.

Acácia-falsa

Robinia pseudoacacia L. - Mimosaceae (Leguminosae)


Originária da América do Norte, mais especificamente do Canadá, foi uma das primeiras plantas levadas da
América para a Inglaterra, onde passou a ser cultivada como espécie ornamental. Os indígenas americanos
costumavam usar as sementes da acácia na alimentação, depois de tratá-las, mas esse uso não é recomendado
devido à toxicidade da planta.
Outros Nomes Populares: acácia, acácia-pára-sol.
Outros Idiomas: robinie (alemão), black locust (inglês), falsa acacia (italiano).
Descrição Botânica: Árvore de tamanho médio, que atinge de 15 a 35 metros de altura e até 1 metro de
diâmetro. A casca é macia e torna-se marrom-avermelhada com a idade. As folhas são longas (20 a 45
centímetros de comprimento), pinadas, com até 33 pequenos folíolos de formato oval. As flores, de cor branca
a rósea, com 10 a 25 centímetros de comprimento, reúnem-se em inflorescências do tipo racemo que surgem
no começo do verão. O fruto contém de 4 a 8 sementes em seu interior.
Composição Química: Benzaldeído, farnesol, flavonóides (dihidrorobinetina, robinina, robinitina, robtina,
liquiritigenina, robteína, fustina, butina, buteína e fisetina), heliotropina, indolina, kaempferol, linalol, metil-
antranilato, nerol, beta-sitosterol, alfa e beta-terpineol, benzaldeído, álcool benzóico, farnesol, metil-
antranilato, siringina, amigdalina, 1-asparagina, urease, acacetina, canavanina, apigenina, tanino, carotenos,
alcalóides, proteínas, gorduras, fibras, cálcio, fósforo, açúcares e aminoácidos (arginina, ácido glutâmico e
asparagina).
Partes Usadas: Flores, Folhas.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antiespasmódica, Colagoga, Despigmentadora, Diurética, Emética,
Emoliente, Laxativa, Purgativa, Sedativa, Tônica, Venenosa.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Usada em máscaras faciais e vaporizações para revitalizar a pele; em banhos de imersão para
relaxar a musculatura tensa e dolorida; e em loções tônicas para clarear manchas e sardas. Empregado ainda
na elaboração de perfumes.
saúde: As flores são usadas contra espasmos e dispepsia. As folhas são empregadas contra problemas
digestivos.
outros usos: Desde a sua descoberta pelos europeus, a acácia-falsa é cultivada como planta ornamental.
Contra-Indicações: Deve ser usada com cuidado e somente nas doses recomendadas pelos médicos e
especialistas. As folhas e as raízes são extremamente tóxicas devido à presença de robinina e derivados.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, o uso externo pode causar eventuais reações
alérgicas em pessoas sensíveis. O uso das folhas e das raízes de forma incorreta provoca sintomas parecidos
com os da beladona, (secura na garganta, dores abdominais, dilatação das pupilas, vertigem, contração
muscular e arritmia cardíaca), podendo inclusive levar à morte.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado e subtemperado; a temperatura anual ideal gira em torno de 13º C.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes submetidas ao processo de escarificação.
espaçamento: 2,4 metros entre plantas.
tipo de solo: Profundos, férteis, com boa drenagem e umidade e com pH entre 6 e 7 (ideal é 6,6).
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou composto orgânico, incorporados a 60
centímetros de profundidade.

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necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Durante todo o ano, pelo menos 5 anos após o plantio.
Flores: No início da floração, quando os botões estiverem ainda fechados.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Flores: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado.
Acondicionamento
Folhas e Flores: Em sacos de papel ou pano, bem fechados e longe da umidade.

Açafrão

Crocus sativus L. - Iridaceae


Conhecido desde a Antigüidade, o açafrão era usado pelos antigos sumérios há mais de 5 mil anos, e depois
pelos egípcios, gregos e romanos. Um papiro egípcio datado de 1550 a.C. já mencionava a planta, que foi
introduzida na Europa após as cruzadas. Homero, em sua Ilíada, também cita o açafrão. Seu nome deriva do
termo árabe "za’fran", que significa "ser amarelo". Hoje o açafrão-verdadeiro é cultivado na Espanha, no Irã e
na Índia, especialmente na região de Caxemira. É o tempero mais caro do mundo, custando pelo menos 4
dólares por grama, mas também basta uma pitada para dar uma cor intensa aos pratos.
Outros Nomes Populares: açaflor, açafrão-verdadeiro, açafreiro, açafroeiro.
Outros Idiomas: echter safran (alemão), za’faran (árabe), jafran (bengali), fan hung hua (chinês), azafrán
(espanhol), safrano (esperanto), safran des Indes (francês), zaforá (grego), saffraan (holandês), sáfrány
(húngaro), kunyit kering (indonésio), saffron (inglês), zafferano (italiano), safuran (japonês), kunyit kering
(malaio), safran (norueguês), szafran uprawny (polonês), safran (romeno), shafran (russo), nghe (vietnamita).
Descrição Botânica: O açafrão-verdadeiro é uma pequena planta herbácea com bulbo sólido, arredondado,
achatado, carnudo, muito amiláceo, protegido exteriormente por túnicas membranosas marrons, trazendo na
parte superior alguns resíduos de folhas. Este bulbo é, na realidade, um caule-tubérculo, algo intermediário
entre bulbo e tubérculo. As folhas são eretas, delgadas e lineares. Possui flores de cor lilás, violeta ou branca,
com longos estigmas com formato de trompa, alaranjados que, secos, dão o açafrão (são necessárias cerca de
150 mil flores para a produção de 1 quilo de açafrão). São formadas por três pétalas e três sépalas. No açafrão,
cálice e corola também formam uma estrutura floral, mas esses dois verticilos se afastam da forma estelar;
pétalas e sépalas são arredondadas. Sua flor possui 3 estames. Abaixo do tubo floral, junto ao bulbo, encontra-
se o ovário, que permanece debaixo da terra no início da floração. A base do estigma apresenta cor amarela
que vai se tornando cada vez mais avermelhada e espessa na parte terminal. Apesar de todo o
desenvolvimento do estigma, a planta é estéril, e somente é fecundada por meios artificiais.
Composição Química: Aldeídos terpenos (safranal, 2,2,4-trimetil-ciclohexa-1,3-dieno-carbaldeído, pineno e
cineol), picrocrocina, carotenóides, crocetina, gentobiose, alfa e o beta-caroteno, licopina, zeaxanteno e
mucilagem.
Partes Usadas: Estigmas secos.
Propriedades Medicinais: Antiespasmódica, Antiinflamatória, Emenagoga, Laxante.
Usos
culinária: Usado geralmente em molhos, sopas, saladas, arroz e cozidos com frango ou legumes. É
indispensável na cozinha mediterrânea e em pratos como a Paella Valenciana, típica da cozinha espanhola, no
Risotto alla Milanese, da Itália, e na sopa Bouillabaisse, do Sul da França. Muito usado também na cozinha
indiana e na Ásia Central, especialmente para dar cor ao arroz.
beleza: Não é comumente usado.
saúde: Rudolf Steiner, pai da antroposofia, recomenda o açafrão no tratamento da glândula tireóide e, em
associação com o antimônio e o Orallium rubrum, para regular os processos sanguíneos. A planta é usada
ainda no tratamento da histeria. O açafrão é empregado em farmacologia na preparação de tinturas, extratos,
loções oculares e colírios, mas sobretudo em pílulas abortivas. Na fitoterapia, é utilizado para problemas
digestivos, contra prisão de ventre e até contra veneno de cobra. Esta erva possui propriedades tônicas que
estimulam a atividade digestiva. É usado popularmente para regularizar a menstruação. Tem propriedade
sudorífera, sendo útil para baixar febres e também tem poder antioxidante. Pesquisas têm sido conduzidas no
estudo de seus carotenóides como possíveis agentes anticancerígenos, antimutagênicos e citotóxicos.

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outros usos: É usado desde a Antigüidade no tingimento de tecidos.
Contra-Indicações: Durante a gravidez.
Efeitos Colaterais: Quando ingerido em quantidades elevadas, altera a coloração da urina, do suor e outras
secreções do corpo para amarelo claro. Em alta dosagem, exibe qualidades tóxicas, abortivas, causa
hemorragias, vômitos, diarréias e vertigens. Mas, devido ao alto preço, é raro encontrar o veneno de açafrão.
Consumir alguns gramas de açafrão de boa qualidade é letal.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado quente e de altas altitudes.
exposição solar: Plena.
propagação: Bulbos que devem ser plantados logo após sua coleta, no verão.
espaçamento: 20 a 30 centímetros entre sulcos.
tipo de solo: Leve, solto, profundo, permeável, rico em nutrientes, bem drenado, com pH neutro a básico.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade; calagem em solos muito ácidos.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Flores: no outono.
Secagem
Estigmas: depois de colhida a flor inteira, os estigmas são cortados à mão, junto com uma parte do estilete
da planta. Os estiletes devem ser secados no próprio dia em um secador ou sobre pedras aquecidas, perdendo a
água em cerca de meia hora e adquirindo, assim,.
Acondicionamento
Estigmas secos: em potes de vidro escuros com tampa ou em sacos de plásticos transparente.

Açaí

Euterpe oleracea Mart. - Arecaceae (Palmae)


O açaí é tipicamente brasileiro, sendo encontrado principalmente nas várzeas e margens dos rios da região
amazônica. O açaizeiro é muito importante para a população ribeirinha do Baixo Amazonas, pois dele se
aproveita praticamente tudo: folhas, frutos, raízes, palmito, tronco e cachos frutíferos. As folhas são usadas na
cobertura das casas; as fibras, na arte de tecer chapéus, esteiras, sacolas e cestas; sua madeira, quando seca,
transforma-se em toras bastantes duráveis e resistentes às pragas e aos insetos, sendo muito utilizada na
construção de casas, pontes e trapiches; e os cachos frutíferos secos são aproveitados na fabricação de
vassouras.

A Lenda do Açaí
Há muito tempo, havia no local onde se ergueria mais tarde a cidade de Belém do Pará, uma tribo que, devido
à escassez de alimentos, vivia sempre em grandes dificuldades. E como a tribo aumentava dia a dia, o cacique
Itaki reuniu sua gente para advertir sobre a grande crise que viria caso a tribo continuasse a crescer
demograficamente. Resolveu, de comum acordo com os mais velhos guerreiros e curandeiros, sacrificar todas
as crianças que nascessem a partir daquele dia.
Talvez devido à tal medida, passaram-se muitas luas sem nenhuma nativa conceber. Porém, um dia, Iaçá, a
filha do cacique Itaki, concebeu uma linda criança. Entretanto, não demorou muito para o Conselho Tribal se
reunir e pedir o sacrifício da filha de Iaçá. Seu pai, guerreiro de palavra, não hesitou em dar cumprimento à
sua ordem.
Ao saber da sorte de seu rebento, Iaçá implorou ao pai que poupasse a vida da filha, pois os campos estavam
verdejantes e a caça não tardaria a abundar na região. O cacique Itaki, porém, manteve sua palavra e a criança
foi sacrificada. Iaçá enclausurou-se em sua tenda, ficando ali por quase dois dias de joelhos, rogando a Tupã
que mostrasse a seu pai uma maneira pela qual não fosse preciso repetir o sacrifício de inocentes. Altas horas
da noite, porém, ouviu Iaçá um choro de criança.
Aproximou-se da porta da tenda e, então, viu sua filha sorridente ao pé de uma esbelta palmeira. A princípio,
ficou estática. Depois, em correria louca, lançou-se em direção à filha, abraçando-se a ela, mas deparou-se
com a palmeira, pois, misteriosamente, a criança desaparecera. Iaçá, inconsolável, chorou copiosamente até
desfalecer. No dia seguinte, o seu corpo foi encontrado ainda abraçado à palmeira. Estava morta, mas seu
semblante risonho irradiava satisfação; ao mesmo tempo, seus grandes olhos negros, inertes, fitavam o alto da

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palmeira.
Itaki notou que a palmeira tinha um cacho de frutinhas pretas. Ordenou que fosse apanhado e amassado em
um grande alguidar de madeira, obtendo, assim, um vinho avermelhado. Agradeceu a Tupã e, invertendo o
nome da sua filha Iaçá, batizou o estranho vinho de Açaí, suspendendo, em seguida, a limitação de seu povo.
E vieram os anos. O vinho vermelho veio a fortalecer gerações de guerreiros e caboclos. Belém tornou-se
metrópole e, até hoje, seus habitantes tomam o vinho dessa palmeira nativa e se sentem fortalecidos graças às
lágrimas de sangue da índia Iaçá.
Outros Nomes Populares: açaí-do-pará, açaizeiro.
Outros Idiomas: asaí (espanhol), wassaï (francês), acai palm (inglês).
Descrição Botânica: Palmeira de estipe delgado e elegante, podendo atingir até 25 metros de altura. Suas
folhas são grandes, finamente recortadas em tiras, de coloração verde-escura e atingem freqüentemente 2
metros de comprimento. As flores são pequenas, agrupadas em grandes cachos pendentes, de coloração
amarelada, e surgem predominantemente de setembro a janeiro, podendo aparecer durante quase todo o ano.
Os frutos são arredondados ou ovóides, de coloração violácea, quase negra quando maduros, e aparecem em
cachos.
Composição Química: Proteínas, fibra, cálcio, fósforo, ferro, vitamina C, B1 e B2 e niacina.
Partes Usadas: Frutos, Palmito.
Propriedades Medicinais: Anti-helmíntica, Anti-hemorrágica.
Usos
culinária: Usado para o preparo de sucos, refrescos e sorvetes. Engrossado com farinha d'água ou de
tapioca, acompanha peixes e camarão seco, carnes e arroz com feijão. O palmito da palmeira é consumido cru
em saladas, empadas, pizzas, omeletes, cremes, picles e ração animal.
beleza: Não é usado.
saúde: Os frutos novos são utilizados no combate aos distúrbios intestinais e aos vermes; seu palmito, em
forma de pasta, é usado para conter hemorragias após extrações dentárias.
outros usos: O açaizeiro é muito utilizado como matéria-prima para artesanato e construções. Na região
do Baixo Amazonas, as folhas são usadas na cobertura das casas. Sua madeira, quando seca, transforma-se em
toras duráveis e resistentes às pragas e aos insetos e que são muito utilizadas na construção de casas, pontes e
trapiches. As fibras são usadas para tecer chapéus, esteiras, sacolas e cestas. Já os cachos frutíferos secos são
aproveitados na fabricação de vassouras.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical úmido, com temperatura média anual acima de 22° C.
exposição solar: Plena.
propagação: Por meio de sementes ou pela retirada de brotos da base.
espaçamento: De 3 a 4 metros entre plantas.
tipo de solo: Não é exigente em relação ao solo, crescendo mesmo em terrenos pobres e ácidos. No
entanto, desenvolve-se mais rapidamente em solos com maior fertilidade.
adubação e correção: Matéria orgânica curtida (esterco de curral, composto de lixo, composto de usina de
beneficiamento de algodão ou palha de café) incorporada ao solo.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: Durante o ano todo, em maior quantidade entre os meses de julho e dezembro.
Palmito: Colher somente em palmeiras que apresentem diâmetro acima de 10 centímetros na altura do
peito. Quando a densidade de plantas for baixa, deve-se poupar um estipe por planta para a produção de
sementes.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Palmito: Consumido na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: Deve ser mantida em forma de polpa na geladeira ou congelador.
Palmito: Deve ser mantido na geladeira.

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Acerola

Malpighia glabra L. - Malpighiaceae


Nativa das Antilhas, na América Central, é consumida há muitos séculos pelos habitantes dessa região e do
norte da América do Sul. A planta da acerola começou a ficar popular no resto do mundo somente a partir de
1940, quando os cientistas descobriram o alto teor de vitamina C de seu fruto. Desde essa época, os segredos
de plantio e cultivo foram guardados a sete chaves em Porto Rico. A planta chegou ao Brasil em 1956,
cercada por uma história curiosa: uma professora e pesquisadora da Universidade Federal Rural de
Pernambuco, sabendo das virtudes do fruto, trouxe 245 sementes escondidas em sua bagagem e plantou-as
nos terrenos da universidade. Dessas, somente dez germinaram. Pelas características das plantas brasileiras, os
estudiosos calculam que grande parte das árvores encontradas no país tenham sido geradas a partir das
matrizes "pernambucanas". Além de cultivada por suas propriedades medicinais, também é utilizada como
planta ornamental. Embora tenha crescimento lento, uma vez que começa a frutificar, pode dar frutos até sete
vezes por ano.
Outros Nomes Populares: cereja-das-antilhas, cereja-de-barbados.
Outros Idiomas: acerola (alemão), cereza de Antilles (espanhol), cerise d'Antilles (francês), acerola (inglês),
ciliegia di Antilles (italiano).
Descrição Botânica: Planta arbustiva de porte médio de até 3 metros de altura, cujo tronco apresenta
ramificações em toda a sua extensão, desde a base até a copa. Esta é coberta por pequenas folhas brilhantes,
de coloração verde-escura na parte superior do limbo e verde mais clara na parte inferior, formato ovado ou
elíptico-lanceolado, dispostas de forma oposta, com pecíolo curto e ápice agudo. As flores, que variam do rosa
ao violeta esbranquiçado, são agrupadas em inflorescências do tipo cimeira axilar. Seu fruto é do tipo drupa,
de formato oval a sub-globoso, casca muito fina, superfície lisa ou dividida em três gomos e polpa carnuda.
Quando maduro, o fruto adquire coloração vermelho-alaranjada e perfume semelhante ao da maçã. Possui três
sementes.
Composição Química: Ácido ascórbico, proteínas, pró-vitamina A, sucrose, ácido l-málico, ácido
pantotênico, carboidratos, betacaroteno, dextrose, frutose, niacina, proteína, riboflavina, sais minerais (cálcio,
ferro, fósforo, magnésio, potássio, sódio), tiamina e vitamina B6. Seu conteúdo em ácido ascórbico (vitamina
C) é mais elevado do que em frutas como laranja, limão, abacaxi, caju, araçá, kiwi e morango e menor que o
camu-camu.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antianêmica, Antidiarréica, Antiescorbútica, Antiinflamatória,
Aperiente, Cicatrizante, Nutritiva.
Usos
culinária: O fruto é consumido "in natura", em sucos, ou utilizado como ingrediente para a fabricação de
geléias, marmeladas, compotas, licores e sorvetes. Sua polpa é utilizada no enriquecimento vitamínico do suco
de outras frutas como a laranja. Mesmo no preparo de geléias, quando se cozinham os frutos por um período
prolongado, o teor de vitamina C mantém-se elevado.
beleza: Usada na fabricação de cremes e loções para a pele e xampus para os cabelos.
saúde: Combate gripes e previne debilidade, irritabilidade, fadiga e perda de apetite. Indicada para
diminuir a ocorrência de doenças infecciosas e de dores musculares e articulares. Empregada contra
hipovitaminose C, escorbuto, hemorragias nasais e gengivais, atua como adjuvante em tratamentos do fígado
ou disenterias. Tem sido utilizada em tratamentos de afecções pulmonares em geral e, em particular, contra a
tuberculose. Eficaz contra reumatismo e para acelerar processos de cicatrização de feridas. Fortalece o
organismo como um todo e é eficiente no tratamento de anemia. Tem sido recomendada como ingrediente
indispensável na dieta de lactentes, crianças e adolescentes, de gestantes e nutrizes e de pacientes desnutridos,
convalescentes e em processo de desgaste físico.
outros usos: Também é utilizada como planta ornamental.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical, sub-tropical e semi-árido.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes, estaquia, alporquia, mergulhia e enxertia.
espaçamento: 4 x 3 metros.

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tipo de solo: Qualquer tipo de solo dando preferência para os de textura areno-argilosa, bem drenados,
com mediana fertilidade e livre de nematóides.
adubação e correção: Mediante análise foliar e do solo.
necessidade de água: Regular.
Colheita
Frutos: A partir do segundo ano de vida, cerca de 22 dias após a floração, e pode ser feita pelo menos de
três a quatro vezes ao ano; o momento ideal é quando a casca apresentar-se rósea, quase vermelha.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: De acordo com pesquisas científicas, a melhor forma de preservar a vitamina C dos frutos é
congelando a polpa.

Acônito

Aconitum napellus L - Ranunculaceae


Essa planta existe desde a era glacial e, hoje, ela cresce principalmente nas montanhas dos Vosges (leste da
França, na fronteira com a Alemanha), nas montanhas da Boêmia (República Tcheca) e nos Alpes. Ela
desenvolve-se em altitudes entre 1.000 e 2.000 metros de altura. Tem predileção pelas beiras dos córregos,
pelos pastos montanhosos e pelos canais de irrigação e floresce nos meses de julho a setembro.
Essa planta, considerada uma das espécies européias mais tóxicas, foi usada como veneno em tempos remotos
pelos caçadores. Eles molhavam as setas de seus arcos no suco feito de seus tubérculos.
Atualmente, a medicina chinesa utiliza-se de métodos específicos para neutralizar as suas propriedades tóxicas
e utilizá-la no tratamento de doenças e dores corporais. É considerada uma das plantas mais quentes da
medicina chinesa e, por causa dessa característica, é empregada para aquecer o interior do corpo e elevar o
metabolismo em condições de muito frio. O nome Aconitum deriva da palavra latina "acon", que quer dizer
"dardo".
Outros Nomes Populares: napelo.
Outros Idiomas: aconit rufen (alemão), acònit blau (espanhol), aconit napel (francês), aconite (inglês),
aconito (italiano).
Descrição Botânica: Planta perene com raízes tuberosas, caule ereto e folhas alternas palmatipartidas. Na
parte superior do caule, forma-se um cacho floral ramificado, composto de flores azuis, zigomorgas, com a
forma característica de elmo. O fruto é uma vesícula.
Composição Química: Terpenóides azotados, aconitina, esparteína, efedrina, napelina benzil aconitina,
açúcares e amido.
Partes Usadas: Tubérculos.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Anticongestiva, Antiinflamatória, Cardiotônica, Diurética, Sedativa,
Sudorífera.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: É usado para revigorar os cabelos e também em tinturas.
saúde: O chá fraco é um bom recurso no tratamento da paralisia nervosa, da asma e da febre alta com
delírios relacionados a medos. Usado externamente, o acônito alivia as úlceras e as feridas na pele. Também é
aplicado contra nevralgias em geral, principalmente nas congestivas e faciais, nas congestões pulmonares,
pneumonias, coriza, laringite aguda, reumatismo e gota.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser usado por gestantes, lactantes, pessoas com constipação, febre alta ou
hipertensão. Nos casos gerais, sempre deve ser utilizado sob supervisão médica.
Efeitos Colaterais: Salivação excessiva, falta de ar, sudorese, náusea, palpitação, espasmos corporais,
aceleração do pulso e do ritmo respiratório e arritmia cardíaca. Por ser uma planta tóxica, se ingerida em altas
doses pode causar a morte.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado, em regiões de alta altitude.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes e divisão dos tubérculos.

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espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Prefere os solos úmidos.
adubação e correção: Não foram encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Tubérculos: São colhidos unicamente os tubérculos laterais formados na Primavera. O manuseio das
plantas e das partes colhidas requer muita prudência, pois toda a planta é muito venenosa.
Secagem
Tubérculos: Depois de muito bem limpos e desembaraçados das raízes e das partes verdes, os tubérculos
são cortados no sentido do comprimento e secos rapidamente a uma temperatura de 40º C a 50º C.
Acondicionamento
Tubérculos: Em sacos de pano devidamente fechados e guardados em local seco e bem ventilado.

Adônis

Adonis vernalis L - Ranunculaceae


Planta originária da Europa e que hoje já se espalhou pela Ásia e América. O Adônis é utilizado desde a
Antigüidade no tratamento das afecções sexuais e, recentemente, passou a ser usado também em cardiologia
por ser um estimulante para o coração. Segundo diz a mitologia grega, o nascimento de Adônis - que tem o
mesmo nome desta erva - foi fruto de relações incestuosas entre Smirna (Mirra) e seu pai Téias, rei da Assíria,
que, enganado pela filha, com ela se deitou. Percebendo depois a trama, Téias quis matá-la e Mirra pediu
ajuda aos deuses, que a transformaram, então, na árvore que tem o seu nome. Foi daí que da casca da Mirra
nasceu Adônis. Maravilhada com a extraordinária beleza do menino, Afrodite tomou-o sob sua proteção e
entregou-o a Perséfone, deusa dos infernos, para que ela o criasse. Depois de um longo período, as deusas
passaram a disputar a companhia do menino e tiveram que se submeter à sentença de Zeus. Este determinou
que ele passaria um terço do ano com cada uma delas, mas Adônis, que preferia a deusa Afrodite, permanecia
com ela também o terço restante. Nasceu desse mito a idéia do ciclo anual da vegetação, com a semente que
permanece sob a terra por quatro meses. Afrodite e Adônis se apaixonaram, mas a felicidade de ambos foi
interrompida quando um javali furioso matou o rapaz. Sem poder conter a tristeza causada pela perda do
amante, a deusa instituiu uma cerimônia de celebração anual para lembrar a sua trágica e prematura morte.
Outros Nomes Populares: adônis.
Outros Idiomas: adonisröschen (alemão), botón de oro (espanhol), adonis (francês), yellow adonis (inglês),
adonide primaverile (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea com rizoma espesso de cor escura, que atinge até cerca de 40
centímetros de altura. Sua haste é ereta, com escamas na parte basal, com presença de pêlos dispersos,
suculenta e com muitos ramos. As folhas são sésseis, lineares e pinatissectas. As flores são solitárias e
amarelas brilhantes. O fruto é de formato oboval, tomentoso e possui um sulco lateral.
Composição Química: Flavonóides, ácidos orgânicos, cimarósido, adonitoxósido, sais minerais, glucosídeos
e cardenólides.
Partes Usadas: Parte aérea.
Propriedades Medicinais: Cardiotônica, Sedativa.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: Indicada em tratamentos de insuficiência cardíaca congestiva, contrações prematuras do músculo
cardíaco, miocardite, taquicardia e arritmia. Ajuda a curar crises de tosses e asma, de epilepsia, cãibras e dores
reumáticas.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Gestantes, lactantes e crianças. Deve ser usada somente sob prescrição médica.
Efeitos Colaterais: Hipertonia gastrintestinal, perda de apetite, vômitos, diarréia e dor de cabeça.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes ou divisão dos rizomas.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.

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tipo de solo: De textura arenosa, úmido e rico em calcário.
adubação e correção:
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Parte aérea: Colhida à mão, na época da floração plena, na primavera.
Secagem
Parte aérea: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima
de 35º C.
Acondicionamento
Parte aérea: Guardada em invólucros fechados, não devendo ser conservada durante mais de dois anos.

Agnocasto

Vitex agnus-castus L. - Verbenaceae


Planta originária da região mediterrânea da Europa e da Ásia Central. Seu nome científico Vitex vem do latim
"vitilis", que quer dizer "feito por tranças", uma alusão ao fato de que os ramos flexíveis de sua árvore eram
usados para a fabricação de cercas trançadas. O nome agnus-castus significa "cordeiro casto", em alusão ao
uso da erva como inibidora do desejo sexual. Na Antigüidade, os homens usavam essa planta durante longos
períodos de meditação e retiro espiritual. O agnocasto é uma das ervas citadas no "Herbolarium Angelicum",
manuscrito medieval que reúne uma série de receitas vegetais e seus usos simbólicos, todas com o intuito de
aproximar o homem dos deuses e anjos, especialmente por meio da castidade.
Hipócrates, Dioscórides e Paracelso mencionavam o uso do agnocasto para vários fins, entre eles para
combater hemorragias do útero após o parto e para ajudar mulheres que abortassem os fetos. Na Antiga
Grécia, a planta também era usada em banhos terapêuticos contra doenças do útero. Atualmente o agnocasto é
muito cultivado na Alemanha e na França.
Outros Nomes Populares: agno casto, árvore da castidade, cordeiro casto, flor da castidade, pimenteiro
silvestre.
Outros Idiomas: Mönchspfeffer (alemão), Agnocasto (espanhol), Arbre au poivre (francês), Chaste tree
(inglês), Agnocasto (italiano).
Descrição Botânica: Árvore que atinge de 1 a 3 metros de altura. As folhas aromáticas, verde-escuras na
superfície e acinzentadas no verso, são compostas, formadas por 5 a 7 folíolos oval-lanceolados. As flores,
perfumadas e de cor violeta, são agrupadas em inflorescências do tipo racemo, que aparecem nos meses de
outono.
Composição Química: Limoneno, 1,8-cineol, bornil-acetato, alfa e beta-pineno, sabineno, casticana,
orientina, isovitexina, agnusídeo, aucubino, eurostosídeo e viticineno.
Partes Usadas: Frutos secos.
Propriedades Medicinais: Calmante.
Usos
culinária: Os frutos secos de agnocasto podem, em alguns casos, substituir a pimenta, embora seu sabor
seja bem mais fraco.
beleza: Combate a acne associada à tensão pré-menstrual (TPM).
saúde: Na forma de chá, preparado por decocção, ou de cápsulas, tabletes e extratos industrializados, o
agnocasto é utilizado para reduzir os impulsos sexuais masculinos e para equilibrar a secreção de hormônios
femininos, pois age na glândula pituitária, órgão que influencia na produção de hormônios sexuais (diminui a
produção de testosterona nos homens; regula a produção de prolactina e incrementa a produção de
progesterona nas mulheres). Usado também para regular a menstruação e para combater os sintomas da
menopausa e da TPM, pois diminui a irritação, a ansiedade, as alterações bruscas de humor e a retenção de
líquidos. Empregado ainda contra insônia, doenças fibrocísticas das mamas e infertilidade feminina.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser utilizada por gestantes ou lactantes, pois há evidências de que o agnocasto
inibe a produção de prolactina. Também não é recomendado para mulheres que fazem tratamento hormonal.
Efeitos Colaterais: Erupções cutâneas moderadas e desarranjo intestinal foram observados em menos de 2%
das mulheres monitoradas durante o uso do agnocasto.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 67


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
exposição solar: Plena.
propagação: Não encontrada na literatura consultada.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Não encontrado na literatura consultada.
adubação e correção: Não encontrada na literatura consultada.
necessidade de água: Não encontrada na literatura consultada.
Colheita
Frutos: No verão.
Secagem
Frutos: À sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 40º C.
Acondicionamento
Frutos: Em sacos de pano.

Agrião

Nasturtium officinale R. Br. - Brassicaceae (Cruciferae)


Originária da Europa, é uma planta freqüente nas ribeiras, levadas e lugares úmidos do continente e das ilhas
européias. É utilizada desde os tempos remotos, desde a época das civilizações grega e romana, como
desintoxicante e restauradora.
Outros Idiomas: Echte Brunnenkresse (alemão), Cresson (francês), Water-cress (inglês), Crescione
(italiano).
Descrição Botânica: Planta com porte herbáceo, aquática, que pode atingir cerca de 60 centímetros de altura.
As folhas são incompletas, inteiras, compostas e alternas. As flores são pequenas, agrupadas em
inflorescências do tipo racemo. As sépalas e pétalas são dispostas em forma de cruz. O androceu contém 6
estames e o ovário produz vários óvulos. O fruto é seco, do tipo síliqua, deiscente, e as sementes têm
endosperma seco e consistente.
Composição Química: Ácido ascórbico, ácido pantotênico, alanina, arginina, beta-caroteno, glicina,
gluconasturtina, histidina, óleo essencial, taninos, pró-vitamina A, vitaminas A, C, B e K, ferro, enxofre,
potássio e iodo.
Partes Usadas: Planta inteira.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antiescorbútica, Antiinflamatória, Antitérmica, Antitussígena,
Cicatrizante, Depurativa, Descongestionante, Desintoxicante, Despigmentadora, Digestiva, Diurética,
Excitante, Expectorante, Fluidificante, Fortalecedora dos cabelos, Restauradora, Tônica.
Usos
culinária: As folhas e os talos são usados frescos, em saladas. Podem ser consumidos também na forma de
suco, batidos com abacaxi, ou de sopa (caldo verde), junto com outras ervas (tais como rúcula e couve). Os
talos são usados para rechear suflês, panquecas e bolinhos.
beleza: Indispensável para a saúde da pele, cabelos e unhas, especialmente pela grande quantidade de
enxofre que possui. Usado na forma de compressas para o tratamento de manchas, sardas e cicatrização de
acnes; em máscaras de beleza e compressas mornas para descongestionar a pele cansada e sem viço; em
cremes, loções e compressas para tratamento de frieiras nos pés, feridas e abscessos. Para os cabelos, é
indicado para os fios e couro oleosos, sendo usado em xampus, máscaras de tratamento e condicionadores
para fortalecer cabelos fracos e quebradiços, estimulando o crescimento e evitando a queda.
saúde: O agrião, por conter muita vitamina C, é um excelente antiescorbútico e um alimento ideal para
limpar as toxinas do corpo, combater a anemia e problemas digestivos. A salada de agrião serve ainda para
combater febre e dores de dentes. Na forma de infusão, extratos ou tintura, age contra bronquite, febre,
escrofulose, raquitismo, hidropisia, icterícia, cistite, colites, problemas do fígado, anúria, tosses catarrais,
tuberculose pulmonar, uremia e bócio. Regula o equilíbrio hídrico do corpo, normaliza o ritmo do coração,
oxigena o cérebro e combate a formação de ácido úrico nos organismos sobrecarregados pela ingestão de
muita carne, leite e ovos. O sumo do agrião é muito utilizado pelos fumantes que querem se livrar do cigarro.
Misturado com mel, é um xarope poderoso contra a tosse.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser consumido por mulheres no início da gestação.
Efeitos Colaterais: Pode causar irritações no estômago e nas vias urinárias de gestantes.
Cultivo e Conservação

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
clima: Prefere os climas frios, mas cresce bem em climas quentes, especialmente se estiver em um canteiro
ao lado de água fria corrente, com um fio de água desviado para o canteiro.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Sementes, com plantio no verão ou na primavera.
espaçamento: 1,5 centímetros entre sementes e 15 centímetros entre mudas.
tipo de solo: Não é exigente, desde que seja constantemente úmido.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Abundante (Abundante e constante).
Colheita
Planta inteira: Durante todo o ano; colha sempre os brotos laterais, incluindo os talos, para que a planta
germine novamente (quanto mais colher, mais nascem novos brotos).
Secagem
Planta inteira: Usada na forma fresca.
Acondicionamento
Planta inteira: Na geladeira, em sacos plásticos bem fechados, por até uma semana.

Agrimônia

Agrimonia eupatoria L. - Rosaceae


A agrimônia é uma planta originária da Europa, que cresce de forma espontânea em bosques e florestas
temperados. Seu nome foi dado pelos gregos, da palavra "argemone", que significa "a planta que cura os
olhos". Sua fama medicinal remete a um passado longínquo, ao século I, quando o naturalista e escritor latino
Plínio a considerava "a erva da autoridade principesca", em alusão a seus poderosos princípios medicinais.
Essas propriedades terapêuticas fazem com que a agrimônia seja tida, até os dias de hoje, como a mais
importante erva vulnerária.
Outros Nomes Populares: erva-hepática, eupatório-dos-gregos.
Outros Idiomas: Gewöhnlicher Odermenning (alemão), hierba de San Guillermo (espanhol), aigremoine
(francês), agrimony (inglês), eupatorio (italiano), eupatoriae (latim).
Descrição Botânica: A agrimônia é uma planta herbácea, de ciclo perene e que atinge de 80 a 90 centímetros
de altura. Seu caule é flexível, cilíndrico e ereto, com poucos ramos. As folhas são numerosas, pinadas e com
o dorso do limbo cheio de pequenos e finos pêlos, dando uma textura aveludada. As flores são pequenas, de
coloração amarela, brilhantes e numerosas. O fruto é do tipo aquênio.
Composição Química: ácido salicílico, agrimofol, agrimonina, agrimonolida, derivados floroglicinóis,
elagitaninos, pró-vitamina K, saponinas, taninos e vitamina B.
Partes Usadas: Flores do ápice, Folhas.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Analgésica, Antiinflamatória, Antimicrobiana, Antivirótica,
Cicatrizante, Diurética, Hemostática, Hipertensora, Hipoglicêmica, Relaxante, Tônica, Vulnerária.
Usos
culinária: Não é comumente usada.
beleza: abscessos, espinhas e erupções cutâneas, rachaduras e ressecamento da pele, manchas e sardas,
músculos doloridos, principalmente após intensa atividade física.
saúde: úlceras, doenças do sangue, feridas escrufulosas, gota, cólicas, musculatura tensa, sangramentos
pós-cirúrgicos e pós-extração dentária, inflamação dos olhos, parasitas intestinais, hiperglicemia, hipotensão
arterial, tuberculose, cálculo renal, gastrite, cistite e viroses.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: hipotensão arterial, arritmia, náuseas, vômito e parada cardíaca.
Cultivo e Conservação
clima: temperado frio.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes, divisão de raízes (no outono).
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: textura média, úmido, leve, bem drenado e com pH 6,0-7,0.
adubação e correção: Aplicar esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: antes da floração (de maio a agosto).
Flores: no início da floração.
Secagem
Folhas: na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35ºC.
Flores: na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 30ºC.
Acondicionamento
Folhas e Flores: em recipientes de vidro ou sacos de papel ou plástico transparente.

Aipo

Apium graveolens L. - Apiaceae (Umbelliferae)


O nome científico do aipo, Apium, é uma palavra latina que significa “abelha”, em alusão ao fato das abelhas
serem muito atraídas pelo intenso aroma exalado pela planta na época da floração. A palavra graveolens
significa “forte”. Entre os gregos, o aipo era considerado uma planta sagrada, sendo utilizado em muitas
cerimônias fúnebres. Em 1720, um vendedor de sementes e estudioso das plantas, Stephen Switzer, introduziu
o aipo na Grã-Bretanha. Ele teria conseguido as sementes em Alexandria e foi o primeiro a colocar o aipo no
“Livro de Verduras Comestíveis Estrangeiras”. A partir daí, o aipo espalhou-se pela Europa, sendo levado
posteriormente às Américas, com o início das navegações.
Outros Nomes Populares: aipo-rábano, salsão.
Outros Idiomas: echter sellerie (alemão), apio (espanhol), céleri (francês), celery (inglês), sedano (italiano).
Descrição Botânica: o aipo é uma planta de porte herbáceo e de ciclo bianual. A raiz é fibrosa e forte. O talo
é muito ramificado e estriado. As folhas são penadas. As flores têm coloração esbranquiçada e são agrupadas
em inflorescências do tipo umbela. O fruto é pequeno e arredondado.
Composição Química: compostos nitrogenados, óleo essencial e oleorresinas. O óleo essencial é dominado
por terpenos, especialmente o limoneno.
Partes Usadas: Folhas, Raízes, Talos.
Propriedades Medicinais: Carminativa, Digestiva, Estomáquica, Refrescante, Tônica.
Usos
culinária: As folhas e os talos são usados em saladas frescas, maioneses e sucos. É usado para
condimentar molhos de tomate, ensopados e preparados de vegetais cozidos. Fica delicioso com batatas, em
purê ou creme e misturado com iogurte e pasta de mostarda. É famosa também a sopa de creme de aipo.
beleza: Não é comumente usado.
saúde: Por ter um alto teor de sódio, o aipo alivia a fadiga causada pelo trabalho e pela prática de esportes.
Ajuda ainda a aliviar dores de cabeça. O suco feito com maçã elimina o excesso de dióxido de carbono do
organismo. Elimina a vontade de comer doces.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes.
espaçamento: 90 centímetros entre linhas e 30 centímetros entre plantas.
tipo de solo: prefere solos argilosos, com pH próximo ao neutro e com alto teor de cloreto de sódio.
adubação e correção: esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Plena (gosta de solos encharcados).
Colheita
Folhas, Talos e Raízes: após 4 meses do plantio.
Secagem
Folhas, Talos e Raízes: usados na forma fresca.
Acondicionamento
Folhas, Talos e Raízes: em sacos de papel no refrigerador, por aproximadamente uma semana.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Ajowan

Trachyspermum ammi (L.) Sprague - Apiaceae (Umbelliferae)


Essa erva, cuja semente é usada há muitos séculos pelos hindus na medicina ayurvedica, foi conhecida
também por médicos da Grécia Antiga como Dioscredes e Gelen, que já a usavam no preparo de
medicamentos. Surgiu provavelmente no Mediterrâneo leste, talvez Egito. Hoje, é cultivado principalmente no
Paquistão, Afeganistão, Irã, Egito e Índia. Picante e ligeiramente amargo, o ajowan tem a aparência do
cominho e é largamente usado nos pratos indianos como condimento. Também possui inúmeras propriedades
digestivas, e os restaurantes indianos freqüentemente servem porções de arroz com ajowan, para auxiliar na
digestão. Seu sinônimo científico é Carum copticum (L.) Benth. & Hook. f.
Outros Nomes Populares: orégano-semente, semente de orégano.
Outros Idiomas: adiowan, ajowan, indischer kümmel, königskümmel (alemão), ajowan (espanhol), ajowan
(francês), ajwain, omam (hindu), ajowan, ajwain, bishop’s weed (inglês), ajowan (italiano).
Descrição Botânica: Planta arbustiva, de ciclo anual, ereta, glabra ou coberta levemente com finos pêlos e
que chega a crescer até 90 centímetros. O caule é estriado e ramificado. As folhas são pinadas. As flores são
pequenas, brancas e agrupadas em inflorescências do tipo umbela, terminais ou laterais e contém de 6 a 16
flores. Os frutos são de formato ovóide, cor marrom-acinzentado, com uma única semente.
Composição Química: timol, alfa-pineno, p-cimeno, limoneno, gama-terpineno, cálcio, ferro, proteínas,
minerais, fibras, carboidratos, fósforo, caroteno, tiamina, riboflavina e niacina.
Partes Usadas: Folhas, Sementes.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Antiasmática, Anticatártica, Antidiarréica, Antiespasmódica,
Antimicrobiana, Aromática, Carminativa, Desintoxicante, Digestiva, Estimulante físico e psíquico,
Expectorante, Fungicida, Tonificante, Vermífuga.
Usos
culinária: Como possui um sabor levemente amargo e picante, semelhante ao do cominho, porém mais
forte, ele é usado na cozinha indiana no preparo de massas, bolos, pães e aperitivos, assim como para
condimentar legumes (ou apenas batata) e peixes e como um componente de uma manteiga indiana
perfumada. Seu forte aroma é realçado, quando é tostado ou frito.
beleza: Não é usado.
saúde: Utilizado amplamente pela medicina ayurvedica (tradicional medicina indiana, praticada há
séculos), que acredita que a planta promove a boa digestão, alivia gases, ajuda nas funções dos rins e beneficia
os nervos. Na Índia, acredita-se que as sementes ajudem a fortalecer o sistema imunológico e combater
infecções - elas são usadas como remédio contra indigestão e asma. A planta é usada em larga escala para
combater males do aparelho digestivo, dores espasmódicas do estômago e intestino, tanto em adultos quanto
em crianças. Segundo os indianos, qualquer dor ou cólica intestinal causadas por gases, indigestão ou infecção
pode ser aliviada com uma colher de chá cheia de ajowan em água morna e duas ou três pitadas de sal. O chá
da planta é popularmente usado para combater diarréia e auxiliar a respiração, na cura de resfriados, irritações
e dores de garganta, bronquites e asma. Por conter timol, a planta é considerada um forte agente no combate
de bactérias, fungos e vermes intestinais, além de poderoso desintoxicante. Os indianos acreditam que o uso
regular das folhas de ajowan previnem a formação de pedras nos rins. De acordo com a tradicional medicina
indiana, uma colher de chá de ajowan frito, misturado com mel e leite, tomado antes de dormir, aumenta a
virilidade e cura problemas de ejaculação precoce.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Cresce em todos os tipos de solo, mas se dá melhor em solos ricos em calcário e de textura
argilosa, bem drenados, ricos em nutrientes e matéria orgânica.
adubação e correção: Esterco de curral bem curtido, composto orgânico ou húmus de minhoca, aplicados
no solo cerca de 15 dias antes do plantio.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.
Sementes: Quando atingirem a coloração marrom.
Secagem
Folhas: À sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Sementes: À sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 45º C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Sementes: Em vidros ou sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem
ventilado.

Ajuga

Ajuga reptans L. - Lamiaceae (Labiatae)


Originária da Europa e da Ásia, a ajuga é usada como planta ornamental desde o século 18, em razão das belas
cores das flores de suas diversas variedades. Hoje é amplamente encontrada na Grã-Bretanha, especialmente
nas pastagens úmidas e sombreadas, lameiros e bosques, mas também é cultivada em outros países para fins
medicinais.
Outros Nomes Populares: ajugaíba, búgula, erva-de-são-léo, erva-de-são-lourenço, erva-férrea, jujuba,
língua-de-boi.
Outros Idiomas: ajuga (espanhol), common bugle (inglês).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo perene, que atinge cerca de 20 centímetros de altura. As folhas
são de coloração arroxeada, opostas, paripenadas, de formato obtuso ou oblongo, denteadas ou quase inteiras
em suas margens, com as duas superfícies cobertas por "pêlos" multicelulares. As flores - encontradas entre
abril e maio - são solitárias e possuem cores violáceas, raramente brancas ou rosadas, e praticamente não
exalam aroma. Após a fertilização das flores, surgem pequenas sementes pretas, mas a maioria dos óvulos
nem chegam a atingir o estágio de maturação.
Composição Química: Antocianinas e taninos.
Partes Usadas: Planta inteira.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Amarga, Antiinflamatória, Aromática, Colagoga, Hemostática,
Laxativa, Sedativa, Tônica, Vulnerária.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: A infusão da planta é usada contra hemorragias, disfunções da circulação sangüínea, disfunções
biliares e constipação. Além disso, vem sendo empregada contra os efeitos do excesso de bebidas alcoólicas e
tem sido considerada "um dos melhores narcóticos de efeito moderado do mundo". A decocção da planta é
empregada contra amigdalite. Na forma de compressas é boa para curar feridas, úlceras, gangrenas, fístulas e
articulações inflamadas. A raiz é a parte da planta com maior poder adstringente.
outros usos: Muito valorizada, desde o século 18, como uma planta ornamental.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado; é tolerante ao frio, mas adapta-se também em regiões subtropicais.
exposição solar: Sol pleno e meia sombra.
propagação: Divisão de touceiras e estolhos.
espaçamento: De 20 a 30 centímetros entre plantas.
tipo de solo: Rico em matéria orgânica, úmido e bem drenado.
adubação e correção: Não necessita de cuidados especiais.
necessidade de água: Abundante (Regar sempre que o solo estiver seco).
Colheita
Planta: Nos meses de maio e junho, quando as folhas estão vistosas e as flores em botão.
Secagem
Planta: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
C.
Acondicionamento
Planta: Em sacos de pano ou papel, em local seco e bem ventilado.

Alamanda

Allamanda cathartica L. - Apocynaceae


Planta tóxica, originária do Brasil, comum principalmente em planícies úmidas e na beira dos rios. É usada
como planta ornamental em jardins nos Estados Unidos e na Indonésia, países onde é usada também para
decoração e faz parte de rituais religiosos (em oferendas). A Austrália também é um grande produtor desta
planta. O termo alamanda teria vindo do nome do pesquisador Dr. F. Allamanda, professor francês de história
natural do século 18.
Outros Nomes Populares: alamanda amarela, alamanda-de-flor-grande, buiussu, cipó-de-leite, comandara,
comandau, dedal-de-dama, orelia, purga-de-quatro-pataca, quatro-pataca, quatro-patacas-amarela, santa-
maria, sete-pataca.
Outros Idiomas: monette jaune e orélie de guyane (francês), common allamanda (inglês).
Descrição Botânica: TÓXICA Planta trepadeira lactescente, semi-lenhosa, que pode atingir até 6 metros de
altura. As folhas são verticiladas e oblongas, com até 20 centímetros de comprimento e 6 centímetros de
largura. As flores são amarelas, em forma de funil. Os frutos têm a forma de uma cápsula globosa, bivalve e
com muitas sementes.
Composição Química: Não foi encontrada na literatura consultada.
Partes Usadas: Flores, Folhas.
Propriedades Medicinais: Antitérmica, Antitussígena, Catártica, Emética, Purgativa, Vermífuga.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: O banho com a flor e a raiz é utilizado para combater sarna e piolho. A infusão feita a partir das
folhas provoca vômito e tem propriedades purgativas. Por isso, serve para eliminar vermes intestinais. A
alamanda também é usada contra tosse e febre.
outros usos: Pode ser colocada na água para erradicar larvas de mosquito.
Contra-Indicações: A planta inteira é considerada tóxica, mas é o látex das folhas que provoca os efeitos
mais fortes.
Efeitos Colaterais: A ingestão em excesso pode causar náuseas, vômitos, dores abdominais, cólicas, diarréia,
perda de potássio e desidratação. Em alguns casos, os pacientes podem sofrer choques provocados pela perda
de líquido no organismo. Neste caso, o tratamento imediato deve ser feito no hospital. A planta pode causar
irritação nas mucosas. Mas, em caso de ingestão de pequenas quantidades da folha, um bochecho com leite ou
outro tipo de antiácido pode combater seus efeitos.
Cultivo e Conservação
clima: Sub-tropical.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Estaquia de ramos novos.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Textura arenosa, rico em matéria orgânica.
adubação e correção: O ideal é adubar uma vez por ano com farinha de osso, farinha de peixe ou torta de
algodão. É recomendado o uso de superfosfato e termofosfato ou NPK rico em fósforo.
necessidade de água: Abundante (É bom regá-las de duas a três vezes por semana nos meses quentes e
uma vez por semana nas épocas mais frias).
Colheita
Flores: Quando estiverem ainda em botão.
Folhas: No início da floração.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local bem ventilado e sombreado, ou em estufa com temperatura máxima de 35°C.
Flores: Ao ar livre, em local bem ventilado e sombreado, ou em estufa com temperatura máxima de 35°C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Flores: Em sacos de pano ou plástico atóxico bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Alcachofra

Cynara scolymus L. - Asteraceae (Compositae)


A alcachofra é originária do Mediterrâneo e do norte da África e utilizada desde a Antiguidade, como
alimento e importante erva medicinal. Seu nome vem do árabe "al-kharxõfâ". Hoje é cultivada em abundância
nas regiões atlânticas com invernos suaves. É um alimento pobre em calorias, mas rico em vitamina C. Em
alguns países, tal como a Índia, é considerada apenas uma planta ornamental.
Em seu conto da serpente verde, Johann Wolfgang von Goethe conta que o barqueiro que carregava as
pessoas de uma margem à outra do rio pedia, como pagamento, cebolas, repolhos e alcachofras, ou seja,
legumes colhidos sob a terra (cebola), rente à terra (repolho) e sobre a terra (alcachofra), todos provindos de
um inchaço das regiões da raiz, do caule e da flor. Goethe os denominou, nessa ocasião, de "frutos da terra",
pois suas forças vitais são acumuladas, e não dispersas em outras fases de desenvolvimento.
Outros Idiomas: artischocke (alemão), alcachofa (espanhol), artichaut (francês), artichoke (inglês), carciofo
(italiano).
Descrição Botânica: planta que atinge 1,2 metro de altura, de raiz fusiforme, caule estriado e ramoso. Suas
folhas formam um tufo com 2 metros de largura e, ao centro dessa folhagem, nascem hastes eretas que
sustentam uma inflorescência do tipo capítulo. As flores são de coloração violácea. O receptáculo dos
capítulos e a base das brácteas são comestíveis.
Composição Química: compostos polifenólicos (cinarina, ácido isoclorogênico, ácido clorogênico, luteolina-
7 glucosideo, inulina), cinaropicrina (uma lactona sesquiterpênica). Além destes princípios, possui ainda
flavonóides glicosilados (cinarosídeo, scolimosídeo, cosmosídeo), taninos, ácido caféico, apigenina,
quercetina, rutina, glicosídeo A e B, mucilagem, pectina, enzimas (cinarase, catalase, oxidase, ascorbinase,
catalase, peroxidase), vitaminas e sais minerais(potássio, cálcio, magnésio, sódio, ferro).
Partes Usadas: Flores, Folhas.
Propriedades Medicinais: Antianêmica, Antiinflamatória, Carminativa, Colagoga, Colerética, Depurativa,
Diurética, Hepatoprotetora, Hipoglicêmica, Hipotensora, Laxante, Normalizadora do colesterol.
Usos
culinária: As flores e os fundos da alcachofra são consumidos cozidos ou vapor ou assados, constituindo-
se uma entrada ou um prato requintado e refrescante. O miolo da alcachofra é utilizado como ingrediente de
outros pratos, como tortas e pizzas.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: Muito usada em cápsulas e tinturas industrializadas, sendo indicada para o tratamento de doenças
hepatobiliares (prevenção de cálculo biliar, colecistite, síndrome pós hepatite, intolerância à gordura), pois
estimula as secreções do fígado e da vesícula biliar, regulando as funções desses órgãos; dispepsias em geral
(má digestão, gases, azia e constipação intestinal); para reduzir o colesterol sangüíneo; contra diabetes, para
auxiliar no controle da glicemia; contra insuficiência renal em fase inicial; contra hipertensão arterial; e contra
anemias, por ser rica em ferro. O suco de alcachofra, misturado ao suco de limão, é indicado contra asma.
Misturada ao suco de cebola, ajuda na recuperação de hemofílicos.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: mulheres que estejam amamentando, pois os princípios ativos cinaropicrina e a cinarase
promovem a coagulação do leite e conseqüente diminuição de produção.
Efeitos Colaterais: de acordo com a literatura consultada, não foram observados efeitos colaterais pelo uso
oral da alcachofra, que não apresenta qualquer toxicidade.
Cultivo e Conservação
clima: ameno, com temperaturas entre 18 e 19º C e estações bem marcadas (regiões serranas, por exemplo,
que tem verão quente e inverno frio). Nos meses quentes, a temperatura não pode passar de 30º C. No inverno,
não pode ser inferior a 5º C.
exposição solar: Plena.
propagação: mudas ou estacas (não se obtêm boas plantas a partir das sementes).
espaçamento: de 2 a 2,5 metros entre fileiras e 1,2 metro entre plantas.
tipo de solo: os melhores são os de textura argilo-arenosa, com acidez de média a baixa (pH 6,5 é o ideal)
e boa drenagem.
adubação e correção: esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 40

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centímetros de profundidade. Dependendo do solo, a planta pode precisar de cálcio, magnésio e boro, além de
calagem.
necessidade de água: Moderada (regas freqüentes, mas sem encharcar o solo).
Colheita
Flores: de agosto a dezembro. Se as mudas forem de boa qualidade, produzem já no primeiro ano, cerca de
100 a 140 dias após o plantio.
Folhas: em qualquer época.
Secagem
Flores: consumidas na forma fresca.
Folhas: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Acondicionamento
Flores: em refrigerador por até uma semana.
Folhas: em sacos de papel, plástico transparente ou recipientes de vidro bem fechados.

Alcaçuz

Glycyrrhiza glabra - Fabaceae (Leguminosae)


As propriedades do alcaçuz são conhecidas há mais de 3000 anos pelos egípcios e gregos, que apreciavam seu
sabor suave e adocicado. Ele é originário da Europa Meridional e do Oriente. A planta é cultivada em campos
e tem grande facilidade de adaptação.
Outros Nomes Populares: glicirriza, madeira-doce, raiz-doce.
Outros Idiomas: deutsches süssholz (alemão), orozus e regalicia (espanhol), licorice (inglês), liquirizia
comune (italiano).
Descrição Botânica: Planta arbustiva que atinge até 2 metros de altura, com raízes fortes e volumosas e
estolhos subterrâneos horizontais. Suas folhas são compostas, com visgo na parte inferior. As flores possuem
coloração azul ou lilás e reúnem-se em inflorescências do tipo espiga. Seu fruto é uma cápsula alongada, que
contém várias sementes.
Composição Química: Glicosídeos, saponinas, óleo essencial, taninos e enzimas, ácido glicirretínico, ácido
glicirrízico, ácido uralênico, amido, cumarinas, glicirrizina, isoliquiritigenina, isoliquiritina, licoricona,
liquiritigenina, liquiritina, sacarídeos e triterpenos.
Partes Usadas: Raízes.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Antiespasmódica, Antiinflamatória, Antimicrobiana, Antitóxica,
Antitumoral, Aromática, Diurética, Emoliente, Expectorante, Refrescante, Tônica.
Usos
culinária: Usado com edulcorante em produtos de confeitaria e para a fabricação de balas.
beleza: É usado em loções para limpeza da pele, tratamento da acne, cremes hidratantes que ajudam na
prevenção de rugas e na melhoria da textura da pele. Utilizado ainda como ingrediente de géis e loções de
proteção solar.
saúde: O chá de alcaçuz é utilizado contra inflamações do ventre e das vias urinárias. Em loções e
pomadas, é utilizado para tratamento de abscessos, feridas e úlceras. O chá também servir para bochechos
contra inflamações bucais. A glicirrizina, princípio ativo encontrado no alcaçuz, estimula a secreção de
hormônios pelo córtex adrenal. Alguns pesquisadores sugerem que a droga possa prolongar a ação da
cortisona. A glicirrizina tem a estrutura química semelhante aos corticosteróides liberados pelas adrenais e
mais estudos têm sido sugeridos para determinar se ele pode ser um dia usado na redução dos sintomas
advindos da dependência de alguns hormônios corticosteróides. As pesquisas científicas concentram-se no
estudo de sua ação no tratamento de úlceras gástricas, pois exerce uma ação protetora na mucosa do
estômago. Alguns poucos estudos têm sido conduzidos na verificação de uma possível ação hipoglicêmica.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: De maneira geral, não é indicado para gestantes, nutrizes, crianças, pessoas anêmicas,
hipertensas, com glaucoma, doenças cardíacas, pessoas que utilizam contraceptivos orais e estão sujeitas a
terapia de reposição hormonal. Deve ser evitado na forma de banhos ou massagem corporal por gestantes.
Efeitos Colaterais: O uso interno provoca retenção de líquidos, dores abdominais, dor de cabeça e deficiência
respiratória. O uso prolongado pode causar ainda hipertensão, perda de potássio e retenção de sódio. De
acordo com a literatura consultada não há efeitos colaterais advindos do uso externo.

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Cultivo e Conservação
clima: Temperado, em regiões de baixa altitude.
exposição solar: Plena.
propagação: Rizomas extraídos de plantas com dois ou três anos de idade, contando pelo menos três nós
cada um.
espaçamento: 30 a 40 centímetros entre rizomas e 60 centímetros entre linhas.
tipo de solo: Areno-argilosa, rico em nutrientes, bem drenado, solto, profundo e aerado.
adubação e correção: Esterco de gado curtido ou composto; adubo fosfatado e potássico, mas não em
excesso.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Raízes: São desenterradas no terceiro ou quinto ano de cultura, depois de cortar os caules que se ressecam
no outono ou inverno, depois da floração.
Secagem
Raízes: Devem ser secas à sombra, em local bem ventilado ou em estufa a baixa temperatura com intensa
ventilação.
Acondicionamento
Raízes: Em sacos de tecido, em local seco e bem ventilado.

Alcaparra

Capparis spinosa L. - Capparidaceae


A alcaparra é conhecida desde a Antiguidade, mas nessa época os gregos e romanos acreditavam que ela era
uma planta tóxica, devido ao sabor desagradável das folhas e frutos quando frescos. Eles estavam enganados.
Os povos do Mediterrâneo acabaram descobrindo o uso culinário e o sofisticado sabor, como condimento, dos
botões florais desse arbusto espinhoso, que crescia espontaneamente em terrenos rochosos, até mesmo no
meio das pedras, em sulcos quase desprovidos de terra.
Hoje a alcaparra é cultivada em várias partes do mundo, mas sua cultura ainda não se estabeleceu no Brasil,
devido ao solo ácido presente na maior parte do território. Na Europa, porém, seu cultivo é abundante: a parte
externa dos muros do Vaticano é coberta por alcaparras. Na ilha italiana de Pantelleria, onde até a água para
escovar os dentes é levada da Sicília, a alcaparra é uma das poucas plantas que consegue germinar.
Outros Nomes Populares: alcaparreira.
Outros Idiomas: kaperstrauch (alemão), al-kábar (árabe), alcaparra ou alcaparrón (espanhol), câpre (francês),
caper (inglês), càppero (italiano), coppari (latim).
Descrição Botânica: planta arbustiva, de ciclo perene. O caule é espinhoso em algumas variedades. As folhas
são ovais-arredondadas e pontiagudas. As flores são solitárias, brancas e com estames róseos compridos. O
fruto é uma baga oval.
Composição Química: ácido cáprico, flavonóides, glicocaparósido e óleo essencial.
Partes Usadas: Botões florais, Raízes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Afrodisíaca, Antiespasmódica, Aperiente, Calmante, Diurética,
Tônica, Vermífuga.
Usos
culinária: Usada como condimento, é muito apreciada com peixes, carnes (inclusive no molho para
carpaccio), em molhos com mostarda, em saladas, recheios e adicionada ao arroz.
beleza: Não é usada.
saúde: O chá das raízes é indicado para aumentar a diurese. É útil para melhorar o funcionamento do
fígado e nos casos de falta de apetite e flatulência.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: tropical, subtropical e semi-árido (gosta de sol e calor).
exposição solar: Plena (precisa de sol direto).
propagação: sementes, mudas e estacas.
espaçamento: 20 centímetros entre plantas.

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tipo de solo: os melhores são os solos pobres, secos, pedregosos, arenosos e de baixa acidez (de
preferência com pH neutro).
adubação e correção: esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Baixa.
Colheita
Botões florais: de junho a setembro, 2 anos após o plantio.
Raízes: no outono.
Secagem
Botões florais: assim que colhidos, devem ser colocados ao sol, em uma bandeja, até que murchem.
Depois, ficam por 2 dias em uma salmoura (mistura de água e sal).
Raízes: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 40º
C.
Acondicionamento
Botões florais: em potes de vidro, com salmoura ou vinagre suficiente para cobrir as alcaparras.
Raízes: em sacos ou caixas de papel ou plástico transparente bem fechados.

Alcarávia

Carum carvi L. - Apiaceae (Umbelliferae)


No Oriente Médio, a alcarávia recebeu o nome em árabe de “al-karawiya”, no século 12. Descobertas
arqueológicas encontraram sementes em assentamento mesolíticos, datados de 5 mil anos atrás. Isso faz com
que seja considerada uma das plantas cultivadas mais antigas da história, tendo sido amplamente usada pelos
árabes e egípcios e citada no “Papiro Ebers”.
No Egito, as sementes de alcarávia eram colocadas dentro das tumbas como proteção aos maus espíritos. Em
Roma, Júlio César refere-se a uma espécie de pão, feito com suas raízes misturadas ao leite, que era comido
pelos soldados de Valerio. Os romanos a tinham em alta estima e, de acordo com Apicius, gastrônomo e
inventor de diversas receitas insólitas, suas sementes eram usadas, misturadas ao vinho, para preparar o
“Pullum Parthicum”, ou seja, galinha à moda da casa. Na Idade Média, as raízes de alcarávia eram usadas
ainda como essa espécie de pão e suas sementes como condimento para aromatizar frutas cozidas e bolos. No
século 12, ela apareceu no “Tratado Médico Alemão” como planta muito útil para curar diversos males do
estômago.
Na antiga história da Inglaterra, as sementes de alcarávia eram um dos símbolos da culinária. O cozinheiro-
mor do rei Ricardo II cita a alcarávia numa crônica da cozinha inglesa antiga, chamada de “Form of Curry”,
em 1390. Na época da rainha Elizabeth I, John Parkinson dizia que a alcarávia era usada para condimentar
frutas frescas, assadas e doces.
Até o final do século passado, a alcarávia era tradicionalmente servida em banquetes em comemoração ao fim
das colheitas de trigo e início da nova semeadura. No Novo Mundo, eram conhecidas como “metting seeds” e
comidas pelas crianças durante os Sermões de Domingo.
Outros Nomes Populares: cariz, cominho-armênio.
Outros Idiomas: wiesen-kümmel (alemão), alcarávea (espanhol), cumin (francês), caraway (inglês), carvi
(italiano), krishnajira (sânscrito).
Descrição Botânica: a alcarávia é uma planta herbácea, de ciclo bianual e que atinge até 60 cm de altura. O
caule é ereto, ramificado desde a base, poligonal e sem pêlos. As folhas são pecioladas, de bordo recortado,
nervação peninérvea e coloração verde-escura. As flores são de coloração branca e agrupadas em
inflorescências do tipo umbela. O fruto é do tipo aquênio e origina sementes de coloração castanha quando
maduras.
Composição Química: carvona e óleo essencial.
Partes Usadas: Folhas, Frutos, Raízes.
Propriedades Medicinais: Antiácida, Aperiente, Digestiva, Estimulante da secreção de leite das lactantes.
Usos
culinária: a alcarávia é usada no preparo de carnes, molhos ou simplesmente para Aromatizar pães,
queijos, sopas e doces; as folhas tenras podem ser picadas para temperar saladas. Fica deliciosa com batatas
cozidas ao vapor, suflê de batatas e saladas de pimentão. É usada para temperar carne de porco, goulash e
outros pratos com carne. As raízes cozidas podem ser consumidas como um vegetal. Dos frutos extrai-se um

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óleo essencial usado para aromatizar licores. Na Alemanha, as sementes são adicionadas ao chucrute para dar
um sabor e aroma especiais.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: É atribuído à alcarávia o poder de regular as funções glandulares e respiratórias e equilibrar o
processo hídrico.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: deve ser usada com cautela pois em grandes quantidades pode ser tóxica devido à
presença do princípio ativo natural carvona.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: temperado fresco e úmido.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes, semeadas já no local definitivo.
espaçamento: 40 centímetros entre linhas e 25-30 centímetros entre plantas.
tipo de solo: prefere solos ricos em nutrientes, levemente argilosos, mas com boa drenagem.
adubação e correção: esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade. A adubação com potássio (K) pode aumentar a produção de carvona.
necessidade de água: Moderada (A umidade excessiva pode prejudicar as raízes, mas a irrigação bem
feita e freqüente pode favorecê-la, antecipando a época de sua colheita).
Colheita
Sementes e Frutos: quando 50 a 60% dos frutos estiverem marrons, no período da manhã, depois que
secar o orvalho.
Folhas: colhe-se apenas 50% das folhas do pé, em qualquer época do ano, depois do primeiro ano de vida.
Raízes: após o primeiro ano de vida.
Secagem
Folhas, Raízes e Frutos: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado.
Acondicionamento
Folhas, Raízes e Frutos: em recipientes de vidro ou sacos de papel.

Alecrim

Rosmarinus officinalis L. - Lamiaceae (Labiatae)


O alecrim é uma planta maravilhosa, oriunda da região mediterrânea da Europa e usada na culinária,
medicina, beleza e magia. Seu nome em latim, "rosmarinus", significa "o orvalho que vem do mar", em alusão
ao aroma abundante das praias mediterrâneas onde o alecrim crescia e se desenvolvia espontaneamente. A
palavra "officinalis" significa que era uma planta reconhecida pela prática médico-herborista.
Ele representa a amizade, a purificação e a força dos raios solares. Existem muitas histórias e mitos
envolvendo essa planta: uma delas conta que Nossa Senhora, quando fugia do Egito com o Menino Jesus nos
braços, descansou aos seus pés, transformando para sempre suas flores brancas em flores de coloração azul-
violeta.
Na aromaterapia é comumente usada para estimular a mente e a memória, como tônico para o stress,
combatendo a apatia e a ansiedade.
Outros Nomes Populares: alecrim-de-jardim, alecrim-rosmarino, libanotis.
Outros Idiomas: rosmarin (alemão), romero (espanhol), romarin (francês), rosemary (inglês), rosmarino
(italiano), roris marini (latim).
Descrição Botânica: O alecrim é uma planta semi-arbustiva, lenhosa, de ciclo perene e que atinge até 2
metros de altura. As folhas são lineares, estreitas, opostas, coriáceas e sésseis. Têm coloração verde na parte
superior do limbo e na inferior são esbranquiçadas, com pêlos bem finos. As flores são azul-violeta e
agrupadas em inflorescências axilares do tipo cacho.
Composição Química: ácido ascórbico, ácido labiático, ácido rosmarínico, borneol, canfeno, cânfora, ß-
caroteno, cineol, elemol, eugenol, a-felandreno, a-humuleno, limoneno, lineol, mirceno, pectina, a-pineno, ß-
pineno, rosmadiol, rosmanol, rosmaricina, rosmarinol, sabineno, ß-sitosterol, tanino, a-terpineno, timol e a-
tujeno.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Analgésica, Anti-séptica, Anticaspa, Antiespasmódica,

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Antiinflamatória, Aromática, Digestiva, Estimulante, Tônica, Vasodilatadora.
Usos
culinária: Temperar carnes, principalmente as adocicadas como as de coelho, pratos com batatas assadas,
verduras, peixes, mariscos, carne de galinha, risoto e pratos com ovos e queijos.
beleza: Inchaço dos olhos, pele desvitalizada, edemas, queda de cabelos, calvície, caspa e dermatites
seborréicas.
saúde: Cicatrização de feridas, depressão, cansaço físico, debilidade cardíaca, dores reumáticas, gases
abdominais, inapetência, músculos doloridos e dores localizadas no corpo.
outros usos: É usado para afastar moscas e borboletas e para atrair as abelhas.
Contra-Indicações: gestantes.
Efeitos Colaterais: irritações gastrointestinais, irritações na pele e aborto.
Cultivo e Conservação
clima: temperado quente.
exposição solar: Plena.
propagação: estaquia de ramos novos.
espaçamento: 90-150 x 60 centímetros.
tipo de solo: seco, pobre em nutrientes, leve, bem drenado, rico em matéria orgânica e com pH 6,0-6,7.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: 6 meses após o plantio, um pouco antes de iniciar a floração.
Flores: 6 meses após o plantio, no início da floração.
Secagem
Folhas: na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35ºC.
Flores: na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 30ºC.
Acondicionamento
Folhas e Flores: em recipientes de vidro ou sacos de papel ou plástico transparente.

Alface

Lactuca sativa L. - Asteraceae (Compositae)


O nome "alface" vem do árabe "al-khass" ou "aa-lhaç". Essa hortaliça originária da Ásia é conhecida pelo
homem há milênios. No Egito, foi identificado um tipo de alface em pinturas feitas em tumbas construídas
cerca de 4500 anos a.C. Por volta do ano 500 a.C., várias civilizações já consumiam a alface. Os reis persas e
o povo romano comiam-na antes e depois das refeições. Há referências ainda da presença da alface em muitas
cerimônias fúnebres da época antiga. É citada também na Mitologia Grega, especialmente no episódio em que
a deusa Vênus esconde o belo e jovem Adônis, filho de Mirra, em um pé de alface.
Chegou ao Brasil com os portugueses, no século 16. O termo "alfacinha", diminutivo de alface, foi muito
usado no Brasil-Colônia para designar, muitas vezes de forma pejorativa, os portugueses nascidos em Lisboa.
Outros Idiomas: Grüner Salat (alemão), Lechuga (espanhol), Laitue (francês), Lettuce (inglês), lattuga
coltivata (italiano), Leituga (português de Portugal).
Descrição Botânica: Planta herbácea de ciclo anual e de caule carnoso e esverdeado. As folhas inferiores
formam uma roseta que brota na superfície da terra. As folhas são grandes, simples, de contorno oval-
oblongo, podendo ser lisas ou crespas, verdes, arroxeadas ou amarelas. Na fase reprodutiva, emite uma haste
com flores amareladas, dispostas em inflorescência do tipo capítulo.
Composição Química: Óleo essencial, albumina, vitaminas A e C, cálcio, fósforo e ferro.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Anti-reumática, Antiácida, Calmante, Diurética, Eupéptica, Laxante,
Rejuvenescedora.
Usos
culinária: Consumida crua, é a hortaliça que serve de base para qualquer tipo de salada na mesa dos
brasileiros. É usada também para sucos nutritivos (incluindo o caule da planta), especialmente se misturado ao
suco de cenoura ou de tomate, os quais disfarçam o sabor amargo do sumo da alface.
beleza: O sumo da alface é usado em loções e cremes para rejuvenescer e acalmar a pele, bem como para

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
aliviar queimaduras na pele provocadas pelo sol.
saúde: Indicada para pessoas tensas, agitadas ou que sofrem de insônia, pois age contra excitação nervosa
e palpitações. Usada ainda contra hipocondria, reumatismo e conjuntivite. O sumo de alface é usado como
sucedâneo do ópio em alguns procedimentos terapêuticos contra a dor.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Prefere o subtropical, com temperaturas amenas, entre 12º e 22º C. Nessa faixa, produz folhas de
melhor qualidade. Temperaturas acima de 25º C favorecem o florescimento da alface, sendo indicadas para
obtenção de sementes, mas não para o consumo. No entanto, existem algumas variedades próprias para o
cultivo em regiões quentes.
exposição solar: Plena em locais de clima frio; meia-sombra em regiões de clima quente (Plena na regiões
mais amenas; moderada nas regiões equatoriais (nessa áreas, como a região amazônica, deve-se usar uma
cobertura alta no canteiro uma semana após o transplante, sendo essa cobertura paulatinamente retirada nas
horas frescas até que a planta fique totalmente acostumada ao sol).).
propagação: Sementes; a melhor época de plantio é a primavera.
espaçamento: Na sementeira, espalhe as sementes por sulcos distanciados 10 centímetros entre si. No
transplante de mudas (ou no caso de semeadura no local definitivo), o espaçamento ideal é de 25 a 30
centímetros entre plantas.
tipo de solo: O mais indicado é o de textura areno-argilosa, fofo, limpo, destorroado, rico em matéria
orgânica, bem drenado e com acidez fraca. Não gosta de solos de textura argilosa e não tolera os encharcados.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Abundante (Abundante, com regas duas vezes por dia no período de formação das
"cabeças", mas sem encharcar e evitando a irrigação nas horas de sol intenso. Após o transplante de mudas,
regas diárias).
Colheita
Folhas: As plantas não ficam no ponto de colheita todas ao mesmo tempo. Colha os pés maiores, a partir
do 60º ou 80º dia após a semeadura, antes que apresentem qualquer sinal de florescimento.
Secagem
Folhas: Usadas na forma fresca.
Acondicionamento
Folhas: Para consumo doméstico, deve ser guardada na geladeira por até 10 dias, em sacos de plástico
transparente bem fechados, de preferência sem ar.

Alfafa

Medicago sativa L - Fabaceae (Leguminosae)


Originária da Ásia Central, a alfafa é considerada a "rainha das plantas forrageiras", por apresentar elevado
valor nutritivo e grande produtividade. Sabe-se que os árabes já a plantavam no ano de 700 a.C., e talvez
tenha sido a primeira herbácea a ser cultivada no mundo. Seu cultivo ocupa grandes áreas do mundo. No
hemisfério norte, os Estados Unidos destacam-se como o maior produtor, seguidos pela Rússia, Canadá e
Itália. No hemisfério sul, a Argentina é o maior produtor e o segundo em nível mundial, vindo em seguida a
África do Sul e o Peru. No Brasil, foi introduzida no século passado pelos imigrantes europeus que se fixaram
no sul, mais especificamente no Rio Grande do Sul. Passou ao longo dos anos por processos de adaptação às
condições climáticas e edáficas da região e acabou adotando a nomenclatura de "Crioula". A Crioula é hoje a
variedade mais produtiva e mais adaptada às condições do sul e sudeste brasileiro, sendo, portanto, a única
variedade recomendável para nossas condições de cultivo. O uso principal da alfafa se dá na produção de
feno. Para se fazer o feno da alfafa é preciso prática, principalmente no que se refere à obtenção do ponto
ideal. Considerado um alimento rico em nutrientes e de alto teor protéico, a alfafa é usada também na
alimentação de animais, como ovinos e bovinos. Cultivada em larga escala, a forrageira torna-se uma ótima
fonte de renda para o produtor.
Outros Nomes Populares: alfafa-de-flor-roxa, alfafa-de-provença, alfafa-verdadeira, luzerna, melga-dos-
prados.
Outros Idiomas: luzerne (alemão), mielga (espanhol), luzerne (francês), alfalfa (inglês).

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Descrição Botânica: Planta herbácea e forrageira, com raízes que podem alcançar até 30 cm de profundidade
e até 4 quilômetros de extensão. Suas folhas são compostas de três folíolos de formato oblongo, denteados na
extremidade; as flores são violáceas, pequeninas e agrupadas em inflorescências do tipo cacho.
Composição Química: Proteínas, sais minerais, vitaminas, teor de energia bruta, cálcio, fósforo, potássio,
betacaroteno, ácido aminobutírico, ácido ascórbico, ácido cítrico, ácido fumárico, ácido hidrociânico, ácido
málico, ácido medicagênico, ácido oxálico, ácido pantotênico, ácido quínico, alfafona, cholina, coumestrol,
inosina, limoneno, medicagol, pectina, saponina, trigonelina, triptofano.
Partes Usadas: Brotos, Folhas, Sementes.
Propriedades Medicinais: Anti-reumática, Antiartrítica, Antiescorbútica, Antiinflamatória, Aromática,
Diurética, Esfoliante, Estimulante, Fortalecedora, Mineralizante, Nutriente, Vitaminizante.
Usos
culinária: Os brotos da alfafa são servidos em saladas, sopas e refogados. Em restaurantes vegetarianos, a
alfafa entra na composição de diversos pratos. É fonte rica de proteínas que, nos brotos, transformam-se em
aminoácidos de alto valor nutritivo.
beleza: É usada em máscaras e cremes faciais, tais como esfoliativos para a pele.
saúde: É fortalecedora dos ossos e é usada como coadjuvante no tratamento da osteoporose e raquitismo.
O broto é fonte riquíssima de vitamina C e é indicado no tratamento e prevenção do escorbuto. Além disso, é
fortalecedora dos músculos e pode ser usada para a aliviar o cansaço e dor nas pernas. É usada no tratamento
da diabetes e no mau funcionamento da glândula tireóide e pode ser empregada nos casos de edemas e mau
funcionamento do sistema urinário.
outros usos: É usada como matéria-prima na produção de feno.
Contra-Indicações: Seu uso é considerado seguro.
Efeitos Colaterais: Não foram evidenciados quaisquer efeitos colaterais advindos de seu uso.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Sementes.
espaçamento: 0,5 x 1,0 cm.
tipo de solo: Textura arenososa a areno-argilosa e com pH entre 6 e 7.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30 cm de
profundidade.
necessidade de água: Plena.
Colheita
Folhas e Sementes: Feita no mínimo 75 dias após a germinação das sementes.
Brotos: Quando atingir 3 cm de comprimento, cerca de 5 dias após a germinação.
Secagem
Folhas, Sementes e Brotos: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Folhas e Sementes: Em sacos plásticos bem fechados no refrigerador.
Brotos: Em sacos ou bandejas plásticas, bem fechados, dentro do refrigerador por até uma semana.

Alfarroba

Ceratonia siliqua L. - Fabaceae (Leguminosae)


A alfarroba é originária do Oriente Médio e foi introduzida na Península Ibérica pelos árabes. Não se conhece
o tempo de vida útil de uma alfarrobeira: em condições ótimas e sem recurso a técnicas de crescimento
acelerado, a produção pode se iniciar no sexto ano de vida da árvore e manter-se em expansão para além dos
70 anos. Daí, considerar-se a alfarrobeira como "a árvore que nunca morre". Seu nome deriva do árabe "al-
Harrüba".
Atualmente, a alfarroba está distribuída desde o Egito e o Norte da África até a Grécia e as ilhas
mediterrânicas, além do sudoeste dos Estados Unidos, do Hawai, da Austrália e da África do Sul.
Outros Nomes Populares: alfarrobeira, farrobeira.
Outros Idiomas: porree (alemão), algarrobo ou algarrobero (espanhol), caroube (francês), carob tree (inglês),
carrubo (italiano).
Descrição Botânica: Árvore de folha persistente, podendo atingir até 9 metros de altura. As folhas são

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compostas, parapinuladas, de cor verde mais ou menos intensa. O sistema radicular inicial, ao contrário do
que acontece na maioria das plantas lenhosas, não engrossa nem subsiste em toda a vida da árvore. Logo na
fase juvenil começa a ser substituído por raízes aéreas, formadas no tronco em planos cada vez mais levados,
que imprimem ao tronco das árvores adultas uma forma fasciculada muito característica. O fruto é uma vagem
de polpa doce e muito nutritiva que permanece fechada quando madura.
Composição Química: Ácido aspártico, alanina, alfarrobina, carubina, concanavalina, proteínas, fibras,
cálcio, fósforo, gorduras, amido e açúcares (glicose, sacarose e frutose).
Partes Usadas: Frutos, Sementes.
Propriedades Medicinais: Antidiarréica, Aperiente, Estimulante, Laxativa, Mineralizante.
Usos
culinária: As sementes podem ser trituradas e usadas em substituição ao cacau. Na indústria alimentícia, é
usada com estabilizador e agente escurecedor.
beleza: Não é usada.
saúde: Usada contra a gastroenterite das lactantes, falta de apetite, anemia e convalescência.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, não há efeitos colaterais advindos do uso interno
em pequenas quantidades.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado quente e tropical seco; a planta não resiste ao inverno.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes e enxertia.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Adapta-se a vários tipos de solo, dando preferência para os de textura calcária, bem drenado,
em zonas secas e pedregosas.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Frutos: Quando estiverem maduros.
Sementes: Retirá-las de dentro dos frutos maduros.
Secagem
Frutos: Em local bem ventilado.
Sementes: Em local bem ventilado.
Acondicionamento
Frutos: Em sacos plásticos ou de papel, bem fechados.
Sementes: Em sacos de papel ou pano, bem fechados

Alfazema

Lavandula officinalis Chaich & Kitt - Lamiaceae (Labiatae)


A alfazema é uma erva muito cheirosa originária da Ásia. De acordo com a história, ela foi inicialmente
batizada pelos gregos com o nome de "nardus", em alusão à sua origem ligada a Naarda, uma cidadezinha na
Síria, perto da região do Rio Eufrates. Sua fama espalhou-se rapidamente pela Europa e foi ela a principal
precursora do desenvolvimento e da expansão da arte da perfumaria e cosmética.
Seus benefícios são tão amplos que, na aromaterapia, ela é considerada o óleo essencial básico para
praticamente todos os tratamentos. Seu aroma também é indicado especificamente para tranqüilizar o sistema
nervoso, agindo sobre a emoção e deixando as pessoas mais serenas.
Outros Nomes Populares: lavanda.
Outros Idiomas: Echter Lavandel (alemão), espigolina (espanhol), lavande (francês), lavender (inglês),
Lavanda vera, spigo, fior di spigo (italiano), flores spicae (latim).
Descrição Botânica: Planta arbustiva, ereta, de ciclo perene e que pode atingir até 1 metro de altura. O caule
é elegantemente curvado e torna-se lenhoso apenas após o segundo ano de vida da planta. Possui folhas
numerosas, pequenas, inteiras, opostas, lineares ou lanceoladas e de cor prateada devido à presença de finos
pêlos que recobrem suas superfícies. As flores são numerosas, de formato tubular e apresentam coloração
variada, indo do rosa ao azul. Estão agrupadas em inflorescências do tipo racemo, em número de seis a dez

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flores por
inflorescência.
Composição Química: acetato de linalila, ácido rosmarínico, cânfora, cineol, cumarina, fitosteróis,
flavonóides, geraniol, limoneno, linalol, princípios amargos e taninos.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Haste, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Anti-séptica, Antiemética, Antiespasmódica, Antiinflamatória,
Antiperspirante, Aromática, Calmante, Carminativa, Cicatrizante, Desodorante, Tônica.
Usos
culinária: Aromatizar geléias, vinagres doces, cremes e carne cozida à Provençal; as flores podem ser
cristalizadas com açúcar para decorar pratos.
beleza: Acne e foliculite, olhos cansados e congestionados, mau hálito, pernas inchadas, bolhas nos pés e
mãos, edemas, reações alérgicas na pele, coceira causada por picadas de insetos, elaboração de perfumes,
sabonetes, talcos e óleo para massagear o corpo.
saúde: Dores de cabeça, enxaqueca, gota, flatulência, náuseas, pressão alta, congestão linfática, problemas
digestivos e menstruais, tosse, problemas respiratórios, depressão, dores reumáticas e problemas circulatórios.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: sonolência.
Cultivo e Conservação
clima: temperado ameno.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: sementes e estacas de ramos novos.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: leve, rico em nutrientes, bem drenado e com pH entre 6,7-7,3.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: no início da floração, depois de um ano do plantio.
Flores: no início da floração, antes de sua abertura completa.
Secagem
Flores: na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 30ºC.
Folhas: na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35ºC.
Acondicionamento
Folhas e Flores: em recipientes de vidro ou sacos de papel ou plástico transparente.

Algodão

Gossypium hirsutum L. - Malvaceae


Originário da Índia, o algodão é uma das plantas mais antigas de que se tem notícia. O arbusto já era
conhecido por volta do ano 8.000 a.C. e alguns registros arqueológicos indicam que já no ano 3.000 a.C. os
indianos o utilizavam para manufaturar tecidos. Incorporado definitivamente à indústria têxtil, o algodão é
cultivado, atualmente, por cerca de 81 países em todo o mundo. Os maiores produtores são a China, os
Estados Unidos e a Índia. Mas o Brasil também está incluído entre os grandes produtores, estando a nossa
atividade algodoeira concentrada nos estados de Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Paraná e Minas Gerais.

Um dos fatores que atrai tantos países para o cultivo do algodão é a sua grande resistência à seca: o algodoeiro
é uma das poucas espécies adaptadas à prática da agricultura em regiões semi-áridas, permitindo aos governos
criar programas de fixação do homem no campo, geração de empregos e renda no meio rural e urbano.
Outros Nomes Populares: algodão-de-malta, algodão-herbáceo, algodoeiro, amaniu.
Outros Idiomas: baumwolle (alemão), alcotón (espanhol), coton (francês), cotton (inglês), nanchina
(italiano).
Descrição Botânica: Arbusto ramificado, de ciclo perene - embora cultivado comercialmente em ciclo anual
– que alcança até 2 metros de altura. Suas folhas são largas, alternas, longo-pecioladas e com margens
serrilhadas. As flores são solitárias, de coloração amarelado-dourada a amarelo-parda, com manchas púrpuras

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na base das pétalas. O fruto é do tipo cápsula, com 6 a 8 sementes pretas e pequenas, de formato oblongo,
coloração esverdeada e revestidas de pêlos mais ou menos longos, de cor branca ou branco-amarelada.
Composição Química: Gossipol, furfurol, acetovanilona, betaina, fitosterol, serotonina, oleina e ácidos
palmítico, esteárico, aráquico e pectínico, tocoferol, tanino.
Partes Usadas: Casca da raiz, Folhas, Sementes.
Propriedades Medicinais: Antidisentérica, Antiinflamatória, Antivirótica, Bactericida, Emenagoga,
Emoliente, Hemostática.
Usos
culinária: Das sementes é extraído um óleo comestível muito usado na indústria alimentícia,
principalmente no preparo de margarina.
beleza: O óleo das sementes é usado na fabricação de produtos cosméticos para a pele e cabelo.
saúde: A casca da raiz ajuda a restaurar o fluxo menstrual quando escasso ou ausente, a estancar
hemorragias, a tratar da síndrome pré-menstrual e distúrbios do climatério. O óleo, extraído das sementes, é
utilizado em massagens das articulações e para aliviar dores musculares. Também pode ser usado em
tratamento de furúnculo e ferida da pele. O sumo das folhas, quando aplicado topicamente, alivia
queimaduras, ajuda a tratar de inflamações, inchaço e desinterias. A infusão ajuda a curar infecções renais.
outros usos: A origem da indústria têxtil está intimamente ligada à cultura do algodão, ainda hoje
utilizado em larga escala na produção de tecidos.
Contra-Indicações: Gestação.
Efeitos Colaterais: Não há registros de efeitos colaterais advindos do uso medicinal, quando de acordo com
especificações médicas. Se usado de forma inadequada, pode até levar à morte.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado ameno a subtropical.
exposição solar: Sombra.
propagação: Divisão de rizomas.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Férteis, úmidos e profundos (preste a atenção que "tipo de solo" é uma expressão no singular
- isso se repetiu em quase todas as fichas).
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Rizoma: Cerca de 6 meses após a floração.
Secagem
Rizoma: Ao ar livre cortados em pedaços de tamanho igual, em local sombreado e bem ventilado, ou em
secador, com temperatura máxima de 40º C.
Acondicionamento
Rizoma: Em sacos de pano, em local seco e bem ventilado.

Alho

Allium sativum L. - Liliaceae


O alho é uma planta bulbosa originária da Ásia. Seu nome científico deriva da palavra céltica "all", que
significa "pungente" ou "picante". A palavra "sativum" significa "cultivado". Nos escritos egípcios, o alho é
sem dúvida uma das plantas mais citadas. A ele se prestavam grandes honras e era empregado na
embalsamação dos mortos, pois acreditava-se que sua presença conservaria melhor o cadáver. Na Grécia, ao
contrário, o alho passou a ser vítima de algumas restrições nos ambientes sacros, sendo proibida nos templos a
entrada de pessoas que tivessem comido seus bulbos ou folhas.
Outros Nomes Populares: alho-comum, alho-da-horta, alho-manso.
Outros Idiomas: knoblauch (alemão), ajo (espanhol), ail (francês), garlic (inglês), aglio comune (italiano),
alli sativi (latim).
Descrição Botânica: O alho é uma planta de porte herbáceo, de ciclo perene e bulbosa. A parte aérea,
composta pelas folhas, renova-se todos os anos. O caule é cilíndrico e carnoso. Suas folhas são de formato
lanceolado, longas e estreitas. As flores são de coloração branca.
Composição Química: ácido alfa-aminoacrílico, ácido fosfórico livre, ajoeno, alicina, aliina, alil, alil-propil,

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aliinase, citral, desoxialiina, dissulfeto de dialila, dissulfeto de dietila, felandreno, geraniol, heterosídeos
sulfurados, insulina, linalol, óxido dialildissulfeto, polissulfeto de dialila, prostaglandinas A, B e F, sulfetos de
vinil e trissulfeto de alila.
Partes Usadas: Bulbo.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Anticaspa, Antimicrobiana, Diurética, Emoliente, Estimulante,
Hepatoprotetora, Vermífuga.
Usos
culinária: Todos os tipos de preparados culinários, tais como carnes, peixes, verduras e legumes; como
ingrediente de sopas, suflês e bolos salgados.
beleza: Impurezas na pele, edemas, coceira e dor por picadas de insetos, calos, verrugas e caspa.
saúde: Hipertensão arterial, altas taxas de colesterol e triglicerídeos, hiperglicemia, infecções fúngicas e
bacterianas, gripes e resfriados.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: temperado quente (adapta-se a outros climas, de acordo com a variedade usada).
exposição solar: Plena.
propagação: sementes e partes do bulbo (dentes).
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: textura média, bem drenado.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Bulbo: no verão, quando a parte aérea já está completamente seca, as "cabeças" firmes e perfeitas, sem
manchas escurecidas, com dentes rijos ao toque.
Secagem
Bulbo: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35ºC.
Acondicionamento
Bulbo: em local bem ventilado, numa cesta ou pote, nunca no refrigerador.

Alho-poró

Allium porrum L. - Liliaceae


O alho-poró é uma planta parente próxima do alho, de origem asiática. Seu nome científico "allium", assim
como o do alho e o da cebola, deriva da palavra céltica "all", que significa "pungente" ou "picante". Da
mesma forma que o alho, ele também esteve presente em muitas civilizações remotas e foi muito bem quisto
no Egito, na Grécia e em Roma, sendo usado tanto na cozinha como na medicina, na cura de diversos males.
Outros Nomes Populares: alho-porro.
Outros Idiomas: porree (alemão), poireau (francês), leek (inglês).
Descrição Botânica: O alho-poró é uma planta de porte herbáceo que atinge até 60 centímetros de altura.
Suas folhas são de formato lanceolado, compridas e largas, formando um falso caule chamado de talo, de
coloração branca. As flores têm coloração branca, rósea ou lilás. As sementes são escuras, achatadas e com
superfície enrugada.
Composição Química: ácido esteárico, ácido linoléico, ácido palmítico, açúcares, alicina, alisulfito, celulose,
enxofre, mucilagem, pectina, proteínas e sais minerais.
Partes Usadas: Folhas, Sementes, Talos.
Propriedades Medicinais: Digestiva, Diurética, Estimulante, Laxante.
Usos
culinária: Como prato principal acompanhado de molhos especiais; preparo de cozidos vegetais, suflês,
sopas, conservas, sopas desidratadas e misturas condimentares em pó.
beleza: Não é comumente usado.
saúde: Má digestão, mau funcionamento dos rins e intestinos.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes (germinadas em sementeira).
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Textura areno-argilosa, úmido, profundo e com pH próximo ao neutro.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade; calagem em solos muito ácidos.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: 5 meses após o plantio.
Talos: 5 meses após o plantio, quando o talo estiver com aproximadamente 3 centímetros de diâmetro.
Sementes: Quando estiverem bem maduras.
Secagem
Folhas e Talos: devem ser preferencialmente consumidos na forma fresca.
Sementes: na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 40ºC.
Acondicionamento
Folhas e Talos: em sacos de papel ou plástico transparente no refrigerador, por aproximadamente uma
semana.
Sementes: em recipientes de vidro ou sacos de papel ou plástico transparente.

Almeirão

Cichorium intybus L. - Asteraceae (Compositae)


Originário da Europa e cultivado em todo o mundo, cresce principalmente nos campos, nos vales e prados,
como adventícia. No Antigo Egito era considerada uma importante planta medicinal, e no século 17 foi usada
como sucedâneo do café.
Outros Nomes Populares: chicória, chicória-amarga.
Outros Idiomas: zichorie (alemão), radicha (castelhano), xicoria (catalão), achicoria (espanhol), chicorée
(francês), chicory (inglês), cicoria (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, produtora de látex, de ciclo anual e que atinge ao redor de 50
centímetros de altura. Sua raiz é longa, robusta e de formato cônico. Suas folhas são verdes, de superfície lisa
recoberta de pêlos, formato lanceolado, bordo denteado e desenvolvem-se formando uma roseta próxima ao
solo. As flores são azuis, agrupadas em inflorescências do tipo capítulo que surgem nas axilas das folhas. O
fruto é do tipo aquênio.
Composição Química: Vitaminas A, C, B (B1, B2, B3), cálcio, sais minerais, cálcio, fósforo e ferro.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Estimulante biliar, Hepatoprotetora.
Usos
culinária: Pode ser consumido cozido ou cru, sendo usado em saladas e refogados, tornando-se um ótimo
acompanhante de comidas mais "pesadas", como feijão, grão-de-bico, soja, lentilha e assados.
beleza: Tem poucas calorias, por isso pode fazer parte de dietas para emagrecer.
saúde: É um bom remédio contra apendicite, inflamações da cavidade abdominal e afecções do fígado e da
vesícula.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado e subtropical frio.
exposição solar: Sombra.
propagação: Sementes.
espaçamento: 25 centímetros entre linhas e 10 centímetros entre plantas.

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tipo de solo: Ricos em matéria orgância e com índice de pH neutro, próximo a 7.
adubação e correção: Composto, superfosfato simples e cloreto de potássio, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Folhas: 50 dias após o plantio, continuando por um período variável.
Secagem
Folhas: Consumidas na forma fresca.
Acondicionamento
Folhas: Em saco plástico bem fechado e guardado na gaveta da geladeira, conserva-se por 2 ou 3 dias.

Almíscar

Malva moschata L - Malvaceae


O almíscar verdadeiro é uma substância extraída da glândula prepucial de um cervídeo macho chamado de
veado-almiscarado (Moschus moschiferus), cuja origem ficou envolvida por lendas e mistérios durante vários
séculos. De acordo com a história, foi usado pela primeira vez no Oriente, mais provavelmente na Índia.
Muito valorizado pela indústria de perfumes como fixador, possui também reputação de afrodisíaco e esteve
durante certo tempo incluído na Farmacopéia Britânica devido às suas propriedades medicinais. Nos dias de
hoje, no entanto, a caça ao veado-almiscarado é proibida por lei e, dessa forma, foi necessário se descobrir
plantas que possam servir de substitutas ao seu aroma único. Dentre elas temos a angélica, a malva-
almiscarada (Malva moschata), o cardo-almiscarado (Cardus mutans), a rosa pálida (Rosa moschata) e a
orquídea almiscarada (Herminium monorchis).
Outros Nomes Populares: Malva-almiscarada.
Outros Idiomas: moschus-malve (alemão), mauve musquée (francês), musk mallow (inglês).
Descrição Botânica: Planta herbácea de ciclo perene que atinge de 18 a 24 centímetros de altura. As folhas
são membranosas, verdes e inteiras.Suas flores são grandes (de 2 a 5 centímetros) e de coloração rósea, branca
ou violácea. Seus frutos são constituídos de inúmeros cocos.
Composição Química: Ácido ascórbico, -caroteno, sais minerais (cálcio, ferro e fósforo),
mucilagem, riboflavina, tiamina, malvina, malvidina.
Partes Usadas: Flores, Folhas.
Propriedades Medicinais: Antiinflamatória, Aperiente, Expectorante, Galactagoga.
Usos
culinária: Não é comumente usado.
beleza: Usado na indústria da perfumaria como fixador para dar vida às misturas, harmonizando o perfume
sem dominar. Também tem emprego como tintura de perfumes, misturado a carvão vegetal, amoníaco, açúcar,
lactose e outras substâncias.
saúde: Inflamações na garganta, inapetência, distúrbios estomacais e intestinais, tosse, gastrite, falta de
leite nas lactantes, inflamações na boca e gengivas. Na forma de enxágües, é usado para tratar e curar
abscessos de pequenas queimaduras.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Variado.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Sementes.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Pouco exigente m solos, preferindo os de textura leve, ricos em matéria orgânica e bem
drenados.
adubação e correção:
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.
Flores: No início da floração quando estiverem ainda em botão.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Flores: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 30º
C.
Acondicionamento
Folhas e Flores: Em sacos de pano ou de papel, em local seco.

Alpínia

Alpinia galanga (L.) Willd - Zingiberaceae


Semelhante ao gengibre, essa planta é originária da China, onde ainda hoje é usada em pratos típicos, devido
ao seu sabor picante e saboroso. Atualmente, é muito cultivada em toda a Ásia.
Outros Nomes Populares: galanga, gengibre-selvagem.
Outros Idiomas: galgant (alemão), galanga (espanhol), galanga (francês), galangal (inglês), galanga
(italiano).
Descrição Botânica: Planta de ciclo perene com rizoma de formato cilíndrico, de 1 a 2 centímetros de
diâmetro e coloração pardo-avermelhada. Suas folhas são basais e de formato oblongo-lanceolado. As flores
são brancas, com nervuras avermelhadas. Seu fruto é vermelho-alaranjado.
Composição Química: Galangol, taninos, amido, gingeroles, galangina, cálcio, beta-careoteno, proteínas,
tiamina, resina, óleos essenciais.
Partes Usadas: Rizoma.
Propriedades Medicinais: Antiespasmódica, Antiinflamatória, Aperiente, Bactericida.
Usos
culinária: Usada na preparação de assados de carne e peixe, com características picantes.
beleza: Usada na aromatização de óleos.
saúde: Falta de apetite, distúrbios estomacais, gastrite, anorexia e inflamação dos tecidos celulares.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Pode ser usada de forma segura, seguindo especificações médicas.
Efeitos Colaterais: O uso adequado não produz efeitos colaterais.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado ameno a subtropical.
exposição solar: Sombra.
propagação: Divisão de rizomas.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Férteis, úmidos e profundos (preste a atenção que "tipo de solo" é uma expressão no singular
- isso se repetiu em quase todas as fichas).
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Rizoma: Cerca de 6 meses após a floração.
Secagem
Rizoma: Ao ar livre cortados em pedaços de tamanho igual, em local sombreado e bem ventilado, ou em
secador, com temperatura máxima de 40º C.
Acondicionamento
Rizoma: Em sacos de pano, em local seco e bem ventilado.

Alsina

Stellaria media (L.) Vill - Caryophyllaceae


Planta originária da Europa, principalmente Espanha, que também é encontrada nos Estados Unidos, Iraque,
Turquia e Inglaterra. Usada desde tempos antigos em tratamentos externos de sarna e como esfoliante da pele.
Seu sinônimo científico é Alsine media.
Outros Nomes Populares: centochio, esparguta, morrião-dos-passarinhos.

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Outros Idiomas: vogelmiere (alemão), pajera (espanhol), mouron des oiseaux (francês), chickweed (inglês).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo anual, prostrada ou ascendente, levemente pubescente, que
atinge até 60 centímetros de comprimento. As folhas são alternas, com a ausência de pecíolo nas superiores e
presença nas inferiores. As flores são solitárias ou agrupadas em cimeiras.
Composição Química: Saponina, cálcio, proteína.
Partes Usadas: Folhas, Talos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Expectorante, Laxativa, Refrigerante, Vulnerária.
Usos
culinária: Pode ser usada em saladas junto com espinafre e em sopas de frango.
beleza: Usada como loção refrescante para esfoliar a pele.
saúde: O chá alivia a constipação; seu suco pode ser utilizado como colírio e no alívio de dores
musculares; é usada ainda no tratamento de sarna, catarros pulmonares e fortalecimento das vias respiratórias.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não pode ser usada por mulheres grávidas; quando consumida em saladas ou sopas, deve
ser em pequena quantidade.
Efeitos Colaterais: O uso em altas doses pode causar diarréia e vômito.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Pllanta infestante de solos sombreados e ricos em nutrientes e matéria orgânica.
adubação e correção: Não exige cuidados especiais.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas e Talos: São colhidos entre maio e julho.
Secagem
Folhas e Talos: Consumidos na forma fresca ou secos ao sol.
Acondicionamento
Folhas e Talos: Quando secos, devem ser guardados em sacos de pano e em lugares secos.

Altéia

Althaea officinalis L. - Malvaceae


A altéia é uma erva originária da Ásia (China). Seu nome científico, "althaea", é derivado da palavra grega
"altho", que significa "curar", devido às suas propriedades medicinais. Os romanos a usavam também na
alimentação, fazendo com ela pratos suculentos. Hoje, sua reputação restringe-se mais ao uso medicinal, como
uma excelente calmante e suavizadora da pele.
Outros Nomes Populares: malva-branca, malvaísco.
Outros Idiomas: echter eibisch (alemão), malvavisco (espanhol), mauve blanche (francês), marshmallow
(inglês), altea comune (italiano), malvae visci (latim).
Descrição Botânica: A altéia é uma planta herbácea, de ciclo perene e que atinge de 50 centímetros a 1,5
metro de altura. Sua raiz é longa e cilíndrica. Seu caule é cilíndrico, ereto, pouco ramificado e com superfície
aveludada. Suas folhas são grandes, de coloração verde-esbranquiçada, de formato ovalado, bordos denteados,
com pêlos e dispostas em círculo, lado a lado. As flores são grandes, isoladas, vistosas, de coloração branco-
rósea a avermelhada, com veios púrpuros. O fruto é do tipo cápsula deiscente.
Composição Química: açúcares, amido, arabinogalactano, arabinona, asparagina, galacturonorhamnano,
glucona, óleo essencial, pectina e rhamnogalacturonana.
Partes Usadas: Folhas, Raízes.
Propriedades Medicinais: Antiinflamatória, Calmante, Descongestionante, Emoliente, Laxante.
Usos
culinária: Não é comumente usada.
beleza: Irritações e congestão em peles sensíveis e ressecamento da pele pós-sol.
saúde: Dor de garganta, tosse, dor de dente, inflamação das mucosas da boca e prisão de ventre.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: temperado.
exposição solar: Sombra.
propagação: sementes e estaquia de ramos novos.
espaçamento: 60 centímetros entre as plantas.
tipo de solo: textura argilo-arenosa, úmido, às margens de córregos.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Alta.
Colheita
Folhas e Flores: no início da floração (no verão).
Raízes: após 2 anos do plantio (no outono).
Secagem
Folhas e Flores: estendidas numa superfície sombreada, em local bem ventilado, ou em secador, com
temperatura máxima de 35ºC.
Raízes: são descascadas, cortadas em pedaços e estendidas numa superfície sombreada, em local bem
ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 60ºC.
Acondicionamento
Folhas, Flores e Raízes: em sacos de papel ou plástico transparente.

Ameixa

Prunus domestica L. - Rosaceae


A ameixeira é uma árvore cosmopolita, originária da Europa e da região do Cáucaso. Seus frutos são
apreciados no mundo inteiro.
Outros Nomes Populares: abrunheiro-manso, ameixeira.
Outros Idiomas: Pflaume (alemão), Ciruelo (espanhol), Prune (francês), Plum (inglês), Prugna ou Susina
(italiano).
Descrição Botânica: Árvore que atinge até 12 metros de altura. O tronco tem casca lisa e fina quando jovem
e grossa, de coloração pardo-acinzentada quando madura. As folhas são grandes, ásperas, alternas, de formato
oblongo-lanceolado, glabras e bordo serrilhado. As flores são pequenas, brancas e nascem no início da
primavera. O fruto é do tipo drupa, redondo e de cor púrpura, com uma sementes no interior que é envolvida
por uma polpa suculenta. Existem diversas variedades de ameixa que foram obtidas pela hibridização ao longo
dos séculos e que apresentam características peculiares no que diz respeito aos frutos e tipos de folhas.
Composição Química: Alanina, alfa-tocoferol, arginina, amigdalina, ácido ascórbico, beta-caroteno, ácido
caféico, ácido cítrico, ácido ferúlico, folacina, frutose, glucose, histidina, kaempferol, ácido láurico, ácido
málico, ácido pantotênico, pectina, quercetina, ácido esteárico, ácido tartárico e vitamina B6.
Partes Usadas: Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Antitussígena, Depurativa, Diurética, Laxante.
Usos
culinária: Usada para o preparo de compotas e geléias de fruta, doces caseiros, caldas açucaradas, musses
e sorvetes.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: Empregada contra constipação, irritações nas vias respiratórias, tosse, resfriados e má-digestão.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado frio.
exposição solar: Plena.
propagação: Enxertia.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Gosta de solos profundos, de textura média, ricos em nutrientes, com boa drenagem e pH

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 90


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neutro. Não tolera solos secos e rasos.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade. Calagem em solos ácidos.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.
Frutos: 3 anos após o plantio, quando estiverem maduros, macios e desprendendo da árvore com
facilidade.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Frutos: Podem ser consumidos frescos ou secos. Em climas quentes e secos, as ameixas podem ficar
secando na própria árvore, até que caiam com uma sacudida; em seguida, seque-as um pouco mais ao sol. Em
climas úmidos, use um forno à temperatura média.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de papel ou plástico, bem fechados.
Frutos: Em sacos plásticos na geladeira por 10 dias.
Frutos secos: Em sacos de pano ou papel, longe da luminosidade.

Amêndoa-doce

Prunus dulcis (Mill.) D.A.Webb - Rosaceae


Planta originária da Ásia ocidental e norte da África. Tem sido cultivada na região mediterrânea há
aproximadamente duzentos anos. Na época medieval, era costume adicionar amêndoas às refeições, pois
acreditava-se que elas eram capazes de prevenir intoxicações. No entanto, ela pode ser confundida com a
amêndoa-amarga, a qual não deve ser ingerida porque, ao contrário da amêndoa-doce, é muito tóxica. No
Brasil, a amêndoa-doce é uma espécie muito comum nos Estados da região Sul. Seu sinônimo científico é a
Prunus amygdalus var. dulcis (Borkh. Ex DC.) Koehne.
Outros Nomes Populares: amêndoa-de-coco, amêndoa-durázio, amêndoa-molar, amendoeira.
Outros Idiomas: süb mandel (alemão), almendro (espanhol), amande (francês), almond (inglês), amandier
(italiano).
Descrição Botânica: Árvore caducifólia e de ciclo perene, que pode alcançar até 12 metros de altura. Possui
caule reto e madeira rosada, com o interior avermelhado. Suas folhas verde-escuras são simples, alternas,
oblongo-lanceoladas, estreitas e com o contorno dentado. Suas flores podem ser cor-de-rosa, branco-rosadas
ou brancas, possuem cinco pétalas e aparecem entre fevereiro e março. Aparecem solitárias ou em grupos de
duas a quatro flores. O fruto, uma drupa alongada, de cor cinza-esverdeada, de textura aveludada, oblonga e
elipsóide, contém uma semente grande, de forma achatada, amarela e dura.
Composição Química: Emulsina, ácido cianídrico, vitamina A, B, E e PP, ácido ascórbico, ácido caféico,
alanina, amigdalina, l-arabinose, arginina, chlorina, cistina, daucosterol, fitosterol, histidina, kaempferol,
leucina, mucilagem, óleo essencial, prolina, quercetina, betasitosterol, threonina, alfa-tocoferol, proteínas, sais
minerais, mucilagem.
Partes Usadas: Sementes.
Propriedades Medicinais: Antiinflamatória, Antitussígena, Cicatrizante, Demulcente, Emoliente, Febrífuga,
Nutriente, Peitoral.
Usos
culinária: Sua semente oleaginosa é apreciada como fruto de inverno e usada em confeitaria para fazer
bolos, tortas e doces como torrones e marzipans. Também pode ser consumida crua e é empregada ainda na
fabricação de licores.
beleza: É usada na indústria cosmética no preparo de máscaras faciais e cremes hidratantes e anti-rugas,
pois ajuda na manutenção da hidratação e da permeabilidade da pele. É usada também na fabricação de
xampus e condicionadores, pois é eficiente em casos de cabelos quebradiços e pontas fracas. O óleo da
amêndoa doce é utilizado em massagens.
saúde: Eficiente contra tosse, febre, problemas intestinais e dermatites. É usada no tratamento de assaduras
e irritações de pele de bebês e nos casos de pele ressecada, rachada e queimaduras. É usada também para
cicatrização de feridas.

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outros usos: Sua madeira é usada na indústria. Sua casca é um ótimo combustível.
Contra-Indicações: Não há.
Efeitos Colaterais: Se não forem bem mastigadas, podem ser indigestas.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Não é exigente quanto à fertilidade do solo, demandando, porém, solos profundos e bem
drenados. Não tolera áreas encharcadas.
adubação e correção: Não há necessidade.
necessidade de água: Baixa (Sendo resistente a longos períodos de seca).
Colheita
Sementes: Entre agosto e setembro, quando os frutos estão bem maduros.
Secagem
Sementes: Não encontrada na literatura consultada.
Acondicionamento
Sementes: Em sacos de pano ou caixas de papelão vedadas, em local seco e bem ventilado, livre do ataque
de roedores.

Amendoim

Arachis hypogaea L. - Fabaceae (Leguminosae)


Planta nativa da América do Sul, provavelmente do Brasil, e espalhada pelo mundo pelos colonizadores
portugueses e espanhóis. Atraídos pela facilidade de adaptação da planta e por seu alto valor nutritivo, os
exploradores difundiram-na para os outros continentes. Apesar de já ter sido um grande produtor, hoje o
Brasil é responsável por menos de 1% da produção mundial de amendoim, deixando a liderança para países
como China, Índia e Estados Unidos. A cultura em território nacional teve grande importância em meados do
século 20, antes da expansão da soja, que tem menor custo de produção e cultivo mais simples. O Brasil
cultiva amendoim para o mercado interno, mas ainda assim necessita importá-lo. Nas regiões mais quentes do
país, são possíveis duas colheitas por ano.
Outros Nomes Populares: amendoí, jinguba, mancarra, mandobi, mandubi, mendubi, menduí, mindubi,
mindubim.
Outros Idiomas: erdnub (alemão), maní, cacahuete ou amendoim (espanhol), cacahuète, pistache de terre,
arachide (francês), peanut (inglês), arachide (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, prostrada ou decumbente, de ciclo anual, com uma haste central ereta.
Tem uma raiz central bem desenvolvida que dá origem a numerosas raízes laterais espiraladas, normalmente
com a presença de nódulos, que se estendem para dentro do solo. Suas folhas são verdes, de superfície lisa,
estipuladas e pinadas com dois pares opostos de folíolos. Suas flores são sésseis e fechadas entre duas
brácteas. Possuem pétalas de cores que mudam conforme a variedade: laranja, amarelo, creme e raramente
branca. A cor padrão é laranja, com nervuras avermelhadas. O fruto é do tipo vagem (legume), indeiscente,
subterrâneo, com mais de dez centímetros de comprimento e possui de 1 a 5 sementes em seu interior, de
formato globoso a alongado. A casca das sementes pode variar sua coloração: rosa, vermelha, púrpura,
marrom, amarela ou branca.
Composição Química: Ácido ascórbico, vitamina A, betacaroteno, arginina, ácido glutâmico, celulose,
amido, alfa-cefalina, glutationa, tocoferol, guanosina, chorina, lecitina, sacarose, alantoinase, fosfolipase,
fumarase, atizolamina, araquidosídeo, leucocianodina, leucodelfinidina.
Partes Usadas: Planta inteira.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Anti-hemorroidal, Antiinflamatória.
Usos
culinária: O fruto pode ser consumido “in natura”, assado ou torrado, com sal ou açúcar e é utilizado na
fabricação de bolos, tortas, doces, sorvetes e pasta de amendoim. As sementes podem ser ingeridas cruas ou
assadas com sal e, levemente assadas, substituem o café. O óleo extraído das sementes é usado na confecção
de margarinas e óleos de cozinha. O bagaço proveniente da prensagem das sementes (chamado de torta) serve
para a fabricação de bolachas e comidas para bebês. As vagens novas podem ser consumidas como vegetal,

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assim como as folhas jovens.
beleza: O amendoim é utilizado na fabricação de cosméticos, sabão e óleos de massagem.
saúde: O óleo das sementes é usado na confecção de pomadas e cremes. Na medicina popular, o
amendoim é empregado no combate à pelagra (falta de vitamina), afecções do ouvido, manchas no rosto,
hemorróidas, inflamações, nefrites (inflamação de rim) e gonorréia, para abrandar inflamações das mucosas e
no tratamento de desordens do sangue e de tuberculose. Acredita-se também que o amendoim estimule o
desejo sexual.
outros usos: O bagaço proveniente da prensagem das sementes (chamado de torta) e resultante da
extração do óleo também é usado como adubo orgânico e alimento para animais, por causa de seu alto teor
protéico. O óleo das sementes é utilizado como combustível para máquinas e emulsões para controle de
insetos, entra na composição de fertilizantes, faz parte da formulação de tintas e corantes e é usado na
fabricação de velas.
Contra-Indicações: Evitar ingerir sementes que foram acondicionadas em locais ou embalagens úmidos ou
de procedência desconhecida.
Efeitos Colaterais: As sementes do amendoim são passíveis de contaminação por um tipo de fungo chamado
Aspergiullus flavus, que produz uma toxina de forte ação teratogênica e carcinogênica chamada aflatoxina,
que atinge principalmente o fígado. Os óleos de amendoim comestíveis são isentos das toxinas devido ao
processo alcalino a que são submetidos no processamento. O LD50 da aflatoxina para organismos sensíveis é
menor do que 1 mg/kg do peso corporal.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical, com exceção das áreas excessivamente úmidas.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: 50 x 20 centímetros entre plantas.
tipo de solo: Pode ser cultivado em quase todos os tipos de solo, desde que sejam férteis, de boa topografia
e bem drenados. O desenvolvimento e colheita são favorecidos nos solos arenosos, com pH entre 6,0 e 6,2.
adubação e correção: Antes da plantação, a semente deve ser tratada com uma substância que combata
fungos. Durante o plantio, é recomendável a aplicação de N, P2O5 e K2O. O amendoim costuma aproveitar
bem o efeito residual de adubação de culturas anteriores e responde bem à adubação orgânica (esterco de
curral curtido) ou biológica (inoculante) para suprir a demanda de nitrogênio. A correção só deve ser realizada
em solos ácidos. Nesse caso, o ideal é a aplicação de calcário e adubo (sulfato de amônio, superfosfato
simples e cloreto de potássio) de uma só vez no plantio.
necessidade de água: Baixa (As necessidades em cada ciclo da produção variam de 450 a 700
milímetros).
Colheita
Planta inteira: A melhor época para a colheita é quando, em cada planta, cerca de 70% das vagens
apresentarem a característica mancha escura em seu interior. A colheita pode ser manual ou mecânica. Na
mecanizada, as plantas são arrancadas mecanicamente e, após secagem, suas vagens são destacadas das ramas
em máquinas que recolhem as plantas no terreno. Na manual, as raízes são cortadas, arrancadas manualmente
e secas. Em seguida, as vagens são batidas em balaio e abanadas em peneira.
Secagem
Planta inteira: A secagem costuma ser feita ao sol, no campo ou em terreiro durante cerca de dois dias.
No campo, as vagens não devem ficar em contato direto com o solo úmido. As plantas devem ficar expostas
ao sol para secar durante dois dias. Para que a secagem seja realmente completa, as sementes devem ficar por
mais dois ou três dias em área cimentada ou sobre uma lona plástica antes de serem armazenadas.
Acondicionamento
Planta inteira: Os frutos devem ser acondicionados (em casca ou em sementes) em sacos de aniagem
afastados do solo e das paredes e dispostos em locais arejados, secos e com baixa umidade relativa (de 60% a
70%). O armazenamento em casca é mais recomendado quando se deseja guardar a semente para o próximo
plantio. Se a armazenagem for prolongada, o expurgo no local também é aconselhado.

Amora-preta

Morus nigra L. - Moraceae


As amoreiras podem ser de três espécies: vermelha (Morus rubra), branca (Morus alba, preferida do bicho-da-

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seda) ou negra (Morus nigra). A amora-preta é a mais saborosa, sendo encontrada em todo o Brasil, nos
Estados Unidos e na Europa.
Originário da Ásia, especialmente da Síria e da Pérsia (atual Irã), o gênero foi introduzido na Europa no
século 17. A amoreira-negra também é usada como árvore ornamental, pois, apesar de não alcançar muita
altura, sua copa, ampla e de folhas abundantes, proporciona boa sombra.
Outros Nomes Populares: amoreira-negra.
Outros Idiomas: maulbeerbaum (alemão), moral (castelhano), morera (espanhol), mûrier noir (francês),
mulberry ou blackberry (inglês), mora (italiano).
Descrição Botânica: Árvore de porte médio, que pode atingir de 5 a 10 metros de altura, ciclo perene, caule
lenhoso e muito ramificado, com casca escura e rugosa. A copa é ampla, caducifólia, com folhas simples,
pecioladas, alternas, normalmente ovóides, de coloração verde-clara, com uma leve pilosidade que as torna
ásperas. Flores pequenas, de sexos separados (as masculinas são pedunculadas), coloração branco-amarelada,
que se aglutinam para dar origem à fruta da amora. Os frutos, formados por infrutescências compostas por
muitas drupas pequenas, são pendentes, de coloração vermelho-escura, quase preta, quando maduros, com
polpa vermelho-escura comestível.
Composição Química: Ácido ascórbico, ácidos graxos, ácido málico, aminoácidos, caroteno, flavonóides,
frutose, glicose, sais minerais, tanino e triterpenos.
Partes Usadas: Casca, Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente suave, Anti-séptica, Antiinflamatória, Cicatrizante, Hipoglicêmica,
Laxante, Refrescante, Rejuvenescedora.
Usos
culinária: Normalmente consumida in natura ou servida com creme de leite ou chantilly. Usada também
no preparo de geléias, tortas, sorvetes, compotas, doces cristalizados ou em massa, vinhos, licores e xaropes.
beleza: Os frutos maduros, na forma de purê ou suco, são usados em cremes rejuvenescedores para peles
sem vitalidade; em loções de limpeza e compressas frias, ajudando a eliminar acnes; em banhos revigorantes;
e em loções que ajudam a escurecer a cor natural dos cabelos castanhos.
saúde: Os frutos, as folhas, a casca e a raiz são usados em gargarejos contra amigdalites, inflamações da
boca e garganta, aftas e dores de dente. A casca e a raiz são usadas em decocções contra dores de dente,
problemas digestivo e vermes. A infusão das folhas, diuréticas, ajudam a combater a hipertensão. O xarope é
usado contra tosse e dores de garganta. O cataplasma das folhas é aplicado em eczemas e erupções cutâneas.
outros usos: É usada também como planta ornamental.
Contra-Indicações: De acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações ao uso externo ou
interno.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, não efeitos colaterais advindos do uso externo ou
interno.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical quente.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Estacas ou mudas.
espaçamento: 9 metros entre plantas.
tipo de solo: Cresce em qualquer solo de jardim com pH próximo ao neutro, mas prefere os solos úmidos e
profundos.
adubação e correção: Lavrar em profundidade, acrescentar esterco, húmus ou matéria orgânica e realizar
calagem em solos ácidos.
necessidade de água: Mediana.
Colheita
Frutos: De agosto a dezembro.
Folhas e Casca: Durante todo o ano.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Casca: Em secador, com temperatura máxima de 60º C.
Acondicionamento
Frutos: São altamente perecíveis, devendo ser consumidos imediatamente após a colheita.

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Folhas e Casca: Em sacos de pano ou papel, longe da luminosidade.

Andiroba

Carapa guianensis Aubl. - Meliaceae


Árvore originária da Amazônia. Seu nome vem do tupi nhandý (óleo) e róua (amargo). É uma árvore que,
atualmente, está rareada e corre risco de extinção por causa da extração em larga escala de sua madeira,
exportada para o uso na construção naval e civil.
Popularmente, a andiroba é conhecida pelo óleo derivado das suas sementes, que é utilizado como repelente.
A vela, também produzida pelo óleo, é usada para repulsar mosquitos, incluindo os transmissores de doenças.
O óleo é transparente e amarelado e solidifica-se em temperaturas abaixo 25° C, tomando uma consistência
semelhante ao óleo de petróleo. Os sinônimos científicos da andiroba são Carapa latifolia Willd. e Xylocarpus
carapa.
Outros Nomes Populares: andiroba-saruba, caoba bastarda, caoba brasileira, carapá, castanha-mineira, fava-
de-santo-inácio-falsa, iandirova, requia.
Outros Idiomas: andiroba (espanhol), andiroba ou crabwood (inglês).
Descrição Botânica: Árvore grande, que atinge até 30 metros de altura e pode ter um ciclo produtivo de 18 a
23 anos. O tronco chega a medir 120 centímetros de diâmetro, é ereto e cilíndrico. A casca é grossa, amarga,
de cor vermelho-acinzentada escura e descama em grandes lâminas. As folhas, verde escuras, são grandes,
medindo de 30 a 60 centímetros de comprimento, compostas, alternas, com pecíolos longos, pinadas e
pendentes. Os folíolos são opostos, de formato oval-oblongo e textura coriácea. As flores são de coloração
creme e agrupadas em inflorescências do tipo panícula axilar. Os frutos são do tipo cápsula deiscente e de
formato globoso irregular e possuem de 4 a 16 sementes no seu interior, as quais são liberadas no solo quando
eles se rompem após caírem da árvore.
Composição Química: Carapina, ácidos esteárico, mirístico, oléico, palmítico e linoléico, taninos,
epoxiazadiradiona e andirobina.
Partes Usadas: Casca, Frutos, Óleo extraído das sementes.
Propriedades Medicinais: Anti-reumática, Anti-séptica, Antiinflamatória, Cicatrizante, Emoliente,
Febrífuga, Inseticida, Vermífuga.
Usos
culinária: Não é comumente usada.
beleza: Com o óleo de sua semente são feitos sabonetes e óleos para massagear músculos doloridos.
saúde: O chá feito das folhas e da casca é empregado em casos de reumatismo e no combate aos vermes
intestinais e à febre. A planta também é usada para abrandar inflamação dos tecidos, destruir
microorganismos, limpar a pele e ajudar na cicatrização. O óleo é usado no tratamento de inchaços, contusões
e torções.
outros usos: A madeira extraída da árvore é usada na construção naval e civil, além de ser empregada
para fabricação de madeira compensada e de janelas e portas. O óleo extraído das sementes é usado na
fabricação de velas repelentes de mosquitos hematófagos (que se alimentam de sangue) e transmissores de
doenças como a dengue, a febre amarela, a malária e a filariose (elefantíase).
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: 3 x 4 metros.
tipo de solo: Latossolo amarelo, profundo, bem drenado e úmido. A planta é encontrada na beira de rios e
igarapés, várzeas secas e alagadiças ou terras de pântano.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Frutos: Quando a árvore alcança dez anos de vida, nos meses de março a maio, no final da estação
chuvosa.
Casca: Quando a árvore atinge cerca de 14 metros.

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Sementes: Quando a árvore alcança dez anos de vida, nos meses de março a maio, no final da estação
chuvosa.
Secagem
Frutos: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
60°C.
Casca: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
60°C.
Sementes: São cortadas em pedaços pequenos e postas para secar em secadores com temperatura entre 60
e 70°C até a umidade chegar ao redor de 8%. Em seguida, são comprimidas em compressores hidráulicos a
90°C para a extração do óleo.
Acondicionamento
Frutos: Em sacos de pano bem fechados, em local seco e bem ventilado.
Casca: Em sacos de pano ou tonéis bem vedados, em local seco e bem ventilado.
Sementes: Em tonéis bem vedados e longe da luminosidade.

Aneto

Anethum graveolens L. - Apiaceae (Umbelliferae)


Nativo do Mediterrâneo e do noroeste da Ásia, chegou ao Brasil pelo Estado de Pernambuco e por alguns
imigrantes do Sul. Era um símbolo de vitalidade para os romanos antigos. Para os gregos, era um santo
remédio. Na Idade Média, era encarado como uma proteção contra bruxaria, apesar dos "bruxos" a usarem em
diversas poções mágicas.
Outros Nomes Populares: anega, dill, endro, funcho-bastardo.
Outros Idiomas: dill (alemão), shibit (árabe), samit (armeno), kopr (checo), shih lo (chinês), sjamar
(egípcio), eneldo (espanhol), aneto (esperanto), aneth odorant (francês), shamir (hebraico), dille (holandês),
kapor (húngaro), dill (inglês), aneto (italiano), dill (norueguês), koper (polonês), endro (português de
Portugal), Mãrar (romeno), ukrop (russo), dill (sueco), pak chee lao (tailandês), dereotu (turco).
Descrição Botânica: O aneto é uma erva com 20 centímetros a 1 metro de altura. Possui uma raiz principal
fina e outras secundárias. O caule é fino, oco na parte interna e estriado longitudinalmente na parte exterior.
As folhas são filiformes e pecioladas. As flores são agrupadas em inflorescências do tipo umbela e têm
coloração amarela. O fruto é do tipo aquênio, com uma semente de coloração marrom quando madura. As
sementes são muito aromáticas, de cheiro forte, fresco e picante. Seus parentes próximos são o coentro, o anis,
o aipo, a angélica, a alcarávia e o funcho. Depois que floresce e forma as sementes, a planta morre: se as
sementes não forem colhidas, caem no solo, dando origem a novas plantas.
Composição Química: carvona, limonina, felandrina, carveol, terpineno, di-hidro-carvoneno, liminina.
Partes Usadas: Folhas, Sementes.
Propriedades Medicinais: Antiespasmódica, Antiinflamatória, Carminativa, Depurativa, Digestiva,
Diurética, Estimulante, Estomáquica, Supurativo.
Usos
culinária: As sementes de aneto são ligeiramente soporíferas e bem mais fortes que as folhas. Geralmente,
as sementes são acrescentadas ao pepino ou couve-flor em conserva. As folhas, que não são amargas como as
sementes, ressaltam o sabor de peixes, aves, salada de batatas, molhos, manteigas aromáticas, pães, pastas de
ricota e patês. É o tempero mais usado em peixes nos países da Escandinávia. Na Alemanha, é muito
empregado em sopas e cozidos. Na India, o aneto é comumente usado no preparo de lentilha ou feijão.
beleza: Não é comumente usado.
saúde: Estimula o aparelho digestivo e elimina gases intestinais; as sementes em infusão ajudam a
combater cólicas, inclusive cólicas em bebês, acidez estomacal e insônia. É um dos principais remédios
naturais contra a flatulência (gases). Em inflamações nos olhos, recomenda-se compressa do chá das sementes
(infusão de cinco a dez gramas em um litro de água). Fervido com azeite de oliva e aplicado ainda quente
sobre furúnculos, ajuda-os a amadurecer para a retirada do pus, aliviando a dor.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperados ou subtropicais.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes; o funcho não deve ser plantado junto, pois pode ocorrer cruzamento.
espaçamento: 15 a 40 centímetros entre plantas e 30 a 90 centímetros entre linhas.
tipo de solo: Aceita praticamente todo tipo de solo, desde que bem drenado. No entanto, adapta-se melhor
a solos de textura argilo-arenosa, férteis, levemente ácidos e ricos em matéria orgânica.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Média (não tolera umidade excessiva em torno de suas raízes).
Colheita
Folhas: Para picles, deve-se colher as sementes quando as flores ainda estiverem no pé. Para tempero,
devem ser deixadas por mais tempo na planta, até que fiquem marrons.
Sementes: Para picles, deve-se colher as sementes quando as flores ainda estiverem no pé. Para tempero,
devem ser deixadas por mais tempo na planta, até que fiquem marrons.
Secagem
Folhas: Os frutos devem ser secos antes de serem debulhados para a retirada das sementes. Secar ao ar
livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º C.
Sementes: Os frutos devem ser secos antes de serem debulhados para a retirada das sementes. Secar ao ar
livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou plástico transparente, bem fechados.
Sementes: Em sacos de plástico transparente ou em potes de vidro com tampa.

Angélica

Angelica archangelica L. - Apiaceae (Umbelliferae)


A angélica é uma planta nativa dos países do norte da Europa e introduzida em todo o continente europeu no
século XV. Acredita-se que era usada antigamente nos rituais pagãos, até que foi introduzida no Cristianismo.
Por florescer ao redor do dia 8 de maio, é considerada a erva do Espírito Santo, pois é o dia de comemoração
do Arcanjo Miguel.
Outros Nomes Populares: erva-do-espírito-santo, jacinto-da-índia, raiz-do-espírito-santo.
Outros Idiomas: echte engelwurz (alemão), archangelica (espanhol), angélique (francês), angelica (inglês),
angelica arcangelica (italiano), archangelicae (latim).
Descrição Botânica: A angélica é uma planta herbácea, de ciclo bianual e que alcança até 2,5 metros de
altura. O talo é herbáceo, oco em seu interior, grosso e ereto, de coloração levemente avermelhada. As folhas
são compostas, bordos dentados e opostas. As flores são pequenas, de coloração amarelo-esverdeada e
agrupadas em inflorescências do tipo umbela. O fruto é do tipo aquênio.
Composição Química: Ácido angélico, ácidos graxos, amido, angelicina, archangelicina, bisabol, borneol, ß-
cariofileno, cumarinas, a-felandreno, ß-felandreno, flavonona archangelenona, a-pineno, resina, sacarose,
sitosterol, taninos, umbelliferona e xantotoxina.
Partes Usadas: Caule (talo), Óleo essencial, Raízes, Rizoma, Sementes.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Antiácida, Antiinflamatória, Antitóxica, Aperiente, Aromática,
Carminativa, Digestiva, Diurética, Fungicida.
Usos
culinária: Os caules são cristalizados com açúcar e usados em doces, confeitos e pastelaria; as raízes e
sementes são usadas na aromatização de licores e bebidas alcoólicas (vermute, gim, vodca, strega, chartreuse);
as folhas são usadas em saladas verdes, gratinados, tortas de frutas, caldo de peixe e para aromatizar queijos.
beleza: Inflamações do rosto, problemas circulatórios e toxinas; usada também em perfumes.
saúde: Úlceras, acidez estomacal, anorexia, problemas digestivos, falta de apetite e retenção de líquidos.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: O óleo essencial é tóxico em altas doses; fototoxicidez, fotomutagenia e câncer quando
em contato com o sol.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado frio, com grande tolerância à umidade do ar.
exposição solar: Plena.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
propagação: Sementes (formadas após o segundo ou terceiro ano de desenvolvimento da planta) e divisão
de raízes.
espaçamento: 45 centímetros entre linhas.
tipo de solo: Textura areno-argilosa, seco, profundo, bem drenado e com pH 6,0-7,0.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Na primavera.
Sementes: No final do verão.
Talos: Na primavera do segundo ano de cultivo.
Raízes: No outono, após o primeiro ano de plantio, depois da colheita das sementes.
Secagem
Folhas: Na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35ºC.
Sementes: Na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 40ºC.
Talos e Raízes: São lavados logo após a colheita, cortados em pedaços e postos para secar; podem ser
submetidos à cristalização com açúcar mergulhando-os numa calda grossa de açúcar e água.
Acondicionamento
Folhas: Em recipientes de vidro herméticos, longe da luminosidade.
Sementes: Em sacos de papel ou plástico transparente ou recipientes de vidro, bem fechados.
Raízes: Envoltas em folhas de alumínio num local fresco e seco, nunca no refrigerador.

Anis-estrelado

Illicium verum Hook. f. - Illiciaceae


Nativo do sul da China e do Vietnã, foi levado para a Europa, no século 19, por Lord Cavendish, e desde essa
época passou a ser usado pelos europeus na água de cozimento de frutos-do-mar, como forma de evitar o
envenenamento por esses alimentos. Atualmente é cultivado na China, na Jamaica e nas Filipinas. Fora desses
países, seu uso é importante no norte do Vietnã, onde é empregado como tempero de sopas à base de carne, e
nas culinárias mais sofisticadas do Paquistão, da Índia e da Indonésia. No Ocidente, seu uso se restringe
praticamente aos licores.
Outros Nomes Populares: badiana, badiana-de-cheiro.
Outros Idiomas: Sternanis (alemão), Anís estrella (espanhol), Anis étoilé (francês), Star anise ou Chinese
anise (inglês), Ànice stellato (italiano).
Descrição Botânica: Árvore que atinge cerca de 12 metros de altura. O tronco é ereto, homogêneo, com casca
lisa, madeira branca e raízes quase rasteiras. As folhas são de formato oblongo. Produz pequenas flores de cor
branca ou creme, agrupadas em inflorescências do tipo umbela. Os frutos são pardos, com formato de estrela.
Composição Química: Anetol, felandreno, safrol, terpinol e 1,4 cineol.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Antiinflamatória, Aromática, Calmante, Digestiva, Diurética,
Estimulante.
Usos
culinária: Usada como condimento para carnes, peixes e purês de legumes. Seu uso é semelhante ao do
anis, só que seu aroma é mais forte e se conserva por muito mais tempo. Os chineses, cientes disso, usam
apenas um grão de anis-estrelado para temperar uma grande peça de carne. É um ingrediente indispensável na
culinária chinesa. Muito utilizado também para a fabricação de licores.
beleza: Não é comumente usado.
saúde: Auxilia a digestão.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado e tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Leve, bem drenado e de textura areno-argilosa.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Frutos: Antes que alcancem a maturação completa, quando apresentarem coloração marrom e estiverem
com as sementes duras.
Secagem
Frutos: À sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 40º C, para que as
sementes se desprendam.
Acondicionamento
Frutos: Em saquinhos de papel ou de pano e vidros bem fechados, em lugar escuro.

Anis

Pimpinella anisum L. - Apiaceae (Umbelliferae)


O anis é uma planta muito antiga no Oriente (costa da Ásia Menor), já cultivada pelos egípcios e conhecida
pelos gregos e romanos. O nome científico do anis origina-se da palavra árabe "anysum", que evoluiu para o
grego "anison" e depois para o romano "anisum". A palavra "pimpinella" deriva do latim "bipinella", em
alusão às suas folhas bipenadas como duas plumas.
No Oriente, era usado juntamente com outras especiarias para pagar impostos. Seu uso ao longo do tempo fez-
se principalmente na alimentação, onde sempre foi usado na condimentação e aromatização de comidas e
bebidas. No século I, Virgílio menciona um bolo digestivo feito com suas sementes, farinha de trigo, sementes
de cominho e folhas de louro, e que era servido no final das refeições para prevenir indigestões.
Outros Nomes Populares: anis-verdadeiro, anis-verde, erva-doce.
Outros Idiomas: anis (alemão), anís (espanhol), anis (francês), anise (inglês), anice vero (italiano), anisi
(latim).
Descrição Botânica: O anis é uma planta herbácea, de ciclo anual e que atinge até 75 centímetros de altura. O
caule é ereto, oco, cilíndrico, estriado e ramificado na região superior. As folhas são pecioladas, alternas e de
formato dentado ou lobado. As flores são de coloração branca, agrupadas em inflorescências do tipo umbela.
O fruto é do tipo aquênio, de formato ovóide, recoberto de pêlos.
Composição Química: ácido caféico, ácido clorogênico, ácido málico, ácido mirístico, ácido tânico, açúcar,
anetol, cresol, cumarinas, eugenol, furufral, goma, metil-chavicol, neafitadieno, óleo fixo, oxalato, pectina,
proteínas, substâncias resinosas.
Partes Usadas: Caule, Óleo essencial, Raízes, Sementes.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Antiácida, Antidisentérica, Antiemética, Antiespasmódica,
Antiinflamatória, Aromática, Calmante, Carminativa, Cicatrizante, Digestiva, Diurética, Estimulante,
Estomáquica, Galactagoga.
Usos
culinária: As sementes são usadas em tortas, peixes, ensopados, verduras cozidas, pães escuros, biscoitos,
tortas de maçã, saladas de frutas, doces e na aromatização de bebidas típicas da região mediterrânea da
Europa; as folhas são usadas em saladas, sopas, requeijão cremoso e recheio de verduras.
beleza: Limpeza da pele, da boca e dos cabelos; usado em perfumes.
saúde: Problemas cardiovasculares, asma, espasmos brônquicos, cólicas, vômitos e enjôos na gestação,
azia, má digestão, gases intestinais, diarréia e falta de leite nas lactantes.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: hipotensão arterial.
Efeitos Colaterais: embriaguez associada a tremores, convulsões, reações alérgicas; o óleo essencial tem
efeito tóxico.
Cultivo e Conservação
clima: temperado e de baixas altitudes.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes (semeadas no local definitivo).
espaçamento: 40 x 15-25 centímetros.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
tipo de solo: textura areno-argilosa, úmido, rico em nutrientes, leve, solto, bem drenado e com pH 6,0-6,7.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica decomposta, incorporados a
30 centímetros de profundidade; calagem em solos ácidos.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Frutos: bem maduros e consistentes, porém ainda verdes.
Secagem
Frutos: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com no máximo 40ºC de
temperatura.
Acondicionamento
Frutos: em sacos de papel, plástico transparente ou pano.

Araruta

Maranta arundinacea L. - Marantaceae


A planta é originária do Brasil e das Guianas. Em nosso país, é encontrada desde a Região Norte até o Estado
do Rio de Janeiro. Araruta é também o nome da farinha nutritiva feita do pó extraído do rizoma da planta. A
farinha, depois de um processo de trituração e secagem, é empregada na culinária e na saúde. Na culinária, é
usada internacionalmente principalmente para fazer biscoitos e engrossar molhos e cremes. Na saúde, seu
principal uso é na fortificação de pacientes em processo de recuperação de doenças. Na selva, o pó é
popularmente utilizado na cura de ferimentos causados por flechas envenenadas.
Outros Nomes Populares: agutiguepa, agutiguepe, araruta-caixulta, araruta-comum, araruta-especial,
araruta-gigante, araruta-palmeira, araruta-raiz-redonda, araruta-ramosa, aru-aru, embiri.
Outros Idiomas: arrowrootpflanze (alemão), maranta arruruz (espanhol), dictame (francês), arrow-root
(inglês), maranta (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea de ciclo perene, que pode atingir 1,2 metros de altura. O rizoma tem
formato fusiforme e o caule é articulado. As folhas são alternas, de formato ovado-lanceolado, com pecíolo,
longas bainhas foliáceas, levemente pubescentes na parte inferior. As flores são pequenas, de cor branca,
solitárias ou agrupadas em inflorescências do tipo panícula terminal. Os frutos são vermelhos e indeiscentes
(que não se abrem). As sementes têm cor vermelho-claro, são rugosas e possuem arilo amarelo.
Composição Química: Betacaroteno, niacina, riboflavina, tiamina.
Partes Usadas: Rizoma.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Antidisentérica, Antiofídica, Cicatrizante, Depurativa, Digestiva,
Diurética, Febrífuga, Fortalecedora, Peitoral.
Usos
culinária: Do pó extraído dos rizomas é feita a farinha araruta, utilizada na produção de doces, biscoitos,
sopas, mingaus, caldas de frutas e no engrossamento de molhos e cremes.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: O pó extraído do rizoma é usado em medicamentos com a função de auxiliar em casos de febre,
irritação do canal digestivo, problemas pulmonares e urinários. Também é empregado no tratamento de
disenteria, erisipela, rouquidão, machucados, dores e na fortificação de crianças e idosos com debilidades
orgânicas. O suco feito com o pó é empregado em casos de queimaduras de sol, picadas de cobras e de
mosquitos.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado. Não se adapta ao clima frio.
exposição solar: Plena.
propagação: Por divisão de rizomas.
espaçamento: 80 x 30 centímetros, em sulcos de 10 centímetros de profundidade.
tipo de solo: Arenoso, úmido e profundo.
adubação e correção: Aplicar no terreno 415 quilos de superfosfato simples e 72 quilos de cloreto de
potássio por hectare. Quando as plantas alcançarem cerca de 20 centímetros de altura, pode-se aplicar no sulco
125 quilos de sulfato de amônia ou nitrocálcio por hectare.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
necessidade de água: Moderada (Não suporta inundações).
Colheita
Rizoma: Entre maio e setembro. É feita no mínimo 12 meses depois do plantio, manualmente ou
mecanizada.
Secagem
Rizoma: Deve primeiramente ser descascado com cuidado e ralado até formar uma massa. Então, pode ser
espalhado num tabuleiro e colocado em câmaras de ar quente para secagem.
Acondicionamento
Rizoma: Em sacos de pano bem fechados, em local seco e bem ventilado, longe do ataque de insetos.

Arnica

Arnica montan L. - Asteraceae (Compositae)


A arnica é uma planta originária das regiões montanhosas da Europa Central. É muito famosa na cura de dores
musculares causadas por batidas e contusões, além de ser um remédio fabuloso para problemas nos cabelos
como queda e caspa. Seu uso interno é perigoso, pois é uma planta potencialmente tóxica.
Outros Nomes Populares: arnica-das-montanhas, arnica-verdadeira, panacéia-das-quedas, quina-dos-pobres,
tabaco-dos-saboianos.
Outros Idiomas: echte arnika (alemão), arnica (espanhol), arnica (francês), arnica (inglês), arnica (italiano),
arnicae (latim).
Descrição Botânica: A arnica é uma planta de porte herbáceo e que atinge de 40 a 70 centímetros de altura. O
rizoma é de coloração marrom-escura, cilíndrico e curvo. Suas folhas nascem rentes ao chão, são de formato
oval, parecidas com lanças, com superfície pilosa e várias nervuras. O caule é arredondado, sulcado e piloso.
As flores são vistosas, de coloração laranja ou amarela.
Composição Química: ácido cinâmico, ácido fórmico, ácido fumárico, ácido isobutírico, ácido isovalérico,
ácido tânico, alcalóide, arnicina, arnidiol, arnifolinas, cadineno, ceras, chammisonólidos, cholina, cumarinas,
escopoletina, faradiol, flavonóides, glicosídeos, helenalinas, heterósido flavônico, humuleno, mirceno, óxido
cariofilênico, resinas, taninos, timol, triterpenos, umbelliferona e xantofilas.
Partes Usadas: Flores, Rizoma.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Anti-seborréica, Anti-séptica, Anticaspa, Antiinflamatória,
Antimicrobiana, Estimulante, Hipotensora, Tônica, Vulnerária.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: caspa, dermatite seborréica e queda de cabelos.
saúde: músculos doloridos, contusões, entorses, hematomas, distensões musculares, pressão alta,
reumatismo, gota, inflamações na boca e furúnculos.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: uso interno e externo na gestação, lactação e indivíduos sensíveis à planta.
Efeitos Colaterais: náuseas, vasodilatação, irritações gástricas e dermatite de contato com possível formação
de eczemas.
Cultivo e Conservação
clima: tropical de altitude.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes e divisão de raízes.
espaçamento: 35 x 20 centímetros.
tipo de solo: textura argilo-arenosa, úmido, rico em húmus, bem drenado e com pH 6,5.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: um pouco antes da floração.
Flores: quando estiverem em ponto de botão, inteiras (algumas vezes retira-se o receptáculo floral); é
prejudicada por chuvas fortes nesse período.
Rizoma: 3 a 4 anos após o plantio, após a floração (no outono).
Secagem

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Folhas: na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35ºC.
Flores: na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 30ºC.
Rizoma: na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 60ºC.
Acondicionamento
Folhas e Flores: em sacos de papel ou plástico transparente.

Aroeira-mansa

Schinus moll L - Anacardiaceae


Originária do Sul do país, a aroeira-mansa é uma planta silvestre ornamental pouco cultivada. Com sua resina,
os jesuítas preparavam um líquido que se tornou conhecido como "bálsamo das missões". Em muitos lugares,
acredita-se que o óleo essencial contido na planta tenha propriedades venenosas. O que ocorre é que existem
várias espécies da planta, e algumas delas podem causar uma reação alérgica em indivíduos sensíveis, embora
não cause grandes danos.
Outros Nomes Populares: abaraíba, aguaraibá-guaçu, anacauita, aroeira, aroeira-do-amazonas, aroeira-folha-
de-salso, corneíba, pimenteira-do-peru.
Outros Idiomas: aguaribay (espanhol), faux poivrier (francês), pepper tree (inglês).
Descrição Botânica: Árvore de 4 a 10 m de altura, cujo tronco apresenta casca espessa e copa densa. Folhas
compostas por 3 a 10 pares de folíolos, de bordas serradas. Quando floresce, de setembro a janeiro, suas flores
pequenas e aromáticas, de coloração amarelo-clara, atraem abelhas. Seu fruto é arredondado, de coloração
vermelha e brilhante, reunido em cachos pendentes. Apresenta polpa avermelhada, comestível.
Composição Química: Hidrocarbonetos, óleos essenciais.
Partes Usadas: Casca de tronco, Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-reumática, Antidiarréica, Balsâmica, Cicatrizante, Depurativa,
Diurética, Emenagoga, Febrífuga, Hemostática, Vulnerária.
Usos
culinária: A bonita aparência da planta, de uso decorativo, permite seu emprego em diferentes pratos,
podendo ser utilizada na forma de grãos inteiros ou moídos. É especialmente apropriada para o preparo de
molhos que acompanham carnes brancas, aves e peixes, por não sobrepujar seu gosto sutil.
beleza: Não é usada.
saúde: O óleo extraído de sua casca é muito utilizado na medicina popular, reputado como eficiente no
tratamento de febres, doenças da córnea e das vias respiratórias e urinárias, sendo também indicada para uso
em banhos no reumatismo, dor ciática, diarréias e disenterias, feridas, inflamações em geral, hemorragias
internas e ínguas.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Pode causar alergia em pessoas sensíveis.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Por sementes.
espaçamento: 40 x 60 centímetros.
tipo de solo: Fértil, profundo, bem drenado e úmido.
adubação e correção: Aplicar nitrogênio, fósforo e potássio na Primavera e final do Verão.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: Podem ser colhidos de janeiro a julho.
Casca de tronco: Qualquer época do ano.
Secagem
Casca de tronco: Secas ao sol.
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Casca de tronco: Em sacos de pano, bem fechados, em local seco e bem ventilado.
Frutos: Em local bem ventilado.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Aroeira-vermelha

Schinus terebinthifolius Raddi - Anacardiaceae


Árvore sempre verde, originária da América do Sul, especialmente do Brasil, Paraguai e Argentina. Na
Flórida, onde foi introduzida como ornamento no final de 1800 e começou a se espalhar na década de 60, é
considerada uma das mais agressivas e invasoras de ambientes molhados. Seu nome científico se deve à
semelhança com as folhas pertencentes ao gênero Terebinthus: a palavra "terebinthifolius" é uma combinação
de Terebinthus e folia, que em latim significa folha. O nome popular, aroeira, é uma corruptela de araroeira,
que vem de arara, dando a idéia de que esta árvore seria de propriedade da ave, já que nela a arara pousa e
vive com freqüência, fazendo dela seu hábitat.
Outros Nomes Populares: aderno, almecega, arendeúva, arendiuva, arindeúva, aroeira legítima, aroeira-
d'água, aroeira-de-capoeira, aroeira-de-mato-grosso, aroeira-do-campo, aroeira-do-ceará, aroeira-do-cerrado,
aroeira-do-sertão, aroeira-mansa, aroeira-preta, aruiva, árvore-da-arara, chibatan, gibatão, itapicurus,
orindeúva, orindiuva, pandeiro, ubatan, ubatani, urindeúva, urindiúba, urinduba, urunday, urundéuva.
Outros Idiomas: brasilianischer pfeffer e peruanischer pfeffer (alemão), pimentero del Brasil e turbinto
(espanhol), faux poivrier e poivre rose (francês), christmas-berry, brazilian pepper e florida holly (inglês).
Descrição Botânica: Árvore de pequeno porte, com tronco curto, normalmente escondido pelos galhos
entrelaçados. Atinge a altura de 5 a 10 metros. Suas folhas são verde-escuras, compostas, oblongas a elípticas
e com nervura proeminentes na parte de cima do limbo. As flores brancas ou de cor amarelo-pálido possuem
sexos separados, na mesma árvore. São pequenas e agrupadas em inflorescências do tipo cacho. Os frutos são
do tipo drupa e têm coloração verde no início e depois se tornam vermelhos. Essa casca vermelha seca e se
transforma em uma espécie de concha de papel que envolve a semente. A semente é única, marrom escura e
mede cerca de 0,3 milímetros de diâmetro.
Composição Química: Cis-sabinol, simiarenol, simiarenol, D -careno, ácido masticodienóico, 3-hidroxi-
masticadienônico, eschinol, terechutona, baicremona, ácido terebentifólico, cadineno, cadinol, calameneno,
canfeno, carvacrol, cariofileno, copaina, cimeno, elemol, ácido gálico, limoneno, ácido linoléico, mirceno,
ácido oléico, ácido palmítico, felandreno, pineno, piperina, quercetina, quercitrina, rutina, sabineno, b-
sitosterol, tanino, terpineol.
Partes Usadas: Casca, Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antidiarréica, Antiinflamatória, Depurativa, Diurética, Febrífuga,
Peitoral.
Usos
culinária: A aroeira é ingrediente para a fabricação de molhos que acompanham carnes brancas, aves e
peixes. A pequena semente do fruto também é utilizada para acrescentar sabor a outros tipos de prato.
beleza: Não é usada.
saúde: Devido à composição de seu óleo essencial, é usada no tratamento de distúrbios respiratórios.
Popularmente, também é empregada no tratamento da diarréia, inflamações, para promover a transpiração e a
eliminação de líquidos. A casca da aroeira tem ação contra febre, hemoptises e afecções uterinas em geral. Da
casca extrai-se um azeite empregado contra tumores e doenças da córnea.
outros usos: A madeira parda ou amarelo-clara da árvore é utilizada no ramo da construção (fabricação
de mourões) e na fabricação de lenha e carvão. A infusão da casca (rica em tanino) é utilizada no curtimento
de couros e fortalecimento de redes de pesca. O fruto serve de alimento para animais selvagens. A planta
também pode ser usada ainda como ornamental.
Contra-Indicações: Pessoas sensíveis à sua composição química devem evitar o contato da planta com a
pele.
Efeitos Colaterais: O fruto que ainda não está maduro pode ser fatal para cavalos e, maduro, pode intoxicar
pássaros, se consumido em grande quantidade. Nas pessoas, a aroeira pode causar irritações de pele,
problemas respiratórios e vômitos.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes e estaquia.
espaçamento: De 1 a 4 metros.
tipo de solo: Rico em calcário, bem drenado, textura argilosa, rico em matéria orgânica.
adubação e correção: A adubação deve ser feita uma vez por ano, com cinzas de madeira, farinha de

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
peixe, mamona, cloreto de potássio, nitrato de potássio, sulfato de potássio ou NPK rico em potássio.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Casca: Em áreas de ocorrência natural é feita com motosserras e machados.
Folhas: No início da floração.
Frutos: Quando estiverem maduros.
Secagem
Casca: Ao sol ou no secador, com temperatura máxima de 45ºC.
Folhas: Na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35ºC.
Frutos: Não encontrado na literatura consultada.
Acondicionamento
Casca: Em sacos de pano, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Frutos: Não encontrado na literatura consultada.

Arroz

Oryza sativ L. - Poaceae (Gramineae)


O cultivo do arroz – originário da Índia e da China – é tão antigo quanto as primeiras civilizações do Oriente,
com suas cerimônias civis, sociais e religiosas que atestam a importância nutricional e cultural dessa planta.
A introdução do arroz na América teria ocorrido através do sul dos Estados Unidos em 1647, fato contestado,
no entanto, por autores brasileiros que apontam o Brasil como o primeiro país a cultivá-lo no continente
americano, após este cereal ter vegetado espontaneamente em época anterior ao descobrimento. Integrantes da
expedição de Pedro Álvares Cabral, regressando de uma peregrinação pelo território nacional, trouxeram
arroz colhido em chão brasileiro, segundo relatam alguns pesquisadores. E isto seria apenas a confirmação de
registros feitos por Américo Vespúcio, que constatou a presença do cereal em grandes áreas alagadiças no
Amazonas.
Em 1587, lavouras arrozeiras já ocupavam terras da Bahia. Em 1745, o cultivo teve início no Maranhão, em
1772 no Pará e em 1750 em Pernambuco. Desta época até a metade do século 19, o país foi grande exportador
de arroz. Posteriormente, passou a importá-lo, o que provocou medidas como o aumento de taxas
alfandegárias na importação para melhorar o preço do produto nacional e expandir a orizicultura em vários
estados brasileiros, visando atingir um volume de produção compatível com o consumo interno.
Os chineses respeitam tanto este cereal a ponto de não permitir que nem um grão seja desperdiçado. Para isto,
criam seus filhos dizendo que ao sobrar arroz no prato, para cada grão uma mancha aparecerá no rosto da
futura pessoa amada. Ainda falando da China, conta a lenda que ao cair uma tigela de arroz no chão, isto
atrairá azar. Além disso, o talismã da fartura é representado pela figura do Buda sentado sobre três sacas de
arroz.
Por tudo isto, o arroz tornou-se símbolo da vida e da fertilidade, o que explica a tradição popular de jogar
arroz nos recém-casados para desejar-lhes sorte.
Outros Idiomas: reis (alemão), arroz (espanhol), riz (francês), rice (inglês), riso (italiano).
Descrição Botânica: Planta que atinge até 1 metro de altura, de raízes fibrosas geralmente ramificadas e caule
cilíndrico. As folhas são dísticas, com nervuras paralelinérvias, com presença de lígula membranosa; são
estreitas, pontiagudas e ásperas, devido a presença de epiderme com células silicificadas. As flores são
pequenas, com brácteas na base e dispostas em inflorescências secundárias do tipo espiga. O fruto é do tipo
cariopse, indeiscente, seco e rodeado por duas glumelas ligadas.
Composição Química: Ácido cítrico, ácido hidrociânico, ácido málico, ácido oxálico, ácido pantotênico,
aminoácidos, colina, maltose, naftalina, pectina, sacarídeos, saponinas, trigonelina e vitamina B.
Partes Usadas: Fécula, Grãos, Pó do gérmen.
Propriedades Medicinais: Antiinflamatória, Emoliente, Esfoliativa.
Usos
culinária: Alimento básico de inúmeros povos, é mais consumido cozido, preparado com cebola, alho e
sal. Pode ser misturado com diferentes ingredientes nas dezenas de receitas incorporadas à cozinha brasileira.
Em apenas uma receita, ele pode ser reforçado com soja, cenoura, chuchu, vagem, toucinho, ovo, salsa e
pimenta. Ou ainda feito com camarão ou bacalhau. Há também o risoto, que faz do arroz um prato bem
substancial e alternativo ao macarrão no almoço de domingo. Até a sobra do dia anterior pode ser bem

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preparada, fazendo-se o arroz de forno, com gemas, queijo ralado, carne, cenoura, ervilha e farinha de rosca.
Existe ainda bolinho de arroz, arroz à grega, arroz gratinado, arroz de polvo, arroz com mariscos e uma
infinidade de receitas que valorizam este cereal. Veja receitas.
beleza: Pode ser usado em máscaras faciais e como creme nutritivo. Sua farinha é empregada na forma de
emplastro no tratamento de acne rosácea. Pode ser usado junto com outras plantas para fazer uma máscara de
tratamento para eliminar manchas e sardas do rosto. Também é empregado na perfumaria.
saúde: Deve ser consumido especialmente pelas pessoas que sofrem de alcoolismo crônico, pois nestes
casos existe uma grande perda da vitamina B no organismo por diversas vias e o arroz é capaz de ajudar na
reposição.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Subtropical, com temperaturas entre 24º e 30º C.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento: 20 a 25 centímetros entre linhas e 1 a 2 centímetros entre plantas.
tipo de solo: O cultivo pode ser feito em terrenos secos (arroz de sequeiro) ou em terrenos inundados por
uma lâmina de água (arroz irrigado), sendo este último o mais comum. Nesse caso, deve-se dar preferência
para solos de textura argilosa, com baixa capacidade de drenagem, com pH entre 5,0 e 6,5. O arroz tem
elevada tolerância à salinidade.
adubação e correção: A adubação e correção dependerá da análise do solo em que se vai cultivar o arroz.
Deve-se corrigir o solo com nitrogênio, fósforo, potássio, zinco e ferro.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Grãos: Após a maturação fisiológica, ainda pode levar de uma a duas semanas até se atingir as condições
ideais para a planta ser colhida mecanicamente.
Secagem
Grãos: Em secadores à vácuo ou de ar quente que pode ser produzido por fornalhas alimentadas a lenha,
gás ou com a própria casca do arroz resultante do beneficiamento do grão.
Acondicionamento
Grãos: Na produção comercial, o arroz deve ser armazenado a 20 centímetros do piso, sob estrados de
madeira e sem nenhum contato com paredes ou teto. Nas residências, uma vez desempacotado, o arroz deve
ser mantido em recipientes bem fechados em lugar seco e muito bem arejado. Para guardar o arroz já cozido,
coloque-o em recipiente que feche hermeticamente e mantenha-o na geladeira. Ele também pode ser
congelado.

Arruda

Ruta graveolen L. - Rutaceae


A arruda é uma planta originária da região mediterrânea da Europa. O nome "ruta" é derivado da palavra
grega "reuo", que significa "deixar livre", devido às suas infindáveis propriedades medicinais. Num contexto
popular, a ela são atribuídas muitas virtudes mágicas, acreditando-se que seja capaz de afastar mau-olhado,
atrair a sorte e tirar quebranto de recém-nascidos. Na aromaterapia, é indicada para pessoas que se sentem
física e emocionalmente derrotadas.
Outros Nomes Populares: arruda-comum, arruda-doméstica, arruda-dos-jardins, erva-arruda, ruta, ruta-de-
jardim.
Outros Idiomas: raute (alemão), ruda (espanhol), rue des jardins (francês), rue (inglês), ruta (italiano).
Descrição Botânica: A arruda é uma planta de porte subarbustivo, de ciclo perene, muito ramificado e que se
desenvolve formando touceiras de até 1,5 metro de altura. As folhas são alternas, pecioladas, carnosas e de cor
acinzentada quando velhas e verde-clara quando novas. Suas flores são pequenas, amarelas e agrupadas em
inflorescências do tipo corimbo. O fruto é loculicida, com sementes rugosas e pardas.
Composição Química: ácido cáprico, ácido caprílico, ácido láurico, ácido mirístico, ácido palmítico, ácido
isovalérico, ácido salicílico, ácido tânico, alcalóides, aldeído, benzaldeído, cineole, cumarina, fenol, guaiacol,
rutina e vanilina.

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Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Abortiva, Antiespasmódica, Antiinflamatória, Aromática, Carminativa,
Emenagoga, Hemostática, Sudorífera, Vermífuga.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: Problemas menstruais, gases abdominais, hemorragias, vermes intestinais, limpeza de feridas,
combate à sarna e piolho e repelente de insetos (pulgas e percevejos).
outros usos: É usada como repelente, pois afasta moscas e pulgões.
Contra-Indicações: gestantes, lactantes, hemorragias, cólica menstrual e sensibilidade na pele.
Efeitos Colaterais: hemorragias, contração da musculatura do útero e sangramentos com conseqüente aborto
e possível morte da gestante, fica presente no leite da lactante, fototoxicidez, dores epigástricas, cólicas,
vômitos, contração das pupilas e convulsões.
Cultivo e Conservação
clima: vários tipos.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes e estaquia de ramos novos.
espaçamento: 60 x 50 centímetros.
tipo de solo: pobre, pedregoso, seco, bem drenado, rico em matéria orgânica.
adubação e correção: esterco de animais, húmus ou composto orgânico, incorporados a 40 centímetros de
profundidade; adubação mineral nitrogenada na cobertura.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: 4 meses após o plantio, logo no início da floração.
Flores: no início da floração, quando estão ainda fechadas.
Secagem
Folhas: na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35ºC.
Flores: na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 30ºC.
Acondicionamento
Folhas e Flores: em sacos de papel ou plástico transparente.

Artemísia

Artemisia vulgari L. - Asteraceae (Compositae)


A artemísia é uma planta originada da Eurásia e muito usada no passado para aromatizar bebidas,
principalmente as fermentadas. Sua versatilidade é grande e hoje é usada não só na medicina, como também
para afastar traças de armários e estantes, devido ao seu cheiro forte e desagradável. A ela são associados
alguns poderes mágicos de proteção contra espíritos malignos e possessões.
Outros Nomes Populares: artemísia-comum, artemísia-verdadeira.
Outros Idiomas: gewöhnlicher beifuss (alemão), hierba de San Juan (espanhol), armoise (francês), mugwort
(inglês), assenzio selvatico (italiano).
Descrição Botânica: A artemísia é uma planta de porte herbáceo, pequena e de ciclo anual. Possui folhas com
limbo de coloração verde na parte superior e branca na inferior. As flores são pequenas, de coloração branca
ou amarela, agrupadas em inflorescências do tipo panícula terminal.
Composição Química: aldeído cumínico, ácido fórmico, ácido isobutírico, ácido isovalérico, ácido málico,
ácido succínico, ácido tânico, adenina, artemisina, artemose, cadineno, canfeno, cânfora, cimeno, cineole,
colina, estragole, felandreno, fenol, fernerol, inositol, lamirina, linalol, pineno, quebrachitol, rutina, sabineno,
sacarídeos, santonina, sitosterol, taninos, tauremisina, terpineol, triterpenos, tujonabutiraldeído e tujone.
Partes Usadas: Flores, Folhas.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Anti-séptica, Antiespasmódica, Antiinflamatória, Antimalárica,
Antimicrobiana, Cicatrizante, Emenagoga, Sedativa, Tônica.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Acne e pés cansados.
saúde: Malária, contaminação por salmonela, espasmo brônquico, feridas, tosse, melhora a contração no

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parto, contusões, flatulência, problemas digestivos, disfunções menstruais, corrimentos e vaginite.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: gestantes e lactantes.
Efeitos Colaterais: excitação do sistema nervoso central, vasodilatação, convulsões e reações alérgicas; fica
presente no leite da lactante.
Cultivo e Conservação
clima: temperado ameno.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes e divisão de touceiras.
espaçamento: 30 centímetros entre as plantas.
tipo de solo: textura média, bem drenado e com pH 6,0-7,0.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: antes da floração.
Secagem
Folhas: na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35ºC.
Acondicionamento
Folhas: em sacos de papel ou plástico transparente.

Árvore-da-cera

Myrica cerifera L - Myristicaceae


Árvore preferida pelos índios norte-americanos, é nativa da costa oeste dos Estados Unidos, mas também
cresce no sul da Flórida e em algumas áreas do Texas. É um arbusto ornamental, com folhas sempre verdes, e
a cera presente na casca dos frutos desse arbusto é usada como comida para passarinhos e repelente de insetos,
principalmente para pulgas, e também para fabricar velas. Durante muito tempo, o arbusto era plantado ao
redor das casas americanas para espantar pulgas e baratas. Essa árvore possui um grande potencial medicinal
que ainda não foi devidamente estudado pelos pesquisadores.
Outros Idiomas: árbol de la cera (espanhol), laurier (francês), wax myrtle (inglês).
Descrição Botânica: Arbusto que alcança entre 5 e 6 metros de altura. Suas folhas são verde-escuras e
brilhantes, aromáticas, simples, alternas, de formato elíptico, ápice agudo ou obtuso, base acuneada, de textura
semi-courácea e com glândulas amarelo-pardas nas duas superfícies. As flores são pequenas, sem pétalas,
unissexuais e quase imperceptíveis. Os frutos são do tipo drupa, pequenos, cerosos e de coloração branca ou
cinza.
Composição Química: Tanino, ácido gálico, ácido tânico, resina, triterpenos, flavonóides, fenóis e gomas.
Partes Usadas: Casca da raiz.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antidiarréica, Antidisentérica, Antiulcerogênica, Colerética,
Emenagoga, Expectorante, Sudorífera, Tônica.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: É um remédio popular usado contra diarréia, sangramento menstrual anormal, prolapso uterino, dor
de garganta, tifo, úlceras, furúnculos, cancros, resfriados, cólera, disenteria, febre, bócio, dor de cabeça, tosse
com sangue, sangue nas fezes, icterícia, disfunções na secreção da bile. Podem ser aplicadas compressas feitas
com o chá para prevenção de veias varicosas.
outros usos: A cera presente na casca de seus frutos é usada como repelente de insetos, especialmente
baratas e pulgas. Também pode ser usada para fazer velas.
Contra-Indicações: Evitar o uso prolongado, principalmente por pessoas com problemas cardíacos.
Efeitos Colaterais: O uso prolongado pode causar problemas gástricos e renais e um efeito emético (causa
náuseas).
Cultivo e Conservação
clima: De temperado a tropical.
exposição solar: Meia-sombra.

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propagação: Transplante de raízes.
espaçamento: 7 cm x 10 cm.
tipo de solo: Textura média, profundo, bem drenado, rico em nutrientes, com pH neutro a ligeiramente
ácido.
adubação e correção: Não foram encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Casca da raiz: No Outono, período em que as reservas nutritivas e fitoquímicas da planta estão
concentradas na raiz.
Secagem
Casca da raiz: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com uma temperatura
máxima de 35º C.
Acondicionamento
Casca da raiz: Em sacos de pano devidamente fechados e guardados em local seco e bem ventilado.

Aspargos

Asparagus officinalis L. - Liliaceae


Tem origem em solos arenosos do Sul da Europa e da Ásia. É conhecido pelo homem desde a Antigüidade e
vem sendo cultivado há pelo menos dois mil anos.
Outros Nomes Populares: espargo, espargueira, melindre.
Outros Idiomas: spargel (alemão), esparraguera (espanhol), asperge (francês), asparagus (inglês), asparago
(italiano).
Descrição Botânica: Planta perene, terrestre, que cresce até 1,5 m de altura, vive e produz por até de 15 anos
ou mais. O caule é constituído de duas partes: um rasteiro, que é subterrâneo, e outro aéreo, que brota do
primeiro. O caule rasteiro é composto de raízes e reservas de alimentos chamadas de "aranhas" ou "garras". O
caule aéreo é a parte visível da planta e forma ramificações filiformes denominadas cladódios. Suas brotações
são carnosas e comestíveis. As folhas são como pequenas escamas, simples, pequenas, pontudas e de
coloração verde. As flores são completas, de coloração amarela e de forma campanulada. Os frutos são do tipo
baga, pequenos e vermelhos, com sementes escuras.
Composição Química: ácido ascórbico, ácido aspártico, ácido glutâmico, ácido linoléico, alanina, asparagina,
asparagosídeo, asparasaponinas, cholina, coniferina, diosgenina, fenol, fitosterol, jamogenina, kaempferol,
prolina, quercetina, rutina, sarsapogenina, tiamina, tocoferol, zeaxantina, cálcio, ferro, fósforo, potássio,
sódio, cobre, enxofre, iodo, magnésio, manganês e zinco.
Partes Usadas: Brotos, Raízes, Sementes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antiinflamatória, Diurética, Estimulante, Laxante.
Usos
culinária: Os brotos podem ser consumidos “in natura” ou em conserva, no preparo de sopas, creme,
saladas, refogados ou suflês. O cozimento e preparo para conservas dos brotos causa a perda de metade das
vitaminas.
beleza: Usado no tratamento de acne e para cicatrizar pequenos ferimentos. Também funciona como
estimulador do crescimento dos cabelos.
saúde: Os brotos ajudam a acalmar as palpitações, afecções do coração e asma. Sua raiz é empregada
contra obstruções das vísceras abdominais, mau funcionamento dos rins e icterícia. As sementes são boas para
combater inchaços do fígado e do baço e para evitar vômito.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Deve ser evitado por pessoas que sofrem de blenorragia, de afecções das vias urinárias,
exceto em casos de cálculos urinários, gota, litíase e reumatismo. Pessoas com histeria também devem evitá-
lo, pois pode lhes causar agitação e insônia. Os frutos não devem ser ingeridos, pois contém grande
concentração de saponinas tóxicas.
Efeitos Colaterais: Pode precipitar uma crise de gota; as brotações, se comidas cruas, podem desencadear
reações alérgicas em pessoas sensíveis. Estudos mostram que cerca de 50% da população mundial tem o odor
da urina alterado quando ingere aspargos. Isso é devido a uma deficiência (provavelmente ligada ao código
genético) de uma das etapas de desintoxicação do fígado chamada de sulfoxidação. Então, o cheiro forte da
urina pode estar indicando uma deficiência nesse metabolismo.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Cultivo e Conservação
clima: Temperado ameno, com temperatura média anual entre 20ºC e 25ºC.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento: 2 m entre plantas.
tipo de solo: Solos férteis, de textura areno-argilosa, leves, úmidos, bem drenado e com pH ao redor de
6,5.
adubação e correção: Composto orgânico ou esterco de curral curtido na forma líqüida; a adubação deve
ser repetida a cada ano, na primavera, depois da colheita, mas em quantidades menores.
necessidade de água: Moderada (Durante o período de repouso não é necessário irrigar).
Colheita
Brotos: Depois de 2 anos de vida da planta, em meados de setembro, quando os brotos atingem cerca de
15 cm de altura.
Raízes: De preferência no outono.
Sementes: Quando estiverem maduras.
Secagem
Brotos: Consumidos na forma fresca ou em conserva.
Raízes: Ao ar livre ou picadas em pedaços em secador, com temperatura máxima de 60° C.
Sementes: Ao sol, em local bem ventilado.
Acondicionamento
Brotos: Em conservas ou congelados, ou consumi-los rapidamente após a colheita, pois suas fibras
costumam endurecer.
Raízes: Em sacos de pano ou caixotes de papelão bem fechados e longe da umidade.
Sementes: Em recipientes de vidro, bem fechados.

Aspérula

Galium odoratum (L.) Scop - Rubiaceae


Planta comum na Europa, na Ásia do Norte e Ocidental, na Sibéria, na América do Norte e na África do
Norte, sendo citada na literatura científica européia desde o século 13. Foi muito usada pelas suas
propriedades medicinais e aromáticas durante a Idade Média. Hoje é usada em alguns países principalmente
como espécie ornamental e também como erva medicinal. Mas, em muitos lugares, é considerada uma erva
daninha.
Seu sinômino científico é Asperula odorata L. Seu nome "aspérula" vem do latim “asperula”, que quer dizer
"um pouco áspera".
Outros Idiomas: waldmeister (alemão), asperilla olorosa (espanhol), aspérule odorante (francês), sweet
woodruff (inglês), asperula (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo perene, que atinge até 30 centímetros de altura. Forma
extensas coberturas nos bosques frondosos, com caules ascendentes, apresentando verticilos de folhas
lanceoladas, rugosas na margem e de cor verde-brilhante. Estes caules terminam em hastes bíparas de folhas
brancas e odoríferas, que aparecem em maio e junho no hemisfério norte. O fruto é um diaquênio munido de
sedas.
Composição Química: Glicosídeos, cumarina, ácido cítrico, ácido málico, ácido rubiclórico, ácido tânico,
tanino e princípio amargo.
Partes Usadas: Planta inteira.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Analgésica, Anti-séptica, Antiespasmódica, Antiinflamatória,
Antilítica, Antitumoral, Antiulcerogênica, Colagoga, Diurética, Sedativa, Tônica, Vulnerária.
Usos
culinária: Na culinária chinesa, é usada como um legume de reputado efeito emagrecedor. As sementes
assadas são usadas como um sucedâneo do café. Na Alemanha, é ingrediente de salsichas. Pode ainda ser
usada na elaboração de vinho caseiro.
beleza: Usada como coadjuvante em dietas de emagrecimento. Um dos constituintes químicos da aspérula,
a cumarina, é usado como fixador pela indústria de perfumaria.
saúde: É usada internamente contra febre glandular, amigdalite, cálculos biliares, distúrbios hepáticos,
encefalomielite, hepatite, flatulência, tumores e cistos benignos do peito, cistite, colite e edemas.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Externamente é usada em banhos e/ou compressas para tratar feridas purulentas, dermatoses, úlceras, eczema,
psoríase e glândulas linfáticas inchadas. Usada ainda em homeopatia contra inflamação do útero. Atua no
organismo como um tranqüilizante, ajudando no tratamento de insônia.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Doses maiores que as indicadas podem provocar vertigens, vômitos e dores de cabeça.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado e mediterrâneo.
exposição solar: Meia-sombra (Suas folhas perdem a cor rapidamente e murcham sob exposição plena à
luz do sol).
propagação: Sementes ou divisão de raízes. Na natureza, as sementes são dispersas normalmente por
pássaros ou outros animais.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Cresce em terrenos úmidos.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Planta: Corta-se delicadamente a planta inteira entre julho e agosto, após a floração.
Secagem
Planta: É secada rapidamente à sombra ou em secador, à temperatura máxima de 40° C.
Acondicionamento
Planta: Deve ser conservada ao abrigo da luz, em invólucros fechados.

Assa-fétida

Ferula assa-foetida auct. - Apiaceae (Umbelliferae)


Planta originária da Ásia Central, desde a Pérsia (atual Irã) até o Afeganistão. Foi um condimento muito
popular na Roma antiga, apesar de seu cheiro desagradável e pungente, que lembra o odor dos peixes.
Seu nome em português é composto pelas palavras "assa", que vem do persa "asa" e da forma latinizada "farzi
aza", que quer dizer "resina"; e "fétida" vem do latim "foetidu" (fedorento, mal-cheiroso, pútrido). O nome
científico Ferula, em latim, quer dizer "carreador" ou "veículo", uma alusão a uma espécie correlata, F.
vulgaris, nativa do Mediterrâneo e mencionada na mitologia grega como a planta que ajudou Prometeu a
transportar o fogo roubado do Sol para a Terra. Esse nome também remete aos povos nômades da Idade da
Pedra, pois acredita-se que esses homens primitivos utilizavam o caule oco da assa-fétida para levar o fogo de
uma tribo a outra.
Sinônimos: férula.
Outros Nomes Populares: férula.
Outros Idiomas: stinkasant (alemão), Asafétida ou Férula (espanhol), Assa foetida ou Férule (francês),
Assafètida ou Fèrula (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo perene. A raiz contém uma resina de gosto amargo que é usada
como condimento. Possui folhagem abundante, formada de folhas compostas. As flores são pequenas e de
coloração amarela. As sementes são marrons.
Composição Química: l-arabinose, asaresinotanol, bassorina, cadineno, compostos sulfurados, cumarina,
ésteres, farnesferol, felandreno, foetidina, galactose, goma, isopimpinelina, alfa e beta-pineno, resina,
sesquiterpernos, umbelliferona e vanilina.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Digestiva, Hipotensora.
Usos
culinária: Muito usada em conservas salgadas na Índia. Combina com pratos de vegetais e é usada no
autêntico molho inglês, o Worcestershire. As folhas são comidas como verduras.
beleza: A assa-fétida produz uma goma-resina muito usada na perfumaria.
saúde: Utilizada contra hipertensão arterial.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado ou subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes e divisão de raízes.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Adapta-se a todos os tipos de solo, desde que ricos em matéria orgânica e nutrientes.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.
Raízes: No outono.
Secagem
Folhas: À sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º C.
Raízes: À sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 60º C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de plástico transparente, bem fechados

Assa-peixe

Vernonia condensata Baker - Asteraceae (Compositae)


O assa-peixe é originário da África e foi trazido para o Brasil pelos escravos, crescendo atualmente em todo o
território nacional. Usado na medicina popular desde os tempos coloniais, o assa-peixe vem sendo estudado
há décadas pelos pesquisadores. No ano 2000, uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, que testou a planta
em ensaios de laboratório e em cobaias animais, comprovou os efeitos analgésico e antiinflamatório da erva,
dando origem a um novo medicamento, ainda não disponível comercialmente.
Outros Nomes Populares: alumã, aluman, árvore-do-pinguço, boldo, boldo-baiano, boldo-japonês, cambará-
guaçu.
Descrição Botânica: Arbusto perene de 2 a 3 metros de altura, de folhas oblongas, amplas e membranáceas.
As flores, de coloração violácea-pálida, são reunidas em numerosas inflorescências do tipo capítulo.
Composição Química: Óleo essencial, tanino, saponinas, flavonóides, lactonas sesquiterpênicas e
glucosídeos esteroidais.
Partes Usadas: Folhas, Raízes.
Propriedades Medicinais: Antidiarréica, Aperiente, Colagoga, Colerética, Diurética, Hepática.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Não é usado.
saúde: O macerado das folhas (5 folhas para 1 copo de água) é usado contra a ressaca alcoólica, sendo
mais recomendada a ingestão antes e após o consumo de bebida. A infusão das folhas é indicada para
promover o bom funcionamento do fígado, estimular a secreção biliar e aliviar sintomas de gripe. É utilizada
também contra diarréia, cólicas e icterícia. A tintura (1 colher de folhas picadas para 1 xícara de álcool neutro
70º GL, em maceração por três dias; tomar 1 colher dissolvida em água antes das refeições) é usada para abrir
o apetite.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não é aconselhável o uso prolongado da planta. Não deve ser usado por gestantes.
Efeitos Colaterais: Possui efeito abortivo.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Estacas ou sementes, em viveiros.
espaçamento: 4 x 5 metros.
tipo de solo: Secos, pobres em nutrientes, leves e bem drenados.
adubação e correção: Não necessita.
necessidade de água: Moderada.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Colheita
Folhas: Quando a árvore estiver cheia, na medida da necessidade, ao longo do ano.
Raízes: Em qualquer época do ano.
Secagem
Folhas: Ao sol ou em estufas, com temperatura máxima de 35º C; também pode ser consumida na forma
fresca.
Raízes: Ao sol, cortada em fatias, ou em estufas, com temperatura máxima de 60º C.
Acondicionamento
Folhas: Devem ser guardadas em sacos de pano, latas ou vidros bem fechados.
Raízes: Em sacos de pano bem fechados e mantidos longe da umidade.

Astrágalo

Astragalus membranaceus Moench - Fabaceae (Leguminosae)


Planta originária da Ásia, especificamente da China, onde faz parte da cultura tradicional. O astragalus vem
sendo usado há séculos em terapias de Fu Zheng, nas quais o tratamento das doenças é feito estimulando-se os
mecanismos naturais de defesa do organismo. Adeptos da terapia do Fu Zheng, que há pouco tempo ainda era
desconhecida no Ocidente, acreditam que ela possa promover a cura de doenças graves, como o câncer.
Médicos e pesquisadores ocidentais descobriram, ainda que não conclusivamente, um efeito benéfico que essa
erva pode ter sobre o sistema imunológico de pacientes com câncer já submetidos a quimioterapia e
radioterapia.
Outros Idiomas: astragalus (alemão), hung qi (chinês), astragalus (espanhol), astragalus (francês), astragalus
(inglês), astragalus (italiano).
Descrição Botânica: Caule expandido e espinhoso, com flores amarelas.
Composição Química: Astragalosídeos, Beta-sitosterol, cholina, cobre, d-frutose, astramembranagenina,
isoastragalosídeos, ácido linoléico, cálcio, magnésio, ferro, sódio, potássio.
Partes Usadas: Raízes.
Propriedades Medicinais: Estimulante, Fortificante, Imunoestimulante.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Não é usado.
saúde: Entre os orientais, o astrágalo é usado em casos de fraqueza geral e fadiga, falta de apetite,
transpiração excessiva, anormalidades sangüíneas e em caso de perda excessiva de sangue. Já os ocidentais o
utilizam contra gripe e resfriados e na composição de alguns remédios contra Aids e câncer.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Mulheres grávidas devem consultar o médico antes de usá-lo.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar:
propagação:
espaçamento:
tipo de solo:
adubação e correção:
necessidade de água:
Colheita
Raízes: No Outono.
Secagem
Raízes: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 45º
C.
Acondicionamento
Raízes: Em sacos de pano, em local seco e bem ventilado.

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Aveia

Avena sativa L. - Poaceae (Gramineae)


Planta originária da Europa Oriental, a avena sativa foi desenvolvida a partir de aveias selvagens. Atualmente,
é cultivada em todo o mundo, devido a sua ampla utilização na culinária e como forragem. No Brasil, a aveia
foi introduzida inicialmente no Rio Grande do Sul, mas hoje existem plantações em outros Estados da região
Sul, no Sudeste e Centro-oeste.
Outros Idiomas: hafer (alemão), avena (espanhol), avoine (francês), oats (inglês), avena (italiano).
Descrição Botânica: Planta de ciclo anual, que atinge aproximadamente um metro de altura. Possui raiz
fasciculada, da qual se origina uma haste ereta, cheia de nós e terminada por inflorescências do tipo panícula.
Suas folhas, lineares e mais ou menos ásperas, apresentam uma grande lígula de formato oval. As flores são
verdes e crescem dispostas em espigas, formando panículas piramidais. Seu fruto é do tipo caripose, de
formato elíptico, pubescente e possui pericarpos esbranquiçados ou negros.
Composição Química: Proteínas, glicídios, lipídios, fibras, niacina, vitamina B1, vitamina B2, maltose,
carboidratos, ácido pantotêmico, albuminas, gluconinas, carotenos, enzimas, amido, ácido salicílico,
avenacosídeos A e B, ácidos avênicos A e B, vitexina, apigenina, isoorientina e sais minerais (sódio, fósforo,
cálcio, ferro).
Partes Usadas: Parte aérea, Sementes.
Propriedades Medicinais: Ansiolítica, Anti-reumática, Antidepressiva, Antidiabética, Aperiente, Calmante,
Cicatrizante, Digestiva, Diurética, Emoliente, Expectorante, Hepatoprotetora, Hipotensora, Laxante,
Refrescante, Tônica, Vitaminizante.
Usos
culinária: Consumida "in natura" misturada ao leite, com sucos de frutas ou pura. Também é utilizada no
preparo de broas e bolos, sopas, mingaus e flocos de cereais industrializados. Os grãos são usados para
preparar diversos uísques e, em alguns países, na fabricação de cerveja.
beleza: Empregada na fabricação de cremes e máscaras emolientes, tônicos para a pele e xampus.
saúde: Indicada contra fadiga nervosa, depressão, ansiedade, insônia e convalescência. Atua como auxiliar
no tratamento da diabetes e preventivo de arteriosclerose e hipertensão. Combate reumatismo, dores ciáticas e
perturbações hepáticas e reduz os níveis de colesterol do sangue. Facilita a digestão, regula o intestino, auxilia
em casos de prisão de ventre e atua contra hemorróidas. Em decocção, é usada contra eczemas, frieiras e
impigens e, como infusão, estimula o apetite e atenua dores no tórax e na garganta. Previne a cárie dentária.
outros usos: É muito usada como forragem.
Contra-Indicações: Não há, se usada de acordo com a orientação médica.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: 20 centímetros entre as linhas.
tipo de solo: De textura sílico-argilosa, rico em nutrientes, úmido e bem drenado.
adubação e correção: De acordo com a análise de solo, precede-se à aplicação de calcário para elevar a
saturação de bases a 70%; acrescenta-se de 20 a 30 kg/ha de nitrogênio, 20 a 80 kg/ha de fosfato, 10 a 60
kg/ha de potássio, 10 kg/ha de enxofre, 1 kg/ha de boro e no máximo 3 kg/ha de zinco.
necessidade de água: Baixa.
Colheita
Sementes: De agosto a setembro em culturas cujo ciclo seja de 120 a 140 dias.
Parte aérea: Um pouco antes da floração.
Secagem
Sementes: Não encontrada na literatura consultada.
Parte aérea: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima
de 35º C.
Acondicionamento
Sementes: Em sacos de tecido em local seco e bem ventilado, protegido do ataque de insetos e roedores.
Parte aérea: Em sacos de pano em local seco e bem ventilado.

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Avelã

Corylus avellan L. - Betulaceae


A avelã vem de uma árvore da família das Betuláceas, que cresce naturalmente em toda a Europa,
Ásia Menor, norte da África e parte da América do Norte. O fruto possui grande conteúdo de óleo,
sendo, portanto, muito energético e largamente utilizado na fabricação de alimentos. Seu nome
científico Corylus avellana deriva do grego korys, que quer dizer capacete, uma referência à
cobertura que protege a avelã. Já o seu nome popular deriva da cidade de Avella, na Itália, onde a
planta era muito cultivada. Além do fruto, a madeira da árvore é utilizada na fabricação de objetos
como muletas, bengalas e cercas e também como lenha para abastecer lareiras e fornos. No
passado, um pedaço de madeira da árvores costumava ser usado como amuleto protetor contra os
maus espíritos. Na Irlanda, a planta era considerada a "árvore do conhecimento". Na Inglaterra
medieval, simbolizava a fertilidade. Atualmente, é bastante cultivada no Estado do Oregon (EUA).
Outros Idiomas: haselnuss (alemão), avellana (espanhol), noisetier (francês), hazel nut (inglês),
nocciola (italiano).
Descrição Botânica: Árvore decídua, que atinge o máximo de 6 metros de altura e pode durar de
70 a 80 anos. O tronco é caracterizado por casca pardo-acinzentada e manchas brancas. Os ramos
são flexíveis, providos de muitas glândulas e pubescentes quando jovens. As folhas são alternas,
com pecíolo curto, formato oval ou cordiforme na base, pubescentes na face inferior do limbo. As
flores são unissexuais. As femininas são solitárias e as masculinas são agrupadas em
inflorescências pendentes, cilíndricas e compactas. O fruto é do tipo cápsula, com superfície lisa e
formato oval.
Composição Química: Ácido alantóico, ácido ascórbico, ácido esteárico, ácido linoléico, ácido
mirístico, ácido oléico, ácido palmítico, ácido pantatênico, arsênico, avenasterol, bromina,
betacaroteno, carboidratos, citrostadienol, clorina, europium, fitosteróis, fluorina, lantanum,
maninotriose, niacina, rafinose, riboflavina, sais minerais (cálcio, ferro, magnésio, manganês,
potássio, selênio, sódio, zinco), sucrose e vitamina B.
Partes Usadas: Casca de tronco, Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antidiarréica, Cicatrizante, Nutritiva.
Usos
culinária: O fruto pode ser consumido ao natural, torrado ou com mel. É muito usado na
fabricação de pastas, manteiga, chocolates, bombons, sorvetes, tortas, bolos e biscoitos. Na Europa,
usa-se a raiz para o preparo de embutidos. Trata-se de um alimento com elevado nível calórico:
cada 100 gramas de avelã têm aproximadamente 650 kcal.
beleza: O óleo é usado na fabricação de hidratantes para a pele e xampus.
saúde: É empregada contra diarréia, convalescença e desnutrição. O cataplasma feito com a
casca pode ser empregado para cicatrizar úlceras, chagas e feridas na pele.
outros usos: Além do fruto, a madeira desta árvore é utilizada na fabricação de objetos como
muletas, bengalas e cercas. Também é usada como lenha para abastecer lareiras e fornos.
Contra-Indicações: Não há, se usada em doses terapêuticas.
Efeitos Colaterais: Não há, se usada em doses terapêuticas.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes, mergulhia e rebentos que brotam do tronco.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Medianamente rico em nutrientes, úmido, profundo, bem drenado,
moderadamente úmido e com pH maior que 7.
adubação e correção: Durante o período da frutificação, pode-se aplicar na coroa 700 gramas
de sulfato de amônio, um quilo de superfosfato de cálcio e 100 gramas de cloreto de potássio.
necessidade de água: Elevada.
Colheita
Frutos: Feita manualmente, quando o invólucro da amêndoa tornar-se amarelo e seco, nos
meses de setembro e outubro.
Casca de tronco: Não encontrado na literatura consultada.

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Secagem
Frutos: Não é necessário.
Casca de tronco: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com
temperatura máxima de 40º C.
Acondicionamento
Frutos: Em sacos plásticos, de pano ou papel, em potes plásticos ou bandejas de isopor
protegidas por filme plástico.
Casca de tronco: Em sacos de pano, em local seco e bem ventilado.

Avelós

Euphorbia tirucalli L - Euphorbiaceae


Planta originária da África Oriental, sobre a qual se conhece muito pouco. No Brasil, pode ser encontrada em
diversas regiões: cerrados do Pará, Ceará, Bahia, litoral de São Paulo e restingas do Rio de Janeiro. Sabe-se,
no entanto, que o uso indevido dessa planta já ocasionou diversas mortes no passado. No Brasil, sua eficiência
no combate ao câncer ainda é estudada. Não há nenhum embasamento científico para o uso do avelós como
agente anticancerígeno. Pelo contrário, a ele têm sido atribuídos possíveis efeitos promotores de alguns tipos
de câncer. Além disso, ele tem efeito imunosupressor, que é totalmente contra-indicado para pacientes com
câncer. No Brasil, alguns profissionais que se dizem fitoterapeutas têm indicado essa planta para o tratamento
do câncer, o que é, sem dúvida alguma, um grande risco para a saúde pública.
Outros Nomes Populares: árvore-de-são-sebastião, avelós, coroa-de-cristo, espinho-de-cristo, espinho-de-
judeu, espinho-italiano, pau-sobre-pau.
Outros Idiomas: solitärpflanze (alemão), árbol de los dedos (espanhol), petroleum plant (inglês), euphorbea
(italiano).
Descrição Botânica: Arbusto grande, semi-lenhoso, de 3 a 5 metros de altura e com inúmeros ramos verdes,
suculentos, cilíndricos e filiformes. Produz um látex branco, acre e cáustico. Possui flores femininas e
masculinas numa mesma planta. As flores femininas são esverdeadas a amareladas, terminais e axilares. As
masculinas desenvolvem-se ao redor das femininas. O fruto é do tipo cápsula, com 3 lóculos e contém
sementes de superfície lisa e formato oval.
Composição Química: 12-o-(2Z)(4E)-octadienol-4-deoxiforbol-13-acetato, ácido 3, 3'-di-o-metil-elágico,
beta-sitosterol, ácido cítrico, ácido elágico, eufol, euforona, glucose, hentriacontano, hentriacontanol,
isoeuforal, kaempferol, ácido málico, resina, sapogenina-acetatos, ácido succínico, taraxasterol, taraxerina e
tirucalol.
Partes Usadas: Látex.
Propriedades Medicinais: Anti-reumática, Purgativa, Rubefaciente, Vulnerária.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: Empregada internamente contra picadas de escorpião e de cobras. Usada externamente para curar
verrugas e contra dores reumáticas.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: O látex é irritante e cáustico. Não utilizar em excesso, pois pode causar intoxicação.
Efeitos Colaterais: Intensa queimação, pálpebras inchadas, dor ardente do globo ocular, visão borrada,
erosão do epitélio córneo, acuidade visual diminuída, fotofobia e cegueira temporária. Em excesso, pode ser
letal.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Por estacas.
espaçamento: 2 metros entre plantas.
tipo de solo: De textura arenosa e rico em matéria orgânica. No entanto, adapta-se bem a solos secos e
pobres.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.

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Colheita
Látex: Através de incisões feitas no caule e ramos, no final da primavera ou início do verão.
Secagem
Látex: É usado fresco.
Acondicionamento
Látex: Em recipientes de vidro bem fechados.

Avenca

Adiantum capillus-veneri Diels - Polypodiaceae


Planta originária da Europa, mas aclimatada no Brasil. Tem vários sinônimos científicos: Adiantum
capillus Sw., A. capillus veneris var. weigrandi Moore, A. foliis coriandri Bauh., A. moritzianum
Link e A. pseudo-capillus Fée.
Outros Nomes Populares: avenca-do-Canadá, cabelo-de-vênus.
Outros Idiomas: cilandrillo (espanhol), capillaire (francês), venus hair (inglês), capelvenere
(italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea pequena, de 10 a 15 centímetros de altura, ornamental, com
hastes e ramos marrons escuros, muito finos. Suas folhas são pecioladas, alternas, finas e
compostas por folíolos no formato de leques e dispostos de forma esparramada. É uma planta que
não produz flor, consequentemente não produz frutos ou sementes. Sua reprodução se dá por
esporos que surgem na forma de pontinhos pretos debaixo dos folíolos.
Composição Química: Tanino, glicosídeos, ácido gálico, capilarina, óleos essenciais e
mucilagem.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Anti-seborréica, Anticaspa, Antiinflamatória, Antitussígena, Diurética,
Emenagoga, Emoliente, Expectorante, Sedativa, Sudorífera.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Seu chá é excelente para lavagem e higiene do couro cabeludo, combatendo os males
que atacam os cabelos, como caspa e queda de cabelos, além de ser usada para retirar verrugas.
saúde: Ótima no tratamento de tosses, catarros, afecções bronquiais, asma, rouquidão, gripe e
para regular a menstruação.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado ou subtropical frio, adaptando-se também em regiões tropicais, desde que
não expostas ao sol de forma direta.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Divisão de touceiras.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Úmido.
adubação e correção: Prepara-se o solo com uma mistura de 2 partes de composto orgânico
mais 1 de terra comum e 1 de areia; a cada 15 dias recomenda-se adubar com uma mistura de
nitrogênio, fósforo e potássio na fórmula 20-10-10 e a cada 10 meses adicionar 50 gramas de
esterco curtido diluído em ½ litro de água. No caso de plantio em vasos, pode-se optar apenas pela
adubação orgânica adicionando 1 parte de húmus de minhoca para cada 3 partes de terra
destorrada.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Folhas: De setembro a março.
Secagem
Folhas: Consumidas na forma fresca ou secadas ao ar livre, em local sombreado e bem
ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35 °C.
Acondicionamento

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Folhas: Em sacos de papel.

Azaléia

Rhododendron ferrugineu L - Ericaceae


Originária do Cáucaso e de alguns pontos da Europa, a azaléia tornou-se muito popular nos Estados Unidos e
no Brasil, podendo ser encontrada atualmente em jardins, vasos e até formando cercas-vivas. Seu sucesso
como planta ornamental advém do fato de que sua floração ocorre nos meses de inverno, quando a maioria
das plantas está em repouso.A espécie Rhododendron ferrugineum produz flores de coloração rosada, mas a
azaléia possui inúmeras variedades e híbridos, podendo ser encontrada em diversas cores, do branco ao roxo,
passando pelo vermelho.
Outros Nomes Populares: azaléa, rododendro.
Outros Idiomas: azalif (alemão), rosa-alpina (espanhol), azalée (francês), azalea (inglês).
Descrição Botânica: Arbusto de aproximadamente 1,50 metro de altura, de crescimento lento, regular e
raízes pouco profundas. As folhas são pequenas e elípticas, recobertas por uma fina penugem. As flores são
relativamente grandes, agrupadas em inflorescências do tipo cacho, de coloração rosa-escarlate ou rosa
escuro, com 5 estames e pedicelo curto.
Composição Química: Tanino, ericolina, arbutina e andromedotoxina.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-reumática, Cardiotônica, Estimulante.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: A decocção das folhas é usada na Rússia, na Alemanha, na Inglaterra e na França contra gota e
reumatismo crônico. A tintura, em baixa dosagem, é empregada contra obstrução dos vasos capilares, dores
miálgicas nas regiões facial e ocular, infecções do ovário e dos testículos.
outros usos: Por florescer nos meses de inverno é muito valorizada como planta ornamental.
Contra-Indicações: Deve ser usada na dose indicada pelos médicos, pois sua hiperdosagem pode causar
sérios problemas.
Efeitos Colaterais: Por conter a andromedotoxina, substância venenosa, pode causar náuseas, vômitos,
astenia, vertigem, dor de cabeça, falência muscular, bradicardia, depressão respiratória e convulsões, podendo
levar ao coma.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado frio e úmido.
exposição solar: Meia-sombra e plena (Precisa de proteção contra ventos).
propagação: Sementes ou estacas de galho; transplante após a floração, a cada dois anos.
espaçamento: 1,5 metro entre plantas.
tipo de solo: Adapta-se bem a qualquer tipo de solo, mas prefere solos de textura argilo-arenosa, leves,
bem drenados, rico em matéria orgânica e com pH entre 4,5 e 6.
adubação e correção: Adubo orgânico mensalmente, mas não adube durante a floração. Anualmente,
precisa de fertilizante acidífero.
necessidade de água: Mediana (Coloque água com freqüência durante todo o ano, mas evite deixar o
solo encharcado).
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local bem ventilado e sombreado, ou em secador, com temperatura de 35° C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de papel ou pano, bem fechados e protegidos da umidade.

Azedinha

Rumex acetos L. - Polygonaceae


Erva originária da Europa e Ásia, é muito popular desde tempos antigos. Seu nome azedinha é uma alusão ao
sabor particular de suas folhas, empregadas na culinária já nos tempos do Antigo Egito. Os gregos e romanos

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consumiam-na para melhorar a digestão. A ela é atribuído o poder de "refrescar" o fígado e fortalecer o
coração.
Outros Nomes Populares: azeda, azeda-de-ovelha, azeda-miúda, azedinha-aleluia, língua-de-vaca.
Outros Idiomas: große sauerampfer (alemão), acedera (espanhol), petite oseille (francês), garden sorrel
(inglês), acetosa (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea perene que atinge até 60 centímetros de altura. Possui talos verde-
pálidos e folhas espessas, longas e espiraladas, de até 15 centímetros de comprimento. Imperceptíveis flores
vermelho-marrom nascem em espigas esbeltas no meio do verão.
Composição Química: Alto teor de ácido oxálico e bonoxilato de potássio, além de ácido tânico, compostos
nitrogenados, ácido crisofânico e tanino.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Ácida, Adstringente, Antiescorbútica, Diurética, Refrescante, Refrigerante.
Usos
culinária: Na culinária, folhas novas e frescas são adicionadas em saladas, molhos, sopas, queijo suave,
pratos de ovos ou purês para agregar cor e acidez em maioneses e massas de panquecas.
beleza: Não é usada.
saúde: Usada no combate ao escoburto (doença causada pela carência de vitamina C, e que se caracteriza
por tendência às hemorragias), purifica o sangue, tira a sede e trata de doenças das vias urinárias.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foi encontrado na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foi encontrado na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Sementes ou mudas.
espaçamento: Distância de 30 centímetros entre plantas.
tipo de solo: Leve, úmido, rico em ferro e com pH entre 5,5 e 6,0.
adubação e correção: Esterco de curral, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30 centímetros de
profundidade.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Folhas: Colher quatro meses depois do desbaste, ou sempre que houver cinco folhas vigorosas.
Secagem
Folhas: Usadas preferencialmente frescas na alimentação.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de papel no refrigerador por uma semana.

Babaçu

Orbignya martiana Barb. Rodr. - Arecaceae (Palmae)


Trata-se de uma das mais valiosas palmeiras do Brasil, sendo amplamente distribuída pelo
território brasileiro, Guianas e México. Do tupi, a palavra babaçu quer dizer “fruto grande”. No
Brasil, a ocorrência se dá em uma área aproximada de 200 mil quilômetros quadrados,
concentrados nos Estados do Maranhão, Piauí e Goiás. Estima-se que existam de 5 a 25 bilhões de
árvores, sendo a maior parte delas de ocorrência natural nas matas. Esta planta tem amplo
aproveitamento na saúde, beleza, culinária, artesanato e indústria.
Outros Nomes Populares: aguaçu, auaçu, baguaçu, bauaçu, coco-de-macaco, coco-de-palmeira,
coco-naiá, coco-pindoba, guaguaçu, oauaçu, palha-branca, uauaçu.
Outros Idiomas: babassu-nuss (alemão), babaçu (espanhol), babassu (francês), babassu palm
(inglês).
Descrição Botânica: Planta arbórea, perenifolia, de ciclo perene e que atinge de 20 a 30 metros de
altura. O tronco mede de 30 a 45 centímetros de diâmetro. As folhas são longas e atingem mais de
seis metros de comprimento. Cada planta produz de 200 a 600 frutos por vez. Os frutos são
elípticos, oblongos e medem de 8 a 15 centímetros de comprimento e de 5 a 9 centímetros de

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largura. Os frutos contém de três a seis sementes.
Composição Química: ácido caprílico, ácido cáprico, ácido láurico, ácido mirpístico, ácido
palmítico, ácido esteárico, ácido oléico, ácido linoléico.
Partes Usadas: Sementes (amêndoas), Frutos.
Propriedades Medicinais: Condicionante, Nutritiva, Regeneradora celular.
Usos
culinária: Os frutos são considerados uma boa fonte protéica e de óleo. A plana serve de
matéria-prima para a fabricação de margarinas e banha de coco. Um palmito comestível é extraído
de plantas jovens (brotos). As sementes são comidas frescas. O leite extraído das sementes - feito
pela trituração das sementes e misturado com água - pode ser comparado ao leite humano, quanto
ao teor nutritivo. Do pedúnculo pode se extrair um líquido que, fermentado, produz uma bebida
alcoólica muito apreciada pelos povos indígenas.
beleza: O óleo extraído das sementes é usado na elaboração de sabonetes, cremes nutritivos
para a pele e máscara capilar. Seu uso na cosmética é equivalente ao do óleo de coco.
saúde: A planta é usada como integrante da dieta de convalescentes e pessoas que sofrem de
anorexia ou desnutridas, devido ao alto valor nutritivo que possui.
outros usos: As folhas são usadas para fabricação de chapéus, esteiras, cestos, sapê para
cobertura de telhados e quiosques e ainda para a fabricação de celulose e papel; as frescas são
usadas como forragem para animais. O tronco é usado na construção rural, na produção de esteio e
ripas. Os frutos são usados na alimentação animal e para a produção de carvão vegetal. Quando
verdes, eles são usados pelos seringueiros para defumar a borracha. O óleo é usado ainda na
fabricação de detergentes e lubrificantes.
Contra-Indicações: Não há.
Efeitos Colaterais: Não há.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical, quente e úmido.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Rico em nutrientes, úmido e bem drenado.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Frutos: Começam a ser produzidos no oitavo ano de vida da planta. Os frutos são colhidos
manualmente, quando amadurecem - eles começam a cair da árvore entre agosto e setembro e
continuam até meados de janeiro ou fevereiro.
Sementes (amêndoas): São retiradas dos frutos maduros.
Secagem
Frutos: Devem ser secos ao sol.
Sementes (amêndoas): Devem ser secas ao sol.
Acondicionamento
Frutos: Em sacos de pano, em local seco e bem ventilado.
Sementes (amêndoas): Em sacos de pano, em local seco e bem ventilado.

Babosa

Aloe vera (L.) Burm. f. - Liliaceae


A babosa é uma planta originária da África e muito usada como ornamento em jardins. Conta a história que os
maometanos, principalmente os do Egito, consideram essa planta sagrada e capaz de afastar dos lares todas as
influências malignas. Do ponto de vista medicinal, a babosa tem reputação de purgante e excelente
regeneradora da pele e dos cabelos.
Outros Nomes Populares: aloés, babosa-de-jardim, caraguatá-de-jardim, erva-babosa.
Outros Idiomas: echte aloe (alemão), áloe (espanhol), aloés (francês), aloe (inglês), aloe (italiano), aloes
(latim).

