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SOBRE PLANTAS
MEDICINAIS
ORGANIZADORES
Leônia Maria Batista
Luís Eduardo Oliveira da Silva
Paulo Gabriel L. dos S. Lopes
ORGANIZADORES
Profa. Dra. Leônia Maria Batista
Departamento de Ciências Farmacêuticas (DCF) - CCS - UFPB
Luís Eduardo Oliveira da Silva (PET-Farmácia)
Paulo Gabriel L. dos S. Lopes (PET-Farmácia)
COLABORADORES
Prof. Dr. Climério Avelino de Figueredo
Departamento de Fisiologia e Patologia (DFP) - CCS - UFPB
AUTORES
Allessya Lara D. Formiga
Caio Abreu Monteiro
Carolaine Amaral de A. Melo
Climério Avelino de Figueredo
Fernanda Ellen C. da Silva
Gabrielle Andrade Mota
Larissa Ribeiro da Silva
Leônia Maria Batista
Letícia Augusta S. da C. Miranda
Lívia Roberta Pimenta Souza
Luanne Modesto Dantas
Luís Eduardo Oliveira da Silva
Maria Beatriz Mendes Nunes
Maria de Fátima Vanderlei de Souza
Nathyelle Correia Lira
Nicolly Karolyne A. da C. Bezerril
Paulo Gabriel L. dos S. Lopes
Wênia Lopes Feitosa
Editora Ideia
João Pessoa – 2022
Todos os direitos reservados aos organizadores.
A responsabilidades sobre textos e imagens são dos respectivos autores.
Não é permitida a reprodução deste material sem autorização dos autores!
354mb. pdf
ISBN 978-65-5608-231-8
CDU 633.88
EDITORA
www.ideiaeditora.com.br
contato@ideiaeditora.com.br
SUMÁRIO
Preparações
Extemporâneas
Allessya Lara D. Formiga; Caio Abreu Monteiro; Carolaine Amaral de A.
Melo; Fernanda Ellen C. da Silva; Gabrielle Andrade Mota; Larissa Ribeiro
da Silva; Letícia Augusta S. da C. Miranda; Luís Eduardo Oliveira da Silva;
Maria Beatriz Mendes Nunes; Nathyelle Correia Lira; Nicolly Karolyne A. da
C. Bezerril; Paulo Gabriel L. dos S. Lopes; Wênia Lopes Feitosa; Climério
Avelino de Figueredo; Maria de Fátima Vanderlei de Souza; Leônia Maria
Batista
Abacateiro
Conversando sobre Plantas Medicinais
Persea americana Mill. (Abacateiro) é uma planta popularmente conhecida por seus frutos nutritivos e
saborosos, utilizados na alimentação e na fabricação de produtos industrializados para diferentes áreas,
inclusive a cosmética. Além disso, o fruto e outras partes desta espécie apresentam diversas
propriedades medicinais que justificam o seu uso na medicina tradicional 1,2 . No Brasil, esta espécie
vegetal integra a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), o Formulário
de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 2ª edição, e a Farmacopeia Brasileira, 6ª edição 2,3,4,5.
E:
A ORIGEM
A espécie Persea americana Mill., conhecida popularmente como abacateiro, abacate, avocato,
avocado, louro-abacate, pera-abacate e aguacate, pertence à família Lauraceae 2,6. Essa planta tem
origem na América Central 2. No Brasil, sua ocorrência é observada em todas as regiões 7.
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O termo Persea é originário do grego, enquanto o nome abacate tem origem asteca
(ahuacati), sendo considerado um símbolo de masculinidade e vigor no México 2,6.
Na cultura Maia, as pessoas cultivavam o abacateiro próximos as suas casas devido à crença que
seus ancestrais renasceriam como essa árvore. Os Incas apreciavam tanto essa espécie vegetal que
2,6
realizavam uma festa de seis dias no mês de dezembro à espera da maturação do fruto .
08
As flores do abacateiro são pequenas, de cor verde-amarelada, cheiro agradável e
organizadas em racemos 4. Quanto aos seus frutos, estes são classificados como
drupas (fruto carnoso que apresenta apenas uma semente), possuem formato
globoso ou oval, sua cor pode variar entre verde, amarelo e violeta e a polpa
apresenta uma textura semelhante à manteiga 1,6.
FO
NT
E: C
O abacateiro é indicado principalmente como diurético e em desordens urinárias leves. Além disso,
auxilia em quadros de hipertensão, artrose, dores reumáticas e contusões . Esta planta medicinal
1,2,5
FONTE: D
09
A atividade antidiabética é atribuída ao ácido palmitoleico, o qual Ácido palmitoleico
8,9
colabora com os fitosterois para a ação hipolipemiante . As
persenona A e B possuem atividade inibitória sobre a formação do
FONTE: D
óxido nítrico e superóxido que está associado a um efeito anti-
inflamatório secundário. De modo adicional, o ácido succínico
promove a ação antianêmica6,8,9.
FONTE: D
FONTE: D
IMPORTANTE!
O abacateiro pode ser utilizado como preparação extemporânea (consumo imediato), na forma
de chá medicinal obtido por infusão a partir de suas folhas secas. Além disso, devido à sua
recente incorporação ao Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição,
ainda não existem formas farmacêuticas tecnicamente elaboradas registradas na ANVISA
para sua comercialização, muito embora a Persea americana Mill. esteja incluída na nova lista
de Produtos Tradicionais Fitoterápicos (PTFs) passíveis de notificação5,12.
FO FO
NT NT
E: B E: B
Em uma xícara, colocar de 0,4 a 0,6 g de folhas secas do abacateiro, previamente rasuradas
(cortadas em pequenos pedaços). Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar repousar por
10 a 15 minutos. Após esse tempo, deve-se coar o chá e ele estará pronto para a ingestão5,12.
O chá pode ser consumido quente ou frio e pode ser adoçado ou não,
conforme a preferência, desde que o indivíduo não seja diabético.
10
ALERTA!
O abacateiro não deve ser utilizado por menores de 18 anos, grávidas e lactantes,
pois pode causar estimulação uterina e redução da produção de leite por atrofia dos
ductos lactíferos das glândulas mamárias 2,5,6.
O uso dessa espécie vegetal por indivíduos com hipersensibilidade à família Lauraceae
ou aos demais componentes da formulação é contraindicado5,6.
Não se deve fazer uso de folhas verdes e jovens na preparação do infuso, tendo em
vista que elas possuem substâncias capazes de causar palpitações cardíacas 5,13.
Referências
1. LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativa e exótica. 2 ed. Novas Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
2. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
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DAF/SCTIE/MS. Brasília: ANVISA. 2009.
4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Farmacopeia Brasileira, Volume II- Monografias: Plantas medicinais. 6 ed. Brasília. 2019.
5. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília. 2021a.
6. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2004.
7. Flora do Brasil 2020. Persea americana Mill. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB25622.
Acesso em 08 de setembro de 2021.
8. BHUYAN, D. J. et al. The odyssey of bioactive compounds in avocado (Persea americana) and their health benefits. Antioxidants, v. 8, n. 10, p. 426, 2019.
9. RAMOS-AGUILAR, A. L. et al. The importance of the bioactive compounds of avocado fruit (Persea americana Mill) on human health. Biotecnia, v. 21, n. 3, p.
154-162, 2019.
10. TESKE, M.; TRENTINI, A. M. M. Herbarium compêndio de fitoterapia. 4 ed. Curitiba: Herbarium Laboratório Botânico, 2001.
11. ERLINDA, D.; MAHRIANI, M.; FAJARIYAH, S. Diuretics effect of avocado leaf (Persea americana Mill.) ethanol extract on the gastric histology of wistar male
rats (Rattus norvegicus). BIOLINK (Jurnal Biologi Lingkungan Industri Kesehatan), v. 7, n. 1, p. 62-70, 2020.
12. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Produtos tradicionais fitoterápicos passíveis de notificação de acordo com as formulações
publicadas na 2 a edição do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2021b.
13. PLANTAMED. Persea americana Mill. - ABACATEIRO. 2020. Disponível em: https://plantamed.com.br/plantaservas/especies/Persea_americana.htm Acesso
em: 13 de set de 2021.
FONTE A. IMAGEM. STANG, D. Persea americana.Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 2022. Disponível em: legacy.tropicos.org/Image/100117722.
Acesso em 05 de fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. SILVA, J. G. S. Abacateiro Persea americana Mill. Universidade Estadual do Norte Fluminense, 2022. Disponível em:
https://uenf.br/projetos/arvoresdauenf/especie-2/abacateiro/. Acesso em 05 de fevereiro de 2022. .
FONTE C. IMAGEM. ROJAS, R. Persea americana Mill. Rojas Gonzáles - 7331 - Peru. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 2022. Disponível em:
legacy.tropicos.org/Image/100117722. Acesso em 05 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. RAMOS-AGUILAR, A. L. et al. The importance of the bioactive compounds of avocado fruit (Persea americana Mill) on human health.
Biotecnia, v. 21, n. 3, p. 154-162, 2019.
FONTE E. IMAGEM. KONG, J. et al. In vitro activity of chlorogenic acid against Aspergillus fumigatus biofilm and gliotoxin production. Experimental
and therapeutic medicine, v. 13, p. 2637-2644, 2017.
11
11
Alecrim
E
NT ORIGEM
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
Ao longo da história o alecrim foi utilizado por diversas culturas como símbolo de
fidelidade, saudade, inteligência, prosperidade e pureza 2,6.
NT
As suas flores são azulado-claras, pequenas, apresentando aroma forte e E:A
agradável 1,8.
12
Você sabe quais são as indicações terapêuticas do Alecrim?
O alecrim possui fitoconstituintes terpênicos como os óleos essenciais do tipo monoterpenos (1,8-cineol
e borneol); diterpenos, entre eles o carnosol; triterpenos pentacíclicos (ácido ursólico e ácido oleanólico)
e compostos fenólicos com destaque para os ácidos fenólicos (ácido cafeico e ácido rosmarínico);
flavona (luteolina) e flavonas metoxiladas (diosmetina e hispidulina) 1,2,9 .
1,8-cineol
As atividades biológicas dessa planta têm sido relacionadas aos compostos
fenólicos e aos constituintes voláteis. A ação digestiva, espasmolítica, colagoga
e colerética é atribuída ao óleo essencial, principalmente aos compostos 1,8-
FONTE: B
cineol e borneol que atuam de maneira sinérgica com os flavonoides. As
atividades anti-inflamatória, antimicrobiana e antioxidante são relacionadas ao
carnosol, ácido ursólico, ácido cafeico e ácido rosmarínico 1,2,6,10,11.
FONTE: D
FONTE: D
FONTE: G
FONTE: F
E
NT
FO
Em uma xícara, colocar de 1 a 2 g das folhas secas de alecrim, previamente rasuradas (cortadas em
pequenos pedaços). Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso por 10 a 15
minutos. Após isso, filtrar (coar) o chá e estará pronto para ser utilizado 1,4.
Para problemas gastrointestinais, o chá das folhas de alecrim deve ser ingerido
preferencialmente à temperatura ambiente e sem a adição de açúcar ou adoçante.
Para as demais indicações pode ser consumido quente ou frio e adoçado segundo a preferência,
desde que o indivíduo não seja diabético.
ALERTA!
Gestantes, lactantes e crianças menores de 12 anos não devem utilizar o chá das
folhas de alecrim devido à ausência de estudos para esses grupos 13.
Essa planta não deve ser utilizado por indivíduos que apresentem hipersensibilidade
à planta ou outras espécies da família Lamiaceae 4,13.
Não deve ser utilizado por indivíduos com dermatoses, doenças agudas da pele,
febre alta, infecções severas, distúrbios circulatórios ou insuficiência cardíaca 13.
O uso do chá das folhas de alecrim em quantidade acima do recomendado pode ser
tóxico e ocasionar problemas renais, gastrointestinais, sonolência, irritação nervosa e
até a morte 4,12 .
Esse chá não deve ser ingerido por portadores de gastroenterites, úlcera
gastrointestinal, gastrite, doença de Crohn, doença prostática e indivíduos com
histórico de convulsões 4,9,12.
14
Indivíduos com problemas hepáticos, obstrução dos ductos biliares ou qualquer outra
disfunção biliar só podem fazer o uso desse chá com a supervisão de um profissional
de saúde 13.
Referências
1. LORENZI, H.; MATOS, F. J. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e Exóticas. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
2. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
3. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 1 ed. Brasília, 2011.
4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília, 2021.
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The Korean Journal of Physiology & Pharmacology, v. 24, n. 5, p. 433-440, 2020. Acesso em 02 de fevereiro de 2022.
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Tese (Dourado em Química) - Pós-graduação em Química, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012. Acesso em 02 de fevereiro de 2022.
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15
Alecrim-pimenta
N ORIGEM
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O gênero Lippia recebeu essa denominação como uma homenagem ao botânico Augustin
Luppi 8 . O alecrim-pimenta possui importância econômica, farmacológica, cosmética e na
agricultura, dispondo, assim, de um mercado variado 6,9 . A partir de sua introdução nos
programas de fitoterapia da Atenção Básica à Saúde, essa planta passou a ser cultivada
nos demais estados do Brasil 5.
ATENÇÃO!
O gênero Lippia possui mais de 150 espécies de arbustos e pequenas árvores 10,11. Dentre essas
espécies, a Lippia alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton & P. Wilson (erva-cidreira) e a Lippia gracilis Schauer
(alecrim-de-tabuleiro) são as que apresentam maiores semelhanças com a Lippia sidoides Cham.
(alecrim-pimenta), o que torna necessária à sua diferenciação botânica 12 .
NT
FO 16
Erva-cidreira (Lippia alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton & P. Wilson)
É um arbusto aromático que pode chegar à altura de 1,5 m, apresentando ramos
finos, dobrados e quebradiços. As suas folhas são elípticas, com bordas serradas e
pontas agudas, enquanto que as inflorescências aparecem na cor azul arroxeada 5,13. FO
NT
E: A
As principais indicações são como antisséptico tópico, antimicótico, escabicida para o tratamento de
2,5,15
piodermites (combate piolhos), sendo utilizado em afecções da pele e do couro cabeludo . Essa
espécie também apresenta atividade anti-inflamatória e antisséptica da cavidade oral (boca e
garganta), como também auxilia na diminuição do mau-cheiro nos pés e nas axilas
2,4,5,15
.
Os principais fitoconstituintes presentes nas folhas do alecrim-pimenta estão no seu óleo essencial (4%),
cujos componentes majoritários são os monoterpenos (timol e seu isômero carvacrol – 60%). Além
desses são encontrados flavonoides (quercetina, taxifolina, luteolina e seu derivado glucoluteolina);
naftoquinonas (tecomaquinona e lippisidoquinona); taninos, esteroides e ácidos orgânicos 11,16 .
FONTE: C
FONTE: D
FONTE: D
17
Luteolina Glucoluteolina Tecomaquinona Lippisidoquinona
FONTE: D
FONTE: D
FONTE: E
FONTE: D
O óleo essencial de L. sidoides foi também efetivo contra formas promastigotas de L. chagasi. Extratos
micro-encapsulados de L. sidoides apresentaram atividade antifúngica contra C. albicans, C. glabrata,
C. krusei e C. parapsilosis 20.
FONTE: A
O seu uso é externo e deve ser realizado utilizando uma gaze embebida no
infuso e aplicada na afecção da pele. Em caso de assepsia da cavidade
oral deve ser utilizado o infuso na forma bochecho ou gargarejo 2,5,15,20 .
ALERTA!
O chá das folhas de alecrim-pimenta não deve ser utilizado por gestantes e lactantes,
3
devido à ausência de estudos para esses grupos .
Esse chá não pode ser inalado, visto que seus componentes voláteis podem causar
irritação na cavidade nasal 2,15.
Em casos de superdosagem desse chá, deve-se suspender o seu uso e manter o usuário
em observação2,3.
Referências
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RENISUS - Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS,
DAF/SCTIE/MS. Brasília: ANVISA. 2009. Disponível em: https://mooc.campusvirtual.fiocruz.br/rea/medicamentos-da biodiversidade/ RENISUS.pdf. Acesso em
06 out 2020.
2. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Memento Fitoterápico. 1 ed. Brasília, 2016.
3. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Primeiro Suplemento do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 1 ed.
Brasília, 2018.
4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária- Anvisa. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília-DF, 2021.
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HB K. 2006. Acesso em 10 de fevereiro de 2022.
19
Alho
Allium sativum L. (Alho) é reconhecido mundialmente como item essencial de diversas receitas
culinárias 1 . Devido às suas propriedades medicinais, esta planta integra a Relação Nacional de
Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), a Lista de Medicamentos Fitoterápicos de
Registro Simplificado, o Memento Fitoterápico e o Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia
2,3,4,5
Brasileira, 2ª edição .
ORIGEM
:A
E
NT
FO
Allium sativum L., conhecido popularmente como alho, alho comum, alho-do-reino,
alho ordinário e alho manso, pertence à família Amaryllidaceae. Essa espécie vegetal
é nativa da Ásia central. No Brasil é possível encontrar sua ocorrência em todas as
regiões 1,6,7,8 .
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O nome do gênero Allium tem origem do Celta e refere-se à sua característica picante.
Em relação à sua disseminação em escala mundial isso ocorreu durante as expedições
europeias ao oriente, devido ao seu sabor e às suas propriedades medicinais 1,9,10.
Além disso, possui simbolismo espiritual associada à proteção contra os maus espíritos,
daí a lenda de que é um repelente contra vampiros. Durante as primeiras edições dos
jogos olímpicos, o alho era bastante consumido pela sua capacidade de elevar o
desempenho dos atletas7.
20
Você sabe quais são as indicações terapêuticas do Alho?
Além desses compostos, a espécie possui outros constituintes químicos a exemplo de enzimas
(alliinase, peroxidases, tioglucosidase, catalase, superóxido dismutase, arginases e lipases), proteínas,
compostos fenólicos (allixina), saponinas, flavonoides, polissacarídeos, mucilagens, vitaminas e
1,11,13
minerais .
O componente mais ativo é a alicina que é responsável pela atividade antiviral, antibacteriana e
1,14,15,16,17
antifúngica .