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Descrição Botânica: A babosa é uma planta lenhosa, que atinge até 1 metro de altura e desenvolve-se
formando uma roseta. As folhas são grandes, densas, carnosas, de bordo serrado e coloração verde-
acinzentada com manchas brancas. As flores são de formato tubular, pendentes, agrupadas em inflorescências
do tipo racemo terminal, com hastes simples ou ramificadas, coloração vermelha, alaranjada ou amarela. O
fruto é ovóide, oblongo e com sementes aladas.
Composição Química: ácido aloético, ácido ascórbico, ácido aspártico, ácido cinâmico, ácido crisofânico,
ácido fórmico, ácido glutâmico, ácido urônico, alanina, albumina, aleosone, allinase, aloe-emodina, aloenina,
aloesina, aloesol, aloesone, aloína, antraceno, antraquinona, arabinose, l-asparagina, barbaloína, campesterol,
crisofanol, cumarina, emodina, glicosídeo, glucosamina, hecogenina, isobarbaloína, mucilagem, nataloína,
quinona, resina, sapogenina, saponinas e xilose.
Partes Usadas: Gel fresco e extraído das folhas.
Propriedades Medicinais: Abortiva, Anticaspa, Antiinflamatória, Antimicrobiana, Cicatrizante, Colagoga,
Emenagoga, Emoliente, Estomáquica, Purgativa drástica, Regeneradora celular, Tônica, Vermífuga.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Dermatites seborréicas, acnes, rugas, irritações da pele pós-barba e pós-sol, flacidez, caspa,
irritações do couro cabeludo, infecções fúngicas e queda de cabelo.
saúde: É empregada contra vermes intestinais, prisão de ventre, problemas menstruais, problemas
estomacais, feridas e queimaduras, psoríase, eczemas e reumatismos.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: O uso da babosa é feito de forma tópica, mas não deve se usar a "baba" extraída das
folhas de forma direta na pele, pois isso pode causar irritações e alergias. Deve-se usar preparados especiais,
manipulados em farmácias de produtos naturais e de acordo com a receita médica. A planta não é
recomendada para crianças, gestantes, lactantes, período menstrual, varizes, hemorróidas, problemas renais,
apendicite, cistite e disenteria.
Efeitos Colaterais: Diminuição da sensibilidade do intestino, eczemas, dermatites, sensações de ardor,
urticária de contato, hemorróidas, irritação na pele e olhos, intoxicação aguda, podendo levar à morte; fica
presente no leite das lactantes.
Cultivo e Conservação
clima: quente e semi-árido; sensível a geadas.
exposição solar: Plena.
propagação: brotações e estaquia de folhas.
espaçamento: 50 x 100 centímetros.
tipo de solo: textura arenosa, rico em nutrientes, bem drenado, pedregoso e com pH 6,7-7,3.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica,incorporados a 30
centímetros de profundidade; adubação mineral com fósforo e potássio; calagem em solos ácidos.
necessidade de água: Baixa.
Colheita
Folhas: quando estiverem maduras.
Secagem
Folhas: fazer cortes longitudinais na folha e deixar o gel escorrer dentro de um recipiente; esperar até que
ele endureça.
Acondicionamento
Gel seco: na refrigerador por até uma semana.

Babosa

Aloe vera (L.) Burm. f. - Liliaceae


A babosa é uma planta originária da África e muito usada como ornamento em jardins. Conta a história que os
maometanos, principalmente os do Egito, consideram essa planta sagrada e capaz de afastar dos lares todas as
influências malignas. Do ponto de vista medicinal, a babosa tem reputação de purgante e excelente
regeneradora da pele e dos cabelos.
Outros Nomes Populares: aloés, babosa-de-jardim, caraguatá-de-jardim, erva-babosa.
Outros Idiomas: echte aloe (alemão), áloe (espanhol), aloés (francês), aloe (inglês), aloe (italiano), aloes
(latim).

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Descrição Botânica: A babosa é uma planta lenhosa, que atinge até 1 metro de altura e desenvolve-se
formando uma roseta. As folhas são grandes, densas, carnosas, de bordo serrado e coloração verde-
acinzentada com manchas brancas. As flores são de formato tubular, pendentes, agrupadas em inflorescências
do tipo racemo terminal, com hastes simples ou ramificadas, coloração vermelha, alaranjada ou amarela. O
fruto é ovóide, oblongo e com sementes aladas.
Composição Química: ácido aloético, ácido ascórbico, ácido aspártico, ácido cinâmico, ácido crisofânico,
ácido fórmico, ácido glutâmico, ácido urônico, alanina, albumina, aleosone, allinase, aloe-emodina, aloenina,
aloesina, aloesol, aloesone, aloína, antraceno, antraquinona, arabinose, l-asparagina, barbaloína, campesterol,
crisofanol, cumarina, emodina, glicosídeo, glucosamina, hecogenina, isobarbaloína, mucilagem, nataloína,
quinona, resina, sapogenina, saponinas e xilose.
Partes Usadas: Gel fresco e extraído das folhas.
Propriedades Medicinais: Abortiva, Anticaspa, Antiinflamatória, Antimicrobiana, Cicatrizante, Colagoga,
Emenagoga, Emoliente, Estomáquica, Purgativa drástica, Regeneradora celular, Tônica, Vermífuga.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Dermatites seborréicas, acnes, rugas, irritações da pele pós-barba e pós-sol, flacidez, caspa,
irritações do couro cabeludo, infecções fúngicas e queda de cabelo.
saúde: É empregada contra vermes intestinais, prisão de ventre, problemas menstruais, problemas
estomacais, feridas e queimaduras, psoríase, eczemas e reumatismos.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: O uso da babosa é feito de forma tópica, mas não deve se usar a "baba" extraída das
folhas de forma direta na pele, pois isso pode causar irritações e alergias. Deve-se usar preparados especiais,
manipulados em farmácias de produtos naturais e de acordo com a receita médica. A planta não é
recomendada para crianças, gestantes, lactantes, período menstrual, varizes, hemorróidas, problemas renais,
apendicite, cistite e disenteria.
Efeitos Colaterais: Diminuição da sensibilidade do intestino, eczemas, dermatites, sensações de ardor,
urticária de contato, hemorróidas, irritação na pele e olhos, intoxicação aguda, podendo levar à morte; fica
presente no leite das lactantes.
Cultivo e Conservação
clima: quente e semi-árido; sensível a geadas.
exposição solar: Plena.
propagação: brotações e estaquia de folhas.
espaçamento: 50 x 100 centímetros.
tipo de solo: textura arenosa, rico em nutrientes, bem drenado, pedregoso e com pH 6,7-7,3.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica,incorporados a 30
centímetros de profundidade; adubação mineral com fósforo e potássio; calagem em solos ácidos.
necessidade de água: Baixa.
Colheita
Folhas: quando estiverem maduras.
Secagem
Folhas: fazer cortes longitudinais na folha e deixar o gel escorrer dentro de um recipiente; esperar até que
ele endureça.
Acondicionamento
Gel seco: na refrigerador por até uma semana.

Bálsamo de Gilead
Abies balsamea (L.) Mill - Pinaceae

Essa conífera é facilmente encontrada nas florestas frias da América do Norte, principalmente no Canadá. Era
muito usada pelos índios norte-americanos com fins medicinais. A resina extraída de sua madeira tem
diferentes usos, desde a fabricação de cola até a cura de tosses. Árvore fragrante e vistosa, de folhas verde-
escuro, em forma de agulhas, é um dos pinhos preferidos pelos canadenses para as árvores de Natal. Seu nome
originou-se da cidade bíblica de Gilead, na atual Síria, localizada em um vale verde e fértil. Escavações
recentes descobriram sinais de um forte, na forma de um grande edifício, onde era feita a manufatura de um

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bálsamo (óleo), famoso na Antiguidade por suas milagrosas propriedades na cura de feridas. Esse bálsamo foi
citado na Bíblia em Jeremias 8:22 e era tão precioso para o comércio de Gilead que, por longo período, seu
processo de manufatura foi mantido em segredo.
Outros Nomes Populares: abeto balsâmico, abeto balsâmico de Gilead, pinheiro-do-Canadá.
Outros Idiomas: Canadian balsam, eastern fir, balsam fir (inglês).
Descrição Botânica: Árvore conífera, de folhas sempre verdes, que pode chegar a 27 metros de altura e tem
longevidade aproximada de 200 anos. O sistema de raízes não se aprofunda na terra, raramente penetrando
mais de 75 centímetros. A casca é cinza e macia e contem inúmeras bolhas de resina. Possui copa densa,
estreita e piramidal, que termina em um topo fino e espiralado. As folhas têm forma de agulhas, são planas,
resinosas e verde-escuras, com cerca de 1 a 3 centímetros de comprimento. As flores são perfumadas e
monóicas (a planta não é macho ou fêmea, já que os dois sexos podem ser encontrados na mesma planta) e
florescem na primavera. Os frutos são cones cilíndricos, verdes e tingidos de roxo, com 3 a 5 centímetros de
comprimento por 2 a 3 de largura e surgem em ramos com um ano de idade. As sementes são ovais ou
oblongas, agudas na base, possuem vesículas resinosas e amadurecem no outono.
Composição Química: abienol, abieslactona, alfa-felandreno, alfa-pineno, androl, beta-felandreno, betulina,
acetato de borniol, canfeno, dehidrojuvabiona, juvabiona, limoneno, mucilagem, ácido ascórbico (vitamina
C).
Partes Usadas: Folhas, Resina.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Anti-séptica, Antiescorbútica, Cicatrizante, Diurética.
Usos
culinária: As folhas são usadas como condimento ou para chás. A resina aromática extraída da casca, se
comida crua, tem sabor agradável e consistência elástica. O óleo extraído da planta é usado como
aromatizante de doces, pães, bolos, sorvetes e bebidas.
beleza: Não encontrados na literatura consultada.
saúde: A resina obtida da árvore tem sido usada como um eficiente anti-séptico, analgésico e cicatrizante
para casos de queimaduras, hematomas e feridas. No uso interno, a planta é empregada contra dores de
garganta e para curar tosses e diarréias. O chá das folhas combate a falta de vitamina C, além de ser usado no
tratamento de resfriados e febres.
outros usos: A resina é usada como fixador de sabão, na perfumaria, na fabricação de colas, gomas e
velas. As folhas e ramos mais novos são usados como enchimento de travesseiros aromáticos, pois repelem
insetos e têm cheiro agradável. As raízes podem ser usadas na fabricação de fios pra tecer.
Contra-Indicações: Não se deve usar a resina na pele.
Efeitos Colaterais: A resina, quando usada na forma de perfume, causa dermatite de contato.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado frio. É intolerante à poluição. Por ter raízes pouco profundas, torna-se vulnerável ao
vento.
exposição solar: Meia-sombra (Tolera bem a sombra, principalmente quando jovem. Mas o crescimento
torna-se mais lento com o excesso de sombra).
propagação: Por sementes, após 20 anos de idade. As sementes, no entanto, têm baixo poder germinativo.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Úmido e com boa drenagem; pode ser cultivado em solos rasos e tolera todos os tipos de
textura e de acidez, preferindo, porém, solos de pH em torno de 5 e 6.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Elevada.
Colheita
Folhas: No início da floração, que se dá na primavera.
Resina: No inverno, por cortes na madeira ou formação de bolhas na casca.
Secagem
Folhas: Na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Resina: Não encontrada na literatura consultada.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Resina: Em vidros escuros.

Bálsamo-do-Peru

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Myroxylon peruiferum L. f. - Fabaceae (Leguminosae)


Árvore originária da América do Sul, é encontrada no Brasil, no Peru, na Colômbia, Venezuela e em algumas
áreas da Argentina, do Paraguai e da Bolívia. No Brasil, é mais comum nos Estados do Espírito Santo, Minas
Gerais, São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Goiás, especialmente nas regiões de matas serranas. Era usada por
etnias indígenas nativas do México e América Central e, por causa de seu bálsamo muito perfumado e de suas
propriedades medicinais, acabou sendo levada para a Europa, por meio dos portos peruanos. É também
conhecida pelos nomes científicos Myroxylon balsamum L. e Myrospermum peruiferum D. C.
Outros Nomes Populares: bálsamo, bálsamo-de-tolu, cabreúva-vermelha, cabriúva, óleo-cabreúva, óleo-
vermelho, pau-de-incenso.
Outros Idiomas: balsam von Peru (alemão), el balsamo de Peru (espanhol), baume de Perou (francês), Peru
balsam (inglês), balsam di Peru (italiano).
Descrição Botânica: Planta caducifólia que atinge até 20 metros de altura, com copa pêndula de até seis
metros de diâmetro, raízes profundas e caule de coloração castanha, a qual fornece uma madeira pesada, dura,
irregularmente lustrosa, de superfície áspera e resistente à deterioração, sendo muito usada nas construções
naval e civil, especialmente empregada em assoalhos, esquadrias, vigas, postes, barcos e pontes. As folhas são
pequenas, compostas, imparipinadas, com folíolos ovais, acuminados, com glândulas translúcidas lineares no
limbo e pêlos na face inferior, dispostos ao longo das nervuras. As flores são brancas, reunidas em
inflorescências do tipo cacho e muito aromáticas, sendo que seu perfume pode ser sentido a uma longa
distância, antes mesmo de elas serem visualizadas entre as árvores. A floração acontece entre maio e agosto.
Os frutos são do tipo sâmara, de coloração amarelo-pardacento e se formam entre outubro e novembro.
Composição Química: Triterpeno (11-alfa-metoxi-beta-amirina), guiadieno, difeniletano, diafeniletano,
ácido hidroxi-oleanenóico, ocotilone, hidroxi-damarenona, damarendol, alfa-bourbone, alfa-cadineno, alfa-
calacoreno, alfa-copaeno, alfa-curcumeno, alfa-muroleno, alfa-pineno, benzaldeído, ácido benzóico, benzil-
álcool, benzil-benzoato, benzil-cinamato, benzil-ferulato, benzil-isoferulato, beta-bourboneno, beta-elemeno,
cadaleno, calameneno, cariofileno, cinamaldeído, cinameína, ácido cinâmico, álcool cinâmico, cinamil-
benzoato, cinamil-cinamato, cis-ocimeno, cumarina, D-cadineno, damaradienona, delta-cadineno, ácido di-
hidro-benzóico, ácido di-hidro-cinâmico, ácido di-hidro-mandélico, etil-benzoato, eugenol, farnesol, ácido
ferúlico, gama-muroleno, hidroxi-hopanona, L-cadinol, metil-cinamato, nerolidol, ácido oleanólico, P-cimeno,
peruresinotanol, peruviol, resinas, estireno, ácido sumaresinólico, tanino, toluresinotanol-cinamato e vanilina.
Partes Usadas: Casca do caule, Flores, Resina.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Antibacteriana, Antiblenorrágica, Anticaspa, Antifúngica,
Antiinflamatória, Antiparasitária, Antitussígena, Cicatrizante, Expectorante, Sedativa, Vulnerária.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Empregado na fabricação de tônicos capilares, preparações anticaspa, borrifadores femininos de
higiene, sabão detergentes, cremes, loções e perfumes.
saúde: Usado contra asma, catarro, reumatismo, ferida externas, doenças pulmonares, bronquite,
tuberculose, dor de cabeça, reumatismo e doenças sexualmente transmissíveis, como a gonorréia. Hoje, é
extensamente usado em preparações para o tratamento de úlceras, alopecia (doença que provoca queda de
cabelo), feridas, eczemas e demais afecções cutâneas, em pastilhas e xaropes contra tosse e inflamações na
garganta e ainda em inalações de vapor para a cura de doenças respiratórias. Também vem sendo bastante
empregado como sedativo em casos de cistite.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Se consumida em altas doses, pode provocar irritação gastrintestinal, diarréia e vômito.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical quente.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento:
tipo de solo:
adubação e correção:
necessidade de água: Moderada (De moderada a abundante, dependendo do volume de precipitação
anual).

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Colheita
Flores: Entre maio e agosto.
Casca do caule: Durante todo o ano.
Secagem
Flores: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35°
C.
Casca do caule: Primeiramente, em local sombreado e bem ventilado por 4 a 5 dias; em seguida, é exposta
ao sol, não muito intenso.
Acondicionamento
Flores: Em sacos de pano ou de papel, bem fechados.
Casca do caule: Em tonéis de papelão, bem fechados e em local seco e bem ventilado.

Bálsamo

Cotyledon orbiculata L. - Crassulaceae


O bálsamo é originário da África do Sul e da Ásia. Pode ser encontrado especialmente em colinas e
montanhas, assim como em canteiros de ervas. Cresce com facilidade em qualquer ambiente, desenvolvendo-
se bem em lugares secos e quentes. Suas folhas são normalmente usadas em saladas pelo efeito refrescante
que possuem. Para muitos, a palavra bálsamo não está relacionada diretamente a uma planta e sim a aromas e
a resinas que proporcionam alívio para alguma ferida ou que compõem algum perfume aromático. Daí, a
confusão com esta planta.
Outros Nomes Populares: bálsamo-de-cotiledon, cotilédone.
Outros Idiomas: balsamo (espanhol), oreille de cochon (francês), pig's ear (inglês).
Descrição Botânica: Planta arbustiva, de ciclo perene, de pequeno porte e carnosa. Possui ramos lenhosos, de
onde saem folhas verde brilhantes ou cinzas, suculentas e arredondadas com diâmetro de 5 a 7 centímetros.
Possui flores laranjas ou avermelhadas, com corola gamopétala de cinco pétalas e duas vezes mais estames do
que pétalas. Possui frutos inclusos em um ovário.
Composição Química: Glicosídeos cardiotônicos.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Antiinflamatória, Cicatrizante, Digestiva, Vermífuga.
Usos
culinária: As folhas são utilizadas para o preparo de saladas pois têm um efeito refrescante e digestivo.
beleza: Não é usado.
saúde: As folhas maceradas são popularmente empregadas para eliminar verrugas. O chá das folhas é
usado no tratamento da gota, dores de cabeça e de dente e para expulsar vermes intestinais. A planta é
utilizada ainda como cataplasma no tratamento de dores de ouvido e outras inflamações bem como alguns
problemas de pele como eczema e acne.
outros usos: É utilizada como planta ornamental.
Contra-Indicações: Não deve ser consumida por gestantes, nutrizes e crianças. De modo geral, não é
recomendado o uso em altas doses em seres humanos.
Efeitos Colaterais: Os glicosídeos cardiotônicos em elevada quantidade podem causar intoxicação,
principalmente em animais como cabras e ovelhas. Os sintomas mais comuns são fraqueza e convulsões,
seguidos de paralisia.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Por estaquia, em local definitivo.
espaçamento: 40 x 50 centímetros.
tipo de solo: De textura areno-argilosa, leve e bem drenado.
adubação e correção: Adubação orgânica contendo cinco quilos de esterco de curral curtido por metro
quadrado.
necessidade de água: Baixa.
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.
Secagem

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Folhas: As folhas devem ser consumidas na forma fresca.
Acondicionamento
Folhas: Em câmaras refrigeradas.

Bambu

Pseudosasa japonica (Siebold & Zucc. ex Steud.) Makino ex Nakai - Poaceae (Gramineae)
Planta originária da Ásia, cujo nome vem do malaio, idioma falado na Malásia. O bambu é empregado na
alimentação, na produção de celulose para papel, na carpintaria e como planta ornamental. Pode ser
encontrado facilmente na Índia, Paquistão e China, onde tem grande importância na culinária local.
Outros Idiomas: bambus (alemão), bambú (espanhol), bambou (francês), arrow bamboo (inglês), bambu
(italiano).
Descrição Botânica: Planta rizomatosa, de tamanho médio, que atinge cerca de 3 metros de altura. Ela segue
um ciclo de vida anual, que começa no início da estação quente e que difere das outras plantas - nessa época,
suas folhas do ano anterior começam a se desprender do colmo e são repostas por novas. Ao mesmo tempo,
novas brotações começam a emergir do rizoma subterrâneo e, em poucas semanas, tornam-se colmos novos.
Seus colmos são estreitos e verde-amarelados. As folhas são de tamanho médio, medindo de 12 a 33
centímetros de comprimento e 4,5 centímetros de largura. Também são pontiagudas, com margem serrada. A
superfície superior do limbo foliar é verde escura e brilhante, enquanto a inferior é cinza-esverdeada.
Raramente floresce, mas, quando o faz, forma flores pequenas, parecidas com grama, numerosas e agrupadas
em inflorescências do tipo panícula, que surgem no meio da primavera.
Composição Química: Celulose, ácido silícico, ácido cianídrico, aminoácidos, cálcio, fósforo, mono, poli e
oligossacarídeos, vitaminas C, B1 e B2.
Partes Usadas: Brotos Jovens, Folhas, Rizoma.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Antiasmática, Antitussígena, Calmante, Carminativa, Depurativa,
Digestiva, Estomáquica, Tônica.
Usos
culinária: Os brotos jovens cozidos são muito usados na culinária oriental, principalmente na China. Já as
suas sementes são consumidas na Índia, pela sua abundância e pelo alto valor alimentício. O suco da planta
serve de base para uma bebida alcoólica, conhecida na Índia como "tabacsir".
beleza: Não é usado.
saúde: O consumo regular de brotos de bambu estimula os movimentos peristálticos do estômago e do
intestino, facilitando a digestão e a excreção. No Brasil, a medicina popular usa o chá de folhas de bambu no
combate à tosse. A medicina oriental afirma que o rizoma pode ser usado de modo eficaz na cura de erupções
na pele. A planta também é usada contra paralisia, gases intestinais e como contra-veneno em casos de
envenenamento. A medicina popular acredita que uma pomada feita de sua raiz é ideal para curar tumores e
cirrose. Uma secreção com silício própria da planta é considerada afrodisíaca, calmante e tônica e é usada em
tosses e asma.
outros usos: Aproveitado na produção de celulose para papel, carpintaria, artesanato e como planta
ornamental.
Contra-Indicações: Não encontrado na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Os brotos crus podem ser tóxicos, pois contêm ácido cianídrico. A planta em si, bem
como os fungos que vivem nela, podem causar dermatite de contato na pele de pessoas sensíveis.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Divisão de rizomas contendo alguns colmos.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: De textura arenosa, rico em nutrientes, bem drenado e com pH entre 4,3 e 7,3.
adubação e correção: Recomenda-se aplicar um fertilizante para grama depois que as brotações
começarem a surgir.
necessidade de água: Moderada (A irrigação se faz necessária somente em casos de estiagem).
Colheita
Brotos Jovens: Para fins de alimentação, são colhidos quando chegam à altura de 75 centímetros.
Folhas: Quando necessário, durante todo o ano. A primeira ocorre em média 3 anos após o plantio.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Rizoma: Não encontrado na literatura consultada.
Secagem
Brotos Jovens: Normalmente utilizados frescos, após longa cocção para neutralizar o efeito do ácido
cianídrico.
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Rizoma: Cortado em pedaços, ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com
temperatura máxima de 50º C.
Acondicionamento
Brotos Jovens: Não encontrado na literatura consultada.
Folhas: Em sacos de papel, em local seco e bem ventilado.
Rizoma: Em sacos de papel, em local seco e bem ventilado, livre do ataque de insetos.

Banana

Musa spp - Musaceae


A origem da banana é a Ásia, mais especificamente a Índia. Existem muitos tipos de bananas, mas as
comestíveis são agrupadas em variedades de acordo com a consistência e a coloração da casca e da polpa. Por
exemplo, as bananas de mesa incluem as variedades maçã, ouro, prata e nanica; as bananas para fritar são das
variedades terra e figo; e, para cozinhar, o ideal é a banana das variedades terra, norte e pacova.
A banana é considerada uma fruta perfeita, pois possui muitas qualidades, tais como: amadurece aos poucos e
fora do pé; é fácil de mastigar, pois não é nem muito dura, nem muito mole; não tem caroços nem núcleo
duro; não dá trabalho para descascar, tornando-se fácil para comer sem sujar as mãos. Hoje a banana é uma
das frutas mais consumidas no Brasil.
Outros Nomes Populares: bananeira, pacoba, pacova.
Outros Idiomas: banane (alemão), banana ou plátano (espanhol), banane (francês), banana (inglês), banano
(italiano).
Descrição Botânica: Planta com caule suculento e subterrâneo, cujo tronco falso (pseudocaule) é formado
pelas bases superpostas das folhas. As folhas são grandes, de coloração verde-clara e brilhante. As flores
reúnem-se em cachos e surgem em séries a partir do chamado "coração" ou "umbigo" da bananeira. O fruto é
uma cápsula com formato alongado, de casca mole, com a polpa carnosa de coloração amarelada, variável de
acordo com a variedade. A banana selvagem possui sementes, mas as variedades hoje consumidas foram
desenvolvidas para formar um mesocarpo carnoso e perder as sementes, sendo, portanto, um tipo carpológico
anômalo.
Composição Química: Niacina, taninos, mucilagens, ácido cítrico, ácido fólico, ácido isovalérico, ácido
málico, ácido oxálico, ácido tartárico, dopamina, epinefrina, maltose, noradrenalina, pectina, sais minerais
(especialmente o potássio), vitaminas (C e B6) e serotonina.
Partes Usadas: "Coração" ou "umbigo", Casca do fruto, Frutos, Seiva extraída do pseudocaule.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-helmíntica, Anti-séptica, Cicatrizante, Emoliente, Nutritiva.
Usos
culinária: É consumida ao natural ou na forma de sucos e vitaminas. Usada em saladas de frutas e no
preparo de diversos tipos de doce (bananada, banana assada com canela, tortas, pavês etc). Usada ainda em
pratos salgados, especialmente para o preparo de molhos (como no fígado à mexicana, prato que usa molho de
banana curtida no vinho). Empanada e frita, é um acompanhamento do virado à paulista. O "coração" ou
"umbigo" é usado na cozinha mineira, cortado em tiras bem finas e refogado.
beleza: Combate o ressecamento da pele (amasse uma banana e meio abacate e aplique na pele, deixando a
mistura durante 20 minutos; retire com água morna e, a seguir, faça uma massagem com leite morno e
manteiga derretida). É usada ainda em pomadas para o tratamento da acne rosácea; em máscaras corporais,
como esfoliativo enzimático; em cremes e máscaras para o tratamento de queimaduras e ferimentos; em
xampus, loções tônicas e máscaras remineralizantes que ajudam a tirar o volume dos cabelos crespos. Pode ser
usada juntamente como o óleo de semente de uva.
saúde: Contra asma, úlceras, icterícia, anemia, prisão de ventre, pneumonia, enfermidades renais e
intestinais, afecções da pele e afecções pulmonares.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: De acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações ao uso ou consumo.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, não há efeitos colaterais advindos do uso ou
consumo.
Cultivo e Conservação
clima: Quentes e úmidos, preferindo as planícies próximas ao mar e resguardadas dos ventos.
exposição solar: Plena.
propagação: Mudas da planta-mãe.
espaçamento: 2,40 metros entre linhas e 2,10 metros entre plantas.
tipo de solo: Pode ser plantada em qualquer tipo de solo, durante a estação chuvosa.
adubação e correção: As adubações devem ser parceladas, com aplicação de fertilizantes de zinco, cobre,
boro e ferro.
necessidade de água: Moderada (A banana não suporta solos encharcados).
Colheita
Frutos: Os cachos de banana devem ser colhidos ainda verdes, porém já desenvolvidos. A bananeira
produz o ano inteiro.
"Coração" ou "umbigo": Assim que o cacho for colhido, corte o "coração" ou o "umbigo", separando-o
do cacho.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
"Coração" ou "umbigo": Usado na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: Em local seco e fresco; não devem ser guardados na geladeira, pois a casca dos frutos escurece.
"Coração" ou "umbigo": Na geladeira, por até três dias.

Barbatimão

Stryphnodendron barbatima Mart. - Fabaceae (Leguminosae)


Encontrada em todo o Brasil, exceto na região Sul, essa planta era usada no início do século 19 pelos índios na
fabricação de tinta vermelha. Hoje, é usado nos curtumes para o tratamento do couro pela ação adstringente.
Foram os índios quem descobriram as propriedades medicinais contidas na casca do barbatimão. O nome
também surgiu de um termo tupi, "yba timo", que significa "árvore que aperta". Das 26 espécies existentes no
gênero Stryphnodendron, 25 são originárias do Brasil.
A aceitação científica em relação aos benefícios do barbatimão veio em 1929, quando a planta foi incluída na
1ª edição da Farmacopéia Brasileira.
Outros Nomes Populares: barba-de-timan, barba-de-timão, barbatimão-verdadeiro, casca-da-mocidade,
casca-da-virgindade, iba-timão, ibatimô, paricarana, uabatimô, ubatima, ubatimó.
Outros Idiomas: barbatimão (alemão), barbatimão (espanhol), barbatimão (francês), barbatimão (inglês),
barbatimão (italiano).
Descrição Botânica: Árvore de ciclo perene, que atinge até 10 metros de altura e que cresce de forma
solitária. O caule, com até 30 centímetros de diâmetro, é revestido por córtex espesso. As flores são amarelas,
pequenas e numerosas e aparecem entre os meses de setembro e novembro. As folhas são grandes, com até 30
centímetros, alternas, bipenadas e com bases assimétricas. O fruto é de coloração escura e nasce diretamente
no caule entre julho e setembro.
Composição Química: Taninos condensados, substâncias monoméricas (flavan-3-óis) e proantocianidinas
(entre elas 8 tipos de prodelfinidinas e 8 prorobinetinidinas).
Partes Usadas: Casca do caule.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-hemorrágica, Anti-séptica, Antibacteriana, Antiblenorrágica,
Antidiabética, Antidiarréica, Antiescorbútica, Antileucorréica, Cicatrizante, Coagulante sangüíneo, Diurética,
Emética, Hipotensora, Oftálmica, Tônica.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Não é usado.
saúde: Usado contra corrimento vaginal, escorbuto, hemoptise, hemorragias uterinas, leucorréia, impigens,
feridas, úlceras, diarréia e diabetes.
outros usos: É utilizado nos curtumes para o tratamento do couro pela sua ação adstringente. No passado,
foi usado pelos índios na produção de tinta vermelha.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 127


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Prefere o clima tropical, mas cresce também em regiões de cerrado com outro tipo de clima.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes em viveiro.
espaçamento: 6 metros entre plantas.
tipo de solo: Seco, bem drenado, profundos, ácidos e de baixa fertilidade.
adubação e correção: Não necessita.
necessidade de água: Baixa.
Colheita
Casca: Quando a árvore estiver bem crescida.
Secagem
Casca: Ao sol ou em secador, com temperatura máxima de 60º C.
Acondicionamento
Casca: Em vidros bem fechados e longe da luminosidade.

Bardana

Arctium lappa L. - Asteraceae (Compositae)


A bardana é uma planta originária da Ásia (Japão). Seu nome, "arctium", é derivado do grego "arktos", ou
"urso", em alusão à rusticidade e aspereza de seus frutos. A palavra "lappa" significa "agarrar" ou ainda pode
derivar da palavra céltica "llap" que significa "mão". É uma planta versátil, que pode ser usada na
alimentação, na cosmética e na medicina.
Outros Nomes Populares: bardana-maior, erva-dos-tinhosos, lapa, orelha-de-gigante, pegamassa.
Outros Idiomas: große klette (alemão), bardana (espanhol), bardane (francês), burdock (inglês), bardana
maggiore, lapp bardana, lappola (italiano), arctii lappae (latim).
Descrição Botânica: A bardana é uma planta de porte herbáceo, de ciclo bianual e que atinge de 50
centímetros a 2 metros de altura. Seu caule é robusto e estriado. As folhas são grandes, de coloração verde e
textura lisa na parte superior do limbo e cinzenta e aveludada na parte inferior. As flores têm coloração
violácea ou azulada e são agrupadas em inflorescências do tipo cacho. Os frutos são globulares, do tipo
aquênio, e contêm falsos espinhos na superfície.
Composição Química: ácido arético, ácido caféico, ácido clorogênico, ácidos graxos, ácidos orgânicos, ácido
tânico, arctiina, arctiol, arctinona, arctiopricina, benzaldeído, fenil-acetaldeído, fitosteróis, gobosterina,
inulina, lapina, lapolina, mucilagens, resina, sitosterol, stigmasterol e taninos.
Partes Usadas: Folhas, Raízes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-seborréica, Anti-séptica, Anticaspa, Antiescorbútica,
Antiinflamatória, Antimicrobiana, Antineoplásica, Calmante, Cicatrizante, Colagoga, Depurativa, Diurética,
Emoliente, Hipoglicêmica, Tônica.
Usos
culinária: As raízes são usadas como vegetal, na forma cozida, em ensopados e feijões; as folhas são
cozidas como verdura.
beleza: Abscessos, eczema, acne, restauração do tônus da pele, caspa, coceira e dor por picada de insetos,
dermatites seborréicas, queda de cabelo e micose nas unhas.
saúde: Afecções da área genital, gota, diabetes, furúnculos, escorbuto, psoríase, reumatismo, cálculos
urinários e cólicas biliares.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: crianças e pessoas com diarréia ou feridas abertas.
Efeitos Colaterais: convulsões, parada respiratória, irritação na pele e nos olhos.
Cultivo e Conservação
clima: temperatura média anual de 16 a 22ºC.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes.
espaçamento: 30 x 50 centímetros.
tipo de solo: textura arenosa, profundo, rico em nutrientes, bem drenado e com pH 5,0-8,5.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade; adubação mineral nos casos de deficiência de nitrogênio, potássio e fósforo.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: antes da floração, na primavera.
Raízes: no outono, quando a parte aérea está dormente.
Sementes: no inverno.
Secagem
Folhas: na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 40ºC.
Raízes: devem ser lavadas antes da secagem; na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com
temperatura máxima de 70ºC.
Acondicionamento
Folhas: em recipientes de vidro ou sacos de papel.
Raízes: em sacos de papel ou de pano.

Batata-de-purga

Ipomoea purga (Wender.) Hayne - Convolvulaceae


Planta originária do México e introduzida na Europa no século 17, onde ganhou popularidade. É conhecida no
mundo todo como uma planta de grande efeito purgativo - para se ter uma idéia, na Inglaterra, a palavra
"jalap", que é como a planta é chamada na língua inglesa, também designa o nome do remédio purgante que é
feito das raízes dela. Seus sinônimos científicos são Convolvulus officinalis, Convolvulus purga, Exogonium
purga, Ipomoea jalapa, Ipomoea schiedeana.
Outros Nomes Populares: jalapa, jalapão.
Outros Idiomas: jalapa (alemão), jalapa (espanhol), jalap (francês), jalap (inglês), jalapa (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, trepadeira e de ciclo perene. Sua raiz é fusiforme, enrugada e tem cor
marrom-escura. Possui tubérculos subterrâneos. As folhas são membranáceas e de formato que lembra um
coração. Suas flores são vistosas, afuniladas e raiadas. Os frutos têm a forma de uma cápsula e contêm
sementes globosas.
Composição Química: Ácido caféico, convolvulina, jalapina, ácido jalapinólico, resina, escopoletina, amido,
ácido valérico.
Partes Usadas: Raízes.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Antiinflamatória, Depurativa, Diurética, Febrífuga, Purgativa.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: Utilizada principalmente no tratamento de prisão de ventre. O uso popular abrange ainda o
tratamento de edemas, inflamações, dor de cabeça e febre.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser consumida por gestantes e nutrizes.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado quente.
exposição solar: Plena.
propagação: Por divisão de tubérculos.
espaçamento: 80 x 40 centímetros.
tipo de solo: Solto, bem drenado, de textura arenosa ou areno-argilosa e com média ou baixa acidez.
adubação e correção: Esterco de curral bem curtido e composto orgânico.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Raízes: De 120 a 180 dias após o plantio.
Secagem
Raízes: Cortadas em fatias ao sol ou em secador, com temperatura máxima de 50º C.
Acondicionamento
Raízes: Em lugar seco e fechado, de preferência em sacos de papel.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Batata

Solanum tuberosum L. - Solanaceae


Cultivada em todo o mundo, com exceção das terras baixas tropicais. Acredita-se que a batata foi domesticada
na América do Sul pelas civilizações pré-colombianas, cerca de 2000 a 5000 anos a.C. Pelos registros
arqueológicos, o local mais provável dos primeiros cultivares de batata foi o planalto da Bolívia e do Peru,
próximo ao lago Titicaca.
A batata foi levada para a Europa no final do século 16. Lá, apenas algumas variedades foram selecionadas, o
que fez com que a sua cultura tivesse uma base genética muito homogênea e limitada no continente europeu –
situação que durou por cerca de dois séculos, até que os cruzamentos genéticos novamente originassem
espécies mais nutritivas.
Outros Nomes Populares: batata-do-reino, batata-inglesa, batateira, batatinha.
Outros Idiomas: kartoffel (alemão), patata ou papa (espanhol), pomme de terre (francês), potato (inglês),
patata (italiano).
Descrição Botânica: A batateira, uma das dicotiledôneas mais importantes na alimentação mundial, é um
arbusto anual de pequeno porte, com flores brancas ou arroxeadas, localizadas nas plantas dos ramos mais
altos da planta. Da base do caule partem diversos prolongamentos chamados de estolões, em cujas pontas se
formam as batatas, que são reservas nutritivas para a planta enfrentar o inverno de suas regiões de origem. As
raízes são compridas, com crescimento superficial.
Composição Química: O princípio ativo é o alcalóide solanina. Além disso, possui grande quantidade de
fécula, um tipo de amido, vitaminas B e C e diversos minerais, especialmente o potássio. Na sua composição
química entram também acetona, ácido ascórbico, ácido caféico, ácido cítrico, ácido jasmônico, ácido láctico,
ácido linoléico, ácido oxálico, acroleína, adenina, alanina, alantoína, amido,  e ß-amilase, arabinose,
arsênico, campesterol, ß-caroteno, catecholase, ß-chaconina, cholina, cinarosídeo, citrostadienol,
criptoxantina, diazepam, epilubimina, geraniol, gibberelinas, furfurol, isolubimina, kaempferol, luteolina,
mucilagem, noradrenalina, pectina, ß-sitosterol, -solamarina e tanino.
Partes Usadas: Tubérculos.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Antiinflamatória, Calmante, Cicatrizante, Emoliente, Nutritiva,
Remineralizante.
Usos
culinária: É um ingrediente curinga na cozinha, pois serve para uma infinidade de pratos. Seu sabor
"neutro" combina com inúmeras preparações. A batata pode ser comida de mil e uma formas: cozida, frita,
assada com casca ou sem casca, como recheio, em saladas, purês, bolinhos, croquetes, tortas, rocamboles,
pães, biscoitos, cozidos, refogados, maioneses.
beleza: A água de batata (água com pedaços de batata crua imersos por uma hora) age contra acne,
desnutrição da pele, feridas e rachaduras na pele.
saúde: Indicada contra diarréias e, na forma de purê, como calmante nas irritações intestinais. Banhos com
água e pedaços de batata com casca são bons contra frieiras, artrite e má-circulação nas mãos e nos pés. Suco
de batata crua vem funcionando bem contra úlceras no estômago.
outros usos:
Contra-Indicações: Por conter muito potássio, é contra-indicada para quem sofre dos rins. Batatas com a
casca esverdeada ou com pequenos brotos não devem ser consumidas, pois isso indica que elas contêm grande
quantidade de solanina, que é um alcalóide tóxico.
Efeitos Colaterais: Em quantidade excessiva ou uso constante pode levar à prisão de ventre, à dilatação do
estômago e à produção de gases. Se comida quando a casca está esverdeada ou com pequenos brotos, a batata
pode causar enjôos, vômitos, diarréia, dores de cabeça e nos membros, e, dependendo da quantidade de
solanina ingerida e da sensibilidade da pessoa, pode provocar até edema agudo de pulmão e morte.
Cultivo e Conservação
clima: Ameno, com chuvas bem distribuídas e temperaturas abaixo de 24º C. Acima desse valor, a
produção é pequena, e acima dos 30º C é praticamente inexistente. No entanto, frio demais também não é
indicado.
exposição solar: Plena.
propagação: Reproduz-se por sementes, mas a forma mais comum de propagação é pelas batatas-semente,
que são tubérculos germinativos.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
espaçamento: De 80 centímetros a 1 metro entre plantas.
tipo de solo: Prefere os solos de textura areno-argilosa, fofos, bem drenados, com boa fertilidade e pH 4,6.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 40 ou 50
centímetros de profundidade, dois meses antes do plantio. O potássio, o fósforo e o nitrogênio são os
nutrientes mais importantes para a planta.
necessidade de água: Abundante (Mas sem encharcar o solo).
Colheita
Tubérculos: Quando a planta seca e a casca da batata não se solta, o que ocorre cerca de 80 dias após o
plantio. Colha as batatas usando uma enxada, mas com cuidado para não ferí-las.
Secagem
Tubérculos: Requerem um período de cura para que a película dermal fique bem aderida ao tubérculo.
Assim que colher as batatas, deixe-as sobre o canteiro por um período de meia a uma hora. A cura deve ser
feita durante 3 a 4 dias, sob temperatura de 20ºC e alta umidade relativa do ar.
Acondicionamento
Tubérculos: Em caixas de laminado de madeira, em local fresco, bem ventilado e nem muito escuro (o
que favorece a germinação), nem com excesso de luz (o que provoca o esverdeamento).

Batata-doce

Ipomoea batatas (L.) Lam - Convolvulaceae


Originária do continente americano, era cultivada nas regiões do Peru e do México muito antes da chegada de
Cristóvão Colombo, que a introduziu na Europa. Durante o período colonial, portugueses e espanhóis
levaram-na para a África e a Ásia, onde passou a ser cultivada em grande escala. No Brasil, é popular de norte
a sul e ocupa grande espaço na alimentação humana e na indústria.
Outros Nomes Populares: batata-da-ilha, batata-da-terra, jatica, jetica.
Outros Idiomas: camote (alemão), camote ou boniato (espanhol), patate douce (francês), sweet potato
(inglês), patata dolce (italiano).
Descrição Botânica: Planta de caule rastejante com 2 ou 3 metros de comprimento. As folhas são verdes ou
arroxeadas, em forma de ponta de lança ou coração, apresentando diferenças quanto ao tamanho, cor da casca
e polpa, podendo ser brancas, amarelas, alaranjadas, rosas ou roxas. A maior parte das raízes se concentra nos
primeiros 10 centímetros de terra, enquanto a raiz principal e outras secundárias se aprofundam mais.
Composição Química: Amido, vitaminas A B e C, ferro, minerais, carboidratos, fósforo e cálcio.
Partes Usadas: Folhas, Raízes.
Propriedades Medicinais: Antianêmica, Antiinflamatória, Emoliente, Eupéptica, Fortalecedora,
Mineralizante, Vitaminizante.
Usos
culinária: A raiz poder ser consumida cozida, assada ou frita, ou ainda usada na preparação de purês,
doces e bolos. As folhas são usadas no preparo de refogados.
beleza: Por ser rica em vitamina A, ajuda na conservação da pele e no crescimento de cabelos.
saúde: Usada no tratamento de anemias, abscessos, furúnculos, convalescença, hipovitamiose A e C e mau
funcionamento das funções digestiva e gastrintestinal.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado quente.
exposição solar: Plena.
propagação: Por batatas brotadas ou ramas novas.
espaçamento: 80 x 40 centímetros.
tipo de solo: Solto e drenado, de textura arenosa ou areno-argilosa e com média ou baixa acidez.
adubação e correção: Esterco de curral bem curtido e composto orgânico.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Folhas: Durante todo o ano.
Raízes: De 120 a 180 dias após o plantio.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local bem ventilado e sombreado, ou em secador, com temperatura de 35° C.
Raízes: Cortadas em fatias ao sol, para um rápida secagem.
Acondicionamento
Folhas: Lugar seco e fechado quando secas. As folhas frescas devem ser acondicionadas na geladeira.
Raízes: Em lugar seco e fechado, de preferência em sacos de papel.

Batata-mexicana

Dioscorea sylvatica var. sylvatica (Kunth) Eckl. - Dioscoreaceae


O nome Dioscorea foi concebido em homenagem a Pedanios Dioscorides, físico romano e herborista do
século 1, pioneiro na compilação de material referente à medicina com ervas. Essa planta era cultivada já há
2000 anos na Ásia quando, na expansão dos povos árabes para o Ocidente, no século 14, chegou à costa
africana. Passou a ser muito cultivada principalmente na África do Sul, além do Zimbábue e outras regiões
centrais do continente, onde há florestas e bosques. Por ser de fácil cozimento e ter propriedades curativas,
tornou-se um alimento básico dos povos africanos, que a levavam consigo nos barcos em que eram
transportados como escravos; era sua única forma de sustento. Desta maneira, chegou ao continente
americano e foi adaptada aos costumes locais. Aqui, foi batizada com o som que se fazia ao comê-la - "nãm,
ñam" – e, em espanhol, ficou conhecida como Ñame. Atualmente, é muito cultivada ao longo do leste e meio-
oeste dos Estados Unidos e em vários países da América Latina, especialmente México e Venezuela. O
formato arredondado e espesso de sua raiz faz lembrar a pata de um elefante, semelhança que deu origem a
um de seus nomes populares em inglês, "Elephant’s foot".
Outros Idiomas: batata mexicana (espanhol), forest elephant’s foot (inglês).
Descrição Botânica: Planta rizomatosa que pode atingir cerca de 5 metros de altura. Possui rizoma tuberoso
com marcas reticuladas, é espesso, feculento, disforme e irregular, e pode pesar até 18 quilos. O talo é grosso
e lenhoso, grande e aplainado. As folhas possuem nervuras aparentes, longo pecíolo e formato cordato.
Composição Química: Saponinas e diosgeninas.
Partes Usadas: Caule, Raízes, Rizoma.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Analgésica, Antidepressiva, Antiemética, Contraceptiva, Depurativa,
Emenagoga, Expectorante, Sedativa.
Usos
culinária: É um dos ingredientes básicos da cozinha mexicana, muito utilizada também na brasileira. No
México e na Venezuela, costuma-se adicioná-la em pratos com frituras, sopas ou guisados.
beleza: É utilizada como creme ou pílulas no tratamento contra os efeitos envelhecedores da menopausa e
da andropausa.
saúde: Indicada contra a menopausa, problemas de próstata, osteoporose, apatia sexual, perda de massa
muscular, tendência ao acúmulo de gorduras, alterações emocionais tendentes à melancolia e depressão,
problemas gastrintestinais, náuseas matinais (principalmente durante a gravidez), dores menstruais, dores nas
articulações, longevidade. Dentro do organismo, os seus compostos conhecidos por fitoestrógenos podem
transformar-se em cortisona, estrógenos e compostos similares a progesterona feminina, substituindo
hormônios essenciais para a boa saúde e longevidade, que o corpo vai perdendo ao passar dos anos. Por isso, é
muito indicada para pessoas com mais de 45 anos.
outros usos: Não há.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Por divisão de tubérculos.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Não encontrado na literatura consultada.
adubação e correção: Não encontrado na literatura consultada.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Caule: Nos meses de verão.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Raízes: Nos meses de verão.
Secagem
Caule: Nos meses de inverno ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado ou em secador, com
temperatura máxima de 45°C.
Raízes: Nos meses de inverno ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado ou em secador, com
temperatura máxima de 50°C.
Acondicionamento
Caule: Em sacos de pano ou plástico atóxico, em local seco, escuro e bem ventilado, livre do ataque de
predadores.
Rizoma: Em sacos de pano ou plástico atóxico, em local seco, escuro e bem ventilado, livre do ataque de
predadores.

Baunilha

Vanilla fragans Ames. - Orchidacea


A baunilha é uma orquídea com frutos aromáticos que foi descoberta pelos índios sul-americanos da América
Central, muito antes de os espanhóis sequer sonharem em descobrir a América. Seu nome científico, "vanilla",
é diminutivo de "vaina", que significa "vagem", em alusão ao formato de seus frutos. A palavra "fragans"
significa aromática, fragrante. A baunilha inicialmente era utilizada pelos índios astecas para aromatizar os
alimentos, os cosméticos e o chocolate, na época chamado de "choclatl", bebida feita com grãos de cacau
moídos, farinha de milho, mel e baunilha. Eles a chamavam então de "tlilxochitl", que significa "vagem
negra". Hoje em dia ela é usada amplamente na elaboração de diversos doces e ainda é reputada a propriedade
de afrodisíaca.
Outros Idiomas: echte vanille (alemão), vainilla (espanhol), vanille (francês), vanilla (inglês).
Descrição Botânica: A baunilha é uma planta de porte herbáceo-trepador, de ciclo perene. Seu caule é
carnoso, suculento e espesso. Seus ramos são flexíveis e necessitam de um tutor, natural ou artificial. Das
folhas partem raízes adventícias que se fixam ao tutor. Suas flores são de coloração verde-amarela e
agrupadas em inflorescências do tipo cacho. É da mesma família da orquídea e possui frutos do tipo vagem e
de coloração marrom.
Composição Química: ácido acético, ácido vanilil etílico, açúcares, álcool etílico, ceras, cinamato, eugenol,
fermentos, furfurol, gorduras, mucilagem, resinas, taninos e vanilina.
Partes Usadas: Frutos secos.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Antiespasmódica, Aromatizante, Estimulante, Tônica.
Usos
culinária: Aromatizar o chocolate, condimentar pastéis doces, panquecas, pudins, sorvetes, biscoitos,
cremes e molhos para sobremesas.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: Espasmos e falta de energia.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: quente úmido tropical.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: estaquia de ramos novos.
espaçamento:
tipo de solo: textura areno-argilosa, rico em nutrientes e matéria orgânica e bem drenado.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Frutos: terceiro ano após o plantio, no período de seca.
Secagem
Frutos: por meio de técnicas especiais, os frutos são secos de forma a aumentar o aroma.
Acondicionamento

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Frutos: imersos em açúcar em recipientes de vidro bem fechados.

Beladona

Atropa belladonna L. - Solanaceae


CUIDADO: VENENOSA
Originária da Europa e da Ásia, a beladona é uma planta ornamental que cresce à beira das florestas, nos
escombros e em lugares abandonados. Toda a planta é extremamente venenosa e são conhecidos casos de
envenenamentos mortais em crianças e em adultos. Entretanto, utilizada na dosagem certa, serve para fins
terapêuticos. Tem também efeitos psicoativos, provocando alucinações.
O nome científico Atropa vem da mitologia grega. Das três Parcas, Atropos era aquela que tinha por função
cortar o fio da vida. A palavra "atropos" quer dizer "inelutável, invencível". Diz a lenda que os romanos
utilizavam o suco das bagas da beladona para dilatar as pupilas oculares e criar uma palidez artificial, a fim de
realçar a beleza das mulheres. Daí o nome "belladonna", ou "bela dama", dado à planta.
Outros Idiomas: Belladonna (espanhol), Belladone (francês), Belladonna ou Deadly nightshade (inglês),
Belladonna (italiano).
Descrição Botânica: planta de caule ramificado, formando um tufo vasto, suportado por uma enorme raiz
cônica. As folhas são grandes, alternas, ovais e moles. Nas axilas das folhas, surgem flores castanho-
avermelhadas, campanuladas e pedunculadas, que se transformam mais tarde em bagas globosas e negras.
Composição Química: Atropina, ácido atrópico, beladonina, escopolamina e hiosciamina.
Partes Usadas: Flores, Folhas.
Propriedades Medicinais: Antiespasmódica, Calmante, Diaforética, Diurética.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: Extratos e tinturas obtidas pela indústria farmacêutica, bem como remédios feitos à base de
alcalóides isolados, servem para relaxar os músculos lisos, reduzir dores de cólicas urinárias e da vesícula
biliar, aliviar crises de asma e reduzir os suores noturnos dos tuberculosos. A atropina, que provoca dilatação
da pupila ocular, é utilizada em exames oftalmológicos.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Um dos alcalóides ativos na beladona, a atropina, é de uso perigoso, pois torna toda a
planta extremamente venenosa. Por isso essa planta nunca deve ser usada em preparados caseiros: utilize
apenas os medicamentos industrializados, seguindo rigorosamente as indicações dos profissionais de saúde.
Efeitos Colaterais: São conhecidos casos de envenenamentos mortais em crianças e adultos, que confundem
as bagas da beladona com as do murtilho. O chá das folhas causa efeitos alucinógenos e, se for muito
concentrado, também pode provocar a morte.
Cultivo e Conservação
clima: Ameno com elevada altitude.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes, divisão de touceiras, divisão de rizomas, estacas e rebentos.
espaçamento: De 80 a 100 centímetros entre linhas e de 60 a 80 centímetros entre plantas.
tipo de solo: De aluvião, leve, profundo, permeável e de textura arenosa, argilo-magnesiana.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade; adubação nitrogenada e fosfatada.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Antes de formar os botões florais; colhe-se só as folhas superiores.
Flores: Botões fechados, antes que as flores comecem a desabrochar.
Secagem
Folhas: Em estufa, começando com a temperatura ambiente e aumentando-a gradativamente até alcançar
45°C. Depois, diminuindo a temperatura gradualmente (esse processo deve durar por volta de 24 a 48 horas);
completa-se a secagem ao ar livre, em local coberto e bem ventilado, durante um mês, no mínimo.
Flores: Em secador, com temperatura máxima de 40º C.
Acondicionamento
Folhas: Depois se secas, prensar na forma de fardos.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 134


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Flores: Em sacos de plástico, bem fechados e longe da luminosidade.

Beldroega

Portulaca oleracea L. - Portulacaceae


O gênero Portulaca inclui cerca de 40 espécies de plantas rasteiras, suculentas, anuais e bianuais, distribuídas
amplamente nas regiões temperadas mornas. Mas a Portulaca oleracea é a verdadeira beldroega, cultivada
como verdura para saladas em muitas partes do mundo.
Uma das primeiras verduras usadas pelo homem, tanto na culinária como na medicina caseira, foi descrita
pelos chineses no ano 500 d.C. e muito cultivada não só na China, mas também na Índia e no Egito Antigo.
Durante a colonização dos Estados Unidos, foi intensamente consumida pelos pioneiros colonizadores.
Atualmente a França é o principal produtor europeu e também o maior consumidor da planta.
O nome em latim, Portulaca, foi dado originalmente por Plínio. Chegou ao nome popular "beldroega" por
meio da forma arábica "burd(u) lagâ".
Outros Nomes Populares: bredo-de-porco, caaponga, ora-pro-nobis, porcelana, portulaca.
Outros Idiomas: Gemüse-Portulak (alemão), Verdolaga (espanhol), Pourpier (francês), Purslane (inglês),
Porcellana comune (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea anual, com caule avermelhado, talos espessos, grossos, suculentos e
rasteiros, alastrando-se pelo chão e medindo entre 20 e 40 centímetros de comprimento. Suas folhas são
opostas, pequenas, ovaladas e carnosas, com até 3 centímetros de comprimento, com grande quantidade de
reserva de água. As flores são pequenas, amarelas e com 4 a 6 pétalas, aparecendo no verão e desabrochando
apenas com o sol da manhã. O fruto é uma cápsula oval, com inúmeras sementes pretas. Seu ciclo vegetativo
dura cerca de 80 dias. Estima-se que cada pé produza cerca de 10 mil sementes, que podem permanecer
dormentes no solo por cerca de 20 anos. Por isso, a planta apresenta uma extraordinária capacidade de
reprodução.
Composição Química: Mucilagens, vitaminas A, B e C, cálcio, fósforo e ferro. Rica fonte de ácidos
gordurosos ômega-3.
Partes Usadas: Folhas, Sementes, Talos.
Propriedades Medicinais: Anticaspa, Antiescorbútica, Antiinflamatória, Antitérmica, Diurética, Emenagoga,
Emoliente, Fortificante, Laxante, Refrescante, Resolutiva, Tônica, Vermífuga, Vulnerária.
Usos
culinária: São usados apenas folhas e brotos verdes e novos, não se devendo comer as folhas murchas. As
folhas e os talos são utilizados em saladas cruas, ensopados, sopas, caldos e sucos. Suas propriedades
medicinais e seu valor nutricional são idênticos ao do espinafre.
beleza: Não é usada.
saúde: As folhas maceradas são usadas em compressas, aplicadas topicamente sobre inflamações,
queimaduras, eczemas, erisipelas, picadas de abelhas e insetos, mordidas de cobras e contra queda de cabelo e
nevralgias. Usado internamente, o suco das folhas e dos talos abaixa a febre, combate a acidez estomacal,
limpa toxinas e age contra infecções bacterianas, disenteria, enterite aguda, apendicite, mastite, hemorróidas,
sangramento pós-parto e inflamações nos olhos. Importante no ainda tratamento de problemas do fígado, da
bexiga e dos rins, facilitando a eliminação de cálculos biliares. Os talos, preparados por infusão, são úteis
contra icterícia. Comidas em jejum, as sementes ajudam a eliminar vermes intestinais. Uma pesquisa recente
mostrou que a beldroega é uma rica fonte de ácidos gordurosos ômega-3, adicionados hoje em alguns tipos de
leite e considerados importantes para prevenir ataques do coração e para fortalecer o sistema imunológico.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser usada por mulheres grávidas ou pacientes com problemas digestivos. Na
forma crua, não deve ser ingerida em exagero, pois às vezes as plantas acumulam oxalatos, que são tóxicos.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Não é exigente quanto ao clima, crescendo espontaneamente em todo o mundo, em regiões
tropicais, subtropicais e temperadas mornas.
Exposição Solar: meia-sombra ou plena.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Sementes, espalhadas na primavera, ou ramos acomodados no local definitivo.
espaçamento: 10 centímetros entre plantas.

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tipo de solo: Cresce em vários tipos de solo, mas prefere os úmidos e férteis; quando está presente como
planta invasora, indica bom padrão de fertilidade do solo.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Folhas: O ano inteiro, mas de preferência no início do verão, antes do florescimento (toda a planta é
colhida).
Secagem
Folhas e Talos: Consumidos preferencialmente na forma fresca, mas, para compressas e chás, podem ser
secos à sombra, em local ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º C.
Sementes: Em secador com temperatura máxima de 40º C.
Acondicionamento
Folhas e Talos: As folhas e os talos frescos devem ser guardados em sacos de plástico transparente, bem
fechados, na geladeira. Os talos e folhas secos devem ser armazenados em sacos plásticos transparente, bem
fechados.
Sementes: Em recipientes de vidro.

Benjoim

Styrax benzoin Dryand. - Styracaceae


Planta originária da Tailândia, de Java, de Bornéu e de Sumatra (Indonésia), onde hoje é cultivada para fins
comerciais (resina e óleo essencial são exportados para os mercados europeus). O nome "benjoim" vem do
árabe "lubãn jãui", que significa "resina de Java, incenso". Esse termo foi entendido pelos europeus como
"benjawi", mais tarde como "benjamin", e, então, "benzoin". Na Índia, a fragrância do benjoim é sagrada para
a tríade Brahma-Shiva-Vishnu, enquanto os malaios a utilizam para espantar os demônios durante suas
cerimônicas de colheita do arroz. A propriedade anti-séptica da resina de benjoim é conhecida na Malásia há
séculos. No século 14, o viajante marroquino Ibn Batuta chamou a espécie Styrax benzoin de "olíbano de
Java", por causa da semelhança de suas propriedades com o olíbano usado desde os tempos bíblicos. O
benjoim até hoje é usado na fabricação de incensos apreciados tanto pelos muçulmanos e hindus quanto pelos
cristãos.
Outros Nomes Populares: beijoeiro, beijoim, benjoeiro, benzoína.
Outros Idiomas: benzoebaum (alemão), benjuí (espanhol), benjoin de Sumatra (francês), benzoin (inglês),
storace (italiano).
Descrição Botânica: Árvore decídua que atinge cerca de 20 metros de altura, com ramos tomentosos. As
folhas são alternas, pecioladas, oblongas, inteiras, acuminadas, denteadas na porção superior. Os pecíolos são
curtos, estriados e tomentosos. As flores, alvas, ficam reunidas em racemos axilares. Seu cálice possui 5
pétalas lineares e obtusas, 10 estames e um ovário superior, ovado e também tomentoso. O fruto é do tipo
drupa, globosa e com 1 ou duas sementes.
Composição Química: Ácido benzóico, benzoresinol, siaresinotanol, vanilina, ácido cinâmico,
sumarisinotanol, estirol, estireno, estiracina, fenilpropil-cinamato, cinamil-cinamato, benzaldeído, coniferil-
benzoato, coniferil-cinamato, ácido sumaresinóico e resina.
Partes Usadas: Óleo essencial extraído do caule, Resina extraída do caule.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Antifúngica, Antioxidante, Carminativa, Ceratoplástica,
Conservante, Desinfetante, Desodorante, Diurética, Esfoliativa, Estimulante, Expectorante, Suavizadora,
Umectante.
Usos
culinária: Não é comumente usado.
beleza: Protege a pele contra fungos, sendo útil no combate a frieiras e pés-de-atleta. Ajuda a aumentar a
elasticidade de peles oleosas, a cicatrizar rachaduras na pele, é usado em cremes esfoliadores e é muito
utilizado na fabricação de perfumes.
saúde: O óleo essencial e as tinturas são empregados contra bronquite, tosses catarrais, inflamações da
laringe, doenças crônicas dos pulmões, irritações da pele, feridas, problemas musculares e de má-circulação e
ainda contra infecções do trato urinário. Também é usado para estimular os órgãos sexuais e vem sendo
testado contra vários tipos de câncer. Entra na composição do famoso Elixir Paregórico, bem como na

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fabricação do Bálsamo de Turlington - ambos bastante usados contra tosse e doenças pulmonares.
outros usos: Muito utilizado na fabricação de incensos.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: O uso externo pode provocar reações alérgicas em pessoas sensíveis a algum dos
componentes químicos do benjoim.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Sementes ou estaquias.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Leves, ricos em matéria orgânica e com pH ácido.
adubação e correção: Não foi encontrado na literatura consultada.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Resina extraída do caule: Extraída por meio de incisões na casca do caule de árvores de 6 ou 7 anos de
idade. Cada árvore é capaz de produzir por um período de 10 a 12 anos.
Secagem
Resina extraída do caule: Não é feita; a resina é diretamente levada para a preparação da tintura ou do
resinóide.
Acondicionamento
Resina extraída do caule: Deve ser mantida ao abrigo da luz, em ambientes com temperatura máxima de
25 ºC.

Bergamota

Citrus bergamia Risso - Rutaceae


Originária da Ásia tropical, é utilizada desde o século 16 no sul da Europa, especialmente na Itália, para
baixar a febre, contra o impaludismo e para expulsar lombrigas e vermes intestinais. É resultado de uma
hibridação, por enxerto, do limão e da laranja-amarga. Desde os tempos antigos é usada na perfumaria, sendo
um dos principais componentes da Água da Rainha de Hungria, usado para embelezar a pele.
Outros Nomes Populares: laranja-cravo, laranja-mimosa, mandarina, mexerica, mimosa, mixirica, tangerina,
vergamota.
Outros Idiomas: Bergamotte (alemão), Bergamoto ou Bergamote (espanhol), Bergamote (francês), Bergamot
(inglês), Bergamotto (italiano).
Descrição Botânica: Árvore de pequeno porte que atinge até 4 metros de altura, é muito parecida com a
laranjeira. As folhas são verde-brilhantes e de formato oblongo, contendo um forte aroma. As flores são
brancas e parecidas com a do limoeiro. Os frutos são híbridos naturais da laranja e do limão. São piriformes
ou globosos, com 7 a 10 centímetros de diâmetro, com cor amarelo clara e parecidos com a laranja. Têm sabor
amargo e aroma intenso.
Composição Química: Ácido ascórbico, ácido cítrico, bergaptina, hesperetina, hesperidina, limonina,
naringina, nomilina, sinesetina e violaxantina.
Partes Usadas: Folhas, Frutos, Óleo essencial, Sumidades floridas.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Anti-helmíntica, Anti-séptica, Antivirótica, Aromática, Cicatrizante,
Diurética, Estimulante, Expectorante, Fixadora, Refrescante, Revigorante.
Usos
culinária: Os frutos são consumidos frescos ou na forma de sucos e em saladas de frutas. Dá ao chá Earl
Grey seu sabor fixativo e fragrância.
beleza: Usada em produtos cosméticos e de higiene, como cremes e máscaras para peles oleosas e
tratamento de acnes e infecções da pele; enxagüatórios bucais para eliminar o mau hálito; na aromatização de
banhos e óleos para massagem para devolver a energia, proporcionar sensação de frescor e aliviar dores
musculares. Usado também como componente de loções bronzeadora, em pomadas para limpeza e
cicatrização de feridas e arranhões. Empregada na fabricação de xampus para limpeza profunda dos fios e de
loções revigorantes, que fortalecem o couro cabeludo. O óleo de bergamota é usado na perfumaria como
fixador de aromas e componente de águas de colônia.
saúde: As folhas e os ápices florais são usados em chás para abaixar a febre, para ajudar a eliminar vermes

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intestinais. Em banhos de assento, são indicados contra infecções do sistema urinário, como cistite e uretrite, e
infecções vaginais, como a leucorréia. Em inalações, gargarejos, banho e massagens, age contra sintomas de
resfriado, gripe, dor de garganta, tuberculose, angina, bronquite, acelera a cicatrização de dermatites
provocadas por doenças como sarampo e varicela e por picadas de insetos. Muito usada na aromaterapia,
aliviando sensações de medo e ansiedade, reduzindo a depressão e a tristeza, acalmando e equilibrando as
emoções, regulando o apetite provocado por ansiedade, restaurando a autoconfiança.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: De acordo com a literatura consultada, o uso externo pode causar foto-sensibilidade. Não
deve ser usada com exposição solar ou aos raios ultra-violetas.
Efeitos Colaterais: O uso externo pode causar sérias queimaduras na pele e manchas de difícil remoção,
eventuais reações alérgicas, hipersensiblização e irritações na pele de pessoas sensíveis.
Cultivo e Conservação
clima: O clima exerce grande influência sobre o vigor e a longevidade das plantas cítricas, a qualidade e a
quantidade de frutos, desenvolvendo-se melhor em regiões de clima mais ameno, com cerca de 1.200
milímetros anuais de regime pluvial, com chuvas bem distribuídas. Os frutos produzidos nos climas frios têm
melhor coloração da casca e da polpa e teores mais altos de açúcares e ácidos. Nos climas muito quentes os
frutos são menos coloridos e de paladar mais pobre.
exposição solar: Plena.
propagação: Enxertia.
espaçamento: 5 x 4 metros, com 500 plantas por hectare.
tipo de solo: Adapta-se tanto em solos arenosos como argilosos, mas não tolera solos impermeáveis. Para
o cultivo comercial, os mais indicados são os areno-argilosos. Devem ser evitados solos rasos ou que
encharcam com facilidade.
adubação e correção: Previamente deve-se adubar o solo com material orgânico e mineral. Nas covas,
com dimensões de 60 x 60 x 60 centímetros, deve-se colocar 200 gramas de superfosfato simples e 1 quilo de
calcário, se a análise do solo recomendar. Para crescer e produzir bem, as plantas cítricas precisam de
carbono, oxigênio, hidrogênio, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, zinco, cobre, boro,
manganês, cloro e ferro. Os adubos químicos mais utilizados são: uréia, sulfato de amônia, fosfato diamônico,
fosfato monoamônico, superfosfatos simples e triplo, cloreto e sulfato de potássio.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: Ao longo do ano, dependendo da época de plantio, sendo mais produtivo de abril a setembro.
Folhas: Durante todo o ano.
Sumidades floridas: Quando estiverem em botão.
Secagem
Frutos: Usados preferencialmente na forma fresca.
Folhas e Sumidades floridas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com
temperatura máxima de 35º C.
Acondicionamento
Frutos: Em locais frescos e secos ou na geladeira, por até 15 dias.
Folhas: Em sacos de papel, plástico transparente ou recipientes de vidro bem fechados.
Sumidades floridas: Em sacos de pano ou de papel, longe da luminosidade.

Berinjela

Solanum melongena - Solanaceae


A berinjela é originária da Índia. Atualmente é cultivada em grande quantidade na China, mas também é
encontrada em outros países. Depois de muitos estudos a berinjela tem sido considerada um ótimo meio para
controlar o colesterol. Além disso seu fruto é bastante apreciado na cozinha brasileira.
Outros Nomes Populares: brinjela.
Outros Idiomas: aubergine (alemão), berenjena (espanhol), aubergine (francês), eggplant (inglês), melanzana
(italiano).
Descrição Botânica: Planta arbustiva, com caule semi-lenhoso, ereto, alcançando entre 1 a 1,80 metro de
altura. Apresenta ampla formação de ramos laterais. O sistema radicular pode atingir 1 metro de profundidade
ou mais. Suas folhas são grandes e aveludadas; e as flores possuem coloração roxa, as quais produzem frutos

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com formato ovalado ou oblongo, ligeiramente alongado, de coloração roxa-azulada, quase negra ou branca.
Composição Química: Alcalóides (stachydrina), vitaminas (A, B1, B2, B5, C, niacina), minerais (cálcio,
fósforo, potássio, magnésio) e proteínas.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Alcalinizante, Calmante, Digestiva, Diurética, Oxidante, Remineralizante,
Resolutiva.
Usos
culinária: Usada in natura, em saladas ou sucos, ou no preparo de conservas e pratos quentes, como
berinjela à milanesa ou ao forno. Utilizada também em sopas, na forma de patê e no recheio de pizzas.
beleza: O chá e o suco de berinjela são muito utilizados como coadjuvantes em dietas de emagrecimento.
saúde: Reduz a ação das gorduras no fígado, diminui o nível de colesterol, combate a inflamação dos rins
e da uretra, além de doenças do fígado e estômago; pode ser usada no tratamento de abcessos, queimaduras e
furúnculos; os frutos são usados no tratamento da gota, artrite, reumatismo e obstipação intestinal.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Quente, com temperatura média anual em torno de 25º C e com umidade relativa do ar de 80%. O
clima frio e muito úmido prejudica seu desenvolvimento, pois retarda seu crescimento, sua floração e
frutificação.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento: De 1 a 1,5 metro entre linhas e de 80 centímetros a 1 metro entre plantas.
tipo de solo: Profundo, úmido e com pH próximo a 6.
adubação e correção: Esterco de galinha e adubos minerais incorporados à profundidade de 80
centímetros a 1 metro de profundidade.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: Assim que atingirem o tamanho normal de crescimento e antes que amadureçam completamente;
os frutos devem possuir um aspecto colorido e brilhante, com polpa macia e sementes tenras.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: Por duas ou três semanas na geladeira, dentro de sacos plásticos bem fechados (para evitar o
enrugamento dos frutos). Temperaturas menores que 10º C causam a descoloração da polpa e o escurecimento
das sementes.

Beterraba

Beta vulgaris L. - Chenopodiaceae


A beterraba é originária da região mediterrânea da Europa, do norte da África e do oeste da Ásia. Suas folhas
e raízes já eram utilizadas na alimentação na Roma antiga. Também era cultivada em algumas hortas da ilha
da Madeira, antes que sua cultura fosse generalizada na ilha para servir à produção do açúcar.
Na Europa, a extração industrial do açúcar de beterraba começou em 1804, por causa do bloqueio continental
decretado por Napoleão Bonaparte, que impediu a chegada do açúcar de cana no mercado europeu.
Na África, a beterraba é usada como antídoto para venenos à base de cianida, tal como o cianureto.
Outros Idiomas: zuckerrübe (alemão), beterraga ou remolacha (espanhol), betterave (francês), beet (inglês),
barbaiètola (italiano).
Descrição Botânica: Planta de caule curto, com folhas grandes e de coloração verde ou avermelhada. As
raízes formam um tubérculo alongado como um cone, arredondado e achatado ou bem redondo; as beterrabas
podem ser vermelhas, amarelas ou brancas.
Composição Química: Saponisídeos, fitosterol, betaína, leucina, tirosina, betacianina, beta carotenos,
vitaminas A, C e do complexo B e C, sódio, potássio, zinco, magnésio, flúor, ferro, cloro, silício, manganês e
fósforo. Cada 100 gramas da raiz possui 48 calorias, enquanto 100 gramas das folhas contêm 32 calorias.
Partes Usadas: Folhas, Raízes.

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Propriedades Medicinais: Antitumoral, Emoliente, Nutritiva, Rejuvenescedora.
Usos
culinária: Pode ser consumida "in natura" em sucos e saladas. Batida com laranja e/ou cenoura, dá um
suco saboroso e muito nutritivo. Pode também ser cozida para o uso em saladas. É empregada ainda no
preparo de sopas, sendo o principal ingrediente da famosa Borscht, sopa russa riquíssima em ferro. Também é
consumida frita e na forma de picles.
beleza: A salada e o suco da beterraba são ótimos para pessoas que desejam obter uma pela bronzeada e
para quem está de dieta. Batida com iogurte, transforma-se em uma máscara facial excelente contra a acne.
saúde: A beterraba possui várias funções para a saúde, pois previne a anemia e deixa os dentes e gengivas
fortes, além de regularizar o funcionamento do estômago, vesícula, fígado e rins e também o excesso de
ácidos no organismo, muito comum em quem consome muito açúcar, carnes e gorduras. Se consumida crua,
ela funciona como um ótimo corretivo para prisão de ventre, combate fraqueza orgânica, reumatismo e artrite
e tem ação preventiva nos problemas de próstata. Seu suco tem uma ação curativa mais rápida e eficaz, sendo
ótimo também para fortalecer os tendões e descongestionar as vias urinárias. Quando misturada com mel é um
excelente xarope para crianças. Também é empregada na fabricação de cápsulas que ajudam a combater
doenças como diverticulite, câncer, obstipação intestinal, dismenorréia, hepatite, hipoglicemia, leucemia,
lumbago e toxemia.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: As folhas da beterraba são ricas em ácido oxálico, substância que pode formar cristais no
organismo, por isso elas não são indicadas para pessoas com artrite ou pedras nos rins.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado frio; produz melhor sob temperatura média anual de 7 a 22º C.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento: 30 centímetros entre plantas.
tipo de solo: Solos de textura arenosa, ricos em matéria orgânica, férteis, bem drenados e com baixa acidez
(pH 6,5).
adubação e correção: Esterco líquido em cobertura.
necessidade de água: Abundante (As regas devem ser diárias, uma vez que a beterraba é cultivada
principalmente na época mais seca e fria do ano).
Colheita
Folhas: Durante todo o ano; arranque a folhagem torcendo-a, sem cortá-la, pois isso faz a planta sangrar.
Raízes: Devem ser colhidas três meses depois da semeadura, quando atingem entre 5 e 10 centímetros de
diâmetro.
Secagem
Folhas e Raízes: Consumidas na forma fresca.
Acondicionamento
Folhas: Devem ser consumidas rapidamente, pois estragam com muita facilidade.
Raízes: dentro de sacos plásticos, conservam-se na gaveta da geladeira durante 5 ou 6 dias. Cozidas,
podem ser conservadas por um período maior, se forem colocada em molho de vinagre ou de azeite. Também
pode ser congelada depois de passar por um tratamento especial.

Bétula

Betula pendula Roth. - Betulaceae


A bétula é uma árvore originária das regiões temperadas da Europa e Ásia e que pode viver até 600 anos. Seu
nome é antigo e derivado do sânscrito "bhurga", que significa "a árvore cuja casca é usada para escrever". É
considerada a "dama das madeiras" devido a sua leveza e elegância, além do cheiro delicioso desprendido de
suas folhas após a chuva.
Outros Nomes Populares: bétula-branca, vidoeiro.
Outros Idiomas: hänge-birke (alemão), bouleau (francês), silver birch (inglês), bettula verrucosa, barancio
(italiano).
Descrição Botânica: A bétula é uma planta de porte arbóreo, decídua e que atinge de 20 a 30 metros de
altura. O tronco é ereto, simples ou ramificado na parte inferior. Sua casca muda de cor, indo do castanho-

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avermelhado ao prateado. A copa é elegante e leve, com ramos finos e pendentes. Suas folhas têm pecíolo, são
de formato triangular, bordo dentado. As flores são separadas por sexo, tendo numa mesma árvore flores
femininas e masculinas. Elas se desenvolvem em inflorescências pendentes do tipo espiga.
Composição Química: ácido ascórbico, ácidos fenóis-carboxílicos, betulabina, canferol, catequina, fitócitos,
galactosídeos, glicosídeos quercetínicos, hiperosídeo, miricetina, quercitrina, princípios amargos, resinas,
sesquiterpenos e triterpenos.
Partes Usadas: Brotos, Folhas, Óleo essencial (extraído do broto das folhas), Sementes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-seborréica, Anti-séptica, Anticaspa, Aromática, Cicatrizante,
Estimulante, Laxante, Lipolítica, Tônica.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Eczemas, peles rachadas e sem vida, celulite, irritação da pele, queda de cabelo, calvície, caspa e
seborréia; usada em perfumes.
saúde: Dores musculares e articulares, cálculos renais e psoríase.
outros usos: Sua madeira é considerada a "dama das madeiras", sendo muito apreciada por sua leveza e
elegância.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: reações alérgicas, efeito anticoagulante.
Cultivo e Conservação
clima: temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes e estaquia de ramos novos.
espaçamento:
tipo de solo: textura arenosa, bem drenado, rico em nutrientes, não compactado, permeável e com pH 5,0-
6,0.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Baixa.
Colheita
Folhas: no fim da primavera ou no começo do verão.
Brotos: no fim do inverno e começo da primavera, ainda fechados.
Sementes: no final do verão.
Secagem
Folhas: na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35ºC.
Brotos: na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35ºC.
Sementes: na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 40ºC.
Acondicionamento
Folhas e Brotos: em recipientes de vidro ou sacos de papel ou plástico transparente bem fechados.
Sementes: em recipientes de vidro com fechamento hermético, longe da luminosidade.

Bistorta

Persicaria bistorta (L.) Samp. - Polygonaceae


Planta originária da China, usada há séculos como suplemento alimentar pelas suas características benignas
para o fígado, rim e sangue. Na China, a planta também é conhecida pela sua atuação contra o aparecimento
prematuro de cabelos brancos e a queda de cabelo. Tudo isso porque, para os chineses, o cabelo é reflexo dos
problemas internos do corpo. A tradução literal de parte de seu nome original (hu-shou-wu) quer dizer "uma
cabeça cheia de cabelos pretos". Seu nome em português deriva do fato de sua raiz ser duas vezes (bis)
retorcida sobre si mesma (torta). Hoje, a planta é usada em outros países, principalmente na Europa, onde é
aplicada em tratamentos da beleza e doenças. Um dos principais atrativos da bistorta para seus consumidores
no mundo é a promessa de que os medicamentos feitos com esta planta possam preservar a cor preta dos
cabelos, a juventude e a fertilidade. Seu sinônimo científico é a Polygonum bistorta L.
Outros Nomes Populares: Flor-de-lã.
Outros Idiomas: natterwurz (alemão), bistorte (francês), fon-ti , bistort (inglês), bistorta (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo perene e que atinge de 30 centímetros a 1 metro de altura. Seu

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rizoma tem formato retorcido duas vezes e é dobrado sobre si mesmo. As folhas são verde-azuladas, com
bordo ondulado, ovais, largas e crescem formando uma roseta. Do centro surge uma haste floral de 30 a 45
centímetros de altura e que emite uma inflorescência ereta, de formato cilíndrico, de onde nascem flores de
cor avermelhada, aos pares. Seu fruto é do tipo aquênio contendo três sementes pequenas, marrons e
brilhantes.
Composição Química: Ácido ascórbico, ácido crisofânico, amido, arabinosídeo, catequinas, crisofanol,
emodina, lecitinas, quercetina, reína, rhaponticina, rhapontina, sacarídeos, saponinas, beta-sitosterol, taninos.
Partes Usadas: Raízes, Rizoma.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antibacteriana, Antiinflamatória, Antitumoral, Cardiotônica,
Rejuvenescedora, Tônica.
Usos
culinária: A raiz da planta já foi muito consumida pelos índios norte-americanos, em períodos de escassez
de alimentos. Rica em amido, a raiz era dissolvida na água e consumida cozida.
beleza: É usada para tratamento contra rugas e prevenção de envelhecimento, ajudando a pele a conservar
a jovialidade e elasticidade natural dos tecidos. Também é utilizada para manter a cor nos cabelos pretos.
Mais recentemente, começou a ser usada para tratar queda de cabelo.
saúde: Empregada em tratamentos de fertilidade masculina e rejuvenescimento. Da planta são feitos
medicamentos que podem ajudar a impedir a formação de tumores. Também é usada na forma de gargarejo
para combater inflamações da boca e faringe. Pode reduzir o nível de colesterol, tratar casos de diabetes e
bronquites e abaixar a pressão sangüínea. Na medicina chinesa é usada ainda no tratamento de epilepsia,
tétano e picadas de mosquito.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Para hipersensíveis às substâncias ativas pode causar brotoejas na pele. Não deve ser
consumida juntamente com cebola, alho ou cebolinha.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Por sementes e divisão de raízes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: De textura argilo-arenosa, bem úmido, rico em nutrientes e bem drenado.
adubação e correção: Esterco de curral bem curtido, húmus ou composto orgânico, incorporados a 30
centímetros de profundidade, cerca de 15 dias antes do plantio. Pode-se repetir a adubação orgânica uma vez
ao ano, na superfície do canteiro.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Raízes e Rizoma: No outono.
Secagem
Raízes e Rizoma: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura
máxima de 45 graus Celsius.
Acondicionamento
Raízes e Rizoma: Em sacos de pano ou caixas de papelão vedadas, em local seco e bem ventilado, livre do
ataque de roedores.

Boldo-do-Chile

Peumus boldus Molina - Monimiaceae


Originário dos Andes chilenos, o boldo-do-chile é encontrado também na Bolívia e no Peru e cultivado em
alguns países da região mediterrânea (sul da Europa e norte da África). No Brasil, a planta é raramente
encontrada, sendo muitas vezes confundida com outros tipos de boldo, também chamados de falsos-boldos
(boldo-de-jardim ou Coleus barbatus, e assa-peixe ou boldo-baiano, da espécie Vernonia condensata. .O
boldo-do-chile é geralmente encontrado no Brasil em farmácias especializadas, na forma de elixir, tinturas e
drágeas, ou no comércio de chás. As suas folhas foram estudadas pela primeira vez na Europa em 1896 pelo
médico francês Dujardin Baumez. No entanto, seu uso é muito antigo: algumas de suas propriedades
medicinais são conhecidas há séculos por grupos indígenas e povos da região andina. É conhecido também

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pelos sinônimos científicos Boldoa fragans, Boldus fragans e Ruizia fragrans.
Outros Nomes Populares: Boldo.
Outros Idiomas: Boldo (espanhol), Boldo (inglês), Boldo (italiano).
Descrição Botânica: Árvore dióica, de ciclo perene, que atinge até 15 metros de altura. As folhas são
aromáticas, opostas, ovadas ou oblongas, obtusas, curtamente pecioladas, com 3 a 7 centímetros de
comprimento, coriáceas, de cor verde-brilhante ou verde-acinzentada. Observada por transparência, contra
uma fonte de luz intensa, sua folha mostra pontos translúcidos, formados por glândulas unicelulares, cheias de
essência que lhe conferem um aroma característico, parecido com hortelã e cânfora. As flores, de sexos
separados, são reunidas em inflorescências do tipo racimo, com flores pequenas, brancas e tomentosas. Os
frutos são do tipo drupa, ovóides, carnosos e com 5 a 7 mm de comprimentos.
Composição Química: Alcalóides derivados da aporfina (boldina, reticulina, isocoridina, esparteína),
mirtenal, 1,8-cineol, p-cimeno, eucaliptol, ascaridol, flavonóides (pneumosídeo e boldosídeo), 1-metil-4-
isopropenil-benzeno, 2-decanona, 2-heptaona, 2-nonanona, 2-octanona, alfa-3-careno, alfa-fenchol, alfa-
hexilcinamaldeído, alfa-methilionona, alfa-pineno, alfa-terpineol, benzaldeído, benzil-benzoato, beta-pineno,
boldoglucina, bornil-acetato, canfeno, cânfora, colina, cumarina, cuminaldeído, eugenol, farnesol, fenchona,
gama-terpineno, isoboldina, isocoridina, óxido-n-isocoridina, isorhamnetina-3-glucosídeo-7-rhamnosídeo,
kaempferol-3-glucosídeo-7-rhamnosídeo, laurolitsina, laurotetanino, limoneno, linalol, metil-eugenol,
norisocoridina, p-cimol, rhamnetina-3-arabinosídeo-3'-rhamnosídeo, sabineno, terpinen-4-ol, terpinolino, 2-
tridecanono, 2-undecanono, eta-isometilionono, n-metillaurotetanino, paquicarpina, resina, reticulina, taninos,
sitosterol, sais minerais, ácidos orgânicos, glicídeos e lipídeos.
Partes Usadas: Folhas, Frutos, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Anestésica, Anódina, Anti-helmíntica, Anti-séptica, Antibacteriana, Antifúngica,
Antiinflamatória, Antimicrobiana, Antioxidante, Carminativa, Colagoga, Colerética, Demulcente, Depurativa,
Desintoxicante, Digestiva, Diurética, Estimulante, Estimulante biliar, Estomáquica, Hepática,
Hepatoprotetora, Hepatotônico, Hipnótica, Sedativa, Tônica, Vermífuga.
Usos
culinária: Os frutos são comestíveis.
beleza: A ingestão do macerado do boldo (2 folhas para 1 copo de água, à noite e pela manhã) durante uma
semana acaba com o cansaço da pele, dando-lhe viço e realce.
saúde: A folhas dessecadas e preparadas por decocção são usadas contra má-digestão, flatulência, afecções
do fígado e da vesícula, hepatite, cálculos biliares, insônia, fraqueza orgânica, reumatismo, gota, problemas
diuréticos, diarréia, prisão de ventre, febre e dispepsia. Veja no site iComo (www.icomo.com.br), no centro
Saúde e Alimentação, a forma de "Preparar um chá digestivo".
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser usado durante a gravidez.
Efeitos Colaterais: Em altas doses pode provocar vômitos, diarréias e alterações do sistema nervoso (efeito
narcótico). Pode ser abortivo e provocar hemorragias internas. Steinegger & Hansel (1988) relata alguns
efeitos colaterais que podem ser desencadeados pelo uso prolongado ou de altas doses do P. boldus:
hepatotoxicidade, hiperemia da mucosa gastrointestinal, que pode levar a inflamações, distúrbios da
coordenação, alterações psíquicas e convulsões. Esses efeitos são atribuídos à presença de ascaridol.
Cultivo e Conservação
clima: Mediterrâneo, semi-árido ou desértico; prefere lugares secos e com temperatura mínima entre -12
ºC e 0 ºC.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes ou estacas de ramos novos.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Textura areno-argilosa, bem drenado e permeável.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou composto orgânico, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Baixa.
Colheita
Folhas: Durante todo o ano.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35
°C.

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Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou plástico, longe da umidade.

Bolsa-de-pastor

Capsella bursa-pastoris (L.) Medik. - Brassicaceae (Cruciferae)


Acredita-se que esta planta tenha se originado na Europa e que tenha sido disseminada durante os processos
de colonização. Por isso, hoje, ela é encontrada no mundo inteiro, principalmente em regiões temperadas e
sub-tropicais. No Brasil, concentra-se na região sul. O nome da planta tem origem do latim: “Capsella” é o
diminutivo de “capsa”, que significa cápsula. “Bursa-pastoris” é uma expressão latina que significa "bolsa-de-
pastor", numa referência ao formato do fruto, que lembra uma bolsinha. O chá é usado para combater doenças
pulmonares, hepáticas, estomacais e sangüíneas. Suas sementes costumam ser consumidas por pássaros - as
galinhas são as únicas que costumam ingerir a planta por inteiro, o que, curiosamente, causa mudanças na cor
e no gosto dos seus ovos.
Outros Nomes Populares: Braço-de-preguiça, Bucho-de-boi, Chapéu-de-frade.
Outros Idiomas: Gemeines hirtentäschelkraut (alemão), Bolsa del pastor (espanhol), Capselle bourse à
pasteur (francês), Shepherd’s purse (inglês), Borsa del pastore (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea de ciclo anual, que atinge de 2 a 40 centímetros de altura. Possui raiz
simples e fusiforme e haste única. As folhas são basais, dispostas em roseta, alternas, pequenas, sésseis, com
pecíolo curto e margem inteira ou pinatifida. As flores são brancas e agrupadas em inflorescências. Os frutos
são triangulares, com 4 a 9 milímetros de comprimento e possuem numerosas sementes de cor marrom-
avermelhada.
Composição Química: Colina, acetilcolina, alcalóide (sinapina e bursina), ácidos orgânicos, taninos, resina,
potássio.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Anti-hemorroidal, Anti-séptica, Cicatrizante, Diurética, Estomáquica,
Hemostática, Hipotensora.
Usos
culinária: As folhas são consumidas cruas, em saladas, ou cozidas.
beleza: Não foram encontrados na literatura consultada.
saúde: O extrato das folhas, na forma de chás ou infusão, exerce ação anti-séptica nos rins. A planta
também é empregada no tratamento de hemorróidas, arteriosclerose, hemorragias e para limpeza de
machucados na pele. Pode ser utilizada em casos de hipertensão.
outros usos: As sementes são usadas para alimentar pássaros e atrair mosquitos.
Contra-Indicações: O uso não é recomendado para gestantes, nutrizes e pessoas com pedras nos rins.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado e sub-tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Salino.
adubação e correção: Não são necessárias.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Folhas: Na primavera.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35°C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou papel, bem fechados e longe da umidade.

Borragem

Borago officinalis L. - Boraginaceae

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A borragem é uma erva oriunda do Oriente. A ela são atribuídos poderes mágicos de reanimar o espírito,
acabar com a melancolia e dar coragem. Seu nome científico é derivado da palavra latina "burra", que
significa "floco de lã", em referência à suave camada de finos pêlos que recobre toda a planta. Outros
estudiosos dizem que seu nome deriva-se de "barrach", palavra céltica que significa "homem de coragem".
Outros Idiomas: boreisch (alemão), borraja (espanhol), bourrache (francês), borage (inglês), borragine
comune (italiano).
Descrição Botânica: A borragem é uma planta de porte herbáceo, ciclo anual, vistosa e que atinge até 90
centímetros de altura. Os caules são cobertos por uma fina penugem. Suas folhas são de cor verde-
acinzentada, de formato oval, textura aveludada, com bordos levemente serrilhados. Suas flores são de
coloração púrpura-brilhante, em formato de estrela, e possuem cinco pétalas com estames pretos.
Composição Química: ácido acético, ácido ascórbico, ácido rosmarínico, ácido salicílico, alantoína,
amabilina, boldina, cholina, intermedina, isoboldina, isocoridina, laurotetanina, lycopsamina, mucilagem,
norisocoridina, pyrrolizidinas, resinas, sais minerais (potássio, cálcio), saponinas, supinina e tanino.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Rebentos.
Propriedades Medicinais: Antiinflamatória, Diurética, Emoliente, Galactagoga, Hipoglicêmica, Sudorífera,
Tônica.
Usos
culinária: Folhas frescas são usadas para condimentar vegetais cozidos, saladas frescas, rechear pastéis,
temperar manteigas aromáticas, molhos feitos de iogurtes, queijos cremosos e bebidas refrescantes; os
rebentos são usados para aromatizar ponches e vinhos; as flores para enfeitar e aromatizar saladas verdes,
tortas, sopas frias de frutos e vegetais; o uso das folhas é especialmente indicado para pessoas com dietas
restritas em sal.
beleza: Manchas e sardas, unhas quebradiças e cabelos sem vitalidade.
saúde: Reduz os índices de glicemia do sangue, falta de leite nas lactantes.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: reações alérgicas; o consumo das folhas em grande quantidade pode induzir ao câncer.
Cultivo e Conservação
clima: temperado.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: sementes.
espaçamento: 23 a 30 centímetros entre linhas.
tipo de solo: textura média, rico em matéria orgânica, úmido, bem drenado e pH 6,0-7,0.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: na primavera e no outono, preferencialmente antes da floração.
Flores: em qualquer época do ano, quando elas começam a se abrir.
Secagem
Folhas: na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35ºC.
Flores: na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 30ºC.
Acondicionamento
Folhas e Flores: em recipientes de vidro com fechamento hermético, longe da luminosidade.

Boswellin

Boswellia serrata - Burseráceas


É um extrato obtido da Boswellia serrata, uma planta originária da Índia, que contém compostos triterpênicos
pentacíclicos como o ácido beta-boswéllico. Atua como um agente antiinflamatório não esteroidal e
analgésico. Seu efeito se deve à inibição da enzima 5-lipoxigenase, que previne a formação de leucotrienos
inflamatórios. É usado no tratamento da artrite reumatóide e de outras condições inflamatórias. É indicado em
doses orais de 950 a 1400mg/dia; uso tópico é de 5% em cremes antiinflamatórios.
A Boswellia serrata, pertencente à família Burseraceae (grupo de plantas de porte arbóreo nativas da região
indiana, que secretam óleo-gomo-resinas ou incensos), é uma espécie milenarmente utilizada na medicina

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ayurvédica, sendo empregada como antiinflamatório. De acordo com o diretor de Assuntos Fitoterápicos da
Apsen Farmacêutica, Dr. Luis Carlos Marques, o uso dessa planta é um verdadeiro tesouro cultural e, aliado
aos estudos modernos, confirma os benefícios dos produtos fitoterápicos, o que permite a diminuição do
emprego de antibióticos e corticóides no controle dessas patologias. É uma das plantas mais recomendadas
pela medicina indiana (ayurvédica) para as articulações. Em todas as doenças osteoarticulares degenerativas e
inflamatórias, artroses, artrites e outras, a progressão da patologia deve-se a um aumento de factores
inflamatórios: COX-2 (ciclooxigenase) e da 5-LOX (5-lipoxigenase), sendo esta última enzima percursora das
IL-1 beta (interleukinas-1 ß) e TNF-alfa (factor de necrose tumoral-alfa). O problema dos anti-inflamatórios
comuns é que inibem a via de produção da COX-2 mas não a da 5-LOX, o que não resolve completamente o
processo inflamatório. Recentemente, descobriu-se que a planta Boswellia Serrata, é rica em ß ácido–
bosvélico, um potente inibidor da 5-LOX e portanto um eficaz anti-inflamatório e, consequentemente, um
importante auxiliar no alívio da dor.
O tratamento das Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), ficou bem mais fácil com o lançamento do
primeiro medicamento fitoterápico brasileiro a utilizar como princípio ativo o extrato de Boswellia serrata, da
Apsen Farmacêutica. Este medicamento combate os sintomas de doenças crônicas como a Colite Ulcerativa e
a Doença de Crohn, que são auto-imunes, ou seja, desenvolvidas pelo organismo contra elementos
constitutivos normais, através de anticorpos, e que afetam o cólon do intestino, desde a boca até o ânus,
respectivamente.
O medicamento é quimicamente padronizado na substância AKBA (Ácido 3-acetil-11-ceto-β bosvélico),
principal ingrediente da Boswellia serrata responsável pelos efeitos antiinflamatórios benéficos em doenças
inflamatórias intestinais. Além dessa substância, o extrato também contém outras substâncias (outros tipos de
ácidos bosvélicos), que ajudam no tratamento, além de fazer com que o produto atue no organismo de forma
mais suave, segura e ampla, diminuindo a toxicidade e os efeitos colaterais. Desta forma, permite maior tempo
de consumo, independentemente da faixa etária e da fase da doença, ao contrário do que ocorre com os
medicamentos sintéticos, produzidos pelos concorrentes, que precisam ser monitorados, pois podem causar
problemas cardiovasculares, renais e até nefrite intersticial.

Brócolis

Brassica oleracea var. italica Plenck - Brassicaceae (Cruciferae)


Nativo da costa do Mediterrâneo, o brócolis já era utilizado por gregos e italianos antes de Cristo. Alguns
pesquisadores acreditam que já era conhecido 8.000 anos antes, nas regiões costeiras da Europa, tendo sido
depois levado de lá para o leste do continente. Seu nome deriva da palavra italiana "brocco", que significa
broto, que é uma de suas partes mais utilizadas na culinária. Além da culinária, o brócolis chegou a ser
cultivado e cultuado como uma erva sagrada na Jônia. Ele tem sido apontado como um possível aliado no
combate ao câncer em função de compostos químicos denominados isotiocianatos e indols. Estas substâncias
podem bloquear ou reduzir danos celulares no caso de tumores e câncer. Todos os vegetais da família do
brócoli (Brassicaceae), como a couve-flor e a raiz-forte, apresentam essa composição.
Outros Nomes Populares: brócoli, brócolos, brocos, couve-brócolo.
Outros Idiomas: brokkoli (alemão), brocoli (espanhol), brocoli (francês), broccoli (inglês), broccolo
(italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo anual. Sua raiz alcança 80 centímetros de profundidade.
Apresenta talo ereto e folhas grandes, de coloração verde azulado, glabras e cobertas por cera. As flores são
amarelas ou brancas, de aproximadamente 2,5 centímetros de diâmetro. Crescem agrupadas em pequenos
ramos, a partir do talo principal e de suas ramificações. Os frutos são cilíndricos, deiscentes e glabros, com
duas minúsculas sementes, de cerca de dois milímetros de diâmetro.
Composição Química: Flavonóides, proteína, betacaroteno (provitamina A), vitamina C, vitamina E, fibras,
vitaminas do complexo B, ferro, cálcio, zinco e ácido fólico, isotiocianatos e indols.
Partes Usadas: Flores, Folhas.
Propriedades Medicinais: Anti-cancerígena, Antiinflamatória, Calcificante, Calmante, Diurética, Emoliente,
Laxante, Vitaminizante.
Usos
culinária: Pode ser consumido puro em saladas, refogado ou como ingrediente de pratos como massas,
suflês, cremes e bolos salgados.
beleza: Não é usado.

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saúde: Indicado para combater colite e anemia. Utilizado para pacientes que apresentam quadro de
carência de vitaminas A, C e E e deficiência de calcificação. Auxilia também em tratamentos de irritabilidade
e ansiedade. Ele tem sido apontado também como um possível aliado no combate ao câncer em função de
compostos químicos denominados isotiocianatos e indols. Estas substâncias podem bloquear ou reduzir danos
celulares no caso de tumores e câncer.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não há, se usado em doses terapêuticas.
Efeitos Colaterais: Quando cozido, o teor de enxofre se eleva, o que causa certa irritação em pessoas com
estômagos sensíveis e uma possível formação de gases intestinais e flatulência.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado ameno.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: 80 centímetros a 1 metro entre linhas e 50 centímetros entre plantas.
tipo de solo: Textura areno-argilosa, rico em nutrientes e matéria orgânica, úmido, bem drenado e com pH
entre 5,7 e 6,5.
adubação e correção: É necessária a aplicação extra de boro, de acordo com a análise de solo.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Flores: Antes que os botões florais se abram
Inicia-se entre 60 a 100 dias depois da semeadura, dependendo das condições climáticas, antes que as flores
apresentem qualquer tipo de coloração.
Folhas: Em qualquer época, dando-se preferência para as brotações novas.
Secagem
Flores: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Folhas: Melhor, se utilizadas na forma fresca.
Acondicionamento
Flores: Em sacos de papel, em local seco e bem ventilado, livre do ataque de insetos.
Folhas: Em sacos plásticos ou de papel, bem fechados, na geladeira, por aproximadamente uma semana.

Bucha

Luffa cylindrica (L.) M. Roem. - Cucurbitaceae


A bucha é originária da Ásia, África e América. Acredita-se que a planta chegou ao Brasil trazida pelos
portugueses. Atualmente é Cultivada do norte ao sudeste do país, principalmente em São Paulo e Minas
Gerais. Muito popular em todo o território brasileiro, é utilizada por artesãos na manufatura de chinelos,
cestos, tapetes e chapéus. Presta-se, contudo, para utilização industrial na fabricação de estofados de
automóveis, e para a pecuária, como purgativo de animais. Seu valor comercial depende do tamanho de seus
frutos e da textura das suas fibras.
Outros Nomes Populares: bucha dos paulistas, bucha dos pescadores, esfregão, esponja vegetal, fruta dos
paulistas, pepino bravo, quingombô grande.
Outros Idiomas: luffa (alemão), pepinello de san gregorio (espanhol), la pipangaille lisse (francês), vegetable
sponge (inglês).
Descrição Botânica: Trepadeira herbácea, de hastes finas, de ciclo anual, que atinge até 6 metros de altura.
Suas folhas são grandes, ásperas, dentadas e verde escuras, e lembram a forma de uma mão aberta. Suas flores
são grandes, solitárias e amarelas, com cálice em forma de tubo. Os frutos possuem 50 centímetros de
comprimento, são cilíndricos, amarelos quando maduros e apresentam cor castanho-escura quando secos. A
esponja conhecida no mercado corresponde à estrutura de fibra seca dos frutos.
Composição Química: ácido brionólico, aminoácidos, buchinina, ferro, galactanos, sacarídeos, saponinas,
taninos, triterpenos, xilano e xilose.
Partes Usadas: Folhas, Frutos, Haste, Raízes.
Propriedades Medicinais: Antialérgica, Antianêmica, Colagoga, Estimulante da circulação periférica,
Estimulante do sistema linfático, Purgativa, Umectante, Vermífuga.
Usos

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
culinária: Não é usada.
beleza: Usada como esponja de banho, ativa a circulação da pele e proporciona o descongestionamento de
regiões com acúmulo de líquidos fazendo, assim, uma drenagem linfática. Dessa maneira evita a celulite.
Também é usada na composição de cosméticos para peles que sofreram algum tipo de reação alérgica.
saúde: As folhas e as hastes são usadas no tratamento de distúrbios do fígado, amenorréia, clorose e
anemia. A polpa do fruto maduro pode ser empregado no combate a sinusite e prisão de ventre. As raízes são
usadas no combate a vermes intestinais.
outros usos: Utilizada por artesãos na manufatura de chinelos, cestos, tapetes e chapéus. Na indústria
serve para fabricar estofados de automóveis e, na pecuária, como purgativo de animais.
Contra-Indicações: gestação e lactação.
Efeitos Colaterais: Se usada em altas doses pode causar hemorragias e acidentes fatais. A utilização não deve
se prolongar por mais tempo que o indicado e deve ser interrompido seu uso imediatamente, em caso de dor
de cabeça.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: 2.5 x 2.5 metros, entre as plantas.
tipo de solo: Textura argilo-arenosa, rico em matéria orgânica e nutrientes, bem drenado, poroso e com pH
em torno de 6,0.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: Colhidos quando a planta alcança 5 a 6 meses de vida, cerca de 4 meses após a floração.
Folhas: Na época da floração.
Haste: Pode ser feita junto com a colheita das folhas.
Raízes: No outono.
Secagem
Folhas, Haste e Raízes: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com
temperatura máxima de 35º C.
Frutos: Devem ser secados à sombra, sobre jornal.
Acondicionamento
Folhas e Haste: Em sacos de pano ou papel.
Raízes: Em sacos de pano.
Frutos: Ao ar livre, em lugares secos e arejados.

Buchu

Barosma betulina Bartl. & Wendl. f - Rutaceae


Embora alguns cientistas defendam a hipótese de que o buchu seja originário da Ásia Menor, não há
descrições na literatura científica de sua procedência exata. Sabe-se, entretanto, que a planta foi introduzida na
África do Sul em 1790, onde ainda é usada pelos hotentotes. Os nativos perfumam o corpo com suas folhas e
utilizam várias de suas espécies sob a denominação de "bucku". No mercado, encontram-se três espécies do
buchu: Barosma betulina, de folhas "curtas", B. crenulata, folhas "ovais" e B. serratifolia, de folhas "longas".
As primeiras são as mais valorizadas. Há dúvidas sobre a possibilidade de se cultivar satisfatoriamente o
buchu fora da África do Sul. Atualmente, a planta é cultivada somente em estufas.
Outros Idiomas: bucco (alemão), buchu (espanhol), buchus (francês), buchu (inglês), buchu (italiano).
Descrição Botânica: Arbusto odorífero, de folhas verde-claras, de 1,5 a 2 cm de comprimento e um 1 a 1,5
cm de largura, rijas e acetinadas, de pontas bem curvas e borda denteada, com glândulas de óleo redondas
espalhadas pela folha. Quase sempre as folhas apresentam um forte sabor e aroma de hortelã.
Composição Química: Mucilagem, alfa-pineno, alfa-terpineno, barosma-cânfora, ácido ascórbico, canfeno,
hesperidina, pulegona, resina, rutina, selênio.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Antiinflamatória, Diurética.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Usos
culinária: Usado como aromatizante em alguns tipos de chás.
beleza: Não é usado.
saúde: Utilizado contra as inflamações das mucosas, colo e vagina, úlceras, problemas respiratórios e
gástricos. Tem ação no tratamento de inflamações do trato urinário, cistite, irritação da bexiga, dor ao urinar e
problemas da próstata como a hiperplasia.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Mulheres grávidas.
Efeitos Colaterais: O óleo essencial pode causar alguns sinais de irritação em pessoas sensíveis.
Cultivo e Conservação
clima: Seco.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Bem drenado.
adubação e correção: Não exige cuidados adicionais.
necessidade de água: Baixa.
Colheita
Folhas: Devem ser colhidas quando a planta estiver florescendo e frutificando.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Acondicionamento
Folhas: Em recipientes de vidro ou sacos de pano ou papel, em local seco e bem ventilado.

Buxus

Buxus sempervirens L. - Buxaceae (Simmondsiaceae)


Planta originária da Eurásia e que hoje pode ser encontrada na Europa ocidental, Américas do Norte e Central,
Ásia oriental e Índias ocidentais. 'Buxus' é o nome em latim para um tipo de madeira muito condensada que se
utiliza na fabricação de caixas. 'Sempervirens', que também compõe o nome científico da planta, é sinônimo
de "sempre verde". O lento crescimento e a longa vida motivaram, desde os tempos clássicos, o seu uso para
topiaria, a arte de adornar os jardins pela modificação da forma das plantas. Diz-se que esse costume originou-
se com os romanos e foi inventado por um amigo de Júlio César. Plínio (23-79 d.C.), autor da volumosa
"História Natural", descreveu, certa vez, um terraço como "adornado com a representação de diversos animais
feitos com buxo".
Outros Nomes Populares: árvore-de-caixa, buxinho, buxo.
Outros Idiomas: beetzaun, buchsbaum immergrüner, grabkraut (alemão), boj común (espanhol), buis à
bordure, buis bonsai, buis toujours vert (francês), box-tree, boxwood, dudgeon (inglês), bosso, bossolo
(italiano).
Descrição Botânica: Planta arbustiva, de ciclo perene e crescimento muito lento, que atinge de 2 a 5 metros
de altura. O tronco, de 15 centímetros de diâmetro, é coberto por uma casca irregular e acinzentada. Possui
pequenas folhas de aproximadamente 1,5 centímetro, opostas, simples, coriáceas, verde-escuras e brilhantes, o
que confere à planta um aspecto ornamental. As folhas possuem um odor peculiar, levemente desagradável, e
um sabor adstringente. As flores, femininas terminais, cercadas por outras masculinas, são pequenas e alvas e
agrupam-se em inflorescências do tipo cacho, divididas em quatro partes. Produz pequenos frutos do tipo
cápsula, ovais ou arredondados. A planta pertence a uma família com apenas seis gêneros e 30 espécies, das
quais apenas as perenes podem ser utilizadas para fins medicinais, entre outros.
Composição Química: Buxina, parabuxina, parabuxonidina, taninos, óleos essenciais, sulfato de potássio,
sulfato de cal, carbonato de cal, carbonato de magnésia, fosfato de cal, ferro e sílica.
Partes Usadas: Folhas, Madeira.
Propriedades Medicinais: Anti-reumática, Antitérmica, Purgativa, Sudorífera, Tônica, Vermífuga.
Usos
culinária: Não é utilizada.
beleza: Antigamente, produziam-se perfumes a partir de suas folhas e casca. Alguns autores

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recomendavam a aplicação da essência em decocção, para estimular o crescimento dos cabelos, e as folhas e a
serragem fervidas também eram utilizadas para tingir os de castanho.
saúde: É usada para casos de febre e inflamação das vias biliares e urinárias. Externamente, as folhas
servem para preparar compressas ou banhos contra as dores de reumatismo, gota e erupções cutâneas. A
tintura produzida a partir de suas folhas é considerada tônica, e acredita-se que também ajude a curar a lepra.
Um óleo volátil destilado de sua madeira é indicado para casos de epilepsia e também já foi usado para
tratamentos de hemorróidas e dor de dente. Pelas propriedades sudorífera e laxante das folhas, a planta é
empregada em forma de pó, para estimular o suor e a evacuação, funcionando também como vermífugo.
Antigamente, o buxo era utilizado para tratar malária, mas hoje é raramente usado contra essa doença, por
causa de sua toxicidade.
outros usos: A planta também tem uso ornamental, sendo muito empregada em jardins, para a formação
de figuras geométricas e cercas-vivas. Na França, suas folhas são consideradas um excelente adubo de
videiras (as plantas que produzem a uva). Sua madeira, extremamente dura, compacta e resistente, é útil para
marchetaria, torno, instrumentos musicais de sopro, instrumentos de desenho, instrumentos matemáticos e
náuticos.
Contra-Indicações: As folhas são tóxicas e, por isso, não devem ser consumidas em excesso.
Efeitos Colaterais: Pode causar distúrbios gastrintestinais, como náuseas, vômitos, diarréias e cólicas
abdominais. Tonturas, convulsões e faltas de ar também podem ocorrer. O contato com a gordura da célula
pode provocar irritação na pele.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado e subtropical. Suporta o calor dos climas subtropicais, se cultivada à meia-sombra.
Sobrevive também sob uma temperatura de até 20 º C negativos, em locais mais frios, com a queima mínima
de suas folhas. Não suporta bem o vento.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Por estaquia da raiz.
espaçamento: 3 X 3 metros entre plantas.
tipo de solo: Prefere solos ricos em nutrientes e matéria orgânica e bem drenados, mas se adapta
facilmente a solos com pouca ou razoável presença de matéria orgânica. Se cultivada na sombra, suporta
também solos mais secos e ácidos.
adubação e correção: Da primavera ao outono, deve ser adubada a cada duas ou três semanas, com adubo
líquido, por via foliar, ou sólidos na terra. Os mais indicados são os ricos em fósforo (P), podendo ser
utilizado também algum tipo de adubo orgânico. São sugeridos traços de proporção de N-P-K (Nitrogênio-
Fósforo-Potássio), na ordem de 10-10-10. No período de dormência (inverno), deve ser adubada a cada seis
semanas. Se a estação for rigorosa, a adubação deve ser suspensa. Uma vez por ano é necessária a adubação
com micronutrientes, como cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), boro (B) e ferro (Fe). A cada dois anos,
no final do inverno, início da primavera, ou ainda no outono, após o período de crescimento, dois terços das
raízes devem ser cortados. Os galhos e ramos podem ser podados - os rebentos jovens, quando estiverem com
cinco ou seis pares de folhas, deixando-se apenas dois -, ao longo de todo o ano.
necessidade de água: Moderada (Abundante no verão e moderada no inverno).
Colheita
Madeira: Não encontrada na literatura consultada.
Folhas: No início da floração.
Secagem
Madeira: Não encontrada na literatura consultada.
Folhas: Na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Acondicionamento
Madeira: Não encontrado na literatura consultada.
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Cacau

Theobroma cacao L. - Esterculiaceae


Espécie nativa da floresta tropical úmida latino-americana. Acredita-se que seus centros de origem sejam as
nascentes dos rios Amazonas e Orinoco. Já na cultura dos astecas, povos antigos da América Central
(México), se utilizava o cacau como alimento e bebida, e ingrediente base do chocolate, conhecido como

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choco-latl.
O clima tropical da floresta brasileira foi e é excelente para o cultivo desta planta, uma vez que é úmido e
quente, sem estar sob a ação direta do sol, o que mata o cacaueiro. Este existe em estado nativo na região da
Amazônia. Do Brasil, o cacaueiro foi levado para a África, onde as primeiras plantações ocorreram nas ilhas
de São Tomé, Príncipe e Fernando Pó.
O cacau foi levado para a Europa, não por portugueses, mas por espanhóis, em meados do século 16. Ele
entrou nos mercados europeus fazendo par com o açúcar. No uso culinário, este último é imprescindível como
adoçante do cacau. Em 1677, o Estado do Pará iniciou seu cultivo e, em 1836, o cacaueiro foi levado para o
sul da Bahia, tornando-se esta zona baiana a principal produtora mundial de cacau. A produção nunca foi
abandonada, de tal modo que hoje em dia o Brasil mantém-se entre os principais produtores mundiais deste
produto.
Outros Nomes Populares: árvore-do-chocolate, cacaueiro.
Outros Idiomas: kakaobaum (alemão), cacao (espanhol), cacao (francês), cocoa tree (inglês), cacao
(italiano).
Descrição Botânica: Pequena árvore de ciclo perene, com finas folhas lustrosas de até 40 centímetros de
comprimento, que são rosadas quando jovens. Pequenas flores amarelas, pálidas, são seguidas por frutos que
contêm numerosas sementes em uma polpa mucilaginosa.
Composição Química: Ácido acético, ácido ascórbico, ácido cítrico, ácido ferúlico, ácido fórmico, ácido
isovalérico, ácido oxálico, alcalóides, apigenina, arabinose, cafeína, betacaroteno, campesterol, catequina,
catecol, cumarina, dopamina, epicatechina, esculetina, estigmasterol, ergosterol, glicerina, glicerol, glucose,
haematina, isovitexina, kaempferol, linalol, luteolina, pectina, quercitrina, rutina, ß-sitosterol, tanino,
theobromina, a e ß-theosterol e vitexina.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Emoliente, Estimulante, Fortificante, Vulnerária.
Usos
culinária: É usado diretamente, por si só, em sucos, sorvetes e geléias, ou como chocolate. Usado ainda
como condimento e aromatizante em confeitos, molhos, bebidas lácticas e licores.
beleza: Usado em diversos produtos cosméticos para o tratamento de peles ressecadas e para devolver a
maciez e suavidade. Usado na fabricação de batons para hidratar lábios rachados e ressecados, na elaboração
de cremes e ungüentos, cremes para fortalecer unhas quebradiças e fracas e como componente de protetores
solares.
saúde: Usado interiormente contra angina, pressão alta (pó de cacau), nervos fracos e prisão de ventre;
externamente para o tratamento de pele com bolhas (manteiga de cacau).
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser consumido por pacientes com síndrome de intestino irritável.
Efeitos Colaterais: Pode causar alergias na pele, enxaqueca ou diarréia.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical, com temperaturas médias superiores a 21º C.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Sementes ou mudas.
espaçamento: 3 metros entre plantas.
tipo de solo: Profundos, ricos em nutrientes, bem drenados, com pH neutro e de textura argilosa, franco-
argilosa ou franco-argilo-arenosa.
adubação e correção: Esterco de curral curtido e muita matéria orgânica.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Sementes: Inicia-se a colheita dos frutos a partir do 3º ano. Os frutos podem ser cortados durante o ano
inteiro, especialmente no período compreendido entre o início do verão e o início do inverno.
Secagem
Sementes: Obtidas dos frutos após sua fermentação, são lavadas ou não, secadas ao sol, torradas e moídas
(chocolate integral).
Acondicionamento
Sementes: |O produto em pó deve ser conservado em recipiente bem fechado, em local seco e bem
ventilado.

Café

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Coffea arabica L. - Rubiaceae


O café é originário da África Ocidental, mais especificamente da antiga Abissínia (hoje Etiópia), onde é
conhecido há mais de mil anos. Lá – diz a lenda – deu-se o consumo do café pela primeira vez na história: um
pastor árabe chamado Kaldi, que vivia na Abissínia, observou que as cabras que fugiam para as montanhas
voltavam excitadas, correndo exaustivamente pelas colinas. Certo dia o pastor as seguiu até o topo da
montanha e viu que elas gostavam de comer uma frutinha vermelha, o café. Kaldi, então, experimentou comer
aqueles grãos e ficou alegre como suas cabras. Diz a lenda que ele saiu pulando, dançando e rolando pelo
chão. O costume, então, espalhou-se pela aldeia, pelo país e para as regiões vizinhas.
Como os frutos secavam ao serem transportados, os pastores decidiram preparar uma bebida com os grãos.
Eles foram colocados em água quente para ajudar a combater o frio da noite. Assim foi criada a bebida café,
chamada na Abissínia de “kahwah” ou “cahue”, que quer dizer “força”.
Mas o cultivo da planta começou com os árabes, vizinhos da Abissínia. Por isso o nome científico do café é
Coffea arabica. Foram os árabes também os primeiros a utilizarem a bebida para fins medicinais. Um livro
médico árabe, escrito por volta do ano 900 d.C., sugeria o uso do café para quase todos os problemas médicos,
tais como apatia sexual, febre e sarampo.
O café chegou à Europa por meio dos navegadores holandeses, alemães e italianos. Chegou a ser proibido
pela Igreja durante algumas épocas, por ser considerada uma bebida demoníaca, até que o Papa Aurélio,
apreciador de um bom café, liberou seu consumo para os fiéis católicos. Mas o café entrou definitivamente
para o hábito europeu a partir do século 17, tornando-se uma das bebidas mais consumidas pela população e
apreciada também por celebridades como Bach, Voltaire, Rousseau, reis e nobres.
O café foi trazido o para Novo Mundo inicialmente pelos holandeses, e depois pelos franceses, que passaram
a cultivá-lo em suas colônias nas Américas, onde o clima é apropriado para a cafeicultura. Mas, seguindo um
velho costume turco, os produtores de café não o vendiam em grão, para que ele não fosse replantado por
outras pessoas – por isso o café demorou um pouco mais para chegar ao Brasil.
Em 1727, no entanto, o governador do Pará incumbiu o oficial luso-brasileiro Francisco de Mello Palheta de ir
à vizinha Guiana Francesa – com o pretexto de resolver questões oficiais de fronteira com os franceses – para
trazer, extra-oficialmente, algumas sementes do precioso café. Palheta cumpriu a missão: tornou-se amigo
íntimo da esposa do governador da Guiana, Madame d’Orviliers e, com a cumplicidade dela, contrabandeou
para o Brasil as primeiras sementes de café.
Em pouco tempo, o café tornou-se o mais importante produto de exportação brasileiro, passando a ser
cultivado no Sudeste e no Sul do país, com o estímulo do Vice-Rei Marquês do Lavradio, que convenceu
diversos fazendeiros a investirem nesse produto. Iniciou-se assim um dos principais ciclos econômicos da
história do Brasil: o Ciclo do Café, quando o país chegou a dominar mais de 70% do mercado mundial. Hoje o
café ainda é o principal produto agrícola do país (e o Brasil o maior produtor do mundo), mas a safra – cerca
de 18 milhões de toneladas por ano – representa apenas 25% do mercado internacional. A cafeicultura é mais
desenvolvida nos estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo.
O café também é uma das mais importantes commodities do mercado financeiro, sendo negociado a título
futuro em bolsas de todo o mundo, tais como a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), em São Paulo, e a
Coffee Sugar & Cocoa Exchange (CSCE), em Nova York.
Outros Idiomas: kaffee (alemão), café (espanhol), café (francês), coffee (inglês), caffè (italiano).
Descrição Botânica: Planta arbustiva de ciclo perene que atinge até 4 metros de altura, com caule reto de
casca rugosa e cor acinzentada e copa cônica, com ramos laterais pendentes. As folhas são opostas, elípticas,
membranáceas, glabras, onduladas nos bordos e de coloração verde-acinzentada quando jovens e verde-
brilhante posteriormente. As flores são pequenas, brancas, aromáticas, reunidas em glomérulos e atrativas
para as abelhas. Os frutos são do tipo drupa, de forma ovóides, com 1 a 1,5 centímetro de diâmetro, casca lisa
e brilhante. Eles são verdes, passando a vermelhos e tornando-se pretos segundo as fases de maturação. Os
frutos encerram duas grandes sementes de coloração acinzentada, branco-amarelada ou amarelo-esverdeada,
envoltas por uma escassa polpa branca e adocicada. São as sementes que, depois de secas e torradas, são
moídas, servindo para o preparo da bebida.
Composição Química: Alcalóides, incluindo os alcalóides purínicos ou xantinas (cafeína, teobromina,
teofilina, paraxantina), ácidos orgânicos (ácido clorogênico 5 a 10%, além dos ácidos cafeico, metilúrico,
vanílico, hidroxibenzoico e ferrúlico), flavonóides (caempferol, quercetol 40%), diterpenos (cafestol, caveol),
salicilatos (salicilato de metila), EDTA, ácido benzoico, derivados nicotínicos (trigonelina), óleos essenciais
(ácido cinâmico e aldeído cinâmico), vitaminas (nicotinamida, ácido ascórbico, tiamina, riboflavina e

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caroteno) e minerais (cálcio, fósforo e ferro).
Partes Usadas: Folhas, Sementes.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Anti-hemorrágica, Antidiarréica, Antiespasmódica, Antigripal,
Antiinflamatória, Broncodilatadora, Cardiotônica, Depurativa, Desintoxicante, Digestiva, Diurética,
Estimulante, Excitante, Expectorante, Hipoglicemiante, Hipotensora, Revigorante do intelecto, Sudorífera,
Tônica, Vulnerária.
Usos
culinária: Os grãos secos, torrados e moídos, são usados no preparo da tradicional bebida, o cafezinho,
servido quente ou gelado, puro ou misturado com leite (café-com-leite, média ou pingado), com leite e
chocolate (cappuccino), com creme ou chantilly ou com bebidas alcoólicas, tais como licores, conhaques e
outras. Usado no preparo de doces, balas e bolos.
beleza: O hábito de tomar café ajuda a proteger o couro cabeludo contra a queda capilar.
saúde: Combate as vertigens, as cefaléias associadas a resfriados, é estimulante do sistema nervoso,
aumenta o metabolismo e a lipólise e aumenta a secreção de ácido clorídrico. Empregado contra o diabetes,
para ajudar a baixar a taxa de glicose (4 gramas de grão cru cozido com um copo de água, para ser tomado à
noite). As folhas são usadas no preparo de chás contra fadiga e cansaço mental, diarréias e cólicas em geral,
como estimulante digestivo e para dilatar os brônquios nos casos de bronquite e asma.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser consumido por pessoas que sofrem de gastrite, úlcera péptica, insônia,
agitação psicomotora, taquicardia e taquiarritmias.
Efeitos Colaterais: As xantinas do café podem causar irritação das mucosas do estômago e das vias urinárias,
insônia e palpitações em pessoas sensíveis a essas substâncias.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical de altitude, úmido, com temperaturas amenas, com médias anuais entre 18 e 22º C (o ideal
é entre 19 e 21º C) e precipitação anual de 1.200 a 2.000 milímetros; não suporta geadas.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Sementes,o cultivo comercial é feito principalmente por meio de mudas selecionadas a partir
da germinação das melhores sementes, mas recentemente está sendo experimentada, com bons resultados, a
enxertia.
espaçamento: Tadicionalmente utiliza-se o cultivo com uma densidade de 1,25 mil plantas por hectare
(2,9 metros entre plantas). Hoje, porém, é mais empregado nas lavouras comerciais o método da cafeicultura
adensada, que, com uso da tecnologia, consegue um cultivo com densidade de mais de 8 mil plantas por
hectare (de 80 centímetros a 1 metro entre plantas e 3,5 metros entre linhas).
tipo de solo: Os solos mais adequados são os férteis, profundos (de 1,20 a 1,50 metro de profundidade),
bem drenados, porosos e de textura média; não são recomendados os solos com teor de argila menor que 20%.
adubação e correção: Esterco de gado curtido, composto orgânico ou húmus de minhoca; responde bem à
adubação nitrogenada e à fertilização geral em solos pobres. Atualmente há uma grande demanda de mercado
pelo café orgânico, sem adição de adubos químicos.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Sementes: Após 3 a 4 anos do plantio, de maio a julho; em variedades precoces, pode-se iniciar a colheita
depois de 1,5 ano do plantio.
Folhas: Durante todo o ano, mas de preferência entre abril e setembro.
Secagem
Sementes: A secagem pode ser feita ao sol ou em câmaras de secagem. Ao sol, os frutos são distribuídos
em um amplo terreno (de preferência com piso de concreto) e revirados periodicamente para secagem
homogênea, o que pode durar de 8 a 10 dias, dependendo das condições climáticas do local. No secador, os
frutos são submetidos a uma corrente de ar quente (80 a 85° C) nas primeiras horas, passando depois para uma
temperatura constante de 75°C por 20 a 24 horas. Alguns produtores combinam os dois métodos. Depois, os
frutos precisam ser descascados em máquinas próprias para tirar as camadas externas, restando apenas o grão
(semente), que é comercializado.
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em estufa, a uma temperatura máxima de
35°C.
Acondicionamento
Sementes: Em sacos de tecido, em local seco e livre de roedores.

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Folhas: Em sacos de papel ou tecido, longe da umidade.

Cajá

Spondias lutea L. - Anacardiaceae


O cajá, originário da América tropical, é uma fruta popular na região Nordeste do Brasil e pertence ao mesmo
gênero do umbu ou imbu (Spondias mombin L.). De casca lisa, fina e de tonalidade alaranjada, possui polpa
suculenta e sabor agridoce. O fruto, que já fazia parte da dieta dos índios na época do descobrimento, pode ser
encontrado em quase todo o território brasileiro, e seus nomes variam de acordo com as regiões. Na
Amazônia, por exemplo, o cajá é mais conhecido como taperebá. A árvore, também chamada de cajazeira,
ocorre na maioria dos Estados do Nordeste de forma espontânea, em condições silvestres de locais como
sítios, quintais e ruas. Segundo a crença de alguns, sonhar com cajá é sinal de realização de um velho sonho e
do fim dos dissabores com parentes.
Outros Nomes Populares: acaíba, acaimiri, acajá, acajaíba, cajá-mirim, cajá-miúdo, cajá-pequeno, cajazeira,
cajazeiro, taperebá, tapiriba.
Outros Idiomas: ciruela amarilla ou jobo (espanhol), spondias (francês), yellow mombin (inglês).
Descrição Botânica: Árvore de caule ereto, caducifólia e que pode atingir de 20 a 30 metros de altura. Sua
copa é ampla, frondosa, de formato globoso e seus ramos são esparsos e extensos e começam a surgir apenas a
10 ou 15 metros acima do solo. A casca tem cor bege clara e possui uma resina abundante esbranquiçada,
pegajosa e de sabor amargo. As folhas são pinadas, com 4 a 12 pares de folíolos, de formato oblongo e um
terminal. Possui flores hermafroditas, brancas, pequenas, aromáticas, numerosas e agrupadas em
inflorescências do tipo panícula terminal. O fruto é do tipo drupa, de coloração amarelo-alaranjada, de
formato ovóide, pequeno, com polpa agridoce e aromática. Sua semente tem formato claviforme ou reniforme
e pode ser ausente ou se apresentar até em número de 5 por fruto, sendo mais freqüente, no entanto, apenas
uma.
Composição Química: Vitaminas A e C, cálcio, ferro, fósforo e carboidratos.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Frutos, Raízes.
Propriedades Medicinais: Anti-hemorroidal, Antiblenorrágica, Antidiarréica, Antileucorréica,
Antimicrobiana, Antiviral, Diurética, Estomáquica, Febrífuga.
Usos
culinária: Os frutos são consumidos “in natura”. A polpa do fruto é muito utilizada no preparo de sucos,
refrescos, sorvetes, compotas e geléias. Também é utilizado para fazer um licor conhecido na Amazônia como
“vinho de taperebá”.
beleza: Não é usado.
saúde: O suco dos frutos é empregado popularmente para estimular o funcionamento dos rins e contra
febre. A decocção das raízes também tem uso popular: pode ser empregada contra diarréias, disenteria e
hemorróidas, servindo também para o tratamento de gonorréia (infecção sexualmente transmissível) e
leucorréia (corrimento vaginal). O chá das flores e folhas pode ser usado para aliviar dores de estômago,
cistites e inflamações da garganta. Há referências na literatura mostrando o efeito antimicrobiano do extrato
obtido das folhas sobre bactérias do tipo gram positivas, tais como Staphylococcus aureus e Bacillus subtilis,
assim como atividade relaxante sobre o músculo liso e ação estimulante sobre a atividade uterina.
outros usos: A madeira é freqüentemente utilizada em carpintaria. As árvores servem como cerca viva e
também podem fornecer proteção e sombreamento a outras plantas, como o cacaueiro.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura pesquisada.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura pesquisada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e sub-tropical, com temperatura média anual entre 25o C e 28o C.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes e divisão de raízes.
espaçamento: 10 x 8 metros.
tipo de solo: De textura arenosa a média, com baixos valores de pH (ácido), rico em nutrientes, úmido,
profundo e bem drenado.
adubação e correção: Pode-se adubar a cova cerca de 30 dias antes do plantio com 20 litros de esterco de
curral curtido, 300 gramas de superfosfato simples e 100 gramas de cloreto de potássio misturados à terra de
superfície.

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necessidade de água: Baixa.
Colheita
Raízes: Não encontrada na literatura consultada.
Folhas: Em qualquer época do ano.
Flores: Entre o fim do inverno e o começo do verão.
Frutos: Entre a primavera e o verão. Quando estão maduros, os frutos mudam da cor verde para a amarela
e podem ser apanhados diretamente no chão, quando caem.
Secagem
Raízes: Ao ar livre, em local bem ventilado e sombreado, ou em estufa com temperatura máxima de 50°C.
Folhas: Ao ar livre, em local bem ventilado e sombreado, ou em estufa com temperatura máxima de 35°C.
Flores: Ao ar livre, em local bem ventilado e sombreado, ou em estufa com temperatura máxima de 35°C.
Folhas secas: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Raízes: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Flores: Em vidros, sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Frutos: Podem ser acondicionados em balaios, caixas de madeira ou plástico forradas com jornal ou palha
de bananeira. Devem ser mantidos sob condições naturais de umidade e temperatura por um período de 24 a
48 horas.

Cajepute

Melaleuca leucadendra L. - Myrtaceae


Originária da Austrália e das ilhas do Oceano Índico. Cultivada em Cuba como planta ornamental. Os maiores
produtores de óleo essencial são a Índia, as Filipinas e a Indonésia. Foi trazida para o Brasil há muitos anos e
é cultivada como planta ornamental nas regiões do sul e sudeste do país, principalmente no estado de São
Paulo. Além do uso terapêutico e ornamental, é também uma planta comestível e sua madeira é muito útil na
marcenaria e na construção civil.
Outros Nomes Populares: árvore-de-óleo-de-cajepute, melaleuca, sete-capotes.
Outros Idiomas: Kajeputbaum (alemão), Cayeput ou Cayeputi (espanhol), Cajuput (inglês).
Descrição Botânica: Planta que atinge entre 6 e 20 metros de altura, com copa colunar de cerca de 3 metros
de diâmetro. Folhagem perene, com folhas pequenas, elípticas ou oblongas, com 5 a 10 centímetros de
comprimento. Flores brancas ou de cor creme, agrupadas em inflorescências terminais do tipo espiga, com 5 a
15 centímetros de comprimento, e que aparecem no verão. Fruto do tipo cápsula, esférico, com 3 milímetros
de diâmetro.
Composição Química: Alfa e beta-pineno, limoneno, canfeno, 1,8 cineol, dipenteno, beta-cariofileno, alfa-
terpineol, terpenil-acetato, eucaliptol, butiraldeído, betulinas, taninos, aminoácidos e saponinas.
Partes Usadas: Brotos, Frutos, Óleo extraído das folhas.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Anti-séptica, Antibacteriana, Antiespasmódica, Antitérmica,
Carminativa, Estimulante, Expectorante, Inseticida, Tônica.
Usos
culinária: Em algumas regiões do país, suas folhas são consumidas como verdura, devido a seu sabor
aromático.
beleza: Usada no tratamento da acne, para eliminar cravos e espinhas, em óleos para acalmar dores
musculares e articulares, em pomadas para tratar de pé-de-atleta e micoses.
saúde: Indicada para combater infecções urinárias e intestinais, otites, nevralgias, dores reumáticas e
picadas de insetos. As folhas, preparadas para inalação (água fervente sobre 4 ou 5 folhas), ajudam o combater
doenças do sistema respiratório. Na aromaterapia, usado na forma de sais de banho, em banheiras ou escalpa-
pés, combate o desânimo e a apatia.
outros usos: Em Cuba, é cultivado como planta ornamental.
Contra-Indicações: Não se recomenda o uso interno de preparados que contenham óleo essencial.
Efeitos Colaterais: O uso externo pode causar reação alérgica.
Cultivo e Conservação
clima: Subtropical.
exposição solar: Meia-sombra e plena.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
propagação: Sementes.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Úmido e brejoso.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Elevada.
Colheita
Folhas: Durante todo o ano.
Secagem
Folhas: À sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de plástico transparente, bem fechados.

Caju

Anacardium occidentalis - Anacardiaceae


O cajueiro tem origem no Brasil, especialmente nas regiões costeiras do Norte e Nordeste. Em 1699, foi
levado para a Índia e para a Europa. As primeiras descrições da árvore datam da metade do século 16. Os
indígenas conheciam muito bem o caju e faziam dele um de seus mais completos e importantes alimentos. O
nome da fruta tem origem na palavra tupi "aka’yu" ("acaiu"), que quer dizer "noz que se produz".
Outros Nomes Populares: cajueiro, cajuzeiro.
Outros Idiomas: marañom (espanhol), cajou (francês), cashew (inglês), anacardio (italiano).
Descrição Botânica: Árvore que pode atingir até 10 metros de altura, apresenta copa proporcional ao seu
tamanho, arredondada, chegando a alcançar o solo. O tronco é tortuoso e ramificado. As folhas são grandes,
coriáceas, obovadas ou oblongas, de coloração rósea quando jovens, e verde posteriormente. As flores são
pequenas, de cor branco-rosadas, ligeiramente perfumadas e reunidas em amplas inflorescências. O fruto é
pequeno, de coloração escura e consistência dura, o qual produz um óleo muito cáustico e uma semente ou
amêndoa comumente conhecida por castanha-de-caju. O fruto é sustentado por um pseudofruto, que é um
pedicelo carnoso, tuberizado e suculento, bem desenvolvido, de coloração amarela, alaranjada ou vermelha (o
caju propriamente dito).
Composição Química: Proteína, fibras, carboidratos, cálcio, fósforo, ferro, ácido ascórbico, vitamina A e C.
Partes Usadas: Folhas, Frutos, Sementes.
Propriedades Medicinais: Anti-hemorrágica, Antitérmica, Antiulcerogênica, Diurética.
Usos
culinária: O pseudofruto é consumido “in natura” ou utilizado para fazer sucos, geléias e doces de todos
os tipos (por exemplo, sorvetes, gelados, compotas, doces em calda ou cristalizados), sendo muito consumido
no Nordeste do país. A castanha-de-caju, retirada do fruto (cuja casca não pode ser consumida) e assada, é
usada como alimento, como petisco e também em uma variedade de pratos doces e salgados. No Nordeste, é
misturada à farinha de mandioca, originando uma guloseima vendida na rua em pequenos cones de papel.
beleza: Não é comumente usado.
saúde: As folhas são usadas para reduzir a febre e para diminuir os níveis de açúcar no sangue. O
pseudofruto é diurético, enquanto as castanhas são uma enorme fonte de nutrientes, sendo usadas também
para controlar a diarréia, a hipoglicemia e a gripe. Na África, a infusão das folhas é utilizada para combater a
malária.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: O óleo das castanhas é irritante para a pele.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical quente. A temperatura média anual deve estar em torno de 27º C, com limites entre 22º C e
32º C. É muito sensível ao frio e às geadas.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes ou mudas.
espaçamento: 10 metros entre plantas e 15 metros entre linhas.
tipo de solo: Profundos, bem drenados, de textura areno-argilosa, com boa reserva de nutrientes, pH entre
5,5 e 6,5 e sem toxidez por sais solúveis.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
adubação e correção: Esterco de curral, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60 centímetros de
profundidade, no início do período chuvoso.
necessidade de água: Moderada (Regar duas vezes por semana, caso esteja em um período sem chuvas).
Colheita
Frutos: A colheita deve ser manual, feita pela manhã. Pode-se aproveitar os frutos caídos que não tiverem
estragados.
Sementes: Os frutos devem ser abertos com a ajuda de um instrumento de corte, para que a castanha seja
retirada.
Folhas: Durante todo o ano.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Sementes: Secar os frutos ao sol, por dois ou três dias. Depois, as castanhas são retiradas e torradas.
Folhas: Ao sol.
Acondicionamento
Frutos: Na geladeira, por cerca de três dias. A polpa pode ser congelada.
Sementes: Depois de torradas, devem ser guardadas em sacos plásticos fechados e mantidos em lugar
seco.
Folhas: Em sacos plásticos, em lugar seco e fresco.

Cálamo-aromático

Acorus calamus L. - Araceae


Erva aromática aquática, originária da Índia. Hoje é encontrada em todo o hemisfério norte e está aclimatada
em alguns países do hemisfério sul, como o Brasil, especialmente na Amazônia.
Conhecida desde os tempos antigos, é citada na Bíblia como um óleo sagrado, como se lê no capítulo 30 do
Êxodo: "Disse mais o Senhor a Moisés: também toma das principais especiarias, da mais pura mirra
quinhentos siclos, de canela aromática a metade, a saber, duzentos e cinqüenta siclos, de cálamo-aromático
duzentos e cinqüenta siclos, de cássia quinhentos siclos, segundo o siclo do santuário, e de azeite de oliveiras
um him. Disto farás um óleo sagrado para as unções, um perfume composto segundo a arte do perfumista; este
será o óleo sagrado para as unções.".
Outros Nomes Populares: ácoro, ácoro-verdadeiro, cálamo, cana-cheirosa, pimenta-das-abelhas.
Outros Idiomas: Kalmus (alemão), Ácoro (espanhol), Acore odorant (francês), Sweet flag (inglês), Càlamo
aromàtico (italiano), Acori graminei (latim).
Descrição Botânica: Planta aquática que se desenvolve em regiões alagadas, de ciclo perene e sem caule. O
rizoma é cilíndrico e verde-claro. As folhas são lanceoladas, compridas e estreitas, com uma nervura central.
As flores são bem pequenas, de coloração verde-clara ou amarela, hermafroditas agrupadas em inflorescências
do tipo espiga do tipo espádice.
Composição Química: Ácido ascórbico, ácido cáprico, ácidos orgânicos, acoretina, acorina, aminoácidos,
asarona, calamina, canfeno, cariofileno, cineol, colina, eugenol, humuleno, metilamina, metil-eugenol,
mucilagem, alfa-pineno, substâncias amargas, taninos e triterpenos.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-helmíntica, Antidisentérica, Antidispéptica, Antiespasmódica,
Antiinflamatória, Antimicrobiana, Aperiente, Aromática, Calmante, Carminativa, Emenagoga, Emética,
Estimulante, Expectorante, Hemostática, Relaxante, Sedativa, Tônica.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Usado na perfumaria e na indústria de cosméticos, em máscaras de beleza para tonificar a pele e
em produtos de higiene bucal para promover a assepsia. Usado também em compressas e máscaras de beleza
caseiras para tonificar a pele. Empregado ainda na fabricação de cremes ou géis para repelir insetos.
saúde: Usado contra anúria, enterites e problemas intestinais, vermes intestinais, cólicas gastro-intestinais,
falta de apetite, para estimular vômito e contra excitação nervosa. Muito usado na homeopatia e na
aromaterapia, especialmente em banhos de imersão para relaxar e aliviar dores musculares.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Deve ser evitado na forma de banhos ou massagem corporal por gestantes.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, não há efeitos colaterais advindos do uso externo.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Cultivo e Conservação
clima: Prefere regiões temperadas e tropicais amenas.
exposição solar: Plena.
propagação: Divisão de rizomas.
espaçamento: 35 centímetros entre plantas e entre linhas.
tipo de solo: Cresce em locais pantanosos, margens de rios e lagoas em solos soltos, férteis e alto teor de
umidade.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Abundante (É uma planta aquática).
Colheita
Rizoma: Depois de 2 anos do plantio, antes da planta emitir folhas novas.
Folhas: No verão.
Secagem
Rizoma: À sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 40º C. Depois de
seco, o rizoma é moído.
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Acondicionamento
Rizoma: Depois de moídos, deve ser armazenado em sacos de plástico transparente, bem fechados.
Folhas: Em sacos de pano ou papel bem fechados.

Calêndula

Calendula officinalis L. - Asteraceae (Compositae)


A calêndula é uma erva originária do Egito e que logo se aclimatou e se difundiu por toda a Europa. Era
conhecida de todos os antigos herbalistas como uma flor de jardim que abre sua flores quando o sol nasce e as
fecha quando ele se põe, muito útil na culinária e na medicina. Diz a história que ela traz conforto ao coração
e ao espírito e, no Cristianismo, é associada à Virgem Maria.
Outros Nomes Populares: bem-me-quer, calêndula-das-boticas, maravilha, maravilha-dos-jardins.
Outros Idiomas: Garten-Ringelblume (alemão), caléndula (espanhol), calendule (francês), marigold (inglês),
fiorrancio coltivato (italiano).
Descrição Botânica: A calêndula é uma planta de porte herbáceo, ciclo anual ou bianual e que atinge de 20 a
50 centímetros de altura. O caule é robusto e anguloso. Suas folhas são macias e de textura aveludada. Sua
flores são simples, de coloração amarela ou laranja. O fruto é do tipo aquênio.
Composição Química: ácidos fenol-carboxílicos, ácido mirístico, ácido salicílico, arnidiol, calendina,
calenduladiol, cariofileno, carotenóides, carvona, ésteres glicosídicos, faradiol, flavonóides glicosídicos,
flavoxantina, isomentona, mentona, mucilagem, poliacetilenos, polissacarídeos, quercetina, saponinas,
sesquiterpenos, taninos, taraxasterol e xantofilas.
Partes Usadas: Flores.
Propriedades Medicinais: Anti-seborréica, Anti-séptica, Antialérgica, Antiinflamatória, Calmante,
Cicatrizante, Colagoga, Emenagoga, Emoliente, Refrescante, Tônica, Vulnerária.
Usos
culinária: As folhas e os caules são comidos como vegetais em saladas verdes.
beleza: Peles sensíveis, avermelhadas e delicadas, tecidos danificados, rachaduras, acne, aftas, veias
dilatadas e varizes, assaduras, erupções cutâneas e eczemas, frieiras, abscessos, impetigo e verrugas.
saúde: Inflamações nas mucosas da boca e garganta, úlceras, gastrite, úlcera duodenal, problemas na
produção da bile, feridas e psoríase.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não é indicado para gestantes.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: temperado ameno; resistente a geadas e secas.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes (germinadas em sementeiras).

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
espaçamento: 60-80 x 30-50 centímetros.
tipo de solo: textura média, rico em nutrientes e matéria orgânica, leve, bem drenado e com pH 6,0-7,0.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade; adubação mineral nitrogenada e fosfórica.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Flores: na época do florescimento, quando estão abertas (verão e outono).
Secagem
Flores: na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35ºC.
Acondicionamento
Flores: em recipientes de vidro ou sacos de papel ou plástico transparente bem fechados.

Cambará

Lantana camara L - Verbenaceae


Originária da Índia e da Ásia, usada como planta ornamental em jardins e bosques. Durante muito tempo, seu
chá foi empregado popularmente no tratamento de dores de estômago, bronquites e gripes. Hoje são
comprovadas as propriedades tóxicas da erva, que podem levar à morte.
Outros Nomes Populares: camará, camará-de-chumbo, camará-de-espinho, camará-miúdo, camará-
verdadeiro, cambará de cheiro, cambarazinho, lanatana-espinhosa, lantana.
Outros Idiomas: wandelröschen (alemão), yerba sagrada (espanhol), herbe à plomb (francês), lantanar red
sage (inglês), lantana (italiano).
Descrição Botânica: Arbusto pequeno de caule ramificado, formando muitos galhos cruzados, com pequenos
espinhos nos ramos. Suas folhas são ovais e ásperas, com cheiro semelhante ao da erva-cidreira. As flores são
vermelhas ou amarelas e o fruto globuloso é do tamanho e da cor de um grão de chumbo de espingarda, com
uma película fina e uma semente no centro.
Composição Química: Alcalóide, lantanina, lantadene A e B e triterpenóide.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Antiasmática, Antitussígena, Descongestionante, Expectorante.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: É usada há mais de 70 anos pela indústria farmacêutica para a fabricação de medicamentos contra
bronquites, tosses e peito congestionado.
outros usos: Usada como planta ornamental em jardins e bosques.
Contra-Indicações: Gestantes e nutrizes.
Efeitos Colaterais: Náuseas, vômitos, diarréia, fraqueza, letargia, respiração lenta e difícil, cianose, coma e
até morte. Tais efeitos aparecem algumas horas após a ingestão.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Estaquia da ponta dos ramos.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Textura arenosa e rico em matéria orgânica.
adubação e correção: Usar uma vez por ano farinha de osso, farinha de peixe ou torta de algodão.
necessidade de água: Plena nos primeiros meses e, depois, moderada.
Colheita
Folhas: Após seis meses de plantio.
Secagem
Folhas: Usadas preferencialmente secas, podem também ser secas ao ar livre, em local sombreado e bem
ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou tonéis e caixas de papelão, em local seco e sombreado.

Camomila

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Matricaria chamomilla L. - Asteraceae (Compositae)


A camomila é uma planta originária do norte da África e que se espalhou com muita rapidez pelos territórios
da Europa. É usada principalmente na medicina e extremamente popular pelos seus efeitos calmantes e
carminativos, ajudando a aliviar as cólicas dos recém-nascidos. É uma erva que se desenvolve com
dificuldade, mas ajuda a manter a saúde das plantas que nascem ao seu redor nos canteiros. Na aromaterapia,
é usada para despertar a autoconfiança, a capacidade de esperar e de ter paciência em relação ao futuro.
Outros Nomes Populares: camomila-alemã, camomila-azul, camomila-comum, camomila-da-alemanha,
camomila-dos-alemães, matricária.
Outros Idiomas: Echte Kamile (alemão), manzanilla alemana (espanhol), camomille (francês), chamomile
(inglês), camomilla comune (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo anual e que atinge de 35 a 70 centímetros de altura. Possui raiz
forte e fibrosa. Seu caule é ereto e ramificado. Possui folhas alternas, sésseis, macias, bipinadas, verde-claras e
com folíolos pequenos e lineares. Possui flores terminais amarelas, caracterizadas por um disco central
amarelo, circundado por pétulas brancas.
Composição Química: ácidos orgânicos, ácido salicílico, apigenina, borneol, cânfora, colina, cumarina,
flavonóides, herniarina, saponina, mucilagem, pró-camazuleno, terpenosazuleno e umbeliferona.
Partes Usadas: Flores, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Analgésica, Anti-séptica, Antialérgica, Antiinflamatória, Calmante,
Carminativa, Cicatrizante, Desinfetante, Emoliente, Refrescante, Tônica, Vulnerária.
Usos
culinária: Não é comumente usada.
beleza: peles secas, sensíveis e rachadas, acne e acne rosácea, manchas e sardas, inchaço do rosto, rugas,
olhos cansados, dermatites, eczemas, queimaduras de sol, irritações pós-barba e pós-depilação, coceiras,
vermelhidão e para iluminar cabelos claros.
saúde: Reidratação oral, cólica uterina, cólica do recém-nascido e conjuntivite.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: gestantes.
Efeitos Colaterais: dermatite de contato, fotodermatite, náuseas, insônia e excitação nervosa.
Cultivo e Conservação
clima: temperado (temperaturas médias abaixo de 20ºC), com elevada umidade relativa do ar; não é
resistente a secas prolongadas.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes (germinadas em sementeira).
espaçamento: 50 x 15 centímetros.
tipo de solo: textura média, úmido, rico em nutrientes, bem drenado e com pH 6,7-7,3 (resiste até pH 8).
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade; adubação mineral nitrogenada e potássica; calagem em solos muito ácidos.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Flores: quando estiverem completamente abertas, em dia seco e com sol.
Secagem
Flores: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35ºC.
Acondicionamento
Flores: em recipientes de vidros semi-abertos ou caixas de papelão.

Cana-de-açúcar

Saccharum officinarum L. - Poaceae (Gramineae)


A cana-de-açúcar é originária do sul da Ásia, onde teve registrado seu cultivo desde os tempos mais remotos
da história. Referências indicam que tenha se difundido pela Pérsia, Síria, Egito e Sicília ainda na época de
Alexandre Magno, o Grande, então rei da Macedônia, por ocasião da conquista e organização do império
Persa em aproximadamente 327 a.C. Devido à expansão de seus domínios, foram criados canais mercantis que
facilitaram a evasão e influência de artigos, especiarias e costumes entre a Ásia Meridional, sul e sudeste da

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 160


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Europa e norte da África.
Por muito tempo, durante sua difusão pelo continente europeu, o açúcar foi encarado como uma substância
rara, utilizada no tratamento de enfermidades das mais diversas origens. Somente após o século 15, a cana-de-
açúcar passou a ter uma produção em larga escala, tornando-se, então, sob o ponto de vista comercial, um
produto importante e atraente para o mercado mundial. Em Portugal foi introduzida pela Ilha da Madeira, pelo
Infante Dom Henrique, ainda no mesmo século.
No Brasil, a cana-de-açúcar passou a ser cultivada a partir do terceiro decênio do século 16, e desempenhou
um papel importante na evolução histórica, sob o aspecto infra-estrutural e sócio-econômico. Os núcleos
iniciais da produção canavieira localizaram-se na região Nordeste – ao redor da Bahia e em Pernambuco –,
expandindo-se para o Sudeste, onde sua produção se concentraria nas imediações do Rio de Janeiro e em São
Vicente. Apesar de estar sempre em segundo plano, a cana-de-açúcar nunca deixou de ser plantada.
Entretanto, em meados do século 17 e não obstante à concorrência do café, a lavoura canavieira paulista
progrediu da região de Itu em direção a Porto Feliz e Piracicaba, que passariam então a serem os grandes
centros produtores brasileiros.
Ainda em 1550, com a proliferação dos latifúndios canavieiros, a mão-de-obra tornou-se escassa nos grandes
engenhos para o corte e colheita da cana, e o trabalho nas grandes moendas artesanais entalhadas em madeira
era imperativamente necessário, incrementando-se, assim, o comércio de escravos trazidos da África.
Trabalhadores livres eram raros, e normalmente ocupavam funções especiais ou de direção como feitores,
purgadores, mestres e caixeiros (para acondicionamento do açúcar).
Com seus lucros, a produção da cana-de-açúcar financiou os gastos com a colonização no Brasil por ter
gerado a maior parte do comércio durante o período mercantilista. Com a invasão da Cia. Holandesa das
Índias Ocidentais no país, muitos engenhos passaram a ser controlados pelos holandeses; após o ano de sua
expulsão, em 1654, começaria a decadência do açúcar brasileiro, que passaria a sofrer concorrência dos
produtores das Antilhas Francesa e Inglesa, então aliados aos holandeses expulsos.
Atualmente, a cana-de-açúcar é cultivada em 127 países tropicais e subtropicais e é utilizada na produção de
álcool, aguardente, açúcar, melaço, melado e garapa.
Outros Nomes Populares: cana.
Outros Idiomas: canne à sucre (alemão), caña de azúcar (espanhol), canne à sucre (francês), sugarcane
(inglês).
Descrição Botânica: Planta de ciclo perene, que pode atingir vários metros de altura. O caule, do tipo colmo,
desenvolve-se em touceiras com cerca de 3 metros de altura e possui nós e entre-nós visíveis, casca lisa e
cerosa. Os colmos são espessos e repletos de suco açucarado. As folhas, com até 1,5 metro de comprimento,
cerca de 6 centímetros de largura e com disposição dística, nascem dos nós do caule, possuem a bainha que
envolve os entrenós e têm uma nervura central distinta, saliente na parte inferior. As flores, mínimas,
congregam-se em enormes pendões terminais, de coloração cinzento-prateada. plumosa e paniculada.
Composição Química: Ácido hidrociânico, ácido ascórbico, sais minerais (cálcio e ferro), fibras e sacarose.
Partes Usadas: Colmos.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Anti-séptica, Antiemética, Antifebrífuga, Antivirótica, Bactericida,
Cardiotônica, Demulcente, Diurética, Estomáquica, Galactagoga, Laxativa, Peitoral, Refrigerante.
Usos
culinária: Por ser extremamente adocicada, pode ser consumida “in natura” e na preparação de sucos; é da
cana-de-açúcar que se produz o açúcar consumido na maior parte do mundo e uma aguardente tipicamente
brasileira, a cachaça.
beleza: Não é usada.
saúde: Usada para aumentar a produção de leite nas lactantes e tratar da insônia; usada no tratamento de
resfriados, pneumonia, tuberculose, diarréia, disenteria, laringite, dor de garganta, tumores, gonorréia,
erisipela, cólera, febres e vômitos na gravidez; externamente, é útil contra rachaduras nos peitos da lactante,
aftas e envenenamento por arsênio, chumbo e cobre.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não há contra-indicações do uso interno e externo.
Efeitos Colaterais: Diarréia, cólica, irritações nos rins, urticária, paralisias e transpiração excessiva; efeito
teratogênico.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Plena.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
propagação: Toletes (pedaços do colmo).
espaçamento: 1 ou 1,5 metro entre plantas. O espaçamento de 1 metro é apropriado para solos arenosos e
regiões ecologicamente adequadas. O espaçamento de 1,5 metro é apropriado para solos férteis.
tipo de solo: Solo profundo e com boa disponibilidade de água.
adubação e correção: 30 kg/ha de nitrogênio no plantio e 30 kg/ha 60 dias após o plantio; o fósforo deve
ser aplicado no plantio, no fundo do sulco, de 40 a 180kg/ha de P2O5 de acordo com a análise do solo e a
produtividade esperada; potássio 40 a 200 kg/ha K2O de acordo com a análise do solo e a produtividade
esperada, sendo que até 100 quilos devem ser aplicados no plantio e o restante em cobertura junto ao
nitrogênio, na primeira aplicação de abril.
necessidade de água: Regime hídrico anual mínimo de 1.200 milímetros, concentrados na primavera e
verão, com inverno seco e/ou frio bem característico, sem geadas freqüentes.
Colheita
Colmos: De maio a novembro.
Secagem
Colmos: Usado preferencialmente na forma fresca.
Acondicionamento
Colmos: No refrigerador por uma semana, dentro de um saco plástico bem fechado.

Cana-do-brejo

Costus spicatus (Jacq.) Sw. - Zingiberaceae


A cana-do-brejo é uma planta ornamental nativa do Brasil, bastante comum na Amazônia, regiões Sudeste e
Nordeste. No passado, o suco feito da planta era muito usado pelos índios para saciar a sede. É conhecida
popularmente pelas suas funções diuréticas e depurativas, podendo ser utilizada como dissolvente de cálculos
renais, curando inflamações das vias urinárias. Seu uso também alivia dores e dificuldades para urinar. O
rizoma da planta tem o odor parecido com o da violeta (Viola odorata L.).
Outros Nomes Populares: cana-de-macaco, cana-do-mato, cana-roxa, cana-roxa-do-brejo, canarana,
jacuacanga, periná, ubacaia.
Outros Idiomas: costos (espanhol), coste e amome velu pétiolé (francês), Indianhead ginger (inglês).
Descrição Botânica: Planta herbácea, rizomatosa, de ciclo perene, que chega a medir de 80 centímetros a 1,5
metro. Suas hastes são duras, cilíndricas. Os brotos novos são mais grossos que os adultos. Suas folhas são
verde escuro, com pecíolo curto, espiraladas, paralelinérveas, com bainha pilosa e avermelhada nas margens.
As flores são amarelas e agrupadas em inflorescências do tipo espiga terminal, cercada por brácteas
escamosas avermelhadas. O fruto é do tipo cápsula, com muitas sementes arredondadas no ápice.
Composição Química: Ácido oxálico, óleo essencial, taninos, mucilagem e pectinas.
Partes Usadas: Folhas, Haste, Rizoma.
Propriedades Medicinais: Antiinflamatória, Antilítica, Antimicrobiana, Diurética, Emoliente.
Usos
culinária: O suco do seu rizoma é utilizado na produção de refrigerantes no interior do Brasil.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: O suco das hastes diluído em água é usado contra doenças venéreas. A haste e o rizoma secos, em
pó, são empregados em cataplasmas adstringentes que servem para curar hérnias. Em lugares do interior do
Brasil, as folhas são utilizadas como emoliente nas contusões e inchaços. Em infusão ou decocção, atua contra
dores, cálculo renais, dificuldades para urinar, blenorragia, leucorréia e febres.
outros usos: A planta tem uso ornamental.
Contra-Indicações: Não é indicada para gestantes e nutrizes.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Divisão de rizoma e touceira.
espaçamento: 1 por 0,5 metro.
tipo de solo: Em brejos e terrenos úmidos, profundos e ricos em matéria orgânica.
adubação e correção: Duas vezes ao ano, poderá ser feita uma adubação orgânica com esterco de curral
bem curtido, húmus de minhoca ou composto orgânico, aplicado na coroa da planta.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Folhas e Haste: Em qualquer época do ano.
Rizoma: No outono.
Secagem
Folhas e Haste: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador com temperatura
máxima de 35 graus Celsius.
Rizoma: Ao ar livre, cortado em pedaços, em local sombreado e bem ventilado ou em secador com
temperatura máxima de 45 graus Celsius.
Acondicionamento
Folhas, Haste e Rizoma: Em sacos de pano ou de papel, em local seco e bem ventilado, longe da
luminosidade.

Canela

Laurus cinnamomum L. - Lauraceae


A canela é uma árvore originária do Ceilão, da Birmânia e da Índia e conhecida há mais de 2500 anos a.C.
pelos chineses. Seu nome científico, "cinnamomum", é derivado da palavra indonésia "kayu manis", que
significa "madeira doce". Depois, recebeu o nome hebreu "quinnamon", que evoluiu para o grego
"kinnamon". Simbolicamente, a canela está ligada ao amor, sendo empregada muitas vezes como ingrediente
para perfumes mágicos e poções para conseguir o retorno da pessoa amada. Os adeptos da aromaterapia dizem
que ela é indicada para o sucesso nos negócios, atraindo sorte e determinação para a resolução de problemas.
Seu sinônimo científico é Cinnamomum zeylanicum Breyn.
Outros Nomes Populares: caneleira, caneleira-de-ceilão, pau-canela.
Outros Idiomas: zimt (alemão), canela (espanhol), cannelle (francês), cinnamon (inglês), cannella (italiano),
cinnamomi (latim).
Descrição Botânica: A canela é uma planta de porte arbóreo, de ciclo perene e que atinge até 8 metros de
altura. O tronco alcança cerca de 35 centímetros de circunferência. As folhas são coriáceas, persistentes e de
formato ovalado. As flores são de coloração amarela, numerosas e bem pequenas, agrupadas em
inflorescências do tipo cacho. O fruto é do tipo baga, de formato oval e coloração roxo-escura.
Composição Química: acetato de eugenol, ácido cinâmico, açúcares, aldeído benzênico, aldeído cinâmico,
aldeído cumínico, benzonato de benzil, cimeno, cineol, elegeno, eugenol, felandreno, furol, goma, linalol,
metilacetona, mucilagem, oxalato de cálcio, pineno, resina, sacarose, tanino e vanilina.
Partes Usadas: Casca desidratada, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Afrodisíaca, Anti-séptica, Aperiente, Aromática, Carminativa,
Digestiva, Estimulante, Hipotensora, Sedativa, Tônica, Vasodilatadora.
Usos
culinária: para condimentar presunto e alguns tipos de carne, no preparo de doces, pães doces, arroz-doce,
bolos, tortas de frutas, cremes para pastéis e panquecas doces, frutas condimentadas, compotas, pudins e
bebidas quentes como o chocolate e o café.
beleza: inflamações do rosto, cabelos sem brilho; usada em pastas dentais e óleos bronzeadores.
saúde: gases abdominais, úlceras estomacais causadas por stress, hipertensão arterial, elevada taxa de
triglicerídeos no sangue.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: gestantes.
Efeitos Colaterais: irritações na pele.
Cultivo e Conservação
clima: quente, com temperatura constante e chuvoso.
exposição solar: Sombra.
propagação: sementes.
espaçamento: não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: textura arenosa, leve e bem drenado.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Elevada.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Colheita
Casca: 5 anos após o plantio, quando ela naturalmente se solta do tronco (outono).
Secagem
Casca: primeiramente em local sombreado e bem ventilado por 4 a 5 dias; em seguida é exposta ao sol,
não muito intenso.
Acondicionamento
Casca: em recipientes de vidro bem limpos e fechados.

Cânfora

Cinnamomum camphora (L.) J. Presl - Lauraceae


Originária da Ásia oriental, pertence ao mesmo gênero da canela, sendo muito semelhante a essa especiaria. A
planta fornece o produto homônimo, a cânfora, obtida pela destilação de sua madeira (atualmente é sintetizada
em laboratório) e muito usada desde os tempos antigos no Oriente, especialmente no Japão, como anti-séptico
e anti-reumático.
Atualmente, o Japão e a ilha de Formosa são os maiores produtores de cânfora, exportando o produto para
vários países. Na Europa, adaptou-se bem na Itália, onde é mais cultivada para fins ornamentais.
É conhecida também pelo nome científico Laurus camphora L.. Seu nome popular vem do sânscrito
"karpura", chegando ao Ocidente por meio dos árabes, sob o nome de "kãfuz", e, mais tarde, pelo latim
medieval "camphora".
Outros Nomes Populares: alcanfor, alcânfora, alcanforeira, alcanforeira-do-japão, canforeira, canforeiro.
Outros Idiomas: kampferbaum (alemão), alcanforero (espanhol), camphrier (francês), camphor tree (inglês),
canfora (italiano).
Descrição Botânica: VENENOSA
Árvore aromática sempre verde e que pode alcançar até 30 metros de altura, com ramos de coloração marrom-
amarelado. As folhas são subcoriáceas, ovadas, elípticas, alternas, opostas, pecioladas e têm entre 6 e 10
centímetros de comprimento, possuindo um formato bruscamente acuminado. As flores, bissexuais e de
coloração amarelo-esbranquiçado, reúnem-se em inflorescências axilares e terminais do tipo panícula, tendo
comprimento mais curto em relação às folhas. Os frutos são escuros, quase negros, têm formato globoso, são
minúsculos, com 7 ou 8 milímetros de diâmetro.
Composição Química: As principais substâncias ativas, bem como seus derivados após a destilação, são
cânfora, terpenos, cimol, borneol, ácido canfórico, ácido canforônico, canfeno e ácido canfresínico.
Partes Usadas: Casca do caule, Folhas.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Analgésica, Anódina, Anti-helmíntica, Anti-séptica, Antidepressiva,
Antiespasmódica, Diaforética, Estimulante cardíaco, Expectorante, Sedativa, Tranqüilizante.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Usada contra acne, poros dilatados, ingrediente de loções pós-barba, tratamento de contusões e
pancadas e dores nas pernas cansadas ou com problemas circulatórios; ajuda a reduzir a gordura localizada
quando aplicada na pele em loções e cremes de massagem.
saúde: A cânfora é utilizada, geralmente na forma de soluções aquosas para uso externo e cápsulas para
ingestão oral, no tratamento de contusões, dores musculares, reumatismo, gota, frieiras, distúrbios
respiratórios, febres intermitentes e remitentes, asma, tosse espasmódica, dismenorréia, gonorréia, doenças
urinárias, pneumonia, feridas, queimaduras, inflamações, dor de dente, mastite, cistite, incontinência urinária,
abscessos cutâneos, insônia, pancadas, pés doloridos e pernas cansadas. Seu valor medicinal no mercado, no
entanto, está mais relacionado a seu poder medicinal contra distúrbios intestinais. Em associação com o ópio,
é usada na China contra ninfomania histérica e todo tipo de irritação dos órgãos sexuais. Alguns estudos
tentam comprovar que a cânfora pode ser empregada como antídoto em casos de envenenamento pelo
alcalóide estricnina. Outros experimentos científicos estudam a eficácia da cânfora contra o cólera asiático.
Alguns pesquisadores a consideram afrodisíaca e excitante sexual, se usada em pequenas doses. Outros, ao
contrário, afirmam que a cânfora possui atividade antiafrodisíaca, especialmente quando usada em doses um
pouco maiores.
outros usos: Na Itália, a cânfora é cultivada para fins ornamentais.
Contra-Indicações: Não utilizar em casos de gravidez, epilepsia e em peles sensíveis. Utilizar apenas nas
doses recomendadas por profissionais de saúde.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Efeitos Colaterais: Não utilizar em casos de gravidez, epilepsia e em peles sensíveis. Utilizar apenas nas
doses recomendadas por profissionais de saúde.
Cultivo e Conservação
clima: Quente e chuvoso, sem grandes oscilações de temperatura.
exposição solar: Meia-sombra (Sombra ou meia-sombra).
propagação: Sementes; devem ser semeadas o quanto antes, pois seu poder germinativo é curto depois
que os frutos são colhidos.
espaçamento: 0,3 x 0,5 metros.
tipo de solo: Férteis, leves, bem drenados e de textura arenosa.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Casca do caule: 5 anos após o plantio, quando ela naturalmente se solta do tronco, sempre no outono.
Folhas: Em qualquer época do ano.
Secagem
Casca do caule: Primeiramente, em local sombreado e bem ventilado por 4 a 5 dias; em seguida, é exposta
ao sol, não muito intenso.
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35°
C.
Acondicionamento
Casca do caule: Em sacos de pano ou tonéis de papelão bem vedados e em lugar seco e bem ventilado.
Folhas: Em sacos de pano ou tonéis de papelão bem vedados e em lugar seco e bem ventilado.

Capuchinha

Tropaeolum majus L. - Tropaeolaceae


A capuchinha é uma erva originária do Peru, na América do Sul. No século XVII, ela foi introduzida na
Europa e acabou fazendo muito sucesso, não só pelos seus poderes medicinais, mas também pela sua
aplicação na culinária. Muitas vezes, seus frutos são confundidos com os da alcaparra e usados para adulterar
preparados condimentares. Suas flores têm um sabor muito especial e são excelentes para incrementar saladas
verdes no verão. O único inconveniente é que ela atrai muitas lagartas para seu canteiro.
Outros Nomes Populares: agrião-do-méxico, capuchinha-grande, chagas, flor-de-chagas, nastúrcio.
Outros Idiomas: grobe kapuzinerkresse (alemão), capuchina (espanhol), capucine (francês), nasturtium
(inglês), nasturzio comune, tropeolo (italiano).
Descrição Botânica: A capuchinha é uma planta de porte herbáceo, prostrada e de ciclo perene. O caule é
suculento e retorcido. Sua folhas são verde-claras, de formato arredondado. Suas flores são vistosas, de cor
laranja a vermelho, com manchas escuras no seu interior. Os frutos são carnosos e formados por três
compartimentos internos que abrigam três sementes.
Composição Química: ácido ascórbico, ácido clorogênico, ácido erúcico, benzil cianido, ß-caroteno,
helenina, isoquercitrina, kaempferol, maltose, óleo essencial, pelargonidina, quercetina e zeaxantina.
Partes Usadas: Botões florais, Flores, Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Anticaspa, Antiescorbútica, Aperiente, Depurativa, Digestiva, Diurética,
Expectorante, Fungicida, Remineralizante, Sedativa, Tônica.
Usos
culinária: As folhas e flores são usadas empanadas ou em saladas frescas; os frutos são usados no preparo
de picles; os botões florais servem para substituir a alcaparra e são usados em conservas de vinagre e sal para
temperar saladas e verduras cruas.
beleza: Pele envelhecida, acne e caspa.
saúde: Falta de apetite, impurezas no sangue, escorbuto, tosse, insônia, retenção de líquidos e problemas
digestivos.
outros usos: É utilizada como repelente de pulgões, besouros e mosca-branca. Atrai as lagartas,
facilitando o recolhimento manual.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Cultivo e Conservação
clima: tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes (no local definitivo), estaquia de ramos novos que contenham algumas folhas
(quatro no mínimo), divisão de raízes.
espaçamento: não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: textura média, médio a pobre em nutrientes, úmido, rico em matéria orgânica, bem drenado,
aerado e com pH 6,0-8,0.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: em qualquer época.
Botões florais: antes de as flores abrirem, logo no início da floração.
Secagem
Folhas: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35ºC.
Flores: melhor consumi-las frescas.
Acondicionamento
Folhas: em sacos de pano ou papel.

Caqui

Diospyrus kaki L. f - Ebenaceae


O caqui é proveniente da China, onde é conhecido como "fruta dos deuses". Sua planta viajou durante
milênios até tornar-se conhecida nos cinco continentes. Inicialmente, foi levada para a Índia e para o Japão.
Os cientistas acreditam que só tenha chegado ao Brasil no final do século 19. Aqui chegando, no entanto,
adaptou-se tão bem ao solo que passou a frutificar melhor do que em seu país de origem. Hoje é um dos mais
importantes produtos entre os que o país explora comercialmente.
Outros Nomes Populares: caqui-do-japão, caquizeiro, dióspiro.
Outros Idiomas: kaki (alemão), kaki (francês), khaki (inglês), kaki (italiano).
Descrição Botânica: O caquizeiro é de crescimento lento e pode atingir no máximo 15 metros de altura. O
tronco é curto, tortuoso. A copa é arredondada e ramificada, com ramos de coloração parda a acinzentada e
que se quebram com facilidade. As folhas são brilhantes, alternas, com pecíolo curto e caem no inverno.
Possui flores masculinas e femininas de forma separada. As masculinas são pequenas, pendulares e agrupadas
em inflorescências do tipo cimeira. As femininas são solitárias e crescem nas axilas dos ramos. O fruto pode
se apresentar em diversos formatos mas o mais comum é o globoso. A polpa é viscosa, de coloração
vermelho-alaranjada. A cor da casca muda de acordo com a variedade, mas geralmente vai do laranja aos tons
avermelhados. Quanto às sementes, elas podem ou não aparecer. Quando aparecem, são de formato ovóide-
oblongo.
Composição Química: Ácido betulínico, betulina, açúcar, vitaminas A e B, sais minerais, ferro, mucilagem,
tanino, fósforo e cálcio.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Alcalinizante, Antioxidante, Estomáquica, Febrífuga, Fortificante, Laxante,
Nutritiva, Tônica.
Usos
culinária: Geralmente é consumido ao natural, mas também pode ser usado na preparação de vários tipos
de tortas e doces, como compotas, bolos, mousses, sucos e licores. Em alguns países, é preparado em conserva
de vinagre, para acompanhar pratos salgados.
beleza: Fortalece os cabelos e as unhas, e dá vivacidade à pele.
saúde: Recomendado contra constipação intestinal, afecções do fígado e estômago, catarros da bexiga,
tuberculose pulmonar e outras enfermidades das vias respiratórias. Há indicações na literatura médica de que
pessoas acometidas por problemas no estômago com manifestações de acidez, dores ou cãibras melhoram
comendo 2 ou 3 caquis por dia.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado e subtropical de alta altitude.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Por sementes ou enxertias.
espaçamento: 6,0 x 7,0 ou 7,0 x 7,0 metros.
tipo de solo: Solos ricos em nutrientes e matéria orgânica, profundos, permeáveis, porosos e bem
drenados.
adubação e correção: É recomendável que se faça uma adubação mineral básica anual para repor os
nutrientes perdidos após a frutificação.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: A partir dos 3 anos de vida da árvore, durante os meses de fevereiro e abril.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: Como o caqui é muito rico em taninos, antes de ser consumido deve, na maioria dos casos, ser
tratado com substâncias que neutralizem o efeito adstringente. Após o tratamento, pode ser guardado em
geladeira, se já estiver maduro, por até 5 dias. Caso contrário, guarde em um local fresco até atingir a plena
maturação para consumo.

Cará

Discorea spp L. - Dioscoreaceae


O cará é encontrado na Ásia, África e América, tendo se disseminado no Brasil no século 16, na época da
colonização. Portugueses e espanhóis já encontraram os índios cultivando essa planta quando chegaram à
América, por isso o nome "cará", que é originário da língua tupi-guarani.
Outros Nomes Populares: caranambu, caratinga, inhame, innhame-da-china.
Outros Idiomas: ñame (espanhol), l'igname (francês), yams (inglês).
Descrição Botânica: Planta herbácea com caule volúvel que se torna trepadeira quando encontra apoio.
Possui tubérculos subterrâneos e feculentos (ricos em amido), de tamanho e coloração variável e ainda rizoma
(orgão de armazenamento perene) e bulbilhos. As folhas apresentam heterofilia, são estreitas na forma de
pontas de faca. As flores são brancas, amarelas ou verde-claras.
Composição Química: Ácido ascórbico, riboflavina, ácido nicotínico, b-caroteno, pro-vitamina A, pro-
vitamina D, proteínas, amido cálcio, fósforo, ferro, vitamina B1, B2, alcalóides lactônicos, fitosteróis
(colesterol, campesterol, estigmasterol, b-sitosterol), glucanos, glucamananos, lipídios, taninos, antocianina,
quitinases glicoprotéicas, sapogeninas.
Partes Usadas: Tubérculos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-helmíntica, Antifúngica, Antimicótica, Antimicrobiana,
Antitumoral, Antiviral, Diurética, Energizante, Hipoglicêmica, Nutritiva.
Usos
culinária: Pode ser consumido de várias maneiras, cozido ou assado, em sopas (principalmente na região
nordeste do país), refogados, pirão, purê e recheios de massas, panquecas e tortas. Também pode substituir a
batata no preparo de nhoque. No norte do país é usado na forma frita, como batatas.
beleza: Não é comumente usado.
saúde: Problemas estomacais, desnutrição e convalescença, controle do colesterol, infecções fúngicas e
viróticas, arteriosclerose cerebral, diabetes; é usado na síntese de contraceptivos orais, hormônios sexuais e
cortisona (para tratamento de artrite reumática, alergias e doenças reumáticas).
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Pessoas portadoras de anorexia, irritação do trato intestinal e mucosas não devem fazer
uso da planta.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: semente, tubérculo e bulbilho.
espaçamento: 80-90 centímetros entre fileiras e 20 a 30 centímetros entre as plantas.
tipo de solo: Rico em matéria orgânica, solto, profundo, bem drenado e de textura arenosa.
adubação e correção: Aproveitar o efeito residual das culturas anteriores; pode-se ainda adubar com
composto orgânico, esterco de animal curtido ou húmus.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Tubérculos: Quando as folhas ficarem amarelas e caírem, e os ramos secarem.
Secagem
Tubérculos: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Tubérculos: Em lugares arejados, secos e sombreados.

Carambola

Averrhoa carambola L. - Oxalidaceae


A carambola é uma planta ornamental largamente usada na arborização de jardins e quintais. É originária da
Ásia tropical, tendo sido introduzida no Brasil em 1817, mais precisamente em Pernambuco, de onde se
expandiu para todo o litoral brasileiro. Seu fruto, quando cortado no sentido transversal, adquire a forma de
uma perfeita estrela de cinco pontas, característica que lhe concedeu o nome de fruto-estrela.
Outros Nomes Populares: caramboleira, caramboleiro.
Outros Idiomas: karambole (alemão), carambola (espanhol), carambole (francês), starfruit (inglês),
caràmbola (italiano).
Descrição Botânica: Árvore que atinge de 8 a 10 metros de altura, com tronco tortuoso, ramos flexíveis e
copa densa. As flores são pequenas, brancas ou purpúreas, freqüentemente presas aos ramos. O fruto é uma
baga oblongo-oval, de coloração amarelo-claro, verde ou vermelho, com 7 a 12 centímetros de comprimento e
cinco gomos salientes; a polpa é abundante, sucosa e agridoce. Cada lóculo pode conter 2 ou 3 sementes, as
quais são pequenas, chatas, oblongas e de cor marrom.
Composição Química: Ácido oxálico, sais minerais (cálcio, fósforo e ferro) e vitaminas A, C e do complexo
B.
Partes Usadas: Flores, Frutos.
Propriedades Medicinais: Antidisentérica, Antiescorbútica, Aperiente, Febrífuga, Refrigerante.
Usos
culinária: Consumida "in natura" ou no preparo de geléias, caldas, sucos, sorvetes e compotas. A polpa
dos frutos pode ser utilizada na preparação de vinhos, licores ou doces. As flores são utilizadas em saladas e o
fruto verde pode ser preparado em conservas salgadas (tipo picles).
beleza: Não é comumente usada.
saúde: Usada no tratamento de febres, escoburto, disenteria e picadas de animais peçonhentos.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Pessoas com intestino preso devem evitar o consumo.
Efeitos Colaterais: Se consumida em grande quantidade por um longo período, pode causar o surgimento de
pedras nos rins, devido ao ácido oxálico.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical quente e úmido, com temperatura média anual de 25 ºC.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes ou enxertia; o plantio deve ser feito na estação chuvosa.
espaçamento: De 4 a 6 metros entre plantas e entre linhas.
tipo de solo: Solos profundos, bem drenados, de textura areno-argilosa e com pH entre 6 e 6,5.
adubação e correção: Esterco de curral bem curtido ou superfosfato simples e cloreto de potássio,
incorporados no fundo das covas.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Flores: Durante todo o ano.
Frutos: Durante todo o ano.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Secagem
Flores: Consumidos na forma fresca.
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Flores: Consumir o mais rápido possível, pois suas flores murcham com facilidade.
Frutos: Devem ser guardados na gaveta da geladeira, em sacos plásticos bem fechados. Sua polpa pode ser
congelada.

Cardamomo-falso

Alpinia zerumbet (Pers.) B.L. Burtt & R.M. Sm. - Zingiberaceae


O cardamomo-falso é uma espécie originária do leste da Ásia, cultivada no Brasil principalmente como planta
ornamental. Também apresenta propriedades medicinais, e suas folhas, flores e raiz são utilizadas
principalmente no tratamento de doenças respiratórias e infecções da pele.
Outros Nomes Populares: cardamomo, colônia, falso-cardamomo, helicondia, jardineira, pacová.
Outros Idiomas: muschel ingwer (alemão), collar de novia (espanhol), shell ginger e pink porcelain lily
(inglês).
Descrição Botânica: Planta herbácea, rizomatosa, que chega a 2 ou 3 metros de altura. Suas folhas são
aromáticas, simples, dísticas, longas, largas, brilhantes e liguladas. Suas flores são róseas e brancas, agrupadas
em inflorescências do tipo racemo terminais, semi-pendentes, com brácteas ausentes e apresentam odor suave
e agradável. O fruto é do tipo cápsula, de formato globoso e abrigam diversas sementes.
Composição Química: Alcalóides, taninos, cardamonina, isalpinina, canfeno, cânfora, cálcio, ferro,
magnésio, potássio, sódio, zinco, kavaína e dehydrokavaína.
Partes Usadas: Folhas, Rizoma, Sementes.
Propriedades Medicinais: Antiartrítica, Antiasmática, Anticatarral, Antiestresse, Antitérmica,
Antiulcerogênica, Estomáquica, Hipotensora.
Usos
culinária: Usado como condimento no preparo de alimentos.
beleza: Não é usado.
saúde: A infusão das folhas tem ação contra o catarro, asma e febre. O uso externo das folhas é indicado
nas afecções da pele, pêlos e unhas. As sementes e os rizomas são considerados estomacais, estimulantes do
peristaltismo intestinal e úteis no tratamento de úlceras. Os rizomas são usados também contra diarréia, tosse,
asma, artrite e cistite (em pó). As folhas secas têm sido vendidas no mercado como um produto auxiliar no
tratamento de hipertensão e estresse.
outros usos: Utilizado como corante e na decoração de jardins, como planta ornamental.
Contra-Indicações: Não é indicado para gestantes.
Efeitos Colaterais: A ingestão pode causar intoxicações leves e efeitos cardíacos. O contato com a seiva pode
causar irritações na pele e nos olhos. Sementes e rizomas têm propriedades abortivas.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical.
exposição solar: Plena (Meia sombra).
propagação: Por sementes, divisão de touceira ou divisão de rizoma.
espaçamento: De 1,5 a 3 metros.
tipo de solo: De textura média argilo-arenosa, rico em matéria orgânica e nutrientes, úmido e bem
drenado.
adubação e correção: Recomenda-se o uso de um fertilizante balanceado uma vez ao mês, de acordo com
a análise do solo.
necessidade de água: Alta.
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.
Sementes: Quando os frutos estiverem maduros.
Rizoma: De preferência no outono.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local bem ventilado e sombreado, ou em estufa com temperatura máxima de 35°C.
Sementes: Ao ar livre, em local bem ventilado e sombreado, ou em estufa com temperatura máxima de

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
35°C.
Rizoma: Cortados em pedaços, ao ar livre, em local bem ventilado e sombreado, ou em estufa com
temperatura máxima de 50°C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Sementes: Em potes de plástico ou vidro, sacos de pano ou plástico atóxico bem fechados, em local escuro
e bem ventilado.
Rizoma: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Cardamomo

Elletaria cardamomum - Zingiberaceae


Originário das florestas tropicais do sul da Índia e do Sri Lanka, o cardamomo é conhecido pelo homem desde
a época dos babilônios. No Novo Testamento, é citado pelo nome de "ámoomon". Em Roma começou a ser
usado na preparação de perfumes. Na cozinha árabe e indiana, é um condimento apreciado desde os tempos
antigos. Os árabes costumavam (e ainda costumam) adicioná-lo ao café em sinal de hospitalidade. Hoje é
também muito utilizado na culinária mediterrânea. Seu nome provém do grego "kardámomon", chegando ao
português pelo latim "cardamomu". O nome científico Elettaria é derivado de um lugar no sudeste da Ásia
(Elaichi), onde cresce o cardamomo.
Outros Idiomas: cardamom (alemão), cardamomo (espanhol), cardamome (francês), cardamom (inglês),
kardamon (russo).
Descrição Botânica: Árvore perenifólia que atinge de 4 a 10 metros de altura, com folhas grandes e
lanceoladas, pecioladas, com contorno elíptico. As flores são brancas. Os frutos são indeiscentes, do tipo
cápsula, que pode ser globosa ou elíptica. Do interior dos frutos é que se obtêm as sementes.
Composição Química: Óleo essencial, terpinol-acetato, terpinol, cineol, linalol, limoneno, sabineno, beta-
felandreno, heptano, borneol, mucilagens nitrogenadas, ácido acético, ácido fórmico, proteínas, carboidratos,
cálcio, ferro, potássio e fósforo.
Partes Usadas: Sementes secas.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Aperiente, Carminativa, Digestiva, Diurética, Estomáquica,
Expectorante, Laxante, Tônica.
Usos
culinária: Ingrediente muito popular nas cozinhas do Sri Lanka, da Índia e do Irã. Os árabes, incluindo os
beduínos, consomem 60% da produção mundial, usando as sementes de cardamomo no café (“Arabian
coffee”) e na culinária, numa mistura de condimentos denominada “baharat”, usada para temperar inúmeros
pratos do dia-a-dia. O cardamomo é popular ainda no norte e no sudeste da África, onde há predominância da
população de origem árabe. Na Europa, aparece em alguns poucos países, como na Escandinávia (Suécia,
Finlândia e Noruega) e Alemanha, sendo usado, por exemplo, no prato “lebkuchen”. É usado ainda como
aromatizante na panificação, em pastelaria e na fabricação de licores.
beleza: Utilizado na fabricação de perfumes.
saúde: Estimula o apetite, é excelente contra problemas digestivos e intestinais (gases e cólicas, por
exemplo), asma e bronquite. Usado também na aromaterapia.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: De acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações.
Efeitos Colaterais: Em altas doses pode provocar vômito.
Cultivo e Conservação
clima: Quente e úmido.
exposição solar: Sombra.
propagação: sementes ou divisão de rizomas.
espaçamento: dois metros entre as plantas.
tipo de solo: úmido, profundo e rico em matéria orgânica.
adubação e correção:
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: Após o terceiro ano do plantio, quando os frutos começarem a amarelar.
Secagem

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Sementes: Ao ar livre, expostas ao sol.
Acondicionamento
Sementes: Em potes ou vidros escuros e limpos.

Cardo-mariano

Silybum marianum L. - Asteraceae (Compositae)


Originário do Mediterrâneo e freqüentemente semeado nos jardins campestres, seus efeitos medicinais são
conhecidos desde a Antigüidade, quando a planta era usada para tratar a vesícula biliar e o fígado.
Outros Nomes Populares: cardo-de-santa maria.
Outros Idiomas: cardo-mariano (espanhol), chardon-marie (francês), Milk Thistle (inglês).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo anual ou bienal caracterizada por um caule ereto, alto e ramoso
que atinge de 30 a 150 centímetros. As folhas são alternas, manchadas, com nervuras brancas, espinhos e
seiva leitosa. Na extremidade dos ramos, encontram-se as flores hermafroditas, violáceas e tubulosas,
agrupadas em inflorescências do tipo capítulo solitário. Os frutos são do tipo aquênio, de coloração marrom e
com cerca de 6-7 milímetros de comprimento.
Composição Química: Açúcares, silimarina (silibina, silicristina, silidianina), flavonóides (taxifolina,
quercetina, kaempferol, apigenina, naringina), histamina, óleo essencial, óleos fixos (ácido linoléico, ácido
oléico, ácido palmítico, esteróis), mucilagem, proteínas, saponinas, saponinas.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Frutos, Raízes.
Propriedades Medicinais: Anticolesterolêmica, Antiinflamatória, Antioxidante, Colagoga, Colerética,
Hepatoprotetora, Regeneradora.
Usos
culinária: As partes da planta, quando colhidas na época certa, têm um sabor muito agradável que lembra
o da alcachofra. Costuma-se, em algumas regiões, fazer um vinho com as folhas que é tomado antes das
refeições para abrir o apetite. As folhas podem ser consumidas em substituição ao espinafre. As hastes podem
ser usadas em substituição ao aspargo. As sementes tostadas podem ser usadas em substituição ao café.
beleza: Usado em produtos cosméticos para regenerar a pele e como fator anti-idade.
saúde: Usado no tratamento de doenças do fígado induzidas por álcool, drogas, e toxinas, cirrose e
inflamações, agindo como protetor das células. O princípio ativo silimarina mostra-se eficaz no tratamento da
hipercolesterolemia (elevadas taxas de colesterol sérico) e também como agente protetor contra
fotocarcinogênese (câncer de pele).
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não há.
Efeitos Colaterais: A silimarina, seu princípio ativo, é considerado atóxico mesmo quando usado em doses
elevadas, sendo excretado rapidamente pela via biliar e renal.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado quente.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Textura média, rico em nutrientes, calcáreo e bem drenado.
adubação e correção: Não é exigente.
necessidade de água: Moderada (Reduzida (planta resistente à seca)).
Colheita
Folhas: Na primavera e no verão.
Frutos: Colhidos inteiros, à mão, quando amadurecem.
Flores: Quando estiverem em botão.
Secagem
Folhas: Podem ser consumidas na forma fresca; a secagem é feita ao ar livre, em local sombreado e bem
ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35 °C.
Frutos: Ao sol, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 45 °C.
Flores: Podem ser consumidas na forma fresca; a secagem é feita ao ar livre, em local sombreado e bem
ventilado.
Raízes: Ao sol, em local bem ventilado, ou picada em fatias em secador, com temperatura máxima de 60°

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
C.
Acondicionamento
Folhas: Ao sol, em local bem ventilado, ou picada em fatias em secador, com temperatura máxima de 60
°C.
Frutos: Em sacos de pano ou pequenos tonéis de papelão, em local bem arejado e sombreado.
Flores: Em sacos de pano ou papel, em local bem arejado e sombreado.
Raízes: Em sacos de pano ou pequenos tonéis de papelão, em local bem arejado e sombreado.

Cardo santo

Cnicus benedictus L. - Asteraceae (Compositae)


Planta nativa do Mediterrâneo, o cardo santo foi muito utilizado no combate à peste bubônica durante a Idade
Média. Na mesma época, foi levado até os países do norte, pelos Alpes. Possui um sabor extremamente
amargo, e atualmente, tem sido utilizado na fabricação de licores. Os antigos utilizavam-no na fermentação de
cervejas. Seu sinônimo científico é Cardus benedictus.
Outros Nomes Populares: cardo-bento, cardo-cardador.
Outros Idiomas: benediktenkraut (alemão), cardo santo (espanhol), chardon bénit (francês), blessed thistle
(inglês), cardo benedetto (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo anual, que pode alcançar até 50 centímetros de altura. Possui
haste angulosa, vilosa, pubescente e densamente ramificada. As folhas são verdes e meio esbranquiçadas,
compridas, espinhosas, de formato oblongo, pinatifidas e com bordos dentados. As flores são brancas e
amareladas, solitárias, sésseis e protegidas por brácteas que brotam dos tufos das folhas. Tais tufos, por sua
vez, possuem divisões terminadas em pontas e invólucros espinhosos. Seu fruto também contém um tufo de
pêlos.
Composição Química: Apigenina, lactonas, tanino, citral, cnicina, mucilagens, álcool cerílico, sais minerais,
vitamina B, flavonóides, benedictina, trachelogenina, arctigenina, p-cimeno, fenchona, alfa-amirina, luteolina,
astragalina.
Partes Usadas: Parte aérea.
Propriedades Medicinais: Antifebrífuga, Antimicrobiana, Aperiente, Colagoga, Depurativa, Digestiva,
Diurética, Estomacal, Tônica.
Usos
culinária: É utilizado na fabricação de licores amargos e antigamente era usado na preparação da cerveja.
beleza: Não é usado.
saúde: Empregado no tratamento de problemas gastrintestinais, hepáticos e do pâncreas. Indicado para o
tratamento de hidropsia, icterícia, edemas e gota. Também é usado no tratamento da anorexia e falta de
apetite. Pode ser utilizado para tratar de inflamações e afecções na pele e mucosas, tais como feridas,
furúnculos e corrimento vaginal.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não é indicado para gestantes, nutrizes e crianças.
Efeitos Colaterais: Em altas doses, pode provocar queimaduras na boca e no esôfago, diarréias violentas e
irritação nos rins, acompanhados de vômitos e sensação de sufocamento. Também pode causar eventuais
alergias de contato em pessoas sensíveis.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado ameno.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: 3 x 5 metros entre as plantas.
tipo de solo: De textura arenosa, rico em nutrientes e pedregoso.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade na hora do plantio; pode ser repetido a cada ano.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Parte aérea: As folhas e os ramos podem ser colhidos em qualquer época do ano, dando-se preferência às
brotações mais novas. Quanto às flores, é preferível colhê-las no início da floração, com os botões ainda
fechados.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Secagem
Parte aérea: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima
de 35º C.
Acondicionamento
Parte aérea: Em sacos de pano ou caixotes de papelão bem fechados e guardados em local sombreado e
bem ventilado.

Carqueja

Baccharis trimera (Less.) D. C. - Asteraceae (Compositae)


Originária da América do Sul, provavelmente dos Andes peruanos, cresce em terrenos altos, solos rochosos,
pradarias e em campos arenosos do sul do Brasil, do Paraguai, da Bolívia, do Uruguai e da Argentina. A
população rural argentina acredita que a carqueja possa combater a impotência masculina e a esterilidade
feminina. Outra crença diz que a infusão dessa planta faz as cabras conceberem mais rapidamente.
Foi introduzida em Portugal pelo Conde de Carvalhal, no começo do século 19. Hoje também é cultivada na
Europa, onde, além de seu amplo uso medicinal, serve também como um excelente alimento para o gado.
Outros Nomes Populares: bacanta, cacaia amarga, carque, carqueja-amarga, carqueja-amargosa, tiririca de
babado, vassoura.
Outros Idiomas: carqueja (castelhano), carquexia (espanhol), querciuolo (italiano), carqueija ou tojo
(português de Portugal).
Descrição Botânica: subarbusto perene, herbáceo, que atinge entre 80 centímetros e 1,2 metro de altura. As
hastes são ramificadas, eretas e lenhosas na base. As folhas são substituídas por listas aladas, como
membranas verdes, que acompanham as hastes em toda a sua extensão vertical. As flores, amarelas, nascem
agrupadas em capítulos, formando pequenas bolas. O fruto é do tipo aquênio.
Composição Química: óleo essencial, flavonóides, saponinas, resinas, ácido crisofânico, e absintina.
Partes Usadas: Haste.
Propriedades Medicinais: Aperiente, Depurativa, Digestiva, Diurética, Emoliente, Hepatoprotetora,
Hipoglicêmica, Tônica.
Usos
culinária: Substitui o lúpulo na cervejaria caseira e serve ainda para aromatizar licores e refrigerantes.
Usada também na água do chimarrão.
beleza: Não é usada.
saúde: Usada em preparações caseiras (infusões e decocções) e medicamentos industrializados para
combater anemias, cálculos biliares, diarréias, enfermidades da bexiga, do fígado, dos rins, do pâncreas e do
baço. Utilizada ainda contra má-digestão e vermes intestinais, icterícia e diabetes. É emagrecedora, sendo
usada como coadjuvante em regimes de emagrecimento. Promove a rápida desintoxicação do fígado no caso
de ingestão demasiada de bebidas alcóolicas. Recomendada ainda nos casos de gota, reumatismo, doenças
venéreas e mesmo em caso de lepra. Nesses casos, além de se tomar o chá, faz-se compressas sobre as partes
afetadas. Em inflamações de garganta, o gargarejo com a carqueja é indicado. Tem fama de curar impotência
sexual masculina, agindo também contra a esterilidade feminina.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: gestantes e lactantes.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: por ser uma planta rústica, não é exigente quanto ao clima.
exposição solar: de média a plena.
propagação: sementes ou estacas.
espaçamento: 40 centímetros entre plantas.
tipo de solo: por ser uma planta rústica, não é exigente quanto ao solo.
adubação e correção: esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Haste: no início da floração ou quando planta atinge 30 centímetros de altura. Deve-se cortar totalmente
sua parte herbácea, deixando dois nós da planta acima da superfície do solo, para facilitar sua posterior

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
rebrota.
Secagem
Haste: ao ar livre, em local seco e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 40º C.
Acondicionamento
Haste: em sacos de papel ou de plástico transparente.

Carvalho-vermelho

Quercus robur L. - Fabaceae (Leguminosae)


Originário da Europa, geralmente cresce em grupo, nos chamados carvalhais, e pode ser encontrado desde a
Península Ibérica até a Rússia. Possui madeira de boa qualidade, resistente e pesada, utilizada para a
fabricação de móveis, portas, assoalhos, aduelas de tonéis e construção em geral. A casca, rica em tanino, é
utilizada para a indústria de curtumes, enquanto seu fruto serve para a alimentação de suínos. O nome
"carvalho" vem de uma raiz pré-romana chamada "carb" ou "carv", que quer dizer "ramagem".
Outros Nomes Populares: Não há variações.
Outros Idiomas: eiche (alemão), roure pènol (espanhol), chêne pédonculé (francês), oak bark (inglês), farnia
(italiano).
Descrição Botânica: Árvore frondosa, de crescimento rápido, que atinge aproximadamente de 20 m a 30 m
de altura. Seu tronco é coberto por uma casca rugosa e espessa, com flores amareladas e frutos redondos
(bolotas).
Composição Química: Tanino, catequinas, quercetina, quercitrina, isopreno, ácido pirolágico e catequinas.
Partes Usadas: Casca, Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antidiarréica, Antiinflamatória, Desinfetante.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Empregado no tratamento de rugas e na prevenção de envelhecimento precoce.
saúde: O chá feito com a sua casca é empregado contra a diarréia. Na forma de banho, serve para aliviar
hemorróidas e fissuras, tanto no ânus como no bico do seio, e para combater frieiras e doenças da pele
(incluindo micoses). É indicado em casos de hemorragias, gengivas inflamadas e sangrentas. Compressas
quentes da casca também são indicadas para acalmar dores osteomusculares ou articulares na região cervical.
outros usos: Sua madeira, de boa qualidade, resistente e pesada, é utilizada na fabricação de móveis,
portas, assoalhos, aduelas de tonéis e construções em geral. O tanino da casca é utilizado para a indústria de
curtumes. Seu fruto serve para a alimentação de suínos.
Contra-Indicações: O uso externo é contra-indicado em peles danificadas e portadores de eczemas graves;
desaconselha-se ainda o uso tanto externo como interno em pessoas com desordens febris e infecciosas e
insuficiência cardíaca.
Efeitos Colaterais: Pode causar irritação da pele.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado ameno.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Ricos e profundos, de preferência em lugares frescos ou margens de rios e lagoas.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou composto orgânico, incorporados a 60 cm de
profundidade no preparo da cova. Pode-se fazer uma adubação de cobertura anual.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: Quando estiverem maduros.
Casca: Feita manualmente, destacando a casca das árvores e dos ramos novos, na primavera, quando a
casca é lisa, brilhante, rica em seiva e separa-se facilmente da madeira.
Secagem
Frutos: Ao ar livre, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 45° C.
Casca: Secada ao sol ou em feixes, sob corrente de ar, depois no secador, a uma temperatura máxima de
50º C.
Acondicionamento

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Frutos: Em sacos de pano, papel ou plástico, bem fechados e longe da luminosidade.
Casca: Em sacos de pano.

Carvão Vegetal

O carvão vegetal cujo nome botânico é Carbo activatus é considerado um fitoterápico extraído de partes
lenhosas (cascas e serragens) de madeiras não resinosas. O carvão vegetal para uso medicinal provém de
certas angiospermas, madeiras moles e não resinosas obtidos por combustão incompleta, o que lhes confere a
capacidade adsorvente. O carvão vegetal é utilizado desde o antigo Egito para purificação de óleos e para
aplicações medicinais. Na Segunda Guerra Mundial foi utilizado para remoção de gases tóxicos devido a sua
capacidade adsorvente sendo um material extremamente poroso.No Brasil, Martins faz referências ao uso do
carvão entre os indígenas misturado às gorduras animais no tratamento de tumores e úlceras malignas.
Estudos duplo-cego, utilizando carvão ativado, encontraram uma redução significativa na produção de gases
intestinais nos pacientes tratados, comparado ao placebo e a dimeticona, o que eliminou os desconfortos
abdominais.
Supõe-se que tal atividade deva-se ao poder de adsorção do carvão ativado, de substratos que produzem gases
sob a ação de bactérias do trato gastrointestinal. Nestes estudos o carvão ativado se mostrou seguro, sem
efeitos adversos e efetivo no tratamento da flatulência. Suas propriedades adsorventes são determinadas não
somente por sua estrutura porosa, mas por sua constituição química. É um notável condutor de oxigênio,
sendo um extraordinário eliminador de toxinas. Devido a sua rapidez de ação o carvão vegetal é considerado
um agente útil no tratamento de envenenamentos. O carvão ativado se liga ao tóxico residual no lúmen do
trato gastrointestinal e reduz rapidamente a absorção deste. O carvão ativado pode interromper a circulação
entero-hepática das drogas tóxicas e aumentar o ritmo de eliminação de tóxico no organismo.
Age também adsorvendo gases produzidos pela fermentação intestinal, evitando dores no aparelho digestivo e
flatulências.
O carvão vegetal tem a propriedade de adsorver substâncias que, em contato com bactérias intestinais,
contribuem para a produção de flatulência. Deste modo, o carvão vegetal é importante na eliminação dos
desconfortos abdominais, causados pela flatulência.O carvão vegetal age como protetor e adsorvente
gastrointestinal. Seu uso é indicado em caos de dores no estômago. Mau hálito, aftas, gases intestinais e
intoxicações.
O carvão vegetal não deve ser administrado junto com produtos a base de ipeca, por ocorrer uma diminuição
da ação.
Em relação a seu uso durante a gestação e lactação, não foram encontradas referências na literatura
consultada.
Não há relatos na literatura sobre restrições específicas quanto ao uso ou adequações de posologia do Carvão
Vegetal em pacientes idosos.

Cáscara-sagrada

Rhamnus purshiana DC - Rhamnaceae


A cáscara-sagrada é originária das montanhas rochosas do Oregon, nos Estados Unidos, e pode ser encontrada
do norte dos Estados Unidos à Colômbia. Os índios já a utilizavam como erva purgativa e tônica, antes de sua
introdução na Europa. Foi descrita botanicamente pela primeira vez em 1814.
Outros Nomes Populares: Não há variações.
Outros Idiomas: cascara, amerikanische faulbaum (alemão), cáscara sagrada (espanhol), cascara sagrada
(francês), sacred bark (inglês), cascara sagrada (italiano).
Descrição Botânica: Árvore de copa ampla e ramificada, que atinge no máximo 10 m de altura. A casca é de
coloração parda a negra, aromática e muito amarga. As folhas são decíduas, finas, com pêlos finos na parte
inferior, alternas, nervuras proeminentes, de formato oval a oblongo, de coloração verde-escura. As flores são
pequenas, amarelo-esverdeadas e agrupadas em inflorescências do tipo umbrela. Os frutos são pequenos, de
forma triangular, de coloração negra e contém três sementes em seu interior.
Composição Química: Emodina, aloe-emodina, aldemodina-ranol, cascarosídeos A, B, C e D, aloínas,
barbaloínas, heterosídeos antraquinônicos.
Partes Usadas: Casca do caule, Casca dos ramos.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Propriedades Medicinais: Laxante, Purgativa.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Usada com freqüência em fórmulas de emagrecimento.
saúde: Recomendada para combater constipação crônica, na qual não exerce somente ação laxativa, mas
restabelece o tônus natural do cólon.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Mulheres grávidas, nutrizes (mulheres em período de amamentação) e pessoas que
sofrem de dor de estômago, colite, obstrução intestinal, doenças inflamatórias agudas dos intestinos e
apendicite.
Efeitos Colaterais: Se usada por mais de dois meses seguidos, a cáscara-sagrada provoca inflamações
crônicas no intestino, cólicas intestinais, dores espasmódicas gastrintestinais e perda excessiva de líquidos e
sais minerais.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Sombra.
propagação: Sementes ou estaquia de ramos novos.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: De textura média, bem drenado e rico em nutrientes e matéria orgânica.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Casca: Devem ser retiradas dos troncos e ramos grossos entre abril e agosto.
Secagem
Casca: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 45º
C.
Acondicionamento
Casca: Em sacos de pano em local seco e bem ventilado.