FONTE: D
FONTE: C
FONTE: C
21
Já a ação antiulcerogênica é atribuída ao sinergismo entre a alicina e o dialil dissulfeto. Este, por sua
vez, está associado à promoção da atividade hipolipemiante e hepatoprotetora. Quanto ao sistema
cardiovascular, atribui-se a atividade antiplaquetária ao ajoeno, ao passo que a atividade
antiaterogênica deve-se à S-alilcisteína, além disso essa molécula juntamente com a S-metilcisteína
desenvolvem a ação hipoglicemiante1.
:A
TE
N
FO
Em uma xícara, colocar dois dentes de alho, previamente lavados e cortados em rodelas. Adicionar 150
mL de água fervente, adicionar duas rodelas de limão e abafar durante 10 a 15 minutos. Após isso,
coar e estará pronto para utilização 17,18 .
O chá de alho precisa de um meio ácido para diminuir seu processo de oxidação.
Contudo, não precisa ser necessariamente o limão, basta ser uma fruta cítrica 6.
O chá de alho pode ser quente e adoçado, desde que o indivíduo possa fazer uso, ou seja, não possuir
diabetes. Contudo, prefira adoçá-lo com mel, visto que ele apresenta propriedades como sabor doce,
fonte energética, além de apresentar atividade antimicrobiana, sendo indicado em quadros de resfriado
e tosse19.
ALERTA!
Caso não ocorra melhora dos sintomas após o tratamento ou sejam observados
efeitos adversos, recomenda-se a procura de um serviço de saúde 5.
A tintura não deve ser utilizada por gestantes, alcoolistas e diabéticos devido ao seu
alto teor alcoólico 5.
22
Essa planta medicinal pode causar febre, distúrbios gastrointestinais (vômito, náusea,
diarreia) e reações alérgicas (erupção na pele e dermatite)1,4,5 .
Não é recomendado doses elevadas, nem o uso continuado devido o risco para o
surgimento de quadro anêmico 5.
Referências
1. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
2. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). RENISUS - Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS, DAF/SCTIE/MS.
Brasília: ANVISA. 2009.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Instrução Normativa Nº 2 de 13 de maio de 2014. Publica a “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado” e a
“Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”. Brasília, 2014.
4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília. 2021.
5. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. 1 ed. Brasília, 2016.
6. LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativa e exótica. 2 ed. Novas Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
7. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
8. FLORA, DO BRASIL. Amaryllidaceae in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 2020. Disponível em:
http://servicos.jbrj.gov.br/flora/search/Allium_sativum. Acesso em: 30 set. 2021
9. CARVALHO, J.C.T. Fitoterápicos anti-inflamatórios: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas. Tecmedd. Ribeirão Preto, 2004.
10. LIMA, Caliandra Maria Bezerra Luna. Investigação da atividade antiparasitário do Allium sativum L. in vitro e in vivo. (2011). Tese (doutorado), Programa
de Pós Graduação em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos. Universidade Federal da Paraíba, 2011.
11. WILLIAMSON, E; DRIVER, S; BAXTER, K. Stockley´s Herbal Medicines Interactions. 1º ed. Pharmaceutical Press. 2009.
12. TABACH, R. et al. Sistema de farmacovigilância em plantas medicinais. Boletim Planfavi, n. 49, p. 2, 2019. Disponível em: https://www.cebrid.com.br/wp-
content/uploads/2019/04/Boletim-PLANFAVI-49-Janeiro-Fevereiro-Mar%C3%A7o-2019.pdf. Acesso em: 10/12/2021
13. BARNES, J. Herbal Medicines. 3ª ed. London: PhP, 2007.
14. ANKRI, Serge; MIRELMAN, David. Antimicrobial properties of allicin from garlic. Microbes and infection, v. 1, n. 2, p. 125-129, 1999.
15. OMAR, S. H.; AL-WABEL, N. A. Organosulfur compounds and possible mechanism of garlic in cancer. Saudi Pharmaceutical Journal, v. 18, n. 1, p. 51-58, 2010.
16. HAASE, Hajo et al. Impacto da alicina na atividade dos macrófagos. Química de Alimentos, v. 134, n. 1, p. 141-148, 2012.
17. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF SP). COMISSÃO ASSESSORA DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS. Plantas
Medicinais e Fitoterápicos. 2019.
18. OLIVEIRA, R.A.G; TEXEIRA, J. Plantas medicinais de medidas laboratoriais a medidas caseiras. 1ª Apostila de Fitoterapia (Material didático). João Pessoa,
1998.
19. AZEVEDO, Danielly Carneiro de et al. Avaliação das propriedades antimicrobianas do mel e da geoprópolis da abelha plebeia aff. Flavocincta frente aos
microorganismos Staphylococcus aureus e Enterococcus faecalis. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós Graduação de Ciência e Tecnologia em
Sistemas Agroindustriais. Universidade Federal de Campina Grande, 2019.
20. NICOLETTI, M.A. et al. Fitoterápicos – Principais Interações Medicamentosas. 1ª edição. São Paulo: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS
MAGISTRAIS, 2012.
FONTE A. IMAGEM. LANZETTA, P. Alho BRS Hozan. Embrapa 2013. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-
servico/617/alho-brs-hozan. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. Horto didático de Plantas Medicinais do HU/CCS. ALHO. 2019. Disponível em: https://hortodidatico.ufsc.br/alho/. Acesso em 03 de fevereiro
de 2022.
FONTE C. IMAGEM. PUCCINELLI, Michael T.; STAN, Silvia D. Dietary bioactive diallyl trisulfide in cancer prevention and treatment. International journal of
molecular sciences, v. 18, n. 8, p. 1645, 2017. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. SHANG, Ao et al. Bioactive compounds and biological functions of garlic (Allium sativum L.). Foods, v. 8, n. 7, p. 246, 2019. Acesso em 03
de fevereiro de 2022.
23
Anis-estrelado
Illicium verum Hook. F. (Anis-estrelado) é uma planta aromática com propriedades repelentes, que é
amplamente utilizada na indústria alimentícia, farmacêutica, de bebidas e de perfumaria 1,2,3 . Devido
às suas aplicações terapêuticas, essa espécie vegetal integra o Formulário de Fitoterápicos da
Farmacopeia Brasileira, 2ª edição, e a nova lista de Produtos Tradicionais Fitoterápicos (PTFs)
passíveis de notificação4,5.
NT
E ORIGEM
FO
Illicium verum Hook. F., conhecida como anis-estrelado, badiana da China, anis da
China pertence à família Illiciaceae 1,6 . Essa espécie vegetal é nativa do continente
asiático, principalmente das zonas tropicais e subtropicais, como China e Vietnã, sendo
naturalizada também na Jamaica e cultivada no Japão, Filipinas, Indonésia e em
algumas regiões da Europa 1,6,7.
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
Seu uso como antídoto para venenos é conhecido, pelos chineses, desde a
antiguidade. Já os budistas usavam essa planta como ornamento para templos
religiosos pelo seu aroma e pelo seu formato característico 6,9.
ATENÇÃO!
A espécie Illicium verum Hook. F. (anis-estrelado) apresenta semelhanças botânicas com outra
espécie de mesmo gênero, a Illicium anisatum L. conhecida como anis-estrelado japonês.
Contudo, a I. anisatum possui um constituinte químico denominado nisatina, e por essa razão é
importante realizar a diferenciação botânica dessas espécies vegetais, a fim de garantir o uso
11,12
correto e seguro da Illicium verum Hook. F. .
24
Você sabe como diferenciar essas espécies vegetais?
6,13
pétalas, com coloração variada entre tons de branco e amarelo . O fruto é
N
FO
marrom acinzentado, lenhoso, com aroma doce. Possui de 7 a 8 folículos
dispostos espacialmente na forma de estrela, com achatamento lateral e
ápice obtuso curvo, que, ao secar, revelam interior liso e brilhante, com
sementes duras, achatadas e ovais com coloração marrom amarelada ou
marrom avermelhada brilhante 14.
:A
E
NT
FO
FONTE: C
fraco e tamanho menor, com quantidade de folículos igual ou maiores que 8. As
sementes também diferem na forma, pois possuem superfície mais plana com
menos achatamento e formato arredondado 2,15.
25
O óleo essencial desempenha ação antimicrobiana e antioxidante. Atribui-se ao constituinte α-pineno
a atividade gastroprotetora, já ao anetol, composto majoritário presente no óleo essencial, a
atividade digestiva (antidispéptica, carminativa e antiespasmódica) e expectorante do anis-estrelado6.
Além disso, os ácidos graxos, com destaque para o ácido linoleico e ácido palmítico apresentam um
potencial anti-inflamatório 3,10,17.
FONTE: D
FONTE: E
FONTE: D
Você sabe a forma correta de preparar o chá
dos frutos secos do Anis-estrelado?
O chá dos frutos secos do anis-estrelado deve ser preparado por INFUSÃO.
FONTE: F FONTE: C
Em uma xícara, colocar de 0,5 a 1 g dos frutos secos, previamente cortadas em pequenos
pedaços. Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso por 10 a 15 minutos em
repouso. Após isso, deve-se coar a preparação, e essa estará pronta para uso 4.
ALERTA!
26
O uso do anis-estrelado pode causar efeitos adversos, como hipersensibilidade cutânea,
respiratória e gastrointestinal 16.
Em doses elevadas, essa planta pode induzir estados de choro, convulsões, acidose e
coma, devido à sua ação no sistema nervoso central 4,6,16.
OBSERVAÇÃO
Referências
1.DUARTE, A. B. N. Avaliação da qualidade de amostras deIllicium verum Hook.F. comercializadas na região do Distrito Federal. Anuário da produção de
iniciação científica discente, v. 12, n. 14. p.19-31. 2009.
2.DESTRO, Barbara Gomes Iarema. Extração de óleo essencial de Anis-estrelado (Illicium verum) e imobilização em microcápsula para liberação
guiada. 146 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos) - Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2019.
3.SILVA, R. A. S. et al. PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA DO POTENCIAL ANTIBACTERIANO E ANTIFÚNGICO DO ANISESTRELADO (Illicium verum HOOK
F.). Revista Humanidades e Inovação, v.7, n.4, p. 328-338. 2020.
4.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília-DF. 2021a.
5.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Produtos tradicionais fitoterápicos passíveis de notificação de acordo com as formulações
publicadas na segunda edição do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2021b.
6. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
7.MACRINI T. Análise farmacognóstica de amostra de drogas vegetais psicoativas comercializadas em Diadema. (Dissertação) Mestrado em Ciências
Farmacêuticas – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
8.ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Buenos Aires, Argentina, Corpus, 2004.
9.DING, X et al. Effects of star anise (Illicium verum Hook.f) oil on the nuclear factor E2-related factor 2 signaling pathway of chickens during subclinical
Escherichia coli challenge. Poult Sci, v. 99, n. 6, p.3092-3101, 2020.
10.PATRA, Jayanta Kumar et al. Anis estrelado (Illicium verum): Compostos químicos, propriedades antivirais e relevância clínica. Phytotherapy Research , v.
34, n. 6, pág. 1248-1267, 2020.
11. JOSHI, V. C.; SRINIVAS, P. V.; KHAN, I. A. Rapid and Easy Identification of Illicium verum Hook. f. and Its Adulterant Illicium anisatum Linn. by Fluorescent
Microscopy and Gas Chromatography. Journal of aoac international. v. 88, n. 3, 2005.
12. SAMUELS, N. et al. Herbal medicine and epilepsy: Proconvulsive effects and interactions with antiepileptic drugs. Epilepsia. v.49, n.3, p.373–380. 2008.
13. CORRÊA, R. S. Caracterização dos constituintes químicos e avaliação in vitro dos óleos essenciais de Laurus nobilis, Illicium verum e Origanum
vulgare sobre Rhipicephalus microplus. 2017. 53f. Dissertação (Mestrado em Biociência Animal) - Programa de pós-graduação stricto sensu mestrado em
biociência animal. 2017. Disponível em: http://kr-pgss-dissertacoes.s3.amazonaws.com/80384a0fdea7d16f7a670dcb9781bae6.pdf. acesso em: 17 de
novembro de 2020.
14.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Farmacopeia Brasileira. 6 ed. Brasília. 2019a.
15. WANG, G. et al. Illicium verum: A review on its botany, traditional use, chemistry and pharmacology. Journal of Ethnopharmacology, v. 136, p. 10-20.
2011.
16.BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF/SP). Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 4 ed. São Paulo. 2019b.
17. OUTEMSAA, B. et al. Composição química, atividades antioxidante e antimicrobiana do óleo essencial de Illicium verum. E3S Web of Conferences, v.
319, n. 01052. 2021.
18.BOORHEM, R. L.; LAGE, E. B. Drogas e Extratos Vegetais Utilizados em Fitoterapia. Revista Fitos, v. 4, n. 1, p. 37-55, 2009
19.VIEIRA, A. C. M. et al. Manual sobre o uso racional de plantas medicinais. ed. 1°. Rio de Janeiro: Cerceau, 2020. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/347927542_Manual_sobre_uso_racional_de_plantas_medicinais_volume_2. Acesso em: 17/11/2021.
FONTE A. IMAGEM. HORTO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. ANIS ESTRELADO. 2022. Disponível em: https://hortodidatico.ufsc.br/anis-
estrelado/. Acesso em: 03 de fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. STANG, D. Illicium verum Hook. f. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 2022. Disponível em: legacy.tropicos.org/Image/100114737.
Acesso em: 05 de fevereiro de 2022.
FONTE C. IMAGEM. VERMAAK, I; VILJOEN, A; LINDSTROM, S. W. Hyperspectral imaging in the quality control of herbal medicines – The case of neurotoxic
Japanese star anise. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, v. 75, p. 2017-213. 2013. Acesso em: 05 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. PATRA, Jayanta Kumar et al. Anis estrelado (Illicium verum): Compostos químicos, propriedades antivirais e relevância clínica.
Phytotherapy Research, v. 34, n. 6, pág. 1248-1267, 2020.
FONTE E. IMAGEM. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2004. Acesso em: 05 de fevereiro de 2022.
FONTE F. IMAGEM. DESTRO B. G. I. Extração de óleo essencial de Anis-estrelado (Illicium verum) e imobilização em microcápsula para liberação
guiada. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2019. Acesso em: 03 de fevereiro de 2022.
27
Aroeira-do-brejo
Schinus terebinthifolius Raddi (Aroeira-do-brejo) é uma espécie vegetal cujos frutos, conhecidos como
pimenta rosa tem sido bastante utilizados na culinária, devido ao sabor suave e picante. Em razão
1
disto tem conquistado o mercado nacional e internacional . Essa planta apresenta atividades
medicinais consolidadas e está incluída na Lista de Plantas Medicinais de Interesse do SUS
(RENISUS) e no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 1ª edição 2 .
ORIGEM
:A
E
NT
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O nome aroeira significa “árvore de arara’’, uma denominação atribuída por ser a árvore de preferência
para pouso e construção de ninhos dessas aves 5.
ATENÇÃO!
Existe uma variedade de espécies vegetais conhecidas popularmente como aroeira, sendo a
Myracrodruon urundeuva Allemão (Aroeira-do-sertão) a que mais se assemelha a Schinus
1
terebinthifolius (Aroeira-do-brejo) .
A
Aroeira-do-brejo (Schinus terebinthifolius Raddi) E:
T
FON
NTE: A
FO
29
Para banho de assento
Deve-se colocar em uma panela de ágata, inox ou vidro 100 g da casca, previamente lavada e cortada
em pequenos pedaços. Acrescentar 1 L (1000 mL) de água e cozinhar por 10 a 15 minutos com a
panela tampada. Em seguida, deve-se filtrar (coar) e colocar em uma bacia reservada para esse fim, e
estará pronto para ser utilizado 16 .
ALERTA!
Seu uso não é aconselhado para indivíduos com hipersensibilidade aos constituintes
dessa planta ou outras espécies de família Anacardiaceae 9,16.
O uso vaginal dessa planta pode causar desconfortos no local como ardor, irritação,
queimação e assaduras devido à presença dos alquil-fenóis15,18.
Referências
1. SOUZA, Luciana Ferreira Lobo de. Atividade antimicrobiana de extratos de Aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi) frente a bactérias relacionadas à
mastite bovina. Trabalho de conclusão de curso (monografia), Universidade de Brasília, 2011.
2. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 1 ed. Brasília, 2011.
3. LORENZI, H.; MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e Exóticas. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
4. WILLIAMS, D. A. et al. Chloroplast and microsatellite DNA diversities reveal the introduction history of Brazilian peppertree (Schinus terebinthifolius) in Florida.
Molecular Ecology, v. 14, n. 12, p. 3643–3656, 2005.
5. PEREIRA, S. C. Plantas úteis do Nordeste do Brasil. Centro Nordestino de Informações sobre Plantas-CNIP; Associação Plantas do Nordeste-APNE, 2003.
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Monografia da espécie Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-da-praia). Organização: Ministério da Saúde e Anvisa,
Brasília, 2014.
7. FIGUEIRÔA, J. M.; BARBOSA, D. C. A.; SIMABUKURO, E. A. Crescimento de plantas jovens de Myracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae) sob
diferentes regimes hídricos. Acta Bot. Bras., São Paulo, v. 18, n. 3, p. 573-580, 2004.
30
8. COSTA, Cinara Oliveira D.'Sousa. Avaliação da atividade antioxidante e antimicrobiana de extratos de Myracrodruon urundeuva Allemão e Schinus
terebinthifolius Raddi. 2011. 66f. Dissertação (Mestrado em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas), Programa de PósGraduação em Processos
Interativos dos Órgãos e Sistemas, Instituto de Ciências da SaúdeUniversidade Federal da Bahia, 2011.
9. DINIZ, M. F. F. M.; OLIVEIRA, R. A. G.; JÚNIOR, A. M.; MEDEIROS, A. C. D.; MOURA, M. D. Memento de plantas medicinais: as plantas como
alternativa terapêutica: aspectos populares e científicos. João Pessoa: Editora Universitária / UFPB, 2006.
10. CARVALHO, M. G. et al. Schinus terebinthifolius Raddi: chemical composition, biological properties and toxicity. Revista Brasileira de Plantas Medicinais.
v. 15, n. 1, p. 158-169, 2013.
11. LIMA L. B. et al. Acute and subacute toxicity of Schinus terebinthifolius bark extract. Journal of Ethnopharmacology. v. 126, n. 3, p. 468-473, 2009.