Castanha-da-índia

Aesculus hippocastanum L. - Hippocastanaceae


Originária da região dos Bálcãs, a castanha-da-índia foi introduzida na Europa ocidental no século 16. Muito
do seu uso pelo homem advém dos conhecimentos tradicionais da Medicina Ayurveda, que é comumente
praticada na Índia. Daí, o nome castanha-da-índia. Outra vertente, entretanto, acredita que o nome se origine
também do fato de, primeiramente, ter se imaginado que ela era originária da Índia e não dos Bálcãs. A
castanha-da-índia é famosa por suas propriedades antiinflamatórias para varizes, vasoconstritoras, tônicas da
circulação e também por agir contra a insuficiência venosa crônica e as hemorróidas. O castanheiro-da-índia
possui uma rica folhagem que fica de cor marrom-vivo no outono, e suas sementes se parecem com as do
castanheiro comestível (Castanea sativa). As castanhas têm utilidade industrial e podem servir para fabricar
detergentes e produtos espumosos para extintores. Constituem igualmente um precioso alimento para os
animais.
Outros Idiomas: robkastanie (alemão), castaño de índias (espanhol), châtaignier de cheval (francês), horse
chestnut (inglês), castagno d’india (italiano).
Descrição Botânica: Árvore decídua, que atinge até 35 metros de altura. O tronco possui madeira quebradiça
e fissurada. As folhas são alongadas, verdes na parte superior do limbo e verde-claras na parte inferior, com
pecíolo longo, palmadas com folíolos de formato oboval, agudos no ápice e bordo dentado. As flores branco-
amareladas são unissexuais e agrupadas em inflorescências do tipo panícula. O fruto é do tipo cápsula, de cor
verde, formato globular e com finos espinhos. Contém de uma a três sementes de coloração vermelho
amarronzado, com superfície lisa e brilhante.
Composição Química: Aescina, aesculina, fraxina, saponinas triterpenoídicas (aescina e aescigenina),
flavonóides (canferol, quercetina, rutina, astragalin e quercetrina), heterosídeos cumarínicos (fraxina,
escopolina, aesculetina, aesculosídeo e aesculina), óleos fixos (ácidos oléico, linoléico, palmítico, esteárico, e
linolênico), taninos (ácido esculitânico, epicatequina, leucocianidina, leucodelfinina,), fitosteróis, bases
nitrogenadas (guanina, adenina, e adenosina), alcalóides imidazólicos (alantoína), aminoácidos (arginina),

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
ácidos orgânicos (cítrico, úrico), resina, vitaminas (B, K1, C, caroteno e pró-vitamina D), proteínas e
açúcares.
Partes Usadas: Folhas, Frutos, Sementes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antiedêmica, Antiinflamatória, Hemostática, Redutora da
Permeabilidade Capilar, Tônica, Vasoconstritora.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Em forma de sabonete, é indicada no tratamento de combate à pele oleosa. Pode ser usada como
aditivo de protetores solares.
saúde: No tratamento das afecções circulatórias, insuficiência crônica venal, flebites, na prevenção e no
tratamento das varizes, dores venosas, hemorróidas e edemas causados por má circulação. Em aplicações
externas, é indicada para tratar de doenças da pele como dermatites, eczemas e inflamações gerais. Tem sido
usada também para tratamento das cólicas menstruais e outros efeitos da tpm (tensão pré-menstrual). Suas
folhas e frutos são usados para tratar tosses em cavalos e gado e também como forragem.
outros usos: Serve para fabricar detergentes e produtos espumosos para extintores de incêndio.
Contra-Indicações: Gestantes, nutrizes e crianças. Não deve ser administrada conjuntamente a um anti-
coagulante, pois pode potencializar a ação de anti-coagulação.
Efeitos Colaterais: Insuficiência renal aguda, se usada em grandes doses no tratamento de redução de edema
em casos de fraturas e pós-operatório, principalmente em crianças. Em caso de superdosagem, os sintomas
que denotam intoxicação são prurido, fraqueza, diminuição da coordenação, dilatação da pupila, vômito,
depressão do sistema nervoso central, paralisia e estupor.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado frio.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: De textura argilosa e bem drenado.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Em todas as épocas do ano.
Sementes: No outono.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Sementes: São trituradas e secas em secador, com temperatura máxima de 60º C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano, em local seco e bem ventilado, protegido da luz.
Sementes: Em sacos de pano ou caixas e tonéis de papelão, em local seco e bem ventilado, ao abrigo da
luz.

Castanha-do-pará

Bertholletia excelsa Bonpl. - Lecythidaceae


Uma das mais importantes árvores da Amazônia, a nobre e majestosa castanheira-do-pará cresce de forma
espontânea junto a espécies como sapucaias, maçarandubas, caimitos, abius, sapotas e sapotis, em
agrupamentos conhecidos por castanhais. A exploração da castanheira tem um papel importante na
organização socioeconômica de áreas extrativistas da floresta amazônica, servindo para o sustento de várias
comunidades da região. Nas últimas décadas, porém, milhares de castanheiras seculares têm sido derrubadas
pelas motosserras dos madeireiros, pois sua madeira alcança preços exorbitantes no comércio ilegal. Isso vem
provocando uma drástica redução dos castanhais nativos, especialmente na região chamada de Polígono dos
Castanhais, no Estado do Pará. Por outro lado, estudos da Embrapa vêm demonstrando que a castanheira é
uma boa alternativa para o reflorestamento de áreas de pastagens ou de cultivo, e a instituição vem
incentivando os proprietários de terra a se dedicarem ao cultivo da árvore, preservando, assim, as castanheiras
nativas.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Outros Nomes Populares: castanha, castanha-do-brasil, castanheira-do-brasil, castanheira-do-pará.
Outros Idiomas: paranussbaum (alemão), castaña de Pará (espanhol), Brazil nut (inglês), castagna di Pará
(italiano).
Descrição Botânica: árvore de grande porte, que pode atingir até 50 metros de altura e 2 metros de diâmetro
na base. Possui caule liso, ramificado apenas em sua porção superior, com casca escura e fendida e copa
reduzida. As folhas têm coloração verde-escura, são onduladas e brilhantes. As flores são branco-amareladas e
aromáticas. O fruto é uma cápsula resistente, globosa, de tamanho equivalente ao de um crânio humano, de
superfície espessa e cor castanho-escuro. Quando maduro, a parte inferior do fruto se rompe, liberando um
número variado de sementes, entre 10 e 25, as quais ficam envoltas em uma polpa amarela. O tamanho das
sementes varia de 4 a 7 centímetros de comprimento. Elas também têm uma casca dura e rugosa, e, em seu
interior, ficam as amêndoas tão procuradas, uma castanha em cada semente.
Composição Química: ácido alfa-linoléico, ácido linoléico, ácido oléico, ácido palmítico, ácido esteárico,
antimônio, cálcio, cério, césio, esteróis, európio, ferro, fósforo, itérbio, lantânio, lutécio, proteínas, samário,
escândio, selênio, tântalo, tungstênio e vitamina B.
Partes Usadas: Castanha, Óleo extraído das sementes.
Propriedades Medicinais: Emoliente, Hidratante, Inseticida, Nutritiva.
Usos
culinária: A quantidade de proteína contida em apenas duas castanhas equivale à de um ovo de galinha,
por isso é um alimento muito nutritivo, considerado a verdadeira "carne vegetal". As castanhas podem ser
consumidas frescas ou assadas, sendo um tira-gosto apreciado em todo o mundo. Além disso, serve como
ingrediente de inúmeras receitas de doces e salgados. A partir da maceração semi-industrial da castanha-do-
pará, obtém-se um fino e valioso óleo, comestível e de altíssima qualidade.
beleza: O óleo e o extrato de castanha-do-pará são muito utilizados como matérias-primas na fabricação de
produtos farmacêuticos, cremes de limpeza, hidratantes, batons, sabonetes finos, xampus e condicionadores.
saúde: Por ser rica em selênio, um ótimo antioxidante, a castanha-do-pará ajuda a evitar a formação de
radicais livres e, portanto, a prevenir diversas doenças. Uma única castanha fornece uma dose de selênio
maior do que a recomendada na alimentação diária.
outros usos: Sua madeira, muito resistente, é valorizada pela indústria.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: quente e úmido.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes, mudas ou enxertos.
espaçamento: não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: não foi encontrado na literatura consultada.
adubação e correção: não foram encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Média (regar quando o solo estiver seco).
Colheita
Frutos: os frutos amadurecem de dezembro a março, quando, então, são coletadas as sementes que deles
caem para a retirada das castanhas.
Secagem
Castanha: consumidas preferencialmente frescas ou assadas.
Acondicionamento
Castanha: em sacos de plástico transparente bem fechados e em local livre da umidade.

Castanha

Castanea sativa Mill. - Fagaceae


Antes do cultivo da batata, a castanha era um dos alimentos mais consumidos pela população pobre do sul da
Europa. A castanheira era conhecida como a "árvore do pão" pela civilização pré-romana, porque seu fruto é
um alimento rico e muito usado, na época, como subsistência para os exércitos em guerra. A árvore, cultivada
também no Brasil, é originária do sudoeste asiático e teria sido levada para a Europa pelos romanos. O
castanheiro, árvore imponente, chega a atingir até 35 metros de altura, alcança a idade de 500 anos e, segundo
estudiosos, pode durar até mil anos. Existem inúmeras espécies de castanha no mundo. A Castanea sativa

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corresponde a uma das espécies cujo fruto é comestível.
Outros Nomes Populares: castanha portuguesa.
Outros Idiomas: edelkastanien (alemão), castaña (espanhol), châtaignier (francês), sweet chestnut (inglês),
castagna (italiano).
Descrição Botânica: Árvore monóica que atinge de 15 a 35 metros de altura. A casca de seu tronco é marrom
escura e verticalmente reticulada. As folhas medem aproximadamente de 10 a 25 por 5 a 8 centímetros, de
formato oblongo-lanceolado, margem serrilhada, textura coriácea, com dentes espinhosos e parte superior
lustrosa. As flores são branco-amareladas e apresentam-se com sexo separado - flores masculinas e flores
femininas na mesma planta -, sendo, porém, incompatíveis para a reprodução. Os frutos agrupam-se em dois
ou três, dentro de uma carapaça espinhosa. Os frutos são secos, monospérmicos e com uma só semente.
Depois da maturação completa, o ouriço (flor feminina) abre-se em quatro partes e desprende até três
castanhas.
Composição Química: Ácido ascórbico, ácido aspártico, ácido caféico, ácido gálico, ácido ursólico, alanina,
arginina, betulina, castalagina, castalina, hamamelitanino, hamamelose, kaempferol, óleo essencial, pectina,
quercetina, sacarídeos, saponinas, taninos e treonina.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antidiarréica, Antiinflamatória, Antitussígena.
Usos
culinária: O fruto da castanha pode ser consumido "in natura", cozido, assado, em doces ou como
acompanhamento de alguns pratos. O óleo extraído do fruto pode ser usado na produção de azeite, com baixo
índice de colesterol ruim.
beleza: É usada em loções descongestionantes do rosto e em cremes nutritivos para tratamento e prevenção
de rugas, protegendo a pele contra ação dos radicais livres que causam o envelhecimento precoce. Também é
usada em géis e loções de proteção solar.
saúde: No combate às desordens circulatórias, diarréia, tosse e bronquite.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não há, se usada em doses terapêuticas.
Efeitos Colaterais: Não há, se usada em doses terapêuticas.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado marítimo.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes ou enxertia.
espaçamento: 10 a 15 metros entre as mudas.
tipo de solo: De textura areno-argilosa, rico em granito, silício e potássio, com boa profundidade, úmido e
com pH ácido entre 5 e 6. O castanheiro também cresce em regiões de decomposição de rochas calcárias.
adubação e correção: No caso de solos muito ácidos, deve ser feita a calagem, de acordo com a análise de
solo para que se alcance a acidez ideal.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.
Flores: No início da época de floração.
Frutos: Colhem-se os frutos que caem naturalmente da árvore quando estão maduros, no outono.
Secagem
Folhas e Flores: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura
máxima de 35º C.
Frutos: Melhor consumir ao natural, sem secagem.
Acondicionamento
Folhas e Flores: Em sacos de pano, em local seco e bem ventilado, longe da luminosidade.
Frutos: Em local fresco e longe da luz e da umidade. As castanhas podem ser conservadas em potes de
vidro ou de barro bem vedados.

Catinga-de-mulata

Tanacetum vulgare L. - Lamiaceae (Labiatae)


A catinga-de-mulata é uma erva oriunda da Europa. Seu nome científico, "tanacetum", deriva do grego

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"athanaton", que significa "imortal", em alusão à floração permanente da planta. Na antigüidade greco-
romana, ela era símbolo da imortalidade e usada em cerimônias fúnebres. Está ligada a um antigo costume
inglês de Páscoa, no qual os bispos e arcebispos jogam handebol com homens de outras congregações. Ao
vencedor é dado como recompensa um bolo feito com ela, em recordação às ervas amargas comidas pelos
judeus na Páscoa.
Outros Nomes Populares: atanásia-das-boticas, erva-lombrigueira, tanaceto, tanásia.
Outros Idiomas: rainfran (alemão), tanarida (espanhol), tanaise commune (francês), tansy (inglês), tanaceto
(italiano).
Descrição Botânica: A catinga-de-mulata é uma planta de porte herbáceo, ciclo perene e que atinge de 60
centímetros a 1,20 metro de altura. A raiz é ramificada. Seu caule é ereto, simples e folhoso. Suas folhas são
alternas, pinatipartidas, com pecíolo alado e segmentos lanceolados. Suas flores são de coloração amarelo-
dourada, agrupadas em inflorescências do tipo capítulo. O fruto é do tipo aquênio.
Composição Química: tanacetina, ácido tânico, tujona, resina e açúcares.
Partes Usadas: Flores, Folhas.
Propriedades Medicinais: Anti-helmíntica, Antiespasmódica, Carminativa, Emenagoga, Estimulante,
Estomáquica, Sudorífera, Tônica.
Usos
culinária: Aromatizante de omeletes, saladas e preparados com verduras.
beleza: Infecções na pele.
saúde: Parasitas, histeria, problemas nos rins, afecções nervosas, problemas menstruais, flatulência, gota,
epilepsia e dores reumáticas.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: gestantes e lactantes.
Efeitos Colaterais: congestão nos órgãos abdominais, ação vasodilatadora na gestação e fica presente no leite
das lactantes.
Cultivo e Conservação
clima: temperado; resistente a secas mas não a geadas.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes e divisão de raízes (primavera e outono).
espaçamento: 60 x 45 centímetros.
tipo de solo: textura arenosa, seco, pobre, profundo e bem drenado.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade; adubação mineral com nitrogênio e fósforo se houver deficiência.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: logo após o início da floração, preferindo as novas.
Secagem
Folhas: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35ºC.
Acondicionamento
Folhas: em recipientes de vidro bem fechados ou sacos de papel ou plástico transparente.

Catuaba

A catuaba (Erythroxylum catuaba) é uma árvore pequena a vigorosa, que produz flores amarelas e cor-de-
laranja, e pequenos frutos ovais, amarelados e não comestíveis.Cresce no norte do Brasil na floresta
amazónica. A árvore da catuaba pertence à família Erythroxylaceae, cujo género principal, o Erythroxylum,
contém várias espécies que são fontes de cocaína. A catuaba, no entanto, não contém qualquer um dos
alcalóides ativos da cocaína. A catuaba tem uma longa história de uso medicinal natural como afrodisiaco. Os
índios Tupi do Brasil foram os primeiros a descobrir as qualidades afrodisíacas da planta e nos últimos
séculos inventaram muitas canções sobre as suas qualidades e capacidades.
Uma infusão da raiz é usada na medicina tradicional brasileira como afrodisíacco e estimulante do sistema
nervoso central. Uma decoção da raiz é comummente usada para a impotência, agitação, nervosismo,
nevralgia e cansaço, problemas de memória e fraqueza sexual.

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Efeitos
A catuaba é um afrodisíaco. Estimula o desejo sexual e aumenta a libido tanto no homem como na mulher.
Estimula o fluxo sanguíneo aos órgãos genitais, pode fortificar e prolongar uma erecção, aumenta a excitação
sexual e dá orgasmos mais fortes. Pouco após a ingestão, a maioria das pessoas sentirá formigueiros ao longo
da coluna e um aumento da sensualidade pelo corpo inteiro. A pele e os órgãos genitais tornam-se mais
sensíveis. É uma erva que dá à tua vida amorosa um impulso especial. No Brasil a catuaba também é usada
para equilibrar e acalmar o sistema nervoso central.

Uso
Em geral, no Brasil aplicam-se uma infusão normal (chá da raiz) e uma tintura de álcool. O uso recomendado
é 1-3 chávenas de infusão diariamente, ou 2-3 mL de uma tintura de álcool normal duas vezes ao dia.

Ferve 1-2 colheres de sopa em meio litro de água por 15 minutos para obteres 2 chávenas de chá. Os efeitos
ocorrem após cerca de meia hora.Para um efeito mais forte, junta 30 gramas de catuaba com meio litro de
licor numa garrafa de vidro. Deixa repousar por 2 semanas, agitando diariamentes. Alguns pequenos golos
devem chegar para um efeito mais forte.
Ingredientes
Na catuaba, crê-se que um grupo de três alcalóides chamados catuabina A, B e C aumentam a função sexual
estimulando o sistema nervoso.

Cavalinha

Equisetum arvense L. - Equisetaceae


A cavalinha é uma erva muito curiosa que tem sua origem marcada na pré-história, no Período Carbonífero.
Sua procedência exata permanece ainda desconhecida até os dias de hoje, mas sua reputação medicinal está
espalhada pelo mundo inteiro, principalmente porque ela se adapta a todas as condições e tipos de solo. Seu
nome científico, "equisetum", deriva da palavra latina "equus", que significa "cavalo", e da palavra "seta", que
significa "cerda", referindo-se às suas hastes de aparência peculiar.
Outros Nomes Populares: cauda-de-raposa, eqüisseto, erva-canuda, lixa-vegetal, rabo-de-cavalo.
Outros Idiomas: acker-schachtelbalm (alemão), equiseto (espanhol), herbe de prêle de champs (francês),
horsetail (inglês), coda di cavalo (italiano), equisetii arvensis (latim).
Descrição Botânica: A cavalinha é uma planta de porte herbáceo, ciclo perene, rizomatosa e que atinge até
30 centímetros de altura. Possui dois tipos de caules ocos: um fértil e outro estéril. O caule fértil desenvolve-
se principalmente na primavera, é curto, de coloração branco-amarelada na base e vermelha na ponta,
constitui-se de uma inflorescência na forma de espiga nas extremidades do ramo e de um conglomerado de
esporos bissexuados no interior, dentro de esporângios, responsáveis por sua reprodução assexuada. O caule
estéril é mais alto, de coloração verde, e contém pequenas folhas pontiagudas que realizam a fotossíntese.
Composição Química: ácido caféico, ácido fenol-carboxílico, ácido gálico, ácido palmítico, ácido silícico,
apigenina, equisetonina, espermidina, glicosídeos flavônicos, luteolina, nicotina, sacarídeos, sais de potássio,
saponinas, taninos e tiaminase.
Partes Usadas: Caules estéreis.
Propriedades Medicinais: Abrasiva, Adstringente, Anti-seborréica, Antiinflamatória, Antiperspirante,
Cicatrizante, Diurética, Hemostática, Remineralizante, Tônica, Vulnerária.
Usos
culinária: Não usada.
beleza: Acne, poros dilatados, pele sem elasticidade e envelhecida, olhos irritados ou inflamados, olheiras,
aftas, celulite, estrias e unhas quebradiças, rachadas ou fracas.
saúde: Incontinência noturna em crianças, eliminação de substâncias tóxicas no organismo, edemas,
problemas de inflamação e infecção por bactérias no trato urinário, tratamento de feridas de difícil
cicatrização, mau funcionamento dos rins e conjuntivite.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser ingerida por gestantes.
Efeitos Colaterais: torpor, distensão abdominal, diarréia, hipotensão arterial, taquicardia, coma e até morte.
Cultivo e Conservação
clima: vários tipos.

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exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: divisão de touceiras.
espaçamento: não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: todos os tipos, preferindo o de textura arenosa, úmido, rico em húmus, nas margens de rios e
com pH ácido a neutro.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Elevada.
Colheita
Caules estéreis: final do verão.
Secagem
Caules estéreis: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura
máxima de 35ºC.

Acondicionamento
Caules estéreis: em sacos de papel ou plástico transparente.

Cebola

Allium cepa L. - Liliaceae


A cebola é originária da Pérsia (atual Irã), na Ásia Central. No período da Antigüidade Clássica, seu cultivo
expandiu-se para a África e a Europa, onde era utilizada não apenas como tempero, mas principalmente como
alimento dos escravos egípcios e, mais tarde, dos gregos e romanos. Chegou ao Brasil pelas mãos dos
portugueses.
Outros Nomes Populares: cepa.
Outros Idiomas: küchen-zwiebel (alemão), basal (árabe), pianj (bengali), ku kut (castelhano), ceba (catalão),
cibule (checo), chung (chinês), cebolla (espanhol), cepo (esperanto), oignon (francês), kremmídi (grego),
yarok (hebraico), ajuin (holandês), hagyma (húngaro), bawang merah (indonésio), onion (inglês), cipolla
(italiano), atasuki (japonês), caepulla (latim), kepaløk (norueguês), cebula jadalna (polonês), luk (russo),
palandu (sânscrito), albassa-haoussa (sudanês), lök (sueco), ton hom (tailandês), sogan (turco), hanh
(vietnamita).
Descrição Botânica: planta de porte herbáceo, de bulbo grande, solitário, subgloboso, formado de túnicas
carnosas – exceto as exteriores, que são membranosas –, coloridas ou não, e que tem odor forte e picante,
sabor acre e adocicado, sendo usada principalmente como condimento.
Composição Química: vitaminas A, B1, B2, B5, C, sais minerais (potássio, fósforo, cálcio, sódio, silício,
magnésio, ferro), glicoquinina, flavonóides e quercetina.
Partes Usadas: Bulbo.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Analgésica, Anti-helmíntica, Anti-histérica, Anti-séptica,
Antibéquica, Antibiótica, Anticonvulsivante, Antidisentérica, Antidispéptica, Antiescorbútica, Aperiente,
Bactericida, Demulcente, Desobstruente, Diurética, Emenagoga, Estimulante, Expectorante, Febrífuga,
Hipoglicêmica, Rubefaciente, Vermífuga.
Usos
culinária: Tem mil e uma utilidades, podendo ser comida crua, em saladas, frita ou assada. Entra na
composição de inúmeros pratos simples ou sofisticados, como tempero ou mesmo como ingrediente principal.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: Afina o sangue, auxilia a redução do colesterol ruim e o aumento do colesterol HDL (benéfico),
atuando ainda sobre a asma, diabetes e infecções. Auxilia na redução da pressão arterial e nas arritmias
cardíacas. Age contra a paralisia e reumatismo. Evita a formação e ajuda a dissolver coágulos sangüíneos.
Dissolve cálculos renais e é boa para o rins e para desintoxicar o fígado. Combate a lepra, a febre intermitente,
a icterícia, a hidropsia, os vermes, a difteria e a tuberculose. Estudos indicam que seus componentes reduzem
a incidência de câncer de estômago e cólon. Para uso externo, combate piodermites, furúnculos, hemorróidas,
picadas de abelha e de cobra (agindo como desinflamante e antídoto), dores de origem reumática e calvície. O
consumo freqüente de cebola pode reduzir o risco de osteoporose e diabetes. Comida crua ou em forma de
suco, combate a tosse, a bronquite, o catarro, a dor de garganta, melhora a voz, combate a rouquidão e resolve
o problema de prisão de ventre.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: pessoas que sofrem de acidez estomacal ou de formação de gases.
Efeitos Colaterais: em altas doses pode agravar a hipercloridria e a flatulência intestinal.
Cultivo e Conservação
clima: para o desenvolvimento do bulbo, precisa de dias longos e temperaturas amenas (entre 15 e 20º C).
Na época da maturação, o ideal são temperaturas mais altas e ausência de chuvas.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes.
espaçamento: 25 centímetros entre linhas e 8 centímetros entre plantas.
tipo de solo: textura areno-argilosa ou arenosa, profundo, fofo, rico em matéria orgânica, bem drenado,
com acidez de média a fraca.
adubação e correção: aplicar, moderadamente, esterco líquido em cobertura de 30 a 40 dias após o
transplante. O fósforo influencia no tamanho da cebola e antecipa a colheita. Nitrogênio em excesso é
prejudicial, pois estimula o crescimento das folhas em detrimento do bulbo.
necessidade de água: regas diárias na sementeira e após o transplante, e regas de quatro em quatro dias na
época do amadurecimento. A irrigação deve ser suspensa 2 a 3 semanas antes da colheita. Água em excesso é
prejudicial.

Colheita
Bulbo: no verão ou na primavera.
Secagem
Bulbo: após a colheita, a cebola passa pelo processo de cura, ou seja, fica descansando no canteiro,
protegida por ramas de outro pé, de três a cinco dias. Se o tempo estiver chuvoso, a cura pode ser feita em
galpões bem arejados e iluminados. O processo termina quando a casca estiver soltando com facilidade do
bulbo.
Acondicionamento
Bulbo: em sacas pequenas de ráfia ou, preferencialmente, em embalagens de papelão ou madeira
laminada. As réstias devem ser guardadas em lugar seco, bem arejado e amplo, com inspeções periódicas para
retirada das que estão apodrecendo ou brotando.

Cebolinha-francesa

Allium schoenoprasum L. - Liliaceae


A cebolinha-francesa é uma cebola em miniatura e tem seu nome originado do grego "skoinos", que significa
"junco". Ela tem uma história muito antiga que data de 5 mil anos atrás, quando era cultivada pelos chineses.
Na Grã-Bretanha, onde foi introduzida pelos romanos, era usada como aperitivo e tônico geral.
Posteriormente, foi adotada pela França pelo seu gosto sutil e mais discreto que o da cebola, sendo nos dias de
hoje usada em diversas misturas condimentares.
Outros Nomes Populares: cebolinha.
Outros Idiomas: schnitt-lauch (alemão), cebollino (espanhol), ciboulette (francês), chives (inglês).
Descrição Botânica: A cebolinha-francesa é uma planta de porte herbáceo que produz um bulbo tunicado e
arredondado, semelhante ao da cebola. No caso desta planta, o bulbo é formado por pequenas esferas. As
folhas que partem do bulbo são cilíndricas, formando uma haste oca. As flores são estéreis, de coloração
esbranquiçada e agrupadas em inflorescências globosas que partem de uma haste floral.
Composição Química: ácido ascórbico (vitamina C), alicina, alina e óleos essenciais e pró-vitaminas A.
Partes Usadas: Bulbo, Flores, Folhas.
Propriedades Medicinais: Digestiva, Diurética, Hipotensora.
Usos
culinária: Verduras, legumes, tortas diversas, saladas, queijo fundido, manteiga aromática, batatas
assadas, pratos e molhos feitos de ovos; as flores são usadas na decoração de pratos e aromatização de saladas.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: Problemas digestivos, mau funcionamento dos rins e hipertensão arterial.
outros usos: Impede o ataque de insetos aos frutos das plantas vizinhas a ela.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Cultivo e Conservação
clima: temperado ameno.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes e plantio das partes que compõem o bulbo.
espaçamento: não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: textura média, rico em nutrientes, bem drenado e com pH entre 6,0 e 7,0.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: em qualquer época.
Bulbo: quando a parte aérea já está seca.
Secagem
Folhas: corte as folhas em pedaços bem pequenos com uma tesoura e seque ao ar livre, em local
sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35ºC.
Bulbo: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35ºC.
Acondicionamento
Bulbo e Folhas secas: em local seco e arejado, dentro de sacos de papel ou plástico transparente ou
recipientes de vidro.
Folhas frescas: em sacos de papel ou plástico transparente e no refrigerador, durando aproximadamente
uma semana.

Cedro

Cedrus deodara (Roxb.) G. Don - Pinaceae


Originário do Himalaia ocidental, que abrange Afeganistão, Paquistão, norte da Índia e oeste do Nepal, sendo
nativo também da cadeia de montanhas de Atlas, no Marrocos, o cedro é conhecido desde os tempos bíblicos.
Foi várias vezes citado na Bíblia como símbolo de fertilidade, abundância e força espiritual. Além disso, o
Templo de Salomão foi construído de madeira de cedro.
Os antigos egípcios também conheciam o óleo essencial extraído da casca dessa árvore, que era muito usado
em cerimônias ritualísticas. Na história da perfumaria, o óleo de cedro foi um dos primeiros a ser fabricado.
Além de seus usos na medicina popular e na aromaterapia, o cedro fornece uma madeira de boa qualidade
para a construção civil, a marcenaria, a criação de esculturas e a fabricação de embarcações pequenas.
Outros Nomes Populares: acaju-catinga.
Outros Idiomas: Himalaya-zeder (alemão), cedro lloróno del Himalaya (espanhol), cèdre doré ou acajou
femelle (francês), deodar cedar, Indian cedar ou Himalayan cedarwood (inglês), cedro deodara (italiano).
Descrição Botânica: Conífera de grande porte, que atinge cerca de 50 metros de altura, sem ramificações. O
caule, com aproximadamente 1 metro de diâmetro, possui casca grossa. As folhas são aciculadas, de cor verde
ou esbranquiçada e, em sua maioria, formam rosetas estreladas. As flores masculinas atingem entre 3 e 5
centímetros de comprimento e possuem coloração amarronzada; as femininas têm formato cilíndrico ou ovado
e são de cor verde-violácea ou verde-esbranquiçado. A floração acontece no mês de setembro. O fruto é uma
cápsula lenhosa, com 7 a 12 centímetros de comprimento e numerosas sementes.
Composição Química: acetil-dipenteno, ácido esteárico, ácido-limoneno-carboxílico, ácido linoléico, ácido
palmitoléico, alohimachalol, alfa e beta-himachaleno, atlantona, cedrusina, cedrusina-4’-glucosídeo,
cedrusinina, centdarol, deodardiona, deodarina, deodarona, dewarina, dewarol, himachalol, isocentdarol,
longiborneol, 8C-metil-quercetina, meso-secisolariciresinol, p-metil-acetofenona, p-metil-delta-3-
tetrahidroacetofenona, pinitol, quercetina, sesquiterpenos, tanino, toxifolina, gorduras e proteínas.
Partes Usadas: Óleo essencial extraído do caule.
Propriedades Medicinais: Anti-seborréica, Anti-séptica, Anticaspa, Aromática, Calmante, Condicionante,
Desinfetante, Desodorante, Fixadora, Fortalecedora dos cabelos, Fungicida.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: O óleo essencial é empregado em vaporizações faciais para peles oleosas, na fabricação de
pomadas contra verrugas, de xampus anticaspa e loções contra seborréia e queda de cabelos, além de ser

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
amplamente empregado na indústria de perfumaria.
saúde: Na aromaterapia, o óleo essencial de cedro é usado contra ansiedade, tensão nervosa e estados de
alienação.
outros usos: Possui madeira de boa qualidade para a construção civil, a marcenaria, a criação de
esculturas e a fabricação de pequenas embarcações.
Contra-Indicações: Os banhos de imersão com óleo essencial de cedro não são recomendados para gestantes
e pessoas com pele sensível.
Efeitos Colaterais: Pode causar reações alérgicas ou irritação em peles sensíveis.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical de altitude ou semi-árido, com amplitude térmica acentuada.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes ou enxertia.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura cnsultada.
tipo de solo: Bem drenado e com pH do neutro ao alcalino; proteger de ventos frios.
adubação e correção: A cova pode ser preparada com uma mistura de esterco curtido e composto vegetal.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Casca do caule: Em qualquer época do ano.
Secagem
Casca do caule: Não é feita; depois de coletada, a casca é diretamente submetida à destilação a vapor para
extração do óleo essencial.
Acondicionamento
Casca do caule: Em tonéis de papelão bem fechados, de forma provisória até serem destinados à
destilação.

Celidônia

Chelidonium majus L - Papaveraceae


Essa planta é originária da Europa e da Ásia. Seu nome vem do grego "kélidon", que significa "andorinha".
Isso porque a migração das andorinhas costuma coincidir com a época de florescimento dessa planta. Ela foi
introduzida nos Estados Unidos no século 17, quando o país ainda se chamava Nova Inglaterra.
Outros Nomes Populares: erva-das-verrugas, erva-dos-cavalos, quelidônia.
Outros Idiomas: schöllkraut (alemão), celidonia mayor (espanhol), grande chélidoine (francês), greater
celandine (inglês), celidonia ou erba da porri (italiano).
Descrição Botânica: Erva de ciclo perene, de folhas partidas e penadas, com segmentos arredondados e
denteados. Suas flores são pequenas, amarelas e arrumadas em umbelas compactas e produzem um suco
amarelo-brilhante.
Composição Química: Ácido quelidônico, alcalóides, alocriptonina, berberina, carotenos, colina, coptisina,
esparteína, histamina, magnoflorina, protopina, quelamina, queleritrina, quelidonina, quelidoniol,
sanguinarina, saponinas, tiramina e vitamina C.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Látex, Raízes, Talos.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Antibacteriana, Antiespasmódica, Antiinflamatória, Antilítica,
Antitumoral, Colagoga, Colerética, Digestiva, Diurética, Hepatoprotetora, Hipotensiva, Relaxante, Sedativa.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: O látex serve para causticar calos e verrugas.
saúde: Usada contra doenças da pele, eczemas, impigem (dermatoses), psoríase e até contra câncer de
pele. Também tem ação sedativa local (uso externo) e é empregada contra problemas hepáticos, hepatite,
bronquite, cálculos biliares, hipertensão, dor-de-cabeça, enxaqueca, catarata, para aumentar a produção de
urina, para inibir choques anafiláticos e para relaxar espasmos musculares, incluindo broncoespasmos.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser usada por crianças, mulheres grávidas e lactantes. Deve ser usada sempre
sob supervisão médica.
Efeitos Colaterais: O uso excessivo ou fora das recomendações pode levar a náuseas, vômitos e até levar ao
coma e à morte. No caso de ingestão acidental, é necessária uma lavagem estomacal.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Cultivo e Conservação
clima: De temperado a tropical.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Sementes, em viveiro.
espaçamento: 40 x 80 centímetros.
tipo de solo: Medianamente rico em nutrientes e matéria orgânica e bem drenado.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30 cm de
profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas, Flores, Talos e Raízes: Seis meses após plantio, quando a planta estiver com cerca de 50 cm de
altura.
Secagem
Folhas e Talos: Devem ser secos à sombra, em local bem ventilado, mas também podem ser usados na
forma fresca.
Flores e Raízes: À sombra, em local bem ventilado.
Acondicionamento
Folhas, Flores, Talos e Raízes: Depois de secos, devem ser guardados em sacos de pano.

Cenoura

Daucus carota L. - Apiaceae (Umbelliferae)


Nativa da região mediterrânea da Europa e da Ásia, a cenoura é cultivada há mais de 2000 anos. Algumas de
suas propriedades medicinais já eram conhecidas pelos gregos e romanos, embora, na época, a planta fosse
tida como uma espécie invasora de outras plantações. Da forma que a conhecemos hoje, mais atraente e
saborosa do que a espécie primitiva, a cenoura resulta de uma série de cruzamentos e seleções para melhoria
genética, realizados há cerca de 100 anos.
Outros Nomes Populares: cenoira, cenoura-selvagem.
Outros Idiomas: garten-möhre (alemão), acenoria (castelhano), pastanaga (catalão), zanahoria (espanhol),
carotte (francês), carrot (inglês), carota selvatica (italiano), cenoira (português de Portugal), garijara
(sânscrito), morot (sueco).
Descrição Botânica: Planta herbácea bianual, com ramos estriados e que alcança entre 30 e 60 centímetros de
altura. Folhas compostas e lanceoladas, bem recortadas, que formam tufos. As flores são brancas, amarelo-
pálidas ou rosadas, agrupadas em inflorescências do tipo umbela. A raiz, aromática e comestível, é alongada,
geralmente cônica ou cilíndrica, e de cor laranja ou avermelhada (variedade usada no consumo humano),
amarela ou branca (mais utilizadas como ração animal). O fruto é ovóide, revestido de pêlos alvos e ásperos.
Composição Química: açúcares, ácidos graxos, ácido málico, albumina, apigenina, betacaroteno, caroteno e
carotenóides, crisina, fitosteróis, fosfatídeos, glutamina, glúten, inositol, kaempferol, lecitina, luteolina,
pectina, pró-vitamina A e K, vitaminas B, C e D, quercetina e triterpenos. É fonte de minerais como cloro,
flúor, magnésio, ferro, cálcio, fósforo, potássio, arsênico, cobalto, iodo, manganês e silício.
Partes Usadas: Folhas, Óleo extraído das raízes, Raízes, Sementes.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Antiinflamatória, Antimicrobiana, Aperiente, Bronzeadora,
Cicatrizante, Citostática, Diurética, Emoliente, Estimulante dos sistemas linfático e nervoso, Rejuvenescedora,
Remineralizante, Suavizadora.
Usos
culinária: comida crua ou cozida. Usada em saladas e em pratos como legumes sautés, maionese e
salpicão de legumes, cozidos, tortas, bolos, suflês, purês, patês, sopas e cremes. Muito usada para sucos
nutritivos, geralmente batidos com suco de laranja e beterraba. As folhas da cenoura, ricas em vitamina A,
também são usadas para a preparação de bolinhos, sopas e refogados.
beleza: usada na formulação de bronzeadores, pomadas cicatrizantes de pequenos ferimentos, loções
revitalizantes, máscaras de beleza e cremes hidratantes para peles secas, óleos e cremes tônicos de massagem
facial anti-rugas. Em óleos de massagem, é indicada para drenagem linfática, pois reduz edemas e inchaços.
Em bochechos, ajuda a tratar de aftas. Empregada ainda na fabricação de xampus e cremes restauradores para
cabelos secos e crespos.
saúde: indicada para abrir o apetite e combater a anemia, melhorar a visão, revigorar as células nervosas,

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combater o cansaço mental, estimular o funcionamento da vesícula biliar, combater prisão de ventre e cólicas
renais, prevenir verminoses e eliminar vermes intestinais e ainda eliminar o excesso de água do organismo.
Age também contra o reumatismo e a gota. Misturada ao mel, limpa as vias respiratórias e ajuda no combate
ao catarro, à tosse e à rouquidão.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Deve ser evitada na forma de banhos ou massagem corporal por gestantes.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, não há efeitos colaterais advindos do uso interno
ou externo.
Cultivo e Conservação
clima: considerada uma "planta de inverno", produz melhor em lugares onde a temperatura oscila entre
8ºC e 22ºC.
exposição solar: média.
propagação: sementes (o plantio é feito em local definitivo).
espaçamento: 20 a 30 centímetros entre os sulcos e cerca de 5 centímetros entre as sementes.
tipo de solo: prefere solos de textura areno-argilosos, arenosos ou turfosos, leves, drenados e com acidez
de fraca a média.
adubação e correção: esterco líquido em cobertura, aplicado após o desbaste das folhas. O fósforo e o
potássio são os principais nutrientes da cenoura, mas o boro também é importante, pois na sua ausência as
cenouras racham.
necessidade de água: Moderada (Gosta de água, mas sem encharcamento. As regas devem ser diárias no
primeiro mês após a semeadura. Depois, regas a cada três dias. Quatro dias antes da colheira, a irrigação deve
ser suspensa).
Colheita
Sementes: quando estiverem maduras.
Folhas e Raízes: de 2 a 4 meses após o plantio, dependendo da variedade utilizada.
Secagem
Folhas e Raízes: consumidas na forma fresca.
Sementes: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35º C.
Acondicionamento
Folhas e Raízes: no refrigerador por até 15 dias, acondicionadas em sacos plásticos.
Sementes: em vidros bem fechados.

Centeio

Secale cereale L. - Poaceae (Gramineae)


Planta pertencente à família das gramíneas, provavelmente nativa da Ásia. É muito utilizada na Ilha da
Madeira e em Porto Santo, territórios portugueses. No Brasil, o centeio é cultivado principalmente na região
sul do país, nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Por sua rusticidade, ele vem sendo a
cada dia mais utilizado, sendo indicado como cultura de inverno em regiões cujo clima e solos são
inadequados para o cultivo do trigo. A divulgação do centeio deve-se ao fato de ele ser amplamente utilizado
na alimentação humana e na produção de forragem e pastagem para animais. Seus grãos também são
utilizados na fabricação de álcool e sua palha serve para a confecção de chapéus.
Outros Nomes Populares: centeio branco.
Outros Idiomas: roggen (alemão), centeno (espanhol), seigle (francês), rye (inglês), segale (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo anual, que atinge aproximadamente 1 a 1,5 metro de altura.
Sua haste é ereta, lisa e nodosa. Suas folhas são alternas, invaginantes e pilosas. Suas flores são diminutas,
hermafroditas e agrupadas em inflorescências do tipo espiga, simples e alongada. O fruto é do tipo cariopse,
de coloração amarelo acinzentado.
Composição Química: Proteínas, carboidratos, fibras, cálcio, ferro, betacaroteno, tiamina, riboflavina e
niacina.
Partes Usadas: Sementes (grãos).
Propriedades Medicinais: Antiinflamatória, Emoliente, Energizante, Nutritiva, Refrescante.
Usos
culinária: Os grãos, moídos e transformados em farinha, são utilizados na panificação e produzem pães e

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bolos de maior durabilidade dos que os feito à base de farinha de trigo. O centeio também pode substituir com
sucesso a cevada na fabricação de cerveja e, quando submetido à fermentação, produz um tipo de aguardente.
Nos Estados Unidos e Canadá, os grãos são utilizados na fabricação de uísque e, quando torrados, são
empregados como substitutos do café.
beleza: Empregado na fabricação de cremes para a pele.
saúde: Pode ser usado na forma de farinha para alimentar doentes, convalescentes e pessoas desnutridas.
Na medicina popular, é indicado na forma de cataplasma para o tratamento de ferida, abscesso e furúnculos.
outros usos: Utilizado na produção de forragem e pastagem para animais. Seus grãos servem para a
fabricação de álcool e sua palha, para a confecção de chapéus.
Contra-Indicações: Em alguns casos de enfermidade do grãos, eles apresentam um fungo de cor violácea,
altamente venenoso. Por isso, quem quiser utilizar os grãos do centeio deve, antes, certificar-se de que estejam
sãos. Recomenda-se, então, que ele seja utilizado somente sob prescrição médica.
Efeitos Colaterais: A utilização de grãos doentes pode causar danos psíquicos e físicos, que podem levar à
morte.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: 20 centímetros entre linhas.
tipo de solo: De várzea, com textura sílico-arenosa, bem drenado, não muito exigente em nutrientes.
adubação e correção: Responde bem à adubação, mas também cresce em solos de fertilidade limitada. No
caso de solos arenosos, recomenda-se a aplicação de nitrogênio e fósforo, mediante análise de solo.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Sementes: Nos meses de agosto e setembro, quando a cultura apresentar 120-130 dias, com colheitadeiras,
ou manualmente, em pequenas culturas.
Secagem
Sementes: Podem ser deixadas ao ar livre para perder o excesso de umidade. Se forem armazenadas em
local com umidade, podem se deteriorar pelo ataque de fungos patogênicos.
Acondicionamento
Sementes: Em sacos de tecido, em local seco e bem ventilado, protegido do ataque de insetos.

Centela

Centella asiatica (L.) Urban - Apiaceae (Umbelliferae)


Originária da Índia e de Madagascar, a centelha-asiática é uma erva medicinal importante, semelhante à sua
parente européia, a Hydrocotyle vulgaris. A planta foi denominada inicialmente Hydrocotyle asiatica por
Linnaeus, mas posteriormente passou a integrar o gênero Centella. Foi por muito tempo usada na Índia para
fins medicinais e para ajudar na meditação. Na Índia e também na África, era usada medicinalmente no
tratamento de lepra, tendo entrado na farmacopéia francesa através de Madagascar.
Outros Nomes Populares: cairuçu asiático, centelha-asiática, codagem, pata-de-burro, pata-de-cavalo, pata-
de-mula.
Outros Idiomas: asiatischer wassernabel (alemão), yerba de claro (espanhol), centella (inglês).
Descrição Botânica: Erva rasteira e perene. Suas raízes formam agrupamentos de folhas de até 5 centímetros
de comprimento, com formato de rim e bordas denteadas. As flores, minúsculas e de cor rosa, aparecem sob a
folhagem na época do verão.
Composição Química: Ácido asiático, ácido madecássico, alcalóides, asiaticosídeo, cânfora, cineol,
flavonóides, resinas e taninos.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Adelgaçadora, Antiirritante, Antimicrobiana, Calmante, Cicatrizante, Depurativa,
Estimulante da circulação periférica, Estimulante do sistema linfático, Lipolítica, Queratolítica, Redutora da
fragilidade dos vasos, Refrescante, Tônica, Vasodilatadora periférica.
Usos
culinária: As folhas são consumidas em saladas e como tempero, especialmente no sudeste da Ásia.
beleza: Usada em cremes para o tratamento de acne e de rugas, prevenindo o envelhecimento precoce.

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Empregada contra inflamação nos olhos, na forma de compressas frias. Também é usada em loções e cremes
para combater a celulite e óleos de massagem corporal que estimulam a circulação e promovem drenagem
linfática.
saúde: Usada internamente para combater feridas e condições crônicas da pele (inclusive lepra), doenças
venéreas, malária, veias varicosas e úlceras, desordens nervosas e senilidade. Externamente é usada em
feridas, hemorróidas e articulações reumáticas. Também melhora o aspecto da pele nos casos de queimaduras,
tratamento de úlceras da pele e prevenção da formação de quelóides. Pode ser aplicada para acelerar a
cicatrização de feridas superficiais e pós-cirúrgicas, pois estimula a produção de colágeno e fibras. É muito
útil no tratamento de psoríase, varizes, cãibras e pernas cansadas.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Gravidez e lactação; é uma planta relativamente tóxica, devendo ser usada com cautela.
Efeitos Colaterais: O uso externo pode causar eventualmente reações alérgicas em pessoas sensíveis a
plantas da família Apiaceae.
Cultivo e Conservação
clima: Ameno.
exposição solar: Sombra.
propagação: Estacas.
espaçamento:
tipo de solo: Não é exigente em solo, crescendo em encostas, terrenos baldios, solos de variadas texturas,
inclusive no arenoso e ácido.
adubação e correção: Esterco de curral bem curtido e composto orgânico.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.
Secagem
Folhas: Ao ar livre em local bem ventilado e sombreado ou em secador com temperatura de 35°C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano bem fechados e em local arejado.

Cerefólio

Anthriscus cerefolium (L.) Hoffm. - Apiaceae (Umbelliferae)


O cerefólio é uma erva originada da região mediterrânea da Europa, sendo conhecido como "folha da alegria".
Seu uso se dá principalmente na culinária, devido ao seu sabor e aroma peculiares, que lembra levemente a
mirra. Os romanos a usavam muito e difundiram seu uso na Europa, principalmente na Inglaterra e França.
Outros Nomes Populares: cerefolho.
Outros Idiomas: garten-kerbel (alemão), perifollo (espanhol), cerfeuil (francês), common chervil (inglês),
cerfoglio comune (italiano).
Descrição Botânica: O cerefólio é uma planta de porte herbáceo e que atinge até 60 centímetros de altura. A
haste possui pêlos bem finos. Suas folhas são compostas, pinadas e de coloração verde-clara brilhante. As
flores são de coloração branca, agrupadas em inflorescências do tipo umbela. As sementes são longas e finas.
Composição Química: ácido petroselínico, apiína, metil-chavicol, óleos essenciais, podofilotoxina e sais
minerais (potássio).
Partes Usadas: Folhas, Sementes.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Depurativa, Digestiva, Diurética, Hidratante.
Usos
culinária: sopas, molhos, saladas, peixes cozidos e defumados, mariscos, omeletes e ovos mexidos, carne
de galinha, molhos delicados de manteiga, queijos cremosos, molho béchamel, vegetais (cenoura) e saladas
verdes.
beleza: pele desvitalizada, rugas ao redor dos olhos, manchas e sardas, olhos irritados e avermelhados e
queda de cabelo.
saúde: congestão no fígado, problemas nos rins, cálculos renais e biliares, cólicas, problemas digestivos,
coágulos sangüíneos e contusões musculares.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Efeitos Colaterais: reações alérgicas.
Cultivo e Conservação
clima: temperado.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: sementes.
espaçamento:
tipo de solo: textura média, úmido e rico em nutrientes.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: depois de aproximadamente 6 semanas após o plantio.
Sementes: um pouco antes do amadurecimento completo, pois, caso contrário, elas rapidamente caem no
chão.
Secagem
Folhas: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador com temperatura máxima de
35ºC.
Sementes: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
40ºC.
Acondicionamento
Folhas frescas: durante uma semana no refrigerador, envoltas num saco de papel ou plástico transparente.
Folhas secas: em sacos de papel ou plástico transparente.
Sementes: em recipientes de vidro bem fechados.

Cereja-de-Cametá

Flacourtia jangomas (Lour.) Raeusch - Flacourtiaceae


Por sua cor escarlate e arroxeada, quase negro quando maduro, o fruto dessa arvoreta lembra o de uma
cerejeira européia, vindo daí o nome cereja. Porém a cereja e a cereja-de-cametá são plantas completamente
diferentes. Originária de Madagascar, grande ilha situada na costa leste do continente africano, a cereja-de-
cametá nasce em árvores de pequeno porte e possui uma copa de bonita conformação. É cultivada em quase
toda a região tropical do continente americano. Pode ser encontrada em grande parte do território brasileiro,
embora seja pouco conhecida e cultivada no país. A exceção fica por conta de algumas regiões do Estado de
Tocantins, onde é muito consumida pela população. Naquela região, ela aparece principalmente na cidade de
Cametá, às margens do rio Tocantins, de onde vem o seu nome.
Outros Nomes Populares: ameixa-de-madagascar.
Outros Idiomas: paniala ou coffee plum (inglês).
Descrição Botânica: Arbusto ereto, decíduo, ramificado na base, que pode atingir até 5 metros de altura.
Possui caule liso e casca escamante, de coloração castanho-avermelhada. As folhas são brilhantes com bordos
serreados, alternas, de cor rósea quando jovens, dispostas em espiral, de formato oval-lanceolado, com 5 a 10
centímetros de comprimento e 1,25 a 5 centímetros de largura . As flores desenvolvem-se em sexos separados,
em árvore distintas. Elas são agrupadas em inflorescências do tipo cacho e possuem pétalas brancas, róseas ou
avermelhadas. O fruto é globoso ou levemente ovalado, de coloração verde-arroxeada, passando a vermelha,
quase negra quando maduro. A polpa é suculenta, translúcida e doce. As sementes são duras, achatadas, de cor
amarelo clara e são em número de 7 a 12.
Composição Química: Taninos e pectina.
Partes Usadas: Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antidiarréica, Antiemética, Colagoga, Sudorífera.
Usos
culinária: O pequeno fruto tem sabor adocicado e sua polpa, de consistência sucosa, apesar da pouca
quantidade que apresenta por fruto, tem uma qualidade bastante refrescante. Pode ser usado na fabricação de
sucos, xaropes, geléias, doce em massa, chutneys e picles.
beleza: Não é utilizada.
saúde: Usada no tratamento da diarréia, mau funcionamento da vesícula biliar e para combater náuseas. As
folhas secas são empregadas na medicina indiana para aliviar os sintomas da bronquite e tosses. Podem ser

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usadas ainda para dor de dente e de forma tópica para tratar de erupções na pele.
outros usos: A madeira pode ser usada na fabricação de implementos agrícolas.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Rico em matéria orgânica e nutrientes.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: Entre os meses de janeiro e março, quando estiverem maduros.
Folhas: Em qualquer época do ano.
Secagem
Frutos: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado ou em secador, com temperatura máxima de
35°C.
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado ou em secador, com temperatura máxima de
35°C.
Acondicionamento
Frutos: Em sacos de plástico atóxico, bem fechados, no refrigerador.
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, em local seco, escuro e bem ventilado, livre do ataque de
predadores.

Cereja

Prunus avium (L.) L. - Rosaceae


Originária do hemisfério norte, a cereja é uma fruta consumida desde a Antigüidade, especialmente na Europa
e Ásia. No Brasil, existem poucas plantações (a maioria experimental), e o comércio acontece principalmente
na época do Natal. A cereja faz parte da mesma família do pêssego, da ameixa e do damasco. A palavra
Prunus, em latim, significa ameixa, enquanto o nome da espécie, avium, vem de ave. A madeira da cerejeira é
utilizada no mundo inteiro pela indústria madeireira para confecção de móveis.
Outros Nomes Populares: cereja-dos-passarinhos, cereja-galega, cerejeira-da-europa.
Outros Idiomas: kirschbaum (alemão), cerezo silvestre (espanhol), cerisier de france (francês), sweet cherry
(inglês), ciliegia (italiano).
Descrição Botânica: TÓXICA
Planta arbórea, caducifólia, que pode chegar a até 20 metros de altura. O tronco possui casca lisa e cinzenta, e
madeira branco-avermelhada, dura e pesada. Suas folhas são alternas, simples, inteiras, ovais, com margem
serrada e seu tamanho varia entre 8 e 15 centímetros. Suas flores são brancas e agrupadas em inflorescências
do tipo cacho, nas axilas das folhas. O fruto é do tipo drupa, pequeno, globoso, de cor vermelha a quase preta
e possui apenas uma semente no seu interior.
Composição Química: Vitaminas A, B1, B2, B5 e C, fibras, sais minerais, potássio, ferro, cálcio, fósforo,
sódio, enxofre, silício, magnésio, cloro, amilase, genisteína.
Partes Usadas: Casca de tronco, Frutos.
Propriedades Medicinais: Antiartrítica, Antibacteriana, Anticatártica, Antiinflamatória, Antitérmica,
Antitussígena, Calmante, Depurativa, Desinfetante, Desintoxicante, Diurética, Energizante, Regulador
intestinal.
Usos
culinária: O fruto é consumido “in natura” ou usado na fabricação de doces, geléias, compotas e bebidas
licorosas.
beleza: Utilizada na fabricação de hidratantes, xampus e perfumes.
saúde: O fruto e a casca do tronco são utilizados no tratamento de gota e artrite e para diminuir a febre. O
fruto também é usado no tratamento de inflamações das vias urinárias e seco, é eficaz contra diarréia e
disenteria. Por apresentar boa quantidade de minerais (0,7%), proporciona sensação de saciedade e seu

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
consumo é útil durante dietas. A casca do tronco pode ser empregada no tratamento de tosse crônica.
outros usos: O caule é utilizado na fabricação de móveis, instrumentos musicais, objetos de arte e em
lareiras, por apresentar agradável fragrância.
Contra-Indicações: O consumo das folhas, hastes e sementes não é recomendado.
Efeitos Colaterais: O consumo das folhas, hastes e sementes pode causar falta de ar, fraqueza, excitação,
dilatação das pupilas, convulsões, falha na respiração e levar ao estado de coma. Por ser rico em tanino, o
fruto pode provocar problemas estomacais, se o consumo diário for maior que 200 ou 300 gramas.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Por semente, enxertia e mergulhia.
espaçamento: 6 metros entre plantas.
tipo de solo: Profundo, rico em nutrientes, bem drenado, com pH neutro a alcalino.
adubação e correção: Não foram encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Moderada (Necessita de maior quantidade no verão e menor no inverno. As folhas
não devem permanecer molhadas, pois apodrecem).
Colheita
Frutos: Quando os frutos estiverem maduros.
Casca: Não encontrada na literatura consultada.
Secagem
Frutos: Devem ser mergulhados durante um minuto em água fervendo. Depois, acondicionados em uma
bandeja e protegidas com pedaço de filó, gaze ou musselina, os frutos devem ser expostos alternadamente ao
ar livre (12 horas, no máximo) e ao forno (60 oC), até ficarem pretos. Vire-os freqüentemente, para que
sequem por igual.
Casca: Ao ar livre, em local bem ventilado e sombreado, ou em estufa com temperatura máxima de 45°C.
Acondicionamento
Frutos: Não devem ser guardados por muito tempo. Quando estão bem frescos, podem ser conservados
por quase uma semana na gaveta da geladeira ou em lugar seco e arejado.
Casca: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Cerigüela

Spondias purpurea L. - Anacardiaceae


Planta que produz um dos pequenos frutos mais populares na América. Originária do Sul do México, norte do
Peru e Brasil - aqui é própria da caatinga -, é encontrada nessas regiões na forma selvagem ou cultivada em
viveiros. Nas Bahamas e Índias Orientais, é vendida em mercados locais, nas ruas. Exploradores espanhóis
levaram algumas espécies para outros lugares tropicais, e a árvore acabou sendo adotada até mesmo nas
Filipinas e na Nigéria. Por isso, é conhecida por tantos nomes diferentes, principalmente em língua espanhola.
Outros Nomes Populares: ameixa-da-Espanha, cajá vermelho, ciroela, serigüela.
Outros Idiomas: jocote, jocote agrio, jocote amarillo, jocote común (espanhol), cirouelle, mombin rouge,
prune du Chili (francês), purple mombin, red mombin, spanish plum (inglês).
Descrição Botânica: Planta arbórea caducifólia, que mede em média de 3 a 8 metros de altura, podendo
atingir até 15 metros, em condições favoráveis. Suas raízes possuem grandes tubérculos reservadores de água.
O tronco tem aproximadamente 80 centímetros de diâmetro, é curto e ramifica-se a partir de um metro do
solo. A copa é bastante larga e composta por galhos grossos, retorcidos e quebradiços. A casca é rugosa, de
coloração acinzentada a verde-escura e com aspecto bastante variável. As folhas são alternas, penadas,
amareladas, com 10 a 20 centímetros de largura e 9 a 25 folíolos elípticos, de 1,9 a 4 centímetros de largura,
com as bordas ligeiramente onduladas. As flores são minutas, vermelhas ou rosas e medem cerca de 63
milímetros. O cálice é diminuto, com cinco lóbulos e cinco pétalas. Os frutos são bagas ovóides, comestíveis,
de coloração avermelhada ou amarelada e sabor adocicado, medem aproximadamente três centímetros e
contém de uma a cinco sementes.
Composição Química: Cálcio, fósforo, ferro, betacaroteno, tiamina, riboflavina, niacina, ácido ascórbico
(vitamina C), lisina, metionina, treonina.
Partes Usadas: Folhas, Frutos, Raízes.
Propriedades Medicinais: Anticatártica, Antidisentérica, Antiespasmódica, Antiinflamatória, Carminativa,

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Diurética, Energizante, Febrífuga.
Usos
culinária: Os frutos são consumidos “in natura”, desidratados ou curtidos em álcool ou salmoura. Com
eles, podem ser feitos sucos, vinhos, licores e vinagres, e sua polpa pode ser congelada. Os frutos também são
utilizados em gelatinas e geléias, e os brotos jovens podem ser consumidos crus, juntamente com as folhas, ou
cozidos como verduras.
beleza: Não é usada.
saúde: O extrato das folhas e da casca é usado para ajudar a baixar febres. No Sudeste da Nigéria, as
folhas também são utilizadas para limpar feridas, inflamações e queimaduras. O extrato da casca cozida é
indicado para casos de disenteria, dores de estômago e flatulência infantil. O extrato do fruto pode ser
empregado na cura de inflamações e diarréias. O fruto é diurético e alivia espasmos.
outros usos: Na América Central, a resina da árvore serve como matéria-prima para a produção de gomas
de mascar e cola. A planta também tem um efeito recuperador, sendo, por isso, empregada na reabilitação de
locais onde houve exploração extrativista e degradação de áreas. Serve como cerca viva para hábitats
agrícolas e como sombra para outros cultivos. Algumas espécies de mamíferos, aves e formigas alimentam-se
de seus frutos e folhas. A madeira do tronco é utilizada na produção de papel, principalmente no Brasil. O pó
de sua madeira também pode servir para a produção de sabão. É usada ainda como planta apícola (para
criação de abelhas).
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Nas Filipinas, onde a planta também é cultivada, diz-se que consumir uma grande
quantidade da fruta com o estômago vazio pode causar fortes dores estomacais.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Por estaquia, enxertia e sementes, plantadas com três centímetros de profundidade.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: De textura argilosa, aluvial, bem drenado e rico em nutrientes.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Baixa.
Colheita
Frutos: A partir de cerca de três anos e meio anos de vida, entre maio e julho. Quando a colheita é feita
antes da época, o fruto nunca amadurece completamente, o que prejudica sua cor e sabor. Quando colhido na
época certa, o fruto fica vermelho e com sabor adocicado, pois o amido transforma-se em açúcar.
Folhas: No início da brotação.
Raízes: No outono, retirando-se apenas as brotações laterais.
Secagem
Frutos: Devem ser preferencialmente consumidos na forma fresca.
Folhas: Devem ser consumidos frescos na alimentação.
Raízes: No secador, com temperatura máxima de 50º C.
Acondicionamento
Frutos: Para ser transportada “in natura”, é necessário que seja protegida com folhas de jornal e
acondicionada em caixas de plástico ou de madeira. O acondicionamento a 10º C permite que a fruta
conserve-se por 12 dias.
Folhas: Em sacos de plástico atóxico, bem fechados, na geladeira.
Raízes: Em sacos de pano ou caixas de papelão, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Cevada

Hordeum vulgare L. - Poaceae (Gramineae)


Primeiramente, o homem começou a cultivar cevada e outros grãos para fabricar cerveja e, somente depois do
descobrimento da bebida, percebeu como usar leveduras cervejeiras e a cevada para fabricar pães. Por muito
tempo, a cevada foi o alimento principal das civilizações ocidentais antigas. A primeira cerveja de que se tem
notícia foi fabricada há cerca de 5500 anos pelos sumérios, um povo que vivia na Mesopotâmia (parte do atual

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Iraque). Além desses, também os assírios e babilônios foram exímios cervejeiros.
Documentos históricos comprovam que os egípcios já fabricavam alguns tipos de cerveja como a “Cerveja
dos Notáveis” e a “Cerveja de Theba”. Recentemente, arqueólogos britânicos descobriram uma fábrica com
3500 anos de idade em Armana, uma cidade egípcia localizada às margens do Rio Nilo, cerca de 300
quilômetros ao sul do Cairo. As escavações revelaram a existência de um salão para a degustação de cerveja.
Fazia-se a bebida misturando água, pão semi-cozido, malte de cevada e suco de tâmaras ou tamarindos. Tudo
era depois fermentado em fogo de madeira acácia. Algumas receitas de cerveja aparecem inscritas nos antigos
muros da pirâmide de Gizé.
Outros Nomes Populares: cevar, sevada..
Outros Idiomas: gerste (alemão), cebada (espanhol), orge (francês), barley (inglês), orzo (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo anual e raiz capilar. Seu caule é do tipo polmo e atinge até 1
metro de altura. As folha são verdes, alternas, compridas e largas. As flores são agrupadas em inflorescências
do tipo espiga dística com aristas compridas. As sementes são compridas, de coloração amarelada na parte
externa com um sulco longitudinal.
Composição Química: Ácido ascórbico, amido, celulose, proteínas, ácido pantotênico, ácido caféico,
catequina, citrininna, esculetina, ácido ferúlico, folacina, giberelina, sais minerais (ferro, magnésio, selênio),
maltose, ácido p-cumárico, riboflavina, betacaroteno, betasitosterol e escopoletina.
Partes Usadas: Sementes.
Propriedades Medicinais: Alcalinizante, Antiescorbútica, Antitérmica, Depurativa, Diurética, Emoliente,
Expectorante, Nutritiva, Tônica.
Usos
culinária: Em termos nutritivos, a cevada compara-se a cereais como o trigo e o centeio. Pode ser
consumida na forma de mingaus, sopas, saladas e pães. Dela pode-se extrair o malte, que é usado na
fabricação de alimentos dietéticos pois tem o poder de auxiliar no processo digestivo de alimentos farináceos
e feculentos, impedindo a fermentação nos intestinos. Além disso, o malte é utilizado como matéria-prima nas
indústrias cervejeiras. O malte é muito benéfico na dieta dos doentes do estômago, hepáticos, diabéticos e
colíticos.
beleza: Em produtos esfoliativos para limpeza e renovação celular da pele do rosto.
saúde: Os grãos cozidos ajudam a combater febre, afecções do estômago e vias urinárias, problemas do
fígado, intoxicações, escorbuto, desnutrição, convalescência, bronquite e edemas. Na forma de emplastro, são
usados contra ulcerações e inflamações na pele.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Adapta-se a diversos climas, altitudes e longitudes; no entanto, o clima sub-tropical mostra-se mais
propício.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento: 17 a 20 centímetros entre linhas.
tipo de solo: Porosos, profundos, bem drenados, pH não ácido, de textura média e bem estruturados.
adubação e correção: 20 a 30 kg/ha de nitrogênio e de acordo com a análise do solo colocar 20 a 90 kg/ha
de P2O5 e 10 a 60 kg/ha de K2O; em cobertura aplicar de 20 a 30 kg/ha de nitrogênio, dependendo da
produtividade desejada; recomenda-se um solo que contenha uma saturação por bases superior a 50% pois a
cevada é muito sensível a acidez do solo. Observação: não aplicar nitrogênio após o cultivo de leguminosas,
em caso de rotação de culturas.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Sementes: Está no ponto de colheita quando, madura, pressionada com a unha, não marca, ou seja, quando
seu teor de umidade estiver ao redor de 14 a 15% (nos meses de agosto e setembro).
Secagem
Sementes: São colocadas ao sol, ainda presas às hastes, para perder o excesso de umidade.
Acondicionamento
Sementes: Em sacos de tecido natural ou plástico transparente, bem fechados e em local bem arejado.

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Chá-de-Java

Orthosiphon stamineus Benth. - Lamiaceae (Labiatae)


Planta conhecida popularmente como chá de java e que cresce na Índia, no arquipélago Malásio e na região da
Austrália. Originou-se, provavelmente, no sudeste asiático ou na Austrália. Os usos medicinais da planta -
principalmente nos problemas do sistema urinário - despertaram interesse no ocidente, somente depois que a
planta já vinha sendo usada durante anos pela população de Java, ilha da Indonésia, e Índia. Não é comumente
cultivada no Brasil. Seu nome científico advém do grego “orthós”, que quer dizer “reto, direito, correto,
normal, justo, levantado, teso” e do também grego “síphonos”, que quer dizer “cano de água, tubo, bomba”. Já
“stamineus” refere-se aos estames (órgão masculino das flores). Em resumo, o significado de seu nome se
justifica porque suas flores possuem longos estames, tesos, levantados e agrupados, lembrando um longo
bigode-de-gato, sendo este, portanto, um de seus outros nomes populares.
Outros Nomes Populares: bigode-de-gato, ortosifão.
Outros Idiomas: ortosifón (espanhol), orthosiphon, thé de Java (francês), cat’s whiskers, java’s tea (inglês),
ortosifon (italiano).
Descrição Botânica: Planta semi-arbustiva, de ciclo perene, que pode atingir de 60 centímetros a 1,5 metro
de altura. Seu caule é quadrangular, avermelhado, ereto e muito ramificado. Possui folhas verdes, simples,
opostas, glabras, ovais, com ápice acuminado, pecíolo curto e delicadamente dentadas nas margens. Possui
flores hermafroditas, campanuladas, violeta claras, com longos estames e brácteas verdes.
Composição Química: flavonóides (sinensetina, eupatorina, tetra-O-metil-escutelareína, salvigenina e
ramnacina), óleo essencial , sesquiterpenos (betacariofileno e alfahumuleno), ácido cafeico, ácido
rosmarínico, ácidos mono e dicafeiltartárico, derivados do ácido litospérmico, saponinas
(triterpensapogenina), sais de potássio.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Anti-reumática, Antigota, Antilítica, Depurativa, Diurética, Expectorante,
Hipoglicêmica.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Não é comumente usado.
saúde: É usado no tratamento de doenças inflamatórias e infecciosas do sistema urinário, como regulador
das funções renais. Um estudo clínico realizado em 200 pacientes com infecções urinárias demonstrou que ele
é capaz de inibir o desenvolvimento de diversos micrororganismos, tais como Escherichia coli, Klebsiella,
Proteus e Pseudomonas. A infusão da planta combate o excesso de ácido úrico. A planta também é utilizada
para aplacar fortes dores na bexiga e nos rins, catarro na bexiga, em casos de cálculo biliar e renal, além de
reumatismo articular e gota. É usado ainda no tratamento da diabetes. Testes diuréticos em ratos revelaram
que a planta aumenta o fluxo urinário, assim como eleva a eliminação de sódio na urina dos roedores. Por suas
propriedades diuréticas, a planta é coadjuvante em tratamentos de emagrecimento, facilitando a secreção de
líquidos pelo corpo.
outros usos: Também é planta ornamental pela beleza de suas flores.
Contra-Indicações: Gestantes ou lactantes só podem consumir a planta com autorização médica. A planta
não deve ser consumida por pacientes com edemas devidos a insuficiência renal ou cardíaca.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Por sementes ou estaquia de ramos novos.
espaçamento: 50 centímetros entre plantas.
tipo de solo: Úmido e bem drenado.
adubação e correção: Recomenda-se uma aplicação extra de adubo nitrogenado.
necessidade de água: Elevada.
Colheita
Folhas: De 3 a 4 meses após o plantio.
Secagem
Folhas: À sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Acondicionamento

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Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Chá

Camellia sinensis (L.) Kuntze - Theaceae


Planta originária da China cujo uso, segundo a lenda, foi descoberto por acaso pelo imperador chinês Shen
Nung. Um certo dia, o imperador ferveu água para beber e não percebeu que havia algumas folhas de chá
caídas dentro do recipiente. Sentindo um aroma delicioso, arriscou-se a beber o conteúdo, que achou bastante
saboroso. Assim, passou a fazer experiências com vários tipos de folhas que estão na origem de algumas
variedades de chá.
No século 16, os holandeses e portugueses levaram o chá para alguns países da Europa, entre os quais a
Rússia, a Alemanha e a França. A bebida fez muito sucesso e, depois de algum tempo, invadiu todo o
continente europeu. Foi só depois dessa longa marcha que o chá chegou à Inglaterra , no século 19, e os
britânicos o incorporaram definitivamente ao seu estilo de vida cotidiano. Elemento de forte presença na
cultura britânica, até hoje o chá é muito apreciado em reuniões de fim-de-tarde (o lendário "chá das 5"),
tendo-se tornado um dos símbolos do charme e elegância do povo inglês.
Hoje o chá é consumido em quase todas as sociedades do mundo. Algumas estatísticas dão conta de que o chá
é na verdade a segunda bebida mais consumida, perdendo apenas para a água. É enorme o número de estudos
clínicos a respeito de suas propriedades medicinais, principalmente a respeito de sua suposta eficácia no
tratamento do câncer. Seu sinônimo científico é Thea sinensis.
Outros Nomes Populares: chá preto, chá verde.
Outros Idiomas: teestrauch (alemão), té (espanhol), thé (francês), tea (inglês), thè (italiano).
Descrição Botânica: Arbusto de ciclo perene, sempre verde, que pode chegar a medir de 5 a 10 metros de
altura em estado selvagem. Quando cultivado, procura-se manter os arbustos com altura máxima de 1 metro, a
partir de clonagem, para facilitar a colheita. Suas folhas são verde-escuras, alternas, coriáceas, com pecíolo
curto, margem serreada e formato lanceolado a oval-alongado. As flores, de coloração branca a levemente
rosada, são delicadas e hermafroditas. Seus frutos são do tipo cápsula, de coloração verde-amarronzada e
possuem polpas carnosas.
Composição Química: Catecinas, alcalóides, óleo essencial, bioflavanóides, teogalina, ácido ascacórbico,
ácido gálico, ácido quinico, betacaroteno, tiamina (vitamina B1), riboflavina (B2), vitamina C, vitamina B6 e
ácido fólicotheanina, metixantinas, cafeína, carboidratos, tanino e minerais.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antiasmática, Antibacteriana, Antidiarréica, Antilítica,
Antioxidante, Antitumoral, Broncodilatadora, Cardiotônica, Digestiva, Diurética, Estimulante,
Hipocolesterolêmica, Imunoestimulante, Regeneradora.
Usos
culinária: Suas folhas são usadas na preparação de infusão (chá), que pode ser acompanhada com limão
ou leite. Também participa de receita de doces e mousses.
beleza: Pessoas acostumadas a tomar bastante chá tendem a retardar seu envelhecimento.
saúde: O chá é usado para ajudar na digestão, controlar a diarréia e diminuir o risco de cárie. Ele ajuda a
dilatar os brônquios, melhorando a respiração dos asmáticos. Inibe uma enzima habitualmente associada ao
desenvolvimento de tumores de intestino, esôfago, pulmão e pele e protege a parede do intestino. Além disso,
baixa o índice do colesterol, fortalece o coração, ajuda em tratamentos de gripes e resfriados, previne o
derrame e a formação de pedras na vesícula e nos rins. Também ajuda a normalizar a função da tireóide e
regenerar a pele.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Crianças, pessoas com estômago sensível, com sistema cardiovascular debilitado,
doenças renais e hipertireoidismo.
Efeitos Colaterais: Hiperacidez, redução do apetite, prisão de ventre ou diarréia e irritação do aparelho
digestivo.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.

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tipo de solo: Bem drenado, rico em matéria orgânica e com um pH entre 5,0 e 5,5.
adubação e correção:
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Folhas: 3 anos depois do plantio e só pode ser feita três vezes ao ano.
Secagem
Folhas - chá verde: Na produção de chá verde (tal como é consumido principalmente na China e no
Japão), as folhas secas são tratadas a vapor e enroladas antes da secagem final, o que impede a sua
fermentação. O chá verde, depois de preparado, é um líquido mais pálido e as folhas umedecidas permanecem
inteiras.
Folhas - chá preto: Para se obter o chá preto, as folhas são inicialmente postas para secar à sombra, a uma
temperatura de 25-30 graus, durante 10 a 15 horas. Em seguida, as folhas secas são "quebradas" e picadas a
máquina e expostas novamente ao ar, desta vez em atmosfera fria e úmida, por 3 a 4 horas, para fermentar.
Finalmente, as folhas picadas e fermentadas passam lentamente por câmaras de ar quente, onde toda a
umidade restante se evapora e as folhas adquirem a tonalidade escura do chá preto. Na produção de chá verde
(tal como é consumido principalmente na China e no Japão), as folhas secas são tratadas a vapor e enroladas
antes da secagem final, o que impede a sua fermentação.
Brotos – chá branco: produzido a partir dos brotos da planta desidratados.
Folhas: O chá do tipo "oolong" é semi-verde, ou semi-fermentado. A sua produção segue o mesmo
processo do chá preto, mas o tempo de fermentação é cortado pela metade (de 1 a 2 horas apenas) antes da
secagem final, o que produz um chá mais delicado que só deve ser bebido puro.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de papel ou potes de vidros bem fechados.

Chicória

Cichorium endivia L. - Asteraceae (Compositae)


A chicória é originária da Índia. Na Antigüidade, era utilizada pelos romanos e gregos como planta medicinal
e como ingrediente de "poções mágicas". Passou a ser consumida como hortaliça no Egito, por ser fortificante
do estômago.
Outros Nomes Populares: chicarola, endiva, endívia, escarola.
Outros Idiomas: zichoriensalat (alemão), endive, chicorée (francês), chicory, endive (inglês).
Descrição Botânica: Planta pequena, lactescente, de ciclo perene, folhas crespas, onduladas ou lisas e
estreitas, de sabor menos amargo que o almeirão. Suas folhas apresentam-se bem presas à base, têm cor verde
bem viva na parte de cima e clara na base, muitas vezes chegando a ser branca. As flores são azuis, dispostas
em inflorescências do tipo capítulo. Os frutos possuem escamas agudas e desiguais.
Composição Química: Celulose, albuminas, carboidratos, proteínas, vitaminas A, C e do complexo B,
fósforo, ferro, cálcio, potássio, sódio, cloro e silício.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Antiescorbútica, Aperiente, Depurativa, Digestiva, Diurética, Emenagoga,
Hepática, Laxante, Mineralizante, Tônica, Vermífuga.
Usos
culinária: Pode ser consumida crua ou cozida, em saladas e em sucos misturados com cenoura, aipo ou
salsa, que atenuam seu sabor amargo.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: O suco da chicória é usado contra doenças do estômago, dos rins, reumatismo, artrite, olhos
inflamados, escarros sangüíneos, afecções da pele, icterícia, hipocondria e catarros do pulmão, além de ser
empregada para o bom funcionamento dos intestinos.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Frio e úmido, com temperatura média anual entre 12 e 22º C.
exposição solar: Sombra.
propagação: Sementes.

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espaçamento: 23 centímetros entre plantas.
tipo de solo: textura areno-argilosa, fértil, rico em matéria orgânica e com pH entre 6 e 7.
adubação e correção: esterco líquido aplicado 25 e 45 dias após o transplante das mudas.
necessidade de água: Abundante (o ideal é regar a chicória no final da tarde).
Colheita
Folhas: de 80 a 100 dias após a semeadura; devem ser retiradas inteiras e recém-floridas.
Secagem
Folhas: consumidas na forma fresca.
Acondicionamento
Folhas: podem ser mantidas por dois ou três dias na gaveta da geladeira, desde que guardadas em sacos
plásticos bem fechados.

Chlorella

Chlorella é um gênero de algas verdes unicelulares, do Filo Chlorophyta. De forma esférica, cerca de 2-10
μm de diâmetro, sem flagelo. Chlorella contém os pigmentos verdes fotossintetizadores clorofila-a e -b em
seu cloroplasto. Através da fotossíntese se multiplica rapidamente requerendo só dióxido de carbono, água,
luz solar, e pequenas quantidades de minerais, para reproduzir-se.
O none Chlorella provém do grega chloros: verde; e do sufixo diminutivo latino ella: "pequeno". O
bioquímico alemão Otto Heinrich Warburg recibeu o Prêmio Nobel em Fisiologia e Medicina em 1931 por
seu estudo da fotossíntese na Chlorella.
Em 1961 Melvin Calvin da Universidade da Califórnia recebeu o Prêmio Nobel de Química por seu estudo
sobre os caminhos da assimilação do CO2 em plantas usando a Chlorella. Em anos recentes, investigadores
têm feito uso menor de Chlorella como organismo experimental devido a suas faltas do ciclo de vida
biológico e, além disso, o avanço nos estudos da genética.
Muita gente crê que Chlorella pode servir como uma fonte potencial de alimento e de energia devido a sua
eficiência fotossintética, que pode alcançar teoricamente a 8 %, que é comparável com outros cultivos
altamente eficientes como a cana de açúcar. Também o faz atrativa fonte alimentar por sua alta proporção de
proteína e outros nutrientes essenciais ao humano; seco, têm cerca de 45% de proteína, 20% de gorduras, 20%
de carboidratos, 5% de fibras, 10% de minerais e vitaminas. Entretanto, devido a ser uma alga unicelular, seu
cultivo apresenta enormes dificultades práticas para ser feito em grande escala. Os métodos de produção de
biomassa estão començando a ser usados para seu cultivo em grandes depósitos artificiais.
Chlorella foi a primeira forma de vida com um núcleo verdadeiro. Em condições com muita luz solar e em
água doce fresca se reproduz por divisão celular à razão de quatro novas células a cada 17/24 horas.
Em ou perto dos corpos de água em nosso planeta, existem 25.000 espécies de algas que são plantas
elementares sem raízes, caule e folhas. Elas, habitualmente, possuem clorofila, sendo as algas verdes os
organismos mais simples. Quando possuem clorofila, como as plantas, as algas convertem elementos
químicos inorgânicos em matéria orgânica usando a luz solar. Elas formam a primeira ligação na série de
organismos que caracterizam a base da cadeia alimentar. A primeira Chlorella foi identificada por volta de
1900. Elas existem na terra desde o período Pré-Cambriano, há mais de 2.5 bilhões de anos. Entretanto, até
1890 suas células não tinham sido identificadas por olhos humanos sob um microscópio. Elas cresceram de
forma natural, primeiramente, na Holanda, no final de 1800.
No início de 1900, compreendendo que a Chlorella consiste em 60% de proteínas e multiplica-se muito
depressa, cientistas de várias nações, especialmente da Alemanha, começaram a se interessar pela idéia de
utilizar a Chlorella como alimento. Embora a pesquisa tenha sido interrompida pelas duas guerras mundiais na
Europa, o entusiasmo pela Chlorella continuou. Em 1948, um estudo piloto do Instituto de Pesquisa de
Stanford sobre o crescimento da Chlorella foi bem sucedido. Porém, o estudo teve que parar devido a
problemas financeiros. Em 1950, pesquisadores do Instituto Carnegie invadiram o estudo e perceberam que a
Chlorella podia crescer em escala comercial e ser a solução para a fome no mundo.
O inicial interesse em Chlorella como uma fonte de alimento partiu, no período Pós-guerra, por parte do Japão
que possuía um sério problema naquela época: deficiência em alimento. Em 1951, a Fundação Rockefeller e o
governo japonês apoiaram os estudos do Dr. Hiroshi Tamiya no Instituto Biológico Tokugawa. Dr.Tamiya foi
um pioneiro no desenvolvendo da tecnologia de crescimento da Chlorella em larga escala. Em 1957, a
organização, chamada Japão Chlorella, fundou um Centro de pesquisa e a maior piscina de Chlorella do
mundo foi construída. Então, outra organização, Japão Chlorella Associações, foi estabelecida com a

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assistência financeira governamental. O objetivo foi comercializar a Chlorella como um alimento. Mas, os
planos foram adiados por dois anos porque outro alimento, o arroz, tinha ficado disponível em maior
quantidade e a Chlorella não poderia competir devido ao seu maior custo. Outro motivo, pelo qual, a Chlorella
não poderia ser comercializada como um alimento era sua baixa digestibilidade, que ainda deveria ser
melhorada.
Melhorar a digestibilidade Chlorella foi o processo chave para seu sucesso atual. Embora, sua célula esteja
naturalmente protegida por inúmeros nutrientes por 2.5 bilhões anos, foi provado ser esta compressão uma
desvantagem para o consumo humano. O problema de digestibilidade foi resolvido em 1975 quando uma
patente descobriu que a quebra de sua parede celular rendia uma digestibilidade de mais de 80%. No final de
1960, cientistas japoneses levantaram a possibilidade de ser a Chlorella saudável. Comprovou-se que ela
contém uma surpreendente variedade de vitaminas, minerais e outros nutrientes. Adicionalmente, têm sido
descobertos outros fatores importantes relacionados ao seu consumo.
Célula
A maioria das algas tem uma estrutura similar a de um vírus, sendo muito primitivas por não possuírem um
núcleo. Já a Chlorella p. possui um núcleo, o que lhe confere muitas de suas "propriedades extras".
A célula da Chlorella p. é completa e bem definida. O núcleo é contido no envelope nuclear. Fora desse
envelope estão a mitocôndria e o cloroplasto. Um grão de amido é visível no noroeste da célula (ver figura
acima). A parede celular da Chlorella p., além de protegê-la, apresenta inúmeras moléculas de clorofila, tantas
que a Chlorella p. é considerada o organismo conhecido com a maior concentração desses pigmentos em todo
o planeta Terra.
Durante, aproximadamente, os primeiros bilhões de anos de existência da Terra, sua atmosfera era repleta de
gases fatais como: amônia, metano e dióxido de carbono. Então, tornou-se a função das plantas (inclusive da
Chlorella sp) filtrar estes elementos fatais, possibilitando, eventualmente, dessa forma, o surgimento da fauna
e da flora no ambiente terrestre.
Chlorella p. não é visível a olho nu, é esférica, mede somente, 2 a 10 micrômetros de diâmetro e não possui
flagelo. Chlorella contém clorofila a e b em seu cloroplasto. Depende da fotossíntese para crescer e se
reproduzir, requerendo somente dióxido de carbono, água, luz solar e certos minerais.
Chlorella p. resiste a águas contaminadas com mercúrio, cádmio ou chumbo graças as suas inúmeras
proteínas. Um livro escrito sobre a indústria extrativa mineral, "Absorção de Metais Pesados", detalha como
mineiros usam este organismo para aumentar o rendimento de minas de metais preciosos. Os
mucopolissacarídeos presentes na parede celular da alga absorvem grandes quantidades de metais tóxicos.
Sua rápida taxa de reprodução é certamente inacreditável. Uma única Chlorella p. pode dividir-se e
subdividir-se em quatro células diferentes a cada 16/24 horas. Se uma célula de Chlorella se reproduzisse
livremente, em condições ideais, após 63 dias, haveria células suficientes para ocupar toda a superfície da
Terra. Porém, a natureza limita essa taxa de crescimento: cada célula de Chlorella p. requer uma quantidade
substancial de luz solar para se reproduzir. Além disso, um grupo de Chlorella p. causa uma diminuição
significativa no espaço disponível para reprodução, diminuindo, naturalmente, sua taxa de multiplicação.
Devido ao rápido crescimento da Chlorella p. e de sua abundância de nutrientes, ela oferece aos pesquisadores
muitas oportunidades de estudo sobre suas várias e importantes propriedades.
Pode ser achada em endosimbiose com ciliados, crescendo como se estivesse em uma estufa. Nesta relação
comensalista, a alga recebe alguns nutrientes essenciais e proteção. Já o ciliado, recebe proteínas e vitaminas,
principalmente úteis quando há escassez de alimento no meio exterior.
Reprodução
Sob favoráveis condições de crescimento (forte luz solar, água pura e ar limpo) Chlorella p. multiplica-se a
uma inacreditável taxa. O processo de reprodução se divide em três etapas: crescimento - maturação - divisão.
Durante a divisão, uma célula mãe se reproduz assexuadamente pela formação de 4, 8 ou raramente 16 auto-
esporos (células filhas).
Este ciclo de reprodução completa-se em menos de 24 horas.
Até hoje, Chlorella p. nunca foi vista reproduzindo-se sexuadamente.
Propriedades
Chlorella p. é diferente e superior a muitas vitaminas comerciais; é um alimento completo, contendo um
poderoso concentrado natural de nutrientes. Os nutrientes contidos em Chlorella p. incluem proteínas,
minerais, aminoácidos, enzimas polissacarídeos, fibras, vitaminas e clorofila.
A clorofila e seus derivados estimulam a formação de glóbulos vermelhos, afetam a nutrição e influenciam o
metabolismo e a respiração.

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As vitaminas são cobertas por aminoácidos e, conseguinte, o corpo as assimila mais rapidamente.
Possui 18 aminoácidos, incluindo os oito aminoácidos essenciais.
Dentre as enzimas, existem importantes enzimas digestivas, freqüentemente utilizadas em tratamentos de
câncer.
Alguns dos polissacarídeos são: galactose, xilose, ramnose e arabinose, que foram descobertos como cruciais
para melhorar o sistema imunológico, a capacidade das células de se comunicarem e na identificação de
corpos estranhos pelos linfócitos.
O índice de DNA é de 3 % de seu volume total e o índice de RNA varia de 0.2 a 0.3 %.
É rica em ácidos nucléicos - bons para o crescimento e antienvelhecimento (estudos concluíram originalmente
que as sardinhas tinham a maior concentração de ácidos nucléicos, mas a Chlorella p. possui dez vezes mais
ácidos nucléicos que a sardinha).
A Chlorella p. tem dez vezes mais beta-caroteno que as cenouras e é rica em vitaminas do complexo B, mas,
particularmente, rica em vitamina B-12 e por isso, é excelente para vegetarianos.
Para além de seu benefício como alimento, existem numerosos estudos, a maioria por parte do Japão (e.g.
Sarkar 1994 ou Hayatsu 1993 ou Konishi 1990), que demonstram ser a Chlorella p. um forte impulsionador
do sistema imune. Sem quaisquer surpresas vários estudos mostram que ela combate a várias infecções (e.g.
Konishi).
Também, mostrou-se na pesquisa japonesa, que essa alga promove o crescimento nas crianças e fortalece seus
tecidos por conter o Fator Chlorella de Crescimento (FCC).
Desde que é conhecido que a Chorella p. incrementa o conteúdo das células brancas do corpo, ela pode
revelar-se como uma ajuda durante e após a quimioterapia.
A Chlorella p., particularmente, aumenta a produção de macrófagos e de linfócitos T.
Depois de uma pesquisa feita por Waladkhani e Clemens em 1990 (sobre os efeitos de fitoquímicos dietéticos
no desenvolvimento do câncer) tem aumentado o interesse nos benefícios da clorofila em geral no processo de
combate ao câncer de colo e de mama. A Chlorella p. é particularmente um bom agente desintoxicante; pode
ajudar na desintoxicação de metais pesados, como por exemplo, o mercúrio e na desintoxicação de pesticidas.
Esta primeira forma de existência na Terra também ajudou em seu balanceamento ácido/alcalino.
Finalmente, existe alguma indicação que ela aumenta a multiplicação de lactobacilos, ajudando na digestão e
é utilizada como agente oxigenante do sangue, onde tem possibilidades interessantes contra células
cancerígenas, que normalmente expandem-se a menos que exista um bom oxigenamento.
Por ter tantas propriedades importantes, não é de se admirar seu uso como suplemento alimentar pelos
astronautas da NASA em suas viagens espaciais.
Indicações: ajudar na redução de peso; repor nutrientes, vitaminas e sais minerais; diminuir o apetite, sistema
imunológico, funções intestinais, anemia, fraqueza, azia, gastrite, regeneração celular; normalizar a digestão e
a função intestinal; estimular o crescimento e a recuperação dos tecidos; reduzir o envelhecimento precoce e a
degeneração orgânica; fortalecer o sistema imunológico; proteger contra agentes poluentes e tóxicos;
promover a desintoxicação orgânica, auxiliar no tratamento de doenças degenerativas e estados de
desnutrição; auxilia no restabelecimento da saúde da pele e nos tratamentos contra a obesidade; desintoxicar o
sangue e regular a glicose; distúrbios digestivos; distúrbios cardiovasculares; melhor e maior atividade
cerebral; tratamento e prevenção de anemia; ajudar na hipertensão; úlceras do estômago, duodeno e gastrites
crônicas, balancear a bioquímica do sangue.

Chuchu

Sechium edule (Jacq.) Sw. - Cucurbitaceae


Hortaliça de sabor suave e fácil digestão, rica em fibras e pobre em calorias, e ideal para ser consumida no
verão, por causa de seu alto teor de água. Segundo o dicionário Aurélio, o nome chuchu tem origem no
francês antilhano “chou-chou” e, na linguagem popular brasileira, significa também “pessoa muito bonita e
querida, muito bondosa e carinhosa”. A gíria “pra chuchu” remete a grande quantidade ou intensidade - talvez
até pela facilidade com que o chuchu cresce e dá frutos. “O dinheiro pode sair, mas vai demorar pra chuchu.”
(Herberto Sales, “Histórias Ordinárias”, p.105). Originário da América Central e das ilhas vizinhas, o chuchu
já tinha grande destaque entre as hortaliças cultivadas pelos astecas no período da Antigüidade. Atualmente,
está entre as dez hortaliças mais consumidas no Brasil, que é o seu maior produtor mundial. Estima-se que
existam cerca de 5.000 hectares cultivados com chuchuzeiros no país. Entre os maiores Estados produtores
estão Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais e Paraná. Por ser muito sensível, o chuchu exige

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cuidados especiais na hora da compra. Os frutos passados perdem o brilho da casca, que se torna amarela, e
sua ponta mais larga começa a se abrir.
Outros Nomes Populares: caxixe, machucho, machuchu, nachuchu.
Outros Idiomas: chayote, chajote (alemão), chayote (espanhol), chayote, chaillote, chouchou (francês),
Chayote (inglês).
Descrição Botânica: Planta herbácea, trepadeira, com hastes longas, de até 15 metros de comprimento, de
onde saem numerosas folhas, com formato de coração. As flores são amareladas e separadas em femininas e
masculinas e apresentam corola de cor amarelo-pálido ou alvo. Seus frutos podem apresentar espinhos, são
suculentos e comestíveis e têm formas e cascas variadas - podem ser arredondados ou piriformes (em forma
de pêra) e lisos ou com espinhos. A cor dos frutos vai de branco a verde bem escuro. No mercado, há
preferência pelos que apresentam casca verde-clara e não têm espinhos. Predominam em dois tamanhos, o
miúdo (de 7 a 10 centímetros) e o graúdo (de 12 a 18 centímetros).
Composição Química: Niacina, cálcio, fósforo, ferro, potássio, proteínas, vitaminas A, B2 e C e pectina.
Partes Usadas: Brotos, Frutos, Raízes.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Aperiente, Higienizante, Hipotensora.
Usos
culinária: As folhas, brotos e raízes da planta são consumidos refogados. O fruto não costuma ser
consumido cru, mas sim cozido ou refogado. Pode ser utilizado na preparação de doces ou salgados e é
ingrediente de cremes, sopas, suflês, bolos e saladas. Por apresentar pectina em sua composição, o chuchu
também serve para “dar ponto” a pratos salgados e a doces de goiaba e marmelo.
beleza: A niacina do fruto é útil para manter a saúde da pele e favorecer o crescimento, além de estimular
o apetite. Na medicina popular, é cozido sem sal e utilizado no tratamento de hipertensão e problemas renais
ou de bexiga.
saúde: Não é usado.
outros usos: O fruto é utilizado na alimentação de animais domésticos.
Contra-Indicações: Não há.
Efeitos Colaterais: Não há.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Por sementes e brotação de frutos maduros.
espaçamento: 3 a 7 metros entre covas, dependendo do terreno.
tipo de solo: De textura variada, areno-argilosos a argilo-arenosos, bem drenado, rico em nutrientes e
matéria orgânica e com pH entre 5,5 e 7.
adubação e correção: No plantio, recomenda-se esterco de curral e NPK na formulação 4-14-8 e, na
adubação de cobertura 4-14-8 e sulfato de amônio a cada trinta dias ou uréia e cloreto de potássio.
necessidade de água: Elevada.
Colheita
Frutos: Inicia-se cerca de 85 a 120 dias após o plantio e dura de seis a sete meses. O fruto deve ser colhido
a cada três dias. O ponto ideal é quando ele estiver tenro e possuir tamanho entre 10 e 15 centímetros (cerca
de 10 ou 15 dias após a abertura das flores). É importante efetuar a colheita no ponto certo, pois isso garante
ao chuchu boa palatabilidade, sabor, capacidade de conservação e resistência ao manuseio. O fruto deve ser
destacado com a mão, efetuando-se leve torção.
Brotos: No início do desenvolvimento, quando se apresentarem tenros.
Raízes: Após a frutificação.
Secagem
Frutos: Devem ser consumidos frescos.
Brotos: Devem ser consumidos frescos na alimentação.
Raízes: Devem ser consumidas frescas na alimentação.
Acondicionamento
Frutos: Para comercialização, devem ser utilizadas caixas tipo K, com capacidade de 30 quilos, sacos com
capacidade para 50 quilos ou caixas plásticas abertas para 25 quilos, sempre com frutos do mesmo tamanho.
O consumo deve ocorrer de três a cinco dias depois da colheita, se os frutos forem mantidos em condições
ambientes. Para uso doméstico, os frutos podem ser colocados diretamente em sacos de plástico atóxicos, bem
fechados, dentro da geladeira, por seis a oito dias.

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Brotos: Em sacos de plástico atóxico, bem fechados, na geladeira.
Raízes: Em sacos de plástico atóxico, bem fechados, na geladeira.

Cidra

Citrus medica L. - Rutaceae


A cidra é originária do sul da Ásia e cultivada desde a Idade Média. Hoje pode ser encontrada também em
todo o Brasil. A fruta é consumida há décadas por suas propriedades medicinais e por seu sabor delicioso,
sendo muito aproveitada pelas confeitarias.
Outros Nomes Populares: Cidreira.
Outros Idiomas: zitronatzitrone (alemão), cidro (espanhol), cédratier (francês), citron (inglês), cedro
(italiano).
Descrição Botânica: Árvore pequena e espinhosa, de folhas curto-pecioladas, compostas de folíolos
oblongos, glabros e denteados. As flores são brancas ou avermelhadas, aromáticas, com muito estames
auxiliares. Podem ser solitárias ou dispostas em racemos compactos com cinco a dez elementos. Os frutos
consistem de bagas ovóides, algumas vezes de forma irregular, de coloração amarelo-clara, de 20 centímetros
de comprimento por 15 de diâmetro, de casca muito grossa, rugosa e perfumada, contendo um número
variável de sementes.
Composição Química: Ácido ascórbico, ácido cítrico, essências, fibra, sacarose e glicose.
Partes Usadas: Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Antiácida, Antiemética, Antiinflamatória, Aperiente, Calmante, Vermífuga.
Usos
culinária: Com as cascas dos frutos, raladas ou em fatias cristalizadas, prepara-se o famoso doce de cidra,
além de doces secos, geléias, conservas e uma bebida refrigerante.
beleza: As folhas fornecem um óleo essencial, perfumado e volátil, usado na fabricação de perfumes.
saúde: Pode ser usada contra ansiedade, inapetência, irritabilidade e insônia, náuseas e vômitos biliosos,
além de ajudar no tratamento de estomatite, amigdalite e faringite, hiperacidez gástrica, gastralgia e
flatulência, cefaléia e verminoses.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado quente, tropical quente e até mesmo nos climas temperados relativamente frios.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes ou por enxertia.
espaçamento: 5 x 4 metros entre plantas.
tipo de solo: Profundos e de textura arenosa ou argilosa; não tolera solos impermeáveis.
adubação e correção: O solo é adubado com material orgânico e mineral. Nas covas, com dimensões de
60 x 60 x 60 centímetros, deve-se colocar 200 gramas de superfosfato simples e 1 quilo de calcário, se a
análise do solo recomendar. Para crescer e produzir bem, as plantas cítricas precisam de carbono, oxigênio,
hidrogênio, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, zinco, cobre, boro, manganês, cloro e
ferro. Os adubos químicos mais utilizados são: uréia, sulfato de amônia, fosfato diamônico, fosfato
monoamônico, superfosfatos simples e triplo, cloreto e sulfato de potássio.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: Ao longo do ano, dependendo da época de plantio, sendo mais produtivo de abril a setembro.
Folhas: Durante todo o ano.
Secagem
Frutos: Usados preferencialmente na forma fresca.
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Acondicionamento
Frutos: Em refrigerador por até 15 dias.
Folhas: Em sacos de papel, plástico transparente ou recipientes de vidro bem fechados.

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Cinerária

Senecio cineraria DC. - Asteraceae (Compositae)


Planta originária da África, Ilhas Canárias e região mediterrânea européia e muito usada como planta
ornamental. A palavra senecio (que compõe seu nome científico) vem do latim “senex”, que significa "homem
velho" e refere-se ao aspecto branco e macio que a maioria das espécies do gênero possui, lembrando o cabelo
de um senhor com mais idade. Cinerária pode ser traduzida como "cinza-colorida", referente ao tom cinza ou
prateado do dorso das folhas da planta. Antes, a planta era classificada como Senecio maritimus ou Cineraria
maritima. Pertence à família das compostas (Compositae), considerada a maior família botânica existente,
compreendendo cerca de 19.000 espécies.
Outros Nomes Populares: Cinerária-marítima.
Outros Idiomas: aschenpflanze, greiskraut, weißfilziges (alemão), cinerária, cineraria bicolor, cineraria
marítima (espanhol), cinéraire maritime, séneçon cinéraire (francês), cineraria maritima, dusty miller, senecio
bicolor, silver lace (inglês), cineraria, greyi, senecio (italiano).
Descrição Botânica: TÓXICA. Planta subarbustiva e de ciclo anual, podendo, algumas vezes, de acordo com
as condições climáticas, comportar-se como perene. Atinge em média 40 centímetros de altura, embora
algumas variedades atinjam até 1 metro. Os ramos são acinzentados e tomentosos e tornam-se macios e verdes
na base, conforme a planta envelhece. As folhas são simples, de leve a profundamente sinuadas, alternas, com
margem crenada e coloração cinza-prateado, devido à grande quantidade de pêlos lanuginosos presentes na
sua superfície. Apresenta flores de diversas cores, como amarelas, alvas, azuis, carmim, lilás, violeta, que
medem aproximadamente 2,5 centímetros e agrupam-se em inflorescências do tipo capítulo.
Composição Química: Alcalóides.
Partes Usadas: Flores, Folhas.
Propriedades Medicinais: Antiinflamatória, Antiinflamatória ocular, Descongestionante.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: De acordo com o uso popular, compressas de folhas e flores são feitas sobre o peitoral para
descongestionar os brônquios e sobre os olhos para combater a inflamação ocular. O suco das folhas e flores
já foi utilizado para produção de colírios especiais para casos de catarata, mas o uso não é recomendável.
outros usos: Muito utilizada como planta ornamental. O brilho de suas folhas e seu arranjo em cachos
fazem dela um belo enfeite para ser colocado nas laterais de portas e janelas. Também é muito utilizada em
forrações.
Contra-Indicações: A planta não deve ser ingerida porque possui alcalóides venenosos.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado ameno e subtropical. É sensível tanto ao calor excessivo quanto à umidade excessiva.
exposição solar: Meia-sombra e plena (As variedades que preferem a primeira opção devem receber
diariamente cerca de 4 horas de luz solar, evitando os horários mais quentes (entre 10h e 17h)).
propagação: Por sementes ou estaquia de ramos novos. As sementes não devem ser cobertas. A estaquia
deve ser feita durante o outono, primavera e verão.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Bem drenado, úmido, moderadamente rico em nutrientes. No entanto, também é tolerante a
solos pobres e áridos.
adubação e correção: Deve ser adubada na primavera com fertilizante líquido de fórmula NPK, de acordo
com a análise do solo, e enriquecida periodicamente com húmus de minhoca e farinha de ossos.
necessidade de água: Moderada (Precisa ser regadas de duas a três vezes por semana nos meses quentes
(primavera e verão) e uma vez por semana nas épocas frias).
Colheita
Folhas: Precisa ser regadas de duas a três vezes por semana nos meses quentes (primavera e verão) e uma
vez por semana nas épocas frias.
Flores: Primavera e verão.
Secagem
Folhas: Na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Flores: Na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.

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Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Flores: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Cipó-chumbo

Cuscuta racemosa Humb - Convolvulaceae


Erva parasita estudada pelos naturalistas Von Martius e Humboldt em suas expedições ao Brasil. De cor
amarela, como na ilustração ao lado, é uma das plantas parasitas mais comuns no nosso país, ao lado da erva-
de-passarinho, atacando plantas como o hibisco (Hibiscus sp.) e a alfafa (ver ilustração). Von Martius, cerca
de dez anos após deixar o Brasil, em 28 de fevereiro de 1829, realizou a sua primeira conferência sobre
algumas drogas brasileiras para a Real Academia Bávara de Ciência, na qual expôs para cientistas europeus as
propriedades, os usos, as coletas e os trabalhos científicos já realizados com algumas plantas medicinais da
floresta tropical brasileira. O cipó-chumbo foi uma das plantas mostradas em detalhes aos espectadores. Sobre
ele, Von Martius comentou: "Várias espécies de Cuscuta são enaltecidas, já como 'Panacea Lapsorum', já
contra irritações pulmonares, tosses com expectoração sangüínea, rouquidão etc. Nestes casos se bebe o suco
espremido da erva. Também se coloca em feridas o pó da planta dessecada. No Brasil, denomina-se cipó-de-
chumbo (Cuscuta racemosa Humboldt, C. umbellata e C. miniata Martius), porque, mais denso que a água,
dela emerge. Não sei até que ponto dever-se-ia considerar o efeito desta planta. Em todo caso, é notável que
enquanto a Europa abandonou um medicamento, enaltecido até ao século passado por Hipócrates, Galeno,
Aetio, pelos árabes e muitos médicos franceses e alemães, agora o Novo Mundo relembre coisa semelhante.
Estes ramos e galhos secos aqui apresentados, de uma Cuscuta, são inodoros, de sabor semelhante a erva, um
pouco mucilaginosos e finalmente amargos, e pelas propriedades físicas parecem não demonstrar grande
efeito. Contêm mucilagem e tanino. Parece que o medicamento poderia ser, especialmente, comparado à
Radix Symphyti oficinalis."
O cipó-chumbo é encontrado na Argentina, nos Estados Unidos e de norte a sul do Brasil, especialmente na
floresta amazônica, na mata atlântica e nas árvores da vegetação arbustiva e arbórea do litoral. Por ser nocivo
às plantações, o comércio e o cultivo de suas sementes são proibidos no Brasil, por meio de uma Portaria do
Ministério da Agricultura. O cipó-chumbo é uma das folhas dos orixás Ogún e Òsányín, usadas nos rituais
litúrgicos do Candomblé, sendo conhecido pelos afro-brasileiros de anó-peipa e awó-pupa. Foi citado por
Lima Barreto no romance "Triste Fim de Policarpo Quaresma", no capítulo "O Boqueirão", onde o autor
mostra, por intermédio da personagem Sinhá Chica, o uso da erva para fins medicinais pelas parteiras e
rezadeiras brasileiras na virada do século 19 para o 20. Confira trecho da obra.
Também é conhecida pelos sinônimos científicos Cuscuta umbellata Martius, C. miniata Mart. e C. obtusiflora
Kunth.
Outros Nomes Populares: anó-peipa, awó-pupa., cuscuta, fios-de-ovos.
Outros Idiomas: cipó-chumbo (espanhol), chilean dodder (inglês).
Descrição Botânica: Erva parasita, provida de raízes especiais, os haustórios ou raízes sugadoras, sem coifa
(meristema de crescimento das raízes) e que penetram no caule das plantas superiores (árvores e arbustos
altos) até seu floema, de onde sugam a seiva elaborada da planta hospedeira para alimentar-se. O cipó-chumbo
não tem folhas e suas células não possuem clorofila, não estando aptas, portanto, a fazer a fotossíntese. Seu
caule, fino, possui coloração marrom ou amarela, fato pelo qual a erva é conhecida também pelo nome de
fios-de-ovos. As flores são amarelas, róseas ou alvas. Os frutos contêm uma semente em cada lóculo.
Composição Química: Mucilagens, taninos e flavonóides.
Partes Usadas: Caule.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antidiarréica, Antiulcerogênica, Cicatrizante, Colagoga, Diurética,
Estomáquica, Expectorante, Laxativa.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Não é usado.
saúde: O chá do caule é usado na medicina popular contra angina, icterícia, úlceras, disfunções gástricas e
da vesícula biliar, constipação, edemas, hemorragias bronco-pulmonares, afecções da garganta e das vias
respiratórias, sendo indicada contra bronquites, tosses com expectoração sangüínea, catarros e rouquidão.
Compressas com emplastro do caule ajudam a curar furúnculos e feridas.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.

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Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Equatorial, tropical e subtropical.
exposição solar:
propagação: Sementes.
espaçamento:
tipo de solo: Cresce sobre o tronco de árvores altas, nas matas tropicais.
adubação e correção:
necessidade de água:
Colheita
Caule: Em qualquer época do ano.
Secagem
Caule: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Acondicionamento
Caule: Em sacos de pano, em local seco e bem ventilado.

Cipreste

Cupressus sempevirens L - Cupressaceae


Originário do sudeste da Europa e da Ásia menor, é cultivado há milhares de anos na região mediterrânea e no
sul da China. A árvore possui um formato de coluna muito atraente, sendo uma das plantas ornamentais mais
cultivadas em parques e jardins públicos e residenciais. A madeira do cipreste, aromática e muito resistente,
foi usada, segundo o Antigo Testamento, na construção da Arca de Noé (Gênesis, 6, 14). As portas da Igreja
de São Pedro, no Vaticano, construída há cerca de 1.100 anos, também são feitas de madeira de cipreste.
É usado também nos cemitérios, pois possui um significado simbólico: representa a saudade. É plantado ainda
para servir como cerca viva ou como cortina barravento. O óleo essencial de cipreste, destilado do caule, é
usado em perfumaria e na aromaterapia, e os de melhor qualidade são produzidos na Índia, na França e na
Espanha. O nome "cipreste" vem do grego "kypárissos", pelo latim tardio "cypressu".
Outros Nomes Populares: cipreste-agulha, cipreste-da-Itália, cipreste-mediterrâneo, dedo-de-Deus, pinheiro-
do-Canadá.
Outros Idiomas: ciprese (espanhol), cyprès (francês), cypress (inglês), cipresso (italiano).
Descrição Botânica: Árvore grande, que atinge até 25 metros de altura, com copa piramidal ou colunar,
monóica. A casca é fina, castanha, e seus ramos são curtos, densos, tendendo a verticais, com folhas verde-
escuras, escamiformes, pequenas, aromáticas, fortemente apressas e revestindo todo o ramo. Os cones estão
dispostos no ápice dos ramos, sendo os masculinos amarelos e cilíndricos, medindo de 3 a 6 milímetros de
comprimento, e os femininos, globosos, com 2 a 4 centímetros de diâmetro. As sementes, aladas e aromáticas,
são ovóides e de cor vermelho-clara ou castanho-avermelhado.
Composição Química: Hidrocarbonetos, alfa-pineno, d-pineno, d-canfeno, d-silvestreno, cadineno, cedrol,
cimeno, sabinol, álcool terpénico, terpineol, tuyone e taninos.
Partes Usadas: Folhas, Frutos, Óleo essencial, Sementes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-reumática, Anti-séptica, Anti-sudorífica, Antiasmática,
Antidisentérica, Antiespasmódica, Calmante, Cicatrizante, Desodorante, Diurética, Febrífuga, Hemostática,
Inseticida, Restauradora, Sedativa, Sudorífera, Tônica vesical, Tônico sangüíneo, Vasoconstritora.
Usos
culinária: Não é comumente usado.
beleza: Usado para o tratamento de veias varicosas e em produtos para controlar a oleosidade excessiva da
pele e regular o suor.
saúde: Indicado no combate a disenteria, fraqueza, edemas, má circulação, varizes, hérnias, espasmos,
hemorragias, febres, reumatismos e suas dores e insônia. O chá das sementes ou o óleo essencial ajuda a curar
os males da próstata e a combater irritabilidade, nervosismo, ansiedade, atonia muscular, gripe, tosse,
bronquite, asma, afecções do sistema circulatório, pés cansados, sintomas da menopausa e da tensão pré-
menstrual, hemorróidas, doenças do sistema reprodutivo e limpeza e cicatrização de feridas.
outros usos: Sua madeira é muito valorizada, e a árvore possui um formato de coluna atraente, sendo

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uma das plantas ornamentais mais cultivadas em parques e jardins públicos e residenciais.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: O óleo essencial, usado em excesso, pode causar hemorragias, edemas, hemorragias
nasais, suor e incontinência urinária.
Cultivo e Conservação
clima: Prefere o temperado frio, mas adapta-se a outros tipos de clima.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes ou alporquia.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Terrenos bem drenados, pedregosos, podendo ser encontradas em ravinas e cânions; tolerante
a solos arenosos e muito secos.
adubação e correção: Não foram encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Moderada (Resistente à seca).
Colheita
Frutos: Quando estiverem maduros.
Folhas: Em qualquer época do ano.
Sementes: Quando estiverem maduras.
Secagem
Frutos: Ao ar livre, para tirar o excesso de umidade.
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Sementes: Ao sol ou em secador, com temperatura máxima de 45º C.
Acondicionamento
Frutos: Em sacos de pano, em local seco e bem ventilado.
Folhas: Em sacos de pano, em local seco e bem ventilado.
Sementes: Em sacos de papel, em local seco e bem ventilado.

Citronela

Cymbopogon nardus (L.) Rendle - Poaceae (Gramineae)


Originária da Ásia, cultivada no Pacífico Sul, na América Central e na África tropical, é uma planta cheirosa e
eficiente contra os insetos. A fragrância da citronela é parecida com a de eucalipto, que lembra limpeza e
frescor. Uma planta comum em cidades litorâneas e que está ganhando cada vez mais adeptos dos repelentes
de insetos ecologicamente corretos.
Outros Nomes Populares: citronela-de-java, grama-asiática.
Outros Idiomas: zitronellgras (alemão), citronela (espanhol), citronelle des antilles (francês), ceylon
citronella (inglês).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo perene, que atinge cerca de 1,5 metro de altura. As folhas são
verdes, longas, incompletas, simples, lineares, alternas e com lígula entre limbo e bainha. As flores são
agrupadas em inflorescências do tipo espigueta. O fruto é do tipo cariópse. As sementes são ricas em
endosperma.
Composição Química: Ácido hidrociânico, borneol, bourboneno, canfeno, cânfora, cariofileno, citral,
citronelal, citronelol, elemol, etanol, eugenol, farsenol, alfa-felandreno, furfurol, geraniol, l-limoneno, linalol,
mentol, metil-eugenol, mirceno, nerol, alfa e betapineno, sabineno, a-terpineol, terpinoleno e vanilina.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Aromática, Desodorante, Fungicida, Repelente.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Pode ser usada em produtos de massagem, sauna e banhos de imersão aromáticos.
saúde: É usada externamente em loções, géis, sabonetes e óleos para repelir insetos.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser usada em inalações feitas por portadores de doenças cardíacas.
Efeitos Colaterais: O aroma pode ter efeito acelerador dos batimentos cardíacos.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
exposição solar: Plena.
propagação: Por divisão de touceiras.
espaçamento: 1 metro entre as touceiras.
tipo de solo: Solo de textura arenosa, argilosa ou terra roxa.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou composto orgânico, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Quatro vezes por semana, quando não chover.
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.
Secagem
Folhas: Podem ser secas ao sol ou em secador, com temperatura máxima de 35° C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano, bem fechados e guardados em local bem ventilado e seco.

Cocleária

Cochlearia officinalis L - Brassicaceae (Cruciferae)


Planta originária da Europa centro-setentrional, sendo encontrada em regiões úmidas da Itália, França,
Alemanha, no sudeste da Inglaterra, no País de Gales, na Espanha, Turquia e também no Haiti. Suas
propriedades medicinais anti-escorbúticas são conhecidas há séculos.
Possui vários sinônimos científicos, tais como Cochlearia scotica Druce, C. groenlandica Auct. non L., C.
alpina (Bab.) H. Watson, C. officinalis ssp alpina (Bab.) Hook. f., C. atlantica Pobed. e C. islandica Pobed.
Outros Idiomas: löffelkraut (alemão), cochléaire, herbe à la cuillère ou herbe au scorbu (francês), scurvy
grass e scorbute grass (inglês).
Descrição Botânica: Planta de ciclo perene que atinge de 10 a 25 centímetros. As folhas são carnosas, de
coloração verde-escura e com pecíolos longos. As flores, de coloração branca ou rosada, são pedunculadas e
crescem agrupadas em inflorescências terminais do tipo racemo, corimbiformes. O fruto é uma síliqua que
contém numerosas sementes.
Composição Química: Ácido ascórbico, glucosídeo sulfurado (glucococlearina), isosolfocianato de butila,
tanino e sais minerais.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Raízes, Talos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antiescorbútica, Aperiente, Depurativa, Digestiva, Diurética,
Estimulante, Estomáquica, Rubefaciente.
Usos
culinária: As folhas frescas, ricas em vitamina C, são consumidas em saladas, dando um sabor picante e
agradável parecido com a mostarda.
beleza: Usada em água e loção para limpeza da pele.
saúde: A infusão das folhas, talos e raízes é usada no tratamento de escorbuto, câncer, reumatismo, gota,
inapetência, artrite e bronquite. Ajuda a combater edemas e o excesso de ácido úrico no organismo,
melhorando o funcionamento dos rins. Facilita a digestão, pois estimula a secreção gástrica. As folhas e
raízes, trituradas na forma de cataplasma, são indicadas contra dores reumáticas, nevrálgicas e ciáticas. O suco
das folhas frescas, misturado ao suco de laranja, é um excelente tônico contra a astenia.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento: 15 centímetros entre plantas.
tipo de solo: Cresce em terrenos pedregosos e úmidos, próximo aos mares ou a cursos de água.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Abundante.
Colheita

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Folhas e Talos: No início da floração.
Flores: Quando ainda estiverem em botão.
Raízes: No outono.
Secagem
Folhas e Talos: Usados de preferência na forma fresca; pode-se também secá-los na sombra, em local bem
ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Flores: Na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 30º C.
Raízes: No secador, com temperatura máxima de 60º C.
Acondicionamento
Folhas e Talos: Sacos de papel ou de pano.
Flores: Sacos de papel ou de pano.
Raízes: Sacos de papel ou de pano.

Coentro

Coriandrum sativum L. - Apiaceae (Umbelliferae)


O coentro é uma erva originária da região sul da Europa e norte da África. Seu nome científico é derivado do
grego "koris", devido ao desagradável aroma que se desprende das folhas muito jovens. O termo "sativum"
significa "cultivado". O coentro já era usado muitos séculos atrás, mais precisamente há 5 mil a.C., na cozinha
oriental. Além disso, os sábios do Egito e da China acreditavam que suas sementes conferiam imortalidade
àqueles que as comiam. Entre os árabes, o coentro ganhou fama de afrodisíaco e simbolicamente sempre foi
ligado ao amor, à saúde, à força e à determinação.
Outros Idiomas: koriander (alemão), cilantro (espanhol), coriandre (francês), coriander (inglês), coriandolo
(italiano).
Descrição Botânica: O coentro é uma planta de porte herbáceo, ciclo anual e que pode atingir até 1 metro de
altura. O caule é cilíndrico, pouco ramificado e estriado. As folhas são alternas, pinadas e de coloração verde-
brilhante. As flores, de coloração branca ou rósea, são agrupadas em inflorescências do tipo umbela. O fruto é
do tipo aquênio, de coloração vermelha a marrom.
Composição Química: açúcares, amido, borneol, carvona, d-linalol, eugenol, flavonóides, geraniol,
metilchavicol, mucilagem, óleo fixo, pectinas, polissacarídeos e taninos.
Partes Usadas: Folhas frescas, Frutos secos.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Anti-séptica, Antiácida, Antiespasmódica, Depurativa, Digestiva,
Estimulante, Sudorífera.
Usos
culinária: As sementes são usadas na aromatização de pães, bolos, pastéis escandinavos, licores, verduras
como a chicória, o aipo, a couve-flor, a beterraba, as abobrinhas e os cogumelos; as folhas são usadas em
sopas, peixes, saladas e pratos frios.
beleza: Não é usado.
saúde: Acidez e dilatação estomacal, congestão no fígado, fome nervosa, má digestão, espasmos e
impurezas no sangue.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: temperado quente.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes (semeadas no local definitivo).
espaçamento: 15-25 x 30 centímetros.
tipo de solo: rico em nutrientes, leve, solto, profundo e bem drenado e com pH 6,0-6,7.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade; adubação mineral com fósforo.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: um pouco antes da floração.
Frutos: quando as inflorescências estiverem com 50% dos frutos com coloração amarelo-dourada.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Secagem
Folhas: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35ºC.
Frutos: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
40ºC.
Acondicionamento
Folhas frescas: para conservar no refrigerador, junte os ramos, coloque em pé num recipiente com água e
envolva as folhas com um saco de papel ou plástico transparente; troque a água todos os dias.
Frutos secos e Folhas secas: em recipientes de vidro ou sacos de papel ou plástico transparente.

Cogumelo-do-sol

Agaricus blazei Murill - Agaricaceae


O cogumelo-do-sol é originário das regiões serranas da Mata Atlântica do sul do Estado de São Paulo. A
espécie nativa foi coletada inicialmente no Brasil por um agricultor e estudioso, o Sr. Furumoto, que a
cultivou entre as décadas de 60 e 70, quando algumas amostras foram levadas para o Japão, com o objetivo de
estudar suas propriedades medicinais.
Hoje, o cogumelo é utilizado como complemento alimentar, na forma de macerados e chás. Ele tem um
importante uso terapêutico, potencializando o funcionamento do sistema imunológico do organismo e, por
isso, vem sendo amplamente empregado como auxiliar nos tratamentos de Aids e câncer e para regular a
pressão sangüínea. Atualmente, a maior parte da produção brasileira é exportada para o Japão, mas seu
consumo está crescendo rapidamente no país.
Outros Nomes Populares: cogumelo-da-vida, cogumelo-do-milagre, cogumelo-piedade.
Outros Idiomas: Agaricus blazei (alemão), Agaricus blazei (árabe), Agaricus blazei (armeno), Agaricus
blazei (bengali), Agaricus blazei (castelhano), Agaricus blazei (catalão), Agaricus blazei (checo), Agaricus
blazei (chinês), Agaricus blazei (egípcio), Agaricus blazei (espanhol), Agaricus blazei (esperanto), Agaricus
blazei (finlandês), Agaricus blazei (francês), Agaricus blazei (grego), Agaricus blazei (hebraico), Agaricus
blazei (hindu), Agaricus blazei (holandês), Agaricus blazei (húngaro), Agaricus blazei (indonésio), Agaricus
blazei (inglês), Agaricus blazei (italiano), himematsutake (japonês), Agaricus blazei (latim), Agaricus blazei
(malaio), Agaricus blazei (norueguês), Agaricus blazei (polonês), Agaricus blazei (português de Portugal),
Agaricus blazei (punjabi), Agaricus blazei (romeno), Agaricus blazei (russo), Agaricus blazei (sânscrito),
Agaricus blazei (Singapura), Agaricus blazei (sudanês), Agaricus blazei (sueco), Agaricus blazei (tailandês),
Agaricus blazei (turco), Agaricus blazei (vietnamita).
Descrição Botânica:
Composição Química: Proteína, gordura, fibra, cinza, açúcar, fósforo, ferro, cálcio, vitamina B1 e B2,
ergosterol e niacina.
Propriedades Medicinais: Ampliadora da resistência à hipertensão arterial, Angina, Arteriosclerose,
Estimulante, Estimulante cardíaco, Infarto, Restauradora da resistência do sistema imunológico, Tonificante,
Trombose.
Usos
culinária: O cogumelo-do-sol pode ser consumido “in natura” e também no preparo de saladas e pratos
como sopa e molhos para massas e carnes.
beleza: Não é usado.
saúde: Por ser um complemento alimentar, rico em vitaminas, proteínas e sais minerais, tem como
principal propriedade estimular a atividade das células de defesa do organismo, reforçando o sistema
imunológico. Trata-se de um produto inteiramente natural, visto que no processo de produção não são
utilizados produtos químicos, podendo ser consumido por pessoas de diferentes idades. É usado na forma de
chás e extratos contra Aids, câncer, doenças cardiovasculares e hipertensão arterial.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontrados na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: O consumo excessivo do cogumelo pode intoxicar o organismo. Por isso, ele deve ser
consumido em pequenas doses.
Cultivo e Conservação
clima: Ameno e úmido, com atitude elevada.
exposição solar: Sombra e meia-sombra.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
propagação: Esporos.
espaçamento: Não há; cada cogumelo é cultivado individualmente, dentro de sacos plásticos contendo o
substrato.
tipo de solo:
adubação e correção: O substrato para o cultivo do cogumelo é feito à base de bagaço de cana, esterco de
cavalo, palha de arroz ou capim-gordura, farelo de soja, uréia, sulfato de amônia, superfosfato simples e
carbonato de cálcio.
necessidade de água: Abundante (Devem estar sempre molhados e submetidos a um sistema de
nebulização, para aumentar a umidade do ar).

Confrei

Symphytum officinale L. - Boraginaceae


O confrei é uma planta originada da Ásia e muito usado como ornamento de jardins. Seu nome científico é
derivado da palavra grega "symphyo", que significa "unir", em alusão ao seu poder terapêutico como
cicatrizante. Na Idade Média, e ainda hoje, popularmente é muito usado nos casos de fraturas, aumentando a
velocidade de recuperação dos ossos.
Outros Nomes Populares: consolda-maior, consolda-menor, consólida-maior, orelha-de-asno.
Outros Idiomas: arznei-beinwell (alemão), consuelda (espanhol), grande consoude (francês), comfrey
(inglês), consolida maggiore, sinfito (italiano).
Descrição Botânica: O confrei é uma planta herbácea, de ciclo perene e que atinge até 1,20 metro de altura.
Seus rizomas e raízes são grossos. O caule é ereto e com superfície áspera. As folhas são grandes, de formato
ovado-agudo ou oblongo-lanceolado, de superfície ligeiramente ondulada. As flores são de coloração amarela
ou violácea, grandes e tubulosas. O fruto é composto de quatro aquênios.
Composição Química: ácido ascórbico, ácido tânico, alantoína, alcalóides pirrolizidínicos, amido,
aminoácidos, alantoína, asparagina, equimidina, cianocobalamina, esteróis, fructanos, intermedina,
lasiocarpina, licopsamina, próvitamina A, sais minerais, saponinas, sinfitina, taninos, triterpenos, vitaminas E
e do complexo B.
Partes Usadas: Folhas adultas, Raízes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antiinflamatória, Calmante, Cicatrizante, Emoliente, Hidratante,
Higienizante, Regeneradora celular.
Usos
culinária: Não é aconselhado seu uso.
beleza: Inflamações da pele, tecidos necrosados, rugas de expressão, acne, manchas e irritações.
saúde: Feridas, psoríase, contusão, fraturas e deslocamentos.
outros usos: Atrai abelhas.
Contra-Indicações: gestantes.
Efeitos Colaterais: intoxicação no fígado, câncer e lesões no órgãos internos.
Cultivo e Conservação
clima: temperado.
exposição solar: Sombra.
propagação: estaquia de raízes e divisão de touceiras.
espaçamento: 80 x 60 centímetros.
tipo de solo: textura argilo-arenosa, úmido, profundo, rico em matéria orgânica e com pH 6,7-7,3.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 40
centímetros de profundidade; adubação mineral nitrogenada.
necessidade de água: Elevada.
Colheita
Folhas: em qualquer época após três meses do plantio, preferindo as folhas mais velhas.
Raízes: no outono.
Secagem
Folhas: na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 40ºC.
Raízes: na sombra, em local bem ventilado, cortando-a em pedaços, ou em secador, com temperatura
máxima de 60ºC.
Acondicionamento

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Folhas e Raízes: em sacos de papel ou plástico transparente ou de pano.

Couve-flor

Brassica oleracea var. botrytis L. - Brassicaceae (Cruciferae)


A couve-flor é originária das costas do mar Mediterrâneo. Chegou à Europa pela Grécia e ilha de Chipre e
começou a ser cultivada na Itália. A partir do século 17, seu cultivo expandiu-se para a França, a Alemanha e
a Inglaterra. Atualmente, é cultivada e apreciada em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.
Outros Idiomas: gruenkohl (alemão), coliflor (espanhol), chou-fleur (francês), cauliflower (inglês),
cavolfiore (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo anual e de caule curto. Suas folhas são oblongas e com a
nervura central alvacenta. Os pedúnculos florais que se tornam carnosos e formam um capítulo de flores
abortadas comestíveis, reunidos, em grande número, na extremidade do caule.
Composição Química: Vitaminas A, B e C, cálcio, fósforo, ferro, sódio. Cloro, potássio, magnésio e enxofre.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Fortificante, Mineralizante, Neutralizante da acidez estomacal.
Usos
culinária: O buquê floral, cozido, pode ser consumido em saladas, sopas de legumes ou à milanesa ou
ainda no preparo de pratos salgados, como tortas e suflês. As folhas podem ser utilizadas cruas no preparo de
saladas ou ainda podem ser refogadas ou cozidas.
beleza: Não é comumente utilizada.
saúde: Indicada para combater prisão de ventre e fraquezas em geral.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Por seu alto teor de sais minerais, é contra-indicado aos que sofrem de cálculo da
vesícula e dos rins e de meteorismo.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado frio; produz melhor sob temperatura de 7 ºC a 22 ºC.
exposição solar: Sombra (cortar uma folha grande da base da planta e colocar em cima do buquê resolve o
problema da exposição solar).
propagação: Por sementes.
espaçamento: 1 metro entre linhas e 50 centímetros entre plantas.
tipo de solo: De textura argilo-arenosa, úmido, bem drenado, rico em nutrientes e de fraca acidez.
adubação e correção: Adubo com alto teor de nitrogênio; se o solo for realmente orgânico e com bastante
húmus, a cobertura com composto é ideal.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Folhas: Devem ser cortados com uma faca afiada, quando estiverem bem formados e compactos, com as
flores ainda fechadas.
Secagem
Folhas: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Folhas: Em lugares frescos ou em sacos plásticos bem fechados, na gaveta da geladeira.

Couve

Brassica oleracea L. - Brassicaceae (Cruciferae)


Originária do Mar Mediterrâneo, é cultivada há mais de 2000 anos. Na Grécia antiga, na região da Jônia, nas
costas do Mar Egeu, a couve era considerada uma planta sagrada. No Brasil, é cultivada desde o início do
período colonial e hoje é uma das hortaliças mais populares do país, especialmente no Estado de Minas
Gerais.
Outros Nomes Populares: cove.
Outros Idiomas: garten-kohl (alemão), col (espanhol), chou (francês), kale (inglês), cavolo (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo bianual, de caule reto, glabra e que mede de 40 centímetros a
1,20 metro de altura. As folhas são verdes, pecioladas, espessas, ligeiramente carnosas, lisas e tenras. As

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
flores são grandes, brancas ou amarelas, agrupadas em inflorescências do tipo racemo, às vezes em corimbos.
O fruto é do tipo síliqua, de formato cilíndrico e ligeiramente comprimido.
Composição Química: Vitaminas A, B e C, minerais, potássio, iodo, cobre, flúor, cálcio, fósforo e ferro.
Partes Usadas: Folhas, Talos.
Propriedades Medicinais: Anti-helmíntica, Anti-reumática, Aperiente, Béquica, Cicatrizante, Condicionante,
Estimulante, Fortalecedora.
Usos
culinária: Frita ou refogada com alho e óleo, é acompanhante da feijoada, do tutu de feijão ou do feijão
cozido. Também pode ser consumida em saladas, sopas ou refogada em farofas, recheios de omeletes,
lasanhas e panquecas. Suas folhas partidas em grandes pedaços são ótimas para fazer "charutinhos", recheados
com arroz cozido, legumes, frango desfiado ou carne moída. Os talos da couve podem ser usados no preparo
de sopas, junto com feijão ou caldos. É um ingrediente básico do caldo verde português. Em Minas Gerais, as
folhas também são usadas no preparo de sucos refrescantes, batidas com suco de limão e açúcar.
beleza: O suco da couve combate seborréia do couro cabeludo.
saúde: A couve pode ser usada de várias maneiras em benefício da saúde. Seu suco, por exemplo, estimula
o apetite, combate os vermes, ajuda no tratamento da bronquite, reumatismo e artrite e, além disso, funciona
como um desinfetante intestinal e um excelente fortificante para crianças em fase de crescimento. Também é
cicatrizante de úlcera do estômago e do duodeno. Na medicina caseira, acredita-se que o suco de couve
combate o desejo por bebidas alcoólicas. Caldos com couve ajudam a combater tosse, asma, catarros e
doenças inflamatórias da pele. As folhas cozidas e aplicadas no corpo servem para tirar dores ciáticas,
reumáticas, nevrálgicas e da gota.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Frios ou amenos, com temperaturas médias anuais entre 7º a 22º C. No entanto, está adaptada em
todo o Brasil.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes ou estaquia de ramos novos.
espaçamento: 80 x 50 centímetros entre plantas.
tipo de solo: Rico em matéria orgânica, úmido, mas bem drenado, de textura argilo-arenosa e de acidez
média a fraca.
adubação e correção: Esterco líqüido de animal curtido, húmus ou composto orgânico, em cobertura;
fertilizante mineral líqüido (fórmula baseada nas necessidades do solo).
necessidade de água: Moderada (Requer regas diárias sem, no entanto, encharcar o solo).
Colheita
Folhas: De 60 a 70 dias depois do plantio; deixe sempre um mínimo de quatro ou cinco folhas no pé.
Secagem
Folhas: Consumidas na forma fresca.
Acondicionamento
Folhas: Guardar na geladeira em sacos plásticos, mas deve ser consumida antes que as folhas fiquem
amarelas.

Cravo-da-índia

Syzygium aromaticum (L.) Merr. & L.M. Perry - Myrtaceae


O nome científico antigo do cravo-da-índia, Eugenia caryophyllata Thunb., deriva da palavra grega
"karyophyllon" que significa "folha-noz". Da China é que veio a primeira indicação do uso do cravo-da-índia
como condimento, remédio e elemento básico para elaboração de perfumes especiais e incensos aromáticos.
Na China, era então conhecida por "ting hiang" e, na dinastia Han (206 a.C. - 220 d.C.), seus frutos foram
levados para a corte do imperador por enviados da Ilha de Java. Conta a história que os próprios javaneses
mantinham um pequeno fruto na boca para melhorar o hálito, antes de irem falar pessoalmente com o
imperador.
A primeira pessoa a fazer uma descrição completa do cravo-da-índia foi um botânico alemão chamado
Everard Rumph que dizia: "é a mais bela, a mais elegante e a mais preciosa de todas as árvores".

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Na culinária da Idade Média, o cravo-da-índia era usado como aromatizante para conservas e como adorno
para pratos selecionados. Na época do reinado de Ricardo II, era ingrediente do Hippocras, um vinho quente
tomado costumeiramente pelos nobres.
No século 16, quando chegaram às Ilhas Molucas, os portugueses imediatamente dominaram as plantações,
destruindo aquelas que não podiam vigiar de perto. Esse monopólio fez com que o preço do cravo-da-índia no
mercado ficasse muito alto. Os holandeses que sucederam aos portugueses agiram da mesma forma, até que,
em meados de 1770, o monopólio foi rompido pelas colônias francesas e o cravo se espalhou por quase todas
as cozinhas do mundo.
Outros Nomes Populares: craveiro-da-índia, cravina-de-túnis, cravo-de-cabecinha, cravoária, rosa-da-índia.
Outros Idiomas: gewürznelkenbaum (alemão), qaranful (árabe), lavanga (bengali), ting hsiang (chinês),
clavo (espanhol), kariofilio (esperanto), neilikka (finlandês), clou de girofle (francês), garífalo (grego),
tziporen (hebraico), kruidnagel (holandês), szegfû (húngaro), clove (inglês), garòfano d’India (italiano), choji
(japonês), caryophylli (latim), nellik (norueguês), gozdziki (polonês), gvozdika (russo), shriisanjnan
(sânscrito), gram goo (tailandês), karanfil (turco), hanh com (vietnamita).
Descrição Botânica: Planta arbórea, de ciclo perene e que atinge até 10 metros de altura. A copa é bem verde,
de formato piramidal. As folhas são semelhantes às do louro, ovais, persistentes e de coloração verde
brilhante. As flores são brancas e agrupadas em inflorescências do tipo cacho. O fruto é do tipo baga e de
formato alongado.
Composição Química: eugenol, acetato de eugenol, beta-cariofileno, ácido oleânico, triterpeno, benzaldeído,
ceras vegetais, cetona, chavicol, resinas, taninos, ácido gálico, esteróis, esteróis glicosídicos, kaempferol e
quercetina.
Partes Usadas: Botões florais secos, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Analgésica, Anti-séptica, Bactericida, Digestiva, Excitante,
Vermífuga.
Usos
culinária: O cravo-da-índia é um condimento versátil que pode ser usado tanto em pratos doces como em
pratos salgados. É normalmente empregado no preparo de caldos, ensopados, doces, pudins, bolos, tortas de
maçã, pães, vinhos e ponches quentes e licores. O eugenol, presente no óleo essencial, tem ação bactericida, o
que o torna útil para preservar e prolongar a validade de compotas e conservas. Em alguns países, costuma-se
enfiá-lo juntamente com dentes de alho dentro de pernis e presuntos. Na Europa, é muito usado para
condimentar carnes e salames. Já no Brasil, o cravo-da-índia é usado mesmo para pratos doces, hábito este
adquirido da nossa colonização portuguesa.
beleza: Usado em loções e vaporizações para limpeza da pele do rosto, em produtos de higiene bucal para
fazer assepsia e promover um hálito agradável, em banhos de imersão aromáticos e águas perfumadas.
Combate a acne. O óleo pode ser usado para massagear músculos doloridos, para tratar de estrias e é eficaz no
tratamento de unhas quebradiças, rachadas ou fracas e de calosidades. Usado na elaboração de pomadas para
remoção de verrugas. Na forma de pomadas e cremes, alivia a coceira e o inchaço das picadas de inseto.
Indicado para cabelos normais e castanhos, é utilizado em xampus e loções capilares que limpam e auxiliam o
crescimento dos fios.
saúde: Combate a dor e a anorexia. Repele insetos. Bom para acalmar as vias respiratórias. Em forma de
óleo, acaba com micoses de unha.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não é indicado para gestantes.
Efeitos Colaterais: O uso externo pode causar eventuais reações alérgicas em pessoas sensíveis. O óleo
essencial é extremamente alergênico, podendo causar irritação na pele. O uso interno pode provocar
contrações na musculatura do útero.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical quente.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes, que começam a germinar a partir do oitavo dia.
espaçamento: 8 metros entre plantas.
tipo de solo: Rico em matéria orgânica e nutrientes, úmido e bem drenado. Pode ser plantado em consórcio
com a pimenta-do-reino e leguminosas que ajudam a fixar nitrogênio no solo.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Botões florais secos: Quando as flores ainda estão fechadas, em botão, após o quinto ano de vida da
planta.
Secagem
Botões florais secos: Ao sol por aproximadamente quatro dias, até adquirirem coloração escura.
Acondicionamento
Botões florais secos: Em sacos de papel ou recipientes de vidro bem fechados.

Damasco

Armeniaca vulgaris Lam. - Rosaceae


A teoria mais conhecida sobre a origem do damasco é a de ele que veio da Armênia, onde foi por muito tempo
cultivado. Por isso, o nome científico Armeniaca. No entanto, hoje há estudiosos que dizem que seu habitat
original é o norte da China, na região do Himalaia, e outras partes da Ásia de clima temperado. Especula-se
até que ele tenha ido para o Oriente Médio antes do período do Antigo Testamento e que as maçãs descritas
no Jardim de Éden seriam na verdade abricós, ou damascos. Durante o reinado de Henrique 8º, a fruta chegou
à Inglaterra, vinda da Itália. O damasco também empresta seu nome para a capital da Síria, país onde foi
criado um tecido, também chamado de damasco, que é feito de seda encorpada, de uma só cor, com fundo
fosco e desenhos acetinados, geralmente medalhões, formados tanto no direito como no avesso. Seu sinônimo
científico é Prunus armeniaca L.
Outros Nomes Populares: abricó, abricoque, albricoque.
Outros Idiomas: aprikose (alemão), damasco, albaricoques ou chabacano (espanhol), apricot (francês),
apricot (inglês), albicocca (italiano).
Descrição Botânica: TÓXICO
Planta arbórea, de pequeno porte, decídua, que atinge de 6 a 8 metros de altura. Sua copa é arredondada e
possui ramos tortuosos. As folhas são brilhantes, largas, macias, arredondadas, alternas, simples, com as
extremidades pontudas e as margens finamente serradas. O pecíolo mede entre 1 a 3 centímetros de
comprimento e possui um aspecto levemente avermelhado. As flores são brancas, grandes, solitárias ou
geminadas, róseas ou esbranquiçadas, dispostas em fascículos, com escamas protetoras. Possuem cinco
sépalas e pétalas regulares e vários estames e abrem-se durante a primavera. O fruto é do tipo drupa, de
formato triangular ovóide, com casca de cor amarelo-avermelhada, textura aveludada e muito aromático.
Composição Química: ácido acético, alanina, alfa-terpineol, amigdalina, ácido ascórbico, beta-caroteno,
beta-sitosterol, ácido caféico, campesterol, ácido clorogênico, ácido cítrico, folacina, geraniol, ácido
glutâmico, glicina, ferro, ácido isobutírico, isoleucina, isoquercitrina, kaempferol, limoneno, linalol, ácido
linoléico, licopeno, lisina, magnésio, ácido málico, mirceno, niacina, ácido oléico, ácido p-cumárico, ácido
pantotênico, fósforo, potássio, fitosteróis, fenilalanina, quercetina, quercitrina, ácido quínico, riboflavina,
rutina, ácido esteárico, tanino, vitamina B6.
Partes Usadas: Frutos, Sementes.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Antiespasmódica, Antiidade, Antitussígena, Calmante, Demulcente,
Emoliente, Expectorante, Laxante, Mineralizante, Peitoral, Sedativa, Tônica.
Usos
culinária: O fruto é consumido fresco ou seco e muito utilizado em doces e geléias. É utilizado também
para fazer suco, conhaque e licor.O óleo extraído do caroço é usado como tempero.
beleza: O óleo de damasco é muito usado como substituto ao óleo de amêndoas, por ser geralmente mais
barato e oferecer ação hidratante similar para a pele. É empregado também na confecção de cremes, sabonetes
e até mesmo perfumes.
saúde: Devido ao betacaroteno, o damasco é muito saudável para a pele, todas as membranas e mucosas e
para a visão. Ajuda a evitar doenças do coração, derrame, catarata e algumas formas de câncer. No México e
na Alemanha, já é utilizado em tratamentos desta doença, por inibir o desenvolvimento de tumores. A
semente, com grande quantidade de vitamina A, torna a planta ainda mais nutritiva e hidratante, ajudando
também no combate ao envelhecimento. Tem bom teor de potássio e, portanto, é útil na alimentação dos
diabéticos. Além disso, contribui para regular a pressão arterial, estabilizar as taxas de açúcar no organismo e
evitar a deficiência de ferro no corpo. É recomendado ainda em casos de bronquite, asma, prisão de ventre e
enfisema.

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outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: O consumo exagerado pode provocar efeitos mais nocivos em crianças menores de 10
anos e adultos com mais de 50. Não é indicado em casos de diarréia.
Efeitos Colaterais: As folhas e hastes podem provocar diarréia, dor de cabeça, vômito e náusea. Em excesso,
podem causar envenenamento hidrociânico, depressão no sistema nervoso e falhas respiratórias. O glucosídeo
amigdalina, presente em seu caroço, pode produzir um veneno de ação muito rápida se misturado com água.
Mas a toxicidade do componente amigdalina pode ser reduzida, se o caroço for cozido na panela ou no vapor.
A raiz é usada no preparo de um antídoto contra tal envenenamento.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado quente.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Profundo, rico em nutrientes, bem drenado, com pH neutro a alcalino.
adubação e correção: Não foram encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Moderada (Não é tolerante a encharcamento).
Colheita
Sementes: Quando os frutos estiverem maduros.
Frutos: No meio do verão.
Secagem
Sementes: Ao ar livre, em local bem ventilado e sombreado, ou em estufa com temperatura máxima de
50°C.
Frutos: Consumidos frescos.
Acondicionamento
Sementes: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Frutos: Pode ser armazenado em refrigerador, com temperatura entre 8 e 10°C, por 72 horas. Em
temperaturas mais baixas (de 1 a 2°C), o acondicionamento pode ser prolongado por até 12 dias, dependendo
da variedade e do grau de doçura.

Dente-de-leão

Taraxacum officinale Weber - Asteraceae (Compositae)


O dente-de-leão é uma erva originada da Europa. Seu nome científico "taraxacum" é derivado das palavras
gregas "taraxos", que significa "desordem", e "akos", que quer dizer "remédio", em alusão a suas propriedades
terapêuticas. É citado em trabalhos de médicos árabes dos séculos X e XI e descrito como uma chicória
selvagem e muito empregado na alimentação e na medicina, como limpador das impurezas do sangue.
Outros Nomes Populares: alface-de-cão, amargosa, chicória-silvestre, taraxaco.
Outros Idiomas: gewöhnlicher löwenzahan (alemão), diente de leon (espanhol), dent de lion (francês),
dandelion (inglês), tarassco comune, dente di leone (italiano), dentis leonis (latim).
Descrição Botânica: Planta herbácea e lactescente. Sua raiz é pequena, com 1 centímetro de diâmetro, e
emite escapos para as flores e folhas. Não tem caule. Suas folhas são dispostas em roseta, de formato oblongo
ou lanceolado, denteado-acuminado. As flores são amarelas, agrupadas em inflorescências do tipo capítulo. O
fruto é do tipo aquênio. As sementes são distribuídas de forma esférica e esvoaçam com um leve sopro.
Composição Química: Ácido caféico, ácido cítrico, ácidos graxos, aminoácidos, apigenina, carboidratos,
colina, derivados terpênicos, flavonóides, frutose, inulina, luteolina, mucilagem, pectina, sais minerais
(potássio), resina, saponinas, sitosterol, stigmasterol, taninos, taraxacina, taraxacosídeo, taraxasterol e
xantofilas.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Raízes.
Propriedades Medicinais: Antivirótica, Aperiente, Bactericida, Colagoga, Depurativa, Diurética,
Estimulante, Galactagoga, Hipoglicêmica, Tônica.
Usos
culinária: As folhas novas são usadas em saladas; as folhas velhas, refogadas e comidas como verdura; as
flores são usadas em saladas, maioneses e geléias; as raízes são comidas cruas ou cozidas, cortadas em fatias.
beleza: Sardas e manchas, acnes, combate aos radicais livres, rugas, celulite, eczemas e verrugas.
saúde: Reumatismo, impurezas no sangue, distúrbios no metabolismo do fígado, cálculos biliares,

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problemas digestivos, falta de apetite, baixa produção de leite por lactantes, diabetes e espasmos das vias
biliares.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Pessoas com sensibilidade gastrintestinal e acidez estomacal, com obstrução no duto
biliar; no caso de cálculos renais, usar a planta apenas sob a supervisão de um médico.
Efeitos Colaterais: Náuseas, vômitos, diarréia, pirose e reações alérgicas.
Cultivo e Conservação
clima: Adapta-se a qualquer tipo de clima, mas não tolera congelamento; prefere altitudes baixas e é
resistente a geadas.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: 30 x 15 centímetros entre plantas.
tipo de solo: De textura média, rico em matéria orgânica e bem drenado.
adubação e correção: Esterco de curral bem curtido, húmus ou composto orgânico, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: No início da floração.
Flores: Quando estiverem ainda em botão.
Raízes: No outono.
Secagem
Folhas: Na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35ºC.
Flores: Na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35ºC.
Raízes: Na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 60ºC.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Flores: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Raízes: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Embaúba

Cecropia peltata L. - Moraceae


Nativa do Brasil e encontrada em quase todo o território nacional, a embaúba foi citada pelo botânico alemão
Karl Friedrich von Phillip Martius (1794-1868) em sua monumental obra "Flora Brasiliensis" (1840-1868).
Martius descreveu a embaúba da seguinte forma: "planta do gênero Cecropia, da família das moráceas.
Conhecida também por ambaíba ou ambaúba. O suco da C. peltata (amabitinga) é refrigerante, é empregado
(com leite ou cozida com cevada e açúcar) contra a diarréia e a gonorréia". A planta foi citada várias vezes
também no livro "Um Naturalista no Rio Amazonas", do inglês Henry Bates, que viveu onze anos na
Amazônia, entre 1848 e 1859, especialmente na cidade de Tefé, na beira do Rio Negro. No interior do tronco
das embaúbas vivem colônias de formigas agressivas, em uma relação biológica do tipo mutualismo. As flores
dessa planta são o alimento preferido das preguiças, por isso ela também é chamada de árvore-da-preguiça. O
nome "embaúba" vem do tupi-guarani "ambaíba" ("ãba'ib"), que quer dizer "árvore oca".
Outros Nomes Populares: amabitinga, ambaíba, ambaúba, árvore-da-preguiça, caxeta, imbaúba, torém,
umbaúba.
Outros Idiomas: trompetenbaum (alemão), guarumo (espanhol), bois cannon (francês), trumpet-tree ou
snakewood (inglês), umbaùba (italiano).
Descrição Botânica: Planta arbórea de ciclo perene, que atinge de 12 a 18 metros de altura, com tronco oco,
reto e com ramificações no ápice. As folhas são grandes, coriáceas, ásperas, longamente pecioladas e
esbranquiçadas na parte inferior. As flores, dióicas, são de coloração arroxeada, pequenas e reunidas em
espigas. Os frutos são ovais, do tipo aquênio.
Composição Química: Alcalóides, taninos, resina, glicosídeos, cumarinas e flavonóides.
Partes Usadas: Brotos, Casca, Folhas, Raízes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Analgésica, Anti-séptica, Antidiabética, Antitussígena,
Cardiotônica, Cicatrizante, Descongestionante, Diurética, Expectorante, Hipotensora, Refrigerante, Sedativa,
Vulnerária.

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Usos
culinária: Os frutos são comestíveis e parecidos com o figo.
beleza: Não é utilizada.
saúde: As folhas jovens concentram o maior poder curativo. Elas são utilizadas para combater afecções da
pele e das vias respiratórias, alergia, bronquite crônica e mal de Parkinson, e ainda para normalizar a pressão
arterial.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Equatorial e tropical.
exposição solar: Meia-sombra e sombra (Sombra ou meia-sombra).
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Não encontrado na literatura consultada.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Elevada.
Colheita
Casca: Durante todo o ano.
Folhas: No início da floração, quando as flores estiverem em botão.
Raízes: No outono e começo do inverno.
Brotos: No outono.
Secagem
Casca: Em secador, em temperatura máxima de 40º C.
Folhas: Ao ar livre, em ambiente bem ventilado e sombreado, ou em secador, com temperatura máxima de
35º C.
Raízes: Em secador, em temperatura máxima de 40º C.
Brotos: Ao ar livre, em ambiente bem ventilado e sombreado, ou em secador, com temperatura máxima de
35º C.
Acondicionamento
Casca: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Raízes: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Brotos: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Ephedra

Ephedra é um género de arbustos, pertencentes às Gnetófitas, único na classe Ephedraceae e ordem


Ephedrales. Seu uso medicinal está documentado desde há cinco mil anos na China, onde esta erva é
conhecida pelo nome ma huang. Os colonizadores adeptos a religião mórmon nos Estados Unidos
conheceram seu uso ao estabelecerem contato com povos indígenas dos ute (Utah). Estas plantas ocorrem em
climas áridos, numa vasta área que inclui a Europa, Norte de África, Ásia central e sudoeste, América do
Norte e do Sul. São conhecidas variadas aplicações medicinais, principalmente devido ao facto de concentrar
grandes quantidades de efedrina.
As suas propriedades são usadas na preparação de produtos dietéticos de redução de apetite, e podem causar
efeitos secundários graves. Presentemente, o uso de extractos de Ephedra está proibido nos Estados Unidos da
América.

Equinácea

Echinacea angustifolia DC. - Asteraceae (Compositae)


A equinácea é uma planta originada da América do Norte e ocorre em abundância nas pradarias do oeste dos
Estados Unidos. Nos dias atuais, as pesquisas têm demonstrado seus efeitos milagrosos em aumentar a
resistência do organismo contra infecções.
Outros Nomes Populares: flor-de-cone, púrpura, rudbéquia.

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Outros Idiomas: igelkopf (alemão), echinacea (francês), echinacea (inglês).
Descrição Botânica: Planta herbácea, ramificada, de ciclo anual, resistente e que atinge de 30 a 50
centímetros de altura. Suas raízes são cilíndricas, inteiras, estriadas longitudinalmente, ligeiramente
espiraladas e fibrosas. Seu rizoma é aromático e com casca fina. As folhas são de formato lanceolado, com
uma ponta fina. As flores são esféricas, de coloração púrpura, com um miolo espinhoso.
Composição Química: Acetato de bornil, ácido caféico, ácido chicórico, alcamídeos, borneol, cariofileno,
cinarina, equinacosídeo, isotussilagina, polialcanos, polissacarídeos e tusselagina.
Partes Usadas: Raízes, Rizoma.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Anti-séptica, Antiinflamatória, Antimicrobiana, Depurativa,
Fortificante, Imunoestimulante.
Usos
culinária: Não é utilizada.
beleza: Pele inflamada ou irritada, manchas e sardas.
saúde: Erisipela, câncer, aids, resfriados, impurezas no sangue, hemorróidas, difteria, furúnculos e
gangrena.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Pode causar reações alérgicas.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado ameno.
exposição solar: Plena.
propagação: Por divisão de raízes.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: De textura média e bem drenado.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Raízes: No outono.
Rizoma: No outono.
Secagem
Raízes: Em secador, com temperatura máxima de 50ºC.
Rizoma: Em secador, com temperatura máxima de 50ºC.
Acondicionamento
Raízes: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Rizoma: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Erva Baleeira

Descrição
Cordia verbenacea, popularmente chamada de Erva baleeira é um arbusto perene, nativo de nosso país, pode
alcançar até 2 metros de altura e é encontrado em todo o litoral brasileiro, principalmente em Santa Catarina.
Popularmente, a Erva baleeira, que também é conhecida como Maria-preta, Maria-milagrosa, Catinga de
barão ou Pimenteira, é utilizada no tratamento da úlcera gástrica, artrite reumatóide e diversos processos
inflamatórios e infecciosos.
Uso popular
A Erva baleeira é utilizada há séculos pelas populações litorâneas como cicatrizante e antiinflamatória.
Trabalhos científicos
Nos anos de 1990 e 1991, o farmacologista Sertié, o bioquímico Sylvio Panizza, ambos da Universidade de
São Paulo, juntamente com uma equipe multidisciplinar, publicaram estudos sobre a ação antiinflamatória da
Erva baleeira.
Em 2004, pesquisadores Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal de São Paulo, PUC-
Campinas e Universidade de Campinas em parceria com um importante Laboratório Farmacêutico,
finalizaram a pesquisa na qual o alfa-humuleno encontrado no óleo essencial foi identificado como ativo
responsável pelas propriedades terapêuticas desta planta.

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Hoje, a Erva baleeira é indicada nos casos de artrite, artrose, tendinite, dores miofasciais, LER (lesão por
esforço repetitivo) e outros processos inflamatórios dolorosos. Pode ser encontrada no mercado de
medicamentos na forma de creme contendo o óleo essencial da planta para uso tópico, ou seja, para ser
aplicado no local da dor.
Mecanismo de ação
A inflamação é uma reação do organismo frente a uma agressão ou a uma lesão. Envolve diversas reações
bioquímicas cuja missão é conter e isolar a lesão, destruir microorganismos invasores, inativar toxinas e
conseguir o reparo e a cura. No entanto, este processo é nocivo, e pode causar lesão progressiva do órgão e
perda de sua função.
O alfa-humuleno presente na Erva baleeira atua impedindo a atividade de uma enzima chamada cicloxigenase
2 (COX-2), enzima responsável pela produção de prostaglandinas (uma das substâncias responsáveis pelas
reações inflamatórias e seus sintomas), assim como outros antiinflamatórios e analgésicos já existentes no
mercado, como o ácido acetilsalicílico, porém, sem efeitos indesejáveis.
Interações medicamentosas
Não foram relatadas interações até o momento.
Reações adversas
Não foram relatadas reações adversas até o momento.
Contra-indicações
Não foram relatadas contra-indicações até o momento

Erva-benta

Geum urbanum L. - Rosaceae

Planta encontrada em bosques e locais parcialmente sombreados, nas zonas temperadas do hemisfério norte,
mas que também cresce próximo aos muros e cercas, freqüentemente nas ruas das cidades - daí seu nome
urbanum. O nome do gênero Geum, que vem do grego “geno” (produzir uma fragrância agradável), foi dado
porque, quando colhida ainda fresca, a raiz exala um forte aroma de cravo-da-índia. A erva-benta ganhou
muitos nomes a partir do século 14. Era chamada de "A Erva Abençoada", pois se acreditava que a planta
tinha poderes protetores contra espíritos demoníacos e bestas e, por isso, era usada como amuleto. O Ortus
Sanitatis, um compêndio sobre plantas medicinais impresso em 1491, diz: "Na casa onde há esta raiz, Satã
nada pode e não se aproxima, porque está abençoada na presença desta erva, e se um homem carrega a raiz
consigo, nenhuma besta do mal pode machucá-lo". O nome original provavelmente era "Erva de São
Benedito", em alusão à lenda do respectivo santo. Essa lenda conta que, em certa ocasião, um monge
presenteou São Benedito com uma taça de vinho envenenado, mas quando o santo a abençoou, o veneno
evaporou com tal força que a taça partiu-se em pedaços, e o crime do monge foi, então, desmascarado. Por
extensão, nos tempos medievais, as folhas e a graciosa flor de cinco pétalas douradas simbolizavam a
Santíssima Trindade e as cinco chagas de Jesus Cristo. Alguns dos antigos médicos tinham uma
particularidade na coleta desta planta, feita na primavera: 25 de Março era a data correta para procurar estas
raízes (e era especificado que o solo deveria estar seco), pois neste dia a raiz estaria mais fragrante. O gosto de
sua raiz é adstringente, suavemente amargo e parecido com o cravo-da-índia. Por isso, seu sinônimo botânico
é Radix caryophyllata L., que significa “raiz de cravo-da-índia”. A raiz da planta é freqüentemente usada
como substituto do próprio cravo.
Outros Nomes Populares: cariofilada, erva-de-São-Bento, erva-santa, sanabunda, sanamunda.
Outros Idiomas: echte nelkenwurz, nelkenwurz (alemão), benedicta, cariofilada, cariofilata, flor de Sant
Benet, gariofilea, herba de Sant Benet, hierba de san Benito, sanamunda (espanhol), benoîte commune, herb
de St. Benoit (francês), avens, Benedict's herb, bennet, blessed herb, city avens, clove root, cloverroot,
colewort, european avens, geum, goldy star, goldy stone, herb bennet, star of the earth, way bennet, wild rye,
wood avens, yellow avens (inglês), ambretta, ambretta salvatica, erba benedetta (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo perene, que chega a atingir meio metro de altura. Possui um
rizoma grosso e curto e de cor marrom escuro por fora e rosada ou vermelho-fogo por dentro. O caule é
ramificado e rico em folhas e flores amarelas que se desenvolvem no topo da haste. As folhas mais baixas do
caule são muito arredondadas, penadas e em forma de lira, com pecíolos longos. Porém, conforme se
aproximam do topo do caule, diminuem de tamanho e se tornam bipartidas e pontudas, com pecíolos mais
curtos. No início do verão, as flores amarelo-ouro surgem em cima da haste da planta. Elas têm cerca de um

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centímetro de diâmetro, possuem um cálice de cinco talos triangulares agudos, sobrecálices pequenos e corola
de cinco pétalas. Os frutos são do tipo aquênio, com um conjunto de grãos aveludados. Esta planta seca no
inverno e renasce na primavera.
Composição Química: taninos, substâncias amargas, eugenol, flavona, amido, pigmentos, geína, ácido
tânico, resina, goma, óleo essencial, galotaninos, ácidos gálico, ácido elágico, acido caféico, catequina,
sacarose, glicose, frutose, ácido ascórbico (vitamina C).
Partes Usadas: Rizoma.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Amarga, Anti-séptica, Antidiarréica, Antiinflamatória, Aperiente,
Aromática, Digestiva, Febrífuga, Hemostática, Sedativa, Tônica.
Usos
culinária: As raízes eram comumente usadas como aromatizante de cervejas.
beleza: Não é comumente utilizada.
saúde: É usada contra sangramento dos órgãos internos, diarréias, má digestão, catarro gastrintestinal e
cólicas intestinais. Externamente, é usada em gargarejos contra as inflamações na boca, hemorragia das
gengivas, descarnadura de dentes e mau hálito. Na forma de banhos ou compressas, é empregada contra
hemorróidas e doenças da pele (acne, feridas e dermatites). Além de estimular do apetite e inibir náuseas e
vômitos, esta planta é empregada na cura de catarros brônquios, febres e como sedativo.
outros usos: É colocada entre fibras do linho como repelente de traças.
Contra-Indicações: Não é indicada para gestantes e crianças.
Efeitos Colaterais: O uso abusivo pode provocar náuseas e vômitos.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: De textura média, rico em nutrientes e matéria orgânica, bem drenado e poroso.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Rizoma: Na primavera, quando está mais rico em óleos essenciais.
Secagem
Rizoma: Depois de muito bem lavado e desembaraçado de todas as partes verdes, é posto para secar em
secador, a uma temperatura de 35o C.
Acondicionamento
Rizoma: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Erva-cidreira

Melissa officinalis L. - Lamiaceae (Labiatae)


A erva-cidreira é uma erva originada do Oriente Médio e da Europa. Seu nome científico significa "abelha",
em alusão ao forte poder de atração do aroma de suas flores por esses insetos. A palavra officinalis significa
que é reconhecida pela prática médico-herborista. Na Grécia Antiga foi dedicada à deusa Melona, protetora
das abelhas, pois acreditava-se que ela era capaz de fortalecer as colméias, que acabavam produzindo maior
quantidade de mel e de melhor qualidade. Simbolicamente, é uma espécie ligada ao amor e à feminilidade.
Outros Nomes Populares: chá-de-frança, erva-cidreira-verdadeira, melissa.
Outros Idiomas: zitronen melisse (alemão), melisa (espanhol), mélisse (francês), lemon balm (inglês),
melissa selvatica (italiano), melissae citratae (latim).
Descrição Botânica: Planta herbácea, ciclo perene e que atinge até 90 centímetros de altura. A haste é muito
ramificada. Suas folhas são pecioladas, de formato ovalado e com bordos serrilhados. As flores são de
coloração branca a rosada e agrupadas em inflorescências. O fruto tem sementes de coloração marrom-escura.
Composição Química: Ácido caféico, ácido clorogênico, ácido rosmarínico, ácido ursólico, ácido oleânico,
cariofileno, citronelal, citronelol, citral, eugenol, flavonóides, geraniol, d-germacreno, glucosídeos flavônicos,
linalol, metil-citronelato, nerol, ocimeno, taninos e triterpenos.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Analgésica, Anti-séptica, Antialérgica, Antimicrobiana, Aromática,

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Calmante, Carminativa, Colagoga, Digestiva, Emenagoga, Hipotensora, Relaxante, Sedativa, Tônica.
Usos
culinária: Refrescos, geléias de frutas, saladas de frutas, pudins de leite, sorvetes de creme, molho para
saladas, verduras, carnes brancas, cogumelos e omeletes ou como substituta do limão em muitas receitas.
beleza: Espinhas, pés doloridos e inchados.
saúde: Nevralgias faciais, crises nervosas, taquicardia, melancolia, depressão, histerismo, espasmos,
problemas digestivos, flatulência, enjôos, problemas hepáticos e biliares, herpes labial, alergias na pele, alívio
da dor de picada de insetos e irregularidades menstruais.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Pessoas com hipersensibilidade à planta.
Efeitos Colaterais: Diminuição da pulsação e entorpecimento.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado quente.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Estaquia de ramos novos.
espaçamento: 80 centímetros x 1,5 metro entre plantas.
tipo de solo: De textura média, rico em nutrientes e matéria orgânica, não muito aerado, úmido e bem
drenado.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade; calagem em solos ácidos.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Um pouco antes da época da floração, 6 meses após o plantio.
Flores: No início da floração, quando estiverem ainda em botão.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35ºC.
Flores: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
30ºC.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Flores: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Erva-de-bicho

Polygonum acre Kunth - Polygonaceae


Planta originária da Ásia e hoje muito comum em diversas regiões do mundo, inclusive no Brasil. Seu nome
científico deriva do grego 'poly', que significa 'muitos', e 'gonos', que são joelhos. 'Acre', por sua vez, é a
designação genérica dada à formação anatômica encurvada como um joelho. Essa descrição faz referência ao
aspecto adquirido na região anal de um paciente com problemas de hemorróidas, para os quais o uso da planta
é indicado. Na Antigüidade, acreditava-se que os mamilos dos anais de pessoas com hemorróidas fossem
causados por um "bicho", pois freqüentemente pessoas afetadas também tinham vermes.
Outros Nomes Populares: acataia, capiçoba, capitiçoba, capiticova, capitiçova, cataia, curage, persicária,
pimenta d'água, pimenta-do-brejo, potincoba.
Outros Idiomas: wasserpfeffer (alemão), persicaria picante (espanhol), persicaire âcre, persicaire brûlante,
piment aquatique, pique langue, renouée poivre d'eau (francês), persicaria urens, water-pepper (inglês),
poligono pepe d'acqua (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo anual, que atinge de 30 a 90 centímetros de altura. A haste é
ereta, possui nós e estrias avermelhadas. As folhas são lanceoladas, longas e possuem nervuras salientes e
glandulares. Tem flores pequenas, brancas, agrupadas em inflorescência do tipo espiga, axilar ou terminal e
comprida. O fruto é do tipo cápsula, de formato trigonal e possui sementes que medem de 2 a 3 milímetros, de
cor marrom.
Composição Química: Taninos, ácido fórmico, ácido acético, ácido valeriânico, ácido málico, fitosterina,
açúcares, quercetina, canferol, antraquinonas livres, luteolina, saponinas e pelagonidina.
Partes Usadas: Folhas, Haste.

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Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-reumática, Antiinflamatória, Cicatrizante, Diurética,
Estimulante, Febrífuga, Hemostática, Sedativa, Tônica, Vasoconstritora, Vermífuga.
Usos
culinária: Não é utilizada.
beleza: Não é utilizada.
saúde: A planta é mais conhecida por seu uso nos casos de hemorróidas, contra as quais se produz clisteres
(injeção no reto) com substâncias das folhas e talo. Também é utilizada em banhos contra a erisipela. Ainda
externamente, possui propriedades cicatrizantes. O chá, suco, tintura ou extrato fluído é indicado para casos
de disenteria, problemas de circulação como varizes, reumatismo e artrite, além de ajudar a baixar febres.
Serve também em casos de congestão cerebral, dificuldade de raciocínio, falta de memória, delírio do
psiquismo nos idosos, amenorréia e eczema. Por ser diurética, é útil contra retenção de líquido e afecção
urinária. Também é utilizada no combate a vermes.
outros usos: A planta é considerada invasora de pastos e áreas cultiváveis e é abundante em terrenos
abandonados.
Contra-Indicações: Não é indicada para gestantes.
Efeitos Colaterais: Em gestantes, pode causar hemorragias e aborto.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado, subtropical e tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: 0,5 x 0,5 metro entre plantas.
tipo de solo: Úmido e rico em matéria orgânica e nutrientes. Adapta-se bem em margens de rios.
adubação e correção: Não são necessárias.
necessidade de água: Elevada.
Colheita
Haste: Três meses após o plantio.
Folhas: Três meses após o plantio.
Secagem
Haste: Na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Folhas: Na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Acondicionamento
Haste: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Erva-de-santa-maria

Chenopodium ambrosioides L. - Chenopodiaceae


Planta descrita como nativa da América latina, provavelmente do México. Essa origem porém, é polêmica. O
naturalista Alexander von Humboldt relatou que a erva-de-santa-maria crescia desde a Pré-História nas Ilhas
Canárias, onde os povos primitivos a utilizavam para embalsamar cadáveres.
Tradicionalmente usada no Brasil, onde é encontrada em todo o território, especialmente como vermífuga e
para repelir pulgas, percevejos e piolhos. Nesse último caso, os ramos secos da planta são colocados debaixo
do colchão ou usados para varrer a casa, como se fosse uma vassoura. O processo de preparação de extratos
vermífugos com essa planta foi descrito na "Farmacopéia Brasileira", do pesquisador Rodolpho Albino Dias
da Silva, considerada a farmacopéia oficial do Brasil durante o governo de Arthur Bernardes, em 1926. O dia
de nascimento de Albino, 5 de agosto, foi escolhido para ser o "Dia do Farmacêutico" no Brasil.
O nome científico Chenopodium vem das palavras grego "chen" (ganso) e "pous" (pé), pelo fato das folhas de
várias plantas do gênero terem um formato que lembra as patas dos gansos. O nome ambrosioides deriva do
fato de as inflorescências da planta se parecerem com as de plantas do gênero Ambrosia.
Outros Nomes Populares: ambrósia, chá-do-méxico, erva-formigueira, erva-mata-pulgas, mastruço, mastruz,
mentruz, quenopódio, vomiqueira.
Outros Idiomas: Mexikanisches teekraut (alemão), pazote (espanhol), épazote (francês), Mexican tea
(inglês), ambrosia (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo anual ou perenem que atinge até 1 metro de altura. Possui
hastes eretas, cilíndricas e ramificadas. As folhas são alternas, lanceoladas e denteadas, com pêlos vesiculosos

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que contêm um líquido de odor desagradável. Os frutos são secos e as flores, minúsculas, agrupam-se em
inflorescências do tipo panícula, de coloração verde-clara. Elas aparecem no verão, seguidas por frutos de cor
verde-marrom, com uma única semente preta.
Composição Química: Óleo essencial, ascaridol, glicosídio de quercitina, isohametina, flavonóides e
saponinas.
Partes Usadas: Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antifúngica, Calmante, Diurética, Estomáquica, Expectorante,
Inseticida, Sudorífera, Vermífuga.
Usos
culinária: Usada na culinária mexicana.
beleza: Não é utilizada.
saúde: Infusões, tinturas ou extratos são usados para expulsar vermes intestinais, especialmente os
ancilóstomos e amebas, contra bronquite, tosse e tuberculose. Aumenta a transpiração e ajuda a relaxar
espasmos. Aplicada externamente, serve para curar pé-de-atleta e aliviar picadas de insetos.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser usada, em hipótese alguma, por gestantes, crianças, idosos e pessoas
debilitadas em geral. Nos demais casos, deve ser administrada com cautela, sempre com orientação médica.
Efeitos Colaterais: Em alta dosagem, é venenosa. Pode provocar irritação na pele e mucosas, vômito,
vertigem, dor de cabeça, danos nos rins e no fígado, colapso circulatório e eventualmente morte. A ingestão
de infusão ou extrato por mulheres grávidas pode provocar aborto.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical, subtropical e temperado.
exposição solar: Plena (O florescimento é estimulado por dias curtos).
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: De textura arenosa, rico em nutrientes e matéria orgânica e bem drenado; tolera solos salinos.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: No início da floração, quando as flores estiverem em botão.
Frutos: Quando estiverem maduros.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C. As folhas também podem ser usadas frescas.
Frutos: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Frutos: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Erva-mate

Ilex paraguariensis J. St-Hill - Aquifoliaceae


Originária da América do Sul, essa erva foi classificada pelo botânico francês Auguste de Saint Hillaire, que a
tornou conhecida em 1822, ao descrevê-la para o Museu de História Natural de Paris. Contudo, era usada
pelos índios de todo o continente desde tempos imemoriais. Há indícios concretos de sua utilização pelos
incas: foram encontradas folhas dessa erva em túmulos pré-colombianos na região onde hoje se localiza Lima,
no Peru. Supõe-se, ainda, que outras tribos peruanas, chilenas e bolivianas incluíam suas folhas entre os
objetos de permuta, quando faziam suas negociações.
No Brasil, as primeiras plantações foram introduzidas pelos Jesuítas, que cultivaram e comercializaram a
erva-mate até serem expulsos do país, em 1768. Hoje, na América do Sul, existem cerca de 280 espécies de
plantas conhecidas da família das aquifoleáceas, das quais 60 nascem em solo brasileiro. A erva-mate,
consumida por milhões de pessoas em todo o mundo, é cultivada somente no sul do Brasil, no Paraguai, na
província de Missiones, e no norte da província de Corriente, na Argentina.

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Entre as curiosidades que acompanham a sua história, conta-se que a amostra coletada por Auguste de Saint
Hillaire para fazer a identificação da planta teria sido encontrada nos arredores de Curitiba. Segundo essa
versão de historiadores, teria ocorrido a troca de etiquetas entre as várias espécies que o naturalista levava em
sua bagagem, o que ocasionou o ingresso da erva-mate para os catálogos de botânica como Ilex
paraguariensis, ou seja, originária do Paraguai.
Sua disseminação, entretanto, é um dos fatores que mais despertam a atenção dos curiosos. A erva-mate
propaga-se através de um dos mais requintados recursos da natureza: seus frutos servem de alimento para os
pássaros que, após digeri-los, devolvem à terra as sementes envolvidas em seus dejetos. Essa forma de
difusão, conhecida como "ornitócora", é, sem dúvida alguma, uma das razões para que a erva-mate continue
brotando e frutificando.
Outros Nomes Populares: chá-argentino, chá-das-missões, chá-do-Brasil, chá-do-paraguai, chá-dos-jesuítas,
chá-mate, congonha, congonha-das-missões, congonheira, erva, mate, mate-do-paraguai, mate-legítimo, mate-
verdadeiro.
Outros Idiomas: mate paraguaensis (alemão), yerba mate (espanhol), maté vert (francês), yerba maté
(inglês), malté (italiano).
Descrição Botânica: Planta arbórea de 12 metros de altura, de caule acinzentado. As folhas são ovais,
alternadas e margens serreadas. Apresenta inflorescências do tipo espiga, contendo de 30 a 40 flores brancas,
pequenas, com quatro pétalas. Seu fruto é uma drupa muito pequena, de cor verde quando novo e vermelho-
arroxeado quando maduro e contém 4 sementes em seu interior.
Composição Química: Água, celulose, gomas, dextrina, mucilagem, glicose, pentose, substâncias graxas,
resina aromática, legumina, albumina, cafeína, teofilina, cafearina, cafamarina, ácido matetânico, ácido fólico,
ácido caféico, ácido virídico, clorofila, colesterina e óleo essencial.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Anti-reumática, Antiulcerogênica, Digestiva, Diurética, Estimulante, Excitante,
Laxante, Sudorífica, Tonificante.
Usos
culinária: A erva verde ou tostada é usada na preparação de chás, que podem ser tomados quentes, frios
ou gelados. É o ingrediente principal do chimarrão, bebida típica da região sul do Brasil.
beleza: Como o chá diminui a sede e a fome, e auxilia no combate à ansiedade, é utilizado como
coadjuvante em dietas de emagrecimento.
saúde: Favorece a diurese, facilita a digestão, tem ação profilática contra gripe, resfriados, febres e
inflamações. Atua nos casos de neurastenia e depressões nervosas. Pode ser ainda usado para tratamento de
constipação, úlceras e reumatismo.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Desaconselhado para pessoas que sofrem de insônia e nervosismo.
Efeitos Colaterais: O uso adequado não produz efeitos colaterais.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado sem estação seca.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: De textura argilosa, medianamente profundo a profundo, com baixo teor de nutrientes e
alumínio.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade, na época do plantio.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Anualmente, de abril a setembro.
Secagem
Folhas: São tostadas rapidamente no fogo e, depois, são secas em secadores mecânicos ou fornalhas, por
cerca de vinte horas.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Espinafre

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Spinacia oleracea - Chenopodiaceae


Originário da Ásia e introduzido na Europa no século 12. O nome espinafre vem do árabe "isbinakh". Spinaca
oleracea é a espécie conhecida como espinafre-verdadeiro. No entanto, existe outra espécie, mais cultivada no
Brasil e em Portugal, chamada de espinafre-da-nova-zelândia ou armolão. É a Tetragonia expansa, da família
das Aizoaceae, que tem várias hastes rasteiras, mede entre 60 centímetros e 1 metro e possui folhas menores,
que lembram um losango (por isso o nome Tetragonia).
Outros Nomes Populares: espinafre-europeu, espinafre-verdadeiro.
Outros Idiomas: spinat (alemão), espinaca (espanhol), epinard (francês), spinach (inglês), spinàcio (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo anual e que se desenvolve formando uma roseta próxima ao
solo. As folhas são grandes, verdes-escuras, com pecíolo curto, arredondadas ou triangulares, de superfície
ondulada e nervuras pronunciadas. As flores surgem no verão e são pequenas, verdes, com bractéolas
frutíferas e pouco vistosas. Os frutos são pequenos, com 2 a 4 espinhos.
Composição Química: Ácido oxálico, vitaminas B, K e A, beta-caroteno, zinco, fósforo, sódio, potássio,
ferro orgânico, cálcio, magnésio, nitratos, oxalatos e proteínas como ribulose 1,5-bifosfato carboxilase-
oxigenase, cictocromo f-plastocianina e glicolate oxidase.
Partes Usadas: Folhas, Raízes, Talos.
Propriedades Medicinais: Antianêmica, Despigmentadora, Digestiva, Estimulante, Estomáquica,
Fortificante, Nutritiva, Remineralizante, Revitalizante.
Usos
culinária: Consumido in natura em saladas e sucos; usado também na preparação de refogados, sopas,
suflês, cremes, massas, recheio para lasanhas, panquecas, crepes e canelone.
beleza: Serve para clarear a pele e remover manchas decorrentes do mau funcionamento do fígado e da
vesícula.
saúde: Estimula a ação peristáltica dos intestinos, facilitando a digestão. O ácido oxálico, contido
especialmente nos talos e raízes, é estimulante do pâncreas. Rico em ferro, é recomendado contra anemia e
desnutrição. Corrige o excesso de ácidos formados no organismo pelo consumo de açúcar, carnes e gorduras.
Combate pressão alta, arteriosclerose e artrite, sendo um excelente alimento para os nervos e o cérebro.
Fortalece as defesas do organismo, aumentando a resistência a infecções.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Pessoas reumáticas ou com problemas de fígado e rins ou ainda com inflamações do tubo
digestivo e vias urinárias.
Efeitos Colaterais: Pode causar irritações no trato digestivo e alergias em pessoas sensíveis, principalmente
em bebês e crianças, devido à elevada concentração de nitratos e oxalatos.
Cultivo e Conservação
clima: Prefere climas amenos, mas resiste ao calor.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: sementes (devem ficar de molho por 24 horas antes do plantio, para facilitar a germinação).
espaçamento: 40 centímetros entre plantas.
tipo de solo: Pouco exigente quanto ao solo, crescendo em terras com vários tipos de textura.
adubação e correção: Esterco líquido em cobertura um mês antes do plantio.
necessidade de água: Moderada (Regas a cada dois dias no canteiro, mas diárias na sementeira).
Colheita
Folhas, Talos e Raízes: A partir de 60 dias após a semeadura.
Secagem
Folhas, Talos e Raízes: Usados na forma fresca.
Acondicionamento
Folhas, Talos e Raízes: Na geladeira, por até uma semana.

Esponjeira

Acacia farnesiana (L.) Willd - Fabaceae (Leguminosae)


Árvore originária da África, Ásia e Oceania. O nome acacia vem do grego akis – que significa ponta – em
referência aos seus espinhos, e a palavra farnesiana vem da associação com os jardins do castelo da família
Farnesio, em Roma (Itália), onde ela era encontrada. Por possuir madeira densa e durável, a Acacia farnesiana

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é utilizada há vários séculos na construção de cercas de proteção. Os galhos desta árvore forte e de flores
muito perfumadas eram utilizados na Índia como escova-de-dentes. Seus sinônimos científicos são: Mimosa
farnesiana e Vechellia farnesiana.
Outros Nomes Populares: Espinilho.
Outros Idiomas: süsse akazie (alemão), mimosa e aromo (espanhol), acacie odorante (francês), cassie e
opopanax (inglês).
Descrição Botânica: Planta arbustiva, decídua e espinhosa, de pequeno porte e que mede entre 4 e 7 metros.
Tem tronco denso, com casca dotada de espinhos, de cor marrom-claro. Os galhos são lisos ou quase lisos,
avermelhados puxando para o verde, com pequenas glândulas. Possui folhas duplas pinuladas, com uma
pequena glândula no pé de cada folha. Suas flores são de cor amarelo intenso e brilhante, têm forma redonda,
são perfumadas, retas ou curvas, têm cálice e corola lisos e medem de 4 a 7,5 centímetros. Os frutos são do
tipo vagem, indeiscentes, retos ou curvos, medindo de 4 a 7,5 centímetros de comprimento, de cor marrom
escura, com leves estrias longitudinais. As sementes são marrom, de formato elíptico, medindo de 7 a 8
milímetros de comprimento.
Composição Química: catecol, alanina, alfa-terpineol, aminoácidos, anisaldeído, apigenina, arginina, ácido
ascórbico, benzaldeído, betacaroteno, betageraniol, cálcio, campesterol, cumarina, ácido elágico, eugenol,
farnesol, ácido gálico, geraniol, glicina, histidina, ferro, isoleucina, kaempferol, leucina, linalol, linamarina,
metionina, mucilagem, naringenina, niacina, ácido palmítico, quercetina, riboflavina, ácido salicílico,
sitosterol, stigmasterol, taninos, tiamina, triptofano, tirosina, valina.
Partes Usadas: Flores, Raízes, Sementes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Analgésica, Anti-reumática, Antibacteriana, Antidiarréica,
Demulcente, Digestiva, Emoliente, Estimulante, Estomáquica, Hipertensiva.
Usos
culinária: Não é utilizada.
beleza: Das flores destiladas é produzido um óleo do qual sai a essência para perfumes, comercializados
principalmente na França (Europa) e distribuídos mundialmente, principalmente nos Estados Unidos.
saúde: A decocção da raiz é usada para combater diarréia, reumatismo, para estancamento de sangue, em
casos de dificuldades de digestão, dispepsia e cãibra. A substância pegajosa de sua raiz é mastigada para
aliviar dor de garganta. Em alguns países, como o México, a planta tem funções únicas. Lá, o punhado de
folhas secas é utilizado para pulverizar machucados. Na Colômbia, a planta é usada para combater a tifóide
(doença infecciosa grave que é causada por bactérias no intestino). No Panamá e em Cuba, é usada no
combate à conjuntivite. Suas flores são adicionadas a uma pomada especial e friccionadas na testa para tratar
dores de cabeça. Em banhos quentes, são usadas para ajudar na cura de câncer no estômago. Um curativo feito
do fruto é usado para aliviar tumores. Pode ser usada ainda no tratamento de pessoas hipotensas.
outros usos: A partir da madeira desta árvore são feitas cercas - a parte que tem espinhos é utilizada para
fazer cercas de proteção, pois elas são muito eficientes. Na Europa, a planta é usada na preparação de buquês.
A substância pegajosa que possui costumava ser usada como uma espécie de cola e preencher lacunas nas
louças de barro quando estas se quebravam - é considerada mais eficiente que as outras espécies de Acácia
que possuem uma substância parecida. Na Costa do Marfim, era ingrediente na produção de flechas com
veneno e, no Brasil, o seu raro alcalóide das sementes é utilizado para envenenar cães violentos.
Contra-Indicações: Não é indicada para pessoas hipertensas.
Efeitos Colaterais: A planta possui aminas vasoativas que contém um alcalóide capaz de elevar a pressão
sangüínea e aumentar a permeabilidade capilar.
Cultivo e Conservação
clima: Quente ou frio.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: De textura areno-argilosa e bem drenado. No entanto, pode se desenvolver em solos das mais
diversas condições, pois não é exigente quanto a nutrientes, matéria orgânica ou estrutura da terra. É resistente
a baixas temperaturas, geadas e seca.
adubação e correção: Não é exigente.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Flores: A árvore começa a florear no terceiro ano, principalmente de novembro a março.

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Sementes: Quando os frutos estiverem maduros.
Raízes: No outono, retirando apenas as brotações da raiz.
Secagem
Flores: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35°C.
Sementes: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
45°C.
Raízes: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
45°C.
Acondicionamento
Flores: Em sacos de pano ou de papel, em local seco, bem ventilado e protegido da luminosidade.
Sementes: Em sacos de pano, em local seco, bem ventilado e protegido da luminosidade.
Raízes: Em sacos de pano ou caixas de papelão, em local seco, bem ventilado e protegido da
luminosidade.

Estévia

Stevia rebaudiana (Bertoni) Bertoni - Asteraceae (Compositae)


Originada no Paraguai, ela é facilmente encontrada em toda a América do Sul. Começou a ser introduzida no
Brasil por volta de 1945, crescendo bem principalmente no Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. É utilizada como substituto do açúcar, por causa de seu poder adoçante, trezentas vezes maior
que o do açúcar comum.
Outros Idiomas: saccharinpflanze (alemão), hierba dulce (espanhol), stervia (francês), sweetleaf (inglês),
eupatorio (italiano).
Descrição Botânica: Planta de porte herbáceo, ciclo perene, que atinge entre 40 cm e 1,20 m de altura. Sua
haste é ramificada e suas folhas são opostas, incompletas, simples, de formato lanceolado e bordos inteiros.
As flores são brancas e agrupadas em inflorescências do tipo capítulo. O fruto é um aquênio, escuro e contém
apenas uma semente.
Composição Química: Glicosídeos, saponina, tanino e óleo essencial.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Cardiotônica, Diurética, Hipoglicêmica, Refrigerante.
Usos
culinária: Usada para substituir o açúcar em indústrias alimentícias de conservas, licores, bebidas,
sorvetes e leite em pó. Adoçantes à base de estévia são encontrados para consumo caseiro em lojas de
produtos naturais.
beleza: Auxilia no tratamento de obesidade, servindo como substituto do açúcar em dietas de
emagrecimento.
saúde: O chá pode ser usado no tratamento de diabetes, mas é necessário acompanhamento médico.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não é indicada para pessoas com problemas cardíacos, a não ser quando for receitada por
um médico.
Efeitos Colaterais: Pode causar aceleração dos batimentos cardíacos.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical úmido.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes e estacas.
espaçamento: 1,10 m entre linhas e 50 cm entre plantas.
tipo de solo: Rico em nutrientes e matéria orgânica, com pH ligeiramente ácido, úmido, poroso e bem
drenado.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou composto orgânico, incorporados a 30 cm de
profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: De 3 a 5 meses do plantio, na época da floração.
Secagem

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Folhas: Devem ser secadas inicialmente à sombra.
Acondicionamento
Folhas: Em latas ou vidros escuros e bem tampados.

Eucalipto

Eucalyptus globulus Labill - Myrtaceae


O eucalipto é uma planta originária da Austrália. Seu nome científico, "eucalyptus", é derivado das palavras
gregas "eu", que significa "bem", e "kalyptus", que quer dizer "cubro", em alusão ao crescimento rápido. Por
esse motivo, ele é usado amplamente no reflorestamento e na produção de celulose (papel). É uma planta
muito melífera, usada em perfumes e produtos de limpeza.
Outros Nomes Populares: árvore-da-febre, gomeiro-azul.
Outros Idiomas: blaugummibaum (alemão), ocalo (espanhol), eucalyptus (francês), eucalyptus (inglês),
eucalipto (italiano).
Descrição Botânica: O eucalipto é uma planta de porte arbóreo, grande e que atinge até 70 metros de altura.
Tem ramos cilíndricos, pouco folhosos e com casca lisa, de coloração acinzentada ou castanha. Suas folhas
são alternas, com pecíolo e superfície coriácea. Suas flores são axilares e de coloração branca ou amarelada. O
fruto é do tipo cápsula, com sementes férteis, de formato arredondado e coloração preta, ou inférteis, de
coloração vermelha e formato filiforme.
Composição Química: ácido butírico, ácido gálico, ácido hidrociânico, ácido isobutírico, ácido isovalérico,
ácido quínico, ácido tânico, álcool cumínico, borneol, benzaldeído, butiraldeído, carvone, cimeno, cineol,
citral, ellagitaninos, eucaliptol, geraniol, isopreno, isovaleraldeído, felandreno, flavonóides, limoneno, linalol,
pineno, quercitrina, rutina, saponina, triterpenos e valeraldeído.
Partes Usadas: Folhas, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-séptica, Antiinflamatória, Antimicrobiana, Antivirótica,
Aromática, Balsâmica, Calmante, Descongestionante, Desodorante, Expectorante, Febrífuga, Refrescante,
Repelente, Tônica, Vermífuga, Vulnerária.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Acne e foliculite, mau hálito, herpes labial e bolhas nos pés e mãos.
saúde: Dores musculares, desordens das vias respiratórias, catarro, tosse, bronquite, infecção da garganta,
tétano, difteria, vermes intestinais, asma, febre, febre malárica, ulcerações, chagas, gripe, ciática, gota,
reumatismo, nevralgias, cistite e nefrite.
outros usos: Amplamente usado no reflorestamento e na produção de celulose (papel). É uma planta
muito melífera (que produz muito mel), usada em perfumes e produtos de limpeza.
Contra-Indicações: gestantes, lactantes, recém-nascidos, inflamação dos órgãos abdominais e dutos biliares;
não aplicar preparados de eucalipto na face, principalmente na região do nariz.
Efeitos Colaterais: náusea, vômitos e diarréia.
Cultivo e Conservação
clima: regiões quentes, com inverno ameno.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes em sementeira.
espaçamento: raio de 1,5 metro a partir de cada planta.
tipo de solo: textura leve, bem drenado e qualquer pH.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Flores e Inflorescência: em qualquer época.
Secagem
Flores e Inflorescência: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura
máxima de 35°C.
Acondicionamento
Flores e Inflorescência: em sacos de papel, plástico transparente ou recipientes de vidro bem fechados.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Eufrásia

Euphrasia officinalis L. - Scrophulariaceae


Planta originária do hemisfério norte, principalmente da Europa, Sibéria e Himalaia. Seu nome vem do grego
euphraino, que significa “alegria da cura”. Esta planta é conhecida popularmente pelas suas propriedades
curativas de doenças dos olhos, mas a literatura médica ainda não chegou a um consenso sobre esse poder de
cura. Na época medieval, a eficácia dessas propriedades estaria ligada apenas ao fato de a flor da eufrásia ter
uma corola branco-azulada com uma mancha amarela, tornando-se, desta forma, semelhante à imagem do
olho e da pupila.
Outros Nomes Populares: Consolo-da-vista.
Outros Idiomas: echter augenstrost (alemão), euphraise officinale (francês), eyebright (inglês), eufrásia
(italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de hábito semi-parasita, de ciclo anual e que atinge cerca de 30
centímetros de altura. A haste é ereta e levemente ramificada. As folhas são verdes, opostas, de formato oval e
bordo dentado. As flores são hermafroditas, brancas, com linhas azuis e violetas e pequenas manchas amarelas
e medem de 5 a 15 milímetros. O fruto é do tipo cápsula, de formato oblongo e comprimido e possui duas
cavidades contendo numerosas sementes.
Composição Química: Ácido ascórbico, aucubina, betacaroteno, ácido caféico, ácido ferúlico, galotaninos,
taninos.
Partes Usadas: Parte aérea.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Analgésica, Anestésica, Antialérgica, Antiespasmódica,
Antiinflamatória, Aperiente, Cicatrizante, Digestiva, Expectorante, Peitoral.
Usos
culinária: Não é utilizada.
beleza: Não é utilizada.
saúde: Seu principal uso é para a cura de doenças ligadas aos olhos, como conjuntivite e outras infecções.
É utilizada também nos casos de lacrimação, sensibilidade excessiva à luz solar e cansaço dos olhos. É
empregada ainda no tratamento de sinusite, rinite alérgica, infecções respiratórias, dor-de-cabeça, insônia,
cãibras, herpes e perturbações nervosas. Outra utilização é para ajudar a abrir o apetite, estimular e regularizar
a digestão e cicatrizar feridas.
outros usos: Não há.
Contra-Indicações: Não é indicada para gestantes, nutrizes e crianças.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Textura média, rico em nutrientes e úmido.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou composto orgânico, incorporados a 30
centímetros de profundidade, no momento do plantio.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Parte aérea: Na época de floração, que ocorre no verão e começo do outono.
Secagem
Parte aérea: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima
de 35°C.
Acondicionamento
Parte aérea: Em sacos de pano, em local seco e bem ventilado, longe da luminosidade.

Falso-boldo

Plectranthus barbatus Andrews - Lamiaceae (Labiatae)


Originário da África, é muito comum em quintais e jardins no Brasil. Devido à riqueza de suas cores, chegou
a ser bastante cultivado no século 19 como planta ornamental. Tem outro nome científico sinônimo, Coleus

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barbatus, pelo qual é mais conhecido fora do Brasil.
Outros Nomes Populares: boldo-comum, boldo-de-jardim, malva-amarga, malva-santa, sete-dores, tapete-
de-oxalá.
Outros Idiomas: Cóleo (espanhol), Coléus (francês), Coleus (inglês).
Descrição Botânica: Planta subarbustiva que pode atingir de 1 a 2 metros de altura, de ciclo perene, caule
sublenhoso e ramificado, folhas opostas, ovada-lanceoladas, de bordo denteado e pilosas, aveludadas. As
flores, de coloração azulada, puxada para o violeta, agrupam-se em inflorescências do tipo racemo.
Composição Química: Óleo essencial, resinas, flavonóides, saponinas e terpenos.
Partes Usadas: Parte aérea.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Antiesclerótica, Antiinflamatória, Antimicrobiana, Carminativa,
Colerética, Digestiva, Dilatador de coronárias, Espasmódica, Gástrica, Hepatoprotetora, Hiposecretora,
Tônica.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Não é usado.
saúde: Usado contra azia, dispepsia, afecções hepáticas e biliares, favorecendo a digestão, e contra ressaca
alcoólica. Existem ainda estudos de seus efeitos na contração do coração, circulação e coagulação.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Quando usado por longos períodos, ou em doses elevadas, pode causar irritação gástrica.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado, subtropical e tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Estacas.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Ácido, com boa drenagem e rico em matéria orgânica.
adubação e correção: 5 quilos/m2 de esterco de curral curtido ou composto orgânico; não deve receber
calagem pesada.
necessidade de água: Moderada (Moderada, não tolera solos encharcados).
Colheita
Parte aérea: Na estação chuvosa (de novembro a março).
Secagem
Parte aérea: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima
de 40º C.
Acondicionamento
Parte aérea: Em sacos de pano, longe da luminosidade.

Feijão azuki

Vigna angularis (Willd.) Ohwi & H. Ohashi - Fabaceae (Leguminosae)


Originário da Ásia, o feijão azuki é amplamente consumido nos países orientais, especialmente na China e
Japão, onde se acredita que seu cultivo tenha começado a partir do ano 1.000 a.C. Ele é a base para pratos
conhecidos da culinária japonesa, como o mochi, uma espécie de bolinho doce. O legume, aliás, é usado no
preparo de pratos doces, e não de salgados, diferentemente do Brasil, onde os campeões da culinária são o
feijão carioquinha ou o preto. O azuki foi introduzido no Brasil pela colônia japonesa. Seu consumo também é
amplo entre os adeptos de culinária naturalista, que usam o legume para fazer feijoadas (neste caso, salgadas)
e afirmam que esse tipo de feijão não fermenta tanto quanto os outros.
Outros Nomes Populares: azuki, feijão vermelho.
Outros Idiomas: adzukibohne (alemão), azuki, chi dou ou hong xiao dou (chinês), adzuki (espanhol),
haricots adzuki (francês), Adzuki bean (inglês), azuki (japonês).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo anual, espessa, que pode atingir cerca de 90 centímetros de
altura. Possui caule verde e estípulas pequenas, trilobadas e lanceoladas. As folhas são pinadas e trifoliadas,
com a metade geralmente oval, com cerca de 6 centímetros de largura e 8 de comprimento. Possui flores
amarelas, com fios semelhantes a cabelos, com estigmas aplanados e assimetricamente alongados para a
esquerda, agrupadas em inflorescências axilares do tipo racemo, que saem de longas hastes das partes mais

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altas da planta. As sementes são subcilíndricas, de cor vermelho-escura e hilo branco alongado.
Composição Química: proteínas, lipídios, glicídios, vitamina B1, vitamina B2, niacina, vitamina C (ácido
ascórbico), fósforo, ferro, fibras.
Partes Usadas: Sementes.
Propriedades Medicinais: Diurética, Nutritiva.
Usos
culinária: É utilizado na culinária japonesa para o preparo de bolinhos doces (mochi), para o recheio de
doces e também misturado ao arroz branco feito à moda japonesa (shirogohan). É empregado também no
preparo de bolos, sorvetes e bebidas. Além disso, é utilizado na culinária macrobiótica como substituto do
feijão preto ou carioquinha.
beleza: Não é usado.
saúde: Pode ser empregado na dieta de quem sofre carência de nutrientes como cálcio, fósforo, ferro e
vitaminas do complexo B e na recuperação de convalescentes. Ajuda o organismo a eliminar água e contribui
para o bom funcionamento dos rins.
outros usos: Não há.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura pesquisada.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura pesquisada.
Cultivo e Conservação
clima: Subtropical (de 20o C a 30o C).
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: 50 a 70 centímetros entre plantas.
tipo de solo: Úmido, rico em nutrientes, bem drenado e com pH entre 5,8 e 6,4.
adubação e correção: Deve ser aplicado calcário, dependendo da elevação do índice de saturação em
bases a 70%, pelo menos uma vez por ano. Pode-se aplicar de 30 kg a 50 kg de nitrogênio, óxido de potássio e
óxido de fósforo.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Sementes: O ciclo completa-se entre 110 e 120 dias. As vagens devem ser colhidas quando estiverem
maduras, quase secas e apresentando cor amarronzada.
Secagem
Sementes: As sementes já são secas.
Acondicionamento
Sementes: Em sacos de pano ou de plástico atóxico, em local seco e vem ventilado.

Feijão

Phaseolus vulgaris L. - Fabaceae (Leguminosae)


O cultivo dessa espécie começou há pelo menos sete mil anos, originando-se em dois lugares: o primeiro, e o
mais importante, está localizado na América Central, nos altiplanos do México e da Guatemala. O segundo
localiza-se na Ásia Tropical. Somente por volta de 1.540 essa cultura foi introduzida na Europa e hoje se
encontra generalizada em todo o mundo, por causa do alto valor nutritivo do feijão. Ele tem especial
importância no Brasil, não só por ser o país o maior produtor e consumidor mundial, mas também por ser o
feijão uma das principais fontes protéicas na dieta do brasileiro.
Outros Nomes Populares: feijão-base, feijão-comum, feijoeiro.
Outros Idiomas: gartenbohne (alemão), frijol (espanhol), haricot (francês), bean (inglês), fagiolo (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, pubescente, de ciclo anual e que atinge cerca de 60 cm de altura. Seus
caules são finos e eretos. Também é encontrada na forma de trepadeiras, com até 3 m de extensão. As folhas
são verdes, compostas por 3 folíolos, alternas, com pecíolo longo e presença de estípulas. As flores são de
coloração branca, amarela ou roxa, agrupadas em inflorescências do tipo racemo axilar. O fruto é uma vagem
linear, com até 15 cm de comprimento. Contém numerosas sementes de coloração variada, dependendo da
variedade.
Composição Química: Proteínas, celulose, cálcio, ferro, glicídios, lipídios, fosfato de potássio, sais minerais
e vitaminas do complexo B.
Partes Usadas: Sementes.

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Propriedades Medicinais: Alcalinizante, Anti-reumática, Eupéptica, Fortalecedora, Hipoglicêmica,
Nutritiva.
Usos
culinária: Um dos principais componentes da cozinha brasileira, as sementes (que são o feijão
propriamente dito) cozidas são usadas em sopas, virados, como acompanhamento do arroz, saladas, farofas e
caldos.
beleza: Não é usado.
saúde: Os grãos são usados na alimentação para o tratamento da anemia e desnutrição. Na forma de
compressas e emplastros, os grãos agem contra dores reumáticas, dores ciáticas e nevralgias. As vagens
verdes cozidas são usadas como alimento nos casos de acidose, edemas, diabetes e flatulência.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Desaconselhado aos que sofrem de reumatismo, nefrite, hepatite, artritismo e gota e aos
que apresentam distúrbios no metabolismo do ácido úrico (hiporuricemia).
Efeitos Colaterais: O consumo dos grãos na forma de alimento deve ser restrito para pessoas que apresentem
dificuldades digestivas, pois pode causar flatulência.
Cultivo e Conservação
clima: Ameno, com temperaturas entre 15º e 30º C.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento: 60 x 30 cm.
tipo de solo: Leves, com bastante composto e com pH de 6,5.
adubação e correção: Fósforo e potássio nos sulcos de plantio, ao lado e abaixo das sementes, e
nitrogênio em cobertura, distribuído em filete ao lado das plantas, de 15 a 25 dias após a emergência.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Sementes: Deve ser iniciada quando as hastes estiverem em estado adiantado de secagem e quando a
maioria das folhas estiverem caídas. Neste ponto, as vagens já estarão secas, com coloração amarelo-palha.
Secagem
Sementes: Após a colheita, pendure as plantas de cabeça para baixo em um local abrigado e seco.
Acondicionamento
Sementes: Em lugar seco e escuro, mas não deve ser armazenado por muito tempo devido a criação de
carunchos.

Feno-grego

Trigonella foenum-graecum L. - Fabaceae (Leguminosae)


A planta é originária da região mediterrânea da Ásia e do Oriente Médio, mas também cresce em regiões mais
setentrionais, sendo cultivada nos campos pelas suas qualidades alimentares e medicinais. Era usada pelas
mulheres dos haréns do norte da África e do Oriente Médio, principalmente pelas turcas, que perfumavam
seus hálitos e eliminavam o odor desagradável do corpo com banhos e loções feitas com as sementes dessa
planta.
Outros Idiomas: griechischer bockhornklee (alemão), alholva (espanhol), fenugrec (francês), fenugreek
(inglês), fieno greco comune (italiano).
Descrição Botânica: Planta de caule ereto, de flores sésseis, amareladas ou alvas, solitárias ou geminadas na
axila das folhas, cujo fruto é vagem séssil, achatada, com sementes ovóides, amarelas e transversalmente
reticuladas, e que fornece forragem.
Composição Química: albuminas, mucilagens, alcalóide tóxico (trigonelina), colina, ácidos graxos, ácido
malônico, alcalóides, carpaína, colina, cumarina, fenogrequina, fitosteróis, glicídeosluteonina, óleo essencial,
óleo fixo, oligossacarídeos, proteínas, quercetina, trigogenina, e vitexina.
Partes Usadas: Sementes.
Propriedades Medicinais: Antiinflamatória, Antitumoral, Antitussígena, Digestiva, Emoliente, Estimulante,
Fortificante, Hipoglicêmica, Tônica.
Usos
culinária: Semente de aroma intenso, é um dos itens que usualmente faz parte do condimento Curry, é
utilizada para temperar carnes e picles e também é muito usada na cozinha indiana, por causa do seu sabor

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amargo e aromático. Mistura-se bem com as outras especiarias.
beleza: Usado em cremes nutritivos para amaciar a pele e recuperar sua textura suave e em máscaras
faciais e compressas frias para casos de inflamação da pele.
saúde: Por ser revigorante geral, é indicada para crianças com dificuldades nos desenvolvimentos físico e
psíquico e para adultos com astenias e anorexia. Também é bastante utilizado em compressas e clister. Em
medicina veterinária, as sementes servem para aumentar a produção láctea.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: de acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações ao uso externo.
Efeitos Colaterais: pode causar alguns efeitos colaterais desagradáveis pelo uso contínuo na pele.
Cultivo e Conservação
clima: temperado ameno.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes.
espaçamento: –.
tipo de solo: rico em calcário, nutrientes e bem drenado.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou composto orgânico, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Brotos: No início da maturação.
Sementes: Quando estiverem maduras.
Secagem
Sementes: Ao sol, em local bem ventilado.
Acondicionamento
Sementes: Em recipientes de vidro, bem fechados.

Figo-da-índia

Opuntia ficus-indica (L.) Mill - Cactaceae


Planta originária do México que se desenvolveu muito bem nos países quentes da América do Sul. A espécie
foi introduzida também na Europa, entre os séculos 16 ou 17. No Brasil, é muito usada nos estados da Região
Sul, onde se faz com os frutos um xarope que é usado no combate à tosse.
Outros Nomes Populares: figueira-da-barbaria, figueira-da-índia, figueira-do-inferno, palma-forrageira.
Outros Idiomas: feigenkaktus (alemão), tuna de campo (espanhol), figue de barbarie ou nopal (francês),
mission cactus ou yellow tuna (inglês), ficodindia (italiano).
Descrição Botânica: Arbusto ereto e bastante ramificado, que atinge entre 3 a 5 metros de altura. Seu tronco
é lenhoso, com cerca de 30 centímetros de diâmetro, com artículos ou segmentos carnosos, verde-claros e
armados de espinhos vigorosos. As flores são amarelas, sésseis, hermafroditas e solitárias. O fruto é um baga,
que pode ter cor vermelha, amarelo-esverdeada ou branca, de acordo com as variedades. Mesmo tendo alguns
poucos espinhos, seus frutos são comestíveis.
Composição Química: Carboidratos, proteínas e vitaminas A, B1 e B12.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antiasmática, Antidiarréica, Antitussígena, Colagoga, Diurética,
Emoliente, Hipoglicêmica, Sedativa, Vermífuga.
Usos
culinária: Os frutos podem ser usados em doces e geléias, mas também são ótimos para consumo ao
natural.
beleza: É uma fruta pouca calórica e sem gorduras, adequada às dietas de emagrecimento.
saúde: Alivia tosses persistentes, inclusive a coqueluche, e ajuda a combater a diarréia e a disenteria.
Ajuda no tratamento de asma, afecções das vias respiratórias, tosse, vermes, dores reumáticas, inflamações e
afecções do fígado. Ajuda a controlar o diabetes.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
clima: Subtropical, com temperaturas entre 12 a 34° C.
exposição solar: Plena.
propagação: Mudas e sementes.
espaçamento: 3 x 4 metros, mas pode variar de acordo com o solo.
tipo de solo: Solto, de textura arenosa, calcária ou pedregosa, pouco fértil e superficial.
adubação e correção: Matéria orgânica em decomposição.
necessidade de água: Moderada (Evitar o contato da planta com a água).
Colheita
Frutos: Quando estiverem no início do amadurecimento, no ponto máximo de desenvolvimento.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: Quando maduros, acondicionar em pequenas caixas de papelão cobertas dentro da geladeira;
quando ainda verdes, manter em temperatura ambiente até que completem a maturação.