12. BRAZ, R. et al. Quality control and TLC profile data on selected plant species commonly found in the Brazilian market. Brazilian Journal of
Pharmacognosy. v. 22, n. 5, p. 1111-1118, 2012.
13. FALCÃO, M. P. M. M. et al. Schinus terebinthifolius Raddi (Aroeira) e suas propriedades na Medicina Popular. Revista Verde de Agroecologia e
Desenvolvimento Sustentável. v. 10, n. 5, p. 23-27, 2015.
14. HERINGER, A. P. Aspectos químicos, ecológicos e farmacológicos de Schinus terebinthifolius Raddi. (2009). Dissertação (Mestrado), Universidade
Federal do Rio de Janeiro, 2009.
15. SILVA, Marco Antonio Batista. Controle da qualidade de fitoterápicos: proposta de bula e metodologia para o controle de qualidade físico-químico
de Schinus terebinthifolius Raddi. (2015). Trabalho de conclusão de curso (monografia), Universidade de Brasília, 2015.
16. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2. ed - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
17. BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Secretaria dos Colaboradores. Comissão Assessoria de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. São Paulo, 2019.
18. SILVA, L. B. L. et al. Avaliação clínica preliminar de diferentes formulações de uso vaginal à base da aroeira (Schinus terebinthifolilus Raddi). Revista
Brasileira de Medicina, v. 61, n. 6, p. 381-384, 2004.
FONTE A. IMAGEM. João Paulo de Maçaneiro. Flora Digital do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Disponível em:
<http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=238 >. Acesso em 02 de fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. SILVA, Tecla dos Santos. Morfogênese in vitro e triagem fitoquímica de Myracrodruon urundeuva Fr. All. 2017. 104 f. Tese
(Doutorado Acadêmico em Recursos Genéticos Vegetais)- Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, 2017. Acesso em 22 de fevereiro de
2022.
FONTE C. IMAGEM. SILVA, P. T., et al. Composição Química do Óleo Essencial Extraído das Folhas dos Indivíduos Macho e Fêmea e Frutos de Schinus
terebenthifolius. Revista Virtual Química, v. 11, n. 1, p. 180-189, 2019. Acesso em 02 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. MENDES. L. A. Perfil cromatográfico do óleo essencial de Psidium guajava L. em análise sazonal e efeito larvicida em Aedes
aegypti L. (Diptera: Culicidae). Dissertação (Mestrado em Produção vegetal) - Universidade Federal do Espírito Santo. Alegre, p. 105. 2017. Acesso em 02 de
fevereiro de 2022.
FONTE E. IMAGEM. VIAN, Camila de Oliveira. Efeitos da Quercetina em Estágios Embrio-Larvais em Zebrafish (Danio rerio). 2020. 44f. Dissertação
(Mestrado - Ciências Fisiológicas), Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas, Universidade Federal de Rio Grande, Rio Grande, 2020. Acesso em
02 de fevereiro de 2022.
FONTE F. IMAGEM. OMAR, S. H. Biophenols: Impacts and Prospects in Anti-Alzheimer Drug Discovery. Discovery and Development of Neuroprotective Agents
from Natural Products. Elsevier, 2018. Acesso em 02 de fevereiro de 2022.
FONTE G. IMAGEM. BRASIL. Ministério da Saúde. Informações sistematizadas da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS. Schinus
terebinthifolius Raddi. – Eucalipto. Brasília – DF, 2021. Acesso em 02 de fevereiro de 2022.
FONTE H. IMAGEM. RAMALHO, S. D. Busca por inibidores de catepsinas em plantas do Cerrado paulista e avaliação da proteólise tumoral in vitro.
2015. 179 f. Tese (Doutorado) - Curso de Programa da Pós-graduação em Química, Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia, Universidade Federal de São
Carlos, São Carlos, 2015. Acesso em 02 de fevereiro de 2022.
31
Barbatimão
:A
T E
F ON ORIGEM
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O uso dessa planta medicinal se espalhou a partir de sua utilização como banho de
assento, sendo muito procurada por profissionais do sexo para fazer banhos da genitália,
de onde veio o nome “casca-da-virgindade” 10.
ATENÇÃO!
No Brasil, entre as diversas espécies pertencentes ao gênero Stryphnodendron, duas delas merecem
destaque por apresentarem características botânicas, propriedades medicinais e nomes populares
semelhantes aos do Stryphnodendron adstrinsgens (Mart.) Coville. são elas Stryphnodendron
coriaceum Benth. e Stryphnodendron polyphyllum Mart.6,11,12.
32
Você sabe como diferenciar essas espécies vegetais?
N TE
FO
FO
TE
N
:C
E:
NT
FO
As principais indicações dessa planta são como cicatrizante, antisséptico tópico, anti-inflamatório e
antimicrobiano 4,6,7,10.
Você sabe a forma correta de preparar o chá das cascas do caule do Barbatimão?
O chá das cascas do caule do barbatimão deve ser preparado por DECOCCÃO.
:A
:
B
N TE TE
N
FO FO
A preparação feita com essa planta é de uso externo e deve ser utilizada na área lesionada após sua
higienização. Não pode ser aplicada em úlceras ou ferimentos com exsudação4.
ALERTA!
34
O uso do chá de barbatimão é contraindicado em ferimentos que precisam de drenagem e
em áreas com intenso processo inflamatório 2,18.
Devido à presença de taninos em sua composição, deve-se evitar o uso concomitante com
medicamentos tópicos à base de sais de prata, bases proteicas e medicamentos
vasodilatadores 4.
Referências
1. SCALON, V. R. Revisão taxonômica do gênero Stryphnodendron Mart (Leguminosae-Mimosoidae). Tese (Doutorado)- Instituto de Biociências da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-29012008-
113442/publico/Viviane_Renata_Scalon.pdf .Acesso em 13 de julho de 2020.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. MS elabora Relação de plantas medicinais de interesse ao SUS. Agência saúde. 2009. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/sus/pdf/marco/ms_relacao_plantas_medicinais_sus_0603.pdf. Acessado em 13 de julho de 2020.
3. TABACH, R. et al. Sistema de Farmacovigilância em Plantas Medicinais. Boletim Planfavi. n. 32, p. 1- 4, out./dez. 2014.
4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Memento Fitoterápico: Farmacopeia Brasileira. 1 ed. Brasília, 2016.
5. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2ª edição. Brasília, 2021.
6. LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativa e exótica. 2 ed. Novas Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
7. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2004.
8. LIMA, T. C. D. de et al. Breve revisão etnobotânica, fitoquímica e farmacologia de Stryphnodendron adstringens utilizada na Amazônia. Revista Fitos, v. 10, n.
3, p. 220-372, 2016.
9. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
10. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia Contemporânea- Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
11. SANCHES, A. C. C. et al. Estudo Morfológico Comparativo das Cascas e Folhas de Stryphnodendron adstringens, S. polyphyllum e S. obovatum –
Leguminosae. Latin American Journal of Pharmacy. Buenos Aires, Argentina, v. 26, n.3, p. 362-8. 2007.
12. BRASIL. Ministério da Saúde. MONOGRAFIA DA ESPÉCIE Stryphnodendron adstringens (MART.) COVILLE (BARBATIMÃO). Brasília, 2014.
13. COSTA, Carlos Eduardo Silva da. Atividade antimicrobiana do Stryphnodendron adstringens sobre Streptococcus mutans. 2017. Dissertação
(Mestrado em Odontologia)-Programa de Pós-Graduação em Odontologia. Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, Londrina, 2017.
14. COSTA, C.T.C; BEVILAQUA, C.M.L; MORAIS, S.M.; VIEIRA, L.S. Taninos e sua utilização em pequenos ruminantes. Revisão. Rev. Bras. Pl. Med.,
Botucatu, v.10, n.4, p.108-116, 2008.
15. NASCIMENTO, C. A. et al. Prospecção Tecnológica sobre a Utilização do Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville (Barbatimão). Cadernos de
Prospecção, v. 12, n. 2, p. 450-459, 2019.
16. OLIVEIRA, A. L. S; FIGUEIREDO, A. D. L. Prospecção Fitoquímica das Folhas de Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville (Leguminosae-Mimosoidae).
Revista Brasileira de Biociências, v. 5, supl. 2, p. 384-386, 2007.
17. BARACUHY, J. G. V. et al. Plantas medicinais de uso comum no Nordeste do Brasil. 2. Ed. Revisada. Campina Grande: EDUFCG, 2016.
18. BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão Assessora de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 4 ed. São Paulo, 2019.
FONTE A. IMAGEM. REDE DE CATÁLOGOS POLÍNICOS ONLINE. Fabaceae Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville barbatimão. 2022. Disponível
em: chaves.rcpol.org.br/profile/species/eco/eco:pt-BR:Stryphnodendron%20adstringens. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. ROSSETO, V. et al. O barbatimão. Disponível em: https://sites.unipampa.edu.br/programaarborizacao/barbatimao/. Acesso em 03 de
fevereiro de 2022.
FONTE C. IMAGEM. ÁRVORES DO BIOMA CERRADO. Stryphnodendron coriaceum Benth. Barbatimão. 2022. Disponível em:
http://www.arvoresdobiomacerrado.com.br/site/2017/07/20/stryphnodendron-coriaceum-benth/. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. SANTOS, M. L. A. Análise dos constituintes químicos do pólen e da inflorescência de Stryphnodendron polyphyllum, em relação à
criaensacada brasileira em Apis mellifera. Tese (Pós-graduação)- Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2000. Disponível em:
https://www.locus.ufv.br/bitstream/handle/123456789/9730/texto%20completo.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE E. IMAGEM. DURELLOA, R. S; SILVA. L. M.; BOGUSZ JR. A. Química do lúpulo. Quim. Nova, Vol. 42, No. 8, 900-919, 2019. Acesso em 03 de
fevereiro de 2022.
35
Boldo-do-Chile
TE
FO
N ORIGEM
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
1
O termo "boldus" designa a espécie e refere-se ao nome do botânico que a identificou 1,2.
Antes das grandes navegações e consequentemente colonização da região dos andes,
esta planta medicinal integrava a cultura dos indígenas nessa região para os
acometimentos reumáticos 2 .
ATENÇÃO!
36
Você sabe como diferenciar essas espécies vegetais?
FO
É uma planta que se apresenta em forma de arbusto ou arvoreta (pequena
NTE
:A
árvore) com cerca de 2 a 3 m. Possui folhas simples, oval, de coloração
verde-acinzentada e coriácea (rígida), ao passo que suas flores são branco-
amareladas e formam terminais soltos e seu fruto é do tipo drupa (fruto
carnudo contendo caroço) 1,8,9.
:B
TE
Boldo Nacional/ Hortelã Homem (Plectranthus barbatus Andrews)
N
FO
É uma planta arbustiva aromática e perene, que atinge até 1,5 m de altura.
As folhas são ovaladas, simples, com bordas dentadas e pilosas (presença
de pelos). Além disso são grossas, não quebradiças, medem de 5 a 8 cm de
comprimento, são suculentas quando frescas e possuem sabor amargo. Já
as flores são azuladas e crescem em racemos (cachos) 10 .
F
Boldo-baiano (Vernonia condensata Baker)
ON
TE: C
Trata-se de um arbusto alto com aproximadamente 2 a 4m de altura que
apresenta folhas alternadas, alongadas ou no formato de lança, não
possuem pelos e seu sabor é amargo. Já as inflorescências são de cor
esbranquiçada e reúnem-se em cachos terminais 10.
11,13,15,16,17
hepatoprotetora, neuroléptica e anticonvulsivante . Nos óleos
essenciais são encontrados o ascaridol, eucaliptol, p-cimeno, limoneno
e o 3-careno os quais desempenham atividade antimicrobiana,
eupéptica (digestiva), colagoga e colerética 13,18,19.
FONTE B
Em uma xícara, colocar de 1 a 2 g das folhas ou partes aéreas secas, previamente lavadas e cortadas
em pequenos pedaços. Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso por 10 a 15
6
minutos. Posteriormente coar (filtrar) e estará pronto para utilização .
ALERTA!
O chá de boldo deve ser preparado apenas com folhas secas e não devem ser
utilizadas quando estiverem mofadas.
O chá das folhas do boldo-do-Chile não deve ser utilizado por gestantes, lactantes e
menores de 18 anos, devido à presença de alcaloides (ocitócicos) e o risco de
neurotoxidade 5,6.
Não deve ser utilizado por indivíduos com hipersensibilidade à planta ou outras
espécies da família Monimiaceae 5,6.
38
É proibido em indivíduos com quadros de doenças agudas ou severas no fígado,
como hepatite viral, hepatite tóxica e cirrose. Além de não ser recomendado para
indivíduos com obstrução das vias biliares, cálculos biliares, infecções, câncer do
ducto biliar e de pâncreas 5,6.
Referências
1. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Buenos Aires, Argentina, Corpus, 2004.
2. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
3. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira. 1 ed. Brasília-DF, 2011.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 02 DE 13 DE MAIO DE 2014. 2014. Brasília:
ANVISA, 2014.
5. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Memento Fitoterápico. 1 ed. Brasília, 2016.
6. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília, 2021.
7. DA SILVA, K. B. et al. Avaliação do potencial das folhas do Boldo do Chile como inibidor da peroxidação lipídica. Revista Ambientale, v. 4, n. 2, p. 15-23,
2013.
8. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).. Farmacopeia Brasileira. 6º ed. Volume II – Monografias de Plantas Medicinais. Brasília, 2019.
9. SCHWANZ, M. et al. Caracterização Farmacobotânica de Peumus boldus (Monimiaceae) e Avaliação de Atividades Biológicas do Alcalóide Boldina. Latin
American Journal of Pharmacy, v. 27, n. 6, p. 871-9, 2008.
10. LORENZI, H.; MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e Exóticas. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
11. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
12. MATOS. F. J. Plantas Medicinais: guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no nordeste do Brasil. 3. ed. Fortaleza: Imprensa
Universitária UFC, 2007.
13. MARIANO, Xavier Maia. Avaliação da composição química do óleo essencial de amostras comerciais de boldo-do-chile (Peumus boldus Molina).
2015. 56f. Dissertação (Mestrado em Alimentos e Nutrição) – Programa de Pós Graduação em Alimentos e Nutrição. Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro.
14. SANTOS. R. A.M.; MARTINS. K. M. Controle de qualidade das drogas vegetais Matricaria recutita L., Peumus boldus M. E Pimpinella anisum
L.,comercializadas nas farmácias de Maringá-PR. Journal of Biology & Pharmacy and Agricultural Management, v. 15, n. 4, 2019.
15. SALATI, R.; LUGLI, R.; TAMBORINO, E. Valutazione delle proprieta coleretiche di due preparati contenente estratti di boldo e cascara. Gastroenteroly, v.
30, p. 269-272, 1984.
16. NEWALL, C. A.; ANDERSON, L. A.; PHILLIPSON, J. D. Herbal Medicines: A Guide for Health Care Professionals. London: The Pharmaceutical Press,
1996.
17. COMIRAN, Ricardo Argenta. Investigação do efeito neuroprotetor do alcalóide boldina sobre a morte celular induzida pela privação de oxigênio e
glicose em culturas organotípicas de hipocampo de rato. Dissertação em Bioquímica. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre- RS, 2009.
18. SCHWANZ, Melissa. Desenvolvimento e validação de método analítico para quantificação da boldina em Peumus boldus Mol.(Monimiaceae) e
avaliação preliminar de sua estabilidade. 2006. Dissertação (Mestrado em Farmácia) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre- RS. 2006.
19. BANDEIRA, J. M. et al. Composição do óleo essencial de quatro espécies do gênero Plectranthus. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 13, n. 2, p.
157-164, 2011.
20. BRUNETON, J. Pharmacognosy, Phytochemistry, Medicinal Plants. Paris: Lavoisier Publishing, 1995.
21. NICOLETTI, M. A. et al. Fitoterápicos – Principais Interações Medicamentosas. São Paulo: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS
MAGISTRAIS - Brasil, 1ª edição, 2012.
FONTE A. IMAGEM. MONTIEL, O. M. Peumus boldus Molina Stevens - 34175 - Chile. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden, 2022. Disponível em:
legacy.tropicos.org/Image/100260838. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. Acervo de imagens do PET-Farmácia UFPB. Acesso em: 03 de fevereiro de 2022.
FONTE C. IMAGEM. HORTO DIDÁTICO DE PLANTAS MEDICINAIS DO HU/CCS. BOLDO-ALUMÃ. 2020. Disponível em: https://hortodidatico.ufsc.br/boldo-
aluma/. Acesso em: 03 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. LOPES, Aniele da Silva Neves et al. Composição química e atividades biológicas do óleo essencial de Peumus boldus (Monimiaceae).
Revista Virtual de Química, v. 12, n. 2, 2020. Acesso em: 03 de fevereiro de 2022.
39
Cajueiro
Anacardium occidentale L. (Cajueiro) é uma árvore bastante conhecida no Nordeste brasileiro por
produzir um pseudofruto (caju) largamente utilizado na culinária, na produção de sucos, doces caseiros,
sorvetes, polpa e até gomas utilizadas na indústria farmacêutica. As entrecascas dessa planta são
reconhecidas na tradição popular devido a suas propriedades medicinais e por isso está incluída na
Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS (RENISUS) e no Formulário de
1,2,3,4
Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 2ª edição .
ORIGEM
:A
T E
F ON
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
A palavra "anacardium" significa coração invertido, sendo atribuído devido à forma do caju.
6,7
O termo "occidentale" significa das Índias ocidentais, sendo uma referência as Américas .
A palavra caju possui origem indígena e deriva do termo “acaiu” que na linguagem tupi
significa ‘noz que se produz’’. O caju consiste na parte que brota da árvore, o qual muitas
8,9
pessoas acreditam ser o fruto do cajueiro, entretanto o verdadeiro fruto é a castanha .
:A
A composição química desta espécie é marcada pela presença de compostos fenólicos (ácido
anacárdico e seu derivado cardanol; cardol e seu derivado 2-metil cardol); flavonoides (epicatequina e
derivados glicosilados da quercetina); taninos condensados, antocianidinas (delfinidina e cianidina);
esteroides, terpenos, carotenos (β-caroteno e luteína); vitamina C e tocoferois (α-tocoferol, γ-tocoferol e
α-zeaxantina)15,16,17.