Figo

Ficus carica L. - Moraceae


Planta originária da Ásia. Alguns registros afirmam que a fruta já era consumida desde o final da Idade da
Pedra. Na Bíblia, tanto no velho quanto no novo testamento, existem várias passagens a respeito do fruto, que
representa a paz e a harmonia. No Brasil, a figueira chegou pelas mãos de Martim Afonso de Souza, em
meados do século 16. Hoje, o figo é cultivado principalmente no Sul e Sudeste do país.
Outros Nomes Populares: Figueira.
Outros Idiomas: feigenbaum (alemão), higo (espanhol), figue (francês), fig (inglês), fico (italiano).
Descrição Botânica: Arbusto latescente que, quando cultivado e podado, chega a atingir o máximo de 3
metros de altura. As raízes são fibrosas, superficiais e extensas. O caule e os ramos são moles e rompem-se
com facilidade, têm casca de superfície lisa e coloração verde a acinzentada. As folhas são verde-escuras na
parte superior do limbo e verde-claras na inferior, cobertas de pêlos, alternas, pecioladas, de formato oval,
palmatilobadas, cordiformes na base, de textura coriácea e recortadas em cinco a sete lobos. Elas são
decíduas, mas em algumas regiões tropicais podem passar o ano todo verdes, sem cair do pé. As flores são
masculinas e femininas. O agrupamento delas dá origem a uma infrutescência chamada de sicônio, com uma
estrutura carnosa e suculenta, de formato periforme, comestível, de coloração que varia do branco-amarelado
ao roxo.
Composição Química: Ácido araquídico, ácido ascórbico, ácido bórico, ácido cítrico, ácido fumárico, ácido
glutâmico, ácido linoléico, ácido linolênico, ácido málico, ácido oléico, ácido oxálico, ácido pantotênico,
ácido quínico, ácido succínico, arabinose, arginina, carboidratos, betacaroteno, cistina, clorofila, fitosteróis,
frutose, glicina, glicose, histidina, isoleucina, leucina, luteína, mucilagem, pectina, proteína, riboflavina, sais
minerais (boro, cálcio, cobre, fósforo, potássio, zinco), serina, sucrose, valina e vitamina B6.
Partes Usadas: Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Antiinflamatória, Antilítica, Antioxidante, Depurativa, Digestiva, Diurética,
Laxante, Vermífuga.
Usos
culinária: Pode ser consumido “in natura”, ou na forma de doce seco, cristalizado e em conserva,
utilizando-se os frutos ainda verdes. Suas folhas são usadas para preparar licor, xaropes e chás.
beleza: Não é usado.
saúde: É indicado para pessoas com problemas dos brônquios, contra gripes, resfriados, irritações da
garganta e faringite. Aplicado em compressas quentes, amadurece e desfaz abscessos e furúnculos. Quando
cozido com leite, ajuda a combater inflamações da boca e abscessos das gengivas. Os figos “in natura” são
recomendados para pessoas com cálculos renais e biliares.
outros usos: Não encontrados na literatura pesquisada.
Contra-Indicações: Pessoas que sofram de acidez do estômago, artrite ou obesidade.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Subtropical, regiões áridas e semi-desérticas.
exposição solar: Plena.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
propagação: Por sementes, estaquia, mergulhia ou enxertia.
espaçamento: 2,5 x 2,5 ou 3,0 x 3,0 metros.
tipo de solo: Rico em nutrientes, calcáreo, profundo, úmido, permeável, poroso, bem drenado e com pH
entre 5,6 e 6,8.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade, na época do plantio.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Durante todo o ano.
Frutos: A partir do segundo ano após o plantio, nas horas frescas da manhã. Aconselha-se retirá-los do pé
ainda não completamente maduros para aumentar sua vida útil. Convém usar uma boa luva protetora para
evitar o contato da pele com o látex de ação cáustica.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Frutos: Devem ser consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Frutos: Devem ser consumidos na forma fresca.

Folha-da-fortuna

Kalanchoe brasiliensis Cambess. - Crassulaceae


Planta nativa da Amazônia, utilizada pelos índios para tratar de feridas externas e tumores. É conhecida
também como saião-africano pela largura de suas folhas. Popularmente, é empregada externamente na
cicatrização de feridas, queimaduras, picadas de insetos e, internamente, no combate à tuberculose e doenças
do pulmão. A planta é uma das mais utilizadas nos rituais de umbanda e candomblé, nos quais é empregada
em banhos purificadores. A flor atrai dinheiro, segundo crença popular. Por isso, a planta também é chamada
de folha-da-fortuna.
Outros Nomes Populares: coirama, coirama-branca, coirama-brava, folha-da-costa, odundun, saião, saião-
africano, tapete-de-oxalá.
Outros Idiomas: hoja de aire, paochecara e sayao (espanhol), coirama (inglês).
Descrição Botânica: Planta semi-arbustiva, de ciclo perene e com ramos levemente arroxeados. As folhas são
verdes, suculentas, opostas, bordos serrilhados, formato lanceolado e com nervura central aparente. Possui
flores com pétalas avermelhadas e sépalas amarelo-esbranquiçadas, com corola de formato tubular e estão
agrupadas em inflorescências do tipo panícula.
Composição Química: Ácido acético, alfa-amirina, briofilina, ácido caféico, ácido ferúlico, ácido fumárico,
glutinol, ácido isocítrico, kaempferol, ácido lático, ácido málico, mucilagem, ácido oxálico, ácido p-cumárico,
quercetina, taraxerol, friedelina, patuletina.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Antibacteriana, Antigripal, Antiinflamatória, Antiirritante, Antimicrobiana,
Antipirética, Antiviral, Cicatrizante, Estomáquica, Hipocolesterolêmica, Vulnerária.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: O suco das folhas é empregado externamente para a cicatrização de feridas, aftas, frieiras, micoses,
alergias a picadas de insetos, queimaduras e verrugas. O uso interno, por infusão ou decocção, é feito
popularmente para combater tuberculoses, doenças de pulmão, fortes gripes, febres, dores de estômago e
problemas intestinais. As folhas frescas misturadas com aguardente também são empregadas contra dores de
cabeça e enxaquecas. Além da decocção e infusão, as folhas também podem ser ingeridas depois de serem
deixadas de molho na água durante uma noite inteira. A água das folhas é empregada contra azia. O suco das
folhas misturado com leite materno pode ser empregado contra dor de ouvido.
outros usos: Também é utilizada como planta ornamental.
Contra-Indicações: Gestantes, nutrizes e crianças.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Estaquia de folhas.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Textura areno-argilosa e bem drenado.
adubação e correção: Pode ser feita uma adubação orgânica cerca de uma semana antes do plantio com
adubo orgânico à base de esterco de curral bem curtido, húmus de minhoca ou composto vegetal.
necessidade de água: Baixa.
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.
Secagem
Folhas: Na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35ºC. A secagem
é demorada porque as folhas são suculentas, ou seja, cheias de água.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Framboesa

Rubus idaeus L. - Rosaceae


Originária da Ásia, o gênero Rubus conta com mais de duzentas espécies nesse continente. No Brasil,
entretanto, não existem espécies naturais, sendo cultivado somente um tipo, Rubus idaeus L., que dá frutos
entre outubro e janeiro. Apenas 10 % da produção brasileira é comercializada ao natural, sendo o restante
usado pela indústria alimentícia.
Outros Nomes Populares: framboeseira, framboeseiro.
Outros Idiomas: himbeere (alemão), framboise (francês), raspberry (inglês), lampone (italiano).
Descrição Botânica: Arbusto com ramos castanhos e eretos, cobertos de pequenos espinhos e apresentando
folhas alternas imparifolioladas. Estas são verdes e brilhantes na parte superior, e brancas e tomentosas na
inferior. Os cachos lassos de flores brancas formam-se na axila das folhas de ramos do ano precedente; estes
morrem no fim da vegetação. O fruto, a framboesa, de cor vermelha ou amarela, é uma drupa composta, que
se desprende do receptáculo quando amadurece.
Composição Química: Hidrato de carbono, proteínas, sais, vitaminas A, B1 (tiamina), B5 (niacina) e C
(ácido ascórbico), cálcio, fósforo e ferro.
Partes Usadas: Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-hemorroidal, Antiescorbútica, Antiespasmódica,
Antiinflamatória, Antiulcerogênica, Aperiente, Colagoga, Depurativa, Diurética, Emenagoga, Laxante,
Refrescante.
Usos
culinária: Pode ser comida ao natural ou em combinação com outras frutas, mas também é usada no
preparo de refrescos, doces, geléias, compotas e licores.
beleza: Usada em produtos de limpeza capilar e gargarejos para assepsia da boca.
saúde: Útil nas afecções do fígado e da vesícula biliar. Em decocção, é usada contra diarréias, disenterias,
inapetência, cólicas intestinais infantis, afecções das vias urinárias, escorbuto, inflamações da boca, das
gengivas e da garganta (em bochechos), vaginites, leucorréias, desordens da menstruação, úlceras, feridas,
inflamações dos olhos, erupções cutâneas, eczema, erisipelas, tem aplicações no sarampo, no reumatismo, na
gota, nas hemorróidas e contra a hidropsia.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: De temperado frio a subtropical.
exposição solar: Sombra.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
propagação: Por mudas ou galhos.
espaçamento: 30 centímetros entre plantas x 1,2 metro entre linhas.
tipo de solo: Ricos em nutrientes, úmidos, bem drenados, de textura arenosa e com pH 7 (neutro).
adubação e correção: Composto orgânico ou esterco.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: Logo após a chuva, quando estiverem bem maduros e vermelhos.
Folhas: No final do verão.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Folhas: Em local sombreado, bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º C.
Acondicionamento
Frutos: Na geladeira, em potes plásticos ou recipientes cobertos com plástico ou papel de alumínio.
Podem ser postos diretamente no congelador em bandejas de plástico para congelamento.
Folhas: Em sacos de pano ou papel.

Fruta-do-conde

Annona squamosa L. - Annonaceae


Nativa das Antilhas, a fruta-do-conde foi experimentada pelos espanhóis pela primeira vez nas Ilhas do
Caribe, onde era chamada de "anón", pelos índios taína. Levada para a Europa, passou a ser conhecida como
"el manjor blanco de los españoles". No Brasil, a fruta foi plantada inicialmente na Bahia, em 1626, pelo
Conde de Miranda. Em 1811, um agrônomo francês introduziu a planta no Rio de Janeiro, a pedido do Rei D.
João VI. Acredita-se, no entanto, que a fruta-do-conde em sua forma silvestre chegou ao Brasil antes do
'descobrimento' pelos portugueses e foi disseminada das Antilhas para a região amazônica, onde se
transformou em uma espécie subespontânea. A fruta é conhecida também como araticum, que em língua
guarani significa fruto mole. Atualmente, ela é cultivada em todo o território nacional.
Outros Nomes Populares: anona, araticum, ata, cabeça-de-nego, condessa, coração-de-boi, pinha.
Outros Idiomas: schuppen-annone (alemão), anona (espanhol), pomme cannelle (francês), sugar apple,
custard apple (inglês), annona (italiano).
Descrição Botânica: Planta que pode atingir até 7 metros de altura, com folhas rígidas, dispostas de forma
intercalada na posição horizontal ao longo dos ramos. As flores são freqüentemente carnosas, de coloração
esverdeada ou branco-amarelada e florescem ao longo de todo o ano. Os frutos são globosos ou alongados e
contêm numerosas sementes presas a uma polpa branca, aquosa, mole, envolvida por uma casca de coloração
amarelo-esverdeada, recoberta por escamas carnosas. A frutificação acontece durante quase todo o ano.
Composição Química: Rica em carboidratos, proteínas, sais minerais, vitaminas A, B1, B2, B5 e C, fósforo,
hidratos de carbono, ferro e cálcio.
Partes Usadas: Folhas, Frutos, Sementes.
Propriedades Medicinais: Anti-helmíntica, Anti-reumática, Anticaspa, Antiespasmódica, Aperiente.
Usos
culinária: A polpa é consumida in natura ou na forma de sorvetes, sucos, geléias, doces, licores e recheios
para bolos e chocolates.
beleza: O chá das folhas aplicado no couro cabeludo ajuda no combate às caspas.
saúde: O chá das folhas é empregado contra verminoses, colite crônica, anemia, desnutrição e espasmos.
As sementes são usadas contra diarréias.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical, tropical úmido, semi-úmido ou sub-úmido.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes, estacas e enxertos.
espaçamento: De 4 a 8 metros entre plantas, dependendo do porte da planta e da topografia do terreno.
tipo de solo: Não é exigente quanto ao solo, mas se desenvolve melhor em terrenos de textura média, bem
drenados, profundos e ricos em nutrientes.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
adubação e correção: Calcário dolomítico, esterco de curral curtido e superfosfato triplo aplicados nas
covas, além de cloreto de potássio e sulfato de amônio, aplicados metade na cova e metade em cobertura, 45
dias após o plantio definitivo.
necessidade de água: Baixa (A planta é resistente à deficiência hídrica. Para as plantas jovens,
recomenda-se a irrigação com 10 litros de água por dia para cada planta. Para as plantas adultas, usam-se de
10 a 20 litros semanalmente ).
Colheita
Frutos: Devem ser colhidos antes do total amadurecimento, após o terceiro ano de plantio. Porém, não
podem ser colhidos verdes, caso contrário seu sabor fica alterado.
Folhas: Em qualquer época do ano.
Sementes: Após a maturação dos frutos.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Folhas: Ao ar livre, em local arejado e sombreado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º C.
Sementes: Devem ser retiradas dos frutos e secas ao sol ou em secador, com temperatura máxima de 50º
C.
Acondicionamento
Frutos: Em cestos, em local arejado e protegido da luz, até que fiquem macios. A polpa pode ser
congelada.
Folhas: Em sacos de pano ou papel, longe da luminosidade e umidade.
Sementes: Em recipientes de vidro, bem fechados.

Fruta-pão

Artocarpus altilis (Parkinson) Fosberg - Moraceae


Originária da Indomalásia (Java ou Sumatra) ou da Malásia, a planta foi levada para as ilhas do Pacífico Sul
pelos imigrantes polinésios, que têm o seu fruto como base alimentar desde os tempos pré-históricos. A fruta-
pão apresenta duas variedades que se destacam: Apyrena - cujo fruto não tem sementes, e é chamada fruta-pão
de massa e a Seminifera - cujo fruto possui sementes, e é chamada fruta-pão de caroço. Esta segunda foi
trazida para as Américas em 1572, na segunda expedição do colonizador inglês Captain Bligh. Cultivada em
trópicos úmidos, no Brasil, ela é bastante encontrada em pomares de quintais do litoral da Paraíba,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Na Amazônia, pode ser vista tanto nas zonas rurais como urbanas.
Pertence à mesma família da jaca Artocarpus integrifolia L. f.
Outros Nomes Populares: rima.
Outros Idiomas: broodvrucht (alemão), pana de pepita (espanhol), fruit à pain, fruit d'arbre véritable, fruit de
l'arbre à pain, fyapin (francês), breadfruit, panapen arbodel pan (inglês).
Descrição Botânica: Planta arbórea monóica, lactescente, que chega a atingir de 20 a 30 metros de altura e
possui a copa relativamente frondosa. As folhas são verde escuras, estipuladas, arranjadas em espiral, lobadas,
com 30 a 60 centímetros de comprimento por 20 a 40 de largura e nervuras amarelas ou brancas. As flores são
apétalas, muito pequenas, masculinas e femininas na mesma árvore. As flores masculinas aparecem primeiro e
são amarelas. As flores femininas aparecem em densas inflorescências do tipo espiga. O fruto é composto, do
tipo sincarpo e é formado pela agregação de todas as flores da inflorescência feminina. O fruto é redondo,
oval ou oblongo (medindo de 10 a 30 centímetros de diâmetro e 1 a 3 quilos de peso), de casca verde-
amarelada quando maduro, com polpa esbranquiçada ou amarelada, comestível, com aroma peculiar. Algumas
variedades não apresentam sementes. Outras apresentam sementes marrom-escuro, em número reduzido, que
medem cerca de 2,5 centímetros de comprimento.
Composição Química: alanina, alfa-amirina, arginina, artocarpina, ácido aspártico, ácido ascórbico (vitamina
C), betacaroteno, boro, ácido cerótico, vitamina B1 e B2, cálcio, fósforo, ferro, cobre, cicloartenol, cistina,
ácido glutâmico, histidina, isoleucina, ácido linoléico, ácido linolênico, magnésio, manganês, niacina, ácido
pantotênico, fenilalanina, prolina, quercetina, riboflavina, serina, ácido esteárico, tiamina, enxofre, triptofano,
tirosina, valina, zinco.
Partes Usadas: Flores, Frutos, Látex, Raízes, Sementes.
Propriedades Medicinais: Anti-reumática, Antidiarréica, Antiinflamatória, Aromática, Cicatrizante,
Supurativo, Tonificante.
Usos

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culinária: No consumo caseiro, a polpa do fruto, quase madura, pode ser cozida, assada, transformada em
purê ou cortada em fatias para ser consumida frita, como as batatas ou o inhame, coberta de manteiga, mel ou
melaço. A polpa, cortada em fatias (de 50 a 10 milímetros de espessura), seca ao sol ou em fornos, é usada
para o preparo de raspas ou crueiras ou aparas e de farinhas que, misturadas à farinha de trigo, podem compor
o pão caseiro. Quando madura, a polpa é aproveitada na fabricação de doces. Industrialmente, é usada na
forma seca como farinha panificável, além de ser fonte para extração do amido e de farinha granulada
semelhante ao "sagu". As sementes da fruta-pão de caroço podem ser consumidas assadas, torradas, ou
fervidas em água e sal, possibilitando a extração de farinha alimentícia bastante nutritiva. Em alguns Estados
brasileiros, as sementes são usadas em substituição ao feijão, ou para preparar guisados e ensopados.
beleza: Não é usada.
saúde: A raiz é indicada para casos de diarréia. Quando cozida, torna-se útil contra reumatismo, beribéri
(doença decorrente de falta de vitamina B1) e entorpecimento das pernas. As flores novas (frescas) são
emolientes para inflamações. A polpa do fruto reduzida a pasta quente é supurativo para tumores e furúnculos.
As sementes são tônicas para o estômago e os rins. O látex é usado como cicatrizante de feridas.
outros usos: Os ramos novos macerados liberam fibras empregadas na fabricação de cordas e esteiras. A
madeira, de cerne amarelado, que passa à cor castanho após o corte, é resistente a insetos, fácil de trabalhar e
utilizada na fabricação de forros, portas, instrumentos musicais e marcenaria; também produz carvão utilizado
no preparo da pólvora. O látex - do fruto e do tronco -, por sua viscosidade, é utilizado para capturar pássaros,
para fabricação de colas e, em associação com fibras, é usado para calafetar barcos. O gado alimenta-se das
folhas, sementes e, muitas vezes, da casca do tronco de plantas jovens. Também é usada como planta
ornamental.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical úmido, com temperatura média anual em 25º C, chuvas anuais ao redor de 1.500 mm -
bem distribuídos - e umidade relativa do ar entre 75% e 80%. É sensível a longos períodos de seca. Em locais
sujeitos à seca, deve-se plantá-la próxima a aguadas ou rios.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes ou mudas. Logo depois de retiradas dos frutos, as sementes devem ser lançadas
em canteiros de 1 metro de largura e 20 centímetros de altura, num leito que contenha mistura bem peneirada
de terra vegetal e cinza de madeira - proporção 2:1. São necessários 4 quilos de sementes (560 unidades) para
semeio de um metro quadrado de sementeira em filas contínuas de quatro centímetros de profundidade e cinco
centímetros de espaçamento entre elas. Quando as plantinhas alcançarem entre 5 e 10 centímetros de altura,
são colocadas em sacos grandes (18 x 30 centímetros) de polietileno, cheios de mistura de terra vegetal,
esterco de curral curtido, areia e cinza (na proporção 4:2:1:1) e são mantidas sob meia sombra. No caso das
variedades sem sementes, a reprodução deve ser feita por brotações ou rebentos das raízes ou por pedaços de
raízes. Esses materiais só devem ser retirados da planta em dias chuvosos. As brotações devem ser retiradas
das raízes e "encanteiradas" - sob sombra - no solo, em sacos de polietileno 20 x 30 centímetros, previamente
cheias, com mistura recomendada para sementeira. Para a estaquia de raízes (método de Wester, Filipinas),
em local a meia sombra, deve-se preparar o canteiro com mistura de areia grossa e terriço - 1:1, e retirar a
estaca (com 20 centímetros de comprimento e 1,2 a 6 centímetros de diâmetro de planta vigorosa e sadia).
Devem ser abertos sulcos nos canteiros e, em seguida, colocadas as estacas, com a parte mais grossa para
cima, inclinadas, deixando de 4 a 6 centímetros para fora da terra; já bem enraizada, a estaca é transferida para
sacola de polietileno 20 x 30, cheia com mistura para sementeira. Após o bom desenvolvimento de raízes e
folhas, a muda estará pronta e apta ao plantio em local definitivo.
espaçamento: 8 x 8 a 10 x 10 metros entre plantas, cova com dimensões de 50 x 50 x 50 centímetros.
tipo de solo: Ricos em nutrientes e matéria orgânica, profundo e bem drenado.
adubação e correção: 25 dias antes de iniciar o plantio, deve-se encher a cova com terra de superfície
misturada a 15 litros de esterco mais 300 gramas de superfosfato simples e 500 gramas de calcário dolomítico
(este, no fundo da cova). Em seguida, retira-se o invólucro da embalagem da muda e ela é colocada na cova
(nivelando a superfície do torrão da muda com o solo), comprimindo bem a terra em volta e irrigando com 20
litros de água. Uma cobertura morta em torno da muda deve ser colocada por dois anos. Nos dois primeiros
anos, devem ser efetuadas capinas em "coroamento", e a área restante deve ser roçada sem retirar as raízes das
ervas daninhas. No período chuvoso adubar, em cobertura, uma dose anual dividida em três parcelas -
planta/vez, após a capina e no "coroamento" - do 1º, 2º 3º e 4º ano, com fórmula 12:12:12 com 100 gramas,

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150 gramas, 200 gramas e 300 gramas, respectivamente, adicionados de 15 litros de esterco/ano e 100 gramas
de calcário/ano. A partir do quinto ano, utilizar mistura 15:15:15, aplicando de 300 a 600 gramas por
planta/ano adicionadas de 200 gramas de calcário/ano e 15 litros de esterco/ano.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Raízes: No outono, retirando-se com cuidado apenas pequenas partes das brotações.
Látex: Em qualquer época do ano, fazendo-se leves incisões no tronco e galhos.
Frutos: A colheita tem início entre o terceiro e quinto anos de vida da planta, quando a casca torna-se
amarelada e começa a exsudar seiva leitosa. Neste momento, ao batermos no fruto, ele produz um som "fofo".
Já no fruta-pão com sementes, o fruto simplesmente cai ao chão.
Flores: No início da floração, quando as flores estiverem ainda em botão.
Sementes: Devem ser retiradas dos frutos maduros.
Secagem
Raízes: Cortada em pedaços, na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima
de 50º C.
Látex: Consumido na forma fresca.
Frutos: Consumidos geralmente na forma fresca.
Flores: Na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Sementes: No secador, com temperatura máxima de 50º C.
Acondicionamento
Raízes: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Látex: Em vidros escuros.
Frutos: Em caixas de papelão ou sacos plásticos atóxicos, no refrigerador.
Flores: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Sementes: Em vidros ou sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem
ventilado.

Fucus

Nome Científico: Fucus vesiculosus L.


Nome Popular: Fucus, Alface do Mar, Cavalo Marinho, Cavalinho do Mar e Alga Vesiculosa, no Brasil;
Bodelha, Botilhão, Botelho, Botilhão Vesiculoso, em Portugal; Lechuga de Mar, Fuco Vejigoso, Sargazo
Veijigoso e Encina Marina, em língua espanhola; Chêne Marin, Varech, Laitue Marine, Verech Vesiculeleux,
na França; Seeiche e Blasentang, na Alemanha; Bladderwrack, Seawrack, Kelpware, Black-tang, Bladder
Fucus e Cutweed, em inglês.
Denominação Homeopática: Fucus vesiculosus
Família Botânica: Fucaceae.
Parte Utilizada: A alga inteira, em especial o talo.
Princípios Ativos: Polissacarídeos mucilaginosos: ácido algínico, fucoidina (60%), laminarina; Polifenóis;
Oligoelementos; Sais minerais: abundante em iodo (sob a forma de sal e unido a proteínas e lipídeos),
potássio, bromo, cloro, magnésio, fósforo, cálcio e ferro; Manitol; Princípios amargos; Lipídeos
(glucosildiacilglicerídeos);Vitaminas e Provitaminas A e D.
É uma alga castanha encontrada em abundância nas costas do Atlântico, Pacífico e Mar do Norte, atingindo
até 1 metro de comprimento, de talo achatado, foliáceo, regularmente dicotômico, com pequenas vesículas
repletas de ar dispostas ordinariamente aos pares e servindo de flutuadores; o talo é fixado ao rochedo por um
disco basiliar provido de rizóides; quando se agitam os conceptáculos, situados nas extremidades dos talos,
liberam um muco avermelhado ou amarelado, os anterídeos, elementos masculinos, e as oosferas, elementos
femininos: a fusão faz-se na água, ocorrendo germinação imediata.
Tem sabor salgado ou insípido, mucilaginoso. Foi muito utilizado no século XVIII no tratamento da asma.
Indicações e Ações Farmacológicas: É indicada no tratamento do hipotireoidismo e em disfunções da
tireóide devido à grande concentração de iodo, conferindo-lhe uma ação estimulante da tireóide, favorecendo

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os processos catabólicos, regularizando a produção do hormônio tireotrofina e acelerando o metabolismo da
glicose e ácidos graxos, sendo este o motivo do uso como coadjuvante em tratamentos de perda de peso.
A algina presente na alga atua como protetor das mucosas digestivas. Os sais de potássio promovem ligeira
ação diurética. O alginato de cálcio pode ser usado como um hemostático local de ação rápida. A laminarina
exerce uma ação hipocolesterolemiante.
Toxicidade/Contra-indicações: Quando a administração é feita de forma incontrolada (frequentemente como
automedicação para perder peso) ou em caso de hipersensibilidade pessoal, pode haver a manifestação de um
quadro de intoxicação pelo iodo presente, devido a uma hiperatividade da tireóide, caracterizada por um
quadro de ansiedade, insônia, taquicardia e palpitações. É contra-indicada a prescrição de tinturas e extratos
fluidos para crianças menores de dois anos e para pessoas que estejam sendo submetidas à desabituação
alcoólica, devido a presença de álcool. Não se deve prescrever também para pessoas que estejam fazendo
tratamento com hormônios tireoidianos.
Dosagem e Modo de Usar:
· Uso Interno:
-Decocção: 10-20 g/l. Ferver durante 5 minutos, duas a quatro vezes ao dia.
-Extrato Fluido (1:1): 20 a 40 gotas, uma a três vezes ao dia, antes das refeições.
-Tintura (1:5): 50-100 gotas, uma a três vezes ao dia.
-Xarope (10% de Extrato Fluido): uma colher de sopa, uma a cinco vezes ao dia.
-Extrato Seco (5:1): 0,3 a 1g/dia.
-Pó: 0,5 a 2 gramas, uma a três vezes ao dia, em cápsulas.
· Uso Externo:
-Decocção, aplicada sob a forma de compressas.
-Cataplasmas de algas frescas.
-Banhos.
-Pomadas.
-Pó, alginato de cálcio: aplicado sobre feridas como cicatrizante.

Fumária

Fumaria officinalis L - Fumariaceae


Planta nativa da Ásia e Europa e naturalizada na América do Norte. O nome científico Fumaria officinalis. L.
vem do latim "fumus" (fumo) e refere-se à cor acinzentada da fumaça, produzida quando ela é queimada, ou à
sua propriedade de irritar os olhos. É utilizada desde a Antigüidade, pois possui propriedades medicinais e
cosméticas.
Outros Nomes Populares: erva-molarinha, erva-pombinha, molarinha, moleirinha.
Outros Idiomas: ackerraute (alemão), fumaria (espanhol), fumeterre (francês), earth smoke (inglês), fumaria
(italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea de ciclo anual que atinge até 50 centímetros de altura. Seu caule é
macio, frágil, ereto, angular, glabro e ramificado. As folhas são alternas, pecioladas e divididas em três
seções. Suas flores são pequenas, tubulosas, com pétalas externas róseas e internas vermelho-escuras, quase
pretas e crescem agrupadas em inflorescências do tipo racemo terminal, ereto e muito denso. O fruto tem cor
verde, é do tipo aquênio, no formato de noz, globular.
Composição Química: Ácido fumárico, ácido protocatéquico, ácido caféico, ácido ferrulínico, ácido
clorogênico, flavonóides, alcalóides, protopina, fumarilina, criptonina, coridalina, aurotensina, sinactina,
tretrahidropsicoptisina, dicentrina, taninos e potássio.
Partes Usadas: Parte aérea.
Propriedades Medicinais: Anticaspa, Antiinflamatória, Colagoga, Colerética, Depurativa, Digestiva,
Espasmolítica, Estomacal, Laxante.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: É eficaz contra caspa e seborréia.
saúde: Atua contra doenças da pele como herpes, eczemas e sarna. É indicada no tratamento de doenças do
fígado e da vesícula biliar, problemas digestivos e cistite. É usada na medicina popular para purificar o
sangue. Na Homeopatia, é utilizada no tratamento de eczema crônico causado por doenças do fígado.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.

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Contra-Indicações: Gestantes, nutrizes, pessoas hipoglicêmicas que tenham glaucoma. Deve ser utilizada
apenas sob orientação médica.
Efeitos Colaterais: Em altas doses, provoca sonolência, paralisia dos músculos lisos e dos centros
respiratórios.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Seco.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30 cm de
profundidade na hora do plantio; pode ser repetido a cada ano.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Parte aérea: As flores devem ser colhidas à mão, quando estiverem ainda em botão. Toda a planta deve
ser cortada rente ao solo.
Secagem
Parte aérea: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima
de 35º C. As flores, em especial, podem ser secas separadamente sobre grades de canas, em camadas finas,
sem manipulação. Também podem ser secadas agrupadas em feixes, em um local arejado, sempre em
temperaturas máximas de 35º C.
Acondicionamento
Parte aérea: Em sacos de pano ou papel, bem fechados, em local seco e bem ventilado, livre do ataque de
insetos.

Funcho

Foeniculum vulgare Mill - Apiaceae (Umbelliferae)


Planta originária da região mediterrânea da Europa e utilizada na alimentação há mais de 2 mil anos. Seu
nome científico, "foeniculum", significa "feno pequeno", referindo-se à aparência de feno muito fino das
folhas quando secam e caem no chão. Na Grécia, o funcho era símbolo de êxito e representava a força. Era
usado em infusões por todos os atletas gregos para obter resistência, valor e prevenir o aumento de peso. No
Cristianismo, foi dedicado a São João Batista e usado em guirlandas feitas de seus talos e folhas. No final do
século XVIII, foi levado para o Novo Mundo. Lá, as sementes de funcho eram conhecidas principalmente por
"metting seeds", por serem mastigadas pelos inconformistas durante os Sermõess de Domingo. Na
aromaterapia é utilizado como calmante, para melhorar a pele e contra dores no corpo.
Outros Nomes Populares: anis-doce, erva-doce, falso-anis, fiolho-doce, funcho-romano.
Outros Idiomas: finocchio selvaggio (alemão), hinojo de Florencia (espanhol), fenouil (francês), sweet
fennel (inglês), finocchio di Firenze (italiano), foeniculi vulgaris (latim).
Descrição Botânica: O funcho é uma planta muito aromática, herbácea e de ciclo anual ou bianual. O caule é
oco por dentro e estriado por fora. As folhas, pecioladas, emergem de bainhas que envolvem o caule. São
divididas em segmentos muito estreitos, longos e finos. As flores, de coloração amarelada, são agrupadas em
inflorescências do tipo umbela. O fruto é do tipo aquênio e contém apenas uma semente de coloração verde-
pardacenta, quando madura.
Composição Química: acetaldeído, anetole, ácido anísico, ácido caféico, ácido clorogênico, ácidos graxos
livres, ácido petroselínico, aldeído, anetol, t-anetole, anisaldeído, aniso, canfeno, carvol, citral, cumarina,
enxofre, estragol, a-felandreno, fenona, flavonóides, foeniculina, funchona, limoneno, methil-chavicol,
mirceno, óleo fixo, pectina, pineno, proteínas, rutina, sais minerais, saponinas, terpineno, tocoferóis e
vanilina.
Partes Usadas: Folhas frescas ou secas, Raízes, Sementes, Talo (falso-bulbo).
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Anti-séptica, Antiespasmódica, Antiinflamatória, Antimicrobiana,
Aperiente, Aromática, Calmante, Carminativa, Desodorante, Digestiva, Diurética, Emenagoga, Estimulante,
Estomáquica, Expectorante, Galactagoga, Hepatoprotetora, Tônica.
Usos
culinária: os bulbos são usados em pastéis de maçã, embutidos italianos e vinagres aromáticos; as folhas

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acompanham saladas frescas e feijão branco, marinadas ou molho de tomate para massas; os talos são
comidos como aspargos, acompanhando pratos de batatas e queijo; as sementes são usadas na aromatização de
bebidas, pães, bolos e biscoitos.
beleza: olhos cansados e irritados, pálpebras inflamadas, pele com impurezas, cicatrização de feridas, mau
hálito, acne, celulite, calos; usado em sabonetes.
saúde: desordens gastrintestinais, flatulência, má digestão, catarro nas vias respiratórias, anemia,
abscessos, asma, baixa produção de leite pelas lactantes, diarréia, efeitos colaterais da quimioterapia e
radioterapia.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: gestantes (sementes).
Efeitos Colaterais: reações alérgicas na pele e no trato digestivo, toxidez para bebês e crianças (óleo
essencial).
Cultivo e Conservação
clima: temperado frio a tropical, no nível do mar.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes.
espaçamento: 1,20 x 0,80 metros.
tipo de solo: textura areno-argilosa, rico em nutrientes, úmido, leve, calcáreo, bem drenado e com pH 6,0-
6,7.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Bulbo fresco: deve ser sólido, claro, crocante e sem zonas amareladas.
Sementes: quando não estão totalmente amadurecidas.
Secagem
Sementes: à sombra, em local bem ventilado.
Acondicionamento
Bulbo fresco: no refrigerador, por aproximadamente uma semana.
Sementes secas: em recipientes de vidro ou sacos de papel ou plástico transparente.

Garcínia

Nome botânico: Garcínia Cambogia


Propriedades
O extrato é obtido do pericarpo dos frutos de Garcínia cambogia e Garcínia indica e seu principal princípio
ativo é o ácido (-) – hidroxicítrico. Tem ainda em sua composição a lactona ( -) –
hidroxicítrica, cambogina, camboginol, garcinol, isofarcinol e antocianinas. No extrato padronizado
de Garcínia sp, o ácido (-) – hidroxicítrico encontra-se na forma de hidroxiacetato de cálcio, para
aumentar a sua estabilidade.
O ácido hidroxicítrico é um inibidor da síntese de ácidos graxos, por diminuir o fornecimento de
acetil coenzima A no metabolismo celular. Isto ocorre por inibição competitiva da enzima citrato
liase pelo ácido hidroxicítrico, uma vez que este liga-se mais fortemente à enzima que o ácido
cítrico.
Além da inibição da síntese de ácidos graxos, o ácido hidroxicítrico aumenta a “ queima “ de
gorduras pela redução dos níveis de malonil coenzima A, que ativa a enzima carnitina acetil
transferase. A L-carnitina também facilita a ativação desta enzima, razão pela qual alguns autores
sugerem a associação de L-Carnitina com o extrato de Garcínia sp, para promover uma maior
oxidação dos ácidos graxos.
O ácido hidroxicítrico tem também ação redutora do apetite e acredita-se que isso se deve à
alteração do fluxo metabólico, resultante do desvio de carboidratos da dieta e seus metabólitos, a
síntese lipídica.
Indicações
Auxiliar em dietas de emagrecimento.
Dose

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
O extrato de Garcínia é usado por via oral na dosagem de 1g, 3 vezes ao dia, na primeira semana
e a seguir, 500mg, 3 vezes ao dia, 30 minutos a 1 hora antes das refeições.

Garra do Diabo

Nome Botânico: Harpagophytum procumbens D.C


Família: Pedaliaceae
Parte Utilizada: Tubérculos
Constituição
Heterosídeos iridóides (harpagoside, harpagide e procumbina); Ácidos aromáticos (cafeico,
cinâmico e clorogênico); B-sitosterol; Açúcares (glucose, frutose, rafinose); òleo essencial;
Triterpenos; Flavonóides; Harpagoquinona.
Propriedades Farmacológicas
Aumento da atividade do fígado estimulando a desintoxicação, especialmente quanto à eliminação
de uréia.
Efeito estimulante sobre o sistema linfático.
Propriedade antiinflamatória ( principal atividade) pela ação dos heterosídeos iridóides e do
B-sisterol.
Indicação
Fitoterápico: tratamento de gota e reumatismo, falta de apetite, artrite, artrose, dispepsia, doenças
reumáticas.
Contra-Indicação
Pessoas com úlcera nas vias digestivas e intestinais
Caso de litíase biliar. Gravidez por possuir ação abortiva. Pela presença do B-sisterol ( composto de ação
hormonal) seu uso não é recomendado durante a gestação, principalmente nos últimos meses podendo retardar
o parto.
Dose
Pó: 250mg a 3g/dose ; 3 a 9g/dia
Tomar durante 4 a 6 semanas.
Casos mais graves 6 a 8 semanas sem interromper o tratamento.
Superdosagem
pode provocar náuseas, vômitos e pequena ação laxante.
Efeitos Colaterais
O uso prolongado pode causar distúrbios na digestão, como dispepsia.
A urina pode apresenta-se ligeiramente escurecida durante o uso.

Gengibre selvagem

Asarum canadense L - Aristolochiaceae


Planta originária do Canadá, foi identificada pelo naturalista Carl von Linneaus (1707-1778). É encontrada
também ao longo de toda a costa leste dos Estados Unidos. A Asarum canadense produz folhas e raízes com
cheiro semelhante ao do gengibre e era ingerida pelos primeiros colonizadores que chegaram ao território do
Canadá em substituição a ele. Os índios nativos tomavam seu chá como anticoncepcional e manipulavam a
erva para a produção de remédios contra vários males, principalmente como purgante. Os antigos usavam-na
para tratar de flatulência intestinal. Hoje, continua sendo usada com diversos fins medicinais, além de ser um
dos componentes dos perfumes da Ralph Loren. Segundo a tradição popular, o gengibre selvagem tem
poderes mágicos para combater doenças do pulmão. As flores do gengibre selvagem são de difícil
identificação, pois, sendo a planta muito baixa, ficam cobertas pelas folhas. São, contudo, perfumadas, e a
melhor época para procurá-las é na primavera e início do verão, quando toda a planta começa a brotar.
Outros Idiomas: kanadische haselwurz (alemão), jengibre silvestre (espanhol), gingembre sauvage (francês),
wild ginger (inglês).
Descrição Botânica: Planta rizomatosa de ciclo perene, que atinge de 4 a 10 centímetros de altura. Sua haste
é subdividida, sustentando folhas codiformes, verde escuro brilhantes, de textura coriácea e reticuladas. Suas
flores são de cor púrpura, curto-pecioladas e de formato campanulado. O fruto é uma cápsula, indeiscente,
com muitas sementes no seu interior.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Composição Química: Ácido aristolóquico, óleo essencial, taninos, pigmentos e alcalóide.
Partes Usadas: Rizoma.
Propriedades Medicinais: Anestésica local, Aperiente, Broncoespasmódica, Emética, Expectorante,
Relaxante.
Usos
culinária: Em alguns lugares é usado como substituto do gengibre.
beleza: Remove sardas e trata dos eczemas e das erupções cutâneas.
saúde: Usada como estimulante de apetite, asma, bronquite, enxaqueca, tosse e catarro bronquial.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Gestantes e nutrizes.
Efeitos Colaterais: Náuseas, queimação na língua, gastroenterite, diarréia, eripselas, hemorragias internas,
abortos e lesões renais.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: divisão de rizomas.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Úmido, rico em matéria orgânica, bem drenado e com pH entre 5,5 e 6,0.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade no momento do plantio; repetir a adubação orgânica anualmente na coroa da
planta.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Rizoma: No outono.
Secagem
Rizoma: Cortados em pedaços sobre grades de canas, à sombra, em local bem ventilado ou em secador
com temperatura máxima de 40°C.
Acondicionamento
Rizoma: Em tonéis ou caixas de papelão, em local seco, bem ventilado e sombreado.

Gengibre

Zingiber officinale Roscol - Zingiberaceae


O gengibre é uma planta originária da Ásia e considerada pelos sábios chineses como um alimento espiritual,
capaz de ligar o homem comum aos deuses. Seu nome científico deriva do Sânscrito "cringavera". A palavra
"officinalis" significa que era reconhecido pela prática médico-herborista. Ao longo de toda história antiga,
ele sempre foi uma planta muito cara, de difícil aquisição e restrita, na maior parte das vezes, às camadas mais
altas das sociedades. Nos dias de hoje, tem sido muito empregada na alimentação e na medicina para
combater náuseas, principalmente aquelas que surgem nas viagens por mar.
Outros Nomes Populares: gengivre, gingibre.
Outros Idiomas: ingwer (alemão), jengibre (espanhol), gingembre (francês), ginger (inglês), zingiberis
(latim).
Descrição Botânica: O gengibre é uma planta rizomatosa, de ciclo anual e que atinge até 80 centímetros de
altura. As folhas são compridas e de formato oval. As flores são de coloração amarela, com escamas
protetoras na base e agrupadas em inflorescências do tipo espiga. O fruto é do tipo cápsula.
Composição Química: Ácido ascórbico, ácido aspártico, ácido glutâmico, ácido piperólico, Amido, arginina,
asparagina, borneol, canfeno, cineol, citral, farsenol, felandreno, fenilalanina, geraniol, gingediol, gingerol,
glicina, linalol, resinas, saponinas, zingerona, zingibereno e zingiberol.
Partes Usadas: Óleo essencial, Rizoma.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Anti-séptica, Antiemética, Antiinflamatória, Antimicrobiana,
Antiulcerogênica, Aromática, Carminativa, Colagoga, Conservante, Desinfetante, Digestiva, Estimulante,
Estomáquica, Expectorante, Hepatoprotetora, hipocolesterologênica, Lipolítica, Tônica.
Usos
culinária: Geléias, pudins, doces, na aromatização de bebidas, na cocada nordestina, pé-de-moleque e,
juntamente com a canela, para preparar o quentão, bebida típica das festas de junho brasileiras feita com

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
aguardente de cana-de-açúcar.
beleza: Impurezas na pele e higienização da boca.
saúde: Dores musculares, feridas, reumatismo, náuseas, tosse, má digestão, problemas no fígado e
estômago, flatulência, úlceras, alto índice de triglicerídeos e colesterol no sangue.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Gestantes e pessoas com cálculo biliares.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e quente.
exposição solar: Plena.
propagação: Estaquia de rizomas, contendo uma gema.
espaçamento:
tipo de solo: textura arenosa, pobre, bem drenado, úmido e com pH 5,5-7,0.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporando a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Rizoma: Aproximadamente 7 meses após o plantio, dando preferência aos rizomas com casca seca, sem
partes moles e com cheiro agradável.
Secagem
Rizoma: Ao sol, em locais bem ventilados, ou em secador, com temperatura máxima de 60° C.
Acondicionamento
Rizoma: Dentro de vidros ou sacos de pano, nunca no refrigerador.

Gerânio-silvestre

Geranium robertianum L - Geraniaceae


Os gerânios-silvestres são populares plantas de jardinagem, com folhas atraentes e pequenas e delicadas flores
venosas, que crescem por um longo período de tempo. Os pelargônios, plantas próximas relacionadas,
também são popularmente conhecidos como "gerânios", mas têm usos diferentes. Na Escócia, o gerânio-
silvestre é usado contra doenças da pele desde a década de 1920.
Outros Nomes Populares: erva-de-São Roberto.
Outros Idiomas: Ruprechts-storchschnabel (alemão), herba de Sant Robert (espanhol), géranium herbe à
Robert (francês), herb Robert ou Robert geranium (inglês), geranium di San Roberto (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea de ciclo anual, algumas vezes anual, que atinge até 55
cm de altura. Sua haste é ereta, normalmente ramificada desde a base, e pilosa. As folhas são basais,
palmatisectas, ovadas, com cinco segmentos,opostas, pecioladas, estipuladas e distribuídas em uma roseta
persistente. As flores são de coloração purpúrea, com pétalas inteiras. Os frutos são de coloração parda escura
com sementes de superfície lisa e de cor avermelhada.
Composição Química: Ácido ascórbico, óleos essenciais, taninos e uma substância amarga, a geranina.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antidiarréica, Antiinflamatória, Cicatrizante, Diurética,
Hemostática, Hipoglicêmica.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Em compressas mornas para cansaço nos olhos e olheiras e loções para cicatrização de espinhas. O
óleo essencial é usado pela indústria de perfumes.
saúde: Usado para o tratamento de diarréias rebeldes, cálculos urinários e renais, edemas e hiperglicemia.
Na forma de compressas ou ungüentos, é eficaz contra doenças da pele, dermatites, eczemas supurantes,
úlceras, inflamações diversas, em pequenas hemorragias, . Na forma de gargarejo, é aplicada no tratamento de
amigdalites e aftas.
outros usos: São populares na jardinagem, com folhas atraentes e flores delicadas, embora venosas, que
crescem por um longo período de tempo.
Contra-Indicações: Suas flores são venenosas, não devendo ser consumidas ou aplicadas externamente.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Por estacas ou sementes.
espaçamento:
tipo de solo: De textura média, bem drenado, poroso e rico em matéria orgânica.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Folhas: Colhe-se o caule com folhas, em época de floração plena, de preferência com luvas, pois o suco
pode ser vesicante.
Secagem
Folhas: À sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35° C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou de papel, em local bem arejado e seco.

Gerânio

Pelargonium graveolens L’Her - Geraniaceae


Planta originária da África do Sul. É muito usada como planta ornamental por causa de suas flores de cores
alegres e também como erva medicinal.
Outros Nomes Populares: gerânio-africano, gerânio-rosa, girame.
Outros Idiomas: pelargonie (alemão), geranio malva (espanhol), géranium (francês), rose geranium (inglês),
geranio (italiano).
Descrição Botânica: Planta semi-herbácea que atinge entre 60 e 90 cm de altura, de ramos suculentos. As
flores são eretas, formadas na primavera-verão, com haste longa.
Composição Química: Ácido caprílico, ácido pelargônico, ácido isovalérico, ß-bisaboleno, borneol, ß-
bourboneno, butanol, calameneno, citral, citronelol, copaeno, ß-elemeno, eugenol, ß-felandreno, furapelagona,
geraniol, hexanol, humuleno, isopreno, limoneno, linalol, mirceno, a e ß-pineno, sabineno, ß -santaleno, ß-
terpineol e touleno.
Partes Usadas: Flores, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-seborréica, Anti-séptica, Antiinflamatória, Antimicrobiana,
Aromática, Calmante, Cicatrizante, Desinfetante, Refrescante, Regeneradora celular, Reguladora das
glândulas sebáceas, Rejuvenescedora, Vulnerária.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Ajuda no tratamento de peles oleosas e envelhecidas, ou peles com acne. Também é usada em
xampus para regular a oleosidade dos cabelos e nos óleos de massagem para regenerar as células do couro
cabeludo.
saúde: Seu chá ajuda no tratamento de disfunções da boca e garganta (laringite, faringite e gengivite) e
problemas nas vias respiratórias, além de problemas como queimaduras, cálculos renais, diabetes, menopausa
e tensão nervosa.
outros usos: Muito usado como planta ornamental devido a suas flores bem alegres.
Contra-Indicações: Pessoas com dermatite devem evitar o uso.
Efeitos Colaterais: Pode causar reações alérgicas em pessoas sensíveis.
Cultivo e Conservação
clima: ameno.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes ou estacas.
espaçamento: 90 x 40 cm.
tipo de solo: Ricos em nutrientes e matéria orgânica e com boa drenagem.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou composto orgânico, incorporados a 30
centímetros de profundidade; fertilizante mineral líqüido (fórmula baseada nas necessidades do solo); no
inverno não convém fazer a adubação.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Flores: Quando estiverem em botão, no início da floração.
Secagem
Flores: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35°
C.
Acondicionamento
Flores: Em sacos de papel ou pano bem fechados e longe da umidade.

Gergelim

Sesamum indicum L. - Pedoliaceae


O primeiro documento escrito sobre o gergelim como planta cultivada data de 1600 a.C., na Mesopotâmia. O
óleo extraído do gergelim era usado somente pelos ricos como condimento, remédio ou ainda para acender as
lâmpadas dos templos.
O gergelim está ligado a muitas crenças. Os assírios acreditavam que os deuses, antes de criar o mundo,
teriam tomado um vinho feito de suas sementes. Os hindus dizem que o gergelim foi criado por Yama, deus
da morte, sendo utilizado nos funerais como símbolo de pureza e imortalidade. Mas, de acordo com a história,
o gergelim foi mesmo imortalizado pela história de "Ali Babá e os 40 Ladrões", que usavam a célebre frase
"abre-te, sésamo" para entrar na caverna do tesouro, aludindo à forma abrupta e sonora com que os frutos do
gergelim se abrem, liberando suas sementes.
O gergelim ficou conhecido no Ocidente quando as grandes navegações tiveram início. No século 17,
alcançou as terras da Inglaterra. Dois séculos mais tarde, em função do tráfico de escravos, o gergelim
atravessou o Oceano Atlântico e alcançou as Américas, onde era considerado símbolo de boa sorte.
Outros Nomes Populares: gergelim-preto, gerzelim, girgelim, zirzelim.
Outros Idiomas: sesam (alemão), sasim (árabe), sousma (armeno), til (bengali), zi ma zi (chinês), sésamo
(espanhol), sezamo (esperanto), seesami (finlandês), sésame (francês), sousámi (grego), gingli (hindu),
sesamzaad (holandês), szézámfû (húngaro), wijen (indonésio), sesame (inglês), sesamo (italiano), koba
(japonês), til (punjabi), tila (sânscrito), sesam (sueco), dee la (tailandês), susam (turco), vung (vietnamita).
Descrição Botânica: o gergelim é uma planta de porte herbáceo, de ciclo anual e que atinge até 1 metro de
altura. Suas folhas são opostas, com consistência mole e pêlos bem finos. As flores são muito bonitas, de
coloração branca ou rósea. O fruto é do tipo cápsula, deiscente, com numerosas sementes em seu interior.
Composição Química: ácidos graxos, colina, estearina, fitina, fitosteróis, glicerol, lecitina, lignanas,
miristina, oleína, palmitina, resina, sesamol, sesamolina, sesamina, sesamindicina, sais minerais e vitamina E.
Partes Usadas: Sementes.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Antiinflamatória, Bactericida, Diurética, Estimulante, Hipoglicêmica,
Laxante, Regulador intestinal, Relaxante.
Usos
culinária: Do gergelim, utiliza-se na alimentação as sementes torradas e o óleo extraído da planta, que tem
a propriedade de não se decompor (rançar) tão facilmente quanto os outros. É muito usado nos pratos de
origem judaica, em pães e patês. Os sírios preparam um patê muito famoso chamado "tahini", feito com as
sementes amassadas e que é muito apreciado pelos adeptos da alimentação naturalista. O "tahini" é parecido
com uma pasta de amendoim e muito rico em proteínas. Pode ser usado em sanduíches ou de forma diluída
em saladas e caldo para o aipo ou a cenoura. As sementes podem ainda se misturar a outros condimentos
como o alho, cebola e pimenta para a elaboração de molhos para saladas. Outro produto famoso feito com as
sementes de gergelim é o gersal, tempero feito com a mistura das sementes moídas com sal marinho. Suas
sementes combinam ainda com biscoitos, pães, massas, óleos para saladas e margarinas.
beleza: Constipação intestinal, mau funcionamento dos rins e do sistema digestivo.
saúde: Indicado para todos os tipos de pele, para limpeza do rosto. O óleo serve para relaxar os músculos
doloridos por excesso de atividade física ou entorses. É usado em cremes para tratamento de problemas de
pele, inflamações e úlceras. Usado como ingrediente de produtos de proteção solar. O óleo extraído do
gergelim é usado com óleo carreador para a elaboração de diversos cosméticos.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: é considerada uma planta atóxica. De acordo com a literatura consultada, não há contra-
indicações advindas do seu uso externo ou interno.

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Efeitos Colaterais: de acordo com a literatura consultada, não há efeitos colaterais advindos do seu uso
externo ou interno.
Cultivo e Conservação
clima: quente e com chuvas bem distribuídas ao longo do ano.
exposição solar:
propagação: sementes.
espaçamento: não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: textura leve, bem drenado e rico em nutrientes.
adubação e correção: esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Frutos: quando os frutos já estão maduros, mas não abertos.
Secagem
Sementes e Frutos: depois de secos, os frutos devem ser batidos numa superfície para que as sementes se
desprendam. As sementes, por sua vez, podem ser secas ao sol e depois ligeiramente torradas no forno em
temperatura média. Retire-as do forno antes que escureçam.
Acondicionamento
Sementes: em vidros limpos e bem tampados.

Ginkgo

Ginkgo biloba L. - Ginkgoaceae


O ginkgo é uma planta oriunda do Extremo Oriente, onde há milênios vem sendo cultivada em lugares
sagrados. A palavra "ginkgo" vem do chinês "ginkyo", que significa "damasco prateado". A palavra "biloba" é
por causa do formato bilobado das folhas. O ginkyo japonês foi levado para a Europa pelo naturalista alemão
Engelbert Kaempfre (1651-1716), que morou no Japão entre 1690 e 1692 a serviço da Dutch East-India
Company. Ele batizou a planta de ginkgo e a descreveu detalhadamente em seu trabalho "Amoenitatum
Exoticarum", de 1712. O nome científico foi dado pelo botânico Carl von Linné em 1771. Mais tarde, em
1797, o botânico inglês Smith propôs a alteração do nome científico para Salisburia adiantifolia, em
homenagem a outro botânico, Richard A. Salisbury. Mas como a classificação de Lineu não podia ser
alterada, o ginkgo ganhou um sinônimo.
As folhas fósseis mais antigas do ginkgo foram datadas como pertencentes ao período Triássico da Era
Mesozóica, há 225 milhões de anos – um pouco antes da Era dos Dinossauros (há 213 milhões de anos).
Acredita-se que com o fim dos dinossauros, que provavelmente ajudavam a dispersar as sementes da planta,
muitas espécies de ginkgo desapareceram, e o Ginkgo biloba foi a única espécie que restou atualmente na
ordem Ginkgoales.
Os primeiros registros sobre o ginkgo aparecem na literatura chinesa, em um poema ("Ou Yang Xin") do
século 11, como uma planta nativa do país. Mais tarde, os cientistas do Ocidente acreditavam que a planta
estava extinta, até que o alemão Kaempfer a descobriu viva na China, em 1691, em monastérios situados nas
montanhas, nos jardins e nos templos do palácio do imperador. Os monges budistas cultivavam o ginkgo
desde o século 11 como uma árvore sagrada, não só pela sua beleza mas também por suas qualidades
medicinais e mágicas. Por volta do ano 800, a planta se espalhou pelo Japão e pela Coréia.
Apesar de cultivada pelos chineses, o ginkgo sobreviveu como uma espécie praticamente inalterada por
milhões de anos, como revelou a comparação feita entre o ginkgo moderno e os fósseis datados do período
Terciário. Por isso, em 1859, o naturalista e evolucionista Charles Darwin chamou essa espécie de "fóssil
vivo". Além disso, a planta é capaz de sobreviver por mais de 3 mil anos: a árvore de ginkgo mais antiga da
China tem hoje cerca de 3500 anos!
No Japão, desde o século 15, o ginkgo é usado nas cerimônias do chá. Nessa época, o povo japonês também
começou a utilizar suas castanhas como ingredientes para picles e outros pratos, além de consumi-las torradas
como petisco para acompanhar o saquê. Hoje elas são usadas nos famosos pratos chawan-mushi (a base de
ovos) e nabe-ryori (fondue japonês).
Em 1815, o filósofo, poeta, cientista e botânico alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) dedicou
um poema a sua amada Marianne von Willemer, intitulado "Ginkgo Biloba". Goethe usou as folhas do ginkgo
como uma metáfora para o amor – "und doppelt bin" ("dois em um"), no último verso do poema, refere-se aos

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dois lóbulos existentes em cada folha de ginkgo. O poema foi publicado em 1819, no livro "West-östlichen
Divan" ("Divã Ocidental e Oriental"), uma das obras líricas de Goethe.
Como erva medicinal, o registro mais antigo do uso do ginkgo pode ser encontrado em "Chinese Materia
Medica Pen Tsao Ching", datada do ano 2800 a.C. Esse tratado médico descreve como ele era usado pelos
membros da corte real para o tratamento de senilidade. O sábio imperador Shen Nung foi quem introduziu o
ginkgo nos hábitos da corte: ele costumava dizer que o ginkgo era "bom para o coração e os pulmões". As
castanhas comestíveis de ginkgo também eram usadas na China Antiga para facilitar a digestão e o tratamento
de todo tipo de doenças.
A medicina ocidental, no entanto, só começou a estudar os benefícios terapêuticos do ginkgo no final dos anos
50, passando a recomendá-lo como remédio natural para vários males. Seu estudo foi intensificado nos anos
70, não só pelos médicos e bioquímicos, mas também pelos biólogos, paleontólogs, historiadores culturais e
teológicos. A partir desses estudos, descobriu-se que na tradicional medicina hindu o ginkgo era um dos
consituintes de um poderoso elixir chamado "soma".
No final da Segunda Guerra Mundial, o ginkgo passou a ser um símbolo ainda mais respeitado pelos
japoneses. Um mês após a explosão da bomba atômica em Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, as plantas e
árvores da cidade foram examinadas, e um ginkgo situado próximo a um templo, a cerca de 1 quilômetro do
centro da explosão, foi a única árvore a sobreviver ao inferno atômico praticamente sem nenhuma
deformação. O templo, destruído pela bomba, foi reconstruído ao redor da árvore sagrada – e hoje atrai
multidões de japoneses que rezam pelo fim das armas atômicas e pela paz mundial. O sinônimo científico do
ginkgo é a Salisburia biloba (L.) Hoffmanns.
Outros Nomes Populares: ginkgo, ginkgoácea, nogueira-do-Japão.
Outros Idiomas: ginkgo (alemão), ginkyio, icho ou ginnan (chinês), árbol sagrado (espanhol), ginkgo biloba
(francês), ginkgo (holandês), ginkgo (inglês), ginco (italiano), ginkyio, icho ou ginnan (japonês), pakgor su
(Singapura), ginko (sueco).
Descrição Botânica: árvore que atinge até 40 metros de altura. É uma gimnosperma dióica (com sexos
separados), caducifólia, com folhas flabeliformes, bilobadas na ponta e com 5 a 8 centímetros de
comprimento. O padrão de circulação de sua seiva, com vasos dicotômicos, é único na natureza. Os frutos, do
tipo drupa, têm sementes expostas (as castanhas).
Composição Química: ácido butanóico, ácido ginkgólico, ginol, alcanos, benzenóides, carboidratos,
carotenóides, esteróis, diterpenos ginkgolídeos A, B, C, J e M, ésteres de ácido cumárico, fenilpropanóides,
flavonóides, mono, di e tri glicosídeos, kaempferol, lactona bilobalida, lipídeos, quercetina, triterpenos.
Partes Usadas: Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Anti-helmíntica, Antiblenorrágica, Antiinflamatória, Bactericida, Béquica,
Cardiotônica, Condicionante, Demulcente, Digestiva, Estimulante da circulação periférica, Fungicida,
Rejuvenescedora, Revigorante, Tônica, Vasodilatadora periférica.
Usos
culinária: Os frutos do ginkgo têm um sabor adocicado, sendo muito empregados nas culinárias japonesa
e chinesa, assados ou cozidos.
beleza: Empregado na fabricação de cremes hidratantes para tratamento e prevenção de rugas e
envelhecimento da pele no combate aos radicais livres, em cremes para massagem corporal com a finalidade
de estimular a circulação e em xampus.
saúde: O extrato das folhas secas é usado como complemento alimentar e como medicamento natural para
o cérebro, os olhos, o coração e outros órgãos. Estudos científicos comprovam sua atuação para a melhoria da
memória e para a circulação sangüínea, evitando a má coagulação e combatendo os radicais livres presentes
no sangue. Por isso, promove uma sensação de bem-estar geral, aumentando a resistência do corpo contra
diversas doenças. Os frutos são usados há muitos séculos na China para combater asma, tosse, catarro e
bronquite, bem como para auxiliar a digestão, curar incontinência urinária, evitar a ressaca pelo consumo
excessivo de vinho e aumentar a energia sexual. Os ácidos ginkgólicos e o ginol, presentes nos frutos, inibem
o crescimento de bactérias e fungos, prevenindo contra infecções. Acredita-se ainda que os frutos crus ajudam
no combate ao câncer. As folhas são utilizadas na China e no Japão há quase 5000 anos para tratar de feridas,
sardas e manchas na pele. Na forma de chá, é empregado no combate a problemas respiratórios, como asma,
bronquite, rouquidão, tosse, rinite crônica e tuberculose, contra má-circulação, perda da memória, gonorréia,
úlceras estomacais, doenças da pele e ansiedade. Aplicado localmente na forma de emplastos, age contra
furúnculos. O ginkgolídeo B, sintetizado em laboratório, é empregado pelos médicos para evitar a rejeição de
transplantes de órgãos e contra choques asmáticos e intoxicações.

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outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: deve ser evitado na forma de banhos ou massagem corporal por gestantes.
Efeitos Colaterais: de acordo com a literatura consultada, o contato com a parte externa da semente (sem
lavagem) e com a casca da árvore pode causar náuseas e dermatites de origem alérgica, por causa da presença
de substâncias como o ácido butanóico e o uruxiol.
Cultivo e Conservação
clima: subtropical ou temperado, com temperaturas que variam de –30º C a + 30º C). Por isso é muito
cultivada em países da Europa, no Japão, na Coréia e nos Estados Unidos.
exposição solar: parcial ou plena.
propagação: sementes ou estacas da planta feminina.
espaçamento:
tipo de solo: prefere solos de textura arenosa, bem drenados e profundos, com pH entre 5 e 5,5. Mas
adapta-se bem em vários locais, crescendo até mesmo em solo pobres e compactos, independentemente da
acidez do terreno.
adubação e correção: esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, uma ou duas vezes por ano.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: em qualquer época.
Frutos: quando estiverem maduros.
Secagem
Folhas e Frutos: ao ar livre, em local fresco e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
30º C.
Acondicionamento
Folhas e Frutos: em sacos de papel ou de pano.

Ginseng-brasileiro

Pfaffia iresinoides (Kunth.) Spreng. - Amaranthaceae


O ginseng-brasileiro nasce em todo o Brasil, junto aos rios, especialmente nos estados de São Paulo, Paraná,
Mato Grosso e Goiás. Ao todo existem mais de 33 espécies do gênero Pfaffia, sendo o Brasil o mais
importante centro de coleta. Ao ginseng-brasileiro são atribuídas muitas propriedades medicinais comparáveis
às do ginseng oriental, tão valorizado no mercado internacional de fitoterápicos e complementos nutricionais.
Outros Idiomas: Ginseng Brésilien (francês), Brasilian ginseng ou Amazon ginseng (inglês).
Descrição Botânica: Arbusto de ciclo perene que atinge cerca de 2 metros de altura, com ramos nodosos nas
articulações e folhas opostas, lanceoladas e membranáceas, flores brancas agrupadas em glomérulos.
Composição Química: Saponinas, ácido pfáfico, ecdisterona, alantoína, flavonóides, esteróides, taninos,
sesquiterpenos (terpenos e triterpenóides), ácido pantotênico, ácido pfáfico, ß-ecdisona, iresinósidos A e B,
nortriterpenóides, polipodina, pró-vitamina A e K, pterosterona, sitosterol, stigmasterol e vitamina E.
Partes Usadas: Folhas, Raízes.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Antiinflamatória, Antimicrobiana, Antioxidante, Antitérmica,
Antitumoral, Aperiente, Cicatrizante, Estimulante da circulação periférica, Estimulante do sistema linfático,
Imunoestimulante, Rejuvenescedora, Revitalizante, Tônica.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Usado em cremes, loções e géis para tratamento preventivo de rugas e rejuvenescimento da pele,
em banhos e cremes de massagem para estimular a circulação e ajudar na eliminação de fluidos. Em pó, pode
substituir o ginseng em massagens para ativar a circulação periférica e auxiliar na drenagem linfática e
tratamento de edemas. É empregado ainda em cremes e loções de massagem para pés inchados e doloridos,
em cremes corporais e sabonetes para recondicionamento da pele, em cremes para o tratamento de varizes e
em xampus para tratamento de cabelos danificados e quebradiços.
saúde: Aumenta a força muscular, estimula o apetite e diminui tremores nas pessoas idosas. Funciona
também como cicatrizante de uso interno e externo e como inibidora do crescimento de determinadas células
tumorais.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: De acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações ao uso.

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Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, não há efeitos colaterais advindos do uso.
Cultivo e Conservação
clima: tropical e subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Estacas de aproximadamente 20 centímetros de comprimento ou divisão de touceiras.
espaçamento: 50 centímetros entre plantas e 1 metro entre linhas.
tipo de solo: Úmidos e férteis.
adubação e correção: Esterco de curral, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30 centímetros de
profundidade; adubo químico 4-16-8% de NPK e uma adubação de cobertura de uréia por mês.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Raízes: De três a quatro anos após o plantio.
Folhas: Durante todo o ano, de dois a três meses após o plantio.
Secagem
Raízes: Fatiadas ao sol ou em secador a uma temperatura máxima de 60 graus Celsius.
Folhas: Ao ar livre, em local arejado e sombreado ou em secador a uma temperatura máxima de 35 graus
Celsius.
Acondicionamento
Raízes: Em caixas bem vedadas.
Folhas: Em sacos plásticos ou recipientes de vidros, em lugar seco.

Ginseng

Panax ginseng C.A. Mey. - Araliaceae


O ginseng é uma planta originária da Manchúria e de outras regiões da Ásia. Seu nome científico, panax
(pronuncia-se "pânax"), é derivado da palavra grega "Panakos", que significa "panacéia", devido às suas
virtudes milagrosas. Ao ginseng, conhecido também como "a cura para o mundo", são atribuídos poderes de
curar todos os males.
Outros Nomes Populares: ginseng-coreano, ginseng-japonês.
Outros Idiomas: ginseng (alemão), ginseng (espanhol), ginseng (francês), ginseng (inglês), ginseng
(italiano).
Descrição Botânica: O ginseng é uma planta de porte herbáceo que atinge até 80 centímetros de altura. Suas
raízes são cilíndricas e transversalmente rugosas na parte superior. A casca é de coloração amarela a marrom-
clara e contém pequenas glândulas que produzem uma resina laranja-avermelhada. Internamente, a raiz é de
coloração amarelada e cartilaginosa. Suas flores são pequenas e agrupadas em inflorescências do tipo umbela.
Composição Química: ácido glicurônico, ácido nicotínico, ácido olcânico, ácido panacênico, amido,
arabinose, citral, frutose, glicose, ginsenina, ginsenosídeo, glicose, limoneno, maltose, panaceno, panaquilona,
panaxatriol, panaxina, panaxinol, panaxodiol, panaxol, panose, poliacetilenos, ramnose, riboflavina, sacarose,
saponina, terpineol e tiamina.
Partes Usadas: Raízes.
Propriedades Medicinais: Antidepressiva, Antiinflamatória, Estimulante, Hipocolesterolêmica, Hipotensora,
Revitalizante, Tônica.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Sinais de envelhecimento, peles desgastadas, edemas, cabelos danificados e quebradiços; usado em
pastas dentais.
saúde: Fadiga, debilidades, falta de energia e de concentração, convalescência, impotência sexual, pressão
alta, diabetes, anemias e altas taxas de colesterol no sangue.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não é indicado para gestantes.
Efeitos Colaterais: potencializa a ação da glândula pituitária e do hipotálamo, causa reações alérgicas e
taquicardia.
Cultivo e Conservação
clima: temperado.
exposição solar: Sombra.

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propagação: divisão das raízes.
espaçamento:
tipo de solo: rico em nutrientes e matéria orgânica, úmido e bem drenado.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Raízes: no outono.
Secagem
Raízes: em secador, com temperatura máxima de 60°C.
Acondicionamento
Raízes: em sacos de pano.

Girassol

Helianthus annuus L - Asteraceae (Compositae)


Natural da América Latina, especialmente do México e do Peru. Em 1532, Francisco Pizarro encontrou um
girassol gigante no Peru, o qual era adorado como uma imagem sagrada de um sol-deus pelos incas, e ficou
encantado. O nome científico do girassol, Helianthus, vem das palavras gregas "helius" (sol) e "anthus" (flor),
e quer dizer "flor que gira com o sol", pelo fato de suas flores acompanharem sempre a direção da luz solar.
Na crendice popular, o movimento do girassol simboliza a profunda constância e lealdade. Para os chineses,
essa flor é um símbolo de fertilidade.
As "sementes" de girassol eram uma comida sagrada para os índios das regiões de pradaria dos Estados
Unidos. Eles costumavam colocar tigelas cheias dessas sementes no túmulo dos mortos, para que estes
pudessem se alimentar com elas em sua longa jornada para os "Solos de Caça Felizes".
Outros Nomes Populares: helianto, verrucária.
Outros Idiomas: gewöhnliche sonnenblume (alemão), girasol (espanhol), tournesol (francês), sunflower
(inglês), girasole comune (italiano).
Descrição Botânica: Planta sublenhosa, ornamental, que atinge até 2 metros de altura. Suas inflorescências,
do tipo capítulo, possuem numerosas flores de corola ligulada amarelo-laranja. As folhas são verde-
esbranquiçadas, ásperas e cordiforme-lanceoladas. O seu fruto é aquênio aristado, achatado e popularmente
chamado de semente.
Composição Química: Glicosídeos, histiolina, gorduras poli-insaturadas, vitamina E e cálcio.
Partes Usadas: Flores, Frutos, Sementes.
Propriedades Medicinais: Cardiotônica, Estomáquica, Febrífuga, Tônica, Vulnerária.
Usos
culinária: As "sementes" torradas são utilizadas em vegetais, saladas, molhos e patês, e ainda empregadas
na fabricação do óleo de girassol – mais leve e com menor teor de colesterol do que o óleo de soja. Os botões
florais são cozidos e servidos como aspargos, e as flores são usadas frescas em saladas.
beleza: Usado para devolver a maciez da pele, tratar de feridas e furúnculos; as sementes secas e trituradas
podem usadas para fazer uma esfoliação na pele; o óleo é usado em massagens e base para produtos
masculinos.
saúde: Empregada contra dores de cabeça, resfriados, distúrbios nervosos, enxaqueca, acesso de febre de
origem malárica ou pulmonar, doenças do coração e do estômago. O óleo das sementes é recomendado para
quem quer reduzir a taxa de colesterol sangüíneo.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Resiste a geadas.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Sementes; plantio de setembro a março.
espaçamento: 70 a 100 centímetros entre linhas e 20 a 30 centímetros entre plantas.
tipo de solo: Adapta-se a qualquer tipo de solo, mas prefere os profundos, bem drenados e com pH de 5,8.
adubação e correção: Húmus, esterco curtido ou matéria orgânica, incorporados a 40 centímetros de

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profundidade; realizar calagem quando o pH for menor que 5,5 dois meses antes do plantio.
necessidade de água: Moderada (Resiste ao déficit hídrico do solo).
Colheita
Flores e Sementes: Quando estiverem maduras
De janeiro a maio.
Secagem
Flores e Sementes: Ao ar livre ou em secador com temperatura máxima de 60º C

Usadas na forma fresca.


Acondicionamento
Flores e Sementes: Em sacos de tecido Em sacos de tecido ou em potes de vidro, bem fechados.

Goma-arábica

Acacia senegal (L.) Willd. - Fabaceae (Leguminosae)


No Egito, as acácias eram árvores sagradas e tinham o nome hieroglífico de “shen”. Árvores do gênero
aparecem em pinturas da época do rei Ramsés 3º. Antes do início da era cristã, essas árvores também foram
mencionadas pelo grego Teofrasto - considerado um dos pais da botânica -, como “goma egípcia”. Na Idade
Média, a goma-arábica podia ser encontrada no Egito e na Turquia. O termo acácia é originário do grego
akakia, de ake, que significa pontudo, e refere-se à natureza espinhosa da planta; senegal refere-se a seu
hábitat original, o Senegal, país do oeste da África. É provável que o nome “goma-arábica” seja referente ao
uso feito da planta pelos antigos médicos árabes, já que a produção e a exportação do produto na península
Arábica é quase nula. Atualmente, a planta pode ser encontrada de Moçambique e Zâmbia até a Somália, o
Sudão, Etiópia, Quênia e Tanzânia. É cultivada também na Índia, Nigéria e Paquistão. A goma-arábica, uma
substância densa e pegajosa, é extraída por meio de incisões no tronco dessa planta. A goma é artigo de
comércio desde tempos remotos. Entretanto, somente a Acacia senegal produz a única goma que não é
considerada tóxica para uso alimentar.
Outros Nomes Populares: Não encontrados na literatura consultada.
Outros Idiomas: acaciae gummi, arabisches gummi, gummi arabicum (alemão), goma arabica (espanhol),
acacia Sénégal, gomme arabique (francês), gum arabic, gum arabic tree, kher, senegal gum, sudan gum arabic
(inglês), gomma arabica (italiano).
Descrição Botânica: Planta arbustiva, de ciclo perene, e que chega a atingir até vinte metros de comprimento.
Possui tronco escamoso e áspero, de onde se extrai a goma ou resina, substância densa e pegajosa. A casca
tem aparência variável, com pequenos espinhos pretos, normalmente em trios, curvados para baixo. Os ramos
são fortes e formam uma copa em formato de guarda-chuva. As folhas são pequenas, de um a dez centímetros
de comprimento, e suas flores são brancas e cheirosas, em grupos de duas ou três, em estacas axilares de três a
doze centímetros. Os frutos são do tipo vagem (legume), de cor amarela a marrom, de dois a dezenove
centímetros de comprimento, e contém até oito sementes. As sementes são redondas e planas, cor de oliva,
variando de oito a doze milímetros de diâmetro.
Composição Química: Açúcares neutros, ácidos, cálcio, magnésio, potássio e sódio, fósforo, ácido ascórbico
(vitamina C), carboidratos, fibras, ácido arábico, arabinose, ácido aspártico, beta-amirina, beta-sitosterol,
betulina, cisteína, d-galactose, d-glucosídeo, ácido galato-glucurônico, kaempferol, l-arabonise, l-ramnose,
leucina, quercetina, ramnose, serina, sitosterol, sucrose, tanino, ácido urônico, valina.
Partes Usadas: Goma (resina), Sementes.
Propriedades Medicinais: Anti-hemorrágica, Anti-séptica, Antidiarréica, Antidisentérica, Antifebrífuga,
Antigonorréica, Antiinflamatória, Antitussígena, Regeneradora celular.
Usos
culinária: A goma-arábica é usada na indústria de alimentos como emulsificante e fixador de sabor, para
prevenir a cristalização de açúcar em confeitos e como estabilizador para produtos congelados. Por ser viscosa
e adesiva, a goma é usada na panificação e como estabilizante para a espuma da cerveja. As sementes secas da
planta são usadas na alimentação humana.
beleza: É utilizada na composição de máscaras e pós faciais. É responsável pela sensação de suavidade
produzida por algumas loções.
saúde: É usada em medicamentos contra inflamações da mucosa intestinal, diarréia, disenteria, tosse,
irritação na garganta e na boca, febre, gonorréia e hemorragia. Também pode ser empregada como antídoto,

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porque é capaz de causar destruição parcial de alcalóides, como atropina, morfina e cocaína. A goma-arábica
é recomendada também para o tratamento de queimaduras.
outros usos: A goma é usada em tintas, pigmentos de cerâmica, ceras de polimento e colas líquidas. Na
indústria têxtil, dá brilho a tecidos como seda e crepe. As longas e flexíveis cordas das raízes produzem uma
das mais fortes fibras, usadas para a fabricação de cordames, redes para pesca, arreios para cavalos etc.
Também é usada largamente no reflorestamento, como descanso para solos exauridos. Industrialmente, a
goma-arábica é usada para a fabricação de adesivos, como proteção contra a corrosão de metais e em
embalagens para papéis especiais. É indicada ainda para uso veterinário, uma vez que constitui um excelente
remédio para a nefrite (inflamação) canina.
Contra-Indicações: Por conter algumas enzimas, a goma não é adequada para o uso em produtos que
contenham ingredientes de fácil oxidação. Ela, por exemplo, reduz em 54% a vitamina A do óleo de fígado de
bacalhau em apenas três semanas. É incompatível com aminopirina, morfina, vanilina, fenol, timol, naftol,
guiacol, cresol, creosol, eugenol, apomorfina, eserina, epinefrina, isobarbaloina e taninos; também com
líquidos alcoólicos muito fortes, soluções de cloreto ferroso e soluções fortes de borato de sódio.
Efeitos Colaterais: Era usada antigamente para combater a baixa pressão sangüínea, depois de hemorragias
ou cirurgias, e no tratamento de edemas associados a nefroses (enfermidade nos rins). Entretanto, a prática
causava danos aos rins e fígado, além de reações alérgicas e, por isso, foi abandonada. Se ingerida oralmente,
a goma não é tóxica. Entretanto, algumas pessoas são alérgicas à goma em pó e desenvolvem lesões de pele e
severos ataques asmáticos quando em contato com ele.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical quente.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Bem drenado, profundo e com pH entre 5 e 8.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Goma (resina): Começa a produzir entre os quatro e dezoito anos de idade. A goma é extraída fazendo-se
uma incisão transversal no córtex e descascando-o acima e abaixo do corte, o que expõe uma área de
aproximadamente cinco a sete centímetros de comprimento por cinco a sete de largura. Duas ou três semanas
depois, as lágrimas formadas nessa superfície de exposição já podem ser colhidas.
Sementes: Devem ser colhidas dos frutos maduros.
Secagem
Goma (resina): A secagem costuma ser feita pela exposição ao sol.
Sementes: Na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Acondicionamento
Goma (resina): Em tonéis de plástico ou recipientes de vidro. A resina seca pode ser acondicionada em
sacos de plástico bem fechados.
Sementes: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Glucomanan

Propriedades
É uma fibra vegetal de alto peso molecular, quimicamente relacionada à celulose, obtida da raiz do
Konjac, Amorphophalus Konjac ( Araceae), usado como alimento no Japão e em partes da China.
Esta fibra é composta de várias unidades de glicose e manose, que absorve muitas vezes o seu
peso em água, formando um gel.
Indicações
-Tratamento adjuvante da obesidade por sua propriedade formadora de massa que proporciona a
sensação de plenitude gástrica;
-Forma também um revestimento em torno das partículas alimentares, que retarda o processo da
digestão;
-O glucomanan promove também uma redução nos níveis plasmáticos de colesterol e triglicerídeos;
-Por sua propriedade formadora de massa é usado também na obstipação crônica.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 255


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-O glucomanan pode também ser usado como excipiente em diversas formulações em cápsulas.
Dose
A posologia usual é de 1 a 2 cápsulas de 500mg, 2 vezes ao dia, duas horas antes das refeições,
juntamente com dois copos d’ água.

Grão-de-bico

Cicer arietinum L. - Fabaceae (Leguminosae)


Originário da região Sudeste da Turquia, nas adjacências com a Síria, de onde foi levado para a Índia e países
da Europa. Foi introduzido no Brasil por imigrantes espanhóis e do Oriente Médio. Suas sementes são
facilmente reconhecidas pela sua forma característica.
Outros Nomes Populares: cabeça-de-carneiro, café-francês, ervanço, gravanço.
Outros Idiomas: kichererbse (alemão), garbanzo (espanhol), pois chiche (francês), chickpea (inglês), cece
(italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea com numerosas glândulas excretoras e que atinge até 60 cm de altura.
Suas raízes são profundas e seus talos ramificados e pubescentes. As folhas são compostas por folíolos de
bordos dentados, paripenadas ou imparipenadas. As flores são solitárias e axilares. O fruto é uma vagem
bivalva, com 1 ou 2 sementes de superfície enrugada no seu interior.
Composição Química: Vitaminas A, B, B2, B5, C, cobre, potássio, enxofre, mangésio, manganês e zinco.
Partes Usadas: Grãos.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Antibiótica, Antiinflamatória, Diurética, Emenagoga, Energizante,
Mineralizante, Nutritiva, Resolutiva, Tônica, Vitaminizante.
Usos
culinária: Usado no preparo de sopas, saladas, cozidos, patês e caldos. Veja receita de patê de grão-de-
bico na parte de Receitas do nosso site.
beleza: Não é usado.
saúde: Possui ação similar ao do hormônio estrógeno. Seu chá ajuda no tratamento da hidropisia
amenorréica e dismenorréia. O cataplasma pode ser aplicado nos abscessos e furúnculos. O preparado com a
farinha de seus grãos ajuda a combater a desnutrição. Pode ser usado ainda para o combate a infecções
fúngicas, dores musculares e inflamações.
outros usos: Constitui ótima forragem e adubo verde.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado ameno, com temperaturas de 20º C a 25º C.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento: 2 x 4 m.
tipo de solo: Textura sílico-argilosa, rico em nutrientes e matéria orgânica, profundo, bem drenado, com
pH entre 6 e 9 e com baixa salinidade.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou composto orgânico, incorporados a 30 cm de
profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Grãos: 80 a 100 dias após o plantio.
Secagem
Grãos: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Grãos: Em sacos de tecido natural.

Graviola

Annona muricata L. - Annonaceae


A graviola é originária da América Central e dos vales peruanos, de onde os exploradores espanhóis a levaram
para outras áreas tropicais do mundo. Ela é considerada como a maior, a mais tropical, a mais perfumada e a

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mais importante entre todas as frutas genericamente conhecida como araticuns, sendo muito cultivada no
Nordeste e Norte brasileiros. Nos Andes peruanos, na Amazônia e nas Guianas é utilizada há centenas de anos
para diversas finalidades medicinais. Possui um poder anticancerígeno e antitumoral, o qual tem sido estudado
desde a década de 70. Estudos mostraram que o princípio ativo acetogenina anonácea encontrado nas folhas,
pecíolo e casca da planta possuem comprovada ação contra células cancerígenas. Estudos focados nesse
princípio ativo têm sido, desde então, estudados por diversos centros de pesquisa e ele é hoje patenteado sob
diversas formas.
Outros Nomes Populares: anona-de-espinho, araticum-grande, araticum-manso, coração-de-boi, coração-de-
rainha, jaca-do-pará.
Outros Idiomas: guanábana (espanhol), soursop (inglês).
Descrição Botânica: Árvore de pequeno porte, que atinge de 4 a 6 metros de altura, com folhas verdes
brilhantes e flores amareladas, grandes e isoladas, que nascem no tronco e nos ramos. O fruto é ovóide ou em
forma de coração, com coloração verde, apresentando falsos espinhos carnosos curtos e moles. Polpa branca,
doce, mas ligeiramente ácida, com muitas sementes escuras.
Composição Química: Acetaldeído, acetoginas, ácido cianídrico, ácido cítrico, ácido esteárico, ácido
isocítrico, ácido lignocérico, ácido málico, ácido mirístico, amil-caproate, amilóide, anonaína, anomuricina,
anomuricinina, anomurina, anonol, aterosoerminina, beta-sitosterol, campesterol, celobiose, citrulina,
coclaurina, coreximina, dextrose, estefarina, etanol, folacina, frutose, gaba, galactomanana, geranil-caproate
glucose, manganês, mericil-álcool, metanol, metil-hexa-2-enoato, metil-hexanoato, muricina, muricinina,
muricapentocina, muricoreacina, p-ácido-cumárico, parafina, procianidina, pectinases, pectinesterase,
reticulina, stigmasterol, sucrose, taninos, xylosil-celulose, proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas C e B,
potássio e fósforo.
Partes Usadas: Folhas, Frutos, Sementes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-cancerígena, Anti-reumática, Antibacteriana,
Antiespasmódica, Antiinflamatória, Antitumoral, Atóxica, Cardiotônica, Estomáquica, Febrífuga,
Hipotensora, Inseticida, Sedativa, Vasodilatadora, Vermífuga.
Usos
culinária: A fruta proporciona um suco delicioso e presta-se muito bem no preparo de sorvetes e
compotas. Quando madura, pode ser consumida em pedaços, pura ou polvilhada com açúcar ou calda. Quando
verde, pode ser cozida e consumida como legume. Com a polpa é possível fazer purês e chutneys agridoces,
geléias e refrescos, além de coquetéis acompanhados de sucos cítricos.
beleza: O chá ajuda nas dietas de emagrecimento.
saúde: O chá das folhas e das raízes é usado para eliminar catarro dos pulmões, contra tosse, gripe, asma,
astenia, hipertensão, diabetes, vermes intestinais e como remédio para o coração. Na Amazônia o óleo dos
frutos, misturado ao óleo de oliva, é usado externamente contra nevralgia, reumatismo e artrites. Os frutos e o
suco dos frutos é utilizado na Jamaica e no Haiti contra vermes intestinais, febre e diarréia. Além disso, a
planta tem sido estudada como coadjuvante no combate ao câncer, porque o princípio ativo acetogenina
anonácea, encontrado nas folhas, pecíolo e casca da planta possui comprovada ação contra células
cancerígenas.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: É ruim para pessoas com caxumba, aftas ou ferimentos na boca.
Efeitos Colaterais: Se consumidos crus, os frutos podem provocar uma dolorosa acidez estomacal.
Cultivo e Conservação
clima: Clima tropical, tropical úmido, semi-úmido ou subúmido.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes, estacas e enxertos.
espaçamento: De 4 a 8 metros entre plantas, dependendo do porte da planta e da topografia do terreno.
tipo de solo: Não é exigente quanto ao solo, mas se desenvolve melhor em terrenos de textura média, bem
drenados, profundos e ricos em nutrientes.
adubação e correção: Calcário dolomítico, esterco de curral curtido e superfosfato triplo aplicados nas
covas, além de cloreto de potássio e sulfato de amônio, aplicados metade na cova e metade em cobertura, 45
dias após o plantio definitivo.
necessidade de água: A planta é resistente à deficiência hídrica. Para as plantas jovens, recomenda-se a
irrigação com 10 litros de água por dia para cada planta. Para as plantas adultas usa-se 10 a 20 litros
semanalmente.

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Colheita
Frutos: Devem ser colhidos antes do total amadurecimento, após o terceiro ano de plantio. Porém, não
podem ser colhidos verdes, senão seu sabor fica alterado.
Folhas: Em qualquer época do ano.
Sementes: Após a maturação dos frutos.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Folhas: Ao ar livre, em local arejado e sombreado, ou em secador, com temperatura máxima de 35 graus
C.
Sementes: devem ser retiradas dos frutos e secas ao sol ou em secador, com temperatura máxima de 50
graus C.
Acondicionamento
Frutos: Em cestos, em local arejado e protegido da luz, até que fiquem macios. A polpa pode ser
congelada.
Folhas: Em sacos de pano ou papel, longe da luminosidade e umidade.
Sementes: Em recipientes de vidro, bem fechados.

Grindélia

Grindelia robusta Nutt. - Asteraceae (Compositae)


Planta de origem americana, encontrada na costa Oeste dos Estados Unidos (principalmente na Califórnia) e
na América do Sul. Passou a ter uso medicinal somente no final do século 19, depois dos trabalhos dos norte-
americanos C.A. Canfield e J.G. Steele, de São Francisco. Em inglês, é chamada de Gum Plant, ou planta de
goma. Isso se deve ao fato da planta ser toda coberta por uma substância resinosa, que lhe dá um aspecto
brilhante e uma textura viscosa.
Outros Nomes Populares: girassol-silvestre, malmequer-do-campo.
Outros Idiomas: grindeliakraut (alemão), grindelia robusta (espanhol), grindele (francês), gum plant (inglês),
grindelia (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo perene ou bianual, que alcança até 1 metro de altura. O caule é
arredondado, liso e ereto. As folhas, de 2 a 6 centímetros de comprimento, são verde-claras, rígidas, alternas,
triangulares ou ovada-oblongas e cobertas por uma resina. As flores vão amarelas a alaranjadas, solitárias e
semelhantes às do girassol.
Composição Química: Taninos, glucosídio, óleo volátil, saponinas, ácido grindélio, ácido oxigrindélio,
alcalóides, flavonóides, matricariol, acetato de matricariol, fitosteróis, grindelina, ácido p-oxibenzóico,
borneol.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Antiespasmódica, Antiinflamatória, Antitussígena, Balsâmica, Expectorante.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: As folhas secas e flores em botão são usadas na produção de essências.
saúde: Usada em crises de bronquite, tosse e asma. Suas saponinas produzem irritação na mucosa,
aumentando as secreções respiratórias. Alivia problemas de respiração em pessoas com doenças do coração.
Recomenda-se também para casos de dores no baço, conjuntivite e glaucoma. É usada externamente em
queimaduras, bolhas, coceiras, herpes zoster e secreções genitais.
outros usos: Usada também como planta ornamental.
Contra-Indicações: Não é indicada para pessoas hipotensas e com infecção renal e estomacal.
Efeitos Colaterais: Pode provocar irritação renal e estomacal, diarréia e pressão baixa.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura pesquisada.
tipo de solo: Salino, principalmente quando cultivada em vales, e saturado, quando cultivada ao lado de
água parada; ph entre 6 e 8.
adubação e correção: Não encontrados na literatura consultada.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 258


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Flores: Colhidas antes dos botões se abrirem.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou de plástico atóxico, em local seco e bem ventilado, protegido da
luminosidade.

Groselha

Ribes nigrum L. - Glossulariaceae (Saxifragaceae)


Planta originária da Ásia, Europa e Estados Unidos. O aroma extraído dela entra, com outros ingredientes, na
composição das groselhas vendidas nos supermercados - a bebida é conhecida popularmente pelo seu sabor
doce e cor vermelha e que geralmente é vendida na forma concentrada. Em menor quantidade, algumas
marcas produzem uma groselha natural, feita dos próprios frutos da planta. Na região da Rússia, a groselha é
utilizada no processo de elaboração de uma espécie de aguardente de vinho, semelhante ao brandy. É uma das
principais plantas envolvidas em hibridizações, visando-se a produção de groselheiros maiores. Em geral, por
ter vitamina C em abundância, é usada em casos de gripes e resfriados.
Outros Nomes Populares: groselha negra, groselheira-negra, groselheira-preta.
Outros Idiomas: schwarze johannisbeere (alemão), grosella negra (espanhol), cassis (francês), black currant
(inglês), ribes nero (italiano).
Descrição Botânica: Planta arbustiva, de ciclo perene, que chega a até 2 metros de altura. Possui numerosos
ramos, que são inicialmente pubescentes. As folhas são alternas, pecioladas, com a base cordata e margem
dentada. Possui flores esverdeadas ou branco-amareladas, agrupadas em inflorescências do tipo racemo. O
fruto é do tipo baga, de formato globoso, cor preta e contém numerosas sementes.
Composição Química: Catequina, acetaldeído, ácido acético, alfa-alanina, ácido-alfa-linolênico, alfa-pineno,
alfa-terpineno, alfa-terpineol, alfa-tocoferol, antocianinas, arginina, arsênico, ácido ascórbico (vitamina C),
ácido aspártico, betacaroteno, betapineno, betafelandreno, ácido caféico, canfeno, carifileno, ácido
clorogênico, ácido cítrico, cianidina, delfinidina, ácido ferúlico, ácido fórmico, frutose, ácido-gama-
linolênico, geraniol, glucose, ácido glutâmico, glutamina, humuleno, ferro, isoleucina, isoquercitrina,
kaempferol, leucina, limoneno, linalol, luteína, ácido linoléico, mirceno, ácido oléico, ácido oxálico, ácido p-
cumárico, ácido palmítico, ácido pantotênico, pectina, quercetina, ácido quínico, riboflavina, rutina, ácido
esteárico, sucrose, taninos, terpineno, vitamina B6.
Partes Usadas: Casca, Folhas, Frutos, Raízes.
Propriedades Medicinais: Anti-hemorroidal, Anti-reumática, Antidiarréica, Antigripal, Antiinflamatória,
Antilítica, Antitussígena, Digestiva, Diurética, Febrífuga, Hipotensora, Sudorífera, Vulnerária.
Usos
culinária: Os frutos são consumidos frescos "in natura" e utilizados também na fabricação de geléias,
sucos e doces. O xarope da groselha, na forma concentrada, é usado como cobertura para sorvetes e saladas de
frutas e também pode ser usado como ingrediente em bolos, pudins e outras sobremesas. Além disso, a
infusão das folhas produz um chá verde que pode ser usado para alterar o sabor do chá preto.
beleza: Não encontrados na literatura pesquisada.
saúde: Os frutos do groselheiro são ricos em vitamina C. Por isso, são usados contra infecções, gripes e
resfriados. O suco dos frutos frescos ou embalados a vácuo pode curar diarréias e facilitar a digestão. O uso
das folhas, tanto por infusão quanto por decocção, pode ser eficaz no equilíbrio da pressão sangüínea em
casos de hipertensão, no tratamento de edemas, dores reumáticas e tosses. Acredita-se que a ingestão das
folhas infusas aumente a atividade do sistema nervoso. A infusão de raízes também pode combater febres. As
cascas decoctas são utilizadas no tratamento de cálculos, edemas e hemorróidas. Externamente, a planta pode
ser utilizada em compressas para curar cortes e abscessos.
outros usos: Não encontrados na literatura pesquisada.
Contra-Indicações: As folhas não devem ser usadas por pessoas com edemas causados por redução da
atividade cardíaca ou renal.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura pesquisada.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 259


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Por estaquia e mergulhia, raramente por enxertia.
espaçamento: 3 x 3 metros.
tipo de solo: De textura sílico-argilosa, profundo, úmido, bem drenado, rico em matéria orgânica e com
pH entre 6 e 7,5.
adubação e correção: Aplicar cerca de 90 mililitros da formulação 11-51-0 (rica em fósforo, para
promover o desenvolvimento de um sistema radicular forte). Convém, de qualquer forma, fazer a análise do
solo e consultar um engenheiro agrônomo antes do plantio.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Raízes: No outono.
Casca: No outono.
Folhas: Durante a floração, ou logo depois que ela terminar.
Frutos: De três a cinco anos após o plantio. Para a fabricação de geléias, colher os frutos quando estiverem
ainda um pouco verdes.
Secagem
Raízes: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
50°C.
Casca: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
50°C.
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
50°C.
Frutos: Usados na forma fresca ou congelada.
Acondicionamento
Raízes: Em sacos de pano ou caixas de papelão, bem fechados e longe da umidade.
Casca: Em sacos de papel ou pano, bem fechados e longe da umidade.
Folhas: Em sacos de papel ou pano, bem fechados e longe da umidade.
Frutos: No refrigerador ou congelador.

Guabiroba

Campomanesia xanthocarpa O. Berg - Myrtaceae


Originária do Brasil, especialmente do cerrado das regiões Sudeste e Centro-Oeste, possui frutos comestíveis,
com alto teor de vitaminas. Do Brasil, disseminou-se para outros países da América do Sul, sendo bastante
encontrada na Argentina, no Uruguai e no Paraguai.
A palavra "guabiroba" vem dos termos tupi-guarani "wa’bi" + "rob", que significam "árvore de casca
amarga". Por sua copa vistosa, é comumente usada em projetos de paisagismo como árvore ornamental.
Outros Nomes Populares: gabiroba, gabirobeira, gabirova, gavirova, goiaba-da-serra, guabiroba-da-mata,
guabirobeira, guabirova, guariroba, guarirova, guavira, guaviroba, guavirova.
Outros Idiomas: guariroba ou guabirá (espanhol).
Descrição Botânica: Planta semidecídua, mesófita, heliófita e seletiva higrófita (sendo abundante nas partes
úmidas das matas de altitude), que atinge entre 10 e 20 metros de altura, com copa globosa de cerca de 6
metros de diâmetro, raízes fasciculares e tronco ereto, com 30 a 50 centímetros de diâmetro e casca levemente
sulcada, dotada de caneluras. As folhas são membranáceas, geralmente assimétricas e possuem coloração
verde-clara. As flores são pequenas, brancas ou de coloração creme-esbranquiçada, aparecendo entre
setembro e novembro. Os frutos, arredondados, possuem casca de coloração verde- amarelada, polpa
esverdeada e suculenta, envolvendo numerosas sementes.
Composição Química: Proteínas, carboidratos, niacina, sais minerais (ferro, fósforo, cálcio), vitaminas do
complexo B.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antidiarréica, Antidisentérica.
Usos
culinária: Consumidas "in natura" e usadas no preparo de geléias, licores, sucos, doces e sorvetes.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 260


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
beleza: Não é usada.
saúde: Diarréia, desinteria.
outros usos: É comumente usada em projetos de paisagismo como árvore ornamental.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical quente, mas com baixo índice pluviométrico.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes; as sementes perdem rapidamente o poder germinativo, por isso devem ser
semeadas logo após a sua extração dos frutos. Pode ser cultivada em canteiros.
espaçamento:
tipo de solo: Não é exigente quanto ao solo, crescendo inclusive em terrenos pobres. No entanto, quando é
cultivada apresenta maior preferência pelos solos do tipo podzólico vermelho-amarelo.
adubação e correção:
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Frutos: De dezembro a maio; a frutificação é abundante.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: Em sacos plásticos na geladeira.

Guaco

Mikania glomerata - Asteraceae (Compositae)


O guaco é uma planta trepadeira arbustiva, originária da América do Sul. No Brasil, encontra melhores
condições de crescimento da Bahia até o Rio Grande do Sul. Seus princípios ativos justificam a fama de um
poderoso remédio contra afecções do trato respiratório.
Outros Nomes Populares: erva-de-cobra.
Outros Idiomas: guaco (espanhol), guaco (francês), guaco (inglês), guaco (italiano).
Descrição Botânica: Guaco é um subarbusto trepador de ramos lenhosos, cilíndricos, estriados e de coloração
castanha, que atinge até 1,2 metro de altura. As folhas são pecioladas, opostas, ovais e trilobadas, com
consistência membranácea ou coriácea. As flores são agrupadas em inflorescências do tipo panícula. O fruto é
do tipo aquênio e piloso.
Composição Química: Óleo essencial rico, resinas, taninos, saponinas, guacosídio, diterpenos e
sesquiterpenos (cineol, borneol e eugenol), substância amarga (guacina), cumarinas (em elevadas doses),
ácido caurenóico e ácido isobutiriloxi caurenóico.
Partes usadas: folhas.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Anti-reumática, Anti-séptica, Antiinflamatória, Antimicrobiana, Antitussígena,
Aromática, Broncodilatadora, Cicatrizante, Conservante, Depurativa, Estimulante, Estomáquica,
Expectorante, Febrífuga, Hepatoprotetora, Sedativa, Sudorífera, Tônica.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Não é usado.
saúde: As folhas são usadas em infusões, tinturas, decocções, xaropes e cataplasmas, para combater
afecções do trato respiratório, tosse, bronquite, artrite, úlceras, malária, rouquidão, asma, nevralgia, artritismo,
reumatismo, ansiedade, insônia, gota, dermatites e micoses.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Por apresentar em sua composição química grande quantidade de cumarinas, é contra-
indicado para pessoas com hepatopatias (devido à atividade antagonista da vitamina K exercida pelas
cumarinas), trombocitopenia e coagulopatias. Não é indicada também para pacientes que fazem uso de
anticoagulantes ou de heparina, pois aumenta o risco de sangramento.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, o uso do guaco em doses recomendadas não foi
associado a nenhum tipo de reação adversa.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Cultivo e Conservação
clima: Prefere o clima subtropical e temperado, mas também cresce em regiões tropicais e equatoriais,
como a Amazônia.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes ou estacas.
espaçamento: de 2,5 a 3 metros entre plantas.
tipo de solo: qualquer tipo, mas prefere os solos úmidos e ricos em matéria orgânica.
adubação e correção: 5 quilos de esterco de curral curtido ou composto orgânico; pode-se adicionar 1,5
quilo de calcáreo e 300 a 500 gramas de fosfato natural por cova.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Depois de 6 meses do plantio, durante todo o ano, especialmente no fim do inverno.
Secagem
Folhas: Em secador, com temperatura máxima de 35º C; deve-se fazer a secagem do guaco rapidamente,
para que se conservem melhor as características originais.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de papel, em ambientes secos e livres de insetos.

Guaraná

Paullinia cupana Kunth - Sapindaceae


O guaraná ganhou o nome científico de Paullinia em homenagem ao médico e botânico alemão C. F. Paullini,
morto em 1712. No entanto, é uma planta tipicamente brasileira, nativa da Floresta Amazônica e hoje
adaptada e cultivada também em outras regiões do país. Seu cultivo começou na era pré-colombiana com as
primeiras tribos indígenas do Baixo Amazonas, tais como os Sateré-Maués e os Andiras. Domesticado há
centenas de anos por esses índios, o guaraná não é mais encontrado no estado silvestre. Acredita-se que
mesmo as plantas encontradas em floresta densa – na região próxima aos rios Madeira, Tapajós, Amazonas,
Marau e Andira – foram originadas de um cultivo indígena no passado.
Diz a lenda indígena que o guaraná brotou pela primeira vez dos olhos do filho de Onhiámuáçabe, que
conhecia todas as plantas e os seus usos. Contam os índios que, mal a criança aprendeu a falar, já começou a
desejar os frutos de uma castanheira encantada que sua mãe havia plantado no Noçoquém (lugar sagrado,
onde as pedras falam, que estava sob o domínio de seus tios).
Acontece que os tios não queriam o menino. Um dia, quando ele se deliciava com os frutos da castanheira, os
bichos da floresta foram avisar seus tios, que mandaram matá-lo. Quando a mãe chegou, já era tarde. Então
ela enterrou os olhos do filho, cuidadosamente. As lágrimas desoladas da mãe fizeram nascer da terra os
frutos do guaraná: do olho esquerdo, nasceu o guaraná-falso, ou guaranarana, que não presta; do olho direito,
nasceu o guaraná-verdadeiro.
Depois de um tempo, da cova onde o menino fora enterrado, começaram a sair diversos animais. No final saiu
um menino, o primeiro índio da tribo dos Maués, que se consideram, dessa forma, "os filhos do guaraná", ou
"filhos do uaranã", que significa "olho de gente" ou "parecida com o olho" – e, de fato, as sementes do
guaraná lembram diversos "olhinhos".
Outros Nomes Populares: guaranazeiro, naranazeiro.
Outros Idiomas: guaranastrauch (alemão), guaraná (espanhol), guarana (inglês), guaranà (italiano).
Descrição Botânica: Cipó lenhoso (trepadeira) de caule sulcado com casca escura, que pode atingir até 10
metros de altura em área de floresta ou capoeira, crescendo sobre as árvores. Cultivado em áreas abertas, tem
porte de arbusto, formando uma moita de no máximo 2 ou 3 metros de altura. As folhas, compostas por cinco
folíolos, têm coloração acentuadamente verde. As flores são brancas ou de cor amarelo-clara, agrupadas ao
longo do caule em inflorescências do tipo panícula. Os frutos aglomeram-se em cachos compridos e, quando
maduros, possuem coloração avermelhada (ou, em menor escala, alaranjadas e amarelas) e apresentam-se
entreabertos, exibindo sementes negras com arilo branco e espesso, que lembram pequenos "olhos". A
variedade usada para o plantio é a P. cupana sorbilis, descrita e estudada pelo botânico alemão Karl Friedrich
von Phillip Martius no século 18.
Composição Química: adenina, ácido tânico, alcalóides (teobromina, teofilina e guaranina), amido, colina,
hipoxantina, mucilagem, pectina, pigmento vermelho, resina, saponina, timbonina, xantina.
Partes Usadas: Sementes.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Propriedades Medicinais: Adstringente, Afrodisíaca, Analgésica, Antibacteriana, Antiblenorrágica,
Antidiarréica, Antitérmica, Diurética, Estimulante físico e psíquico, Regulador intestinal, Retardador da
fadiga, Sudorífera, Tônica, Vasodilatadora.
Usos
culinária: Consumido na forma de sucos e refrescos; usado na fabricação de refrigerantes e como
ingrediente para algumas receitas, como o bolo de guaraná.
beleza: O guaraná vem sendo utilizado na produção de cosméticos voltados para o tratamento de peles
oleosas e de celulite.
saúde: Vendido em ramas, bastões, em pó ou na forma de cápsulas e xaropes, é usado como medicamento
para diversos fins, especialmente para o combate ao estresse, ao desgaste físico e mental, e como estimulante.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: durante a gravidez.
Efeitos Colaterais: como o guaraná é rico em teobromina, teofilina e guaranina, substâncias análogas à
cafeína, pode causar dependência física e psicológica. Essas substâncias operam por mecanismos similares às
anfetaminas e à cocaína, agindo nos mesmos receptores do sistema nervoso central (SNC). Seus efeitos,
entretanto, são bem mais fracos do que essas drogas. Usado a longo prazo, pode afetar o sono, causando
insônia.
Cultivo e Conservação
clima: quente e úmido, com média pluviométrica anual de 1.300 milímetros e temperatura média anual
superior a 21º C.
exposição solar: Plena (a planta precisa de proteção contra os raios solares apenas nos primeiros meses
após o plantio, o que pode ser feito com folhas de palmeiras ou plantio de grandu ou tefósia).
propagação: sementes.
espaçamento: 3-5 x 3-5 metros, de acordo com a fertilidade do solo e com as práticas culturais a serem
adotadas; abrir e adubar as covas, de 40 x 40 x 40 centímetros, entre 30 e 60 dias antes do plantio.
tipo de solo: deve-se evitar solos de regiões de baixada e de textura arenosa. O ideal é o latossolo
vermelho-amarelo, de textura argilosa.
adubação e correção: as exigências nutricionais são pouco conhecidas; sugere-se uma adubação na cova
com 3 quilos de esterco de gado ou 1 quilo de esterco bem curtido, misturado com terriço superficial, 50
gramas de P5O2 e 500 gramas de calcário.
necessidade de água: Plena.
Colheita
Sementes: de janeiro a abril, a partir do quarto ano após o plantio; colher os cachos e frutos maduros
manualmente.
Secagem
Sementes: após a colheita, manual, os frutos maduros abertos ou os cachos devem ser amontoados em um
galpão por dois a três dias, para uma leve fermentação. Em seguida, são despolpados, manualmente ou por
meio de despolpadeiras, secados ao ar livre ou com auxílio de secador solar. As sementes são limpas e
torradas em fogo lento durante 6 horas, em forno de barro. Depois os grãos torrados são batidos dentro de
sacos para que suas cascas comecem a se soltar. Daí eles são descascados e socados em pilões de madeira,
com água, até ficarem reduzidos a uma pasta, que é sovada e modelada em bastões, os "pães de guaraná". O
pão é secado ao sol ou em uma estufa por 30 dias, ou ainda defumados durante dois meses até ficarem bons
para o consumo. Para se obter o pó de guaraná, os bastões são ralados.
Acondicionamento
Sementes: em sacos ou caixas de papelão bem fechados e em local livre da umidade.

Guiné

Petiveria alliacea L. - Phytolaccaceae


Planta encontrada no Brasil, de Pernambuco até o Rio Grande do Sul, a guiné faz parte de nossa mais
tradicional cultura popular. Acredita-se que possa atuar como um poderoso escudo mágico contra malefícios
e, por isso, essa erva é muito usada em rituais de defumação e banhos curativos. Tal convicção é amparada no
antigo costume dos negros de utilizá-la como arma de vingança contra os brancos. Vem daí seu apelido de
"amansa senhor". Muito antes disso, porém, já era utilizada pelos maias na medicina e na fetiçaria.
Outros Nomes Populares: amansa senhor, erva de alho, erva de guiné, erva de pipi, mucura-caa, raiz de

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 263


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
guiné, tipi.
Outros Idiomas: anamú (espanhol), arada (francês), anamu (inglês).
Descrição Botânica: Planta herbácea lenhosa de 1 metro de altura, de ramos angulosos, sulcados-estriados,
pubescentes ou quase glabros, subflexuosos e dilatados nos nós. Suas folhas são verde-escuro, possuem base
cuneiforme estriada e pecíolo canaliculado de cerca de 5 milímetros de comprimento. As raízes, de cor pardo-
acinzentada, têm forma de fuso. São irregularmente ramificadas e de comprimento variável.
Composição Química: Óleo essencial, saponina, tanino, flavonóide, resina inerte, ácido resinoso, glicose.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Antiinflamatória, Estimulante, Sudorífera.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: Por suas propriedades analgésicas, é indicada para afecções da cabeça e da vista, mas apenas em
uso externo, na forma de compressas. Há indicações de uso contra falta de memória, reumatismo, paralisia,
dor de dente, dor de garganta e estados nervosos, mas seu uso interno deve ser evitado por ser extremamente
tóxica.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Em altas doses é abortiva e provoca loucura quando usada continuamente. O
envenenamento é lento e no período agudo provoca superexcitação, insônia e quase alucinação.
Efeitos Colaterais: Indiferença, chegando à imbecilidade; fraqueza cerebral e convulsões, que começam
fracas tornando-se depois tetaniformes; provoca ainda mudez por paralisia da laringe e morte ao fim de um
ano, dependendo da dose.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Sementes.
espaçamento: 40 x 80 centímetros.
tipo de solo: Rico em nutrientes e bem drenado.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Folhas: Seis meses após o plantio.
Secagem
Folhas: Lugar ventilado e à sombra.
Acondicionamento
Folhas: Devem ser guardadas em sacos de papel.

Gymnema

Habitat
Planta trepadeira, comum na Índia Central e Sul, no Oeste de Ghats e no território de Goa.
Parte Usada
Raiz, folhas e princípio ácido.
Constituintes
As folhas secas ao sol contém 2 resinas – a resina insolúvel em álcool em álcool, formando a maior
porção e a resina solúvel em álcool, que deixa uma leve sensação na garganta, não contém
nenhum tanino. Existe também em sua constituição, um princípio ativo alguminoso, neutro e
amargo, além de oxalato de cálcio, parabina, glucose, carboidratos, ácido tartarico, um ácido
orgânico chamado X(fórmula C32H5CO12), que viria a ser um glicosído e possuir propriedade anti
sacarínica, ácido gimênico 6% celulose e quercitol. O ácido gimnêmico quando purificada e
analisado, não foi encontrada nenhuma propriedade anti-sacarínica, a não ser por um glicosideo, a
substância X, conforme acima. Em preparações com diferentes frações das folhas, isolou-se o
ácido gimnêmico e preparou-se um sal de sódio para tratamentos farmacológicos e clínicos. Foram
isoladas, também, algumas enzimas e testada sua ação para hidrolisar açúcar.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 264


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Foi feita uma detalhada investigação química das folhas secas ao ar livre, depois da ignição, onde
11,45% da matéria inorgânica era constituída de álcali, acido fosfórico, oxido de ferro e manganês,
2 hidrocarbonetos hentriacontane e pentriacontane, clorofila a e b, fitol, resinas, ácido tartárico,
inositol, corpos antraquinonicos e ácido gimnêmico. Não foi encontrada nenhuma substância,
solúvel em água ou solúvel em álcool, nas folhas, as quais tenha propriedade de dissolver a glicose
“in vitro”, nem substância química parecida com a insulina. A casca contém amido e uma grande
quantidade de sais de cálcio e outras solidificações cristalinas.O ácido gimnêmico assemelha-se ao
ácido crisofânico e forma sais insolúveis com alcalóides.
Ação
Adstringente, estomáquico, tônico e refrescante. A planta tem sido descrita como um antiperiódico e
diurético. A ação das enzimas isoladas da Gymnema silvestre foi estudada “in vitro” nos açúcares
de cana e glicose e os seguintes resultados foram obtidos:
a) substância redutora presente nas folhas foi de 0,37%.
b) na solução de açúcar de cana, misturado com o pó das folhas a ação hidrolítica começou em 2
horas e estava completa em 18 horas. O mesmo resultado foi obtido com solução de cana
misturado com enzimas isoladas das folhas.
c) no pó faz folhas de Gymnema silvestre encontrou-se uma ação oxidativa sobre a solução de
glicose e ocorreu glicose, com uma fina redução da solução de glicose de 2,3 para 0,66% em 29%
horas. Na enzima isolada das folhas, nenhuma ação foi vista.
d) não foi encontrado no ácido gimnêmico, nenhuma ação hidrolítica ou oxidativa, quando
misturada com solução de açúcar de cana ou solução de glicose. O efeito da droga no açúcar do
sangue foi testada cuidadosamente em coelhos selecionados. A estimativa quantitativa inicial de
açúcar foi feita e então a droga foi administrada por injeção subcutânea. Após duas horas, nível de
açúcar no sangue foi reexaminado.
Além disso, frações seguintes do ácido gimnemico foram testadas e os efeitos sobre o açúcar no
sangue dos animais foram registrados:
a) no extrato aquoso do p ó das folhas;
b) no extrato alcoólico usando 95% de álcool;
c) no extrato alcoólico usando 70% de álcool;
d) sal de sódio de ácido gimnemico.
Nenhum dos animais para os quais estas frações foram dadas, não houve redução da quantidade
de açúcar no sangue daqueles coelhos, depois da injeção de várias preparações de Gymnema
silvestre, deve-se ao excesso de glicogênio no fígado dos coelhos, os quais podem ter se
convertido em reservas de açúcar para prevenir a queda deste a nível sanguíneo. Isto irá ocorrer,
se o animal estiver extremamente bem alimentado e bem cuidado, mas para obter este resultado,
os animais experimentais não foram alimentados por um período de 34 a 36 horas antes do teste.
Entretanto, de acordo com experimentos, as folhas causam hipoglicemia em animais, os quais
apresentam estes sintomas depois da administração por via oral ou por via injetável. Esta
hipoglicemia foi causada pela ação indireta de droga, através da estimulação da secreção da
insulina do pâncreas, não tendo ação direta sobre o metabolismo dos carboidratos.
Indicações
Alguns autores descreve a Gymnema silvestre, como um destruidor da glicosúria e outras
disfunções urinárias. Com relação a sua propriedade de suprimir o gosto de açúcar, foi dado o
nome de Gur-mar, significando “destruidor de açúcar” e acredita-se, que lê deve neutralisar o
excesso de açúcar presente no corpo na diabetes melitus. Em bombay na Índia Central tem sido
usada como um remédio contra esta condição com sucesso. A raiz tem sido usada como um
remédio para mordida de cobra, seu pó deve ser colocado sobre a ferida, ou feito uma pasta com
água e aplicada no local ou um decocto usado internamente. As folhas, quando mastigadas,
amortizam a vontade pelo gosto doce e o amargor de substâncias amargas, como o quinino. Este
efeito dura de 1 a 2 horas, não afeta substâncias salgadas, adstringentes e ácidas.
As folhas secas, na dose diária de 30 a 60 gramas (2 a 4 grs do pó), por um período de 3 meses ou
mais, podem reduzir a glicosúria, não interferindo na dietoterapia. O decocto (1 em 10),
administrado em doses de 14 a 28g (folhas) é usado para febre e tosse. Suas propriedades são
similares ao da Ipeca. As folhas trituradas com óleo de rícino são aplicadas em glâmdulas inchadas
e dilatadas de vísceras internas, como fígado e baço.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Dose
Do extrato seco de Gymnema silvestre a 85%, deve-se tomar de 40 – 50 mg, 2 vezes ao dia, cerca
de meia hora antes das principais refeições. Pode ser associado a outras plantas com efeito de
emagrecimento.

Hamamélis

Hamamelis virginiana L. - Hamamelidaceae


A hamamélis é um arbusto originado da América do Norte. Seu nome científico foi derivado de uma palavra
grega que significa que é muito parecida com uma macieira. Na medicina, é usada já há muito tempo pelos
índios norte-americanos para curar tumores e queimaduras. Hoje sua reputação é alta no tratamento de
problemas circulatórios. Na aromaterapia é indicada para a meditação, atuando no desenvolvimento interior e
na compreensão do mundo, afastando as aflições da alma.
Outros Nomes Populares: hamamélide.
Outros Idiomas: virginische zaubernuss (alemão), hamamélis (francês), witch hazel (inglês), amamelide
(italiano), hamamelides (latim).
Descrição Botânica: A hamamélis é uma planta de porte arbustivo, decídua e ramificada, que atinge de 2,4 a
4,5 metros de altura. Suas folhas são alternas, de formato arredondado, grandes, com pecíolo curto, de bordos
dentados, e caem no outono. As flores são pequenas, de coloração vermelha e desenvolvem-se no inverno, nas
pontas dos galhos. Os frutos são negros e deiscentes, contendo sementes oleosas e brancas no seu interior, que
são expulsas quando maduras.
Composição Química: ácido gálico, ácidos graxos, canferol, catecol, eugenol, flobafenos, hamamelitanino,
hamamelose livre, isopreno, mucilagens, oxalato de cálcio, quercetol, resinas, saponinas, sesquiterpenos
isopreno, saponinas, mucilagens, oxalato de cálcio, flavonóides, hamamelitanino, ésteres e flobafenos.
Partes Usadas: Casca do caule, Folhas.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anticaspa, Antiinflamatória, Descongestionante, Hemostática,
Higienizante, Rejuvenescedora, Tônica, Vasoconstritora.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Impurezas na pele, sinais de envelhecimento, irritações na pele pós-barba, pequenos ferimentos,
varizes, inchaço nas pernas, dor nos pés, caspa, fragilidade dos fiosde cabelo e oleosidade excessiva do couro
cabeludo.
saúde: Hemorragias, hemorróidas, proteção contra infecções, queimaduras, problemas circulatórios,
diarréia e afecções das mucosas da boca.
outros usos: Na visão da aromaterapia, é indicada para acompanhar a meditação, atuando no
desenvolvimento interior e na compreensão do mundo e afastando as aflições da alma.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: sedação, salivação abundante e irritação gástrica.
Cultivo e Conservação
clima: temperado ameno.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: semente e estaquia de ramos novos.
espaçamento:
tipo de solo: textura média, rico em nutrientes, úmido e com pH de neutro a ácido.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: quando atingem a maturidade.
Casca: em qualquer época.
Secagem
Folhas: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35°C.
Casca: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
60°C.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Acondicionamento
Folhas e Casca: em sacos de papel ou de pano.

Hena

Lawsonia inermis L. - Lythraceae


Originária da Índia e do norte da África, hoje é cultivada também na América Central, no Egito, na Europa,
Indonésia, no Iraque, em Java, na Nigéria e na Turquia. Já era usada no Oriente nos tempos antigos, onde era
conhecida não só pelos seus efeitos cosméticos, mas principalmente por suas propriedades terapêuticas, entre
elas as ações antibiótica e protetora da pele. Desde os tempos imemoriais é utilizada também pelos povos
muçulmanos e budistas em cerimônias religiosas, costume que foi adotado também pelos índios norte-
americanos. Foi redescoberta pelos hippies nos anos 70, quando começou a ser amplamente empregada para
se fazer tatuagens pelo corpo. Essas tatuagens, temporárias, duravam entre 15 e 20 dias e expressavam
principalmente o engajamento político dos jovens e sua luta pela paz mundial, tornando-se um símbolo
marcante do início da cultura pop.
O nome popular da hena provém do termo árabe "hinna".
Outros Nomes Populares: henê, henna.
Outros Idiomas: henna (alemão), henné (espanhol), henné (francês), henna (inglês), hennè (italiano).
Descrição Botânica: Arbusto de ramos longos, ciclo perene e que atinge de 2,5 a 3 metros de altura. Suas
flores têm aroma adocicado, coloração branca e amarela e agrupadas em inflorescências do tipo panícula.
Delas extrai-se uma tintura castanho-avermelhada.
Composição Química: Manitol, mucilagem, ácidos gálicos, resinas, ácido hennotânico, apigenina,
cumarinas, henosídeos, luteolina, lawsona, manitol, sitosterol, taninos, triterpenos e xantonas.
Partes Usadas: Flores, Folhas.
Propriedades Medicinais: Absorvente de radiação ultravioleta, Adstringente, Anti-séptica, Antiinflamatória,
Bactericida, Béquica, Corante, Desodorante, Emenagoga, Estimulante, Sedativa.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Com a casca e folhas secas se prepara uma tintura castanho-avermelhada usada pura ou adicionada
a outros agentes corantes para tingir os cabelos, a pele e as unhas. Empregada ainda em cremes e loções para o
tratamento de diversos problemas de pele, tais como eczemas, micoses e ferimentos, em xampus e
condicionadores para o tratamento dos cabelos, sendo indicada especialmente para cabelos ruivos e grisalhos.
O óleo essencial extraído das flores da hena, conhecido por "mehndi", é usado em perfumes indianos e
africanos, muito utilizados também em festivais religiosos árabes. Na Bíblia, esse óleo essencial era chamado
de "camphire".
saúde: O chá das folhas e flores pode ser usado contra dores de cabeça, infecções nos órgãos genitais, tais
como as provocadas por candidíase, leucorréia, cirurgias de circuncisão e herpes. Empregado ainda contra
dermatose, histeria, mialgia, oftalmia, reumatismo, dores estomacais e tumores. Usado ainda para proteger a
pele dos efeitos nocivos dos raios ultra-violeta do sol e indicado para pessoas com lepra.
outros usos:
Contra-Indicações: De acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações ao uso externo.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, não há efeitos colaterais advindos do uso externo.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical quente e semi-árido; cresce bem em condições desérticas.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento:
tipo de solo: Adapta-se a diversos tipos de solo, do pedregoso ao arenoso, inclusive os baixa fertilidade
onde não é possível cultivar a maior parte das espécies vegetais.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou composto orgânico, incorporados a 30
centímetros de profundidade; recomenda-se adubar a cada três semanas.
necessidade de água: Moderada (Baixa (entre uma rega e outra, recomenda-se deixar primeiro o solo ficar
bem seco)).
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Flores: Quando estiverem em botão.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Flores: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 30º
C.
Acondicionamento
Folhas e Flores: Em sacos de pano ou de papel.

Hera

Hedera helix L. - Araliaceae


A hera é uma planta originária da Europa e tida com grande estima pelos filósofos antigos. Ela era usada nas
coroas dos poetas e dedicada a Baco, deus do vinho e das orgias, pelo seu poder de desintoxicar o corpo da
ação do álcool. Hoje, a hera é usada para eliminar gorduras localizadas e celulite.
Outros Nomes Populares: hera-inglesa, hera-verdadeira.
Outros Idiomas: gewöhnlicher efeu (alemão), hiedra (espanhol), lierre (francês), common ivy (inglês), edera
(italiano), hedera (latim).
Descrição Botânica: A hera é uma planta trepadeira, de ciclo perene, que produz estolões e raízes adventícias
e fixadoras. O caule é filiforme. As folhas são persistentes, de coloração verde-escura, de formato palmado ou
trilobado, com pecíolo longo. As flores são de coloração branca, agrupadas em inflorescências do tipo
umbela. O fruto é uma baga, de coloração preta (outras vezes amarela) e redondo como uma ervilha.
Composição Química: ácido clorogênico, ácido fórmico, ácido hederotônico, ácido shikímico, ácidos
terpênicos, hederacósido, hederina, hederosaponina, hederósido, hedrina, quercetina, rutina, sais minerais
(iodo), sapogeninas e taninos.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Antiespasmódica, Calmante, Cicatrizante, Estimulante, Hidratante,
Lipolítica, Vasodilatadora.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Linhas de expressão e rugas, celulite, calos, pele irritada pós-sol e verrugas.
saúde: Úlceras, ferimentos, queimaduras, asma, bronquite, celulite, laringite, hipertensão arterial,
nevralgias, gota, escrofulose, ferimentos, reumatismo, neurites, feridas, úlceras e calos.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: gestantes, lactantes, crianças e portadores de hipertireoidismo; aconselha-se somente o
uso interno somente com acompanhamento médico.
Efeitos Colaterais: diarréia e vômito.
Cultivo e Conservação
clima: temperado ameno.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: estaquia de ramos novos.
espaçamento:
tipo de solo: todos os tipos.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade; adubação mineral com superfosfato; calagem em solos ácidos.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: são colhidas apenas as folhas novas.
Secagem
Folhas: recomenda-se usá-las frescas, porém pode-se secar ao ar livre, em local sombreado e bem
ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35°C.
Acondicionamento
Folhas secas: em sacos de papel ou de pano.

Herniária

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Herniaria glabra L. - Caryophyllaceae (Illecebraceae)


Planta típica do hemisfério norte, rara no Brasil e provavelmente originária da Europa ou nordeste da Ásia,
onde cresce em campos arenosos ou no meio de rochas. Tem sabor salino, um pouco adstringente e levemente
amargo. É conhecida popularmente como herniária porque, no passado, era usada no tratamento de hérnias,
embora, hoje, ela tenha caído em desuso no que se refere a este fim. Além disso, era empregada no combate a
problemas nas vias urinárias, principalmente na bexiga. Essa planta pertence à família das cariofiláceas, cuja
principal espécie medicinal é a saponária (Saponaria officinalis L.). No Brasil, onde as cariofiláceas são raras,
há uma espécie bem conhecida, o craveiro - planta que forma os cravos, que são aquelas belas flores
vermelhas ou brancas. O sinônimo científico da herniária é a Herniaria suavis Klok., mas ela não deve ser
confundida com a Herniaria hirsuta L.
Outros Nomes Populares: Não há variações.
Outros Idiomas: bruchkraut, kahles bruchkraut (alemão), arenaria, herniaria, hierba de la piedra (espanhol),
casse-pierre, herniaire glabre, herniaire vulgaire, herniole, turquette glabre (francês), breast wort, flax weed,
green carpet, herniary, knot weed, rupture-wort, smooth rupturewort (inglês), erniaria (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, prostrada, de ciclo perene ou bianual, de pequeno porte, que atinge, no
máximo, 20 centímetros de altura, quando adulta. Possui haste fina e ramificada. Suas folhas são pequenas,
lanceoladas, sésseis, verde-amareladas, tornando-se bronzeadas no inverno. Possuem estípulas de formato
oval. As folhas superiores são alternas e as inferiores, opostas. As flores são pequenas, brancas, hermafroditas,
sem pedúnculo visível e agrupadas em inflorescências do tipo racemo, que crescem nas axilas das folhas. O
fruto é do tipo cápsula, oval e seco. Possui semente ovóide, negra e brilhante, de 0,4 a 0,6 milímetros de
dimensão.
Composição Química: saponinas, umbeliferona, herniarina, flavonóides derivados da isorramnetina,
quercetina, rutina, paroniquina, taninos.
Partes Usadas: Parte aérea.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-reumática, Anticatarral, Antiespasmódica, Antigota, Antilítica,
Antimuco, Depurativa, Diurética, Expectorante, Hipotensora.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: O chá da planta é popularmente usado contra inflamações da bexiga (cistite). A planta também
combate infecções urinárias, auxilia na destruição e expulsão de cálculos renais (pedra nos rins) e no alívio de
espasmos. Estudos em ratos mostraram que as saponinas agem positivamente na redução da pressão arterial e
nas funções renais de animais hipertensos. A planta também favorece o aumento da secreção biliar e, no
passado, era empregada para curar icterícia e excesso de muco no estômago (provavelmente catarro gástrico).
Popularmente, a planta é usada ainda contra gota, reumatismo, inflamação nos nervos e desordens
respiratórias. No passado, era usada em casos de picada de cobra.
outros usos: É usada como planta forrageira em projetos paisagísticos. Séculos atrás era empregada para
fabricar sabão e para matar vermes que se alojavam em feridas de cavalos doentes.
Contra-Indicações: Crianças, gestantes, nutrizes, pessoas com úlcera gástrica, problemas na vesícula biliar,
estômago e fígado, pessoas com edemas devido a insuficiência cardíaca e renal moderada. O comitê do
governo alemão responsável pelo estudo científico de plantas medicinais - reconhecido como o órgão de
estudos mais sério da área de produtos botânicos - desaconselha seu uso medicinal. Considera que sua
atividade terapêutica não foi ainda devidamente documentada por estudos científicos.
Efeitos Colaterais: O uso interno prolongado pode causar danos ao canal alimentar e ao fígado. Pode causar
complicações, nos casos de pedra na vesícula biliar. Irritação na pele e alergia podem ocorrer em pessoas
sensíveis às saponinas.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: 6 x 15 centímetros entre plantas.
tipo de solo: De textura arenosa ou média, profundo, bem-drenado e rico em nutrientes.
adubação e correção: Não é exigente.
necessidade de água: Reduzida (É tolerante a seca).

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Colheita
Parte aérea: Do período da floração, quando as flores ainda estiverem em botão.
Secagem
Parte aérea: Na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Acondicionamento
Parte aérea: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Hipérico

Descrição /Composição
O extrato de Hypericum perforatum, também conhecido como Erva-de-São-João ou St. Johns Wort
;é uma planta da Família da Hipericaceae, nativa das regiões sub- tropical e temperada do mundo.
Os extratos de hipérico são padronizados em Hipericina e eles são preparados usando botões e
flores secas, que contém ao menos dez componentes de grupos que podem contribuir para os
efeitos farmacológicos.
O mais interessante inclui naphtodiantronas, hipericina e pseudohipericina, vários flavonóides
incluindo: quercetina, rutina; os floroglucinóis: hiperforina e adhiperforina, óleos essenciais e
xantonas.
Indicações
Hoje o mais importante uso dos extratos de hipérico é como antidepressivo Quadros de distúrbios
psicovegetativos (distúrbios psíquicos com efeitos sobre o estado físico), estados depressivos leves
e moderados, medo e/ou agitação emocional(ansiedade).
A hipericina atualmente,está sendo testada como um agente antiviral em pacientes aidéticos pois
mostra atividade contra retrovírus.
Precauções/ Interações
Uso na gravidez e lactação. Uma vez que até o presente momento não foi comprovada a
segurança do Hypericum perforatum em mulheres grávidas ou que amamentam, este produto não
deverá ser utilizado por gestantes e lactantes.
Na prescrição deste fitoterápico, deve-se atentar para a ocorrência de interações, principalmente
com quimioterápicos, pois alguns princípios ativos presentes no Hipérico provocam o
deslocamento destes quimioterápicos da ligação das proteínas plasmáticas , diminuindo , assim, a
sua biodisponibilidade e aumentando excreção.
Reações Adversas
É possível a ocorrência de fotossensibilização (sensibilidade aumentada da pele à luz solar),
particularmente em pessoas com a pele clara. Os efeitos colaterais mais freqüentes foram irritações
gastrintestinais (0,55%), reações alérgica (0, 52%), cansaço (0,40 %) e agitação (0,26%).
Posologia
Hipérico( Extrato Seco): 300-900mg/dia.

Hortelã-pimenta

Mentha piperita L. - Lamiaceae (Labiatae)


A hortelã-pimenta é uma erva originária da região mediterrânea da Europa. Seu nome científico, "mentha",
está associado à história da ninfa Menta, da mitologia grega, e do deus Plutão, que, por se amarem muito,
despertaram o ciúme de Perséfone. Esta, sentindo-se traída, transformou Menta numa planta destinada a
crescer nas entradas das cavernas que davam acesso ao inferno. A palavra latina "piperita" foi dada em alusão
ao seu sabor apimentado.
Outros Nomes Populares: hortelã, hortelã-apimentada, hortelã-cheirosa, hortelã-comum, hortelã-de-horta,
menta.
Outros Idiomas: pfeffer-minze (alemão), menta (espanhol), menthe poivrée (francês), peppermint (inglês),
menta piperita (italiano), menthae piperitae (latim).
Descrição Botânica: A hortelã-pimenta é uma planta de porte herbáceo, de ciclo perene e que atinge até 80
centímetros de altura. Suas folhas são opostas, pecioladas e de formato oval; têm bordos serrilhados, ponta
aguda e base arredondada. As flores têm coloração violácea e são agrupadas em inflorescências do tipo
espiga, com pequenas brácteas.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 270


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Composição Química: acacetina, acetato de mentila, ácido acético, ácido caféico, ácido clorogênico, ácido p-
cumárico, ácido ferúlico, ácido fórmico, ácido isovalérico, ácido romarínico, aldeídos, aspingenina, betaínas,
canfeno, flavonóides, limoneno, mentetona, mentona, mentol, nicotinamida, peroxidases, a-pineno, piperitona,
pulegiol, pulegone, resinas, ß-sitosterol e taninos.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Analgésica, Anti-séptica, Antiemética, Antiespasmódica,
Antiinflamatória, Antimicrobiana, Antivirótica, Aperiente, Aromática, Bactericida, Calmante, Carminativa,
Colagoga, Descongestionante, Desodorante, Digestiva, Estimulante, Estomáquica, Expectorante, Refrescante,
Repelente, Tônica, Vermífuga.
Usos
culinária: Carne de carneiro, manteiga condimentada, batatas, saladas e alguns doces como sorvetes,
musses de chocolate e ponche de frutas, tabule (prato típico feito com trigo para quibe) aromatizante de balas.
beleza: Irritação da pele pós-barba, pele congestionada e irritada, olheiras e inchaços nos olhos e mau
hálito.
saúde: Fadiga geral, má digestão, flatulência, vômitos e enjôos na gestação, intoxicações, asma, bronquite,
sinusite, dores de dente, nevralgia facial, vermes intestinais (giárdia e tênia).
outros usos: Pode ser usado como repelente de pragas.
Contra-Indicações: gestantes; o óleo essencial é contra-indicado na lactação e em pessoas com cálculos
biliares.
Efeitos Colaterais: contrações no útero, diminuição da sensibilidade, insônia, dispnéia e asfixia em crianças e
lactantes.
Cultivo e Conservação
clima: temperado, não quente.
exposição solar: Plena.
propagação: estaquia de ramos jovens.
espaçamento: 60 x 30 centímetros.
tipo de solo: textura argilo-arenosa, rico em nutrientes, bem drenado e com pH não ácido.
adubação e correção: calagem em solos ácidos.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: 4 meses depois do plantio, na floração plena, no período da manhã, quando o orvalho já secou, ou
no final da tarde, antes de o sol se pôr.
Flores: no início da floração.
Secagem
Folhas: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35°C.
Flores: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
30°C.
Acondicionamento
Folhas e Flores: em potes ou sacos de papel ou plástico transparente.

Ilangue-ilangue

Cananga odorata (Lam.) Hook. F. et Thomson - Annonaceae


Originária da África e de algumas ilhas asiáticas, tais como Madagascar, Indonésia, Polinésia, Filipinas, Ilhas
Comoro e Malásia, seu nome vem do tagalo (idioma falado na Indonésia) ilang-ilang, que quer dizer "flor das
flores". As flores dessa imponente e perfumada árvore produzem um óleo essencial muito usado na produção
de perfumes. Para se conseguir 1 litro de óleo essencial, são necessários de 100 a 150 quilos de pétalas de
flores. Por isso, trata-se de um óleo relativamente caro, usado em perfumes famosos, como alguns da linha
Channel.
Assim como o jasmim, o óleo de ilangue-ilangue é utilizado desde os tempos antigos como um poderoso
afrodisíaco, estimulando o apetite sexual e aguçando os sentidos. Os indonésios têm o costume de cobrir a
cama de recém-casados com flores dessa planta, para lhes proporcionar uma inesquecível lua-de-mel.
Outros Nomes Populares: árvore-perfume, cananga.
Outros Idiomas: Ylang-ylang (alemão), Ilang-ilang (espanhol), Ylang-ylang (francês), Ylang-ylang (inglês),

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 271


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Ylang-ylang (italiano).
Descrição Botânica: Árvore de "madeira mole", que atinge entre 10 e 15 metros de altura. Sua folhagem,
pendente dos ramos, é macia, com folhas simples, alternas, inteiras, dísticas e sem estípulas. As flores,
amarelo-esverdeadas e hermafroditas, estão agrupadas em grandes cachos e possuem pétalas retorcidas e
intensamente perfumadas. Os frutos são do tipo baga.
Composição Química: Acetona, ácido acético, ácido benzóico, álcool benzil, ácido salicílico, ácido valérico,
benzaldeído, cadineno, canangina, creosol, éter-metil-eugenol, eugenol, furfural, heptanal, isoeugenol,
isosafrole, l-linalol, nerol, safrole, sesquiterpenos, terpenos e ylangeno.
Partes Usadas: Flores, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Aromática, Calmante, Emoliente, Estimulante do sistema linfático,
Reguladora das glândulas sebáceas, Relaxante, Umectante.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Indicado para todos os tipos de pele, especialmente as secas e maduras (com mais de 50 anos).
Empregado na fabricação de pós faciais, loções e sabonetes para regular a oleosidade natural, tratar de rugas e
prevenir o envelhecimento da pele. Para os cabelos, é usado em xampus e cremes para fios secos, em óleos e
loções recondicionantes para o couro cabeludo. Na indústria de perfumes, é usado como ingrediente de
perfumes finos.
saúde: O óleo essencial é usado na aromaterapia, em banho e massagens para combater o estresse, a tensão
nervosa, a depressão, a irritabilidade, a frigidez, a impotência. Promove relaxamento muscular e combate
também as dores articulares.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical, não sujeito a geadas.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Não é muito exigente, desde que não seja seco.
adubação e correção:
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Flores: Cerca de 2,5 anos após o plantio.
Secagem
Flores: Usada na forma fresca.
Acondicionamento
Flores: Em sacos de pano.

Inhame - selvagem

Colacasia esculenta (L.) Schott. - Araceae


Originário do sudeste Asiático, o inhame-selvagem é cultivado desde a Antigüidade. No Egito, onde era
chamado de calquas ou culcas, era plantado em larga escala por ordem dos faraós. É conhecido também pelo
sinônimo científico Colacasia antiquorum.
Outros Nomes Populares: inhame-branco, taioba-de-São Tomé, taro.
Outros Idiomas: ñame (espanhol), taro (francês), elephant ears (inglês), taro (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo perene que cresce entre 30 e 180 centímetros de altura, com
caule subterrâneo do tipo tubérculo, rizomatoso e feculento, com muitas gemas de onde saem novos rebentos.
Seus tubérculos são mais ou menos ovalados, com a casca e a polpa de cores variadas. As folhas são verdes a
amarelas, brilhantes, alternas, de formato peltado-oval com quatro ou cinco nervuras laterais. Apresenta
espata de tubo lanceolado e espádice com apêndice agudo.
Composição Química: Amido, sais minarias (cálcio, fósforo e ferro).
Partes Usadas: Raízes.
Propriedades Medicinais: Antiinflamatória, Diurética, Mineralizante.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 272


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Usos
culinária: Deve ser bem cozida para ter um sabor agradável, caso contrário possui um sabor acre e que
irrita a garganta. Muito consumida nas áreas rurais e preparada na forma de sopas, suflês, guisados,
ensopados, purês e pães, de alto valor nutritivo. Pode ser comida na forma doce – cozida sem sal e polvilhada
quando pronta com açúcar, mel ou melado. As folhas podem ser refogadas e consumidas como verdura,
semelhante à couve.
beleza: Não é usado.
saúde: Desnutrição, convalescença, falta de energia, anemias, deficiências minerais. Misturado com
gengibre, ambos crus e ralados, funciona como emplastro contra edemas reumáticos nas juntas.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical, com temperaturas entre 25 a 30º C.
exposição solar: Plena.
propagação: Tubérculos.
espaçamento: 40 x 50 centímetros.
tipo de solo: Solto, leve, úmido, bem drenado, de textura areno-argilosa ou arenosa e de acidez média ou
fraca.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade. Pode-se aproveitar os resíduos de adubações feitas no plantio anterior.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Raízes: Devem ser colhidas quando as folhas apresentarem cor amarela, com manchas cor de ferrugem, ou
estiverem secas.
Secagem
Raízes: Por algumas horas ao sol.
Acondicionamento
Raízes: Em pequenas camadas, em local arejado.

Insulina-vegetal

Myrcia salicifolia DC - Myrtaceae


Planta encontrada principalmente nos locais mais secos da Amazônia.
Seu nome e sua fama advêm de alguns estudos que comprovam a sua ação hipoglicemiante. O chá, produzido
pela decocção de suas folhas, é a forma de uso mais comumente utilizada.
Outros Nomes Populares: insulina, pedra-ume-caá.
Outros Idiomas: pedra hume caa (inglês).
Descrição Botânica: Arbusto de médio porte, com folhas verdes oblongas, obtusas, acuminadas, coriáceas,
com flores vermelho-alaranjadas e frutos pequeninos, de sabor fortemente adstringente.
Composição Química: Glicosídeos flavônicos (myrciacitrinas I e II) e myrceafenonas A e B.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antidiarréica, Hipoglicêmica.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: Usada contra diarréia, disenteria e diabetes, com estudos que comprovam sua atuação na redução
dos níveis de glicose no plasma sangüíneo.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura consultada.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 273


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Equatorial.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes e estaquia de ramos novos.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Não encontrado na literatura consultada.
adubação e correção:
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de papel ou pano, em local seco e bem ventilado.

Iohimbina

Corynanthe johimbe K. Schum - Rubiaceae


Nativa das florestas úmidas da Nigéria, dos Camarões e do Congo francês, é encontrada em toda a África
tropical e usada há séculos para potencializar a virilidade dos africanos e em rituais de tribos locais.
A iohimbina foi levada para a Europa no século 16 pelos navegadores portugueses e espanhóis. Passou a ser
utilizada para o tratamento da impotência masculina e da frigidez feminina e hoje é chamada também pela
alcunha de "Viagra Africano".
É amplamente estudada nos Estados Unidos, especialmente na Universidade de Stanford, na Califórnia, e no
Canadá, na Universidade Hospitalar de Queens. E as pesquisas vêm comprovando os efeitos conhecidos há
tempos pelas tribos da África.
No entanto, é uma árvore ameaçada de extinção, devido à exploração da planta durante muitos séculos pelas
empresas farmacêuticas da Europa e dos Estados Unidos. Apenas alguns países estão investindo no cultivo
sustentado das árvores, ainda que de forma experimental.
É conhecida também pelo sinônimo científico Pausinystalia yohimbe (K. Schumann) Pierre ex Beille.
Outros Nomes Populares: ioimbina.
Outros Idiomas: ohimbe (espanhol), yohimbe (inglês).
Descrição Botânica: Árvore de ciclo perene que atinge cerca de 30 metros de altura e uma copa de 8 metros
de diâmetro. O caule é ereto e ramificado e as folhas são ovais, acuminadas e possuem cerca de 10
centímetros de comprimento. Suas sementes são pequenas e aladas.
Composição Química: Ioimbina ou afrodina, ioimbilina e aimalina.
Partes Usadas: Casca do caule.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Anestésica, Béquica, Estimulante, Febrífuga, Lipolítica,
Restauradora.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: Afrodisíaco comprovado e aprovado por órgãos de saúde do mundo inteiro para o tratamento de
impotência e frigidez, com eficiência em 67% dos casos, desde que usado em baixas doses (10 mg). Sua ação
faz aumentar o fluxo sangüíneo, facilitando a ereção e a estimulação sexual. Pesquisas recentes vêm
mostrando a eficácia da planta para o tratamento de fadiga em pacientes portadores de HIV, o vírus da Aids.
A planta está sendo estudada também no combate à obesidade, pois diminui a capacidade do corpo de reter
gordura. Também é usada contra febres, tosse e lepra.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser usada por pessoas com distúrbios circulatórios, renais, da bexiga e
hepáticos, diabetes, úlceras gástricas e também por mulheres grávidas e lactantes. Pode ser muito perigosa, se
for consumida junto com álcool, antidepressivos e outras substâncias que alteram a consciência e o ânimo. O
uso deve ser sempre feito com supervisão médica.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 274


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Efeitos Colaterais: Altas doses do medicamento, acima de 50 mg, podem causar ansiedade, náusea, vômitos,
aumento da pressão sangüínea e do ritmo cardíaco, irritabilidade, tontura, enrijecimento da pele e alucinações.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical quente.
exposição solar: Meia-sombra ou sombra.
propagação: Sementes ou mudas.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Úmido e rico em nutrientes e matéria orgânica; é sensível a geadas e estiagens.
adubação e correção: Não foram encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Casca do caule: Não foi encontrada na literatura consultada.
Secagem
Casca do caule: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura
máxima de 45º C.
Acondicionamento
Casca do caule: Em sacos de pano bem fechados, em local seco e bem ventilado.

Ipecacuanha-verdadeira

Psychotria ipecacuanha (Brot.) Stokes - Rubiaceae


Essa planta era conhecida pelos nativos brasileiros séculos antes de sua introdução em Portugal por um monge
nos tempos coloniais. Em 1688, o médico parisiense Halvetius vendeu a patente do medicamento à corte de
Luís XIV: ele havia descoberto o poder de cura da planta para diversos males, como a disenteria.
Hoje, a planta é encontrada no solo das florestas pluviais da Bahia e do Mato Grosso e é cultivada em países
do Extremo Oriente, servindo de ingrediente principal para medicamentos contra a tosse.
Seu nome "ipacacuanha" vem do tupi "ipega’kwãi", que quer dizer "pênis de pato".
Outros Nomes Populares: cagosanga, cipó-emético, ipeca, papaconha, pecacuem, picacuanha, poaia-
cinzenta, raiz-do-brasil, raiz-emética, raiz-preta, raiz-vomitiva.
Outros Idiomas: ipecacuanha (alemão), ipecacuana (espanhol), ipecacuanha (francês), ipecac (inglês),
ipecacuana (italiano).
Descrição Botânica: Arbusto perene, que cresce sob a copa das florestas. Suas raízes, grossas e nodulosas,
são rastejantes e brilhantes. As folhas são ovaladas e pontudas, e as flores são pequenas e brancas, reunidas
em inflorescências do tipo capítulo.
Composição Química: Saponinas, emetina, alcalóides, flavonóides, glicosídeos e resinas.
Partes Usadas: Raízes.
Propriedades Medicinais: Amebicida, Anti-hemorrágica, Antidisentérica, Antiparasitária, Cardíaca,
Diaforética, Emética, Expectorante, Hemostática, Sedativa.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: É usada contra tosse, bronquite, coqueluche e disenteria. Emprega-se seu xarope para esvaziar o
estômago em caso de intoxicação, quando não é possível fazer uma lavagem gástrica. Também é usada no
tratamento de aringite estridulosa, asma, repugnância a todos alimentos, náusea continua, fraqueza, vômito de
alimentos, vômito de bile, dor de umbigo, indigestão devido a resfriamento, febre intermitente, diarréia
colérica, tosse convulsa com vômito e náusea e sarampo com sintoma gástrico. Previne formação de cisto em
disenteria motivada por amebas.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Pessoas com pele sensível devem evitar seu uso. Não deve ser tomada em altas doses.
Efeitos Colaterais: O pó é irritante para a pele e seu excesso pode causar vômitos e diarréia.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical quente e úmido.
exposição solar: Sombra.
propagação: Sementes.
espaçamento: 1 x 1 m.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
tipo de solo: Bem drenado e rico em húmus.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou composto orgânico, incorporados a 40 cm de
profundidade.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Raízes: Colhidas parcialmente no início da primavera, quando a planta está em flor.
Secagem
Raízes: Cortada em pedaços ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com
temperatura máxima de 60° C.
Acondicionamento
Raízes: Em sacos de pano ou plástico ou em caixotes de papelão bem fechados.

Isoflavonas de soja

Isoflavona é o componente que atenua os efeitos da menopausa


Quando a mulher entra na menopausa, há uma redução significativa do hormônio estradiol. Isso
provoca alteração da elasticidade dos vasos sangüíneos e degeneração progressiva dos tecidos,
acarretando sintomas como ondas de calor, suor excessivo, insônia, depressão e irritação. Porém,
estes sintomas podem estar com os dias contados.
Enquanto cerca de 85% das mulheres americanas dizem ter sintomas na menopausa, somente
25% das mulheres japonesas reclamam dos mesmos sintomas. Mulheres japonesas consomem
mais proteína de soja do que as mulheres nos países ocidentais e com isso podem aliviar sintomas
da menopausa. O fitoestrogênio, ou isoflavona, componente da soja ajuda a diminuir ou talvez
mesmo eliminar os sintomas da menopausa, particularmente as ondas de calor.
BENEFÍCIOS
- Diminui o risco de câncer de mama,
- Redução do risco de doenças cardíacas
- Proteção contra osteoporose
- Estimulação do sistema imunológico
- Redução dos sintomas associados a menopausa
- Prevenção da Doença de Alzheimer
ISOFLAVONA
É um produto natural a base de gérmen de soja que foi separado do grão in natura e especialmente
enriquecido com isoflavonas (fitormonios) para proporcionar benefícios ainda maiores do que
aqueles obtidos com a ingestão regular de soja.
Os benefícios para a saúde provenientes do consumo de soja já foram demonstrados em diversos
estudos científicos nacionais e internacionais, pois além do seu valor nutricional, a soja,
particularmente alguns de seus constituintes como as isoflavonas, conferem efeitos benéficos para
o organismo durante e após a menopausa, auxiliam na prevenção da osteoporose e doenças
cardiovasculares.
Fitôrmonios são substâncias vegetais com ação similar à dos hormônios, definidos como esteróides
que ocorrem naturalmente em plantas e podem exercer efeitos similares aos dos estrogênios
humanos. Os principais fitoestrógenos são as isoflavonas e lignanas. As isoflavonas,
particularmente a genisteína e daidzeína são as principais responsáveis pela redução dos níveis de
colesterol ruim (LDL) e triglicérides, diminuindo com isto o risco de doenças cardiovasculares.
Também ajudam na prevenção da osteoporose, já que estudos clínicos têm demonstrado que o
consumo prolongado de soja com elevado conteúdo de isoflavonas, pode aumentar
significativamente o conteúdo de minerais nos ossos.
Outro papel importante destes compostos é na prevenção e controle dos sintomas da menopausa
como suores noturnos e ondas de calor. Pesquisas têm demonstrado que a incidência de sintomas
da menopausa é muito menor em mulheres asiáticas (alimentação rica em soja) do que entre as
ocidentais. Estudos publicado em revistas científicas importantes, relatam também uma ligação
entre o consumo de soja e a redução do risco de alguns tipos de câncer, como o de mama, pulmão,
cólon, reto, estômago e próstata.
Porque as isoflavonas presentes no soja podem prevenir e até mesmo controlar doenças?

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 276


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
As isoflavonas, principalmente genisteína e daidzeína, são estrógenos fracos, 1.000 a 100.000
vezes mais fracos do que estrogênio humano, porém com estrutura química muito similar. Desta
forma, estes compostos funcionam como antiestrogênios porque competem com o estrogênio
humano pela ligação nos receptores de estrogênio no organismo, impedindo que estrógenos mais
potentes, como aqueles produzidos pelo corpo humano, exerçam seus efeitos prejudiciais. Como
elevados níveis de estrogênio sangüíneo estão relacionados com altos fatores de risco para câncer
de mama, o uso de estrógenos fracos têm sido indicado como agente protetor contra essa forma de
enfermidade. Isto explica, em parte porque populações que consomem quantidades significativas
de soja, como as do sudoeste asiático, têm baixa incidência de câncer de mama.
INGESTÃO DIÁRIA
A maioria dos estudos preconiza a ingestão de 30 a 60 mg de isoflavonas por dia , através de dieta.
EFEITOS COLATERAIS
Não foram descritos em literaturas consultadas.
Alimento recomendado
O que a medicina já sabe sobre os benefícios da soja
Coração: a ingestão de 25 gramas por dia de proteína de soja reduz o LDL, o colesterol mau, em
torno de 33%
Prevenção do câncer: o consumo diário de soja e seus derivados diminui a incidência de câncer de
mama e de próstata em até 50%
Menopausa: a soja atenua os desconfortos do climatério, como suores noturnos e ondas de calor
Osteoporose: o fitoestrogênio genisteína ajuda a fixar o cálcio e fortalece a estrutura óssea
Diabetes: as fibras do grão agem como reguladores do nível de glicose
Aterosclerose: o hormônio vegetal isoflavona torna as artérias mais flexíveis e reduz o índice da
Doença

Jaborandi

Pilocarpus microphyllus Stapf. ex Wardleworth - Rutaceae


O jaborandi é uma planta de origem brasileira encontrada no Nordeste do país, especialmente no Maranhão,
Paraíba e Piauí. A planta é dotada de um alcalóide chamado pilocarpina, um poderoso sudorífico. Antes de
provocar o suor, porém, a pilocarpina age sobre as glândulas salivares. O resultado desse primeiro efeito
acabou dando o nome à planta: os tupis a batizaram de "yaborã-di", ou "planta que faz babar".
Outros Nomes Populares: jaborandi-do-maranhão, jaborandi-legítimo.
Outros Idiomas: jaborandi (espanhol), jaborandi (francês), jaborandi (inglês), jaborandi (italiano).
Descrição Botânica: Planta arbustiva que atinge cerca de 2 metros de altura. As flores são minutas, ordenadas
em racimos espiciformes. O fruto é do tipo cápsula. As folhas são providas de glândulas translúcidas, das
quais se extrai a pilocarpina.
Composição Química: Terpenos, óleos essenciais (bcariofileno, tridecadona) taninos, alcalóides (pilocarpina,
pilocarpidina, neopilocarpina, pilosina, anidropilonina carpilina), resinas, ácido jaborândico, cariofileno, alfa-
copaeno, alfa-guaiaeno, humuleno, isopilocarpidina, isopilocarpina, limoneno, beta-ocimeno, pilocarpidina,
pilocarpina, pilosina, alfa-pineno, sabineno e sesquiterpenos.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Anti-reumática, Antiartrítica, Antiinflamatória, Diurética, Emoliente,
Expectorante, Hipoglicêmica, Laxativa, Sialagoga, Sudorífica, Tônica capilar.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: As folhas são empregadas em massagens, junto com álcool. O chá das folhas é também um ótimo
tônico capilar, empregado para o tratamento da calvície e para o crescimento dos cabelos. É usado também
como emoliente para peles secas e protetor das membranas celulares.
saúde: Seu chá pode ser usado para aliviar a dor do reumatismo e aumentar as secreções digestivas, como
a saliva, além do suor. O extrato ajuda a aumentar a diurese e reduzir a pressão intra-ocular. É usado ainda
como emoliente para boca seca ou fezes ressecadas e para fluidificar as secreções respiratórias.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser consumida ou usada na forma de banhos ou massagens por mulheres
grávidas. O uso externo pode causar irritação nos olhos.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 277


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Efeitos Colaterais: Se consumida em elevadas doses, pode causar vômitos, diarréia e insuficiência cardíaca.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Sementes, em viveiro.
espaçamento: 3 metros entre plantas.
tipo de solo: De textura levemente arenosa e bem drenado.
adubação e correção: Esterco de curral, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30 centímetros de
profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Quando a árvore estiver crescida e "cheia".
Secagem
Folhas: À sombra, em local bem ventilado.
Acondicionamento
Folhas: Em recipientes de vidro ou cerâmica, muito bem fechados.

Jabuticaba

Myrciaria cauliflora (Lam.) O. Berg - Myrtaceae


A jabuticaba é originária do Brasil, da região de Mata Atlântica, e é muito comum em Minas Gerais, Espírito
Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, podendo ainda ser encontrada em lugares como Bahia,
Pernambuco, Paraíba, Pará, Ceará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso. Algum tempo
atrás, as jabuticabeiras vegetavam nas áreas que margeavam os rios e córregos da Região Sudeste, dando
formação a extensas capoeiras e matas repletas pela árvore, tendo se expandido tanto naturalmente como
através do cultivo.
Outros Nomes Populares: jaboticaba, jaboticabeira, jabuticaba-açu, jabuticaba-do-mato, jabuticaba-paulista,
jabuticaba-sabará, jabuticabeira.
Outros Idiomas: jaboticaba (inglês).
Descrição Botânica: Árvore de tamanho médio, porte piramidal, com folhas opostas, lanceoladas e vermelhas
quando novas. As flores são brancas e o fruto é uma baga redonda ou arredondada, em geral de coloração
roxo-escura, com polpa esbranquiçada, doce, saborosíssima, envolvendo de 1 a 4 sementes. A jabuticabeira
frutifica fartamente, cobrindo todo o tronco de frutos.
Composição Química: ácido ascórbico, ácido cítrico, carboidratos, b-caroteno, niacina, proteína, riboflavina,
sais minerais (cálcio, ferro, fósforo, potássio), tiamina.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antiasmática, Antiinflamatória, Nutritiva.
Usos
culinária: Pode ser consumida "in natura" e na fabricação de geléias, doces, compotas e sorvetes. A polpa
fermentada produz licor. Pode acompanhar alguns pratos salgados, como aves e carnes bovinas.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: Útil contra diarréia, inflamações da pele, tratamento da asma e deficiências vitamínicas.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: por sementes e enxertia.
espaçamento: de 6 x 6 a 10 x 10 metros.
tipo de solo: textura sílico-argilosa e argilo-silicosa, profundos, férteis e bem drenados.
adubação e correção: estrume de gado ou de aves, bem curtido, farelo de algodão, farelo de mamona ou
farinha de sangue e farinha de ossos.
necessidade de água: Abundante.
Colheita

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 278


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Frutos: a partir do quarto ano de vida da planta, quando apresentarem coloração roxa escura.
Secagem
Frutos: consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: na geladeira, em potes com água.

Jaca

Artocarpus integrifolia L. f. - Moraceae


A jaca é originária do arquipélago malaio e foi introduzida no Brasil no século 18. Conhecida como fruto, é,
na verdade, um sincarpo (concrescência de vários frutos) e chega a pesar até 15 quilos. Nasce no tronco e nos
galhos mais baixos da jaqueira. Atualmente, o plantio no Brasil é muito comum no Rio de Janeiro, embora ela
possa ser encontrada em diversos lugares do país. Os tipos mais cultivados da jaqueira são a jaca-dura, a jaca-
mole e a jaca-manteiga. Seu sinônimo científico é o Artocarpus heterophyllus Lam.
Outros Nomes Populares: jaca-da-Bahia, jaqueira.
Outros Idiomas: jacquier (francês), jackfruit ou jaca fruit (inglês).
Descrição Botânica: Planta arbórea, de porte ereto e elevado, que atinge até 25 metros de altura. Seu tronco
possui diâmetro acima de um metro, e sua copa é densa e irregular, com folhas verde-escuras e brilhantes. As
flores não possuem pétalas e agrupam-se em inflorescências masculinas e femininas, localizadas no tronco e
nos ramos mais grossos. O fruto composto apresenta forma globosa, oval ou alongada, comprimento médio de
70 centímetros e peso de 40 quilos. Sua casca é áspera, com projeções triangulares curtas e pontudas. Quando
o fruto está maduro, sua casca é amarelo-acastanhada. As numerosas sementes são envolvidas por uma polpa
amarela, de sabor doce e consistência que varia de mole a dura.
Composição Química: Carboidratos, fibras, vitaminas do complexo B.
Partes Usadas: Frutos, Raízes, Resina, Sementes.
Propriedades Medicinais: Antiasmática, Antidiarréica, Antitussígena, Cicatrizante, Diurética.
Usos
culinária: A jaca é consumida ao natural ou utilizada no preparo de doces, compotas ou geléias. Sua
semente, assada ou cozida, substitui castanhas e é utilizada na fabricação de farinha para purês e bolos.
beleza: Não é empregada.
saúde: A resina da planta possui propriedades cicatrizantes. A jaca apresenta efeito diurético, além de
combater a tosse. Suas sementes são utilizadas contra desarranjos intestinais. A raiz da jaqueira é útil contra a
asma.
outros usos: A árvore é muito usada em reflorestamentos e em pastos, para proporcionar sombra aos
animais. Seu tronco é madeira de lei com aparência semelhante ao mogno, utilizado na construção naval e na
carpintaria e marcenaria. As folhas picadas servem de ração para aves, caprinos, ovinos e suínos.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical úmido. Pode se adaptar aos climas subtropical e semi-árido, desde que haja irrigação
adequada.
exposição solar: Plena.
propagação: Por borbulhia, encostia e sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: De textura areno-argilosa, bem drenado, profundo, não compactado e com pH entre 6 e 6,5.
adubação e correção: As exigências exatas da jaqueira são desconhecidas, mas se sabe que soluções
fracas de fertilizantes aceleram o crescimento, sem queimar a planta.
necessidade de água: Alta (A jaqueira não suporta seca).
Colheita
Frutos: Devem ser colhidos quando apresentarem aroma forte e som oco quando se bate neles. Uma
mesma jaqueira pode produzir frutos por um período de cem anos.
Sementes: Na mesma época em que os frutos.
Resina: Não encontrada na literatura consultada.
Raízes: Não encontrada na literatura consultada.
Secagem

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 279


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Frutos: Não encontrada na literatura consultada.
Sementes: Na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 45º C.
Resina: Não encontrada na literatura consultada.
Raízes: Cortada em pedaços, na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima
de 50º C.
Acondicionamento
Frutos: Os frutos podem ser mantidos por quatro ou cinco dias úteis em temperatura ambiente (25o C a
35o C). Se a temperatura for mais baixa (11o C ou 12o C), o fruto dura de três a seis semanas.
Sementes: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Resina: Não encontrado na literatura consultada.
Raízes: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Jambo

Syzygium malaccense (L.) Merr. & L.M. Perry - Myrtaceae


Planta originária da Índia, bastante cultivada no Brasil e na Ásia Tropical e conhecida nos meios científicos
como Eugenia sp. Muito rico em potássio e vitamina C, o fruto, de casca vermelho-escura e polpa branca,
possui consistência semelhante à da maçã. Embora a árvore, cujo fruto cheira a água de rosas, seja encontrada
do Norte até o Sudeste do Brasil, o jambo não é muito freqüente em supermercados e feiras livres. Sua árvore
desenvolve-se em qualquer tipo de solo e pode produzir frutos por mais de 20 anos, depois que atinge a
plenitude. A palavra jambo vem do sânscrito "jambu". Por causa da cor vermelho-escura e brilhante do fruto,
o termo jambo é usado popularmente para designar algo que é corado e vivo. Em "O Ateneu", romance do
escritor português Raul Pompéia, a palavra é empregada na descrição da esposa do diretor do colégio, D.
Ema. Ela era "de um moreno rosa que algumas formosuras possuem, e que seria também a cor do jambo, se
jambo fosse rigorosamente o fruto proibido". Seu sinônimo científico é Eugenia malaccensis L. Possui ainda
variedades de frutos – o Syzygium jambos (L.) Kunth., conhecido como jambo amarelo, e o Syzygium
aqueum (Burm. f.) Alston, como jambo branco.
Outros Nomes Populares: jambo-rosa, jambo-vermelho.
Outros Idiomas: malakka-apfel, malayapfel (alemão), manzana de água, pomarrosa de malaca (espanhol),
jamboissier rouge, poirier de malaque (francês), rose-apple, mountain apple, malay apple (inglês).
Descrição Botânica: Árvores de grande porte, com copa de formato cônico, densa e com ramificação
abundante. Possui folhas amplas, oblongas, de coloração verde brilhante. Tem flores grandes, vistosas e
perfumadas, que variam de brancas a róseo-púrpura, com numerosos estames. Possui frutos ovóides, grandes,
de coloração branca, verde, rósea, amarela e vermelho-escura, com polpa de cor branca, suculenta, sabor um
pouco adstringente e envolvendo sementes globosas.
Composição Química: Potássio, vitaminas A, B1, B2 e C, cálcio, ferro e fósforo, alcalóide (jambosina) e
oleoresina.
Partes Usadas: Casca, Flores, Frutos, Raízes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antibacteriana, Antifúngica, Antiviral, Carminativa, Diurética,
Estomáquica.
Usos
culinária: O fruto é consumido cru, com casca. Também pode ser cozido, em compotas - neste caso, os
jambos descascados, mas não completamente, são partidos ao meio e apenas aferventados. Depois, são
colocados para cozinhar em calda de açúcar fervente.
beleza: É empregado popularmente para combater a acne.
saúde: Popularmente, suas raízes são usadas no combate à enxaqueca, prisão de ventre, catarro nos
pulmões, diabetes e tosses. As flores são usadas em um xarope de efeito laxativo. As sementes são
empregadas em casos de diabetes. As cinzas da casca são misturadas com óleos e usadas para tratar
queimaduras. Alguns estudos in vitro mostraram que a planta tem uma atividade antiviral contra o Herpes
Simplex Vírus-1 e 2 e o Vesicular Stomatitis Vírus. Na Índia, nativos usam as flores, folhas e casca no
preparo de remédios antivirais - lá, a casca é usada popularmente para tratar leucorréia (corrimento vaginal),
diarréia e disenteria.
outros usos: É usado como árvore ornamental.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura pesquisada.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura pesquisada.

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Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical. Não é resistente a geadas.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura pesquisada.
tipo de solo: Qualquer tipo de solo, desde que bem-drenado, permeável e profundo.
adubação e correção: Não encontradas na literatura pesquisada.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Frutos: De janeiro a maio.
Raízes: Não encontrada na literatura pesquisada.
Casca: Não encontrada na literatura pesquisada.
Flores: No início da floração.
Secagem
Frutos: Consumidos frescos.
Raízes: Ao ar livre, em local bem ventilado e sombreado, ou em estufa, com temperatura máxima de 50°C.
Casca: Ao ar livre, em local bem ventilado e sombreado, ou em estufa, com temperatura máxima de 45°C.
Flores: Ao ar livre, em local bem ventilado e sombreado, ou em estufa, com temperatura máxima de 35°C.
Acondicionamento
Frutos: Os frutos devem ser consumidos em forma fresca. Podem ser acondicionados em caixas de
madeira.
Raízes: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Casca: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Flores: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Jambolão

Syzygium cumini (L.) Skeels - Myrtaceae


Originária da Índia, essa árvore produz um fruto da mesma cor e tamanho da azeitona. Por isso, se tornou
conhecida também por esse nome, principalmente no Nordeste do Brasil, onde a espécie se adaptou com
extrema facilidade e hoje é bastante comum. No Estado de Pernambuco, o jambolão é árvore freqüente nas
beiras de estradas que levam os viajantes da capital para o interior. De sabor agradável, seu fruto é muito
utilizado em seu país de origem como ingrediente de tortas e doces, hábito ainda não incorporado em nosso
país. O consumo do fruto do jambolão ao natural exige cuidados, já que sua polpa deixa nódoas nas roupas e
na pele.
Outros Nomes Populares: azeitona, jalão, jambeiro, jambuí, jamelão, oliva, oliveira.
Outros Idiomas: jambolanapflaume (alemão), jambolum (espanhol), jamelongue (francês), jambolana fruit
(inglês), jambul (italiano).
Descrição Botânica: Árvore de copa ampla e ramificada, com folhagem abundante. Atinge até 15 metros de
altura. Seus ramos têm cor cinza-claro. Suas folhas são simples, lisas, brilhantes, pecioladas, opostas e
coriáceas, variando de lanceoladas ou lanceoladas oblongas até elípticas. São curtamente acuminadas, com
nervura central saliente na face inferior e numerosas nervuras laterais. Possui flores em grande número,
agrupadas em inflorescências do tipo panícula, sésseis e de coloração creme ou branca, com pétalas
arredondadas, hermafroditas. Os frutos do tipo drupa, também numerosos, alcançam 3 centímetros de
comprimento, são ovóides, carnosos e de coloração negro-arroxeada quando maduros e róseos no início do
desenvolvimento. Possuem uma única semente, de formato globular subcilíndrico.
Composição Química: Eugenol, jambosina, antimelina, limoneno, cariofileno, homuleno, ácido gálico,
tanino, ácido ascórbico, carboidratos, betacaroteno, niacina, proteína, riboflavina, sais minerais (cálcio, cobre,
enxofre, ferro, fósforo, magnésio, potássio sódio), tiamina.
Partes Usadas: Sementes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Calmante, Estomáquica, Hipoglicêmica, Laxante.
Usos
culinária: Os frutos podem ser ingeridos "in natura" ou como ingrediente de tortas e doces.
beleza: Não é comumente usado.
saúde: Seus efeitos ainda têm sido discutidos na medicina. Alguns estudiosos, entretanto, acreditam em

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sua eficácia nos tratamentos de diabetes, prisão de ventre, distúrbios gástricos e pancreáticos e disfunções
nervosas.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não há, se usado de acordo com a orientação médica.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical úmido.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Texturas sílico-argilosa, argilo-silicosa, argilosa ou arenosa úmida.
adubação e correção: Não é exigente.
necessidade de água: Elevada.
Colheita
Sementes: Retiradas do fruto quando este estiver maduro, de dezembro a fevereiro.
Secagem
Sementes: Em secador, com temperatura máxima de 60º C.
Acondicionamento
Sementes: Em sacos de pano ou em caixas de papelão bem fechadas, em local seco e bem ventilado, longe
da luminosidade.

Jasmim

Jasminum officinalis L. - Oleaceae


Originário da Ásia e da África, o gênero Jasminum abriga cerca de 200 espécies de arbustos e trepadeiras,
sendo mais conhecidas no Brasil as variedades J. officinalis, de flores brancas; J. grandiflorum, de flores
rosadas; J. polyanthum, de flores brancas ou rosadas, J. nudiflorum, de flores amarelas; e J. mesnyi, também
de flores amarelas. O uso medicinal mais freqüente, porém, é da variedade de flores brancas.
O jasmim é utilizado há milênios, desde a Antiga Arábia, principalmente por suas propriedades afrodisíacas.
Seu perfume doce e envolvente inspirava ardentes canções dos poetas árabes e era considerado indispensável
pelas mulheres dos haréns dos sultões. Na Índia, o jasmim representa o amor desde os tempos mais remotos.
Ainda hoje é uma flor muito utilizada nas grinaldas nupciais.
Os persas também faziam uso do jasmim na Antigüidade, e foi dessa época que surgiu o nome "jasämin" (da
forma persa antiga "ysmym") – do qual se derivou o termo "jasmim".
Outros Nomes Populares: jasmim-amarelo, jasmim-branco, jasmim-da-china, jasmim-da-espanha, jasmim-
da-itália, jasmim-de-são-josé, jasmim-dos-poetas, jasmineiro.
Outros Idiomas: echter jasmin (alemão), jazmín (espanhol), jasmin (francês), jasmine (inglês), gelsomino
comune (italiano).
Descrição Botânica: As espécies difundidas no Brasil são do tipo trepadeiras lenhosas semi-herbáceas, que
atingem até 6 metros de altura. Todas elas têm folhas unifoliadas, trifoliadas ou imparipinadas. As
inflorescências são normalmente terminais, com flores bissexuais, de cores brancas, amarelas ou rosadas. O
cálice é campanulado, com 4 a 9 lóbulos. A corola tem um tubo alargado e possui de 4 a 11 lóbulos. O
androceu conta com 2 estames inseridos no tubo na corola. O fruto é do tipo baga, geralmente negra. A
espécie J. officinalis possui folhas com 5 a 9 folíolos e flores de corola branca. O J. nudiflorum é caducifólio,
atinge entre 2 e 3 metros de altura, com folhas opostas, axilares, folíolos oval-oblongos e flores amarelas. A
espécie J. polyanthum, nativa da China, possui flores brancas, de base rosada, cálice com lóbulos obtusos e
flores de contorno lanceolado, com 5 a 7 folíolos. Por fim, o J. mesnyi é perenifólio, com folíolos de contorno
lanceolado.
Composição Química: Ácido salicílico, benzaldeído, cicerose, creosol, ésteres, eugenol, farsenol, fitol,
geraniol, índole, jasmineno, jasmone, nerol, quinolina, resina, l-a-terpineol e vanilina.
Partes Usadas: Flores, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Anti-séptica, Aromática, Calmante, Emoliente, Rejuvenescedora,
Relaxante, Revigorante.
Usos
culinária: Usado para a aromatização de doces, a exemplo do arroz-doce. Dá um delicioso chá, para

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acompanhar refeições e lanches.
beleza: Empregado em máscaras de beleza rejuvenescedoras, indicadas para peles secas, sensíveis e
maduras (com mais de 50 anos), ajudando a prevenir rugas e devolvendo à pele o viço e a maciez. Utilizado
também em óleos de massagens e banhos de imersão relaxantes, em óleos e cremes para tratamento de estrias
e em óleos e géis pós-sol, para hidratação da pele, aliviando a irritação causada pelos raios solares. O óleo
essencial, um dos mais caros do mundo, é utilizado na indústria de perfumaria, especialmente em perfumes
famosos e caros, como o Channel nº 5.
saúde: Empregado em cremes e óleos para aliviar coceiras na pele; dores de cabeça, depressão, contração
muscular, irritação.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: De acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações advindas do uso
externo.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, não há efeitos colaterais advindos do uso externo.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical ou subtropical; são sensíveis a geadas.
exposição solar: Plena em locais de clima frio; meia-sombra em regiões de clima quente.
propagação: estacas.
espaçamento: 1,5 a 3 metros entre plantas, dependendo do objetivo do plantio.
tipo de solo: Não é exigente quanto ao tipo de solo, desde que seja fértil e com boa drenagem, mas não
demasiadamente secos.
adubação e correção: para o plantio em vasos ou canteiros, recomenda-se a mistura de duas Partes de
terra de jardim, uma de esterco de gado curtido e duas de areia; quinzenalmente, usar um fertilizante para
plantas com elevado teor de potássio.
necessidade de água: Moderada (Regas a cada 15 dias no inverno e no outono e a cada 3 dias na
primavera e no verão. O Jasminum polyanthum requer bastante água).
Colheita
Flores: Na primavera e no final do inverno, dependendo da espécie.
Secagem
Flores: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Acondicionamento
Flores: Em sacos de pano ou tonéis de papelão.

Jatobá

Hymenaea courbaril L. - Caesalpiniaceae (Leguminosae)


O jatobá é uma árvore típica das regiões do cerrado brasileiro, crescendo desde o Piauí até o norte do Paraná
em áreas de floresta semidecídua. É encontrada também no Peru, na Venezuela, no México e em países da
América Central. Além de seus usos na culinária e na saúde, conhecidos pelos indígenas há séculos, o jatobá é
empregado também na fabricação do verniz, pois seu tronco contém a resina adequada para esse produto. O
nome "jatobá" deriva da palavra tupi "yata’wá".
Outros Nomes Populares: farinheira, imbiúva, jataí, jataí-amarelo, jataipeba, jitaí, pão-de-ló-de-mico.
Outros Idiomas: guapinol, algaborro, azucar huayo (espanhol), South America locust (inglês).
Descrição Botânica: Árvore que atinge até 40 metros de altura, com tronco de cerca de 1 metro de diâmetro.
O caule, formado por madeira dura e pesada, fornece uma resina considerada como um dos melhores âmbares
dos trópicos, usado na fabricação de verniz. As folhas, que surgem apenas acima dos 12 metros de altura, em
uma copa em forma de guarda-chuva, possuem dois folíolos coriáceos verdes e brilhantes. As flores, de
coloração amarela ou esbranquiçada, são vistosas e cimosas, aparecendo entre os meses de março e maio. Os
frutos têm o formato de grossas e longas vagens, com poucas sementes e preenchidas por um arilo farináceo
de coloração amarelo-claro, comestível.
Composição Química: Ácido copálico, alfa-trimetil, ácido naftaleno-carboxílico, ácido alfa-naftaleno-
carboxílico, ácidos brasilicopálico, brasilicopalínico e brasilicopaloreseno, flavonóide astilbina, beta-
sitosterol, beta-bourboneno, alfa-cadineno, delta-cadineno, gama-cadineno, cariofileno, epi-catequina, ácido
iso-enantio comúnico, copacanfeno, copaeno, cubebeno, copacanfeno, alfa-copaeno, beta-copaeno, alfa-
cubebeno, ciclosativeno, ácido ent-eperua-dienóico, beta-gurjuneno, hediquineno, alfa-himachaleno,

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humuleno, alfa-humuleno, beta-humuleno, beta-huroleno, alfa-muroleno, gama-muroleno, selinadieno, alfa-
selineno, beta-selineno, taxifolino-rhamnosídeo, óleo essencial, princípio amargo, tanino e oligossacarídeos.
Partes Usadas: Casca do caule, Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antibacteriana, Antiespasmódica, Antifúngica, Antiinflamatória,
Antioxidante, Descongestionante, Diurética, Estimulante, Estomáquica, Expectorante, Fortificante,
Hepatoprotetora, Laxativa, Tônica, Vermífuga.
Usos
culinária: A polpa é consumida "in natura" e na forma de geléias, licores, farinhas para pães, bolos e
mingaus. O valor protéico da farinha de jatobá equivale ao do fubá de milho.
beleza: Não é usado.
saúde: O chá da casca do caule e das folhas é ótimo contra dores de estômago, do peito e das costas,
fraturas, vômitos com sangue, artrite, bursite, beri-beri, cistite, dispepsia, indigestão, diarréia e cólicas. A
polpa dos frutos, cozida e misturada com açúcar e leite quente, combate tosse, bronquite, asma e enfisema
pulmonar. Utilizado também no combate a pés-de-atleta e frieira entre os dedos. Da casca do caule fabrica-se
o vinho de jatobá, muito usado no Brasil a partir dos anos 30 como tônico e fortificante. Uma pesquisa
realizada a partir de 1997 vem comprovando a eficácia da casca do jatobá como antioxidante e
rejuvenescedor, devido à presença do flavonóide astilbina.
outros usos: Empregado também na fabricação do verniz, pois seu tronco contém a resina adequada para
esse produto.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical quente e úmido.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento:
tipo de solo: Solos férteis ou medianamente férteis, úmidos e, de preferência, em planaltos com altitude de
até 1.000 metros.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou composto orgânico, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada (desenvolve-se melhor quando cresce ao lado de cursos de água
intermitentes).
Colheita
Frutos: Entre os meses de julho e março; algumas plantas não produzem frutos todos os anos, embora a
floração aconteça anualmente.
Flores: Durante todo o ano.
Casca do caule: Durante todo o ano.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Flores: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35
°C.
Casca do caule: Ao sol, em local bem ventilado.
Acondicionamento
Frutos: Em sacos plásticos bem fechados ou em cestos, em local seco e bem arejado.
Folhas: Em sacos de pano ou papel bem fechados e longe da luminosidade.
Casca do caule: Em sacos de pano ou papel, longe da luminosidade e umidade.

Jenipapo

Genipa americana L. - Rubiaceae


O jenipapo ocorre em várias formações florestais de toda a América tropical, em regiões livres de geadas
fortes. Na floresta estacional semidecidual, ocorre com maior abundância em várzeas úmidas e margens de
rios, suportando inundações prolongadas. É, porém, encontrado também em terrenos secos das encostas ou
colonizando áreas abertas, comportando-se como secundária inicial.
Considerada pela medicina popular uma planta que cura várias doenças, possuindo inclusive poderes

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afrodisíacos. Essa crença ocorre não só no Brasil, mas também em Cuba, onde é muito consumida pelos
cubanos para estimular o apetite sexual.
Pelos índios é chamada de “juni pappeywa” e utilizada para pintar o corpo, utensílios domésticos e em rituais
diversos. Segundo a lenda indígena, o corpo pintado com jenipapo espanta os maus espíritos. Os nativos da
tribo Kiriri pintavam os doentes, para que os espíritos malignos não os reconhecessem. Já os Tupinambás
passava a fruta na parte da pele que foi ferida para protegê-la de futuros males, enquanto os Kaingáng
pintavam o corpo com jenipapo para as festas e também para as guerras. A tinta sai do fruto, carnoso, de cor
muito preta, e dura nove dias na pele, sem sair na água.
Outros Nomes Populares: genipapinho, genipapo branco, jenipapeiro.
Outros Idiomas: jagua e genipapo (espanhol), jagua (francês), genipap (inglês), genipapo (italiano).
Descrição Botânica: Árvore mediana, bastante ramificada, de caule castanho-acinzentado. As folhas são
opostas, elíptico-lanceoladas, com estípulas interpeciolares. As flores são tubulosas, amareladas e agrupadas
em racemos axilares ou terminais. Os frutos são carnosos, de cor preta, e com número variável de sementes.
Composição Química: manita, jenipina, cafeína, taninos, ácido tartárico, sais de cálcio e ferro e vitaminas
B1, B2 e C.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Digestiva, Diurética, Estomáquica, Laxante, Purgativa, Vulnerária.
Usos
culinária: Pode ser consumido “in natura” ou em sucos, doces, sorvetes, caldas e compotas. Além disso,
do jenipapo é feito um licor e um vinho muito conhecidos, pelo seu sabor delicioso, no Norte e no Nordeste
do Brasil.
beleza: Não é comumente usado.
saúde: Ajuda no tratamento de úlceras, cataratas, anemia, asma, sífilis, enterite crônica, hidropisia e
constipação.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: tropical e subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes e enxertia.
espaçamento: 10 x 10 metros.
tipo de solo: rico em nutrientes, profundo e poroso; desenvolve-se bem em várzeas úmidas ou
encharcadas, pois vegeta melhor onde há abundância de água no solo.
adubação e correção: esterco de curral bem curtido, composto orgânico ou húmus de minhoca.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: podem ser colhidos diretamente da árvore, quando maduros, ou do chão sob a árvore.
Secagem
Frutos: consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: em local seco e bem ventilado.

Jiló

Solanum gilo Raddi - Solanaceae


Hortaliça bastante apreciada na culinária, apesar de seu característico sabor amargo. Da mesma família da
berinjela, o jiló é rico em água e apresenta baixo valor calórico, sendo, por isso, empregado em dietas. A
origem do fruto do jiloeiro é desconhecida e não é sabido ao certo se ele é africano, indiano ou antilhano.
Chegou ao Brasil no início do século 17, pelos escravos, que vieram trabalhar nos canaviais de Pernambuco.
Atualmente, sua produção em solo nacional concentra-se nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais. Seus sinônimos científicos são o Solanum aethiopicum L., Solanum integrifolium Poir., Solanum
naumannii Engl. e Solanum gilo var. pierreanum (Pailleux & Bois) Bitter.
Outros Idiomas: aubergine amère, petite bringelle maronne (francês), gilo, ethiopian eggplant, scarlet
eggplant (inglês).

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Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo anual, ramificada, que atinge até 2 metros de altura. Possui
ramos longos, cilíndricos e verdes. Suas folhas são oblongas, agudas e cobertas por pêlos finos,
principalmente na parte inferior do limbo foliar. Suas flores são brancas e agrupadas em inflorescências do
tipo racemo, de pedúnculo curto, com estames porosos. Os frutos são verdes escuros, tornando-se amarelos
quando maduros, de formato ovóide, esférico ou alongado, dependendo da variedade e têm casca fina e lisa,
polpa macia, porosa e com pequenas sementes brancas.
Composição Química: niacina, carboidratos, proteínas, cálcio, fósforo, ferro, vitaminas A, B e C, glicídios,
lipídios, sódio, potássio, pectina.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Antidiarréica, Antigripal, Antitérmica, Hepática, Hipoglicêmica.
Usos
culinária: É consumido cozido, em ensopados, frito ou em conserva. Pode ser usado no preparo de
entradas, saladas e pratos quentes.
beleza: Não é usado.
saúde: É usado contra diarréia e úlceras na boca e auxilia na digestão e no bom funcionamento do intestino
e do fígado (é utilizado no tratamento de problemas hepáticos e dispepsia biliar). Também costuma fazer parte
de dietas quando o objetivo é reduzir o colesterol. Por ser rico em niacina, o jiló é usado no tratamento de
pelagra (falta de vitamina ocasionada pela deficiência de niacina no organismo). Em algumas regiões do país,
é consumido popularmente na forma de infusão em aguardentes para combater gripes, resfriados e febre. Em
pesquisas iniciais, o jiló mostra efeito positivo na redução da glicemia sangüínea sendo portanto indicado na
dieta de pessoas diabéticas.
outros usos: Não encontrados na literatura pesquisada.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura pesquisada.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura pesquisada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: 0,80 x 1,0 ou 1,2 x 1,8 metros, dependendo da variedade.
tipo de solo: Textura areno-argilosa, profundo, rico em nutrientes e matéria orgânica, bem drenado e pH
variando entre 5,6 e 6,6.
adubação e correção: Recomenda-se a adubação orgânica feita com esterco de curral bem curtido 30 dias
antes do plantio. Juntamente, pode-se aplicar adubo mineral composto por nitrogênio, fósforo e potássio, em
quantidades que irão variar de acordo com a análise do solo. É recomendável a calagem cerca de 60 dias antes
do plantio, feita com calcário dolomítico, de granulação bem fina, até se elevar a saturação por bases a 80%.
necessidade de água: Mediana (As irrigações devem ser mais freqüentes na fase de fixação das mudas ao
solo. É importante manter sempre um bom suprimento de água para as plantas.).
Colheita
Frutos: Devem ser colhidos com uma tesoura, quando ainda estiverem verdes e no tamanho máximo, com
cerca de 80 a 100 gramas de peso. Isso deve ocorrer de 80 a 100 dias após o plantio, uma ou duas vezes por
semana.
Secagem
Frutos: Devem ser consumidos na forma seca.
Acondicionamento
Frutos: A embalagem para a venda é feita em caixas tipo K, que pesam em média 16 quilos. Na geladeira,
deve ser mantido em sacos plásticos dentro da gaveta, para evitar desidratação. Dessa maneira, o jiló se
conserva por quatro dias.

João-da-Costa

Echites peltata Lockhart ex. G. Don - Apocynaceae


Trepadeira ornamental, a planta é nativa do Brasil (sul e sudeste), do Paraguai e da Argentina. Semelhante ao
capa-homem (Peltates peltata), é muito conhecida por suas propriedades antiinflamatórias. A planta, porém, é
tóxica.
Outros Nomes Populares: cipó-benção, cipó-capador, cipó-de-mucuna, cipó-de-paina, erva-santa, paina-de-

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
penas.
Descrição Botânica: Planta trepadeira com caule longo, flores amareladas e com cálice branco. Seu fruto é do
tipo folículo, seco e cilíndrico, com várias sementes envoltas em filamentos sedosos.
Composição Química: Não encontrada na literatura consultada.
Partes Usadas: Caule, Folhas.
Propriedades Medicinais: Antiinflamatória, Antiulcerogênica.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Não é usado.
saúde: A infusão do caule e das folhas é usada contra orquites (inflamação dos testículos), inflamações do
aparelho urogenital e úlcera crônica.
outros usos: Usado como planta ornamental.
Contra-Indicações: Gestantes, nutrizes e crianças.
Efeitos Colaterais: Planta de ação tóxica.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Não encontrado na literatura consultada.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Caule: Em qualquer época do ano.
Folhas: No início da floração.
Secagem
Caule: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado ou em secador, com temperatura máxima de
35°C.
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado ou em secador, com temperatura máxima de
35°C.
Acondicionamento
Caule: Em sacos de pano ou plástico atóxico, em local seco, escuro e bem ventilado, livre do ataque de
predadores.
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, em local seco, escuro e bem ventilado, livre do ataque de
predadores.

Jojoba

Simmondsia chinensis (Link) C.K. Schneid. - Buxaceae (Simmondsiaceae)


Planta originária do sudoeste dos Estados Unidos e noroeste do México, pertencente à família das buxáceas. A
jojoba - o nome vem do espanhol falado no México - vegeta bem nas terras brasileiras do Nordeste e do norte
de Minas Gerais e Goiás. Tem usos na beleza, culinária e saúde, assim como na agropecuária.
Outros Nomes Populares: Não há variação.
Outros Idiomas: jojobastrauch (alemão), jojoba (espanhol), jojoba (francês), jojoba (inglês), jojoba (italiano).
Descrição Botânica: Planta arbustiva, dióica, xerófita e que atinge de 0,5 a 1 metro de altura, podendo, em
algumas circunstâncias, chegar a 6 metros de altura. Tem vida longa e pode durar até 200 anos. As folhas são
grossas, de textura coriácea, oblongas, ospotas, inteiras, verde-azuladas e medem de 2,5 a 3,5 centímetros de
comprimento. As flores femininas são solitárias, sem pétalas e possuem cinco sépalas verdes, macias e
pubescentes. As flores masculinas são agrupadas em inflorescências e também não possuem pétalas. O fruto é
do tipo cápsula, ovóide, normalmente deiscente e possui de uma a três sementes marrons.
Composição Química: ácido eicosenóico, ácido erúcique, ácido gondoique, ácido nervônique, compostos
fenólicos, eicosenol, ésteres graxos, decosenol, glicosídeos cianogênicos, proteínas, simmondsinas, narcissina,
lisina e metionina.
Partes Usadas: Sementes.
Propriedades Medicinais: Adelgaçadora, Antiidade, Citostática, Demulcente, Emoliente, Lubrificante,

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Queratolítica, Rejuvenescedora, Umectante.
Usos
culinária: As sementes eram usadas por índios como alimento. Atualmente, as pesquisas sugerem que as
sementes são tóxicas. Cozidas, no entanto, elas podem ser consumidas na forma de uma bebida aromática
semelhante ao café.
beleza: Usada em máscaras de beleza, cremes e loções para rejuvenescer, tratar acne e prevenir o
aparecimento de rugas e linhas de expressão. É ingrediente de produtos de maquiagem como batons. Pode ser
usada em óleos e loções de massagem corporal e em produtos de proteção solar. A planta pode ser usada ainda
na fabricação de produtos para os cabelos, pois devolve a vida a cabelos frágeis e quebradiços, sendo mais
indicada para os cabelos normais e secos.
saúde: Na medicina popular, a jojoba é usada no tratamento do câncer, obesidade, dor de garganta, dor de
cabeça, resfriado e dor nos olhos. Também é utilizada para tratar feridas e machucados ou no caso de
envenenamentos.
outros usos: A semente produz 50% de óleo de ampla utilidade, que pode ser usado na fabricação de óleo
lubrificante, ceras, velas e na fabricação de tintas de impressora. A farinha residual resultante da extração do
óleo pode ser usada como fonte alimentícia para animais. A semente produz 50% de torta, com cerca de 32%
de proteína, que contém aminoácidos essenciais, como a lisina e a metionina. Pelo seu elevado teor de
proteína bruta, essa torta supera a do babaçu e a do trigo, aproximando-se das mais nobres, como a do
algodão, a da soja e a do girassol. Serve para o fabrico de rações e é ótimo fertilizante. As folhas constituem
excelente forragem para caprinos e coelhos.
Contra-Indicações: Deve ser evitada por gestantes e lactantes. Deve ser usada internamente apenas sob
orientação médica.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical a subtropical. Tolera até 47º C de temperatura ambiente.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes ou estaquia de ramos novos.
espaçamento: 2 x 4 metros entre plantas.
tipo de solo: De textura arenosa, bem drenado, permeável, rico em fósforo e com pH entre o neutro e o
alcalino. É resistente à salinidade.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Reduzida (É uma planta típica de regiões áridas e desérticas).
Colheita
Sementes: Cinco anos após o plantio. Quando os frutos estiverem maduros, as sementes simplesmente
caem no chão e são coletadas manualmente.
Secagem
Sementes: Não encontrada na literatura consultada.
Acondicionamento
Sementes: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Juá

Zizyphus joazeiro Martius - Rhamnaceae


O juá, ou juazeiro, é uma árvore nativa do nordeste brasileiro, presente também nas regiões mais
quentes dos Estados de Minas Gerais e Goiás. Mesmo suportando altas temperaturas, a árvore
nunca perde a folhagem, que se mantém verde e viçosa em qualquer época, já que suas raízes
penetram profundamente até as camadas inferiores do subsolo em busca de umidade. Isso faz do
juazeiro uma árvore tradicional no sertão do Brasil. Ela acabou dando nome a vários municípios,
um deles é Juazeiro do Norte, no Ceará. Rico em saponina, o juá é utilizado na fabricação de pastas
de dente de grandes indústrias. Porém, a casca e as folhas da árvore já eram utilizadas pela
população local para higiene dental e capilar.
Outros Nomes Populares: joá, joazeiro, juá-de-jú espinho, juazeiro, jurubeba, jurupeba, uá fruta.
Outros Idiomas: joazeiro baum (alemão), jujubier brésilien (francês), joazeiro (inglês), zizyphus
joazeiro (italiano).
Descrição Botânica: Árvore de pequeno a médio porte, chega a atingir 14 metros de altura.

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Tronco curto, tortuoso e canelado, revestido por casca áspera, de cor cinza-clara. Copa baixa,
arredondada e densa, ramificada sem perder suas folhas. Possui ramos finos dotados de espinhos
agudos de até 4 centímetros de comprimento. Flores pequenas, cor amarelada, agrupadas em
inflorescências do tipo cimosa axilar. Frutos globosos, com até 2 centímetros de diâmetro,
constituídos de massa carnosa adocicada externa que contém, em seu interior, uma única semente.
Composição Química: Proteína, celulose, hidratos de carbono, sais minerais, anidrido fosfórico,
óxido de cálcio, amido, vitamina C, ácido betulínico, ácido oleamólico, cafeína, saponina.
Partes Usadas: Casca, Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antiinflamatória, Cicatrizante, Desopilante,
Expectorante, Febrífuga, Higienizante, Tônica.
Usos
culinária: Os frutos, ricos em vitamina C, podem ser consumidos “in natura” ou na fabricação
de geléias e doces.
beleza: Usado em xampus para limpeza profunda dos cabelos e como tônico capilar.
saúde: A raiz é utilizada contra má digestão, febres e problemas nos órgãos sexuais e das vias
urinárias. Usado em produtos de higiene bucal, promovendo a limpeza dos dentes e integridade das
mucosas, pois auxilia a redução da formação da placa bacteriana. Empregado também em loções
para o tratamento de diversas doenças da pele.
outros usos: A madeira do juazeiro é empregada em construções rurais, estruturas de pontes,
confecção de móveis rústicos e para lenha. A cinza, rica em potássio, pode ser utilizada para a
fabricação de sabão. Sua entrecasca é rica em saponina e pode ser aproveitada na fabricação de
pastas de dente. Suas folhas e ramos são forrageiros, utilizados para a alimentação do gado na
época da seca.
Contra-Indicações: Gestantes, nutrizes e crianças.
Efeitos Colaterais: Por conter saponina, a planta é considerada tóxica e deve-se ter cuidado em
seu consumo.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes ou estaquia de ramos novos.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Seco, bem drenado, com água em pouca profundidade.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Baixa.
Colheita
Casca: De preferência no outono.
Folhas: Em qualquer época do ano.
Frutos: Podem ser recolhidos no chão sob as árvores, quando estiverem maduros e caírem
espontaneamente.
Secagem
Casca: Ao ar livre, em local seco e bem ventilado ou em secador com temperatura máxima de
50°C.
Folhas: Ao ar livre, em local seco e bem ventilado ou em secador com temperatura máxima de
35°C.
Frutos: Ao ar livre, em local seco e bem ventilado ou em secador com temperatura máxima de
45°C.
Acondicionamento
Casca: Em sacos de pano ou plástico atóxico, em local seco e bem ventilado.
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, em local seco e bem ventilado.
Frutos: Em sacos de pano ou plástico atóxico, em local seco e bem ventilado.

Jujuba

Ziziphus jujuba Mill. - Rhamnaceae

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Planta originária da China, onde tem sido cultivada há mais de 4.000 anos. Ela viajou por todo o continente
asiático até chegar a diversos cantos do mundo. Hoje, é cultivada no sul da Europa, norte da África, oeste dos
Estados Unidos e no nordeste brasileiro.
Outros Nomes Populares: jujuba-selvagem, jujubeira, macieira-de-anáfega.
Outros Idiomas: judendornbeeren (alemão), jinjolero (espanhol), jujuber du brésil (francês), jujube (inglês).
Descrição Botânica: Pequena árvore caducifólia (as folhas caem depois de abertas), de 5 a 8 metros de altura,
muito ramificada, com ramos de cor verde e espinhosos. As folhas são verde brilhantes, alternas, coriáceas,
medindo de 2 a 7 centímetros. A forma das suas folhas é oblonga a oval-lanceolada, com a ponta aguda e
redonda e as bordas finamente dentadas. As flores são de coloração amarela, com 3 a 4 milímetros de
diâmetro, solitárias. Os frutos são drupas globosas e de cor avermelhada.
Composição Química: Ácido ascórbico, ácido betulínico, betulina, ebelinlactona, flavonóides, jujubogenina,
jujubosídeo, saponinas e vitamina P.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Antialérgica, Antioxidante, Aperiente, Calmante, Demulcente,
Emoliente, Sedativa.
Usos
culinária: Seus frutos podem ser consumidos na forma fresca ou cristalizada. Também são usados na
preparação de bolos, doces e melados para acompanhar biscoitos, waffles e pães.
beleza: Usada em cremes hidratantes e máscaras para prevenir o envelhecimento precoce da pele. Suaviza
as linhas de expressão e as rugas, combatendo os radicais livres.
saúde: Usada na falta de apetite, distúrbios do fígado, alergias de pele e dores gerais.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Pode ser usada com segurança.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado quente.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Cresce em vários tipos de solo, mas prefere o solo de textura arenosa e bem drenado.
adubação e correção: Adubação orgânica, composta de esterco curtido de animal, húmus ou matéria
orgânica, incorporados na cova de plantio a 60 centímetros de profundidade; pode ser repetida anualmente na
coroa da planta, num diâmetro equivalente ao da copa.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Frutos: Não encontrado na literatura consultada.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: Devem ser guardados em sacos plásticos, na geladeira.

Jurubeba

Solanum paniculatum L. - Solanaceae


Nativa do Brasil e comum em vários estados do país, a jurubeba é muito utilizada na medicina popular contra
problemas digestivos. Seu nome vem do tupi-guarani "yuru'beba", que quer dizer "papagaio achatado",
provavelmente em alusão ao formato e cor das folhas. A jurubeba é listada como uma planta medicinal oficial
na Farmacopéia Brasileira, na qual é apresentada como um remédio contra anemia e afecções da vesícula
biliar.
Outros Nomes Populares: jubeba, jupeba, juribebe, juripeba, jurubebinha, jurumbeba.
Outros Idiomas: jurubeba (espanhol), jurubeba (francês), jurubeba (inglês), giurubeba (italiano).
Descrição Botânica: Arbusto de até 4 metros de altura, com espinhos no caule. São plantas de sexos
separados: as plantas femininas são mais altas, com folhas maiores e produzem os frutos. As folhas são
sinuadas-tomentosas, verde-escuras na face superior e verde-claras na inferior. Apresenta espinhos também no
pecíolo e tem uma nervura mediana muito saliente. O fruto é uma baga esférica, amarelada, presa a um

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pendúnculo comprido e dá em cachos.
Composição Química: Alcalóides, esteróides nitrogenados, saponinas esteroidais nitrogenados, agliconas,
ácidos graxos, ácido orgânicos, glicosídios, mucilagens, resinas, jurubilina, jurubina, jurubepina, paniculidina,
paniculonina, paniculogenina, neoclorogenina e solanidina.
Partes Usadas: Folhas, Frutos, Raízes.
Propriedades Medicinais: Antiinflamatória, Carminativa, Colagoga, Descongestionante, Digestiva,
Diurética, Emenagoga, Estomáquica, Febrífuga, Hepatoprotetora, Hepatotônico, Tônica.
Usos
culinária: O fruto da jurubeba é usado na preparação de pratos refogados da cozinha mineira, fritos e em
forma de conserva. Também é muito utilizado para realçar o sabor da cachaça e para preparar um vinho
comum do Nordeste.
beleza: Não foi encontrado na literatura consultada.
saúde: Empregada no combate a icterícia, cistite, febres intermitentes, prisão de ventre, hepatite crônica,
tumores uterino e urinário, hidropsia, anemia, erisipela, gastrite crônica e outras afecções do estômago, além
de inflamações do baço. As folhas amassadas podem ser colocadas sobre os machucados, e sua raiz é indicada
contra dispepsias atônicas e diabetes, além de ser um ótimo desopilante do fígado.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Pode apresentar sinais de toxicidade: diarréia, náuseas, vômitos, gastrite e duodenite
erosiva, elevação das enzimas hepáticas e eventualmente sintomas neurológicas.
Cultivo e Conservação
clima: Do tropical ao temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes, em viveiro.
espaçamento: 1 x 2 metros entre plantas.
tipo de solo: Leve e de textura arenosa.
adubação e correção: Esterco de curral, húmus de minhoca ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: Quando maduros.
Folhas: Quando a árvore estiver bem "cheia".
Raízes: Em qualquer época.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Folhas e Raízes: Ao ar livre, em local bem ventilado; podem ser usadas na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: Depois de secos, devem ser guardados em sacos de pano ou papel, em lugar seco e longe dos
insetos.
Folhas e Raízes: Depois de secas, devem ser guardadas em sacos de pano ou papel, em lugar seco e longe
dos insetos.

Karitê

Butyrospermum parkii (G. Don) Kotschy - Sapotaceae


O nome científico do karitê foi dado em honra a um grande explorador chamado Mungo Park’s que foi o
primeiro a subir o Rio Gâmbia, contra uma forte correnteza, no final do século 18.
Outros Idiomas: schibutterbaum (alemão), karité (espanhol), karité (francês), shea butter (inglês), karité
(italiano).
Descrição Botânica: Árvore que atinge de 9 a 10 metros de altura, com folhas agrupadas nas extremidades
dos ramos. O fruto é do tipo drupa, seco, na forma de finas conchas. Dentro, encontra-se uma semente oval,
muito rica em gordura e que peso em torno de 3 gramas.
Composição Química: Ácido oléico, esteárico, láurico, linoléico, mirístico, oléico, palmítico, palmitoléico,
álcool terpênico, hidrocarbonetos de cariteno, esteróis, tocoferóis e proteínas.
Partes Usadas: Manteiga extraída dos frutos (caroço).

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Propriedades Medicinais: Cicatrizante, Conservante, Emoliente, Higienizante, Protetor solar, Suavizadora.
Usos
culinária: Na Europa a gordura é usada na culinária e para a fabricação de margarinas. Muitas vezes, é
usada em substituição à manteiga de cacau.
beleza: Utilizado na fabricação de sabonetes líquidos ou em barra, e cremes para amaciar e limpar as
mãos; em loções cremosas para limpeza do corpo e do rosto; em xampus, máscaras capilares e
condicionadores para tratamento dos cabelos de todos os tipos.
saúde: É usado em aplicações internas para aliviar as congestões da mucosa nasal nas rinites; usado em
massagens para aliviar dores reumáticas.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: De acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações ao uso externo.
Efeitos Colaterais: A inalação não é perigosa; o contato com a pele não é irritante, mas pode ser levemente
irritante em contato com olhos.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento: 10 x 10 metros (em sistemas agroflorestais).
tipo de solo: Solo florestal, úmido e rico em matéria orgânica.
adubação e correção: Não foi encontrado na literatura consultada.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: São colhidos após 25 anos de vida da árvore.
Secagem
Frutos: Não são secos; ainda em estado fresco, são retiradas as sementes que por sua vez são submetidas à
extração da gordura.
Acondicionamento
Frutos: Não foi encontrado na literatura consultada.