O cheiro característico dessa planta é atribuído aos compostos voláteis constituídos majoritariamente
de hexanal, limoneno e 3-careno. O ácido anacárdico é um dos compostos mais ativos, sendo o
responsável pela ação antisséptica e antimicrobiana. Os flavonoides são responsáveis pela atividade
anti-inflamatória, sendo a epicataquenina a mais ativa. Os taninos condensados são os responsáveis
pela ação adstringente, cicatrizante e antidiarreica 2,10,18.
FONTE: D
FONTE: E
FONTE: G
FONTE: G
41
Você sabe a forma correta de preparar o
chá das entrecascas de Cajueiro?
FONTE
:
Para uso externo deve-se colocar em uma panela 4,5 g (uma colher de sopa e meia) das entrecascas
de cajueiro previamente lavadas e cortadas. Adicionar 150 mL de água e cozinhar por 10 a 15 minutos
12,19
com a panela abafada. Após isso, deve-se coar e o chá está pronto .
Para uso interno deve-se utilizar de 0,4 a 3,75 g das entrecascas de cajueiro para 150 mL de água e
realizar o mesmo procedimento para preparo do decocto 3,20.
O uso externo do chá de cajueiro pode ser realizado na forma de bochechos, gargarejos ou
compressas na área lesionada12,21. Com finalidade antidiarreica, o chá deve ser utilizado a temperatura
ambiente e sem a adição de açúcar ou adoçante.
ALERTA!
Esse chá não deve ser utilizado por indivíduos com sensibilidade ao cajueiro ou a
outras espécies da família Anacardiaceae 2,3 .
42
Além disso o cardol pode provocar sialorreia intensa (aumento da quantidade de
saliva), dificuldade de deglutição, náuseas e vômitos 10.
Referências
1. ALMEIDA, A. da S. Qualidade, compostos bioativos e atividade antioxidante total de pedúnculos de cajuizeiros e frutos de umbuzeiros nativos do
semi-árido do Piauí. Dissertação (Doutorado em Agronomia) - Universidade Federal Rural do Semiárido. Mossoró, p. 186. 2009.
2. LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
3. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2ª ed. Brasília-DF, 2021.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. MS elabora Relação de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS. Brasília, 2009.
5. SANTOS, J. O. Estudo de diversidade genética em populações de Anacardium occidentale L. E Anacardium microcarpum ducke ocorrentes no litoral
do Piauí. Dissertação (Pós-Graduação em Biotecnologia). Universidade Federal do Piauí. Parnaíba, p. 80. 2018.
6. MARTINS, R. M. Análise metabolômica dos clones de cajueiro anão (Anacardium occidentale L.): aspectos micromoleculares da tolerância à seca.
Dissertação (Mestrado em Química) - Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, p. 107. 2021.
7. SILVA-JUNIOR, M.C. 100 árvores do Cerrado: guia de campo. Brasília: Rede de Sementes do Cerrado, 2012.
8. DA SILVA, A. P. Determinação da difusividade térmica (e sua incerteza) para produtos acondicionados em recipientes cilíndricos durante seu
aquecimento: Experimentação, Otimização e Simulação. Dissertação (Mestrado em Física) - Universidade Federal de Campina Grande. Campina Grande,
p.148. 2021.
9. SILVA, R. A. Ação microbiana de Anacardium Occidentale L.: potencial biotecnológico na geração de produtos anticárie. 2012. 153 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Pós-Graduação em Biotecnologia). Renorbio, São Luís, 2012.
10. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
11. SOUZA, L. G. Análise físico-química da polpa do Caju (Anacardium occidentale L.) nas formas in natura e industrializada do município de Alto
Paraíso/RO. Dissertação (Licenciatura em Química)- Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Ariquemes, p. 36. 2012.
12. BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão Assessora de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 4 ed. São Paulo, 2019.
13. GRANDI, T. S. M. Tratado das plantas medicinais: mineiras, nativas e cultivadas. 1 ed. Belo Horizonte: Adaequatio Estúdio, 2014.
14. DA SILVA, D. P. B. et al. Chemical characterization and pharmacological assessment of polysaccharide free, standardized cashew gum extract (Anacardium
occidentale L.). Journal of ethnopharmacology, v. 213, p. 395-402, 2018.
15. PRADHAN, N. et al. Epigenetic Dietary Interventions for Prevention of Cancer. Academic Press, v. 8; p. 23-48, 2019.
16. CHAN, E. W. C. et al. Ulam herbs: A review on the medicinal properties of Anacardium occidentale and Barringtonia racemosa. Journal of Applied
Pharmaceutical Science, v. 7, n. 2, p. 241-247, 2017.
17. OLIVEIRA, N. F.; LEAL, R. S.; DANTAS, T. N. C. The importance of the cashew nut (Anacardium occidentale L.) coat: a review. American International
Journal of Contemporary, v. 2, n. 4, 2015.
18. LEITE, A. et al. Pharmacological properties of cashew (Anacardium occidentale). African Journal of Biotechnology, v. 15, n. 35, p. 1855-1863, 2016.
19. CARVALHO, A. C. B.; SILVEIRA, D. Drogas vegetais: uma antiga nova forma de utilização de plantas medicinais. Revista Brasília Médica, v. 48, n. 2, p. 219-
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20. MELO-DINIZ, M. F. F. et al. Memento de plantas medicinais: as plantas como alternativa terapêutica aspectos populares e científicos. Editora UFPB,
2006.
21. GONÇALVES, A. L. Estudo da atividade antimicrobiana de algumas árvores medicinais nativas com potencial de conservação/recuperação de
florestas tropicais. Dissertação (Doutorado em Ciências Biológicas) - Universidade Estadual Paulista. Rio Claro, p. 209. 2007.
FONTE A. IMAGEM. COSTA, S.; BOCCHI, S. MANUAL FOR SMALL-SCALE CASHEW CULTIVATION IN SIERRA LEONE. Universitá Degli Studi Di Milano,
2017. ISBN: 978-88-908987-3-0. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. FREITAS, B. M. et al. Plano de manejo para polinização da cultura do cajueiro. Rio de Janeiro: Fundo Brasileiro para Biodiversidade,
2014. ISBN: 978-85-89368-06-3
FONTE C. IMAGEM. SILVA, F. A. M.; BORGES, M. F. M.; FERREIRA, M. A. Métodos para avaliação do grau de oxidação lipídica e da capacidade antioxidante.
Química nova, v. 22, n. 1, p. 94-103, 1999.
FONTE D. IMAGEM. BASTOS, K. X. Avaliação da Estabilidade Física de Emulsões Contendo Limoneno. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em
Farmácia) - Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, p. 42. 2014.
FONTE E. IMAGEM. SILVA, P. T., et al. Composição Química do Óleo Essencial Extraído das Folhas dos Indivíduos Macho e Fêmea e Frutos de Schinus
terebenthifolius. Revista Virtual Química, v.11, n. 1, p. 180-189, 2019.
FONTE F. IMAGEM. COSTA, R. F. Avaliar a reprodutibilidade de método cromatográfico para o isolamento de ácido anacárdico presente no líquido da
castanha de caju (LCC). Monografia (Bacharelado em Química) - Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, p. 38. 2019.
FONTE G. IMAGEM. ChemSrc. Cardol diene. Disponível em: https://www.chemsrc.com/en/cas/79473-25-9_1398453.html. Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
FONTE H. IMAGEM. MILLIKEN, William. Anacardium occidentale L.- Specimen D. Zappi et al. 1287. KEW Science. Royal Botanic Gardens. Plants of the
43
world online. Disponível em: https://powo.science.kew.org/taxon/urn:lsid:ipni.org:names:319068-2#image-gallery.Acesso em: 09 de fevereiro de 2022.
Camomila
ORIGEM
TE
N
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O nome "Matricaria" faz referência ao termo matriz, em alusão ao útero, pois esta planta foi
muito utilizada ao longo da história para transtornos menstruais, sendo encontrados relatos
para essa indicação pelo farmacêutico Dioscórides. Já o nome "chamomilla" faz referência
ao termo grego "chamaemelon", que significa maçã, pois essa espécie apresenta aroma
lembra as maçãs 3,6 .
Essa planta era utilizada pela civilização egípcia em cerimônias religiosas em culto ao sol 6 .
Além disso, durante a idade média, a camomila era colhida nas vésperas do São João, pois
se acreditava que essa prática impediria o aparecimento de bruxas 3,5.
NT mm, enquanto a porção marginal possui cinco dentes de cor branca, formato
FO
alongado e com 1,5 a 2,5 mm de comprimento 1,4.
44
Você sabe quais são as indicações terapêuticas da Camomila?
As principais indicações do uso interno são no tratamento de queixas gastrintestinais leves, tais como
distensão abdominal e espasmos, devido a sua atividade digestiva e antiespasmódica 3,4,6,8. O uso
externo da camomila pode ser empregado no alívio de afecções da cavidade oral e cutâneas como
queimaduras solares, feridas superficiais, furúnculos e afecções da mucosa da região anal e genital,
dada a sua ação anti-inflamatória e calmante 2,4,5,9.
A camomila apresenta diversos fitoconstituíntes, entre eles destacam-se o óleo essencial (α-camazuleno,
α-bisabolol, matricina, matricarina, farneseno, cadineno, cisespiroéter e transespiroéter). Além desses,
são encontrados flavonoides (apigenina, quercetina e luteolina), cumarinas (dioxicumarina, umbeliferona),
taninos, ácidos graxos, mucilagem, ácidos fenólicos, resinas e sais minerais 3,5,7,9 .
FONTE: A
45
2 - Para sintomas de resfriado
Adicionar em uma xícara, 2 a 10 g das inflorescências secas e cortadas em pequenos pedaços.
Adicionar 100 mL de água fervente e abafar por um período de 10 a 15 minutos. Logo em
seguida, filtrar (coar) e estará pronto para utilização 4.
Para a preparação 1, deve ser utilizado pela via oral, em temperatura ambiente e sem adoçar.
Para a preparação 2, o chá pode ser administrado por inalação e deve estar em temperatura ambiente
e não deve ser adoçado.
Para a preparação 3, utilizar o chá embebido em algodão e aplicar sob as lesões da cavidade oral, ou
então realizar bochechos e gargarejos, em ambos os casos a preparação deve estar a temperatura
ambiente e sem a adição de adoçantes.
Para a preparação 4, deve ser aplicada sob a pele que apresente irritação e deve estar em
temperatura ambiente ou refrigerado e sem adoçar.
ALERTA!
A utilização dessa espécie vegetal medicinal não é indicada para crianças menores de 6
meses, assim como a inalação não é recomendada a menores de 6 anos e seu uso
externo é contraindicado para crianças menores que 12 anos 4.
A camomila não deve ser administrada junto a aminoácidos que contenham grupos
sulfidrila como a cisteína e a N-glicina 4.
46
Não utilizar essa planta em doses acima do recomendado, pois pode ocorrer o
aparecimento de náuseas, excitação nervosa e insônia 8 .
Em casos de utilização externa, não aplicar a infusão na região próxima aos olhos, além
disso, é contraindicado esse uso em casos de lesões profundas ou extensas 8.
O uso da camomila não deve ser associado a anticoagulantes orais (varfarina), estatinas
(sinvastatina, atorvastatina) e contraceptivos orais, pois pode potencializar a ação desses
medicamentos 14,15.
Referências
1. SANTOS, A . R. F. C. et al. Matricaria chamomilla L: propriedades farmacológicas. Arch Health Invest. v. 8, n. 12, p. 846-852. 2019.
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3. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília-DF, 2021.
5. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2004.
6. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
7. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
8. BRASIL.Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF SP). Comissão Assessora de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais
e Fitoterápicos. 2019.
9. DOS SANTOS, D. S. et al. Fitomedicamentos contendo espécies de Matricaria para o tratamento de doenças de pele: Uma abordagem biotecnológica.
Fitoterapia, v. 138, p. 104267, 2019.
10. SRIVASTAVA, J. K.; GUPTA, S. Chamomile: a herbal agent for treatment of diseases of the elderly. In: Foods and Dietary Supplements in the
Prevention and Treatment of Disease in Older Adults, p. 171-183, 2015.
11. GHIZLANE, H.; AZIZ, B. Pharmacological properties of some medicinal plants, its components and using fields. In: Fruits, Vegetables, and Herbs, p.
41-56, 2016.
12. BARNES, J; ANDERSON, L. A; PHILLIPSON, J. D. Herbal Medicines. 3 ed. Pharmaceutical Press. Londres. 2007.
13. SOARES, F.P.; FREIRE, N.M.; SOUZA, T.R. Avaliação farmacognostica e da rotulagem das drogas vegetais boldo-do-chile (Peumus boldus Molina) e
camomila (Matricaria recutita L.) comercializadas em Fortaleza, CE. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Campinas, p.472, 2014.
14. SMERIGLIO, A.; TOMAINO, A.; TROMBETTA, D. Herbal products in pregnancy: Experimental studies and clinical reports. Phytotherapy Research, v. 28, p.
1107–1116, 2014.
15. SZAFRAŃSKI, T. Herbal remedies in depression – state of the art. Psychiatria Polska, v. 48, p. 59–73, 2014.
FONTE A. IMAGEM. TURNER, S. Matricaria chamomilla L. - 12-037 - United States. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden, 2022. Disponível em:
legacy.tropicos.org/Image/100188606. Acesso em: 28 de janeiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. BARNES, J; ANDERSON, L. A; PHILLIPSON, J. D. Herbal Medicines. 3 ed. Pharmaceutical Press. Londres. 2007.
FONTE C. IMAGEM. REKKA, E. A.; KOUROUNAKIS, P. N.; PANTELIDOU, M. Xenobiotic metabolising enzymes: impact on pathologic conditions, drug
interactions and drug design. Current Topics in Medicinal Chemistry, v. 19, n. 4, p. 276-291, 2019.
FONTE D. IMAGEM. APDILLA-GONZALEZ, G. F.; DOS SANTOS, F. A.; DA COSTA, F. B. Sesquiterpene lactones: More than protective plant compounds with
high toxicity. Critical Reviews in Plant Sciences, v. 35, n. 1, p. 18-37, 2016.
FONTE E. IMAGEM. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2007.
47
Canela
N ORIGEM
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O termo canela deriva da palavra caña pequena em alusão à sua forma de um pequeno
bastão8. Além disso, essa espécie vegetal é conhecida desde o ano 2.500 a.C., mencionada,
inclusive, no antigo testamento. Ela também foi considerada como símbolo de sabedoria
pelos povos gregos, romanos e hebreus 2,6.
1
E:
NT semente elipsoide .
FO
48
ATENÇÃO!
NT
FO
F
NT
E:
A
Essa planta é indicada para o manejo de sintomas gastrointestinais leves como cólicas intestinais,
distensão abdominal, má digestão e flatulência 1,4,13. Além disso, o óleo essencial da canela apresenta
ação antimicrobiana, anti-inflamatória, anestésica e antioxidante 5 .
FONTE: C FONTE: C
N
FO
Em uma xícara, colocar de 0,5 a 1 g da casca seca, previamente cortadas em pequenos pedaços.
Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso por 10 a 15 minutos. Logo após, coar
e o chá estará pronto para ser ingerido 4.
É recomendável que o consumo seja realizado após as refeições quando se deseja o alivio dos
sintomas gastrintestinais 4.
Se deseja uma atividade aperiente (estimulante do apetite), tomar uma xícara de chá, meia hora antes
das refeições12.
Com finalidade medicinal, esse chá deve ser tomado em temperatura ambiente (frio) e sem a adição de
nenhum tipo de açúcar ou adoçante.
ALERTA!
50
O chá de canela não deve ser utilizado por gestantes, lactantes, portadores de úlceras
gástricas e duodenais, além de indivíduos com histórico de hipersensibilidade (alergia) a
qualquer um dos componentes da planta 4,5.
Paralelamente ao senso comum, estudos mostram que o chá de canela reduz a pressão
arterial 9.
Referências
1. LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativa e exótica. 2 ed. Novas Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
2. TABACH, R. et al. Sistema de farmacovigilância em plantas medicinais. Boletim Planfavi, n. 42, p. 1-4, 2017.
3. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 1 ed. Brasília, 2011.
4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília, 2021.
5. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
6. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
7. Flora do Brasil 2020. Lauraceae. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB25614. Acesso
em: 08 set. 2021.
8. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2004.
9. ZANARDO, V.P.S.; RAMBO, D.F.; SCHWANKE, C.H.A. CANELA (Cinnamomum sp) E SEU EFEITO NOS COMPONENTES DA SÍNDROME
METABÓLICA. Erechim, v. 38, Edição Especial, p. 39-48, 2014.
10. GRANDI, T. S. M. Tratado das plantas medicinais: mineiras, nativas e cultivas. Belo Horizonte: Adaequatio Estúdio, 2014.
11. THOMAS, J.; KURUVILLA, K. M. Cinnamon. In: Handbook of herbs and spices. Woodhead Publishing, p. 182-196, 2012.
12. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Farmacopeia Brasileira, Volume II- Monografias: Plantas medicinais. 6ª edição. Brasília.
2019.
13. WILLIAMSON, E; DRIVER, S; BAXTER, K. Stockley’s. Herbal Medicines Interactions. Pharmaceutical Press, 2009.
14. CHOI, O et al. Atividade antibacteriana in vitro e principais componentes bioativos dos óleos essenciais de Cinnamomum verum contra bactérias
cariogênicas, Streptococcus mutans e Streptococcus sobrinu. Jornal do Pacífico Asiático de Biomedicina Tropical. v. 6, n. 4, p. 308-314. 2016.
15. KOKETSU, M.; GONÇALVES, S. L.; GODOY, R. L. O.; LOPES, D.; MORSBACH, N. Óleos essenciais de cascas e folhas de canela (Cinnamomum
verum presl) cultivada no paraná. Ciênc. Tecnol. Aliment. vol.17 no.3. 1997.
16. MYINT et al. Temperatur-Dependent Diffusion Coefficient of Soluble Substances During Ethanol Extraction of Clove. AOCS. v. 73, n. 5, p. 603-610.
1996.
17. LÓPEZ, A.B.; CAPÓ, J.T.; GONZÁLEZ, Y.C. Actividad analgésica y antipirética de un extracto fluido de Pimenta dióica L. y evaluación de sutoxicidad
aguda oral. Revista Cubana Farm., v. 32(3), p. 198, 1998.
18. RAINA, V.K. et al. Essential oil composition of Syzygium aromaticum leaf from Little Andaman, India. Flavour and Fragrance Journal, v. 16, p. 334-
336, 2001.
19. PEREIRA, C.A.M.; MAIA, J.F. Estudo da atividade antioxidante do extrato e do óleo essencial obtidos das folhas de alfavaca (Ocimum
gratissimum L.). Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 27, n.3, p. 624, 2007.
20. SOUZA, Thaúsi Frota Sa Nogueira Neves. Efeito antinociceptivo e anti-edematogÍnico do Eugenol. Dissertação defendida no Curso de mestrado
Acadêmico em Ciências Fisiológicas da Universidade Estadual do Ceará, 2007.
21. SIMÕES, Cláudia Maria Oliveira et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. UFRGS; Florianópolis: UFSC, 2007.
FONTE A. IMAGEM. AKBAR, S. SHIVESH'S KITCHEN. DIFFERENCE BETWEEN CASSIA AND CINNAMON. Disponível em:
https://www.shiveshskitchen.com/2016/08/difference-between-cassia-and-cinnamon.html. Acesso em 11 de fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. David Stang. TROPICOS. Cinnamomum verum. Disponível em: http://legacy.tropicos.org/Image/100110000. Acesso em 11 de fevereiro
de 2022.
FONTE C. IMAGEM. LIAO, Jung-Chun et al. Anti-inflammatory activities of Cinnamomum cassia constituents in vitro and in vivo. Evidence-Based
Complementary and Alternative Medicine, v. 2012, 2012. Acesso em 11 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. ULANOWSKA, M.; OLAS, B. Biological Properties and prospects for the application of eugenol—A review. International Journal of
Molecular Sciences, v. 22, n. 7, p. 3671, 2021. Acesso em 11 de fevereiro de 2022.
51
Capim-santo
E
NT ORIGEM
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
Essa espécie foi usada por comerciantes hindus para aromatizar tecidos e distingui-los frente
aos tecidos de outras regiões 3,4,5. Devido ao seu alto poder de liberação de perfume, o capim-
santo também era comumente empregado na aromatização de aguardente 1.
ATENÇÃO!
Cuidado para não confundir o capim-santo (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf.) com a citronela
(Cymbopogon nardus (L.) Rendle.) que é um repelente de mosquitos. Ambas são da mesma família
(Poaceae), mas apresentam características distintas 6.
N
TE
devido aos seus dois principais contituintes geraniol e citronelal 7,8,9 . :B
52
Você sabe quais são as indicações terapêuticas do Capim-santo?
No capim-santo são encontrados vários fitoconstituintes, a exemplo dos aldeídos, álcoois, flavonoides
e óleos essenciais (monoterpenos)8,12,13 .
Geranial Neral
Nos óleos essenciais são encontrados vários compostos
como mirceno e limoneno (atividades germicida e repelente
de insetos); citronelal e o Citral que é uma mistura dos
estereoisômeros geranial - Citral A - e neral - Citral B),
responsáveis pelo cheiro do capim-santo e a quem são
atribuídas as atividades calmante e antiespasmódica 8,9,12,13,14.
FONTE: C FONTE: C
FONTE: A
Em uma xícara, colocar de 1 a 3 g das folhas secas de capim-santo, previamente rasuradas (cortadas
em pequenos pedaços). Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso por 10 a 15
11
minutos. Após isso, deve-se coar a preparação e o chá estará pronto para o consumo .
53
Como o chá das folhas de Capim-santo deve ser utilizado?
Para alívio de cólicas intestinais, o chá deve ser tomado à temperatura ambiente (frio)
e não deve ser adoçado.
Com a finalidade calmante, o chá pode ser tomado quente ou frio e adoçado, conforme a
preferência, desde que o indivíduo não seja diabético.
ALERTA!
O chá de capim-santo não deve ser utilizado por gestantes e lactantes devido à
ausência de estudos que garantam à sua segurança 11 .
Não deve ser utilizado por indivíduos com hipersensibilidade à planta ou outras
espécies da família Poaceae 11 .
Essa planta não deve ser utilizada por portadores de afecções cardíacas, renais
hepáticas ou de doenças crônicas 5 .
As folhas frescas não devem ser utilizadas caso estejam com pontos pretos
(oxidadas) ou amareladas, nem danificadas por insetos. Já as folhas secas não
devem ser utilizadas quando estiverem mofadas.
Referências
1. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia Contemporânea- Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
54
2. VIEIRA, A. V. Influência do espaçamento, altura de corte e idade de primeiro corte na produtividade de capim santo. Dissertação
(Mestrado em Agronomia/Fitotcnia) - Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, p. 38. 2006.
3. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
4. MATOS. F. J. Plantas Medicinais: guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no nordeste do Brasil. 3. ed.
Fortaleza: Imprensa Universitária UFC, 2007, 394p. 3. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Rosário: Corpus, 2007.
5. LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008.
6. ALVES, M. de S. Composição química e atividade biológica dos óleos essenciais de Cymbopogon citratus (DC) Stapf. e
Cymbopogon nardus (L) Rendle, sobre o ciclo reprodutivo, enzimas de resistência e a composição lipídica do Callosobruchus
maculatus (Fabricius, 1775) (Coleoptera: Bruchidae.), inseto-praga do feijão Vigna unguiculata (L) Walp. Dissertação (Mestrado em
Química) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica, p.80. 2015.
7. VELOSO. R.A. et al. Composição e fungitoxicidade do óleo essencial de capim citronela em função da adubação orgânica. Pesq. agropec.
bras. vol.47 no.12 Brasília Dec. 2012.
8. MARTINAZZO. A. P. et al. Avaliação do óleo essencial folhas de Cymbopogon citratus (DC.) Stapf após o processo de secagem. Boletín
Latinoamericano y del Caribe de Plantas Medicinales y Aromáticas, v.12, p. 523-536, 2013.
9. GUIMARÃES. L. G. L. et al. Influência da luz e da temperatura sobre a oxidação do óleo essencial de capim-limão (Cymbopogon citratus
(D.C.) STAPF). Quim. Nova, Vol. 31, No. 6, 1476-1480, 2008.
10. BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Plantas
Medicinais e Fitoterápicos, v. 4, p. 36, 2019. Disponível em: <http://www.crfsp.org.br/images/cartilhas/PlantasMedicinais.pdf>. Acesso em:
22 abr. 2020.
11. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília-DF,
2021.
12. NEGRELLE, R. R. B.; GOMES, E. C. Cymbopogon citratus (DC.) Stapf: chemical composition and biological activities. Revista Brasileira
de Plantas Medicinais, v. 9, n. 1, p. 80-92, 2007.
13. BARBOSA, L. C. A. et al. Evaluation of the chemical coposition of Brazilian commercial Cymbopogum citratus (D.C.) Stapf Samples.
Molecules, v. 13, n. 8, p.1864-74, 2008.
14. DO VALE, T. Gurgel et al. Central effects of citral, myrcene and limonene, constituents of essential oil chemotypes from Lippia alba (Mill.)
NE Brown. Phytomedicine, v. 9, n. 8, p. 709-714, 2002.
15. DINIZ, M. F. F. M. et al. Memento de plantas medicinais: as plantas como alternativa terapêutica: aspectos populares e científicos.
João Pessoa: Editora Universitária / UFPB, 2006.
FONTE A. IMAGEM. ALVES, Marcela de Souza. Composição química e atividade biológica dos óleos essenciais de Cymbopogon
citratus (DC) Stapf. e Cymbopogon nardus (L) Rendle, sobre o ciclo reprodutivo, enzimas de resistência e a composição lipídica do
Callosobruchus maculatus (Fabricius, 1775) (Coleoptera: Bruchidae), inseto-praga do feijão Vigna unguiculata (L) Walp. Dissertação
(Mestrado em Química) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, p.80. 2015. Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. PERINI, V. B. M. Análise do óleo essencial, produção de biomassa e fungitoxicidade do capim citronela
(Cymbopogon nardus). 2008. Tese de Doutorado. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal)–Universidade Federal do Tocantins,
Gurupi, 2009. 100f.
FONTE C. IMAGEM. SZKODA, B. E. Os efeitos de citral na ativação de caspase-3 em células M624 e HaCaT. Tese (Doutorado em
Ciências) – Programa de Química e Bioquímica. Marietta College. Ohio, p. 33. 2016. Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
55
Carqueja
Baccharis trimera (Less.) DC. (Carqueja) é uma planta com vasta utilização na indústria de bebidas,
mais precisamente na fabricação de cervejas, como forma de substituir o lúpulo devido a seu sabor
amargo 1 . Além disso, essa planta apresenta propriedades medicinais e por isso integra a Relação
Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS, o Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia,
1ª e 2ª edições e 1º suplemento desse formulário 2,3,4 .
ORIGEM
:A
T E
F ON
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
A terminologia do gênero Baccharis deriva do latim bachar que significa planta com raiz
perfumada. No Brasil, a tradicionalidade do uso da carqueja é decorrente da tradição
herdada dos povos indígenas 7.
Seu primeiro registro científico foi feito em 1896, no entanto a sua aplicabilidade medicinal
ocorreu a partir da década de 30, sendo registrada no Brasil para o tratamento de
infertilidade feminina e impotência masculina, como também para as queixas estomáticas 6,7.
ATENÇÃO!
A carqueja (Baccharis trimera (Less.) DC.) pode ser confundida com outras espécies do gênero
Baccharis como a Baccharis articulata (Lam.) Pers. e Baccharis uncinella DC. Essas plantas são
conhecidas pelo mesmo nome popular, apresentando características e propriedades semelhantes.
Entretanto, é possível diferenciá-las por algumas particularidades botânicas 5 .
:C
N TE
FO
E
NT
FO
A sua principal indicação é como auxiliar no alívio dos sintomas dispépticos. Além disso, essa planta
possui ação colagoga (aumenta a produção de bile), colerética (estimula a secreção da vesícula biliar no
intestino) e hepatoprotetora, como também exerce atividade vermífuga, antiulcerogênica, anti-inflamatória,
antimicrobiana e antipirética (reduz a febre) 3,4,6,11.
E
NT
FO
Deve-se colocar em uma panela, 0,2 a 0,3 g do caule alado da carqueja secos e cortados em pequenos
pedaços. Acrescentar 150 mL de água e cozinhar durante 5 minutos com a panela fechada. Após isso,
filtrar (coar) e o chá estará pronto para utilização 4.
ALERTA!
O chá de carqueja não deve ser utilizado por gestantes, lactantes, menores de 18 anos
e pessoas com hipersensibilidade à planta ou outras espécies da família Asteraceae
3,6,14
(Compositae) .
Seu uso deve ter o uso interrompido duas semanas antes de procedimentos cirúrgicos 4 .
Referências
1. AULER, N. M. F. Distribuição da variabilidade genética em populações naturais de Baccharis trimera (less) DC. (carqueja) no sul do
Brasil. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Santa Maria, 2004.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. RENISUS - Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS, DAF/SCTIE/MS. Brasília, 2009.
Disponível em: https://mooc.campusvirtual.fiocruz.br/rea/medicamentos-da biodiversidade/ RENISUS.pdf Acesso em 06 de outubro de 2020.
3. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Primeiro Suplemento do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia
Brasileira. 1 ed. Brasília, 2018.
4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília, 2021.
5. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
6. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2004.
7. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia Contemporânea- Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
8. FACHINETTO, J. M.; TEDESCO, S. B. Antiproliferative and mutagenic activities of aqueous extract of Baccharis trimera (Less.) AP de
Candolle and Baccharis articulata (Lam.) Pers.(Asteraceae) on the Allium cepa test system. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 11,
n. 4, p. 360-367, 2009.
9. CORTADI, A. et al. Anatomical Studies of Baccharis artriculata, Baccharis crispa and Baccharis trimera,“Carquejas” Used in Folk Medicine.
Pharmaceutical biology, v. 37, n. 5, p. 357-365, 1999.
10. BUDEL, J. M.; DUARTE, M. R. Estudo farmacobotânico de folha e caule de Baccharis uncinella DC., Asteraceae. Latin American Journal
of Pharmacy, v. 28, p. 740-746, 2008.
11. GRANDI, T. S. M. Tratado das plantas medicinais: mineiras, nativas e cultivas. Belo Horizonte: Adaequatio Estúdio, 2014.
12. MINTEGUIAGA, M. et al. FT-IR, FT-Raman, UV–Vis, NMR and structural studies of carquejyl acetate, a distinctive component of the
essential oil from Baccharis trimera (less.) DC.(Asteraceae). Journal of Molecular Structure, v. 1177, p. 499-510, 2019.
13. CARREIRA, R. C. Baccharis trimera (Less.) DC.(Asteraceae): estudo comparativo dos óleos voláteis, atividade biológica e
crescimento de estacas de populações ocorrentes em áreas de Cerrado e Mata Atlântica. 2007.
14.PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário de preparação extemporânea: farmácia da natureza - chás medicinais. 1. ed. São Paulo:
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15. BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Secretaria dos Colaboradores. Comissão Assessoria de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. São Paulo, 2019.
16. KARAM, T. K. et al. Carqueja (Baccharis trimera): utilização terapêutica e biossíntese. Revista Brasileira de plantas medicinais, v. 15, n.
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FONTE A. IMAGEM. KARAM,T.K et al. Carqueja (Baccharis trimera): utilização terapêutica e biossíntese, v. 15, n. 2. 2013. Disponível
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FONTE B. IMAGEM. KAORIM, K et al., Carqueja (Baccharis trimera). Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbpm/a/CFY3XWVTbXbwTXWKYkhvMgv/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 10 de fevereiro de 2022.
FONTE C. IMAGEM. PARADA, G. A. Baccharis articulata (Lam.) Pers. Parada-Gutierrez - 4681-A - Bolivia. Tropicos.org. Missouri Botanical
Garden, 16 Feb 2022. Disponível em: http://www.tropicos.org/Image/100194143. Acesso em 10 de fevereiro de 2022.
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Santa Catarina. Dísponivel em: www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=14760. Acesso em 07 de fevereiro de 2022.
FONTE E. IMAGEM. GÖKBULUT, A. Determination of Hispidulin in the flowers of Inula viscosa (L.) Aiton Using HPLC and HPTLC Methods.
Turk J Pharm Sci, v. 13, n. 2, p. 159-166, 2016.
FONTE F. IMAGEM. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2007.
FONTE G. IMAGEM. PIRES, Cláudia Avello Simões. Avaliação química e biológica de extratos de Baccharis pertencentes à seção
Caulopterae (carquejas). f. 174. Dissertação: Mestrado em Ciências Farmacêuticas. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto
Alegra. 2004.
FONTE H. IMAGEM. CARREIRA, R. C. Baccharis trimera (Less.) DC.(Asteraceae): estudo comparativo dos óleos voláteis, atividade
biológica e crescimento de estacas de populações ocorrentes em áreas de Cerrado e Mata Atlântica. 2007.
59
Cavalinha
Equisetum arvense L. (Cavalinha) é uma espécie vegetal conhecida na tradição popular por suas
propriedades medicinais. Por isso, foi incluída na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse
do SUS (RENISUS), no Memento de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira e no Formulário de
Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 2ª edição 1,2,3,4 .
ORIGEM
:A
E
NT
FO
Devido à sua fácil adaptação, é atualmente encontrada em vários países, incluindo o Brasil6.
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O termo "equisetum" deriva do latim que significa “cerda de cavalo”, sendo atribuído a essa
planta por seu formato semelhante ao rabo de cavalo. A palavra "arvense" significa “o que
7
cresce nos campos ou vive em terras cultivadas” .
Os primeiros registros da sua utilização remontam ao século I e II d.C., quando passou a ser utilizada
com finalidades hemostática (coagulante) e diurética. A cavalinha começou a ser comercializada desde
3,6
a Idade Média, período em que era utilizada no polimento de estanho e madeira .
ATENÇÃO!
O gênero Equisetum é constituído por cerca de 30 espécies, que crescem em lugares frescos e
6,8
úmidos no mundo inteiro e são utilizadas com diversas finalidades . Dentre essas espécies, a
Equisetum giganteum L. (cavalinha-gigante), nativa de áreas pantanosas do Brasil e com propriedades
semelhantes a Equisetum arvense L. (cavalinha), pode ser confundida e utilizada como adulterante
(contaminante) 6.
A
E:
Cavalinha (Equisetum arvense L.) NT
FO
B
cavalinha 6,11.
E:
NT
FO
A principal ação da cavalinha é como diurética, sendo indicada para edema (inchaço) por retenção de
2,4,12
líquido e como coadjuvante no tratamento de hipertensão leve . Também apresenta ação
antimicrobiana, antioxidante, hepatoprotetora, hemostática (coagulante) e remineralizante (reposição
6,13,14
óssea), podendo ser utilizada no tratamento da osteoporose .
É composta principalmente de constituintes inorgânicos, dos quais destaca-se o ácido silícico (5 a 8%),
seguido dos sais de potássio (1,8%) e cálcio (1,3%). Também possui flavonoides, saponinas,
glicosídeos fenólicos (equisetumosídeo A, B e C); alcaloides (nicotina e equisetina); ácidos orgânicos
3,6,14
(ácido gálico), taninos, vitaminas e óleos essenciais .
A ação sinérgica dos sais de potássio com os flavonoides (quercetina, apigenina, canferol, seus derivados
glicosilados, como canferol-7-O-β-D-diglucosideo (equisetrina), quercetina-3-O-β-D-glucosideo) e ácido
gálico, é responsável pela atividade diurética 6,15 . A atividade antioxidante e hepatoprotetora é atribuída aos
flavonoides, principalmente luteolina e quercetina 3,16 . A abundância de sais de silício proporciona a
propriedade remineralizante 14 .
Em uma xícara, colocar de 1 a 4 g das folhas ou partes aéreas, previamente lavadas e cortadas.
Adicionar 150 mL de água fervente e abafar durante 5 a 15 minutos. Após isso, coar (filtrar) e o chá
4
estará pronto para utilização .
O chá das folhas de cavalinha pode ser ingerido quente ou frio e adoçado ou não, de acordo com a
preferência do indivíduo desde que ele não seja diabético.
ALERTA!
O chá das folhas de cavalinha não deve ser utilizado por gestante e lactantes, devido à
presença de alcaloides que podem induzir uma ação colinérgica e ocitócica (produz
contração uterina)2,3.