Kawa-kawa

Piper methysticum Forst. f. - Piperaceae


Nativa das ilhas do Pacífico, é um arbusto naturalmente encontrado na Malásia e nas ilhas da Polinésia. Tem
sido utilizado há mais de 3 mil anos pelos nativos das ilhas de Fiji, Samoa e Tonga no tratamento de doenças e
também em cerimônias religiosas, em razão das propriedades sedativas e relaxantes. Durante os rituais, os
nativos ingeriam a cava-cava na forma de bebida para entrar em transe. Hoje, ela vem sendo considerada um
poderoso ansiolítico natural.
Outros Nomes Populares: kawa-kawa.
Outros Idiomas: kava ou kava-kava (espanhol), kava ou kava-kava (francês), kava ou kava-kava (inglês).
Descrição Botânica: Arbusto de ciclo perene, que atinge cerca de três metros de altura. As folhas são
normalmente ovadas e as flores crescem de forma oposta às folhas. A planta é dióica, possuindo sexos
separados (flores masculinas e femininas ocorrem em plantas distintas).
Composição Química: Cavalactonas, cavaína, flavocavaínas, dihidrocavaína, dihidrometisticina, yangoninas,
metoxiyangonina, dimetoxiyangonina, demetoxiyangonina, desmetoxiyangonina, dihidroyangonina,
tetrahidroyangonina, dimetoxidihidrocavaína, dihidrocavaína, cinamilidenacetol, metisticina,
dihidrometisticina, pipermetistina, estigmasterol, ácido benzóico, bornil-cinamato, ácido cinâmico, pironas,
mucilagens, açúcares e glicosídeos.
Partes Usadas: Raízes.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Analgésica, Anestésica local, Ansiolítica, Anticonvulsivante,
Antidepressiva, Antiinflamatória, Espasmolítica, Narcótica, Relaxante, Sedativa.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: O extrato em pó dos rizomas é usado contra depressão, angústia nervosa, estados de tensão,
agitação, ansiedade, insônia e estresse.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Seu uso não é recomendado durante a gravidez, aleitamento e nos casos de mal de
Parkinson. Deve ser usada com precaução por indivíduos que estão sendo medicados com agentes ansiolíticos
(anti-ansiedade) (Diazepam, Temazepam e Alprazolam), antidepressivos, antipsicóticos ou outro agente que
cause depressão do sistema nervoso central, como sedativos e hipnóticos. No Brasil, medicamentos à base da
planta têm de ser vendidos só com receita médica, desde março de 2002, de acordo com norma da Anvisa.
Efeitos Colaterais: Em janeiro de 2002, a França baniu a venda de produtos com a planta por ela ter sido
relacionada a sérios danos ao fígado. A Suíça já a havia banido. A Alemanha e o Canadá planejam fazer o
mesmo. O governo canadense (Health Canada) quer provar se os danos devem-se a problemas de fabricação
ou se são de fato efeitos colaterais. No Canadá, houve 30 casos de hepatite devido ao consumo do
medicamento ou suplemento contendo cava-cava. Um deles resultou em morte. Outros quatro, em falência do
órgão.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Estaquia.
espaçamento: 2 metros entre plantas.
tipo de solo: Soltos, bem drenados, úmidos e ricos em matéria orgânica; desenvolve-se bem em solos
pedregosos.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou composto orgânico, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Raízes: Após o sexto ano de cultivo.
Secagem
Raízes: Geralmente usadas na forma fresca, mas também podem ser secas ao sol.
Acondicionamento
Raízes: Em sacos de pano ou tonéis de papelão bem vedados.

Kiwi

Actinidia chinensis Planch. - Actinidiaceae


Originário da China, recebeu da sabedoria chinesa o nome que o define: yan-tao, o fruto da saúde. No início
do século 20, missionários da região Nordeste e da costa leste da China levaram sementes da fruta para o país,
onde ele foi se popularizando. Hoje, a fruta também é muito cultivada na Itália, Chile e Estados Unidos e
ficou conhecida mundialmente como kiwi, uma gíria australiana, que significa cidadão neozelandês e também
o nome de um raro pássaro da Nova Zelândia, que, curiosamente, não voa. Foi de lá que seu cultivo saiu para
o mundo, a partir dos anos 50. No Brasil, a fruta não era conhecida até meados dos anos 80, quando começou
a ser importada, mas hoje já faz parte de diversos pratos da culinária brasileira e pode ser encontrada em
supermercados. Seu cultivo, no entanto, ainda é pequeno, e restringe-se às regiões mais frias e úmidas da
regiões Sul e Sudeste do país.
Outros Nomes Populares: quivi.
Outros Idiomas: yang-tao (chinês), kiwi, groseille de chine ou souris végétale (francês), kiwifruit, china
gooseberry ou chinese gooseberry (inglês).
Descrição Botânica: Planta trepadeira, de caule semilenhoso e caducifólia. Tem folhas verdes, ovais,
próximas ao circular, com textura semelhante ao couro e aproximadamente 20 centímetros de diâmetro. Como
planta dióica, produz flores masculinas e femininas em indivíduos diferentes, sendo necessária a presença de
plantas de ambos os sexos em um mesmo bloco para que floresçam e ao mesmo tempo para a produção de
frutos. As flores são brancas e pequenas, com cerca de 4 centímetros de diâmetro. O tamanho dos frutos está
diretamente relacionado ao número de sementes. Possui frutos grandes, bem polinizados, que podem conter de
mil a 1.400 sementes, ao passo que frutos pequenos mal polinizados não contém mais de cem sementes. O
fruto é aromático, medianamente suculento e levemente agridoce. Possui a casca aveludada, de tom marrom, e
a polpa de um verde translúcido.
Composição Química: Ácido ascórbico (vitamina C), betacaroteno, cálcio, magnésio, fósforo, potássio e
sódio.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Antigripal, Energizante, Reconstituinte, Restauradora, Tonificante.
Usos
culinária: O destino principal da fruta é o consumo "in natura", mas também é muito utilizada no preparo
de sucos, iogurtes, sorvetes, doces, geléias e vinhos. Também é usada como amaciante de carne de boi por
conter uma enzima especial que a torna mais tenra.
beleza: De suas sementes é extraído um óleo usado em cremes de tratamento e recondicionamento da pele,
tais como loções faciais e creme emoliente para os lábios.
saúde: Seu grande benefício advém do alto teor de vitamina C, superior ao encontrado em laranjas e
limões. Além disso, o kiwi tem uma influência favorável sobre as células nervosas, combate infecções e
sintomas da gripe.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não há.
Efeitos Colaterais: O uso na pele pode causar reações alérgicas em pessoas sensíveis.
Cultivo e Conservação
clima: Apresenta potencial de adaptação em regiões de clima temperado úmido, com, no mínimo, 300
horas de frio, com temperaturas abaixo de 7,2ºC durante o repouso hibernal.
exposição solar: Plena.
propagação: Mudas obtidas por estaquia no período hibernal (de junho a agosto), antes do início da
brotação.
espaçamento: O kiwi não suporta o peso dos ramos e necessita de um sistema de sustentação para seu
cultivo. Os principais utilizados são a latada, o túnel e o T. A definição do espaçamento depende, portanto, do
sistema de sustentação e do cultivar a serem adotados. No sistema latada, para os principais cultivares,
recomendam-se espaçamentos entre filas e plantas de 4,5 x 4 metro, 4 x 4 metro e 3,5 x 4 metro.
tipo de solo: Profundo, bem drenado, com declividade inferior a 20% e pH neutro.
adubação e correção: A adubação consiste basicamente na aplicação de nitrogênio, em adubo mineral ou
orgânico. No primeiro ano, aplicam-se 10 gramas de nitrogênio por planta 20 dias após a brotação, mais 10
gramas passados 60 dias e mais 10 gramas após 45 dias da segunda aplicação. No segundo, aplicam-se 60
gramas e outras 30, depois de dois meses. No terceiro ano, no período do inchamento despejam-se 100 gramas
e mais 50 gramas, 60 dias após a primeira aplicação. A adubação de manutenção consiste em aplicar
nutrientes no solo ou via foliar, para a produção de frutos em quantidade e qualidade ao longo dos anos.
necessidade de água: Abundante (Principalmente no período de crescimento dos frutos, 40 dias após a
floração, e no período próximo à maturação).
Colheita
Frutos: O início da brotação se dá em setembro, e a colheita, até a primeira quinzena de maio. O ponto de
colheita é definido pelo grau Brix dos frutos, pois não há alteração na coloração da película para indicar o
amadurecimento das frutas. A colheita inicia-se quando os frutos apresentarem de 7º a 9º Brix.
Secagem
Frutos: Devem ser consumidos frescos.
Acondicionamento
Frutos: Caixas plásticas de madeira ou bins, sempre limpas e envoltas em polietileno (saco plástico) para
evitar a desidratação e a conseqüente perda de peso das frutas. Quando colhido em condições adequadas de
maturação, sanidade e estando acondicionado corretamente, pode ser armazenado em câmara fria por cinco a
oito meses. A temperatura de conservação das frutas é de 0,5 a -0,5ºC, com umidade relativa do ar acima de
92%.

Lágrima-de-nossa-senhora

Coix lacryma jobi L - Poaceae (Gramineae)


Planta oriunda da Ásia, mais especificamente da Índia, a lágrima-de-nossa-senhora é cultivada na África e nas
Américas. Além de sua utilização na medicina, a planta é muito apreciada como matéria-prima para os
artesãos. De seus frutos secos, por exemplo, produzem-se rosários, cortinas, colares, braceletes e alguns
instrumentos musicais de percussão, como a maracá. Seus frutos também são aproveitados em alguns
cerimoniais religiosos.
Outros Nomes Populares: capim-de-conta, capim-miçanga, contas-de-nossa-senhora, lágrimas-de-jó,

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 294


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
lágrimas-de-São-Pedro, rosário.
Outros Idiomas: hiobstränen (alemão), lágrimas de job (espanhol), larme de job (francês), ob's tears (inglês).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo anual, de aproximadamente um metro de altura. Seus caules
são eretos, altos e fibrosos. Suas folhas são estreitas e alongadas e com bordos serrilhados. Possui flores
unissexuais, masculinas e femininas, que crescem nas axilas das folhas e produzem frutos globosos e duros,
de cor cinza brilhante.
Composição Química: Ácidos graxos, ácido mirístico, alpha e beta sitosterol, arginina, beta-caroteno,
coixans A e B, coixenólido, coixol, histidina, leucina, lisina, proteínas, sais minerais (cálcio, fósforo, ferro),
tirosina, riboflavina, niacina.
Partes Usadas: Folhas, Rizoma, Sementes (sem o envoltório rígido).
Propriedades Medicinais: Analgésica, Antiespasmódica, Antiinflamatória, Antitérmica, Antitumoral,
Broncodilatadora, Hipoglicêmica, Sedativa.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: Empregada para tratamentos de febres, espasmos musculares, espasmos bronquiais, excitação
nervosa, artrite e hiperglicemia. Na medicina popular, é usada também contra edemas. Seu uso no tratamento
de tumores está em fase experimental.
outros usos: Apreciada como matéria-prima para os artesãos. De seus frutos secos produzem-se rosários,
cortinas, colares, braceletes e alguns instrumentos musicais de percussão, como a maraca.
Contra-Indicações: Não deve ser usada por gestantes e nutrizes. É desaconselhado o uso prolongado.
Efeitos Colaterais: Paralisia motora e depressão respiratória, podendo levar à morte.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: De textura argilosa, aluvial, úmido e mal drenado. A planta também cresce nas margens de
lagoas e pântanos.
adubação e correção: Não são necessárias.
necessidade de água: Elevada.
Colheita
Sementes: Quando os frutos estiverem maduros.
Folhas: Em qualquer época do ano.
Rizoma: De preferência no outono, quando os compostos bioquímicos estão concentrados.
Secagem
Sementes: Não é necessária.
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Rizoma: Picado em pedaços e exposto ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador,
com temperatura máxima de 45º C.
Acondicionamento
Sementes: Em sacos de pano ou papel limpos ou em vidros bem fechados.
Folhas e Rizoma: Em sacos de pano ou papel, em local seco e bem ventilado

Laranja

Citrus sinensis Osbeck - Rutaceae


Originária da Ásia, mais especificamente da Indochina e do sul da China, a laranja é uma das frutas mais
consumidas em todo o mundo. Seu nome vem do sânscrito "naaranga" ou "nagaaruka", trasnformado depois
para "narrang", na Pérsia, e para "naranja", na Arábia.
Diz a lenda grega antiga que as laranjas eram os verdadeiros "pomos de ouro", pois eram muito bem
guardados pelo dragão de 100 cabeças no Jardim das Hespérides. Hércules, para obter esses pomos de ouro,
lutou bravamente para derrotar o dragão. Essa lenda mostra que a laranja já faz parte da cultura dos povos há
muito tempo, o que é confirmado por escritos chineses de 2000 a.C.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 295


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Na Europa, as frutas cítricas – laranjas, limas, cidras, limões e pomelos – foram introduzidas bem mais tarde
pelos árabes, quando do domínio na Península Ibérica. Os primeiros registros escritos de seu uso na Europa
são do século 15.
Na América, a laranja chegou com Cristóvão Colombo e Pedro Álvares Cabral, na virada do século 15 para o
16.
No Brasil, a produção de laranjas em grande escala desenvolveu-se rapidamente a partir dos anos 60, quando
uma geada sem precedentes destruiu grande parte dos laranjais da Flórida, nos Estados Unidos, até então o
maior produtor mundial de sucos cítricos. Para suprir a demanda externa, os produtores brasileiros,
especialmente os do interior paulista, investiram na produção e no beneficiamento da fruta, e hoje o país
ocupa o posto de maior exportador mundial de suco de laranja.
Outros Nomes Populares: laranja-doce, laranja-pêra, laranjeira.
Outros Idiomas: orange (alemão), naranshi (árabe), tian cheng (chinês), naranja (espanhol), orango
(esperanto), orange (francês), tapuz (hebraico), narangi (hindu), orange (inglês), arancia (italiano), orenji
(japonês), apjelsin (russo), nagaaruka ou naranga (sânscrito).
Descrição Botânica: árvore de porte médio, que pode atingir até 8 metros de altura. Seu tronco tem casca
castanho-acinzentada e sua copa é densa, de formato arredondado. As folhas são simples, de textura firme e
bordos arredondados, exalando um aroma característico quando maceradas. As flores são pequenas, de
coloração branca, aromáticas e atrativas para abelhas. O fruto tem formato e coloração variável de acordo com
a variedade. A mais consumida no Brasil tem casca de coloração alaranjada, envolvendo uma polpa aquosa,
cuja cor pode variar de amarelo-clara a vermelha. As sementes são arredondadas e achatadas, de coloração
verde esbranquiçada.
Composição Química: glicosídeos flavonóides, como neoespiridina, naringina, rutina, eriocitrina e
hesperidina; derivados de triterpenos, como a limonina; acetato de linalil, nerol, carotenóides, vitaminas C, A
e do complexo B, ferro e hidrato de carbono.
Partes Usadas: Folhas, Frutos, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Anti-helmíntica, Anti-hemorrágica, Anti-reumática, Antitérmica,
Aperiente, Calmante, Depurativa, Digestiva, Diurética, Emenagoga, Laxante, Regulador intestinal.
Usos
culinária: A laranja tem inúmeros usos na culinária brasileira. É consumida ao natural, em saladas e
saladas de frutas, como acompanhamento de feijoada, como ingrediente de bolos, tortas, doces, pudins, pães,
sorvetes e caldas para cobertura de bolos. Seu suco é também consumido ao natural, sozinho, combinado a
outras frutas e ervas ou em diversos drinques alcoólicos. O suco também é usado como tempero para frango,
peru, chester, carnes e peixes. O pericarpo da laranja (parte branca) seco é usado como tempero e para o
preparo de chás.
beleza: Óleos e cremes corporais para massagem calmante e banhos de imersão aromáticos. Usada em
massagens suaves para tratar de calosidades e em pomadas e géis para tratamento de dermatites e eczemas.
saúde: Previne contra gripes, resfriados e anemia, combatendo a falta de vitamina C; desintoxica o
organismo, ajuda o trabalho dos intestinos, combate o reumatismo e a nefrite e restaura o fluxo menstrual
quando ausente.
outros usos: Algumas pessoas usam casca de laranja para eliminar as formigas. Depois de cortadas, as
cascas mofadas devem ser deixadas perto dos formigueiros. A explicação é que o fungo da casca consegue
combater o fungo das folhas que alimentam as formigas.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: o clima exerce grande influência sobre o vigor e a longevidade das plantas cítricas, a qualidade e a
quantidade de frutos, desenvolvendo-se melhor em regiões de clima mais ameno, com cerca de 1.200
milímetros anuais de regime pluvial, com chuvas bem distribuídas. A laranja prefere temperaturas entre 23 e
32º C. Os frutos produzidos nos climas frios têm melhor coloração da casca e da polpa e teores mais altos de
açúcares e ácidos. Nos climas muito quentes os frutos são menos coloridos e de paladar mais pobre.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes e enxertia.
espaçamento: 5 x 4 metros, com 500 plantas por hectare.
tipo de solo: a laranja adapta-se tanto em solos de textura arenosa quanto argilosa, mas prefere os solos
profundos e não tolera solos impermeáveis. Para o cultivo comercial, os mais indicados são os areno-

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argilosos.
adubação e correção: previamente deve-se adubar o solo com material orgânico e mineral. Nas covas,
com dimensões de 60 x 60 x 60 centímetros, deve-se colocar 200 gramas de superfosfato simples e 1 quilo de
calcário, se a análise do solo recomendar. Para crescer e produzir bem, as plantas cítricas precisam de
carbono, oxigênio, hidrogênio, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, zinco, cobre, boro,
manganês, cloro e ferro. Os adubos químicos mais utilizados são: uréia, sulfato de amônia, fosfato diamônico,
fosfato monoamônico, superfosfatos simples e triplo, cloreto e sulfato de potássio.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: ao longo do ano, dependendo da época de plantio, sendo mais produtivo de abril a setembro.
Folhas: durante todo o ano.
Secagem
Frutos: usados preferencialmente na forma fresca.
Folhas: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Acondicionamento
Frutos: em refrigerador por até 15 dias.
Folhas: em sacos de papel, plástico transparente ou recipientes de vidro bem fechados.

Lentilha

Lens esculenta Moench - Fabaceae (Leguminosae)


Originária da região mediterrânea, é um dos mais antigos alimentos do homem. Registros do uso de lentilha,
de sementes pequenas, foram encontrados entre remanescentes datados de 8.000 a 7.500 a.C., no norte da
Síria. A Bíblia faz referência à lentilha por três vezes, no Antigo Testamento. Ela menciona, por exemplo, no
Gênesis, capítulo 25, a venda da primogenitura de Esaú e Jacó, tendo como pagamento um prato de sopa de
lentilhas. Considerada símbolo de sorte e prosperidade, é o alimento da fortuna. Na passagem do ano,
costuma-se comer lentilhas para ter um ano próspero e feliz.
Outros Nomes Populares: lenticela.
Outros Idiomas: lenteja (espanhol), lentille (francês), lentil (inglês), lenticchie (italiano).
Descrição Botânica: Pequena trepadeira anual, de folhas penadas, com folíolos minutos, flores papilionáceas,
pequenas, alvacentas ou algo violáceas, e legume curto, com uma ou duas sementes discóides.
Composição Química: Proteínas, carboidratos, vitamina A, B, B2, B5, C, ferro, cobre, enxofre, iodo,
magnésio, zinco, potássio e sódio.
Partes Usadas: Sementes.
Propriedades Medicinais: Anti-helmíntica, Antianêmica, Antidiarréica, Antiinflamatória, Energizante,
Fortalecedora, Mineralizante, Neurotônica, Nutritiva, Vitaminizante.
Usos
culinária: A lentilha cozida pode ser usada no preparo de guisados, saladas, sopas, manjares, purê e
também como acompanhamento do arroz.
beleza: Não é usada.
saúde: Tratamento da anemia, desnutrição, diarréia, convalescência, deficiência vitamínica, vermes
intestinais e para fortalecer o sistema nervoso.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Frio ou ameno, com temperatura média anual entre de 15º e 25º C.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento: 25 x 35 centímetros.
tipo de solo: Solto, pouco profundo, rico em nutrientes e matéria orgânica e bem drenado.
adubação e correção: Esterco de curral bem curtido, composto orgânico e ferro (na forma de óxido).
necessidade de água: Moderada.
Colheita

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Sementes: Quando as plantas apresentam coloração amarelada.
Secagem
Sementes: Não é feita.
Acondicionamento
Sementes: Em sacos de tecido, bem fechados e acondicionados em local seco e bem ventilado.

Limão

Citrus limon (L.) Burm. f. - Rutaceae


A maioria dos frutos cítricos provem da Ásia, de regiões compreendidas entre a Índia e o sudeste do Himalaia.
Lá ainda é possível encontrar variedades silvestres de limoeiros, laranjeiras, cidreiras, pomeleiras e
toranjeiras. Há duas versões sobre a forma como o limão se tornou conhecido na Europa: alguns dizem que foi
levado pelos muçulmanos entre os séculos 7 e 9, durante o período em que eles ocuparam grandes partes do
continente europeu. Outros afirmam que o limão só foi introduzido na Europa com as primeiras navegações
dos romanos em direção às Índias Orientais. Nas Américas, o limão chegou junto com os primeiros
conquistadores portugueses e espanhóis, no século 16. Hoje, o Brasil é um grande produtor da fruta,
especialmente do limão-taiti, uma fruta híbrida, derivada do cruzamento de outras espécies de limão.
Outros Nomes Populares: limão-galego, limão-taiti ou limão-verde.
Outros Idiomas: zitrone (alemão), lai meng (chinês), limón (espanhol), citron (francês), limoen (holandês),
lemon (inglês), limone (italiano), lajm (russo).
Descrição Botânica: árvore de porte médio, atingindo 4 metros de altura, com tronco reto, copa densa e
arredondada. Os ramos possuem espinhos nas axilas das folhas. As folhas são perenes, verdes e brilhantes,
simples, de inserção alterna, pecioladas, membranáceas e, de acordo com a espécie, podem ser glandulosas
(pontos trasnlúcidos, que são as glândulas oleíferas). Flores com botões róseos ou avermelhados e pétalas
branco-amareladas, reunidas em grupos de 2 a 20 flores, em inflorescências racemosas. O cálice é esverdeado,
constituído por sépalas. A corola é branca, com 5 pétalas. O fruto, suculento e ácido, é uma baga especial,
denominada hesperídeo, de forma elíptica, às vezes ovalada, lisa ou ligeiramente enrugada, cuja cor varia do
amarelo-claro ao verde. O epicarpo é glanduloso; o mesocarpo, de coloração branca, é esponjoso; e o
endocarpo é constituído pelos gomos, ou carpelos, que contêm as células papidiformes, conhecidas
vulgarmente por "garrafinhas".
Composição Química: pectina, limonina, felandrina, hidrocarbonetos terpênicos, vitamina C.
Partes Usadas: Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-séptica, Antibiótica, Antidepressiva, Antiescorbútica,
Antiespasmódica, Bactericida, Depurativa, Diaforética, Expectorante, Refrescante, Sedativa, Sudorífera,
Tônica estomacal, Vermífuga.
Usos
culinária: utilizado para suco ou refresco de limão (limonada), coquetéis e sorvetes. No Brasil é usado
para fazer a famosa caipirinha, uma bebida de invenção nacional contendo limão, açúcar, cachaça e gelo.
Freqüentemente usado para temperar carnes, peixes, frutos do mar, aves, saladas e molhos. Sua casca, em
pedaços ou em raspas, é também condimento aromático ou matéria-prima essencial para doces, compotas,
pudins, tortas, balas, cremes, recheios, suspiros, caldas etc. Como acontece com quase todas as frutas, os
limões também podem ser conservados em calda ou em compotas.
beleza: usado como esfoliante natural, principalmente para as mãos e os joelhos, em uma mistura de 2
colheres (sopa) de açúcar, 2 gotas de limão e 1 colher (sobremesa) de óleo de amêndoas. Isso porque os
terpenos contidos no limão ajudam a clarear eventuais manchas, enquanto os cristais pentaédricos do açúcar
removem células mortas. Empregado também em ceras de depilação caseiras, misturado a açúcar e água. O
óleo essencial de limão ajuda a prevenir varizes e a eliminar acne de peles oleosas, e por isso é usado na
aromaterapia estética. O óleo essencial é também amplamente utilizado na perfumaria. Indicado para cabelos
oleosos e claros, o limão proporciona uma limpeza profunda dos cabelos, removendo a oleosidade e
promovendo a eliminação de resíduos deixados por géis, mousses, aerosóis e laquês. Pode ser misturado a um
xampu neutro e aplicado uma vez por semana nos fios. Utilizado ainda na formulação industrial de xampus,
sabonetes, produtos de higiente bucal, cremes e óleos.
saúde: o óleo essencial de limão é muito utilizado na aromaterapia para curar doenças como anemia,
astenia, arteriosclerose, congestão hepática, dispepsia, doenças infecciosas, doenças da pele como herpes, falta
de apetite, flatulência, hipertensão, hiperviscosidade do sangue e reumatismo. Na fitoterapia, o xarope ou

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extrato fluido de limão é indicado como expectorante e fluidificante, combatendo o excesso de secreção
catarral. Como xarope caseiro, espremido e misturado ao mel, tem a mesma aplicação. O limão é um bom
antibiótico natural e ótimo para regular as taxas de colesterol do organismo. O suco natural de limão também
costuma ser usado contra gota, reumatismo, arteriosclerose, hipertensão, artrite, febre, astenia, escorbuto,
dispepsia, afecções das vias biliares, como depurativo do sangue e em feridas (uso externo). Em gargarejos é
usado contra inflamações na boca e na garganta. Preparado por decocção, é empregado contra a malária.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: aplicado externamente, não se deve expor a pele ao sol, pois queima e provoca manchas.
A aromaterapia com óleo de limão é contra-indicada para diabéticos.
Efeitos Colaterais: em doses elevadas é convulsivo, provoca tremores, delírio e vertigens. Na aromaterapia, o
óleo essencial de limão usado em altas doses, por longos períodos de tempo, pode causar hipertensão arterial.
Cultivo e Conservação
clima: o clima exerce grande influência sobre o vigor e a longevidade das plantas cítricas, a qualidade e a
quantidade de frutos, desenvolvendo-se melhor em regiões de clima mais ameno, com cerca de 1.200
milímetros anuais de regime pluvial, com chuvas bem distribuídas. Os frutos produzidos nos climas frios têm
melhor coloração da casca e da polpa e teores mais altos de açúcares e ácidos. Nos climas muito quentes os
frutos são menos coloridos e de paladar mais pobre.
exposição solar: Plena.
propagação: enxertia.
espaçamento: 5 x 4 metros, com 500 plantas por hectare.
tipo de solo: o limão adapta-se tanto em solos arenosos como argilosos, mas não tolera solos
impermeáveis. Para o cultivo comercial, os mais indicados são os areno-argilosos. Devem ser evitados solos
rasos ou que encharcam com facilidade.
adubação e correção: previamente deve-se adubar o solo com material orgânico e mineral. Nas covas,
com dimensões de 60 x 60 x 60 centímetros, deve-se colocar 200 gramas de superfosfato simples e 1 quilo de
calcário, se a análise do solo recomendar. Para crescer e produzir bem, as plantas cítricas precisam de
carbono, oxigênio, hidrogênio, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, zinco, cobre, boro,
manganês, cloro e ferro. Os adubos químicos mais utilizados são: uréia, sulfato de amônia, fosfato diamônico,
fosfato monoamônico, superfosfatos simples e triplo, cloreto e sulfato de potássio.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: ao longo do ano, dependendo da época de plantio, sendo mais produtivo de abril a setembro.
Folhas: durante todo o ano.
Secagem
Frutos: usados preferencialmente na forma fresca.
Folhas: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Acondicionamento
Frutos: em refrigerador por até 15 dias.
Folhas: em sacos de papel, plástico transparente ou recipientes de vidro bem fechados.

Lírio-branco

Lilium candidum L. - Liliaceae


Nativo da Turquia, da Síria e do Sudeste da Europa, o lírio-branco é mais cultivado como planta ornamental,
por suas flores muito brancas, belas e perfumadas - símbolo de pureza na Ásia Menor desde os tempos
antigos.
Outros Nomes Populares: açucena-branca, cebola-cecém, cecém, copo-de-leite, lírio-de-nossa-senhora.
Outros Idiomas: weiBe Lilie (alemão), Lirio blanco (espanhol), Lis blanc (francês), Lily (inglês), Giglio
(italiano).
Descrição Botânica: Esta planta possui raízes do tipo bulbo, perenes, com 16 a 26 centímetros de diâmetro,
não-tunicadas, envoltas por brácteas carnudas imbricadas, de cujas axilas cresce um ramo de 1 a 1,2 metro de
altura, com folhas esparsas, de contorno lanceolado, estreitas na base. As flores são grandes, alvas,
campanuladas, agrupadas em uma inflorescência terminal do tipo racemo.
Composição Química: Óleo essencial, mucilagens, substâncias amargas (que desaparecem sob exposição do

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calor) e extratos aquosos.
Partes Usadas: Bulbo, Flores.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-séptica, Antiinflamatória, Cicatrizante, Demulcente,
Emenagoga, Emoliente, Tônica.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Utilizado em pomadas ou cremes para eliminar os calos e verrugas.
saúde: Empregado na fabricação de pomadas ou cremes para tratamento de abscessos e furúnculos.
Auxilia a cicatrização de pequenas feridas, age contra irritações uterinas, leucorréia, congestões e alivia os
enjôos na gravidez. Juntamente com o óleo de oliva, ajuda a tratar de queimaduras de primeiro grau. O óleo
das pétalas é indicado contra otites (inflamações no ouvido).
outros usos: É cultivado como planta ornamental, por suas flores muito brancas, belas e perfumadas,
identificadas com a pureza na Ásia Menor desde os tempos antigos.
Contra-Indicações: De acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações advindas do uso
externo.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, não há efeitos colaterais advindos do uso externo.
Cultivo e Conservação
clima: Prefere os temperados, com temperatura média anual entre 12 e 22ºC; não sobrevive a invernos
mais frios, com temperatura abaixo de 5ºC.
exposição solar: Meia-sombra e plena (Sol apenas no período da tarde. Não tolera o sol do meio-dia).
propagação: Por bulbilhos (gema terminal dos bulbos); plantio no inverno, cobrindo-se os bulbilhos com
uma camada de até 3 centímetros de solo.
espaçamento: 25 a 30 centímetros entre plantas.
tipo de solo: Solos ricos em matéria orgânica, bem drenados e com pH próximo ao neutro; não toleram
solos nem muito alcalinos nem muito ácidos.
adubação e correção: Húmus, esterco ou matéria orgânica, incorporados a 30 centímetros de
profundidade.
necessidade de água: Abundante (Regas freqüentes, porém sem encharcar o solo).
Colheita
Flores: Na primavera ou no verão, cerca de três semanas depois do plantio.
Bulbo: Quando a parte aérea secar, após o florescimento.
Secagem
Flores: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Bulbo: Em secador, com temperatura máxima de 60º C.
Acondicionamento
Flores: Em sacos de pano, potes de vidro ou de cerâmica.
Bulbo: Em sacos de pano.

Lótus

Nelumbo nucifera Gaertn - Nymphaeaceae


Nativa do sudeste da Ásia, a planta é olhada com respeito e veneração pelos povos orientais: é freqüentemente
associada a Buda, por representar a pureza emergindo imaculada de águas lodosas. No Japão, por exemplo,
esta flor é tão admirada que, quando chega a primavera, o povo costuma ir aos lagos para ver o botão se
transformando em flor. Segundo Jean Chevalier, a flor "simboliza a taça da vida, a alma, o coração, o amor".
Outros Nomes Populares: flor-de-lótus, lótus-da-índia, lótus-egípcio, lótus-sagrado.
Outros Idiomas: lotosblume (alemão), lotus (espanhol), lotus (francês), sacred lotus (inglês), fior di loto
(italiano).
Descrição Botânica: Planta aquática, de rizoma fino e comprido, que mede até 50 centímetros. Suas folhas
são anuais e se desenvolvem em duas etapas. As primeiras possuem limbo flutuante e as seguintes, possuem
pecíolo firme, são arredondados, cilíndricos, peltados, circulares, lâmina de até 100 centímetros de diâmetro,
impermeáveis e de coloração verde. Sua flor é solitária, branca com bordos rosados, com até 30 pétalas, com
25 centímetros de diâmetro. O fruto é de formato cônico, com sementes de formato oval.
Composição Química: Cálcio, carboidrato, magnésio, potássio, óleos essenciais, proteína, sais, sódio, beta-

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careoteno, tanino, nelumbina, roemerina, zinco.
Partes Usadas: Planta inteira.
Propriedades Medicinais: Antidiarréica, Antifebrífuga, Antitussígena, Estomacal.
Usos
culinária: Os rizomas são usados em pratos frios da culinária japonesa e chinesa e por adeptos da
alimentação natural, como a macrobiótica. As sementes são usadas com freqüência na culinária indiana.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: Pode ser usado no tratamento da rinite, laringite, tosse, catarro pulmonar, diarréia, distúrbio
estomacal, cólera, vômito e febre.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Pode ser usada de forma segura de acordo com especificações médicas.
Efeitos Colaterais: O uso adequado não produz efeitos colaterais.
Cultivo e Conservação
clima: Equatorial.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes ou por divisão de rizomas.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Lodo de lagos, rios e espelhos d'água, não muito profundos.
adubação e correção: Quando cultivado em tanques d'água, pode-se fazer uma adubação orgânica à base
de torta de mamona, esterco bem curtido ou húmus de minhoca, uma vez ao ano.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Planta inteira: Na época de floração.
Secagem
Planta inteira: Cortada em pedaços uniformes ao ar livre ou em secador, com temperatura máxima de 60º
C.
Acondicionamento
Planta inteira: Em tonéis e caixas de papelão ou sacos plásticos, em local escuro e bem ventilado.

Louro

Laurus nobilis L. - Lauraceae


O nome científico "laurus" significa "vitória", e "nobilis" vem de "nobre". Na Mitologia, a história conta sobre
a ninfa Dafne, filha de Perseu, que foi encantada enquanto dormia, embalada pelas melodias da lira de Apolo
– deus da música, da poesia, da profecia e da cura – transformando-se em um louro (ou loureiro) fadado a
viver eternamente nas florestas. A princípio, os galhos do louro eram usados para espantar insetos. Com o
tempo, o louro passou a desempenhar funções mais nobres, coroando aqueles que eram vencedores dos jogos
olímpicos e os poetas mais famosos. Esse costume deu origem ao termo "laureado" e à expressão "os louros
da vitória", designando respectivamente "premiado" e "prêmios".
Por ser visto como a panacéia para todos os males, foi também dedicado a Esculápio, deus da medicina,
coroando sua estátua com uma guirlanda feita de seus ramos. Devido às qualidades de protetor e curativo, os
ramos de louro eram usados pelos imperadores romanos nas viagens de barco, principalmente durante as
tormentas, acreditando-se que assim ficariam livres dos raios e de todos os infortúnios.
Para atrair boa sorte, os romanos enfeitavam suas portas com coroas de louro durante a passagem do ano e
adornavam os palácios dos césares. O louro é símbolo de eternidade, talvez pelo motivo de suas folhas
estarem sempre verdes e presas ao ramo. Também pode ser vista como a planta da ressurreição, pois era
empregada nos funerais com esse intuito.
Outros Nomes Populares: loureiro, louro-comum.
Outros Idiomas: lorbeer (alemão), ghar (árabe), yueh kuei (chinês), laural (espanhol), lauro (esperanto),
laakeripuu (finlandês), laurier (francês), aley daphna (hebraico), laurier (holandês), babér (húngaro), laurel ou
bay tree (inglês), alloro (italiano), gekkeiju (japonês), laurbærblad (norueguês), loureio (português de
Portugal), dafin (romeno), lavr (russo), lager (sueco), defne (turco).
Descrição Botânica: O louro é uma árvore que atinge até 7,5 metros de altura. O caule é ereto, glabro e de
casca lisa. As folhas têm consistência coriácea, formato lanceolado, bordos ondulados, são inteiras e de
coloração verde brilhante. As flores são pequenas e têm coloração amarelada. O fruto é do tipo baga e de cor

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
negra-brilhante quando maduro.
Composição Química: Acetoeugenol, ácido acético, ácido fórmico, ácido láurico, açúcares, alfa-amorfeno,
benzaldeído, borneol, alfa-bourboneno, butanol, alfa-cadineno, calameno, cânfora, cariofileno, carvona, alfa-
copaeno, alfa-cubebeno, beta-elemeno, elemicina, eugenol, alfa-felandreno, geraniol, goma, alfa-guaieno,
kaempferol, limoneno, linalol, nerol, pectina, alfa e beta-pineno, rutina, sabineno, substâncias amargas,
taninos, alfa-terpineno, alfa-terpineol, tolueno e alfa-ylangeno.
Partes Usadas: Folhas frescas ou desidratadas.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Aromática, Calmante, Desobstruente, Desodorante, Estimulante,
Estomáquica, Relaxante, Tônica.
Usos
culinária: Para temperar caldos, assados, ensopados, sopas, marinadas, refogados, pratos com lingüiça,
pratos com arroz, feijão e vinha-d’alhos. A folha deve ser retirada após o cozimento, pois pode azedar a
comida. É um dos componentes do bouquet garni francês.
beleza: Usado em óleos para banhos, sabonetes para peles sensíveis e em cremes para o corpo, em loções
pós-barba e produtos pós-depilatórios, em loções de limpeza facial tanto para homens como para mulheres,
em banhos de imersão aromáticos para relaxar músculos doloridos, tonificar o corpo e tratar de dores
articulares. Pode ser empregado como um suave desodorante para perfumar a pele, além de sabonetes e
perfumes. Usado em enxágües para escurecer cabelos.
saúde: Ação estimulante sobre o paladar, o que aumenta a secreção salivar, o apetite, melhora a digestão e
problemas gástricos e intestinais. As folhas de louro são usadas ainda em ungüentos contra inchaços e picadas
de insetos. O óleo essencial é aplicado contra reumatismo. Em infusão, é bom para curar gripes, bronquites
crônicas e problemas digestivos. Travesseiro aromático recheado de louro é indicado contra insônia.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: de acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações advindas do uso externo
ou interno.
Efeitos Colaterais: de acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações advindas do uso externo
ou interno.
Cultivo e Conservação
clima: desenvolve-se em qualquer região, mas prefere clima quente ou temperado ameno.
exposição solar: Plena em locais de clima frio; meia-sombra em regiões de clima quente.
propagação: estaquia de galhos, no verão.
espaçamento: não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: leve, rico em matéria orgânica, bem drenado.
adubação e correção: prepare a cova, antes do plantio, remexendo bem a terra e adicionando esterco
curtido a 60 centímetros de profundidade.
necessidade de água: Abundante nos primeiros meses do plantio; média com regas espaçadas quando a
planta completar seu desenvolvimento.
Colheita
Folhas: quando a árvore atinge seu porte adulto, as folhas podem ser colhidas em qualquer época do ano,
dando-se sempre preferência às mais jovens.
Secagem
Folhas: em locais sombreados e bem ventilados, ou em secador, com temperatura máxima de 40º C.
Acondicionamento
Folhas: em sacos de papel ou vidros bem fechados.

Lúpulo

Humulus lupulus L. - Cannabaceae (Moraceae)


Originária da Ásia e introduzida na Europa no século 13, essa erva foi descoberta por monges, na Idade
Média. Segundo uma antiga lenda, quem sofre de insônia deve deitar a cabeça em travesseiros recheados com
inflorescências femininas secas.
Outros Nomes Populares: lupulina, pé-de-galo.
Outros Idiomas: lúpulo (espanhol), houblon (francês), hops (inglês), luppolo (italiano).
Descrição Botânica: Trepadeira de até 6 m de altura, com folhas ovaladas, cordadas e denteadas. As flores
são unissexuadas, de tamanho insignificante e agrupadas em inflorescências do tipo espiga, providas de

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glândulas secretoras de substância amarga. Seu fruto é do tipo aquênio.
Composição Química: Adlupona, adlupulone, alfa-alanina, alfa- e Beta-pineno, alfa-terpineol, arginina,
ácido ascórbico, astragalina, Beta-sitosterol, cannabiol, cariofileno, cohumulone, delfinidina, epicatequina,
eugenol, farnesol, geraniol, hederagenina, ácido hulupínico, humuleno, humulol, isoadhumulona, kaempferol,
lupulina, lupulone, quercitina, stigmasterol, valina.
Partes Usadas: Inflorescência, Inflorescência feminina.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Antiespasmódica, Digestiva, Sedativa.
Usos
culinária: Utilizada na fabricação de cerveja.
beleza: Não é usada.
saúde: Pode ser usada para combater a nevralgia, tensão nervosa e insônia.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Frio.
exposição solar: Plena.
propagação: Estaquia de ramos novos.
espaçamento: 2 x 2 m, em cercas de 6 m.
tipo de solo: Rico em nutrientes.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Flores: Devem ser colhidas no verão.
Secagem
Flores: Devem ser postas para secar ao ar livre em local sombreado ou em secador, com temperatura de
30ºC a 60º C.
Acondicionamento
Flores: Em sacos de pano ou tonéis bem vedados, longe da umidade e da luz.

Maca

Lepidium peruvianum – Chacón


É UMA RAIZ QUE CRESCE NAS ELEVAÇÕES EXTREMAS ELEVADAS NAS MONTANHAS DO
PERU.
Agora as mulheres têm uma alternativa para tratamento de reposição hormonal (HRT). Conhecida
como Maca, funciona de maneira inteiramente diferente e, mais satisfatória, para a maioria das
mulheres. Popular entre as mulheres que na menopausa se recusam a tomar drogas para
reposição hormonal. Também os homens encontram na Maca uma erva que contra ataca a
dificuldade de que eles podem experimentar em manter uma boa relação sexual, com a idade,
devido ao gradual decréscimo do funcionamento das glândulas endócrinas.
Valores Nutritivos da Maca
- Proteínas compõem 11% da raiz seca de Maca e 14% da massa total.
- Cálcio compõe 10% da contagem mineral da Maca. Magnésio e potássio estão também presentes
em quantidades significativas. Outros minerais: ferro, sílica, traços de iodo, manganês, zinco, cobre,
sódio e fósforo.
- Vitaminas: tiamina, riboflavina, ácido ascórbico.
- Aminoácidos: ácido aspártico, ácido glutâmico, serina, histidina, glicina,
creonina, cistina, alanina, arginina, tirosina, fenilalanina, valina, metionina, isoleucina, lisina,
triptofano, prolina, sarcosina.
Efeitos da Maca nas Glândulas Endócrinas
Estudos em animais demonstram que os grupos que receberam a raiz em pó ou alcalóides
apresentarem múltipla maturação de ovulação nas fêmeas e, nos machos, significativa produção de
esperma e taxa de mobilidade do que os outros grupos.
A Dra. Chacon estabeleceu que foram os alcalóides na raiz de Maca e não os hormônios da planta

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que produziram o efeito de fertilidade nos ovários e testículos dos animais.
Esses efeitos são mensuráveis após 72 horas da administração nos animais.
Os alcalóides da Maca agem no eixo hipotálamo-pituitária, o que explica porque ambos os sexos
são afetados de maneira apropriada. Isto explica porque o efeito nos humanos não é limitado aos
ovários e testículos, mas também age nas supra-renais, dando a sensação de grande energia e
vitalidade, agindo no pâncreas e tireóide também.
Indicações
- Após histerectomia
- Prevenção à osteoporose
- Útil no tratamento de descalcificação, devido a presença de cálcio de fácil absorção, magnésio e
grande quantidade de sílica
- Raquitismo
- Várias formas de anemia
- Esterelidade feminina e masculina
- Impotência masculina
- Envelhecimento prematuro ( provocado por reposição hormonal)
- Estados gerais de fraqueza
- Fadiga crônica
Posologia
Tomar uma cápsula de 450mg, três vezes ao dia.
Extrato concentrado é de 4:1.
Recomendações
- Homens
Devem fazer exame de PSA periodicamente
- Mulheres
Com histórico de câncer de mama ou outro tipo de câncer relacionado a hormônios também devem
fazer exames periodicamente.
No caso de gravidez, consulte seu médico.
Reação Adversa
Homens com nível de PSA alto ou histórico de câncer na próstata.

Maçã

Pyrus malus L. - Rosaceae


Nativa da Ásia Central, é uma das mais importantes frutas de clima temperado. Essa espécie é a ancestral
selvagem das outras variedades cultivadas. Na Europa, foi introduzida provavelmente pelos romanos. Plínio
mencionou a existência de 22 variedades e, hoje em dia, encontramos mais de dois mil cultivares. Nos tempos
de Shakespeare, as maçãs eram servidas em deliciosas sobremesas, acompanhadas de sementes de
cardamomo. Adoradas por todas as crianças, o seu uso ao longo da história esteve mais ligado ao consumo na
alimentação. Atualmente, porém, sabe-se que os seus poderes medicinais são infindáveis e, além do uso na
saúde, podem ser usadas com sucesso na beleza.
Outros Nomes Populares: macieira.
Outros Idiomas: apfel (alemão), manzana (espanhol), pomme (francês), apple (inglês), melo (italiano), apel
(sueco).
Descrição Botânica: É uma árvore pequena, com galhos pendentes e que pode atingir até 9 metros de altura.
As folhas são verde-escuras e as flores, róseas do lado externo, são agrupadas em pequenas inflorescências.
As flores possuem um aroma muito agradável e são ricas em néctar, o que atrai muitas abelhas que ajudam na
polinização. Os frutos são vermelhos e redondos, levemente ácidos e só alcançam a perfeição se produzidos
em regiões frias.
Composição Química: Ácido cítrico, ácido fólico, ácido gálico, ácido hidrociânico, ácido isovalérico, ácido
málico, ácido pantotênico, ácido quínico, ácido shikínico, floretina, maltose, pectina, quercitrina, sais
minerais, taninos e vitaminas.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente suave, Antiinflamatória, Antiirritante, Bactericida, Cicatrizante,
Descongestionante, Emoliente, Estimulante do fechamento dos poros, Fortalecedora, Refrescante, Reguladora

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do PH, Suavizadora, Tônica.
Usos
culinária: Consumida ao natural ou usada em sucos, tortas doces, bolos, doces quentes e gelados, salada
de frutas, picolés, saladas com verduras, farofas, purês, recheios doces e salgados. A casca desidratada,
preparada em infusão, dá um chá delicioso. O vinagre de maçã é um excelente tempero para saladas.
beleza: Usada em máscaras faciais e cremes nutritivos noturnos para peles maduras, ajudando a combater
rugas e a retardar o envelhecimento da pele. Pode ser usado em loções tônicas para regular o pH da pele,
fortalecer os tecidos e tratar de poros dilatados nas peles oleosas. Empregada em cremes esfoliativos
enzimáticos, para estimular a atividade da pele, e em xampus e condicionadores para limpeza profunda e
separação dos fios, dando mais volume aos cabelos. O vinagre de maçã é considerado um excelente solvente
natural de óleos e cremes e acidificador de produtos.
saúde: Combate a diarréia, afecções das vias respiratórias, fadiga, reumatismo, problemas circulatórios e
ajuda a reduzir o colesterol. Ajuda na digestão.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: De acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações advindas de seu uso ou
consumo.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, não há efeitos colaterais advindos de seu uso ou
consumo.
Cultivo e Conservação
clima: prefere os temperados, mas não se importa com climas muitos frios (há variedades de maçã que
crescem no Alasca): só não gosta de geadas tardias, quando está em flor.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes.
espaçamento: 5 metros entre árvores.
tipo de solo: prefere os solos ricos e bem drenados, não se adaptando bem em solos pedregosos, arenosos
ou calcários.
adubação e correção: esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Frutos: no verão.
Secagem
Frutos: usados preferencialmente na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: em lugar ventilado, com temperatura próxima a 4º C. Pode ficar na geladeira, embrulhados um a
um em papel encerado ou em jornal.

Magnólia

Magnolia officinalis Rehder & E. H. Wilson - Magnoliaceae


O nome “magnólia” deriva do botânico francês Pierre Magnol (1638-1715), que estudou muito essa planta no
final do século 17. É uma árvore nativa da Ásia, mais especificamente da China. É uma espécie muito antiga,
sendo que o formato de suas flores indica que esta árvore praticamente não se modificou por mais de 100
milhões de anos. Seu uso medicinal nas Américas, principalmente nos Estados Unidos e México, data do
século 16. Atualmente, ela é encontrada no Brasil em estado silvestre e é muito apreciada pelos paisagistas
como planta ornamental.
Outros Nomes Populares: magnoleira.
Outros Idiomas: magnolie (alemão), magnolia (espanhol), magnolia (francês), Chinese magnolia (inglês),
magnòlia (italiano).
Descrição Botânica: Árvore decídua que atinge de 8 a 15 metros de altura, com uma vistosa folhagem e
casca de coloração cinza-purpúrea. As folhas são longas, com bordos ondulados, brilhantes e verde-escuras na
superfície e pilosas e de cor verde-clara, puxado para o ferrugem, na parte inferior. As flores surgem na
primavera e no verão e são brancas, solitárias, grandes, com até 30 centímetros de diâmetro, e extremamente
aromáticas. Os frutos, pequenos e rosados, aparecem no outono e são parecidos com pinhas.
Composição Química: Alfa-pineno, anonaína, ácido caféico, canfeno, cianidina, kaempferol, magnocurarina,

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magnolol, quercetina, salicifolina.
Partes Usadas: Flores.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-séptica, Antibacteriana, Antiespasmódica, Antiparasitária,
Antivirótica, Aromática, Carminativa, Digestiva, Diurética, Estimulante, Febrífuga, Hipertensora, Relaxante
muscular, Sedativa, Tônica.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: Empregada contra espasmos, úlceras pépticas, diarréia, vômitos, tosses, asma, tifo, malária,
salmonelose, controle da hipertonia e tremores da doença de Parkinson.
outros usos: Apreciada pelos paisagistas como planta ornamental.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Considerada uma planta atóxica para uso oral.
Cultivo e Conservação
clima: Subtropical e tropical.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Sementes ou enxertia de mudas.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Bem drenado, úmido e rico em matéria orgânica e nutrientes; prefere os terrenos de textura
arenosa ou as áreas pantanosas e de florestas.
adubação e correção: Húmus, esterco bem curtido ou matéria orgânica, incorporados a 60 centímetros de
profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Flores: Em maio e junho.
Folhas: Durante todo o ano.
Secagem
Flores e Casca: Em secador, em temperatura máxima de 40º C.
Acondicionamento
Flores e Casca: Em sacos de papel bem fechados.

Malva

Malva sylvestris L. - Malvaceae


A malva é uma planta originária da Ásia. Seu nome científico deriva do grego "malake", que significa
"suave", em alusão às suas propriedades emolientes e hidratantes. Nos dias de hoje, ela é especialmente usada
para curar dores de garganta.
Outros Nomes Populares: malva-maior, malva-rosa, malva-silvestre, rosa-chinesa.
Outros Idiomas: wilde malve (alemão), malva (espanhol), mauve (francês), mallow (inglês), malva silvestre
(italiano), malvae (latim).
Descrição Botânica: A malva é uma planta herbácea, de ciclo perene, que atinge até 1 metro de altura. Sua
raiz é pivotante. Suas folhas são membranosas, inteiras, alternas e com pecíolo longo. Suas flores são axilares,
isoladas ou agrupadas, de coloração róseo-púrpura quando novas e azuis quando secas. Os frutos, quando
maduros, tornam-se amarelos.
Composição Química: ácido caféico, ácido clorogênico, ácido p-cumárico, ácido galacturônico, arabinose,
delfinidina, flavonóides, galactose, glucose, 3-glucosídeo, malvidina, malvina, oxalato de cálcio, resinas,
rhamnose, taninos e vitaminas.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Raízes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antiinflamatória, Béquica, Demulcente, Hidratante, Laxativa leve,
Vulnerária.
Usos
culinária: As raízes são cozidas e refogadas com manteiga e cebola.
beleza: Inflamações, abscessos, furúnculos e erupções da pele, irritações nos olhos e inflamações das

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mucosas da boca, pele irritada pós-sol.
saúde: Dores de garganta, lesões das mucosas, tosse, eliminação de catarro, feridas, prisão de ventre,
laringite, faringite, úlceras, gastrites, furúnculos, aftas e picadas de insetos.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes e estaquia de ramos novos.
espaçamento: 60 x 60 centímetros.
tipo de solo: rico em matéria orgânica, leve e bem drenado.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: um pouco antes da floração.
Flores: no final da primavera, quando elas estiverem abertas.
Secagem
Folhas: na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35°C.
Flores: na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 30°C.
Acondicionamento
Folhas e Flores: em recipientes de vidro ou em sacos de papel ou plástico transparente.

Mamão-papaia

Carica papaya L. - Caricaceae


A origem do mamão é a América Latina. Quando os europeus chegaram ao continente americano, a fruta já
era conhecida e consumida por seus habitantes primitivos. Hoje o mamão pode ser encontrado em todos os
países tropicais (e em muitos subtropicais), sendo, ao lado da banana, uma das frutas tropicais mais cultivadas
e consumidas. No Brasil, as melhores plantações estão localizadas no Norte e Nordeste do país, especialmente
no Pará, na Bahia e em Pernambuco.
Outros Nomes Populares: mamão-do-amazonas, mamãozinho, mamoeiro, papaia, papaieira, pinoguaçu.
Outros Idiomas: papaya (alemão), (espanhol), papaye (francês), papaya ou papaw (inglês), papaia (italiano).
Descrição Botânica: Árvore de caule verde com até 8 metros de altura. As folhas são grandes e recortadas.
As flores, sexualmente variadas (masculinas, femininas ou hermafroditas), possuem coloração amarela ou
branca. O fruto é uma baga alongada, lisa, de tamanho variável, com polpa carnosa, de coloração vermelho-
alaranjada e com grande quantidade de sementes pretas. Todas as partes da planta contêm látex, o qual encerra
a papaína, um fermento biológico.
Composição Química: Papaína, ácido ascórbico, ácido cítrico, ácido hidrociânico, ácido málico, mucilagem,
resina, serotonina, sais minerais (cálcio, fósforo, ferro, sódio e potássio) e vitaminas A e C.
Partes Usadas: Frutos, Látex.
Propriedades Medicinais: Antiinflamatória, Calmante, Cicatrizante, Emoliente, Esfoliativa, Laxativa,
Nutritiva.
Usos
culinária: consumido "in natura", puro ou com açúcar, na forma de sucos, vitaminas e saladas. Usado
também no preparo de doces, pudins, bebidas e sorvetes.
beleza: fruto maduro na forma de purê ou suco e o látex extraído do fruto verde são empregados em
máscaras faciais para nutrir os tecidos e suavizar a pele, na elaboração de esfoliativos para remoção de
camadas de células mortas, acelerando a regeneração da pele, em cremes para tratar de cutículas dos pés e das
mãos, em máscaras revitalizadoras e xampus para cabelos fracos e quebradiços.
saúde: se consumido em jejum, o mamão garante o bom funcionamento dos rins e do fígado, sendo
também indicado às pessoas com estômago delicado e que desejam emagrecer ou manter o peso. Em
cataplasmas sobre os olhos, age no combate a olheiras e inchaços. É usado também no tratamento e
cicatrização de feridas e abscessos e, em pomadas, para o combate às verrugas;.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: De acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações ao uso interno ou
externo.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, não há efeitos colaterais advindos do uso interno
ou externo.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical ou subtropical; exige calor e não tolera frio. A temperatura anual mais adequada deve
oscilar em torno de 25º C, com limites entre 21º C e 33º C.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes, estacas e enxertos.
espaçamento: 3 x 2 metros (é comum encontrar ainda o espaçamento 4 x 2,50 metros).
tipo de solo: Textura média, profundo, permeável e com bom teor de matéria orgânica.
adubação e correção: O nitrogênio deve ser empregado com cautela, pois favorece o crescimento
excessivo da planta e o aparecimento de doenças do tronco e das raízes; o potássio evita o amolecimento da
polpa por excesso de chuvas ou de nitrogênio; o boro e o zinco, indispensáveis, podem ser fornecidos por
meio do solo ou de pulverizações. A primeira adubação começa vinte dias antes do plantio, a próxima deve
ser feita um mês depois do plantio e, depois, repetida a cada dois meses.
necessidade de água: Moderada (O excesso de água pode prejudicar o mamoeiro).
Colheita
Frutos: De 4 a 6 meses depois da abertura das flores, mas antes da maturação completa.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: O mamão deve ser conservado em lugares secos ou em geladeira. Quando verde, deve ser
embalado em folhas de jornais e mantido em locais secos até que amadureça. A polpa dos frutos pode ser
congelada.

Mamona

Ricinus communis L - Euphorbiaceae


Após muitos debates sobre a origem da mamona, hoje prevalece a idéia de que seja uma planta nativa da
África. Muitos autores, contudo, defendem a tese de que ela teria se originado na Ásia, amparados pelo fato de
que já era conhecida pelos egípcios antigos e é utilizada na Índia desde a Antigüidade. Atualmente, a mamona
está adaptada a territórios diferentes, brotando tanto na Europa Central e Meridional quanto em países de
clima tropical, onde ela se desenvolve como planta perene. Pode ser encontrada em praticamente todas as
regiões do Brasil. O alto teor de óleo de rícino das sementes desse arbusto -compostas de 90% de ácido graxo
ricinoléico - incentivou seu cultivo que, hoje, busca finalidades medicinais e industriais, já que o óleo revelou-
se um excelente lubrificante de turbinas a jato e para freios hidráulicos e útil também na fabricação de tintas,
isolantes, corantes, produtos farmacêuticos e cosméticos. Uma vez extraído o óleo das sementes, a sobra é
empregada para a produção da "torta de mamona", considerada um dos melhores adubos orgânicos que se
conhece. É ainda cultivada como uma planta ornamental.
Outros Nomes Populares: carrapateira, palma-de-cristo, regateira, rícino.
Outros Idiomas: christuspalme (alemão), ricino (espanhol), ricin (francês), castor oil plant (inglês), ricino
(italiano).
Descrição Botânica: Planta arbustiva que pode atingir 4 metros de altura. Seu ciclo varia de acordo com a
região onde é cultivada, tendo um comportamento perene nos trópicos. Seu caule é ramificado, ereto e possui
coloração verde a marrom-avermelhada. As folhas são semelhantes a uma mão aberta (forma palmada),
alterno-espiraladas, longo-pecioladas, planas ou sulcadas, com lobos vermelhos, com margens irregularmente
serrilhadas. As flores são unissexuadas e desenvolvem-se em inflorescências terminais, onde as femininas
encontram-se na parte mais superior, logo acima das masculinas. São pistiladas em sua parte superior e
estaminadas na base. O fruto é do tipo cápsula, trilocular e deiscente. Suas sementes variam quanto ao
tamanho, formato e coloração.
Composição Química: Ácido ricinoléico, ricinina, lecitina, tocoferóis.
Partes Usadas: Sementes.
Propriedades Medicinais: Antimicrobiana, Laxante.

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Usos
culinária: Não é usada.
beleza: O óleo é utilizado em cremes para os cabelos e tratamentos de pele.
saúde: Utilizada em tratamento de frieira, furúnculo, úlceras e doenças de pele. Usada amplamente nos
casos de prisão de ventre e disfunções estomacais.
outros usos: Seu óleo revelou-se um excelente lubrificante de turbinas a jato e freios hidráulicos.
Também é útil na fabricação de tintas, isolantes, corantes e produtos farmacêuticos. É repelente de moscas.
Contra-Indicações: Não deve ser usada por gestantes, nutrizes, crianças menores de 12 anos, pacientes com
doenças inflamatórias agudas nos intestinos, apendicite, dores abdominais de causa desconhecida e com
obturações intestinais. Suas folhas e sementes são tóxicas e, por isso, a planta deve ser utilizada somente sob
orientação médica.
Efeitos Colaterais: Alergias de pele (rachaduras), irritação gástrica, náusea, vômito, cólica, diarréia severa,
depressão e distensão. Em altas doses, pode causar a morte.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Rico em nutrientes, bem drenado e profundo.
adubação e correção: Calcário dolomítico 90 dias antes do plantio e semeadura, com índice de saturação
em torno de 60%, conforme análise química do solo. Se possível, deve-se fazer adubação orgânica com
"torta" e casca de mamona. Os restos da cultura também são utilizados como adubo.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Sementes: À mão, quando maduras.
Secagem
Sementes: São deixadas ao ar livre para perder o excesso de umidade e então são destinadas à extração do
óleo em equipamento específico.
Acondicionamento
Sementes: Em sacos de pano ou caixas de papelão, bem fechadas e em local seco, bem ventilado e longe
da luminosidade.

Mandacaru

Cereus giganteus Engelm. - Cactaceae


Este cacto é originário do México e dos Estados da região sul dos Estados Unidos - é o símbolo do Estado
norte-americano do Arizona. Em geral, costuma ser encontrado nas bases de cadeias montanhosas e em
regiões desérticas. Os índios dessas regiões fermentavam o suco da fruta para ser consumido em celebrações.
A planta chega a alcançar 12 metros de altura, mas como seu crescimento é lento, pode levar décadas para
completar o seu desenvolvimento. Seu sinônimo científico é Carnegiea gigantea. No Brasil, é muito
conhecido pelo nome popular urumbeba. Não deve ser confundido, portanto, com o popular mandacaru,
encontrado na região Nordeste do país e cujo nome científico é o Cereus jamacaru.
Outros Nomes Populares: manducuru, urumbeba, urumbeva.
Outros Idiomas: saguaro kaktus (alemão), saguaro (espanhol), cactus saguaro (francês), saguaro (inglês),
saguaro (italiano).
Descrição Botânica: Planta terrestre que cresce até 12 metros. O caule é ereto, verde e muito ramificado, com
espinhos amarelos de até 20 centímetros de comprimento. As flores são solitárias, brancas, grandes, noturnas
e concentradas na ponta do ramo. Os frutos são vermelhos ou de cor púrpura, de 6 a 8 centímetros de
comprimento, formato oblongo, casca grossa e polpa branca, suculenta, friável e com numerosas sementes
pequenas e pretas.
Composição Química: Ácido nucléico, proteínas, lipídios, resina.
Partes Usadas: Caule, Flores.
Propriedades Medicinais: Cardiotônica, Diurética.
Usos
culinária: As flores são consumidas "in natura" ou secas. A polpa do fruto é doce e comestível e pode ser

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comparada ao figo.
beleza: Não é usado.
saúde: É empregado nos tratamentos de afecções pulmonares, problemas na bexiga e como estimulante e
tônica para o coração. A flor é utilizada na produção de florais para os chamados conflitos de autoridade.
outros usos: Pode ser usado para forragem animal.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical sub-úmido e semi-árido.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura pesquisada.
tipo de solo: Bem drenado, seco, com pH tendendo ao ácido.
adubação e correção: Não encontrados na literatura pesquisada.
necessidade de água: Baixa.
Colheita
Flores: De maio a junho.
Caule: Junho e julho.
Secagem
Flores: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35°C.
Caule: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
45°C.
Acondicionamento
Flores: Em sacos de pano ou papel, em local seco e bem ventilado.
Caule: Em sacos de pano ou caixas de papelão, em local seco e bem ventilado.

Mandioca

Manihot esculenta - Euphorbiaceae


Natural das regiões tropicais da América do Sul, a mandioca já era utilizada pelos índios na época da chegada
dos portugueses, em 1500. Seu nome, derivado do tupi “mãdi’og”, quer dizer “casa de Mani”. De acordo com
uma lenda tupi, morava nas imediações de Santarém (PA) a filha de um chefe indígena, que um dia apareceu
grávida, sem saber quem era o pai da criança. O chefe quis matar a filha para recuperar a sua honra mas, antes
de executar a sentença, um homem branco surgiu em seu sonho e o convenceu da inocência da filha. O
menino que nasceu – de pele branca e muito esperto – recebeu o nome de Mani. Sem explicação, a criança
morreu com um ano de idade, sendo enterrada dentro da casa da família. Do seu túmulo brotou uma planta até
então desconhecida. Certo dia, a terra em volta da planta se abriu, revelando suas raízes, que foram
comparadas ao próprio corpo de Mani. Os índios, então, aprenderam a domesticar a planta e passaram a usá-la
como alimento.
A mandioca plantada e consumida em todo o Brasil difere-se da mandioca brava ou amarga, que possui
grandes quantidades de uma substância chamada linamarina, que no estômago se transforma no mortal ácido
cianídrico. Por isso, só pode ser consumida sob a forma de farinha ou fécula. A mandioca comum (chamada
também de doce ou mansa) também possui essa substância, só que em baixíssimas quantidades, insuficientes
para causar intoxicação.
A mandioca é um dos alimentos mais versáteis do país. No começo da colonização portuguesa, o botânico
Johann Emmanuel Pohl ficou tão impressionado com a variedade do uso da planta que chegou a batizá-la de
Manihot utilissima, nome científico até hoje usado como sinônimo para M. esculenta.
Outros Nomes Populares: aipi, aipim, castelinha, macaxeira, maniva, maniveira, pão-de-pobre, uaipi.
Outros Idiomas: maniok (alemão), mandioca ou yuca (espanhol), manioc (francês), cassava (inglês),
manioca (italiano).
Descrição Botânica: Arbusto perene, resistente à seca, que atinge entre 1,3 a 5 metros de altura. As raízes são
do tipo tubérculo, grossas e alongadas, podendo atingir, em casos extremos, até 2,5 metros de comprimento,
15 centímetros de diâmetro e peso de 40 quilos. Em média a raiz da mandioca pesa entre 4 e 7 quilos. As
folhas são pecioladas, tripartidas ou até heptapartidas, com contorno linear-lanceolado. As flores, de até 1,2

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centímetro de comprimento, se agrupam em inflorescências do tipo panícula. Os frutos são do tipo cápsula,
globosos, com 3 sementes por cápsula.
Composição Química: Óleo essencial, linamarina, saponinas, acetona, ácido hidrociânico, ácido oxálico,
triptofano, glucosídeos, sais minerais, amido, proteínas, vitaminas do complexo B (tiamina, riboflavina e
niacina) e C.
Partes Usadas: Raízes.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Aperiente, Cicatrizante, Demulcente, Diurética.
Usos
culinária: A mandioca é uma planta eclética, podendo ser consumida de inúmeras maneiras: cozida, frita,
como paçoca (depois de triturada em pilão), farinha, na forma de purê, em bolinhos, pudins, sopas, suflês,
pães, bolos, biscoitos, bolinhos de goma, mingau. Só há conhecimento de um único prato preparado com as
folhas da mandioca, no Nordeste e na Amazônia: a maniçoba, que demora de 24 a 48 horas para ser
preparada, para que as folhas fiquem macias. As folhas são cozidas junto com carnes, toucinho e temperos.
Com a mandioca brava, são produzidas fécula, farinha, tapioca, puba (ou carimã) e polvilho (ou goma).
beleza: Não é comumente usada.
saúde: Nas Guianas, o suco da mandioca brava é decantado e tomado para abrir o apetite. Cataplasmas das
raízes frescas são aplicadas sobre feridas e chagas. O chá das raízes, feito por decocção, é usado na medicina
popular contra tumores, abscessos, conjutivites, diarréia, disenteria, hérnia, inflamações em geral, cansaço e
picada de cobras.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: A mandioca brava não deve ser consumida sem antes passar por um tratamento especial
(choque térmico ou mecânico) para a retirada do veneno.
Efeitos Colaterais: Algumas substâncias contidas em maior quantidade na mandioca brava – tais como a
acetona, o ácido oxálico, o ácido hidrociânico, um tipo de saponina e o triptofano – causam intoxicação,
dependendo da concentração presente na planta. A linamarina, substância venenosa, pode até mesmo levar à
morte.
Cultivo e Conservação
clima: Quente e úmido, desenvolvendo-se melhor em temperaturas entre 18 e 35º C; sensível a geadas.
exposição solar: Plena.
propagação: manivas (partes do ramo de outra madioqueira); plantio no início da estação chuvosa.
espaçamento: 1 metro entre fileiras e 60 centímetros entre plantas.
tipo de solo: Prefere os de textura areno-argilosa, de acidez média (pH entre 5 e 6), profundos, bem
drenados e férteis; desenvolve-se melhor em terreno plano ou com declive suave.
adubação e correção: Esterco de curral (500 gramas por cova); evitar adubo químico e fazer calagem em
solos muito ácidos entre 60 e 90 dias antes do plantio.
necessidade de água: Moderada (As regas são muito importantes na época do plantio, caso não chova).
Colheita
Raízes: A mandioca de mesa é colhida entre o 7º e o 14º mês após o plantio; para fins industriais, do 16 ao
24º mês.
Secagem
Raízes: Consumidas na forma fresca.
Acondicionamento
Raízes: Em local fresco e seco.

Manga

Mangifera indica L. - Anacardiaceae


Árvore nativa do sul da Ásia, muito popular na Índia. Conta-se que, no século 16, o imperador indiano Akbar
Mogul plantou mil mangueiras em alguns pomares com poucas árvores. Três séculos depois, o fruticultor
inglês Charles Maries encontrou algumas daquelas árvores ainda vivas e vigorosas, dando frutos e esbanjando
longevidade. Há mais de 4 mil anos, a manga é cultivada em sua região de origem. A mangueira tornou-se
conhecida no resto do mundo graças aos portugueses, após a descoberta das rotas comerciais marítimas entre
Europa e Ásia, no início do século 16. A Bahia foi o primeiro Estado brasileiro a receber mudas de
mangueiras indianas. Segundo alguns estudiosos, foi a árvore asiática que melhor se adaptou ao clima
brasileiro. A cidade de Belém, no Pará, ficou conhecida por suas mangueiras, depois de adotar o plantio

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dessas árvores na ornamentação das ruas. No Rio de Janeiro, a abundância de tais árvores deu nome a um
bairro – Mangueira – a uma estação de trem e à famosa escola de samba: Estação Primeira de Mangueira.
Estima-se que existam até mil variedades de frutos existentes em todo o mundo. No Brasil, existem mais de
30 variedades diferentes. Atualmente, o México é o maior exportador mundial de mangas. O Brasil ocupa a
sétima posição nesse ranking.
Outros Nomes Populares: alamba, mango.
Outros Idiomas: mango (alemão), mango (espanhol), mangue ou manguier (francês), mango (inglês), mango
(italiano).
Descrição Botânica: Árvore de copa densa e frondosa, que atinge de 15 a 25 metros de altura. Suas folhas
são inteiras, lanceoladas, alternas, pecioladas, de textura coriácea e têm de 10 a 25 centímetros de
comprimento. As flores são pequenas, de cor esverdeada, hermafroditas ou unissexuais por aborto, reunidas
em inflorescências do tipo panícula terminal. O fruto é do tipo drupa, de formato oblongo ou ovóide, com
polpa carnosa e comestível. A casca possui cor variada: verde, verde com pintas pretas, amarela, rósea ou
dourada. A semente tem formato chato e tamanho variável.
Composição Química: Vitaminas A, B1, B2, C, niacina, glicídios, proteínas, lipídios, cálcio, fósforo, ferro,
2-octeno, alanino, alfa-pineno, betacaroteno, carotenóides, ácido gálico, geraniol, ácido linoléico, ácido
oléico, ácido oxálico, arginina, furfurol, ácido galotânico, histidina, isoleucina, kaempferol, limoneno, ácido
mangífero, magiferina, mangiferol, ácido mirístico, nerol, ácido p-cumárico, ácido palmítico, ácido
palmitolênico, ácido pantotênico, quercetina.
Partes Usadas: Casca, Folhas, Frutos, Sementes.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Anti-sifilítica, Antiasmática, Antibiótica, Antiblenorrágica,
Antidiabética, Antidiarréica, Antiparasitária, Antitérmica, Antitussígena, Antivirótica, Cardiotônica,
Contraceptiva, Estomáquica, Expectorante, Hipotensiva, Laxativa, Vermífuga.
Usos
culinária: Os frutos são consumidos "in natura", mas sua polpa também pode servir para o preparo de
doces, compotas, geléias, purês, sorvetes e mousses. A manga é igualmente utilizada no preparo de pratos
salgados. Na Índia, a polpa verde da fruta é cozida e temperada com especiarias e pimentas – o “chutney” –,
que serve de acompanhamento para carnes e grelhados.
beleza: O suco ou o purê da manga serve, com outros ingredientes, como máscara de revitalização da pele,
ajudando a fechar seus poros. O óleo da semente da fruta serve como base de xampus para cabelos secos.
saúde: As folhas secas da mangueira servem para curar diarréia, disenteria crônica, infecção urinária e
uretrite crônica causada pela gonorréia. Na Índia, as cascas são empregadas contra o reumatismo e a difteria.
A resina do tronco pode ser aplicada em rachaduras da pele dos pés ou em sarnas, e acredita-se que ajuda a
curar casos de sífilis. A decocção ou o pó das sementes é utilizado como vermífugo e também combate
diarréia, hemorragias e hemorróidas. O óleo da semente pode ser administrado em casos de estomatite. As
frutas verdes, raízes, estemas e folhas podem ser antibióticos. Em algumas ilhas do Caribe, a decocção das
folhas é utilizada como remédio contra a diarréia, febre, dores no peito, diabetes e hipertensão arterial. Por ter
propriedades diuréticas, pode auxiliar no tratamento de pessoas com tendência a reter líquidos no organismo.
O fruto ou seu suco pode ajudar no tratamento de bronquites e coqueluche. As folhas decoctas ajudam a curar
inflamação nas gengivas e as cascas, também decocctas, podem ser empregadas contra febres.
outros usos: Em algumas cidades, a árvore tem usos ornamentais. Na África, a resina das cascas é
utilizada para colar vasos de barro. Na Índia, essa resina é uma das substitutas da goma arábica. Cientistas
cubanos descobriram que as sementes, depois de secas, podem ser utilizadas como suplemento alimentar na
criação de frangos, por serem compostas de vários minerais. A madeira pode ser utilizada para a confecção de
caixas e outros produtos de marcenaria.
Contra-Indicações: Ao contrário do que reza a lenda, manga com leite não faz mal à saúde. Segundo alguns
pesquisadores, tal história foi inventada para evitar que escravos tomassem todo o leite disponível aos
brancos. Tais escravos costumavam misturar mangas, sempre abundantes, ao leite. Graças a tal lenda, até hoje
muitos acreditam que podem se intoxicar depois de uma vitamina de leite com manga. Pessoas com sinusite
ou gripe devem evitar o consumo da fruta.
Efeitos Colaterais: Não há se usada de forma apropriada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical quente e úmido, com estação seca bem definida.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes, enxertia, alporquia e estaquia.

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espaçamento: 10 x 10 metros.
tipo de solo: Profundo, rico em nutrientes, bem drenado, de textura leve ou pesada. Devem ser evitados
solos de baixadas, sujeitos a encharcamento, e pedregosos.
adubação e correção: Pode ser feita uma adubação de plantio com 5 a 10 quilos de esterco de curral, 100
gramas de superfosfato simples e 50 gramas de cloreto de potássio. Em vez de esterco de curral, podem ser
utilizados 5 a 10 quilos de esterco curtido de aves ou 1 a 2 quilos de torta de mamona. Adubações posteriores
só devem ser feitas se o solo for muito pobre. Mesmo nesses casos, deve-se fazer a adubação de forma
experimental, em pequenas quantidades, para ver se a planta reage bem à fertilização.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Casca: Melhor no outono.
Folhas: Em qualquer época do ano.
Frutos: No caso de mudas enxertadas, os frutos deverão ser colhidos de 2 a 5 anos após o plantio; em
mudas feitas a partir de sementes, chega-se a esperar 10 anos para a colheita.
Sementes: São retiradas das frutas maduras.
Secagem
Casca: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 50º
C.
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Sementes: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
50º C.
Acondicionamento
Casca: Em sacos de pano ou caixas de papelão, em local seco, bem ventilado e longe da luminosidade.
Folhas: Em sacos de pano ou papel, em local seco, bem ventilado e longe da luminosidade.
Frutos: No refrigerador quando estiverem maduros.
Sementes: Em sacos de pano ou caixas de papelão, em local seco, bem ventilado e longe da luminosidade.

Mangaba

Hancornia speciosa Gomes - Apocynaceae


Há muitos anos os índios brasileiros já a conheciam, e chamavam-na de mangaba: "coisa boa de comer".
Originária do país e cultivada no Centro-Oeste, Sudeste e, principalmente, Norte e Nordeste, a mangabeira é
até hoje uma planta selvagem. Sua exploração ainda é feita de modo extrativista, devido ao fato de a cultura
continuar sendo mantida no seu hábitat natural. Os caiapós meridionais e caiapós do sul também a conhecem
como ankêuacê, e os índios ariti e pareci, como katitulá. Mangaba tornou-se também sinônimo de cachaça,
pois o suco viscoso extraído de seu fruto tem um potencial embriagador.
Outros Nomes Populares: mangabeira, mangabinha do Norte.
Outros Idiomas: mangaba (espanhol), caoutchouc de pernambouc (francês), mangaba tree (inglês).
Descrição Botânica: Planta arbórea, lactescente, com 5 a 7 metros de altura, dotada de copa arredondada, que
possui de 4 a 5 metros de diâmetro. Seu tronco é tortuoso, bastante ramificado, revestido por uma casca
suberosa mais ou menos áspera, de 20 a 30 centímetros de diâmetro. As folhas são simples, glabras nas duas
faces, brilhantes, com 7 a 10 centímetros de comprimento por 3 a 4 centímetros de largura. Suas flores
brancas e perfumadas são agrupadas em inflorescências fasciculadas. O fruto é uma baga globosa, glabra, com
polpa fibrosa, branca e comestível, com sementes circulares. Maduro, tem casca amarelada, com manchas
vermelhas. É aromático e delicado.
Composição Química: Proteínas, cálcio, fósforo, ferro, vitaminas A, B1 e C.
Partes Usadas: Folhas, Frutos, Raízes.
Propriedades Medicinais: Anticatarral, Antiulcerogênica, Digestiva, Hepática, Purgativa.
Usos
culinária: A polpa da fruta é consumida "in natura" ou utilizada no preparo de geléias, doces em calda,
compotas, sorvetes, sucos, refrescos, picolés, licores, vinho e xaropes.
beleza: Não é usada.
saúde: O suco leitoso extraído da polpa é utilizado como medicamento caseiro para o tratamento de

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tuberculose e úlceras. As sementes são purgativas, e as cascas são recomendadas no combate às doenças do
fígado e do baço. O extrato de sua casca também é eficaz para tratar icterícias e afecções hepáticas, bem como
moléstias crônicas e cutâneas.
outros usos: A madeira do tronco é empregada para caixotaria, lenha e carvão. Dele e das folhas é
extraído um tipo de látex que, embora de qualidade inferior, serve de matéria-prima para a produção de gomas
de mascar. Os frutos também são consumidos por algumas espécies de animais silvestres. A árvore, pelo porte
e forma da copa, pode ser utilizada na arborização de ruas estreitas.
Contra-Indicações: Não deve ser consumida verde.
Efeitos Colaterais: Muito viscosa quando verde, contém um suco leitoso que quase embriaga e pode matar.
Esse leite venenoso é conhecido como manguaicy.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical. A mangabeira também tolera períodos secos, embora a temperatura média anual em torno
de 25º C e chuvas entre 750 e 1500 milímetros anuais, bem distribuídas, sejam ideais para o desenvolvimento
da planta.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Espaçamento de 5m x 4m ou 6m x 4m ou 6m x 5m. Pode ser consorciada ao milho ou ao
feijão nos seus primeiros seis anos de vida. Como cultura secundária, consorcia-se ao coqueiro.
tipo de solo: De textura arenosa a argilo-arenosa, profundo, bem drenado, ácido (ph abaixo de 7), rico em
matéria orgânica. Não é muito exigente em nutrientes.
adubação e correção: Trinta dias antes do plantio, misturar 20 a 25 litros de esterco de curral bem curtido
à terra separada e colocar no fundo da cova. Um dia antes de iniciar o processo, adiciona-se 200g de
superfosfato simples e 50g de cloreto de potássio à cova, cobrindo-a ligeiramente com terra. Passado um mês,
devem ser aplicadas 30g de uréia fertilizante ou 65g de sulfato de amônia a 15cm de distância do pé. No início
do período de chuvas, adiciona-se 150g de uréia e 45g de superfosfato triplo a cada planta. No fim do período
de chuvas, adiciona-se mais 150g de uréia e outros 150g no período de trovoadas.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Frutos: Inicia-se cinco a seis anos após o plantio, embora haja plantas em produção já aos 12 meses de
vida. Ao alcançar seu desenvolvimento máximo, o fruto cai no solo e amadurece em 12 a 24 horas. Este é
chamado "fruto de caída", o mais valorizado. Colhido "de vez", amadurece em dois a quatro dias. A
mangabeira apresenta duas safras de fruto por ano, uma nos primeiros meses e outra em meados. A produção
é estimada em quatro toneladas/hectare/ano.
Raízes: Não encontrada na literatura consultada.
Folhas: Em qualquer época do ano.
Secagem
Frutos: Devem ser consumidos frescos.
Raízes: Cortada em pedaços, na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima
de 50º C.
Folhas: Na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Acondicionamento
Frutos: Em caixas de madeira.
Raízes: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Manjericão

Ocimum basilicum L. - Lamiaceae (Labiatae)


O manjericão é uma planta muito perfumada, originária da Ásia. Seu nome científico, "basilicum", deriva da
palavra grega "basilikon", relacionada à nobreza, provavelmente pelo seu aroma maravilhoso, próprio para a
casa de um rei. Em Creta, o manjericão simbolizava o amor lavado com lágrimas e na Itália, até os dias de
hoje, é dado à pessoa amada como prova de amor. Na Índia, era considerado sagrado, invocado para afastar o
mal e oferecido aos deuses Krishna e Vishnu.
Outros Nomes Populares: alfavaca, alfavaca-cheirosa, alfavacão, basílico, manjericão-comum, manjericão-
de-folha-larga.

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Outros Idiomas: basilienkraut (alemão), albahaca (espanhol), basilic (francês), sweet basil (inglês), basilico
(italiano).
Descrição Botânica: O manjericão é uma planta herbácea, de ciclo perene e que alcança até 50 centímetros
de altura. O caule é quadrangular, ereto e pubescente. As folhas são inteiras, opostas, pecioladas e de formato
ovalado. As flores são hermafroditas, de coloração lilás e agrupadas em inflorescências do tipo espiga. O fruto
é do tipo aquênio, com sementes de coloração preto-azulada.
Composição Química: ácido caféico, ácido esculosídeo, ácido hidrociânico, cânfora, carvacrol, cinamato de
metila, cineol, citral, citronela, estragol, eugenol, flavonóides, limoneno, linalol, lineol, metil-chavicol, a-
pineno, saponinas, taninos e timol.
Partes Usadas: Óleo essencial, Sumidades floridas e folhas, frescas ou desidratadas.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Anti-séptica, Antiemética, Aperiente, Calmante, Carminativa,
Digestiva, Diurética, Emenagoga, Estimulante, Estomáquica, Revigorante, Sudorífera, Tônica.
Usos
culinária: preparo de molhos, extratos de tomate e pizzas, cogumelos, peixes, carne de galinha, ovos,
sanduíches, queijo parmesão e alho.
beleza: peles ressecadas e sem vitalidade, herpes labial e queda de cabelos.
saúde: debilidade de nervos, problemas digestivos, infecções intestinais, dos rins e do estômago, febres,
tosse, dor de garganta, aftas, feridas, flatulência, insônia, enxaqueca e frieiras.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada, porém aconselha-se sua utilização na
gestação apenas sob supervisão médica.
Efeitos Colaterais: reações alérgicas.
Cultivo e Conservação
clima: temperado quente a tropical ameno, não tolerando temperaturas frias e chuvas na época da colheita.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes e estacas de ramos jovens.
espaçamento:
tipo de solo: rico em nutrientes e matéria orgânica, solto e bem drenado.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada (excesso de água reduz a produção de óleos essenciais).
Colheita
Folhas: logo após o início da floração, 3 meses depois do plantio; para consumo na forma fresca, elas
podem ser colhidas em qualquer época do ano.
Secagem
Folhas: na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35°C.
Acondicionamento
Folhas frescas: presas ao ramo, podem ser guardadas em sacos de papel ou plástico transparente, no
refrigerador, por aproximadamente 1 semana.
Folhas secas: em recipientes de vidro ou em sacos de papel ou de plástico transparente.

Manjerona

Origanum majorana L. - Lamiaceae (Labiatae)


A manjerona é uma planta originária da região meridional da Europa. Seu nome científico deriva da palavra
"amarakos". Também chamada de "alegria das montanhas" pelos gregos, a manjerona era símbolo de
felicidade e harmonia conjugal. Conta a mitologia que a manjerona havia sido criada pela deusa do amor,
Afrodite, sendo símbolo de paz e felicidade.
Outros Nomes Populares: majorona, manjerona-doce, manjerona-verdadeira.
Outros Idiomas: majoran (alemão), mejorana dulce (espanhol), marjolaine (francês), marjoram (inglês),
maggiorana (italiano).
Descrição Botânica: A manjerona é uma planta herbácea, de ciclo perene e que atinge até 60 centímetros de
altura. O caule é mais lenhoso na base e tem formato quadrangular. As folhas são pequenas, inteiras, opostas,
pecioladas e de coloração verde-acinzentada. As flores são muito pequenas, de coloração branca e agrupadas
em inflorescências do tipo espiga. O fruto é do tipo aquênio, com sementes de coloração castanho-escura.

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Composição Química: ácido tânico, borneol, cânfora, carvacrol, cimeno,cineol, estragol, eugenol, linalol,
origanol, pineno, pulegone, sabineno, substâncias amargas, tanino, termineol, terpineol e timol.
Partes Usadas: Flores, Folhas.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Antiespasmódica, Aperiente, Calmante, Digestiva, Sedativa,
Sudorífera, Tônica.
Usos
culinária: Saladas, massas, molhos, recheio de pastéis, recheios de frango, embutidos, carnes no geral,
omeletes, tomates, pepinos, feijões e pizzas, batatas cozidas e iogurte, peito de frango, sopas, sorvetes e balas.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: Problemas digestivos, falta de apetite, espasmos, reumatismo, feridas e queimaduras.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Semi quente e quente.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes, divisão das touceiras, estacas de ramos jovens.
espaçamento: 60 x 30 centímetros.
tipo de solo: textura areno-argilosa, rico em nutrientes e matéria orgânica e com pH 6,7-7,0.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: no início da floração, em dias secos, nas primeiras horas da manhã, logo que o orvalho secar.
Secagem
Folhas: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35°C.
Acondicionamento
Folhas: em sacos de papel ou de plástico transparente.

Maracujá

Passiflora sp. - Passifloraceae


Uma das principais características das plantas dos maracujás é a forma belíssima e especial de suas flores,
como não se encontram em nenhuma outra espécie vegetal. Os maracujás já eram muito conhecidos e
utilizados na América antes da chegada dos primeiros europeus que, desde cedo, encantaram-se com a sua
exuberância.
Os missionários que tinham o desafio de catequizar os índios viram naquelas flores complexas um presente de
Deus, encontrando em suas formas e cores exóticas a metáfora perfeita para explicar aos indígenas a história
da Paixão de Cristo.
Dessa forma, o vermelho e o roxo das flores foram associados aos rituais cristãos da Semana Santa. A coroa
floral, completamente filigranada, transformou-se na própria imagem da coroa de espinhos com que Cristo foi
crucificado; os três estigmas da flor passaram a ser os três cravos que o prenderam na cruz; e suas cinco
anteras representavam as cinco chagas de Cristo. As gavinhas eram vistas como os açoites que o martirizaram.
O fruto, redondo, era a representação do mundo que o Cristo veio redimir.
A partir de então, as flores – e também os frutos dos maracujazeiros e de outras plantas trepadeiras do mesmo
tipo – começaram a ser chamadas de "flores-da-paixão".
Existem inúmeras espécies de maracujá, mas nem todas produzem frutos comestíveis e aproveitáveis. Apenas
um pequeno número consegue ganhar espaço nos mercados de fruticultura, como é o caso do maracujá-
amarelo e do maracujá-roxo, variedades de uma mesma espécie, de formato redondo quase perfeito, e do
maracujá-doce, que tem a forma semelhante à de um pequeno mamão.
Outros Nomes Populares: flor-da-paixão, maracujazeiro, martírio, passiflora.
Outros Idiomas: fruta de parchita (castelhano), pasiflora (espanhol), fruit de la passion (francês), passion
fruit (inglês), maracugià (italiano), passiflora (português de Portugal).
Descrição Botânica: trepadeira perene, vigorosa, de caule freqüentemente sulcado e que pode atingir até 4

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metros de comprimento. Graças às suas gavinhas, cresce apoiada em suportes. As folhas são simples,
incompletas, alternas, pecioladas e com duas glândulas no ápice do pecíolo, estipuladas, trilobadas, verdes e
glabras. Em algumas espécies as folhas são arredondadas, e, em outras, profundamente partidas, com bordos
serrados. As flores – que aparecem entre dezembro e abril – são grandes, vistosas, de coloração branco-
esverdeada, alaranjada, vermelha ou arroxeada, de acordo com a espécie, e agrupam-se em inflorescências
axilares, pedunculadas, com flores de 5 a 6 centímetros de diâmetro. O cálice possui 5 sépalas oblongas, de
cor verde-clara, e a corola tem 5 pétalas de cor branca. O androceu é formado por 5 estames monoadelfos
(quer dizer, os filetes dos estames são concrescidos em um tubo); o gineceu tem o ovário globoso,
ligeiramente piloso e com 3 estiletes. O fruto é uma baga de forma subglobosa a ovóide, com diâmetro polar
de 6 a 8 centímetros, casca espessa de coloração verde, amarelada, alaranjada ou com manchas verde-claras,
de acordo com a espécie. As sementes são achatadas, pretas, envolvidas por um arilo de textura gelatinosa de
coloração amarelada e translúcida.
Composição Química: alcalóides indólicos (harmina, harmol e harmano), esteróis e açúcares, fibras,
flavonóides (quercetol e kampferol), C-heterosídeos (vitexol, saponarol e siovitexol), passiflorina, sais
minerais e vitaminas A e C.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Frutos, Raízes.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Antiespasmódica, Calmante, Sedativa.
Usos
culinária: a polpa que envolve sementes de algumas espécies (principalmente maracujá-amarelo,
maracujá-roxo e maracujá-doce) pode ser consumida ao natural ou usada no preparo de refrescos, pudins,
sucos, sorvetes, batidas, musses e molhos (para acompanhar carnes, aves e peixes); industrialmente,
produzem-se sucos concentrados. A polpa branca (aderente à casca) pode ser usada no preparo de maracujada,
geléia de maracujá e compota de maracujá. O maracujá-açu, que pode chegar a pesar 3 quilos, é mais
empregado no preparo de musses, doces e sorvetes.
beleza: o óleo de maracujá (especialmente da espécie Passiflora edulis), rico em ácidos graxos, é usado em
loções para amaciar e perfumar o corpo, sendo indicado para todos os tipos de pele.
saúde: as folhas são utilizadas em medicamentos contra insônia, problemas nervosos, distúrbios
neurológicos como o mal de Parkinson, a epilepsia, a histeria, a ansiedade e a hipertensão; o óleo extraído das
flores de maracujá (Passiflora incarnata) é usado na aromaterapia para combater ansiedade, insônia,
taquicardias, palpitações, vertigens, espasmos da musculatura lisa, hipertensão arterial, disminorréia e
sintomas ligados à síndrome pré- menstrual e ao climatério.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: as raízes do maracujá-açu (Passiflora quadrangularis) parecem ser narcóticas; o
maracujá-de-rato ou maracujá-tomé-açu (P. coccinea) parece ser cianogenético.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: quente e úmido, tropical ou subtropical, com temperatura média mensal de 20 a 32º C e
precipitação anual de 800 a 1.700 milímetros (o ideal é de 1.200 a 1.400 milímetros); a planta não tolera
geadas e ventos frios, e locais com chuvas intensas a freqüentes não são recomendados, pois elas causam
redução na polinização; secas prolongadas provocam a queda de frutos.
exposição solar: Plena.
propagação: por sementes e, em alguns casos, por estaquia.
espaçamento: 5-3 metros entre plantas e 3 metros entre fileiras (para grandes áreas), ou 3 metros entre
plantas e 2-2,5 metros entre fileiras (para pequenas áreas); o plantio deve ser orientado no sentido Norte-Sul.
tipo de solo: argiloso-humoso ou areno-argiloso, profundo, fértil e bem drenado, com pH entre 5,0 e 6,5;
não utilizar baixadas, solos arenosos, argilosos de baixa fertilidade, com pH abaixo de 5, pedregosos ou com
possibilidade de encharcamento, o que favorece a incidência de doenças do sistema radicular; evitar áreas
sujeitas a ventos fortes e freqüentes.
adubação e correção: além de nitrogênio, fósforo e potássio (NPK), a planta necessita de cálcio, fósforo e
enxofre, além dos micronutrientes manganês,
ferro, boro, zinco e cobre (por ordem de importância).
necessidade de água: Mediana.
Colheita
Frutos: entre 6 e 9 meses após o plantio definitivo no primeiro ano, de acordo com a região e as condições
climáticas; depois frutifica durante o ano todo, menos intensamente de maio a agosto; no Nordeste, o

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
maracujazeiro produz durante dez meses; em estufa, frutifica o ano inteiro.
Folhas e Raízes: em qualquer época do ano.
Secagem
Folhas: na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Frutos: usados preferencialmente na forma fresca.
Raízes: são descascadas, cortadas em pedaços e estendidas numa superfície sombreada, em local bem
ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 60º C.
Flores: na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 30º C.
Acondicionamento
Frutos: os frutos maduros devem ser colhidos à mão e colocados em caixas de madeira abrigadas do sol (à
sombra, sob cobertura de lona); a polpa processada pode ser congelada.
Folhas, Flores e Raízes: em recipientes de vidro ou em sacos de papel ou plástico transparente.

Marapuama

Ptychopetalum olacoides Benth - Oleaceae


Esta pequena árvore é originária da Amazônia e, pela sua dificuldade para se adaptar a outras regiões, está
concentrada na região norte do país. É conhecida popularmente como um poderoso afrodisíaco, exportado
para diversos países, como a França e Alemanha. É empregada no tratamento de diversas doenças, entre elas o
reumatismo, a depressão, infertilidade, seqüelas neurológicas, impotência sexual e a calvície.
Outros Nomes Populares: iiiaraiita, marapuaiiia, Muirapuama, muirata, vara de homem.
Outros Idiomas: muira-puamabaum (alemão), muira puama (espanhol), muira puama (francês), muira puama
(inglês).
Descrição Botânica: Árvore que atinge de 5 a 15 metros de altura, com tronco de 25 centímetros de diâmetro.
Suas raízes e seu tronco são resistentes, duros e compactos. Apresentam um gosto amargo e cor amarelo-
claro. Suas folhas têm formato oblongo-lanceolado e textura coriácea. As flores são brancas e agrupadas em
inflorescências do tipo racemo que contém de 5 a 8 flores. O fruto é do tipo drupa, de formato alongado e
elíptico e de coloração variável, de acordo com o estágio de desenvolvimento - primeiro ele é verde e,
conforme amadurece, fica rosa e, finalmente, lilás-escuro.
Composição Química: Alcalóides, monoterpenos (aterpineno, linalol, mirceno, cumarinas), triterpenos (ácido
oleanólico, ácido urônico, lupeol, aminopiranosil), sesquiterpenos (beta-bisaboleno, beta-cariofileno,
cubebeno), lipídios, ácidos orgânicos e taninos.
Partes Usadas: Casca, Madeira, Raízes.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Analgésica, Anti-reumática, Anti-tremor, Antidepressiva, Digestiva,
Estomáquica, Tônica capilar.
Usos
culinária: Não é utilizada.
beleza: Não é utilizada.
saúde: Seu uso principal está ligado ao tratamento da impotência sexual de origem orgânica, baixa
sensibilidade genital, disfunções do orgasmo e ejaculação precoce. No entanto, a planta ainda não foi
devidamente estudada para comprovar seu efeito medicinal. As cascas, em decocção, são utilizadas para tratar
reumatismo, problemas estomacais e intestinais, estimular os nervos e músculos e como tônico capilar
(calvície). O chá é estimulador da circulação. Também é empregada nos casos de fadiga, má digestão,
cansaço, beribéri, cólica menstrual, estafa, neuralgia e falta de apetite.
outros usos:
Contra-Indicações: Não recomendada para crianças, gestantes e nutrizes.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Com textura média, rico em nutrientes e matéria orgânica e úmido.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Moderada.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Colheita
Raízes, Casca e Madeira: Após três anos de cultivo.
Secagem
Raízes e Casca: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura
máxima de 60º C.
Madeira: Ao sol, em local bem ventilado.
Acondicionamento
Raízes, Casca e Madeira: Em sacos de pano, em local bem ventilado e seco.

Marmelo

Cydonia oblonga Mill. - Rosaceae


O marmeleiro é originário da Ásia Ocidental e teria sido levado para a região do mar Mediterrâneo há cerca
de quatro mil anos. Seu fruto tem um perfume forte, mas agradável, e é largamente utilizado na fabricação de
doces, geléias e licores. O fruto teve simbologias importantes para as civilizações antigas. Para os gregos, o
marmelo era o símbolo do amor e da felicidade e representava a deusa Afrodite. Os romanos cultivaram a
crença e trataram de difundir o costume de presentear os recém-casados com um marmelo, assim que eles
fossem para uma nova casa. Ao comer o marmelo, os noivos teriam sorte para o resto de suas vidas. Os árabes
foram os primeiros a descobrir as propriedades medicinais da planta, que, entre outras coisas, pode ser
utilizada como laxante, adstringente e depurativo. No Brasil colonial, o marmelo foi um importante produto
de exportação, ao lado inclusive do café.
Outros Idiomas: echte quitte (alemão), membrillo (espanhol), coing (francês), quince (inglês), cotogna
(italiano).
Descrição Botânica: Árvore ou arbusto com tronco tortuoso, casca escura, quase preta, ramos finos e
numerosos e copa arredondada, que atinge entre 3 e 8 metros de altura. Seu sistema radicular é fasciculado,
com raízes compridas e superficiais. As folhas são alternas, curto-pecioladas e de formato oval, sendo verde-
acinzentadas na parte superior do limbo foliar e verdes e pubescentes na parte de inferior. Possui flores
solitárias, grandes, terminais e de coloração branca ou rósea. O fruto é amarelo, aromático, com formato de
pêra e casca irregular dotada de ondulações e saliências.
Composição Química: Amigdalina, mucilagem, pectina, taninos, proteína, vitamina C, vitaminas do
complexo B, sais minerais (fósforo, cálcio, ferro).
Partes Usadas: Folhas, Frutos, Sementes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-séptica, Antidiarréica, Antiespasmódica, Calmante, Nutriente.
Usos
culinária: O marmelo não é consumido ao natural, mas, depois de cozido, é muito utilizado para fazer a
famosa marmelada ou geléias, além de xaropes, licores e finos pratos salgados. O cozimento do fruto,
entretanto, é responsável pela perda de grande parte da vitamina C presente nele.
beleza: É empregado na perfumaria.
saúde: Na medicina caseira, o chá das folhas do marmeleiro costuma ser usado contra diarréia, cólicas e
tratamento de convalescentes. Um cataplasma com folhas trituradas alivia edemas traumáticos, nevralgias
faciais, fissuras na pele e queimaduras.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não há, se usado nas doses terapêuticas.
Efeitos Colaterais: Não há, se usado nas doses terapêuticas.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Por estaquia, mergulhia ou enxertia.
espaçamento: 5 x 4 ou 5 x 5 metros (em solos férteis).
tipo de solo: De textura argílica-sílica-humosa, rico em nutrientes, profundo, úmido e bem drenado.
adubação e correção: No plantio, recomenda-se adubar a cova com 30 litros de esterco de curral curtido,
500 gramas de farinha de ossos, 250 gramas de sulfato de amônio, 150 gramas de cloreto de potássio e 500
gramas de calcário moído. Após a colheita anual dos frutos, pode ser feita uma adubação com 20 litros de
esterco de curral curtido, 800 gramas de farinha de ossos e 200 gramas de cloreto de potássio. No inverno,
recomenda-se aplicar 300 gramas de nitrocálcio.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.
Frutos: A colheita é feita normalmente nos meses de janeiro, fevereiro e março, quando os frutos
apresentarem-se amarelados e firmes. As safras comerciais são colhidas a partir do terceiro ano de vida do
pomar.
Sementes: Juntamente com os frutos.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Frutos: Não é necessária. São usados preferencialmente na forma fresca.
Sementes: Em secador, com temperatura máxima de 50º C.
Acondicionamento
Folhas e Sementes: Em sacos de pano, em local seco e bem ventilado.
Frutos: Em caixas; o marmelo maduro pode ser conservado fora da geladeira por seis ou sete dias.

Melancia

Citrullus lanatus (Thunb.) Mansf. - Cucurbitaceae


Originária do norte da África, a melancia é consumida pelo homem há mais de 4 mil anos. Também é
conhecida pelo nome científico Citrullus vulgaris Schrad. ex Eckl. & Zeyh. No Brasil, ela é cultivada desde o
século 16 e pode ser encontrada em quase todas as regiões do país. Trata-se de uma fruta refrescante e
suculenta, e por isso é comum encontrar nas cidades do Nordeste e Sudeste ambulantes vendendo pedaços ou
metades de melancia.
Outros Nomes Populares: melancieira.
Outros Idiomas: wassermelone (alemão), sandía (espanhol), pastèque (francês), watermelon (inglês),
cocómero (italiano).
Descrição Botânica: Planta de caule rasteiro e ramificado. As folhas são ovais, divididas em 3 lobos,
apresentando estruturas em espiral presas ao caule, denominadas "gavinhas". As flores são pequenas, de
coloração amarelo-esverdeada, e o fruto é arredondado ou alongado, de casca lisa, verde ou rajada por
manchas amarelada, com polpa abundante de cor branco-rósea, amarelada, avermelhada ou purpúrea. As
sementes avermelhadas ou pretas.
Composição Química: Hidrato de carbono, vitaminas A, B e C, cálcio, fósforo e ferro.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Calmante, Diurética, Laxante, Refrigerante.
Usos
culinária: Consumida "in natura" ou na forma de suco e sorvetes. Da polpa pode ser feita a compota.
beleza: Pode ser usada em dietas de emagrecimento, pois ativa o funcionamento dos rins.
saúde: É recomendada para quem tem pressão alta, reumatismo e gota. Seu suco provoca a eliminação do
ácido úrico. Também é ótima para limpar o estômago e os intestinos, é eficaz no tratamento da acidez
estomacal, de obesidade, bronquite crônica, problemas da boca e da garganta.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: O excesso de consumo pode causar diarréia.
Cultivo e Conservação
clima: De amenos a quentes, com temperaturas entre 18 a 25 ºC.
exposição solar: Plena (os frutos devem tomar sol igualmente para não ficar esbranquiçados).
propagação: sementes.
espaçamento: 2 x 2 metros.
tipo de solo: leves, de textura areno-argilosa, com acidez média a fraca e com bastante matéria orgânica.
adubação e correção: Esterco de curral, superfosfato simples e cloreto de potássio em cobertura; sulfato
de amônio após a frutificação.
necessidade de água: Mediana (moderada no início do crescimento das plantas, abundante após a
ramificação e racionada durante a maturação dos frutos).
Colheita

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Frutos: se inicia de 85 a 105 dias após a semeadura, quando o pedúnculo se torna seco.
Secagem
Frutos: não há, pois são consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: podem ser guardados na geladeira ou em lugares frescos e secos.

Mirra

Commiphora myrrha (Ness) Engl. - Bixaceae


Originária da África Oriental (Somália, Etiópia e Sudão) e Arábia do Sul, a mirra produz uma goma-resina
muito aromática. Na história da Bíblia, a mirra foi um dos presentes dados pelos Reis Magos ao menino Jesus.
Quando Jesus Cristo foi crucificado, ele também tomou, antes de ser pregado à cruz, uma mistura narcótica de
vinho e mirra, como relata o Evangelho segundo São Marcos (capítulo 15, versículo 23). No Oriente e no
Mediterrâneo, a mirra foi muito utilizada na fabricação de incensos, perfumes, remédios e também no
embalsamamento. Hoje o seu óleo é empregado em perfumes florais e orientais e também na aromaterapia,
sendo indicada para estimular a compreensão, a estabilidade e a fertilidade. Dizem que, cultivada em um vaso
colocado na entrada das casas, a mirra protege os ambientes contra energias negativas.
Outros Nomes Populares: Mirra-arábica.
Outros Idiomas: mirrhenstrauch (alemão), mirra (espanhol), myrrhe (francês), myrrh (inglês), mirra
(italiano), gummiresina myrrha (latim).
Descrição Botânica: A mirra é uma planta de porte arbustivo a arbóreo que atinge até 2,5 metros de altura.
As folhas são pequenas, inteiras, compostas por folíolos e de formato oval. O caule possui dutos, formando
longas cavidades onde é armazenada uma secreção granular, de coloração amarela-parda que aos poucos se
transforma em um massa vermelho-marrom. O odor e sabor da resina são aromáticos, acres e amargos.
Composição Química: arabinose, ß-bourbuneno, ß-cariofileno, ß-elemeno, elemol, etanol insolúvel (goma
crua), furanosesquiterpenos, galactose, humuleno, proteínas e resina.
Partes Usadas: resina e óleo essencial.
Partes Usadas: Óleo essencial, Resina.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anestésica, Anti-séptica, Antiinflamatória, Aromática, Cicatrizante,
Desinfetante, Desodorante, Fixadora, Fortelecedora do tecido gengival, Fungicida, Revitalizante.
Usos
culinária: Não é comumente usada.
beleza: Indicada para peles maduras (com mais de 50 anos), é usada em produtos que devolvem o viço de
peles envelhecidas e enrugadas. Utilizada ainda na forma de pomada para o tratamento de acne; em produtos
de higiene bucal, como enxaguatórios e pastas de dente, para promover a assepsia, fortalecer as gengivas e
tratar de aftas e úlceras; em óleos e cremes de massagem corporal revitalizante; em banhos de imersão
aromáticos; e em desodorantes corporais. Utilizada também para o tratamento de inflamações da pele e das
mucosas. Na perfumaria é um ótimo fixador.
saúde:
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: deve ser evitada na forma de banhos ou massagem corporal por gestantes.
Efeitos Colaterais: de acordo com a literatura consultada, não há efeitos colaterais advindos do uso externo.
Cultivo e Conservação
clima: não foi encontrado na literatura consultada.
exposição solar: Plena.
propagação: não foi encontrado na literatura consultada.
espaçamento: não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: não foi encontrado na literatura consultada.
adubação e correção: esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Resina: não foi encontrada na literatura consultada.
Secagem
Resina: pode ser seca ao ar livre.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Acondicionamento
Resina: em sacos de pano ou caixas de papelão bem vedadas.

Morango

Fragaria vesca L. - Rosaceae


Originário da Europa, o morango crescia espontaneamente nas florestas e montanhas até que começou a ser
cultivado, por volta de 1400, pelos franceses. Depois, ingleses, alemães e italianos também passaram a
cultivar a planta, promovendo melhoramentos genéticos que aumentaram o tamanho da fruta. Somente no
início do século 19, no entanto, é que o morango despertou interesse comercial, sendo cultivado em grande
volume.
No Brasil hoje os principais produtores brasileiros são os paulistas (cidade de Atibaia, por exemplo), mineiros,
catarinenses e gaúchos (Pelotas e Vale do Rio Caí).
O termo "morango" vem do latim "moru", que significa "amora", e chegou à língua portuguesa por meio do
latim vulgar "moranicu".
Outros Nomes Populares: fragária, frutilha (RS), morangueiro.
Outros Idiomas: wald-erdbeere (alemão), fresa (espanhol), fraise (francês), strawberry (inglês), fragola
comune (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, rasteira, perene, com rizoma curto, apresentando uma roseta de folhas e
longos estolhos radicantes. As folhas trimeras são longamente pecioladas e penugentas na face inferior. As
flores brancas, com 5 pétalas, formam um cacho terminal paucifloro. Os frutos são do tipo aquênio, com um
receptáculo carnudo, o morango, que é um pseudo-fruto. O centro do morango é oco e a parte interna é
esbranquiçada.
Composição Química: Ácido cítrico, ácido málico, ellagitaninos, flavonóides, leucoantocianinas, metil-
salicilato, óleo essencial, pectina, pirocatecol, quercetina, taninos, sílica, vitamina C e ferro.
Partes Usadas: Folhas, Frutos, Raízes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Amaciante, Analgésica, Antianêmica, Antiinflamatória,
Antimanchas, Aperiente, Calmante, Cicatrizante, Despigmentadora, Digestiva, Diurética, Emoliente,
Fortificante, Hidratante, Nutritiva, Rubefaciente, Umectante, Vermífuga.
Usos
culinária: Consumidos in natura, puros ou com creme de leite, ou na forma de sucos, com água, leite ou
suco de laranja, e vitaminas. Usados na preparação de doces, tortas, sorvetes, iogurtes, pudins, flans, geléias,
compotas e drinques.
beleza: São usadas as folhas e os frutos maduros na forma de purê ou suco. Indicado para peles normais, é
usado na forma de máscaras faciais para tratar de rugas e reavivar a cor das peles pálidas. Na forma de
cremes, serve para tratar manchas e sardas. Empregado em enxaguatórios bucais para clarear os dentes de
manchas escuras e na forma de pomadas para tratamento de frieiras. Utilizado ainda em banhos de imersão
calmantes. As folhas, em infusão, são usadas em gargarejos contra o mau hálito.
saúde: O chá das raízes é usado contra inflamações na boca e garganta e para doenças do intestino. As
folhas, em infusão, são indicadas para pessoas anêmicas e nervosas, e contra catarros intestinal e gástrico,
acompanhados de diarréia. São utilizadas ainda contra cálculos renais, febre, gota, dores de dentes e afecções
das vias urinárias e dos rins. Associadas às folhas da videira, são um ótimo remédio para o fígado. Na forma
de cataplasma, são usadas em chagas, feridas, úlceras e pequenas queimaduras.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não usar em caso de alergia e diabetes.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, o uso externo pode causar eventuais reações
alérgicas em pessoas sensíveis.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Cresce na sombra, mas prefere luminosidade plena.
propagação: Mudas, estolhos ou divisão de coroas.
espaçamento: 40 centímetros entre plantas e 75 centímetros entre fileiras.
tipo de solo: O morango é uma planta de bosque, que procura espontaneamente os solos de floresta,
úmidos e ricos em matéria orgânica, mas cresce em qualquer terreno leve e bem drenado e não estranha os
solos ácidos.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
adubação e correção: Húmus, esterco bem curtido ou matéria orgânica, incorporados a 30 centímetros de
profundidade. Precisa de adubos ricos em potássio.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Folhas: Durante todo o ano; colhe-se apenas as folhas novas, pois as velhas são amargas.
Raízes: No outono.
Frutos: No verão; há variedades chamadas "perpétuas", que frutificam do começo do verão até o final do
outono.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em ambiente bem ventilado e sombreado, ou em secador, em temperatura máxima de
35º C.
Raízes: Em secador, em temperatura máxima de 40º C.
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de papel ou pano bem fechados.
Raízes: Em sacos de pano protegidos de umidade.
Frutos: Na geladeira, por dois ou três dias. Pode ser congelado na forma de polpa.

Mostarda branca

Sinapis alba L. - Brassicaceae (Cruciferae)


A mostarda-branca é originária da região mediterrânea da Europa. Os romanos, os primeiros a usar a
mostarda-branca como condimento, batizaram-na com o nome latim de 'mustim ardens', que significa 'suco
ardido'. Eles utilizavam as sementes inteiras, especialmente para temperar embutidos, verduras e carnes, ou
moídas, junto com vinho, vinagre, azeite e mel, formando estranhos molhos. Quando os romanos saíram da
Gália, levaram consigo milhares de sementes da planta, que foram dispersadas ao longo dos caminhos e
encostas.
O conhecimento da elaboração da mostarda comercial foi herdado dos monastérios da Idade Média. Os
monges de St. Germain des Près, em Paris, ficaram muito famosos por produzir a pasta de mostarda no século
10. O Papa João XXII, de Avignon, gostava tanto de mostarda que criou o cargo de fabricante de mostarda
para um ocioso sobrinho que vivia em Dijon. Esta cidade tornou-se, em pouco tempo, o centro da mostarda na
França - e continua sendo até hoje.
Em 1777, dois senhores franceses fundaram a primeira empresa de produção de mostarda. No século 19,
Alexandre Bornibus foi o primeiro a fazer grandes propagandas em Paris para divulgação de sua mostarda. A
propaganda dizia: 'Mostarda para Damas'. Essa mostarda era especialmente elaborada com estragão e vendida
em um pote de porcelana de Sèvres. Dizia-se que o conteúdo era tão nobre quando o recipiente.
Outros Nomes Populares: mostardeira.
Outros Idiomas: weißer senf (alemão), mostaza silvestre (espanhol), moutarde blanche (francês), white
mustard (inglês), senape bianca (italiano).
Descrição Botânica: A mostarda-branca é uma planta de porte herbáceo, de ciclo anual e que atinge até 50
centímetros de altura. Suas folhas são pecioladas e pinatipartidas. As flores têm coloração amarela, com
bainhas fibrosas e planas. O fruto é do tipo síliqua, curto, de formato oblongo, com 1 a 3 sementes de cor
clara. As sementes têm superfície rugosa. A planta toda é coberta de pêlos rijos e evidentes.
Composição Química: Ácidos graxos, fitosteróis, goma vegetal, miosina, mirosina, mucilagem, proteínas,
sinalbina e sinapiza.
Partes Usadas: Folhas, Sementes desidratadas.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Antifúngica, Desinfetante.
Usos
culinária: Na Alemanha, as sementes da mostarda-branca são usadas para condimentar o chucrute. É
usada ainda em pó para temperar a pasta de mostarda, combinando bem com salsicha, rosbife, assados e
conservas. As folhas de mostarda-branca são usadas como verduras para saladas frescas. Na indústria
alimentícia, são empregadas na aromatização de bebidas não-alcoólicas, alimentos que passam pelo forno,
misturas de condimentos, carnes temperadas e picles. Utilizadas ainda na elaboração da mostarda americana
(amarela), inglesa e alemã e para condimentar maioneses, ovos, atum e saladas.
beleza:

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
saúde: A sinigrina, presente na composição química da mostarda-branca, estimula a mucosa gástrica,
aumentando a dilatação dos vasos, a secreção de ácidos e os movimentos peristálticos do intestino.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Pode ser tóxica se consumida em grandes quantidades.
Efeitos Colaterais: Pode ser tóxica se consumida em grandes quantidades.
Cultivo e Conservação
clima: temperado ameno.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes.
espaçamento: 15 a 20 centímetros entre plantas.
tipo de solo: adapta-se a vários tipos de solo e é muito resistente.
adubação e correção: Esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade; pode incluir uma adubação com superfosfato e uma cuidadosa adubação
nitrogenada.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Sementes: Quando as sementes apresentarem coloração pardo-amarelada.
Secagem
Sementes: Ao sol.
Acondicionamento
Sementes: Em saquinhos de papel ou de pano, ou mesmo em potes de vidro, bem limpos e fechados.

Nabo

Brassica rapa L. - Brassicaceae (Cruciferae)


Não se sabe ao certo a origem do nabo, mas acredita-se que ele provém da Sibéria. Antes da difusão da batata,
ele era muito importante para os povos antigos, que o utilizavam como um dos principais alimentos do dia-a-
dia.
Outros Idiomas: rübe (alemão), navet (francês), turnip (inglês), rapa (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea de 0,5 metro de altura, com folhas cobertas por uma penugem. As flores
possuem quatro pétalas amarelas dispostas em forma de cruz. As raízes, comestíveis, podem ser compridas ou
redondas, de coloração branca ou amarela.
Composição Química: Vitaminas A, B e C, cálcio, ferro, fósforo, potássio, enxofre, sais minerais e sódio.
Partes Usadas: Folhas, Raízes, Talos.
Propriedades Medicinais: Alcalinizante, Diurética, Laxante, Mineralizante, Refrescante, Tônica.
Usos
culinária: A raiz deve ser consumida crua, em saladas. As folhas e os talos também podem ser usados em
saladas, caldos, sopas, cozidos, refogados e como recheios.
beleza: É muito útil nos regimes de emagrecimento, pois elimina a retenção de água do organismo.
saúde: O consumo do nabo ajuda a ativar o metabolismo e as funções cerebrais, além de aumentar a
vitalidade. Também é excelente para prevenir e eliminar os cálculos renais e da vesícula, é eficiente nos
tratamentos de catarros pulmonares, tosse, bronquite, asma e tuberculose. Seu cataplasma combate frieiras,
ardores e inflamações gerais. O caldo do nabo cozido regulariza a inflamação intestinal aguda ou crônica,
enquanto o suco ajuda no tratamento de hemorróidas e para o fortalecimento dos dentes.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontrados na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Amenos para frios, com temperaturas ente 14 e 22º C.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Sementes.
espaçamento: 15 centímetros entre linhas e entre plantas.
tipo de solo: Terrenos de fertilidade média, com textura areno-argilosa, bem drenados, com acidez de
média a fraca.
adubação e correção: Aplicação de esterco líqüido, em cobertura.

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necessidade de água: Abundante (Abundante durante a brotação; moderada durante o crescimento da
planta (regas a cada três dias)).
Colheita
Folhas: Antes de ficarem amarelas.
Raízes: De 50 a 60 dias após a semeadura.
Talos: De 50 a 60 dias após a semeadura.
Secagem
Folhas e Raízes: Consumidas na forma fresca.
Talos: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Folhas, Talos e Raízes: Na geladeira, em sacos plásticos bem fechados.

Neem indiano

Azadirachta indica A. Juss - Meliaceae


O neem faz parte do cotidiano da Índia há diversas gerações. É comum encontrar no país vilarejos e pequenas
cidades que tenham seu nome ligado ao da planta, como Neemuch, Neem-ka-Thana, Neemrana, Nemawar e
Nimbahera. Afinal, a planta é conhecida como protetora dos vilarejos, pois, durante séculos, habitantes de
diferentes regiões tiraram dela sua fonte de sobrevivência: desde madeira para abrigo até uso na prevenção e
tratamento de doenças como diabetes e malária. Isso lhe rendeu o apelido de "farmácia com raízes". A planta
é capaz de viver até 200 anos, e suas propriedades medicinais já foram descritas no antigo sânscrito, uma das
línguas da Índia. Originária do leste da Índia e da Birmânia, a planta é muito conhecida no sudeste asiático e
foi introduzida também na África Ocidental, no início do século, e, depois, na América Central, Caribe e
América do Sul. Pesquisado há pouco tempo pelos cientistas ocidentais, o neem já é conhecido como a
“árvore maravilha”. Seu potencial para o controle de pragas, tratamento do solo e uso no reflorestamento
também tem atraído os olhos dos cientistas. Na Índia, a plantação da árvore vem sendo incentivada desde a
Antigüidade, principalmente por motivos ligados às tradições culturais e religiosas. No antigo manuscrito
“Brihat Samhita”, existe um capítulo de versos sobre plantas medicinais, que discorre sobre o neem. Na
crença popular hindu, acredita-se que quem planta uma árvore de neem tem três vidas após a morte no
Suryalok (Mundo do Sol), por três Yugas (épocas), e nunca vai para o inferno. Na astrologia indiana antiga, o
neem aparece associado à constelação Uttara Bhadrapada, e, na mitologia hindu, acreditava-se que o neem
protegia os humanos dos insetos, os quais eram uma criação dos Asuras (demônios).
Outros Nomes Populares: amargoseira, margosa, nim, nimbo.
Outros Idiomas: grossblaettiger zedrach, indischer zedrach, niem, niembaum, nim (alemão), margosa, nim,
paraiso de India (espanhol), azadirac de I' Inde, margosier, margousier (francês), indian lilac, neem (inglês),
margosa, neem (italiano).
Descrição Botânica: Planta arbórea, de ciclo perene, densa e capaz de atingir até 30 metros de altura. Possui
raiz pequena e reta. Seu tronco tem cerca de 2,5 metros de diâmetro e apresenta a casca na forma de uma
cortiça enrugada, de coloração marrom escura. As folhas são pinuladas e têm entre 20 e 30 centímetros de
comprimento. Suas flores vão da cor branca à arroxeada e exalam aroma semelhante ao do jasmim. O fruto é
uma cápsula lenhosa comestível e mede cerca de 1,5 centímetros.
Composição Química: Proteínas, fibras, carboidratos, minerais, cálcio, fósforo, ferro, tiamina, niacina, ácido
ascórbico (vitamina C), caroteno, ácido glutaminico, tirosina, alanina, glutamina, ácido aspártico e
azadiractina.
Partes Usadas: Casca, Flores, Folhas, Frutos, óleo extraído da casca, Sementes.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Antiacnéica, Antiartrítica, Anticaspa, Antifúngica, Antiinflamatória,
Antitérmica, Antitumoral, Antitussígena, Antiulcerogênica, Antiviral, Calmante, Cicatrizante, Contraceptiva,
Depurativa, Despigmentadora, Imunoestimulante, Inseticida.
Usos
culinária: A flor e o fruto podem ser ingeridos.
beleza: O óleo de neem refinado é utilizado na fabricação de sabão, pasta de dente e xampu. Também faz
parte da composição de gel e cremes anti-rugas e para outros cuidados da pele.
saúde: Muito utilizado no tratamento de febre, infecções, inflamações, tosses, malária, enjôos, verminoses,
doenças coronárias, tumores e artrite. Testes realizados recentemente na Alemanha mostraram que o neem é
tóxico ao vírus da herpes. Sua casca apresenta compostos anti-sépticos, e seus galhos e óleo são usados na

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prevenção de manchas e outras enfermidades da pele, como urticária, eczema, caspa, acne, furúnculos e
verrugas. As sementes, folhas e flores (secas) têm efeitos anti-sépticos e antivirais, protegem de inflamações e
do desconforto das úlceras, além de ajudar na cicatrização de feridas gástricas. Misturadas à pasta de dente,
são recomendadas para úlceras bucais. O extrato da folha em doses orais ajudam no tratamento de diabetes,
pois reduzem a quantidade de insulina necessária. O extrato da folha, casca e semente apresentam
propriedades que estimulam a imunidade. Por isso, a planta vem sendo usada como coadjuvante no tratamento
de portadores do HIV, vírus da Aids.
outros usos: É usado para combater insetos, traças e pragas, tanto na forma de repelente (inibe a
capacidade de reprodução dos mosquitos), quanto de inseticida (elimina pragas agrícolas e trata vírus de
plantas sem causar danos ambientais) e fungicida (método de proteção mais barato para alimentos
armazenados). O neem é peça importante nos processos de reflorestamento, especialmente nas áreas semi-
áridas, por causa de seu crescimento rápido. Também é utilizado no tratamento do solo, pois ajuda na fixação
de nitrogênio, estimula a proliferação de minhocas e suas folhas alcalinas reduzem a acidez do terreno. Por ser
resistente a cupim, sua madeira é usada na carpintaria e na construção, além de servir como lenha. A semente
do neem contém um óleo que pode ser usado como combustível para lâmpadas. Arbustos plantados em locais
estratégicos do pomar servem como quebra-vento.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: A poeira fina das sementes pode irritar os pulmões.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical. A planta deve ser protegida de quedas bruscas de temperatura, geadas e
ventos fortes.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Por estaquia, sementes ou divisão das raízes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Adapta-se bem a todos os tipos de solo, inclusive aos pobres em nutrientes, secos, rasos,
arenosos e pedregosos. No entanto, desenvolve-se melhor em solos bem drenados e com pH entre 6 e 6,5.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Baixa (Cerca de 46 centímetros de chuva por ano).
Colheita
Folhas: Na época da floração, quando as flores estiverem ainda em forma de botão.
Frutos: Quando a árvore tiver 3 ou 5 anos de vida, e os frutos tiverem coloração entre verde e verde-
amarelado. O ideal é realizar a colheita antes da queda dos frutos, para evitar contato com fungos (solo).
Espalhe um pano resistente e à prova de água no solo e recolha os frutos após a retirada manual dos galhos ou
após sacudir os galhos. Os frutos maduros devem ter a polpa retirada de imediato, para evitar fermentação.
Coloque os frutos verdes à sombra por 2 ou 3 dias, antes de retirar a polpa.
Flores: Quando estiverem ainda na forma de botão.
Casca: No outono.
Sementes: De quatro a cinco anos, após a plantação. Depois que os frutos forem adequadamente colhidos
e suas polpas retiradas, as sementes devem apresentar cor branca e leitosa.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local seco e sombreado, ou em secador, com temperatura máxima de 35° C.
Frutos: Não encontrada na literatura consultada.
Flores: Ao ar livre, em local seco e sombreado, ou em secador, com temperatura máxima de 35° C.
Casca: Ao ar livre, em local seco e sombreado, ou em secador, com temperatura máxima de 45° C.
Sementes: À sombra, por dois ou três dias, ou em secador, com temperatura máxima de 45° C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de papel ou plástico transparente atóxico, em local seco e bem ventilado.
Frutos: Não encontrado na literatura consultada.
Flores: Em sacos de papel ou plástico transparente atóxico, em local seco e bem ventilado.
Casca: Em caixas de papelão, sacos de papel ou plástico transparente atóxico, em local seco e bem
ventilado.
Sementes: Em caixas de papelão, de plástico atóxico, bem fechadas e armazenadas em local fresco e seco.

Ninféia

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Nymphaea odorata Aiton - Nymphaeaceae
Planta originária da Ásia. Atualmente, é cultivada em diversas partes do mundo, principalmente na Europa e
África. Vive em águas de pouca profundidade e curso lento, evita a proliferação de algas e de mosquitos e é
capaz de sobreviver até em lagos poluídos. Seu nome foi inspirado na deusa grega Ninféia, derivada de ninfa
(mulher jovem e bonita), conhecida como a "deusa das águas". Antigamente, usava-se o chá da ninféia em
conventos e seminários, por suas funções calmantes e antiafrodisíacas. Estas propriedades foram atribuídas à
ninféia por causa das características de seu habitat e da cor de suas flores, em geral branco-rosadas, que
denotam frieza e calma. A crença não é sem fundamento: a presença de alcalóides derivados da ninfeína
fornece propriedades sedativas à planta. Porém, a ninféia é mais conhecida por ornamentar lagos, piscinas,
reservatórios de água ou fontes artificiais. Seu sinônimo científico é N. alba Michx.
Outros Nomes Populares: aguapé-da-flor-branca, lírio-aquático, lírio-d’água, nenúfar.
Outros Idiomas: seerose (alemão), nenúfar (espanhol), nénuphar (francês), white water lily (inglês), ninfea
(italiano).
Descrição Botânica: Planta aquática, rizomatosa e de ciclo perene. É uma planta emergente, com rizoma
horizontal e raízes que ficam presas no fundo dos rios e lagos. Suas folhas são peltadas ou cordiformes,
bilobadas, com lobos grandes e distantes, bordo sinuoso dentado, com nervuras aparentes, textura coriácea,
com pecíolo longo, alado e unifoliado. Tem quatro sépalas e estigma plano. Suas flores, perfumadas, são
solitárias, flutuantes, brancas, róseas ou azuladas, grandes, com cerca de 10 a 20 centímetros de diâmetro,
possuem de 30 a 120 estames amarelos, quatro sépalas, com grandes pedúnculos e numerosas pétalas grossas.
O fruto é do tipo baga deiscente.
Composição Química: Taninos (elagitaninos, galotaninos) e ninfeína.
Partes Usadas: Rizoma.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-séptica, Antiblenorrágica, Antidiarréica, Calmante, Emoliente,
Mucilaginosa, Sedativa.
Usos
culinária: A população do norte da Europa e da Índia consome as sementes e o rizoma da planta. Em
algumas ocasiões, a ninféia serve de matéria-prima para o preparo de uma espécie de cerveja. A essência pode
ser aproveitada para licores.
beleza: O pó da raiz serve de base para loções e pomadas.
saúde: A infusão das flores secas é usada popularmente como calmante e antiafrodisíaco sobre os genitais,
em casos de compulsão sexual obsessiva e ninfomania. Pode ser utilizada também contra disenterias,
diarréias, gonorréia, leucorréia e bronquite.
outros usos: Como planta ornamental em lagos, piscinas, reservatórios de água ou fontes artificiais.
Contra-Indicações: Gestantes e nutrizes não devem utilizá-la.
Efeitos Colaterais: Estudos em animais demonstraram possível efeito letal. No entanto, a intoxicação não foi
observada em humanos.
Cultivo e Conservação
clima: Desenvolve-se em qualquer clima, desde que fique sempre exposta à luz e com muita água.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes ou divisão de rizomas.
espaçamento: Deve-se plantar o rizoma da planta em um vaso de plástico ou de barro perfurado. Ela deve
ser levada à água em seguida, de preferência em tanques com profundidade de 50 a 60 centímetros e
espaçamento mínimo de 2 a 3 metros quadrados.
tipo de solo:
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Rizoma: Não encontrada na literatura consultada.
Secagem
Rizoma: Cortados em pedaços, ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com
temperatura máxima de 45º C.
Acondicionamento
Rizoma: Em tonéis bem fechados, armazenados em local seco e bem ventilado, longe da luminosidade.

Noz-moscada

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Myristica fragans Houtt. - Myristicaceae


O nome da noz-moscada foi dado em meados do século 14, pela palavra “nux moschata”, que significa “noz
almiscarada”, talvez pela semelhança de aroma dela com o almíscar. Diz a crença popular que seu aroma
lembra o das aves do paraíso, e que as flores caem ao solo como se estivessem embriagadas!
Não se tem dados precisos se ela era um condimento usado na época egípcia e grega. Certa vez, Plínio fez a
descrição de uma planta chamada na época de “comacum”, que poderia ser a atual noz-moscada. O certo é
que, em meados do século 6, ela era comprada dos árabes via Constantinopla.
Um poema escrito em 1195 por Petrus D’Edulo conta como ela foi usada como incenso antes da coroação do
imperador Henrique IV, em Roma. Outros ainda descreviam seu uso em banquetes nobres como rica
especiaria.
Seu preço, como o de todas as outras especiarias, foi muito elevado. No século 14, uma libra de noz-moscada
valia na Inglaterra o mesmo que três ovelhas. Na Alemanha, equivalia a sete bois. Em 1512, a noz-moscada
chegou à Europa, levada das Ilhas Molucas pelos navegantes portugueses. A partir desse acontecimento, a
noz-moscada ficou sob o monópolio de Portugal por mais de cem anos. Depois desse período, os holandeses
expulsaram os portugueses das ilhas e dominaram o mercado da especiaria, chegando ao extremo de destruir
as plantações que não eram capazes de supervisionar.
No século 18, a noz-moscada passou a ser o condimento mais caro no mercado, estimulando as disputas entre
os povos e as estratégias para a obtenção de sementes. O monopólio nas Ilhas Molucas durou até a ocupação
pelos ingleses, de 1796 a 1802. Com a saída dos ingleses, o cultivo da noz-moscada espalhou-se para o resto
do mundo.
Outros Nomes Populares: moscadeira.
Outros Idiomas: muskatnussbaum (alemão), nuez moscada (espanhol), noix de muscade (francês), nutmeg
(inglês).
Descrição Botânica: A noz-moscada é uma planta de porte arbóreo, de ciclo perene e que alcança até 20
metros de altura. Seu fruto lembra um damasco, é deiscente e contém apenas uma semente em seu interior, de
coloração parda. O arilo que reveste a grossa semente da noz-moscada é denominado macis.
Composição Química: borneol, canfeno, elemicina, eugenol, cimeno, dipenteno, geraniol, linalol, miristicina,
pineno, trimiristicina, safrol, terpineol e tujeno.
Partes Usadas: Sementes.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Antiinflamatória, Aperiente, Carminativa, Digestiva, Diurética,
Estomáquica, Sedativa.
Usos
culinária: Usada para condimentar molhos brancos, queijos, bolos, tortas e ainda bebidas quentes. É um
condimento versátil que pode ser usado tanto em doces como em salgados.
beleza: Não é comumente usado.
saúde: Problemas do trato gastro-intestinal, flatulência, náuseas causadas por outras drogas, leucorréia,
diarréia crônica e anemia.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: gestantes; é um condimento potencialmente tóxico e, por isso, deve ser usado com
moderação.
Efeitos Colaterais: tem efeito abortivo.
Cultivo e Conservação
clima: tropical.
exposição solar: Sombra.
propagação: a propagação vegetativa é mais comum, pois as sementes têm baixo poder de germinação.
espaçamento: não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: prefere solos profundos, soltos, ricos em nutrientes e bem drenados.
adubação e correção: esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Sementes: a produção de frutos se inicia ao redor dos 8 anos. A planta alcança sua plenitude de produção
aos 25 e dá frutos por mais de 60 anos. Quando o fruto está maduro, ele se abre e libera a semente.
Secagem

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Sementes: ao ar livre, por 6 a 8 semanas.
Acondicionamento
Sementes: em sacos de papel guardados em local seco e bem ventilado.

Oliva

Olea europaea L. - Oleaceae


Não se sabe com certeza onde surgiu a oliveira. Para alguns, teria se originada na Pérsia; para outros, no Vale
do Rio Nilo; e para outros ainda, na Mesopotâmia. Num local ou noutro, o fato é que surgiu no Oriente
Próximo há vários milhares de anos, espalhando-se mais tarde para o Ocidente, tendo chegado até a Península
Ibérica.
Embora seja cultivada também em países de clima tropical ou subtropical, a região favorita das oliveiras
continua sendo a bacia que envolve o Mediterrâneo, cujos países - Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Tunísia,
Turquia e Marrocos - concentram grande parte da produção de azeitonas.
Em Portugal, a oliveira está presente por todo o país, mas destacam-se as regiões de Trás-os-Montes, Beira
Interior, Ribatejo e Alentejo, que produzem as melhores azeitonas e os melhores azeites.
Existem numerosas variedades de oliveira, adaptadas às diversas regiões em que é cultivada: Península
Ibérica, países mediterrâneos, Califórnia, União Sul-Africana, sul da Austrália e Argentina.
Outros Nomes Populares: azeitona, oliveira.
Outros Idiomas: ölbaum (alemão), oliva (espanhol), olive (francês), olive (inglês), olivo (italiano).
Descrição Botânica: Árvore perenifólia de porte médio, que raramente ultrapassa os 6 metros de altura, com
tronco contorcido, casca grossa e ramos relativamente delgados. As folhas são compridas e estreitas, de
coloração verde-escura na lâmina superior, e verde-acinzentada ou esbranquiçada na lâmina inferior. As flores
estão reunidas em inflorescências do tipo cacho, são pequenas, brancas e aromáticas. Os frutos são
constituídos por um caroço, que contém a semente, e por uma camada exterior carnuda. Este fruto tem um alto
teor de óleo, o qual é extraído em lagares, obtendo-se, a partir dele, o precioso líquido dourado a que
chamamos azeite de oliva.
Composição Química: Apigenina, arabinose, catequina, cinchonina, colina, elenolida, esculina, escutelina,
estrona, glicerol, kaempferol, luteolina, l-olivil, olivina, pectina, quercetina, quinona, saponina, ß-sitosterol,
taninos, uvaol e verbascosídeo.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente (azeitona verde), Anti-reumática, Anti-séptica, Antiálgica,
Antiasmática, Antiinflamatória, Antilítica, Colagoga, Depurativa, Emoliente, Hipotensora, Laxante (azeitona
preta), Levemente aromática, Nutritiva, Restauradora, Vermífuga, Vulnerária.
Usos
culinária: Os frutos (as azeitonas) são muito saboreados como aperitivo, em sua forma natural. É também
ingrediente indispensável quando o objetivo é enriquecer o sabor dos pratos, tais como empadões, aves,
pastéis, empadas, saladas de batata e maionese. Dá um toque de sofisticação e bom gosto quando utilizada na
preparação e decoração de pratos à base de carnes assadas, purês e arroz.
beleza: Pode ser usado em produtos para nutrir a amaciar peles rachadas e ressecadas, cotovelos e joelhos
ásperos, mãos e pés. É usado em cremes, sabonetes e cosméticos para amaciar e hidratar cabelos secos, para
tratar as unhas e cutículas e para embelezar a pele.
saúde: Vermes intestinais, toxinas no sangue, estomatite, reumatismo, gota, hipertensão arterial, erupções
cutâneas, gastrite, enterite, colite, asma, algias, pedras nos rins, queimaduras, constipação.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado frio, com temperatura entre 5º C e 10º C; cresce também em climas tropical e
subtropical, desde que não muito úmidos.
exposição solar: Plena.
propagação: Enxertia.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Qualquer tipo de solo.
adubação e correção: Estrume ou adubo composto com boro e magnésio.

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necessidade de água: Abundante durante a temporada de frutos; moderada nas outras épocas.
Colheita
Frutos: Colher uma a uma, no outono. Para extrair o óleo, deixe as frutas na árvore até meados do inverno,
quando estarão bem enrugadas.
Secagem
Frutos: Usados na forma fresca para fabricação de conserva.
Acondicionamento
Frutos: Em potes de vidro bem fechados. O óleo é armazenado em vidros ou latas, guardadas em lugares
secos.

Ora-pro-nobis

Pereskia aculeata Mill. - Cactaceae


Planta originária dos trópicos, é encontrada no Brasil desde o Estado da Bahia ao Rio Grande do Sul. Tem
grande importância ornamental, alimentícia e medicinal.
Outros Nomes Populares: Carne de pobre, groselha-da-América, lobodo, Lobrobo, Roga por nós, rosa-
madeira.
Outros Idiomas: rose cactus (inglês).
Descrição Botânica: Arbusto trepador, intensamente armado de acúleos e com folhas suculentas. As flores
são pequenas e de coloração branco-róseas. Os frutos são pequenas bagas amarelas.
Composição Química: Tiramina, proteínas, vitaminas A, C e complexo B, cálcio, fósforo e ferro.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Antiinflamatória.
Usos
culinária: Pode ser usada em saladas, refogados, sopas, omeletes e tortas. Na roça, é comum o hábito de
misturá-lo ao feijão e combiná-lo com angu, ou então servir suas folhas em substituição às da couve,
acompanhando o frango à cabidela.
beleza: Não é usada.
saúde: Ajuda no abrandamento de processos inflamatórios e na recuperação da pele em casos de
queimadura.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: tropical e subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes ou estacas.
espaçamento: 2 metros entre plantas.
tipo de solo: Desenvolve-se em diferentes tipos de solo e não é exigente em relação à fertilidade.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou composto orgânico, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
45°C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou papel, bem fechados e longe da luminosidade.

Orégano

Origanum vulgare L. - Lamiaceae (Labiatae)


O orégano é uma pequena erva originária da região mediterrânea da Europa. Seu nome científico está ligado
ao da manjerona e significa que é uma planta parecida com esta, porém mais rústica. Os gregos já

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reverenciavam essa planta como condimento, utilizando-o no acompanhamento de molhos, como
aromatizante e na elaboração de um vinho aromático que foi batizado de "alegria da montanha", em
homenagem ao seu parentesco com a manjerona.
Outros Nomes Populares: orégão.
Outros Idiomas: oregano (alemão), orégano (espanhol), origan (francês), wild marjoran (inglês), origano
(italiano).
Descrição Botânica: O orégano é uma planta herbácea, de ciclo perene e que pode atingir até 80 centímetros
de altura. O caule é ereto e de formato quadrangular, pubescente e ramificado na parte superior. As folhas são
inteiras, pecioladas, opostas, de formato oval, pontiagudas, de coloração verde-escura e levemente
pubescentes. As flores possuem coloração variada, indo do rosa até o branco, e estão agrupadas em
inflorescências do tipo panícula, bem densas. O fruto é do tipo aquênio.
Composição Química: goma, fitosteróis, óleo essencial, resina e taninos.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Carminativa, Digestiva, Emenagoga, Estimulante, Rubefaciente, Sudorífera,
Tônica.
Usos
culinária: Molhos que acompanham carnes, peixes e berinjelas, preparações "à parmeggiana", saladas de
tomate e queijos frescos, assim como na elaboração de extratos de tomate e pizzas.
beleza: Não é usado.
saúde: Má digestão, flatulência, problemas menstruais, disfunções dispépticas, reumatismo e cólicas.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: temperado ameno, não muito frio.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes, estaquia de ramos jovens e ainda divisão das touceiras.
espaçamento: 20-30 x 50 centímetros.
tipo de solo: textura média, muito rico em nutrientes, bem drenado, secos e com pH 6,0-7,0.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Baixa.
Colheita
Folhas: quando a planta atinge seu ponto máximo de desenvolvimento foliar, antes do início da floração.
Secagem
Folhas: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35°C.
Acondicionamento
Folhas: em um saco de papel ou de plástico transparente.

Papiro

Cyperus papyrus L. - Cyperaceae


Planta originária da região das margens do rio Nilo, na África. Tem grande importância para a história
mundial, já que os egípcios utilizaram suas fibras para fazer o papiro - muito semelhante ao papel - durante
3.500 anos. O papiro serviu para documentar por escrito importantes fatos da nossa civilização. Suas fibras
também foram muito utilizadas na fabricação de cordas e tecidos, e a parte inferior de suas hastes servia de
alimento para a população mais pobre. Atualmente, na Etiópia, fabricam-se barcos de papiro, e essa é uma das
atrações turísticas do país. Diz-se que, no Egito e em Uganda, o papiro é considerado uma "erva daninha",
tamanha a facilidade com que ele se propaga nessas regiões.
Outros Idiomas: papyrus (alemão), papiro (espanhol), papyrus (francês), papyrus (inglês), papiro (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, monocotiledônea, de ciclo perene, habitat aquático e que pode atingir
até 3 metros de altura. Das raízes, se elevam numerosos colmos triangulares verdes, de aproximadamente 2 a
4 metros de altura. Esses colmos são robustos, circundados na base por uma bainha coriácea e coroados por
tufos de filamentos verdes muito numerosos e bem finos, esvoaçantes, com aspecto de espanador. Suas folhas

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têm forma linear, filiforme, de cor verde e chegam a 24 centímetros. Suas flores são minúsculas, em cacho, de
cor marrom.
Composição Química: Polissacarídeos, frutose.
Partes Usadas: Folhas, Rizoma.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Antiinflamatória, Digestiva, Vulnerária.
Usos
culinária: As partes inferiores (rizoma) eram utilizadas pelos egípcios para serem mascadas e cuspidas
como a cana-de-açúçar ou eram ingeridas cozidas, cruas ou assadas.
beleza: O rizoma da espécie C. longus possui um perfume de violeta que foi muito usado em receitas de
preparações cosméticas antigas. As hastes e as raízes aromáticas da espécie C. odoratus são usadas na
elaboração de perfumes.
saúde: O seu uso medicinal não está comprovado cientificamente, mas, de acordo com citações antigas, o
papiro era visto como uma planta de propriedades medicinais e recomendado para o tratamento de fístulas. As
folhas de papel feitas com ele eram queimadas, e as cinzas usadas para tratarem de algumas inflamações do
olho, úlceras malignas da boca e ferimentos. A espécie C. rotundus possui tubérculos que são usados
popularmente para aliviar dor no peito, gripe, indigestão e problemas menstruais.
outros usos: Na Antigüidade, suas fibras eram utilizadas para fabricar o papiro, muito semelhante ao
papel. Suas fibras também foram muito utilizadas na fabricação de cordas e tecidos. Na Etiópia, fabricam-se
barcos de papiro, e essa é uma das atrações turísticas do país.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e sub-tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Divisão de touceiras ou por estaquia.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Alagadiço (tipo brejo) e com pH entre 6,0 e 8,5.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Abundante (Deve permanecer submersa na água durante o verão. O solo deve ser
mantido muito úmido no período de crescimento).
Colheita
Folhas e Rizoma: Não encontrado na literatura consultada.
Secagem
Folhas: Não encontrado na literatura consultada.
Rizoma: Cortado em pedaços, ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com
temperatura máxima de 50º C.
Acondicionamento
Folhas: Não encontrado na literatura consultada.
Rizoma: Em sacos de pano, em local seco e bem ventilado, livre do ataque de insetos.

Papoula

Papaver somniferum L. - Papaveraceae


Originária da Ásia, a papoula é uma das plantas sagradas incluídas na Bíblia entre “as flores que crescem nos
campos”, juntamente com os crisântemos e as tulipas. De acordo com a história antiga, o cultivo da papoula
aparece citado em uma tábua descoberta na cidade suméria de Nippur, datando de 1300 a.C. Provavelmente,
seu cultivo se iniciou nas planícies mesopotâmicas, onde era sempre associada a símbolos de felicidade. No
Egito, de acordo com o “Papiro Ebers”, era usada como medicamento. Em texto egípcio, datado do século 8
a.C., a papoula era dada às crianças para impedi-las de gritar. Na Grécia, a papoula era usada como sedativo
potente, figurando também na mitologia.
No século 16, o médico inglês Thomas Sydenham elaborou um elixir que era empregado com sucesso nos
casos de disenterias e vômitos, o láudano. Ele era composto de ópio (retirado da papoula), açafrão, canela e
cravo-da-índia, macerados em vinho espanhol. Ainda hoje a papoula é utilizada para a fabricação do ópio e
também da heroína, drogas fortemente viciantes e proibidas praticamente em todo o mundo.
Os gauleses extraíam das sementes de papoula o óleo de oeillette, apreciado até os dias de hoje pelas suas

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propriedades e seu gosto delicado, semelhante ao das avelãs.
Dentro da tradição judaica, as sementes de papoula entram na elaboração do recheio de pequenos pãezinhos
triangulares chamados "oznei Haman" (orelhas de Haman), que são consumidos na festa de Purim, em
homenagem à rainha persa Ester.
No Brasil, a papoula foi introduzida inicialmente como planta ornamental. Para os agricultores do mundo, é
muitas vezes considerada uma planta daninha, infestando os pastos, as plantações de cereais e intoxicando os
animais.
Outros Nomes Populares: papoila.
Outros Idiomas: schlaf-mohn (alemão), adormidera (espanhol), pavot (francês), poppy seed (inglês),
rosolaccio (italiano), ahiphenam (sânscrito).
Descrição Botânica: A papoula é uma planta herbácea, de ciclo anual, coberta de pêlos brancos e que pode
atingir até 60 centímetros de altura. Seu caule é ereto. As folhas são divididas em lóbulos profundos. As flores
têm coloração vermelha, com uma mancha negra na base e com pétalas grandes. O fruto é do tipo cápsula,
seco e na forma de uma urna. As sementes têm coloração cinza-azulada ou esbranquiçada.
Composição Química: albuminas, ceras, codeína, corantes, derivados terpênicos, gorduras, morfina,
mucilagem, narcotina, narcotocina, papaverina, pectinas, protopina, resinas, sais minerais e tebaína.
Partes Usadas: Sementes.
Propriedades Medicinais: Antidisentérica, Antiespasmódica, Aperiente, Relaxante.
Usos
culinária: As sementes de papoula são usadas principalmente na Índia, onde se costuma triturá-las,
engrossando molhos e dando especial sabor ao curry. Nos países europeus, as sementes são usadas para a
fabricação de pães e tortas. No Japão, são empregadas em preparos com verduras.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: As sementes maduras da papoula não têm nenhum poder narcótico, mas inibem o peristaltismo dos
intestinos e a secreção do tubo digestivo. A papaverina relaxa a musculatura lisa, reduzindo espasmos no trato
digestivo. A morfina reduz a vontade de urinar.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: pessoas que seguem uma dieta pobre em gordura, pelo alto teor contido nas sementes.
Efeitos Colaterais: não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: temperado ameno.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes.
espaçamento: não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: adapta-se bem a vários tipos de solo, preferindo, no entanto, solos de textura leve e bem
drenados.
adubação e correção:
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Sementes: quando ainda estiverem verdes, mais ou menos uma semana após a abertura das flores.
Secagem
Sementes: ao sol, em local ventilado.
Acondicionamento
Sementes: em um vidro bem fechado e limpo, dentro do refrigerador ou do freezer.

Páprica

Capsicum annuum L. - Solanaceae


A páprica, ou pimentão, é originária da América do Sul, onde foi muito cultivada pelas civilizações pré-
colombianas (incas, maias e astecas). A primeira citação da páprica em documentos europeus apareceu em
meados de 1580, na Hungria, sob o nome de páprica-doce. Mais tarde, no século 19, ela passou a ser usada
freqüentemente nos Estados Unidos e no sul da Europa, entrando na composição de vários pratos e conservas.
Na segunda metade do século 20, seu consumo cresceu, especialmente na forma fresca, em saladas e para a
ornamentação de pratos.
Outros Nomes Populares: páprica-doce, pimentão vermelho, pimentão-doce.

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Outros Idiomas: paprika (alemão), paprika (espanhol), piment doux (francês), sweet pepper (inglês),
peperone (italiano), katuvira (sânscrito).
Descrição Botânica: A páprica é uma planta herbácea, de ciclo anual. Suas flores são de coloração branca e
solitárias. Seus frutos mudam gradativamente de cor, conforme o estágio de maturação, sendo verde, amarela
e vermelha. Contém várias sementes pequenas, de coloração branca ou creme.
Composição Química: Ácido esteárico, ácido palmítico, beta-caroteno, capsaicina, capsantina, fitosteróis e
silício.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Antidisentérica, Antiinflamatória, Aperiente, Digestiva, Estimulante da circulação
sagüínea.
Usos
culinária: Usada em caldos, ensopados, molhos, vinagres aromáticos, conservas e queijos condimentados.
É um condimento típico da cozinha húngara.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: Disenterias, falta de apetite, problemas digestivos, deficiências em vitamina C e cólicas por gases
abdominais.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Hipertensos.
Efeitos Colaterais: O uso excessivo pode causar taquicardia e hipertensão.
Cultivo e Conservação
clima: tolera todos os tipos de clima, ma prefere o tropical e o subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes.
espaçamento: não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: prefere solos de textura areno-argilosa, com boa drenagem e ricos em nutrientes.
adubação e correção: esterco curtido de animal, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Plena (em épocas de seca, é preciso regar freqüentemente os canteiros).
Colheita
Frutos: a partir de 100 dias do início do plantio. Colhe-se os frutos bem maduros, quando atingem a cor
avermelhada.
Secagem
Frutos: deve ser consumida preferencialmente na forma fresca, pois perde muitos de seus princípios
quando cozida ou desidratada. Para se obter a páprica em pó, é preciso primeiro desidratar os frutos e depois
triturá-los, deixando uma textura bem fina.
Acondicionamento
Frutos: os frutos frescos podem ser acondicionados por uma semana no refrigerador. O pó deve ser
acondicionado em potes de vidro bem fechados.

Patchuli

Pogostemon patchouly Pellet - Lamiaceae (Labiatae)


Originário das Filipinas e Indonésia, produz uma essência aromática muito apreciada no Oriente desde os
tempos antigos, especialmente para perfumar as roupas. Nos anos 60 e 70 foi usada pelos hippies como
símbolo de amor e paz. O nome "patchuli" vem do tâmul "paccialai", que quer dizer "folha verde". Hoje é
cultivado também no Paraguai.
Outros Nomes Populares: patchouli, vetiver.
Outros Idiomas: patschulipflanze (alemão), pachulí (espanhol), patchouli (francês), patchouli (inglês),
patchouli (italiano).
Descrição Botânica: Erva aromática que atinge de 2 a 3 metros de altura, com caule ereto e folhas macias,
opostas e ovadas. As flores são brancas, com rajadas de cor púrpura, e crescem agrupadas em espigas
terminais ou axilares.
Composição Química: Acetona, aldeído cinâmico, alloaromadendreno, benzaldeído, calameneno,
cariofileno, cinamaldeído, eugenol, gurjuneno, patcholeno, patchoulipiridina e pogostol.
Partes Usadas: Folhas, Óleo essencial.

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Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Anti-séptica, Antiacnéica, Antifúngica, Antiinflamatória,
Antimicrobiana, Aromática, Citostática, Condicionante, Descongestionante, Desodorante, Emoliente,
Fixadora, Higienizante, Recondicionadora, Rejuvenescedora, Revitalizante, Tônica.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Indicado para peles oleosas, acnéicas, secas e maduras, é usado em vaporizações e loções para
limpeza profunda e eliminação da oleosidade excessiva. Empregado na fabricação de cremes hidratantes para
peles envelhecidas e enrugadas, desodorantes corporais, produtos para banhos de imersão e muito usado na
indústria da perfumaria como agente fixador. Usado ainda no tratamento de cicatrizes.
saúde: Contra insônia, perda de apetite e ataques nervosos. Usado ainda como antidepressivo, estimulante
e para ajudar na concentração. Os árabes, japoneses e chineses utilizam-no para a prevenção de doenças.
outros usos: Nos anos 60 e 70 foi largamente utilizada pelos hippies como símbolo de amor e paz. Sua
essência aromática é muito apreciada no Oriente, especialmente para perfumar roupas.
Contra-Indicações: De acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações ao uso externo.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, não há efeitos colaterais advindos do uso externo.
Cultivo e Conservação
clima: Quente e úmido.
exposição solar: Meia-sombra (sombra da tarde).
propagação: Sementes.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Textura média, bem drenado e rico em matéria orgânica e nutrientes.
adubação e correção: Esterco de gado curtido, composto orgânico ou húmus de minhoca.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Três anos após o plantio.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em estufa, com temperatura máxima de 35
graus Celsius.
Acondicionamento
Folhas: Depois de secas, são agrupadas em fardos e enviadas para o local de extração e destilação do óleo
essencial.

Pepino

Cucumis sativus - Cucurbitaceae


Originário das regiões montanhosas da Índia e da África. Era muito apreciado pelos israelitas durante o
cativeiro no Egito, tendo sido citado na Bíblia no texto que se refere à travessia do deserto comandada por
Moisés. Os hebreus chamavam várias cucurbitáceas de "pikkes" e gostavam de comer o pepino em conserva –
daí acredita-se que derivou o nome "picles", usado hoje para se referir a qualquer tipo de conserva de
legumes. A espécie Cucumis sativus foi trazida para o Brasil pelos portugueses, que iniciaram seu cultivo no
século 16.
Outros Idiomas: gurke (alemão), pepino (espanhol), concombre (francês), cucumber (inglês), cetriolo
(italiano).
Descrição Botânica: Trepadeira anual, de caule flexível dotado de gavinhas, que pode crescer também
rastejando pelo chão, sem suporte (estaqueamento). As flores são amarelas e a mesma planta contém flores
masculinas e femininas, estas últimas em menor número e com um ovário de cor verde. Os frutos são
compridos, crassos, ovalados, ricos em água e com casca lisa ou enrugada, dependendo da variedade.
Composição Química: Grande quantidade de vitaminas A, B, C e K, além de minerais como flúor, potássio,
fósforo, cálcio, sódio, silício, enxofre, cloro, magnésio e ferro.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Antiinflamatória, Aperiente, Calmante, Digestiva, Diurética, Estimulante,
Refrescante, Remineralizante, Tônica.
Usos
culinária: Usado cru em saladas, sendo consumido com a casca. Utilizado no preparo de sopas, canapés,
sushis e outros pratos. Preparado também na forma de conserva (picles), mas perde parte de seus elementos

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nutritivos.
beleza: É ótimo para a pele, cabelos e unhas, por causa de seu alto teor de enxofre. O suco de pepino
(batido com a casca) é uma excelente loção para as mãos de quem trabalha muito com sabão ou detergente. É
usado em máscaras faciais, loções e cremes revitalizantes e rejuvenescedores, ajudando a tonificar a pele e a
eliminar manchas e rugas.
saúde: Conhecido como um dos melhores diuréticos naturais, sendo recomendada sua ingestão pelas
pessoas que sofrem de gota, artrite, reumatismo, problemas renais e cardiovasculares. Ajuda a regular a
pressão arterial e é excelente para o fígado, vesícula e rins. O suco do pepino (batido com a casca) é usado
contra inflamações no tubo digestivo e na bexiga e enfermidades na boca, gengivas, lábios e dentes.
Misturado ao mel de abelhas, o suco ajuda a combater problemas da garganta e angina. Com suco de cenoura
ou beterraba, ajuda a abrir o apetite.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Subtropical, com temperaturas entre 22 e 25º C; não tolera o frio nem geadas, mas em temperaturas
muito altas e dias longos, o número de flores femininas – e, portanto, o de frutos – diminui.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes.
espaçamento: 1 metro x 50 centímetros no caso de estaqueamento, e de 1,2 metro x 40 centímetros no
caso de condução rasteira.
tipo de solo: Prefere os solos de textura areno-argilosa, leves, de acidez média a fraca, muito ricos em
matéria orgânica e bem drenados.
adubação e correção: Esterco líquido em cobertura, cobertura morta ao redor da planta.
necessidade de água: Moderada (Regas a cada três dias).
Colheita
Frutos: Ainda verdes, quando atingirem de 20 a 25 centímetros de comprimento e 3 ou 4 centímetros de
diâmetro. No pepino de conserva, a colheita se faz quando o fruto atinge de 6 a 10 centímetros de
comprimento por 2 ou 3 diâmetro.
Secagem
Frutos: Usados na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: Na geladeira, envolto por filme plástico para evitar a desidratação e o enrugamento.

Pêra

Pyrus communis L - Rosaceae


Originária da Europa e da Ásia Central. Na Antiga Grécia, era chamada de "fruta de Afrodite" e considerada o
símbolo do amor. Os gregos acreditavam que a bebida preparada com pêras tinha o poder despertando o
apetite sexual e intensas paixões. Existem diversas variedades de pêra, sendo mais cultivadas no Brasil a pêra-
d'água, a dura, a d'anjou e a nacional.
Outros Nomes Populares: pereira.
Outros Idiomas: birne (alemão), pera (espanhol), poire (francês), pear (inglês), pero comune (italiano).
Descrição Botânica: Árvore média, de copa piramidal, fortemente ramificada e que cresce 10 metros ou
mais. As folhas são verde brilhantes, de formato elíptico ou oval, com ponta obtusa, de 5 a 10 centímetros de
comprimento. As flores são agrupadas em inflorescências do tipo corimbo, contendo de 5 a 7 flores brancas
por inflorescência. Os frutos são uma baga múltipla, que provém de vários pistilos de uma mesma flor e tem
formato piriforme.
Composição Química: Carboidratos, fibras, vitaminas A, C e do complexo B, além de cálcio, cloro, fósforo,
potássio, enxofre e magnésio. Cada 100 gramas possui cerca de 60 calorias.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antiinflamatória, Digestiva, Diurética, Nutritiva, Refrescante,
Umectante.
Usos
culinária: Consumida ao natural, pura, na forma de suco ou em saladas, e usada na preparação de doces e

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compotas.
beleza: Usada em máscaras faciais para proporcionar sensação de frescor, nutrição dos tecidos e suavizar a
textura da pele. Usada na forma de cremes e loções para amaciar as mãos e os pés.
saúde: Os frutos ativam a circulação sangüínea, ajudam na digestão - especialmente contra prisão de
ventre -, ajudam a baixar a pressão arterial, contribuem para a boa formação dos ossos, dentes e sangue,
mantêm o equilíbrio interno e o vigor do sistema nervoso e auxiliam no combate a inflamações do intestino e
da bexiga. Sua maior ação terapêutica se faz na doença diverticular do intestino.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Enxertia com cavalos, feita em marmeleiros.
espaçamento: 6 metros entre plantas.
tipo de solo: Pesado, mas bem drenado e adubado, com pH entre 5,5 e 6; não se desenvolve bem em solos
de textura arenosa ou pedregosa.
adubação e correção: 10 litros de esterco de curral bem curtido, 200 gramas de farinha de osso e 200
gramas de torta de mamona por cova.
necessidade de água: Moderada (Regas apenas nos primeiros meses após o plantio, no florescimento e na
frutificação).
Colheita
Frutos: No verão, a partir do 5º ano após o plantio.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: Na geladeira, por uma semana.

Pêssego

Prunus persica (L.) Batsch - Rosaceae


Fruta originária da China, chegou ao Brasil no século 16, trazida pelos portugueses. Seu nome deriva do latim
"persicu malum", que quer dizer "maçã da Pérsia".
Outros Nomes Populares: pessegueiro.
Outros Idiomas: pfirsich (alemão), melocotón (espanhol), pêche (francês), peach (inglês), pesco (italiano).
Descrição Botânica: Árvore que atinge 8 metros de altura e que floresce sem folhas, enchendo-se de
pequenas flores de cor rosa. Os frutos são do tipo drupa, com mesocarpo carnoso, edule, e endocarpo muito
duro.
Composição Química: Carboidratos, fibras, vitaminas A, C e do complexo B, bem como sais minerais, a
exemplo do fósforo, magnésio, manganês, cobre, iodo e ferro. Cada 100 gramas da fruta fornece, em média,
50 calorias.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Anti-reumática, Antiidade, Balsâmica, Calmante, Cicatrizante, Digestiva,
Hidratante, Nutritiva, Refrescante, Suavizadora, Tônica, Umectante.
Usos
culinária: Consumido ao natural, na forma de sucos ou usado no preparo de compotas, geléias e pratos
doces. Em pratos salgados, o pêssego em compota fica muito bom em um molho, preparado com vinho
branco, para acompanhar filés de frango.
beleza: Usado em cremes nutritivos e hidratantes para o tratamento de rugas e prevenção do
envelhecimento precoce. Pode ser usado em máscaras tensoras para amaciar cotovelos e joelhos ásperos ou
em banhos de imersão para refrescar e tonificar a pele.
saúde: Indicado para manter o bom funcionamento do intestino, combater ao reumatismo e para evitar
problemas da pele e do sistema nervoso. Alimento muito bom para diabéticos.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Efeitos Colaterais: Não foram encontradas na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado ameno; gosta de verões quentes e invernos relativamente frios.
exposição solar: Plena.
propagação: A melhor forma é a enxertia, mas também se propaga por estacas ou sementes.
espaçamento: 5 metros entre plantas.
tipo de solo: Prefere os solos de textura arenosa, ou mesmo pedregosa, desde que ricos em matéria
orgânica, bem drenados e com pH em torno de 6.
adubação e correção: Húmus ou matéria orgânica não muito rica em nitrogênio.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Frutos: Na primavera ou no verão, quando amarelarem e estiverem ligeiramente macios ao toque.
Secagem
Frutos: Usados na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: Por 15 dias em local fresco ou em conserva. Podem ser congelados.

Pimenta-do-reino

Piper nigrum L. - Piperaceae


Nativa da Índia e do Sudeste Asiático, a pimenta-do-reino chegou ao Brasil no período colonial, mas só
começou a ser produzida comercialmente em 1933, quando imigrantes japoneses se instalaram no Pará,
trazendo mudas da variedade Cingapura, que até hoje é a mais cultivada. Essa variedade tem como
características folhas estreitas, espigas curtas e frutos pequenos. É uma das especiarias mais apreciadas em
todo o mundo, e foi um dos produtos que levou os europeus a se lançarem aos mares em busca de um caminho
para o Oriente, único lugar de onde provinha antigamente a pimenta-do-reino.
Outros Nomes Populares: pimenta branca, pimenta preta, pimenta verde.
Outros Idiomas: pfeffer (alemão), filfil aswad (árabe), pimienta negro (espanhol), poivre noir (francês),
pilpel shahhor (hebraico), zwarte peper (holandês), feketebors (húngaro), merica hitam (indonésio), black
pepper (inglês), pepe nero (italiano), pimenta preta ou pimenta-do-reino (português de Portugal), chyorny
pjerets (russo), svartpeppar (sueco), karabiber (turco).
Descrição Botânica: Trepadeira, de raízes aéreas, que atinge cerca de 1,20 metro de altura, mas que pode
atingir até 4 metros na Ásia. Possui folhas alternas, de formato oval ou arredondado, de coloração verde-clara
na parte inferior do limbo. As flores são muito pequenas, de coloração branca e agrupadas em inflorescências
do tipo espiga. Os frutos têm formato esférico, de coloração verde quando ainda não maduros e vermelha
quando maduros.
Composição Química: Monoterpenos (sabineno e pineno), beta-pineno, mirceno, limoneno, delta-3-careno,
sesquiterpenos (beta-cariofileno, humuleno, beta-bisabolono, cetona e óxido cariofileno), eugenol, miristicina
e safrol, piperina, piperidina (azinano), vitaminas A, B e C, cálcio, fósforo e ferro.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Aperiente, Carminativa, Digestiva, Estomáquica, Tônica.
Usos
culinária: Utilizada inteira ou moída no tempero de quase todos os tipos de pratos, tais como carnes, aves,
massas, molhos, legumes etc. Empregada ainda como conservante de certos preparados de carne, como
mortadela e salame. É um dos ingredientes da bebida refrescante chamada de "bloody mary" (suco de tomate
com vodca) ou do suco de tomate temperado.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: Trata inflamação da garganta, aumenta a secreção de sucos gástricos, facilitando a digestão e
ativando o metabolismo em geral.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Pessoas com hemorróidas ou com problemas digestivos.
Efeitos Colaterais: Usada em excesso é um poderoso cáustico, podendo
provocar irritações no aparelho digestivo, úlceras, colites e até câncer de cólon intestinal. Aumenta o risco de
hemorróidas ou traz desconforto para quem as têm.
Cultivo e Conservação

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clima: de temperados a quentes, com temperaturas na faixa dos 16 aos 25º C (o ideal é uma temperatura
média anual de 21º C), precipitação pluvial de 1.800 milímetros por ano e umidade relativa de 80%.
exposição solar: Plena.
propagação: por enraizamento de estacas, retiradas de ramos ortotrópicos de pimenteiras sadias e
produtivas. Cada estaca, com 3 a 5 gemas bem formadas, deve ser enterrada no canteiro de enraizamento, ou
em sacos plásticos cheios de terra, a 15 cm de profundidade. Propaga também por mudas, produzidas em
sementeiras.
espaçamento: 3,0 x 2,5 metros, com cerca de 900 pimenteiras por hectares.
tipo de solo: prefere terrenos areno-argilosos, profundos, com acidez de média a fraca e ricos em matéria
orgânica; não tolera solos encharcados.
adubação e correção: as plantas devem ser adubadas no plantio (2 quilos de esterco bovino por cova) e
antes do florescimento, que acontece entre outubro e novembro. Além de adubar, é preciso fazer coroação,
roçadas e condução dos ramos que vegetam desordenadamente.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: três a quatro meses após a semeadura. A colheita rende três variedades de pimenta: verde (quando
ainda não está madura), branca (quando os frutos apresentam coloração avermelhada) e preta (quando ficam
verdolengos).
Secagem
Frutos: a pimenta preta é constituída de grãos enrugados por desidratação, providos de sua casca, tendo
sido submetidos a um processo de secagem natural, ao sol, ou artificial (em secador, com temperatura de cerca
de 60º C), adquirindo coloração que varia da marrom à preta. A pimenta branca é constituída de grãos
desprovidos de sua casca, obtidos através do processo de maceração, tomando a coloração branca, ou branco-
acinzentada por deficiência de preparo.
Acondicionamento
Frutos: em sacos de plástico transparente, bem fechados, ou em potes de vidro com tampa.

Pistache

Pistacia vera L - Anacardiaceae


Planta originária do Oeste da Ásia. O pistache foi introduzido na Itália há mais de 2.000 anos. Posteriormente,
seu cultivo estendeu-se por todo o Mediterrâneo. Chegou nos Estados Unidos no século 19, pelas mãos de um
certo Charles Mason, que distribuiu o cultivo pelos estados da Califórnia, Texas e mais alguns do sul. Os
principais produtores de pistache atualmente são, por ordem de importância, o Irã, os Estados Unidos
(Califórnia), a Turquia, China, Síria, Itália e Grécia.
Outros Nomes Populares: alfóstico, pistacha, pistacheiro, pistacho.
Outros Idiomas: echte pistazie (alemão), pistacho (espanhol), pistache (francês), pistachio (inglês),
pistacchio (italiano).
Descrição Botânica: Árvore pequena, de copa densa e caducifólia (plantas cujas folhas caem no inverno), de
5 a 7 metros de altura. O caule é nodoso, de superfície rugosa, de cor cinzenta e fortemente ramificado e
retorcido. As folhas são formadas por três ou cinco folíolos, de consistência coriácea e cor verde escura, e
apresentam-se em forma ovada a oblongo-ovada (alongada-ovada). Os frutos são drupas comestíveis de 2 a
2,5 centímetros, de formato ovalado, secos, com casca dura, lisa e entreaberta.
Composição Química: Proteínas, óleos, ácido aspártico, ácido mirístico, alanina, arsênico, ácido quínico,
ácido shikímico, betacaroteno, fitosterol, resina, stigmasterol, tanino, threonina, e valina.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Calmante, Descongestionante, Diurética, Emoliente, Estimulante da
abertura dos poros.
Usos
culinária: Seus frutos cedem um material de sabor delicado, usado como condimento em cozinha e
confeitaria, especialmente no preparo de sorvetes.
beleza: Usado como componente de produtos cosméticos, como, por exemplo, cremes, gel e loção.
Também é utilizado na limpeza de pele, para eliminar cravos, e em máscaras de beleza para descansar a pele e
revigorar a expressão facial.
saúde: Usado para tratar picadas de insetos e em casos de bronquites e problemas pulmonares. Também é

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comum o seu uso para ativar a secreção urinária.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: 6 x 5 metros.
tipo de solo: De textura arenosa, profundo, bem drenado e com pH entre 6,0 e 8,0.
adubação e correção: Necessita de grandes quantidades de nitrogênio.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: Cinco anos após o plantio, quando a casca exterior deles desprende-se facilmente.
Secagem
Frutos: Secos ao sol.
Acondicionamento
Frutos: Podem ser guardados em sacos de plásticos, na geladeira ou à temperatura ambiente em
recipientes hermeticamente fechados.
Pistache

Pistacia vera L - Anacardiaceae


Planta originária do Oeste da Ásia. O pistache foi introduzido na Itália há mais de 2.000 anos. Posteriormente,
seu cultivo estendeu-se por todo o Mediterrâneo. Chegou nos Estados Unidos no século 19, pelas mãos de um
certo Charles Mason, que distribuiu o cultivo pelos estados da Califórnia, Texas e mais alguns do sul. Os
principais produtores de pistache atualmente são, por ordem de importância, o Irã, os Estados Unidos
(Califórnia), a Turquia, China, Síria, Itália e Grécia.
Outros Nomes Populares: alfóstico, pistacha, pistacheiro, pistacho.
Outros Idiomas: echte pistazie (alemão), pistacho (espanhol), pistache (francês), pistachio (inglês),
pistacchio (italiano).
Descrição Botânica: Árvore pequena, de copa densa e caducifólia (plantas cujas folhas caem no inverno), de
5 a 7 metros de altura. O caule é nodoso, de superfície rugosa, de cor cinzenta e fortemente ramificado e
retorcido. As folhas são formadas por três ou cinco folíolos, de consistência coriácea e cor verde escura, e
apresentam-se em forma ovada a oblongo-ovada (alongada-ovada). Os frutos são drupas comestíveis de 2 a
2,5 centímetros, de formato ovalado, secos, com casca dura, lisa e entreaberta.
Composição Química: Proteínas, óleos, ácido aspártico, ácido mirístico, alanina, arsênico, ácido quínico,
ácido shikímico, betacaroteno, fitosterol, resina, stigmasterol, tanino, threonina, e valina.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Calmante, Descongestionante, Diurética, Emoliente, Estimulante da
abertura dos poros.
Usos
culinária: Seus frutos cedem um material de sabor delicado, usado como condimento em cozinha e
confeitaria, especialmente no preparo de sorvetes.
beleza: Usado como componente de produtos cosméticos, como, por exemplo, cremes, gel e loção.
Também é utilizado na limpeza de pele, para eliminar cravos, e em máscaras de beleza para descansar a pele e
revigorar a expressão facial.
saúde: Usado para tratar picadas de insetos e em casos de bronquites e problemas pulmonares. Também é
comum o seu uso para ativar a secreção urinária.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes.

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espaçamento: 6 x 5 metros.
tipo de solo: De textura arenosa, profundo, bem drenado e com pH entre 6,0 e 8,0.
adubação e correção: Necessita de grandes quantidades de nitrogênio.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: Cinco anos após o plantio, quando a casca exterior deles desprende-se facilmente.
Secagem
Frutos: Secos ao sol.
Acondicionamento
Frutos: Podem ser guardados em sacos de plásticos, na geladeira ou à temperatura ambiente em
recipientes hermeticamente fechados.

Pitanga

Eugenia uniflora L. - Myrtaceae


Pitanga, em língua tupi, quer dizer vermelho-rubro. E essa fruta da família das mirtáceas (a mesma da goiaba
e da jabuticaba), de fato, possui tons que vão do vermelho ao rubro ou roxo, algumas vezes chegando a ser
quase preta. Sua polpa tem sabor adocicado, levemente ácido. A pitanga é originária do Brasil, sendo
encontrada em todo o país, de Norte a Sul, e nos países vizinhos, especialmente no Uruguai e na Argentina.
Outros Nomes Populares: cerejeira-brasileira, pitanga-branca, pitanga-do-mato, pitanga-rósea, pitanga-roxa,
pitanga-vermelha, pitangueira, pitangueira-comum, pitangueira-miúda, pitangueira-vermelha.
Outros Idiomas: pitanga (castelhano), pitanga (espanhol), surinam cherry (inglês).
Descrição Botânica: a pitangueira atinge de 2 a 4 metros de altura nas regiões subtropicais. Em condições
ótimas de clima e solo, pode chegar a mais de 6 metros de altura. As folhas são pequenas, passando de róseas,
quando jovens, a verde-escuras e brilhantes quando adultas. São simples, opostas, ovóides-elípticas, com
pecíolo de 3 a 4 milímetros. Quando formada, a folhagem exala um aroma forte e característico. As flores são
brancas, isoladas, hermafroditas e melíferas, com estames múltiplos e suavemente perfumadas. O fruto é uma
baga com 1,5 a 3 centímetros de diâmetro, com 8 sulcos longitudinais, tem casca muito fina, de cor branca,
alaranjada, vermelha bem escura ou quase preta. A polpa do fruto maduro é rosada ou vermelha, macia,
suculenta, doce ou agridoce, aromática, saborosa e perfumada, com 1 ou 2 sementes.
Composição Química: cada 100 gramas de polpa, com 47 calorias, possui 1,02 grama de proteínas, 6,4
gramas de glicídeos, 1,9 grama de lipídeos, 10 miligramas de cálcio, 11 miligramas de fósforo, 0,2 miligramas
de ferro, 0,3 miligramas de niacina, 210 miligramas de vitamina A, 30 miligramas de vitamina B2 e 14
miligramas de vitamina C. As folhas contêm o alcalóide pitanguina (sucedâneo de quinino.
Partes Usadas: Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Analgésica, Depurativa, Digestiva, Refrescante, Refrigerante,
Vermífuga.
Usos
culinária: O fruto é comido ao natural ou sua polpa é consumida sob forma de refrescos, sucos, sorvetes,
doces, geléias, vinhos e licores – dizem que o licor (ou conhaque) de pitanga, cuja receita ficou imortalizada
no livro "Açúcar", de Gilberto Freyre, possui propriedades afrodisíacas.
beleza: Por ter efeito refrescante, é útil para limpar e descongestionar a pele do rosto, sem irritá-la. O chá
das folhas de pitanga é usado contra queda de cabelo, e o extrato da fruta ajuda a controlar a oleosidade dos
fios. O óleo essencial de pitanga, formulado junto com o óleo de amarula, é usado para massagens eróticas,
pois é excitante e agradável.
saúde: Ingeridos após as refeições, os frutos agem como digestivos. As folhas são usadas na medicina
caseira, na forma de chás e banhos, para tratamento de febres intermitentes. O chá também é utilizado contra
diarréia, afecções do fígado, bronquite, hipertensão, cólica menstrual, reumatismo e gota. Em gargarejos, age
contra infecções da garganta. Tomado em jejum e durante o dia, ajuda no emagrecimento. Dizem ainda que o
chá de folhas de pitanga é excitante.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: tropical e subtropical, com temperaturas entre 23 e 27º C, média pluviométrica anual em torno de

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1.500 milímetros e umidade do ar em torno de 80%. Sob irrigação, a pitanga pode ser cultivada em áreas
semi-áridas do Nordeste.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes, alporquia e enxertia.
espaçamento: 4 x 5 metros em terrenos com declividade de 0 a 10%, ou 4 x 4 metros em terrenos com
declividade de 10 a 40%.
tipo de solo: solos com pH entre 6,0 e 6,5, leves (arenosos), silico-argilosos ou argilo-silicosos, desde que
sejam profundos, drenados, férteis e de planos a levemente ondulados. A planta gosta de terrenos com altitude
entre 600 e 800 metros.
adubação e correção: 60 dias antes do plantio, mistura-se 10 litros de esterco de curral com 200 gramas
de superfosfato simples e 100 gramas de cloreto de potássio à terra de superfície e coloca-se no fundo da cova.
O plantio é efetuado no início da estação chuvosa.
necessidade de água: Mediana.
Colheita
Folhas: em qualquer época do ano.
Frutos: de outubro a janeiro.
Secagem
Frutos: usados preferencialmente na forma fresca.
Folhas: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador com temperatura máxima de 35º
C.
Acondicionamento
Frutos: os frutos maduros devem ser colhidos à mão, delicadamente, e colocados em caixas de madeira
abrigadas do sol (à sombra, sob cobertura de lona); a polpa processada pode ser congelada.
Folhas: em sacos de papel ou de pano bem fechados.

Poejo

Mentha pulegium - Lamiaceae (Labiatae)


O poejo é uma planta proveniente dos vales fluviais da Europa e da Ásia e da região meditarrânea. Suas folhas
pequenas e delicadas possuem um intenso sabor de hortelã.
Outros Nomes Populares: erva-de-são-lourenço, menta-selvagem.
Outros Idiomas: polei-minze (alemão), poleo (espanhol), menthe pouliot (francês), pennyroyal (inglês),
puléggio (italiano).
Descrição Botânica: Planta perene, rasteira e herbácea, de 30 a 50 centímetros de altura e que desenvolve
intensamente seu ritmo foliar. Possui, sobre os rizomas alongados, pequenos caules muito ramificados, de
coloração verde-clara, que atingem até 40 centímetros de comprimento. As folhas são estreitas e ovais,
opostas e de coloração acinzentada. As flores de coloração rósea ou violácea, são reunidas em inflorescências
que surgem a partir da metade superior dos ramos.
Composição Química: Ácido rosmarínico, ácido salicílico, aromadendreno, cadineno, carvacrol, carvona,
cimol, cineole, citronelol, eugenol, fenchona, hesperidina, linalol, mentol, mirceno, neomentol, ocimeno, alfa
e beta-pineno, piperitol, pulegol, tanino, timol.
Partes Usadas: folhas, talos e flores.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Talos.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Antiespasmódica, Antiinflamatória, Carminativa, Digestiva,
Diurética, Emenagoga, Expectorante, Sedativa.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Combate o mau hálito.
saúde: O chá das folhas, flores e talos é empregado contra tosse, rouquidão, asma, coqueluche, doenças
pulmonares, acidez estomacal, diarréia, insônia, problemas menstruais, vermes, debilidade geral, dores de
barriga dos recém-nascidos, azia, dispepsia, bronquite crônica, flatulência, febre, ansiedade, insônia e cãibras.
Sua ação no fígado é muito mais forte que a da hortelã.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser utilizado durante a gravidez. O uso da essência de poejo em doses elevadas
pode ser perigo.

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Efeitos Colaterais: Se usado em grande quantidade, pode ser abortivo, devido ao efeito emenagogo intenso
da planta.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: Rizomas.
espaçamento: 30 centímetros entre plantas.
tipo de solo: Tem predileção por solos muito úmidos, especialmente pelos alagados salgados.
adubação e correção: Esterco curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30 centímetros de
profundidade.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Folhas e Flores: 3 meses após o plantio, em qualquer época do ano. dá flores no verão.
Secagem
Folhas e Flores: Na sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Acondicionamento
Folhas e Flores: Em sacos de papel ou pano, bem fechados.

Porangaba

Cordia salicifolia Cham. - Boraginaceae


Originária do Brasil, é encontrada em grande quantidade nos estados de Minas Gerais, Bahia, Acre e Goiás.
Disseminada também pelas áreas de floresta tropical da Argentina e do Paraguai. É usada desde o início do
século como planta medicinal, especialmente pela população rural.
Outros Nomes Populares: bugrinho, café-do-mato, chá-de-bugre, chá-de-frade, laranja-do-mato, louro-
salgueiro.
Outros Idiomas: araticú (espanhol), bois d'Inde (francês), bugre-tea (inglês).
Descrição Botânica: Árvore glabra que atinge de 8 a 12 metros de altura, com caule de madeira branca, com
30 a 40 centímetros de diâmetro. As flores são brancas, campanuladas, e os frutos são do tipo drupa, de
coloração vermelha e bem parecidos com os grãos do café - por isso a porangaba também é conhecida como
café-do-mato.
Composição Química: Fitoquímicos, alatoína, cafeína, potássio, taninos, princípios amargos e óleos
essenciais.
Partes Usadas: Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Antitussígena, Béquica, Cardiotônica, Cicatrizante, Diurética, Estimulante,
Estomáquica, Febrífuga.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Empregada em dietas de emagrecimento, pois ajuda a queimar depósitos de gordura, especialmente
da barriga, e age contra a celulite.
saúde: Seu uso principal é contra a obesidade, mas é empregada também para estimular a circulação e
combater edemas, reduzir o apetite, contra gastrite, úlcera e tosse. No Japão vem sendo testada com sucesso
contra o herpes provocado por vírus do tipo 1.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Pode causar irritação em estômagos sensíveis.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.
espaçamento:
tipo de solo:
adubação e correção:
necessidade de água:
Colheita

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Folhas: Durante todo o ano.
Frutos: Quando estiverem maduros.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou na estufa, em temperatura máxima de 35
graus Celsius; as folhas podem ser usadas frescas.
Frutos: Na estufa, em temperatura máxima de 40 graus Celsius.
Acondicionamento
Folhas e Frutos: Em sacos de pano ou papel.

Prímula

Primula veris L. - Primulaceae


A prímula é uma planta originada provavelmente da Ásia e Europa. Na mitologia grega, suas flores foram
dedicadas aos deuses, e, no Cristianismo, à Virgem Maria. Suas flores são pendentes, parecendo um molho de
chaves, o que lhe deu o nome na Inglaterra de "key flower" ("flor-chave"). Seu uso hoje é muito versátil,
sendo empregada na culinária, na beleza e na medicina com sucesso.
Outros Nomes Populares: orelha-de-urso, primavera.
Outros Idiomas: echte schlüsselblume (alemão), primevère (francês), cowlip (inglês), primula odorosa
(italiano), primulae (latim).
Descrição Botânica: A prímula é uma planta herbácea, pubescente, de ciclo anual e que atinge 20 centímetros
de altura. As folhas crescem rentes ao solo, formando uma roseta. Do centro delas sai uma haste comprida, da
qual desenvolvem-se flores pendentes de coloração amarelo-dourada com uma mancha laranja-avermelhada
no centro, gamopétalas, agrupadas em inflorescências do tipo umbela.
Composição Química: ácido salicílico; raiz: açúcares, primulaverina, saponinas triterpenóides, taninos;
flores: ácido primúlico, carotenóides, gentiotriosídeo, gossypetina, kaempferol, óleo essencial, primaverase,
quercetina e saponinas.
Partes Usadas: Flores, Óleo extraído de toda a planta, Raízes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antiespasmódica, Antiinflamatória, Emoliente, Hidratante,
Nutritiva, Sedativa.
Usos
culinária: as folhas são usadas em saladas e misturadas a outros condimentos para temperar carnes; as
flores são usadas em delicadas conservas e suas pétalas são cristalizadas com açúcar e usadas como
ingrediente de pratos refrescantes.
beleza: eczemas, desequilíbrio da oleosidade da pele, peles irritadas, envelhecidas e avermelhadas, acne,
cabelos frágeis, finos e quebradiços; usada em protetores solares.
saúde: inflamações, fortificante dos nervos e insônia.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: pessoas alérgicas à planta.
Efeitos Colaterais: reações alérgicas, problemas estomacais e vertigem.
Cultivo e Conservação
clima: temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes e estaquia de ramos novos.
espaçamento:
tipo de solo: textura argilo-arenosa, leve, rico em nutrientes e úmido.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Flores: no início da floração.
Raízes: 3 anos após o plantio.
Secagem
Flores: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35°C.
Raízes: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de

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60°C.
Acondicionamento
Flores e Raízes: em sacos de papel, de pano ou de plástico transparente.

Psyllium

Fonte
Obtido das sementes de Plantago psyllium e Plantago arenaria ( Plantaginaceae)
Composição
As sementes são compostas por alcalóides (boschmaquina, plantagonina, indicainina), mucilagens
ácidas (xilose, ácido galacturônico, arabinose, ramnose), misturas de polissacarídeos, iridóides,
fitosteróis (b-sitosterol, campestrol), triterpenos, ácidos graxos, taninos e sais de potássio.
Ações terapêuticas
Tem ação laxativa mecânica suave, por aumento da emoliência das fezes. É usado na obstipação
crônica, hemorróida,gravidez,convalescença,pós operatório,senilidade,colites e diverticulites.
Dose
Segundo Formulário Médico Farmacêutico, usar Psyllium Pó: 10 a 30 g/dia, em doses divididas às
refeições e ao deitar.
Segundo Formulário de prescrição fitoterápica usar, Psyllium pó 5-20g dia.
Precauções
Quando misturados à líquidos deve ser ingerido imediatamente, pois o aumento de volume da
mucilagem deve ocorrer no intestino.

Quebra-pedra

Phyllanthus niruri L. - Euphorbiaceae


Nativa da América do Sul, é usada em todo mundo para diversos problemas de saúde, tanto como diurética
como para auxiliar no tratamento da hepatite. No Brasil, porém, ficou mais famosa para a eliminação de pedra
nos rins, daí o seu nome quebra-pedra. Cresce em todo o país, especialmente na Região Sudeste, na Bahia e
no Pará.
Outros Nomes Populares: arrebenta-pedra, erva-pombinha, saxífraga.
Outros Idiomas: collarcillo (espanhol), stone breaker (inglês).
Descrição Botânica: Herbácea rasteira, com até 50 centímetros de altura. As folhas são pequenas, inteiras,
alternas, com bordas elípticas. As flores, amarelas, são agrupadas em inflorescências e possuem sexos
separados. O fruto, do tipo esquizocarpo, separam-se em três cocos (tricoca), liberando sementes
arredondadas e ricas em endosperma.
Composição Química: Glicosídeos, ácidos graxos, triterpenos, lignanas, esteróides (estigmasterol, b-
sitosterol), mucilagens, taninos, flavonóides (quercitrina, quercetina, rutina e astragalina), alcalóides
(filocrisina, norsecuritina, ent-norsecuritina), filantol, ácido elárgico, breviflonina-ácido carboxílico e sais
minerais.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Anti-séptica, Antiblenorrágica, Antidiarréica, Antiespasmódica,
Aperiente, Diurética, Hepatoprotetora, Hipoglicêmica, Relaxante, Vermífuga.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: A infusão ou a tintura de quebra-pedra é utilizada para eliminar edemas, areias e cálculos renais;
empregada ainda contra cólica renal, cistite, hepatite B, hipertensão arterial, problemas na próstata, diabetes
melitus com polineruropatia. Usada externamente contra verrugas.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser utilizada por crianças, gestantes e lactantes, pois algumas substâncias da
planta conseguem atravessar a placenta e são excretadas pelo leite materno. Pessoas com alergia a plantas do
gênero Phyllanthus também não devem fazer uso.
Efeitos Colaterais: Pode ser tóxica em doses muito elevadas.
Cultivo e Conservação

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
clima: Adapta-se a diversos tipos de clima, como o tropical, o subtropical e o temperado. A planta cresce
espontaneamente até mesmo em rachaduras e muros e calçadas.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes.
espaçamento: 20 centímetros entre plantas.
tipo de solo: Adapta-se a diversos tipos de solo.
adubação e correção:
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas secas: Três meses após o plantio, durante todo o ano.
Secagem
Folhas: Usada preferencialmente na forma fresca, mas se quiser secá-la, deixe a planta ao ar livre, em
local sombreado e bem ventilado, ou use o secador, com temperatura máxima de 35º C.
Acondicionamento
Frutos: Em sacos de papel, em local fresco e seco.

Quiabo

Abelmoschus esculentus (L.) Moench - Malvaceae


O quiabo tem origem africana e chegou no Brasil trazido pelos navios negreiros, que transportavam os
escravos. Desde o início, destacou-se nos rituais das religiões africanas. Mais tarde, foi introduzido na
culinária mineira, e hoje é um dos ingredientes mais comuns na mesa brasileira. Na Bahia, o quiabo ainda é
um alimento ritualístico nas manifestações religiosas. Em Pernambuco, o quiabo é conhecido com
quingombó, uma associação feita à palavra combogó (objeto vasado e usado para ventilação de cômodos).
Isto porque o quiabo (fruto) também é vasado, lembrando um cone perfurado. Fora do país, no Oriente, as
sementes são torradas e têm uso equivalente ao pó de café. Seu sinônimo científico é Hibiscus esculentus.
Outros Nomes Populares: abelmosco, bâmia, benda, bendé, bendó, calalu, gobo, gombô, guingombô,
kingombó, quiabeiro, quiabeiro-chifre-de-veado, quiabeiro-comum, quimbombô, quingobó, quingombó.
Outros Idiomas: okra (alemão), quimbombó e quimgombó (espanhol), gombo (francês), okra (inglês), okra
(italiano).
Descrição Botânica: Planta arbustiva, ereta, coberta de pelos duros, de ciclo anual, que atinge até 3 metros de
altura. As folhas têm formato cordiforme e são alternas, pecioladas, com cinco lobos e denteadas. As flores
são amarelas com manhas carmim, grandes, vistosas, solitárias, axilares e hermafroditas. O fruto é do tipo
cápsula, comprido, de forma piramidal, cor verde, piloso, mucilaginoso e com muitas sementes arredondadas
no seu interior.
Composição Química: Vitamina A, vitamina B2 e B6, cálcio, alanina, alfa-tocoferol, arginina, ácido
ascórbico (vitamina C), ácido aspártico, glicosídeos, ácido glutâmico, gossipetina, gossipol, histidina,
isoleucina, leucina, ácido linolênico, ácido mirístico, ácido oléico, ácido palmítico, ácido pantotênico, pectina,
quercetina, riboflavina, amido, ácido esteárico, enxofre.
Partes Usadas: Folhas, Frutos.
Propriedades Medicinais: Anti-helmíntica, Antiparasitária.
Usos
culinária: O quiabo é consumido cozido, assado, refogado, frito, em saladas ou cru. Os pratos mais
comuns feitos com quiabo são: frango ensopado, caruru e ensopado de costelinha de porco. O fruto é usado
em sopas e carnes cozidas, para lhes dar um sabor especial.
beleza: Não é usado.
saúde: É empregado no tratamento de verminoses.
outros usos: As sementes contém de 15% a 22 % de um óleo amarelo-esverdeado, usado na fabricação
de sabão e na ração do gado. A casca do caule fornece fibras para a confecção de tecidos resistentes. As folhas
podem ser usadas como forragem e são muito apreciadas pelo gado.
Contra-Indicações: Não há se usada de forma apropriada.
Efeitos Colaterais: Não há se usada de forma apropriada.
Cultivo e Conservação
clima: Subtropical e tropical, com temperaturas médias entre 22ºC e 25ºC.
exposição solar: Plena.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
propagação: Por sementes.
espaçamento: 100 x 50 centímetros ou 1,50 x 0,50 metro.
tipo de solo: Textura argilo-arenosa, úmido, bem drenado, profundo e com pH entre 6 e 6,5; não é
aconselhado o cultivo em áreas litorâneas.
adubação e correção: No preparo para o plantio - 250g de superfosfato simples; 20g de cloreto de
potássio e 20g de sulfato de amônio; em cobertura - 40g de sulfato de amônio em duas vezes, aos 25 e 40 dias
após a germinação.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Frutos: 60 dias após o plantio e durante 70 dias enquanto os frutos ainda estiverem verdes.
Folhas: Em qualquer época do ano.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35º
C.
Acondicionamento
Frutos: Na geladeira, dentro de sacos de papel ou plástico, por até uma semana.
Folhas: Em sacos de papel ou plástico, em local seco e bem ventilado, protegido da luminosidade.

Rabanete

Raphanus sativus L. - Brassicaceae (Cruciferae)


Não se sabe ao certo a origem do rabanete, mas a hipótese mais provável é a de que tenha surgido na Europa e
na Ásia, tendo um crescimento paralelo na América. Desde os tempos antigos, era cultivada no Japão e na
China e, por meio das civilizações grega e romana, acabou difundindo-se para o restante da Europa.
Atualmente, o rábano é cultivado na Europa e na América em pequena e em grande escala.
Outros Nomes Populares: nabo-chinês, rábano, rábão.
Outros Idiomas: ràvano (alemão), radis (francês), radish (inglês).
Descrição Botânica: Planta herbácea anual com curto período vegetativo que atinge altura de até 0,80 metro.
Sua raiz é de coloração vermelha ou branca, grossa, globosa e de formato variado (arredondada, fusiforme ou
oblonga). O caule é ereto, fistuloso e ramificado. As folhas da parte inferior da planta reunem-se em rosetas e
possuem os bordos dentados de forma irregular; as folhas superiores são alongadas, com mesmo tipo de bordo
e pubescentes. As flores são brancas ou rosadas e agrupadas em inflorescências do tipo espiga alongadas na
extremidade dos caules. O fruto é do tipo silíqua que se mantém fechado até a maturidade, com várias
sementes castanhas em seu interior.
Composição Química: Carboidratos, proteínas, sais minerais, vitaminas A, B1, B2, B5 e C, fósforo, ferro,
cálcio, potássio, sódio, magnésio, silício, enxofre e cloro.
Partes Usadas: Raízes.
Propriedades Medicinais: Alcalinizante, Antiescorbútica, Aperiente, Calmante, Diurética, Eupéptica,
Laxante, Mineralizante.
Usos
culinária: Deve ser ingerido cru em saladas, de modo que suas propriedades nutritivas não sejam
desperdiçadas, mas também pode ser consumido em sopas ou em conserva.
beleza: Não é usado.
saúde: Bom remédio contra enfermidades da garganta, gota, artrite, reumatismo, erupções cutâneas,
resfriados, catarro, bronquite, cálculos biliares e urticária; útil ainda nos casos de falta de apetite, deficiência
em vitamina C, constipação, cansaço dos pés (fazendo-se um pedilúvio) e edemas.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser comido em grande quantidade.
Efeitos Colaterais: Excita a secreção dos sucos gástricos e pode ser indigesto para pessoas com o estômago
sensível.
Cultivo e Conservação
clima: Ameno, com temperatura entre 20 ºC e 25 ºC.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.

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espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Poroso, permeável, rico em nutrientes, com pH entre 5,5 e 6,5.
adubação e correção: Esterco de curral bem curtido e composto orgânico; aplicação de calcário se o solo
for muito ácido.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Raízes: são colhidas 30 dias após o plantio, arrancando-se a planta inteira quando as raízes estiverem bem
grossas, antes de ficarem duras e esponjosas.
Secagem
Raízes: consumidas na forma fresca.
Acondicionamento
Raízes: devem ser acondicionadas em sacos plásticos e guardadas na geladeira; conserva-se melhor em
temperatura ao redor de 0 ºC sob umidade relativa elevada.

Raiz-de-São-João

Berberis laurina Billb - Berberidaceae


Planta originária da África. Hoje, a raiz-de-São-João é encontrada no Sul do Brasil, Argentina e Uruguai.
Pouco se sabe sobre a história desse arbusto, mas é conhecido pela sua eficácia para tingir a lã, a partir da
coloração retirada das suas raízes.
Outros Nomes Populares: bérberis.
Outros Idiomas: espina amarilla (espanhol), barberry (inglês).
Descrição Botânica: Arbusto espinhoso, muito ramificado, que chega a atingir 2,5 metros de altura. Suas
folhas são alternas, agrupadas sobre os ramos, reticuladas, de bordo serreado, de coloração verde brilhante. As
flores são amarelas, com seis pétalas dispostas em cachos. Os frutos são bagas oblongas, de coloração negra
azulada, de 6 a 8 milímetros de largura, com uma ou três sementes.
Composição Química: Taninos, potássio, magnésio, sódio, zinco, proteínas, magnésio, frutose, ácido cítrico,
carboidrato, cálcio, betacaroteno, ácido ascórbico, berberina, alcalóide e alumínio.
Partes Usadas: Casca da raiz, Frutos.
Propriedades Medicinais: Anti-reumática, Antidispéptica, Antiinfecciosa, Antilítica, Antimicrobiana,
Depurativa, Hepática, Sedativa.
Usos
culinária: Não é comumente usada.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: Os frutos e as raízes podem ser usados no tratamento de infecções do aparelho urinário, distúrbios
do fígado e dispepsia. O chá, feito com as raízes e usado externamente, ajuda no tratamento de queimaduras
leves. Na homeopatia, as raízes têm ação para o tratamento da gota, pedras nos rins e reumatismo.
outros usos: Muito eficaz para tingir a lã, a partir da coloração retirada das suas raízes.
Contra-Indicações: Não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Vômitos e diarréia.
Cultivo e Conservação
clima: Subtropical.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Por estaquia de ramos jovens.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Bem drenado, textura média.
adubação e correção: Pode ser feita uma adubação orgânica, composta de esterco curtido de animal,
húmus ou matéria orgânica, incorporados na cova de plantio a 40 centímetros de profundidade; pode ser
repetida anualmente na coroa da planta, num diâmetro equivalente ao da copa.
necessidade de água: Baixa.
Colheita
Casca da raiz: No outono.
Frutos: Quando estiverem maduros.
Secagem
Casca da raiz: A casca é retirada das raízes, secada ao sol e, depois, elimina-se a umidade residual num

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secador à temperatura máxima de 50°C.
Frutos: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
50ºC.
Acondicionamento
Frutos e Casca da raiz: Em caixas de papelão ou sacos de pano, bem fechados, em local seco, bem
ventilado e longe da luminosidade.

Romã

Punica granatum L. - Punicaceae


Conhecida no Egito cerca de 2.500 a. C., a romãzeira era considerada um símbolo de ambição e prosperidade.
Por isso, os egípcios decoravam os sarcófagos com suas flores e folhas. As colunas do Templo de Salomão
também eram ornadas com essa planta, que foi várias vezes mencionada no Antigo Testamento. A primeira
citação escrita sobre a utilização medicinal da romãzeira encontra-se no Papiro de Ebers, datado de 1.550 a.C.,
o qual considera o romã o primeiro anti-helmíntico da história. Nos tempos clássicos, a romãzeira tornou-se
símbolo de fertilidade, passando a ser ingerido por mulheres sem filhos. No entanto, uma pesquisa recente,
que experimentou algumas variedades de romã em ratas, sugere que suas sementes diminuem a fertilidade, ao
invés de aumentá-la.
Outros Nomes Populares: romãzeira, romãzeiro.
Outros Idiomas: granado (espanhol), chiendent (francês), witch grass (inglês), melograno (italiano).
Descrição Botânica: Arbusto que atinge entre 3 e 5 metros de altura, com folhas opostas e fasciculadas,
obtusas, brilhantes e alternadas. As flores são agrupadas em inflorescências terminais; elas possuem cálice
suculento, parcialmente tubular (5 a 7 lobos), com pétalas separadas, enrugadas, laranjas, vermelhas ou
brancas. Os frutos são arredondados, de casca coriácea, com uma espécie de coroa no ápice, de cor amarelo-
avermelhado. Quando bem maduros arrebentam-se, expondo as sementes de coloração vermelho-clara,
envolvidas por arilo suculento de sabor agradável, adocicado, adstringente e ácido, sendo comestíveis.
Composição Química: Alcalóides (peretierina, isoperetierina, metil-isoperetierina, pseudo-peretierina) e
taninos.
Partes Usadas: Casca da raiz, Casca do fruto, Sementes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antidiarréica, Antidisentérica, Antiinflamatória, Antivirótica,
Diurética, Vermífuga.
Usos
culinária: As sementes são fervidas para fazer o xarope de romã, um aromatizante que dá sabor a pratos
do Oriente Médio, tal como o faisinjan (Irã). As sementes frescas são ingeridas ou servem para guarnecer
sobremesas. Delas, também é feito um suco conhecido como granadine, um importante ingrediente de
coquetéis (especialmente daiquiri), e um aromatizante para saladas de frutas, sorvetes, e cremes gelados.
beleza: A polpa do fruto pode ser usada na forma de máscaras faciais revitalizantes.
saúde: Usada internamente contra diarréia crônica, disenteria amebiana e lombrigas intestinais.
Externamente, serve para lavagem vaginal, contra chagas na boca e infecções da garganta. O chá preparado
com a casca dos frutos é usado em gargarejo para curar aftas e dores de garganta.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Em alguns países, seu uso é proibido devido à grande concentração de alcalóides.
Efeitos Colaterais: Os alcalóides são muito tóxicos. No entanto, a toxicidade em formulações terapêuticas
(extratos) é reduzida pois há a formação de um complexo entre os alcalóides e o tanino.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical quente.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes, enxertia e mergulhia.
espaçamento: 5 x 5 ou 6 x 6 metros.
tipo de solo: Profundo, bem drenado, rico em nutrientes e matéria orgânica.
adubação e correção: Esterco curtido de curral, superfosfato e farinha de ossos durante o período de
crescimento e frutificação, a cada duas semanas (primavera e outono); nunca adube uma árvore doente ou
recém-transplantada.
necessidade de água: Abundante (nos períodos de crescimento. No inverno, quando caem suas folhas, a
rega deve ser moderada).

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Colheita
Casca da raiz: no outono.
Casca do fruto: no outono, antes dos frutos amadurecerem totalmente.
Sementes: junto com os frutos.
Secagem
Casca da raiz: a raiz e partes do caule são descascados e secados em secadores apropriados para uso em
decocção e extratos líquidos.
Casca do fruto: a casca do fruto é removida e secada em secador para uso em decocção e pó.
Sementes: não são submetidas ao processo de secagem; são separadas da polpa e da medula amarga e
consumidas na forma fresca, ao natural ou espremidas para suco.
Acondicionamento
Casca da raiz: em sacos de pano bem fechados e em local bem arejado.
Casca do fruto: em sacos plásticos ou vidros, bem fechados.
Sementes: devem ser acondicionados na geladeira. Na forma de polpa podem ser congeladas.

Rosa-mosqueta

Rosa canina L. - Rosaceae


A rosa-mosqueta é uma planta de origem incerta. Acredita-se, no entanto, que possa ter-se originado de
regiões da Europa, Ásia e Norte da África. É simbolicamente associada ao amor e aos amantes. Dentro do
imenso mundo das rosas, ela destaca-se por apresentar frutos riquíssimos em vitamina C. Esses frutos são
chamados na Inglaterra de "rose hips", e há muito fazem parte da farmacopéia britânica.
Outros Nomes Populares: rosa-de-cão, rosa-primitiva, rosa-silvestre.
Outros Idiomas: hunds-rose (alemão), rosa canina (espanhol), églantine (francês), wild rose (inglês), rosa
selvatica (italiano), rosae (latim).
Descrição Botânica: A rosa-mosqueta é uma planta de porte arbustivo, de ciclo perene e que atinge até 3
metros de altura. Seus ramos são robustos, eretos e com fortes acúleos (espinhos) dilatados na base. Suas
folhas são compostas por folíolos de formato oval ou elíptico, com bordo serreado. Suas flores são brancas ou
róseas, solitárias ou em corimbos. Seu fruto é oval, com pequenas sementes.
Composição Química: acetaldeído, ácido ascórbico, ácido t-retinóico, ácido quínico, ácidos orgânicos,
aminoácidos, antocianinas, benzaldeído, caroteno, citral, citronelol, eugenol, licopeno, metil-éster, quercetina,
quercitrina, pectina, rubixantina, sais minerais, saponina e tanino.
Partes Usadas: Óleo extraído das sementes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Antiescorbútica, Aromática, Calmante, Cicatrizante, Diurética,
Emoliente, Queratolítica, Tônica.
Usos
culinária: as pétalas das flores podem ser usadas para enfeitar saladas, fazer geléias e compotas.
beleza: regeneração da pele, prevenção de estrias principalmente em gestantes, tratamento de pele
danificada por tratamento radioterápico, quelóides, cicatrizes grossas e sardas; usada em sabonetes.
saúde: resfriados, queimaduras e diarréia.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: reações alérgicas e irritações.
Cultivo e Conservação
clima: subtropical ou temperado.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: sementes e estaquia do caule no inverno.
espaçamento: 1 metro entre plantas.
tipo de solo: textura argilosa, bem drenado e com pH neutro.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Flores: quando elas estiverem em ponto de botão.
Frutos: somente quando estiverem vermelhos, no outono.