Seu uso é contraindicado para pessoas que apresentem hipersensibilidade a essa planta ou
a seus constituintes químicos 15,17,18.
Não deve ser utilizado por pessoas que apresentem gastrite ou úlcera duodenal, pois essa
planta apresenta constituintes químicos (taninos e sílica) que possuem ação irritante na
mucosa gástrica e duodenal 2.
Não deve ser utilizado de forma crônica, pois pode provocar diminuição nos níveis de
vitamina B1(tiamina) e depleção (diminuição) de potássio 2,6,18.
O chá das folhas de cavalinha não deve ser utilizado concomitantemente a digitálicos (digoxina) e
diuréticos pois pode provocar hipocalemia (perda de potássio) 14,19 . Também não deve ser utilizado
concomitantemente ao lítio, pois pode ocasionar episódios tóxicos ao organismo 20.
Não pode ser associado com medicamentos utilizados para a cessação tabágica que
contenham nicotina, devido a capacidade de aumentar os níveis de nicotina no sangue e
assim prejudicar o tratamento 6. Além disso, o chá das folhas de cavalinha tem ação inibitória
da enzima CYP1A2, dessa forma, interfere na ação de todos os medicamentos
2
metabolizados por essa via .
Referências
1. BRASIL. Ministério da Saúde. RENISUS - Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS, DAF/SCTIE/MS. Brasília: ANVISA. 2009.
2. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. 1 edição. Brasília. 2016.
3. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília. 2021.
5. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). WHO monographs on medicinal plants commonly used in the Newly Independent States (NIS). 2010.
6. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2004.
7. QUATTROCCHI U. CRC world dictionary of medicinal and poisonous plants: common names, scientific names, eponyms, synonyms, and etymology
(5 Volume Set). CRC Press: 2012.
8. MELLO, Melissa; BUDEL, Jane Manfron. Equisetum L.(Equisetaceae): Ama revisão. Cadernos da Escola de Saúde, v. 1, n. 9, 2013.
9. RODRIGUES, Camila et al. Avaliação preliminar fitoquímica da espécie Equisetum arvense (cavalinha). In: Anais do VII EPCC – Encontro Internacional de
Produção Científica Cesumar. Maringá, 2011.
10. MAFFINI, T. Aflatoxinas em plantas medicinais comercializadas em estabelecimentos de produtos naturais na cidade de cascavel – Paraná. 56 fls.
Monografia (Bacharel em Farmácia) - Faculdade Assis Gurgacz - FAG.2013
11. FRANCESCATO, Leandro Nicolodi. Equisetum giganteum l.: parâmentros de controle de qualidade, análise química e desenvolvimento de extrato
seco por spray drying. 2012. 192f. Tese de doutorado (Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas).Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Faculdade de Farmácia, Porto Alegre, 2012.
12. TESKE, M.; TRENTINI, A. M. M. Herbarium compêndio de fitoterapia. 4 edição, Curitiba: Herbarium Laboratório Botânico, 2001.
13. RADULOVIC, N; STOJANOVIC, G; PALIC, R, et al. Composition and antimicrobial activity of Equisetum arvense L. essential oil. Phytotherapy Research. V.
20, n. 1, p. 85-88. 2006.
14. CARNEIRO, Danilo Maciel et al. Randomized, double-blind clinical trial to assess the acute diuretic effect of Equisetum arvense (field horsetail) in healthy
volunteers. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine. 2014.
15. EMA. European Medicines Agency. Committee on Herbal Medicinal Products (HMPC). Equisetum arvense L., herba. Disponível em:
http://www.ema.europa.eu/docs/en_GB/docu- ment_library/Herbal_-_Community_herbal_mo- nograph/2009/12/WC500018411.pdf. Acesso em: 10 out. 2020.
16. HERNÁNDEZ-JAIMES, C. et al. Antioxidant activity degradation, formulation optimization, characterization, and stability of Equisetum arvense extract
nanoemulsion. Journal of dispersion science and technology, v. 34, n. 1, p. 64-71, 2013.
17. SOLEIMANI, S.; AZARBAIZANI, F. F.; NEJATI, V. The effect of Equisetum arvense L. (Equisetaceae) in histological changes of pancreatic beta-cells in
streptozotocin-induced diabetic in rats. Pak J Biol Sci, v. 10, n. 23, p. 4236-40, 2008.
18. SANDHU, N. S.; KAUR, S.; CHOPRA, D. Equisetum arvense: pharmacology and phytochemistry - a review. Asian Journal of Pharmaceutical and Clinical
Research, v. 3, n. 3, p. 146-150, 2010.
19. CARNEIRO, D. M et al. Equisetum arvense: New Evidences Supports Medical use in Daily Clinic. Pharmacogn Rev. v. 13, n. 26, p. 50-58. 2019.
20. WILLIAMSON, E; DRIVER, S; BAXTER, K. Stockley´s Herbal Medicines Interactions. 1º Ed. Pharmaceutical Press. 2009.
FONTE A. IMAGEM. Acervo de Imagens do PET-Farmácia UFPB.
FONTE B. IMAGEM. Horto Didático de Plantas Medicinais da UFSC. CAVALINHA. 2020. Disponível em: https://hortodidatico.ufsc.br/cavalinha/. Acesso em 09
de fevereiro de 2022.
FONTE C. IMAGEM. PEREIRA, Gabriela Sterle. Ação inibitória dos flavonoides quercetina e rutina sobre a ativação de neutrófilos humanos. 2017.
Dissertação (Mestrado em Biociências) - Faculdade de Ciências e Letras de Assis. Universidade Estadual Paulista, Assis. 2017.
FONTE D. IMAGEM. GHORBANI, A; ESMAEILIZADEH, M. Propriedades farmacológicas da Salvia officinalis e seus componentes. Revista de Medicina
Tradicional e Complementar, v. 7, n. 4, p. 433-440, 2017.
FONTE E. IMAGEM. CHEN, Hanyong et al. Prediction of molecular targets of cancer preventing flavonoid compounds using computational methods. PloS one,
v. 7, n. 5, p. e38261, 2012.
FONTE F. IMAGEM. SHAKERI, A; SAHEBKAR, A; JAVADI, B. Melissa officinalis L. – Uma revisão de seus usos tradicionais, fitoquímica e farmacologia.
Journal of Ethnopharmacology, v. 188, n. 21, p. 204-228. 2016.
FONTE G. IMAGEM. MUÑOZ-BERNAL, Óscar A. et al. Nuevo acercamiento a la interacción del reactivo de Folin-Ciocalteu con azúcares durante la
cuantificación de polifenoles totales. Tip, v. 20, n. 2, p. 23-28, 2017.
63
Chambá
Justicia pectoralis Jacq. (Chambá) é uma espécie vegetal amplamente usada com base na tradição
popular e devido às suas propriedades medicinais comprovadas, foi incluída na Relação Nacional de
Plantas Medicinais de Interesse do SUS (RENISUS), demonstrando a sua potencialidade terapêutica
para elaboração de produtos fitoterápicos com aplicabilidade no SUS 1,2. Essa planta também está
presente no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 1ª e 2ª edições 1.
NT
E ORIGEM
FO
A Justicia pectoralis Jacq., conhecida como chambá, chachambá, anador, trevo-do-pará ou trevo-
cumaru, pertence à família Acanthaceae 3,4 . É uma espécie de clima tropical, que ocorre naturalmente nas
Américas do Sul e Central, no oeste da África e no oeste da Índia. No Brasil, é nativa nos estados do
5
Amazonas e Roraima, mas é cultivada em todo o território .
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
Existem mais de 600 espécies pertencentes ao gênero Justicia, possuindo distribuição pantropical. Para
evitar o erro na identificação, deve-se ficar atento às características botânicas do chambá (Justicia
pectoralis Jacq.), principalmente ao cheiro adocicado, exalado depois da coleta ou durante o seu
preparo, que lembra o cumarú 3,7.
Além disso, atualmente existem várias subespécies de Justicia pectoralis descritas, a exemplo da
Justicia pectoralis var. latifólia, Justicia pectoralis var. macrophylla e Justicia pectoralis var. stenophylla.
Todas são conhecidas como chambá e utilizadas com as mesmas finalidades terapêuticas 4,8.
:A
Você sabe quais são as indicações terapêuticas do Chambá?
O principal grupo fitoquímico do chambá são as cumarinas, mas nessa planta também são encontrados
saponinas, taninos, antraquinonas, ácidos graxos, terpenoides e flavonoides 10,11.
FONTE: B
FONTE: B
FONTE: B
O chá das partes aéreas secas de chambá deve ser preparado por INFUSÃO.
FONTE A
Em uma xícara, colocar de 0,4 a 0,6 g das partes aéreas secas do chambá previamente cortados em
pequenos pedaços. Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso por 10 a 15
minutos. Após isso, deve-se coar e o chá está pronto para a ingestão 15,16 .
65
Como o chá das partes aéreas de Chambá deve ser utilizado?
Para atuação no trato respiratório, o chá do chambá pode ser ingerido quente ou frio e adoçado
ou não, de acordo com a preferência do indivíduo, desde que ele não seja diabético.
Você sabia?
ALERTA!
Gestantes, lactantes e crianças menores de 12 anos não devem utilizar o chá das
folhas de chambá devido à ausência de estudos para esses grupos 15.
Essa planta não deve ser utilizado por indivíduos que apresentem hipersensibilidade
à mesma ou a outras espécies da família Acanthaceae 15,16 .
Pessoas com distúrbios na coagulação não devem fazer uso dessa planta, porque as
cumarinas possuem alto potencial anticoagulante, o que pode levar a um processo
hemorrágico 15,16,17.
O uso desse chá pode estimular a tosse produtiva, logo, não deve ser utilizado antes
de dormir 16.
66
Você sabia que o Chambá pode interagir com alguns medicamentos?
Referências
1.BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Resolução RDC nº 4, de 10 de fevereiro de 2009. Dispõe sobre
as normas de farmacovigilância para os 44 detentores de registro de medicamentos de uso humano. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 de
fevereiro de 2009.
2.NASCIMENTO, Wilcare de Medeiros Cordeiro. Xarope de chambá (Justicia pectoralis Jacq.) no tratamento da tosse e sintomas respiratórios:
um ensaio clínico randomizado. 2018. 73f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde)-Faculdade de Medicina. Universidade Federal do Ceará,
Sobral.
3.LORENZI, H.; MATOS, F. J. de A. Plantas Medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
4.TRÓPICOS. Justicia pectoralis Jacq. Disponível em: http://legacy.tropicos.org/NameSearch.aspx?name=justicia+pectoralis&commonname.
Acesso em: 27 de junho de 2020.
5.ANDRADE, F. M. C.; CASALI, V. W. D.; CECON, P. R. C. Efeito de dinamizações de Arnica montana L. no metabolismo de chambá (Justicia
pectoralis Jacq.). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 14, p. 159-162, 2012.
6.QUATTROCCHI U. CRC World dictionary of medicinal and poisonous plants: common names, scientific names, eponyms, synonyms, and
etymology (5 volume Set). CRC Press; 2012.
7.RODRIGUES, Marcelo Garcez. Flora do Cerrado Goiano: Estudo morfo-anatômico, prospecção fitoquímica, composição química e avaliação
da atividade antibacteriana de partes constituintes de Justicia pectoralis (ACANTHANCEAE). 2017. Dissertação (Mestrado em Ciências
Ambientais)- Pós-graduação em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente. Centro da Universidade de Anápolis - UniEVANGELICA, Anápolis.
8.MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais: guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no nordeste do Brasil. 3 ed. Fortaleza:
Edições UFC, 2007.
9.LIMA, Pauline Zonta de. Cultivo e teor de cumarinas em Justicia pectoralis Jacq. var. stenophylla Leonar. 2018. 75f. Dissertação (Mestrado
emAgronomia - Horticultura) – Faculdade de Ciências Agronômicas. Universidade Estadual Paulista, Botucatu.
10.SAAD, G. A. et al. Fitoterapia Contemporânea- Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
11.LEAL, L. K. A. M. et al. Antinociceptive, anti-inflammatory and bronchodilator activities of Brazilian medicinal plants containing coumarin: a
comparative study. Journal of Ethnopharmacology, v. 70, n. 2, p. 151-159, 2000.
12.LOCKLEAR, T.D. et al. Estrogenic and progestagenic effects of extracts of Justicia pectoralis Jacq., an herbal medicine from Costa Rica used for
the treatment of menopause and PMS. Maturitas, v. 66, n. 3, p. 315-322, 2010.
13.CORRÊA, G.M.; ALCÂNTARA, A.F.D.C. Chemical constituents and biological activities of species of Justicia: a review. Revista Brasileira de
Farmacognosia, v. 22, n. 1, p. 220-238, 2012.
14.Govin, E.S, Hernández, L.F., Figueredo, D.C.,Ferradá, C.A., Estudio farmacognóstico de Justicia pectoralis Jacq. var. stenophylla Leonard. Rev
Cubana Plant Med, v. 8, n. 3, 2003
15.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2ª ed. Brasília: Anvisa,
2021.
16.BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Secretaria dos Colaboradores. Comissão Assessoria de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. São Paulo, 2016.
17.CARVALHO, A. C. B.; SILVEIRA, D. Drogas vegetais: uma antiga nova forma de utilização de plantas medicinais. Brasília Médica, v. 47, n.2, p.
219-237, 2010.
FONTE A. IMAGEM. Acervo de imagens do PET-Farmácia UFPB. Acesso em: 02 de fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. LIMA, Pauline Zonta de. Cultivo e teor de cumarinas em Justicia pectoralis Jacq. var. stenophylla Leonar. 2018. 75 f.
Dissertação (Mestrado em Agronomia - Horticultura) – Faculdade de Ciências Agronômicas. Universidade Estadual Paulista, Botucatu. Acesso em 02
de fevereiro de 2022.
FONTE C. IMAGEM. SOUZA, Simone Machado de. "Atividade antibacteriana de cumarinas naturais e derivados. 2005. 94 f. Dissertação
(Mestrado em Biotecnologia) – Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005. Acesso
em 02 de fevereiro de 2022.
67
Cúrcuma
Curcuma longa L. (Cúrcuma) é uma espécie vegetal mundialmente utilizada como especiaria para a
preparação de alimentos 1 . Devido às suas propriedades medicinais reconhecidas pela medicina
popular, essa planta foi incluída na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS
(RENISUS), no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 1ª e 2ª edições e 1º
suplemento desse formulário 2,3,4.
ORIGEM
:A
E
NT
FO
Curcuma longa L., conhecida popularmente como cúrcuma, açafrão e gengibre-amarelo, pertence à
família Zingiberaceae. Essa espécie vegetal é originária da Índia, sendo atualmente encontrada na
maioria dos países de clima tropical e subtropical, incluindo o Brasil 5,6.
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
A palavra curcuma deriva do árabe “kurkum” e faz menção à coloração amarelada do rizoma (caule
subterrâneo) da planta. Já o termo “longa” significa comprido ou extenso 6.
A cúrcuma é utilizada para fins medicinais, desde 4.000 a.C., sendo uma das espécies mais
importantes da Medicina Ayurveda. Suas aplicações medicinais foram definidas por Characa e
Susruta, os fundadores dessa medicina tradicional 6,7,8.
A disseminação da cúrcuma pela Europa foi iniciada no Século XIII, por meio do comércio árabe
de especiarias 6. Posteriormente, chegou ao Brasil, onde passou a ser cultivada, sendo
9
atualmente encontrada de forma espontânea em vários estados .
ATENÇÃO!
A família Zingiberaceae possui diversas espécies rizomatosas com ampla distribuição geográfica 1. Entre
essas espécies, destaca-se o gengibre (Zingiber officinale Roscoe), cujas propriedades medicinais e
características botânicas assemelha-se a cúrcuma (Curcuma longa L.)1.
68
B
E:
FONT
Cúrcuma (Curcuma longa L.)
É uma planta perene, que atinge de 120 a 150 cm de altura 10. Suas folhas são
longas, com comprimento de 30 a 50 cm e possuem um formato de lança mais
acentuado que o do gengibre. As flores são dispostas em formato de espiga
central com coloração verde e branca e bordas acinzentadas. Seu rizoma
(caule subterrâneo) é grosso arredondado e as ramificações lembram uma
mão. Apresenta coloração amarelo-alaranjada intensa, com aroma e sabor
picante, levemente amargo 1,9,11.
FO
TE
N
:A
N
TE
:C simples, em formato de lança estreita, com comprimento de 15 a 30 cm. Suas
flores encontram-se distribuídas em talos, na forma de espigas, apresentando
coloração branco-amarelado, com algumas manchas púrpuras. O rizoma (caule
subterrâneo), parte utilizada da planta, é tuberoso, grosso, de coloração branco-
amarelada, com odor e sabor picante, agradável e característico 1,5.
FO
NT
E: D
69
AR-Tumerona α-Tumerona Curcumina
Demetoxicurcumina Bisdemetoxicurcumina
FONTE: E FONTE: E
Em uma xícara, colocar 0,5 a 1 g dos rizomas secos de cúrcuma previamente cortados em pequenos
pedaços. Adicionar 150 mL de água fervente e abafar por 10 a 15 minutos. Após isso, deve-se coar e o
chá está pronto para a ingestão 4.
O chá de cúrcuma deve ser ingerido à temperatura ambiente e sem adição de açúcares ou adoçantes,
quando utilizado para problemas no trato gastrointestinal. Para as demais indicações, pode ser
consumido quente ou frio e adoçado segundo a preferência, desde que o indivíduo não seja diabético.
70
ALERTA!
O chá da cúrcuma não deve ser utilizado por gestantes, lactantes, crianças ou
indivíduos que possuam hipersensibilidade aos componentes químicos dessa
espécie medicinal e de outras da família Zingiberaceae 4,17 .
Esta planta deve ser utilizada com cautela, pois elevadas doses podem provocar o
aumento dos níveis de oxalato de cálcio, intensificando o risco de formação de
pedra nos rins em indivíduos com predisposição 9 .
Deve-se evitar o uso concomitante do chá de cúrcuma e paracetamol, pois essa planta pode
aumentar a toxicidade desse medicamento 4.
71
Referências
1.LORENZI, H.; MATOS, F. J. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e Exóticas. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
2.BRASIL. Ministério da Saúde. MS elabora Relação de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS. Brasília, 2009.