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Secagem
Flores: na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 30°C.
Frutos: secador, com temperatura máxima de 40°C.
Acondicionamento
Flores e Frutos: em sacos de papel ou de pano.

Rosa-vermelha

Rosa gallica L. - Rosaceae


Originária da Ásia e da Europa, a rosa-vermelha hoje é encontrada também na África e na América do Sul.
Provavelmente os primeiros lugares de seu cultivo foram os países do Golfo Pérsico e próximos ao Mar
Cáspio. Daí ela se espalhou para a Mesopotâmia, a Palestina, a Ásia Menor e a Grécia – já aparecendo em
relatos de Horácio e Plínio. Os gregos foram os responsáveis pela sua introdução na Europa, pelo sul da Itália.
No Império Romano, a rosa-vermelha era usada nas casas de banho. Nos banquetes, não só servia para a
decoração, mas suas pétalas eram colocadas nas taças de vinho. Misturadas também às refeições, as pétalas
ajudavam a evitar a ressaca da bebedeira no dia seguinte.
Nessa época, a flor também era utilizada nos rituais sagrados e nos funerais. Dessa forma, estando presente
tanto nos momentos religiosos quanto nas orgias pagãs, a rosa-vermelha acabou por inspirar muitos poetas,
sendo um tema recorrente na literatura. Há referências sobre ela na Ilíada e na Odisséia, de Homero, e nas
poesias de Safo (600 d.C.), que a considerava a “rainha das flores”.
Outros Nomes Populares: rosa-de-cem-folhas, rosa-de-Provença, rosa-do-boticário.
Outros Idiomas: essig-rose (alemão), rosa rubia (espanhol), rose rouge (francês), red rose (inglês), rosa
serpeggiante (italiano).
Descrição Botânica: Planta que nasce em um arbusto mais baixo do que a rosa-canina (roseira comum). A
planta atinge de 60 centímetros a 1 metro de altura. Os ramos, diferentes dos da rosa-canina, são retos e
providos de espinhos maiores. As folhas são esverdeadas, pecioladas, alternas, compostas de 5 folíolos ovalo-
agudas, denteados e pubescentes. As flores, grandes, podem estar solitárias ou agrupadas em cachos terminais.
A corola, com cerca de 9 centímetros de diâmetro, é de cor rosa ou vermelho púrpura.
Composição Química: acetaldeído, ácidos gálico, quínico, tânico e málico, albumina, benzaldeído, citral,
citronelol, eugenol, farsenol, geraniol, metil-éster, óxido de ferro, pectina, quercetina, quercitrina, saponina,
tanino e veranina.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Afrodisíaca, Anti-séptica, Antialérgica, Antidepressiva,
Antiinflamatória, Antivirótica, Aromática, Bactericida, Calmante, Cardiotônica, Desodorante, Emenagoga,
Emoliente, Refrescante, Regeneradora celular, Restauradora, Tônico renal, Tônico sangüíneo, Umectante.
Usos
culinária: as pétalas das flores podem ser usadas para enfeitar saladas, fazer geléias e compotas e em
pratos afrodisíacos.
beleza: indicada para peles secas, sensíveis e maduras. Em sinergia com o confrei, ajuda a regenerar peles
enrugadas e sensíveis. Usada em loções umectantes para peles jovens e idosas, promovendo uma hidratação
profunda; em enxaguatórios bucais para promover a assepsia e tratar das inflamações nas mucosas; na
elaboração de batons; em talcos e loções desodorizantes para as axilas. Pode ser usado em sinergia ao lírio,
sândalo e vetiver. A água de rosas, juntamente com a maisena, pode ser usada para tratar da acne no bumbum.
Usada em banhos de imersão aromáticos para revitalizar e tonificar o corpo; em talcos e loções desodorizantes
para os pés, pois elimina o cheiro de suor. Na forma de compressas, alivia a pele das irritações causadas por
reações alérgicas.
saúde: na forma de tintura, o óleo essencial é usado contra diarréia, digestão difícil após as refeições e
contra tuberculose; em gargarejos, combinado ou não com a sálvia, é indicado contra irritações na garganta,
estomatite, mau-hálito e vermes. Na forma de água de rosa (pétalas descansando na água por duas horas), é
indicado para o coração, se administrado por via oral, e para as vistas, se aplicado na forma de compressa
sobre os olhos. Na forma de vinagre de rosas para lavagens é empregado contra urticária, picadas de abelhas e
queimaduras. Para lavagens, é ainda usado contra leucorréia.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: o óleo essencial é de baixa toxicidade. De acordo com a literatura consultada, o uso

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
externo pode causar eventuais reações alérgicas e irritações em pessoas sensíveis.
Cultivo e Conservação
clima: subtropical ou temperado.
exposição solar: Plena (meia-sombra).
propagação: sementes e estaquia.
espaçamento: 1 metro entre plantas.
tipo de solo: textura argilosa, bem drenado e com pH neutro.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporando a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Flores: quando a flor estiver se abrindo.
Folhas: durante todo o ano.
Secagem
Folhas: na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 30° C.
Flores: na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 30° C.
Acondicionamento
Folhas e Flores: em sacos de papel ou de pano.

Rúcula

Eruca sativa Mill. - Brassicaceae (Cruciferae)


Planta originária do Sul da Europa e do Oeste da Ásia, muito popular atualmente na Itália. Os soldados
romanos, na Antigüidade, foram os principais responsáveis por sua disseminação. Tanto que a planta chegou a
nascer e crescer nos quintais das casas mais simples da região. A hortaliça, marcada por um gosto levemente
amargo, pertence à mesma família da couve-flor, do repolho e do brócolis. Atualmente, é muito cultivada na
região da Europa Meridional, Egito e Sudão. Os indianos cultivam a rúcula para obter o azeite de suas
sementes. Atualmente, é encontrada em todo o Brasil.
Outros Nomes Populares: agrião-da-terra, arucula, mostarda-persa, pinchão, rugula.
Outros Idiomas: ölrauke (alemão), rúgula ou rúcula (espanhol), roquette cultivée (francês), arrugula ou
roman rocket (inglês), rucola (italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo anual ou bianual, que atinge de 20 a 60 centímetros de altura.
Possui folhas que medem de três a sete centímetros, espessas, repartidas em lobos de margens dentadas. As
flores são grandes, em forma de cruz, de cor branca ou amarela e veias de coloração violeta, agrupadas em
inflorescências do tipo cacho. O cacho frutífero tem pedicelos curtos e espessos, síliqua curta e de formato
cilíndrico. No interior dos frutos encontram-se sementes lisas e redondas.
Composição Química: Ferro, fósforo, cálcio-minerais, potássio, enxofre, vitaminas A e C, compostos
sulfurados.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Antianêmica, Antiasmática, Antiescorbútica, Antitussígena, Aperiente,
Carminativa, Depurativa, Digestiva, Emética, Pulmonar.
Usos
culinária: Utilizada no preparo de saladas e também como complemento às refeições. Crua, pode servir
para o recheio de pizzas. Misturada como ingredientes de tortas, lasanhas, sanduíches e bolinhos, pode marcar
esses pratos com um pouco de seu sabor levemente amargo. A rúcula serve também como acompanhamento
de carnes de churrasco.
beleza: Não é usada.
saúde: Na medicina popular, é usada para tratamento do escorbuto, doenças pulmonares, asma, tosse, falta
de apetite e gases intestinais. O suco da planta com agrião pode ser empregado para a desintoxicação do
organismo. A grande quantidade de fibras (cerca de 3,5 g a cada 100 g) ajuda no bom funcionamento
intestinal. Por ser rica em ferro, pode ajudar a combater a anemia.
outros usos: Pode ser usada na apicultura como planta melífera.
Contra-Indicações: Não há, se usada de forma apropriada.
Efeitos Colaterais: Em grandes quantidades pode induzir ao vômito.
Cultivo e Conservação

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
clima: Temperado ameno, subtropical – de 20 a 25o C.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Por sementes.
espaçamento: 30 centímetros entre as plantas.
tipo de solo: Textura argilo-arenosa, úmido, rico em nutrientes e matéria orgânica e bem drenado.
adubação e correção: 10 quilos de esterco de curral bem curtido, húmus de minhoca ou composto
orgânico por metro quadrado plantado, aplicados no solo cerca de duas semanas antes do plantio.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Depois de 40 a 50 dias da semeadura, devendo ser repetida a cada 20 dias, uma vez que dá vários
cortes.
Secagem
Folhas: Devem ser consumidas frescas.
Acondicionamento
Folhas: Em temperatura ambiente, podem ser mantidas por, no máximo, um dia, se colocadas em local
fresco, mantendo as hastes em uma vasilha com água. Guardadas em geladeira, em sacos plásticos próprios
para alimentos – transparentes e atóxicos - podem durar até quatro dias.

Salsa

Petroselinum crispum (Mill.) Nyman - Apiaceae (Umbelliferae)


A salsa é uma erva originária da região mediterrânea da Europa. Seu nome científico é oriundo da palavra
grega "petroselinum", que significa "aipo das pedras", em alusão ao aspecto semelhante ao do aipo (salsão) e à
sua capacidade de crescer em solos pedregosos. "Crispum" significa "crespa", devido ao recorte irregular das
folhas e à sua textura não muito suave. Na Grécia era tida como símbolo de força e usada para enfeitar as
tumbas dos mortos, na forma de lindas coroas.
Outros Nomes Populares: salsa-hortense, salsa-vulgar, salsinha.
Outros Idiomas: petersilie (alemão), perejil (espanhol), persil (francês), parsley (inglês), prezzemolo comune
(italiano), apii hortensis (latim).
Descrição Botânica: A salsa é uma planta de porte herbáceo, de ciclo anual e que atinge até 45 centímetros
de altura. Sua raiz é grossa, como uma pequena cenoura, mas de coloração branca. As folhas são alternas,
pinadas e pecioladas. As flores têm coloração amarelo-esbranquiçada e estão agrupadas em inflorescências do
tipo umbela. As sementes são bem pequenas e pretas.
Composição Química: ácido ascórbico, açúcares, alcalóides, apiína, apiol, furanocumarinas, miristicina,
mucilagem, óleo fixo, pineno, próvitamina A, sais minerais óleo essencial rico em apiol, apiósido e
miristicina, alcalóides, ferro, cálcio, fósforo, provitamina A e vitamina C.
Partes Usadas: Folhas, Óleo essencial, Sementes.
Propriedades Medicinais: Antiinflamatória, Carminativa, Desodorante, Digestiva, Diurética, Galactagoga,
Hipotensora, Lipolítica, Vulnerária.
Usos
culinária: Temperar carnes, molhos, risotos, marinadas, caçarolas, maioneses, verduras, batatas, ovos,
grãos, molho vinagrete, saladas, tabule (prato típico feito com trigo para quibe) e tomates secos em conserva.
beleza: Eczemas e abscessos, limpeza da pele, espinhas e cravos, celulite; usada em desodorantes.
saúde: Baixa produção de leite nas lactantes, contusões musculares, intoxicações no fígado e cálculos
renais.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: gestantes e pessoas com inflamações agudas internas.
Efeitos Colaterais: o óleo essencial é considerado tóxico.
Cultivo e Conservação
clima: temperado ameno; não resistente a geadas.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes semeadas no local definitivo.
espaçamento:
tipo de solo: textura areno-argilosa, rico em matéria orgânica, bem drenado e com pH 5,5-6,7.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: mais ou menos 60 dias após o plantio, cortando-se as folhas mais vistosas.
Secagem
Folhas e Sementes: ao ar livre e em locais sombreados.
Acondicionamento
Folhas: em recipientes de vidro ou em sacos de papel ou plástico transparente; para conservá-las frescas,
guarde os ramos num saco de papel ou plástico transparente dentro do refrigerador.

Sálvia

Salvia officinalis L. - Lamiaceae (Labiatae)


A sálvia é uma planta originária da região mediterrânea da Europa. Seu nome científico deriva da palavra
latina "salvare", que significa "intacto", com boa saúde. A palavra "officinalis" significa que ela era
reconhecida pela prática médico-herborista. Na Idade Média, seus poderes foram descritos num famoso
provérbio que dizia: "Cur morietur homo cui salvia crescit in horto?" ("Por que morre o homem em cujo
jardim cresce a sálvia?").
Outros Nomes Populares: erva-sacra, salva, salva-das-boticas, salva-dos-jardins, salva-ordinária.
Outros Idiomas: echter salbei (alemão), salvia (espanhol), sauge officinale (francês), sage (inglês).
Descrição Botânica: A sálvia é uma planta semiarbustiva, de ciclo perene e que atinge até 80 centímetros de
altura. O caule é quadrangular, ramificado, e forma touceiras. As folhas são pecioladas, opostas, reticuladas,
cobertas por pêlos finos e de formato oblongo. As flores são de coloração azul-violeta ou branca.
Composição Química: ácido caféico, ácido carnósico, ácido clorogênico, ácido labiático, ácido oleanólico,
ácido rosmarínico, ácido tânico, apineol, borneol, camosol, cânfora, cineol, fitosteróis, flavonóides, glicosídeo
de luteolol, hexanol, histamina, limoneno, linalol, manol, mucilagem, picrosalvina, resinas, rosmanol,
saponinas, sesquiterpenos, taninos, tuionaborneol e tujone.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-séptica, Anticaspa, Antiinflamatória, Antimicrobiana,
Antiperspirante, Aperiente, Aromática, Carminativa, Digestiva, Estimulante, Hipoglicêmica, Tônica.
Usos
culinária: pode substituir o louro na condimentação de carnes, aves, marinadas, lingüiças e cozidos,
manteiga condimentada, confeitaria e para aromatizar vinhos, pães, presunto e vitela.
beleza: inflamações da pele, rugas, irritação na pele pós-sol, manchas nos dentes, mau cheiro dos pés,
dermatites seborréicas e caspa; usada em pastas de dente, enxaguatórios bucais e desodorantes corporais.
saúde: afecções da boca, da garganta e das amígdalas, mau hálito, aftas, dor de picadas de insetos, feridas,
úlceras, resfriados, tosse, bronquite e contusões.
outros usos: Se plantada junto com a Losna (Artemisia absinthium) inibe o ataque de pragas nas plantas
vizinhas.
Contra-Indicações: gestantes, lactantes, pessoas com insuficiência renal, tumores mamários ou em
tratamento farmacológico com estrógenos.
Efeitos Colaterais: problemas neurotóxicos e convulsantes e irritações na pele.
Cultivo e Conservação
clima: temperado quente.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: sementes ou estaquia de ramos jovens.
espaçamento: 60 x 40 centímetros.
tipo de solo: de textura argilo-arenosa, ricos em nutrientes e matéria orgânica, com bastante nitrogênio e
pH 6,0-6,7.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade; calagem em solos ácidos.
necessidade de água: Mediana.
Colheita
Folhas: 6 meses depois do plantio, um pouco antes da floração.
Flores: em dias secos, quando estão começando a se abrir.

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Secagem
Folhas e Flores: na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 30°C.
Acondicionamento
Folhas e Flores: em sacos de papel ou de plástico transparente.

Sândalo

Santalum album L. - Santalaceae


Originário do leste da Índia, do Sri-lanka e da Indonésia, o sândalo já era cultivado pelas primeiras
civilizações orientais, que utilizavam o seu óleo para embalsamar príncipes e a sua madeira para construir
portões de templos. Há registros do aroma da madeira de sândalo em escritos védicos datados de 5 a.C. Os
hindus acreditam que o sândalo purifica o corpo e a alma e, por isso, o utilizam na comemoração do ano novo
(12 de abril) e nos casamentos.
Outros Nomes Populares: sândalo-branco.
Outros Idiomas: sandelbaum (alemão), tan xiang (chinês), bois de santal (francês), sandalwood (inglês),
sandalo bianco (italiano), santali (latim).
Descrição Botânica: O sândalo é uma pequena árvore que atinge a altura de 6 a 9 metros. Sua casca é macia e
marrom-esverdeada. As folhas são opostas, sem estípulas, de formato oval ou lanceolado, aguda ou obtusa no
ápice. As flores são de coloração vermelho-púrpuras, pequenas, numerosas e agrupadas em inflorescências do
tipo panícula. O fruto é do tamanho de uma pêra, esférico e possui apenas uma semente.
Composição Química: Ácido santálico, aldeído santálico, farnesol, pterocarpina, alfa e ß-santaleno, alfa e ß-
santalol, santeno e santenona.
Partes Usadas: Casca, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Adstringente suave, Anti-séptica, Antimicrobiana, Aromática, Calmante,
Desinfetante, Fixadora, Umectante, Vulnerária.
Usos
culinária: Não é comumente usado.
beleza: Indicado especialmente para peles secas, desidratadas, maduras (com mais de 50 anos) e sensíveis.
Usada em pomadas para o tratamento de acne nas peles muito oleosas; em cremes nutritivos e curativos para
pele ressecada; em pomadas e batons hidratantes para os lábios rachados e ressecados; em loções e óleos para
massagem; em banhos de imersão, proporcionando um aroma agradável, amadeirado; e em xampus,
condicionadores e máscaras de tratamento, escurecendo a cor natural dos cabelos castanhos. Limpa
profundamente a pele. É muito usado na indústria de perfumaria como agente fixador de aromas.
saúde: Ferimentos, bronquite crônica, gonorréia e cistite crônica.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: De acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações advindas do uso
externo.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações advindas do uso externo.
Cultivo e Conservação
clima: não foi encontrado na literatura consultada.
exposição solar: não foi encontrado na literatura consultada.
propagação: não foi encontrado na literatura consultada.
espaçamento: não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: não foi encontrado na literatura consultada.
adubação e correção: não foi encontrado na literatura consultada.
necessidade de água: não foi encontrado na literatura consultada.
Colheita
Madeira: após 50 anos de vida da árvore.
Secagem
Madeira: não é feita (após a colheita, é diretamente encaminhada para a destilação, com o objetivo de
extrair a essência da madeira).
Acondicionamento
Madeira: em caixas de papelão ou sacos de pano.

Sene

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Cassia senna L. - Fabaceae (Leguminosae)


Planta originária do norte da África, de cujas pequenas folhas se extrai um purgativo empregado na medicina
clássica. Hoje é encontrada na Núbia e no alto Egito, de onde é levada, por meio dos portos do Cairo e de
Alexandria, para o mercado europeu. No Brasil, desenvolve-se bem na região dos planaltos de Minas Gerais,
São Paulo e Rio de Janeiro.
Outros Nomes Populares: cássia, cene, sena.
Outros Idiomas: senna (alemão), senna (espanhol), séné ou cassier (francês), senna leaves (inglês), senna
(italiano).
Descrição Botânica: Arbusto de ciclo perene que atinge até 3 metros de altura. As folhas são alternas,
estreitas e pinadas, com 4 a 8 folíolos em cada folha, de formato ovado. As flores possuem coloração amarelo-
brilhante e estão reunidas em racemos axilares terminais. As sépalas são lineares e obturas. Cada flor possui
10 estames, sendo 5 menores e estéreis, 2 maiores e curvados e 3 diminutos, parecidos com glândulas. Os
frutos são legumes ou vagens pendentes, oblongas, achatadas e membranosas, com muitas sementes.
Composição Química: Antraquinona, mucilagens, oxalato de cálcio, acetato,
resina amarga, ácido crisofânico, emodina, glucosídeos, ácido catártico, ácido catartogênico, cálcio, magnésio
e outros sais minerais.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Carminativa, Laxante, Purgativa.
Usos
culinária: Não é usado.
beleza: Não é usado.
saúde: Seu chá é utilizado para tratar de flatulência, constipação intestinal, cólicas biliares.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não tomar em exagero, nem usar a planta por mais de 10 dias. Não é indicado para
mulheres grávidas.
Efeitos Colaterais: A superdosagem provoca cólicas fortíssimas, diarréia e vômitos.
Cultivo e Conservação
clima: tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Textura média, profundo e bem drenado.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou composto orgânico, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.
Frutos: no outono.
Secagem
Folhas: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35°
C.
Frutos: ao sol, em local bem ventilado.
Acondicionamento
Folhas: em sacos de pano ou papel bem fechados e longe da luminosidade.
Frutos: em sacos plásticos bem fechados, em lugar seco e bem arejado.

Spirulina

Spirulina maxima Setchet Gardner - Oscillatoriaceae (Laminariaceae)


A spirulina é uma microalga marinha pertencente à classe das cianófitas (Cyanophyta). Seu nome deriva do
fato de ter uma forma espiralada. É encontrada em concentrações elevadas nas águas dos lagos Tchad, na
África, e Texcoco, no México, mas hoje vem sendo cultivada em aqüicultura.
A spirulina é usada como complemento alimentar e em dietas de emagrecimento devido a seu alto conteúdo
em proteína, de cerca de 65 % – maior que o teor de proteínas da soja, do queijo, do peixe, dos ovos e das

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carnes. É também um alimento de fácil digestão, baixo valor calórico e riquíssimo em ferro: tem 58 vezes
mais ferro do que o espinafre e 28 vezes mais que o fígado.
Estudada em várias partes do mundo atualmente, a spirulina vem se mostrando um excelente medicamento, e
hoje está sendo usada inclusive em pacientes com Aids, para ajudar a aumentar as defesas do organismo.
Outros Nomes Populares: alga-marinha, espirulina, microalga.
Outros Idiomas: spirulina (inglês), spirulina (italiano).
Descrição Botânica: Microalga unicelular filamentosa, com tamanho entre 13 e 25 microns, de cor verde-
azulada. É um tricoma helicoidal imóvel, com forma cilíndrica e espiralada. Está amplamente disseminada na
água e no solo.
Composição Química: Alto conteúdo em proteína, cerca de 65 % (maior que o teor de proteínas da soja, do
queijo, do peixe, dos ovos e das carnes), aminoácidos essenciais ao organismo (cerca de 30%); minerais
quelados, tais como ferro, cálcio, zinco, potássio e magnésio; vitaminas (biotina, cianocobalamina,
pantotenato de cálcio, ácido fólico, inositol, ácido nicotínico, piridoxina, riboflavina, tiamina e tocoferol);
ácidos graxos, em especial o ácido gamalinolênico (GLA); carotenóides, como o beta-caroteno, além de
fenilalanina, clorofila, ácidos fenólicos e inositol.
Partes Usadas: Planta inteira.
Propriedades Medicinais: Adelgaçadora, Analgésica, Anticolesterol, Antiinflamatória, Antioxidante,
Antiviral, Cicatrizante, Citostática, Lipolítica, Nutritiva, Queratolítica, Refrescante, Rejuvenescedora,
Remineralizante, Revigorante, Revitalizante, Tônica.
Usos
culinária: Usada como complemento alimentar, especialmente por esportistas, vegetarianos e pessoas em
dieta de emagrecimento.
beleza: Indicada para pele normal, é usada em loções, máscaras faciais e cremes remineralizantes; em
cremes rejuvenescedores por impedir a formação de radicais livres, que causam o envelhecimento precoce da
pele; em banhos para aliviar o cansaço e as dores musculares; na forma de cataplasmas para combate à celulite
e gordura localizada; em sabonetes líquidos ou em barra para revigorar e nutrir a pele; na forma de pomada é
eficaz para reduzir as marcas de cicatrizes, impedindo a formação de quelóides, além de acelerar o processo
de cicatrização da pele; em xampus e máscaras de tratamento capilar para cabelos normais, devolvendo a
maciez e nutrindo os fios.
saúde: A spirulina está sendo usada para regimes de emagrecimento, pois a fenilalanina age sobre o centro
do apetite no cérebro, reduzindo a sensação de fome, enquanto mantém o açúcar do sangue no nível adequado.
Por ser rica em proteínas e vitaminas, é utilizada também contra fadiga e artrite e para prevenir doenças
cardiovasculares. Usado ainda por pessoas com ausência ou insuficiência de alimentação matutina, sem
horário fixo para a alimentação, que não apreciam saladas, que fazem uso abusivo de bebidas alcoólicas,
enlatados e produtos instantâneos, e ainda por indivíduos carentes de cálcio, vitaminas e sais minerais.
Indicada também como complemento alimentar para hipertensos e mulheres com tensão pré-menstrual
(TPM). Após estudos científicos recentes, a spirulina vem sendo usada nos tratamentos de Aids e cancro, por
acelerar a produção de anticorpos no organismo, funciona como um alimento extremamente rico em
Lactobaccillus; alivia, reduz ou previne os sintomas provenientes da anemia, envenenamentos e
imunodeficiências. Reduz também os efeitos causados pela radioatividade no tratamento do câncer.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Por conter fenilalanina, não pode ser consumida por pessoas com fenilcetonúria. Não há
outras contra-indicações específicas, a não ser em casos de hipersensibilidade a algum dos componentes
químicos da
spirulina.
Efeitos Colaterais: Até o momento não há relatos de efeitos colaterais no uso do produto nas doses
recomendadas (no caso de cápsulas, 2 a 3 por dia, antes das refeições, para os adultos; para as crianças até 10
anos, metade da dose).
Cultivo e Conservação
clima: Tropical; cresce em temperaturas entre 25 a 35° C.
exposição solar: Plena.
propagação: Reproduz-se por divisão simples, assexuada.
espaçamento:
tipo de solo: Cresce em águas alcalinas, com pH entre 8 e 11, e ricas em nutrientes.
adubação e correção: O substrato deve ser rico em carbonatos, nitratos e sais.

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necessidade de água: Plena (Cresce na água salgada ou em solos encharcados com água do mar).

Suterlândia

Sutherlandia frutescens (L.) R. Br. - Fabaceae (Leguminosae)


É conhecida como a mais forte e multifuncional das plantas medicinais na África do Sul, por causa de sua
eficácia para várias doenças. Tem uma longa história de usos por muitas culturas sul-africanas. O nome
tradicional na língua Tswana, “phetola”, significa “o que muda” e é uma alusão ao efeito da planta de mudar o
curso de muitas doenças, revertendo-as para um quadro favorável. O nome usado no Sotho Norte, “lerumo-
lamadi”, significa “a lança do sangue”, pois a planta é um poderoso purificador e tônico do sangue. A planta
tem sido usada como apoio no tratamento de estresse mental e emocional, incluindo irritabilidade, ansiedade e
depressão. Viúvas de guerreiros zulus usavam a Suterlândia como um tranqüilizante brando, durante o período
de luto. O nome Sotho, “motlepelo”, significa “trazer de volta o coração”, pois a planta é tradicionalmente
usada no tratamento de choques emocionais e estresse. Os guerreiros zulus que retornavam de batalhas
tomavam uma infusão de suterlândia para “expulsarem a guerra”, ou seja, usados como chás calmantes. O
nome em zulu antigo “insiswa” significa “aquele que espanta a escuridão”, pois a planta tem efeito
antidepressivo. O nome atual em Zulu “unwele” significa “cabelo”, uma menção indireta ao fato de a planta
fazer com que as pessoas parem de “arrancar os cabelos” de estresse. A planta é estudada atualmente por seus
efeitos benéficos sobre o câncer - na África é chamada “Kankerbos”, uma adaptação do nome inglês dado à
planta: “Cancer Bush”. Seu sinônimo botânico é Colutea frutescens L.
Outros Nomes Populares: Não encontrados na literatura consultada.
Outros Idiomas: belbos, gansies, kalkoenbos, kankerbos, rooikeurtjie, wildekeer (africânder), ballonerbse,
krebsbusch (alemão), Sutherlandia frutescens (espanhol), baguenaudier d' éthiopie (francês), cancer bush
(inglês), Sutherlandia frutescens (italiano), motlepelo, musa-pelo, phethola (sotho), insiswa, unwele (zulu).
Descrição Botânica: Planta arbustiva, de ciclo perene, que chega a atingir até 1,5 metro de altura. As folhas
são compostas, pinadas, de textura macia e de cor verde-acinzentada. As flores são vermelhas, fasciculadas e
axilares. Florescem no verão. Os fruto são do tipo vagem, inflados, de cor verde-avermelhada e contém
diversas sementes em seu interior.
Composição Química: l-canavanina, pinitol, aspargina, GABA (substância inibidora de neurotransmissores)
e SU1(um glucosídeo).
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Analgésica, Anticancerígena, Antiinflamatória, Antitumoral, Antiviral,
Bactericida, Calmante, Digestiva, Fungicida, Imunoestimulante, Sedativa, Tônica, Vasodilatadora.
Usos
culinária: Não é utilizada.
beleza: Não é utilizada.
saúde: Promove o bem-estar, aumenta as defesas do organismo e a longevidade. É usada contra o estresse,
depressão e ansiedade. Entretanto, recentemente, a planta tem ganho destaque nas pesquisas, por suas ações
benéficas no tratamento de pacientes com tumores malignos, aumentando o apetite, o ganho de peso, o sono, a
tolerância a exercícios físicos, diminuindo ansiedade e provocando sensação de bem-estar. Recentes pesquisas
descobriram também que a planta pode atrasar a progressão da ação do HIV e da Aids. É usada ainda em
casos de hepatites virais, varíola, diabetes, veias varicosas, inflamações, problemas no fígado, dor nas costas e
reumatismo. Também estimula o apetite em pacientes debilitados, age sobre o sistema respiratório, contra
gripes, resfriados, febres, asma e bronquite. Modera a hipertensão, alivia dores de artrites reumatóides, úlcera
e refluxos gástricos, diminui a irritabilidade e calor da menopausa. A planta é historicamente usada no
tratamento de diarréias e disenterias, e era usada como tônico para pessoas cuja doença não era identificada,
mas estavam debilitadas. No trato urogenital, é usada contra gonorréia e cistites.
outros usos: É usada como planta ornamental.
Contra-Indicações: Não encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: Não encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Por sementes, na primavera. As sementes devem ser escarificadas antes do plantio, pois
possuem testa impermeável, o que dificulta a germinação.

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espaçamento: 1 metro entre plantas.
tipo de solo: De textura arenosa, profundo, bem-drenado, rico em nutrientes.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Reduzida.
Colheita
Folhas: No início da floração.
Secagem
Folhas: À sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Tomate

Lycopersicon esculentum Mill. - Solanaceae


Originário da América Latina, desde o Peru até o México, o tomate era cultivado pelos incas, maias e astecas
antes da "descoberta" da América por Cristóvão Colombo. Naquela época, o tomate era muito pequeno, do
tamanho de um jiló, e fortemente perecível, estragando algumas horas após a colheita. Foi levado para a
Europa por navegadores espanhóis, mas, em princípio, o fruto não agradou o paladar dos ibéricos. Em 1544, o
veneziano Pieandrea Mattiolo admitiu o parentesco do tomate com a berinjela, que os sicilianos adoravam.
Por volta de 1600, já crescia na província de Campânia uma variedade melhorada do tomate, com tamanho
maior e de cor vermelho-brilhante. Mas foi apenas no século 17 que o tomate passou, definitivamente, a fazer
parte da culinária italiana, sendo inicialmente usado para uma salada com alface, dentes de alho e azeite.
Outros Nomes Populares: tomateiro.
Outros Idiomas: tomate (alemão), tomate (espanhol), tomate (francês), tomato (inglês), pomodoro (italiano),
tomato (japonês).
Descrição Botânica: Planta com caule flexível, com muitos ramos laterais recobertos de pêlos e de uma
substância um pouco pegajosa. As flores são pequenas e amarelas e se agrupam em cachos. Os frutos são
bagas que podem ter coloração vermelha, amarelada ou rosada. Seu formato pode variar entre oval, redondo e
achatado.
Composição Química: Ácido abscísico, ácido acético, ácido arábico, ácido ascórbico, ácido caféico, ácido
cítrico, alanina, campesterol, chlorina, citral, damascenona, eugenol, farnesal, glicoalcalóide tóxico em frutos
verdes (solanina), iodina, kaempferol, licopeno, licopersiconolídeo, linalol, lupeol, pectina, pró-vitamina A,
quercetina, quercitrina, rutina, tomatina, vanilina, vitaminas C, A, K e do complexo B, potássio, cálcio,
fósforo, ferro, sódio e cloro.
Partes Usadas: Frutos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-séptica, Anticaspa, Bactericida, Cicatrizante, Desintoxicante,
Emoliente, Refrescante, Regeneradora celular.
Usos
culinária: Pode ser consumido 'in natura', verde ou maduro, em saladas, lanches e sucos, ou ainda
refogados ou fritos. Usado em inúmeros pratos salgados, como sopas, molhos para massas e carnes e tortas.
beleza: o suco puro de tomates aplicado ao couro cabeludo serve para evitar queda de cabelos e caspa. As
rodelas do fruto aplicadas durante a noite eliminam calos e verrugas. O suco ou o purê de tomates é indicado
para peles oleosas e pode ser usado em máscaras faciais e compressas para tratamento de acne. As máscaras e
compressas podem ser aplicadas junto com a sálvia e em loções tônicas para fechar os poros dilatados das
peles oleosas. Também é empregado como máscara hidratante para os seios.
saúde: O suco de tomate misturado com salsa ajuda a combater a artrite. Gargarejos com suco de tomate
verde são bons contra amigdalite e inflamações na garganta.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: O uso do fruto verde em saladas é contra-indicado para pessoas que já tiveram ou têm
predisposição a câncer, artrite, reumatismo, gota ou cálculo.
Efeitos Colaterais: Não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: Prefere os climas frescos e secos, com temperaturas entre 15 e 29º C.
exposição solar: Plena.
propagação: Sementes.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
espaçamento: 1,2 metro entre plantas.
tipo de solo: Textura areno-argilosa, arejado, profundo, bem drenado, com pH próximo ao neutro (6,5 a
7,0).
adubação e correção: Esterco de curral ou composto orgânico, além de fosfato de rocha e cinzas.
necessidade de água: Abundante.
Colheita
Frutos: Quando estiverem maduros; colha com cuidado, com o cabinho, e preste atenção para não
machucar a pele.
Secagem
Frutos: Consumidos na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: Podem ser guardados na gaveta da geladeira, dentro de sacos plásticos, ou congelados. Tomates
verdes podem ser cobertos com pano ou papel e conservados em lugares frescos.

Tomilho

Thymus vulgaris L. - Lamiaceae (Labiatae)


O tomilho é uma planta originária da região mediterrânea da Europa e considerada a favorita dos gnomos, os
elementais protetores da terra. Seu nome científico é derivado da palavra grega "thuos", que significa
"madeira que quando queimada exala agradável aroma" ou "incenso", e do verbo "thuô", que significa
"oferecer um sacrifício aos deuses". Para os filósofos gregos, o néctar original dos deuses, segundo a
mitologia, era originário do mel obtido das inflorescências do tomilho, que nasciam nas escarpas dos Montes
Hymetis.
Outros Nomes Populares: timo.
Outros Idiomas: ecther thymian (alemão), tomillo (espanhol), thym (francês), thyme (inglês), timo maggiore
(italiano), thymi (latim).
Descrição Botânica: O tomilho é uma planta semi-arbustiva, de ciclo perene e que atinge até 50 centímetros
de altura. Desenvolve-se formando touceiras com caules lenhosos, rasteiros e tortuosos. As folhas são
pequenas, opostas, sésseis, de formato linear-lanceolado ou oblongo e com bordos enrolados para baixo. As
flores são pequenas, de coloração rosada ou branca e agrupadas em inflorescências do tipo espiga.
Composição Química: acetato de bornila, álcoois, borneol, carvacrol, cimeno, cineol, citral, esterpineol,
fitosteróis, flavonóides, galactosídeo, geraniol, glicosídeos, limoneno, linalol, mentol, metnona, pectina,
resina, sais minerais, saposídeos, taninos, terpineno, timol e triterpenos.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Anti-séptica, Antiespasmódica, Antimicrobiana, Antivirótica, Aromática,
Béquica, Broncoespasmódica, Carminativa, Desinfetante, Desodorante, Digestiva, Estimulante, Estomáquica,
Expectorante, Refrescante, Tônica.
Usos
culinária: Carnes grelhadas, peixes, marinadas, verduras, queijos, saladas, manjares, pratos condimentados
com vinho, molhos e legumes, carnes bovinas e embutidos em geral, frutas em compota e feijão rosinha.
beleza: Cravos, espinhas, aftas, mau hálito, dermatites, queda de cabelo; usado em sabonetes e perfumes.
saúde: Tosse, bronquite crônica, catarro nas vias respiratórias, infecções gerais, inflamações da boca e
garganta, ajuda a eliminar gases intestinais, feridas e queimaduras.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: enterocolites, insuficiência cardíaca e gestação.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: temperado ameno.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes e estaquia de ramos jovens.
espaçamento: 50 x 15 centímetros.
tipo de solo: árido, seco, pobre, pedregoso, leve, bem drenado, ligeiramente calcário e com pH 6,0-6,7.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Colheita
Folhas: depois do florescimento, no meio do verão; dar preferência para ramos dos pontos mais elevado da
planta, pois têm sabor mais suave e agradável.
Secagem
Folhas: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35°C.
Acondicionamento
Folhas: em potes de vidro bem fechados ou em sacos de papel ou de plástico transparente.

Trevo-doce

Melilotus officinalis (L.) Pall. - Fabaceae (Leguminosae)


Planta aromática, nativa da Europa e Ásia ocidental, introduzida na América do Norte no século 18, como
adubo verde e forragem para outras colheitas. Atualmente, encontra-se difundida pelos Estados Unidos e
Canadá. É comum em margens de estradas e terrenos abandonados. Seu sinônimo botânico é Melilotus
graveolens Bunge. "Meli" é o nome grego para “mel”, numa alusão a suas propriedades melíferas, e “lotus”
quer dizer folhas tripartidas, ou sejas, divididas em três partes, como o trevo. O gênero “Melilotus”, batizado
em 1742, compreende 20 espécies de ervas aromáticas, geralmente, conhecidas popularmente como anafa.
Outros Nomes Populares: anafa-cheirosa, anajá-cheiroso, coroa-de-rei, coroa-de-rei-odorosa, meliloto,
melitoto, trevo-cheiroso, trevo-de-carvalho, trevo-de-cheiro, trevo-real.
Outros Idiomas: ackerhonigklee, echter steinklee, honigklee (alemão), melitoto (espanhol), mélilot, mélilot
des champs, mélilot jaune, mélilot officinal (francês), sweetclover, yellow sweetclover (inglês), meliloto
(italiano).
Descrição Botânica: Planta herbácea, de ciclo anual, bianual ou perene, que cresce até 1,5 metro de altura. A
raiz estreita produz de 1 a 10 hastes eretas, capazes de fixar nitrogênio. As folhas são alternadas, opostas,
tripartidas, dentadas e pecioladas e medem até 8 centímetros de tamanho, sendo ovais-cordiformes, com base
larga, de cor verde escuro na superfície e pálidas no verso. Das axilas, saem os cachos de flores, longos,
delgados e em formato de agulha. As flores, numerosas e pequenas, são perfumadas e hermafroditas (têm os
órgãos masculinos e femininos), de cor branca ou amarela e caem logo após a floração. São polinizadas por
abelhas. Os frutos são vagens pequenas e contém de 1 a 4 sementes cada um.
Composição Química: molibdênio, ácido cumárico, cumarina, gordura, hidrocumarina, ácido melilótico,
proteínas.
Partes Usadas: Flores, Folhas, Talos.
Propriedades Medicinais: Anti-hemorroidal, Anti-reumática, Anticoagulante, Antiespasmódica,
Antitussígena, Aromática, Carminativa, Diurética, Emenagoga, Emoliente, Expectorante suave, Oftálmica,
Sedativa suave, Vulnerária.
Usos
culinária: Os talos jovens podem ser cozidos e consumidos como aspargos. As folhas jovens podem ser
ingeridas “in natura” em saladas, cozidas ou usadas apenas como aromatizante. As folhas secas e maceradas
são usadas como baunilha aromatizante em pudins e doces. As flores também podem ser consumidas cruas ou
cozidas. A planta é usada na fabricação do queijo “gruyère” (queijo de leite de vaca, cozido e prensado, de cor
amarelada, forma cilíndrica, com pequenos furos, fabricado em Gruyère, na Suíça).
beleza: As flores são usadas na perfumaria.
saúde: É expectorante suave. É utilizado no tratamento de insônia, tensão nervosa, nevralgia, palpitações,
veias varicosas, hemorróidas, menstruação dolorosa, na prevenção de trombose, flatulência e desordens
intestinais. Externamente, na forma de banhos ou decocção, é usado para tratar inflamações oculares, dores
reumáticas, inchaço nas articulações, contusões, furúnculos, erisipela. Uma água destilada obtida da planta é
usada como tratamento para conjuntivites. A planta contém cumarina, uma substância que, quando a planta é
seca, converte-se em dicumarol, um poderoso anticoagulante. Auxilia a má digestão, azia, acidez estomacal,
insônia, nervosismo, amenorréia (ausência de fluxo menstrual), diminuição ou supressão da secreção urinária,
reumatismo, resfriado, tosses, faringite, amigdalite.
outros usos: É usado como forragem e adubo verde em plantações. Também é excelente planta melífera -
atrai abelhas que produzem um mel de boa qualidade. As folhas secas podem ser usadas como repelente de
insetos e no “recheio” de travesseiros aromáticos.
Contra-Indicações: Devido à presença da substância cumarina, que se converte ao anticoagulante dicumarol,

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a planta seca deve ser usada com cautela e não pode ser prescrita a pacientes com histórico de problemas de
coagulação sangüínea.
Efeitos Colaterais: A substância cumarina, em excesso, é extremamente venenosa, podendo causar
hemorragias e morte. Já, quando está fresca, a planta é segura para o consumo humano.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena (Não tolera sombra).
propagação: Por sementes. Devem ser plantadas da primavera ao meio do verão. A germinação é iniciada
após as sementes serem submetidas a regas, por 12 horas seguidas, em terra morna, particularmente quando o
cultivo for em climas secos. A germinação normalmente acontece em duas semanas.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Bem drenado, seco, com pH de neutro a alcalino e textura calcária.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Baixa (É altamente tolerante à seca. A necessidade de água abundante é apenas no
pequeno período de germinação).
Colheita
Folhas: No início da floração, quando as flores ainda estiverem em botão.
Flores: No início da floração, quando as flores ainda estiverem em botão.
Talos: No início da floração, quando as flores ainda estiverem em botão.
Secagem
Folhas: À sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Flores: À sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Talos: À sombra, em local bem ventilado, ou no secador, com temperatura máxima de 35º C.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Flores: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.
Talos: Em sacos de pano ou plástico atóxico, bem fechados, em local escuro e bem ventilado.

Tribullus

Classificação
Reino: Plantae
Divisão: Angiospermae
Classe: Dicotiledônea
Ordem: Geraniales
Família: Zygophylaceae
Gênero: Tribulus
Espécie: Terrestris Linn
Sinonímia Botânica: Tribulus Languinosus Linn
Parte utilizada: Fruto Seco
Características
O Tribulus Terrestris é uma erva utilizada por centuriões na Europa e era chamada de “ puncture
yine”. Eles o usavam para o tratamento da impotência e como estimulante, aumento do libido e
performance sexual em homens e mulheres. O tribulus é a alternativa natural mais forte para a
sintetização de hormônios anabólicos. Não é um hormônio. Esse medicamento aumenta os níveis
de testosterona sem qualquer efeito tóxico. Como a testosterona promove a síntese de proteínas e
o balanço positivo de nitrogênio, os benefícios são o aumento das células dos músculos e
conseqüentemente da força do corpo, assim como uma rápida recuperação em casos de stress
muscular e recondicionamento dos músculos.
O Tribulus aumenta os níveis de testosterona em 30% ou mais em apenas 5 dias. O mecanismo
com que o Tribulus produz esse efeito é devido a simulação de produção da secreção do hormônio
LH ( hormônio luteinizante), produzido naturalmente pela glândula pituitária.
A planta cresce por toda a Índia, os arbustos florescem em solo preto muito irrigado em altitudes
acima de 3000 metros.
Indicações

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Os frutos são doces, gelados, tem efeito afrodisíaco, emoliente, aperitivo, digestivo, expectorante,
anti-emetico, antiinflamatório, laxativo, cardiotônico, fortificante. É também utilizado contra cálculo
renal, anorexia, anemia, dispepsia, espermatorréia, gonorréia, doenças da pele, verminoses e
doenças em geral.
As sementes são adstringentes, fortificantes, e são também usadas em hemorragias e úlceras no
estômago.
A cinza de toda a planta é boa para aplicações externas como atrites reumáticas. As propriedades
diuréticas da planta são devido a grande quantidade de nitratos presentes, assim como o óleo
essencial extraído das sementes.
O Tribulus terrestris é um energético muito poderoso, e uma excelente opção para quem não quer
tomar anabolizantes ou esteróide e necessita de muita força nos treinos.
Farmacologia
Atividade anti-urolítica: em estudos preliminares o efeito diurético do Tribulus terrestris em ratos
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brancos aumentou. O efeito diurético foi atribuído devido a presença de grande concentração de
sais de potássio.
1- Ação diurética com o mínimo efeito colateral de Tribulus terrestris em ratos brancos foi
confirmado.
2- Em estudos seguintes, a terapia com Tribulus evolui em várias disfunções urinárias. O extrato de
etanol foi testado contra uma urolitíase provocada artificialmente em ratos albinos. O extrato foi
administrado oralmente em 25,50 e 100mg/Kg diariamente no período de 4 meses. A dosagem
exposta depende da atividade anti-urolítica e inibirá completamente a formação de pedras.
Dose
Cápsulas de 650 mg, tomar três vezes por dia ou conforme indicado.

Tuia

Thuja occidentalis L - Cupressaceae


Originária da América do Norte, é uma planta ornamental cultivada em muitos países, inclusive no Brasil. Ela
cresce lentamente e mantém uma forma compacta, o que a torna apropriada para o cultivo em vasos e
composições paisagísticas, como, por exemplo, o Bonsai. Também é largamente usada como cerca viva,
funcionando muito bem como quebra-ventos. Além disso, a sua madeira amarelada e de boa qualidade é
empregada na construção civil e naval.
Outros Nomes Populares: árvore-da-vida, cedrinho, ciprestes, tuia-americana.
Outros Idiomas: amaerikanischer lebensbaum (alemão), tuya (espanhol), thuya d'Orient (francês), chinese
thuja (inglês), tuja (italiano).
Descrição Botânica: Árvore monóica, que cresce de 15 a 20 metros de altura. Possui copa piramidal e tronco
marrom-avermelhado. Suas folhas são de coloração verde-escura na parte superior e verde mais clara na
inferior, são opostas cruzadas, imbricadas, pequenas e escamifornes (têm forma de escamas). As flores são
femininas e masculinas; as masculinas são marrom-escuras, pequenas e formato globular. Já as femininas são
amarelo-esverdeadas e em forma de estrela. O fruto tem forma de cone, cor amarelo-pardo e é composto de
escamas coriáceas e ovais. As sementes são da mesma coloração.
Composição Química: Taninos, óleo essencial, flavanóides, borneol, alfa-pineno.
Partes Usadas: Ramos.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-helmíntica, Anti-hemorroidal, Anti-reumática, Antiasmática,
Antiverrugosa, Emenagoga, Expectorante.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é comumente usada.
saúde: Externamente, é usada em tratamentos de hemorróidas e verrugas. Internamente, é empregada para
o tratamento de transtornos menstruais, catarros bronquiais, enfisema, asma e vermes intestinais. Na
homeopatia, é usada para o tratamento de doenças de pele, como a psoríase e o reumatismo.
outros usos: Também é usada como cerca viva, funcionando muito bem como quebra-ventos. Além
disso, sua madeira de boa qualidade é empregada na construção civil e naval.
Contra-Indicações: Gestação; fazer uso interno apenas sob rígida supervisão médica.

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Efeitos Colaterais: Efeito abortivo; pode causar vômito, diarréia e hemorragias.
Cultivo e Conservação
clima: Tropical e subtropical.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: De textura argilosa, com pouca matéria orgânica e pH entre 5,0 e 5,5.
adubação e correção: Pode ser feita uma adubação orgânica, composta de esterco curtido de animal,
húmus ou matéria orgânica, incorporados na cova de plantio a 60 centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Ramos: Na época da primavera, à sombra e com as mãos protegidas por uma luva.
Secagem
Ramos: Cortados em pedaços e expostos em secador, com temperatura máxima de 60° C.
Acondicionamento
Ramos: Em tonéis e caixas de papelão, em local seco e bem ventilado.

Unha-de-gato

Uncaria tomentosa (Willd. ex Roem. & Schult.) DC. - Rubiaceae


Originária do Peru e da Colômbia, já era utilizada pelos incas há pelo menos 2 mil anos antes da chegada de
Cristóvão Colombo à América. Atualmente, é a planta mais popular do Peru. É facilmente encontrada por
toda a Amazônia, incluindo a parte brasileira. É uma das plantas mais requisitadas internacionalmente devido
ao seu poder antiinflamatório, sendo usada na cura de inúmeras doenças. Seus princípios ativos foram
patenteados nos Estados Unidos. O nome surgiu da semelhança de seus espinhos com as unhas do gato.
Outros Idiomas: katzenklaue (alemão), uña de gato (espanhol), cat's claw (inglês), unghia di gatto (italiano).
Descrição Botânica: Arbusto trepador lenhoso, de porte baixo, que cresce espontaneamente na Floresta
Amazônica, apoiado em outra árvore. Suas extremidades apresentam "garrinhas", e suas folhas são compostas
e ovais.
Composição Química: Acetoxidihidronomilina, ácido alfa-trihidroxi-ursenóico, carboxistrictosidina, ácido
acetiluncárico, ácido adípico, aloisopteropodina, alopteropodina, angustina, campesterol, carboxistrictosidina,
catecol, D-catechina, DL-catecol, ácido catecutânico, beta-sitosterol, corinanteína, corinoxeína,
dihidrocorinanteína, óxido-n-dihidrocorinanteína, dihidrogambirtanino, ácido elágico, L-epicatecol,
epicatechina, especiofilina, estigmasterol, ácido gálico, hanadamina, hirsutina, hirsuteína, óxido-n-hirsutina,
hiperina, 3-iso-19-epi-ajmalicina, isocorinozeína, isomitrafilina, isopteropodina, isorrincofilina, óxido-n-
isorrinchofilina, isorotundifolina, ácido cetouncárico, mitrafilina, 11-metoxiohimbina, ácido oleanólico,
ourouparina, oxogambirtanino, pteropodina, ácido quinóvico, rincofilina, rotundifolina, uncarina e ácido
ursólico.
Partes Usadas: Casca, Folhas, Raízes.
Propriedades Medicinais: Anti-reumática, Antibacteriana, Antiinflamatória, Antimutagênica, Antitumoral,
Antiviral, Citostática, Contraceptiva, Depurativa, Diurética, Hipotensora, Imunoestimulante, Regeneradora
celular, Vermífuga.
Usos
culinária: Não é usada.
beleza: Não é usada.
saúde: Usada contra diversas doenças, tais como câncer, Aids (como complemento no coquetel),
candidíase, gonorréia, herpes genital, artrite, gastrite, abcessos, úlceras gástricas, febres, hemorragias,
afecções intestinais, doenças ósseas, irregularidade menstrual, cirrose, doenças urinárias, asma, disenteria e
cáries. Também é empregada na prevenção de doenças cardíacas, pois inibe a formação de placas nas paredes
arteriais e coágulos nas veias do cérebro e coração. Estudos demonstraram que a unha-de-gato, ingerida por
fumantes durante 15 dias, reduz a ação mutagênica do tabaco sobre as células do organismo.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser usado por mulheres grávidas e lactantes.
Efeitos Colaterais: Diarréia, altera a consistência dos intestinos.
Cultivo e Conservação

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clima: Equatorial e tropical.
exposição solar: Plena.
propagação: Normalmente não é cultivada, pois cresce espontaneamente na Floresta Amazônica.
espaçamento: Normalmente não é cultivada, pois cresce espontaneamente na Floresta Amazônica.
tipo de solo: Normalmente não é cultivada, pois cresce espontaneamente na Floresta Amazônica.
adubação e correção: Normalmente não é cultivada, pois cresce espontaneamente na Floresta Amazônica.
necessidade de água: Normalmente não é cultivada, pois cresce espontaneamente na Floresta Amazônica.
Colheita
Folhas: Em qualquer época do ano.
Raízes: No outono.
Casca: Em qualquer época do ano.
Secagem
Folhas: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35ºC.
Raízes: Em secador, com temperatura máxima de 60ºC.
Casca: Em secador, com temperatura máxima de 60ºC.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de pano ou papel, em local bem arejado e sombreado.
Raízes e Casca: Em sacos de pano ou tonéis, em local bem arejado e sombreado.

Urtiga

Urtica dioica L. - Urticaceae


A urtiga é uma planta originária da América do Norte. O nome científico "dioica", que significa "duas casas",
foi dado em referência à existência de flores masculinas e femininas em uma mesma planta. Possui inúmeras
utilidades: é usada na alimentação, na medicina e na indústria têxtil. Isso porque ela produz uma fibra de alta
qualidade, parecida com a extraída do cânhamo e do linho.
Outros Nomes Populares: ortiga.
Outros Idiomas: große brennessel (alemão), ortiga (espanhol), ortie (francês), Stinging nettle (inglês), ortica
comune (italiano).
Descrição Botânica: A urtiga é uma planta de porte herbáceo, rizomatosa, ciclo perene e que atinge de 60
centímetros a 1,80 metro de altura. Seu caule é avermelhado. Suas folhas são inteiras, opostas, pendentes, de
formato oval e bordo dentado. A planta inteira é coberta por pêlos duros e urticantes que, quando
tocados, quebram-se, soltando substâncias irritantes como ácido fórmico. Suas flores são pequenas, de
coloração branco-esverdeada, com ausência de pétalas e agrupadas em inflorescências do tipo panícula. É uma
planta predominantemente monóica e raramente dióica, com sexo em plantas separadas ou em inflorescências
separadas numa mesma planta, sendo os cachos de flores femininas pendentes e os masculinas eretos. Os
frutos, quando maduros, possuem formato oval e comprimido e têm coloração de amarela a marrom com
cheiro característico de cenoura.
Composição Química: Acetilcolina, acetofenona, ácido acético, ácido fórmico, ácidos graxos, ácido
ascórbico, betaína, carotenóides, clorofila, escopoletina, flavonóides, fitosterol, glicerol, histamina, lecitina,
mucilagem, nicotina, óleos voláteis, quercetina, sais minerais, secretina, serotonina, sitosterol, taninos, a-
tocoferol e violaxantina.
Partes Usadas: Parte aérea, Raízes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-seborréica, Anti-séptica, Anticaspa, Antiescorbútica,
Bactericida, Depurativa, Estimulante, Hemostática, Hipoglicêmica, Tônica, Vasoconstritora.
Usos
culinária: Plantas jovens, com cerca de 15 centímetros de altura, são excelentes, se comidas como
verdura, na substituição do espinafre. O efeito urticante desaparece após a cocção ou fervura. Na Alemanha,
na 2a Guerra Mundial, a urtiga era coletada para consumo humano devido ao seu alto valor nutritivo,
caracterizado pela alta porcentagem de ferro e vitaminas A e C. Pode-se ainda produzir vinho e cerveja.
beleza: Tecidos danificados, manchas e sardas, cravos e espinhas, irritação da pele pós-sol, caspa, queda
de cabelos e cabelos opacos.
saúde: Diabetes, hemorragias, anemias, gota, diarréias, problemas urinários, feridas, úlceras, asma,
problemas brônquicos, queimaduras e ciática. Alguns estudos mostram que pode ser útil no tratamento de

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dores reumáticas e hiperplasia benigna da próstata.
outros usos: A urtiga tem sido avaliada para utilização como feno e mostra-se rica em proteínas e baixa
em fibra. De suas hastes, obtém-se uma fibra de alta qualidade, parecida com a extraída do cânhamo e do
linho, que pode ser usada na fabricação de roupas, corda e papel.
Contra-Indicações: gestantes e portadores de edema causado por problemas cardíacos ou renais.
Efeitos Colaterais: Irritação da pele e dos olhos e reações alérgicas. O consumo interno pode causar náusea e
vômitos em pessoas de estômago sensível e crianças.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes.
espaçamento: 40 centímetros entre plantas.
tipo de solo: Textura média, profundo, rico em nutrientes, bem drenado e rico em fosfato e nitrogênio.
adubação e correção: Esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade; aplicação de adubo nitrogenado aumenta a produtividade de folhas e hastes.
necessidade de água: Mediana.
Colheita
Parte aérea: No início do verão, antes que as hastes tornem-se fibrosas.
Raízes: No outono.
Secagem
Parte aérea: Na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35°C; o
efeito urticante desaparece quando submetida a altas temperaturas.
Raízes: Cortado em pedaços na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima
de 45°C.
Acondicionamento
Parte aérea: Em sacos de papel ou de plástico transparente.
Raízes: Em caixas de papelão vem vedadas, armazenadas em local seco e bem ventilado.

Urucum

Bixa orellana L. - Bixaceae


O urucum é uma planta originária da América do Sul, mais especificamente da região amazônica. Seu nome
popular tem origem na palavra tupi "uru-ku", que significa "vermelho". De suas sementes extrai-se um
pigmento vermelho usado pelas tribos indígenas brasileiras e peruanas como corante e como protetor da pele
contra os raios solares intensos. Hoje ele é usado amplamente na indústria alimentícia como corante de
diversos produtos.
Outros Nomes Populares: orucu, urucu.
Outros Idiomas: orleanstrauch (alemão), onoto (espanhol), noyer d'Amerique (francês), annatto (inglês).
Descrição Botânica: O urucum é uma planta arbustiva, de ciclo perene e que atinge até 5 metros de altura. O
caule é ereto, ramificado e forma uma copa. Suas folhas são alternas e cordiformes. As flores são pequenas, de
coloração branco-rosada. O fruto é do tipo cápsula, coberto com espinhos de 2 centímetros e no formato de
um pequeno coração, com sementes numerosas de coloração vermelha.
Composição Química: ácidos graxos saturados e insaturados, açúcares, bixana, celulose, flavonóides,
fosfolipídeos, monoterpenos, óleo fixo, orelina, proteínas, saponinas, sesquiterpenos e taninos.
Partes Usadas: Frutos, Sementes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Afrodisíaca, Antidisentérica, Bactericida, Corante, Depurativa,
Emoliente, Estomáquica, Vulnerária.
Usos
culinária: conhecido no mercado de condimentos pelo nome de colorau, é usado como corante de carnes
assadas, carnes congeladas, arroz, manteiga, queijos, sopas, pães e arroz.
beleza: colorir as unhas, mãos e pés; usado em produtos bronzeadores e de proteção solar.
saúde: altas taxas de colesterol e triglicerídeos no sangue.
outros usos: De suas sementes extrai-se um pigmento vermelho usado pelos grupos indígenas brasileiros
e peruanos como corante.
Contra-Indicações: gestantes e lactantes.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Efeitos Colaterais: tóxico para o fígado e pâncreas, pode causar variações na taxa de glicose.
Cultivo e Conservação
clima: quente.
exposição solar:
propagação: sementes.
espaçamento:
tipo de solo: leve, de textura moderada e bem drenado.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Sementes: quando os frutos estão maduros.
Secagem
Sementes: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
40°C.
Acondicionamento
Sementes: em sacos de papel ou de plástico transparente.

Uva-ursina

Arctostaphylos uva-ursi (L.) Spreng. - Ericaceae


Os primeiros arbustos de uva-ursina surgiram nas regiões montanhosas da Europa, América do
Norte e Ásia, mas atualmente podem ser encontrados na região central da América do Norte e norte
da Europa. Esta espécie é considerada medicinal há muitos séculos pelos povos nórdicos. Seu
nome vem do grego "arkton staphyle", ou "uvas-de-urso", devido ao fato dos frutos serem um
importante alimento para os ursos. Várias espécies são usadas como plantas ornamentais.
Outros Nomes Populares: buxilo, búxulo, medronheiro, ursina, uva-de-urso, uva-ursi.
Outros Idiomas: bärentraube (alemão), gayuba del pays (espanhol), raisin d'our (francês),
bearberry (inglês), uva ursina (italiano).
Descrição Botânica: Arbusto rasteiro de crescimento rápido, que atinge de 7,5 a 10 centímetros
acima do solo. As raízes crescem rentes ao solo, espalhando-se por até mais de 130 centímetros de
extensão. Possui ramos glabros e enraizantes, que formam um denso tapete de vegetação. As folhas
são coriáceas, obovais a obtusas, persistentes, com pecíolo curto e de cor verde escura. As flores
são pequenas, de cor branca ou rosada, estão agrupadas em inflorescências do tipo cacho terminal e
aparecem no início da primavera. O fruto é do tipo drupa, de cor vermelha brilhante e contêm cinco
sementes.
Composição Química: Quercetina, mircetina, hipericina, isoquercetina, mircitrina, quercitrina,
iridóides (asperulosídeo, monotropeína), arbutina, metil-arbutina, ácido elágico, ácido gálico,
taninos, ácido ursólico, uvaol, amirina, fósforo, cálcio.
Partes Usadas: Folhas.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-séptica, Antibacteriana, Antiinflamatória, Diurética.
Usos
culinária: As folhas são usadas para chá em algumas partes da Rússia (o chá conhecido por
kutai ou caucasian tea). Os frutos podem ser usados no preparo de bebidas refrescantes, geléias ou
como ingrediente para a preservação de outros alimentos.
beleza: É uma das substâncias que compõem produtos clareadores, freqüentemente usados em
seções de esfoliação de pele, com o objetivo de hidratar e remover manchas superficiais e recém-
adquiridas.
saúde: Usada contra doenças inflamatórias das vias urinárias, cálculos urinários e inflamações
crônicas renais (porém só deve ser utilizado quando a urina apresentar pH alcalino), inflamações na
boca, garganta, intestinos e órgãos genitais (vaginites, metrites, corrimentos etc.), inflamações
crônicas da próstata e uretra, diarréias e disenterias, cistites e catarros vesicais.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: Não deve ser consumida por gestantes, nutrizes, crianças até 12 anos e
pessoas com sensibilidade estomacal.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Efeitos Colaterais: O uso excessivo pode provocar náusea, vômito, convulsão e colapso. O uso
prolongado pode causar danos crônicos ao fígado. Em gestantes, pode reduzir o suprimento de
sangue para o feto.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado frio.
exposição solar: Meia-sombra e plena.
propagação: Sementes e estaquia de ramos novos.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: De textura areno-argilosa, úmido, bem drenado, rico em matéria orgânica e pH
alcalino; prefere as regiões montanhosas.
adubação e correção: Esterco de curral, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: Durante o outono, retirando apenas as folhas mais verdes, para que a planta não morra.
Secagem
Folhas: Devem ser secadas rapidamente ao sol, ou em secador, com temperatura máxima de 55
graus Celsius.
Acondicionamento
Folhas: Em sacos de papel ou pano, longe da umidade e luminosidade.

Uva

Vitis vinifera L. - Vitaceae


Originária da Ásia Ocidental e da Europa, era cultivada na Síria há quase 9 mil anos, ainda na Idade da Pedra.
No Egito, tem-se notícia de seu cultivo por volta do ano 5000 a.C. Alguns acreditam que a espécie foi
introduzida na Europa pelos fenícios, que a levaram para a Grécia, a Itália e para Marselha, na França. Mas
pesquisas arqueológicas indicam que a uva já estava presente na Europa antes mesmo do homem. No tempo
dos gregos e romanos, a uva era considerada um alimento afrodisíaco e estava presente em todos os
banquetes.
No Brasil, os portugueses cultivam-na desde o século 16. Em 1532, quando Martim Afonso de Souza
desembarcou em São Vicente, trouxe consigo algumas cepas de Vitis vinifera para plantio no país. Acredita-se
que o primeiro vinho produzido no país tenha aparecido na época dos bandeirantes paulistas. Mais tarde, o
Estado de Goiás também passou a produzir vinho – bebida que chegou a ser elogiada pelo viajante Saint-
Hilaire e que, dizem, era o único vinho das Américas aceito na adega da Coroa Portuguesa.
Com a imigração italiana e alemã nos séculos 19 e 20, a Região Sul do país criou uma forte viticultura. Hoje,
o Rio Grande do Sul é o maior Estado produtor e exportador de vinho nacional.
Outros Nomes Populares: videira.
Outros Idiomas: Weinrebe (alemão), Uva (espanhol), Raisin (francês), Grape (inglês), Vite comune
(italiano).
Descrição Botânica: Trepadeira lenhosa, com gavinhas para fixação. O caule jovem é de cor verde, tornando-
se marrom escuro mais tarde. As folhas são verdes, ovadas, lobadas, com 5 lobos, e tomentosas. As flores,
pequenas e de cor verde-claro, podem ser femininas, masculinas ou hermafroditas. Reúnem-se em
inflorescências do tipo cacho, cônico ou alongado. Os frutos são do tipo baga, ricos em açúcares. Cada baga
contém até 4 sementes. Existem cerca de 10 mil variedades de V. vinifera.
Composição Química: Ácido acético, ácido ascórbico, ácido aspártico, ácido betulínico, ácido caféico, ácido
clorogênico, ácido ferúlico, ácido fumárico, açúcares, catecol, cumarina, fenóis, flavonóides, geraniol,
kaempferol, limoneno, linalol, malvidina, pectina, pigmentos antociânicos, pró-vitamina A, quercetina,
quercitrina, resveratrol, taraxerol, alfa-tocoferol,alfa-viniferina, vitaminas C e do complexo B, além de sais
minerais como potássio, cálcio e enxofre.
Partes Usadas: Frutos, Óleo extraído das sementes.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Afrodisíaca, Antialérgica, Antiidade, Antiinflamatória, Calmante,
Diurética, Emoliente, Estimulante, Expectorante, Laxante, Queratolítica, Refrescante, Tônica, Umectante.
Usos

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
culinária: Consumidas ao natural e usadas em sucos e saladas. Utilizadas na decoração de bolos e tortas e
na preparação de doces. O vinho é produzido a partir do suco de uva fermentado.
beleza: Usada em máscaras faciais para peles cansadas, cremes hidratantes, cremes de ação noturna para
tratamento de rugas e óleos e cremes para amaciar mãos e pés. O óleo das sementes é utilizado em massagens
para peles oleosas e para prevenir estrias em gestantes, banhos para relaxar, refrescar e devolver os nutrientes
da pele, e na elaboração de xampus neutros. Além disso, é um ótimo óleo carreador, sem cheiro e sem cor,
sendo indicado como base de essências aromaterápicas e todos os tipos de cosméticos, como cremes, óleos e
loções de proteção solar.
saúde: Diabetes, flatulência, inflamação nos olhos, disfunções intestinais, problemas digestivos, catarros;
estudos epidemiológicos comprovam que os polifenóis presentes no fruto da videira proporcionam funções
cardiovasculares normais e saudáveis.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: De acordo com a literatura consultada, não há contra-indicações ao seu consumo ou uso
externo.
Efeitos Colaterais: De acordo com a literatura consultada, não há efeitos colaterais advindos de seu consumo
ou uso externo.
Cultivo e Conservação
clima: Mediterrâneo, com temperaturas de até -3º C no inverno e calor e sol no verão; algumas variedades
crescem em clima subtropical.
exposição solar: Plena (Se o plantio for feito em clima adequado).
propagação: Estaquia ou enxertia.
espaçamento: 1,20 metro entre plantas e 1,80 metro entre fileiras.
tipo de solo: Prefere os solos pobres, secos e pedregosos, de preferência em declive, com pH neutro e bem
drenados; porém, cresce também em solos calcários.
adubação e correção: Lavrar o solo em profundidade, acrescentar fosfato de rocha e potássio e fazer
calagem em solos com pH abaixo de 6.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Frutos: Quando estiverem maduros, normalmente de novembro a janeiro; quanto mais maduros, melhores
para a fabricação de vinho, pois concentram mais açúcar, facilitando a fermentação.
Secagem
Frutos: Usados na forma fresca.
Acondicionamento
Frutos: Após a colheita, os cachos devem ser colocados, numa única camada, em caixotes mantidos em
local com temperatura de 10º C. Quando os cabos dos cachos começarem a enrugar, os caixotes devem ser
colocados em local fresco, ligeiramente úmido e com temperatura de 4º C. Dessa forma, as uvas podem ficar
frescas por meses. Em casa, guardá-las na geladeira.

Valeriana

Valeriana L. é nome de um grande gênero de plantas herbáceas perenes da família das valerianáceas, nativas
da Europa e do norte da Ásia — porém vastamente distribuídas pelo planeta, portanto encontradiças também
nas Américas — que apresentam inflorescências perfumadas e raízes grossas com odor característico e forte,
das quais, adequadamente tratadas (maceradas, trituradas, dessecadas e acondicionadas), se preparam
medicamentos fitoterápicos de efeito ansiolítico, tranquilizante e até anticonvulsivante, classicamente
utilizados em medicina, por conterem drogas ou princípios ativos que lhes conferem tais propriedades —
medicamentos também chamados de valeriana.
Suas flores são brancas ou róseas, e seus frutos, aquênios (diminutos, secos, indeiscentes, providos de uma só
semente, que se acha inteiramente livre dentro do pericarpo fino), são realmente pequeníssimos.
Chama-se valeriana, por extensão, qualquer espécie ou espécime desse gênero, como, por exemplo, a
Valeriana comum, ou, simplesmente, Valeriana, ou — pelo nome científico — precisamente a Valeriana
officinalis.
Propriedades Farmacológicas:
A atividade de Valeriana se dá calmante, sedativa, ansiolítica, espasmolítica, relaxante e anti-ulcerogênica. O
principal efeito é reduzir o tempo de indução do sono.

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Os ácidos valerênicos (valerênico, acetóxi-valerênico e hidroxivalerênico) têm mostrado diminuir a
degradação do ácido gama aminobutírico (GABA). O aumento da concentração de GABA na fenda sináptica
é um fator responsável pelas propriedades sedativas.
Outro mecanismo que pode contribuir para as propriedades sedativas de Valeriana são os altos níveis de
glutamina no extrato. Diferentemente do GABA,
Princípio Ativo:
É uma planta herbácea perene, pertencente à família Valerianaceae. Encontra-se largamente distribuída por
toda a Europa e Ásia, mas devido a seu uso medicinal, esta hoje difundida por toda a Europa. O período de
colheita é entre o outono e a primavera. Logo após a colheita, os rizomas e raízes devem ser secos a
temperatura de 40°C para prevenir a degradação dos componentes ativos.
Os principais componentes são: óleo essencial, hidrocarbonetos mono e sesquiterpênicos, ácidos valerênicos,
ésteres terpênicos, alcalóides, cetonas aldeídos e álcoois triterpênicos, valepotriatos e taninos.
Era recomendada por médicos árabes desde a Primeira Guerra Mundial, para tratar neuroses de guerra. Seus
efeitos terapêuticos são conhecidos desde o tempo do Renascimento. A glutamina atravessa a barreira hemato-
encefálica mais eficazmente, onde podendo ser convertido a GABA nos terminais nervosos.
Existem ainda outros componentes: os monoterpenos se decompõem na presença da enzima oxidase em ácido
valerênico e metilcetona; o primeiro tem ação antiespasmódica e o segundo ligeiramente anestésico.
Estudo clínico:
Melhoras na taxa de qualidade do sono foram demonstradas num estudo randomizado, multicêntrico, que
envolveu 121 pacientes. Estes utilizaram a dose adequada de Valeriana, uma hora antes de deitarem, por 28
dias. A porcentagem de satisfação no tratamento foi de 66%, quando comparado com o grupo controle.
Efeitos colaterais:
O uso prolongado do produto pode causar diarréia e irritação.
Precauções:
Evitar o uso prolongado. Procurar seguir corretamente a posologia, observando a duração do tratamento.
Indicações:
Valeriana é indicado para distúrbios do sono causados por condições, distúrbios mentais, problemas de
concentração, excitabilidade, estresse, dores de cabeça, neurastenia, epilepsia, histeria, cardiopatia nervosa,
estados de agitação inerentes ao período menstrual, neuralgia e outros estados de ansiedade.
Interações:
Embora não exista evidência de que haja uma potencialização do efeito no sistema nervoso normal, não é
recomendado o uso concomitante de Valeriana e bebidas alcoólicas.
Concentração usual e modo de administração:
As doses usuais de Valeriana são de 100 a 500mg/dia, sempre após as refeições. Para situações de insônia, de
400 a 900mg de Valeriana, 30 minutos antes de dormir.
Em casos de inquietação e ansiedade, 220mg do Valeriana, 3 vezes ao dia.
Deve-se considerar que a faixa de dose pode variar, dependendo da necessidade do paciente.

Verbena

Verbena officinalis L. - Verbenaceae


A verbena é uma planta originária das Américas do Sul e do Norte. O nome "verbena" é oriundo de uma
palavra romana para designar plantas usadas em sacrifícios. Isso porque ela sempre foi ligada a magia e
encantamentos. Os padres costumavam chamá-la de "herba sacra" e a usavam em muitos sacrifícios e rituais.
Além dessa conotação mística, ela também era tida como planta afrodisíaca e conhecida por "herba veneris".
O nome em inglês, "vervain", deriva da palavra céltica "ferfaen", que significa "tirar fora uma pedra", em
alusão aos seus efeitos medicinais sobre pedras nos rins.
Outros Nomes Populares: erva-de-ferro, planta-da-sorte.
Outros Idiomas: eisenkraut (alemão), verbena (espanhol), verveine (francês), vervain (inglês), verbèna
(italiano).
Descrição Botânica: A verbena é uma planta de porte subarbustivo, de ciclo perene, que atinge de 40 a 80
centímetros de altura. Suas folhas inferiores são de formato oval ou oblongo, com pecíolo, opostas e finas,
com bordo serrilhado. As flores são pequenas, sésseis, de coloração azul ou violeta, com brácteas pubescentes
e agrupadas em inflorescências do tipo espiga, em panículas terminais. O fruto é de formato oblongo.
Composição Química: aucubina, artemitina, citrina, emulsina, verbenalina, verbanalol, verbenina e taninos.

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Partes Usadas: Flores, Folhas.
Propriedades Medicinais: Afrodisíaca, Aperiente, Calmante, Digestiva, Diurética, Febrífuga, Galactagoga,
Sudorífera.
Usos
culinária: Aromatizar cafés e chás com ervas amargas e preparar um licor chamado Verbena.
beleza: Celulite.
saúde: Afecções nervosas, reumatismo, má digestão, falta de apetite, febres, mau funcionamente dos rins,
asma, problemas respiratórios, cálculos renais, úlceras, oftalmias e falta de leite nas lactantes.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: tropical e subtropical.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes no início da primavera, estaquia de ramos novos e divisão de raízes.
espaçamento: 40 centímetros entre plantas.
tipo de solo: textura argilo-arenosa, rico em nutrientes e matéria orgânica, úmido e com pH 6,0-7,0.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: antes da floração, no meio do verão.
Flores: logo que começarem a se abrir.
Secagem
Folhas: na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 35°C.
Flores: na sombra, em local bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 30°C.
Acondicionamento
Folhas e Flores: em sacos de papel ou de plástico transparente.

Violeta-tricolor

Viola tricolor L. - Violaceae


A violeta-tricolor é uma erva originária da Europa, África e Ásia Ocidental. Seu nome científico, "viola", é
derivado do latim, que, por sua vez, vem do grego "ione". O nome "tricolor" é em referência à coloração de
suas flores, que possuem três tonalidades diferentes. Seu uso medicinal é antigo e já nos tempos medievais era
usada na Europa como chá purificante do sangue e como um remédio para doenças do coração.
Outros Nomes Populares: amor-perfeito, amor-perfeito-bravo, viola.
Outros Idiomas: wildes stiefmütterchen (alemão), pensamiento (espanhol), violette tricolore (francês), wild
pansy (inglês), viola del pensiero (italiano), violae (latim).
Descrição Botânica: A violeta-tricolor é uma planta herbácea, de ciclo anual ou bianual, que atinge até 25
centímetros de altura. Seu caule é anguloso, triangular, simples ou ramoso. Suas folhas são de formato oval,
alongadas e peninérveas. Suas flores são tricolores (amarelo-vivo, violeta e tons avermelhados) e têm as
pétalas superiores eretas. O fruto é do tipo cápsula ovóide e oblonga, com sementes pequenas e brancas.
Composição Química: ácido ascórbico, ácido t-caféico, ácido cumárico, ácido gentísico, ácido heptanóico,
ácido hidrociânico, ácido salicílico, arabinose, carotenóides, cumarinas, escoparina, galactose, glucose,
orientina, rhamnose, rutina, saponaretina, saponarina, saponina, taninos, a-tocoferol, umbeliferona, vicenina,
violantina, violaxantina, violutosídeo e yohimbina.
Partes Usadas: Flores, Folhas.
Propriedades Medicinais: Adstringente suave, Anti-seborréica, Antiinflamatória, Bactericida, Béquica,
Calmante, Colagoga, Depurativa, Diurética, Emoliente, Laxante, Sudorífera, Tônica.
Usos
culinária: As flores podem ser usadas na decoração de saladas verdes.
beleza: Abscessos, eczemas, rugas na região dos olhos, acnes, irritações nos olhos, erupções na pele dos
bebês, seborréia do couro cabeludo e problemas seborréicos na pele.
saúde: Dermatites, impetigo, inflamações da garganta, tosse, reumatismo, secreções pulmonares,

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faringites, conjuntivites e sarampo.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: não foram encontradas na literatura consultada.
Efeitos Colaterais: não foram encontrados na literatura consultada.
Cultivo e Conservação
clima: temperado.
exposição solar: Plena.
propagação: sementes.
espaçamento:
tipo de solo: úmido e rico em matéria orgânica.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 30
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Folhas: em qualquer época.
Flores: logo que se inicia a floração.
Secagem
Folhas: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
35°C.
Flores: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
30°C.
Acondicionamento
Folhas e Flores: em sacos de papel ou de plástico.

Violeta

Viola odorata L. - Violaceae


A violeta, de origem européia, é conhecida desde os tempos antigos por suas propriedades antitussígenas e
calmantes. Os árabes a utilizavam, durante a Idade Média, como vomitivo e como remédio contra o cancro de
Santa Hideldia. Hoje é muito cultivada no Brasil como planta ornamental.
Outros Nomes Populares: viola, violetinha.
Outros Idiomas: Veilchen (alemão), Violeta (espanhol), Violette (francês), Violet (inglês), Violetta
(italiano).
Descrição Botânica: Pequena planta herbácea, com altura de 10 centímetros. Possui uma roseta basilar de
folhas pecioladas, cordiformes e de bordos crenulados. As flores, isoladas, pequenas e de cor violeta-escuro,
são formadas por 5 pétalas características, das quais 2 eretas e a inferior prolongada em esporão. Os frutos têm
três valvas, que contêm as sementes.
Composição Química: Óleo essencial, salicilato de metila, antocianinas, saponinas e odoratina.
Partes Usadas: Flores, Folhas.
Propriedades Medicinais: Adstringente suave, Antifúngica, Antiinflamatória, Antitussígena, Calmante,
Diurética, Emética, Emoliente, Expectorante, Sedativa.
Usos
culinária: As flores frescas são usadas em saladas. Cristalizadas, as pétalas são usadas para a decoração de
bolos, pudins e sorvetes.
beleza: Usada em cremes para os olhos, para prevenir rugas.
saúde: A infusão das flores (15 gramas de flores por litro de água) é utilizada contra tosses catarrais,
bronquite, asma, coqueluche, sarampo, resfriados, amigdalites, faringites, laringites, inflamações e infecções
dos olhos. Na forma de cataplasma (das folhas ou flores frescas), é indicada contra irritações da pele,
inflamações da boca, feridas na gengiva, pruridos, escoriações, cieiros e picadas de insetos.
outros usos: No Brasil, é mais conhecida como planta ornamental.
Contra-Indicações: Não deve ser administrada em crianças.
Efeitos Colaterais: O uso externo pode causar dermatite.
Cultivo e Conservação
clima: Adapta-se a vários tipos, do temperado ao tropical.
exposição solar: Meia-sombra (Se tiverem pouca luminosidade, não florescem; se ficarem muito expostas

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ao sol, as folhas se queimam e ficam amarelas).
propagação: Sementes e mudas retiradas dos estolões.
espaçamento: Não foi encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Textura média, profundo, bem drenado.
adubação e correção: A cada 15 dias deve receber uma mistura de água com fertilizante NPK próprio
para violetas (à venda em floriculturas ou lojas de produtos para jardinagem.
necessidade de água: Moderada (Regar apenas a terra; as folhas não devem receber água, pois podem
apodrecer).
Colheita
Flores: Em plena floração (março e abril).
Folhas: Durante todo o ano.
Secagem
Flores: Ao abrigo da luz, em local fresco e seco.
Folhas: Usadas na forma fresca.
Acondicionamento
Flores: Em potes de vidro bem fechados.
Folhas: Em sacos de papel ou pano, bem fechados.

Wasabi

Wasabia japonica M. - Brassicaceae (Cruciferae)


Planta originária do Japão e que é muito utilizada na culinária deste país. No Brasil, é conhecida popularmente
como "raiz-forte", tradução mais aproximada para o nome da planta em japonês, embora não deva ser
confundida com a raiz-forte (Armoracia rusticana Gaertn. Mey. & Scherb), planta originária da Europa
Ocidental e Ásia Ocidental. O wasabi tem sabor forte, picante e muito ardente e é utilizado em quantidades
pequenas para acentuar o tempero de pratos da cozinha japonesa como o sushi e o sashimi, amenizando
muitas vezes o odor e o sabor característicos do peixe cru. O pó da planta pode ser encontrado em todos os
países com colônias japonesas. Porém, seu cultivo é praticado com mais freqüência na região oeste da Ásia.
Outros Nomes Populares: rabanete japonês, raiz-forte.
Outros Idiomas: japanischer meerrettich (alemão), raifort du japon (francês), Japanese horseradish (inglês),
wasabi (japonês).
Descrição Botânica: Planta herbácea e rizomatosa. Suas hastes são verdes ou levemente avermelhadas.
Possui folhas verdes e brilhantes, em formato que lembra um coração. As flores são pequenas e brancas,
agrupadas em inflorescências. Suas sementes são pequenas e desenvolvem-se dentro de vagens verdes.
Composição Química: Isotiocianatos e glucosinatos.
Partes Usadas: Folhas, Haste, Rizoma.
Propriedades Medicinais: Anti-cancerígena, Antibacteriana, Anticoagulante, Antimicrobiana, Digestiva,
Vermífuga.
Usos
culinária: Na culinária japonesa, usam-se principalmente seus rizomas para condimentar diversos pratos,
entre eles o sashimi, um prato típico japonês feito com peixe cru. Na forma de pasta, é usado para aromatizar
o sushi, rolinho comprido de arroz coberto com uma fatia fina de peixe cru, que é "colada" a ele pela pasta de
wasabi, passada em cima do arroz. A pasta de wasabi verdadeira, de origem japonesa, contém apenas essa
erva e mais alguns condimentos. O que acontece é que há empresas que falsificam o wasabi comercial, para
deixá-lo mais barato, misturando indevidamente a raiz-forte, embora o wasabi e a raiz forte sejam duas plantas
completamente diferentes. O wasabi também é usado ralado ou em pasta para condimentar o tofu - um queijo
preparado com a proteína da soja - e o molho de soja, que é conhecido como shoyu. As folhas devem ser
usadas preferencialmente frescas, pois perdem o aroma e o sabor rapidamente. As vagens secas podem ser
usadas na forma de pó ou pasta.
beleza: Não é usado.
saúde: Pesquisas recentes afirmam que a planta pode combater cáries, impedindo que bactérias se
depositem nos dentes e gengivas. A raiz também inibe o crescimento de células cancerígenas, impede a
formação de coágulos sangüíneos, ajuda a eliminar vermes e auxilia na digestão.
outros usos: A planta tem uso ornamental.

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Contra-Indicações: Não encontradas na literatura pesquisada.
Efeitos Colaterais: Em demasia, pode provocar diarréias e vômitos.
Cultivo e Conservação
clima: Temperado e sub-temperado, com temperatura entre 11 e 14 graus Celsius.
exposição solar: Meia-sombra.
propagação: Por sementes.
espaçamento: Não encontrado na literatura consultada.
tipo de solo: Cresce bem em solos úmidos em regiões costeiras e próximos a rios. Os rizomas só atingem a
completa maturação em 2 ou 3 anos após o plantio.
adubação e correção: Não encontradas na literatura consultada.
necessidade de água: Plena.
Colheita
Folhas e Haste: Em qualquer época do ano.
Rizoma: Após passados de dois a cinco anos de cultivo, dependendo do clima e região, quando então
atinge a maturação completa.
Secagem
Folhas e Haste: Ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador com temperatura
máxima de 35 graus Celsius.
Rizoma: Ao ar livre, cortado em pedaços, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador com
temperatura máxima de 45 graus Celsius.
Acondicionamento
Folhas e Haste: Em sacos de pano ou de papel, em local seco e bem ventilado, longe da luminosidade.
Rizoma: Quando em pó, em sacos de plástico ou em vidros, em um local seco e bem ventilado, longe da
luminosidade.

Yam mexicano

O Yam Mexicano é uma planta trepadeira, perene, apresentando um rizoma marrom pálido, cilíndrico, torcido
e tuberoso e um fino tronco marrom avermelhado que pode medir até 12 metros de comprimento. As folhas
são largamente ovadas, geralmente, alternadas, cordadas, medindo de 6 a 14 centímetros de comprimento. A
face superior é glabra e a inferior pubescente. As flores são amarelo esverdeada, onde as masculinas estão
dispostas em panínculas curvadas e as femininas
racemos espículados curvados.
O emprego das plantas do gênero Dioscorea tem sido mencionado no livro Shen Nung Pent, datado de 25
a.C.. Estas espécies apresentam este nome em homenagem a Diocórides, sendo caracterizadas por apresentar
tubérculos os quais acumulam uma quantidade considerável de fécula, destinada à alimentação humana.
É oriundo de vários países de clima tropical, sendo muito abundante no México, onde de 1950 até os fins dos
anos 70 esta planta se constituiu como a única fonte de hormônios sexuais para a produção de pílulas
anticoncepcionais.
Nome Científico: Dioscorea villosa L. Sinonímia: Dioscorea quinata J.F.Gmel.: Dioscorea sativa Hort. ex
Lam.,; Dioscorea waltheri Desf.: Merione villosa Salisb.:
Nome popular: Yam mexicano, Inhame Selvagem, Cará, em português; Dioscorea, Barbasco,
Name Mexicano e Raiz Del Cólico, em espanhol; Igname Sauvage, na França, China Root, Colio
Root, Devil´s Bonés, Rhoumatism Root, Yuma e Wild Yam, em inglês.
Denominação Homeopática: Dioscoreaceae.
Parte utilizada: Raízes e rizomas.
Princípios Ativos
- Saponinas: dioscina, cuja aglicona é a diosgenina;
- Alcalóides: dioscorina; Taninos; Amido; Mucilagens;
- Sais Minerais: ferro, cálcio e fósforo; Carboidratos;
- Vitaminas: tiamina, riboflavina, niacina e ácido ascórbico; Sódio e Potássio; Beta caroteno;
- Hormônio: estrona.
Indicações e Ação Farmacológica
O Yam Mexicano é indicado em problemas reumáticos, cólicas biliares, dismenorréia e câimbras. É utilizado
também para a síntese de hormônios esteroidais e nas preparações homeopáticas, sendo usado nas cólicas

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uterinas, cólicas hepáticas, cólicas renais, cólicas intestinais espasmódicas, dispepsia com muitas dores
flatulentas, entre outras aplicações.
A maior pesquisa relacionada às saponinas em plantas medicinais está centrada na possibilidade de obter
precursores para síntese de cortisona. Esta substância foi isolada do córtex da adrenal e posteriormente
sintetizada a partir de certos ácido biliares provenientes de bovinos. Devido à limitação do fornecimento por
estas fontes, fez com que se procurasse fontes vegetais com saponinas esteródias. Atualmente é considerado
que para um composto esteroidal seja levado em conta como precursor da cortisona, deve conter grupos
hidroxilas nos carbonos 3 e 11 da molécula, ou ser convertido nesta estrutura (Tyler V. et. al. 1976; Weiss R.,
1988, Cousio J. et al., 1996). Outra ação de relevância promovida pela diosgenina está baseada no seu efeito
anitespasmódico, demonstrado experimentalmente em intestino isolado de cobaias, empregando-se portanto
nos casos de cólicas ou espasmos das vias urinárias e em dores que ocorrem nas síndromes da
menopausa. Destaca-se sobre esta última a espécie Dioscorea hypoglauca, uma variedade oriental conhecida
como Inhame de Sete Lóbulos ( ody P., 1993) As saponinas têm demonstrado possuir, “in vitro” ,
propriedades antiinflamatórias, antimiocóticas, hipocolesteroleminate e antitumorais sobre alguns modelos de
sarcomas experimentais ( herbal Pharmacology, 1975)
A estrona é um hormônio encontrado na natureza ou preparado a partir de urina de éguas prenhas ou do Yam
Mexicano (Dioscorea). Apresenta-se como um pó cristalino branco tendendo ao amarelo, é inodoro e
praticamente insolúvel emágua. É solúvel na proporção de 4 mg/mL em álcool e óleos vegetais. Está
disponível no mercado como suspensão injetável, 5 mg/mL (International Journal Pharmaceutical
Compounding – Edição Brasileira – 2000).
Toxicidade/Contra-indicações
Não se conhece a toxicidade em profundidade devido à falta de estudos. Sabe-se que o excesso de Yan
Mexicano pode ocasionar distúrbios gastrintestinais. A intoxicação é concebível devido à presença do
alcalóide dioscorina.
É contra-indicado o uso durante a gravidez.
Dosagem e Modo de Usar
Tintura ( 1:5): 2 a 4 mL ao dia,
O PDR for Herbal Medicines 1ª edição, cita o uso de Extratos Líquidos, Homeopatia: Tintura-mãe à 3ªx

Zedoária

. Nome Botânico: Curcuma zedoaria Roxb


Família: Zingiberaceae
Parte Utilizada: Rizoma
Propriedades
Devido sua ação rubefaciente é utilizado na tosse e bronquite, aumentando a irrigação sanguínea do local,
provocando dilatação dos vasos. Atua no mau hálito, proporcionando uma agradável e duradoura sensação de
frescor em todo o
trato digestivo superior.
Atua principalmente no trato digestivo, promovendo o bom funcionamento, pois inibe a secreção do ácido
gástrico e aumenta a secreção biliar, evitando a azia e má digestão, prisão de ventre, cólicas, gases intestinais
e estomacais.
Indicações
- Fitoterápico: gastrite, úlcera, insônia, tosse, bronquite, flatulências, gota, cálculo renal, piorréia alveolar.
- Fitocosmético: dentifrícios.
Contra-Indicação
Não utilizar no primeiro trimestre de gravidez e durante a lactação.
Dose
1g/dose, 2 a 3 vezes ao dia.
Superdosagem
evitar utilizar mais de 15g diárias, pois pode provocar irritação da mucosa estomacal e úlceras.
Efeitos Colaterais
Nos primeiros dias de ingestão podem ocorrer diarréia, inchaço e dores abdominais.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Zimbro

Juniperus communis L. - Cupressaceae


O zimbro é uma planta originária das regiões frias da Noruega e Rússia. Seu nome tem raiz indo-européia e
significa "junco". Sempre foi associado ao poder de proteção contra todos os males e de ser extremamente
benéfico. De acordo com as crenças populares antigas, seus frutos queimados na forma de incenso eram
capazes de afastar energias maléficas e maus espíritos. Dedicado à Nossa Senhora, tem uma bonita lenda
relacionada à família sagrada. Diz a história que quando Nossa Senhora fugia do Egito com o Menino Jesus,
os soldados de Herodes estavam tão próximos de capturá-los que Maria, desesperada, escondeu-se entre as
árvores de junípero para proteger seu filho. Diz-se então que a árvore abriu seus galhos acolhendo dois.
Outros Nomes Populares: fruto-de-jenebra, junípero, junipo.
Outros Idiomas: gewöhnlicher wacholder (alemão), enebro (espanhol), genièvre (francês), juniper tree
(inglês), ginepro comune (italiano), juniperi (latim).
Descrição Botânica: O zimbro é uma planta de porte arbustivo a arbóreo, de copa oval, de ciclo perene e que
atinge até 5 metros de altura. O tronco é ereto, ramificado e com ramos cilíndricos. As folhas são lineares,
pontiagudas, de inserção espiralada e de coloração verde. As flores masculinas são separadas das femininas,
de coloração verde-amarelada e agrupadas em inflorescências globosas. Os cones femininos formam
estruturas denominadas gálbulas, de coloração pardo-escura a negra quando maduras, são carnosas e
resinosas, contendo três sementes. O zimbro é uma espécie de pinheiro, com frutos extremamente aromáticos,
de sabor amargo-doce.
Composição Química: ácidos voláteis, açúcares, álcool termênico, borneol, canfeno, flavonóides, geraniol,
leucoantocianidinas, pineno, podofilotoxina, resina, sabineno, sesquiterpenos, taninos, terpineol pectina,
pineno, sabineno, limoneno, erpineol, borneol, geraniol, sesquiterpenos, açúcares, taninos, flavonóides,
leucoantocianidina, óleo essencial e resina.
Partes Usadas: Frutos (bagos) maduros, Óleo essencial.
Propriedades Medicinais: Adstringente, Anti-séptica, Antimicrobiana, Antitóxica, Aromática, Calmante,
Carminativa, Digestiva, Diurética, Estomáquica, Refrescante, Tônica, Urinária.
Usos
culinária: Temperar carnes mais pesadas, molhos, patês, conservas, chucrute, refogados de carne e pratos
com batatas; na indústria de bebidas, é usado para aromatizar o gim inglês e um tipo de cerveja sueca.
beleza: Eliminar as toxinas e impurezas da pele, poros dilatados, celulite, obesidade e limpeza de cabelos
oleosos.
saúde: Problemas digestivos, mau funcionamento das vias urinárias e doenças dispépticas.
outros usos: Não encontrados na literatura consultada.
Contra-Indicações: gestantes, lactantes e pessoas com problemas renais.
Efeitos Colaterais: abortivo, aumenta as contrações uterinas, irritações renais e na bexiga, problemas gastro-
intestinais, fica presente no leite das lactantes.
Cultivo e Conservação
clima: temperado e regiões montanhosas.
exposição solar:
propagação: sementes ou por estaquia de seus ramos.
espaçamento:
tipo de solo: bem drenados e não é muito exigente em nutrientes, sendo considerado uma planta rústica.
adubação e correção: esterco de animal curtido, húmus ou matéria orgânica, incorporados a 60
centímetros de profundidade.
necessidade de água: Moderada.
Colheita
Frutos: quando estiverem bem maduros.
Secagem
Frutos: ao ar livre, em local sombreado e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de
60°C.
Acondicionamento
Frutos: em sacos de papel ou de plástico transparente ou em recipientes de vidro.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
BIOENERGÉTICA

A bioenergia é o campo de atividades que experiencia a energia da vida, ou seja, a energia que mantém o ser
vivo com vida. É a energia vital. Nós a ativamos em nós com o ar que respiramos, com o contacto com a terra
que recarrega nossas energias, com a água que renova constantemente a vida e onde toda a vida começa, com
o movimento, com o alimento para o corpo e para a mente. Este é o campo bioenergético.
Estaremos tratando aqui, especificamente, de um método de diagnóstico das plantas medicinais, alimentos e
outras terapias para o uso das pessoas em determinadas situações de saúde.
Cada ser vivo possui sua energia própria. O bioenergético leva em conta esta energia e a utiliza em suas
avaliações do estado geral da saúde e das plantas que devem ser utilizadas para o restabelecimento de cada
organismo individualmente. Portanto é um método que permite personalizar os cuidados com a vida de cada
pessoa.

A energia no ser humano

Assim como qualquer ser vivo e mesmo qualquer elemento da natureza possui sua energia própria, também o
ser humano é dotado de energia. E mais: é o único ser capaz de fazer uso, consciente, e canalizar a energia
cósmica para si ou para outros seres,em qualquer parte do planeta, beneficiando-se e aos outros, grandemente
com a mesma. O homem pode harmonizar o universo, trabalhando com a energia.
Em nosso corpo, cada órgão tem sua própria energia. Se estivermos bem, esta energia circula livremente de
um órgão para outro sem nenhum bloqueio. De acordo com a maior ou menor circulação da energia teremos
maior ou menor energia vital. Isto é, estaremos bem ou não.
A circulação da energia, em nosso corpo, se dá nesta ordem: do pulmão para o intestino grosso, para o
estômago, para baço-pâncreas, para o coração, para intestino delgado, para a bexiga, para os rins, para
circulação-sexo, para o tríplice aquecedor, para a vesícula biliar, para o fígado, para o pulmão e assim
sucessivamente. Desta forma, ativando um órgão, estaremos ativando energeticamente outro órgão. Se
tomarmos, por hábito, energizarmos todo o corpo a cada manhã, certamente experimentaremos uma boa
mudança em nossa vida.
É muito importante que a nossa energia vital circule livremente sem nenhum bloqueio. Desta forma teremos
boa energia vital. Isto é imprescindível para nosso bem estar.

Ativando a energia em nosso corpo

Há muitas maneiras de ativar a energia. Caso não nos sentirmos bem, é recomendável fazer algum exercício,
entrando em contacto com a natureza: terra, água, florestas, montanhas, bosques ou, simplesmente respirando
profunda e suavemente.
Seguir uma dieta natural e frugal, com predominância de alimentos crus tomando bastante líquido até sentir
voltar a vitalidade. Energizar-se, friccionando as mãos e o corpo. Desenvolver o pensamento e atitudes
positivas em relação à vida. Tudo isto ativa nossa energia.

Bioenergética como método de avaliação da saúde

Falamos que nossa energia circula de um órgão para outro. Mas como avaliar a circulação desta energia ou
seus bloqueios?
É muito simples. Mas antes vamos falar do Dr. Yoshiaki Omura. Foi ele que criou este método, baseado nos
conhecimentos da medicina oriental. Na verdade é um teste neuromuscular de cinesiologia aplicada, que leva
em conta o grau de energia vital do organismo.
Omura estabeleceu os princípios do que chamou de “O Ring Test”, entre 1976 à 1978. É o teste de romper o
anel. Para avaliar o estado de saúde de um ser vivo, Omura estabeleceu três momentos:
- verificar em que órgãos a energia está bloqueada;
- encontrar a causa deste bloqueio, e,
- obter a resposta, do organismo em questão, sobre o que ele necessita para desbloquear-se e assim levantar a
energia vital, possibilitando o restabelecimento da saúde plena.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 377


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Por este método não é o médico, o terapeuta que determina o que a pessoa precisa para curar-se: é o próprio
organismo doente que vai dizer o que ele necessita, naquele momento. Isto muda completamente os
parâmetros de indicação de medicamentos e terapias. Portanto, contraria nosso sistema industrial
no qual a medicina convencional está baseada.
Neste mini curso teremos uma demonstração prática dos dois primeiros passos. Quanto ao 3º passo faremos
experiência prática. Iremos praticar o método no tocante a seleção de ervas medicinais individualizadas para
cada um dos participantes.

A origem do método

Tendo estabelecido os princípios do método Omura passou a fazer uso do mesmo em sua clínica em Nova
York. Durante dez anos fez experiências com o “O Ring Test”, confirmando com exames laboratoriais.
Decorrido este período, divulgou para amigos médicos e dentistas.
Em 1990 Dr. Áton Inoue, da Nicarágua, tomou conhecimento da descoberta de Omura. Passou a fazer
experiências em sua clínica em Léon - Nicarágua. Durante dois anos também fez exames pelo “O Ring Test”
comparando-os com exames de laboratório. Percebendo sua eficácia e simplicidade, decide divulgar o
método, porém para lideranças comunitárias.
Reúne em sua clínica, um grupo de populares aos quais passa a ensinar não só o método, mas sobretudo,
terapias naturais que as pessoas podem aprender e fazer em suas casas, sem depender de hospitais e médicos.
Na ocasião P. Renato Barth se encontrava na Nicarágua e aprendeu com Áton. Percebendo seu grande valor
resolveu então divulgar no Brasil. Isto ocorreu em outubro de 1993. Enquanto isto Omura registra a patente de
seu invento. Este fato leva o grupo de Dr. Áton a trocar a denominação “O Ring Test” para Método
Bioenergético, dando-lhe a característica popular, com uso exclusivo de terapias naturais, acrescido da
urinoterapia como elemento totalmente novo e dando especial atenção às dietas e ao jejum.
Em junho de 1994 o grupo de Cuiabá toma a iniciativa de chamar os demais grupos do Brasil para um
encontro. O mesmo ocorreu em fevereiro de 1995. Reuniram-se 38 pessoas das quais apenas duas de Manaus
e os demais todos do Mato Grosso. Em 1996 realizou-se o primeiro encontro Nacional do Bioenergético com
a participação de 109 representantes dos grupos já existentes no Brasil. Dr. Áton também se fez presente na
ocasião.
No ano seguinte, aos 07/03/97 criou-se a ABRASP - Associação Brasileira de Saúde Popular e, em 2001
decidiu-se pela criação de entidades estaduais autônomas, porém, ligadas pelos mesmos princípios. Hoje
contamos com Entidades Estaduais do Bioenergético em S.Paulo, Bahia, Paraná, Sul (SC e RS), Mato Grosso
do Sul, Mato Grosso, Goiás e Pará.

BDORT ou O-Ring Test

O Bioenergético como método de avaliação do estado de saúde Um bom método de avaliação é meio caminho
andado. Isto aliado ao conhecimento de terapias naturais e a maneira do organismo reagir frente às mesmas,
nos abre caminho para a possibilidade de uma vida saudável, independente de estruturas hospitalares. O
método bioenergético é um método seguro de
avaliação, desde que se observem alguns pré-requisitos:
1º O praticante deve ter um bom conhecimento de
anatomia e fisiologia para conhecer os pontos do
exame, bem como o funcionamento do organismo;
2º ter conhecimento da energia e do como ela age e
reage no organismo;
3º conhecer os princípios básicos da energia e exercitar-
se energeticamente;
4º treinar com os dedos para ter domínio para ter
domínio do campo energético;
5º estar aberto a mudança de hábitos de vida, ao estudo
e a novas experiências ;
6º fazer parceria com um companheiro ( a) com o (a) qual estabelece uma sintonia energética, possibilitando
segurança nos testes.

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As duas pessoas são o examinador e o intermediário. Ambos irão trabalhar, formando um anel com o polegar
e indicador. O intermediário irá formar o anel com a mão dominante e o examinador com as duas mãos. O
examinador irá tentar abrir o anel feito pelo intermediário. Isto requer um bom treino para se ter segurança nos
resultados. É importante ninguém portar metais junto ao corpo, não ter interferência, no local do exame, de
raios magnéticos, e todas as pessoas devem estar em posição ereta, descontraídas, mas concentrados no que
fazem. Na demonstração prática vamos ver que isto não é difícil. Qualquer pessoa,com um pouco de boa
vontade consegue, em pouco tempo, praticar bem o método.
Alguns exercícios que podem nos iniciar no treino do campo energético:
1º exercício – Perceber a energia – Friccionar as mãos e colocar as palmas uma diante da outra sem tocá-las.
Suavemente aproximar e afastar as mãos percebese a circulação da energia através de um magnetismo, de
calor, de formigamento...
2º exercício – Percorrer lentamente, com as palmas das mãos voltadas e próximas ao corpo do
companheiro(a), percebendo as diferentes sensações (frio,calor, formigamento...).
3º exercício – Teste com os dedos – Colocar-se em duplas. Um dos membros da dupla irá formar um “O” com
o polegar e o indicador da mão dominante. E o outro irá tentar abrir formando dois “O” com suas duas mãos.
A pressão dos dedos, das duas pessoas, deve ser de tal forma que, com um dedo junto do polegar o
examinador não consiga abrir e juntando mais o dedo médio, irá abrir com relativa facilidade. A regra é: com
um dedo não abre o anel formado pelos dedos do intermediário, com dois abre fácil, mesmo que, por algum
motivo, a pessoa utilize outros dedos com os quais se exercitou.
Este treino deve ser repetido muitas vezes, em diferentes situações. A segurança que se obtém com este treino
é o segredo para testar corretamente as plantas medicinais e/ou alimentos adequados para cada pessoa.
Podemos encontrar esta
explanação e demonstração na
fita de Vídeo Teste
Neuromusculares II do Dr.
Wu Tou Kwang distribuído
pelo CEATA, e também no
livro Bio Saúde do P. Renato
Barth.
4º exercício – Teste das
plantas. É interessante o
conhecimento das plantas
medicinais com seus
princípios ativos, suas
propriedades, a relação das
mesmas com as funções do
corpo humano. Enfim
conhecer o uso das plantas
Mas, independente deste
conhecimento, pelo teste
bioenergético, pode-se
selecionar a planta correta
para cada pessoa em cada
momento. Vamos ver, pelo método bioenergético que não basta só saber os sintomas para indicar a planta
correta para resolver um determinado problema. Há sintomas semelhantes, mas há histórias de vidas e de
organismos diferentes umas das outras. Embora várias pessoas digam “sinto queimação no estômago”, uma
irá necessitar de boldo, outra de limão, outra ainda poderá se dar melhor com alumã (caferana) ou
simplesmente com água natural. Como então saber que planta usar para resolver
seu problema?
Coloca-se um pedacinho da planta medicinal na mão ou toca-se a planta, enquanto o examinador irá abrir o
“anel” do intermediário. Para este teste o examinador utiliza só um dedo junto ao polegar. Isto porque tem o
reforço da planta.Quando a planta é indicada para aquela pessoa, os dedos se abrem com muita facilidade e
quando a planta é prejudicial os dedos se apertam e, por mais que se força não ocorre o rompimento do “anel”.
Como sem o devido treino fica praticamente impossível se ter segurança, sempre necessitamos de duas
pessoas para realizar o teste: o examinador e o intermediário testam numa 3ª pessoa, ou seja, no “doente”.

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Para isto o intermediário faz uma ponte com um bastão de metal. Este bastão deve tocar o TIMO da pessoa
que se submete ao teste. TIMO é uma glândula que se encontra em todos os mamíferos. É o centro de defesa
natural do organismo. Ele situa-se na parte frontal e superior do peito, abaixo do osso externo.É formado por
dois lóbulos. Esta glândula é muito pouco conhecida. Por isso mesmo há afirmações diferenciadas quanto a
seu desenvolvimento e anatomia. O importante é que há consenso quanto a seu papel que é o de defesa do
organismo. É por isso que ele tem a memória das necessidades vitais do organismo. O Timo, para o teste
bioenergético, é de fundamental importância. É como o sentinela que detém todas as informações e por isso
sabe tudo o que o organismo necessita para seu bem estar.

Bioenergético e a organização popular

O bioenergético é um método de avaliação da energia vital de um organismo vivo. Por ele é possível fazer
indicações terapêuticas personalizadas. É um método que possibilita prevenir problemas de saúde e/ou tratar
as pessoas, animais e plantas de acordo com as necessidades fundamentais do organismo em questão, sem
exercer nenhuma agressão, pois permite agir sobre o corpo desbloqueando as energias e assim possibilitando
que o mesmo reaja, naturalmente e recupere a saúde e o bem estar. Em síntese, o bioenergético possibilita
uma nova visão e uma nova consciência em relação a si, à sociedade e ao meio ambiente. Abre novas
possibilidades diante da vida. Traz novas perspectivas e muita esperança de vida e de um mundo um pouco
melhor. Este método veio para revolucionar a vida das pessoas em nossa sociedade mostrando outros valores
e outros caminhos para uma vida saudável.

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PRODUTOS APITERÁPICOS

Apiterapia é a utilização de produtos derivados das abelhas para tratamento terapêutico. Nestes casos, são
utilizados o mel, o pólen, a geléia real e as apitoxinas das picadas das abelhas. De acordo com seus adeptos,
esta prática pode curar doenças do aparelho respiratório, cardiovascular, genitourinário e gastrintestinal,
doenças de ordem neurológica e dermatológicas, como a celulite, entre outras.. Substancias extraídas da Apis
melifera são também utilizadas em preparados da homeopatia inclusive com o próprio corpo da abelha.
Denomina-se toxinologia o ramo da toxicologia que estuda as propriedades dos venenos animais tanto para o
tratamento de envenenamentos como para aplicação terapêutica de seus componentes moleculares. Exemplos
podem ser encontrados no estudo dos anuros (ver: Vacina do sapo; das serpentes a exemplo da jararaca
(Bothrops) se derivou o medicamento Captopril (Capoten) produzido pela Bristol Meyrs) e mais recentemente
do monstro de gila (Heloderma) de cuja saliva desenvolveu-se um remédio para diabetes.
A origem da apiterapia moderna remonta ao século XIX, onde o médico austríaco Philip Terc, portador de
reumatismo, foi atacado por uma série de abelhas. Depois do ataque, começou a perceber que suas fortes
dores começaram a desaparecer. A partir de então, começou a estudar o mundo das abelhas

MEL

Mel é um alimento, geralmente encontrado em estado líquido viscoso e açucarado, que é produzido pelas
abelhas a partir do néctar recolhido de flores e processado pelas enzimas digestivas desses insetos, sendo
armazenado em favos em suas colmeias para servir-lhes de alimento durante o inverno.
Existem dezenas de variedades de mel de abelhas e marimbondos que podemos obter: segundo a floração, os
terrenos de obtenção ou ainda segundo as técnicas de preparação. Dessa forma variam em cor, aroma e sabor.
Diferenciam-se, assim, na cor, indo do branco incolor, amarelo ao castanho principalmente.
Outra característica marcante em alguns méis é a consistência líquida ou endurecida que poderá apresentar
quando armazenado em recipiente, sendo de igual qualidade sob esse aspecto.
No que diz respeito ao néctar, pode provir de uma única flor (mel monofloral) ou de várias (mel plurifloral).
Certamente não há mel rigorosamente monofloral, entretanto a presença de outro néctar em pequena
quantidade não influi apreciavelmente no seu aroma, cor e sabor.
É importante salientar que, a despeito de o mel utilizado atualmente em maior escala na alimentação humana
provir da produção das abelhas melíferas, existem outros insetos que também o produzem em menor
quantidade e não são explorados economicamente.
Além de ser utilizado como adoçante, o mel sempre foi reconhecido devido às suas propriedades terapêuticas.
De um modo geral, o mel é constituído, na sua maior parte (cerca de 75%), por hidratos de carbono,
nomeadamente por açúcares simples (glicose e frutose). O mel é também composto por água (cerca de 20%),
por minerais (cálcio, cobre, ferro, magnésio, fósforo, potássio, entre outros), por cerca de metade dos
aminoácidos existentes, por ácidos orgânicos (ácido acético, ácido cítrico, entre outros) e por vitaminas do
complexo B, por vitamina C, D e E. O mel possui ainda um teor considerável de antioxidantes (flavonóides e
fenólicos).
Os vários tipos de mel variam em função das plantas de onde é extraído o néctar e, também, de acordo com a
localização geográfica dessas plantas e os tipos das abelhas produtoras. Por esta razão, o mel pode apresentar
consistências e cores diferentes. Devido ao seu teor de açúcares simples, de assimilação rápida, o mel é
altamente calórico (cerca de 3,4 kcal/g), pelo que é útil como fonte de energia.
O mel é também usado externamente devido às suas propriedades antimicrobianas e anti-sépticas. Assim, o
mel ajuda a cicatrizar e a prevenir infecções em feridas ou queimaduras superficiais. O mel é também
utilizado largamente na cosmética (cremes, máscaras de limpeza facial, tônicos, etc.) devido às suas
qualidades adstringentes e suavizantes.
Juntamente com o mel, as abelhas produzem outros importantes produtos a saber a cera, a geleia real, e
Própolis.
Própolis é obtida pelas abelhas a partir de resinas retiradas principalmente de secreções de árvores, quando
destas se quebra algum galho. Dessa forma a árvore se protege com um produto natural com poder bactericida
e a abelha reprocessa essa seiva originando a Própolis. Esta é utilizada pelas abelhas para duas finalidades
principais: vedar a colmeia de maneira a não entrar água, vento ou outro animal; e serve também para
mumificar outros insetos que penetrem na colmeia e são eventualmente mortos. A Própolis é bastante útil ao

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ser humano que a usa como auxiliar medicamentoso uma vez que possui poder bactericida, como já visto.
Uma bebida fermentada a partir do mel e água é denominada hidromel.

PRÓPOLIS

Própolis é uma substância resinosa obtida pelas abelhas através da coleta de resinas da flora (pasto apícola)
da região, e alteradas pela ação das enzimas contidas em sua saliva. A cor, sabor e o aroma da própolis variam
de acordo com sua origem botânica.
A palavra "propolis" vem do grego: ["pro"=em favor de] + ["polis"=cidade], isto é, para o bem, em defesa da
cidade, no caso, a colmeia. Escreve-se O ou A Própole.
Os gregos chamavam própolis às portas de uma cidade, voz tomada pelo prefixo ‘pro-‘ e ‘polis’ (cidade).
Mais tarde, Plínio empregou esta palavra em latim para dar nome à cera – extraída da polpa das árvores – com
a qual as abelhas recobrem a entrada de suas colméias a fim de protegê-las contra fungos e bactérias.
As propriedades antibióticas e fungicidas desta substância, que em nossa língua se chama própole, eram
conhecidas desde a mais remota antiguidade pelos sacerdotes egípcios e pelos médicos gregos e romanos,
assim como por algumas culturas sul americanas.
Própolis, ou própole, está vinculada através de ‘polis’ com muitas outras palavras da nossa língua, tais como
político (relativo à cidade)e metrópole (cidade principal).‘Polis’ provém do sânscrito ‘pur’ (cidade
fortificada), que se encontra no nome de Singapura (cidade dos leões).
Sua composição é de 55% resinas vegetais; 30% cera de abelhas; 8 a 10% de óleos essenciais; e 5% de pólen
aproximadamente.
A diferença entre os tipos de própolis está vinculada à sua origem botânica e à espécie de abelha que a
produziu. A própolis verde do Brasil está associada a planta Baccharis dracunculifolia, conhecida também
como alecrim-do-campo, onde é nativo.
Dos mais de 200 compostos químicos já identificados na própolis, entre os principais compostos ativos
podemos citar os compostos flavonóides, ácidos aromáticos, terpenóides, aldeídos, álcoois, ácidos alifáticos e
ésteres, aminoácidos, esteróides, açúcares, etc.
É utilizada pelas abelhas de diversas formas:
• Para proteger a colmeia de intrusos e do frio, mantendo a temperatura ideal para suas crias, fechando
frestas e diminuindo o tamanho da entrada;
• Para desinfetar o interior da colmeia e os alvéolos onde a abelha rainha faz a postura dos ovos;
• Quando um intruso é abatido e não pode ser retirado do interior da colmeia, as abelhas cobrem o
intruso com propolis, evitando que sua putrefação contamine o ninho.
Foi recentemente mostrado que as albelhas poderam sobreviver mais longo quando tinha usado a propolis
para selar as fendas da colmei. Isso é provavelmente porque a propolis, feito de 50 % resina, conte bastante
moléculas com funcaos antibióticos
A própolis possui diversas propriedades biológicas e terapêuticas.
Desde a Antigüidade a própolis já era utilizada como medicamento popular no tratamento de feridas e
infecções. As histórias das medicinas das civilizações Chinesa, Tibetana, Egípcia e também a Greco-Romana
são ricas, todas contendo em seus escritos antigos centenas de receitas onde entram principalmente mel,
própolis, larvas de abelhas e às vezes as próprias abelhas, para curar ou prevenir enfermidades. A própolis é
conhecida como um poderoso antibiótico natural.
Hoje a própolis é utilizada com maior freqüência na prevenção e tratamento de feridas e infecções da via oral,
também como antimicótico e cicatrizante. Estudos mais recentes indicam eficiente ação de alguns de seus
compostos ativos com ação imuno-estimulante e antitumoral.

PÓLEN

O pólen (do grego "pales" = "farinha" ou "pó") é o conjunto dos minúsculos grãos produzidos pelas flores das
angiospermas (ou pelas pinhas masculinas das gimnospérmas), que são os elementos reprodutores masculinos
ou microgametófitos, onde se encontram os gâmetas que vão fecundar os óvulos, que posteriormente irão se
transformar em sementes.São sementes de pólén em conjunto produtivos.

Caracteristica dos Poléns

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Os grãos de pólen são normalmente arredondados, embora os dos pinheiros sejam alados, e podem ser muito
pequenos, apenas alguns micra. O menor grão de pólen conhecido é o do Myosotis, com cerca de 6 μm (0.006
mm) de diâmetro. A forma e ornamentação dos grãos de pólen é típica de cada família ou mesmo espécie de
plantas.
O pólen contém uma grande proporção de proteínas (16 a 40 %) contendo todos os aminoácidos conhecidos,
assim como numerosas vitaminas, principalmente as vitaminas C e PP, sendo a principal fonte de alimentação
das abelhas. Outro importante produto fabricado com pólen é a geleia real. Esta composição do pólen pode ser
responsável pelas alergias que lhe são atribuídas.
Pesquisas recentes indicam que o pólen é o alimento mais completo e valioso da natureza, pois além de conter
todos os aminoácidos essenciais ao organismo humano, também é rico em oligoelementos minerais, fibras,
hormônios vegetais e vitaminas (conforme mencionado anteriormente). O pólen também estimula o
funcionamento de todos os órgãos internos, melhorando, inclusive, o desempenho sexual. Tem valor nutritivo
muito superior à carne ou à proteína de soja. Possui propriedade antioxidante, antianêmica e auxiliar no
tratamento preventivo da prostatite. Pode ser utilizado no tratamento de anemias profundas visto que eleva
rapidamente a taxa de hemoglobina no sangue.
O estudo do pólen é a palinologia

Estrutura e formação do pólen


Os grãos de pólen são produzidos por meiose no microsporângio das plantas angiospermas, que é o estame, ou
a escama masculina das gimnospérmicas.
Cada grão de pólen é um gametófito que contém dois núcelos haplóides, um maior que corresponde a uma
célula vegetativa e outro menor que irá formar os gametas, que irão fecundar a oosfera e célula média,
gametas femininos encerrados dentro do óvulo.
Esta estrutura bicelular encontra-se dentro de numa parede de celulose, a intina, recoberta por um envólucro
muito resistente de esporopolenina, um biopolímero ligado a ceras e proteínas. Esta camada externa é
denominada exina e é composta de três partes:
• tectum, que contém os elementos esculturais que dão a forma exterior ao grão de pólen;
• columelas, uma estrutura em forma de colunas; e
• base, uma estrutura sólida formada sobre a intina.
Este invólucro possui ainda pequenas aberturas (pontos de menor resistência) por onde sairá o tubo polínico,
que penetra no estigma para fecundar o óvulo.
Monossulcado
Um grão de pólen monossulcado é aquele que apresenta apenas uma abertura na sua exina. É o tipo polínico
predominante entre as Monocotiledôneas e alguns grupos basais de Dicotiledôneas. Acredita-se que seja o
tipo mais primitivo de grão de pólen, do qual todos os outros teriam sido originados. Esta teoria é corroborada
pela paleontologia, que constata a presença deste tipo de grãos de pólen e sua predominância desde os
primórdios da história evolutiva das Angiospermas.
Trissulcado
Grão de pólen trissulcado é aquele que apresenta 3 sulcos em sua exina. É o tipo polínico predominante entre
as Dicotiledôneas, sendo raros entre algumas famílias basais, em outras famílias como Asteraceae e
Malvaceae, e entre as Monocotiledôneas. A possibilidade do tubo polínico desenvolver-se a partir de 3 pontos
diferentes do grão de pólen parece facilitar a fertilização dos pistilos, o que leva a crer que o pólen com 3
aberturas teria sido um aprimoramento de um modelo polínico mais primitivo, com 1 abertura, observado em
tais famílias basais.
Polinização
A transferência dos grãos de pólen dos órgãos onde são produzidos até à estrutura reprodutiva feminina (o
carpelo das angiospérmicas ou a escama feminina das gimnospérmicas) chama-se polinização.
Durante o processo evolutivo, as plantas desenvolveram várias estratégias reprodutivas, para assegurar a sua
multiplicação e colonização dos habitates. As espermatófitas, ou seja, as plantas que produzem flores,
apresentam várias modalidades de polinização como estratégias reprodutivas:
• Autopolinização - algumas espécies de plantas admitem a germinação dos grãos de pólen no estigma
da mesma flor que o produziu, ou em outras flores da mesma planta; esta estratégia diminui as

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possibiidades de recombinação genética, mas assegura que maior número de óvulos sejam
fecundados.
A maior parte das espécies, no entanto, desenvolveu estratégias para aumentar as possibilidades de
recombinação - a trasnferência dos grãos de pólen por elementos exteriores à flor:
• Polinização anemófila - realizada pelo vento - estas plantas produzem grande número de grãos de
pólen, muito leves ou com extensões da exina, como os grãos de pólen alados dos pinheiros, que lhes
permitem ser transportados para flores de plantas que se encontram a maior distância da que os
produziu, portanto com maior probabilidade de terem um genoma diferente;
• Polinização entomófila - realizada por insetos - as flores possuem características que atraem os
insetos, tais como nectários, coloração ou cheiro especiais;
• Polinização hidrófila - realizada pela água - este tipo de polinização é mais frequente nas plantas
aquáticas.
Alergias ao pólen
Alergia ao pólen é chamada febre do feno. Geralmente pólens que causam alergias são aqueles de plantas
anemófilas, que produzem grãos leves de pólen em grande quantidade para serem dispersos pelo vento, e
subsequentemente penetram as vias nasais humanas através da respiração. Plantas anemófilas geralmente tem
flores imperceptíveis, ou seja, não são chamativas. Plantas entomófilas produzem pólens que são
relativamente pesados e pegajosos, para dispersão através de insetos polinizadores.
Frequentemente, nos Estados Unidos, pessoas falsamente culpam a flor entomófila "goldenrod" (Ambrosia
trifida) pelas alergias. O pólen dessa flor não é levado pelo ar, somente há um caminho para que ele alcance as
vias nasais: seria retirá - lo da flor e colocá - lo nas cavidades nasais. No fim do verão e outono alergias
causadas por poléns são geralmente por erva-de-Santiago, uma comum flor anemófila e não atrativa. O estado
do Arizona foi considerado como um lugar seguro para pessoas alérgicas ao pólen, pois erva-de-Santiago não
cresce no deserto. Entretanto, com subúrbios crescendo e a população começando a cultivar gramados
irrigados e jardins, a erva-de-Santiago estabeleceu - se com segurança e o Arizona perdeu seu status de isento
da febre do feno. Exemplos de plantas anemófilas são o carvalho, a hicória (noz americana) e a noz-pecã; e no
início do verão a grama também pode causar alergia. Flores cultivadas são frequentemente mais entomófilas e
não causam alergia.
A "doença do secamento do painel de sangria" (cessamento da extração do látex) da árvore da borracha
também pode ser causada por vírus transmitido por grãos de pólens."
O Pólen é vendido como um suplemento nutricional, comercializado como "pólen de abelha". Neste caso o
pólen pode ser adicionado de enzimas presentes na saliva da abelha, que transformam o pólen em uma massa
de maior valor nutricional. Existe também o Pão de Abelha, que é o pólen coletado dentro da colméia, nos
opérculos, onde já se transformou em um outro produto de altíssimo valor nutricional, devido à ações
enzimáticas. O pólen apícola e o Pão de Abelha possuem todos os aminoácidos essenciais ao ser humano. São
uns conjuntos minusculos em grãos produtivos pelas plantas

CERA DE ABELHAS
É uma substância secretada pelas abelhas operárias entre 14 a 18 dias de vida adulta, através de quatro pares
de glândulas gordurosas ou cerígenas, localizadas na parte inferior do abdômen.
Para as abelhas, a principal utilidade é a construção dos favos que são feitos de cera. É composta por diversas
substâncias, todas obtidas do mel que as abelhas consomem para a sua produção. Sua densidade é de 0,960 a
0,972, com ponto de fusão entre 61 a 65º C.
A coloração é variável do branco, amarelo ao escuro pela contaminação do pólen encontrado no mel, além de
partículas de própolis.
Tem aplicação na indústria, como impermeabilizante, fabricação de vela, produção de cosméticos e outros.

VENENO DAS ABELHAS

O ferrão das abelhas condutor do veneno é a única arma de defesa das abelhas contra seus inimigos, e que em
grandes quantidades, é fatal ao homem.
O veneno em grande quantidade mata, mas em pequenas doses também cura.
É formado por várias substâncias biológicas, responsáveis pelos diferentes efeitos no organismo do homem e
dos animais. É um liquido transparente, com sabor amargo e acre e odor ácido.

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Normalmente causa uma dor aguda intensa e imediata com aumento do fluxo sanguíneo, seguido por uma
sensação de calor e coceira em algumas pessoas, uma pequena área branca e uma sensibilidade crescente ao
tato na parte afetada e inchação que pode desaparecer em minutos ou durar uns poucos dias, dependendo das
características do sistema imunológico do indivíduo afetado pela ferroada.
Mas este veneno, que tanta dor causa aos apicultores, que às vezes são ferroados, tem proporcionado
excelentes resultados no tratamento de reumatismo, artrose, transtornos circulatórios, na cura de câncer, etc.

GELÉIA REAL

Geléiar eal é a secreção produzida pelas glândulas hipofaríngeas das jovens abelhas operárias, durante um
breve periodo de suas vidas. A continuidade é obtida pela produção das novas jovens operárias da colméia. A
rainha dessa maneira sempre deverá produzir ovos.
Os demais indivíduos da colônia, operária e zangão, recebem alimentação com Geléia Real apenas nos três
dias de vida larval, reduzindo sensivelmente a sua longevidade, como por exemplo: a rainha pode chegar até
cinco anos de vida. A operária vive entre 38 a 42 dias no período de trabalho. O zangão vive entre 60 a 80
dias, ou na dependência de um vôo de fecundação, quando também perde a vida.
Resumindo a Geléia Real é um superalimento, com excelentes efeitos no organismo humano, sem qualquer
contra indicação.
Também misturado com mel. Também tem um efeito antioxidante.

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PRODUTOS BIOTERÁPICOS

LACTOBACILOS PROBIÓTICOS

Probióticos são suplementos alimentares microbianos vivos que apresentam efeitos benéficos para um
hospedeiro quando ingeridos por este, promovendo o equilíbrio microbiano intestinal . Os probióticos
compreendem basicamente o grupo das bactérias ácido lácticas (lactobacilos, bifidobactérias e estreptococus
em menor funcionalidade) que fermentam o açúcar, produzindo ácido láctico como principal produto do
metabolismo. As principais cepas são: Lactobacillus casei, Lactobacillus bulgaricus e Lactobacillus
acidophilus; dentre outros . Vale lembrar que alguns lactobacillus são hospedeiros habituais do intestino
humano e de animais e não possuem nenhuma toxicidade, confirmado não só por múltiplos estudos clínicos,
mas também pela farmacovigilância Para que um microorganismo possa ser usado como probiótico, ele deve
ser capaz de expressar suas atividades benéficas no corpo do hospedeiro, resistindo ao trato digestório (aos
ácidos clorídrico e biliar e às enzimas pancreáticas) e ter boa adesividade às células do intestino, colonizando-
o.
. Além disso, prorroga-se que eles devem ter ausência de translocação e produção de substância
antimicrobianas contra bactérias patogênicas . Outra consideração é que seja habitante normal da microbiota
intestinal; porém,
algumas cepas que não fazem parte da composição normal do trato intestinal, podem vir a ser catalogadas
como probióticos, como por exemplo, o Lactobacillus bulgaricus, pois estas bactérias não colonizam o trato
gastrointestinal, apenas produzem efeito benéfico sobre o balanço da microbiota..
A fermentação láctica promovida pelos lactobacilos promove incremento nos teores de vitaminas B6 e B12 e
um aumento de vitamina C, ácido fólico e de colina. Este procedimento apresenta também uma melhora na
digestibilidade de proteínas e gorduras, e melhora a utilização de alguns cátions no metabolismo humano;
além de sintetizar vitamina K e auxiliar no metabolismo de xenobióticos. De forma geral, os probióticos
atuam amenizando alguns processos patológicos como a diarréia (principalmente causada por rotavírus e
antibioticoterapia, e fundamentalmente em crianças não amamentadas ao peito), processos alérgicos e, mais
recentemente, aponta-se sua influência na melhora da resposta imunológica no ser humano.
Na imunidade, o uso de probióticos pode melhorar a composição da microbiota intestinal e, assim, aumentar e
manter a barreira imunológica local, amenizando as respostas inflamatórias. Estudos indicam que os
probióticos
têm efeito imunomodulatório e podem ser eficazes nas disfunções gastrointestinais e nos processos alérgicos
inflamatórios. O efeito terapêutico dos probióticos contra viroses intestinais demonstra sua ação mediante o
estímulo do tecido linfóide associado ao intestino aumentando a resposta humoral .
Deve-se atentar também que o amplo alcance do efeito sobre o sistema imune mostrado pelas bactérias ácido
lácticas pode se dar devido ao aumento da função fagocitária, bem como ao aumento de neutrófilos,
macrófagos e monócitos .
Há indicação na literatura do uso da terapia com probióticos para amenizar os efeitos do tratamento dos
antiretrovirais e demais intercorrências ocasionadas por vírus/bactérias oportunistas, pois estes, na grande
maioria dos casos, melhoram a flora intestinal e reprimem o crescimento e a colonização de bactérias
patogênicas . Já no caso de doenças inflamatórias crônicas do intestino, discute-se que a etiologia patológica
da doença de Crohn e colite ulcerativa para a qual não existe, até o momento, uma terapia especifica, parece
também estar ligada a alterações da microbiota intestinal . Isto põe o uso racional dos probióticos
como coadjuvante na terapia de tal patologia . Estudos preliminares indicam como a administração dos
probióticos pode ser eficaz na terapia de manutenção em pacientes com colite ulcerativa . Os probióticos
também são utilizados na prevenção e tratamento de casos de intolerância à Lactose e a outros dissacáridos,
devido à atividade lactásica das bactérias .
Já em dislipidemias e hipertensão arterial, vários estudos clínicos apresentam como resultado de utilização dos
probióticos reduções significativas dos níveis de colesterol total pela diminuição do colesterol LDL, enquanto
os níveis de colesterol HDL aumentam ligeiramente. O efeito hipocolesterolemiante de probióticos
bifidobactérias resulta da diminuição da absorção e do transporte do colesterol alimentar para o fígado via
quilomicras e, por outro lado, pela desconjunção dos sais biliares com menor absorção do colesterol pelo
intestino. A niacina formada por probióticos bifidobactérias reduz o fluxo de ácidos gordos livres que ao
diminuir a biosíntese da lipoproteína VLDL contribui para a redução dos níveis plasmáticos dos triglicéridos.

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Além da ação sobre o colesterol, os probióticos bifidobactérias produzem um conjunto de tripeptidos que
foram identificados como componentes ativos na redução da angiotensina e consequentemente na hipertensão.
Com relação ao câncer, estudos sugerem que o consumo de culturas de probióticos podem diminuir o risco de
câncer por desentoxicação de compostos carcinogênicos ingeridos; alterar o ambiente do intestino e diminuir a
população ou atividade metabólica de bactérias que podem gerar compostos carcinogênicos; produção de
produtos metabólicos que promovem a morte de células quando as mesmas devem morrer (apoptose ou morte
programada de células); produção de compostos que inibem o crescimento de células tumorosas; ou
estimulação dos sistema imune para melhorar a defesa contra proliferação de células cancerígenas. Outras
situações clínicas para o uso dos probióticos são fibrose cística, infecções urogenitais e vaginites, tendo em
conta a sua ação
imunoestimulante, inibição da atividade enzimática bacteriana e recolonização do trato vaginal .
LACTOBACILLUS ACIDOPHILUS

DESCRIÇÃO
O Lactobacillus acidophilus é o probiótico mais utilizado. Essas bactérias saudáveis normalmente habitam os
intestinos e a vagina, proporcionando proteção contra a entrada e proliferação de microorganismos
patogênicos .

PROPRIEDADES
Presente na parede do intestino delgado, na parede da vagina, no cérvix e na uretra, o Lactobacillus
acidophilus possui ação antimicrobiana comprovada contra Staphylococcus aureus, Salmonella, C. albicans,
Escherichia coli, Clostridium e Klebsiella.
Isto é conseguido através de uma variedade de mecanismos. Por exemplo, a quebra dos alimentos pelo L.
acidophilus leva a produção de ácido lático, peróxido de hidrogênio e outros subprodutos que tornam o
ambiente
hostil para microorganismos indesejáveis .
L. acidophilus produz a enzima lactase em grande quantidade. Essa enzima fraciona as moléculas do açúcar
presente no leite (lactose) em açucares mais simples que podem ser facilmente digeridos. As pessoas com
intolerância à lactose não produzem essa enzima, e podem se beneficiar do uso de suplementos de L.
acidophilus.
L. acidophilus e outras bactérias benéficas são resistentes aos ácidos e à bílis. São, portanto, capazes de
sobreviver ao trânsito através do trato gastrintestinal após serem ingeridos . Estudos com humanos e com
animais mostraram os benefícios diretos do consumo regular de L. acidophilus e outras bactérias benéficas
sobre a função do sistema imune. No geral as bactérias probióticas tendem a resultar em capacidade
aprimorada do sistema imune em reconhecer e destruir organismos invasores .
Estudos epidemiológicos apóiam a possibilidade de que o consumo de lactobacilos probióticos exerça um
papel na prevenção do câncer de cólon. Estudos in vitro demonstraram que o L. acidophilus pode reduzir o
potencial
causador de câncer (atividade mutagênica) de vários carcinógenos, possivelmente devido à interação direta
entre os carcinógenos e a bactéria . Foi demonstrado que o consumo de Lactobacillus acidophilus reduz os
níveis de enzimas causadoras de câncer no trato digestivo, o que apóia a possibilidade de que este e outras
bactérias benéficas possam de fato ter um papel na prevenção do câncer de cólon .

TRATAMENTO DE CANDIDÍASE
Constatou-se que a aplicação de Lactobacillus acidophilus inibe cepas de Candida albicans, in vitro. Além de
produzir o peróxido de hidrogênio, que por si só é tóxico para as cepas de C. albicans e outros, L. acidophillus
aconverte o tiocianato de sódio em hipotiocianato, que é ainda mais eficaz contra as mesmas . Além disso,
produz o ácido lático, que acidifica a vagina e os intestinos, protegendo contra infecções por leveduras e
agindo como um antibiótico.
Em um estudo, quando comparado com os resultados de pacientes recebendo placebo, mulheres tratadas com
supositórios contendo L. acidophilus tiveram apenas metade do risco de sofrerem um episódio de vaginite por
C. albicans, esse bom resultado foi praticamente o mesmo obtido com o uso do Clotrimazol. A ingestão diária
de L. acidophilus reduziu a colonização e a infecção provocada por C. albicans .

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PROTEÇÃO CONTRA PATÓGENOS
Um estudo mostrou que L. acidophilus permite a eliminação da enterovirulenta Salmonella enterica serovar
typhimurium. Houve decréscimo no ATP intracelular ocasionando morte da bactéria, houve liberação de
lipopolissacarídeo, permeabilização da membrana da bactéria e aumento da sensibilidade da Salmonela à ação
lítica do sulfato dodecil de sódio. Peptídeos produzidos pela fermentação por L. acidophilus do caseinato
de sódio mostram atividade antibacterial contra linhagens patogênicas de Enterobacter sakazakii ATCC
12868 e Escherichia coli DPC5063, e podem ter aplicação bioprotetora em laticínios.
O pré-tratamento de células intestinais com bactérias produtoras de ácido lático reduziu a queda da resistência
elétrica transepitelial induzida por Escherichia coli O157:H7 e E. coli O127:H6. Os probióticos previnem
danos
epiteliais induzidos pelo ataque de bactérias patogênicas.
Os patógenos causam alterações fenotípicas em células epiteliais infectadas. Os probióticos podem proteger as
superfícies das mucosas, revertendo essas respostas deletérias. Um estudo mostrou que a suplementação de
probióticos, entre eles L. acidophilus, revertem a disfunção induzida por TNF-alpha- e IFN-gamma em células
epiteliais inestinais humanas. O uso é sugerido em disfunções inflamatórias.

COLESTEROL
Estudo pré-clínico avaliou os efeitos de lactobacilos na redução do colesterol. A suplementação com leite
fermentado com L. acidophilus reduziu os níveis de colesterol séricos e totais no fígado em 30,1% e 13,4%,
respectivamente, mostrando atividade hipocolesterolêmica . A suplementação com L. acidophilus
significantemente inibiu o aumento dos níveis séricos de colesterol em ratos que receberam também uma dieta
rica em lipídeos. Ao mesmo tempo, os níveis séricos de HDL-C (o colesterol benéfico) foram maiores que no
grupo de controle. O estudo sugere que o aumento nos níveis séricos de colesterol em ratos pode ser inibido e
a
arteriosclerose pode ser prevenida pela suplementação de L. acidophilus .

DIARRÉIA
Um estudo duplo-cego controlado por placebo avaliou a eficácia de uma suplementação de zinco e bactérias
probióticas no tratamento de gastrenterite aguda em 65 bebês de 6-12 meses de idade. Eles receberam 2 x
10(9) UFC de Streptococcus thermophilus, 2 x 10(9) UFC de Bifidobacterium lactis, 2 x 10(9) UFC de
Lactobacillus acidophilus, 10mg de Zinco e 0,3g de FOS (frutooligossacarídeos) ao dia, em cereal de arroz e
proteína de soja, ou somente o cereal no grupo de controle. O término da diarréia ocorreu após 1,43 +/- 0,71
dias no grupo que recebeu os probióticos, e em 1,96 +/- 1,24 no grupo de controle. Nas crianças que
apresentavam vômitos, essa condição cessou em 0,27 +/- 0,59 versus 0,81 +/- 0,91 dias nos grupos
suplementados e de controle, respectivamente. A suplementação reduziu a severidade e duração de
gastrenterite aguda em crianças.

OUTROS ESTUDOS
Um estudo apresentou a primeira evidência de defeito na função das células T em atletas fatigados, e sua
reversão após terapia com probióticos. Os atletas receberam cápsulas de L. acidophilus por um mês. A
secreção de gama interferon de células T aumentou significantemente até os níveis encontrados em atletas
saudáveis. Estudo mostrou que a suplementação de probióticos parece reduzir a translocação bacterial e a
atrofia da mucosa intestinal em ratos com dano termal .

INDICAÇÕES
˜ Para repovoar e fixar a flora intestinal e vaginal destruída por antibióticos ou doenças;
˜ Para auxiliar a digestão e suprimir bactérias causadoras de doenças ;
˜ Na prevenção e tratamento de diarréias, inclusive por rotavírus ;
˜ No alívio da síndrome do intestino irritável, doença de Crohn e colite ulcerativa;
˜ Prevenindo ou reduzindo a ocorrência de infecções vaginais uretrais e da bexiga causadas por leveduras
patogênicas, incluindo Candida albicans;
˜ Para facilitar a síntese de ácidos graxos de cadeia curta ;
˜ Para facilitar o aumento da absorção de minerais;
˜ Para a síntese de vitaminas, principalmente do complexo B e vitamina K ;
˜ Na redução dos níveis de colesterol;

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˜ Para ativar o sistema imune ;
˜ Para reduzir alergias, asma, febre do feno, e reações de pele como eczemas ;
˜ No tratamento de intolerâncias alimentares, principalmente à lactose ;
˜ Na prevenção do câncer de cólon .

EFEITOS ADVERSOS
Suaves transtornos gástricos podem ocorrer em alguns indivíduos (não sob terapia com antibióticos) que
estejam fazendo uso de mais que 1 a 2 bilhões de células de L. acidophilus ao dia .

POSOLOGIA
Na prevenção e tratamento da diarréia, a dose usual é de 1 a 2 bilhões de UFC ao dia. Para a manutenção da
flora intestinal normal a dose usual é de 1 a 10 bilhões de UFC ao dia . Utilizam-se concentrações de 200
milhões de
Lactobacillus acidophilus por supositório vaginal. Esses supositórios devem ser usados na hora de dormir,
mas também podem ser 4 usados duas vezes ao dia.

BIFIDOBACTERIUM BIFIDUM
DESCRIÇÃO
Bifidobacterium Bifidum é uma bactéria probiótica que foi originalmente isolada no trato intestinal de seres
humanos . É um habitante específico do intestino grosso (especialmente no cólon), onde pode ser encontrado
em altas concentrações. O Bifidobacterium bifidum é um dos probióticos presentes na flora intestinal de
crianças, ao lado de outras bifidobactérias como B. longum e B. pseudocatenulatum . Várias espécies de
bifidobactérias, entre elas Bifidobacterium bifidum, B. longum, B. adolescentis, B. animalis (lactis), B.
angulatum e B. pseudocatenulatum colonizam simultaneamente o trato gastrintestinal de adultos saudáveis .
Os pesquisadores japoneses consideram Bifidobacterium bifidum como a bactéria benéfica mais importante
para a saúde humana .

PROPRIEDADES
B. bifidum faz parte da microbiota benéfica que produz ácidos (Lático e Acético) para baixar o pH do intestino
grosso e retardar a colonização de bactérias putrefativas indesejáveis tais como E. coli, Clostridium e
Salmonella, além das leveduras.
B. bifidum inibe a proliferação de bactérias que podem alterar os nitratos, transformando-os nos
potencialmente danosos nitritos. As cepas de B. bifidum ajudam o funcionamento saudável da função
hepática, além de promoverem a síntese de vitaminas do complexo B e ajudarem a assegurar a regularidade
dos movimentos peristálticos do intestino .
Cepas dessa espécie têm sido usadas na produção de alimentos contendo bifidobactérias, tais como leites
fermentados, e em preparações terapêuticas para o tratamento de vários distúrbios digestivos em crianças (26).
Bifidobacterium bifidum ajuda a absorção vários minerais, principalmente o cálcio, além de diversas
vitaminas, principalmente as do complexo B. Também ajuda o organismo a eliminar os resíduos digestivos de
alimentos não totalmente digeridos.
Por evitar o crescimento de bactérias indesejáveis, o Bifidobacteriumbifidum evita a passagem de amônia para
a corrente sangüínea, onde a mesma teria que ser metabolizada e desintoxicada pelo fígado, evitando assim
uma provável sobrecarga do órgão.

ESTUDOS CIENTÍFICOS
Pesquisadores observaram que há uma prevalêcia de desordens da microbiota intestinal observada em adultos
e crianças com diferentes patologias, por exemplo, doenças crônicas do trato gastrintestinal, infecções
intestinais agudas, infecções virais respiratórias agudas, pneumonia, bem como certas doenças nefrológicas,
ginecológicas e cirúrgicas. A deficiência de bifidobactérias é o elo mais frequente em patologias da
microbiota intestinal. Os efeitos da suplementação de probióticos compreendendo Lactobacillus acidophilus e
B. bifidum na microbiota intestinal, em resposta à terapia com antibióticos, foram estudados. Neste estudo:
• Nos casos de enterocolite ;
• Nos casos de constipação ;
• Como coadjuvante nos casos de cirrose hepática ;
• Nos casos de desequilíbrio da flora intestinal após terapia com antibióticos;

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• Na promoção dos movimentos peristálticos intestinais ;
• Na prevenção de alergias .

PRECAUÇÕES
Não constam casos conhecidos de interações ou questões de segurança em associação com o uso de
Bifidobacterium bifidum nas dosagens normais, porém, deve ser usada cautela nos casos severos de problemas
hepáticos ou renais .

POSOLOGIA
A dose usual é de 2,5 a 7,5 bilhões de UFC ao dia em doses fracionadas.

LACTOBACILLUS BULGARICUS
Um de seus usos é no tratamento de diarréia causada por antibioticoterapia.

LACTOBACILLUS CASEI RHAMNOSUS


O Lactobacillus casei rhamnosus pode ser utilizado como microorganismo no tratamento antidiarreico. Anti-
séptico intestinal, é utilizado na prevenção de diarréias induzidas por antibióticos e no tratamento sintomáticos
de diarrérias de origem não-orgânica. No câncer de bexiga urinária a administração de doses de probióticos
Lactobacillus casei pode ser efetiva na redução da recorrência de tumores.

CONTRA-INDICAÇÕES
Em casos de alergia ao Lactobacillus casei rhamnosus .

GRAVIDEZ E ALEITAMENTO
O uso deste microorganismo não é aconselhável durante a gravidez ou aleitamento, salvo indicação médica
contrária .

POSOLOGIA
Deve ser administrado diariamente, podendo ser veiculado em cápsulas, com água, sumos e alimentos.
Complementar este tratamento com bebidas açucaradas e caldos salgados para compensar as perdas em
líquido devidas á diarreia .
Não há necessidade de ajuste posológico nas crianças, idosos e insuficientes renais ou hepáticos.
A duração média do tratamento com Lactobacillus casei rhamnosus, na situação de prevenção das diarréias,
dura até ao final do tratamento do antibiótico. No caso de tratamento sintomático das diarreias pode ser
utilizado
até ao desaparecimento de sintomas.

LACTOBACILLUS RHAMNOSUS
Suplementos probióticos contendo, dentre outros, Lactobacillus rhamnosus, é usado na de prevenção de
candidíase vulvovaginal em pacientes mulheres que usam antibióticos. Esses lactobacillus, com esta
finaldidade,
podem ser encontrados em suplementos orais e intravaginais .
Estudos indicam também que o uso deste lactobacilo como coadjuvante no tratamento da diarréia diminui o
período diarréico.
No eczema tópico, a administração oral de Lactobacillus rhamnosus é benéfica no gerenciamento de
dermatites atópicas. O efeito preventivo de probióticos nestas condições pode estender além da infância .

LEVEDO DE CERVEJA – Sacharomyces cerevisae

O levedo de cerveja é um fermento inativo resultante do processo de fermentação da cevada durante a


produção de cerveja. O levedo de cerveja é uma das maiores fontes naturais de vitaminas do complexo B e de
proteínas, com a vantagem de não possuir colesterol e gordura, característicos das proteínas de origem animal.
O levedo de cerveja contém alto teor de proteínas, fibras e vitaminas.

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A levedura de cerveja é um alimento precioso e um remédio milenar. Já assim a considerava Hipócrates, o
“Pai da Medicina”, bem como os monges das confrarias medievais, que a empregavam nas curas de muitos
males, principalmente nas chagas e furunculoses.
As leveduras são fungos ascomicetos, cogumelos microscópicos, que se multiplicam ordinariamente por
gemação, conformando, assim, longas fiadas de células (cada uma é um ovóide com a dimensão de 8 a 10
milésimos de milímetro), como as contas de um rosário. O género Saccharomyces compreende várias
espécies, de que uma das principais é a levedura de cerveja (saccharomyces cerevisae). É, de longe, a mais
apreciada e a mais rica em termos alimentares. Provindo do malte, assegura as proteínas necessárias e
completas em todos os aminoácidos, sendo, por isso, ideal para os que não se alimentam de carne.

Qual a função do Levedo de Cerveja

O Levedo de Cerveja tem muitas funções no organismo, mediadas por seus componentes, que são muitas
vitaminas e aminoácidos essenciais para o corpo humano.
A levedura de cerveja é rica em proteínas (45 a 50%) muito digeríveis, possuindo todos os aminoácidos
indispensáveis à vida (histidina, arginina, lisina, triptofano, alanina, leucina, isoleucina, cistina, cistaína,
glicina, ácido aspártico, ácido glutâmico, fenilalanina, treonina, metionina, tirosina, valina, prolina, serina,
etc), glúcidos, auxonas (complexo T), vitaminas (sobretudo do grupo B) e minerais (principalmente fósforo,
ferro 3, potássio, cálcio, magnésio, silício, cobre, zinco, selénio, crómio, alumínio). Possui, igualmente, em
quantidades consideráveis, lípidos (5 a 20%: estearina, palmitina, ácido aracínico), lecitinas, numerosos
esteróis (os principais: ergosterol 4 e zimosterol), enzimas ou diástases (zimases, invertina, maltase,
fosfatases, etc).
No que concerne ao teor vitamínico, é considerada a maior e melhor fonte conhecida. Como já dissemos, é
riquíssima em complexo B, fator essencial da respiração e nutrição celulares e, assim, da manutenção do
equilíbrio orgânico. Vale a pena, pois, determo-nos no seu quadro de vitaminas e factores vitamínicos:
• B1 (aneurina ou tiamina) – protectora e equilibrante do sistema nervoso e de enorme importância no
metabolismo dos glúcidos (registam-se 8 a 15mg por 100gr de levedura).
• B2 (riboflavina ou lactoflavina) – factor de crescimento, favorece a respiração celular e regenera a
microbiota intestinal (3,5 a 8mg).
• B5 (ácido pantoténico) – de grande valia para o fígado, os epitélios, as mucosas respiratórias e digestivas
(útil nas alergias). A carência produz dificuldades na atenção e na concentração mental, dores de cabeça,
transtornos do sono, cãibras musculares e baixo rendimento energético geral. Ajuda a promover o crescimento
e a pigmentação dos cabelos, e a cicatrização das feridas, sobretudo no campo da cirurgia (12 a 25mg, 8 vezes
mais do que igual conteúdo de cereais).
• B6 (adermina ou piridoxina) – factor de crescimento, estimulante muscular, favorece a formação de glóbulos
vermelhos, protege a pele. Intervém na função adreno-cortical e no metabolismo do enxofre e das purinas. É
antagónica à histamina, sendo, por isso, útil nas doenças alérgicas (3 a 10mg, 10 vezes mais do que em igual
conteúdo de carne).
• B9 (ácido fólico) – factor de crescimento e anti-anémica; nutriente do sistema nervoso. É muito necessária
na gravidez (0,005 a 0,13mg, 20 vezes mais do que igual conteúdo de farelo de trigo).
• B12 – intervém activamente na hematopoese (formação dos glóbulos sanguíneos) (não dispomos de valores
tabelares).
• B15 – facilita o aporte de oxigénio a todos os tecidos. Ajuda na síntese das proteínas. Estimula o sistema
imunitário. É um protector hepático e combate o colesterol (não dispomos de valores).
• BX (ácido paraminobenzóico) – é importante na boa utilização das proteínas. Mantém, e em alguns casos
recupera, a pigmentação capilar, bem como a elasticidade da pele. Promove a expectoração e é balsâmica nas
inflamações do tracto urinário. O seu défice pode causar eczema (0,03 a 0,55mg)
.• PP (nicotinamida) – anti-pelagra, importante para a assimilação dos amidos e gorduras, intervém na
formação do sangue e na função dos nervos (30 a 80mg, 10 a 20 vezes mais do que igual conteúdo de carne).
• Biotina – protectora da pele, anti-seborreica, importante no equilíbrio do crescimento e do sistema nervoso
(2 a 7,5mg).
• Colina – tem acção fisiológica sobre a pressão sanguínea, como antagonista da adrenalina, e na regulação
dos movimentos peristálticos do intestino. Opõe-se à sedimentação de gordura a nível hepático, sendo útil nas
cirroses (0,1 a 1,2mg).

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• Inositol – tem papel determinante e regulador na reprodução celular, sendo anti-cancerígeno. Combate a
alopecia (queda dos cabelos). Contribui para um crescimento equilibrado. Intervém na actividade lipotrópica e
na motilidade intestinal (80 a 160mg).
• Ergosterol (provitamina D) – está intimamente ligado com a vitamina D, auxiliando na boa fixação do cálcio
e do fósforo de origem alimentar. É importantíssimo na formação dos ossos e dentes e para a manutenção das
suas estruturas. Tem papel na conservação do tónus muscular e na contracção dos músculos (não dispomos de
valores).
• E – é fundamental na manutenção da integridade dos tecidos da reprodução (ovários, testículos), bem como
da musculatura e vasculares. É anti-esterilidade e anti-abortiva (conteúdo elevado, embora não disponhamos
de valores).
• Complexo T – promotor do crescimento, útil na anorexia infantil, doença celíaca, osteoporose e raquitismo
(não dispomos de valores).
Uma vez que a levedura de cerveja é invulgarmente rica em aminoácidos fundamentais, julgamos útil
reproduzir aqui as características básicas que lhes são referentes 5:
• Arginina – tem papel preponderante na libertação das hormonas de crescimento, intervindo no
desenvolvimento muscular e na redução de gordura no organismo. Tem, paralelamente, uma importante acção
como retentora do nitrogénio, essencial para o crescimento dos músculos.
• Lisina – é igualmente útil na libertação das hormonas de crescimento e utilizada para favorecer o
crescimento proporcional em crianças extremamente pequenas. Actua na produção da carnitina, a qual tem a
propriedade de “queimar” as gorduras em excesso no organismo. Mostrou-se, ainda, útil na prevenção dos
vírus de Herpes Zoster.
• Tirosina – é um derivado do aminoácido fenilalanina. É um precursor da hormona adrenocortical, assim
como da dopamina. Atua na actividade mental.
• Fenilalanina – estimulante da memória e da capacidade cognitiva, bem como da funcionalidade sexual.
Revelou-se útil nos tratamentos anti-depressivos. Tem efeitos analgésicos.
• Histidina – tem vindo a ser utilizada no tratamento da artrite reumatóide. Igualmente, revelou resultados
positivos no combate às situações alérgicas. Conjuntamente com a niacina e a piridoxina, sugere ter efeito
estimulador a nível da actividade sexual.
• Ácido aspártico – intervém na síntese das glicoproteínas, além de desempenhar um papel na formação de
glicose (conversão de hidratos de carbono, glucose, etc). Parece, ainda, incrementar a capacidade de
resistência dos atletas.
• Treonina – intervém nos processos digestivos, designadamente na função intestinal e no metabolismo dos
lípidos ao nível hepático.
• Cisteína – é um poderoso anti-oxidante que ajuda a proteger o organismo contra as bactérias, vírus, químicos
e radiações nocivos. Promove a saúde capilar e a das unhas, acelerando o seu crescimento.
• Valina – intervém determinantemente na atividade mental, na coordenação dos músculos e no equilíbrio
emocional.
• Metionina – é fundamental para a síntese da carnitina e tem um importante papel no sistema glandular. É
anti-tóxica.
• Serina - é essencial no funcionamento do cérebro.
• Ácido glutâmico – é o único aminoácido capaz de transpor a barreira entre o sangue e o cérebro. É
geralmente utilizado nos tratamentos anti-depressivos, diminuição da memória, senilidade, esquizofrenia,
alcoolismo e muitas outras desordens cerebrais (é comum referir que o ácido glutâmico é o combustível do
cérebro).
• Isoleucina – é interveniente no funcionamento cerebral.
• Glicina – experiências revelaram existir grande concentração de glicina na pele e tecido conjuntivo. Crê-se
que seja beneficamente interveniente na regeneração destes tecidos, bem como no crescimento dos músculos.
• Alanina – tem uma acção directa na redução do colesterol, particularmente quando associada com a arginina
e a glicina. Contribui para a regulação dos níveis de açúcar no sangue.
• Prolina – é um dos principais componentes do tecido conjuntivo que liga e suporta todos os outros tecidos
(colagénio). Ajuda a combater a flacidez associada ao envelhecimento. Intervém beneficamente nos processos
de cicatrização.

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Benefícios do Levedo de Cerveja

Está particularmente indicada nos casos de diabetes (devido ao alto teor em glutatião - um péptido sulfurado
(composto de ácido glutâmico, cisteina e glicocola), que exerce ação preponderante em todos os fenômenos
biológicos e, em particular, nas reações de oxido-redução, nos processos de desintoxicação e de resistência às
infecções), furunculose, acne e demais problemas de pele, gravidez, anemias, atrasos de crescimento e
desenvolvimento, afecções do sistema linfático (intoxicações e infecções), arteriosclerose, doenças artríticas e
alcoolismo.
É um excelente reconstituinte e protetor do sistema nervoso. Possui ação reguladora das glândulas endócrinas,
como a tiróide, o pâncreas, as supra-renais, as gônadas. É um tônico geral cardíaco e circulatório. Favorece a
assimilação dos alimentos, equilibra e regenera a flora intestinal e é um notável protetor hepático (indicada
nos estados pré-cirróticos e nas degenerescências adiposas do fígado). É muito adequada aos desportistas,
aumentando-lhes a resistência, favorecendo o trabalho muscular e promovendo a eliminação de toxinas
residuais.

Fontes de Levedo de Cerveja

Como alimento, usa-se misturada nas saladas, nas sopas, nas hortaliças estufadas, fritas ou cozidas (cerca de
uma colher de sobremesa, para crianças; uma ou duas das de sopa, para adultos). Emulsionada em azeite pode
barrar fatias de pão, substituindo, com vantagem, o queijo ou a manteiga. Também encontrada no farelo de
cereais, na gema de ovo, no melaço de cana, e nas leguminosas secas.
Existe, à venda, levedura isenta de sódio, para as dietas sem sal. Para manter a sua integridade, não deve ser
cozinhada, mas, sim, misturada nos outros alimentos, “em cru”, ou pode polvilhar-se, como se faz com o
queijo ralado.
Existe uma opção comercializada em comprimidos ou cápsulas, que também tem grande aceitação na
prescrição de várias enfermidades.

Contra-indicações do uso de Levedo de Cerveja

Não foi encontrado nada na literatura que contra-indicasse o uso de levedo de cerveja. Porém, são necessários
mais estudos sobre o assunto.

É necessário ciclar ou alternar o uso de Levedo de Cerveja

Não há indicações na literatura sobre a necessidade de ciclar o uso de levedo de cerveja, porém dependendo
do motivo de sua utilização, existe uma posologia diferente para cada situação.

KEFIR

Kefir ou quefir é uma colônia de microrganismos simbióticos imersa em uma matriz composta de
polissacarídeos e proteínas. Originário do Cáucaso é formado por lactobacilos e leveduras aptos a fermentar
diversos substratos – sendo o leite (caprino ou bovino), historicamente, o mais comum deles.
O metabolismo da colônia de microorganismos consome a lactose e reduz a caseína, albumina e
outras proteínas aos aminoácidos que as constituem, além de sintetizarácido láctico, a lactase e
outras enzimas que ajudam a digerir a lactose restante depois da bebida ingerida. Ainda modificam os sais
de cálcio para formas mais facilmente absorvidas pelo organismo humano.
O preparado pode ser feito com leite de vaca, cabra, ovelha, búfala, égua e até de camela. Diferentemente
do iogurte que é fermentado apenas por lactobacilos, o kefir exige temperaturas mais baixas e é fermentado
por trinta e sete tipos diferentes de microorganismos em sua colônia, incluindo as leveduras (utilizadas na
preparação de diversos produtos, dentre eles: pão, cerveja, vinagre, queijo, vinho, chucrute etc).
O kefir é o produto cuja fermentação se realiza com cultivos acidolácticos elaborados com grãos de
Kefir, Lactobacillus kefir, espécies dos gêneros Leuconostoc, Lactococcuse Acetobacter com produção
de ácido láctico, álcool etílico e dióxido de carbono. Os grãos de Kefir são constituídos
por leveduras fermentadoras de lactose (Kluyveromyces marxianus) e leveduras não fermentadoras de lactose

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(Saccharomyces omnisporus, Saccharomyces cerevisiae e Saccharomyces exiguus), Lactobacillus
casei, Bifidobaterium sp e Streptococcus salivarius subsp thermophilus.
Os grãos de Kefir multiplicam-se conforme vão sendo cultivados, quanto maior a temperatura mais activos
ficam e por conseguinte aumentam mais rapidamente o seu tamanho, por causa disso, são tradicionalmente
doados e as orientações para seu cultivo são passadas oralmente. Para fazê-la é bastante simples, podendo ser
misturada a frutas, mel e cereais e utilizada no preparo das receitas que tradicionalmente levam leite ou
iogurte. Deve-se utilizar no seu manuseio, instrumentos não metálicos, dada a possível reacção do ácido da
fermentação com os metais, mantendo-o em locais com pouca luz e de temperaturas exteriores o mais
constantes possível - 15.°C até 40.°C - quanto maior a temperatura mais rápida será a fermentação, abaixo dos
10.°C o kefir entra em estado de hibernação, por isso se quiser fazer um período sem utilizá-lo, guarde-o num
frigorífico.
Muito se tem dito sobre o kefir às vezes sem fundamento científico. O que já se comprovou foi a limpeza da
membrana intestinal, trazendo grande alívio para muitos sintomas que confundem os diagnósticos médicos.
Apesar de pobre na maioria das vitaminas, a vitamina D é muito abundante]. Os minerais também não se
apresentam em quantidades expressivas, apenas o cálcio em forma de sais, que é mais facilmente absorvidos
que o cálcio contido no leite não-fermentado]. O maior mérito do Kefir está na alta qualidade e quantidade de
aminoácidos e na eliminação de microorganismos patogênicos da flora intestinal. O kefir já foi testado em
laboratório in vitro e em animais, tendo sido observadas propriedades anticancerígenas, antifúngicas,
antivirais e antimutagênicas , ainda não demonstradas cientificamente em seres humanos.
Em portadores de intolerância a lactose, apesar da fermentação reduzir a quantidade de lactose do leite, ainda
assim pode levar a sintomas se a intolerância for severa. Apesar de não haver contra-indicação formal, a
fermentação leva à produção de álcool etílico especialmente na variedade do kefir de água, (cultivado em
água com açúcar mascavo diluído) , porém em quantidades mínimas, não sendo recomendado o uso do kefir
por portadores de hepatopatias de qualquer etiologia.
Recentemente o Instituto Max Planck de Biologia Molecular e Genética, da Alemanha, analisou algumas
peças descobertas no complexo de Tumbas de Xiaohe (na China) e constatou serem blocos de queijo, sendo
assim, considerados os queijos mais antigos da humanidade descobertos até o momento e datados de 1.650
anos a. C. e que foram produzidos a partir da fermentação do kefir e com esta constatação de que o processo
foi utilizado no segundo milênio antes de Cristo, significa que este é o método de fermentação mais antigo
conhecido.

VINAGRE DE MAÇÃ

O vinagre de maçã tem sido usado em muitos lugares como terapia (ou auxiliar terapêutico) contra
muitos distúrbios, pois auxilia nosso metabolismo a atingir um melhor balanço de vitaminas, minerais e
enzimas.
Uma das funções do Potássio no nosso organismo é manter os tecidos macios e maleáveis. Potássio é
para os tecidos moles, o que o Cálcio é para os tecidos duros, os ossos. O endurecimento das artérias ocorre
mais freqüentemente na presença de sangue pobre em Potássio.
Assim sendo, a nossa vida, o nosso metabolismo necessita de um balanço de vitaminas, minerais e
enzimas, sendo que o vinagre de maçã é uma excelente fonte de todos esses, inclusive do mineral-chave, o
Potássio. Conclui-se então que o Potássio na sua forma natural fornece traços de nutrição em uma fórmula
combinada, compatível com as nossas necessidades. O uso de drogas sintéticas produz substâncias muito mais
potentes que são capazes de ocasionar sérios riscos, inclusive a morte se a eliminação da droga é diminuída ou
a função dos rins está prejudicada.
Para assegurar níveis saudáveis de Potássio no seu organismo, inclua diariamente na sua dieta frutas
frescas, frutas secas, damascos, uva passa, ameixa seca, uvas, framboesas, amoras, bananas, melão, vegetais
folhosos, vegetais crus, alho, salsinha, agrião, batatas (com a pele e sem agrotóxico), abóbora, nabo, mel,
melado, e vinagre de maçã.
Esta reforma na alimentação é necessária principalmente se diuréticos estão sendo usados diariamente
para reduzir a pressão arterial ou por outro motivo, pois o aumento da diurese reduz os níveis de minerais, em
especial do Potássio.
O vinagre de maçã, por ser um alimento básico afeta o equilíbrio ácido-básico do nosso organismo.
Os ácidos orgânicos são oxidados no organismo fornecendo energia e resíduos alcalinos no sangue. A rica
fonte de elementos formadores de resíduos alcalinos, Potássio, Cálcio, Magnésio, Fósforo, Cloro, Sódio,

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Enxofre, Ferro, Flúor, Silício, juntamente com outros minerais traços presentes na maçã ajudam a formar uma
urina menos ácida. A maçã protege o corpo contra a acidose e ajuda contra a indigestão, gota, úlcera e gases,
sendo que estas propriedades não são perdidas no vinagre de maçã. A maçã pode ser considerada uma das
frutas que mais traz saúde aos indivíduos.
Para explicar o funcionamento do vinagre de maçã não existe apenas uma resposta, e sim várias.
Estudos demonstram melhora de quadros como a obesidade e asma, muito freqüentes na nossa população.
Um estudo demonstrou um outro resultado: o ácido málico encontrado nas maçãs dissolve depósitos
de Cálcio e os resíduos alcalinos produzidos pelo vinagre, ajudam na melhora de gripes, resfriados, infecções
virais e ressacas. Também existem estudos que relacionam o vinagre de maçã com a cura da artrite,
reumatismo e pedras nos rins.
O vinagre de maçã é usado para diversos distúrbios, enumerados abaixo e melhor explicados a seguir:
- favorece a oxidação do sangue;
- ajuda a prevenir a putrefação intestinal;
- regula o metabolismo do Cálcio;
- retarda o início do envelhecimento;
- afeta o sangue, auxiliando na sua melhor consistência;
- regula a menstruação e é muito saudável para mulheres;
- controla e previne a obesidade;
- promove a digestão (vinagre de maçã leva a um balanço dos sucos digestivos, melhor do que qualquer outro
líquido).
Deve-se lembrar que o vinagre de maçã a ser tomado tem que ser de boa qualidade para fazer efeito.
Só assim ele poderá melhorar o metabolismo e aumentar a saúde.
Médicos estão sendo (ou deveriam ser) melhor treinados para usar a Nutrição como um tratamento de
cura de doenças.

Efeitos na Obesidade
Nos estudos que envolvem a obesidade, muitas lacunas ainda estão sendo preenchidas ou sem
preenchimento. Por exemplo, nem todas as pessoas que são obesas comeram demais. O vinagre de maçã
poderia ser uma dessas lacunas que poderiam auxiliar na prevenção e tratamento da obesidade.
Algumas causas que podem levar à obesidade são: defeitos nas glândulas endócrinas, ingestão de
bebidas alcoólicas (indivíduo incha, porque os tecidos ficam repletos de líquido), alguns medicamentos,
intoxicação por Arsênico ou Mercúrio, vida sedentária, excesso de alimentação, excesso de consumo de
produtos doces, mas a causa principal da obesidade é a oxidação insuficiente do sangue. E o vinagre de maçã,
como já foi descrito anteriormente, conduz a esta oxidação do sangue.
Modo de uso: 2 colheres de chá de vinagre de maçã em um copo de água tomado pela manhã, em jejum. Para
alcançar o efeito desejado, deve ser continuado por um longo período. Não se pode esperar que a obesidade
desapareça em 24 horas, mas o organismo precisa sim de um tempo para reajustá-lo.
Nos casos mais severos, o vinagre de maçã também pode ser tomado, como indicado acima, durante as
principais refeições (lentamente, para que o término do copo coincida com o término da refeição), além do
copo da manhã. Esta ingestão, além dos outros efeitos, modifica o desejo de comer demais e promove a
digestão.
Calcificação:
Quando levamos em consideração mulheres mais jovens, pode ocorrer um aumento nos seus pesos apesar de
exames demonstrarem menos gordura, pois ocorre um aumento da deposição do Cálcio nos seus ossos
devido ao aumento do seu metabolismo. Também os dentes ficam mais fortalecidos.

Efeitos no Sangue
1) Hemofilia:
O consumo do vinagre de maçã como indicado anteriormente, favorece a coagulação do sangue, onde
ela encontra-se reduzida, como no caso dos Hemofílicos. Expoentes da Medicina sabem que a Hemofilia
ocorre quando existe uma deficiência de fosfato de potássio, fosfato de ferro e cloreto de sódio no sangue.
Então, o vinagre de maçã favorece a assimilação destes sais, especialmente se são acrescentadas 2 colheres de
chá de mel à bebida.

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O vinagre de maçã tem um efeito adrenalina-símile, ou seja, parecido com a adrenalina, explicando o
poder de parar sangramentos.
2) Pós/Pré-Cirurgias:
O processo de cura pode ser acelerado se o paciente tomar 2 colheres de chá de vinagre de maçã em
meio copo ou copo inteiro durante cada refeição. Este tratamento deve ser continuado por duas ou mais
semanas após a cirurgia.
Também em cirurgias eletivas, quando estas são marcadas antecipadamente, como uma retirada de
amígdalas ou pólipos, o uso de vinagre de maçã no mês anterior tende a reduzir o sangramento durante a
cirurgia (vale à pena lembrar que cirurgias de retirada de amígdalas e de pólipos podem ser evitadas se houver
uma boa ingestão de minerais, já que estes problemas podem indicar deficiências em certos minerais e a
ingestão do vinagre de maçã melhora o metabolismo do corpo).
3) Menstruação:
Em casos de menstruação muito intensa, o tratamento com vinagre de maçã vai reduzir o fluxo em,
aproximadamente, 50%, tornando-se normal. A quantidade de coágulos formados também será reduzida. Isso
pode parecer uma contradição quando lembramos que o vinagre de maçã era indicado para aumentar a
coagulação do sangue. Mas aí está a mágica do vinagre: sua ação normaliza anormalidades.
Em alguns casos, o tratamento do vinagre de maçã pode atrasar o início da menstruação em alguns
dias. Caso isso aconteça, deve-se cessar o tratamento 3 ou 4 dias antes da data esperada para o início da
menstruação, sendo que o tratamento pode ser continuado após o início da menstruação.
4) Pequenas Hemorragias e Cortes:
Vinagre de maçã é indicado em casos onde a cicatrização não ocorre tão facilmente. Nestes casos,
deve-se tomar 2 colheres de chá de vinagre de maçã em meio ou 1 copo de água durante as refeições e entre
elas, totalizando 6 copos. O vinagre de maçã com água também pode ser aplicado 1 vez sobre a ferida. Nos
freqüentes casos de sangramento nasal, a ingestão do vinagre de maçã diluído durante as refeições cessará
em breve este problema. O mesmo tratamento também é indicado em caso de hemorragias de pequeno porte
(trato respiratório ou gastrointestinal) para prevenir hemorragias futuras até a causa da hemorragia ser
descoberta.

Efeito nos Olhos


Normalmente quando temos um problema de dificuldade de visão ou sensibilidade aumentada à luz
forte, vamos ao oculista que nos prescreve óculos fortes. Ele acaba por combater a conseqüência e não a causa
do problema.
A maioria dos problemas oculares são resultados de um metabolismo deficiente. Por exemplo, a
catarata é desenvolvida em casos de deficiência de fluoreto de cálcio, fosfato de potássio e silício no
organismo. Não queremos dizer que o vinagre de maçã é específico para a catarata, mas sim que onde um
metabolismo perfeito acontece, as chances de uma destas condições ocorrer é bem reduzida. Assim, o
tratamento com vinagre de maçã melhora a visão por aumentar o metabolismo.
Em casos de desconforto durante leitura ou sensibilidade à luz, deve-se tomar o vinagre de maçã
diluído durante as refeições, o que provavelmente diminuirá estes problemas após 1 ou 2 meses. O tratamento
cria um novo ambiente bioquímico para o organismo, tornando possível que a vitamina A, bastante necessária
nos olhos, possa exercer melhor sua função.
O efeito é ainda aumentado com a adição de 2 colheres de chá de mel, pois além de conter muitas
vitaminas, também contêm muitos sais minerais, entre eles Potássio e Silício.

Ouvido
Redução da audição deve ser tratada na seguinte forma: ingestão de 1 colher de chá de vinagre de
maçã no meio da manhã e outra no meio da tarde. É interessante observar que a cura da surdez pode se
processar via oral, pois considera-se que o ouvido faz parte do corpo humano como um todo. Mais uma vez,
falhas na audição refletem em defeitos no metabolismo.

Nariz
Quando estamos com o nariz congestionado, podemos usar o vinagre de maçã como um inalante:
5cm de vinagre de maçã em uma vasilha no fogão, até começar a evaporar. O vapor deve, então, ser inalado.
Após isso, a passagem nasal vai continuar descongestionada durante 12 ou 24 horas. Se necessário, repetir a
inalação. Os efeitos do tratamento são: remover a congestão, reduzir a inflamação da mucosa e matar as

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bactérias malignas. Caso a inalação com o vinagre de maçã for muito forte e não for tolerado, pode-se
adicionar um pouco de água.
Paralelamente, deve-se usar o vinagre de maçã diluído durante as refeições, ou quando convier, para
acelerar a cura.

Dor de Garganta
Todas as evidências indicam que a dor de garganta, mesmo a causada pelo Streptococcus sp, pode ser
curada muito rapidamente – às vezes em 1 dia apenas – usando-se gargarejo de vinagre de maçã. Lembramos
aqui que o uso indiscriminado de antibióticos pode ter efeitos muito indesejáveis. Para o gargarejo, procede-se
como a seguir: adiciona-se 1 colher de chá de vinagre de maçã em 1 copo de água. O paciente deve fazer
gargarejos a cada 1 hora com um pouco da mistura. Uma segunda quantidade deve ser pega para novamente
fazer um gargarejo, engolindo a solução logo após. Esse procedimento deve ser repetido à cada 1 hora do dia
e até mesmo durante a noite, quando o paciente não estiver conseguindo dormir.
Quando o paciente melhorar, os intervalos devem ser espaçados para cada 2 horas.
Quando o paciente sarar, é indicado que ele continue fazendo gargarejos após as refeições durante
alguns dias, para assegurar-se que o problema não irá voltar.

Tosse “noturna”
Na maioria dos casos as pastilhas para a garganta ou outras medidas não resultam em melhora do
paciente. A maioria dos médicos prescreve compostos com analgésicos, que muitas vezes têm efeitos
colaterais. O tratamento com vinagre de maçã é efetivo e não têm efeitos colaterais. Adiciona-se 1 ou 2
colheres de chá de vinagre de maçã em 1 copo de água e deixe-o ao lado da cama. Quando a tosse ocorrer,
tome alguns goles da mistura, após a qual a tosse vai melhorar rapidamente, deixando o paciente apto para
dormir.

Laringite
Este tratamento pode ser usado tanto para prevenção (em pessoas que costumam ter esta doença com
freqüência), quanto para melhora da faringite: 1 colher de chá de vinagre de maçã em meio copo de água a
cada 1 hora, durante 7 horas. Após a 7ª hora, o paciente já deverá estar conseguindo falar normalmente.

Asma
Nos casos moderados de asma, naqueles que somente ocorrem à noite é indicado: adicione 1 colher de
sopa de vinagre de maçã em 1 copo de água. Esta quantidade deve ser tomada aos poucos durante meia hora.
O paciente deve, então, descansar meia hora e repetir o processo. Caso a falta de ar ainda persista, um outro
copo da mistura deverá ser tomado lentamente.
Nos casos severos de asma é aconselhável consultar um naturopata, haja visto que os médicos mais
convencionais tratam a causa, mas não o efeito. Normalmente estes casos mais severos de asma são uma
supressão de uma doença de pele. Exercícios de respiração são muito indicados. Respirações profundas devem
ser praticadas gradualmente e de preferência todos os dias. Estes exercícios, aliados com o tratamento com
vinagre de maçã e um tratamento da causa do problema são suficientes para curar a asma.

Vigor Mental
Para combater o envelhecimento e perda do vigor mental pode-se usar o vinagre de maçã diluído ou
tomar pelo menos 2 copos de sidra todo dia. Porém, nem sempre a qualidade da sidra que encontramos é
garantida, sendo que devemos optar pelo uso do vinagre de maçã diluído, pois contêm os mesmos elementos
curativos e é muito mais barato.
Devemos lembrar aqui que o vinagre de maçã diluído tem um efeito no metabolismo dos indivíduos,
restabelecendo seu equilíbrio. Inclusive o vinagre de maçã diluído pode restaurar o vigor mental e físico até
mesmo nos casos onde estes já tiverem sido perdidos (o autor refere-se neste momento a pessoas que
recentemente aderiram ao hábito de tomar vinagre de maçã diluído e não àquelas que o introduziram-no como
hábito há algum tempo atrás).
A memória também é melhorada. Baseado em observações, o autor relata que o esquecimento das
pessoas mais velhas era reduzido parcialmente ou completamente após a adesão de tomar 1 colher de chá de
vinagre de maçã diluído em 1 copo de água, durante ou entre as refeições, como for melhor para o paciente.
Algumas pessoas têm relatado que a ingestão do vinagre de maçã diluído durante a refeição causa

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indigestão. Mas, se ele for tomado vagarosamente (e não rapidamente) durante as refeições ele raramente
causará indigestão devido à razão já mencionada anteriormente, de levar ao equilíbrio os sucos gástricos
melhor do que qualquer outro líquido.

Trato Gastrointestinal
Indica-se a ingestão de uma maçã em casos de náuseas após fumar um charuto ou cachimbo muito
forte. Assim, o vinagre feito a partir das maçãs ajuda na cura de diversos problemas digestivos se tomado
como já explicado anteriormente.

Intoxicação Alimentar
Os pacientes devem ingerir 1-2 colheres de chá, de 5 em 5 minutos, da seguinte mistura: 1 colher de
chá de vinagre de maçã diluído em 1 copo de água. Esse procedimento é repetido quantas vezes for
necessário. Porém, o conteúdo todo do copo não deve ser tomado de uma vez só, pois o estômago está
sensível devido ao estado do paciente e não vai tolerar esta quantidade. Apenas pequenas quantidades da
mistura serão toleradas.
Quando uma melhora já for observada, os intervalos entre os goles podem ser espaçados.
Normalmente, os sintomas já desaparecem após 12 horas de tratamento. Porém, o tratamento deve ser
continuado com o consumo de vinagre de maçã diluído durante as refeições de alguns dias depois, para
completar a cura.

Diarréia
Diarréia é um mecanismo de defesa do organismo contra um veneno. Porém, quando é continuada por
um tempo maior, medidas precisam ser tomadas para não enfraquecer muito o paciente. Normalmente os
médicos ortodoxos prescrevem drogas que vão obstipar o paciente depois da cura da diarréia. Mais uma vez,
esses remédios tratam o efeito e não a causa do problema.
Caso a diarréia não seja conseqüência de um problema mais sério, ela pode ser curada em pouco
tempo com o tratamento de vinagre de maçã: 1 colher de chá de vinagre em 1 copo de água para ser tomado
durante as refeições e também no meio da manhã, no meio da tarde e antes de dormir, independente da idade
do paciente. Não têm contra-indicações e pode ser dado para crianças de apenas 3 anos.
É um antiséptico para o intestino e todo o trato gastrointestinal, inclusive sendo usado em animais. Por
exemplo, uma diarréia grave em bezerros, que poderia facilmente levá-los à morte, foi tratada administrando-
se 180mL de vinagre de maçã em mesma quantidade de água via oral.

Antiséptico
O vinagre de maçã possui propriedades antisépticas, destruindo bactérias maléficas, aquelas
responsáveis pelas reações de apodrecimento no nosso organismo, resultando em gases, fezes e urina
sem odor forte.
Hoje em dia ter um intestino limpo, saudável é um pré-requisito para a boa saúde e vigor. E a prova de
um intestino limpo é determinada por gases e excretas sem odor. Onde existe odor, normalmente também há
putrefação intestinal. Porém, podemos ter situações isoladas que produzem odores mais acentuados nas
excretas, como, por exemplo, após comer um ovo que não seja muito fresco, cebolas cruas (devido ao seu
conteúdo de Enxofre) e repolho. Mas, uma situação permanente de putrefação intestinal é até uma ofensa para
a própria pessoa.
Putrefação e Decomposição são quase sinônimos, sendo que a decomposição é a primeira causa de
doenças e, por isso, a melhor maneira de se curar doenças é achar uma substância que previne a
decomposição. Dr. Henry Smalpage de Sidney defende o Fósforo como esta substância. Assim, maçãs contêm
Fósforo, e, portanto, o vinagre de maçã também o possui.
Portanto, o vinagre de maçã diminui a decomposição no organismo humano e por isso retarda as
dificuldades na idade avançada, previne a putrefação nos intestinos e cura ou previne o início de muitas
doenças.
Caso o paciente ingira 2 colheres de chá de vinagre de maçã diluídas em 1 copo de água, durante as
refeições, ele vai perceber, no final de 2 meses ou menos, que suas excretas não têm mais odor desagradável.

Auto-Intoxicação
O vinagre de maçã previne a auto-intoxicação (condição promotora de doença), da qual muitas

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pessoas sofrem em diferentes níveis.
Um das razões é sua ação sobre o fígado, responsável por desintoxicar o organismo dos venenos
acumulados nos órgãos e aumentar sua eliminação do corpo. Pode ser considerado um remédio para o fígado
sem ter aquelas desvantagens dos medicamentos usados na maioria das vezes.
Para uma eliminação melhor, precisa-se de pectina, que absorve água para formar o bolo fecal no
intestino, sendo um agente espessante. Como a pectina é um ingrediente do vinagre de maçã, isso pode
explicar sua capacidade de promover saúde no intestino, efeito similar ao consumo de sementes de linhaça
com água antes de dormir. Este tratamento com sementes de linhaça não será necessário na maioria dos casos,
se o vinagre de maçã diluído for tomado. O tratamento com vinagre de maçã faz com que a pessoa fique
satisfeita com menor quantidade de comida.

Azia
Em casos de azia, sensação de queimação 1 ou 2 horas após as refeições, pode-se usar o vinagre de
maçã diluído. Assim, a azia pode desaparecer por completo ou ao menos diminuir.

Gosto ruim
Quando um gosto ruim na boca logo ao amanhecer é notado, pode-se fazer um bochecho com 1 colher
de chá de vinagre de maçã em 1 copo de água, o que rapidamente vai solucionar o problema.

Soluços
Quando não forem conseqüência de uma condição mais séria, podem ser aliviados tomando-se 1
colher de chá de vinagre de maçã puro.

Urina
Em casos onde a pessoa bebe muito líquido, o vinagre também pode ajudar, sendo ingerido, de
maneira diluída, durante as refeições, o que diminui a sensação de sede entre elas. Além disso, também reduz
aquelas sensação de fome exagerada, caso uma refeição seja omitida.
Caso sejam adicionadas 2 colheres de chá de mel, melhor ainda, pois a combinação destes dois
alimentos tem sido considerada completa.

Cabelo
A queda de cabelo é normal em algumas épocas do ano. Mas, se os cabelos não voltarem a crescer, o
período de queda for muito grande ou o cabelo se tornar muito fino, isto é sinal de um metabolismo deficiente
e um estado anormal.
Repetidas observações provaram que o vinagre de maçã diluído, tomado durante ou entre as refeições
(1 colher de chá em 1 copo de água), faz com que o cabelo não só pare de cair, mas irá crescer mais
rapidamente e mais grosso, especialmente se 1 colher de chá de rabanete é tomado junto com as duas
principais refeições. O efeito desejado ocorrerá após 1 ou 2 meses.
A queda de cabelo ocorre primariamente a um deficiência de cloreto de sódio, fosfato de cálcio,
fosfato de silício ou sulfato de cálcio. Portanto, o vinagre de maçã com as suas propriedades anteriormente
denominadas, restabelece o equilíbrio, supre as necessidades, levando, assim, à cura, se o tratamento for
persistido durante algum tempo. Inclusive, adverte-se que o tratamento deveria ser continuado após melhora,
para evitar a recorrência do problema.

Unhas
Quando as unhas tornam-se muito finas, frágeis, rompem-se com facilidade, curvam-se, descascam,
quebram, possuem manchas brancas ou demonstram outro tipo de anormalidade, é sinal de um metabolismo
deficiente. Pessoas com unhas defeituosas repararam que após o uso do vinagre de maçã diluído para
tratamento de outra doença, suas unhas também melhoravam.

Dentes e Boca Seca


O tratamento com vinagre de maçã diluído têm demonstrado efeitos positivos nos dentes, pois
melhora o metabolismo do Cálcio. Outros estudos também demonstram seus efeitos na prevenção de cáries e
principalmente na prevenção ou redução da formação de placas. Para este propósito, deve-se adicionar 1
colher de chá de vinagre de maçã a 1 copo de água, fazendo um bochecho com a mistura, ou até mesmo

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escovando os dentes com a mistura, de manhã e à noite.
Para boca seca são indicados bochechos freqüentes da mistura (1 colher de chá de vinagre de maçã
em 1 copo de água).
Quando há sangramentos de gengiva freqüentes, deve-se tomar o vinagre de maçã diluído durante as
refeições e bochechos como acima explicados.

Falta de lubrificação nas Articulações


Quando começam os “barulhos” nas articulações em qualquer parte do corpo, deve-se tomar o
vinagre de maçã diluído durante as refeições, sendo que melhoras já são observadas após 1 mês. Mas,
em casos de depósito de cálcio, como os casos de bursite, o resultado pode ser um pouco mais demorado,
levando cerca de 2 meses para melhorar.
A falta de lubrificação nas articulações começa a manifestar-se quando há uma deficiência mínima de
cloreto de sódio no organismo. Isso soa estranho, pois a maioria das pessoas consome sal (algumas delas, até
sal em excesso).
Mas o sal usado como condimento e o sal triturado têm efeitos muito diferentes. O corpo humano só
pode absorver o sal nas pequenas quantidades encontradas na natureza. Sendo assim, mesmo uma pessoa que
consome sal em grandes quantidades pode estar deficiente em sal. Excesso do sal comum desequilibra o
metabolismo do corpo, sendo melhor reduzir seu consumo a um mínimo e deixar que o tratamento à base de
vinagre de maçã faça o seu trabalho.

Tontura
A tontura pode ocorrer por diversas causas, sendo algumas sérias, e outras passageiras, como
desordens do estômago e do fígado. Problemas do coração, anemia ou algum distúrbio no cérebro também
podem causar tonturas, sendo que estes problemas necessitam de um tratamento especial.
Quando anemia ou o coração estão envolvidos, têm-se demonstrado que o consumo de melado
funciona como um tônico cardíaco.
Cardíacos deveriam sempre usar mel no lugar de geléia, devido às propriedades valiosas que possui e
que serão discutidas posteriormente.
Em casos de anemia, têm-se provado que o melado é curativo.
Mesmo nestes casos mais graves, o tratamento com vinagre de maçã diluído pode ser usado como
coadjuvante no tratamento principal.
Caso a tontura não esteja associada a doenças mais sérias, a ingestão do vinagre de maçã diluído
durante as refeições pode trazer a cura após 4 ou 8 semanas.
Quando a tontura está associada à hemorragia no ouvido interno, como o vinagre de maçã têm
propriedades de prevenir e curar sangramentos, ele pode e deve ser usado nesses casos e bons resultados serão
obtidos.

Erupções alérgicas de pele/Urtiga


Para esta condição, o vinagre de maçã diluído deve ser tomado durante as refeições antes que a
situação piore. Normalmente estas erupções ocorrem como resultado da ingestão de um alimento envenenado
e, como foi visto anteriormente, o vinagre de maçã era recomendado em casos de intoxicação alimentar.

Eczemas
O vinagre de maçã diluído deve ser tomado junto com as refeições e o vinagre, também diluído,
aplicado sobre a pele.
Normalmente ocorre por deficiência de cloreto de potássio no organismo, especialmente se for do tipo
fibroso. E o Potássio é encontrado na maçã, não sendo perdido durante o processamento do vinagre.
Por outro lado, o tipo seco do eczema normalmente é conseqüência de um excesso de consumo de sal
comum, sendo que este hábito deve ser descontinuado se for o caso deste tipo de eczema.
Para acelerar a cura deste segundo tipo de eczema, devemos prestar atenção na dieta. O tratamento do
eczema com óleos de supressão são um verdadeiro crime contra a natureza, pois a pele está eliminando
toxinas e uma supressão do processo poderia levar ao acúmulo de toxinas no organismo.

Caspa
O vinagre de maçã diluído deve ser aplicado no couro cabeludo.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 400


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Calor do Verão
O vinagre de maçã reduz a fadiga e o cansaço dos dias de calor excessivo.

Insônia
Deve-se tomar 2 colheres de chá de vinagre de maçã e 2 colheres de chá de mel em 1 copo de água
antes de dormir. Um outro copo com a mistura deve ser posto ao lado da cama, caso o paciente acorde durante
a noite. A melhora ocorre devido a elementos contidos nas duas substâncias.
A primeira causa de insônia parece ser uma deficiência de fosfato de potássio e fosfato de ferro,
podendo ser deficiência de fosfato de magnésio em alguns casos. Também problemas deixam as pessoas
acordadas, mas também este problema será amenizado em caso de reposição do fosfato de potássio.
Vale lembrar que os soníferos não curam a causa da insônia e sim seu efeito e assim que o paciente
parar com o uso deles, a insônia retorna. Porém, devemos considerar que são úteis em casos de doenças
graves. Os soníferos são formadores de hábitos: primeiro quebram o hábito de não dormir e, se tomados
durante um tempo um pouco maior, seu uso torna-se hábito. Assim, apenas transformam um hábito em outro.
Caso o tratamento com vinagre de maçã diluído não surta o efeito esperado, um homeopata deve ser
consultado.

Febre Alta/Problemas no Coração/Colite/Neurite


Tomar 2 colheres de vinagre de maçã em 1 copo de água durante as refeições e 2 colheres de mel
também com as refeições, ou adicionado ao vinagre de maçã diluído ou à comida.

Artrite
Usar a combinação vinagre de maçã com mel, a cura poderia ter sido mais rápida ainda. Pode-
se aliar o uso do melado.
Juntamente com o tratamento de vinagre de maçã com mel, pode-se sugerir 2 copos diários de chá de
cebolinha, tomado frio, que também ajuda na cura da artrite.

Fumo
Apesar do vinagre de maçã ser um antídoto contra o tabaco, assim como outros vinagres, isso não
quer dizer que também contenha os efeitos deletérios dos aditivos químicos do cigarro.

Ungüento para Incapacidades de andar normalmente


Misture uma gema de ovo com 1 colher de chá de vinagre de maçã. Aplique sobre a pele, esfregando
bem para aliviar.

Trepadeira venenosa
Misture partes iguais de água e vinagre de maçã e aplique freqüentemente sobre a área afetada e deixe
secar sobre a pele.

Herpes-zóster
Aplique vinagre de maçã puro sobre a pele afetada 4 vezes ao dia e 3 vezes durante a noite, em caso
de o indivíduos estar acordado. A sensação de dor e ardor vai reduzir bastante após a aplicação do vinagre,
que ajudará na sua cura total.

Suores noturnos
Nestes casos, esfregue um pouco de vinagre de maçã em todo o corpo antes de se deitar.

Queimaduras
Vinagre de maçã puro aplicado sobre a queimadura, reduzirá seu ardor e inflamação.

Para reduzir varicoses (veias varicosas)


Aplique vinagre de maçã puro sobre as varicoses de manhã e de noite. Redução das varicoses será
percebida no final do primeiro mês. Em adição à aplicação direta de vinagre de maçã, deve-se ainda, tomar 1
copo de água com 2 colheres de chá de vinagre de maçã, 2 vezes ao dia.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 401


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Naturopatas estão cada vez mais certos de que não é apenas o excesso de alimentos que ingerimos nos
países desenvolvidos, mas também a falta de outros alimentos que causa as doenças atuais.
Hoje em dia ocorre uma ingestão excessiva de alimentos processados, ou seja, alimentos refinados,
que até podem levar a uma nutrição do corpo e nos manter vivos. Porém, precisamos de mais do que apenas
nutrição para mantermos a nossa saúde, nos conduzir à longevidade e prevenir a obesidade, condição bastante
indesejável.
Uma pessoa não pode ser considerada saudável caso seu metabolismo esteja deficiente. Um
metabolismo deficiente reflete-se no surgimento de gordura localizada, no afinamento do cabelo, quando
dentes tornam-se careados, quando os olhos tornam-se facilmente cansados, quando a audição é reduzida,
quando as unhas tornam-se frágeis, quando as articulações começam a doer, sem falar no surgimento de
doenças. E o vinagre de maçã pode auxiliar no restabelecimento do equilíbrio deste metabolismo.
Devemos lembrar aqui que o vinagre de maçã, mel e melado não podem realizar milagres, não
podendo conter vícios malignos e não podendo substituir tratamentos de doenças mais sérias.
Além disso, não existe algo que possa se adaptar a todas as pessoas, podendo algumas apresentar
intolerâncias. Porém, pode-se dizer que pessoas que sofrem de estranhas idiossincrasias são uma exceção à
regra.
Porém, o vinagre de maçã parece ser um líquido natural que até crianças podem precisar.

FRUTOOLIGOSSACARÍDEO – PRÉBIÓTICO

É uma fibra prébiotica derivada da banana verde, cana ou açúcar da beterraba, capaz de promover saúde
apoiando o crescimento benéfico de bactérias que em troca provêem benefícios saudáveis como melhor
absorção de cálcio e forte sistema imune. O frutooligossacarídeo promove ótima saúde digestiva agindo como
um prébiotico e fibra solúvel. É a escolha ideal por desenvolver soluções criativas podendo ser usado em
aplicações ilimitadas e em uma variedade larga de formulações: Laticínios, barras protéicas, alimentos para
diabéticos, bebidas funcionais, produtos com baixo teor de carboidratos, produtos a base de soja, alimentos
nutritivos para esportistas e suplementos. É recomendado ingerir de 1g/dia e no máximo 6g/dia.

A biomassa de banana verde consiste em uma preparação feita com polpa de bananas verdes cozidas. Esta
simples preparação é capaz de melhorar a imunidade, contribuir para o desenvolvimento da microbiota
intestinal, reduzir o risco de câncer de intestino, controlar os níveis de colesterol, prevenir o diabetes e evitar o
acúmulo de gordura abdominal.
Principais nutrientes da biomassa de banana verde
A biomassa de banana verde se destaca por possuir boas quantidades de um amido resistente que é uma
espécie de fibra que o aparelho digestivo não consegue digerir. Como este tipo de fibra não é digerida, ela
serve de alimento para as bactérias benéficas do intestino e assim contribui para o desenvolvimento da
microbiota intestinal. Consequentemente, a imunidade melhora e o risco de câncer no intestino diminui. Esta
fibra também previne o diabetes tipo 2 e melhora o trânsito intestinal.
A biomassa de banana verde também possui vitamina A, que é importante para a saúde dos olhos, da pele e
contribui para o crescimento. O alimento conta com vitaminas do complexo B, B1, B2 e B3, que agem no
metabolismo da glicose, dos ácidos graxos e aminoácidos, ou seja, ajudam o organismo a utilizar essas
substâncias com eficiência. O potássio, o manganês e o fósforo também estão presentes na biomassa de
banana verde.
Benefícios da biomassa de banana verde
Previne o diabetes tipo 2: As fibras da biomassa de banana verde ajudam a evitar os picos de glicose no
sangue, fazendo com que ela seja liberada aos poucos. Estes picos de glicose levam a picos de insulina. Diante
de constantes picos de insulina, alguns órgãos passam a se tornar tolerantes a ela, sendo preciso cada vez mais
insulina para cumprir a mesma função, gerando o quadro de resistência à insulina, que se não for combatido
pode evoluir para o diabetes tipo 2.

Ajuda na perda de peso: A biomassa de banana verde contribui para o emagrecimento porque as fibras
evitam o pico de glicose e fazem com que ela seja liberada aos poucos, fazendo com que a pessoa sinta
saciedade por mais tempo.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 402


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Melhora a saúde da microbiota intestinal: A biomassa de banana verde se destaca por possuir boas
quantidades de um amido resistente que é uma espécie de fibra que o aparelho digestivo não consegue digerir.
Como este tipo de fibra não é digerida, ela serve de alimento para as bactérias benéficas do intestino e assim
contribui para o desenvolvimento da microbiota intestinal.

Melhora a imunidade: O amido resistente da biomassa de banana verde contribui para a saúde da microbiota
intestinal. Quando a microbiota intestinal está saudável existe a produção de uma substância chamada citocina
anti-inflamatória que melhora a imunidade, fazendo com que os anticorpos trabalhem com mais eficiência.

Diminui os níveis de colesterol: O butirato, que é produzido quando a microbiota intestinal está saudável,
também tem o efeito de diminuir discretamente a produção do colesterol do fígado. Já o amido resistente
reduz o colesterol que nós ingerimos.

Melhora o trânsito intestinal: As fibras não digeríveis na da biomassa de banana verde contribuem para a
formação do bolo fecal, com um bolo fecal maior, ele sairá com mais facilidade. Assim, há melhora no
trânsito intestinal.

Quantidade recomendada de banana verde

A orientação é não ultrapassar o consumo de duas colheres de sopa de biomassa de banana verde por dia.
Como consumir a biomassa de banana verde
A biomassa de banana verde pode ser utilizada na culinária como um espessante para dar mais consistência
nas receitas culinárias. Ela substitui boa parte das receitas que utilizam óleo, maionese, creme de leite e
qualquer outro espessante e não altera o sabor ou interfere no sabor do prato. A biomassa também pode ser
adicionada em sucos.
Quando a biomassa de banana verde é feita em casa, ela pode ser guardada na geladeira por sete dias ou
congelada por até dois meses. Para descongelar basta deixar a biomassa em temperatura ambiente ou aquecê-
la em banho-maria.

Contraindicações

A biomassa de banana verde ajuda na perda de peso


Não há contraindicações para o consumo de biomassa de banana verde, somente pessoas que tem alergia à
banana devem evitar o consumo do alimento.
Risco do consumo em excesso
O consumo em excesso de biomassa de banana verde pode causar gases, flatulências e diminuir a absorção de
alguns minerais, como o zinco e cálcio. Outro risco do excesso do alimento é o intestino ficar solto.

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PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS

Culturalmente, nossa alimentação é baseada em uma pequeníssima parcela de alimentos. Mais de 50% das
calorias que consumimos no mundo provêm de no máximo quatro espécies de plantas. 90% dos alimentos
consumidos vêm de somente 20 tipos de plantas. Por outro lado, temos uma oferta potencial de alimentos de
pelo menos 30 mil plantas diferentes. A FAO, órgão da ONU, envolvido com a questão da alimentação
mundial, estima que 75% das variedades convencionais de plantas alimentícias já foram perdidas.
No que toca às hortaliças (verduras, legumes, etc.), sabe-se que a oferta destes alimentos é também pobre. A
maioria das hortaliças comercializadas provém de poucas empresas de sementes, e também não corresponde a
plantas nativas. A seleção ou “melhoramento” que sofreram as deixou ainda mais suscetíveis às alterações
ambientais, o que hoje é cada vez mais comum. Seu modo de cultivo, muitas vezes em gigante escala,
desenhado para suprir enormes demandas induzidas pelo mercado, é feito por meio de monoculturas: um
modelo simplificado e disfuncional de trato com os ecossistemas. Muitos dos chamados “alimentos”, por meio
de grãos, vão ser transformados em ração para aves, suínos e bovinos, confinados e transformados em carnes e
outros produtos industrializados. Neste atual antissentido, as monoculturas dependem de um aporte energético
muito elevado, além do uso intenso de biocidas (herbicidas, pesticidas, inseticidas), que contaminam os
ecossistemas, a saúde do trabalhador e a população brasileira.
Estamos, no Brasil, transformando nossos biomas em imensos desertos verdes, compostos de paisagens
homogêneas de soja, eucalipto, cana, milho transgênico, entre a pobreza que representa o modelo de
agricultura baseado na venda de insumos químicos, com destaque aos agrotóxicos, ou biocidas. O sufixo
CIDA corresponde a MATAR, e BIO significa vida.
O sistema hegemônico atual (monoculturas) é desajustado por natureza. Não mantém ciclos fechados (ex. os
adubos vêm de fora) e praticamente todo o processo de preparo da terra - uso de biocidas, colheita, transporte
- depende do petróleo. Sugere-se, aqui, a leitura do Livro “Monoculturas da Mente”, de Vandana Shiva. A
forma de “ajustar” a produção, evitando que surjam o que se costuma chamar de “plantas daninhas” ou
“pragas”, é a quimicodependência (adubos químicos, herbicidas químicos, inseticidas sintéticos, etc.).
A agricultura convencional, portanto, baseada no uso de agrotóxicos, foi desenvolvida na primeira e na
segunda guerras mundiais, para servir como armas químicas de guerra! O DDT, por exemplo, é resultado
disso. A agricultura convencional, não respeitando os princípios necessários da vida, ou seja, a diversidade e a
complexidade - no caso dos agrossistemas – vem semeando a disfuncionalidade, principalmente depois da
chamada “Revolução Verde”, alegando substituir “com vantagem” a diversidade e a complexidade dos
ecossistemas agrícolas, pela artificialização extrema. A pedra de toque é a venda de insumos, que vai parar
nos mesmos oligopólios de sementes e agroquímicos daqueles que a defendem e mandam na agricultura
mundial e na nossa alimentação. Muitas dessas mesmas empresas vendem, além de sementes e agrotóxicos
associados, as vitaminas e os remédios para tratar das nossas doenças (resultado da disfuncionalidade de nossa
alimentação).O Brasil, detentor da maior diversidade biológica até então, a partir de 2008 se tornou o país que
mais consome agrotóxicos em todo mundo! São 5 Litros de agrotóxicos por habitante/ano. No RS, este
valor é quase o dobro!
Essa é uma longa história do atual modelo hegemônico, que tem como o intuito o lucro a qualquer modo.
Devemos buscar conhecê-la melhor para evitar que a natureza, nosso futuro e de nossos filhos estejam cada
vez mais comprometidos. O que, talvez, poderíamos resumir sobre as monoculturas é isso: a nossa
alimentação e a forma de produção de alimentos dependem atualmente de um círculo vicioso, que reproduz
vulnerabilidade nos sistemas vivos (ecossistemas, comunidades, populações e nossos corpos), enriquecendo
alguns poucos agentes que sofrem da “acumulação mórbida do capital”. Sem perceber, vivemos uma servidão
alimentar que é controlada por oligopólios de empresas de agroquímicos e “bio”tecnologia, associadas a
mercados financeiros, e não baseada nas reais necessidades alimentares da população. Além disso, essa
produção de alimentos, em larga escala, torna nossos paladares viciados, cada vez mais, em sal, açúcar, e
conservantes químicos. Monoculturas de paladares?
Felizmente, emerge na agricultura a agroecologia, com base também nas plantas da agrobiodiversidade,
algumas delas aqui chamadas de PANC.
No sentido, então, do resgate da funcionalidade sistêmica, as PANC, adaptadas aos diferentes ambientes,
nascendo sozinhas, buscam sua reinserção natural, no resgate dos processos dos sistemas vivos (bioprocessos)
e que também estão associadas à busca de maior autonomia, no que hoje vem se fortalecendo o conceito de
SOBERANIA ALIMENTAR. Assim, não precisam necessariamente ser cultivadas, e sim mantidas e

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 404


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manejadas de acordo com as condições de solo e interesse em sua manutenção e propagação. Por nascerem
em ambientes diversificados em organismos, interagem com os demais, mantendo a DIVERSIDADE que é a
BASE DA VIDA.
Os ecossistemas complexos e com seus fluxos fechados de energia e matéria, que diminuem a entropia, ficam
menos sujeitos a desequilíbrios. É como um jogo de varetas chinesas. A estrutura intricada da interação entre
os organismos (diversos) de um ecossistema é fator elementar para manter o maior equilíbrio ecológico. Se
algum elemento do sistema é retirado, ele fica mais frágil. Muitas plantas, denominadas de “daninhas” pela
agricultura industrial (convencional), poderiam ter seu papel de reintegração como plantas companheiras no
sistema. Os inimigos naturais também aparecem nos sistemas diversificados, diminuindo a vulnerabilidade do
sistema biodiverso! As doenças de plantas, provocadas por eventuais desajustes no sistema (ex.
superpopulações de lagartas, chamadas erroneamente de “pragas”) serão menores.
As PANC em forma de culturas permanentes (permaculturas) mantêm o ciclo da água, além de diminuir a
compactação e aumentar a vida no solo, requerendo menor uso de energia no sistema.
É importante destacar o papel das PANC como alimentos funcionais em nosso organismo (microssistema) por
meio de vitaminas essenciais, antioxidantes, fibras, sais minerais, que nem sempre são encontradas em outros
alimentos.
As PANC geram AUTONOMIA para o ser humano que deseja buscar - por suas próprias mãos - os nutrientes
que necessita e os sabores que mais lhe agradam. Em conjunto, integradas com as comunidades humanas,
culturas biodiversas, esta autonomia é também fator de autoafirmação e emancipação, no que se pode chamar
de SOBERANIA ALIMENTAR E ECOLÓGICA.