3.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Primeiro Suplemento do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 1 ed.
Brasília, 2018.
4.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2ed. Brasília-DF, 2021.
5.ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
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13.WILLIAMSON, E. M., et al. Stockley's herbal medicines interactions: a guide to the interactions of herbal medicines, dietary supplements and
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Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 4ed. São Paulo, 2019.
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https://jb.utad.pt/multimedia/41331. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. STARR, F. Imagem 41335 da espécie Curcuma longa. Jardim Botânico UTAD, Flora Digital de Portugal, 2019. Disponível em:
https://jb.utad.pt/multimedia/41335. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE C. IMAGEM. AGUILAR, R. Imagem 41325 da espécie Zingiber officinale. Jardim Botânico UTAD, Flora Digital de Portugal, 2022. Disponível em:
https://jb.utad.pt/multimedia/41325. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. STARR, F. Imagem 41316 da espécie Zingiber officinale. Jardim Botânico UTAD, Flora Digital de Portugal, 2019. Disponível em:
https://jb.utad.pt/multimedia/41316. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE E. IMAGEM. BRASIL. Ministério da Saúde. Monografia da espécie Curcuma longa L. (Curcuma). Brasília, 2015. Acesso em: 03/02/2022.
FONTE F. IMAGEM. BARBOSA, Celma de Oliveira. Caracterização química e atividades biológicas dos óleos essenciais e extratos alcoólicos das
espécies Ocimum spp. (manjericão) e Curcuma longa (açafrão da terra). 2018. 142f. Tese (Doutorado em Biotecnologia) - Programa de Pós-Graduação
em Biotecnologia da Rede Nordeste de Biotecnologia no ponto focal na Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2018. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
72
Erva-baleeira
E
NT ORIGEM
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O nome erva-baleeira tem origem nos antigos povos caiçaras, que faziam uso
da planta no tratamento de ferimentos que ocorressem durante a pesca de
baleias. Essas populações utilizavam as folhas da planta na forma de infuso,
tintura, cataplasma e garrafadas 2,3.
parte superior possui uma coloração verde mais escura que a parte inferior.
As inflorescências formam racemos (cachos) em forma de espigas com
pequenas flores brancas e frutos esféricos que possuem coloração
avermelhada quando amadurecem 3,5,6 .
73
Você sabe quais são as indicações terapêuticas da Erva-baleeira?
Alfa-humuleno
As atividades anti-inflamatória e analgésica são relacionadas ao alfa-
humuleno e transcariofileno; a artemetina e ao ácido rosmarínico 2,5,13,14.
A atividade antimicrobiana é atribuída às substâncias presentes no
FONTE:C
FONTE: D
FONTE: E
FONTE: D
FONTE:C
74
Você sabe a forma correta de preparar o chá das folhas de Erva-baleeira?
3
FONTE A FONTE G
Em uma xícara, colocar 3 g (1 colher de sopa) das folhas secas da erva-baleeira, previamente cortadas
em pequenos pedaços. Acrescentar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso por 10 a 15
minutos. Após isso, deve-se coar (filtrar) a preparação e o chá estará pronto para a utilização 4,9,15.
Deve-se fazer o uso tópico (externo) por meio da aplicação de compressas mornas
do chá na região afetada.
ALERTA!
A aplicação deve ser realizada apenas na pele íntegra, sem presença de feridas,
queimaduras ou lesões infeccionadas4,16.
1. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 1 ed. Brasília, 2011.
2. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia Contemporânea- Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
3. HARTWIG, B. R.; RODRIGUES, D. S.; DE OLIVEIRA JUNIOR, C. J. F. Erva-baleeira: uma possibilidade real da sociobiodiversidade para modelos
sustentáveis de produção. HOLOS, Natal, v. 3, p. 1-21. 2020. Disponível em: http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/9409/pdf. Acesso em: 29
de out de 2020.
4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília-DF, 2021.
5. LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativa e exótica. 2 ed. Novas Odessa: instituto Plantarum, 2002.
6. MICHIELIN, E. M. Z. Obtenção de extrato de erva baleeira (Cordia verbenacea D.C.) por diferentes técnicas: medida da atividade biológica,
modelagem matemática e determinação do equilíbrio de fases. Tese (Doutorado) - Programa De Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/93412/267259.pdf?
sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 29 de outubro de 2020.
7. QUATTROCCHI, U. CRC. World dictionary of medicinal and poisonous plants: common names, scientific names, eponyms, synonyms, and
etymology (5 Volume Set). CRC Press; 2012.
8. GLEDHILL, D. The names of plants. 4th ed. Cambridge University Press, 2008.
9. GILBERT, B., Favoreto, R. Cordia verbenacea DC Boraginaceae. Revista Fitos, v. 7, n. 1, p.17-25, 2012.
10. BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão Assessora de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 4 ed. São Paulo, 2019.
11. TABACH, R. et al. Sistema de Farmacovigilância em Plantas Medicinais. Boletim Panflavi, n. 21, p. 1-4, 2012.
12. MATIAS, E. F. F. Avaliação da atividade antibacteriana e moduladora da resistência bacteriana a aminoglicosídeos de extratos polares e apolares
de Croton campestres A.(velame), Ocimum gartissimum (alfavaca) e Cordia verbanacea DC.(erva-baleeira). Dissertação (Programa de Pós Graduação em
Bioprospecção Molecular da Universidade Regional do Cariri), Universidade Regional do Cariri, Crato - Ceará. 2010. Disponível em:
http://mbm.urca.br/pdf/dissertacoes/EDINARDO%20FAGNER%20FERREIRA%20MATIAS.pdf. Acesso em: 29 out. 2020.
13. BODINI, Renata Barbosa. Desenvolvimento de filmes de desintegração oral incorporados com os extratos de erva baleeira (Cordia verbenacea) e
cúrcuma (Curcuma longa). 2015. Tese (Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo) - Universidade de São Paulo,
Pirassununga, São Paulo, 2015. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74132/tde-10042015-143132/publico/DO3283304COR.pdf.
Acesso em: 29 out. 2020.
14. PASSOS, Giselle F. et al. Anti-inflammatory and anti-allergic properties of the essential oil and active compounds from Cordia verbenacea. Journal of
ethnopharmacology, v. 110, n. 2, p. 323-333, 2007.
15.CARVALHO, A. C. B.; SILVEIRA, D. Drogas vegetais: uma antiga nova forma de utilização de plantas medicinais. Brasília Médica, v. 47, p. 218-236, 2010.
16. BRISTOT, Samara Fenilli. Estudo etnobotânico de Varronia curassavica Jacq.“erva-baleeira”(boraginaceae) junto à pastoral da saúde, regional sul
iv, Santa Catarina Samara Fenilli Bristot. 2015. Trabalho de conclusão de curso (monografia), Universidade do Extremo Sul Catarinense, 2015.
17. REFSIO, C. et al. Avaliação clínica da eficácia e segurança do uso do extrato padronizado da Cordia verbenacea em pacientes portadores de tendinite e dor
miofascial. Rev. Bras. Med. V. 62, n. 1-2, p.40-46, 2005.
FONTE A. IMAGEM. Santos, Anita Stival dos. Flora Digital do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Disponível em:
http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=3744. Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. Bordignon, Sérgio. Flora Digital do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Disponível em:
http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=3744. Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
FONTE C. IMAGEM. GILBERT, B., FAVORETO, R. Cordia verbenacea DC Boraginaceae. Revista Fitos, v. 7, n. 1, p.17-25, 2012. Acesso em 01 de fevereiro
de 2022.
FONTE D. IMAGEM. Pereira, Juhan Augusto Scardelato. Avaliação da variabilidade do metabolismo secundário em Cordia verbenacea DC. 2017. 158f.
Tese (Doutorado – Ciências Farmacêuticas). Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Araraquara, 2017. Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
FONTE E. IMAGEM. Veras, Kleyton Santos. Ácido rosmarínico: complexação com ciclodextrinas, avaliação do potencial antioxidante in vitro e estudo
de compatibilidade com excipientes com vistas ao desenvolvimento de formulação sólida oral. 2017. 116 f. Dissertação (Mestrado – Ciências
Farmacêuticas). Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
2017. Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
76
Erva-cidreira
Lippia alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton & P. Wilson (Erva-cidreira) é uma das espécies vegetais mais
utilizadas em toda a américa 1. A comprovação científica de suas propriedades medicinais fomentou
sua incorporação no Formulário Nacional de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 1ª e 2ª edições e
1º suplemento deste formulário 2,3,4 .
E
FO
NT ORIGEM
A Lippia alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton & P. Wilson, popularmente conhecida como erva-cidreira, pertence
à família Verbenaceae. É uma planta nativa da América do Sul, América Central e África 5,6. Atualmente,
essa espécie é amplamente distribuída pelas regiões do Brasil, sendo reconhecida pelo seu sabor
agradável e pelas atividades farmacológicas 6,7 .
ATENÇÃO!
Existem algumas espécies vegetais muito parecidas morfologicamente com a erva-cidreira (Lippia alba
(Mill.) N.E. Br. ex Britton & P. Wilson), dentre as quais se destacam o alecrim pimenta (Lippia sidoides
Cham.) e o alecrim de tabuleiro (Lippia gracilis Schauer)7,8 . As três espécies fazem parte da mesma
família (Verbenaceae), do gênero (Lippia), porém são espécies diferentes e apresentam atividade
farmacológica também diferentes.
:A
Erva-cidreira (Lippia alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton & P. Wilson)
É um arbusto aromático, que pode atingir até 1,5 m de altura, apresentando ramos
finos, curvados e quebradiços. As suas folhas são elípticas, com bordas serrilhadas e
pontas agudas. Suas inflorescências aparecem na cor azul arroxeada 7,8,9.
FON
T
Alecrim pimenta (Lippia sidoides Cham.)
E:
B
É um arbusto aromático, que pode chegar a 3 m de altura e por isso aparenta ser uma
arvoreta (pequena árvore). Suas folhas são simples, pecioladas e exalam cheiro forte.
As suas flores apresentam-se em tom esbranquiçado. Essa planta é usada para
problemas dermatológicos e como antisséptico da cavidade oral (uso externo) 4,7,9.
FON
Alecrim-de-tabuleiro (Lippia gracilis Schauer.) T
E:
É um pequeno arbusto, que pode atingir até 2 m de altura. Suas folhas são simples,
C
FONTE: A
78
Em uma xícara, colocar de 0,4 a 0,6 g das folhas secas, previamente rasuradas em pedaços pequenos.
Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso por 5 minutos. Após isso, filtrar (coar) e
estará pronto para utilização 4.
Com a finalidade calmante, o chá pode ser tomado quente ou frio e adoçado, conforme a
preferência, desde que o indivíduo não seja diabético. Para alivio de cólicas intestinais e má
digestão, o chá deve ser tomado à temperatura ambiente (frio) e não deve ser adoçado.
ALERTA!
Gestantes e lactantes não devem utilizar o chá das folhas de erva-cidreira, devido à
ausência de estudos para esses grupos 4.
Essa planta não deve ser utilizado por indivíduos que apresentem hipersensibilidade
a mesma ou a outras espécies da família Verbenaceae 4,6.
É importante mencionar que em altas doses, esta planta pode causar problemas
gástricos e bradicardia (diminuição do ritmo cardíaco) 4,6,17.
Além disso, o uso simultâneo com o paracetamol não é recomendado, pois a erva-cidreira
pode potencializar a toxicidade deste medicamento 4,18.
80
Erva-doce
E
NT ORIGEM
FO
Pimpinella anisum L., conhecida popularmente como erva-doce ou anis, pertence à família Apiaceae 3.
Essa espécie vegetal é nativa da região mediterrânea, sendo amplamente distribuída no Egito, Grécia e
Espanha4,5.
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
ATENÇÃO!
Existe outra espécie vegetal (Foeniculum vulgare Mill) que também é conhecida como erva-doce ou
funcho. Ambas pertencem à mesma família, são utilizadas como especiarias e têm aroma parecido.
Todavia, a erva-doce verdadeira (Pimpinella anisum L.) apresenta um maior teor de óleos essenciais 3.
Daí a importância de se conhecer as espécies pelo nome científico.
E:B
Erva-doce (Pimpinella anisum L.) NT
FO
81
Funcho (Foeniculum vulgare Mill.)
O funcho (Foeniculum vulgare Mill) é uma espécie perene que pode atingir pouco
mais de 1 m de altura, cujo caule possui ramos com folhas grandes, maiores que
C
E: as da erva-doce. Suas inflorescências também apresentam o formato de guarda-
NT
FO chuva, mas diferem na coloração, que no funcho é amarelada7,8.
Essa planta é indicada no tratamento de queixas gastrointestinais, como má digestão e flatulência, além
de ser utilizada para o alívio de tosse produtiva em resfriados comum 2,3,9.
Trans-anetol
Essa espécie vegetal apresenta diversos fitoconstituintes, entre eles destacam-se
os óleos essenciais (metil-chavicol, β-linalol, p-anisaldeído e trans-anetol); óleos
fixos, mucilagens, cumarinas, flavonoides, terpenos hidrocarbônicos, polienos e
poliacetilenos 4,10,11. Atribui-se ao trans-anetol (componente majoritário) a atividade
antiespasmódica (relaxante da musculatura lisa intestinal), expectorante
antioxidante e antimicrobiana da erva-doce 12,13.
FONTE: D
FONTE A
FONTE A
Em uma xícara, colocar de 1,0 a 3,5 g dos frutos secos da erva-doce, previamente triturados. Adicionar
150 mL de água fervente e abafar por 10 a 15 minutos. Após esse período, coar (filtrar) e a preparação
estará pronta para o consumo 2.
82
Como o chá dos frutos da Erva-doce deve ser utilizado?
Caso a intenção de utilizar o chá da erva-doce seja por seus efeitos medicinais no trato digestivo,
recomenda-se a temperatura ambiente e sem adição de açúcar ou adoçante. Como expectorante é
recomendado seu uso quente e pode ou não ser adoçado, desde que o indivíduo não seja diabético.
ALERTA!
Essa preparação não deve ser utilizada por crianças com idade inferior a 12 anos,
gestantes, lactantes ou indivíduos que apresentem reações de hipersensibilidade2,9.
A erva-doce possui atividade estrogênica, dessa forma, é capaz de competir pelos receptores
de estrógenos e pode causar interferência na ação dos anticoncepcionais orais 4,17.
83
Referências
1.TUNQUI QUISPE, Clesez et al. Avaliação das características do destilado alcohólico de anís verde (Pimpinella anisum L.) obtenido por destilación simples.
Revista de la Sociedad Química del Perú , v. 84, n. 4, pág. 415-427, 2018.
2.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília, 2021.
3.LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
4.ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Buenos Aires, Argentina, Corpus, 2004.
5.CHARLES, Denys J. Antioxidant properties of spices, herbs and other sources. Springer Science & Business Media, 2012.
6.ALONSO, J. Tratado de fitofármacos e nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
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Curso (Especialização em Vigilância Sanitária) – Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, 2012.
8.BRASIL. Funcho. Corumbá: Embrapa Pantanal, 2006. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPAP/56561/1/FOL87.pdf. Acesso em:
29 de maio de 2020.
9.BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Secretaria dos Colaboradores. Comissão Assessoria de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. São Paulo, 2019.
10.WHO, World Health Organization. WHO monographs on selected medicinal plants. Geneva, Switzerland: World Health Organization, v. 3, 2007.
11.ALI, K. Z. et al. Anisoon (Pimpinella anisum L.): A review of Pharmacological Activities and Clinical Effects. Hippocratic Journal of Unani Medicine, v. 12,
n. 1, p. 31- 46, 2017.
12.MARINOV, V.; VALCHEVA-KUZMANOVA, S. Review on the pharmacological activities of anethole. Scripta Scientifica Pharmaceutica, v. 2, n. 2, p. 14-19,
2015.
13.APROTOSOAIE, A. C.; COSTACHE, I.; MIRON, A. Anethole and its role in chronic diseases. In: Drug Discovery from Mother Nature. Springer, p. 247-267,
2016.
14.GRANDI, T. S. M. Tratado das plantas medicinais: mineiras, nativas e cultivas. Belo Horizonte: Adaequatio Estúdio, 2014.
15.BRINKER, F. J. Herb contraindications & drug interactions. Eclectic Medical Publications, 2001.
16.EMA. European Medicines Agency. Community herbal monograph on Pimpinella anisum L., fructus. Londres, Inglaterra. 2013.
17.SANTOS, A. D. Interações entre medicamentos de uso contínuo e plantas medicinais utilizados por idosos atendidos em Unidades de Saúde da
Família (USF) da região norte de Palmas - TO, 2016. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Farmácia) - Centro Universitário Luterano de
Palmas, 2016.
18.NICOLETTI, M. A. et al. Principais interações no uso de medicamentos fitoterápicos. Infarma, v. 19, n. 1/2, p. 32-40, 2007.
FONTE A. IMAGEM. HORTO DIDÁTICO DE PLANTAS MEDICINAIS DO HU/CCS. Erva-doce. 2020. Disponível em: https://hortodidatico.ufsc.br/erva-doce/.
Acesso em: 03 de fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. MACHADO, Solange Aparecida. ANÁLISE FARMACOGNÓSTICA DAS PLANTAS MEDICINAIS Pimpinella anisum L. E Foeniculum
vulgare, Mill. f.45. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Farmácia) - Centro Universitário Guairacá. 2020. Acesso em: 03 de fevereiro de 2022.
FONTE C. IMAGEM. JARDIM BOTÂNICO UTAD, FLORA DIGITAL DE PORTUGAL. Imagem 10576 da espécie Foeniculum vulgare. 2016. Disponível em:
https://jb.utad.pt/multimedia/10576. Acesso em: 03 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. ALONSO, Jorge. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. 2007. Acesso em: 03 de fevereiro de 2022.
84
Espinheira-santa
E
NT ORIGEM
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
A espinheira-santa foi descrita pela primeira vez em 1725, pelo padre francês Louis
Éconches Feuilée. Todavia, somente em 1922 as suas propriedades medicinais
foram comprovadas por meio de ensaios clínicos, conduzidos pelo Prof. Aluízio
França, resultando em um forte interesse do mercado farmacêutico da época pelo
potencial da espécie 6,7.
ATENÇÃO!
A espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek) pode ser facilmente confundida com a espécie
Sorocea bonplandii Baill. (Moraceae), devido à similaridade morfológica.