1.Almeirão-do-campo / chicória-do-campo / radite


(Hypochaeris chillensis)
Família Asteraceae
Descrição botânica: herbácea anual ou bienal, com látex, de 30-70cm de altura. Flores amarelas.
Propriedades: suas folhas têm alto teor de cálcio, zinco, fósforo e potássio.
Parte comestível e usos: folhas cruas ou cozidas. Pode-se fazer saladas, refogados e sopas.
Distribuição, Ecologia e Manejo: nativa do RS e sul do Brasil. Ocorre em clareiras de matas, caminhos,
áreas antropizadas e campos não lavrados, em pomares, cafezais e terrenos baldios, geralmente no inverno.
Propaga-se por sementes e curtos rizomas originados na base da planta.

2. Araruta (Maranta arundinacea L.)


Família Amarantaceae
Descrição botânica Vivaz, de rizoma fusiforme com escamas aplicadas e caule articulado até 120 cm de
altura, folhas pecioladas e com longas bainhas foliáceas, ovais lanceoladas, acuminadas com limbo de 10-20
cm de comprimento e 5 a 8cm de largura, pubescentes na página inferior.
Suas flores irregulares, pequenas, brancacentas, solitárias ou dispostas em panículas terminais irregulares,
protegidas por brácteas invaginantes.
Propriedades: Contra as febres intermitentes, contra a dispepsia, sendo que seu suco acre serve contra a
mordedura de cobra e picada de insetos e quando colocado sobre a língua aumenta a salivação.
Parte comestível e usos: Para consumo, são utilizados os caules rizomatosos (estruturas subterrâneas),
principalmente como fonte de amido. Para utilização da araruta é necessário o
preparo do polvilho ou da farinha.
Distribuição, Ecologia e Manejo: Existe grande variedade dessa planta. Em São Paulo existe a Caisulta,
Comum, Gigante, Especial, Imbiri, Palmeira, Raiz Redonda e Ramosa, sendo que a Caixulta é a melhor.
Nativa no Brasil, conhecida pelos índios, espalhou-se no entanto pelo mundo todo, sendo o sue comércio
muito forte no exterior. No Ceilão chamam-na Araluk e Hulankiriya.

3. Arumbeva (Opunti a monacantha, Opunti a spp.)


Família Cactaceae
Fruto de Opunti a elata
Flor de Opunti a monacantha
Descrição botânica: cactáceas arbusti vas, ramifi cadas, suculentas, que ati ngem 1,5 m de altura. Os caules,
chamados de cladódios são achatados e fotossinteti zantes. As folhas transformadas em espinhos, como
agulhas. Flores solitárias que se formam sobre os cladódios. Frutos ovalados com gloquídeos (conjunto de

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 405


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espinhos). Uma espécie do México (O. fi cus-indica) produz um fruto conhecido como fi go-da-Índia, que é
doce, carnudo e suculento.
Propriedades: os ramos de caule possuem ati vidade anti ulcerosa e cicatrizante e podem ser uti lizados para
atenuar doenças como distúrbios gastrointesti nais, diabetes e obesidade. O fruto é uma importante fonte de
cálcio e fósforo, além de demonstrarem ter ações anti infl amatória, anti oxidante com ação anti cancerígena.
Possui uma quanti dade de vitamina C comparável a da laranja e do limão, além de vitamina E e carotenóides.
Parte comestí vel e usos: frutos e cladódios (palma). Os frutos podem ser consumidos in natura. Possuem
muitos espinhos quando colhidos. É necessário agarrá-los com luvas de borracha ou derrubá-los no chão e
esfregá-los na grama, ou escova, ou até mesmo mergulhá-los em água fervente por alguns segundos para que
os espinhos se desprendam. A polpa pode ser usada em sucos, geléias, sorvetes e mousse. Os fi locladódios
são comestí veis como hortaliças e sucos verdes, podendo ser adicionado a sopas.
Distribuição, Ecologia e Manejo: gênero que ocorre desde a América Central e México até a América do
Sul. Ocorre em regiões tropicais ou subtropicais, de terrenos arenosos, e climas relati vamente secos. Pode-se
preparar mudas a parti r de um pedaço do caule, demorando uns 2-3 anos para produzir, ou 5 anos se for
plantadas as sementes. Depois de fl orada, leva uns 120 dias para amadurecer o fruto.

4. Azedinha (Rumex acetosa L.)


Família Polygonaceae
Descrição Botânica: planta de pequeno porte bastante comum em hortas e jardins. É preciso destacar, no
entanto, que existem duas plantas diferentes que recebem o nome de azedinha. A Oxalis acetosella é também
conhecida como trevo e tem folhas em formato de coração. A azedinha a que nos referimos é diferente, como
você pode observar na imagem. Suas folhas verdes são bem compridas e as flores, como coloração que vão do
rosa ao marrom, se distribuem em pendões mais elevados que a folhagem.
Propriedades: Um estudo feito na PUC-RS mostrou que a azedinha contém a mesma substância benéfica
encontrada nos vinhos: o resveratrol. Segundo o professor André Souto, que conduziu a pesquisa, a raiz da
planta contém cem vezes mais resveratrol que o vinho ou o suco de uva. O problema é que a raiz não pode ser
consumida, devido à sua toxidade, mas as folhas também possuem um bom índice do antioxidante. Por essa
razão, o consumo da azedinha: previne doenças cardiovasculares, fortalece as defesas do organismo, combate
os radicais livres, impede o envelhecimento celular precoce, protege as células do fígado, dificulta o
aparecimento de alguns tipos de câncer
Parte Comestível e Usos: Distribuição, Ecologia e Manejo: Essa azedinha é utilizada para fins medicinais
desde a antiguidade. Conta-se que o médico dos exércitos de Nero utilizava as semente da planta para fazer
um “vinho” que poderia curar a diarreia. Já na Idade Média, a raiz da azedinha foi amplamente utilizada como
emoliente e depurativo, sendo indicada para tratar os males do fígado.

5. Batata Doce (Ipomea batatas)


Família Convolvulaceae
Descrição Botânica: planta herbácea, caules rastejantes e rizomas subterrâneos.
Propriedades: rico em glicídios, fibras, carotenóides e minerais
Parte Comestível e Usos: Possui diversas variedades cultiváveis, divididas em de mesa (ou de mercado) e
forrageiras, ambas podendo ser encontradas nas cores externas amarela, branca e roxa. No entanto, a
quantidade de variedades não se restringe a essas características — elas podem ser classificadas de acordo
com o formato, tamanho, cor interna, doçura, precocidade, cor das folhas e até pela coloração das flores, entre
outras. Espécies nativas possuem polpa amarela e algumas alaranjadas por possuírem maior teor de beta
caroteno. As folhas e brotos da batata-doce são comestíveis após breve cozimento, saborosas e nutritivas,
constituindo verdura de produção facílima e abundante.
Distribuição, Ecologia e Manejo: teve origem na América Tropical, sendo levada para a Europa pelos
portugueses e espanhóis, difundindo-se, posteriormente, para os demais continentes, sendo cultivadas em
todas as zonas tropicais e temperadas. A propagação pode ser feita facilmente a partir de um ramo da planta
ou tubérculos.

6. Begônia / Azedinha-do-Brejo (Begonia cucullata)


Família Begoniaceae
Descrição Botânica: planta herbácea, ereta, suculenta e tenra. Flores ornamentais.
Propriedades: é rica em ácido oxálico. Portadores de problemas renais devem evitar o consumo excessivo.

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Parte Comestível e Usos: toda planta (folhas, ramos, fl ores e frutos jovens), tanto crus como cozidos. Suas
flores podem ser fervidas com açúcar cristal até formar uma calda espessa, sendo uti lizada como cobertura de
sorvete ou ingrediente para drinks. Se apurada vira geleia. Suas folhas apresentam um sabor azedo muito
característico e encantador, explicado pela presença do ácido oxálico nas suas células.
Distribuição, Ecologia e Manejo: nati va do RS, estando muito presente em brejos ou áreas úmidas e semi-
sombreadas, geralmente ocorre no inverno. A propagação pode ser feita facilmente a partir de um ramo da
planta ou sementes.

7.Beldroega/ Bredo-de-porco / Beldroega-pequena / Onze-horas


(Portulaca oleracea)
Família Portulacaeae
Descrição botânica: herbácea anual, prostrada, de 20-40 cm. Suas folhas são sésseis (pecíolos ausentes),
além de espatuladas, e suculentas. As fl ores amarelas situam-se no ápice dos ramos.
Propriedades: rica em ômega 3, betacaroteno e vitamina C. Tem potencial anti oxidante e é usada como anti
infl amatória, diuréti ca e vermífuga.
Parte comestí vel e usos: folhas, fl ores, ramos e sementes. Pode ser consumida crua em saladas ou cozida
em diversos pratos. As sementes podem ser uti lizadas em pães substi tuindo a chia e o gergelim. Sementes
germinadas (brotos) são indicados para saladas e decoração comestí vel.
Distribuição, Ecologia e Manejo: alguns autores dizem que sua origem é asiáti ca ou africana, porém outros
falam em América Tropical. Aparece em solos com boa umidade e matéria orgânica. Encontrada geralmente
em solos culti vados e ensolarados como hortas e jardins. Propaga-se através de sementes.

8. Bertalha / Bertalha-coração / trepadeira-mimosa / folha-santa (Anredera cordifolia)


Família Basellaceae
Descrição Botânica: planta trepadeira e perene, com folhas em forma de coração e
consistência mole. Flores pequenas em espiga, de cor clara.
Propriedades: é rica em ferro e fonte de vitaminas A, B e C. Tem potencial anti microbiano.
Parte Comestí vel e Usos: folhas e tubérculos (aéreos ou substerrâneos). Muito gostosa em massa de pão,
salada, refogados e omeletes. Suas folhas secas e moídas são usadas como suplemento alimentar.
Distribuição, Ecologia e Manejo: trepadeira rústi Ca nati va do Sul do Brasil. Aparece em beira de matas e
cercas, exigindo poucos cuidados. Prefere locais ensolarados ou semi-ensolarados. Propagação bem fácil
pelos tubérculos aéreos/subterrâneos ou estaquia.

9. Buva/ Erva-lanceta / rabo-de-foguete (Conyza bonariensis, Conyza canadensis)


Família Asteraceae
Descrição botânica: herbácea anual, caule densamente folioso. Folhas estreitolanceoladas, aveludadas. Flores
não vistosas.
Propriedades: suas folhas podem ser usadas contra tosse, como anti ácido, no tratamento de diarreia e
hemorroidas
Parte comestí vel e usos: folhas e ramos foliares novos. São aromáti cas e ligeiramente picantes. Podem ser
uti lizadas como condimento de carnes e outros ou consumidas como saladas cruas, cozidas e ensopados.
Distribuição, Ecologia e Manejo: subespontânea em pomares, beira de estrada e terrenos baldios. Propaga-se
por sementes. Desenvolveu resistência ao herbicida glifosato, sendo considerada “invasora” ou “daninha” em
áreas agrícolas. Ocorre geralmente no inverno.

10. Capuchinha (Tropaeolum majus)


Familia Tropaeolaceae

Descrição botânica: planta anual, suculenta, de caule retorcido e longo. Folhas arredondadas, com nervuras
bem marcadas saindo da parte central da folha onde se insere o talo. Flores isoladas, afuniladas, que variam de
coloração amarela, alaranjada aos tons de vermelho com manchas escuras internas.
Propriedades: rica em vitamina C, antocianina, carotenoides e fl avonoides. O suco é expectorante. As folhas
abrem o apeti te, facilitam a digestão e são calmantes. Tem potencial anti oxidante, anti -infl amatório e
hipotensor.
Parte comestí vel e usos: Toda a planta. Com sabor picante semelhante ao agrião, as fl ores e folhas podem

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 407


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ser consumidas em forma de saladas, patês, pães, em sopas, refogados. Seus frutos podem ser preparados
como alcaparra (em forma de conserva). Suas sementes maduras podem ser tostadas e moídas, substi tuindo a
pimenta-doreino.
Distribuição, Ecologia e Manejo: nativa das regiões montanhosas do México e Peru.
Aparece pelos terrenos entre o inverno e a primavera. Alastra-se com facilidade. Sua propagação pode ser
feita por sementes ou estacas. Preferem clima ameno com solos úmidos e matéria orgânica. Boa aclimatação
em climas quentes.

11. Cará Moela (Dioscorea bulbifera)


Família Araceae
Descrição botânica: O cará-moela é uma planta trepadeira originária da África, que foi trazida para o Brasil
pelos escravos. Tem este nome por causa do formato: parece uma moela de frango. Também recebe o nome
de cará-borboleta, cará-do-ar e cará-de-corda.
Parte comestí vel e usos: tubérculos. Após cozidos podem ser uti lizados em sopas, refogados, saladas, pães,
bolos e sobremesas.
Distribuição, Ecologia e Manejo: Precisa de pleno sol, solo fértil, clima quente e umidade constante para se
desenvolver bem. Deve-se esperar que brote e plantar após o inverno, por volta de setembro. Cresce
vigorosamente e produz seus bulbos no outono, quando a planta entra em dormência e seca (embora o
tubérculo subterrâneo continue crescendo).
Deve ser colhido apenas quando os carás caem espontaneamente, caso contrário seu sabor é amargo.
Boa adubação orgânica e solo bem drenado garante melhores resultados. Precisa de bastante espaço para
crescer bem.

12.Caruru / Amaranto-verde / bredo / caruru-bravo / caruru-de-porco


(Amaranthus sp.)
Família Amaranthaceae
Descrição botânica: plantas anuais, herbáceas de 40-100 cm de altura. Apresenta uma mancha violácea no
centro das folhas e propaga-se por sementes.
Propriedades: é fonte de betacaroteno, vitamina C, magnésio, ferro e potássio. Suas sementes têm alto teor
de aminoácidos essenciais a as folhas são mucilaginosas, diuréti cas e laxati vas.
Parte comestí vel e usos: folhas e fl ores podem ser consumidas cozidas em refogados, farofas ou pães. Deve
ser usada preferencialmente submeti da ao cozimento, pois algumas espécies podem possuir substâncias
tóxicas, quando em saladas. As sementes podem ser tostadas e usadas como complemento.
Distribuição, Ecologia e Manejo: originárias da América do Sul ou Central. Aparecem em locais de meia-
sombra e com solos ricos em matéria orgânica e nitrogênio livre.

13.Crepis / Crepe-do-japão (Crepis japonica)


Família Asteraceae
Descrição botânica: planta anual, herbácea, tenra, leitosa, de caule fi stuloso e liso, de 20-50 cm de altura,
Flores amarelas.
Parte comestí vel e usos: folhas. Pode ser uti lizada crua ou cozida, em saladas, ensopados, tortas, bolinhos,
sucos verdes e refogados.
Distribuição, Ecologia e Manejo: originária da China e Japão. Ocorre no inverno em viveiros de mudas,
hortas, jardins e calçadas. Prefere solos férteis e úmidos, com ambiente de meia-sombra. Propaga-se por
sementes.

14.Chuchu do Vento (Cyclanthera pedata (L.) Schrad.)


Família Asteraceae
Descrição botânica: Herbácea anualapresenta crescimento prostrado, é necessário
que se faça o tutoramento e conduçãoPropriedades: tem ação anti-inflamatória, hipoglicemiante e reduz o
nível de colesterol. Excelente para compor dietas alimentares, pois possui baixa caloria sendo rica em
cálcio, fósforo,água, proteínas, caroteno, riboflavina, e niacina.
Parte Comestível e Usos: Os frutos e brotos são consumidos refogados, cozidos, em pratos com carnes ou
aves ou recheados. De sabor levemente amargo, semelhante ao do jiló, os frutos verdes podem ser consumidos
crus.

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Distribuição, Ecologia e Manejo: É cultivado em diversos países, como: Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia,
Argentina e Peru. No Peru destaca-se pelo grande cultivo e consumo, onde é uma espécie de significativo
valor econômico. Há registros de seu cultivo ainda na Itália e no México, sendo que, neste último, além dos
frutos, os brotos são utilizados como alimento O chuchu-de-vento é tipicamente de clima tropical, não
suportando temperaturas muito baixas ou geadas.

15.Cubiu (Solanum sessiliflorum)


Família Solanaceae
Descrição botânica: O cubiu é um arbusto ereto e ramificado de ciclo anual, com altura variando de 80
centímetros a 2 metros.
Propriedades: Este fruto contém alto teor de vitaminas A e C, fósforo e ferro, além de flavonoides, alcaloides
e fitoesteróides, alguns recém-descobertos pela ciência. Além de niacina (vitamina B3) e a pectina, principal
componente da estrutura da parede celular das plantas e muito utilizado na indústria para dar consistência gel
em alimentos industrializados.
Por conter um alto teor de niacina, pode ser considerada uma fruta medicinal, pois auxilia na redução do
colesterol, triglicerídeos, anemia, diabetes, pressão alta, enxaqueca, depressão, ácido úrico, além de ser
digestivo e diurético.O maná cabiu, também é muito rico em fibras, fósforo, vitamina C, pectina que combate
a diabetes.
Parte Comestível e Usos: O fruto do cubiu pode ser consumido ao natural, ou principalmete como tira gosto
de bebidas, ou processado para sucos, doces, geléias e compotas. Pode ainda ser utilizado em caldeirada de
peixe ou como tempero de pratos à base de carne e frango. O cubiu pode também ser utilizado no tratamento
da anemia, da pelagra e no controle dos níveis elevados de colesterol, ácido úrico e glicose no sangue. Os
índios peruanos Waonrani utilizam as folhas, galhos e raízes das plantas jovens, fervidas e maceradas, para
tratar de mordidas de aranhas e cicatrizar ferimentos externos. O suco do cubiu pode ser utilizado para dar
brilho aos cabelos.
Distribuição, Ecologia e Manejo: É originário da Amazônia Ocidental, onde foi domesticado pelos Índios
pré-colombianos, e ocorre em toda a Amazônia brasileira, peruana, colombiana e venezuelana. Propaga-se por
sementes.

16.Dente-de-leão (Taraxacum offi cinale)


Família Asteraceae
Descrição botânica: Herbácea anual, rosetada, leitosa e quase sem caule. Folhas bem recortadas e com
aspecto de dente-de-leão. Flores amarelas dispostas em infl orescências.
Propriedades: Rica em vitaminas A, B e C além de ferro e potássio. As raízes são popularmente usadas como
diuréti cas, contêm inulina. Folhas com propriedades depurati vas.
Parte Comestí vel e Usos: folhas e raízes podem ser consumidas cruas ou refogadas. As flores podem ser
usadas em saladas e na confecção de geleias.
Distribuição, Ecologia e Manejo: originária da Ásia e Europa. Espontânea em jardins e hortas, adapta-se a
diferentes condições de solo, com muita luz. Propaga-se por sementes. Ocorre muito mais no inverno.

17.Erva-Gorda / Major-gomes / carne-gorda / beldroega-grande


(Talinum patens)
Família Talinaceae'
Descrição botânica: planta anual ou perene, herbácea. Folhas simples, curto-pecioladas, lâmina obovada,
carnosa, sem pelos e com diferença de cor entre as faces foliares. Tem de 30 a 60 cm de altura. Flores
pequenas, róseas ou lilases.
Propriedades: folhas usadas para cicatrização de feridas, tratamento de problemas gastrointesti nais. Raízes
diuréti cas. Alto teor de zinco, potássio, magnésio, ferro e conteúdo proteico (22%).
Parte comestí vel e usos: folhas, ramos e sementes; as folhas são consumidas em saladas, mas
preferencialmente cozidas, em refogados ou ensopados. Uti lizadas no fabrico de pães caseiros, bolos
salgados, sufl ês e cremes. As sementes podem ser usadas como decorati vas em saladas ou assadas sobre
pães.
Distribuição, Ecologia e Manejo: nati va do Brasil e conti nente Americano, e de ampla distribuição.
Frequente em locais úmidos e sombrios. Ocorre em pomares, beira de mata e terrenos baldios durante o ano
todo. Uma planta bastante rústi ca, que tolera períodos de seca intensa. Propaga-se por sementes.

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18. Fava (Phaseolus lunatus L.)


Família Fabaceae
Descrição botânica: é uma trepadeira herbácea, com folhas de coloração escura e flores brancas. As vagens
são compridas e de forma oblonga e recurvada podendo conter de duas a quatro sementes. O tamanho e a
coloração das sementes são muito variáveis.
Parte comestível e usos: favas cozidas.
Distribuição, Ecologia e Manejo: possue origem andina e mesoamericana. Acredita-se que tenham ocorrido
dois eventos de domesticação separados. A primeira, a ter lugar nos Andes por volta de 2 000 a.C., produziu
uma grande variedade sem sementes (tipo Lima), enquanto a segunda, que se realiza na Mesoamericana em
torno de 800 d.C., produziu uma variedade de sementes pequenas (tipo Sieva). Por volta de 1300, o cultivo se
espalhou para o norte de Rio Grande, e em 1500, a planta começou a ser cultivada no Velho Mundo.

19. Feijão Guandú (Cajanus cajan)


Família Fabaceae
Descrição botânica: é uma leguminosa arbustiva com folhasalternadas trifolioladas; folíolos largos e ovais
(oblonco-elípticos), folíolo terminal peciolado, enquanto que os laterais são sésseis e flores amarelas. Tem
origem na ÁfricaTropical ocidental e é cultivado na Índia desde a antiguidade.
Parte comestível e usos: Os seus feijões são utilizados na alimentação humana; a sua forragem também é
bastante apreciada pelos animais e apresenta, na fase de florescimento, teores que variam de 10 a 16 por cento
de proteína bruta.
Distribuição, Ecologia e Manejo: nati va da Ásia mas atualmente está presente no mundo todo. Cresce
subespontaneamente em diversos países e ambientes. Pode ser propagada via tubérculo.

20. Inhame (Colocasia esculenta)


Família Araceae
Descrição botânica: planta herbácea, sem caule, com raízes tuberosas, principal e laterais, comestí veis.
Folhas dispostas em roseta livre, apontadas para baixo, em forma
de coração e com margem levemente ondulada. Na inserção da haste a folha não é fendida, diferentemente da
taioba. Esta é uma das formas de disti nção entre estas espécies.
Parte comestível e usos: tubérculos. Após cozidos podem ser uti lizados em sopas, refogados, saladas, pães,
bolos e sobremesas.
Distribuição, Ecologia e Manejo: nati va da Ásia mas atualmente está presente no mundo todo. Cresce
subespontaneamente em diversos países e ambientes. Pode ser propagada via tubérculo.

21. Jacatupé (Pachyrhizus erosus)


Família Fabaceae
Descrição botânica: Herbácea trepadora, pode atingir até três metros de altura quando tutorada. Com
tubérculo comestível.
Parte comestível e usos: raízes consumidas cruas ou cozidas em sopas, preparo de massas e produtos de
panificação.. Se raladas e misturadas ao leite, servem para amaciar as mãos. Se defumadas conservam-se por
um ano. Pode ser feito porvilho. A Fava verde, pode ser usada cozida.
Distribuição, Ecologia e Manejo: É originário da Amazônia Ocidental, onde foi domesticado pelos Índios
pré-colombianos, e ocorre em toda a Amazônia brasileira, peruana, colombiana e venezuelana. Propaga-se por
sementes.

22. Jambu (Acmella oleracea)


Família Asteraceae
Descrição botânica: Herbácea de pequeno porte cresce normalmente em locais úmidos, possui folhas ovais e
pequenas e flores brancas.
Parte comestível e usos: Com paladar peculiar que causa característico amortecimento das mucosas, é forte
seu uso no Norte no preparo de pratos tradicionais como o tacacá, o pato no tucupi e peixes regionais. A
planta é reconhecida como anestésica, diurética, digestiva, sialagoga, antiasmática e antiescorbútica. Os
seus capítulos possuem propriedades odontálgicas e antiescorbúticas.

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Distribuição, Ecologia e Manejo: é uma hortaliça nativa da região amazônica, mas atualmente cultivada em
várias regiões do mundo. Também recebe os nomes populares agrião-do-pará, agrião-da-amazônia e agrião-
do-norte.

23. Jurubeba (Solanum paniculatum)


Família Solanaceae
Descrição botânica: Ela tem um gosto amargo e pode chegar a ter 3 metros de altura, possui folhas lisas e
espinhos no tronco. Nela encontramos pequenos frutos amarelos e flores da cor lilás ou brancas.
Parte comestível e usos: Frutos verdes, particularmante amargos, os frutos são cozidos com arroz ou feijão
ou em conservas. A infusão do seu caule e da sua raiz em álcool de cana (cachaça) é popularmente utilizada
como aperitivo e como digestivo, como a conhecida Jurubeba Leão do Norte. A medicina popular recomenda
o seu chá como tônico cardiovascular, estimulante do apetite, do fígado (colagogo) e do baço, contra
problemas da digestão, diurética, hipoglicemiante, antianêmica, febrífuga e cicatrizante. Há casos de
utilizações da Jurubeba em tratamento de afecções da pele, como a acne. É também usada em diversos rituais
religiosos.
Distribuição, Ecologia e Manejo: Nativa da região de cerrado, nasce expontaneamente em terrenos baldios.

24. Língua-de-vaca / Labaça (Rumex obtusifolius)


Família Polygonaceae
Descrição botânica: planta herbácea perene e sem pelos, de 60-120 cm de altura. Folhas simples, pecioladas,
inicialmente em roseta basal, de lâmina cartácea e cor mais clara na face inferior, com 10 -18 cm de
comprimento.
Parte comestí vel e usos: folhas podem ser consumidas cruas ou cozidas em refogados, purês, creme verde e
em sopas diversas. Pode-se branquear a verdura (desprezando a água) se achar o sabor forte.
Distribuição, Ecologia e Manejo: nati va da Europa e adventí cia no Brasil. Cresce em terrenos agrícolas,
pomares, jardins, pastagens e terrenos baldios, principalmente em áreas úmidas de alti tude ou planície
litorânea. Tolera clima frio e solo levemente encharcado, ocorrendo geralmente no inverno. Propaga-se por
sementes e rizomas.

25. Mangarito (Xanthossoma maffaffa)


Família Araceae
Descrição botânica: planta herbácea, sem caule, com raízes tuberosas amareladas, principal e laterais,
comestí veis. Folhas dispostas em roseta livre, apontadas para baixo, em forma de coração e com margem
levemente ondulada. Na inserção da haste a folha não é fendida, diferentemente da taioba. Esta é uma das
formas de disti nção entre estas espécies.
Parte comestível e usos: Depois de cozido, a polpa branca ou amarelada, dependendo da variedade, ganha
consistência tenra. Usado como batata e mandioca, cozido, frito, em purê, bolinhos, sopas e assados.
Distribuição, Ecologia e Manejo: Planta originária do Brasil Central, já foi bastante utilizada no passado e
hoje está quase extinta. Pertence à família das aráceas, sendo inclusive do mesmo gênero que as taiobas.
Consomem-se os rizomas, relativamente pequenos, mas de paladar particularmente especial.

26. Mastruço / Mestruz / Mastruz (Coronopus didymus)


Família Brassicaceae
Descrição Botânica: hortaliça prostrada de folhas crespas e fi nas que partem da mesma base em forma de
espiral crescendo até 50 cm de comprimento.
Propriedades: rico em K e P, o mastruço possui mais minerais que diversas outras hortaliças convencionais.
Possui óleos essenciais que agem como anti bióti co natural, além de vários outros fi ns medicinais. Sabor
semelhante à mostarda.
Parte comestí vel e usos: são comidas folhas e ramos; usada como tempero tanto cru como cozido.
Distribuição, Ecologia e Manejo: ao sol, começa aparecer pelos canteiros entre o outono e o inverno.
Maxixe: É consumido refogado ou cozido com arroz, carne ou
feijão. Para consumo cru, o maxixe deve ser previamente descascado
ou raspado, retirando a fina casca.

27.Ora-pro-nóbis / Carne-de-pobre (Pereskia aculeata)

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Família Cactaceae
Descrição Botânica: cactácea perene de hábito apoiante e com folhas suculentas. Os ramos apresentam
espinhos que aparecem em trio. As fl ores são de tamanho médio, brancas e amarelas.
Propriedades: as folhas possuem cerca de 25% de proteínas (peso seco), das quais 85% acham-se numa
forma digestí vel, facilmente aproveitável pelo organismo e muito indicada para dietas vegetarianas. Possui
ainda vitaminas A, B e principalmente C, além de cálcio, fósforo e quanti dade considerável de ferro,
ajudando no combate a anemias.
Usos: come-se as folhas, frutos e fl ores, cruas ou cozidas. As folhas podem ser usadas em saladas, refogados,
sopas, omeletes ou tortas, além de enriquecer pães, bolos, massas. Sua mucilagem pode substi tuir o ovo nas
preparações. Os frutos podem ser usados para sucos, geleias, mousse e licor. As sementes podem ser
germinadas para produzir brotos. As fl ores jovens podem ser usadas em saladas, salteadas puras ou com
carnes e em omelete.
Distribuição, Ecologia e Manejo: nati va das matas do RS e várias partes do Brasil Sul, Sudeste e várias
partes da América Tropical. Muito facilmente propagada por estaca ou sementes. Adapta-se bem a ambientes
quentes e secos.

28. Peixinho (Stachys lanata)


Família Lamiaceae
Descrição botânica: é uma herbácea perene, atingindo cerca de 20 cm de altura e formando touceiras com
dezenas de propágulos. Quando cultivada, efetua-se o manejo com a colheita periódica das folhas e
desmembramento dos propágulos das touceiras para renovação do plantio. Raramente floresce nas condições
climáticas brasileiras.
Parte comestí vel e usos: Suas folhas são consumidas fritas, empanadas ou à milaneza pnde adquirem sabor
de peixe. Suas folhas podem ser utilizadas no preparo de sucos, refogados, sopas, omeletes, e recheios
diversos.
Distribuição, Ecologia e Manejo: No Brasil, é cultivado em regiões de clima ameno das regiões
Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Não se sabe ao certo sua origem, mas é encontrada em estado silvestre em
regiões de clima ameno da Europa e da Ásia.

29. Picão / picão-preto / carrapicho (Bidens pilosa)


Família Asteraceae
Descrição botânica: ervas anuais; ramos eretos. margem da folha serreada, esparsamente pilosa em ambas as
faces. Flores geralmente ausentes, quando presentes, amarelas, 5-6. Floresce e fruti fi ca prati camente o ano
todo. Frutos aderentes.
Propriedades: o picão apresenta ati vidade anti oxidante, é fonte de proteína, fi bra, ferro, magnésio e alto
teor de cobre. Analgésico. Também foram detectadas ati vidades anti malárica, bactericida, hepatoprotetora,
anti infl amatória, hipotensora, imunoesti mulante, e anti -hipertensiva.
Parte comestí vel e usos: folhas e ramos jovens podem ser consumidos crus e, especialmente, cozidos em
diversos pratos: saladas temperadas, farofas, sopas, entre outros. Pode ser preparado um chá gelado a parti r
da água do cozimento do picão com adição de suco de limão e açúcar. Uma forma especial de consumo é o
refrigerante fermentado com folhas e ramos jovens de picão-preto, o qual apresenta coloração, aroma e sabor
muito agradáveis.
Distribuição, Ecologia e Manejo: nati va da América tropical, heliófi ta, ruderal e largamente naturalizada
em quase todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo. Planta ruderal bastante comum nestes ambientes
altamente degradados; cresce em pastagens e terrenos baldios, se alastrando rapidamente.
Fruto e semente de picão-preto. Agarra-se aos animais para dispersar.

30.Serralha / Chicória-brava / Serralha-branca / Serralha-lisa


(Sonchus oleraceus)
Família Asteraceae
Descrição Botânica: planta ereta e que produz um látex não tóxico. As folhas são simples, alternas e sésseis,
chegando a dar a impressão de abraçar o caule. Infl orescências amarelas nos ápices dos ramos. Propaga-se
pelo vento, com sementes providas de plumas, moti vo pelo qual é tão frequente espontânea, e tratada como
inço ou planta daninha.
Propriedades: vitaminas A, B e C, cálcio e ferro. Bastante usada como anti infl amatório e diuréti co.

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Usos: a planta toda pode ser comida (folhas, talos tenros e fl ores bem jovens). As folhas podem ser comidas
tanto cruas na forma de saladas quanto cozidas e preparadas de várias formas, tendo sabor similar ao
espinafre. As fl ores e botões podem ser feitos à milanesa ou à dorê. Os caules (talos) podem ser usados para
conservas ti po aspargo.
Distribuição, Ecologia e Manejo: se propaga facilmente já que o vento carrega suas pequenas sementes.
Aparece bastante em campos abertos ou em hortas. Não é exigente em relação ao clima e desenvolve-se
melhor em local com relati va umidade e solos férteis. Ocorre geralmente no inverno.

31. Taioba (Xanthosoma sagitti folium)


Família Araceae
Descrição botânica: erva ou arbusto ereto, de rizomas tuberosos, de até 1,7m de altura. Pecíolo com mais ou
menos 1m de comprimento, verde, inserido na superfí cie da folha. Folha peltada, oval-sagitada, com 40-50
cm de comprimento, com nervura coletora (linha circundante) e cor verde uniforme.
Propriedades: rizomas ricos em energia e fontes de carotenoides. Folha rica em fi bras, cálcio, magnésio,
Vitamina B2, Vitamina B6 e Vitamina C. A taioba pode ser uti lizada contra febre, câncer, pólipo, infl
amações e tumores, dentre outros fi ns fi toterápicos.
Parte comestí vel e usos: rizomas, talo e folhas. Os rizomas tuberosos podem ser consumidos cozidos ou
moídos, em purês ou frituras. As folhas e talo também devem ser cozidos, pois crus apresentam o efeito tóxico
do ácido oxálico. Pode-se usar em refogados, omeletes, ensopados e outros.
Distribuição, Ecologia e Manejo: origem nas Anti lhas, distribuindo-se na América do Sul, principalmente
na Amazônia. A taioba ocorre em áreas de fl oresta, no sub-bosque, à sombra da mata. O clima é tropical
úmido e chuvoso. Em regiões de clima rigoroso, perde as folhas no inverno. Reproduz-se, vegetati vamente,
por meio de estolões ou pelos caules subterrâneos, conhecidos por rizoma. Necessita de adubações orgânicas
mensais e capinas freqüentes, podendo ser plantada o ano todo, de preferência no período chuvoso.

32.Tansagem / tanchagem (Plantago major, Plantago lanceolata,


Plantago australis)
Família Plantaginaceae
Descrição botânica: plantas perenes, de raízes curtas e que não possuem caule. Folhas rosetadas, agrupadas
na base, com nervuras curvas bem marcadas. Flores agrupadas em espigas alongadas, providas de um longo
eixo.
Propriedades: semente com substância mucilaginosa que diminui LDL (colesterol “ruim”) e auxilia no
trânsito intesti nal. Folha diuréti ca, anti -infl amatória, anti -diarréica, expectorante, hemostáti ca e
cicatrizante. Auxiliar no tratamento de úlcera pépti ca.
Parte comestí vel e usos: folhas jovens, fl ores e sementes. Tanto crus como cozidas. Pode ser usada em
bolinhos fritos, pães, refogados, molhos e saladas.
Distribuição, Ecologia e Manejo: ocorre em jardins, gramados, pomares, beira de estrada e solos agrícolas
em geral, principalmente se parcialmente sombreados. Cresce normalmente no inverno. Propaga-se por
sementes.

33. Urtigão-de-baraço (Urera aurantiaca)


Família Urticaceae
Descrição Botânica: arbusto apoiante, com ramos longos de até 5 ou mais metros. Folhas ovadas, de 8 a 22
cm de comprimento, e 6 a 12 cm de largura, com margem denteada, podendo apresentar pêlos urti cantes na
face inferior. Frutos globosos alaranjados.
Propriedades: apresenta altos teores de boro, ferro, cálcio e proteínas (21%). Como medicinal, é usado como
depurati va ou diuréti ca.
Parte Comestí vel e Usos: folhas e frutos. Para comer as folhas, elas precisam ser mergulhadas em água
quente por alguns minutos para que percam seus caracteres urti cantes. Os frutos são adocicados e podem ser
comidos in natura. Pode-se usar as folhas como complemento em omeletes, refogados, risoto ou molhos.
Distribuição, Ecologia e Manejo: nati va das matas da metade norte do RS, Sul e Sudeste do Brasil. Cresce
espontaneamente em matas, capoeiras ou em áreas antropizadas em meia sombra. Propaga-se por sementes ou
estacas.

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34. Vinagreira (Hibiscus sabdariffa)
Família Malvaceae
Descrição Botânica: é um arbusto anual vigoroso, podendo atingir até 3 m de altura, com caule verde ou
avermelhado. Entretanto, para o uso da planta, efetua-se o manejo com o corte da planta, mantendo-a com
cerca de 1 a 2 m de altura. Suas folhas são alternadas, lobada e dentadas e com coloração verde ou púrpura.
As flores são branco-amareladas, rosas ou púrpuras, com cálices carnosos
vermelhos ou brancos que irão formar os frutos, pequenas cápsulas.Propriedades: Planta de múltiplos usos
tem no consumo de folhas, ricas em vitaminas A e B1, sais minerais e aminoácidos, como hortaliça seu
principal uso no Brasil. Ainda, tem potencial como ornamental. Finalmente, como medicinal, suas folhas são
usadas como fortificante e estimulante estomacal e as flores como antibacterial e antifúngica
Parte Comestível e Usos: As folhas são usadas em saladas cruas ou refogadas e as flores em chás. Dos
cálices, faz-se geléias e sucos. É ingrediente do tradicional arroz-de-cuxá do Maranhão.
. Distribuição, Ecologia e Manejo: Plantada de Norte a Sul no Brasil, a vinagreira, também chamada
de rosela, quiabo azedo, azedinha e quiabo-de-angola, destaca-se no Maranhão como base de pratos da
culinária local.

35. Yacon (Smallanthus sonchifolius)


Família Asteraceae
Descrição Botânica: planta herbácea, caules rastejantes e rizomas e tubérculos subterrâneos.
Propriedades: Embora em escala bem menor que as batatas, na América do Sul as folhas de yacon são
popularmente consumidas na forma de infusão para tratamento de diabetes, sendo que um pesquisador
argentino revelou sua ação hipoglicemiante em ratos . Entretanto, as folhas não possuem futanos, substâncias
típicas de partes inferiores de plantas, mas sim diversos diterpenóides e lactonas sesquiterpênicas
Parte Comestível e Usos: Conhecida como batata do diabético, a batata yacon é empregada no tratamento
de colesterol alto e de diabetes, pois os tubérbulos contém frutano, tipo de açúcar não absorvido pelo trato
digestivo. Ao contrário da batata doce e da inglesa, a batata yacon não deve ser frita, nem cozida. Ela é
consumida crua, como uma fruta, ou na forma de suco.
Distribuição, Ecologia e Manejo: é uma planta originária da Cordilheira dos Andes cujas folhas e tubérculos
são consumidos na forma natural em diversos países daAmérica Latina. Seu consumo é feito há milhares de
anos pelos incas.

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PLANTAS DE PODER

Das plantas se obtém os princípios ativos empregados nos medicamentos. Deus nos deu uma completa
fármácia natural.

Deus disse:
"Eis que vos dou toda a erva que dá semente sobre a Terra e todas as árvores frutíferas, contendo em sí
mesmas a sua semente, para que vos sirva de alimento"

Genesis 1,29
Das plantas se obtém os princípios ativos empregados nos medicamentos. Deus nos uma completa fármácia
natural. Umas alimentam, outras nos perfumam, outras nos purificam, nos calmam, nos dão prazer, etc.
Porém, algumas plantas transportam a mente humana a regiões de maravilhas espirituais, alterando a nossa
consciência, levando-nos ao Mundo Profundo, reconectando-nos com os nossos ancestrais.

A pergunta que os vegetalistas mais encontram é a seguinte:


- Para que é necessário tomar uma substância para encontrar a Deus ? Essa cansativa pergunta pode ser
respondida por respostas cansativas, tais como :
O que seria do vermelho, se todos gostassem do azul ?
A casa do Meu Pai tem muitas moradas...
Todos os caminhos nos levam a Deus.... e por aí vai..
Quero começar tirando os rótulos: alucinógeno, drogas...

O uso de Plantas Sagradas vem fazendo parte da experiência humana há milênios. Não podem nunca serem
confundidas com drogas que causam a dependência e colocam em risco a saúde de quem as usa. A Planta é
criação de Deus, a droga é uma criação humana.
As Plantas de Poder são ingeridas em rituais. Obedecem a preceito mágico-religiosos e proporcionam cura,
autoconhecimento, expansão da consciência.
Com as obras de Castañeda, abriu-se uma porta para a observação do uso de plantas de poder, para a expansão
da consciência, mas há sinais de sua utilização em Escrituras Sagradas. Sabe-se por exemplo que os
sacerdotes védicos se utilizavam do Soma para entrar em contato com o Reino Celestial, que o Rei Salomão
era mestre no conhecimento de algumas plantas de poder. Os druidas tomavam uma poção que lhes conferia
força e coragem, mas, foi entre os primitivos, os indígenas que se têm um relato mais preciso de sua
utilização.
Conhecidas atualmente como plantas enteógenas ( entheos = Deus dentro ) são também reconhecidas como;
Plantas Mestres, Plantas Professoras, Plantas de Conhecimento, Plantas de Poder, Plantas Sagradas.
As plantas de Poder, em suas diferentes espécies, participaram e participam de cerimônias rituais em todos os
continentes. Com o advento das obras de Castañeda, abriu-se uma porta para a observação do uso de plantas
para expansão da consciência, porém há sinais de sua utilização em muitas escrituras sagradas.
Atualmente, existem comunidades religiosas que se utilizam de Plantas de Poder, como sacramento de seus
rituais tais como; a Igreja Nativa Americana que se utiliza do Peiote ( Don Juan ) ; o Catimbó, da Jurema; a
Ganja entre os Rastafaris, O Santo Daime, a União Vegetal, e a Barquinha, da bebida Sacramental conhecida
no Peru como Ayauasca, e nas matas brasileiras com os nomes; iagé, nixi honi xuma, caapi.
As Plantas de Poder aumentam a percepção, a acuidade visual e auditiva, e transportam o praticante para
outras camadas vibracionais ou dimensões. A experiência é individual, algumas pessoas tem visões, outras
canalizam mensagens, fazem regressões, recebem insights, recebem soluções para seus problemas com maior
claridade, percebem as causas de suas doenças, recebem cura, se conectam a arquétipos, aos mitos, aos medos,
traumas, símbolos que estão no inconsciente coletivo, visualizam entidades, viajam astralmente, etc..
O uso ritualístico de Plantas de Poder, proporciona, sem dúvida, uma experiência místico-religiosa de beleza
incomparável, proporcionando o samadhi, o êxtase, o nirvana, o encontro com o Eu Superior, o transe.
Gostaría de ressaltar uma pequena preocupação com relação ao uso de cogumelos e plantas sagradas, sabemos
que estas plantas foram utilizadas por nossos ancestrais. Nós civilizados, que temos uma alimentação cheia de
aditivos quimicos, onde reina, por exemplo, esse mundo dos refrigerantes, pricipalmente as "colas",sei que
nossos organismos não são puros e contaminados por corantes, conservantes, agrotóxicos e etc... Será que os
nossos ancestrais suportavam melhor estas plantas pois seus organismos eram mais puros e naturais?

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É óbvio que se observamos uma dieta, a experiência torna-se mais plena. E isso acontece na medicina
também. Nos pós-operatório os médicos já vão recomendando uma certa dieta, na recuperação dos pacientes
também há dietas. Porém, cada organismo é um. Eu conheço casos de pessoas que comem carne antes de irem
para o trabalho espiritual. Assim como se você briga, discute, fica externando raiva de alguém, sua
experiência muda. Alguns trabalhos no Perú exigem uma dieta de 7 dias, outros, antes de tomarem enteógenos
passam por "purgas".
Outro fator : O uso de plantas sagradas tende a fazer com que as pessoas passem a querer consumir produtos
mais saudáveis. Quanto aos químicos, conheço muitos casos, nestes anos todos em que tive a graça de
conhecer "as Plantas Sagradas", de pessoas que largaram dependências químicas, vícios de álcool, etc.
Lembrando que as Plantas possuem um poder depurativo, ou sejam elas provocam limpeza, quando acham
algo a ser limpado. Tanto no corpo, como na mente, nas emoções e no espírito.
Alerta - A busca pelas Plantas de Poder pode ser perigosa. Não são todos os que dizem conhece-las, que as
conhecem realmente. As Plantas de Poder só trazem resultados benéficos, se utilizadas dentro de um
fundamento espiritual. Consagradas em rituais e preparadas de forma correta.
O texto abaixo é de Terence Mackenna foi um dos mais importantes e divertido estudioso de plantas
enteógenas e visionário da América :
“A história humana tem sido uma corrida de quinze mil anos, desde o equilíbrio no berço africano até a
apoteose de desilusão, desvalorização e morte em massa no século XX. Agora estamos no limiar do vôo
estelar, das tecnologias de realidade virtual e de um xamanismo renascido que anuncia o abandono do corpo
do macaco e do grupo tribal que sempre foram nosso contexto.
A era da imaginação está surgindo. As plantas xamânicas e os mundos que elas revelam são mundos dos quais
imaginamos que viemos há muito, mundos de luz, poder e beleza que, de um modo ou de outro, estão por trás
das visões escatológicas de todas as grandes religiões do mundo. Podemos reivindicar esse legado pródigo
assim que pudermos refazer nossa linguagem e a nós mesmos.
Refazer nossa linguagem significa rejeitar a auto-imagem que herdamos da cultura dominadora - a imagem de
uma criatura culpada pelo pecado, e portanto merecendo a exclusão do paraíso. O paraíso é nosso direito por
nascença, e pode ser reivindicado por qualquer um de nós.
A natureza não é nossa inimiga, para ser estuprada e conquistada. A natureza somos nós, para ser investigada
e tratada com carinho. O xamanismo sempre soube disso, e sempre, em suas expressões mais autênticas,
ensinou que o caminho requer aliado. Esses aliados são as plantas alucinógenas e as misteriosas entidades
mestras, luminosas e transcendentais, que residem na dimensão próxima, dimensão de beleza e compreensão
extática que negamos até quase ser tarde demais.
Agora podemos nos dirigir para uma nova visão de nós mesmos e de nosso papel na natureza. Somos a
espécie adaptável a tudo, somos os pensadores, os fazedores, os solucionadores de problemas
Trecho extraído do livro do meu querido amigo, o antropólogo Edward McRae: "Guiado Pela Lua ". -
Ed. Brasiliense :
"O uso de psicoativos para variados fins, mas principalmente na busca da cura e contato com o divino, ocorre
historicamente em muitas regiões do mundo. Os textos sagrados da Índia e os poemas épicos de Homero, na
Grécia, trazem relatos sobre o uso de plantas e outras substâncias naturais para provocar alterações de
consciência. Até em regiões tão ermas quanto a Sibéria usou-se cogumelos para fins xamânicos.
Entretanto, é nas Américas que se concentra o maior número dessas substâncias, e onde até hoje mais
freqüentemente se faz uso delas. Seu emprego nesta região do mundo está ligado mais a fins sagrados, na
recreacionais, para validar ou retificar a cultura, e não como uma maneira de temporariamente escapar dela. É
possível que a maioria das tribos indígenas da região da bacia do Amazonas e do Orenoco use preparados
feitos de uma ou mais plantas psicoativas em funções centrais da sua vida religiosa e cultural.
De todas as plantas, a que tem seu uso mais difundido é a Banisteriopsis, cujas variedades, caapi, quitenses e
inebrians são utilizadas no preparo da ayahuasca. As receitas dessa bebida variam, e os diversos grupos
adicionam a ela diferentes ervas, dependendo de suas tradições e dos fins a que ela se destina. Geralmente
incluem a Diploterys Cabrerana, a Psychotria Carthaginensis ou mais comumente, a Psychotria viridis, que se
crê eficientes em reforçar e sustentar as visões provocadas."
Comentários do médico francês Jacques Mabit, estudioso da ayahuasca, fundador Takiwasi - Centro de
Reabilitação de Toxicômanos e de Investigação de Medicinas Tradicionais, em Tarapoto - Peru :
"O vocabulário "alucinação", amplamente utilizado, possui um claro sentido depreciativo que prejudica a
questão a debater. Parece-nos mais apropriado em tal debate falar de "visão" e de "ver" para designar as
percepções mentais experimentadas em uma sessão de Ayahuasca, cobrindo assim não sómente a imaginação

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mental, principal, mas também as percepções atribuídas aos outros sentidos. Não se qualifica de alucinação
uma visão que conduza a uma ação eficiente ou operatória permitindo ao sujeito dominar melhor o seu
universo interior. O "ver" não é experimentado como uma compreensão de ordem intelectual, mas como um
entendimento imediato, global e instantâneo que mobiliza todos os sentidos e funções. A visão se manifesta
do mesmo modo que um insight.
O mundo visionário das plantas oferece ampliar o panorama mental do sujeirto ocidental e em lugar da
uniformização triste, linear e monótona de sua excessiva mentalização racional, outorgar-lhe uma abordagem
renovada da vida em todas a sua amplitude, descobrindo-lhe realidades múltiplas ou múltiplos olhares sobre a
realidade, com maior integração de seu corpo e de seu coração, de sua materialidade e sua afetividade "
Comentários do Padrinho Alex Polari de Alverga, Diretor de Comunicação do CEFLURIS - Santo
Daime, fundador da Comunidade Céu da Montanha em Mauá -RJ
"Algumas teorias especulam que, na aurora dos tempos, as plantas divinatórias foram o fruto proibido que
influiu decisivamente na passagem da semiconsciência biológica para a consciência humana, trazendo com ela
a faca de dois gumes do livre-arbítrio. Ajustou-se assim o espírito à matéria e consumou-se a queda do
espírito na carne.
Estamos no crepúsculo desse mesmo tempo e não é a toa que a relação entre mente, consciência e espírito,
trazida a baila pelo uso de plantas de poder, esteja hoje tão presente em nossa civilização, confundida pela
desinformação e pelo preconceito com uma das questões mais inquietantes dessa nova civilização : as drogas.
Pessoalmente acho positivo o fato das plantas de poder não serem uma unanimidade. Se assim fosse, talvez
não houvesse plantas para todos, e a ciência se apropriaria desse conhecimento, do mesmo jeito que quer fazer
hoje com a acupuntura e outras práticas naturais."

Plantas Mágicas

A palavra droga tem, hoje em dia, uma carga semântica negativa, de condenação, medo, curiosidade mórbida.
Droga em grego é pharmakon , quer dizer remédio, medicamento, mas também é veneno. É o nome dado a
Platão à bebida que matou Sócrates.
Em inglês o termo drug é o termo que serve tanto para remédio como para veneno. A Organização Mundial de
saúde definiu : " Dependência de droga é o uso habitual e compulsivo de qualquer droga narcórtica, de
maneira que ameace a segurança e o bem-estar do próprio dependente ou de terceiros. " Narcótico, é um
termo genérico, que designa substância que produz estupor ou letargia e pode, inclusive, aliviar ou suprimir a
dor.
O Bulletin on Narcotics, editado pelas Nações Unidas, já publicou inúmeros trabalhos sobre o hábito de
mascar folhas de coca, o qual, além de não levar à narcose, tem efeito justamente oposto, o de eliminar sono e
cansaço. Já o álcool, que pode até provocar sono comatoso, jamais foi chamado de narcótico, pois é uma das
drogas sacramentadas pela civilização ocidental.
Para aumentar a confusão, entra em cena a palavra tóxico, que significa veneno, mas que adquiriu um sentido
tão amplo quanto da palavra narcótico. Droga e tóxico passaram a ser palavras irmãs. Maconha é sinônimo de
horror e delinqüência; cigarro de elegância e bom gosto ( hoje em dia já mudamos isso, ainda bem !).
Os meio de comunicação noticiam com destaque a prisão de maconheiros; mas veiculam insidiosas
propagandas de cigarros e álcool. A sociedade combate a maconha como se fosse uma " erva maldita " e pune
o seu uso. Mas permite que seja anunciada amplamente as bebidas alcoólicas. Não é um aguardente que o
povo bebe, mas produtos falsificados pela ganância, na alquimia de fabricantes. A cachaça tem ação
devastadora na saúde dos subalimento bóias frias, colonos de fazendas, operários de fábricas. E os alcoólatras
se multiplicam na fermentação da miséria. Os ébrios apodrecem em vida nas sarjetas das grandes cidades.
Por que os que se empenham em combater tóxicos não começam pelos mais graves ? Basta olhar à volta, para
constatar a gigantesca quantidade de tóxicos que ameaçam a saúde e a vida de nosso povo, em terra, nas
águas, no ar.
Em terra, tóxicos oriundos de detritos, resíduos, podridões - a semeadura de imundices feita pela ganância do
homem "civilizado" . Nos alimentos, tóxicos provenientes de substâncias químicas, produtos de conservação,
defensivos agrícolas (agrotóxicos), toda uma tecnologia a serviço do lucro, através da adulteração e da fraude.
Rios, mares e lagos estão morrendo sob ação de tóxicos oriundos de esgotos, resíduos industriais, lixo, enfim,
os restos pestilentos da civilização. Os ares estão envenenados pelos tóxicos de emanações deletérias,
incluindo a fumaça das chaminés das fábricas e dos veículos motorizados.
Derrubam florestas e plantam dinheiro. A especulação imobiliária devasta e desumaniza. Aniquila-se a flora e

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a fauna, de norte a sul do país. Conseqüência : alternam-se, com intensidade crescente, secas flagelantes,e
inundações diluviais. É a guerra total contra a ecologia. Seus comandantes decretaram a morte do índio - o
homem da terra - enquanto desenvolvem a estratégia do "progresso", cujas ações táticas multiplicam os
tóxicos.
Missões salesianas no vale do Rio Negro, impunham, através de missionários a abolição de plantas de poder (
alucinógenos) consumidos ritualmente em cerimônias tradicionais. Abolir essas plantas é destruir a religião,
pois impossibilita as práticas xamanísticas e impede que o índio se comunique diretamente com a divindade.
Destruir a religião é um complexo cultural de importância básica, inclusive como fator de união tribal e
intertribal. E o aniquilamento desse complexo vem ajudar o domínio do silvícola pelo homem branco.
O complexo das drogas é determinado pelo complexo cultural. Entre os maometanos o álcool é abominável e
a maconha (haxixe), tranquilamente permitida. Entre nós a maconha é execrada e o álcool é amplamente
institucionalizado.
Para o branco a droga fragmenta a personalidade : é um vício e um processo de fuga. Para o índio, a droga
provoca uma comunhão com a divindade e a volta às mais profundas raízes ancestrais; é um processo de
integração.
A rapidez e a amplitude da difusão das drogas entre os brancos teve como causa principal a ambição do lucro,
que o índio desconhece. Em todas as nações indígenas, as drogas são sagradas, oriundas dos vegetais
hierobotânicos. E o seu consumo é sempre cerimonial, em ritos determinados por tradição milenar.
O médico feiticeiro indígena, revelou ao homem branco importantes descobertas no reino vegetal, como as
plantas de poder, que ampliaram e aprofundaram o campo das pesquisas em psicologia e psiquiatria.
O pajé, xamã ou medicine man tem a autoridade de quem conhece o efeito das plantas. E conhece porque
também consumiu e consome as plantas que ministra. O mesmo tipo de conhecimento foi adquirido,
modernamente, por notáveis cientístas, que fizeram auto-experiência.
O homem quer erguer-se da lama da terra. E alcançar as estrelas. E entrar em contato com seus deuses.
Recorre então as ervas do sonho. A posse de plantas mágicas vem de muitos séculos, através de gerações. É
legado de pioneiros que desbravaram o desconhecido. Os que ingeriram pela primeira vez cascas de árvores,
folhas, flores, frutos, sementes, raízes - puros, triturados em infusões, para que se aprendesse a distinguir as
espécies e quais as partes dos vegetais com poderes psicoativos.
Cada planta mágica abriga um espírito, cuja força o índio absorve, ingerindo o vegetal ou uma de suas partes.
Essa força propicia o sono divinatório, as imagens (visões), o mistério das visões, a presença dos mortos, as
revelações dos espíritos, enfim, o contato com o sobrenatural. Essa forca é o mana dos polinésios e dos
antropólogos. É também o pneuma do Velho Testamento - sopro, vida, Espírito Santo.
Para o índio, um princípio inteligente habita o reino vegetal. Está presente em cada espécie. Esta crença está
cientificamente comprovada. Toda a planta psicoativa é sagrada. E toda a planta sagrada só é consumida
ritualmente.

• AYAHUASCA

Bebida Sacramental Ayahuasca, é, principalmente, fruto da decocção do cipó Banisteriopsis Caapi e a folha
Psycotria Viridis. Outras espécies de cipó e folha também são utilizadas em algumas regiões.
É também conhecida por Yagé, Caapi, Nixi Honi Xuma,Oasca,Vegetal, Santo Daime, Kahi, Natema, Pindé,
Dápa, Mihi, etc.
Seu nome mais conhecido, AYAHUASCA é de origem quechua, que significa "Liana ´(Cipó) dos Espíritos ".
É chamada também de "O Vinho da Alma " ou "Pequena Morte".
Utilizada por povos pré-colombianos, incas, e muito utilizada, por pelo menos, 72 tribos indígenas diferentes
da Amazônia. É empregada extensamente no Peru, Equador, Colômbia, Bolívia, Brasil. Foi usada
provavelmente na Amazônia por milênios, e está expandindo-se rapidamente na América sul e em outras
partes do mundo com o crescimento de movimentos religiosos organizados tais como Santo Daime, União do
Vegetal (UDV), Barquinha que a consagram como sacramento de seus rituais.
Ingerindo essa bebida mágica, pode-se absorver o “Espírito da Planta”. Os sentidos são expandidos, os
processos mentais e as emoções tornam-se mais profundos. A jornada pode mover-se em muitas dimensões. O
vôo da alma, a partida do espírito do corpo físico, uma sensação de flutuar.
A experiência pode em algum ponto revelar visões notáveis, insight´s, produzir catarses, produzindo
experiências de renovação, de renascimento positivas. Visões arquetípicas, de animais, de espíritos
elementais, de cenas de vidas passadas, de Divindades, etc. Abre-se o portal de outros reinos da existência.

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AYAHUASCA
(Léo Artése)

Força da floresta
Luz tão pura cristalina
Ayahuasca é o amor
Esta é a ciência
O Poder. É a magia
O saber Universal

A Sagrada Medicina
É Luz de Conhecimento
Ayahuasca é Divinal
Vem trazendo a saúde
Vai curando a doença
Com os seres do astral

Ayahuasca nesta mesa


Soma todas as fragrâncias
E os cantos ancestrais
Vai mostrando as maravilhas
Mas também mostra as sombras
É o poder de transformar

Invocando essa força


O Poder da Ayahuasca
Para aqui manifestar
E na calma e no silencio
Na Luz deste Sacramento
Nesta escola estudar

Ayahuasca, Ayahuasca
O Cipó Rei vai ligando
Esta Terra ao Astral
Na sua Folha Rainha
A visão que descortina
A Verdade Universal

Eis o caminho profundo


Resplendor da natureza
È o Reino Vegetal
A Divina Alquimia
A mistura que nos guia
Ao nosso Pai Universal

Não são todos que recebem visões na primeira vez que experimentam. O trabalho com Ayahuasca é um
processo que exige exame, dedicação, disciplina, perseverenca e tempo para um benefício mais completo. Às
vezes são necessárias várias sessões para se conseguir esse presente.
A experiência é ainda mais poderosa, quando abrimos a mente e o coração e nos entregamos para receber essa
energia de cura e conhecimento.
Uma vez que iniciado, o processo da renovação e transformação, eles continuam. O grande passo no trabalho
com a Ayahuasca é a assimilação dos ensinamentos espirituais e a prática na vida diária , ou seja por em
prática o que se aprende. Isso garante a dimensão espiritual em nosso dia-a-dia, e é essencial para recebermos
as dádivas e as bênçãos espirituais e para que possamos evoluir no estudo, aprender mais.

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A ela atribui-se a cura de males físicos, psicológicos,mentais e espirituais. Os estudos científicos ocidentais
estão confirmando aplicações médicas e psicoterapeuticas benéficas.
A medicina sempre é consumida corretamente em ceremoniais . No Perú os xamãs evocam guardiães,
protetores espirituais. Evocam ARCANAS (escudos protetores) através de cânticos de poder ( Icaros), do
fumo de tabaco,de uma poção de limpeza (vomitiva), CAMALONGA, e algumas águas perfumadas (Água de
Florida, Flores de Kananga) que atraem os espíritos.
A jornada com Ayahuasca, leva a exploração tanto deste mundo “ordinário”, como mundos paralelos, que
estão além de nossa percepção corrente. Libera os limites normais de espaço-tempo
A história da Huasca e Mariri é contada na União do Vegetal (UDV), mostrando de forma simbólica, a origem
e o significado do chá utilizado nos templos incas do Alto e Baixo Peru.
Havia uma vez uma jovem princesa muito sábia e que era a conselheira do rei inca, sua sabedoria e
conhecimento eram inigualáveis por qualquer pessoa e nenhuma decisão em seu templo era tomada pelo rei
antes de consultá-la. Mas um dia Huasca morreu, o rei ficou triste, chorou sua perda e a fez sepultar num local
especial. Com o passar do tempo, em sua tumba nasceu uma planta desconhecida.
Todos ficaram admirados observando a nova planta, que era diferente de todas as que conheciam. O rei, que
muitas vezes visitava a sepultura de Huasca, acompanhava, dia a dia, o desenvolvimento daquele arbusto.
Nesse tempo, ele já havia conseguido um novo conselheiro, ele era um marechal do exercito inka chamado
Mariri. Mas, apesar de sua força e astúcia, ele não era tão sábio quanto Huasca fora.
Sempre observando aquela planta, o rei um dia pensou : " Se não existia e agora existe na tumba de Huasca,
só pode ser Huasca transformada em planta e nas suas folhas guarda o conhecimento de Huasca ".
Colheu então algumas folhas, preparou um chá e deu a Mariri para que adquirisse o seu conhecimento, sua
sabedoria, mas ele não suportou toda a luz de Huasca e morreu.
Igualmente, Mariri foi sepultado ao lado de Huasca e, para surpresa de todos, em sua tumba nasceu um cipó,
símbolo da força e resistência.
A planta cresceu e da mesma forma, o rei inka colheu as folhas de Huasca carregadas com sua luz e sabedoria,
e também o cipó com força e resistência de Mariri.
Iluminado pela lus de Huasca e protegido pela força de Mariri, o rei ensinou o segredo da bebida aos seus
conselheiros e sacerdotes, os quais, por sua vez, ensinavam a outras pessoas, buscando, assim, ajudar no
aperfeiçoamento da sabedoria e para o progresso espiritual da humanidade.

MADRE AYAHUASCA

Segue abaixo a tradução de um texto de Rosa Giove, médica cirugiã do Centro Takiwasi ( Centro de
recuperação de drogados, dirigido pelo médico francês Jaques Mabit, que se utiliza da ayahuasca e
métodos de cura dos xamãs e ayahuasqueiros em Tarapoto, no Perú)
Em meio a escuridão da noite, no profundo silêncio da selva ( que nunca é silêncio completo pelos cantos das
cigarras, das aves noturnas, o deslizar futivo dos répteis...) se eleva o canto sagrado do xamã, o " ícaro ",
conduzindo-nos dentro do mundo mágico da Ayahuasca, planta mestre da Amazonia. Nos fundimos na
profundidade da terra, sólida, tibia, acolhedora, mãe do cipó. O ícaro é grave, removendo nossa essência
fundamental, terrena, e logo, ascendendo em ligeiras cadências, competindo com o vento, e então a essência
volátil que nos remonta ao céu num vertiginoso vôo sem fronteiras. Sentimos crescer dentro de nós a planta, o
animal, o espírito ao qual nunca nos sentimos ligados e que, agora descobrimos tomando parte de nosso ser
transcendente.
Cálida, doce e amarga, forte, flue em meu corpo com o sabor acre das coisas boas. Uma paisagem descortinou
na minha frente, muito céu azul, vento, sol e terra.
Ao apagar-se a luz e ao conjuro dos ícaros, veio a mim uma adolescente que, saindo da garrafa que contém
ayahuasca, cresce enquanto vai dançando. Tem aparência ameríndia, cabelos negros grandes e lisos e olhos
rasgados. Seu corpo flexível é vegetal e dança ao meu redor, enquanto sorrí e conforme vai girando, envelhece
sem perder a graça do movimento. É agora uma anciã afetuosa e amiga e a sinto como protetora, me
surpreende. E então me olha com olhar travesso e volta a ser jovem.
A ayahuasca me pega pelas mãos e leva-me através dos bosques, do ar e até o mar. Alí me submerge, pese o
meu temor, e descubro com surpresa que o lugar que achava ser perigoso e desolado era um mundo cheio de

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vida, peixes coloridos, corais, luz e beleza. No fundo dos mares decubro um cofre enferrujado em cujo interior
me reencontro com uma parte de mim mesma, alí presa. Eu entendia a olhada travessa da Ayahuasca e a sua
intenção de levar-me com ela.
Me veio logo um caminho rodeado de flores, onde havia um forte castelo, onde se guardava um tesouro, que
pode ser aberto utilizando uma chave.
Somos muitas pessoas no caminho....várias vão ficando no caminho.
Logo, num claro do caminho, encontro a Ayahuasca Mulher, sempre bailando, que me mostra que sempre
possuí a chave sem me dar conta. Me avisa que não basta ter a chave se não encontrar a porta, a fechadura, e
se não souber abrí-la. Neste caso eu tenho a chave e vejo a fechadura, mas não me compete abrir a porta. É
outro quem deve abrir. Cada um deve encontrar no caminho seu próprio complemento, descobrir sua própria
função.
No transcurso da viagem percebí uma canção desconhecida que surge espontâneamente em minha voz : A
Ayahuasca me ensinou como invocá-la mediante a um ícaro :
Madre ayahuasca, madre...
Llévame hasta el sol...
De la savia de la tierra hazme beber
llévame contigo hacia el sol...
del sol interior hacia arriba,
hacia arriba subiré.
Úsame, háblame, enséñame
Enséñame a ver, a ver más allá.
Madre...

Enséñame a ver
a ver al Hombre dentro del hombre
a ver el Sol dentro e fuera del hombre
enséñame a ver...
Usa mi cuerpo, hazme brillar
com brilho de estrelas,
com calor de sol,
com luz de luna e fuerza de tierra,
com luz de luna y calor de sol
hazme brilhar
Madre Ayahuasca....madre..
.
Flutua, oscila e grita tua voz em meu corpo. Não te escuto nem vejo, mas vibro com teu calor distante.
Ayahuasca, essência viva, mulher etérea, imaterial e vegetal.
Mãe amiga, sem tempo, idioma universal.
Graças a tí, minha mente se funde e reencontra Deus e o Eterno.
Vislumbro através de mil cores e formas ao Ser-Espírito
perdido na alvorada dos tempos, em meu cérebro...
Memória longínqua do meu ser....
O amor estará gravado em meu genoma ?.....
Aonde tú ?...
Guiada por um sonho, me fez submergir no mar.
Mar imenso e transparente,
cheio de cores e vida,
tibio, luminoso e acolhedor...
tem uma cidade alí...há muitos anos...
conjunção com meu Eu profundo,
que está na terra há milênios e não morre...
que me chama sem voz desde o fundo do mar,
escondido em mim mesma,
que me assalta em sonhos irreais,
que me agita o coração sem saber por que,

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Que semeou a semente da realidade paralela,
da realidade impessoal e eu não entendo...
e me resisto a vê-la....mas alé está.....
Deverei acolhê-la em mim..... e continuar......

Efeitos Bio-Químicos

Texto do titulo Farmacologia do Santo Daime e seus Efeitos Bioquímicos no Corpo Humano

O Santo Daime é uma bebida conhecida milenarmente pelos povos das américas e foi, durante todo este
período, utilizado de forma sagrada e ritualística por estes povos, porque tem um grande poder alterador da
consciência humana.
Este poder de alterar a consciência permite que o indivíduo que utiliza esta bebida entre num estado de
percepção bastante profunda sobre si mesmo. É uma característica do Santo Daime propiciar uma viagem para
dentro de si mesmo, levando aquele que o utiliza, a níveis muito profundos de auto-consciência e de auto-
entendimento. Assim, esta bebida foi e é conhecida pelos povos nativos do nosso continente como uma
substância enteógena, que significa aquela que tem Deus dentro (do grego theos, genus). É exatamente por
esta razão que sempre foi utilizada de forma sagrada e ritualística e não poderia ser de outra maneira. É um
veículo muito poderoso que permite um indivíduo se encontrar consigo mesmo de forma bastante profunda.
O Santo Daime é uma bebida obtida através do cozimento em água de duas plantas nativas da região
amazônica: um cipó, de nome científico Banisteriopsis Caapi, conhecido também como Jagube ou Mariri, e
um arbusto da família do café, de nome Psychotria Viridis, conhecido popularmente como Rainha ou
Chacrona. Estas duas plantas contêm, cada uma, substâncias bioquímicas que, juntas, são complementares
porque se encaixam perfeitamente no funcionamento do sistema nervoso humano de uma forma que é
tranqüilamente absorvida pelo organismo, sem causar qualquer tipo de agressão ou de dependência. A junção
destas duas plantas também traz o perfeito equilíbrio energético do feminino e do masculino, do yin e do
yang, da Lua e do Sol. A Rainha possui uma força evidentemente feminina e é nela onde reside o poder de
visão da bebida, contida numa substância abundante de sua seiva, conhecida como DMT (dimetiltriptamina),
enquanto que no Jagube está a força masculina deste equilíbrio contida nos alcalóides Harmala (Harmina,
Harmalina, Tetrahidroharmina, Harmalol e Harmol, estes dois últimos em menores concentrações).
Para que possamos entender o funcionamento destas substâncias no corpo humano, é necessário um
conhecimento prévio resumido do funcionamento da área mais nobre do cérebro humano, que desempenha
funções de planejamento de atividades no tempo e é também responsável pelo foco de atenção que nos
permite a concentração necessária para realizar qualquer tarefa. Esta região cerebral é movida por um
neurotransmissor, que é a molécula que se encaixa entre um neurônio e outro com a finalidade de conduzir
estímulos nervosos através da teia neuronal, chamado Serotonina. Este neurotransmissor é produzido no
interior do cérebro humano e também no trato gastrointestinal. Em um indivíduo normal, sua produção é
obtida através do L-Triptofano, um aminoácido alimentar essencial. Quando um indivíduo entra num processo
depressivo, há deficiência na produção de Serotonina, que pode ser causada pela falta das substâncias
primordiais para a sua produção ou por alguma deficiência do sistema produtor deste neurotransmissor, sendo
que um dos primeiros sintomas da depressão é justamente uma dificuldade que o indivíduo passa a ter quanto
a focar sua atenção em qualquer tarefar que for realizar. A Serotonina é uma substância que tem uma vida útil
no corpo humano e, uma vez expirado este prazo, ela é metabolizada por uma enzima também produzida na
região gastro intestinal, conhecida como Monoaminoxidase ou MAO. Esta enzima, quando em ação, regula os
níveis de Serotonina no interior do cérebro humano num indivíduo normal. Ela é liberada no sangue através
de mensagens que chegam do cérebro ao estômago através do nervo pneumogástrico. Existe também um outro
mecanismo neurológico que é responsável pela diminuição dos níveis de Serotonina, que está localizado no
interior do cérebro e é conhecido como Sistema de Recaptação de Serotonina. Este sistema recapta as
moléculas de Serotonina que vagam pelo cérebro e as reencaminha a neurônios que necessitam de
neurotransmissores para cumprir sua função. Assim, todo este mecanismo garante o funcionamento do
sistema nervoso humano, de acordo com o projeto original.
Quando uma pessoa se encontra num estado depressivo e passa por um tratamento psiquiátrico, ela pode

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receber a prescrição de algum remédio anti-depressivo, que é um recurso químico muito utilizado pela
medicina convencional nos dias de hoje. Existem algumas drogas destinadas ao tratamento de depressão que
foram desenvolvidas para inibir completamente o Sistema de Recaptação de Serotonina por um tempo
bastante prolongado, e são potencialmente perigosas de serem utilizadas concomitantemente ao Santo Daime,
podendo gerar uma crise serotoninergética no indivíduo, como veremos mais adiante. As drogas mais
conhecidas que possuem esta característica de inibir o Sistema de Recaptação de Serotonina são:
- Prozac, - Daforin, - Eufor, - Verotina ou - qualquer outra droga que contenha Fluoxetina.
No entanto, a química destas drogas foi posteriormente redesenvolvida e gerou outros remédios psiquiátricos
mais modernos (por exemplo, a Sertralina e a Paroxetina), que realizam a inibição da MAO e não interferem
mais no Sistema de Recaptação de Serotonina. Estes remédios psiquiátricos mais modernos podem ser
utilizados juntamente com o Santo Daime, sem oferecer nenhum risco ao paciente. De qualquer maneira, é
fortemente recomendado que a pessoa que utiliza qualquer droga psiquiátrica passe por uma avaliação médica
antes de utilizar o Santo Daime.
A função das drogas psiquiátricas é a de aumentar artificialmente os níveis de Serotonina no cérebro,
impedindo que os sintomas da depressão apareçam. No caso do paciente depressivo suspender o uso da droga,
os sintomas da depressão voltam a aparecer se o seu corpo ainda possuir a mesma deficiência na produção de
Serotonina que o levou ao tratamento médico.
O Santo Daime, como já foi dito, possui duas classes de substâncias que geram os seus efeitos psicoativos: a
DMT, contida nas folhas da Rainha, e os alcalóides Harmala, contidos no cipó Jagube, em maior concentração
na sua casca.
Dentro da alquimia da natureza, de forma exatamente igual, a DMT também é produzida pelo corpo humano,
em quantidades bem pequenas, e alguns estudos científicos ainda não totalmente comprovados apontam no
sentido de estar ligada às visões coloridas que temos nos sonhos quando dormimos. Algumas pessoas
desenvolvidas mediunicamente também já foram estudadas na sua bioquímica por cientistas, onde houve
constatações de que há, nestas pessoas, uma quantidade maior de DMT do que em indivíduos que não
passaram pelo processo de desenvolvimento destas faculdades espirituais. Portanto, bioquimicamente falando,
a DMT também é a chave que liga o ser humano ao mundo espiritual. Ela é a molécula que pode dar aos
homens a visão do mundo espiritual. Por outro lado, quimicamente, a molécula da DMT é virtualmente
idêntica à molécula da Serotonina, com algumas pequenas diferenças. Isto significa que ela se encaixa
perfeitamente nos mesmos neurônios que utilizam a Serotonina como meio de transmitir estímulos nervosos a
outros neurônios. Assim, um indivíduo sob o efeito de um aumento considerável na quantidade de DMT no
cérebro, terá uma abertura da sua visão espiritual, ou do que os orientais chamavam de terceiro olho. Em
outras palavras, a DMT é uma janela para o mundo espiritual. E como esta molécula ativa neurônios no
cérebro, em grandes quantidades ela se espalha por regiões cerebrais que fazem parte da parcela inconsciente
humana, ou seja, permite ao indivíduo que, sob o seu efeito, faça uma “viagem” ao seu inconsciente, que
amplie o conhecimento de si mesmo, que traga este conhecimento para o lado consciente, despertando
faculdades que, muitas vezes, nem sabia que possuía.
Mas existe uma pré-condição para que a DMT possa penetrar na corrente sangüínea por via oral, o que não
acontece num chá que contenha somente DMT, porque no próprio estômago é produzida a enzima MAO que
metaboliza a Serotonina e também sua molécula gêmea. Para que a DMT não seja metabolizada diretamente
no estômago e consiga penetrar na corrente sangüínea, há necessidade de que a produção de MAO seja
suspensa temporariamente, efeito este que é obtido pela presença no chá dos alcalóides Harmala, contidos no
cipó Jagube. Em outras palavras, é o cipó que abre o caminho para que a DMT da folha entre na corrente
sangüínea pela via oral. Também os alcalóides Harmala têm um efeito psicoativo devido à inibição, desta vez
parcial, do funcionamento do Sistema de Recaptação de Serotonina contido no interior do cérebro humano.
Isso resulta num aumento dos níveis de Serotonina no cérebro de um indivíduo quando este está sob o efeito
do Santo Daime. Este resultado é perfeitamente perceptível através do aumento da capacidade de
concentração e de atenção que o indivíduo sente quando está sob o efeito da bebida. Este efeito de melhora na
concentração e na capacidade cognitiva de uma pessoa perdura e se consolida de forma crescente conforme
exista uma continuidade e uma constância no consumo do Santo Daime na sua vida. Há também uma
imunidade adquirida, por indivíduos que consomem o Santo Daime durante muitos anos, a doenças
degenerativas do sistema nervoso central. Este é um fato que já foi comprovado por uma comissão de
cientistas que estudou membros na União do Vegetal durante a década de 1980.
Há ainda alguns efeitos secundários que o Santo Daime pode provocar num indivíduo, devido às substâncias
que contém. O primeiro é o efeito purgante provocado pelo cipó, que muito foi explorado pelos povos nativos

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na sua história para limpeza orgânica e curas pela desintoxicação. Este efeito não acontece sempre e nem em
todos os indivíduos que utilizam o Santo Daime. Do ponto de vista bioquímico, o segundo é o efeito do
vômito, que pode ser provocado pelo excesso de mensagens enviadas do cérebro ao estômago, através do
nervo pneumogástrico, para que haja produção de MAO para baixar os níveis de Serotonina em alta no
sistema nervoso central. Como o sistema produtor de MAO é inibido temporariamente pelos alcalóides
Harmala do cipó Jagube, estas mensagens não surtem efeito e o seu excesso e constância podem provocar
náuseas. Como os alcalóides Harmala também inibem parcialmente o Sistema de Recaptação de Serotonina
no interior do cérebro, este sistema volta a funcionar sozinho conforme os níveis de Serotonina aumentam,
sem depender da produção da MAO, regulando assim a bioquímica do cérebro sem risco de se chegar a um
estado tóxico que uma síndrome serotoninergética traria. Uma síndrome de excesso de Serotonina no cérebro
pode acontecer apenas se houver inibição total da produção de MAO concomitantemente a uma inibição
também total do Sistema de Recaptação de Setoronina. Isso pode acontecer se o indivíduo estiver utilizando
uma droga psiquiátrica que iniba totalmente o funcionamento do Sistema de Recaptação de Setoronina e, ao
mesmo tempo, ingerir o Santo Daime, que inibe completamente o sistema produtor de MAO. Neste caso, o
cérebro perderia temporariamente todos os mecanismos de controle dos níveis de Serotonina no cérebro,
podendo conduzir o sistema neurológico a um estado tóxico com perigo de morte. É exatamente por isso que
há necessidade de uma atenção especial e acompanhamento médico a todos os indivíduos sob tratamento
psiquiátrico que pretendem tomar o Santo Daime. É necessário que se verifique antecipadamente o tipo do
anti-depressivo que está sendo utilizado e, no caso de ser uma droga que ofereça este tipo de risco, deve ser
suspensa a sua utilização ou ser substituída por outra compatível a se utilizar concomitantemente ao Santo
Daime. Sob orientação médica, o Santo Daime, por si só, pode servir como um anti-depressivo natural, pois
chega aos mesmos resultados bioquímicos de algumas drogas utilizadas pela psiquiatria tradicional para
tratamento de pessoas depressivas, sem nenhum tipo de efeito colateral.
Do ponto de vista espiritual, é muito claro que, tanto o efeito purgativo quanto o vômito, são efeitos
diretamente ligados a uma limpeza energética que a bebida realiza no indivíduo. O Santo Daime possui a
capacidade espiritual de expulsar toda e qualquer energia de desarmonia e perturbação de uma pessoa através
do vômito ou da diarréia, que normalmente são seguidos de uma sensação de alívio e conforto muito grandes
após qualquer dos processos de limpeza. Também conforme a continuidade e a constância do consumo do
Santo Daime, normalmente é observado que os processos de limpeza, numa pessoa, diminuem de intensidade
e de freqüência com o passar do tempo.
A absorção de todas as substâncias contidas no Santo Daime pelo organismo humano é feita de forma
absolutamente natural, sem trazer prejuízos à saúde e nem apresentar qualquer efeito de dependência à bebida.
Isto também foi objeto da pesquisa científica que apoiou o parecer favorável à liberação oficial na forma da lei
do uso religioso do Santo Daime no Brasil, dado pelo antigo Conselho Federal de Entorpecentes (CONFEN) e
consolidado pelo atual Conselho Nacional Anti-Drogas (CONAD). Este parecer favorável foi dado pelas
autoridades brasileiras após ser formada uma comissão multi-disciplinar composta de cientistas, médicos,
psicólogos, psiquiatras, antropólogos, biólogos, historiadores, sociólogos, membros da polícia federal e do
exército, que analisou o Santo Daime em todo o seu contexto, desde seu conteúdo químico, suas implicações
psiquiátricas até o ambiente social que o envolve. Este estudo foi feito durante alguns anos na década de 1980
e gerou um relatório final que suspendeu o DMT do DIMED, uma lista de substâncias proibidas, publicada
inicialmente sob orientação da ONU. Com esta suspensão, o Santo Daime passou a ser reconhecido pela lei
brasileira como uma legítima manifestação dos costumes dos povos nativos do Brasil, onde há mais de 70
tribos indígenas que fazem uso em suas tradições, respeitando assim uma herança cultural que perdura há
mais de 4 mil anos.

Farmacologia
Botânica, Química e Farmacologia
Entre as inúmeras plantas utilizadas como enteógenos nas Américas destaca-se aquela que será aqui estudada:
o cipó Banisteriopsis caapi da família Malpighiaceae, cuja descrição em Pio Corrêa (1926:351) é a seguinte:
“Arbusto de ramos estriados e folhas bi-glanduloso-pecioladas, ovadas ou ovado-lanceoladas, agudo-
cuspidadas, fuscecentes, glabras; flores dispostas em amplas panículas pyramidaes constituídas por corymbos
umbelliformes, fructo samara alada, pilosa.”
Richard Spruce, jovem botânico inglês, foi o primeiro a descrever a planta, que conheceu em 1852, na
localidade de Urubú-coára. Apesar das referências prévias ao uso indígena desta espécie feitas por
missionários, Chantre no final do século XVII, Magnin em 1740, e por inúmeros viajantes estrangeiros (ver

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Schultes 1986), foi Spruce quem primeiro coletou e fez a identificação botânica da planta em questão.
Encontrando-se naquela localidade acima referida, durante uma festa de Dabacuri, foi convidado a ingerir a
bebida elaborada a partir do Banisteriopsis caapi. Indagando sobre a origem de tal beberagem, teve a sorte de
ser apresentado à planta em flor e contendo já alguns frutos, fato este que possibilitou sua correta
identificação. A partir de então a ciência ocidental passou a se interessar e a estudar aquela que de há muito já
era utilizada pelos povos do noroeste amazônico.
Em recente revisão da matéria, Gates (ver Ott 1994:15-16) relaciona as seguintes espécies da família
Malpighiaceae como sendo base de bebida de caráter enteógeno: Banisteriopsis caapi, Banisteriopsis
longialata, Banisteriopsis lutea, Banisteriopsis martiniana var. subenervia, Banisteriopsis muricata, Callaeum
antifebrile, Lophantera lactescens, Tetrapterys mucronata, Tetrapterys methystica. De longe a mais usada e
apreciada é a Banisteriopsis caapi, sendo as outras espécies do gênero consideradas substitutos quando esta
não está disponível. A espécie Callaeum antifebrile é considerada mais como uma planta aditiva do que como
base da bebida . Quanto à Lophantera lactescens, os indícios de seu uso são tênues (Schultes 1986:10-39), ao
passo que a Tetrapterys methystica é usada exclusivamente pelos índios Maku (Schultes 1986:10-39) e a
espécie Tetrapterys mucronata parece ter seu uso restrito aos índios Karapanã (Ott 1994:16). À parte o uso
como enteógeno, outras espécies do mesmo gênero têm uso cultural: na etnomedicina, a Banisteriopsis
argyrophilla, usada para tratar “doenças de crianças” no Brasil; e na magia, a Banisteriopsis lucida, usada em
encantações para atrair a pesca na Venezuela. Aquelas espécies usadas com o fito de alterar a consciência
possuem todas alcalóides do tipo Beta-carbolinas.
O estudo fitoquímico da Banisteriopis caapi teve início no começo deste século, quando, em 1905, o
farmacêutico Colombiano Rafael Zerda Bayon isolou, a partir de uma amostra de Yagé, um alcalóide por ele
chamado de Telepatina, devido às propriedades supostamente telepáticas da bebida. Em 1924, H. Seil e E.
Putt apresentaram trabalho dizendo terem encontrado três alcalóides em amostras de Banisteriopsis caapi (na
época chamada Banisteria caapi). Em 1925, A. M. Barriga Villalba, químico colombiano, reportou a presença
de dois alcalóides por ele chamados de Yajeína e Yajenina, também mencionados em trabalho do químico da
Colômbia L. Albarracin, no mesmo ano. Em 1927, E. Perrot e Raymond-Hanet reportaram a equivalência
entre a Telepatina e a Yajeína. No entanto, no ano seguinte, Louis Lewin descreve o alcalóide por ele
chamado de Banisterina em amostras de Banisteriospsis caapi. Em 1928, a confusão começa a ser desfeita
quando K. Rumpf e O. Wolfes demonstram a identidade dos alcalóides chamados Yajeína, Telepatina e
Banisterina com a já conhecida Harmina.
Finalmente, em 1939, os químicos A.L. e K.K. Chen demonstraram definitivamente a identidade da
Telepatina, Yajeína e Banisterina com o alcalóide já conhecido desde 1847, a partir do trabalho de J. Fritzche,
como Harmina. Este último foi isolado pela primeira vez a partir das sementes do arbusto Peganum harmala,
uma Zigophilliacea. Esta última planta é considerada por alguns autores como sendo a “sarça ardente” que
teria provocado a visão de Moisés, e ainda como sendo o Soma dos hindus (Flattery e Schwartz 1989 citados
em Ott 1993:202-204).
O principal efeito deste alcalóide é inibir a ação da Monoamina-oxidase (MAO), uma enzima que ocorre
naturalmente no corpo humano, em vários tecidos como o fígado, cérebro, intestino, plasma sangüíneo,
coração e garganta, e que tem por função inativar as monoaminas produzidas endogenamente, como a
Serotonina, a Dopamina e a Norepinefrina, todas neurotransmissores (McKenna 1984:203-204).
Embora os alcalóides presentes na Banisteriopsis caapi sejam psicoativos sozinhos, em todas as amostras da
bebida pronta até hoje testadas nunca se verificou a dose mínima (500 mg) necessária para tal (McKenna
1984:207, Ott 1994:41); devendo os efeitos da bebida serem antes creditados aos alcalóides das principais
plantas aditivas: Diplopteris cabrerana e Psychotria viridis, notadamente a N,N-Dimethyltriptamina, cuja
estrutura química é muito semelhante à Serotonina, o que caracteriza esse alcalóide como neurobloqueador,
ativando os receptores da Serotonina e desencadeando os efeitos típicos da N,N-DMT.
Sabe-se que a N,N-Dimethyltriptamina é inativa oralmente devido à ação da MAO; sendo a Harmina e a
Harmalina, bem como os outros alcalóides do tipo Beta-carbolinas, inibidores da MAO, é extremamente feliz
a combinação desses alcalóides. De fato verificam-se que bastam 120 mg de Harmina para tornarem ativos
oralmente 30 mg da N,N-DMT, suficientes para desencadear o efeito enteógeno destas substâncias. A média
verificada em 16 diferentes amostras de uma dose típica da bebida preparada, 75 mL, é de 158 mg para a
Harmina e 29 mg para a N,N-DMT (McKenna 1984:207, Ott 1994:40-41). Ressaltamos no entanto que a
Banisteriopsis caapi é usada também sozinha em infusões frias, como enema, sendo ainda mascada, inalada e
fumada (Ott 1994:17-19).

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CANNABIS

Trata-se de uma planta geradora de muitas polêmicas ! Parte da população mundial quer proibir, parte
descriminalizar e outra liberar totalmente. Quem está com a razão?

A maior parte das divulgações de pesquisas feitas até hoje, foi com criminosos. Ela circula na ilegalidade. Até
agora, pouco se divulgou a respeito de milhares de pessoas que a utilizam para fins relaxantes, espirituais,
meditação, recreação, etc. Até porque existe medo na pesquisa. Já ouvimos até dizer: Fumei, mas não traguei !
Segundo o Relatório Mundial de Drogas 2006 do Unodc - Escritório das Nações Unidas contra Drogas e
Crime O relatório revelou que a maconha foi utilizada por um número estimado de 162 milhões de pessoas ao
menos uma vez em 2004, ou aproximadamente um quarto da população mundial com idades entre 15 e 64
anos. O documentou ressaltou ainda que o consumo continua aumentando.
Já há estudos desenvolvidos, como os do antropólogo Edward MacRae junto a grupos de indivíduos das
camadas médias urbanas formalmente integradas à sociedade, que demonstram, que entre os milhares de
usuários , há os que não são vagabundos e nem excluídos da sociedade. São pessoas comuns, que ajudam o
próximo e não fazem mal a quem quer que seja. Você que está lendo deve conhecer algum. A grande
polêmica é se um usuário precisa de ajuda e tratamento ou ser punido com prisão.
Foi pesquisado que entre os que usam, tem de tudo, tem um mundo. Milhares de usuários são trabalhadores,
têm suas famílias, são responsáveis, pagam impostos, etc. Entre os usuários há Professores, terapeutas,
médicos, advogados, policiais, executivos de empresas, esportistas, intelectuais, políticos, artistas, psicólogos,
psiquiatras, e vai !
O maior problema da planta é o tráfico, que financia a criminalidade, o terrorismo. Que movimenta fortunas,
aproxima os criminosos e drogas químicas, principalmente dos jovens que buscam, na verdade, estados
diferentes de consciência. Há tempos atrás, a sociedade fazia dessas pessoas: criminosas. Acabavam sendo
criminosos pois burlavam a lei assim como os criminosos que representam perigo para a sociedade. Tudo no
mesmo mesmo saco !
Sabe-se que o trafico existe quando há proibição. Quanto mais aumentam os mecanismos de repressão, mais o
tráfico se especializa e cresce. Foi esse o grande exemplo da lei seca americana. Temo que um dia o tráfico se
sofistique tanto, se equipe tanto, que tome conta da situação. Os países investem fortunas combatendo o
tráfico, estimulados pela lei proibicionista que nega o livre-arbítrio, quando poderiam investir esses valores
em educação, saúde e para promover a paz.
A nova lei que chega ao Brasil , é um avanço na direção dos direitos humanos, tornando-a um caso de saúde e
separando-a do tráfico. A Comissão Internacional de Controle de Narcóticos (INCB, na sigla em inglês) da
ONU elogiou em seu relatório anual divulgado nesta quarta-feira, a iniciativa do sistema judicial brasileiro de
se concentrar no combate aos traficantes de drogas e adotar penas alternativas para os usuários.
Toda a situação demonstra ainda faltar mais estudos, mais pesquisas, e principalmente mais consciência. Para
ter "consciência" é preciso que primeiramente se tenha "ciência", pesquisando, comparando, deixar de lado
preconceitos e paixões, e a sociedade ter a coragem de enfrentar paradigmas, fazendo realmente um estudo
fitoquímico e psicológico para ver a verdade e não para satisfazer um ponto de vista. Mostrar os prós e os
contras para que possamos orientar melhor nossos jovens.
Os aspectos científicos cabem à ciência. Os sociais a Lei, e o que é de César...para César. Não venho aqui
iniciar qualquer tipo de movimento, trago abaixo informações que todo o pesquisador de plantas conhece.
Quero ressaltar que sou um combatente dos vícios (sejam de substâncias, plantas, comidas,medicamentos,
trabalho, esportes, jogos, bebidas, religião, pessoas). Meu interesse com as plantas é espiritual, como todo o
estudioso de xamanismo que se preza e não envolve vícios. Aprendí que as coisas de Deus não viciam, O
vício não é uma coisa de Deus. Deus é liberdade ! Não concordo porém, com a atitude de "satanizar"
plantas. Aprendemos no xamanismo que as plantas são obras de Deus, não podem nunca ser confundidas com
drogas. Deus não faz drogas. A droga é uma criação humana. Deus criou um jardim de mistérios e
maravilhas na sua infinita sabedoria. Que direito tem o homem de destruir uma espécie da Criação ? E que a
Verdade Divina prevaleça.
A Canabis Sativa é original da Ásia, da qual também é extraído o haxixe e o kif. A planta é também citada no
Velho Testamento, cantada e louvada por Salomão, que a chamava de kálamo (cânhamo) . No Brasil era
utilizada pelos escravos africanos que conheciam suas propriedades. Sabe-se que ela é de uso de muitas tribos

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por lá, mas principalmente os pigmeus e zulus povos de Angola, Moçambique, Congo, etc., que a utilizavam
ritualisticamente como uma "planta sagrada".
Sabe-se que os indios brasileiros também usam, principalmente na região de Maranhão e Sergipe. Vamos a
algumas possibilidades : os Tenetehara (os mais famosos no uso), Saterê-Mawé, Guajajara, Tukano, Macu,
Tucuna, Mura.......Era muito difundida entre negros e caboclos que a chamavam também de : fumo-de-
caboclo
Era utilizada para fins terapêuticos na China, como anestésico; também por africanos e asiáticos para aliviar
tosses, dores de cabeça e cólica menstruais. Alguns pesquisadores afirmam que ela é eficiente em casos de
anorexia, glaucoma, enxaqueca, hipertensão, asma e ataques cardíacos. Utilizada também pela medicina
Ayurveda
Segundo o pesquisador Rowan Robinson, uma antiga história relata que Shiva brigou com sua família e se
afastou nos campos, e devido ao sol intenso, foi abrigar-se debaixo de uma planta alta de cânhamo, e come
alguma de suas folhas, e ela o revigorou tanto, que ele a adotou como alimento preferido, tornando-se
conhecido como o " Senhor do Bangue . O Bangue era históricamente associado a Kali, aspecto feminino de
Shiva.
No budismo mahaiana, prossegue Rowan, reza uma lenda que Buda viveu de uma semente de cannabis por
dia durante seis anos de disciplina, antes da sua iluminação. Os budistas tântricos do Himalaia, usam cannabis
ritualmente para aprofundar sua meditação e elevar a consciência.
Há traços de sua utilizãção ritual nas mais diferentes crenças, no taoísmo chines, judaísmo, em tradições
japonesas, no movimento rastafari, e em diversas práticas xamânicas.
A cannabis sativa é uma Planta da Lua. É bom entender o ensino que a lua nos dá, também através de suas
plantas. A Lua reflete o brilho do Sol, porém tem uma parte da lua que o sol não Ilumina, que alguns podem
chamar de Lua Negra, ou Lilith. Eu prefiro chamar de sombra.A luz do xamanismo ensina que quando lida-se
com uma planta da lua, é preciso saber o que é a sombra da planta, já que a luz é evidente. Por exemplo a
dependência é uma parte sombria, que pode ser provocada pelo uso sem consciência de qualquer planta. A luz
de uma Planta da Lua é evidente quando consumida como um sacramento, como um poder de Deus atuante
através do Reino Vegetal, refletido pela força da lua, que pode trazer conforto, introspecção, expansão da
consciência, concentração. Isso é para todas as Plantas da Lua. A energia é da donzela, da rainha e da anciã .
Da mãe.
O Dr. Andrew Weil , bacharel em biologia pelo Harvard College e formado em medicina pela Harvard
School, fez várias experiências controladas com canabis em seres humanos. Para fazer seu trabalho também
viajou muito pela América do Norte, América do Sul, África, para estudar a medicina indígena, plantas
psicoativas , e estados alterados de consciência. O Dr Weil serviu como "Research Associate" em
Etnofarmacologia do Museu Botânico, Universidade de Harvard, pesquisando plantas medicinais e
psicoativas. Também foi Presidente do Instituto de Pesquisas de Plantas Benéficas, em Sausalito, Califórnia,
instituição sem fins lucrativos, educacional e científica, dedicada à investigação do uso de plantas para
melhorar a vida humana. Atualmente é conferencista da Divisão de Perspectivas Sociais da Medicina, no
Colégio de Medicina da Universidade do Arizona. Também é Conselheiro de Bem-Estar no "Canyon Ranch
Spa, em Tucson, Arizona, onde oferece aconselhamento individual sobre medicina preventiva e alternativa,
cuidados pessoais em medicina, e vícios. Trabalhou também no Instituto de Saúde Mental em Washington,
serviu o exército no serviço de Saúde Pública, estudou na reserva índia dos Dakotas do Sul e escreveu o livro
editado aqui no Brasil pela Ed. Ground " Drogas e Estados Superiores de Consciência e outros.
Dado o currículo, sinto que não se trata de um curioso, ou alguém que tem uma "idéia fixa" tanto para a
repressão como para a liberalização. Os resultados do trabalho do Dr. Weil foram publicados em importantes
jornais científicos, e muitos de seus textos chegaram a ser publicados em cobertura de primeira página do
New York Times. Veja alguns de seus depoimentos :
As conclusões que cheguei eram sensatas, mas não apoiavam a visão da droga (maconha), como uma ameaça
direta à saúde mental. É muito menos ameaçadora do que o álcool. Publiquei minhas descobertas na crença
ingênua de que uma informação honesta sobre o assunto ajudaria a resolver o acre debate que estava
destruindo famílias e cidades. Pela primeira vez na minha vida descobri que dizer a verdade poderia me deixar
em dificuldades. Meus empregadores não queriam que o povo soubesse o que eu tinha descoberto sobre a
maconha, e ressentiam-se de toda a atenção que a obra que publiquei continua a merecer.
Ao fim da primeira metade do que deveria ser um breve período de dois anos como funcionário público
federal e oficial comissionado, minha vida profissional em Washington se tornara intolerável. Fui rotulado
como rebelde e elemento perturbador, fui proibido de fazer qualquer trabalho relacionado com a maconha ou

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outras drogas, e recebi ordem para trabalhar no hospital federal do vício em Lexington, Kentucky, na
enfermaria de viciados em heroína. Recusei-me a ir. Eventualmente, demiti-me e foi-me negado crédito
militar pelo ano que servi. Requeri dispensa por objeção de consciência, mas declarei que não faria qualquer
serviço alternativo para um sistema que para mim parecia comprometido com a desonestidade.
Meu primeiro ato como ex-funcionário do governo dos EUA foi ir para uma reserva índia de Dakota do Sul
para estudar com um curandeiro Sioux. Queria aprender com ele sobre ervas medicinais e maneiras de alterar
a consciência .
Ninguém em 1971 previa a epidemia de uso de cocaína que agora prevalece, por exemplo, ou entendia o vício
do cigarro como o mais difícil de vencer e o nosso mais sério problema de saúde pública. Poucas pessoas
acreditavam que os tratamentos médicos alternativos se tornariam populares como agora, ou que o estudo
científico das interações corpo-mente se tornariam respeitáveis. Ninguém sabia das endorfinas, as moléculas
semelhantes à morfina que são produzidas em todo o cérebro humano, que servem como o nosso narcótico
interno.
Ao longo desses anos receei muitos comentários de leitores de meus livros. Mais freqüentemente, os leitores
me dizem que o livro exprime idéias que eles mesmos tiveram e os fez se sentirem melhor consigo mesmos,
especificamente sobre seu interesse em experimentar outras formas de consciência, que aprenderam
considerar como anormal ou insalubre. Estes comentários revelam a carga imposta às pessoas por nossa
cultura em seu fracasso de chegar a termos com a necessidade humana de variações da experiência consciente.
A raiz do problema da droga é o fracasso de nossa cultura em satisfazer uma necessidade humana básica. Uma
vez que reconheçamos a importância e o valor de outros estados de consciência, podemos começar a ensinar
as pessoas, particularmente os jovens, como satisfazer suas necessidades sem drogas. Acredito que não
podemos conhecer a realidade diretamente através da atividade intelectual. Ao invés, construímos modelos ou
paradigmas da realidade através dos quais interpretamos e derivamos sentido de nossa experiência. Fala-se
muito em nossos dias de "deslocamento de paradigmas e conflitos entre proponentes de modelos alternativos
em muitos campos da atividade humana, da Física à Medicina, até as ciências sociais. Os modelos alternativos
não estão nem certos nem errados, são apenas mais úteis ou menos úteis para operarmos bem no mundo e
descobrir mais e melhores opções para resolver problemas.

COCA

Não pode se confundida com a droga cocaína. No Perú ela é considerada a síntese das Plantas de Poder. Suas
folhas até hoje são utilizadas para leitura de um oráculo, por aqueles que tem esse conhecimento. Tanto no
Perú, como na Bolívia ( Ipadu) ela tem até hoje uma grande importância como chá, para dores de estômago,
cólicas, disturbios digestivos, para facilitar a digestão, normalizar a pressão, problemas de pele, do aparelho
respiratório, da circulação, enjôos, fadiga na laringe.
Também era utilizada para diminuir o apetite. Os incas ao subirem as montanhas, as vezes ficavam dias sem
comer, sómente mascando folhas, que tiravam a fome e lhe davam mais energia.
Utilizada também como antidepressivo, e como coadjuvante no tratamento de diabetes (regula o
metabolismo). Outras indicações terapeuticas estudadas : acalma inflamações, fortalece ossos fraturados, para
tirar o frio do corpo, o pó das sementes tem bons efeitos no sistema nervoso, como fortificante.
No início do Imperio Inca, eles não conheciam a coca, era um conhecimento indígena. Apenas a Família
Imperial fazia uso. A Planta Sagrada, era de uso restrito ao filhos de Inti ( Sol ). Pouco a pouco ela foi se
popularizando. Eram levadas em bolsinhas medicinais juntamente com a lifta ( resina que é utlizada para
melhor extrair os princípios das folhas).As sacerdotizas utilizavam como instrumento uma haste que na ponta
tinha um beija-flor.Com o bico extraia-se a lifta para ser juntada às folhas.
O velho hábito de mascar coca continua até hoje, principalmente entre os índios, que as usam para afastar
maus espíritos e para gerar sonhos.
Ao Deus Inti, divindade suprema, foi consagrado o arbusto da coca, e suas folhas são oferecidas nos rituais e
cerimônias.
Em todas as consagrações aos deuses incas, as pessoas levavam em suas bocas as folhas de coca. Eles
queimavam folhas para predizer o futuro, jogavam no chão para evocar Viracocha. Os sacerdotes as
mascavam para abrir portas do mundo profundo. Introduziam folhas de coca na boca dos mortos, para
preservá-los de perigos espirituais, assim como nas sepulturas.
As folhas de coca também eram usadas nos ritos de passagem dos filhos do rei.

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No Perú havia um Templo da Coca, onde consagrava-se La Cocamama, a entidade espiritual das folhas de
Coca.
Em Cuzco tive uma experiência gratificante com Edwin Flores ou Küichy. Fomos até o Templo da Serpente
para fazermos uma meditação com as fôlhas de coca.
A Coca é considerada para muitos peruanos como a síntese das plantas de poder. Os incas a mascavam para
suportar grandes altitudes, para matar a fome, além de possuir propriedades terapêutica\s.
Conta-se que Machu Pichu tem-na em seu nome: pichu= ato de mascar a coca., muito embora dá-se o
significado de "Cidade da Paz".
Imagem : www.jaylli.com
Alguns peruanos dizem que se não existisse a Coca, não existiria o Perú.
Não havia entre os Incas nenhum ritual em que não estivessem presentes as folhas de Coca. A Coca era
oferecida aos deuses, usada para a fins oraculares como as cartas de tarô, pulverizada para estancar feridas e
para hematomas.
Segundo Küichy: as folhas são mascadas com a nossa mente, nós deixamos que o líquido se escorra por
nossas almas.
As folhas são mascadas, juntamente com uma resina chamada lifta.
As sacerdotizas constumavam andar com um instrumento de poder, como uma varinha de mago,
confeccionada em prata ou cobre com um beija-flor na extremidade. Através do bico do beija-flor, a lifta era
extraída, juntando-se às folhas que serão mascadas.
Küichy começou a cerimônia com os maços de coca enrolados com a lifta, dizendo que antes precisamos
acalentar as folhas ( soprar suavemente as folhas ) depois prosseguiu saudando as quatro direções ( pontos
cardeais ), pedindo que repetisse junto com ele :
- Apu Inti ! ( de frente para o leste, saudando o Sol )
- Apu Pacha Mama ! ( saudando ao sul a Mãe Terra )
- Apú Huaira ! ( saudando ao oeste )
- Apú Uno ! ( saudando o norte )
Em poucas palavras, sentí uma vibração violeta. A enrgia é Sútil, traz insight´s, desde que conservemos o
silêncio na mente. Ficaria horas e horas em contemplação.
A folha de coca, foi para mim, um aprendizado de interiorização, produzindo um bem estar e despreocupação
com o tempo. Foi a religação de algo muito profundo, mas extremamente sutíl. Uma energia feminina, ligada
ao masculino ( Sol ) inspirando criatividade, o amor, levando-me a prestar bastante atenção nas belezas da
criação.
Quando os conquistadores espanhóis, sob comando de Pizarro, invadiram o Perú, eles queimaram as
plantações de coca não respeitando seus fundamentos sagrados. Pizarro mandou queimar o templo da
Cocamama, e as plantações, pois observou que isso iria destronar a moral do povo. E foi aí que : ATENÇÃO
Dizem que no momento em que as folhas iam sendo destruídas, os sacerdotes incas, fizeram a seguinte
maldição :
- Assim como os brancos estão destruindo as folhas de coca, um dia as folhas de coca irão destruir os homens
brancos ! (Através das folhas de Coca, e que se produz o veneno chamado cocaína, que mata, destroi e
corrompe . Uma maldicão peruana, que tem acabado com pessoas e famílias. Essa sim uma verdadeira droga.
Deus não faz drogas, faz plantas. Quem faz as drogas são os homens
Comentários de Menkaiká :
" O ato de mascar coca se chama picchar , e a llipt'a é como uma pasta de cor escura, se não me engano feita
com cinza de plantas como a quínoa, que usada junto com as folhas extrai melhor as propriedades da
planta(caroteno, ferro, cálcio). Achados arqueológicos mostram vestígios de uso das folhas de coca há 2 mil
anos a.c.
A coca para os andinos não é considerada droga, pois para eles droga é o que o homem produziu com suas
próprias mãos usando uma dádiva da Mãe Terra. Os efeitos medicinais da folha da coca são como de um
estimulante, além de melhorar o metabolismo, mal de altura (mal de puna ou soroche), diarréias, dores de
cabeça, tirar a fome e ajudar em problemas estomacais. Por ser estimulante e revigorante, as folhas de coca
são mastigadas pelos camponeses com o propósito de recarga das energias no duro trabalho empreendido nos
campos e nas altitudes.

Os Paqos, sacerdotes andinos, usam uma chuspa, uma bolsinha de tecido ou de pele de lhama para carregar as
folhas de coca. Fazem adivinhação através das folhas e também oferendas. A principal oferenda ritual chama-

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se k’intu que compreende em 3 folhas de coca (ou seis ou nove, ou mais, múltiplos de três), sendo que a maior
folha é dedicada aos Apus, espíritos da natureza protetores representados nas montanhas e picos andinos. A
segunda folha, mediana, é dedicada à Pachamama, mãe terra, nutridora, provedora da vida. E a terceira folha,
de menor tamanho, representa a humanidade.
Os Apus (que em quéchua significa “Senhores”) são respeitados e invocados nos rituais. Entre os eles estão:
Apu Salcantay, Apu Ausangate, Apu Willkamayu, Apu Sawasiray, Verônica, Putukusi, Machu Picchu,
Huayna Picchu, entre outros.
As folhas de coca também podem ser usadas para troca, para retribuir serviços, como sinal de amizade.
É interessante observar, para quem já teve a oportunidade, as relações interpessoais que se estabelecem
através do ato de compartilhar a coca para a mastigação. Esse ato chama-se hallpay. Me marcou muito certa
vez que tive a oportunidade de compartilhar com uma senhora campesina. Eu estava em Q'enqo, numa tarde
de sol, lendo, quando passa por mim há alguns metros uma senhora campesina com seus animais. Ela
acomodou-se entre as pedras para descansar. Eu estava encantada com as pequenas ovelhas e me aproximei
oferecendo à senhora algumas folhas de coca. Por um momento compartilhamos em silêncio enquanto
mascávamos a coca, mas esse ato silencioso foi suficiente para que conectássemos a nossa energia de algum
modo através da mastigação. Depois conversamos sobre os animais e ela agradeceu as folhas. Essa é uma
situação simples, mas um simples ato de compartilhar nos aproximou. Em cada lugar que vamos é muito
bonito o ato de oferecernos a coca, é como compartilhar algo sagrado.
A coca é a mais linda oferenda que se pode fazer à nossa Pachamama. "
Por Rosane Volpatto :
" No coqueo por vicio
Ni tampoco poe el juicio
Sino por el beneficio "
A coca é uma planta da família das Erythroxyles, indígena do Peru (Erythoxylon coca). Ao arbusto conhecido
por este nome, os peruanos chamam "ipatú", podendo atingir de 1 a 3 metros de altura. Uma casca
esbranquiçada cobre toda a sua haste. As flores são pequenas e amarelas e o fruto vermelho, oblongo e
carnoso.
Em estado selvagem abunda nos Andes até dois mil metros de altura. Os incas exaltavam excessivamente este
arbusto e utilizavam-lhe a folha como moeda. Na antiga Colômbia, os sacerdotes do Sol mastigavam e
queimavam folhas de coca em honra a divindades.
Os peruanos e bolivianos mascam as folhas, depois do que, dizem, podem resistir não só a maiores fadigas e
ao sono, como também aos jejuns prolongados.
Entre os habitantes do vale Calchaqui, na Argentina, achava-se muito arraigado o costume de "coquear", isto
é, mascar folhas de coca.
Os peões não empreendiam trabalho algum sem fazer préviamente seu acullico, que é o mesmo que por na
boca uma certa quantidade de folhas de coca, as quais misturam llifta.
A coca já cumpriu e ainda cumpre, um grande papel em todas as práticas religiosas e supersticiosas dos
peruanos. Por exemplo, quando estão para empreender uma viagem ou um negócio, recorrem a coca do
seguinte modo: molham com saliva a folha inteira e a pegam à ponta do nariz; logo dão um sopro forte e
olham para o lado que caiu, se para a direita, é sorte, se para esquerda é sinal de desgraça. Raras vezes
empreendem algo, se a coca lhe anunciou má sorte.
Antes de empreender qualquer negócio, oferecem coca a Pachamama, a Mãe dos cerros. Quando vão a caça, o
caçador faz um buraco no chão, à beira do mato, onde todos depositam uma oferenda de coca, invocando a
Pachamama para que lhes seja propícia a caça.
Em viagens pelas montanhas notam-se nas vertentes certos montinhos de pedra em que se encontram folhas
de coca, que se sabe, foram ali atiradas pelos viajantes. A estes certos montinhos chamam "Apachetas" e raro
é o viajante que lá passa e não tire da boca a folha que mascava, para depositá-la na Apacheta.
Esta cerimônia que tem por fim propiciar-se uma feliz viagem, encontrava-se também entre o povo guarani do
Paraguai. Ali, se tinham cristianizados, formavam-se sempre ao pé de uma cruz montinhos que orlavam os
caminhos e debaixo dos quais havia um enterrado.
Para os indígenas aymaras e quechuas, a folha da coca é sagrada, como a hóstia dos cristãos. É utilizada em
cerimônias sociais e rituais.
Uma lenda nos conta que o Deus do Sol disse ao sacerdote Khana Chuyma:"Sobe esta montanha e encontrarás
uma pequena planta com grande poder. Guarda suas folhas com amor e usa-a quando doer teu coração, ou
quando tua carne sentir fome e tua mente estiver obscura.Mas quando o conquistador branco a tocar,

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encontrará veneno para seu corpo e loucura para sua mente."
A folha de coca contém 0,5% de um produto anestesiante chamado cocaína. A partir do século XIX, os
cientistas conseguiram sintetizar a cocaína da coca. Em um primeiro momento, ela foi utilizada por suas
propriedades anestésicas. Mas, a partir de 1914, o cocaína foi definida como "droga perigosa" e proibida. Nos
anos 60, após a guerra do Vietnam ressurgiu como uma droga popular. A demanda cresceu e a "máfia da
droga" entrou em cena

COGUMELOS

Os cogumelos não são considerados plantas pela ciência, não têm clorofila. Porém na visão xamânica "de tudo
o que está plantado" sim. Os cogumelos enteógenos, têm sido de grande importância em várias cerimônias
religiosas.
O texto abaixo é extraído do livro Retorno à Cultura Arcaica (Nova Era)de Terence Mckenna, um xamã e
botãnico, que viveu no Hawai, onde reproduzia o cogumelo em seu laborátorio de plantas de poder :
" Há talvez dezenas de milhares de anos, os seres humanos vêm utilizando cogumelos para fins de
adivinhação e indução do êxtase xamanista. Pretendo demonstrar que a interação entre homens e os
cogumelos não é uma relação simbiótica estática, e sim dinâmica, através da qual pelo menos uma das partes
consegue atingir níveis culturais mais elevados.
O impacto das plantas psicoativas sobre o aparecimento e a evolução dos seres humanos é um fenômeno que
até agora não foi examinado, mas que promete esclarecer não só a evolução dos primatas, mas também o
surgimento das formas culturais peculiares ao Homo Sapiens. '
Há um fator oculto na evolução dos seres humanos que não é nem o elo perdido nem a finalidade imposta
pelos céus. Minha teoria é que esse fator oculto na evolução dos seres humanos e que teve à tona a
consciência humana em um primata bípede dotado de visão binocular tem a ver com um laço de
realimentação com alucinógenos vegetais.
Trata-se de uma noção que ainda não foi amplamente explorada, em bora uma forma muito conservadora dela
apareça em Soma: de R. Gordon Wasson. Ainda que ainda não comente o surgimento da natureza humana
nos primatas, Wasson sugere que os cogumelos alucinógenos foram o agente causal do aparecimento de seres
humanos espiritualmente conscientes e da gênese da religião. "
Composição :
A ausência de clorofila impede os cogumelos de se alimentarem utilizando a energiaa solar, o que impele a
espécie a desenvolver outros métodos de vida, atuando como parasitas em outros animais e plantas ou
habitando materia em decomposição. Os fungos também agem quimicamente no ar, de forma diferente das
plantas com clorofila, eles aborvem o oxigênio e exalam ácido carbônico, agindo nesse ponro da mesma
forma que os animais, aos quais se assemelham em composição química.

No continente americano há o Stropharia Cubensis; que nasce no estrume do zebu. Segundo Sangirardi Jr,
essa espécie de fungo tem sido empregada na América Central desde muito antes da chegada dos espanhóis
que trouxeram o gado bovino. Para ele, poderiam proliferar no estrume do búfalo americano e do gamo,
animais considerados sagrados pelos maias.
Este Cogumelo é muito conhecido aqui no Brasil, notamente em regiões de pasto de gado.Seu princípio ativo
é a psilocibina, a parte inferior do chápéu é escura e sua cor é um tom dourado escuro
Terence Mackenna, um xamã e botânico que morava no Hawai, em seu livro : " Aluninações Reais", conta
como consegue reproduzir o cogumelo, no seu laboratório de plantas de poder, afirmou :
- A psilocibina está intimamente ligada com a serotonina. A serotonina torna possívei ao cogumelo as funções
cerebrais do universo mental.
O mais interessante é como nasce o cogumelo. Imagine agora um zebu pastando. As plantas ingeridas vão
para aquela bio-máquina, que é o seu processo digestivo, e vira depois estrume. Depositado o estume na terra,
fica por conta do Universo. Vem a chuva irrigando o estrume, e em seguida o Sol com seus raios dourados,
energizando.Desta alquimia natural, nasce o cogumelo.
Numa das vezes que ingerí o cogumelo, dentro de um ritual xamânico, estabelecí contato com um ser, que
intuí ser o elemental . Tive a visão de um elemental bastante gordo, cheio de barrigas, bonachão, bastante
sorridente, passando-me que possuia os registros da Mãe-Terra e das manifestações da natureza.
Sentí uma profunda conexão com a natureza, podia observar as mais sutís formas de vegetação, e tive a
compreensão que esta planta não pode ser ingerida em centros urbanos. Dizem os erveiros que os cogumelos

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não devem ser tomados de forma sistemática. Eles dizem que o cogumelo aparece em seu caminho, quando é
necessário. Quando você quer procurá-lo, mas não é para ser, você não o encontra. Um mateiro explicou-me a
utilização da seguinte maneira:
- " Tá vendo aquele cogumelo lá ? ( referindo a um cogumelo de outra espécie). Aquele a gente não come,
porque faz mal. Aquele outro às vezes a gente usa prá botar numa salada. E este ( referindo-se ao stropharya),
este é o seguinte : As vezes a gente tá com a cabeça cheia de problemas, e não consegue arrumar as idéias.
Então, a gente come este que é prá entendê como resolvê ".
Alguns que estudam botânica mágica, acreditam que este cogumelo veio de Órion. Se o cogumelo veio de
outro planeta, não posso afirmar, porém parece que ao ingerí-lo estabelecí uma conexão com algo que não era
deste planeta.
Suas visões são bastantes fortes, não sentí o tempo passar, não sentí fome. Quando tocava maracás, eu via
labaredas de fogo, saindo dos mesmos. A acuidade auditiva e visual, foi bem amplificada, e nessa vivência,
recebí um insigth, que proporcionou uma grande transformação em minha vida.

AMANITA MUSCARIA

Outro famoso é o Amanita Muscária, que tem sido empregado há mais de 6.000 anos, por xamãs siberianos,
um cogumelo vermelho com manchas brancas. É o sacramento de seus trabalhos espirituais.
A Amanita muscária é um cogumelo enteógeno, que proporciona visões e introvisões de profundo significado.
Alguns pesquisadores acreditam que ele é o soma, dos Vedas (a mais antiga literatura sagrada da
humanidade).
Essa planta contém elementos que permanecem intactos em sua passagem pelo organismo, por isso os xamãs
siberianos guardavam e consumiam a própria urina para ser bebida no inverno, quando não havia o cogumelo.
Nas biografias legendárias de alguns adeptos do budismo, há alguns indícios que podem ser interpretados para
revelar que eles consumiam o cogumelo Amanita muscaria para conseguir a iluminação.
Eles mantinham o voto de manter o segredo dessas práticas, tanto que sua identidade foi escondida atrás de
um jogo de símbolos.
Alguns pesquisadores afirmam que ele é o próprio Soma, dos Vedas.

Soma era mais do que uma planta, e seu sumo expressa um deus. Sugere-se o deus Agni, deus do fogo.
O soma é simbolizado pelo touro, o símbolo do rig veda (hino aos deuses) da força.
Nas pesquisas, o uso do amanita aparece também em tradições da Ásia do Norte e do Sul, nas tradições
germânicas ligadas a Odhin, em usos xamânicos mais adiantados nas florestas da Eurásia do Norte. Visto
também, por muitos anos, no distrito de Kanto, no Japão; no Norte da Europa; Índia; e na América Central por
muitos anos.
Também identificado como o Haoma, dos Persas. Esses cogumelos sagrados foram utilizados por xamãs para
a cura espiritual; era a entrada para incorporar o reino dos deuses.
O cogumelo sagrado Amanita Muscaria, segundo alguns pesquisadores, é o mesmo citado por Lewis Carroll
em "Alice no País das Maravilhas" Teria Lewis ingerido o enteógeno para escrever seu livro ?
Relata-se também efeitos analgésicos significativos, para curar males da garganta, feridas cancerígenas,
artrites.
A amanita contém os princípios ativos muscazon, ácido ibotênico, muscimelk e bufoteína. Os efeitos
começam entre 20 e 30 minutos após a ingestão e duram de 6 a 8 horas.
Geralmente, o usuário experimenta visões semelhantes aos sonhos.
O Amanita muscaria, em suma, é um dos cogumelos mais bonitos, com um encanto misterioso.

UMA HISTÓRIA DE NATAL


Natal sempre marca o solstício de inverno (hemisfério norte). É nesse período que os xamãs, até hoje,
realizam rituais de passagem para um novo ciclo anual.

Muitos povos xamânicos também comemoravam a cerimônia da árvore, representando a "Árvore do Mundo".
Será por isso que levamos uma para dentro de nossas casas e a enfeitamos? Partimos da crença de que a lenda
do Papai Noel nasceu na Sibéria. Existia uma tribo na antiga Sibéria chamada O Povo das Renas.
As renas eram para os siberianos o que o búfalo representa para os nativos americanos; eram também
consideradas a manifestação do Grande Espírito Rena, invocado pelos xamãs para resolver os problemas do

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povo. Nas suas jornadas xamânicas, ele viajava, em transe, em um trenó de renas voadoras.
Não eram só os xamãs que usavam amanita, as renas também comiam. Eles até conseguiam atrair renas com a
urina, que chegavam a brigar para tomá-la e as laçavam enquanto bebiam. Alguns caçadores davam pedaços
de amanita para as renas para aumentar a sua força e resistência física, e assim suportarem melhor as longas
distâncias. Se as renas fossem abatidas por alguém nesse momento, quando estavam na manifestação do
enteógeno, os efeitos passariam para quem comesse a sua carne.
Caçadores, ao se alimentarem de renas que haviam ingerido amanita, tiveram uma visão coletiva de um
homem vestido de vermelho e branco (cor do cogumelo), um xamã que levava presentes para a população.
Eles viram o xamã voando em um trenó de renas.
Daí, conta-se que Papai Noel foi uma visão de homens que se alimentaram das renas que consumiram
amanita.
A roupa do Papai Noel, por sinal, é de origem lapônica.
Tradicionalmente, os xamãs siberianos eram conduzidos em suas viagens estáticas (jornadas xamânicas) aos
mundos profundos (transe) por um trenó de renas.
Isso explica a origem de Papai Noel viajando por um trenó de renas
Os habitantes sentiam que os xamãs sempre lhe traziam presentes espirituais. Além disso, a fumaça do fogo
onde faziam seu trabalhos saía por uma abertura nas casas (chaminés ), e era por ali que entravam e saiam os
espíritos, o que também explica a origem de Papai Noel entrando pela chaminé.
O que quero dizer, na verdade, é que nosso doce e querido Papai Noel nasceu na Sibéria e tem sua origem no
xamanismo. O que acham ? Coincidência?

Uma Lenda Siberiana

Uma lenda do koryak (Sibéria) conta que o herói da cultura:


Grande Corvo, numa passagem , ele capturou uma baleia, que estava à sua frente, e queria soltá-la para traz no
mar, mas era incapaz de devolvê-lo ao mar por ser tão pesado.
O deus Vahiyinin (existência) disse-lhe que deveria comer espíritos do wapaq para ter a força.
Vahiyinin cuspiu em cima da terra e as plantas brancas pequenas - os espíritos do wapaq - apareceram: tinham
chapéus vermelhos, e o cuspe de Vahiyinin congelado como os flocos brancos de neve.
Ao comer o wapaq, Grande Corvo tornou-se excepcionalmente forte e conseguiu atirá-la ao mar.
A partir daí o cogumelo crescerá para sempre na Terra, e os povos podem aprender o que ele ensina.
Wapaq é a mosca Agarica, um presente diretamente de Vahiyinin - plantas dos deuses.

TEONANÁCATL

Os Maias usavam o Teonanácatl ou “Carne de Deus” (Psilocybe Mexicana).


O primeiro registro do consumo do cogumelo Psilocybe, data de 1502, durante a coração do imperador
Montezuma.
Pesquisadores da psilocibina, acreditam que ela abre uma porta para o subconsciente, permitindo que o mundo
consciente seja encarado de uma perspectiva diferente.
Conhecido como a " Carne De Deus " é o cogumelo milenar dos índios mexicanos. Os Cogumelos Sagrados
do México, têm como princípio ativo a psilocibina e a psilocina.
Maria Sabina :
"Há um mundo além do nosso, um mundo que , próximo, e invisível. E há onde o deus vive, onde o
inoperantes vivem, os espíritos e os santos, um mundo onde tudo tem acontecido e tudo é sabido.
Esse mundo fala. Tem uma línguagem própria. Eu relato o que diz. O cogumelo sagrado faz exame, me pega
pela mão e traz-me ao mundo onde tudo é sabido. É eles, os cogumelos sagrados, que falam em uma maneira
que eu posso compreender. Eu pergunto-lhes e eles me respondem. "
Quando eu retorno da viagem que eu fiz, tiro a prova com ele, eu digo o que ele me disse e o que me
mostrou."
Maria Sabina, curandera legendária Mazateca "A Sábia dos Cogumelos Sagrados"Oaxaca, México, realizava
o ritual chamado "Velada", que consiste em consumir ritualmente os cogumelos juntamente com os
participantes, apresentando ao xamã os problemas para serem resolvidos, as dúvidas que afligem, perguntas
para serem respondidas.
Essas respostas não são dadas pelo xamã e sim pelo Teonanácatl.

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DATURA

Datura é um nome genérico que abrange várias várias espécies.


A mais conhecida é a Datura Stramonium. No Brasil é conhecida como Trombeteira, Lírio. No Perú é
também conhecida como Floripôndio ou Tóe.
É utilizada desde a antiguidade, citada até na obra de Homero "Odisséia" . Conta que Ulisses chegou à ilha
habitada pela ninfa Circe, esta deu de beber à tripulação uma poção, para que os marujos pudessem esquecer
de sua terra natal.
Na Idade Média, a Datura compunha várias poções e ungüentos de feiticeiras. Conta-se que a pasta de Datura
que as bruxas medievais aplicavam um unguento de Datura em várias partes do corpo, incluindo a genitália e
o ânus, para produzir a sensação de estarem voando em suas vassouras.
Lu Gomes e Roberto Navarro (Planeta) descrevemque a imagem da bruxa voando na vassoura é considerada o
estereótipo de um tipo específico de feiticeira medieval que se utilizava principalmente da Datura
Stramonium. Talvez por isso a planta tenha sido apelidade de "erva do demônioe cizania.
A datura também era usada por motivos religiosos pelos índios que habitavam o sudoeste dos EUA e México
antes da chegada do colonizador branco.
Segundo Sangiradi Jr. ..."planta sagrada dos Zunis, índios da cultura pueblo, o estramônio (a'neglakya)
pertence aos sacerdotes da chuva e aos chefes de certas fraternidades religiosas. Somente o xamã pode colher
esta erva. Ingerida, leva ao estado de transe que permite ouvir as vozes dos pássaros, curar e adivinhar.
Também é usada pelos médicos-feiticeiros como tópico, em ferimentos e contusões.
Schhultes diz que os índios do nordeste dos Estados Unidos fazem uso limitado, mas o estramônio é o
principal ingrediente do Wysoccan, bebido pelos algonkins, leste dos Estados Unidos, antes de um rito de
passagem, em que se processa a iniciação dos adolescentes.
Também utilizada por índios que habitavam o sudoeste dos EUA e México antes da chegada da colonização.
Os componentes da planta são extremamente potentes e perigosos.

Don Juan, no livro "A Erva do Diabo" de Carlos Castañeda :


"-- A erva-do-diabo tem quatro cabeças; a raiz, a haste e as folhas, as flores e as sementes. Cada qual é
diferente, e quem a tornar sua aliada tem de aprender a respeito delas nessa ordem. A cabeça mais importante
está nas raízes. O poder da erva-do-diabo é conquistado por meio de suas raízes. A haste e as folhas são a
cabeça que cura as moléstias; usada direito, essa cabeça é uma dádiva para a humanidade. A terceira cabeça
fica nas flores, e é usada para tornar as pessoas malucas ou para fazê-las obedientes, ou para matá-las. O
homem que tem a erva por aliada nunca absorve as flores, nem mesmo a haste e as folhas, a não ser no caso
de ele mesmo estar doente; mas as raízes e as sementes são sempre absorvidas; especialmente as sementes,
que são a quarta cabeça da erva-do-diabo e a mais poderosa das quatro".
A ingestão de sementes de datura eram parte de umm rito de passagem feitos por jovens da tribo huichol. Eles
retornam do delírio sem a memória de sua mãe, como se nascessem do nada, do vazio. As folhas secas de
datura eram fumadas para combater os efeitos da asma.
O nome Datura, a sua denominação genérica, é a partir do Hindu Dhatura (dhat = a essência eterna (de Deus)),
que foi derivada do sânscrito nome D'hastura.
SegundoSangirardi Jr
"...a intoxicação produzida pela droga tem dua fases opostas: a uma exaltada agitação segue-se o sono
profundo e inquieto. Os sintomas são provocados por dois alcalóides do grupo tropano, que atua sobre os
sistemas nervosos periférico e central. Esses dois alcalóides, dos quais a atropina é um composto racêmico,
são: escopolamina (histocina), o principal e hiosciamina.

Floripondio - A Datura dos Andes


Datura arborea ( Brugmância arborea) Flores de corola branca, por vezes amarelada com 15 a 18 cm de
comprimento.

No preparo da bebida mágica, raspa-se a casca do tronco, que é espremida numa cabaça. A dose média é
aproximadamente um copo comum (200mL), o suficiente para provocar as duasclasicas etapas da embriaguez
com esse tipo de substâncias : exaltação furiosa e depressão com sono comatoso.
Reinburg observou que, entre os zaparos, a issioma é reservada aos homens e constitui, quase sempre, uma

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bebida de prova para aspirantes de xamã.
Para os jivaros, a maikoa é beberagem dos guerreiros, que consultam os espíritos antes de partirem em
expedição. Tem outros usos ainda como para o marido traido saber quem é o sedutor da esposa
Kastern menciona a grande festa do tsantsá, em que os guerreiros, na floresta, tomam uma bebedeira profética.
Na rgande festa em honra do tambor sagrado, os mais velhos tomam maikoa e no dia seguinte, interpretam os
próprios sonhos.
Seja qual for o tipo de datura, quantidades excessivas ou uso prolongado podem levar a convulsões, coma,
danos permanentes no cerebro. Os seus alcaloides são extremamente potentes e perigosos.
Lewin, descrevendo os sintomas físicos e psíquicos provocados pela datura, mostra a preponderância de
violencia insanidade e tendência de cometer desatinos."Mais graves, diz o toxicologista alemão, eram os
efeitos provocados pelos fanáticos religiosos, os taumaturgos, os magos, os sacerdotes e charlatães que, ao
longo das cerimõnias cultuais, faziam fosse aspirada a fumaça daq planta atirada sobre um braseiro.
A titulo de curiosidade, diz Sangirardi Jr, vale menscionar que os negros escravos do Brasil preparavam o
chamado amansa-senhor, com plantas tóxicas, entre as quais as raízes pulverizadas do estramônio. Servida
pela mucama ou pelo pajem, misturada com alimentos líquidos, a planta levafva a vitima à demência ou as
portas da morte.
Entre nós o estramonio tekm vários empregos na medicina popular, notadamente contra asma e coqueluche.
Contra a asma fuman-se as folhas secas, que muitos compram nos hervanários, de onde a advertência de
Hoehne:
"*As pessoas que as adquirem ignorando o modo de usar, preparam chás das mesmas e assim se envenenam.

IBOGA
Bia Labate
Afrique
Aterrizei no aeroporto de Yaounde, capital dos Camarões, com o objetivo de coletar dados sobre uma
misteriosa raiz africana a qual se atribui fortes propriedades terapêuticas. A primeira sensação, o bafo quente e
pegajoso, é de familiaridade. Os pagne, roupas tradicionais usadas pelos negros, fazem-nos sentir por um
momento em Salvador… mas logo se percebe que não é bem "a mesma coisa". Bastam poucas horas para que
todas os nossos referencias conceituais fiquem suspensas no ar. Para o forasteiro, não existe nenhuma
coerência ou ordem estética. Não há ruas nem endereços; o trânsito é cada um por si. Música 24 horas por dia.
Homens passeiam (sem malícia) de mãos dadas pelas ruas. Ao andar pela "cidade", medem, mexem e tocam
em você. Como branca, dá vontade de ser invisível.
É difícil não se chocar na África, ficar imune. De repente, parece que acordamos de um sonho: existe sob os
nossos olhos um continente todo pulsando e expandindo-se com sua pobreza sem precedentes. Em meio a este
cenário, mil modelos de bonitos e criativos penteados enfeitiçam e contagiam o turista com uma sensação de
uma alegria poderosa, encerrando simbolicamente a força de um povo.
A Iboga (1)
Não foi difícil achar o primeiro pé da tal planta. Trata-se de uma raiz subterrânea que chega a atingir 1,50m de
altura, pertencente ao gênero Tabernanthe, composto por várias espécies. 650 destas já foram identificadas na
África Central. A que tem mais interessado a medicina ocidental é a Tabernanthe iboga, encontrada sobretudo
na região dos Camarões, Gabão, República Central Africana, Congo, República Democrática do Congo,
Angola e Guinea Equatorial. O arbusto cresce em áreas de floresta tropical, solos pantanosos ou savanas
molhadas. Ela floresce e produz frutos durante todo o ano. O seu principal alcalóide – leia-se: princípio ativo -
é a ibogaína, extraída da casca da raiz e que representa 90% dos 30 alcalóides encontrados nas raízes desta
espécie. A iboga pertence a família dos alucinógenos clássicos, entre eles o peyote, os cogumelos, a ayahuasca
e o LSD.
Acredita-se que os pigmeus tenham descoberto a iboga em tempos imemoriais. Até hoje estas populações a
utilizam em ritos nos quais dificilmente admitem a participação de brancos. Segundo os escritos de um
especialista nesta planta, o italiano Giorgio Samorini, algumas espécies de animais, entre as quais os mandris
e javalis, alimentam-se das raízes da iboga para conseguir efeitos entorpecentes. É provável que os pigmeus
tenham descoberto as propriedades alucinógenas da iboga observado o comportamento curioso destes

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animais.
Em 1901 a ibogaína foi isolada pela primeira vez. Há notícias de que ela teria sido usada no ocidente desde do
início do século no tratamento de gripe, doenças infecciosas, neurastemia e doenças relacionadas ao sono.
Em 1962, Howard Lotsof, um jovem viciado em heroína em busca de uma nova droga, acaba descobrindo a
iboga. Após uma viagem de 36 horas, relata que perdeu totalmente o desejo de consumir heroína e não sentiu
nenhum sintoma de abstinência. Administrou a substância a sete amigos também viciados, e em cinco casos o
resultado foi o mesmo.
Em 1983 Lostsof reportou as propriedades anti-aditivas da ibogaína e em 1985 obteve quatro patentes nos
EUA para o tratamento de dependências de ópio, cocaína, afetamina, etanol e nicotina. Fundou o International
Coalition for Addicts Self Help e desenvolveu o método Endabuse, uma famacoterapia experimental que faz
uso da ibogaíne HCl, a forma solúvel da ibogaína. Através da administração de uma única dose, cujo efeito
dura dois dias, haveria uma atenuação severa ou completa dos sintomas de abstinência, permitindo que o
dependente se desintoxique sem dor. Em segundo lugar, uma retirada ou perda do desejo de consumir drogas
por um período mais ou menos longo de tempo.
Os rituais de iniciação da tradição do Bouiti (2)
Atualmente a iboga é utilizada por curandeiros tradicionais dos países da bacia do Congo e na religião do
Bouiti na Guinea Equatorial, Camarões e sobretudo no Gabão, onde membros importantes das hierarquias
políticas e militares do país são adeptos. Aproveita-se principalmente a casca da raiz mas também atribui-se
propriedades medicinais às folhas, a casca do tronco e a raiz. No Gabão, a raiz e a casa da raiz são encontradas
facilmente nas farmácias tradicionais e nos mercados das principais cidades. Existe aí uma ONG dedicada
inteiramente a iboga. Se mantida a tendência atual, a coleta da espécie selvagem está colocando-a em risco de
extinção. A iboga pode ser utilizada sozinha ou em combinação com outras plantas. Ela é empregada no
tratamentos da depressão, picada de cobra, impotência masculina, esterilidade feminina, AIDS e também
como estimulante e afrodisíaco. Na crença dos curandeiros locais, é eficaz também sobre as "doenças
místicas", como é o caso da possessão.
Tonye Mahop, pesquisador do Jardim Botânico de Limbe, conta que "existem vários registros de cura da
dependência de cigarro, de mganga (marijuana africana) e de fofo (um álcool local concentrado, feito de vinha
de palmeira) com a iboga nos cultos do Bouiti. O problema é que os informantes não contam bem como
preparam e usam a planta, tem uma parte do conhecimento que fica sempre em segredo".
Existem dois tipos de Bouiti: o tradicional (que rejeita o cristianismo) e o sincrético, o mais difundido. O
primeiro é praticado pelos Mitsogho e o segundo pelos Fang, ambos grupos Bantu. É provável que durante o
século XIX os pigmeus tenham transmitido seus conhecimentos aos Apindji, que os teriam passado por sua
vez ao Mitsogho, ambas populações do sul do Gabão. Estes grupos elaboraram durante o século XIX um culto
dos mortos, o Bouiti tradicional. O Bouiti sincrético ou Fang foi elaborado na época da primeira guerra
mundial. Ele é produto de influências do Bouiti tradicional; do culto ancestral tradicional dos Fang, o Bieri
(que utilizava uma outra planta alucinógena), e da evangelização cristã, sobretudo católica. Atualmente há
nove ramas do Bouiti. Existe um outro culto que utiliza a ioga, o Abri, até hoje pouquíssimo estudado. Este é
comandado por mulheres e se dedica ao tratamento de doenças com ioga e outras plantas medicinais.
Abada Mangue Clavina é presidente da Associação Bombo Ima et Bandeei (ASSOKOBINAC) dos Camarões
e líder de uma igreja Bouiti Dissumba Mono Bata em Yaounde, cuja base é o núcleo familiar composto por
suas duas mulheres e 10 filhos. Há prières todos os sábados. De acordo com ele, existe um tratamento
específico para a tóxico-dependência com o uso da iboga, que dura dois ou três dias, dependendo do paciente
e da gravidade do problema. São ministradas duas, três ou quatro colheres de café (4 a 8 g) de um pó da casca
da raiz (essa é raspada e picada). A "iboga purifica o sangue. Temos obtido sucesso em 100% dos casos". Os
casos mais difíceis podem exigir a realização de iniciação, que tem como custo 200.000 mil francos centro
africanos (CFA) em oposição aos 50 mil empregados no tratamento ordinário.[3]
A iniciação dura três dias. Na abertura, o candidato confessa todos os seus pecados e toma um banho ritual.
Este momento clímax da vida do bouitisita é marcado pela ingestão em jejum de uma enorme quantidade de
eboka (pode chegar a 500g) e de ossoup, uma espécie de chá frio feito com a raiz da planta. O grupo
acompanha o neófito durante a prière, onde todos cantam, tocam e dançam noite a dentro.
A iniciação tem como objetivo produzir um coma induzido - os estudiosos ainda não conseguiram definir com
precisão o tempo de duração deste. De acordo com os praticantes, em algum momento o espírito sai do corpo
e viaja para o plano da criação, para o "lado de lá", isto é, visita o mundo dos mortos. Pode receber revelações,
curas ou se comunicar com os seus ancestrais. A citar, a "harpa sagrada", orienta a viagem e traz o espírito de
volta para o corpo. Terminada a cerimônia, o sujeito, renascido com uma nova identidade - Bandzi, 'aquele

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que comeu' - deve relatar detalhadamente as suas visões e experiências. A diferença do ritual Bouiti com
outros rituais de passagem tradicionalmente estudados pelos antropólogos, é que neste caso, a morte é quase
real (e não metafórica ou simbólica), pois explora-se o limite concreto entre vida e morte.
A curandeira Nanga Nga Owono Justine, iniciada há 25 anos na rama Dissumba do Bouiti, explica: "A Eboka
é uma ciência que corrige. Ela é como uma porta que se abre somente quando uma pessoa morre. Os negros
tiveram a fortuna através da Eboka de visitar o lugar para onde iremos quando morreremos, só que antes de
morrer - é uma ocasião de se transformar." Sua mãe, a anciã Bilbang Nga Owono Christine, acrescenta: "para
se curar você tem que estar convencido, é você mesmo que se cura. Precisa da intenção, da eboka e da fé em
Deus, que é o maestro de tudo". Lembrando a sua própria iniciação, época em que tinha uma "doença nos
olhos", contou que "uma estrela me guiou até um hospital no lado de lá, onde eu fui operada dos olhos. Vi o
meu espírito saindo do meu corpo e os médicos me operando. Voltei curada".
Podem ocorrer morte nos rituais de iniciação do Bouiti. Segundo Calvin, isto pode acontecer devido a
diversos fatores. Um deles é a incompetência ou falta de capacidade do guerriseur. Outro é que a eboka não
pode ser administrada para um doente que esteja demasiado debilitado fisicamente. Finalmente, "se doente
que faz a iniciação é um bruxo, durante viagem astral o seu espírito quer para ir para a zona da obscuridade.
Ele pode se perder e no caminho e não conseguir voltar, causando a morte do corpo físico". Os Fang
conhecem um antídoto, uma folha que anula o efeito da eboka, a qual chamam Ebebing.
A Versão científica
A literatura científica sobre o tema é controversa. Sabe-se que a ibogaína produz ataxia (perda do equilíbrio
corpóreo), tremores, aumento da temperatura corpórea, da pressão e da freqüência cardíaca. Estudos em ratos
e primatas demonstraram que a ibogaína em quantidade de 100 mg/kg é neurotóxica (a dose utilizada no
tratamento de Lotsof é normalmente de 25 mg/kg). Ela é diferente de outros medicamentos na medida em que
é a única substância conhecida que age diretamente sobre o mecanismo da dependência no corpo humano.
Entretanto, não se sabe ao certo exatamente o seu grau de eficácia: há casos de recuperação e de fracasso do
tratamento. Não existe nenhum estudo científico que comprove que a ibogaína cura dependência, apenas
evidências anedóticas - que não são poucas. Para entender o problema simplificadamente: uma substância é
considerada segura para uso humano quando se aplicada em doses superiores a 10 vezes em um animal não
apresente grau de toxicidade. No caso da iboga, foram constatados efeitos neurotóxicos em doses até 4 vezes
superiores, ou seja, não existe uma margem de segurança suficiente. De fato, assim como há relatos de morte
nos cultos de iniciação Bouiti com iboga, houve três mortes no tratamento não controlado de toxicodepentes
com ibogaína na Holanda, França e Suíça. Mas não faltam entusiastas das suas virtudes e num rápido passeio
pela internet é possível encontrar diversos relatos de cura de dependência com a ibogaína.
Os tratamentos com ibogaína não são autorizados nos Estados Unidos, Reino Unido, França ou Suíça. Mesmo
assim tem sido usados clandestinamente em quartos de hotéis e apartamentos. No Panamá, a instituição
liderada por Lotsof cobra 15.000 dólares o tratamento; na Itália, o custo é de US 2.500, e nos Estados Unidos
varia entre 500 e 2.500 dólares. Em Israel a iboga está sendo pesquisada para uso no tratamento da "síndrome
do pós-guerra" que afeta soldados.
De acordo com italiano Antonio Bianchi, médico e toxicólogo em produtos naturais, a ibogaína "age sobre
uma quantidade de receptores neuronais incrível. Sua característica fundamental é a sua ação sobre a NMDA
(N-metil-D-aspartate). Estes receptores estão presentes sobretudo em duas áreas: o hipocampo, que controla a
memória e as recordações, e a sensibilidade proprioceptiva, parte responsável pela sensação que temos do
nosso corpo físico." Se estes receptores são bloqueados, a pessoa constrói uma imagem do "eu" que não está
relacionada com o eu físico, ou seja, está fora do corpo. Este seria o mecanismo neurofisiológico da "viagem
astral", o ponto de encontro entre a teoria nativa e a científica. «Nestas condições, o homem tende a construir
aquilo que é definido como uma bird eye image, ou seja, o sujeito assume uma projeção de si mesmo a partir
de uma posição do alto», afirma o médico.
Esta sensação não é provocada apenas pela ibogaína. Ela pode ser produzida também pela ketamina, um
anestético endovenoso, ou ser resultado de um choque, uma meditação profunda etc. A medicina tem
dedicado atenção crescente a um fenômeno conhecido como "near death experiences", pessoas que passaram
por perto da morte. Existem relatos de recorrências neste tipo de experiência: a presença de uma luz infinita
que é a própria divindade, encontro com mortos, visão panorâmica da própria vida passada etc.
Cientificamente, a explicação é de que o cérebro, quando submetido a uma enorme stress (como num ataque
cardíaco, por exemplo) produz alucinações, reconstruindo imediatamente um mundo fantástico. A iniciação
com a iboga seria uma experiência deste gênero. De fato, algumas descrições bouitistas sobre o « mundo de lá
» coincidem com os relatos das pessoas que passaram por uma experiência vizinha da morte. Para os místicos,

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ao contrário, esta é uma evidência de que este mundo existe mesmo, a continuação da vida após a morte.
A profecia Bouiti
Existe uma profecia Bouiti, surgida nos anos 40 - período em que missionários católicos colonialistas
franceses investiram severamente contra o culto - de que este se expandirá, unindo todos os povos negros do
mundo. Por isso, os bouitistas estão abertos para a iniciação de brancos. Nos últimos anos, diversos
estrangeiros, sobretudo franceses, têm se submetido a experiência. A curandeira Justine comentou, entretanto,
que "já constatamos que os europeus não tem o mesmo organismo que nós. Então fazemos um tratamento
mais leve, não se pode dar a mesma quantidade de eboka que damos para um africano. Quando sabemos que a
pessoa já ‘viajou', paramos."
Participei de uma prière e comi uma colherinha de iboga. O efeito foi fortíssimo, durando 24 horas. Não posso
dizer que entendi muita coisa, além do que achei o ritual bem cansativo. A sensação foi de que os Fang tem
razão, a iboga é qualquer coisa que não tem a ver com este mundo, mas diz respeito ao mundo dos mortos.
Ficou apenas uma enorme curiosidade - e medo - de me submeter a iniciação. A África, por si mesma, já é
bastante inebriante.

JUREMA

A "Jurema Negra" ( Mimosa Tenuiflora ), é também conhecida como Espinheiro Preto. É uma árvore muito
conhecida no nordeste brasileiro~. São utilizadas a casca e a raiz macerada na água, vinho ou cachaça.

É desta planta que se origina o famoso "Vinho da Jurema", citado até na obra "Iracema", de José de Alencar :
"Através da planta, os guerreiros de Araquem entravam em comunicação com o mundo invisível"
É usada nos rituais do Catimbó e pajelanças, principalmente entre os índios Jês e Tapuias e Kariris (BR). O
preparo da bebida e o cerimonial eram secretos. Era usada por médicos-feiticeiros, juntamente com o fumo e o
maracá, para abençoar, aconselhar e curar. A ingestão permite ao pajé entrar em contato com seus espíritos
ancestrais.Na Umbanda, Jurema é a dona das ervas mágicas.
Segundo Sangirardi Jr.,os pajés indigenas ensinaram aos brancos e mestiços os mistérios da pajelança, e esta
influiu no Catimbó. O "Cauim" (cachaça com Jurema), dá um sentimento de plena energia, de paz com o
mundo e com nós mesmo, de empatia com todas as criaturas.
No início dos anos 90 tive a oportunidade de experimentar algumas vezes a casca da raiz de Jurema em
maceração a frio com vinho branco pelo período de 21 dias e pude sentir um transe moderado.
No final Encontro da Nova Consciência de 2.007 em Campina Grande - Paraiba, Chris e eu, participamos de
uma mesa redonda sobre "Plantas de Poder" onde conhecemos o antropólogo Rodrigo Grünewald.

Nossas afinidades nos levaram a participar de uma jornada para colher a "Raiz de Jurema" para um preparo,
consagrando uma bebida feita da mistura de Jurema DMT e Peganum Harmala (Harmina) que possui
principio ativo semelhante ao da Ayahuasca .
Abaixo nota de Rodrigo:
"O termo Jurema designa várias espécies de plantas psicoativas dos gêneros Mimosa, Acácia e Pithecelobium,
mas também vários tipos de bebidas, de cultos e de contextos de uso.
Há uma diversidade de significados abrangida pelos usos da Jurema, passando pelos contextos indígenas, pelo
Catimbó, ou seu consumo nas religiões “afro”, até os experimentalismos urbanos contemporâneos. Assim, nos
anos noventa, foi elaborada na Europa uma nova bebida feita a partir das cascas de raízes de Jurema (mimosa
tenuiflora willd poir) e de sementes de Arruda da Síria (Peganum harmala). A esta beberagem se
convencionou chamar, também, de Jurema. Diferente das Juremas dos cultos afro-ameríndios brasileiros, esta
bebida serviu como um análogo da ayahuasca, bebida composta a partir do cipó Banisteriopsis caapi e das
folhas da Psychotria viridis e regularmente usada em cultos brasileiros com os nomes de Daime ou Vegetal.
A criação da Jurema européia objetivou sua utilização na substituição do Daime em trabalhos terapêuticos
então realizados em Amsterdam. Posteriormente, esta Jurema difundiu-se pelo Brasil entre grupos urbanos
que a acolheram dentro de perspectivas espirituais variadas, mas essencialmente informadas por uma bagagem
fornecida pelas religiosidades ayahuasqueiras e “new age”. Alguns autores propuseram denominar esta nova
bebida de “Juremahuasca”. A partir dessa caracterização e focando os processos sociais concretos de
experimentação da jurema em tais contextos rituais recentes, o presente trabalho pretende analisar o
ecumenismo presente em suas formatações, bem como apontar para obstáculos culturais que parecem

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dificultar sua expansão em larga medida."

Rosane Volpatto descreve a cerimônia do Ajucá :


"A cerimônia do ajucá ou jurema, praticamente desapareceu do Brasil e é um dos rituais que combina
elementos cristãos, indíigenas, espíritas e afro-brasileiros.

O nome jurema é originário de uma árvore (acácia jurema), cujas raízes os pajés faziam uma bebida capaz de
produzir sonhos adivinhatórios.
O antigo ritual realizado pelos indígenas, supunha que os guerreiros poderiam viajar ao mundo dos espíritos
tomando a poção. Os índios sonhavam, mas eram somente as mulheres que interpretavam tal sonhos e podiam
revelar o passado e o futuro.
Dois grandes grupos indígenas praticavam este ritual: os jês (tapuias) e os karirís. Os detalhes destas
cerimônias ficaram perdidos para sempre, pois nenhum historiador ou escritor se preocupou em escrevê-los.
Até o século XIX, o fato de beber jurema era considerado um ato de bruxaria ou prática de magia e seu uso
era secreto. Alguns indígenas foram presos praticando este ritual, entretanto foram ele que ensinaram aos
brancos e mestiços o uso da planta.
Existem dois tipos de jurema, a branca (Pithecolobium diversifolium) e a negra (Mimosa nigra Hub.). Os
pajés indígenas elaboravam uma bebida com a jurema branca que produzia sonhos afrodisíacos e
premonitórios. Também é muito usada pelos pais e mães de santo do candomblé de Pernambuco.
A infusão de jurema é preparada com suas raízes, que devem primeiro serem raspadas para eliminar a terra
que nela se apresenta agregada e depois serem muito bem lavadas. Em seguida, a raiz deve ser colocada sobre
uma pedra e macerada com a utilização de outra pedra. A massa formada deve ser diluída em um recipiente
com água. Pouco a pouco a água se transforma em um líquido avermelhado e espumoso, semelhante ao vinho,
motivo pelo qual é conhecido por este nome.
Esta bebida sagrada era servida em rituais não só dos indígenas, mas também nos cultos afro-brasileiros. Estes
últimos acrescentavam à bebida mel, ervas e outras substâncias. Nos rituais de magia negra acrescenta-se
sangue de animais. Em alguns templos, costumava-se misturar a jurema com aguardente de cana de açúcar, o
que chamam de "cauim".
As folhas de jurema também são usadas secas, misturadas ao tabaco, que são fumados em cachimbos que os
indígenas faziam com o tronco da jurema. O pajé coloca o cachimbo ao contrário, onde se deposita o tabaco, e
sopra sobre a poção que se encontra no recipiente. Curiosamente, forma-se uma figura em forma de cruz no
líquido com um ponto em cada um dos ângulos formados pelos braços da cruz. Os galhos e as flores da
jurema são destinados à rituais de limpeza que combatem o mau-olhado e eliminam qualquer bruxaria do
corpo. Também servem para que os médiuns do candomblé ou da umbanda possam ver o futuro com mais
clareza.

Em outros rituais possui a função depuradora: costuma-se soprar a fumaça nos quatro cantos do templo ou da
casa, expulsando assim os maus espíritos. Em seguida, um assistente recolhe o recipiente e o deposita sobre
uma esteira de palha. As mulheres mais velhas das comunidades das regiões pobres do interior são convidadas
a participar na cerimônia formando um círculo ao redor da poção. Todos os participantes acendem seus
cachimbos que passam de mão e mão e de boca em boca, de modo cerimonioso e fraternal.
Uma cantadeira agita as maracás feitas com cabaças, enquanto entoa hinos para evocar a Jesus Cristo, à
Virgem Maria, à Padre Cícero, à cabloca Jurema e outras entidades, pedindo-lhes a benção para todos os
presentes. Elas também benzem individualmente todos os presentes. Quando a cantadeira se cansa, pede para
ser substituída por outras mulheres. Ao final de algumas horas, o chefe da cerimônia serve a bebida sagrada à
cada um: só podem beber dois tragos. O que sobra é jogado fora, a modo de libação, em um buraco sagrado.
Durante o transe (estado alterado de consciência)o participante, pode pedir aos santos ou entidades invocadas
que lhe deixem ver com claridade o passado, presente e futuro. Também pode rezar para pedir a proteção
individual ou coletiva aos espíritos protetores da natureza, geralmente de origem indígena ou afro-brasileiros.
Os participantes também podem conectar os mortos. O ajucá é um dos reinos mágicos, invisíveis habitado por
"espíritos dos bons conhecimentos". Um destes reinos era o da Pedra Bonita, em Pernambuco, onde até hoje
existem duas enormes pedras graníticas. Ali residiu o líder de uma seita que, no século passado, ordenou o
sacrifício de muitas pessoas empregando a jurema em seus rituais. Entretanto, dizem que a jurema estava
adulterada por outras substâncias que levavam à loucura, como o manacá (Brunfelsia hopeana Benth), uma
planta tóxica.

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Existe a crença de que os mortos se encarnam em algumas árvores, especialmente na jurema. Por isso, estas
árvores são sagradas no nordeste do Brasil. Em torno delas acende-se velas e costuma-se rezar. Muitos são os
que pedem à planta que lhes mostre seu destino, o que na maioria das vezes é revelado através de um sonho,
na mesma noite ou nas noites seguintes a petição.
Os efeitos do "vinho de jurema", são muito bem descritos por José de Alencar em seu romance Iracema.
"....Durante a preparação dos guerreiros tabajaras para a guerra com os pitiguaras, Iracema lhes serve o vinho
da jurema e, enquanto os guerreiros deliram, ela ..."
Também, segundo Andrade, “enraizamento lingüístico do termo Yu'rema na língua tupi é um forte indício de
que o uso primordial, inclusive cerimonial do vinho da Jurema, além de ser herança da cultura indígena,
regional, certamente já existia antes da presença dos colonizadores”.
A jurema sintetiza uma potente substância alucinógena, a dimetiltriptamina ou DMT, responsáveis pelos
efeitos. "

PARICÁ - VIROLA
VIROLA (Virola Calophylla) - PARICÁ (Piptadenia / Anandathera Peregrina)
Utilizados em pó como rapé. Vem das sementes leguminosas (paricá) ou das cascas do tronco (virola).
Utilizado pelos índios brasileiros, as plantas são aspiradas através de tubos, pelas narinas.

Paricá

Há varios nomes para o Paricá : niopo, nupa, yopo, cohoba, niopa, nopa, yopa, jopa, yupa, curupa, niopa,
cogioba, cohiba, coíba, kurupaiara, cebil, cevil, mori, hataj, hisioma, kakoímes, curuva, . Outros do Brasil :
angico, angico-branco, angico-do-campo, angico-roxo, angico-vermelho, arapiraca, cambuí-angico, curupaí,
paricá-de-curtume, paricá-de-terra-firme, tiborana e outros.
Ela é de uso restrito ao xamã/pajé, que a aspira e cai em transe, entrando em comunicação com os espíritos.
Então ele fica com plenos poderes para desempenhar seu papel de adivinho, curador e conselheiro. Dizem que
dá grande resistência física, e visões. Diminui a sensação de fome, sede.
è uma árvore perene do gênero uma árvore do género Anadenanthera para o Caribe e América do Sul. Ela
cresce até 20 metros altura, com uma casca espinhosa. Suas flores são brancas e amarelo pálido ao esférico
.Trata - se de uma enteogeno utilizado na cura e cerimônias rituais. Contém bufoteína, uma triptamina que
está relacionada com o neurotransmissor serotonina. Esse alcalóide é encontrado na pele de alguns sapos
(kampun)
Sangirardi Jr : O Pó sagrado dos Feiticeiros
"Massaricado nos instantes de fome, evoca Jurupari. O marido, desconfiado de que a mulher o traia, que tinha
um amante, recorre às virtudes do paricá. "Aquele companheiro dela era uim pouco pajé, cheirou paricá, viu
logo como sua mulher lhe fazia..."Esta lenda evidencia o caráter mágico e divinatório do paricá, restrito aos
poderes do pajé, o xamã, o homem medicina.
É uma cena comum, no consumo ritual das drogas hierobotânicas. O pajé está sentado ou de cócoras, com
toda a sua parafernália miraculosa. Diante dele estpá o enfêrmo, o deventurado ou o aflito.
Então o xamã absorve a substância prodigiosa, cai em transe e entra em comunhão com os espíri8tos. Agora
está com plenos poderes para desempenhar seu papel de adivinho, médico e conselheiro. Profetiza, adverte,
receita, orienta. Descobre a origem das influências maléficas e arregimenta as forças necessárias para
combatê-las.
Entre os waikás do Alto orenoco, a Piptadenia (hisioma) é planta sagrada, ligada a dois espíritos que a criaram
em tempos remotos. Segundo o Padre Pane, os índios que absorviam cohoba viam os companheiros
caminhando no ar e, após despertarem, contavam tudo o que lhes haviam revelado os Cemi ou Grandes
Espíritos.

Entre os índios karimés, o paricá é denominado kokoíme. E kokoíme é também o nome do Grande Espírito da
Montanha, que vive nessa planta. Basta que se aspire o rapé, para receber uma parcela desse espírito e suas
forças excepcionais. Durante o consumo cerimonial dos kokoíme, o médico feiticeiro conversa com os
espíritos.
Os índios Kaxuiâna, trico xaribe do Rio Trombetas, consideram sagrado o pó de pariá, que consomem durante
um longo e complicado ritual: a festa do mori absorveu todas as doenças e malefícios, sendo por isso atirada
na mata, despachada; ; a outra parte está impregnada de mana, de qualidades purificadoras e fortificadoras, e é

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consumida durante a cerimônia.
Com mori, a tribo entra em comunicação com o uoroquiemã de cada indio ( espíritos animais, personificação
das forças da natureza).
Finalmente, num recesso da mata, os xamãs consultam Utaré, o Grande Espírito dos Kaxuiânas, chefe de
todos os pajé. Mas Trarére não fala diretamente com a voz humana, fala pelas linguagem das flautas sagradas,
que só os pajés (piádzes) entendem.
Há tribos que usam o rapé paricá puro, o que é, no entanto, bastante raro. O Universal é usarem um ou mais
aditivos, os quais são identicos ao da coca: cochas trituradas de caramujos hidrófilos, farinha de mandioca e,
ainda, outras como o tabasco e a ayahuasca, caapi ou yajé.
Abaixo, parte da entrevista da antropóloga Beatriz Labate (B) com o antropólogo Anthony Henman (A)
:
B: O que é o paricá? Quais são as evidências de que ele era consumido junto ao São Pedro?
- A: O paricá é um pó preparado a partir das sementes da Anadenanthera peregrina, uma árvore muito comum
na selva, que cresce dos Andes até São Paulo. Essa semente contém dimetiltriptamina, o mesmo princípio
ativo da ayahuasca (Banisteriopsis caapi + Psychotria viridis). Quando você toma o São Pedro e adiciona o
paricá, faz com o que a viagem, que até aí teria sido mescalínica – ou seja, sem grandes vôos visuais –
provoque uma alteração pronunciada no campo visual. Esse efeito do paricá dura de meia a uma hora no
máximo.

Provavelmente nesse momento as pessoas eram colocadas diante da imagem felínica. Essa tese se apoia na
existência, em Chavín, de uma série de cabeças incrustadas nas paredes da pirâmide, em vários estágios de
transformação: desde um humano totalmente humano até um felino totalmente dragão. A metamorfose, como
mostraram alguns pesquisadores,está claramente associada com o inchaço do nariz. Portanto, a minha
interpretação é de que, ao adicionar o paricá – que é cheirado –, produzia-se uma transformação felínica, uma
verdadeira “encarnação” do espírito tutelar do culto. Há também muitas evidências do uso conjunto das duas
substâncias [São Pedro e paricá] em outras culturas que apareceram depois, no Horizonte Médio do Peru,
entre os Mochica, os Nasca e os Wari.
- B: Mas o paricá e o São Pedro nem sempre são consumidos em conjunto...
- A: É verdade. As “tabletas” de paricá, espécie de bandejinhas para cheirar o pó, também foram amplamente
distribuídas em épocas pré-hispânicas no sul andino, até o norte do Chilee o norte da Argentina. Aí não se
sabe ao certo se as pessoas usavam o cacto também – é difícil precisar se as duas plantas sempre foram
associadas ou se, em alguns casos, eram usadas separadamente. No caso amazônico, é claro que o paricá foi
usado sem São Pedro,numa extensa área que incluía parte do Brasil. Mas as evidências de Chavín me
estimularam a fazer experiências comigo mesmo e com pelo menos vinte pessoas sob minha orientação.Todos
parecem concordar em que o efeito combinado de São Pedro e paricá é mais interessante, levando a espaços
mais insólitos do que aqueles provocados por cada uma das substâncias separadamente.
- B: Existem evidências históricas de que os incas utilizavam a wachuma? Este tipo de idéia parece ser moeda
corrente entre grupos esotéricos contemporâneos.
- A: Não há absolutamente nenhuma evidência histórica nesse sentido, assim como não háprovas
arqueológicas, nem etnográficas, de que os incas consumissem a ayahuasca. Há certeza, sim, de que usavam
folhas de coca e que consumiam as sementes de paricámoídas, misturadas na chicha (bebida de milho
fermentado).
Virola
Outros nomes: iàquí, hacudufa, epená, nyakuana, yaca, yala, yato. Os tucanos chamam a virola de paricá.

Arvore nativa da Colômbia, peru, Sul da Venezuela e noroeste da Amazônia brasileira. A resina avermelhada
que escorre da casca, quando sua casca é arrancada, contém, entre seus princípios ativos, alta concentrações
de triptaminas, principalmente a DMT, além de miristicina, óleo também encontrado na noz moscada.
Depois de extraída, coada e fervida, durante horas, a resina é trasnformada numa pasta que é colocada para
secar, sendo em seguida pulverizada até se obter uma espécie de rapé, ao qual são misturadas cinzas vegetais.
Entre os índios da Amazonia, este rapé é de uso exclusivo do feiticeiro ou xamã, que consome a droga em
rituais mágicos, aspirando-a a través de um tubo. Ao ingerir o pó, o xamã mergulha num sono profundo e
agitado, repleto de visões e sonhos, acompanhados por gritos e murmúrios, enquanto as mensagens dos
espíritos são cuidadosamente anotadas por um assistente que o acompanha em seu transe.
Transcrevo abaixo trechos do livro O Círculo dos Fogos - Feitios e ditos dos indios Yanomami, do

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antropólogo Jacques Lizot :
"...Rikomi vascula a floresta procurando a casca da arvore Virola Elongata. Seca a casca e reduz a pó fino,
que , que é despejado num longo tubo fino, fechado hermeticamente com pele de sapo.
...Eis que os xamãs avançam , com seus tubos para inalação. Colocam os pós mágicos num pote de cerâmica.
Turaewê dá o sinal para a inalação. Seis vezes o caroço oblongo fixado na extremidade do tubo com resina é
introduzido nas narinas de Rikomi e lá espalha a sua semente mágica. depois é a vez dos xamãs.
Então é preciso afastar as mulheres e crianças que ficavam por ali: as mulheres, por causa do odor vaginal que
exalam, e que não agrada os hekura (espíritos de planta ou animal, seres sobrenaturais), as crianças, porque
não poderão suportar as forças que irão se manifestar. Após um longo silêncio em que se concentrava
buscando sua inspiração, Turaewe
- Espírito Lua ! Espírito do remoinho das águas ! Espírito do urubú ! Desçam em mim !
Segundo Sangirardi Jr.: " Como acontece com os rapés oriundo da Pitadenia, os oriundos da virola também
são de uso ritual exclusivo do médico-feiticeiro. este cai num sono profundo e inquieto, povoado de visões e
sonhos reveladores.
Enquanto dorme, o xamã murmura, grita sons divinatórios atentamente observados por um acólito, que está ali
para interpretar a mensagem dos espíritos.
Koch-Grunberg descreve um xamã dos índios Yekwana, do rio Ventuari, afluente do Orenoco, na Venezuela.
ele foi preso de violenta excitação, começou a cantar e gritar selvagemente e, durante todo o tempo, seu corpo
oscilava para frente e para trás.
Absorvendo o rapé pelas narinas o xamã absorve o espírito da planta e se integra no mundo mágico.

Tubos Inaladores

Em suas prises de paricá ou virola, os indios não usam os dedos para levar a pitada de pó nas narinas, como
fazem os brancos com o rapé: utilizam sempre um tubo inalador.
Salvo raríssima excessões, os tubos de inalação são feitos de ossos ocos, formam um ângulo do tarso de um
ave pernalta. O rapé é consumido de sua formas diferentes :
• através de aspiração nasal
• introduzido nas fossas nasais mediante ao sopro de terceiro.
As variaçõesde uso dependem principalmente da forma do tubo inalador em Y, em V em X ou formando um
duto único em reta.

PEYOTE

O Peiote ( Lophophora Williamsii ) é um pequeno cacto redondo (menos de 12 cm no diâmetro, uma planta de
poder utilizada pelos nativos do México e EUA. O famoso mescalito, dos livros de Castañeda, (derivado da
mescalina seu princípio ativo) É o sacramento da Igreja Nativo Americana - NAC (Native American Church ).

Segundo Sangirardi Jr., os nomes peyote, peiote, pellote são formas hispanizadas do nome vulgar do cato
sagrado dos antigos astecas. Os autores ingleses e norte-americanos escrevem peyote. Em náuatle é peyotl.
assim grafaram os primeiros cronistas coloniais. e assim permanece até hoje entre os indios mexicanos.
Os huicholes dão ao peiote o nome de hicurí; os coras, seus vizinhos de huatari. entre os tarahumares
rambém é hicurí, mas seguido de um oposto, huanamê que significa superior, mais alto, por certo em
decorrencia do caráter religioso da planta. É o señi dos kiowas, o wokowi dos comanches e o ho dos apaches
mescaleros.
A maioria das ceremonias formais do Peiote misturam rufar tambores de água, cantar, orar, e contar histórias
como meios de oferecer agradecimentos e como uma maneira de compartilhar com o Criador.Usado pelas
tribos mexicanas, seu uso, era uma tradição bem estabelecida na época da entrada européia no mundo novo.
Este uso religioso pré-histórico difundiu eventualmente nas regiões norte-americanas. Junto com esta
migração vieram as mudanças nas ceremonias básicos associadas com o Peiote.
O peiotismo mexicano é muito famoso pelas práticas tradicionais da Tribo Huichol. . A maioria do peiotismo
norte-americano são identificados com a Igreja Americana Nativa – Native American Church (NAC), um
grupo grande na maior parte composta por nativos. Há umas divisões numerosas do NAC (NAC de America
do Norte, NAC de Navajoland, NAC de S. Arizona, etc.), com cada divisão composta de diversos núceos
locais. Segue abaixo transcrição do artigo de Lu Gomes e Roberto Navarro :

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" Com a chegada dos conquistadores espanhóis no México, o peiote foi perseguido pela inquisição e proibido
como obra do demônio, o que não impédiu que seu uso continuasse muito difundido entre os indios
mexicanos. na verdade, a disseminação cresceu nos anos seguintes, quando foi introduzida nos EUA pelos
apaches mescaleros. No século XIX, o peiote desempenhava papel central na religião de várias tribos norte-
americanas, incluindo os comanches, os cheyennes, os delawares e os kiowas.
Em 1906 surgiu a igreja Nativa Americana (Native American Church - NAC) que consomem legalmente o
peiote em suas cerimônias, graças a um dispositivo constitucional que assegura total liberdade aos cultos
religiosos, para o restante da população desses dois países, assim como para o resto do mundo, o uso da droga
permanece proibido e restrito a experiências científicas.
O peiote deriva do cacto Lophophora, que cresce no Mexico e na região sudoeste dos estados Unidos. depois
de colhido, o cacto é deixado para secar, adquirindo então, o aspecto de um botão enrugado de cor marrom.
esse botão ressecado é o peiote, que contém vários alcalóides de ações diversas, incluindo, entre outros, um
excitante dos reflexos, um convulsivo e um estimulante respiratório. A planta deve seu poder principalmente à
mescalina, embora a presença de outros alcalóides psicoativos como a loforina e a anhalonina, produza efeitos
mais fortes e diferentes daqueles experimentados com a ingestão da mescalina pura.
O uso médico do peiote foi bastante difundido entre médicos norte-americanos no final do século XIX, que
receitavam como tônico cardíaco e medicamento para dificuldades respiratórias. ele também chegou a ser
testado antiespasmódico e até mesmo em caso de manifestações histéricas, mas hoje em dia sua aplicação
terapêutica é nula. estudos realizados na Universidade do estado da Califórnia, por James McCleary,
revelaram que substâncias extraídas do peiote possuem propriedades antibióticas inibindo as atividades
tóxicas do Sataphylococcus aureus , uma bactéria resistente à penicilina.
Samael Aun Weor, da Gnose, em seu livro : Tratado Esotérico de Endocrinologia, destaca a Glândula
Pituitária, como regularizadora e controladora da estrutura celular. A pituitária é a glândula mestre do sistema
endócrino, controlando as demais glândulas. Também tonifica os músculos involuntários do organismo. Cito
ainda a afirmação do Dr. Jorge Adoun, de que o atómo do Cristo Cósmico se acha na glândula pituitária. Ela é
do tamanho de uma ervilha e é localizada no cérebro. Blavatsky disse que a glândula pituitária é o pagem e a
porta-luz da Glândula Pineal.
Os yoguis dizem que da glândula pituitária nasce a flor de lótus de duas pétalas, eles asseguram que é dai que
vem o dom da clarevidência. Já alguns astrólogos afirmam que a pituitária está influenciada por Vênus.
Agora leiam o que Samael escreve sobre a pituitária, que tem a ver com o xamanismo :
Durante a colonização espanhola no México, conta-nos a tradição que sacerdotes católicos efetuaram
trabalhos de catequese junto aos astecas, falando-lhes de Anjos e Arcanjos. Por sua vez, os sacerdotes astecas
convidaram os católicos para comer. Dizem que os sacerdotes católicos comeram entre os alimentos um
cactus. Esses cactus despertaram momentaneamente a clarevidência dos sacerdotes espanhóis. Em seguida
estes viram anjos, arcanjos, etc, etc. O assombro foi terrível, e não sabiam os sacerdotes católicos o que fazer.
Entretando os índios sorrindo diziam :
- Estes anjos e arcanjos de que nos falais, faz muito tempo que os conhecemos !
Conta a tradição que sacerdotes católicos fizeram matar os sacerdotes aztecas considerando-os bruxos ou
feiticeiros. Não existe dúvidas de que esse cactus tem o poder de despertar instantaneamente a clarividência a
quem come. Esse cactus é o Peiote. A biologia não pode subestimar o peiote, nem assegurar em forma
dogmática e intransigente que as percepções sejam alucinações.
Castañeda em "A Erva do Diabo":
" Os outros estados de realidade não comum que Dom Juan me fez experimentar foram provocados pela
ingestão do cacto Lophophora williamsii (Mescalito), comumente conhecido por peiote. Geralmente a parte
superior do cacto era cortada e guardada até secar e, depois, mastigada e ingerida; mas, em circunstânciais
especiais, a parte superior era ingerida quando ainda fresca. A ingestão, porém, não era o único meio de
experimentar um estado de realidade não comum com a Lophophora williarnsii. Dom Juan sugeriu que
estados espontâneos de realidade não comum ocorriam em condições sui generis, e ele as classificou como
dádivas do poder contido na planta.
A realidade não comum provocada pela Lophophora williamsii tinha três características distintas:
• acreditava-se que fosse produzida por uma entidade denominada "Mescalito";
• era utilizável;
• tinha elementos constituintes.
Mescalito era suposto ser um poder único, semelhante a um aliado no sentido de permitir que a pessoa

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transcendesse os limites da realidade comum, mas também bem diferente de um aliado. Como um aliado,
Mescalito era contido numa planta definida, o cacto Lophophora williamsii. Mas, ao contrário de um aliado,
que era apenas contido numa planta, Mescalito e a planta que o continha eram o mesmo; a planta era o centro
de manifestações francas de respeito, merecendo uma veneração profunda. Dom Juan acreditava firmemente
que, sob certas condições, como num estado de profunda aquiescência para com Mescalito, o simples ato de
estar próximo ao cacto produziria um estado de realidade não comum.
Mas Mescalito não tinha regulamento e, por esse motivo, não era um aliado, embora fosse capaz de
transportar o homem além dos limites da realidade comum. O fato de não ter regulamento não só barrava
Mescalito de ser usado como aliado, pois que, sem um regulamento, ele não podia ser manipulado, como
ainda o tornava um poder muito diferente de um aliado.
Como conseqüência direta de não ter regulamento, Mescalito à disposição de qualquer homem, sem a
necessidade de uma longa aprendizagem ou o compromisso de técnicas de manipulação, como exigia um
aliado. E como ele estava disponível sem qualquer treinamento, Mescalito era considerado um protetor. Ser
um protetor significava que podia ser alcançado por qualquer pessoa. E no entanto, Mescalito como protetor
era acessível a todos; e, com certos a indivíduos, não era compatível. Segundo Dom Juan, essa
incompatibilidade era causada pela discrepância entre a "moralidade inflexível” de Mescalito e o caráter
duvidoso do próprio indivíduo.
Mescalito também era um mestre. Supunha-se que tivesse funções didáticas. Era um diretor, um guia para o
procedimento correto. Mescalito ensinava o caminho do bem. A idéia que Dom Juan fazia do caminho do bem
parecia ser um sentido de correção que consistia não de retidão em termos de moral, mas de uma tendência
para simplificar os padrões de comportamento nos termos da eficiência promovida por seus ensinamentos.
Dom Juan acreditava que Mescalito a simplificação ensinava ação do comportamento.
Acreditava-se que Mescalito fosse uma entidade. E como tal era suposto ter uma forma definida, que
geralmente não era constante nem previsível. Essa qualidade indicava que Mescalito era percebido de
maneiras diferentes não só por homens diferentes, como também pelo mesmo homem em ocasiões diferentes.
Dom Juan exprimiu essa idéia em termos da faculdade de Mescalito de adotar qualquer formes a concebível.
Para os indivíduos com quem ele era compatível, porém adotava uma forma imutável, depois que eles
tivessem participado dele por alguns anos.
A realidade não comum produzida por Mescalito era utilizável, e nesse ponto era idêntica à produzida por um
aliado. A única diferença era o fundamento lógico que Don Juan usava em seus ensinamentos para provocá-la:
a pessoa devia procurar "as lições de Mescalito sobre o caminho certo". A realidade não comum provocada
por Mescalito também tinha elementos constituintes, e aqui mais uma vez os estados de realidade não comum
produzidos por Mescalito e por um aliado eram idênticos. Em ambos, os característicos dos elelementos
constituintes eram a estabilidade, singularidade e falta de consenso."

SÁLVIA DIVINORUM

A MARIA PASTORA

A Salvia Divinorum pertence à família das sálvias ou mentas. É um arbustro silvestre que chega a medir
aproximadamente um metro de altura, sua folhas são ovaladas e chegam a quinze centímetros. Possue folhas
com coroas brancas e cálices púrpuras. É originial de Oaxaca, México e era cultivada pelos mazatecas para
adivinhações e cura. Para alguns indios era associada com a Virgem Maria de Guadalupe.
Um antropólogo da década de trinta, Jean Basset, mencionou uma infusão chamada de "Erva Maria" que
provocava visões e era usada para adivinhações por um povo do México, na década de cinquenta o Dr.
Weitlaner reportou o uso de "Maria Pastora ou Ska Pastora " entre os mazatecas de um pequeno povo de
Oaxaca. Na década de sessenta Gordon Wasson e Albert Hofmann levaram mostras da planta para
identificação, onde deram o nome científico de Salvia Divinorum, salvia = salvar, e divinorum = dos
adivinhos.
Segundo Wasson, era conhecida no Antigo México em náhuatl como pipiltzintzintli, que significa significa
"A Mais Nobre Princesa". Pipiltzintzintli refere-se a algo extremamente nobre, conotando a superioridade da
planta aos olhos dos ancestrais. A Sávia Divinorum permaneceu quase desconhecida até a década de 90

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quando um etnobotânico Daniel Sieberg comEçou seus experimentos e os publicou na internet.).
IlustraçãoJ. Valdés III La Maria Pastora.
As folhas de Maria Pastora são usadas de forma oral, em infusões e mastigações. Na Europa e nos EUA, são
fumadas folhas secas, ou extratos muito poderosos, que são fumados em cachimbos de água, acendido com
isqueiros maçaricos, pois a substância ativa Salvinorina A tem uma temperatura de vaporização muito alta, e
se fumada como cigarro ou com um isqueiro convencional não produz os efeitos desejados.
Mastigando folhas frescas os efeitos iniciam 30 minutos depois da ingestão e se prolongaram durante um
pouco mais de uma hora. Fumada, faz efeito em aproximadamente trinta segundos. Os extratos variam em sua
potência em 5X, 10X, 15X, 20X. À partir do 10X todos são extremamente potentes, desaconselháveis,
sobretudo para principiantes.
Aparentemente a salvinorina-A não atua através de nenhum dos neurotransmisores conhecidos.Estudiosos tem
dito que sua molécula não e alucinógena e sim onirógena; significa que dispara o mecanismo cerebral que
troca o estado de vigilia pelo de sonho, estado que pode ser chamado de "Sonho Lúcido "
Há muita informação sobre esta planta na internet. Mas muitas vezes são informações desencontradas, ou não
confiáveis, contendo imprecisões, exageros e até mentiras levianas. A manipulação de informações realizada
pelos meios de comunicação é um fato inegável e uma pessoa que busca conhecimento deveria estar alerta
para isso. Uma fonte de informação recomendada é o "Guia do Usuário da Salvia Divinorum", de Daniel
Siebert, traduzido em várias línguas, neste endereço: http://sagewisdom.org/usersguide.htmL
Há vários livros publicados, embora nenhum ainda em português. Há uma bibliografia no fim da página
pesquisa.
Até o momento, a ciência farmacológica considera que a planta Salvia Divinorum não possui qualquer
substância entorpecente, ou que cause dependência física ou psíquica. Na verdade, tem-se observado que os
elementos ativos da planta, Salvinorin A e Salvinorin B, são compostos moleculares únicos em seu gênero e
que, portanto, não se enquadram em nenhuma classe de substâncias proscritas ou proibidas pela normas
brasileiras e internacionais. Entretanto, sabe-se que o governo da Austrália criminalizou o uso desta planta em
junho de 2002 assim como a Dinamarca em 2003 sendo, até agora, é os únicos países que tomaram
semelhante diretriz. Também não há notícia de processos judiciais envolvendo o uso, posse, ou comércio de
Salvia Divinorum em qualquer lugar do mundo. A fim de manter-se atualizado sobre o status de legalidade da
Salvia Divinorum no mundo, verifique:
http://www.erowid.org/plants/salvia/salvia law.shtmL

PIPILTZINTZINTLI

Sangirardi JR. cita que R. Gordon Wasson esclarece que esta labíada é sempre cultivada, não se encontra em
estado espontâneo. os antigos cronistas espanhóis a ela se referiam como hierba, com as variedades
masculina e feminina; macho e hembra. e wasson conclui que o pipltzintzintli dos astecas, a divina planta da
era pré-colombiana, deve ser identica á Sálvia Divinórun, hoje invocada pelos Mazatecas em suas súplicas
religiosas. As folhas da erva, depois de esmagadas na metade, são infusas em água e filtradas, embora
registros coloniais mencionem a utilização de raízes, ramos e flores, possivelmente porque a planta tem
virtude divina em todas as suas partes.
Informa R. E Schultes que as folhas também podem ser mascadas frrescas. os efieetos são semelhantes aos
dos cogumelos sagrados, porém de menor duração. o característico são desenhos coloridos e tridimensionais
em movimento caleidoscópio.

TABACO

Nicotiana Tabaco & Nicotiana Rústica*

O tabaco aqui citado, não é industrializado, e sim o Tabaco Xamânico,uma planta ancestral. O Tabaco sempre
foi considerado pelos índios como uma Planta de Poder, porém caiu em mau uso pelos brancos, perdendo sua
força original e seu poder, sendo usado de forma viciante, responsável por terríveis males no organismo.

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O tabaco selvagem é uma planta muito poderosa e curativa, em seu estado original e na forma correta de sua
utilização. O tabaco é considerado uma das plantas mais sagradas do xamanismo. Ele fumado no Cachimbo
Ritualístico, carrega as preces para o Universo.
É usado para fazer oferenda aos guardiões, ao Grande Mistério, etc.Fumar tabaco ( em ritual ) é evocar o
Plano Espíritual.
Desde a aparição da Mulher Búfalo Branco para os nativos norte-americanos, o tabaco é considerado uma
planta que traz claridade. Ele é o totem vegetal da Direção Leste, do Elemento Fogo. E, como tudo que é fogo,
é ambíguo. Pode elevar, transmutar ou pode destruir.Quando o tabaco é utilizado espiritualmente, traz
purificação, centramento, transforma energias negativas em positivas, serve de mensagero.Quando utilizado
como vício pode matar.É utilizado no Xamanismo Universal. No Perú é fumado em rituais na Pipa ( cachimbo
) e na forma de cigarro. Os ayahuasqueiros chegam a dizer que :
Sin tabaco ! Sin la Ayahuasca ! Geralmente o fumo não é tragado ( tragar é coisa do vício ).
No Perú também extraem o mel de tabaco, um poderoso alterador de consciência.Podemos ver nos rituais afro
( candomblé, umbanda, etc) a utilização do tabaco pela entidades, fazendo purificações, passes, exorcismos,
oferecer charutos em despachos,etc.
No Chanumpa (EUA), para cada pitada de tabaco, convida-se um espírito para participar do ritual. Ele
também é ofertado para os espíritos, para o fogo, utilizado para abrir portais da mata, honrar a Criação,
confeccionar bolsas medicinais, pacote de preces,etc.
Outras formas de utilização
Entre os mateiros brasileiros, eles utilizam-se do rapé, para se harmonizarem com os seres da floresta.
Existem várias formas de utilização. Por exemplo : ao invés de utilizar produtos químicos, agrotóxicos para
combater pulgões e outras pragas no seu jardim, faça uma maceração a frio com 50gr. de tabaco puro, ou
fumo-de-rolo picado, durante 24 horas.
Leve para a panela, adicionando 20 pimentas, uma colher de sopa de cinzas peneirada, um pedaçõ de sabão de
coco e um maço de losna.
Deixe cozinhar por 20 minutos. Ao esfriar coe. Para utilizar dilua um copo dessa solução em 3 litros de água.

COMPRESSA PARA RETIRAR ENERGIAS NEGATIVAS


( Bom para dôr-de-cotovêlo, final de caso,etc )
Para meio litro de água, coloque 4 colheres de sopa de folhas secas de tabaco ( caso não ache, serve fumo-de-
corda), levando ao fogo até ferver. Quando ferver, deixe mais 5 minutos em fogo brando e retire deixando em
repouso por 15 minutos coberto por um pano branco. Coe.
Pegue um pano que cubra toda a area do abdômem.Molhe o pano na infusão do tabaco e coloque em seu
abdômem, deixando por 30 minutos.Esta compressa remove energias emocionais estagnadas, formas de
pensamentos, quebrantes, etc.
Segundo Sangirardi Jr., o caráter religioso da fumaça remonta tempos imemoriais. Desde as cavernas da pré-
história, o homem adorava o fogo. O fogo aquecia. Preparava os alimentos. Aclarava as trevas noturnas.
Afastava os animais bravios. E passou a afastar também os espiritos inimigos e as forças adversas. Do fogo
nasce a fumaça, que passa a participar do mesmo poder de purificar, exorcizar, de evocar os espíritos.
Fumado ou ingerido, produz o extase dos curandeiros, colocando-os em contato com forças superiores e
invisíveis, que lhes permitem curar doenças, prever o futuro, afastar maus espíritos, purifica e neutraliza
forças adversas.
Como expansor da consiência, é também usado um mel de tabaco, que é lambido. Também conta-se, que na
forma de rapé, é utlizado para harmonização com os sêres espirituais da floresta.
Os rituais com cachimbo são utilizados por todos os povos xamânicos de todos os continentes. Também
utilizados na forma de charuto, ou na palha do milho, mascados.É utlizado pelos nativos como estulantes
capaz de vencer a fome, a sede e o cansaço.
Muitos povos nativos contam a história de uma Mulher Sagrada, que engravidou de gêmeos. Mesmo dentro
do útero esses dois gêmeos brigavam. Um representava tudo o que era bom nos humanos, enquanto o outro
representava o oposto. Quando chegou o tempo do nascimento, o garoto bom nasceu de maneira tradicional.
O outro gêmeo estava tão ansioso para sair do útero, que ele se chutou para fora da mulher, ferindo-a
mortalmente.
O bom filho permaneceu com a mãe, e com seus extraordinários poderes, sepultou-a conforme suas
instruções. Ela lhe contou que mesmo com sua morte, boas coisas viriam para o povo. Ele permaneceu

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 446


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próximo de seu túmulo por alguns dias, conforme seu pedido. Antes que ele fosse embora, viu que de seu
corpo nasceram as tres plantas irmãs : milho - feijão e abóbora - que deste momento em diante dariam
sustento ao seu povo. De sua fronte nasceu a Planta Sagrada : Tabaco.
O tabaco é considerado uma das plantas mais sagradas, por muitos povos nativos. Para os nativos norte
americanos, quando fumado no Cachimbo Sagrado, ele carrega as preces para os espíritos. Com frequência, é
usado para se fazer oferendas para os Espíritos Guardiões. Fumar tabaco é chamar o plano espiritual para
ajudar. Segundo Sun Bear, se alguém fuma por diversão, estará continuamente chamando Espírito para sí com
um falso alarme. A maior parte do tabaco comprado em lojas é misturado com material químico, nocivo à
saude.
Um dos nomes nativo-americano para a mistura do fumo é "kinniknnik ", que pode ser uma erva apenas (uva-
ursi) ou uma combinação.
O tabaco é uma planta de grande ajuda. Utilizada para defumação ou no Cachimbo Sagrado, ele pode, trazer
novos começos para quem quer que o esteja usando ou para quaisquer projetos ou lugares para o qual ele é
queimado

CANÇÃO DO TABACO

Poder do Fogo
E da terra aqui chegou
No aroma desta
Força Vegetal

O sagrado fumo vai purificar


Bons espíritos eu venho invocar
Sopram ventos em todas as direções
Na união de todas as Nossas Relações

OH Grande Espírito
Com Vos eu vou fumar
E meu corpo
contra o mal vai se fechar

A fumaça do tabaco se espalhou


O poder do Fogo aqui manifestou
O Caminho do Sagrado se mostrou
Entre o Ceu e a Terra a ponte se firmou

Sagrada Erva
Oh ! Tabaco nosso irmão
Seu poder
Eu vou chamar nesta canção

É o fogo que pode purificar


É o fogo que também pode queimar
Consagrando ele pode construir
De outro jeito ele pode destruir

O Tabaco
Minhas preces vai levar
Afastando todo o mal
que aqui chegar

Meu espírito vai se fortalecer


A coragem do guerreiro vai vencer

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Com a fumaça os pedidos enviei
Minha voz ao Grande Espírito elevei

Vos nos perdoe


o mau uso do Saber
Te invoco com seu
Divino poder

És o Sol a Águia e o Beija Flor


És a Onça, o Bisão e o Condor
Um Presente do Divino Criador
Para todos que souberem dar valor

PRECE DO TABACO

Tabaco,Erva sagrada
Trazida pelos bons espíritos
Afasta os maus espíritos
Purifica, acalma, traga saúde

OH ! Grande espírito
Vinde fumar comigo
Acalma as forças da natureza
Coloca-me em contato com as forças invisíveis

A Terra traz a Boa Medicina


Do fogo nasce a fumaça
Que sobe criando a ponte
Entre os 2 Mundos : a Terra e o Céu

Oh Fumaça que purifica


Aroma que atrai bons espíritos
Invoco de maneira sagrada
O Espírito da força e da paz

Mensageiro dos Espíritos


Permita lembrar o passado
E Prever o Futuro
Oh ! Espírito do Tabaco

Traga as forças invisíveis


Ajude vencer as batalhas
Neutraliza forças contrárias
Para vencer meus inimigos internos e externos

Receba minhas preces e cânticos


ó espírito do tabaco
Leve minhas preces
Até o Grande Espírito

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WACHUMA - SAN PEDRO

O nome quéchua do cacto Trichocereus Panachoi é “Wachuma”. O nome San Pedro, lhe é atribuído por dar ao
iniciado a “chave” para entrar no Céu. Trata-se de um cacto que chega a atingir a mais de dois metros de
altura, tendo a mescalina (Peiote) como princípio ativo.
Tem sido utilizado há séculos pelos índios do Peru e do Equador. É conhecido por xamãs por estar sempre em
harmonia com os poderes dos animais, de seres e personagens fortes, de seres sobrenaturais, principalmente o
Jaguar.
O uso atual do San Pedro concentra-se nas regiões costeiras do Peru e nos Andes do Peru e Bolívia, e tem
recebido forte influência cristã. É aplicado para curar enfermidades, incluindo o alcoolismo e problemas
mentais, para adivinhações, poções amorosas, para combater feitiçaria,purificação, etc.
É conhecido também por huachuma, achuma, agua colla, cardo, huando hermoso, gigantón, San Pedrito, San
Pedrillo.
Sanguirardi Jr:
" O emprego religioso, pelo índio, da bebida extraida do San Pedro é tradição secular, que se perdeu para
sempre. Hoje, o uso ritual com finalidades mágicas e curativas ocorre em práticas nas quais as raízes
ameríndias são enxertadas com o catolicismo, o espiritismo e a feitiçaria européia.
Mesmo na forma sincrética atual, seu conhecimento pelos estudiosos é recente.
Por que São Pedro ?
O cacto abre as portas do Céu. Daí ter recebido o nome do apóstolo a quem disse Jesus : " Dar-te-ei as chaves
do Reino dos Céus: o que ligares sobre a Terra será ligado aos céus..." (Matheus 16:19).

A mesma ligação é estabelecida pelo San Pedro, que dá ao xamã as chaves que abrem as portas do mundo
invisível, fonte dos seus poderes mágicos, divinató0rios e terapêuticos.
Em Plants of the Gods de Schultes e Hofmann :
O San Pedro possui um símbolo do curandeirismo, pois sempre está em harmonia com os poderes dos
animais, do seres fortes, dos seres sobrenaturais.
É uma das plantas mais antigas da América do Sul. A prova mais antiga remonta o ano de 1.200 a.C. Na
imagem uma mulher com cara de coruja, possivelmente uma xamã, segurando um cacto San Pedro.
Quando os espanhóis chegaram ao Peru, usava-se muito San Pedro. Um texto eclesiástico diziam que os
xamãs tomavam a bebida chamada Achuma, e como era muito forte, depois de tomaram perdiam o juízo e
ficavam privados dos sentidos, tinham visões nas quais aparecia sómente o diabo. Como aconteceu com o
Peyote no México.
Atualmente o São pedro é empregado para curar enfermidades, incluindo o alcooolismo e a loucura, par
adivinhação, paa namoros, para combater qualquer tipo de feitiçaria e para assegurar êxito nas empresas
pessoais.

Os xamãs distinguem quatro tipos de cactos à partir de suas costelas. Os mais raros são aqueles que tem
quatro, e são considerados os mais potentes, possuem poderes sobrenaturais especiais, sendo que as quatro
costelas representam os quatro ventos, os quatro caminhos.
Em 1992, estávamos Agustin,eu, e um grupo de norte-americanos em Machu Pichu. Tomamos a decisão de
realizar um trabalho com Wachuma nas ruínas. E lá fomos.
Chegamos à tarde nas ruínas, e, quando foi por volta das 21:00 hs. iniciamos o trabalho, nenhuma pessoa mais
estava presente, a não ser os Espíritos de Machu Pichu.Agustin tinha levado dois rapazes que ficavam tocando
flautas andinas o tempo todo, o que ajudou muito na harmonização do trabalho.
Após duas horas, já na segunda dose de San Pedro, as visões. Machu Pichu, sem utilizar nenhuma planta, já
conduz as pessoas a estados alterados de consciência. Podia perceber os Espíritos Incas, como se tivesse
voltado no tempo. Os rituais, a Festa do Sol. Olhando para cima...num instante as nuvens se transformaram
num imenso Condor..
Num momento pedí a Agustin, que falasse um pouco sobre os Incas. E, ele nos indicou uma pedra e pediu que
encostássemos nossa testa nela. Foi, a melhor resposta, me senti como recebendo um "pen drive" em minha
mente. Pude compreeender sem palavras a cosmologia do Povo Inca. O legítimo Império do Sol. Sentia muita
emoção. Sabia que já tinha feito parte daquela história. Senti-me resgatando um pedaço do meu ser, que
estava perdido no tempo e espaço.

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Estávamos no Alto, as nuvens passavam por nosso corpo, parando nos joelhos e, acima o céu estava limpo e
cheio de estrelas, as nuvens iam formando fendas, dando para ver a cidade embaixo. Tive a impressão de estar
no céu, caminhando pelas nuvens.
O ponto que iniciamos o trabalho, era nas Fontes Sagradas, que ficam a 850 m. ao sul da cidade, onde as
águas corriam por um canal de pedra despejando-se por cima de um terraço do Templo do Sol.Estávamos em
centros religiosos onde realizavam-se as festas principais do calendário Inca e os cerimoniais ligados à água
(setembro a março) e à agricultura.Foram também centros de purificação de iniciados e de sacerdotes
conferindo-lhes renovação e conhecimentos místicos.
Era costume dos sacerdotes realizar cerimônias e rituais com oferendas de conchas do mar, chamadas : As
Filhas do Mar. As conchas eram o alimento dos deuses do Yakumama, Serpente de Uma Cabeça.
Pude ver animais guardiões dos portais da cidade. Nesse trabalho pude compreender que Machu Pichu, ainda
está muito habitada graças a força de Wachuma .

BOTÂNICA OCULTA

Abaixo trecho do livro de Vera Fróes : Alquimia Vegetal - Como fazer sua farmácia caseira - Editora Nova
Era . Vera Fróes é etnobotânica, especializou-se no National Botanical Research Institute – NBRI- Índia, onde
desenvolveu a pesquisa “Estudo Etnobotânico Comparativo entre Plantas da Amazônia e da Índia”, projeto
patrocinado pela ONU – PNDU em 1994/ 1995.Graduou-se em História pela Universidade Federal do Acre,
foi bolsista de iniciação cientifica do CNPQ com o tema “Uso de Plantas Psicoativas por Comunidades
Extrativista”. Em 1984 recebeu o prêmio Suframa de História.
Conviveu 10 anos com índios e seringueiros da Amazônia e com eles aprendeu sobre o poder curativo das
plantas e sua aplicação. Foi secretária de cultura do município de Boca do Acre – AM, fazendo o
levantamento dos raizeiros, rezadeiras e xamãs da região, promovendo cursos, encontros e palestras na Casa
da Cultura para crianças e adolescentes da região.
Em 1995/6 foi consultora do Projeto Memória da Cidadania na implantação do horto medicinal comunitário
do Parque das Mangabeiras, em Belo Horizonte – MG, trabalhando com o grupo da 3ª idade da favela da Vila
Marçola; Escreveu para a coluna "Ervas e Saúde" do Jornal mineiro "Hoje em Dia".Participou durante 2 anos
do programa "Alquimia Vegetal", na rádio Band AM/ FM de Porto Alegre – RS.
Na região serrana há cinco anos produz e apresenta o quatro “Nossas Ervas”, no SM – Rural, da TV Serra –
Mar. É autora dos livros "Alquimia Vegetal: Como fazer sua farmácia caseira", editora Nova Era/ Record"
além de diversos artigo publicados em jornais científicos. Atualmente é presidente do Instituto de Estudos
Culturais e Ambientais – IECAM – em Teresópolis – RJ, sede da ONG, onde pesquisa espécies da mata
atlântica e amazônica, administra cursos, palestras e consultorias. Desenvolve também projetos de educação
ambiental (jardim produtivo, hortas medicinais, reciclagem de lixo) para escolas públicas, associações e
comunidades.
"O Xamanismo faz parte da medicina indígena, que é diferente dos princípios da lógica e dos cinco sentidos
convencionais. Nessa medicina as doenças do corpo e da alma estão intimamente ligadas. O xamanismo
ligado à botânica oculta traduz uma arte espiritual de lidar com as plantas sagradas, plantas professoras,
trabalhando com as forças da natureza (vento, chuva, trovão) e com os seus elementais.
O processo xamânico promove no homem uma tomada de consciência da vida, transformações a nível
emocional, mental e espiritual. O conhecimento das ervas é fundamental, pois deste conhecimento dependem
as receitas utilizadas no preparo; muitas vezes não é indicado para o paciente tomar uma bebida mágico-ritual,
como a ayahuasca, e sim usar outras plantas e preparados como, por exemplo, pílulas de copaíba
(descongestionante pulmonar) ou chá de batata-de-purga (depurativo). Quando o xamã toma a bebida, há um
desdobramento de sua pessoa, que consegue através da concentração sair do próprio corpo e com a ajuda dos
“espíritos auxiliares” (as plantas), vê a doença ou o problema do outro, semelhante ao efeito Kirlian.
As divindades existentes nas plantas são manipuladas com sabedoria pelo xamanismo amazônico, que conta
com a maior quantidade de espécies botânicas – riqueza natural que manifesta no homem não só forças
orgânicas, como espirituais. Quanto maior a quantidade de plantas auxiliares, maior é o poder do xamã. O
poder das plantas vem do sol. As plantas de poder têm um aspecto comum e um incomum (formas de animais,
seres inanimados, elementais).
A partir do conhecimento da natureza interna da planta é possível saber a que elemento pertence, e quais são
suas propriedades.
Nesse contexto, as plantas são muito utilizadas em doenças causadas por “energias intrusas de poderes

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nocivos” e a extração dessas é a forma mais avançada e difícil de xamanismo. Para atrair os maus espíritos do
paciente, o xamã com freqüência é obrigado a incorporar estas suas energias intrusas e, ao fazer isso, luta e
sofre mais do que o próprio paciente. O xamã oferece o seu próprio eu para ajudar, se disponibilizando
totalmente. É um trabalho de doação profunda que acaba estimulando o doente a lutar por sua cura. As
energias intrusas podem vir a partir de desequilíbrios emocionais, irradiações de hostilidade se manifestando
como dores localizadas, febres e mal estar.
O conceito de energia intrusa de Michael Harner (1), não é muito diferente do da medicina moderna ocidental
referente à infecção. O tratamento não é conflitante, pois um é em estado comum de consciência e o outro em
estado xamânico (alterado) de consciência.
No método de sucção, por exemplo, o xamã faz sucção de dentro do paciente tanto no plano mental, como no
físico e emocional, para retirar as energias intrusas, usando plantas e canções de poder. A compreensão
racional do invisível pode ser hoje explicada pela física quântica.
Para praticar a magia vegetal é necessário promover uma alquimia interior, estudo de si, sobre si e para si. A
botânica oculta resgata a ciência dos antigos alquimistas que conheciam o grande poder da manipulação dos
elementos e a influência que os planetas exercem sobre eles e a relação com o homem.
As plantas compreendem os segredos dos alquimistas e transmutam os elementos da natureza diariamente,
transformando carbono em oxigênio, fósforo em enxofre, nitrogênio em potássio, água em ar (vapor), ar em
fogo (relâmpagos), fogo em água (chuva).
As quatro correntes elementais (fogo, água, terra, ar) sustentam a vida de todo o planeta e a relação dos
elementos com as plantas é que eles determinam a natureza interna da planta. Podemos dizer que a planta é o
corpo físico de um ser elemental.
Uma planta do elemento Fogo terá características desse elemento: plantas quentes, não precisam de muita
água, têm ações drásticas. Possuem o poder de curar as doenças mais difíceis. Ex: babosa, jagube, sálvia.
As plantas de Água são frias, úmidas, leitosas, precisam de muita água para sobreviver, e são um pouco
narcóticas e anestésicas. Ex.: rainha, datura, agrião.
Plantas de Ar são aromáticas, têm sabor acidulado e grande poder curativo. Ex.: manjericão, alecrim, melissa,
alfazema.
Plantas do elemento Terra possuem um aspecto melancólico, quase não se vê as sementes, escondem as suas
flores, às vezes têm um odor penetrante. Ex: cavalinha, samambaia, rosa de Jericó, cogumelos.
Podemos dizer, portanto, que o conhecimento da natureza interna da planta só pode ser possível mediante a
investigação do elemento a qual pertence. A meditação é um instrumento que pode nos auxiliar a obter esse
conhecimento. As plantas trazem consigo sinais muitas vezes claros quanto à sua natureza.
Todos os ocultistas que trabalham com plantas sabem que é preciso manipular o seu elemental para sanar os
males físicos e da alma humana doente.
Um grande exemplo da magia vegetal é o casamento do cipó jagube com a rainha. O casamento das duas
correntes alquímicas opostas e complementares, fogo e água, uma não vive sem a outra. O jagube masculino,
yang, luminoso, é a cobra de fogo que necessita da água, da umidade para se multiplicar. A rainha, de
natureza fria, efeito sedante, liberta o fogo do cipó e assim fecundam-se gerando um novo ser, um líquido
ouro: ayahuasca, que é fogo e água, masculino e feminino, ying e yang. Esse líquido de poder deve ser
utilizado para o auto-conhecimento, para clarear as nossas partes desconhecidas, para desenvolver nossas
percepções e para a cura.
As plantas medicinais bem podem substituir toda a parafernália bioquímica euro-americana e sanar as doenças
físicas, psíquicas e espirituais da humanidade.

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PLANTAS TÓXICAS

"O conhecimento da toxidez das plantas se remota aos nossos antepassados. Hoje existem grupos mais ou
menos definidos de acordo com sua utilidade (ornamentais, comestíveis, forrageiras, medicinais, tóxicas, etc.).
Os grupos das plantas medicinais e tóxicas ocasionalmente são tomados indistintamente, já que se tem o
pressuposto de conterem princípios ativos, que dependendo da dose, podem ser benéficos ou tóxicos para o
organismo. Na realidade, isto é correto, só que, o uso inadequado das plantas tem causado e segue causando
sérios problemas de intoxicação ou envenenamento; muitas vezes de forma mortal, por se ingerir partes das
plantas que são altamente tóxicas mesmo em doses baixas. (SANCHEZ,1998)
Podemos encontrar plantas tóxicas em todo nosso entorno (plantas ornamentais de interior, nos parques e
jardins, em forma silvestre ou em cultivares e alimentos cotidianos). De tal forma que o risco de intoxicação é
evidente tanto para o homem como para os animais.
Os principais princípios ativos conhecidos como responsáveis pelos efeitos adversos causados pelas plantas
são: alcalóides, glicosídeos, resinas, fitotoxinas, minerais, oxalatos, azeites essenciais e compostos foto-
sensibilizantes.
A importância do grupo das plantas tóxicas, não está só nos riscos que estas representam, mas também nos
benefícios que podem proporcionar, quando se lhe é dado um uso adequado. Sem entrar em detalhes podemos
facilmente dar-nos conta, que muitos dos componentes químicos empregados na farmacologia, são elaborados
por estas plantas e uma grande quantidade dos vegetais ou suas partes estão representados em infusões,
ungüentos e macerados empregados na medicina tradicional.
Grandes têm sido os benefícios da medicina alopática, das substâncias obtidas de algumas plantas (a papoula
(Papaver somniferurn), cujo uso tem sido como anestésico e analgésico; a digitalina (Digitalis purpurea) que
se emprega em afecções cardio-vasculares, ou como regulador cardíaco;. Os alcalóides da beladona (Atropa
belladona) que atuam nos problemas oculares e como antiespasmódicos, sedativos e antihipertensivo; e o
azeite extraído das sementes de mamona (Ricinus comunnis) que é amplamente empregado como purgante).
Na medicina homeopática muitas substancias vegetais consideradas como tóxicas estão formando parte dos
medicamentos. (Entre elas, as mais usualmente empregadas no processo de preparo de medicamentos são:
Arnica montana, Hitirotheca inulsides, Aconitun napellus, Atropa belladona, Digitalis purpurea). São também
muito mencionadas na medicina alopática: Datura stramonium, Rux toxicadendron, Colchicum cuatumnale,
entre muitas outras.
Até o momento, não existe um trabalho ou pesquisa que caracterize e diferencie precisamente uma planta
tóxica de uma medicinal. Existem alguns estudos, de algumas dessas plantas, que determinam quanto do
princípio ativo está presente em partes da planta, geralmente determinado como DL50 do princípio ativo
(DL50 é a quantidade em gramas ou miligramas de princípio ativo necessários para matar 50% da população
de cobaias).
Porém, até hoje, ninguém estabeleceu uma classificação toxicológica levando-se em consideração os níveis de
toxidez em função da quantidade de parte tóxica, de forma a caracterizar o limite onde tal planta deixa de ser
tóxica para ser medicinal e vice-versa.
A toxicologia das plantas, relacionada a espécie humana é encarada de um modo bastante genérico, assume
aspectos variados e importantes, interessando diferentes campos da medicina e da biologia, entre os quais:
Intoxicação aguda, quase sempre por ingestão acidental de uma planta ou de alguma de suas partes que é
tóxica, e que é de incidência preponderante no grupo pediátrico.
Intoxicação crônica, consequente à ingestão continuada, acidental ou propositada de certas espécies vegetais,
responsável por distúrbios clínicos muitas vezes complexos e graves. Exposição crônica, evidenciada
particularmente por manifestações cutâneas em virtude do contato sistemático com vegetais, verificado com
maior frequencia em atividades industriais ou agrícolas.
Utilização continuada de certas espécies vegetais, sob a forma de pó para inalação, fumos ou infusões,
visando a efeitos alucinógenos ou entorpecentes (SCHVARTSMAN, 1992).
A sintomatologia pode-se classificar em, afecções de pele e mucosas (olhos, boca, nariz), problemas
gastrintestinais, respiratórios, cardio-vasculares, metabólicos, neurológicos entre outros (SANCHEZ, 1998).

2- RELAÇÃO DE PLANTAS TÓXICAS


Abricoteiro – O tronco, os brotos e as sementes contêm ácido cianídrico; 60 mg bastam para causar a morte.
Acônito – As bagas e a raiz possuem aconitina que, em doses pequenas, provoca angústia e vertigens; 10 g
são uma dose mortal.

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Amarílis (açucena-formosa) – Bulbo muito tóxico (alcalóides); engolido, provoca vômitos, convulsões, às
vezes hepatite.
Anêmona – Caule, folhas e flores venenosas; contém ranunculina, que provoca diarréia e paralisia.
Antúrio – O caule, as folhas e as flores contêm um suco que pode irritar gravemente as mucosas.
Arália – Toda a planta é tóxica; engolida, provoca vômitos, enxaqueca, paralisia; pode afetar gravemente as
mucosas.
Aroeira-do-campo – As bagas são muito tóxicas e provocam irritação nas vias respiratórias; o suco das folhas
provoca dermatite.
Artemísia (flor-de-diana) – Toda a planta possui alcalóides que, ingeridos, produzem distúrbios nervosos; o
pólen, produz fortes efeitos alérgicos.
Arura – As folhas e a cápsula dentro da qual está a flor contêm oxalato de cálcio, que provoca inchação nas
mucosas e convulsões.
Beladona – As bagas contêm atropina, muito tóxica, que causa náuseas, delírio, cegueira; a ingestão de dez
bagas é mortal.
Briônia (colubrina) – As raízes e bagas contêm brionicina, causa de diarréia e enrijecimento tetânico; vinte
bagas são uma dose mortal.
Cicuta – Toda a planta e principalmente os frutos possuem conicina, que é extremamente venenosa; 5 g de
folhas produzem a morte em trinta minutos. A cicuta pode ser confundida com o agrião.
Cróton – Suco e grão muito tóxicos; irritam violentamente, provocando tumores superficiais.
Dedaleira (Digitalis purpurea) – A planta a inteira é cardiotóxica (dela é extraída a digitalina); paralisa o
coração; três folhas são uma dose mortal.
Diffenbachia (comigo-ninguém-pode) – Toda a planta é perigosa; o suco provoca edema e paralisia na língua;
no olho, irrita fortemente a córnea.
Dulcamara (doce-amarga ou uva-de-cão) – Toda a planta possui soladulcina, que provoca diarréia e vômito;
dez bagas são uma dose mortal.
Ervilha-de-cheiro – As bagas contêm cianoalanina, que pode provocar paralisia e lesar a medula espinhal.
Eufórbia (coroa-de-cristo) – Todos os tipos são tóxicos; o suco (látex) queima e irrita a pele e as mucosas
podendo causar lesões.
Cladíolo (palma-de-santa-rita) – A raiz é tóxica; engolida, provoca vômitos e forte irritação das mucosas.
Hera – As bagas contêm substâncias tóxicas que provocam vômitos e podem afetar as mucosas e as células
dos rins e do fígado
Íris – 0 rizoma é tóxico; ingerido, provoca vômitos e diarréia; altera as células do cérebro.
Louro-cereja – As folhas contêm ácido cianídrico e podem ser letais dentro de curto espaço de tempo.
Louro-rosa – Toda a planta é cardiotóxica e, ingerida, provoca parada cardíaca e tetanização.
Lupino (tremoço) – Toda a planta é tóxica, mas nas bagas é que se concentra a substância que provoca o
envenenamento conhecido como lupinose, que se manifesta pela paralisia respiratória; em altas doses, pode
ser mortal.
Madressilva – As bagas são cardiotóxicas, provocando congestão, entorpecimento e taquicardia.
Poinsétia (folha-de-sangue) – Contém um suco (látex) muito corrosivo; irrita a pele, as mucosas e os olhos;
pode provocar graves lesões digestivas.
Prímula – As folhas, o caule e as flores estão cobertos de pêlos que irritam a pele, causando dermatites e, às
vezes, eczemas.
Rododendro (azálea) – Toda a planta possui andromedotoxina, que causa salivação abundante, cólicas,
vertigens e paralisia respiratória.
Trombeta (saia-branca ou anágua-de-vênus) – O caule, folhas, flores e frutos possuem hioscianina e atropina;
provocam náuseas, delírios, alucinações e cegueira, ou estado comatoso. Seus frutos são cápsulas de
consistência semelhante à do couro.
Providências a tomar quando a criança se intoxica com plantas venenosas. A criança intoxicada, depois de
certo tempo, costuma apresentar distúrbios gastrintestinais como vômito, cólica abdominal e diarréia. Uma
vez constatado que a intoxicação foi devida a ingestão de plantas, sem perda de tempo, tomar as seguintes
providências:
1) Como primeiro socorro, se possível, fazer a criança vomitar, caso não vomite espontaneamente. Para isso
deve-se dar bastante água e depois colocar o dedo em sua garganta. A ingestão de água morna, ligeiramente
salgada, também provoca vômito.
2) Evitar a aspiração do material vomitado pelo paciente.

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3) Dar água, aos goles e com freqüência, para evitar desidratação quando o vômito e a diarréia persistirem.
4) No caso de intoxicação pela planta comigo-ninguém-pode, para aliviar a irritação gástrica, dar leite. A
irritação da boca e da faringe pode ser tratada com antiinflamatórios locais como a Malvona ou similar. O
contato dessa planta com os olhos provoca intensa irritação que pode ser tratada lavando bem os olhos com
água corrente e aplicando-se compressas de água boricada.
5) A irritação da pele determinada pelo látex de muitas plantas pode ser tratada com pomadas à base de
corticosteróides lavando-se previamente a região afetada.
6) A intoxicação por certas plantas, como plantas beladonadas, mandioca brava, pinhão-paraguaio, mamona e
jequiriti, exigem cuidados médicos de urgência.
7) A criança deve ser levada ao pronto socorro mais próximo. Sempre junto com a planta responsável pela
intoxicação, a fim de que o tratamento possa ser orientado.

3 - PLANTAS ORNAMENTAIS TÓXICAS

"Muitos dos dados sobre toxidez das plantas foram obtidos após estudo bibliográfico intenso. Mas o grande
trunfo deste trabalho está numa proposta "inovadora", em que consiste em propor a substituição das espécies
ornamentais tóxicas por espécies não tóxicas, que possuam as mesmas características de uso.
Na primeira coluna você tem o nome científico das principais plantas ornamentais tóxicas, e na ultima coluna
você tem a espécie alternativa (não tóxica), ...
Parte
Nome Científico Família Nome Vulgar Princípio Ativo Espécie alternativa
Tóxica
Codiaeum
Euphorbiaceae Cróton Semente Alcalóide Crotina Cordilyne terminalis
variegatum
Allamanda Glicosídeo
Apocynaceae Alamanda-roxa Toda Barleria repens
blanchetti cardiotóxico
Allamanda Glicosídeo
Apocynaceae Alamanda-amarela Toda Jasminum mesny
cathartica cardiotóxico
Leptospermun
Nerium oleander Apocynaceae Espirradeira Toda Oleandrina
scoparium
Euphorbia Toxalbumina(4 Hatiora
Euphorbiaceae Avelós Látex
tirucalli deoxigenol) bambusioides
Jathropa Toxalbumina Clerodendrum
Euphorbiaceae Batata-do-Inferno Toda
podagrica curcina speciosissimun
Euphorbia Toxalbumina(4 Prunus cerasifera
Euphorbiaceae Leiteiro-vermelho Látex
cotinifolia deoxigenol) 'nigra'
Diefembachia Comigo-ninguém- Estricnina e ráfides Aglaonema
Araceae Toda
spp. Pode de CaO comutatum
Toxalbumina(5
Euphorbia milii Euphorbiaceae Coroa-de-Cristo Látex Ixora coccinea
deoxigenol)
Buxus
Buxaceae Buxinho Folhas Buxina Liconia tomentosa
sempervirens
Euphorbia Mussaenda
Euphorbiaceae Bico de papagaio Látex Toxalbumina
pulcherrima erythrophilla
Caesalpinea
Caesalpinaceae Flamboyanzinho Toda Alcalóide Tecoma stans
pulcherrima
Alcalóide Schefflera
Plumeria rubra Apocynaceae Jasmim-manga Látex
agoniadina actinophyla
Euphorbia Ligustrum sinense
Euphorbiaceae Leiteiro-branco Látex Toxalbumina
leucocephala var.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Brugmansia Folhas e Pandorea


Solanaceae Trombeteira Alcalóide daturina
suaveolens sementes jasminoides
Thevetia Chápeu de
Apocynaceae Toda Tevetina Grevillea banksii
peruvianna Napoleão
Monstera Rhaphodophora
Araceae Costela de Adão Folhas -
deliciosa decursiva
Spathodea
Bignoniaceae Espatódea Flores Alcalóide Erythrina velutina
campanulata
Erythrina crista- Callistemon
Papillionoideae Suinã - Alcalóides
galli viminallis
Lantana camara Verbenaceae Cambará Toda Lantadena A Verbena peruvianna

4 - OUTRAS PLANTAS TÓXICAS

Espécie Família Parte Tóxica Princípio Ativo


Rododendron x simsii Ericaceae Toda Andrometoxina (glicosídeo)
Melia azedarach Meliaceae Toda planta
Viola odorata Violaceae Rizoma e semente Violina, acido tânico e salicílico
Ricinus communis Euphorbiaceae Semente Toxalbumina ricina
Nandina domestica Berberidaceae Fruto Alcalóide nandinina
Ruta graveolens Rutaceae Toda a planta Alcalóide rutina
Sessea brasiliensis Solanaceae Fruto Alcalóide
Tanacetum vulgare Compositae Folha Ácido tanásico e tanacetona
Vinca major Apocynaceae Folha e flor Glicosídeo vinceína
Leg.
Machaerium scleroxylon Madeira e serragem Oleorresina
Pappilonoideae
Hura creptans Euphorbiaceae Látex Hurcina, hurina e creptina
Isotoma longiflora Campanulaceae Látex Alcalóides
Folhas e
Achillea millefolium Compositae
Inflorescências
Prunus sphaerocarpa Rosaceae Folha, Fruto e semente Alcalóide agoniadina
Senecio Brasiliensis Compositae Fruto e folha Alcalóides senecina e Senecionina
Spartium junceum Leg. Faboideae Semente Alcalóide citisina
Jathropa multifida Euphorbiaceae Semente e látex Curcina, glicosídeos
Datura stramonium Solanaceae Semente e frutos Alcalóide escopalamina
Datura metel Solanaceae Semente Alcalóide daturina
Asclepia procera Asclepiadaceae Látex Glicosídeo asclepiadina
Digitalis purpurea Folha e flor Digitoxina e digitaleína
Chelidonium majus Papaveraceae Folhas, flores e raízes Quelidonia, queliritrina
Phyllanthus niruri Euphorbiaceae Toda a planta
Stryphnodendron
Leg mimosoideae Vagens Composto cianogênico
adstringens
Aleurite moluccana Euphorbiaceae Semente (tegumento) Toxalbumina curcina

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Astrocarium ayri Palmae Acúleo Oléo essencial cáustico


Aleurite fordii Euphorbiaceae Semente Toxalbumina curcina
Schinus terebinthifolius Anacardiaceae Folha e fruto Toxicodendrol
Abrus precatorius Leguminosoideae Semente Toxalbumina abrina
Atropa beladona Fruto Alcalóide atropina
Thevetia nerifolia Apocynaceae Sementes folhas e flor Tevetina
Monocrotalina (alcalóide
Crotalaria micans Faboideae Toda a planta
pirolizidínico)
Euphorbia lactea Euphorbiaceae Látex Toxalbumina
Asclepia curassavica Asclepiadaceae Toda a planta Asclepiadina
Euphorbia fulgens Euphorbiaceae Látex Toxalbumina

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
FORMAS E UTILIZAÇÃO DOS FITOTERÁPICOS

Para alcançar sua ação medicinal, uma planta deve ser tratada de tal forma que se obtenham produtos
derivados com ação específica.
Com uma mesma planta, ou com a mesma parte da planta, pode-se preparar diversos derivados levando-se em
consideração:
• Modo de preparação
• As propriedades físicas
• Aspecto
• As características organolépticas
• A concentração dos princípios ativos
• As propriedades farmacológicas
• Sua finalidade

As diferentes formas de apresentação dos derivados das plantas medicinais podem classificar-se da
seguinte forma:

a) Produtos obtidos por tratamentos mecânicos

-Plantas empregadas in natura


- Pós vegetais
- Polpas
- Produtos líquidos obtidos por expressão (suco fresco de planta)

b) Produtos obtidos por ação do calor

.. Por destilação:
- Óleos essenciais
- Águas destiladas
-Alcoolatos

c) Produtos obtidos utilizando a ação de um solvente:

- Álcool .. alcoóleos: -Tinturas


-Tinturas mães
-Alcoolaturas
-Suco fresco da planta
. Água .. Hidróleos: -.tisanas: - infusos e decoctos
. Solução açucarada ..- Sacaróleos: - xaropes e melitos
. Solventes diversos .. - Vinhos
-cervejas
-vinagres
-óleos
-propilenoglicol
-glicerina

d) Produtos obtidos por concentração das soluções extrativas:

- extratos fluídos
- extratos moles
- extratos secos

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
PÓS VEGETAIS

Os vegetais na forma de pó possuem uma grande aplicação no arsenal terapêutico, podendo ser incorporados
facilmente às formas galênicas secas como cápsulas e comprimidos. Possuem também grande importância
como matéria-prima para a preparação de outras formas galênicas.
Após a eliminação dos corpos estranhos e das partes inertes, as ervas devem ser secas a uma temperatura de
25ºC a 45ºC.
As ervas são trituradas em moinhos de diversos modelos e peneiradas, tendo então a sua granulometria
padronizada.
Sendo todas estas operações realizadas de maneira correta, não haverão diferenças notáveis nas diversas
partes da erva, mesmo apresentando texturas diferentes.
As vantagens de utilizar os vegetais na forma de pó são diversas, como: administração da droga relativamente
segura, ajuste ou eventual concentração do princípio ativo e manipulação simples, possibilitando misturas.

HIDROLATOS, ALCOOLATOS E ALCOÓLEOS

A separação do óleo essencial da água, constitui o hidrolato, que é a água destilada contendo cerca de 0,2 g/l
de óleo essencial disperso na forma ionizada, não decantável. Os hidrolatos possuem grande quantidade de
produtos voláteis como ácidos, aldeídos e aminas.
São preparadas por simples destilação com vapor de água, e plantas frescas ou secas.

As plantas rasuradas são maceradas por horas com uma quantidade relativamente grande de água e depois
destiladas. A destilação é suspensa quando se obtém uma quantidade razoável de destilado. O excesso de
essência é separado por decantação ou filtração.
Para preparação do hidrolato são utilizadas de preferência as plantas frescas. O Codex preconiza, por
exemplo, para a água de hortelã a utilização de 1.000 g de planta fresca ou 200 g de planta seca para obter
1000 g de hidrolato. Os hidrolatos de plantas aromáticas contém geralmente de 0,05 a 0,20 g de óleo essencial
por litro.
A conservação dos hidrolatos é delicada, pois contaminam-se com facilidade.
Os hidrolatos são utilizados, por suas propriedades aromáticas para a preparação de xaropes; e em
cosmetologia, por suas propriedades adstringentes, calmantes e antipruriginosas, sob a forma de loções e
cremes.
Os alcoolatos são preparados pela maceração com álcool das plantas frescas seguida por uma destilação.
Atualmente a denominação alcoolato foi substituída no Codex por soluções alcoólicas de essências ou tinturas
de essências. Foram mantidos, porém, alguns nomes como o alcoolato de Garus, base do elixir de Garus e o
alcoolato de Fioravanti.
O alcoolato de mirtilo, por exemplo, é preparado da seguinte forma:
- Macera-se por 24 horas 2.000 g de mirtilo fresco mais 1.000 g de álcool a 70%.
- Destila-se e recolhe-se 1.000 g de alcoolato.

XAROPES

São formas farmacêuticas preparadas à base de açúcar e água, onde o açúcar está próximo da saturação,
formando uma solução hipertônica. Estas características impedem a precipitação do açúcar e o crescimento de
microorganismos. Apesar de ter boa conservação e ótimo poder edulcorante, o xarope simples não pode ser
usado por pacientes diabéticos e por isso fórmulas com propriedades similares feitas a partir de adoçantes
dietéticos têm que ser utilizados.
Existem xaropes específicos para pacientes diabéticos, nesses casos pode ser usado o sorbitol líquido ou
xarope de estévia.

Xarope simples
Açúcar...........................................................................850g
Água ........................................................................ 450 mL
Benzoato de Sódio............................................................1 g

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 458


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Dissolva a quente em 450 mL de água, o açúcar, filtrar e logo após, passar pelo filtro água ate completar 1000
mL.
Obs: A água pode ser substituída por chá de plantas as quais se queira usar como xarope medicinal.
Obs: Pode ser adicionado mel de abelha.

Xarope De Stévia
CMC............................................................................15g
Sorbitol....................................................................100mL
Stévia..........................................................................1,2g
Benzoato de sódio.......................................................1g
Água destilada ...........................................................900mL

Dissolver a CMC na água fervente sob forte agitação e adicionar os demais componentes.

Xarope De Frutose

Frutose .......................................................................840g
Água ................................................................. 450 mL
Benzoato de Sódio....................................................1 g

Dissolver a frutose em banho maria até completa dissolução.

Algumas Formulações Oficinais De Xaropes

Xarope aromatizado : Acrescentar 0,15% de aroma ou 20% de xarope de groselha


Xarope de ac. cítrico(limão) : Acrescentar 1% de ac. cítrico + 1% de alcoolatura de limão
Xarope de ácido tartárico : Acrescentar 1% de ácido tartárico
Xarope de acônito : Acrescentar 5% de tintura de acônito
Xarope de alcaçuz : Acrescentar 10% de extrato fluido de alcaçuz
Xarope de ameixa : Acrescentar 10% de extrato fluido de ameixa
Xarope de aniz : Acrescentar 1% de espírito de aniz
Xarope de avenca : Acrescentar 10% de extrato fluido de avenca
Xarope de beladona : Acrescentar 5% de tintura de beladona
Xarope de bromofórmio : Acrescentar 5% de solução de bromofórmio
Xarope de cambará : Acrescentar 5% de extrato fluido de cambará
Xarope de canela : Acrescentar 10% extr. fluido de canela + 10% de glicerina
Xarope de caroba : Acrescentar 10% de extrato fluido de caroba
Xarope de chicórea : Acrescentar 10% de extrato fluido de chicórea
Xarope de chicórea composto : Acrescentar 50% óleo de amêndoas ao xarope de chicórea
Xarope de cila : Acrescentar 5% de extrato fluido de cila
Xarope de cipó suma : Acrescentar 5% de extrato fluido de cipó suma
Xarope de diacódio(ópio fraco): Acrescentar 0,1% de extrato fluido de ópio
Xarope de digital(dedaleira) : Acrescentar 5% de tintura de digital
Xarope de ergotina : Acrescentar 5% de extrato fluido de esporão de centeio
Xarope de estigma de milho : Acrescentar 10% de extrato fluido de estigma de milho
Xarope de estramônio : Acrescentar 2,5% de extrato fluido de estramônio
Xarope de eucalipto : Acrescentar 10% de essência de eucalipto
Xarope de flor de laranjeira : Acrescentar 0,2% de espírito de flor de laranjeira
Xarope de fumária : Acrescentar 10% de extrato fluido de fumária
Xarope de genciana : Acrescentar 5% de extrato fluido de genciana
Xarope de goiabeira : Acrescentar 5% de extrato fluido de goiabeira
Xarope de grindélia : Acrescentar 5% de extrato fluido de grindélia
Xarope de guaco : Acrescentar 10% de extrato fluido de guaco

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 459


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Xarope de hortelã pimenta : Acrescentar 1% de espírito de hortelã pimenta
Xarope de ipeca : Acrescentar 10% de extrato fluido de ipecacuanha
Xarope de ipeca composto : Acrescentar 10% de ext. fluido de ipecacuanha composto
Xarope de jurubeba : Acr.5% extr.jurubeba + 10% álcool cereais + 10% glicerina
Xarope de laranja amarga : Acrescentar 5% de ext. fluido de casca de laranja amarga
Xarope de mamoeiro : Acrescentar 5% de extrato fluido de mamoeiro
Xarope de meimendro : Acrescentar 5% de tintura de meimendro
Xarope de ópio : Acrescentar 0,5% de extrato fluido de ópio
Xarope de pariparoba : Acrescentar 10% de extrato fluido de pariparoba
Xarope de polígala : Acrescentar 5% de extrato fluido de polígala
Xarope de própolis : Acrescentar 10% de extrato de própolis
Xarope de ratânia : Acrescentar 10% de extrato fluido de ratânia
Xarope de salsaparrilha : Acrescentar 15% de extrato fluido de salsaparrilha
Xarope de sene : Acrescentar 12% de extr. sene + 2,5% espírito coentro
Xarope de simaruba : Acrescentar 5% de extrato fluido de simaruba
Xarope de taiuia : Acrescentar 4% de extrato fluido de taiuia
Xarope de tomilho : Acrescentar 5% de extrato fluido de tomilho
Xarope de uva ursina : Acrescentar 10% de extrato fluido de uva ursina
Xarope de valeriana : Acrescentar 10% de extrato fluido de valeriana

Xarope Anti-Asmático

Tintura de lobélia 10,0%


Tintura de grindélia 20,0%
Tintura de guaco 10,0%
Tintura de própolis 2,00%
Mel puro 30,0%
Xarope simples 28,0%

Homogeneizar os componentes.

ELIXIRES

Formas farmacêuticas semelhantes aos xaropes que possuem graduação alcoólica entre 15 e 50º GL e
outros solventes como glicerina, propilenoglicol, sorbitol e polietilenoglicol além de flavorizantes e
corretivos. Na Farmacopéia Brasileira, existem muitas formulações de elixires produzidos com vinhos.

Elixir Simples (F.B.)


Essência de laranja amarga 0,40%
Alcoolatura de laranja amarga 2,00%
Espírito de flor de laranjeira 0,10%
Álcool de cereais 30,0%
Xarope simples 40,0%
Talco 2,00%
Água destilada qsp 100%

Misturar os componentes e deixar em repouso por 1 hora e filtrar.

Elixir De Passiflora
Suco concentrado de maracujá 10,0%
Extrato de passiflora 10,0%
Vanilina 0,02%
Benzoato de sódio 0,20%

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Sacarose 44,9%
Água destilada 34,9%

Aquecer a água à 70°C e juntar a sacarose. Mexer até dissolver e juntar os demais componentes.

Elixir De Naranazeiro
Extrato fluido de guaraná 10,0%
Vanilina 0,02%
Benzoato de sódio 0,20%
Sacarose 44,9%
Água destilada 44,9%

Aquecer a água à 70°C e juntar a sacarose. Mexer até dissolver e juntar os demais componentes.

Elixir De Rhamnus Purshiana


Tintura de cáscara sagrada 20,0%
Tintura de espécies hepáticas 5,00%
Vanilina 0,02%
Benzoato de sódio 0,20%
Sacarose 32,4%
Água destilada 32,4%

Aquecer a água à 70°C e juntar a sacarose. Mexer até dissolver e juntar os demais componentes.

Elixir De Acanthis Virilis


Tintura de marapuama 10,0%
Tintura de catuaba 5,00%
Tintura de guaraná 5,00%
Benzoato de sódio 0,20%
Sacarose 39,9%
Água destilada 39,9%

Aquecer a água à 70°C e juntar a sacarose. Mexer até dissolver e juntar os demais componentes.

Elixir De Garus
Alcoolato de Garus 10,0%
Xarope de flores de laranjeira 90,0%

- Alcoolato de Garus: Aloe vera 0,50gr


Mirra 0,20gr
Açafrão 0,50gr
Canela 2,00gr
Cravo da Índia 0,50gr
Noz moscada 1,00gr
Álcool 90°GL 500mL

Macerar os pós no álcool por 4 dias agitando periodicamente e destilar de modo a obter 450mL.

Elixir Paregórico
Ácido benzóico 0,50%
Cânfora 0,50%
Essência de aniz 0,50%
Glicerina 5,00%
Tintura de ópio 5,00%

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Cloreto de cálcio 1,00%
Água destilada 20,0%
Álcool de cereais 67,5%
Obs: substituir a tintura de ópio por tintura de beladona.

Dissolver o cloreto de cálcio na água e os demais componentes no álcool e juntar as 2 soluções.

Vinho De Cola (F.B.)


Extrato fluido de cola 5,00%
Vinho de Málaga 95,0%

Misturar os componentes e filtrar após 48h.

Vinho De Quina Composto(Água Inglesa) (F.B.)


Extrato fluido de quina composto 10,0%
Vinho branco 90,0%

Misturar os componentes e filtrar após 48h.

Poção De Todd (F.B.)


Tintura de canela 5,00%
Álcool de cereais 15,0%
Xarope simples 20,0%
Água destilada 60,0%

Homogeneizar os componentes.

MELITOS

São formas farmacêuticas em que o veículo é o mel.

Mel Purificado (F.B.)


Mel 100,0g
Caulim coloidal 8,0g
Água destilada 150,0g
Misturar os componentes e aquecer em banho maria por 30 minutos. Filtrar ainda quente e continuar
aquecendo o filtrado em banho maria até reduzí-lo à 100gr.

Mel Boraxado
Bórax 10,0%
Glicerina 20,0%
Mel purificado 70,0%
Dissolver o bórax na glicerina em banho maria e juntar o mel.

Melito De Babosa
Babosa (mucilagem fresca) 400g
Mel puro de abelhas 400g
Álcool de cereais 200mL
Misturar os componentes e deixar em maceração por 7 dias,bater e filtrar.

EXTRATOS

EXTRATOS GLICÓLICOS

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Os extratos glicólicos são obtidos por processo de maceração ou percolação de uma erva em um solvente
hidro-glicólico, podendo ser este o propilenoglicol ou a glicerina. Estes extratos normalmente são utilizados
nos fitocosméticos. A relação erva/solvente varia, sendo que normalmente se utiliza a relação indicada para as
tinturas vegetais.

EXTRATOS FLUIDOS

Segundo a farmacopéia brasileira, os extratos fluidos dão preparações oficinais, obtidas de drogas vegetais
manipuladas, de forma que 1.000 g de extrato contenham o equivalente a 1.000 g de erva seca. Por não terem
sofrido ação do calor, seus princípios ativos são exatamente os mesmos encontrados nos fármacos respectivos.
Os extratos fluidos apresentam uma relação ponderal simples entre droga e extrato, o que facilita a posologia e
a prescrição.

-1 g de extrato fluido equivale a: -1 g de droga seca


-5 g de tintura ou alcoolatura
- 10 g de tintura-mãe
-50 g de xarope

EXTRATOS MOLES

Os extratos moles são soluções extrativas que possuem consistência de mel, que, quando dessecados a 105ºC
perdem entre 15 e 20% de água.

TINTURAS VEGETAIS

As tinturas vegetais são preparadas à temperatura ambiente pela ação do álcool sobre uma erva seca (tintura
simples) ou sobre uma mistura de ervas (tintura composta). São preparadas por solução simples, maceração ou
percolação.
A tintura simples corresponde a 1/5 do seu peso em erva seca, quer dizer que 200 g de erva seca permitem
preparar 1.000 g de tintura. Na maioria das vezes se utiliza um álcool a 60º G.L.
Existem algumas exceções, como as tinturas de materiais resinosos como o tolú, ou drogas ricas em essências
ou resinas como o boldo, canela, eucalípto, grindélia, ou ricas em mucilagens como casca de laranja amarga,
onde o título do álcool é de 80º G.L..
As drogas muito ativas (heróicas), como o acônito e a beladona são preparadas por percolação com álcool 70º
G.L.
As tinturas de ópio e noz-vômica são preparadas por simples dissolução do extrato correspondente em um
álcool a 70º G.L., obtendo-se um título final de aproximadamente 10% de planta seca.
As tinturas-mãe são definidas como preparações líquidas resultante da ação dissolvente de um veículo
alcoólico sobre drogas de origem vegetal ou animal.
As tinturas-mãe de drogas vegetais são obtidas pela maceração em álcool de diferentes títulos, da planta
fresca, da planta fresca estabilizada ou, raramente, da planta seca.
Correspondem a 1/10 de seu peso em droga desidratada, com algumas exceções como a calêndula e o mirtilo
que correspondem a 1/20.
O título alcoólico das tinturas-mãe são geralmente de 45 +/- 5º GL como é o caso da camomila e da aveia, ou
de 65º +/- 5, como é o caso da calêndula e da noz-vômica.
Para a preparação das tinturas-mãe devem ser observados alguns cuidados na hora da colheita, levando-se em
consideração a parte da planta a ser utilizada. Por exemplo, caso das folhas, deve-se colher após o seu
desenvolvimento completo, antes da floração. As tinturas-mãe são mais utilizadas como forma galênica, na
homeopatia.

PRODUÇÃO DE EXTRATOS FLUIDOS (F.B.)

EXTRATO FLUIDO → líquido concentrado que contém os PAs solúveis de partes de plantas sendo que
em 1mL de extrato fluido deve conter os PAs de 1g da droga pulverizada e seca ao ar livre. Métodos de

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 463


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
obtenção:
Processo A (percolação): Consiste em colocar a droga pulverizada em recipiente com tampa e adicionar
qs de líquido extrator para umedecê-la uniformemente deixando em maceração por 6horas. Tamizar os
pós no tamis 2 e colocar no percolador, comprimindo-o para que não existam espaços vazios e cobrir com
papel filtro. Adicionar líquido extrato até cobrir a droga e o papel filtro, deixar em maceração por 2 horas
e percolar. Para extratos fluidos percolar 10gotas/minutos e para tinturas 20gotas/minuto, tomando o
cuidado para que o vegetal sempre fique coberto pelo líquido extrator. Fazer isso até que o vegetal se
esgote ou até obter a quantidade prescrita de percolato (quando não houver indicação da quantidade na
formulação, o volume é 850mL). Destilar o restante do percolato para recuperar o álcool e reduzir o
resíduo até consistência xaroposa em temperatura inferior à 60 °C. Acrescentar este resíduo ao percolato
reservado e completar o volume para 1000mL com o líquido extrator ou para o volume determinado para
doseamento.
Processo B (maceração): Processo idêntico ao “A” com a diferença de possuir 2 líquidos extratores. O
primeiro líquido extrator possui volume determinado e é aditivado por glicerina ou ácido clorídrico
diluído. Terminada a quantidade do primeiro líquido, completa-se a percolação com qs do segundo
líquido extrator como no processo A.

Extrato Fluido De Ameixa (F.B.)

Ameixa preta sem semente 1000g


Glicerina 100mL
Álcool de cereais 250mL
Água destilada 15000mL

Macerar a ameixa na glicerina e 10 litros de água fervente por 6 horas em lugar quente, filtrar por pano
espremendo. Macerar novamente a ameixa por 3h com o restante da água fervente e filtrar novamente por
pano. juntar os 2 filtrados e reduzí-los em banho maria à 750mL. Deixar esfriar, juntar o álcool e deixar
em repouso por 48h antes de filtrar.

Extrato Fluido De Arnica (F.B.)

Arnica, rizoma em pó (tamis 5) 1000gr


Extrator: Álcool de cereais 75,0%
Água destilada 25,0%
_________
Preparar pelo processo A. 1000mL

Extrato Fluido De Barbatimão (F.B.)

Barbatimão, casca em pó (tamis 4) 1000g


Extrator I: Glicerina 100mL
Álcool de cereais 500mL
Água destilada 400mL
ExtratorII: Álcool de cereais 50,0%
Água destilada 50,0%
________
1000mL

Preparar pelo processo B. Reservar somente os primeiros 800mL do percolato.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Extrato Fluido De Camomila (F.B.)

Camomila, flor em pó (tamis 2) 1000g


Extrator: Álcool de cereais 20,0%
Água destilada 80,0%
_________
1000mL
Preparar pelo processo A.

Extrato Fluido De Hamaméllis (F.B.)

Hamaméllis, folha em pó (tamis 30) 1000g


Extrator I: Glicerina 100mL
Álcool de cereais 300mL
Água destilada 600mL
ExtratorII: Álcool de cereais 50,0%
Água destilada 50,0%
_________
Preparar pelo processo B. 1000mL

Extrato Fluido De Hortelã-Pimenta (F.B.)

Hortelã-pimenta, em pó (tamis 4) 1000g


Extrator I: Glicerina 100mL
Álcool de cereais 250mL
Água destilada 650mL
ExtratorII: Álcool de cereais 25,0%
Água destilada 75,0%
_________
Preparar pelo processo B. 1000mL

Extrato Fluido De Ipê Roxo (F.B.)

Ipê roxo em pó (tamis 4) 1000g


Extrator: Álcool de cereais 75,0%
Água destilada 25,0%
_________
Preparar pelo processo A. 1000mL

Extrato Fluido De Jaborandi (F.B.)

Jurubeba, folha em pó (tamis 4) 1000g


Extrator: Álcool de cereais 66,7%
Água destilada 33,3%
_________
Preparar pelo processo A. 1000mL

PRODUÇÃO DE TINTURAS (F.B.)

Processo P (percolação): Idêntico ao processo A de obtenção de extratos fluidos.


Processo M (maceração): Macerar a droga em recipiente fechado ao abrigo da luz e em temperatura entre
15 e 25°C por 7 dias em 750mL do extrator. Filtrar o líquido e lavar os resíduos da droga com o líquido
extrator até atingir o volume final da formulação.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Tintura De Benjoim (F.B.)

Benjoim, resina em pó (tamis 4) 200g


Extrator: Álcool de cereais 100,0%
_________
Preparar pelo processo M. 1000mL

Tintura De Capsicum (F.B.)

Capsicum em pó (tamis 4) 200g


Extrator: Álcool de cereais 33,3%
Água destilada 67,7%
_________
1000mL
Preparar pelo processo M.

Tintura De Ipecacuanha (F.B.)

Ipecacuanha em pó (tamis 5) 200g


Extrator: Álcool de cereais 75,0%
Água destilada 25,0%
_________
1000mL

Preparar pelo processo P. a tintura de possuir de 0,18% à 0,22% de alcalóides solúveis em éter.

Tintura De Própolis (F.B.)

Própolis em pó (tamis 4) 200g


Extrator: Álcool de cereais 100,0%
_________
Preparar pelo processo M. 1000mL

Tintura De Raspas De Juá (F.B.)

Juá, raspas em pó (tamis 4) 200g


Extrator: Álcool de cereais 75,0%
Água destilada 25,0%
_________
Preparar pelo processo M. 1000mL

PRODUÇÃO DE EXTRATOS OLEOSOS E GLICÓLICOS

Seguem os mesmos princípios dos extratos fluidos e tinturas mudando porém o veículo extrator. São
usados basicamente em produtos de uso tópico e cosmético.

Extrato Oleoso De Calêndula

Calêndula, flor em pó 300g


Óleo de milho 1000g
Vitamina E 0,50g
Aquecer os componentes à 50°C por 3 horas e filtrar com prensagem.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Extrato Oleoso De Camomila

Camomila, flor em pó 300g


Óleo de milho 1000g
Vitamina E 0,50g

Aquecer os componentes à 50°C por 3 horas e filtrar com prensagem.

Extrato Oleoso De Urucum

Urucum em pó 300g
Óleo de milho 1000g
Vitamina E 0,50g

Aquecer os componentes à 50°C por 3 horas e filtrar com prensagem.

Extrato Oleoso De Alecrim

Alecrim (folhas verdes) 1000g


Óleo de milho 1000g
Vitamina E 0,50g

Aquecer os componentes à 50°C por 3 horas e filtrar com prensagem. Repetir este processo com o mesmo
óleo de 4 a 5 vezes.

Extrato Oleoso De Eucalipto

Eucalipto (folhas verdes) 1000g


Óleo de milho 1000g
Vitamina E 0,50g

Aquecer os componentes à 50°C por 3 horas e filtrar com prensagem. Repetir este processo com o mesmo
óleo de 4 a 5 vezes.

Extrato Oleoso De Menta

Hortelã-pimenta (folhas verdes) 1000g


Óleo de milho 1000g
Vitamina E 0,50g

Aquecer os componentes à 50°C por 3 horas e filtrar com prensagem. Repetir este processo com o mesmo
óleo de 4 a 5 vezes.

Óleo De Beladona (F.B.)

Beladona em pó 100g
Álcool Etílico 100mL
Solução de Amônia à 35,7% (p/p) 2mL
Óleo de Gergelim 1000mL

Macerar a beladona no álcool e solução de amônia por 12 horas. Juntar o óleo e aquecer em B.M. até que
todo o álcool e amônia se evaporem. Coar o óleo resultante.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 467


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Extrato Glicólico De Aloe Vera
Polpa de babosa 1000g
Extrator: Propilenoglicol 40,0%
Água destilada 60,0%
_________
1000mL

Preparar pelo processo M de tinturas e acrescentar 0,1% de benzoato de sódio no extrato final.

Extrato Glicólico De Calêndula

Calêndula, flor em pó (tamis 2) 1000g


Extrator: Propilenoglicol 40,0%
Água destilada 60,0%
_________
1000mL

Preparar pelo processo M de tinturas e acrescentar 0,1% de benzoato de sódio no extrato final.

Extrato Glicólico De Camomila

Camomila, flor em pó (tamis 2) 1000g


Extrator: Propilenoglicol 40,0%
Água destilada 60,0%
_________
1000mL

Preparar pelo processo M de tinturas e acrescentar 0,1% de benzoato de sódio no extrato final.

Extrato Glicólico De Hamaméllis

Hamaméllis, folha em pó (tamis 3) 1000g


Extrator: Propilenoglicol 40,0%
Água destilada 60,0%
_________
1000mL

Preparar pelo processo M de tinturas e acrescentar 0,1% de benzoato de sódio no extrato final.

ALCOOLATURAS, SUCO, HIDRÓLEO

As alcoolaturas são obtidas pela ação do álcool sobre plantas frescas que não podem sofrer processos de
estabilização e secagem, pois perdem a sua atividade. Na alcoolatura, são empregadas partes iguais em
peso de planta fresca e de álcool a um título elevado para evitar uma diluição elevada pela água liberada
pela planta.
O modo de preparação é muito simples, basta macerar por 8 dias a droga fresca rasurada em um recipiente
fechado, com álcool fazer uma expressão e logo após uma filtração.
O suco da planta fresca é a suspensão da planta, com seus constituintes ativos e inativos, em álcool a 30º
G.L. . Por diversos processos modernos, são estabilizados, inativando as enzimas e evitando uma
degradação rápida dos princípios ativos.
Essa forma nova de apresentação das plantas permite a utilização de todo o fitocomplexo da planta fresca
sem perda de nenhum princípio ativo.
Os hidróleos são derivados obtidos pela dissolução em água de uma substância medicamentosa. Os
hidróleos são obtidos por infusão, decocção ou maceração.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 468


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Água De Colônia (F.B.)

Óleo Essencial de alfazema 0,1%


Óleo Essencial de alecrim 0,1%
Óleo Essencial de flor de laranjeira 0,2%
Óleo Essencial de laranja 1,0%
Óleo Essencial de limão 1,0%
Óleo Essencial de bergamota 1,0%
Tintura de benjoim 0,5%
Álcool de cereais 90°GL 96,1%

Homogeneizar todos os componentes e acondicionar em frasco de vidro âmbar. Deixar em repouso por 14
dias em local escuro, fresco e sem agitação. Colocar a embalagem com a fórmula na geladeira por 24
horas. Retirar e filtrar várias vezes com o auxílio de 0,1% de carbonato de magnésio até a solução
apresentar-se completamente límpida.

Água De Melissa

Óleo Essencial de erva cidreira 0,02%


Óleo Essencial de jaçapé 0,10%
Óleo Essencial de limão 2,00%
Óleo Essencial de noz moscada 0,10%
Óleo Essencial de coentro 0,05%
Óleo Essencial de cravo-da-índia 0,05%
Óleo Essencial de canela 0,02%
Álcool de cereais 72°GL 97,6%

Homogeneizar todos os componentes e acondicionar em frasco de vidro âmbar. Deixar em repouso por 14
dias em local escuro, fresco e sem agitação. Colocar a embalagem com a fórmula na geladeira por 24
horas. Retirar e filtrar várias vezes com o auxílio de 0,1% de carbonato de magnésio até a solução
apresentar-se completamente límpida.

Água De Rosas (F.B.)

Óleo Essencial de rosas 0,20%


Água destilada 99,7%

Pingar a Óleo Essencial em papel filtro e deixar evaporar o excesso. Colocar o papel filtro na solução de
água e nipagim e deixar em contato por 3 horas.

Água De Flores De Laranjeira (F.B.)

Óleo Essencial de neróli 0,20%


Água destilada 99,7%

Pingar a Óleo Essencial em papel filtro e deixar evaporar o excesso. Colocar o papel filtro na solução de
água e nipagim e deixar em contato por 3 horas.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 469


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Espírito Vulnerário (F.B.)

Óleo Essencial de alecrim 0,10%


Óleo Essencial de alfazema 0,10%
Óleo Essencial de tomilho 0,10%
Óleo Essencial de funcho 0,05%
Óleo Essencial de jaçapé 0,05%
Óleo Essencial de sassafraz 0,05%
Óleo Essencial de serpão 0,05%
Óleo Essencial de arruda 0,025%
Óleo Essencial de erva cidreira 0,025%
Óleo Essencial de hortelã-pimenta 0,025%
Álcool neutro à 80% qsp 100,0%

Homogeneizar todos os componentes e acondicionar em frasco de vidro âmbar. Deixar em repouso por 14
dias em local escuro, fresco e sem agitação. Colocar a embalagem com a fórmula na geladeira por 24
horas. Retirar e filtrar várias vezes com o auxílio de 0,1% de carbonato de magnésio até a solução
apresentar-se completamente límpida.

Bálsamo de Fioravanti (Espírito De Terebintina Composto)

Óleo Essencial de terebintina 5,00%


Óleo Essencial de alecrim 0,50%
Óleo Essencial de galvano 0,50%
Óleo Essencial de mirra 0,20%
Óleo Essencial de noz moscada 0,10%
Óleo Essencial de estoraque 0,05%
Óleo Essencial de canela do Ceilão 0,02%
Óleo Essencial de gengibre 0,02%
Óleo Essencial de cravo-da-Índia 0,01%
Álcool neutro 93,6%

Homogeneizar todos os componentes e acondicionar em frasco de vidro âmbar. Deixar em repouso por 14
dias em local escuro, fresco e sem agitação. Colocar a embalagem com a fórmula na geladeira por 24
horas. Retirar e filtrar várias vezes com o auxílio de 0,1% de carbonato de magnésio até a solução
apresentar-se completamente límpida.

PRODUÇÃO DE CHÁS E ERVAS DESIDRATADAS:

Os produtos são produzidos basicamente com produtos vegetais frescos, não obtendo portanto, na
hora da compra, produtos esterilizados. A esterilização dos vegetais deve ser feita da seguinte maneira:
1º - Verificar o aspecto do vegetal na hora da compra, suas características organolépticas devem ser a de
um vegetal saudável de acordo com as características de cada espécie.
2º - Promover a limpeza manual de cada espécie, retirando detritos de terra, insetos, cascas, sementes,
raízes e folhas mortas e estragadas, lavando-as em água corrente após isso
3º - Deixar os vegetais de molho em solução aquosa com 2% de Água de Javel ou outra solução de
hipoclorito.
4º - Lavar novamente em água corrente e deixar secar em secadores tipo peneira para retirar o excesso de
água.
5º - Processar os vegetais de acordo com os procedimentos a seguir:
- CASCAS, CAULES,RAÍZES E FRUTOS: Ralar e prensar a parte do vegetal até eliminação de
todo o suco. Transferir para a estufa com o suco à 50°C por 24 horas. Triturar em gral e peneirar.
- FOLHAS E FLORES: Transferir para a estufa à 50°C por 12 horas. Triturar em gral e peneirar.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 470


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Chá Emagrecedor:

Porangaba (Cordia salicifolia) 2 partes


Cavalinha (Equisetum arvense) 1 parte
Chapéu de couro (Echinodorus macrophyllus) 1 parte
Embaúba (Cecropia palmata) 1 parte
Salsaparrilha (Smilax officinallis) 1 parte
Abacateiro (Persea gratissima) 1 parte
Quebra pedra (Phylanthus niruri) 1 parte
Cabelo de milho (Zea mays) 1 parte
Sene (Cassia angustifolia) 2 partes
Carqueja (Baccharis genistelóides) 2 partes
Centella asiática (Hidrocotyle asiatica) 2 partes
Stévia (Stevia rebaudiana) 1 parte
Melissa (Melissa officinallis) 1 parte
Algas marinhas (Fucus vesiculosus) 1 parte
Oliveira (Olea europaea) 1 parte

Chá Anti-Gripal

Rosa mosqueta (Rosa canina) 1 parte


Eucalipto (Eucaliptus globulus) 1 parte
Alecrim (Rosmarinus officinalis) 1 parte
Alcaçuz (Glicirrhiza glabra) 1 parte
Sabugueiro (Sambucus nigra) 1 parte

Chá Diurético:

Porangaba (Cordia salicifolia) 2 partes


Cavalinha (Equisetum arvense) 1 parte
Chapéu de couro (Echinodorus macrophyllus) 1 parte
Embaúba (Cecropia palmata) 1 parte
Salsaparrilha (Smilax officinallis) 1 parte
Abacateiro (Persea gratissima) 1 parte
Quebra pedra (Phylanthus niruri) 1 parte
Cabelo de milho (Zea mays) 1 parte
Oliveira (Olea europaea) 1 parte

Chá Digestivo:

Porangaba (Cordia salicifolia) 1 parte


Alcaçuz (Glicirrhiza glabra) 1 parte
Calêndula (Calendula officinallis) 1 parte
Espinheira santa (Maytenus ilicifolia) 1 parte
Camomila (Matricária chamomilla) 1 parte
Hortelã pimenta (Mentha piperitha) 1 parte
Carqueja (Baccharis genistelloides) 1 parte

Chá De Espécies Diuréticas E Hepáticas:

Alcachofra (Cynara scolymus) 1 parte


Cana do brejo (Costus spicatus) 1 parte
Carqueja (Baccharis genistelloides) 1 parte
Cavalinha (Equisetum arvense) 1 parte
Chapéu de couro (Echnodorus macrophilus) 1 parte

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 471


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Jambolão (Sizygium jambolanum) 1 parte
Pata de vaca (Bauhinia aculeata) 1 parte
Erva cidreira (Cymbopogon citratus) 1 parte
Quebra pedra (Phylanthus niruri) 1 parte
Taiuiá (Cayaponia tayuya) 1 parte

Chá Anti-Diabético:

Jambolão (Sizygium jambolanum) 1 parte


Pata de vaca (Bauhinia aculeata) 1 parte
Alcachofra (Cynara scolymus) 1 parte
Insulina (Cyssus japonicus) 1 parte
Stévia (Stevia rebaudiana) 1 parte
Embaúba (Cecropia palmata) 1 parte

INFUSÃO

Usada para partes tenras como flores e folhas e é preparada da seguinte forma: colocar as ervas numa vasilha
e jogar água fervendo, abafar e esperar dez minutos no caso de folhas e partes tenras e até meia hora caso seja
feito o uso de raízes ou cascas.
A infusão quando usada para cascas ou raízes deve-se ter o cuidado de picar bem, reduzindo as ervas em
pedaços aumentando assim a superfície de contato com a água e conseqüentemente, facilitando a extração do
princípio ativo.

DECOCCÇÃO

Usada para partes mais duras como casca ou raiz - Colocar as ervas numa vasilha, despejar água fria sobre as
mesmas, levar ao fogo para o cozimento, deixando ferver pôr cinco ou dez minutos e em caso de partes mais
endurecidas até trinta minutos. Após o cozimento, retirar do fogo e abafar por mais alguns minutos.

TISANA

Ferver a água, jogar a erva sobre a água fervente, tampar deixando ferver pôr mais alguns minutos, coar e
tomar.

MACERAÇÃO

Ao contrário do que muita gente pensa, macerar não significa “macetar”, é simplesmente colocar as ervas em
contato com a água fria, álcool, glicerina ou outro veículo e deixar que a extração do princípio ativo ocorra
naturalmente por um tempo determinado.
O tempo de maceração de partes tenras é de dez a doze horas e das partes mais duras é de até vinte e quatro
horas.
Quando o objetivo for a preparação de um chá onde se tenha partes tenras e partes duras, pode-se proceder da
seguinte maneira: Preparar separadamente e juntar os chás posteriormente. A maneira que recomendamos, por
ser mais prática, é a colocação para cozimento primeiro da partes mais duras (casca ou raiz) deixando ferver
pôr mais ou menos dez minutos e depois adicionar as outras como folhas e flores, deixando pôr mais alguns
instantes, retire do fogo abafe e seguir o procedimento normal.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 472


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
EXTRATOS SECOS

Os extratos secos ou pulverentos se apresentam sob a forma de pó e perdem de 5 a 8% de água.


Os extratos secos podem ser facilmente manipulados, apesar de muito higroscópicos.
A posologia é a mesma dos extratos moles. São conservados em recipientes herméticos, em presença de
desidratantes e ao abrigo da luz.
Os extratos secos obtidos por atomização são conhecidos também por nebulizantes.
O princípio da nebulização consiste em dispersar a solução extrativa a dessecar em minúsculas gotículas sob
uma corrente de ar quente. As gotículas são secas instantaneamente e transformadas em um pó finíssimo. Os
fenômenos de oxidação e desnaturação pelo calor são reduzidos ao mínimo.
Os nebulizantes se apresentam sob a forma de pó tênue, aromático e de coloração mais clara que o extrato
seco correspondente. No microscópio se apresenta como minúsculos glóbulos de aspecto esponjoso e
irregular. O volume específico aparente é muito elevado.
Os nebulizantes, a grosso modo, substituem peso por peso os extratos semisólidos. A água residual destes é
substituída por adjuvantes como aerosil, amido, celulose modificada e outros.
Atualmente os extratos secos na forma de nebulizantes são amplamente utilizados, e os laboratórios
farmacêuticos procuram desenvolver vários tipos de extratos com os seus princípios ativos titulados.

PROCESSAMENTO DE EXTRATOS SECOS

São concentrados vegetais com o teor de princípios ativos padronizado, obtidos a partir de extratos
fluidos. O primeiro passo para produzí-los é a dessecação do extrato fluido do vegetal em uma temperatura de
40ºC e pressão reduzida até a formação de um caldo viscoso. Realiza-se uma análise química para determinar
o teor de ativos do caldo e calcular a quantidade de excipiente que deve ser adicionado ao caldo através da
equação abaixo:
X = (100 – R) . a –T onde, X = quantidade de excipiente a ser adicionado (g)
B a = teor do princípio ativo no caldo (%)
b = teor final de princípio ativo no extrato seco (%)
R = tolerância de umidade (%)
T = teor de resíduo seco no caldo total (g)
Depois de adicionado o excipiente, que pode ser amido, maltodextrina ou lactose, o pasta de extrato
vegetal é levada ao “Spray Dryer” onde será dessecada, entrando no sistema com uma temperatura de 150 –
170ºC e saindo à uma temperatura de 80-85ºC.

Teor de princípios ativos nos extratos secos

EXTRATO SECO TEOR DE ATIVOS


Acerola 26,5% de vitamina C
Advantra Z (Citrus aurantium) 6% de sinefrina
Alcaçuz 12% de glicirrizina
Boswellin 65% de ácidos boswélicos
Cardos (mariano/alcachofra) 80% de silimarina
Cáscara sagrada 20 – 30% de antraquinonas
Castanha da Índia 20% de escina
Centella asiática 10% de asiaticosídeo
Chá verde 20 –50% de polifenóis/60% de catequinas
Citrin (Garcínia ) 50% de ácido hidroxicítrico
Curcuma 95% de curcumina
Echinácea 4% de echinacosídeos
Garra do diabo 5% de harpagosídeos
Ginkgo biloba 24% de flavoglicosídeos
Ginseng 5 – 15% de ginsenosídeos
Guaraná 4 – 10% de cafeína
Gymnena silvestre 75% de ácido gimnênico

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 473


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Hidraste 5% de hidrastina
Jarsin (Hipericum perforatum) 3 – 5% de hipericina
Kawa kawa 30% de kawalactonas
Ma Huang 6% de efedrina
Migrafew/Feverfew (Tanaceto) 2,6% de partenolídeo
Mirtilo 25% de antocianosídeos
Pygeum africano 25% de esteróis
Saw palmeto 90% de ácidos graxos livres
Semente de uva 95% de polifenóis
Unha de gato 1,27% de mitranfilina
Valeriana 8 – 10% de ácido valérico
Yam mexicano 6% de diosgenina

Equivalência de extratos secos ou standartizados para vegetais em pó

EXTRATO SECO OU STANDARTIZADO FATOR


Abacateiro (:) 4,0
Acerola (:) 3,0
Alcachofra (:) 4,0
Alecrim (:) 4,0
Angelica (Quando Usa-Se Dong Quai) (:) 4,0
Antocianosideo (Quando Usa-Se Bilberry) (x) 4,0
Boldo Do Chile (:) 4,0
Capsicum (Quando Usa-Se Cayenne) (:) 4,0
Carqueja (:) 4,0
Cáscara Sagrada (:) 3,0
Castanha Da India (:) 4,0
Catuaba (:) 4,0
Cavalinha (:) 4,0
Centella Asiática (:) 4,0
Chapéu De Couro (:) 4,0
Echinacea (:) 4,0
Espinheira Santa (:) 4,0
Fucus Vesiculosos (Algas) (:) 4,0
Ginkgo Biloba (:) 4,0
Ginseng (:) 4,0
Ginseng Siberiano (:) 5,0
Guaraná (:) 4,0
Hidroxicitrato De Cálcio (Quando Usa-Se Citrin Extract) (x) 2,0
Hipericina ( Quando Usa-Se Jarsin Extract) (x) 333
Hipérico ( Quando Usa-Se Jarsin Extract) (:) 7,0
Kawapirona (Quando Usa-Se Extrato Seco De Kawa-Kawa) (x) 3,33
Lactobacillus (:) 3,0
Ma Huang (Efedra) (:) 5,0
Marapuama (:) 4,0
Melissa (:) 4,0
Partenolídeo (Quando Usa-Se Migrafew) (x) 143,0
Passiflora (:) 4,0
Quebra Pedra (:) 4,0
Ruibarbo (:) 2,0
Senne (:) 4,0
Tanaceto (Quando Usa-Se Migrafew/Feverfew) (:) 4,0
Valeriana (:) 4,0

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 474


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

PRODUÇÃO DE SUCOTERÁPICOS:

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO: Os produtos sucoterápicos são produzidos basicamente por produtos


vegetais frescos, não obtendo portanto, na hora da compra, produtos esterilizados. A esterilização dos vegetais
deve ser feita da seguinte maneira:
1º - Verificar o aspecto do vegetal na hora da compra, suas características organolépticas devem ser a de
um vegetal saudável de acordo com as características de cada espécie.
2º - Promover a limpeza manual de cada espécie, retirando detritos de terra, insetos, cascas, sementes,
raízes e folhas mortas e estragadas, lavando-as em água corrente após isso
3º - Deixar os vegetais de molho em solução aquosa com 2% de Água de Javel ou outra solução clássica
de hipoclorito.
4º - Lavar novamente em água corrente e deixar secar em secadores tipo peneira para retirar o excesso de
água.
5º - Se o produto contiver mel, efetuar os testes de frutose e sacarose para confirmar a natureza química do
produto e descaracterizar fraude do mesmo.
6º - Se o produto contiver água mineral, realizar os testes necessários na água.
6º - Verificar os demais componentes do produto e higienizar de acordo com as características de cada
um.
7º - Se o produto contiver adição de líquidos, processar em liqüidificador e se não contiver, processar os
produtos em centrífuga.
8º - Após o processamento deve-se coar o produto e envasar em unidades individuais de 40mL e serem
imediatamente congelados. O processo todo deve ser rápido para evitar recontaminação do mesmo.

Suco De Alfafa
broto de alfafa 200g
folha de couve 50g

Usado como anti-oxidante e reconstituinte energético.

Suco De Algas
Folha de alga marinha desidratada 150g
Talos de salsão 100g
Polpa de laranja 200g

Usado como suplemento de iodo e magnésio.

Suco De Berinjela
Polpa de berinjela 100g
Polpa de laranja 200g

Usado como redutor de colesterol.

Suco De Bioflavonóides
Folhas de hortelã-pimenta 50g
Polpa de limão 50g
Cascas secas de laranja 20g
Mel de abelhas 20g
Água mineral 200g

Usado como anti-oxidante e protetor de vasos sanguíneos.

Suco De Brócolis
Folhas e talos de brócolis 100g

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 475


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Flores de brócolis 100g
Água mineral 200g

Usado como anti-oxidante e reconstituinte energético.

Suco De Brotos
Brotos de alfafa 100g
Brotos de aveia 100g
Brotos de milho 100g
Brotos de trigo 100g
Água mineral 100g

Usado como anti-oxidante e reconstituinte energético.

Suco De Clorofila
Folhas de trigo-sarraceno 100g
Folhas de girassol 100g
Brotos de alfafa 100g
Brotos de repolho 100g
Talos de aspargo 100g
Folhas de couve 100g
Cenoura 300g

Usado como anti-oxidante, reconstituinte energético e anti-séptico.

Suco Depurativo
Talos de salsão 100g
Talos e folhas de salsinha 100g
Água mineral 200g

Usado como depurativo do sangue e diurético.

Suco De Couve
Folhas de couve 100g
Folhas de couve-de-Bruxelas 100g
Flores de couve-flor 100g
Flores e talos de brócolis 100g
Cenoura 300g

Usado como cicatrizante e anti-ulceroso.

Suco De Dente De Leão


Folhas de dente de leão 100g
Cenoura 200g
Água mineral 200g

Usado nas afecções hepáticas e diabetes.

Suco Dermatológico
Framboesas 100g
Morangos 100g
Folhas de alface lisa 100g
Mel de abelhas 20g
Água mineral 200g

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 476


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Usado como prevenção e tratamento de problemas de pele e depurativo.

Suco Digestivo
Cenoura 500g
Folhas de espinafre 50g
Talos de erva-doce 50g

Usado como auxiliar nos processos digestivos.

Suco Protetor Pulmonar


Talos e folhas de salsa 30g
Talos e folhas de agrião 100g
Cenoura 100g
Mel de abelhas 20g
Tintura de própolis 1g
Polpa de laranja 200g

Usado como preventivo e auxiliar no tratamento de afecções pulmonares e desintoxicante.

Suco Vitamínico Infantil


Flores e talos de brócolis 50g
Beterraba 100g
Maçãs 300g
Cenoura 300g
Suplemento vitamínico e mineral infantil.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 477


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
OS EXTRATOS NA FITOCOSMÉTICA

Os extratos glicólicos são indicados para aplicação em soluções aquosas, géis sem álcool, emulsões água/óleo
e tensoativos (sabões, banhos de espuma, xampus).
Extratos fluidos podem ser utilizados em soluções alcoólicas, géis com álcool e emulsões alcoólicas. Os
extratos moles apresentam as mesmas aplicações do extrato fluido, com a vantagem de possuir uma
concentração maior. Estes extratos podem ser facilmente diluídos antes do uso.
Os extratos secos podem ser usados nos produtos para banho, como sais, e em máscaras cosméticas.

Nome Propriedades Fitocosméticas

ABACATE Condicionador, dermoprotetor, emoliente, hidratante, lubrificante e suavizante.

ABACAXI Amaciante, clareador de manchas, emoliente, hidratante e queratolítico.

AÇAI Condicionador, Emoliente, hidratante, remineralizante e suavizante.


Anidrótico, antioleosidade, clareador de manchas, condicionador, emoliente, hidratante,
ACEROLA
remineralizante e tonificante.
Adstringente, amaciante, antilipêmico, hidratante, regenerador, remineralizante e
AGRIÃO
revulsivo.
Adstringente, anticaspa, antisséptico, anti-inflamatório, antimicótico,
ALECRIM antioxidante, cicatrizante, desodorizante, doador de brilho, estimulador capilar,
fotoprotetor, refrescante e tonificante.
Antisseborreico, anti-inflamatório, calmante, dermoprotetor, emoliente, hidratante,
ALFACE
refrescante, remineralizante e suavizante.
Amaciante, anti-inflamatório, antilipêmico, ativador de microcirculação, cicatrizante,
doador de brilho, emoliente, estimulante capilar, estimulante metabólico, fonte de
ALGA SPIRULINA
aminoácidos, fornecedor de percursor biológico, hidratante, refrescante, regenerador,
remineralizante e restaurador.
Adelgaçante, amaciante, antisseborreico, anti-inflamatório, antilipêmico, antimicótico,
ALGA FUCUS ativador de microcirculação, emoliente, estimulante cutâneo, estimulante metabólico,
fonte de vitaminas e formador de filme, regenerador e rubefaciente.
ALTÉIA Amaciante, anti-inflamatório, emoliente, fonte de aminoácidos e hidratante.
Amaciante, cicatrizante, condicionador, doador de brilho, emoliente, espumógeno, fonte
AMÊNDOA DOCE de aminoácidos, formador de filme, hidratante, lubrificante, regenerador, restaurador e
suavizante.
Adstringente, anticaspa, antisseborreico, antisséptico, ainti-inflamatório,
AQUILÉIA
antioleosidade, antioxidante, cicatrizante e dermopurificador.
Adstringente, anticasapa, anestésico, antisséptico, anti-inflamatório, ativador de
ARNICA microcirculação, cicatrizante, descongestionante, estimulante cutâneo, melhora da
capilaridade cutânea, revulsivo e tonificante.
ARRUDA Antirradicais livres, antisséptico e anti-inflamatório.
Amaciante, cicatrizante, condicionador, dermoprotetor, doador de volume, emoliente,
AVEIA fixador de proteínas, fonte de aminoácidos, forn. percursor biológico, hidratante,
remineralizante, restaurador e suavizante.
Amaciante, anti-inflamatório, cicatrizante, condicionador, dermoprotetor, doador de
brilho, doador de volume, emoliente, espumógeno, estimulante metabólico, fornecedor
BABOSA
de vitaminas, formador de filme, hidratante, protetor de mucosa, refrescante,
regenerador, remineralizante,suavizante.
Amaciante, condicionador, emoliente, fonte de aminoácidos, hidratante, remineralizante
BAMBU
e restaurador.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 478


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Amaciante, condicionador, doador de brilho, doador de volume, fonte de aminoácidos,
BANANA
fonte de vitaminas, hidratante e remineralizante.
Adstringente, anticaspa, amaciante, antisseborreico, antisséptico, anti-
BARDANA inflamatório,clareador de manchas, dermopurificador, esimulante capilar, hidratante e
lubrificante
Anestésico, aromatizante, desodorizante, estimulante cutâneo, hidratante, refrescante e
BAUNILHA
suavizante
Adstringente, anestésico, anidrótico, anti-inflamatório, ativador de microcirculação e
BELADONA
cicatrizante,
Adstringente, anticaspa, antisseborreico, antisséptico, antioleosidade, dermopurificador,
BÉTULA
estimulador cutâneo, firmador de pele e vasoconstritor
Adelgaçante, antilepêmico, estimulante capilar, estimulante cutâneo, estimulador
CAFÉ
metabólico e tonalizante.
CAJÚ Amaciante, antioxidante, condicionador, emoliente e hidratante.
Antisséptico, anti-inflamatório, aromatizante, cicatrizante, clareador de manchas,
CALÊNDULA dermoprotetor, dermopurificador, emoliente, hidratante, regenerador, restaurador e
suavizante.
Antibacteriano, aromatizante, cicatrizante, condicionador, descongestionador, doador de
CAMOMILA
volume, melhora a capilaridade cutânea e é refrescante.
CANA DE
Condicionador, emoliente, estimulante metabólico, hidratante, lubrificante.
AÇÚCAR
CANELA DA Adstringente, anestésico, antisséptico, aromatizante, estimulante metabólico,
CHINA fotoprotetor, tonalizante e refrescante
Antisséptico, anti-inflamatório, ativador de microcirculação, descongestionante,
CAPSICUM estimulante capilar, estimulante cutâneo, estimulante metabólico, firmador da pele,
melhora a capacidade cutânea, revulsivo e rubefaciente.
Adstringente, amaciante, cicatrizante, condicionador, doador de brilho, doador de
CASTANHA DO
volume, emoliente, espumógeno, fonte de aminoácidos, fornecedor precursor biológico,
PARÁ
hidratante, lubrificante, revitalizante, suavizante e tensoativo
CASTANHA DA Adstringente, anti-inflamatóriio, antipilêmico, descongestionante, espumógeno, fonte de
INDIA vitaminas, vasoconstritor e vasoprotetor
Adelgaçante, antipilêmico, antioleosidade, estimulante metabólico, regenerador,
CAVALINHA
remineralizante, restaurador, tonificante e vasoprotetor
Amaciante, antirradicais livres, calmante, cicatrizante, dermoprotetor, emoliente,
CENOURA estimulante metabólico, fonte de aminoácidos, fotoprotetor, hidratante, lubrificante e
protetor da mucosa.
CENTELLA
Ativador de microcirculação, estimulante metabólico e hidratante
ASIATICA
CEREJA Amaciante, aromatizante, condicionador, hidratante e suavizante
Adstringente, antirradicais livres, antioxidante, ativador de microcirculação e estimulante
CHÁ VERDE
metabólico.
Amaciante, condicionador, dermoprotetor, doador de brilho,doador de volume, emoliente
COCO e estimulante metabólico, fonte de aminoácidos, hidratante, lubrificante e
remineralizante.
Adstringente, amaciante, anti-inflamatório, cicatrizante, espumógeno, hidratante,
CONFREI
restaurador e suavizante.
Adstringente, cicatrizante, firmador da pele, fixador de proteínas, fotoprotetor e
CRAJIRÚ
tonalizante.
CRAVO BRANCO Anti-inflamatório, espumógeno, hidratante, refrescante e suavizante.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 479


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Anidrótico, antisséptico, anti bacteriano, anti-inflamatório, aromatizante, ativador de
CRAVO DA INDIA
microcirculação, estimulante cutâneo e refrescante.
CUPUAÇÚ Amaciante, condicionador, hidratante e remineralizante.
Adsringente, antisséptico, antioleosidade, protetor da muccosa, refrescante e
DAMASCO
remineralizante.
Antisséptico, anti-inflamatório, antimicótico, antioleosidade, aromatizante, calmante,
ERVA DOCE
doador de brilho, refrescante e suavizante.
Anidrótico, antilipêmico, cicatrizante, desodorante, estimulante metabólico, fixador de
ERVA MATE
proteínas, refrescante e tonalizante.
ESPINAFRE Amaciante, antisséptico, hidratante, remineralizante e revulsivo.
EUCALIPTO
Adstringente, antisséptico, doador de brilho, refrescante e tonificante.
GLOBULUS
FRÂNGULA Adstrigente, cicatrizante, fotoprotetor e tonalizante.
Condicionador, cicatrizante, doador de volume, doador de brilho, emoliente, fonte de
GEMA DE OVO aminoácidos, fonte de vitaminas, fornecedor precursor biológico, hidratante, regenerador,
restaurador e suavizante.
Anestésico, antisséptico, aromatizante, ativador de microcirculação, dermopurificador,
GENGIBRE
desodorante, estimulante cutâneo, hidratante e refrescante.
GERÂNIO Adstringente, anti-inflamatório, estimulante cutâneo, refrescante e tonificante.
Amaciante, antirradicais livres, calmante, dermoprotetor, doador de volume, emoliente,
GERME DE TRIGO espumógeno, fonte de aminoácidos, fonte de vitaminas, fornecedor precursor biológico,
hidratante, lubrificante, restaurador e suavizante.
Amaciante, antirradicais livres, ativador de microcirculação, espumógeno, estimulante
GINKGO BILOBA
cutâneo, estimulante metabólico, revulsivo e tonificante.
Anticaspa, amaciante, anti-inflamatório, antisseborreico, antioleosidade, ativador de
GINSENG microcirculação, estimulante capilar, estimulante cutâneo, estimulante metabólico,
hidratante, protetor da mucosa, restaurador, revitalizante e revulsivo.
Antirradicais livres, anti-inflamatório, antioxidante, calmante, condicionador,
GIRASSOL
espumógeno e protetor da mucosa
Antisséptico, anti-inflamatório, antimicótico, cicatrizante, protetor da mucosa,
GUAÇATONGA
regenerador e restaurador
Adelgaçante, antilipêmico, ativador de microcirculação, estimulante capilar, estimulante
GUARANÁ
bólico, fotoprotetor, refrescante, revitalizante, tonalizante e tonificante.
Adstringente, anticaspa, anidrótico, antisseborreico, antisséptico, antioleosidade,
HAMAMÉLLIS cicatrizante, dermopurificador, firmador da pele, fixador de proteínas e protetor da
mucosa
Adstringente, anticaspa, antisseborreico, antilipêmico, antioleosidade, cicatrizante,
HENNA condicionador, doador de brilho, doador de volume, estimulante capilar, fixador de
proteínas, fotoprotetor, hidratante, restaurador e tonalizante
Adelgaçante, antiradicais livres, antisseborreico, antiimflamatório, antioxidante,
HERA dermoprotetor, descongestionante, estimulante metabólico, melhora da capilaridade
cutânea, protetor da mucosa, regenerador, vasoconstritor e vasoprotetor.
Adstringente, antisséptico, anti-inflamatório, calmante, cicatrizante, firmador da pele e
HIPÉRICO
regenerador.
Adstringente, anticaspa, anestésico, anidrótico, antisseborreico, antisséptico,
HORTELÃ antibacteriano, antimicótico, antioleosidade, aromatizante, ativador de microcirculação,
bacteriostático, descongestionante, estimulante capilar, refrescante e rubefaciente.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 480


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Adstringente, antisséptico, antioleosidade, desodorizante, doador de brilho, estimulante
JABORANDI capilar, hidratante, melhora a capilaridade cutânea, refrescante, restaurador, suavizante,
tonificante e vasoprotetor.
JASMIM Antirradicais livres, aromatizante, cicatrizante e suavizante.
Anticaspa, amaciante, antisseborreico, anti-inflamatório, antioleosidade, condicionador,
JUÁ dermopurificador, doador de volume, emoliente, espumógeno, estimulante capilar,
estimulante cutâneo, hidratante, revulsivo e tensoativo.
Adstringente, amaciante, antioxidante, clareador de manchas, condicionador,
dermoprotetor, dermopurificador, doador de volume, emoliente, fonte de aminoácidos,
KIWI
fonte de vitaminas, firmador da pele, hidratante, queratolítico, remineralizante, revulsivo
e tensoativo.
Adstringente, amaciante, anidrótico, antisseborreico, antioleosadade, antioxidante,
LARANJA aromatizante, cicatrizante, clareador de manchas, dermopurificador, desodorizante,
doador de brilho, hidratante, queratolítico, refrescante e remineralizante.
LARANJA Amaciante, antisséptico, antioxidante, aromatizante, condicionador, hidratante,
AMARGA refrescante e tonificante.
Anestésico, antisséptico, antibacteriano, antimicótico, aromatizante, cicatrizante,
LAVANDA
descongestionante, refrescante, revitalizante e tonificante.
Amaciante, antirradicais livres, cicatrizante, condicionador, dermoprotetor, doador de
LEVEDO DE volume, emoliente, espumógeno, fonte de aminoácidos, fonte de vitaminas, firmador da
CERVEJA pele, forn. precursor biológico, hidratante, lubrificante, restaurador, revitalizante e
suavizante.
Adelgaçante, clareador, adstringente, anticaspa, amaciante, anidrótico, antisseborreico,
antisséptico, antibacteriano, anti-inflamatório, antioleosidade, antioxidante,
LIMÃO bacteriostático, cicatrizante, clareador de manchas, condicionador, dermopurificador,
desodorizante, doador de brilho, firmador da pele, fonte de vitaminas, hidratante,
queratolitico, refrescante e remineralizante.
LIRIO
Antisséptico, anti-inflamatório, aromatizante, cicatrizante e refrescante.
FLORENTINO
Antisséptico, calmante, estimulante capilar, estimulante metabólico, fornecedor de
LÚPULO precursor biológico, hidratante, melhora a capilaridade cutânea, remineralizante,
revitalizante e suavizante
Amaciante, anti-inflamatório, antioxidante, calmante, desodorizante, doador de volume,
MAÇÃ fonte de vitaminas, hidratante, queratolítico, refrescante, remineralizante, restaurador e
tonificante
Antirradicais livres, antibacteriano, anti-inflamatório, antioxidante, desodorizante,
MACELA
fotoprotetor e refrescante.
Adstringente, anticaspa, amaciante, calmante, cicatrizante, condicionador, doador de
MALVA volume, emoliente, fixador de proteínas, formador de filme, hidratante, lubrificante,
protetor da mucosa, restaurador e suavizante.
Adelgaçante, anticaspa, amaciante, antisseborreico, clareador de manchas,
condicionador, dermopurificante, descongestionante, doador de brilho, doador de
MAMÃO volume, emoliente, espumógeno, estimulante cutâneo, fonte de aminoácidos, fonte de
vitaminas, hidratante, lubrificante, queratolítico, remineralizante, revitalizante, revulsivo
e suavizante.
Amaciante, antirradicais livres, antioxidante, calmante, cicatrizante, condicionador,
MANGA dermoprotetor, doador de brilho, doador de volume, emoliente, fonte de vitaminas,
formador de filme, hidratante, lubrificante, protetor da mucosa e rubefaciente.
Adstringente, antisséptico, anti-inflamatório, aromatizante, calmante, refrescante e
MARACUJÁ
vasoprotetor.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 481


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Amaciante, antirradicais livres, anti-inflamatório, antioxidante, cicatrizante,
condicionador, dermoprotetor, doador de brilho, doador de volume, emoliente, fonte de
MEL
aminoácidos, fonte de vitaminas, formador de filme, fornecedor de precursor biológico,
hidratante, lubrificante, protetor da mucosa, regenerador, remineralizante e restaurador
MELANCIA Amaciante, hidratante, refrescante, remineralizante e tonificante.

MELÃO Amaciante, condicionador, doador de volume, hidratante e remineralizante


Adstringente, antisséptico, anti-inflamatório, antioxidante, aromatizante, calmante,
MELISSA
estimulante cutâneo e refrescante.
Adstringente, anticaspa, anestésico, antisseborreico, antisséptico, antimicótico,
MENTA antioleosidade, aromatizante, ativador de microcirculação, bacteriostático, calmante,
descongestionante, estimulante capilar, refrescante e rubefaciente.
MIRRA Adstringente, anestésico, antisséptico, anti-inflamatório, aromatizante, cicatrizante e
refrescante.
Anti-inflamatório, antimicótico, antioxidante, cicatrizante, dermoprotetor, hidratante e
MORANGO
remineralizante.
Adstringente, antisseborreico, antisséptico, anti-inflamatório, firmador da pele e
NOGUEIRA
tensoativo.
Anestésico, antisséptico, anti-inflamatório, aromatizante, ativador de microcirculação,
NOZ MOSCADA
descongestionante, estimulante cutâneo e refrescante
Adstringente, amaciante, antisséptico, calmante, clareador de manchas, doador de
PEPINO
volume, emoliente, hidratante e refrescante
PÊSSEGO Amaciante, antioxidante, formador de filme, hidratante, remineralizante e restaurador

PITANGA Amaciante, antirradicais livres, antioxidante, condicionador, hidratante e remineralizante


Antirradicais livres, antisseborreico, antisséptico, anti-inflamatório, antioxidante,
dermopurificador, emoliente, estimulante capilar, estimulante metabólico, fonte de
PÓLEN
aminoácidos, fonte de vitaminas, hidratante, lubrificante, remineralizante, restaurador,
revitalizante, revulsivo e tonalizante
Antirradicais livres, anidrótico, antisseborreico, antisséptico, antibacteriano, anti-
PRÓPOLIS inflamatório, antimicótico, antioleosidade, bacteriostático, cicatrizante, fotoprotetor e
regenerador.
Adelgaçante, adstringente, anticaspa, amaciante, antisseborreico, anti-inflamatório,
antioleosidade, doador de volume, emoliente, espumógeno, estimulante capilar,
QUILAYA
estimulante cutâneo, estimulante metabólico, hidratante, revulsivo, suavizante e
tonificante.
Ativador de microcirculação, clareador de manchas, estimulante capilar, estimulante
QUINA
cutâneo, estimulante metabólico, fotoprotetor, revitalizante, tensoativo e tonalizante.
Adstringente, antisseborreico, cicatrizante, fixador de proteínas, fotoprotetor, hidratante,
RATANIA
protetor da mucosa e tensoativo.
Adstringente, antisséptico, antioleosidade, cicatrizante, refrescante, remineralizante e
ROMÃ
tensoativo.
Adstringente, amaciante, antirradicais livres, antisséptico, anti-inflamatório, calmante,
ROSA BRANCA
cicatrizante, emoliente, hidratante, refrescante e restaurador.
Adstringente, anticaspa, antirradicais livres, antioleosidade, fonte de vitaminas,
ROSA MOSQUETA
refrescante,restaurador e tonalizante.
ROSA VERMELHA Anticaspa, antisséptico, anti-inflamatório, cicatrizante e tonalizante.

SALSAPARRILHA Antisséptico e suavizante.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 482


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Adstringente, antisséptico, anti-inflamatório, aromatizante, cicatrizante,
SÁLVIA
dermopurificador, estimulante metabólico, tensoativo e tonalizante.
SAMBUCUS Adstringente, emoliente, estimulante cutâneo e fotoprotetor.

SÂNDALO Adstringente, antisséptico, anti-inflamatório, estimulante cutâneo e tonalizante.


Amaciante, condicionador, emoliente, estimulante metabólico, forn. precursor biológico,
SHIITAKE
hidratante e restaurador.
TANGERINA Adstringente, antisseborreico, antisséptico, hidratante e remineralizante.
Adstringente, anticaspa, anidrótico, antisseborreico, antisséptico, anti-inflamatório,
TILIA
antioleosidade, cicatrizante, emoliente e hidratante.
TOMILHO Anticaspa, antisséptico, cicatrizante, doador de brilho e rubefaciente.
Antisseborreico, ativador de microcirculação, estimulante capilar, forn. Precursor
URTIGA
biológico, revulsivo, rubefaciente e tonalizante.
URUCUM Aromatizante, fonte de vitaminas e tensoativo.
Adstringente, antisseborreico, anti-inflamatório, firmador da pele, fixador de proteínas,
UVA
fonte de aminoácidos, fonte de vitaminas e queratolítico.
YLANG YLANG Antirradicais livres, antisséptico, anti-inflamatório, refrescante e tonalizante.
Antisseborreico, antisséptico, antibacteriano, anti-inflamatório, antimicótico,
ZEDOARIA antioleosidade, antioxidante, aromatizante, desodorizante, doador de volume e
regenerador.
Amaciante, anestésico, antisseborreico, antiséptico, antibacteriano, anti-inflamatório,
ZIMBRO antimicótico, antioleosidade, antioxidante, aromatizante, clareador de manchas,
desodorizante e queratolitico.

COMPRESSAS, LOÇÃO, UNGÜENTO, CATAPLASMA, LINIMENTOS

Compressas

São feitas com pedaços de pano limpo, algodão ou gazes embebidos em chá ou sumo de plantas aplicadas
quentes ou frias no local afetado. Uso externo.

Loção

São preparações farmacêuticas líquidas aplicadas topicamente onde os princípios ativos estão
geralmente solubilizados. O conhecimento dos principais solventes utilizados é fundamental, pois a
solubilização e homogeneização dos fármacos é fundamental para o efeito do medicamento e para a qualidade
do produto final. Os principais solventes são:

• Água
A água é o solvente mais utilizado em farmacotécnica. A água deve satisfazer as exigências legais em
relação as características físicas, químicas e microbiológicas. A água potável (filtrada) é usada como matéria-
prima para a obtenção de água destilada, deionizada, esterilizada ou para injeção, as quais são empregadas
rotineiramente em farmácia magistral.

Água Deionizada: Para pequenos volumes, o processo consagrado é o da deionização por troca iônica.
Um deionizador de bancada possui uma grande superfície de resina em contato com a água, onde há
acumulo de impurezas, facilitando a proliferação de microorganismos. Para recuperar as resinas, é
necessário regenerar o sistema cada vez que o condutímetro indicar saturação.
A sanitização de resinas é feita com a aplicação de hipoclorito de sódio à 5% e deve ser

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 483


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
realizada semanalmente. Devendo após isso, esvaziar todo o conteúdo do deionizador até que a água não
apresente traços de cloro.
A regeneração de resinas deve ser feita apenas quando o sistema indicar saturação. Em resinas
de troca catiônicas deve aplicar solução de ácido clorídrico 4% e em resinas de troca aniônicas deve-se
aplicar solução de hidróxido de sódio 4%.

Água Destilada: Do ponto de vista microbiológico é o melhor processo de purificação de água pois
envolve mudança de estado físico, fornecendo teoricamente água estéril. O destilador e o barrilete devem
ser limpos e sanitizados periodicamente e o armazenamento da água é contra-indicado.

Água Esterilizada:Água destilada que foi esterilizada, despirogenada e acondicionada em recipientes


limpos e hermeticamente fechados, utilizada no preparo de colírios e injetáveis, podendo conter ou não
bacteriostéticos.

• Álcool etílico
Segundo solvente mais utilizado. Diminui a possibilidade de hidrólise, tem conservação indefinida e
pode ser misturado com água. É usado em soluções hidroalcóolicas extrativas de princípios ativos (de 45 –
90%), em soluções antissépticas e desinfetantes (70%).
Constitui um bom solvente para essências, alcalóides, glicosídeos, sendo porém fraco para gomas e
proteínas. Loções tópicas de etanol são usadas para facilitar a penetração de ativos na pele.

Usos do álcool etílico Concentrações


Preservativo antimicrobiano Acima de 10%
Desinfetante 60 – 90%
Solvente extrativo em produtos galênicos Até 85%
Solvente em preparações líquidas de uso oral Variável
Solvente em soluções injetáveis Variável
Solvente em produtos tópicos 60 – 90%
Solvente em film coating Variável

Incompatibilidades:
• Em condições ácidas, soluções etanólicas podem reagir violentamente com agentes oxidantes;
• Misturas com álcalis podem escurecer devido a reações com quantidades residuais de aldeídos;
• Substâncias biológicas e gomas podem precipitar;
• Loções hidroalcóolicas acima de 20ºGL podem inativar os lipossomas.

• Glicerina

A glicerina é utilizada em uma grande variedade de preparações farmacêuticas, incluindo


preparações de uso oral, auricular, oftálmico, tópico, parenteral e cosméticos.
Em formulações tópicas e cosméticas é usada por suas propriedades umectantes e emolientes. Em
formulações parenterais é usada como solvente e em preparações orais é usada como antimicrobiana,
edulcorante e doador de viscosidade.

Usos da glicerina Concentrações


Preservativo antimicrobiano Acima de 20%
Emoliente e umectante Até 30%
Formulações oftálmicas 0,5 – 3,0%
Solvente para preparações parenterais Até 50%
Agente edulcorante em preparações orais Até 20%

Incompatibilidades:
• A glicerina pode explodir se misturada com agentes oxidantes fortes como o trióxido de cromo, clorato
de potássio e permanganato de potássio;

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 484


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
• Pode ocorrer escurecimento na presença de luz, com óxido de zinco ou subnitrato de bismuto;
• Se contaminada por ferro, pode escurecer em misturas com fenóis, salicilatos e taninos;

• Propilenoglicol

O propilenoglicol tem sido amplamente utilizado como um solvente, extrator e conservante em uma
variedade de preparações farmacêuticas de uso parenteral e não parenteral. Ele é melhor solvente que a
glicerina e dissolve uma variedade de substâncias tais como, corticóides, fenóis, sulfas, barbituratos, vitaminas
A e D, a maioria dos alcalóides e vários anestésicos locais. Apresenta ação antisséptica similar ao etanol,
porém pouco menos efetivo.
O propilenoglicol é também utilizado em cosméticos como umectante, como veículo de emulsificantes e
flavorizantes, como doador de viscosidade e para aumentar o tempo de permanência da droga na superfície
cutânea.

Usos do propilenoglicol Forma farmacêutica Concentrações


Preservativo Soluções, semi-sólidos 15 – 30%
Emoliente e umectante Tópica Até 30%
Solvente ou co-solvente Aerosol 10 – 30%
Soluções orais 10 – 25%
Soluções parenterais 10 – 60%
Tópicos 5 – 80%

Incompatibilidades:
• O propilenoglicol é incompatível com agentes oxidantes fortes como o trióxido de cromo, clorato de
potássio e permanganato de potássio;

• Polietilenoglicol 400

Os polietilenoglicóis são amplamente utilizados em uma variedade de preparações farmacêuticas,


incluindo parenteral, tópica, oftálmica, oral e retal. São estáveis, de característica hidrofílica e não irritantes à
pele. Embora eles não penetrem rapidamente na pele, os PEGs são solúveis em água e como tal são facilmente
removidos da pele com lavagem.
Em soluções aquosas pode ser usado como agente suspensor e doador de viscosidade e consistência.
Quando em conjunto com outros emulsificantes, podem atuar como estabilizante de emulsões. Também pode
ser usado para aumentar a solubilidade de substâncias pouco solúveis em água.

Incompatibilidades:
• Pode ser incompatível com alguns corantes;
• A atividade antibacteriana de certos antibióticos, particularmente penicilina e bacitracina, é
reduzida em bases de polietilenoglicóis;
• A eficácia conservante dos parabenos podem ser reduzidas;
• Descolorações de antralina e sulfonamidas podem ocorrer e o sorbitol pode precipitar de soluções.

• Éter sulfúrico

O éter sulfúrico é um líquido límpido, incolor, de odor característico, inflamável, muito volátil,
produzindo considerável resfriamento na pele. É solúvel com o etanol, óleos, essências e dissolve as gorduras,
resinas, enxofre e etc.

Incompatibilidades:
• Ácido sulfúrico: formação lenta de ácido sulfovínico ou sulfato de óxido de etila, com novas
propriedades.
• Ácido crômico, permanganatos solúveis: forte oxidação podendo resultar em mistura explosiva;
• Sais e álcalis em geral: geralmente são insolúveis em éter;

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 485


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
• Água: são miscíveis com o éter somente em mínima proporção;
• Oxidantes em geral: convertem lentamente o éter em peróxido de etila e hidrogênio;
• Proteínas: são insolúveis em éter e podem precipitar de soluções.

• Óleos vegetais

Têm grande aplicação em preparações tópicas farmacêuticas e cosméticas, injetáveis oleosos, colírios
oleosos e como solvente.
Os principais óleos vegetais usados são os de soja, milho, girassol, amêndoas, semente de uva,
macadâmia, etc.

• Óleo mineral

O óleo mineral é utilizado principalmente como excipiente em formulações tópicas onde exerce ação
emoliente e solvente.

Usos do óleo mineral Concentrações


Pomadas oftálmicas 3 – 60%
Preparações auriculares 0,5 – 3%
Emulsões tópicas 1 – 32%
Pomadas tópicas 0,1 – 95%

Incompatibilidades:
• Incompatível com agentes oxidantes fortes.

• Dimetilsulfóxido

O DMSO passa rapidamente pelo estrato córneo da pele e devido esta propriedade tem sido utilizado em
preparações farmacêuticas como otimizador da absorção cutânea.

POMADAS, UNGÜENTOS, LINIMENTOS E PASTAS

Pomadas são preparações farmacêuticas semi-sólidas que amolecem ou fundem à temperatura


corpórea, para uso externo sobre a pele ou mucosa. Devem espalhar-se facilmente e não serem arenosas.
Pomadas são usadas geralmente em lesões secas ou com descamação. Suas propriedades emolientes
contribuem para hidratar a pele, permanecendo no local de aplicação por um período prolongado. Quando a
pomada possui consistência elevada e presença de resinas em sua composição, é denominada de ungüento.
As pastas são pomadas espessas que geralmente não se espalham à temperatura corpórea e, por isso,
servem de camada protetora ás áreas aplicadas. Possuem sempre mais de 20% de sólidos e por isso o melhor
método de preparo das pastas é pela fusão. Os linimentos são emulsões simples formadas pela emulsificação
de óleos vegetais por uma base. Os principais componentes desses tipos de preparações são:

• Vaselina
É constituída por uma mistura de hidrocarbonetos da série parafínica e oleofínica. É untuosa, inodora,
insípida e se funde entre 38 e 60ºC. É incompatível com o bálsamo do Peru, pois forma 2 camadas. Pode ser
usada até pura como excipiente.

• Lanolina
É o segundo componente da pomada simples, é extraída da lã de carneiro. Quando adicionada em
pomadas facilita a penetração cutânea dos ativos devido a suas propriedades emolientes e emulgentes A/O
podendo absorver até 2 vezes seu peso em água quando anidra.
Os inconvenientes de seu uso estão na cor, cheiro desagradável e persistente, poder provocar alergias e ser
de difícil manuseio devido à sua alta viscosidade. A alergia atribuída à lanolina é devida aos álcoois graxos

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 486


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
livres, entretanto, a hipersensibilidade é relativamente incomum, estimada em torno de 5 pessoas por milhão.
A lanolina é miscível com vaselina; é sempre recomendada quando se deseja incorporar produtos
hidrófilos na preparação ou na formulação de pomadas não oclusivas. A lanolina pode conter alguns pró-
oxidantes que podem afetar a estabilidade de alguns fármacos, devendo por isso se acrescentar 0,02% de BHT
em formulações contendo lanolina.

• Polietilenoglicóis
Polietilenoglicóis são substâncias que apresentam características tipicamente hidrófilas. São
excelentes emulsivos de óleo em água, pois apresentam atividade sobre a tensão superficial. As bases
dermatológicas preparadas com os polietilenoglicóis têm, em regra, pH 6,0 – 7,0, fato que advoga sua
tolerabilidade local.
A pomada PEG pode causar ardência, principalmente quando aplicada em mucosas. Reações de
hipersensibilidade a polietilenoglicóis já foram relatadas. É contra-indicado o uso de pomadas a base de
polietilenoglicóis em pacientes com queimaduras extensas, pois os mesmos são hiperosmóticos.
Mostram-se incompatíveis com numerosas substâncias que freqüentemente reagem com eles pela função
alcoólica primária (penicilina, bacitracina e cloranfenicol). O ácido salicílico, fenol, resorcinol, barbitúricos e
taninos são incompatíveis com os PEG.

• Gel de petrolato-polietileno (unigel)


É uma base para pomadas e géis oleosos translúcidos, aos quais deseja-se incorporar fármacos
hidrossolúveis e lipossolúveis. Não possui o odor e aspectos indesejáveis das pomadas de lanovaselinas. Pode
ser usado como único excipiente ou como aditivo em formulações de pomadas.
Em testes realizados de irritação ocular e dérmica, o unigel provou não ser irritante, sendo ideal em
produtos infantis, produtos para peles sensíveis e formulações oftálmicas.

Pomada Simples
Lanolina anidra 50%
Vaselina sólida 50%

Homogeneizar os componentes.

Cerato De Galeno (F.B.)


Cera de abelhas 14,0%
Óleo de amendoim 56,0%
Água de rosas 30,0%

Fundir a cera e juntar o óleo de amendoim. Mexer até 50ºC e acrescentar a água de rosas aos poucos mexendo
até resfriar totalmente.

Unguento Basilicão (Pomada Resinada)


Colofônia (breu) 15,0%
Terebintina 10,0%
Cera de abelhas 15,0%
Vaselina líquida 60,0%

Fundir a colofônia e cera de abelhas e incorporar à vaselina e terebintina. Mexer até o resfriamento. Indicada
como anti-inflamatória.

Pasta D’agua (F.B.)


Água de cal 25,0%
Glicerina 25,0%
Talco 25,0%
Óxido de Zinco 25,0%

Tamizar os pós e homogeneizar todos os componentes. Indicada como antisséptica, antipruriginosa, secativa e

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 487


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
cicatrizante.

Loção De Calamina
Calamina 8,00%
Óxido de Zinco 8,00%
Magma de Bentonita 25,0%
Glicerina 2,00%
Água de cal 57,0%

Homogeneizar bem os componentes.

Linimento De Calamina (F.B.)


Calamina 10,0%
Óxido de Zinco 10,0%
Óleo de Oliva 40,0%
Água de cal 40,0%

Verter a água de cal sobre o óleo e mexer até saponificação. Acrescentar os pós e homogeneizar.

A – Água de cal: Óxido de Cálcio 2,00%


Água destilada 98,0%

Linimento Óleo Calcário (F.B.)


Óleo de Linhaça ou Amêndoas 50,0%
Água de Cal 50,0%

Verter a água de cal sobre o óleo e mexer até saponificação

Pomada De Arnica
Extrato fluido de arnica 10,0%
Lanolina anidra 45,0%
Vaselina sólida 45,0%
Homogeneizar os componentes. Indicada como anti-inflamatória e cicatrizante.

Pomada De Beladona (F.B.)


Extrato mole de beladona 10,0%
Lanolina anidra 30,0%
Vaselina sólida 60,0%

Homogeneizar os componentes. Indicada como anti-inflamatório.

Pomada De Calêndula (F.B.)


Tintura de Calêndula 16,0%
Óxido de Zinco 16,0%
Pomada simples 68,0%
Homogeneizar os componentes. Indicada como antisséptica, secativa e cicatrizante.

Pomada De Cirtopodium
Extrato de Cirtopodium 10,0%
Lanolina anidra 45,0%
Vaselina sólida 45,0%

Homogeneizar os componentes.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 488


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Pomada De Confrei
Extrato de Confrei 10,0%
Lanolina anidra 45,0%
Vaselina sólida 45,0%

Homogeneizar os componentes.

Pomada de Enxofre (F.B.)


Enxofre precipitado 10,0%
Tween 80 1,0%
Cera de abelhas 20,0%
Vaselina sólida 69,0%

Triturar o enxofre com o tween e incorporar à cera fundida e vaselina. Indicada como parasiticida.

Pomada De Erva De Bicho


Extrato de erva de bicho 10,0%
Lanolina anidra 45,0%
Vaselina sólida 45,0%

Homogeneizar os componentes.

Pomada De Sapucainha
Extrato de Sapucainha 10,0%
Lanolina anidra 45,0%
Vaselina sólida 45,0%

Homogeneizar os componentes.

Pomada Para Varizes E Hemorroidas


Extrato de hamaméllis 10,0%
Extrato de castanha da Índia 10,0%
Rutina 1,00%
Pomada simples 79,0%

Dissolver a rutina nos extratos e incorporar à pomada.

PÓS TÓPICOS

As preparações de pós tópicos, conhecidas vulgarmente como talcos, ampliam a área de evaporação
de água da pele, aumentam a perspiração da pele com conseqüente queda da temperatura cutânea e sensação
de frescor. Também atuam na adsorção de gordura (atividade antisseborréica ) e absorção de suor (
principalmente dos pés ).
Os principais ativos veiculados na forma de pós são:
- Antimicóticos
- Anti parasitários
- Queratolíticos
- Cicatrizantes
- Antissépticos
- Desodorantes
- Anti pruriginosos

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 489


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Principais componentes das formulações em pó tópicas

• Base: Talco ( Silicato de Magnésio ) é um ótimo absorvente, inerte e pouco aderente.


• Adjuvantes da base: usados quando se deseja melhorar as propriedades do talco.

a) ABSORVENTES DE ÁGUA:
- Carbonato de Cálcio ( concentração usual até 25% ).
- Carbonato de Magnésio ( concentração usual até 25% ).

b) MELHORADORES DE ADERÊNCIA
- Estearato de Zinco ( concentração usual até 25% ).
- Estearato de Magnésio ( concentração usual até 10% ).

c) SECATIVOS E ANTIPRURIGINOSOS
- Óxido de Zinco ( concentração usual até 40% )
.
d) SOBREENGORDURANTES
- Lanolina ( concentração usual até 5% ).
- Silicone ( concentração usual até 5% ).

Exemplo de Talco para os Pés

Óleo Essencial de Tea Tree 0,5%


Óleo Essencial de Eucalipto globulus 0,5%
Óleo Essencial de Cravo da India 0,5%
Estearato de Magnésio 5%
Óxido de Zinco 10%
Carbonato de Cálcio 20%
Talco qsp 100%

GÉIS VEGETAIS E GLICEROLATOS

Géis são sistemas semi-sólidos poliméricos nos quais o deslocamento do meio dispersante é
restringido pelo entrelaçamento tridimensional de partículas em rede ou macromoléculas solvatadas na fase
dispersa. Alguns têm aparência cristalina como a água e outros são turvos, uma vez que seus componentes
podem não estar completamente dispersos ou estarem agregados, o que dispersa a luz.
A adição de álcool ou pHs extremos pode diminuir a viscosidade dos géis. Quando a água dos géis é
substituída por glicerina, estes podem ser denominados de gliceróleos ou glicerolatos.

Gel de cmc: Seu agente espessante é a carboximetilcelulose, um polímero natural de celulose. Possui caráter
aniônico e forma sobre a pele um filme não oclusivo, facilmente removido com água. É pouco usado em
preparações dermatológicas, sendo usado em preparações orais, vaginais e para outras mucosas e como agente
suspensor. É incompatível com ativos fortemente ácidos e sais solúveis de ferro, alumínio e zinco, goma
xantana, forma complexos coacervados com gelatina e pectina e pode precipitar proteínas.
CMC 3,50%
Glicerina 3,00%
Benzoato de Sódio 0,10%
EDTA 0,10%
Água destilada qsp 100%

Demolhar o CMC na glicerina e juntar os demais componentes sob forte agitação.

Gel de amigel: A novidade mais recente na área cosmecêutica. Este gel feito com gomas naturais apresenta
suavidade e pegajosidade baixa, comparado com outros géis feitos com gomas naturais e derivados de

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 490


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celulose. Possui caráter não iônico e estabilidade perfeita em pH de 2 a 11.
Amigel (goma de sclerotium) 2,00%
Propilenoglicol 2,00%
Benzoato de Sódio 0,10%
Água destilada 95,9%

Dispersar o amigel na água e aquecer à 70ºC sob forte agitação. Continuar agitando até resfriar e juntar o
phenonip e propileno.

Gel De Goma Xantana


Goma xantana 4,0%
Glicerina 3,0%
Benzoato de Sódio 0,10%
Água destilada 92,5%
Dispersar a goma na água e aquecer à 70 graus sob forte agitação. Esperar esfriar e juntar os demais
componentes.

Glicerolato De Amido

Amido 10,0%
Glicerina 69,9%
Benzoato de Sódio 0,10%
Água destilada 20,0%

Misturar os componentes e aquecer sob agitação até geleificar.

Glicerolato De Alginato De Cálcio

Citrato de Cálcio 0,50%


Alginato de Sódio 3,00%
Benzoato de Sódio 0,10%
Glicerina 45,0%
Água destilada 51,3%

Misturar os 3 primeiros componentes com a glicerina e acrescentar a água aos poucos e sob agitação até
formar um gel homogêneo.

Mucilagem de Linhaça

Semente de Linhaça moída 10,0%


Glicerina 3,00%
Benzoato de Sódio 0,10%
Água destilada qsp 100%

Misturar os componentes e levar à aquecimento com agitação constante., deixando em fervura por 5 minutos.
Filtrar em pano enquanto quente.

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PRINCÍPIOS ATIVOS VEGETAIS

Os princípios ativos das plantas medicinais são substâncias que a planta sintetiza e armazena durante o seu
crescimento. No entanto, nem todos os produtos metabólicos sintetizados possuem valor medicinal. Em todas
as espécies existem ao mesmo tempo princípios ativos e substâncias inertes. Estas últimas, determinam a
eficácia da erva medicinal acelerando ou retardando a absorção dos princípios ativos pelo organismo.
Geralmente, numa mesma planta, encontram-se vários componentes ativos, dos quais um ou um grupo
determinam a opção principal.
Quando isolado este princípio ativo, normalmente apresenta ação diferente daquela apresentada pelo vegetal
inteiro, ou seja, pelo seu fitocomplexo.
Os princípios ativos não se distribuem de maneira uniforme no vegetal. Concentram-se preferencialmente nas
flores, folhas e raízes, e, às vezes nas sementes, nos frutos e na casca.
Outra característica dos vegetais é que não apresentam uma concentração uniforme de princípios ativos
durante o seu ciclo de vida, variando com o habitat, a colheita e a preparação.
Para uma compreensão melhor dos componentes vegetais e de sua ação, apresentamos a seguir um breve
resumo dos principais princípios ativos:

ALCALÓIDES
Os alcalóides formam um grupo heterogêneo, de substâncias orgânicas, definido pela função amina, raramente
amida, que dá a seus constituintes propriedades químicas próprias, as quais se aliam uma toxidade elevada e,
muitas vezes, uma atividade farmacológica notável.
Como exemplo de alcalóides podem se citadas a atropina, a morfina, a cafeína e a quinina.

Fenilalaninas Capsicina da pimenta, colquicina ou colchichina do cólquico (Colchium


autumnale).

Alcalóides Morfina, etilmorfina, codeína e papaverina contidas no ópio da


isoquinoleicos dormideira ou papoula-dormideira(Papaver somniferum).

Alcalóides indólicos Ergometrina, ergotamina, ergotoxina da cravagem dos cereais


Alcalóides caule folhoso da arruda comum (Ruta graveolens)
quinoleicos
Alcalóides Ricinina do rícino (Ricinus communis), trigonelina do feno grego, conina
piridínicos e (veneno violento) da cicuta (Conium
piperidínicos maculatum)

Alcalóides derivados Escopolamina e atropina da beladona (Atropa belladonna)


d o tropano

Alcalóides esteróides Raiz do veratro (Veratro viride), doce-amarga (Solanum dulcamara),


aconito (Aconitum napellus - aconitina).

:
PRINCÍPIOS AMARGOS

ROCHA (1998) cita que estas substâncias apresentam um gosto amargo, excitam as células gustativas,
estimulam o apetite e aumentam a secreção dos sucos gástricos. A farmacologia agrupa, sob o nome de
princípios amargos, as substâncias vegetais terpênicas susceptíveis de libertar azuleno, assim como
glucosídeos de diversas estruturas bioquímicas. O primeiro grupo engloba, por exemplo, os sucos amargos do
absinto e do cardo-santo. O segundo grupo é o mais comum: reúne os sucos das gencianáceas (genciana,
trifólio), da centáurea, entre outros. Apresentando os óleos
essenciais atividade antisséptica.

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TANINOS

Os taninos são componentes vegetais que possuem a propriedade de precipitar as proteínas da pele e das
mucosas, transformando-as em substâncias insolúveis. Os taninos possuem ação adstringente, anti-séptica e
antidiarréica.

HETEROSÍDEOS

São substâncias amplamente distribuídas no reino vegetal. Apresentam ações e efeitos tão diversos que é
difícil agrupá-las sob um conceito químico. Todos os heterosídeos possuem em comum a característica de, por
hidrólise, se desintegrarem em um açúcar e uma porção aglicona. A glicona é que determina, geralmente, a
ação do heterosídeo.
Os primeiros heterosídeos isolados eram produtos condensados da glicose, motivo pelo qual foram chamados
de glicosídeos; termo depois generalizado para todos os heterosídeos e hoje reservado somente para aqueles
derivados da glicose. reconheceram-se vários compostos da natureza análoga, mas derivados de oses
designados de galactosídeos, ramnosídeos, etc.
Como por exemplo, podemos citar as substâncias cardioativas da digitalis, os princípios ativos da uva-ursi e o
efeito sudorífico das flores de tília.

FLAVONÓIDES

Os flavonóides foram um grupo muito extenso, pelo número dos seus constituintes naturais e ampla
distribuição no reino vegetal. São substâncias diferentes com uma composição química base, que compreende
fundamentalmente os derivados flavônicos (flavos-amarelo), os derivados antociânicos (anthos-flor e kyanus-
azul), as catequinas ou catecóis e outros constituintes com eles relacionados.
As propriedades físicas e químicas são muito variáveis, no entanto, podem ser relacionadas algumas
propriedades farmacológicas do grupo como:
Ação sobre os capilares
Ação em determinados distúrbios cardíacos e circulatórios
Ação antiespasmódica

SAPONINAS

As saponinas ou saponosídeos formam um grupo particular de heterosídeos.


O seu nome provém da propriedade de formar espuma abundante, quando agitadas com água, à semelhança
do sabão, que emulsionam o óleo na água e que possuem um efeito hemolítico.
As plantas que contém saponinas são utilizadas também por sua ação mucolítica, diurética e depurativa. As
saponinas favorecem a ação dos demais princípios ativos da planta e em excesso podem ser irritantes da
mucosa intestinal.

MUCILAGENS

No sentido botânico-farmacológico entende-se por mucilagens as substâncias macromoleculares de natureza


glicídica e que incham quando em contato com a água proporcionando um líquido viscoso.
As plantas com mucilagens estão amplamente distribuídas no reino vegetal, mas somente algumas espécies
possuem aplicação terapêutica como a malva e o linho.
As mucilagens agem protegendo as mucosas contra os irritantes locais, atenuando as inflamações.

ÁCIDOS ORGÂNICOS

Diversos vegetais apresentam ácidos orgânicos, que lhes conferem sabor ácido e propriedades farmacêuticas
características, como ação refrescante e laxativa. Dentre os ácidos presentes pode-se destacar o tartárico,
málico, cítrico e o silícico.
As plantas das famílias das borraginácias, das equisetáceas e das gramíneas absorvem grande quantidade de
sais orgânicos do solo, principalmente o silícico, armazenando-o nas membranas das células ou no seu

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protoplasma.
Este ácido é um elemento fundamental para o tecido conjuntivo, pele, cabelos e unhas. As plantas ricas em
ácidos orgânicos são muito utilizadas na fitocosmética.

ÓLEOS ESSENCIAIS

Os óleos essenciais são compostos aromáticos, geralmente voláteis, retirados dos vegetais, onde são
encontrados pré - formados ou na forma combinada. São extraídos por destilação, por expressão ou por
extração por solventes.
Os medicamentos magistrais à base de óleos essenciais variam com as propriedades químicas e físicas, em
particular a solubilidade. Com um excipiente alcoólico ou oleoso, se trabalha por simples dissolução.
Uma técnica nova de micro-encapsulação dos óleos vegetais permite a utilização dos óleos essenciais sob a
forma de pó acondicionado em cápsulas. Com excipientes não graxos pode-se utilizar externamente, na forma
de géis ou emulsionados com emulsionantes não iônicos, que fornecem emulsões estáveis.
Os óleos essenciais, nas suas diferentes apresentações, são muito utilizados na perfumaria e também na
aromaterapia.

AS HORMONAS VEGETAIS (FITO-HORMONAS)

Segundo ROCHA (1998), são substâncias de composição química muito complexa, geralmente
biocatalisadores que atuam sobre o crescimento e as trocas metabólicas (biostimulantes). Existem, por
exemplo, no lúpulo, no anis, na salvia, na sorveira, na altéia, na bolsa-de-pastor, na aveia e na cenoura.

OS ANTI-SÉPTICOS VEGETAIS

Segundo Rocha (1998), são substâncias antibióticas produzidas pelos vegetais superiores, exercendo uma ação
antimicrobiana de largo espectro, na maior parte dos casos instáveis e voláteis. Atuam mesmo em aerossol,
por via respiratória. Existem no alho, na cebola, na mostarda, no rábano silvestre, no sabugueiro, no zimbro,
no pinheiro, na tanchagem, entre outros. Continuam a ser estudadas nos nossos dias.

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CONTROLE DE QUALIDADE DE PLANTAS MEDICINAIS

Desde a década de 30, os autores brasileiros discutem o problema da qualidade dos fitoterápicos e plantas
medicinais, relacionando, desde então, o conjunto de fatores que influenciam na qualidade de um produto
desta natureza. Ainda hoje esta situação persiste, pois a qualidade das drogas oferecidas no mercado ao
consumidor é preocupante.
Entende-se por qualidade o conjunto de critérios que caracterizam a matéria-prima para o uso ao qual se
destina. A partir do estabelecimento dos parâmetros de qualidade para a matéria-prima, e considerando-se um
planejamento adequado e um controle do processo de produção do medicamento, a qualidade do produto final
estará em grande parte, assegurada. Portanto, a qualidade da matéria prima vegetal é a determinante inicial da
qualidade do fitoterápico.
A segurança e a eficácia dependem de diversos fatores, como a metodologia de obtenção, a formulação e a
forma farmacêutica, entre outros e, portanto, devem ser definidas para cada produto, estabelecendo-se
parâmetros de controle de qualidade do produto final.
Na análise de plantas medicinais os problemas mais freqüentes são as adulterações, a não uniformidade da
composição e as contaminações, por isso, é imprescindível que todo material adquirido pelo laboratório,
farmácia, e outros estabelecimentos devem ser analisados por profissionais capacitados, atestando a
autenticidade e a qualidade da matéria prima.
É muito importante saber que no caso de plantas medicinais é muito utilizado o mito de que produto natural
não apresenta efeitos indesejáveis e contra-indicações. No entanto, é ou deveria ser do conhecimento geral
que muitas plantas são potencialmente tóxicas, inclusive algumas utilizadas na terapêutica, lembre-se, que a
diferença entre o medicamento e o veneno pode estar na dosagem.

Os procedimentos descritos abaixo seguem a seqüência de controle de qualidade.

1. Dados da Amostragem
A analise da qualidade de um lote de matéria prima é realizada por amostragem, sendo a tomada da amostra
um fator determinante para a confiabilidade do resultado. A amostra deve ser, por definição, representativa do
todo.
Segundo a Farmacopéia Alemã (Deustches,1991) para ate 3 recipientes, todas a embalagens devem ser
amostradas e, no caso de um numero superior a 3, é preconizado o emprego da formula (n+1)
2. Pesagem (deve-se pesar toda a amostra, embalar e rotular).
3. Caracterização
• Organoléptica (cheiro, cor, textura...).
• Macroscópica (examinar toda a amostra, separar matéria orgânica estranha e matéria inorgânica,
observar a presença eventual de fungos, insetos...).
• Microscópica (cortes histológicos).
4. Pesquisa qualitativa e quantitativa de princípios ativos Feito através de métodos cromatográficos.
5. Pesquisa de impureza
• Determinação de material estranho.
Separa-se manualmente os materiais estranhos da planta inicialmente a olho nu, em seguida com auxilio de
lentes de aumento. Pesar o material separado e determinar sua porcentagem com base no peso da tomada do
ensaio.
• Determinação de cinzas totais.
A determinação de cinzas totais destina-se a estabelecer a quantidade de substâncias residual não volátil. As
cinzas totais incluem as derivadas de tecido vegetal (cinzas fisiológicas) e de materiais estranhos,
especialmente areia e terra aderente a superfície da droga (cinza não fisiológica)
O método utilizado é: Pesar e distribuir uniformemente em cadinho, incinerá-la a uma temperatura não
superior a 450oC, até que todo o carvão seja eliminado.
• Determinação de umidade.
A presença de quantidade excessiva de água em drogas vegetais propicia o desenvolvimento de
microorganismos, insetos e hidrolise, e conseqüentemente deterioração de constituintes de drogas.
O limite de umidade para drogas vegetais varia de 8 a 14%. Um dos métodos empregados é o gravimétrico.
6. Pesquisa de falsificação

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Deve-se sempre fazer um parâmetro comparativo com o padrão da planta, isto para verificar a autenticidade
da planta.
7. Conclusão
Depois de feito todos os procedimentos citados, podemos demonstrar a qualidade ou não do produto.

ANÁLISE FITOTERÁPICA – IDENTIFICAÇÕES GERAIS

1. Geral
2. Aplicada

2.1 Identificaçao:
Qualitativa
Quantitativa (doseamento)

Métodos:
Químicos: histoquímicos, macroquímicos e microquímicos
Físicos: viscosimetria, fluorescência, ponto de fusão, microssublimação
Físico-químicos: eletroforese, cromatrografia....
Biológicos:índice de hemólise,poder ictiotóxido, doseamento de antobióticos, doseamento de vitaminas

2.2 Pesquisa de impurezas e falsificação

a)matéria orgânica
b) matéria inorgânica

Métodos:
Químicos: índice de acidez, índice de saponificação, reações características. Físicos: densidade, refração ,
umidade, cinzas insolúveis em ácido.

Pesquisa de açúcares:

LICOR DE FEHLING
Reativo de Fehling A = sulfato cúprico
Reatico de Fehling B = hidróxido de sódio e tartarato duplo de sódio e potássio

Testes reativos

*Misturar 1 mL do Reativo de Fehling A e 1 mL do reativo de Fehling B


* Ferver
* Reativos Satisfatórios: sem alteração de cor.

Pesquisa de açúcar não redutor

Ferver em um tubo de ensaio 1 mL da solução em teste com 3 gotas de HCL conc., por 1 min
Neutralizar com solução de NaOH a 15%
Preparar 1 mL do Reativo de Fehling A e 1 mL do Reativo de Fehling B
Adicionar á mistura anterior e ferver
Reação positivo: precipitado vermelho-tijolo
Análise de Resultados:
Redutor Não Redutor Interpretação
- + Ausência de Açucar
- + Pres. Açucar não redutor
+ + Pres. Açúcar redutor
+ +++ Pres.açucar redutor e não redutor

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 497


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por comparação de volumes de precipitado

Farmácos com princípios glicídicos e açucarados mel

1. Pesquisa de Açucares

- proceder conforme técnica anteriormente descrita

2. Determinação de Acidez (ensaio limite) para áidos livres

* Pesar exatmente 10 g de mel, adiconar 50 mL de água destilada e dissolver


* Juntar 2 gts de solução de fenolftaleína SI
* Titular com solução de NaOH 0,1 Naté o aparcimento de coloração rosa persistente
*resultado satisfatório: consumo máximo de 5 mL da solução titulante

CALCULO para a determinação da concentração de ácidos livres computados em acido fórmico no mel:

PM HCOOH +46,02 t.a + 10 g de mel


vol.gasto da solução titulante de NaOh 0,1 N =...............mL

3. Determinação da densidade

Dissolver 1 p de mel em 2 p de água destilada Verter para uma proveta e introduzir o densímetro Resultado
satisfatório: d maior ou igual a 1,099 a 25º C

Fármacos com princípios glicídicos amilaceos


Amilos Oficiais: Batata, trigo, arroz , milho, mandioca

1. Solubilidade

água fria e solventes orgânicos + insolúvel


água quente = dissolve-se parcialmente (amilose) e incha (amilopectina)
*“goma de amilo

2.”Goma de Amilo” a 1%

Colocar 0,25 g de amilo em béquer Adicionar 5 mL de água fria Observar a insolubilidade Adicionar 20 mL
de água fervente
Ferver em fogareiro,agitando ate a obtenção de goma translúcida

2.1 Teste com lugol

Transferir 2 mL da goma em tubo de ensaio


Adiconar 2 gts de Lugol
Observar o desenvolvimento de coloração azul
Aquecer na chama e observar o desaparecimento da coloração, e o seu desaparecimento ao resfriar.

2.2 Hidrólise ácida

* Adicionar 1 mL de HCL conc. Ao restante da goma


* Ferver demoradamente em fogareiro colocar gotas de lugol em placas de toque
Retirar sistematicamente uma pequena amostra da mistura em ebulição e adicionar à placa
Observar as fases de desdobramento do amilo através de diferentes colorações:

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 498


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Fase 1- Amilodexrtrina- azul


Fase 2- eritrodextrina – vermelha Fase 3- acrodextrina – incolor Fase 4- maltose e glicose –incolor

*Ferver por mais 2 min após obtenção da fase incolor


* se necessário, adicionar pequenas quantidades de água destiladaà mistura para evitar secura
*proceder à pesquisa de açúcar redutor.

2.3 Pesquisa de açúcar redutor

transferir 1 mL da mistura anterior para tudo de ensaio


Neutralizar com solução de NaOH a 15%
Pesquisar açúcar redutor com licor de Fehling conforme descrito anteriormente.

Fármacos com princípios glicídicos poliurônicos

Solução de Goma a 1%

Colocar 0,15 g de goma em pó em gral de porcelana


Triturar bem
Adicionar gradativamente 15 mL de água destilada, triturando sempre ate obter goma homogênea
Proceder às provas de Identificação

1. Odor

2. Solubilidade em água

3. Pesquisa de amilo

*Transferir 5 mL da solução de goma a 1% para tubo de ensaio


*Adicionar 1 gt de lugol
*pesquisa positiva:coloração azul

4. Pesquisa de lignina

* Transferir 5 mL da solução de goma a 1% para o tubo de ensaio


* Adicionar 2 mL de HCl conc.
* Ferver por 5 minutos
* Pesquisa Positiva: coloração rósea

5. Reação com NaOH

*Transferir 5 mL da solução de goma a 1% para o tubo de ensaio


* Adicionar 2 mL da solução de NaOH
* Pesquisa positiva: coloração amarelo-canário.

Gomas

Gomas Arábica Adragante Caraia


ODOR Inodora Inodora Leve/acética
SOLUBILIDADE Líquida Viscosa Gelatinosa
(aspecto de goma)
Pesq.AMILO - + -
PESQ.LIGNINA - - +
REAÇAO NaOH + - -

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Obs: Quando se Béquer o uso de goma arábica esterelizada ( ou pasteurizada),i.e,privada de suas enzimas,
deve-se proceder à

Pesquisa de oxidases e peroxidases:

Preparar solução de goma arábica a 1 %


Transferir 10 mL desta solução para tubo de ensaio
Adicionar 10 gts de H2O2 20 volumes
Agitar e dividir em 2 porçoes: A e B

Reação da Benzidina (porção A)

Adicionar 5 gt de soluçao alcoólica de benzidina a 0,5% Agitar


Reação positiva ( enzimas ativas) : coloração azul ou azul-esverdeado em 10 min

Reação de Guáiaco (porção B)

* Adicionar 5 gts de extrato alcoolico recente de resina de guáico a 2 %


* Agitar
* Reação Positiva ( Enzimas Ativas): coloração azul clara em 10 min
Viscosimetria
Determinação da viscosidade relativa de fármacos gomosos e mucilaginosos altéia

1.Preparo da solução em teste

Pesar2,5 g de altéia fragmentada Transferir para um béquer Adicionar 50 mL de agua destilada


Deixar em maceração por 24 horas , agitando ocasionalmente
Filtrar por algodão
Proceder a determinação

2. Determinação do tempo de escoamento da água ( T)

*Colocar 10 mL de água destilada a 25º C no viscosímetroem recipiente contendo água em 25º C


*Acertar o menisco no traço de referencia superior
* Deixar escoar naturalamente, anotando o tempo necessário para o líquido atinja o traço de referencia inferior
( T)
* Escoar o líquido e secar o viscosímetro

3. Determinaçao do tempo de escoamento da solução em teste ( T`)

proceder como anteriormente, substituindo a água destilada pela solução teste.

4.Cálculo

Transportar os tempo de escoamento em segundos


Aplicar a fórmula de viscosidade relativa

Interpretação v.r maior ou igual a altéia (T)

V.R= T` (sem unidade)

Fármacos com heterosideos antraquinônicos


Áloe, sene, ruibarbo, cascara-sagrada e frângula (amieiro- preto)

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 500


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Provas de identificação:

1. Reações de Bortraeger

Reação de Borntraeger direta

Colocar pequeno fragmento de frângula / cáscara –sagrada em tubo de ensaio


Adicionar 5 mL de solução de amônio diluída
Reação Positiva: Coloração avermelhada

Reação de Borntraeger com extração


Solução extrativa aquosa de áloe a 1 % Colocar 1 g de áloe em béquer
Adicionar 25 mL de água destilada
Deixar em maceração por 24 horas, agitando ocasionalmente
Filtrar por papel de filtro e completar o volume para 100 mL com água destilada
Reação de Borntraeger
Transferir 5 mL da solução extrativa de àloe para o tubo de ensaio
Adicionar 5 mL de Benzeno
Agitar cautelosamente por 5 min
Decantar a camada Benzênica para o tubo de ensaio
Adicionar 5 mL de solução amônia diluída
Agitar fortemente e deixar em repouso
Reação Positiva: coloração avermelhada na camada amoniacal

Reação de Borntraeger com prévia hidrólise ácida

Colocar 0,1 g de sene em pó em tubo de ensaio


Adicionar 8 mL de álcool etílico a 25 %
Ferver na chama por 1 min e deixar em repouso
Filtrar por algodão para tubo de ensaio contendo 4 mL de solução de H2SO4 a 5% Resfriar
Adicionar 5 mL de benzeno Agitar cautelosamente por 5 min Adicionar 5 mL de Amônia diluída Agitar
fortemente e deixar em repouso
Reação Positiva: Coloração avermelhada na camada amoniacal

2. Microsublimaçao

*Colocar lamina sobre tela de amianto mantida em suporte


*Sobrepor anel outra lamina e proceder rapidamente ao aquecimento
*Trocar a lâmina superior repetidamente ate obter várias preparações
*Observar ao microscópio: agulhas amarelas, que tratadas com base coram-se de vermelho (Reação
deBorntraeger).

2.Pesquisa defalsificção pra RUIBARBO


falsificação com ruibarbos rapônticos ou europerus (C/ raponticina)

Colocar 0,1 g da drogaem tubo


Adicionar 5 mL de álcool etílico absoluto Agitar fortemente e deixar em repouso 5 min Umedecer uma tirar
de papel de filtro no líquido Examinar sob luz ultravioleta
Reação Positiva( presença de raponticina) : Fluorescência Azulada

Determinaçao de resíduo pela incineraçao de (cinzas)

*Calcinar previamente cadinho de pordelana em mufla a 450º C por 30 min

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 501


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
* Resfriar em dessecador (Scheibler)
*tarar o cadinho (P1)
*Pesar exatamente cerca de 3 g da droga (P2)
* Distribuir o material uniformemente no cadinho
* Colocar o cadinho inclinado sobre um suporte iniciar a combustão com chama pequena do bordo superior ao
fundo do cadinho, aumentando o aquecimento gradativamente
*após completa combustão ( ausência de fumaça), calcinar em mufla a 450º C por 2 horas ( eliminação total
de carvão)
*resfriar o cadinho em dessecador e pesar ( P3)
OBS: caso o carvão não tenha sido eliminado , resfriar cadinho
Adicionar ao resíduo 2 mL
De água destilada ou solução saturada de nitrato de Amônio (oxidante) Evaporar em banho-Maria ate secura
Calcinar em mufla a 450º C ate peso constante

Cálculos

Ex: P1= cadinho = 45,0000g P2= cadinho+drogas = 48,0000g P3= cadinho + cinzas = 45,3000g

P1-P2 = droga ( t.a) = 3,0000g


P1-P3 = cinzas = 0,3000g

Cálculo percentual

3,0000g droga---------------------0,30000g cinzas


100 g-------------------------------X X= 10g % de cinzas

Fármacos com heterosídios saponosídicos


Polígula,Salsaparrilha, Quilaia

1. Pesquisa de Sapononinas

1.1. Por agitação


Colocar 1 g da droga em pó ou fragmentada num tubo de ensaio
Adicionar 10 mL de água destilada
Ferver por 2 minutos
Resfriar e agitar energicamente por 15 segundos
Pesquisa Positiva: Formação de forte espuma persistente por mais de 5 minutos

1.2. Por Hemólise

Pesar 6 g de gelatina
Dissolver em 100 mL de solução solução fisiológica a 60º Adicionar 0,6 g de Na2 SO4 para tamponar (pH
7,4) Retirar 5 mL de Solução de Gelatina aquecida a 30-40º C
Adicionar 0,2 mL de sangue bovino com anticoagulante, homogenizando em vidro de relógio
Depositar um fragmento do Fármaco
Levar à geladeira para Solidificar
Pesquisa Positiva: Halo hemolítico ao redor do fragmento após 30 minutos

Índice afrosimétrico ou de espuma

Determinação da maior diluição em que 1 g do fármaco é capaz de formar 1 cm de espuma em determinadas


condições

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 502


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Preparo da soluçao do fármaco: Solução de polígala a 0,1%

*Colocasr n0,1 g do f´qarmaco no béquer


* Adicionar 100 mL de água destilada
*Ferver por 5 minutos
*Filtrar por algodão
*Adicionar Na2CO3 ate o decocto ficar neutro
*Completar o volume para 100 mL com água destilada

Padronizaçao dos tubos de ensaio:

Bateria com 10 tubos de ensaio iguais , medindo 16 mm de diâmetro por 18 cm de altura Tubos com 2
graduações : a primeira corresponde a 10 mL e a segunda a 1 cm linear acima

Tubos I II III IV V VI VII VIII IX X


Solução Fármaco (mL) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Água Destilada (mL) 9 8 7 6 5 4 3 2 1 ----
Proceder as diluições da tabela acima
Agitar energeticamente
Deixar em repouso por 5 minutos
Observar qual tubo apresenta espuma , 1 cm de altura

Cálculos:

_ Se Xg do fámaco necessitou ser diluído em 100 mL de água destilada para produzir um cm de espuma , 1 g
do fármaco necessitará ser diluído em Y mL de água destilada para produzir a mesma espuma.
OBS: o índice afrosimétrico é um numero inteiro, sem unidade.

Ex:
Tubo IV = 4 mL da solução fármaco 0,1%

0,1 g do fármaco -----------------------------100 mL


X------------------------------------------------4 mL

X= 0,004 g fármaco

0,004 g fármaco ----------------------10 mL


1 g fármaco----------------------------Y

Y=2500 mL
Indice afrosimétrico (espuma)= I.A=2500

Índice Anafrosimétrico= inibição de espuma

Determinação da diluição em que 1 g do fármaco é inibido por igual quantidade de líquido inibidor (2 pde
acetona + 1 p de álcool isoamílico)

Aplicação: Polígala

Ferver 0,5 g de polígala com 100 mL de água destilada por 30 min


Resfriar e completar o volume para 100 mL
Transferir 6 mL dessa mistura para o tubo de ensaio de 15 mm de diâmetro interno
Adicionar 4 gt do líquido inibidor

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Agitar energicamente durante 15 segundos
Resultado satisfatório : formação de forte espuma persistente por 1 hora

Fármacos com heterosídios glicorretínicos


Jalapa

1.Provas de identificação :

1.1. Pesquisa de saponinas por agitação


*Colocaar 0,1 g do pó em um tubo de ensaio
* Adicionar 10 mL de água destilada e ferver por 10 minutos
*Resfriar e agitar energeticamente por 15 segundos
* Pesquisa Positiva: Formação de forte espuma persistente por mais de 15 minutos

1.2. Pesquisa de amilo


Adicionar ao tubo anterior, 2 gts de lugol
* Pesquisa Positiva:Coloração azul ( escurecimento da mistura)

1.3. Pesquisa de Resina


Colocar 1 g do fármaco em pó em tubo de ensaio
Adicionar 8 mL de álcool etílico absoluto
Agitar e lavar ao BM , fervendo, por 2 minutos Filtrar por algodão para tubos de Ensaio Adicionar ao filtrado
10 mL de água destilada Pesquisa Positiva: Turvação

OBS: a Jalapa deve conter no mínimo 15 % de resina

2. Pesquisa de falsificação Colônia ou breu) :

2.1. Extraçao de ácido Abiético


Coloração 0,5 g do fármaco do fármaco Adicionar 5 mL de XIlol e triturar bem Filtrar por algodão para tubo
de ensaio

2.2. Reaçao de Hirschsohn


*Adicionar ao filtrado 2 mL de solução de acetato de cobre a 4 %
* Agitar energeticamente e deixar em repouso
* Pesquisa Positiva: Coloração verde na camada xilólica ( abietato de Cobre)

Fármacos com heterosídios cardiotônicos


Digital

Provas de Identificação :

1.1Extração dos Heterosídios


Colocar 1 g do fármaco em pó em tubo de ensaio
Adicionar 10 mL de álcool a 70% Agitar e Ferver em BM por 2 minutos
Adicionar 10 mLde água destilada e 0,2 mL de acetato de chumbo a 10% Agitar fortemente e e deixar em
repouso
Filtrar por papel pregueado
Adicionar ao Filtrado 5 mL de Clorofórmio
Agitar cautelosamente por 5 min
Decantar a camada clorofórmica distribuindo-a em 2 cápsulas
Evaporar em BM ate secura
Executar as reações de Identificação

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
1.2. Reação de Keller-Killiani( desoxiaçucares)
Adiconar 3 mL do ativo de Keller à cápsula (1 p ácido acético e 1 p de solução de cloreto de sódio férrico a 5
%)
Misturar com bastão
Verter levemente par um tubo de ensaio contendo 2 mL de Reativo de Killani(100 p de
H2SO4) concentrado e 1 p de solução de cloreto férrico a 5 % )
Reação Positiva: Anel Castanho – avermelhado na região de contato de fases ;a camada acética deve adquirir
gradualmente coloração esverdeada.

1.3. Reação de Pesez( núcleo esteroíde)


Adicionar a cápsula 3 gt de acido fosfórico
Triturar com bastão
Observar sob luz ultravioleta
Reação Positiva:Fluorescência amarelo- esverdeada

Fármacos com princípios polifenólico tânicos


Hamamélis , ratânia, barbatimão, galha

1. Pesquisa de Taninos

2. Extração
*Colocar 0,5 g do fármaco em um tubo de ensaio;
*Adicionar 10 mL de água destilada
* Ferver por dois minutos
* Filtrar por algodão
* Complrtar o volume do filtrado para 20 mL de água destilada
*Distribuir o Filtrado em 5 tubos de ensaio
* Executar as reações de Identificação

3. Reações de Identificaçao

Adicionar 3 gt de solução de gelatina a 2 % Reação Positiva:turvação e precipitação


Adicionar 3 gts de solução de cloridrato de quinina a 1%
*Reação Positiva: Turvação e Precipitação

Adicionar 3 gts de acetato Básico de Chumbo a 10% Reação Positva:Turvação e precipitação


Adicionar 3 gts de solução de Acetato de Cobre a 4%
*Reação Positiva: Turvação e Precipitação

Adicionar 3 gts de Cloreto Férrico a 2%


* Reação Positiva: Precipitaçao
coloração azul:tanino hidrolisável ou gálico colorçao verde: tanino condensado ou catéquico

Fármacos com principios aromáticos

Doseamento de Essência

Consultar a monografia de essência


Verificar qual a densidade da essência e escolher o aparelho de Clevenger adequado
* Consultar monografia do fármaco e verificar a porcentagem mínima exigida de essência
Determinar a tomada de amostra
Fragmentar ou triturar grosseiramente o fármaco
Pesar exatamente a tomada de amostra
Colocar em balão
Adicionar água destilada suficiente para submergir o fármaco

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Adicionar pérolas de vidro
Acoplar o balão ao aprelho de Clevenger e à fontede calor
Encher a tubulação do aparelho com água destilada ate transbordar
Colocar o “dedo frio” ( Condensador)
Aquecer o balão ate que a ebulição tenha início , prosseguindo de modo que a parte inferior do condensador
permaneça fria ( interpor placa de amiantoentre o condensador e fonte de calor)
Depois de 3 horas de destilação desligar o aquecimento
Aguardar 5 min e proceder à leitura do volume de essência no tubo graduado
Continuar a destilação por mais de 1 hora
Término da destilação : Diferença entre leituras menos que 5 %

CÁLCULO

t.a Fármaco----------------------------Y mL de essência


100 g fármaco-------------------------X X=….% (v/p)

BADIANA

Sinonimia: badiana- da – china, anis estrelado, anis da China

Identificação Propriedades Organolépticas e macroscópicas

BADIANA BADIANA-DO JAPÃO


Nome Científico Illicium verum IIIcium religiosum
Odor de anetol de cânfora
Tamanho comparatico Maior Menor
Aspecto Enrrugado Liso
Superfície do contato Arredondada Triangular
Extreminadades Atenuada Aguda e curva
P.A tóxicos ------ Sikimitoxina,Sikimicina

Pesquisa de falsificação (Badiana- do – Japão)

Retirar a semente e fragmentar o folículo em gral de porcelana


Transferir para tubo de ensaio
Adicionar 5 mL de alcoo etílico absoluto
Ferver em BM por 2 min
Filtrar por algodão
Adicionar 10 mL de água destilada ao filtrado Observar 1): turvação /odor de anetol Adicionar 5 mL de éter
de petróleo
Agitar cautelosamente por 5 min
Decantar a camada etera para o cápsula de porcelana
Evaporar em BM ate secura
Dissolver o resíduo com 2 mL de reativo de Keller
Verter lentamente para o tubo de ensaio contendo 2 mL de ácido sulfúrico concentrado
Observar2: ) linha de contato das camadas

INTERPRETAÇÃO BADIANA BADIANA-DO- JAPAO


OBS 1 Turvação e odor de atenol Turvação e sem odor de atenol
OBS2 Imediato anel pardo/cam acéticaLento anel pardo /cam acética
alaranjada esverdeada

Fármacos com heterosídios cianogenéticos

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Pesquisa de HCN em plantas


Num tubo de ensaio grande colocar mais ou menos 2 g do vegetal fragmentado: Adicionar um pouco de água
para umedecer e 3gts de clorofórmio
Tampar o tubo com uma rilha, fixando na mesma uma tira de papel de filtro ligeiramente umedecida numa
solução de picrato de sódio;
Se houver HCN, dentro de algum tempo, o papel passara do amarelo para alaranjado e, depois, para o
vermelho.

Pesquisa de HCN numa solução


Colocar num tubo de ensaio:
2 mL da solução em que se quer pesquisar HCN
2 gotas de NaOH a 10%
2 ou 3 gotas de Sulfato ferroso a 10%
1 gota de cloreto férrico a 9 %
Agitar bem e juntar gotas de HCl a %
Se houver HCN formarse-á coloração azul caracteristica , conhecida como azul Prússia

Doseamneto de HCN na água de amêndoa amarga

Colocar num Erlenmeyer de 250 mL:


25 mL de água de amêndoa amarga
100 mL de água destilada
2 mL de Iodeto de Potássio a 10%
1 mL de amônia diluída

Preparar a bureta com solução 0,1 N de nitrato de prata;


Titular o líquido do Erlenmeyer ate a obtenção de opalescência amarelada; Anotar o nº de mL gastos

CALCULO

Multiplicar o nº de mL, gastos da solouçao de 0,1 N de Nitrato de Prata por 0,0054032;o resultado será em g
de HCN na t.A( 25 mL);
Para obter a porcentagem , basta multiplicar o valor obtido por 4.

Fármaco com princípios aromáticos


Determinação do teor de ésteres na essência de Hortelã

O processo baseia-se na determinação do Índice de saponificação. O índice obtido, multiplicado por


0,3564, Dara a porcentagem de ésteres na essência de hortelã, calculados em acetato de metila ( PM=
198,30)

Técnica

Ensaio em branco

*Colocar num Erlenmeyer de 100 mL, 25 mL de soluçãoalcoolica 0,5 Nde KOHe gotas de fenolftaleína SI;
* Preparar uma bureta com solução 0,5 N de HCl;
* Titular a solução do Ernmeyer ate descoramento;
* Anotar o nº de mL gastos da solução 0,5 N de HCl (n)

Ensaio Real

Num Erlenmeyer de 250 mL colocar 2 gts da essência de hortela, adicionar 25 mL de solução alcoólica 0,5N
de KOH, adaptar um refrigerante a refluxo e levar ao Bm por meia hora;

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 507


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Resfriar e adicionar fgotas de fenolftaleina SI;
Titular com solução 0,5 N de HCl, ate descoramento; Anotar o nº de mL gastos da solução 0,5 N de HCl ( n`)

Aquoso Com Solvente Orgânico

Forma Livre insolúvel solúvel


Forma Combinada solúvel insolúvel

Cálculo

I.S.=(n-n`) x 28,05
P

n = nº de mL gastos da solução 0,5 N de HCl , no ensaio em branco n`= nº de mL gastos na solução 0,5 N de
HCl, no ensaio real
P = peso da tomada de amostra em gramas

O índice de saponificação obtido, multiplicado por 0,3534, dar a porcentagem de ésteres na essência de
hortelã, calculados em Acetato de mentila

Fármacos alcaloídicos

Alcalóides: são em geral: de origem vegetal, nitrogenados, básicos e ativos farmacologicamente.

Meio: Solubilidade

Pesquisa de alcalóides em um fármaco

Extração ( a quente )

Ferver cerca de 2 g do fármaco em pó ou fragmentado com 20 mL de ácido Sulfúrico a


1%, por 2 minutos Filtrar por algodão Resfriar o filtrado
Dividir o filtrado em duas porções : A e B
Pesquisa Direta ( porção A)
Distribuir o filtrado em 7 tubos de ensaio
Gotejar os reativos gerais de alcalóides ( comprar em branco) Reativo Positiva: turvação e precipitação
Pesquisa Confirmatória ( Porção B)
Alcalinizar o filtrado com amônia diluída ate pH 9-10
Adicionar 7 mL de éter
Extrair cautelosamente
Decantar a camada etérea para uma cápsula
Evaporar em banho- maria ate secura
Dissolver o resíduo com 3 mL de acido sulfúrico a 1% Distribuir em 7 tubos de ensaio
Gotejar os reativos gerais de alcalóides
Reação Positiva: turvação a precipitação

Reativos gerais de alcaloídes

Reativo De Mayer
iodo-mercurato de potássio: precipitado branco

Reativo De Dragendorff
iodo bismutado de potássio: precipitado vermelho tijolo

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 508


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Reativo De Bouchardat
Iodo- iodeto de Potássio: Precipitado marrom avermelhado

Reativo De Bertrand
Acido-silico-tungstico a 1% : precipitado branco

Acido Fosfomolíbdico
Precipitado branco

Acido Picrico
*Precipitado amarelo

Acido Tânico
* Precipitado Bege

Alcalóides tropânicos
Fármacos: beladona, trombeteira, estramônio, meimendro

Pesquisa de Alcalódes:

1. Extração
Ferver cerca de 2 g do fármaco em pó ou fragmentado com 20 mL de acido sulfúrico a
1%, por 2 min Filtrar por algodão Resfriar o Filtrado
Dividir o Filtrado em duas porções: A e B

2. Pesquisa Direta: ( Porção A)


Distribuir o filtrado em 4 tubos de ensaio
Gotejar os reativos Gerais de Alcalódes ( comparar com o branco ) Reação Positiva: Turvação a precipitação

Identificação dos Alcalóides ( Porção B)


Alcalinizar o filtrado com amônia diluída ate pH 9-10
Adicionar 5 mL de clorofórmio
Extrair cautelosamente
Decantar a camada clorofórmica para 2 cápsulas
Evaporar em BM ate secura
Excecutar as reações de Identificação

Reaçao de vitali
Ao resíduo da cápsula adicionar 2 gt de acido nítrico concentrado
Misturar com bastão
Evaporar em BM ate a Secura
Juntar ao resíduo 2 mL de acetona, misturando com bastão
Gotejar solução Alcoólica de Hidróxido de Potássio a 10% ( recentemente preparada) Reação Positiva:
Coloração rosa a violeta fugaz

Reaçao De Wasicky
Ao resíduo da cápsula adiconar 2 gt de Reativo de Wasicky ( p- dimetilaminobenzaldeido e Acido Sulfúrico
Aquecer na chapa com tela de Amianto
Reação Positiva: coloração vermelha, inicialmente nos bordos e depois em toda gota

Doseamento Da Beladona

Extração:

Pesar exatamente cerca de 10 g de beladona em pó ( Tamis 60) Introduzir em Erlenmeyer de rolha

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 509


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
esmerilhada de 250 mL Adicionar 80 mL de éter R em 20 mL de álcool R
Arrolhar, agitar bem e deixar em repouso por 10 min
Adicionar 7 mL de amônia R
Arrolhar e agitar freqüentemente durante 2 horas
Deixar sedimentar e filtrar o líquido por algodão para béquer de 250 mL
Lavar o resíduo com várias porções de 20 mL da mistura ( 4 p de éter R e 1 p de álcool
R;juntando os líquidos de lavagem no mesmo béquer de 250 mL
Esgotar totalmente o Resíduo ate que 1 gt do líquido obtido em vidro de relógio, evaporada, adicionada de 1
gt de HCl diluído em SR e 1 gt de reativo de Mayer não apresente turvação
Concentrar o volume do béquer em BM ate aproximadamente 10 mL

Purificaçao

Transferir o concentrado para o funil separador ( A) , lavando o béquer por 3 vezes, com
10 mL de clorofórmio R de cada vez,recebendo os líquidos de lavagem no mesmo funil separador ( A)
Adicionar 15 mL de água destilada e 2 mL de HCl diluído SR Agitar cuidadosamente para extração
Filtrar por algodão a camada aquosa, recebendo-a em funil separador( B )
Repetir a extração com porções de 10 mL de HCl diluído SR , juntando-as depois de filtrada pelo mesmo
algodão, no funil separador ( B)
Concluir a extração quando 1 gt da camada aquosa adicionada a 1 gt de raetico de Mayer não apresentar
turvação
Alcalinizar a mistura contida no funil separador ( B) com 4 mL de Amônia diluída SR Adicionar porções de
clorofórmio R e proceder à extracao cautelosamente, reunindo os líquidos clorofómicos em erlenmeyer de
250 mL
Esgotar completamente ate que 1 gt do liquido de clorofórmio em vidro relógio, evaporada, adicionada de 1 gt
de HCl diluído em SR e 1 gt de reativo de Mayer não apresente turvação
Levar o Erlenmeyer ao BM , evaporando solvente orgânico ate secura.

Doseamento

Dissolver o resíduo em exatamente 25 mL de HCl 0,01 N Adicionar 2gt do indicador vermelho metila
Dosear o excesso de o excesso de acido com solução de NaOH 0,01 N Anotar o volume gasto da solução
titulante.

Cálculo

A diferença entre o volume adicionado de HCl 0,01 N ( 25 mL) e o volume gasto de NaOH 0,01 N ( ? mL) ,
multiplicada por 0,00283936 dará as gramas a quantidade de alcalóides totais computados em hiosciamina na
tomada de ( 10 g)
Este valor multiplicado por 10 dara g% de alcalóides totais computados em hiosciamina no Fármaco

Explicação da origem do fator

PM = da hiosciamina = 289,36
Equivalente grama químico = 289,36/1 = 289,36

Sol. 0,01 N – 1 mL – 0,0028936 g

Doseamento Da Lobélia

Extração

Pesar exatamente cerca de 15 g de lobélia em pó ( Tamis 80) Introduzir em Erlenmeyer ( A) de rolha


esmiralhada de 250 mL Adicionar 150 mL de éter R e 7 mL de amônia diluída SR Arroilhar e agitar
freqüentemente durante 2 horas

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 510


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Deixe Sedimentar e filtar o liquido etéreo por algodão por um Erlenmeyer ( B) contendo
5 g de sulfato de sódio anidro
Agitar bem e separar exatamente 100 mL de líquido etéreo ( = 10 g do fármaco ) Evaporar ate 10 mL resfriar
e transferir o liquido para funil separador
Lavar o recipiente com 20 mL de HCl N (SV) , transferindo o acido para o funil separador
Proceder a a extração agitando cuidadosamente
Receber a camada aquosa béquer
Repetir a extração com varias porções de 10 mL de HClN, ate que 1 gt da camada aquosa em vidro em vidro
relógio , adicionada de 1 gt do reativo de Mayer nao apresente turvação .

Doseamento

reunir os líquidos ácidos no mesmo béquer e eliminar o éter em BM Resfriar e adicionar 10 mL de acido
sílico-túngstico SR
Deixar em repouso por 12 horas
Filtrar em papel de filtro de cinzas conhecida
Lavar o filtro eo precipitado com pequenas porções de HCl N ate que a água da lavagem não precipite pela
adição de Cloridrato de quinina a 1%
Secar e calcinar o filtro em cadinho previamente tarado
Resfriar em dessecador e pesar

Cálculo

O peso do Resíduo multiplicado por 0,415 dará em gramas a quantidade de alcalóides totais computados em
lobelina na tomada de amostra ( 10 g )
Este valor multiplicado por 10 dará em g% de alcalóides totais computados em lobelina no fármaco

Explicação da origem do fator:

PM = acido silícico – tungstico anidro = 2843,0/PM lobelina =337,5


Relação Estiquiométrica
1 mol acido silico-tungstico reage com 3,5 moles lobelina

1 x 2843,0 g---------------------------------3,5 x 337,5 g


1 g-------------------------------------------------(y)= 0,415 g

Alcaloídes Quinolínicos
Quinas

Pesquisa E Identificação De Alcaloídes

Ferver cerca de 1 g do fármaco com 8 mL de acido sulfúrico a 1% por 2 min


Filtrar por algodão
Resfriar o filtrado e alcalinizar com Amônia diluída SR ate pH 9-10
Adicionar 7 mL de éter R Extrair cautelosamente
Decantar a camada etérea para a cápsula
Evaporar em BM ate secura
Dissolver o resíduo em 5 mL de Acido Sulfúrico a 1% Identificação ( Fluorescência)
Examinar a cápsula sob luz ultra-violeta
Reação Positiva:Fluorescência azul
(alcalóides da quina em presença de ácidos oxigenados)
*Distribuir o liquido acido em 4 tubos de ensaio
* Gotejar os reativos gerais de alcalóides
*Reação positiva: Turvação e precipitação Identificação ( Reação de Grahe) TÉCNICA

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 511


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Pesar 5 g do fármaco em pó
Colocar em Erlnmeyer (A) de rolha esmirilhada e adicionar 15 mL de HCl a 1% Aquecer em BM durante 30
min
Resfriar e adicionar 100 mL da mistura ( 1 p éter e 3 p Clorofórmio ) e 10 mL de amônia
R
Agitar vigorosamente durante 30 min
Deixar sedimentar e decantar cuidadosamente50 mL do líquido sobrenadante ( = 2,5 g do fármaco)Para
Erlenmeyer ( B)
Evaporar em BM ate secura
Ainda no BM , dissolver o resíduo com 5 mL de HCl SR, passando a solução para balão volumétrico de 25
mL
Lavar o Erlnmeyercom cerca de 3 porçoes de 5 mL de HCl SR Receber as águas de lavagem no balão
volumétrico e resfriar Completar o volume ate a marca e filtrar por papel
Retirar exatamente 5 mL do filtrado ( 0,5 g do fármaco), passando-o para o tubo de ensaio
Adicionar exatamente 2,3 mL do Reativo de Mayer
Agitar bem e após 5 min, filtrar por papel
Ao filtrado límpido adicionar 1 gt de reativo de Mayer
Ocorrendo turvação indica que a droga contem alcalóides em quantidade superior ao mínimo de 5 % .

Considerações:

Doseamento limite – Mínimo de 5% de alcalóides totais


Tomada de amostra final= 0,5 g do fármaco

0,5 g do fármaco x mín. 5% de alcalóides= 0,025 g de alcalóides


Coeficiente médio de precipitação do Reativo de Mayer:

1 mL reat. Mayer--------------------------------------0,011 alcalóides da quina


( Y)----------------------------------------------------0,025 g alcalóides da quina

(Y) = 2,27 mL ~ 2,3 mL reat Mayer

Alcalóides Indólicos
Farmácos: Noz-Vômica, Fava-De –Santo Inácio

Pesquisa:

Ferver cerca de i g do fármaco com 10 mL de Ácido Sulfúrico a 1% por 2 min


Deixar em repouso e filtrar por algodão
Resfriar o filtrado
Dividir o filtrado em duas porções: A e B

Pesquisa Direta ( Porção A):


*Distribuir o filtrado em 4 tubos de ensaio
* Gotejar os reativos gerais dos alcalóides
* Reação Positiva: Turvação e precipitação

Identificação dos alcalóides ( Porçao B):


Alcalinizar o filtrado com amônia diluída ate pH 9-10
Adicionar 7 mL de Clorofórmio
Extrair Cautelosamente
Decantar a aCamada Clorofórmica para 3 cápsulas
Evaporar em BM ate secura
Executar as reações de Identificação

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 512


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
Reação De Otto

Ao resíduo da cápsula adicionar 1 gt de acido Sulfúrico concentrado


Titular com bastão
Adicionar cristais de Bicromato de Potássio
Reação Positiva ( Alcalóides indolicos): coloração violácea inicial, posteriormente vermelha

Reação De Mandelin

Ao resíduo da cápsula adicionar 1 gt do reativo de Mandelin ( Vanadato de Amônio a 1


% em Ácido Sulfúrico cocentrado
Reação Positiva( Alcalóides metoxilados) : coloração Alaranjada

Alcaloídes Púricos
Fármacos: Café, Cola, Cha-Da-India, Mate, Guaraná

Pesquisa De Alcalóides:

Extração ( a frio):

*Pesar 1 g do fármaco em pó
*Colocar em tubo de ensaio e adicionar 1 mL de amônia diluída SR e 5 mL de Clorofórmio R
*Agitar bem
*Deixar em repouso e filtrar por algodão para 2 cápsulas ( A e B)
* Levar ao BM e evaporar o solvente ate a secura

Pesquisa de Alcalóides ( Cápsula A)

Ao resíduo adicionar 3 mL de acido Sulfúrico a 1% Dissolver com bastão


Dividir em 4 tubos de ensaio
Gotejar os reativos gerais de alcalóides e observar
Reação Positiva: turvação e precipitação

Identificação de Alcalóides (cafeína): ( cápsula B)

Ao resíduo adicionar 2 gt de HCl concentrado e cristais de Clorato de Potássio


Triturar com bastão
Aquecer a cápsula em BM ate secura
Expor o resíduo de coloração amarela a vapores amoniacais
Reação Positiva: róseo púrpura

Reação De Murexida:

Cafeína-----------aloxana-------------aloxantina---------purpurato de amônio

Microssublimação

Proceder a microssublimação do fármaco em pó


Observar ao microscópio agulhas longas e sedosas ( cafeína)

Controle De Qualidade De Fármacos

1. Análise Farmacognósticas De Drogas Vegetais


2. Dados da Amostra ( embalagem e rótulo)
3. Pesagem

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
4. Caracterização
4.1. Organoléptica ( cheiro, cor, textura)
4.2. Macroscópica
4.3. Microscópica
Cortes Paradermicos , fragmentos Cortes Transversais e longitudinais Preaparar laminas não diafanizadas:
* com glicerina –iodada- amido
*com sudam III- essência
Preparar laminas diafanizadas ( Cloral Hidratado ou Hipoclorito de Sódio) Com floroglucina clorídrica-
lignina
5. Pesquisa qualitativa e Quantitativa dos princípios ativos

6. Determinação de matéria Orgânica estranha


7. Determinação de Cinzas ( resíduo de incineração)
8. Determinação de Cinzas insolúveis em ácido
9. Determinação de umidade
10.Pesquisa de Falsificação
11. Conclusão

RECOMENDAÇÕES GERAIS

Abaixo colocamos algumas recomendações feita pelo Núcleo de Ciências Agrárias


da Universidade Federal de Minas Gerais a respeito do uso de plantas medicinais:
O uso fitoterápico de plantas medicinais na saúde deve ser feito com critérios. As plantas medicinais devem
ser escolhidas em função do conhecimento disponível a respeito delas. Assim, estão aptas a ser utilizadas pela
população aquelas que tenham conhecidas sua eficiência terapêutica e sua toxicologia ou segurança de uso.
Por isso, deve-se evitar o uso de plantas cujas informações sejam provenientes de “modas ou popularismos”;
tem-se que duvidar sempre das plantas tidas como “milagrosas”.
Toda planta que venha a ser utilizada deve ter sido identificada corretamente: Os nomes populares variam
muito de um lugar para outro. Por exemplo, a “artemísia” conhecida em Viçosa pode não corresponder àquela
encontrada no Nordeste brasileiro. Assim, as plantas apresentadas numa publicação deve vir com nomes
populares seguidos do nome científico, sendo este último importante para consulta em outras publicações, se
possível com fotos coloridas ou desenho que permitam identificar melhor as espécies utilizadas na região,
para o que, os botânicos são os profissionais mais competentes.
Jamais colete plantas medicinais em locais próximos a lavouras que possam ter recebido defensivos agrícolas,
agrotóxicos ou venenos.
Após a secagem, guardar em vidro fechado, em local escuro; coloque um rótulo com nome da planta e a data
da coleta, para evitar problemas com o uso de plantas trocadas ou envelhecidas. As plantas guardadas por
muito tempo podem perder a ação medicinal decorrente da iluminação de seus princípios ativos.
Tenha cuidado ao comprar plantas medicinais. Verifique sua identidade e o estado de conservação ( umidade,
mofo, insetos). Somente compre plantas de fornecedores de sua confiança, prefira lugares especializados com
a presença de um profissional capacitado.
As plantas medicinais, não são como dizem; milagrosas e como medicamentos têm limitações próprias, isto é,
não resolvem todos os problemas de saúde. O uso correto e o acompanhamento médico é muito importante
para o diagnóstico e a determinação da gravidade do caso, bem como para a indicação do medicamento mais
adequado. Como todo medicamento, o uso em excesso de algumas plantas pode ocasionar intoxicações,
portanto é necessário observar bem a dosagem, indicações, toxicologia e técnicas de preparo dos fitoterápicos.
Alguns destes não
devem ser utilizados por mulheres grávidas, especialmente nos três primeiros meses de gestação, por isso
recomenda-se consultar sempre um médico nestes casos. As dosagens de fitoterápicos apresentadas nesta
publicação foram compiladas da literatura consultada, listada no final do presente trabalho, e se destinam a
adultos; para crianças, devem ser feitos ajustes de acordo com o peso.
Recomenda-se somente adquirir plantas medicinais de empresas idôneas, pois são muito comuns as
falsificações e a má qualidade dos produtos comercializados.
É importante ressaltar que “o melhor remédio é a prevenção”. Por exemplo, nada adianta ter uma planta
altamente eficiente contra verminoses quando não se utiliza de práticas de higiene para evitá-las.

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 514


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Fitoterapia: Do Senso Comum ao Conhecimento Científico


O Brasil é reconhecido por sua biodiversidade. Essa riqueza biológica torna-se ainda mais importante
porque está aliada à uma sociodiversidade que envolve vários povos e comunidades, com visões, saberes e
práticas culturais próprias. Na questão do uso terapêutico das plantas, esses saberes e práticas estão
intrinsecamente relacionados aos territórios e seus recursos naturais, como parte integrante da reprodução
sociocultural e econômica desses povos e comunidades.
Neste sentido, é imprescindível promover o resgate, o reconhecimento e a valorização das práticas
tradicionais e populares de uso de plantas medicinais e remédios caseiros, como elementos para a promoção
da saúde, conforme preconiza a Organização Mundial da Saúde.
O Brasil, com seu vasto patrimônio genético e sua diversidade cultural, tem a oportunidade para
estabelecer um modelo de desenvolvimento próprio e autônomo na área de plantas medicinais e fitoterápicos,
que prime pelo uso sustentável da biodiversidade, respeite princípios éticos, compromissos internacionais
assumidos – Convenção sobre Diversidade Biológica, e promova a geração de riquezas com inclusão social.
Para tanto, é essencial que sejam implementadas medidas relacionadas ao vínculo entre o acesso ao
patrimônio genético e o procedimento de pedido de patentes. Os atores interessados devem ser esclarecidos
sobre os mecanismos governamentais de proteção à propriedade do conhecimento tradicional associado e à
propriedade intelectual, conforme seus interesses específicos.
Devido ao crescente interesse da sociedade pela oferta de plantas medicinais e fitoterápicos no
sistema de saúde brasileiro, as três esferas de governo se mobilizaram, nas ultimas décadas, para
fomentar o estudo e a produção de documentos que expressasse essa vontade.
Atualmente, as principais referências que norteiam o desenvolvimento de ações e programas de
Plantas Medicinais e Fitoterapia na saúde pública são:

• Política Nacional de Práticas lntegrativas e Complementares no SUS, Portaria n° 971, de 03 de maio


de 2006, do Ministério da Saúde. Essa Política contempla diretrizes, ações e responsabilidades dos
entes federais, estaduais e municipais para inserção de serviços relacionados, entre outras
práticas, as plantas medicinais e a fitoterapia, voltados para o cuidado continuado, humanizado e
integral em saúde.
• Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, Decreto Presidencial n° 5813, de 22 de
junho de 2006, que traz diretrizes para desenvolvimento da cadeia produtiva de plantas medicinais
e fitoterápicos.
• Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), Portaria lnterministerial n°
2960/2008, que estabelece ações pelos diversos parceiros, em torno de objetivos comuns
voltados a garantia do acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, ao
desenvolvimento de tecnologias e inovações, assim como ao fortalecimento das cadeias e dos
arranjos produtivos, ao uso sustentável da biodiversidade brasileira e ao desenvolvimento do
Complexo Produtivo (BRASIL, 2008).
• Política Estadual de Práticas lntegrativas e Complementares, Resolução SES-MG 1885, de 27 de maio
de 2009, que aprova a Política Estadual de Práticas lntegrativas e Complementares.
• Farmácia Viva, portaria n°886, de 20 de abril de 2010, que institui a Farmácia Viva no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS).
• Formulário de Fitoterápico, publicação da Farmacopéia Brasileira, que traz 83 monografias, como
infusões, xaropes e pomadas. O conjunto destes trabalhos, elaborados a partir de estudos baseados
em evidências cientificas e segundo critérios apurados. A seguir tabela de espécies vegetais
constantes no Formulário Fitoterápico da Farmacopéia Brasileira.

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

As alegações terapêuticas consideram apenas as formas de preparo e usos específicos aqui tratados, ficando excluídas desta resolução ações farmacológicas e indicações
terapêuticas que, embora relevantes pelo uso tradicional, ou subsidiadas por estudos científicos, requeiram formas de preparação ou uso não previstas nesta Resolução.
Informaçõe
Nomencla
Nomenclatu Parte Forma de Posologia e Contra Efeitos s adicionais
tura Via Uso Alegações Referências
ra botânica utilizad a utilização modo de usar indicações adversos em
popular
embalagem
Achillea Mil folhas Partes Infusão: Utilizar 1 xíc Oral A/I Falta de Não deve ser O uso ------------- WICHTL, 2003
millefolium aéreas 1-2 g (1-2 chá 3 a 4 x ao dia apetite, dispepsia utilizado por pode causar MILLS & BONE,
col chá) em (perturbações pessoas cefaléia e 2004
150 mL (xíc digestivas), febre, portadoras de inflamaçã o. ALONSO, 2004
chá) inflamação e úlcera gástrica ou O uso
cólicas duodenal prolongad o
ou com oclusão pode
das vias biliares provocar
reações
alérgicas.
Caso ocorra,
um desses
sintomas,
suspender o
uso e
consultar um
especialist
a

Achyrocline Macela; Sumida Infusão: Utilizar 1 xíc Oral A/I Má digestão e --------------- ---------- ------------- ALONSO, 1998
satureioides Marcela; des 1,5 g (1/2 col chá 4 x ao dia cólicas GUPTA et al,
Marcela do floridas de sopa) em intestinais; como 1995
campo 150 mL (xíc sedativo leve; e IPATINGA,
chá) como 2000
antiinflamatóri o SIMÕES et al.
1998

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Aesculus Castanha- Sement Decocção: Utilizar 1 xíc Oral A Fragilidade Não utilizar na Altas Não utilizar BLUMENTHAL
hippocastan da-índia es com 1,5 g (½ col chá, 2 x dia, logo capilar, gravidez, doses podem junto com , 2000
um casca sopa) em após as refeições insuficiência lactação, causar anticoagulan ALONSO, 2004
150 mL (xíc venosa insuficiência irritação do tes CARDOSO,
chá) (hemorróidas e hepática e renal, trato 2009
varizes) como digestivo,
também em casos náusea e
de lesões da vômito
mucosa digestiva
em atividade

Ageratum Mentrasto, Partes Infusão: Utilizar 1 xíc Oral A Dores Não deve ser ---------- Nunca usar DINIZ et al.,
conyzoides Catinga de aéreas sem 2-3 g (2-3 chá de 2 a 3 x ao articulares utilizado por por mais de 2006
bode as flores col chá) em dia (Artrite, artrose) pessoas com três semanas MATOS et al,
150 mL (xíc e reumatismo problemas consecutivas 2001
de chá) hepáticos MATOS, 1997b
MATOS, 1998
MELO-DINIZ et
al., 1998
RODRIGUES,
2006

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Allium Alho Bulbo Maceraçã Utilizar 1 Oral A/I Hipercolestero Não deve ser Doses Descontinua WICHTL, 2003
sativum o: 0,5 g (1 cálice 2 x ao dia lemia (colesterol utilizado por acima da r o uso 10 dias MILLS & BONE,
col café) em antes das elevado). Atua menores de três recomend antes de 2004
30 mL refeições como anos e pessoas ada podem qualquer GRUENWALD, et
(cálice) expectorante e com gastrite e causar cirurgia. al, 2000
anti-séptico úlcera gástrica, desconfort o Deixar a droga
hipotensão gastrointe seca rasurada
(pressão baixa) e stinal por cerca de
hipoglicemia uma hora em
(concentração de maceração
açúcar
baixo no sangue).
Não utilizar em
caso de
hemorragia e em
tratamento com
anticoagulante s

Anacardium Cajueiro Entreca Decocção: Utilizar 1 xíc, Oral A Diarréia não Não deve ser ---------- Não utilizar LORENZI &
occidentale sca 4,5 g (1 ½ co 3 a 4 x dia infecciosa utilizado por junto com MATOS, 2008
sopa) em período superior anticoagulan
150 mL (xíc ao recomendado. tes, corticóides
chá) Deverá ser e antiinflamat
utilizado com órios
cautela na
Aplicar Tópic Lesões como gravidez
compressa na o anti-séptico e
região afetada cicatrizante
3 a 4 x dia

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Arctium Bardana Raízes Decocção: Utilizar 1 xíc Oral A Dispepsia --------------- ---------- ------------ GARCIA et al,
lappa 2,5 g (2,5 col chá 2 a 3 x ao dia (Distúrbios 1999
chá) digestivos). GRUENWALD, et
em 150 mL Como diurético e al, 2000
(xíc chá) como WICHTL, 2003
antiinflamatóri o
nas dores
articulares
(artrite)

Aplicar Tópic A Dermatites


compressas na o (irritação da
pele lesada 3 x ao pele), como anti-
dia séptico e
antiinflamatóri o

Arnica Arnica Flores Infusão: 3 Aplicar Tópic A/I Traumas, Não utilizar Pode, em Evitar o uso PROPLAM,
montana g (1 col de compressa na o contusões, por via oral, pois casos em 2004
sopa) em área a ser tratada torções, edemas pode causar isolados, concentraçõ es SIMÕES et al.
150 mL (xíc de 2 a 3 x ao dia devido a fraturas gastrenterites e provocar superiores às 1998
chá) e torções. distúrbios reações recomendad as. WICHTL, 2003
Hematomas cardiovascular alérgicas na MILLS & BONE,
es, falta de ar e pele como 2004
morte. Não vesiculaçã o ESCOP, 2003
aplicar em e necrose. CARDOSO,
feridas abertas Não utilizar 2009
por
umperíodo
superior a
7 dias pois o
uso
prolongado
pode
provocar
reações do
tipo
dermatite de
contato

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Baccharis Carqueja; Partes Infusão: Utilizar 1 xíc Oral A Dispepsia Não utilizar O uso ------------- ALONSO, 1998
trimera Carqueja aéreas 2,5 g (2,5 col chá de 2 a 3 x ao (Distúrbios da em grávidas, pois pode causar GUPTA et al,
amarga chá) em 150 dia digestão) pode promover hipotensã o 1995
mL (xíc chá) contrações (queda da PROPLAM,
uterinas. Evitar o pressão) 2004
uso SIMÕES et al.
concomitante 1998
com ALONSO, 2004
medicamentos
para hipertensão
e diabetes

Bidens Picão Folhas Infusão: 2 Utilizar 1 xíc Oral I Icterícia Não utilizar na ---------- ------------- GUPTA et al,
pilosa g (1 col chá 4 x ao dia (coloração gravidez 1995
sobremesa amarelada de IPATINGA,
) em 150 mL pele e mucosas 2000
(xíc chá) devido a uma SIMÕES et al.
acumulação de 1998
bilirrubina no ALONSO, 2004
organismo)
Calendula Calêndula Flores Infusão: Aplicar Tópic A/I Inflamações e --------------- ---------- ------------- WICHTL, 2003
officinalis 1-2 g (1 a compressa na o lesões, contusões MILLS & BONE,
2 col chá) região afetada e queimaduras 200
em 150 mL 3 x ao dia ESCOP, 2003
(xíc chá) CARDOSO,
2009
Caesalpinia Jucá, Pau- Favas Decocção Aplicar Tópic A Lesões, como -------------- ---------- ------------- DINIZ et al.,
ferrea ferro 7,5 g (2,5 col compressa na o adstringente, 2006
sopa) em região afetada de hemostático, IEPA, 2005
150 mL (xíc 2 a 3 x ao dia cicatrizante e MATOS, 1997b
chá) anti-séptico MELO-DINIZ et
al., 1998

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Casearia Guaçaton Folha Infusão Utilizar 1 xíc Tópic A/I Dor e lesões, Não utilizar na ---------- ------------ LORENZI &
sylvestris ga, Erva- de- 2 a 4 g (1 a 2 chá 3-4 x ao dia o como anti- gravidez e MATOS, 2008
bugre, Erva- col de séptico e lactação
de- lagarto sobremesa cicatrizante
) em 150 mL tópico
(xíc
chá)
Intern A/I Dispepsia ITF, 2008
o (distúrbios
digestivos),
gastrite e halitose
(mal hálito)

Cinnamomu Canela, Casca Decocção: Utilizar 1 xíc Oral A Falta de Não utilizar na Podem ------------- WICHTL, 2003
m verum Canela- do- 0,5-2 g (1 a chá de 2 a 6 x ao apetite, gravidez ocorrer GRUENWALD, et
Ceilão 4 col café) dia perturbações reações al, 2000
em digestivas com alérgicas de GARCIA et al,
150 mL (xíc cólicas leves, pele e 1999
chá) flatulência mucosas
(gases) e
sensação de
plenitude gástrica

Citrus Laranja- Flores Maceraçã Utilizar 1 a 2 Oral A/I Quadros leves Não deve ser ---------- Respeitar WICHTL, 2003
aurantium amarga o: 1-2 g (1-2 xíc chá, antes de de ansiedade e utilizado por rigorosamen te GARCIA et al,
col chá) em dormir insônia, como pessoas as doses 1999
150 mL (xíc calmante portadoras de recomendad as. LORENZI &
chá) suave distúrbios Deixar em MATOS, 2008
cardíacos maceração por
3 a 4 horas

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Cordia Erva- Folha Infusão: 3 Utilizar 1 xíc, Oral A Inflamação em ----------- ---------- ----------- LORENZI &
verbenacea baleeira g (1 col 3 x dia contusões e dor MATOS, 2008
sopa) em
150 mL (xíc
chá)
Aplicar Tópic
compressa na o
região afetada
3 x dia

Curcuma Curcuma, Rizoma Decocção: Utilizar 1 xic Oral A/I Dispepsia Não deve ser ---------- Não utilizar WICHTL, 2003
longa Açafroa, s 1,5g (3 col chá 1 a 2 x ao dia (distúrbios utilizado por junto com GARCIA et al,
Açafrão da café) em digestivos). pessoas anticoagulan 1999
Terra 150 mL (1 Como portadoras de tes ALONSO, 1998
xíc chá) antiiinflamatór io obstrução dos OMS, 1999
dutos biliares e
em caso de úlcera
gastroduodenal
. Em caso de
cálculos biliares
(pedra na
vesícula), utilizar
somente sob
avaliação
médica.

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Cymbopogo Capim Folhas Infusão: Utilizar 1 xíc Oral A/I Cólicas --------------- ---------- Pode BIESKI &
n citratus santo, Capim 1-3g (1 a chá de 2 a 3 x ao intestinais e aumentar o MARI GEMMA,
limão, 3 col chá) dia uterinas. Quadros efeito de 2005
Capim cidró, em 150 mL leves de medicament os DINIZ et al.,
Capim (xíc chá) ansiedade e sedativos 2006
cidreira, insônia, como (calmantes) GILBERT et al,
Cidreira calmante 2005
suave GUPTA et al,
1995
IEPA, 2005
MATOS et al,
2001
MATOS, 1997a
1998MATOS, 1998
MATOS, 2000
MELO-DINIZ et
al., 1998
PROPLAM,
2004
SIMÕES et al.
1998
VIANA et al,
1998
BARBOSA et al,
2009
LUZ NETTO,

MATOS, 1997b

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Cynara Alcachofr Folhas Infusão: 2 Utilizar 1 xíc Oral A Dispepsia Não deve ser O uso ------------ GARCIA et al,
scolymus a g (1 col chá 3 x ao dia (distúrbios da utilizado por pode 1999
sobremesa digestão) pessoas com provocar MATOS, 2000
) em doenças da flatulência PROPLAM,
150mL (xíc vesícula biliar. (gases), 2004
chá) Usar fraqueza e WICHTL, 2003
cuidadosament e sensação de MILLS & BONE,
em pessoas com fome 2004
hepatite grave, CARDOSO,
falência hepática 2009
e câncer
hepático

Echinodorus Chapéu de Folhas Infusão: 1 Utilizar 1 xíc Oral A Edemas Não deve ser Não Pode AMARAL et al.,
macrophyllu s couro g (1 col chá) chá 3 x ao dia (inchaço) por utilizado por utilizar doses interagir com 2005
em retenção de pessoas acima da medicament os PROPLAM,
150 mL (xíc líquidos e portadores de recomend anti- 2004
de chá) processos insuficiência ada pois hipertensivo s, GILBERT et al,
inflamatórios renal e cardíaca pode causa causando 2005
diarréia queda da
pressão

Equisetum Cavalinha Partes Infusão: 3 Utilizar 1 xíc Oral A Edemas Não deve ser Uma ------------ ALONSO, 1998
arvense aéreas g (1 col chá 2 a 4 x ao dia (inchaços) por utilizado por alergia rara MARINGÁ,
sopa) em retenção de pessoas com pode ocorrer 2001
150 mL (xíc líquidos insuficiência em pacientes IPATINGA,
chá) renal e cardíaca sensíveis à 2000
nicotina. MILLS & BONE,
O uso por 2004
período
superior ao
recomend
ando pode
provocar dor
de cabeça e

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

anorexia.
Altas
doses podem
provocar
irritação
gástrica,
reduzir os
níveis de
vitamina B1
e provocar
irritação
no sistema
urinário

Erythrina Mulungu Casca Decocção: Utilizar 1 xíc Oral A Quadros leves --------------- ---------- Não usar por LIMA et al, 2006
verna 4 a 6 g (2 a 3 chá de 2 a 3 x ao de ansiedade e mais de 3 dias MATOS, 1997a
col de dia insônia, como seguidos MATOS, 1997b
sobremesa calmante IPATINGA,
) em 150 mL suave 2000
(xíc chá)

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Eucalyptus Eucalipto Folhas Infusão: 2 Fazer inalação Inalat A Gripes e Não deve ser Em casos Evitar o uso ALONSO, 1998
globulus g (col de 2 a 3 x ao dia ório resfriados para utilizado por raros, pode associado com MATOS, 1997b
sobremesa desobstrução das pessoas com provocar sedativos, MATOS, 2000
) em 150 mL vias respiratórias, inflamação náusea, anestésicos e PROPLAM,
(xíc chá) como gastrointestinal e vômito e analgésicos, 2004
adjuvante no biliar, diarréia pois pode WICHTL, 2003
tratamento de doença potencializar BLUMENTHAL
bronquite e asma hepática grave, suas ações. , 2000
gravidez, Pode interferir GARCIA et al,
lactação e em com 1999
menores de 12 tratamentos
anos. hipoglicemi
antes. Colocar
a infusão em
recipiente
aberto, cobrir a
cabeça com um
pano junto ao
recipiente e
inalar

Eugenia Pitangueir Folhas Infusão: 3 Utilizar 1 Oral A Diarréia não ----------- ---------- ----------- ALONSO, 2004
uniflora a g (1 colher cálice (30 mL) infecciosa
de sopa) em após a evacuação
150 mL (xíc em no máximo
chá) 10 x ao dia

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Glycyrrhiza Alcaçuz Raiz Infusão: Utilizar 1 xíc Oral A Tosses, gripes Não deve ser Possível Deve haver ALONSO, 1998
glabra 4,5 g (1 ½ de chá 3-4 x ao e resfriados utilizado quadro de cautela ao GARCIA, 1999
col sopa) em dia na pseudoald associar com
150 mL (xíc gravidez osteronis mo anticoagulan
chá) e por ação tes, corticóides
pessoas com mineraloc e antiinflamat
hipertensão orticóide órios
arterial, (caracteriz
hiperestrogenis ado por
mo e diabetes retenção
de sódio,
cloro e água,
edema,
hipertensã o
arterial e
ocasional
mente
mioglobin
úria)

Hamamelis Hamaméli Casca Decocção: Aplicar em Tópic A/I Inflamações da --------------- Não Nunca usar WICHTL, 2003
virginiana s 3-6 g (1-2 compressas na o pele e mucosas. ingerir, pois continuamen te GRUENWALD, et
col sopa) em região afetada Hemorróidas pode, por mais de 4 al, 2000
150 mL (xíc 2 a 3 x ao dia eventualm semanas GARCIA et al,
chá) ente, 1999
provocar
irritação
gástrica e
vômitos

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Harpagophy Garra do Raiz Infusão: 1 Utilizar 1 xíc, Oral A Dores Não utilizar ---------- ----------- ITF, 2008
tum diabo g (1 colher 2 a 3 X dia articulares em portadores de
procumbens de chá) em (Artrite, artrose, úlceras
150 mL (xíc artralgia) estomacais e
chá) duodenais

Illicium Anis Fruto Infusão: Utilizar 1 xíc Oral A Bronquite Não utilizar na O uso ------------- ALONSO, 1998;
verum estrelado 1,5 g (1 ½ de chá 3-4 x ao como gravidez e no pode MATOS, 1998
col de chá) dia expectorante hiperestrogenis ocasionar
em mo reações de
150 mL hipersensi
(xíc chá) bilidade
cutânea,
respiratóri a
e
gastrintest
inal

Justicia Chambá, Partes Infusão: 5 Utilizar 1 xíc Oral A/I Tosse, como Pacientes com ---------- ------------- BIESKI &
pectoralis Chachamb á, aéreas g (5 col chá) chá de 2 a 3 x ao expectorante e problemas de MARI GEMMA,
Trevo- em dia broncodilatado r coagulação e em 2005
cumaru 150 mL (xíc uso de DINIZ et al.,
chá) anticoagulante s 2006
e analgésicos GUPTA et al, 1995
MATOS et al,
2001
MATOS, 1997a
MATOS, 1998
MATOS, 2000
VIANA et al,
1998

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MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Lippia alba Erva- Partes Infusão: 1 Utilizar 1 xíc Oral A/I Quadros leves Uso Doses ------------- BIESKI &
cidreira, aéreas a 3 g (1 a chá de 3 a 4 x ao de ansiedade e cuidadosament e acima da MARI GEMMA,
Falsa erva- 3 col chá) dia insônia, como em pessoas com recomend 2005
cidreira, em 150 mL calmante hipotensão ada podem DINIZ et al.,
Falsa- (xíc chá) suave. Cólicas (pressão baixa) causar 2006
melissa abdominais, irritação GILBERT et al,
distúrbios gástrica, 2005
estomacais, bradicardi a GUPTA et al,
flatulência (diminuiç ão 1995
(gases), como da IEPA, 2005
digestivo, e freqüência IPATINGA,
expectorante cardíaca) 2000
e hipotensã o MATOS et al,
(queda da 2001
pressão) MATOS, 1997b
MATOS, 1998
MATOS, 2000
MELO-DINIZ et
al., 1998
PROPLAM,
2004
LUZ NETTO,
1998
Lippia Alecrim- Folhas Infusão: Aplicar de 2 a Tópic A Inflamações da --------------- ---------- Não deve ser GILBERT et al,
sidoides pimenta 2-3 g (2-3 3 x ao dia o: Garga boca e garganta, usado em 2005
col chá) em rejos, como anti- inalações MATOS, 1997a
150 mL (xíc boche séptico devido à ação MATOS, 1998
chá) chos irritante dos MATOS, 2000
e lavag vapores. VIANA et al,
ens Não engolir 1998
o produto após
o bochecho e
gargarejo

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 529


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Malva Malva Folhas e Infusão: 2 Utilizar 1 xíc Oral A Afecções --------------- ---------- ------------- ALONSO, 1998
sylvestris flores g (1 col chá 4 x ao dia respiratórias GARCIA et al,
sobremesa como 1999
) em 150 mL expectorante PROPLAM,
(xíc chá) 2004
SIMÕES et al.
Infusão: Aplicar de 3 a Tópic Contusões e 1998
6 g (2 col 4 x ao dia o dos processos ALONSO, 2004
sopa) em inflamatórios da WICHTL, 2003
150 mL (xíc boca e garganta
chá)
Matricaria Camomila Flores Infusão: 3 Utilizar 1 xíc Oral A/I Cólicas --------------- Podem MATOS, 1998
recutita g (1 col chá de 3 a 4 x ao intestinais. ocorrer PROPLAM,
sopa) em dia Quadros leves de reações 2004
150 mL (xíc ansiedade, como alérgicas WICHTL, 2003
chá) calmante suave ocasionais MILLS & BONE,
. Em caso de 2004
superdose, ALONSO, 2004
pode ocorrer CARDOSO,
o aparecime 2009
nto de
náuseas,
excitação
nervosa e
insônia

Infusão: Aplicar de 3 a Tópic Contusões e Não aplicar


6-9g (2-3 col 4 x ao dia, em o dos processos a infusão na
sopa) em forma de inflamatórios da região próxima
150 mL (xíc compressas, boca e gengiva aos olhos
chá) bochechos e
gargarejos

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 530


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Maytenus Espinheira Folhas Infusão: Utilizar 1 xíc Oral A Dispepsia Não deve ser O uso ------------- AMARAL et al.,
ilicifolia santa 1-2 g (1-2 chá de 3 a 4 x ao (distúrbios da utilizado por pode 2005
col chá) em dia digestão), azia e crianças menores provocar GUPTA et al,
150 mL (xíc gastrite. de 6 anos. Não secura, gosto 1995
chá) Coadjuvante no utilizar em estranho na IPATINGA,
tratamento grávidas até o boca e 2000
episódico de terceiro mês de náuseas LIMA et al, 2006
prevenção de gestação e MARINGÁ,
úlcera em uso de lactantes, pois 2001
antiinflamatóri os promove a PROPLAM,
não redução do 2004
esteroidais leite SIMÕES et al.
1998

Melissa Melissa, Sumida Infusão: 2 Utilizar 1 xíc Oral A Cólicas Não deve ser Utilizar ------------ GARCIA et al,
officinalis Erva- des a 4g (1-2 col chá de 2 a 3 x ao abdominais. utilizado por cuidadosa 1999
cidreira floridas sobremesa dia Quadros leves de pessoas com mente em MATOS, 2000
) em 150 mL ansiedade e hipotiroidismo pessoas com PROPLAM,
(xíc chá) insônia, como (redução da pressão 2004
calmante função da baixa SIMÕES et al.
suave tireóide) 1998
WICHTL, 2003
MILLS & BONE,
2004
ALONSO, 1998

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 531


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Mentha x Hortelã- Folhas e Infusão: Utilizar 1 xíc Oral A/I Cólicas, Não deve ser ---------- ------------ WICHTL, 2003
piperita pimenta sumidad 1,5 g (3 col chá de 2 a 4 x ao flatulência utilizado em MATOS, 2000
es floridas café) em 150 dia (gases), casos de MILLS & BONE,
mL (xíc chá) problemas obstruções 2004
hepáticos biliares, danos GRUENWALD, et
hepáticos severos al, 2000
e durante a GARCIA et al,
lactação. Na 1999
presença de
cálculos biliares,
consultar
profissional de
saúde antes de
usar

Mentha Poejo Partes Infusão: 1 Utilizar 1 xíc Oral A Afecções Não deve ser A ------------- GARCIA et al,
pulegium aéreas g (1 col chá de 2 a 3 x ao respiratórias utilizada na administra 1999
sobremesa dia durante ou como gravidez, ção em doses GRUENWALD, et
) em 150 mL após refeições expectorante. lactação e em e tempo de al, 2000
(xíc chá) Estimulante do crianças menores uso acima IPATINGA,
apetite, de 6 anos. dos 2000
perturbações Contraindica- se recomend MATOS, 1998
digestivas, o uso prolongado ados pode
espasmos e a inalação promover
gastrointestinai s, danos no
cálculos biliares fígado e
e colecistite ocasionar
problemas
na gravidez

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 532


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Mikania Guaco Folhas Infusão: 3 Utilizar 1 xíc Oral A/I Gripes e ---------- A Pode BIESKI &
glomerata g (1 col chá 3 x ao dia resfriados, utilização interagir com MARI GEMMA,
sopa) em bronquites pode antiinflamat 2005
150 mL (xíc alérgica e interferir na órios não- GILBERT et al,
chá) infecciosa, como coagulaçã o esteroidais 2005
expectorante sanguínea. GUPTA et al,
Doses acima 1995
da recomend IPATINGA,
ada 2000
podem MARINGÁ,
provocar 2001
vômitos e MATOS et al,
diarréia; 2001
MATOS, 1997a
MATOS, 1998
PROPLAM,
2004
VIANA et al,
1998
LUZ NETTO,
1998

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 533


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Momordica Melão-de- Folhas, Decocção: Aplicar nos Tópic A Dermatites --------------- ---------- Pode ALONSO, 1998
charantia São- frutos e 5 g em 1L locais afetados o (irritação da pele) interagir com GUPTA et al,
Caetano semente s 2 x dia ou e escabiose hipoglicemi 1995
banhar-se uma (sarna) antes. Não IEPA, 2005
vez ao dia utilizar por via MATOS, 1997b
oral, pois pode MELO-DINIZ et
causar coma al., 1998
hipoglicêmi co
(por
diminuição de
açúcar no
sangue) e
convulsões em
crianças;
problemas
hepáticos e dor
de
cabeça

Passiflora alata Maracujá Folhas Infusão3 g (1 chá de 1 a 2 x Oral A/I de ansiedade e --------------- O uso pode Não deve ser DINIZ et al., 2006
col ao dia insônia, como causar usado junto GUPTA et al,
sopa) em calmante suave sonolência com 1995
150 mL (xíc medicament os MATOS et al,
chá): sedativos e 2001
depressores do MATOS, 1997a
sistema MATOS, 1997b
nervoso. MATOS, 1998
Nunca utilizar MATOS, 2000
cronicamente MELO-DINIZ et
al., 1998
SIMÕES et al.
1998
VIANA et al,

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 534


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Passiflora Maracujá- Folhas Infusão: Utilizar 1 xíc Oral A/I Quadros leves --------------- Seu uso Não deve ser DINIZ et al.,
edulis azedo 3 g (1 col chá de 1 a 2 x ao de ansiedade e pode causar usado junto 2006
sopa) em dia insônia, como sonolência com GUPTA et al,
150 mL (xíc calmante medicament os 1995
chá) suave sedativos e MATOS et al,
depressores do 2001
sistema MATOS, 1997a
nervoso. MATOS, 1997b
Nunca utilizar MATOS, 1998
cronicament e MATOS, 2000
MELO-DINIZ et
al., 1998
SIMÕES et al.
1998
VIANA et al,
1998
Passiflora Maracujá Partes Infusão: 3 Utilizar 1 xíc Oral A Quadros leves --------------- Seu uso Não deve ser MATOS, 1997b
incarnata aéreas g (1 col chá de 3 a 4 x ao de ansiedade e pode causar usado junto OMS, 2007
sopa) em dia insônia, como sonolência com PROPLAM,
150 mL (xíc calmante medicament os 2004
chá) suave sedativos e MILLS & BONE,
depressores do 2004
sistema
nervoso.
Nunca utilizar
cronicament e

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 535


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Paullinia Guaraná Sement 0,5-2 g do Utilizar puro Oral A Fadiga como Não deve ser Em altas Não associar GARCIA et al,
cupana es pó (1 a 4 col ou diluído em estimulante utilizado por doses pode com outras 1999
café) água pessoas com causar drogas com GRUENWALD, et
ansiedade, insônia, bases xânticas al, 2000
hipertiroidism o, nervosism os (café, noz de MILLS & BONE,
hipertensão, e ansiedade cola, mate), 2004
arritmias, nem com ALONSO, 2004
problemas anti-
cardíacos, hipertensivo s
estomacais e
intestinais,
taquicardia
paroxística,
gastrite e cólon
irritável
Peumus Boldo-do- Folhas Infusão Utilizar 1 xíc Oral A Dispepsia Não deve ser ---------- Não GUPTA et al,
boldus chile 1 a 2 g (1 a 2 chá 2 x ao dia (distúrbios da utilizado por exceder a 1995
col chá) em digestão), como pessoas com dosagem MATOS, 1998
150 mL (xíc colagogo e obstrução das recomendad a MATOS, 2000
chá) colerético vias biliares, PROPLAM,
doenças severas 2004
no fígado e nos SIMÕES et al.
casos de 1998
gravidez. Usar WICHTL, 2003
cuidadosament e MILLS & BONE,
em pessoas com 2004
doença hepática CARDOSO,
aguda ou severa, 2009
colecistite LUZ NETTO,
séptica, espasmos 1998
do intestino e íleo
e câncer hepático

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 536


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Phyllanthus Quebra- Partes Infusão: 3 Utilizar 1 xíc Oral A Litíase renal Contra Em Nunca BIESKI &
niruri pedra aéreas g (1 col chá de 2 a 3 x ao (cálculos renais) indicado na concentra utilizar por MARI GEMMA,
sopa) em dia por auxiliar na eliminação de ções acima mais de 3 2005
150 mL (xíc eliminação de cálculos grandes. da recomend semanas DINIZ et al.,
chá) cálculos renais Não utilizar na ada pode 2006
pequenos gravidez apresentar GILBERT et al,
diarréia e 2005 GUPTA et al,
hipotensã o 1995
(pressão IEPA, 2005
baixa) MATOS et al,
2001
MATOS, 1997b
MATOS, 1998
MELO-DINIZ et
al., 1998
PROPLAM,
2004
SIMÕES et al.
1998 ALONSO,
2004

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 537


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Pimpinela Anis, Erva Frutos Decocção: Utilizar 1 xíc Oral A/I Dispepsia --------------- ---------- A droga WICHTL, 2003
anisum doce 1,5 g (3 col chá 3x ao dia (distúrbios vegetal deve GARCIA et al,
café) em 150 digestivos), ser 1999
mL água (xíc cólicas amassada ALONSO, 2004
chá). gastrointestinai s imediatamen te
e como antes de usar
expectorante
Plantago Tanchage Folhas Infusão: Aplicar no Tópic A Inflamações da Hipotensão ---------- Não engolir BIESKI &
major m; 6-9 g (2-3 local afetado, em o boca e faringe arterial (pressão a preparação MARI GEMMA,
Tansagem col sopa) em bochechos baixa), obstrução após o 2005
, Tranchage 150 mL (xíc e gargarejos 3x intestinal e bochecho e GARCIA et al,
m chá) dia gravidez gargarejo. 1999
Nunca utilizarGILBERT et al,
a casca da 2005
semente GUPTA et al,
1995
MATOS, 1997b
ALONSO, 2004
Plectranthus Boldo- Folhas Infusão: Utilizar 1 xíc Oral A Dispepsia Não deve ser O uso Não usar BIESKI &
barbatus nacional, 1-3 g (1-3 chá de 2 a 3 x ao (distúrbios da utilizado em pode junto com MARI GEMMA,
Hortelã- col chá) em dia digestão) e gestantes, diminuir a metronidazo l 2005
homem, 150 mL (xíc hipotensão lactantes, pressão ou dissulfiram DINIZ et al.,
Falso- boldo, chá) (pressão baixa) crianças, pessoas arterial. 2006
Boldo- com hipertensão Doses acima IEPA, 2005
africano (pressão alta), da recomend MATOS, 1997a
hepatites e ada e MATOS, 1997b
obstrução das utilizadas MATOS, 2000
vias biliares. por um MELO-DINIZ et
Pessoas que período de al., 1998
PROPLAM,

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 538


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

fazem uso de tempo 2004


medicamentos maior que o SIMÕES et al.
para o sistema recomend 1998
nervoso ado
central devem podem
evitar o uso causar
irritação
gástrica

Polygala Polígala Raiz Infusão: Utilizar 1 xíc Oral A Congestão ----------- Altas ----------- ALONSO, 2004
senega 4,5 g (1 ½ chá, 3 a 4 X respiratória, doses
colher de dia como produzem
sopa) em expectorante efeito
150 mL (xíc emetizant
chá) e (provoca
vômito) e
diarréias,
além de
problemas
gastrintest
inais
Polygonum Erva-de- Partes Infusão: 3 Aplicar na Tópic A Varizes e Gravidez ---------- ----------- ITF, 2008
punctatum bicho, aéreas g (1 col região afetada o úlceras varicosas
Pimenteir a- sopa) em 3 X dia
dágua 150 mL (xíc
chá)
Psidium Goiabeira Folhas Infusão: 2 Utilizar 1 Oral A A/I Diarréias não --------------- --------- Não utilizar GILBERT et al,
guajava jovens g (col cálice (30 mL) Tópica infecciosas Pele e continuamen te 2005
sobremesa após a evacuação mucosas DINIZ et al.,
) em 150 mL em no máximo lesadas, como 2006
(xíc chá) 10 anti-séptico MATOS et al,
X ao dia 2001
MATOS, 1997a
a MATOS, 1997b
MATOS, 1998
MATOS, 2000
MELO-DINIZ et
al., 1998

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 539


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Punica Romã Pericarp Decocção: Aplicar no Tópic A Inflamações e --------------- Se Não engolir BIESKI &
granatum o (casca 6 g (2 col local afetado, em o infecções da ingerido, a preparação MARI GEMMA,
do sopa) em bochechos mucosa da boca e pode após o 2005
fruto) 150 mL (xíc e gargarejos 3x faringe como provocar bochecho e DINIZ et al.,
chá) dia antiinflamatóri o zumbido, gargarejo 2006
e anti-séptico distúrbios MATOS et al,
visuais, 2001
espasmos na MATOS, 1997a
panturrilh a e MATOS, 1997b
tremores MATOS, 1998
MATOS, 2000
MELO-DINIZ et
al., 1998
PROPLAM,
2004
SIMÕES et al.
1998
VIANA et al,
1998
OMS, 2003

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 540


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Rhamnus Cáscara Casca Decocção: Utilizar de ½ a Oral A Constipação Não deve ser Pode Não fazer WICHTL, 2003
purshiana sagrada 0,5 g (col 1 xíc chá, antes intestinal utilizado por ocorrer uso crônico OMS, 2004
café) em de dormir eventual pessoas com desconfort o (mais de 1 ALONSO, 2004
150 mL (xíc obstrução no trato semana). O uso CARDOSO,
chá) intestinal, gastrintest contínuo pode 2009
refluxo, inal, promover
inflamação principal diarréia, perda
intestinal aguda mente em de eletrólitos e
(doença de pacientes dependência
Crohn), colite, com cólon
apendicite ou dor irritável,
abdominal de além de
origem mudança de
desconhecida, coloração na
pacientes com urina
histórico de
polipose
intestinal. Não
utilizar durante
lactação,
gravidez e em
menores de 12
anos

Rosmarinus Alecrim Folhas Infusão: Aplicar no Tópic A Distúrbios Não deve ser Usado ---------- BIESKI &
officinalis 3-6 g (1-2 local afetado 2 x o circulatórios, utilizado por cronicame MARI GEMMA,
col sopa) em ao dia como anti- pessoas com nte, ou em 2005
150 mL (xíc séptico e doença doses IPATINGA,
chá) cicatrizante prostática, excessivas 2000
gastroenterites, , pode causar MATOS, 1997b
Utilizar de 1 a Oral Dispepsia dermatoses em irritação MATOS, 1998
2 xíc chá ao dia (distúrbios geral e om renal e MATOS, 2000
digestivos) histórico de gastrointe MELO-DINIZ et
convulsão stinal al., 1998
MELO-DINIZ et
al., 2006

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 541


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Salix alba Salgueiro Casca Infusão: 3 Utilizar 1 xíc, Oral A Inflamação, Não utilizar ----------- Usar LORENZI &
do caule g (1 col 2 a 3 X dia dor e febre. Gripe junto com cautelosame MATOS, 2008
sopa) em e resfriados Maracujá e Noz nte junto a ESCOP, 1997
150 mL (xíc moscada anticoagulan
chá) tes, corticóides
e antiinflamat
órios não
esteroidais

Salvia Sálvia Folhas Infusão: Aplicar no Tópic A/I Inflamações da Não utilizar na --------- Não engolir WICHTL, 2003
officinalis 3,5 g (7 col local afetado, em o boca e garganta, gravidez e a preparação MILLS & BONE,
café) em 150 bochechos e gengivites e aftas lactação, após o 2004
mL (xíc chá) gargarejos 1 ou 2 insuficiência bochecho e GRUENWALD, et
x dia renal e tumores gargarejo pois al, 2000
mamários pode causar
estrógeno náusea,
dependentes vômitos, dor
abdominal,
Infusão: Utilizar 1 xíc Oral A/I Dispepsias tonturas e
1,5-2 g (3- chá de 2 a 3 x ao (distúrbios agitação. Pode
4 col café) dia digestivos) e elevar
em 150 mL transpiração a pressão em
(xíc chá) excessiva pacientes
hipertensos.
Em altas doses
pode ser
neurotóxica
(causar
convulsões)
e hepatotóxica
(causar dano
no fígado)

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 542


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Sambucus Sabugueir Flor Infusão: 3 Utilizar 1 xíc, Oral A Gripe e ----------- O uso em Não utilizar NEWALL, 1996
nigra o g (1 col 2 a 3 X dia resfriado quantidad es folhas por ALONSO, 2004
sopa) em maiores que conterem
150 mL (xíc o recomend glicosídeos
chá) ado pode cianogênico
promover s que podem
hipocalem ia ser tóxicos
(diminuiç ão
da taxa de
potássio no
organismo
)

Schinus Aroeira- Casca Decocção: Aplicar na Tópic A Inflamação -------------- ---------- --------------- MATOS, 1997b
terebinthifol ia da-praia do caule 1 g em 1L região afetada o vaginal, MELO-DINIZ et
água 2 x ao dia, em leucorréia al., 1998
compressas, (corrimento MELO-DINIZ et
banhos de vaginal), como al., 2006
assento hemostático, PROPLAM,
adstringente e 2004
cicatrizante SIMÕES et al.
1998

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 543


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Senna Sene Fruto e Decocção: Utilizar de 1 Oral A Constipação Não deve ser Desconfor Não fazer WICHTL, 2003
alexandrina folíolos 1 g (col café) xíc chá, antes de intestinal utilizado por to do trato uso crônico OMS, 1999
em dormir eventual pessoas gastrintest (mais de 1 CARDOSO,
150 mL (xíc portadoras de inal, semana). O uso 2009
chá) obstrução principal contínuo pode
intestinal, mente em promover
inflamação pacientes diarréia e perda
intestinal aguda com cólon de eletrólitos
(doença de irritável,
Crohn), colite, mudança na
apendicite ou dor coloração da
abdominal de urina
origem não
diagnosticada,
constipação
crônica.
Não usar em
crianças menores
de 10 anos

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 544


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Solanum Jurubeba Planta Infusão: 1 Utilizar 1 xíc Oral A Dispepsia --------------- Doses ---------- GUPTA et al,
paniculatum inteira g (1 col chá) chá de 3 a 4 x ao (distúrbios da acima da 1995
em dia digestão) recomend IPATINGA,
150 mL (xíc ada e por 2000
chá) período de MATOS, 1997b
tempo acima SIMÕES et al.
do recomend 1998
ado CEDAC ALONSO,
podem 2004
causar
intoxicaçã o
com náuseas,
vômitos,
diarréia,
cólicas
abdominai s,
confusão
mental,
edema
cerebral e
morte

Stryphnoden Barbatimã Casca Decocção: Aplicar Tópic A/I Lesões como Não deve ser ---------- ------------- RODRIGUES,
drom o 3 g (col compressas no o cicatrizante e utilizado em 2006
adstrigens sopa) em local afetado anti-séptico lesões com LIMA et al, 2006
1 L de água 2-3x ao dia tópico na pele e processo GILBERT et al,
mucosas bucal e inflamatório 2005
genital intenso
Taraxacum Dente de Toda a Decocção: Utilizar 1 xíc Oral A Dispepsia Não deve ser O uso Não utilizar WICHTL, 2003
officinale leão planta 3-4 g (3-4 chá 3x ao dia (distúrbios utilizado por pode em menores de OMS, 2007
col chá) em digestivos), pessoas provocar dois anos ALONSO, 2004
150 mL (xíc estimulante do portadoras de hiperacide z
chá) apetite e como obstrução dos gástrica
diurético dutos biliares e e

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 545


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

do trato hipotensã
intestinal. Na o (queda da
ocorrência de pressão)
cálculos biliares,
consultar
profissional de
saúde antes do
uso

Uncaria Unha-de- Entreca Decocção: Utilizar 1 xíc Oral A Dores Não é O uso Evitar o uso GILBERT et al,
tomentosa gato sca 0,5 g (1 col chá de 2 a 3 x ao articulares (artrite recomendado o pode concomitant e 2005
café) em 150 dia e artrose) e uso antes e provocar com GUPTA et al,
mL (xíc chá) musculares depois de cansaço, imunossupre 1995
agudas, como quimioterapia, febre, ssores e em MILLS & BONE,
antiinflamatóri o nem em diarréia, pacientes 2004
pacientes constipaçã o. transplantad os ALONSO, 2004
hemofílicos. Não Altas doses ou esperando
utilizar podem transplantes
em menores de causar
3 anos sintomas
pancreátic os
e alterações
do nervo
óptico

Vernonia Boldo- Folha Infusão: 3 Utilizar 1 xíc, Oral A Dor e ----------- ---------- ----------- LORENZI &
condensata baiano g (1 col 3X dia, antes das dispepsia MATOS, 2008
sopa) em principais
150 mL (xíc refeições
chá)

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 546


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

Vernonia Assa- Folha Infusão: 3 Gargarejar e, Oral A Bronquite e Não deve ser ---------- ----------- LORENZI &
polyanthes peixe g (1 col em seguida, tosse persistente utilizada durante MATOS, 2008
sopa) em ingerir 1 xícara a gravidez e
150 mL (xíc (150 mL) lactação
chá) 3x/dia.
Aplicar sobre a Tópic A Dores
área afetada 2 o musculares
x dia durante 2
horas de cada vez

Zingiber Gengibre Rizoma Decocção: Utilizar 1 xíc Oral A/I Enjôo, náusea Em casos de --------- ------------- OMS, 1999
officinale 0,5 – 1 g chá de 2 a 4 x ao e vômito da cálculos WICHTL, 2003
(1 a 2 col dia gravidez, de biliaresutilizar MILLS BONE,
café) em movimento e apenas 2004
150 mL (xíc pós-operatório. com BARBOSA et al,
chá) Dispepsias em acompanhame 2009&
geral nto de
profissional de
saúde. Evitar o
uso em pacientes
que estejam
usando
anticoagulante s,
com desordens
de coagulação,
ou com cálculos
biliares; irritação
gástrica e
hipertensão,
especialmente em
doses altas.
Evitar o uso
em menores de
seis anos,
Legenda utilizada na tabela do Anexo I:
A sigla disposta na tabela deve ser substituída pela palavra correspondente na embalagem e folheto informativo do produto.
A – Adulto I – Infantil L – Litro
mg – miligrama g – grama
mL - mililitro col – colher xíc – xícara x – vezes

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 547


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS
CONVERSÃO DE UNIDADES CASEIRAS EM VOLUME

1 xícara = 240 mL
1/2 xícara = 120 mL
1/3 xícara = 80 mL
1/4 xícara = 60 mL
1 colher (sopa) = 15 mL
1 colher (chá) = 5 mL

Terapeuta Holístico Msc. Elias Abrão Neto Página 548


MANUAL DE FITOTERAPIA, FITOLOGIA E TERAPIAS RELACIONADAS

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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