FO
É um arbusto que varia de 6 a 12 m de altura. Suas folhas possuem a base oval
e tem um formato de lança invertida, sendo mais robusta que a verdadeira, e
também possuem espinhos em suas margens. Os frutos são carnosos, esféricos
e cor de vinho quando maduros. Além disso, é diferenciada por apresentar
apenas di e triglicosídeos 9,11,12,13.
7
Os flavonoides (quercetina e catequina) contribuem para o efeito
gastroprotetor, anti-inflamatório e antiulcerogênico, pois atuam reduzindo
a secreção ácida do estômago 3,17. Já os taninos condensados
(epigalocatequina-3-galato), por sua vez, apresentam atividade
antimicrobiana sobre a Helicobacter pylori, bactéria frequentemente
envolvida em casos de ulcerações gástricas 18.
FONTE: D
86
Você sabe a forma correta de preparar o chá das folhas de
Espinheira-santa?
FONTE: A
Deve-se colocar em uma panela, 1 a 2 g das folhas secas, previamente rasuradas (cortadas em pedaços
pequenos). Acrescentar 150 mL de água e cozinhar durante 15 minutos com a panela fechada. Após isso,
deve-se filtrar (coar) a preparação e o chá estará pronto para o consumo 4 .
O chá deve ser tomado quando atingir a temperatura ambiente (frio) e não deve ser
adoçado.
ALERTA!
A ingestão do chá não deve ser realizada por gestantes e lactantes, por reduzir a
3,4
produção do leite materno .
O consumo do chá pode estar relacionado ao surgimento de sintomas como boca seca e
náuseas 3 .
4
87
Você sabia que a Espinheira-santa pode interagir com alguns
medicamentos?
Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek não deve ser utilizada em associação com
esteróides anabolizantes, antimetabólitos (metotrexato), antiarrítmicos (amiodarona) e
antifúngicos (cetoconazol), pois, juntos, podem provocar problemas hepáticos. Além
disso, esse chá pode interagir com imunossupressores, fazendo com que eles percam
seu efeito 3.
Referências
1.BRASIL. Agência Nacional de Vigilência Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 1 ed. Brasília, 2011.
2.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Instrução Normativa n° 2, de 13 de maio de 2014. Publica a "Lista de medicamentos
fitoterápicos de registro simplificado" e a "Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado". Diário Oficial da União. Brasília, D, 14 de maio de
2014. Seção 1. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/3295949/IN_02_2014_COMP.pdf/173d7c28-f985-4976-b8b5-268d911e997a.
Acesso em 15 de junho de 2020.
3.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Memento Fitoterápico Farmacopeia Brasileira. 1 ed. Brasília. 2016a.
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(Trabalho de Conclusão de Curso – Bacharel em Farmácia), Departamento de Farmácia, Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2018.
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oficializadas no Brasil. 2011. f. 318. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde). Universidade de Brasília. Brasília. 2011.
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MAGISTRAIS. 2012.
FONTE A. IMAGEM. Machado, Paulo Fernando dos Santos. Flora digital do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Disponível em:
http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=18733. Acesso em 31 de janeiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. Giehl, Eduardo Luís Hettwer. Flora digital do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Disponível em:
http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=282. Acesso em 31 de janeiro de 2022.
FONTE C. IMAGEM. SILVA, F. C. O. et al. Bioatividades de Triterpenos isolados de plantas: Uma breve revisão. Revista Virtual de Química, v. 12, n. 1, 2020.
Acesso em 31 de janeiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. PERREIRA, S. G.; GUILHON, G. M. S. P. Triterpenos e atividade carrapaticida da espécie Lecythis usitata (Lecythidaceae). Revista
Conexão Ciência, v. 15, n. 2, 2020. Acesso em 31 de janeiro de 2022.
FONTE E. IMAGEM. LÔBO, L. T. et al. Potencial alelopático de catequinas de Tachigali myrmecophyla (Leguminosae). Química Nova, v. 31, n. 3, p. 493-497,
2008. Acesso em 31 de janeiro de 2022.
FONTE F. IMAGEM. VIAN, Camila de Oliveira. Efeitos da Quercetina em Estágios Embrio-Larvais em Zebrafish (Danio rerio). 2020. 44f. Dissertação
(Mestrado - Ciências Fisiológicas), Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas, Universidade Federal de Rio Grande, Rio Grande, 2020.
FONTE G. IMAGEM. INÁCIO FILHO, Job Domingos. Estudo do efeito e mecanismo de ação da Epigalocatequina-3-galato em Leishmania braziliensis.
2013. 85f. Dissertação (Mestrado – Biologia Celular e Molecular), Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular, Fundação Oswaldo Cruz, Rio
de Janeiro, 2013.
88
Eucalipto
Eucalyptus globulus Labill. (Eucalipto) é uma árvore muito cultivada para obtenção de madeira utilizada
como combustível e na extração de celulose para produção de papel. Seu óleo essencial é utilizado
1
para produzir aromatizantes, loções, produtos farmacêuticos e se destaca pelo uso medicinal . Essa
espécie integra a Lista de Plantas Medicinais de Interesse do SUS (RENISUS), o Formulário de
Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 2ª edição e 1º suplemento deste formulário.
N TE ORIGEM
FO
Eucalyptus globulus Labill., conhecida popularmente como eucalipto e eucalipto-limão, pertence à família
Myrtaceae. Essa espécie é nativa da Austrália, especialmente na Tasmânia, e se adaptou rapidamente
1,2,3
aos climas tropical e subtropical, sendo encontrada na África do Sul, Índia, sul da Europa e Brasil .
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
A palavra eucalipto se deriva do grego e significa “bem coberto”, uma alusão aos frutos dessa
planta, que são protegidos pela união de sépalas e pétalas das flores 4. Devido à grande
capacidade de suas raízes absorverem água do solo, essa espécie foi utilizada para a
4,5
drenagem de solos pantanosos no continente europeu .
O gênero Eucalyptus foi introduzido no Brasil no século XIX e aqui se adaptou, primeiramente,
em plantações no Jardim Botânico e Museu Nacional do Rio de Janeiro 6.
ATENÇÃO!
O eucalipto (Eucalyptus globulus Labill.) é uma espécie medicinal que pode ser facilmente confundida
com a espécie Eucalyptus citriodora Hook. (planta utilizada na produção de desinfetante), devido à
1
similaridade morfológica .
TE: A
Eucalipto (Eucalyptus globulus Labbil.) ON
F
É uma árvore que pode atingir até 90 m de altura e apresenta um tronco liso com
coloração cinza. Suas folhas são coriáceas, perenes, estreitas e possuem formato de
foice. As flores são pequenas, geralmente de coloração branca e podem aparecer
sozinhas ou em pequenos grupos. O fruto dessa planta é pequeno e possui o formato de
uma cápsula 1,4,7. 89
E: B
NT
Eucalipto-cheiroso (Eucalyptus citriodora Hook.)
FO
É uma árvore que pode atingir até 50 m, apresentando tronco liso com coloração que
varia entre creme, rosa e acobreado. As folhas possuem um forte odor de citronela e
possuem um formato de lança. As flores podem estar agrupadas em quantidades de 3
a 5 e possuem uma coloração branca. Os frutos possuem aspecto ovoide 8.
É indicado para tratamento de gripe, congestão nasal e sinusite, devido sua à ação expectorante,
fluidificante, antimicrobiana e principalmente antisséptica do trato respiratório superior 1,9,10 . Além disso,
o eucalipto apresenta atividade anti-inflamatória, antioxidante, analgésica, anti-helmíntica e
hipoglicemiante4,7.
O eucalipto apresenta composição química variada, contendo taninos, flavonoides, ácidos fenólicos,
monoterpenos, sesquiterpenos e triterpenos 1 . Além disso, em suas folhas estão contidos 1 a 3% de
óleos essenciais ricos em eucaliptol (70 a 80%), piperitona e euglobal-IIl 4,11 .
O marcador químico dessa espécie e composto ativo responsável pelas Eucaliptol Piperitona
atividades expectorante, fluidificante e antisséptica das vias
respiratórias é o monoterpeno eucaliptol (1-8 cineol) 11,12. A atividade
antimicrobiana está relacionada com à presença de monoterpenos
como o eucaliptol e a piperitona, e dos sesquiterpenos eucaliptona e
macrocarpal-A, que atuam majoritariamente contra bactérias gram
positivas e alguns fungos. Além disso, possui o sesquiterpeno euglobal-
III, que atua como anti-inflamatório e também possui atividade
antimicrobiana 1,11,13,14 . FONTE: C FONTE: D
FONTE A
PARA INALAÇÃO
Em uma xícara, adicionar 1,5 a 3 g das folhas secas de eucalipto, previamente cortados em pequenos
pedaços. Adicionar 150 mL de água fervente e abafar por 10 a 15 minutos 1,10 .
Após a preparação do infuso, faça um cone utilizando uma folha de papel, adaptando à boca
da caneca para que o vapor seja direcionado ao nariz. Inspire o vapor pelo nariz e expire
pela boca. Proteja os olhos do vapor da água e também dos óleos essenciais.
Em uma xícara, adicionar 1,5 a 3 g das folhas secas de eucalipto, previamente cortados em pequenos
pedaços. Adicionar 150 mL de água fervente e abafar por 10 a 15 minutos. Após esse tempo, filtrar
(coar) e estará pronto para o consumo21.
Pode ser ingerido quente ou frio, adoçado ou não, a depender da preferência do indivíduo,
desde que ele não seja diabético.
ALERTA!
Gestantes, lactantes e crianças menores de 12 anos não devem utilizar o chá das
folhas de eucalipto, devido à ausência de estudos para esses grupos 4,10,15 .
Essa planta não deve ser utilizado por indivíduos que apresentem hipersensibilidade
aos constituintes da planta ou de outras espécies da família Myrtaceae11.
O seu uso é contraindicado para crianças, pois pode ocasionar espasmos nos
brônquios ou na glote, impedindo a respiração 16,17.
91
É contraindicado para uso oral, por portadores de inflamação do trato gastrointestinal
(gastrite e úlcera gástrica), distúrbios das vias biliares e doenças hepáticas 4,10,17,18.
O chá das folhas de eucalipto não deve ser utilizado em associação com hipoglicemiantes,
analgésicos e anestésicos, pois pode potencializar (aumentar) o efeito desses
medicamentos 10,17.
O chá das folhas de eucalipto pode atuar como indutor de enzimas hepáticas, dessa forma,
pode diminuir a ação de fármacos metabolizados por essas enzimas 4,19.
Este chá não deve ser utilizado concomitantemente com plantas que apresentem
alcaloides pirrolizidínicos na sua composição, uma vez que pode intensificar a toxicidade
dos mesmos 20.
Referências
1.LORENZI, H.; MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e Exóticas. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
2.SILVA, J. et al. Analgesic and antiinflammatory effects of essential oils of Eucalyptus. Journal of Ethnopharmacology, v. 83, p. 277-283. 2003.
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4. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos e nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
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da produção e renda. Brasília-DF. 2014.
7.BRASIL. Ministério da Saúde. Monografia da Espécie Eucalyptus globulus Labill (EUCALIPTO). Brasília-DF, 2015.
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10.BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão Assessoria de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos, 4º Ed. São Paulo, 2019
11.SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2. ed - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
12. ESTANISLAU, A. A. et al. Composição química e atividade antibacteriana dos óleos essenciais de cinco espécies de Eucalyptus cuItivadas em Goiás.
Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 11, n. 2, p. 95-100, 2001.
13.PEREIRA, José Luiz et al. Composição química dos óleos essenciais de espécies de Eucalyptus L Herit (Myrtaceae). 2010. Dissertação (Mestrado em
Agroquímica analítica; Agroquímica inorgânica e Físico-química; Agroquímica orgânica), Universidade Federal de Viçosa, 2010.
14. CIDRES, Eliana Soraia Santos Alves. Óleo essencial das folhas e fruto do eucalipto: avaliação da atividade antimicrobiana e da atividade
antioxidante. 2018. Dissertação (Mestrado), Escola Superior de Tecnologia e Gestão, 2018.
15. EUROPEAN MEDICINES AGENCY (EMA). Community herbal monograph on Eucalyptus globulus Labill., Eucalyptus polybractea R.T. Baker and/or
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92
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2000.
17. GRANDI, T. S. M. Tratado das plantas medicinais: mineiras, nativas e cultivas. Belo Horizonte: Adaequatio Estúdio, 2014.
18. BLUMENTHAL, M.; GOLDBERG, A.; BRINCKMANN, J. Herbal Medicine: Expanded Commission E monographs. American Botanical Council, Austin,
TX, USA. 2000.
19. NICOLETTI, M. A.; OLIVEIRA-JUNIOR, M. A.; BERTASSO, C. C.; CAPOROSSI, P. Y.; TAVARES, A. P. L. Principais interações no uso de medicamentos
fitoterápicos. Infarma, v. 19, n. 1/2, p. 32-40, 2007.
20. WHITE, R. D.; SWICK, R. A.; CHEEKE, P. R. Effects of microsomal enzyme induction on the toxicity of pyrrolizidine (senecio) alkaloids. Journal of Toxicology
and Environmental Health, Part A Current Issues, v. 12, n. 4-6, p. 633-640, 1983.
21. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília-DF, 2021.
FONTE A. IMAGEM. Piet Zomerdijk. UTAD JARDIM BOTÂNICO. Eucalyptus globulus Labill. Disponível:
https://jb.utad.pt/especie/Eucalyptus_globulus#imagem-22606. Acesso em 02 de fevereiro 2022.
FONTE B. IMAGEM. Isabel Garcia-Cabral. UTAD JARDIM BOTÂNICO. Eucalyptus citriodora Hook. Disponível:
https://jb.utad.pt/especie/Eucalyptus_citriodora#imagem-8036. Acesso em 02 de fevereiro 2022.
FONTE C. IMAGEM. BRASIL. Ministério da Saúde. Informações sistematizadas da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS. Eucalyptus
globulus Labill. – Eucalipto. Brasília – DF, 2018. Acesso em 02 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. NOMA, Y.; ASAKAWA, Y. Biotransformation of Monoterpenoids. Comprehensive Natural Products II. Chemistry and Biology. Elsevier, 2020.
Acesso em 02 de fevereiro de 2022.
FONTE E. IMAGEM. OSAWA, K. Eucaliptone from Eucalyptus globulus. Phytochemistry, v. 40, n. 1, p. 183-184, 1995. Acesso em 02 de fevereiro de 2022.
FONTE F. IMAGEM. ChemFaces. Macrocarpal A. Disponível em: https://www.chemfaces.com/natural/Macrocarpal-A-CFN99413.html. Acesso em 02 de
fevereiro de 2022.
FONTE G. IMAGEM. KONOSHIMA, T.; TAKASAKI, M. Anti-tumor-promoting activities (cancer chemopreventive activities) of natural products. Studies in Natural
Products Chemistry, v. 24, p. 215-267, 2000. Acesso em 02 de fevereiro de 2022.
93
Gengibre
E
NT ORIGEM
FO
Zingiber officinale Roscoe, conhecida popularmente como gengibre, mangarataia, gengivre e gingibre,
pertence à família Zingiberaceae. Essa espécie vegetal é originária do sudoeste asiático, sendo
encontrada principalmente nas regiões tropicais da Índia e da China 6,7.
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
Essa espécie chegou ao Brasil em meados do século XVI, sendo cultivada principalmente
na faixa litorânea dos estados do Espirito Santo, Santa Catarina, Paraná e no sul de São
Paulo, devido às condições climáticas e o tipo de solo, mas também é encontrado em
1,8
outras regiões do país .
ATENÇÃO!
Na natureza existe uma outra espécie vegetal, a cúrcuma (Curcuma longa L.), que também pertence
à família Zingiberaceae e se assemelha ao gengibre nas propriedades medicinais e nas
características botânicas.
94
Você sabe como diferenciar essas espécies vegetais?
NT
E:
B parte utilizada da planta, é tuberoso, grosso, de coloração branco-amarelada, com
odor e sabor picante, agradável e característico 6,7.
:A
E
NT
FO
:C
E
coloração verde e branca e bordas acinzentadas. Seu rizoma (caule subterrâneo) é FO
NT
:D
E
NT
FO
É indicado para os quadros de cinetose devido sua à atividade antiemética, como auxiliar no tratamento
sintomático de queixas gastrointestinais leves e como antidispéptico 5,7. Além disso, pode ser utilizado no
combate a rouquidão e inflamação na garganta, em razão das suas propriedades anti-inflamatória e
antimicrobiana 3,11,12.
Atribui-se a ação antiemética do gengibre à associação das zingeronas e shogaóis 3. O composto [6]-
3,13
shogaol e os dialdeidos diterpenos de núcleo labdano possuem atividade anti-inflamatória . Aos
compostos gingerois (6; 8; e 10 gingerol), em especial o [6]-gingerol, são atribuídas as ação
antioxidante, antidispéptica, antipirética, antiplaquetária, antifúngica, hepatoprotetora e
antimicrobiana 14,15,17,18,19 .
95
Os gingerois são termolábeis, portanto quando submetidos de temperaturas superiores a ambiente
sofrem degradação térmica e perdem uma molécula de água transformando-se principalmente nos
compostos do grupo dos shogaois 20.
6-gingerol β-sesquifelandreno
FONTE: F FONTE: E
NT
FO
Em uma xícara, colocar de 0,3 a 3 g do rizoma (raiz), previamente cortado em pequenos pedaços.
Adicionar de 150 mL de água fervente e abafar durante 10 a 15 minutos. Após isso, filtrar (coar) e o chá
5
estará pronto para utilização .
Para dispepsias deve ser tomado em temperatura ambiente (frio) e sem adição de
açúcar ou adoçante. Para as demais indicações pode ser tomado quente ou frio e
pode ser adoçado ou não, conforme a preferência, desde que o indivíduo não seja
diabético.
96
ALERTA!
Não deve ser utilizado por portadores de cálculos biliares, pois apresenta ação colagoga4,7.
Por alterar o processo de coagulação sanguínea, o gengibre não deve ser utilizado por
indivíduos com coagulopatias nem antes de procedimentos cirúrgicos 5,7.
O uso dessa planta também não é recomendado para portadores de hipertensão arterial ou
5
irritação gástrica .
O gengibre não deve ser utilizado em associação com anticoagulantes (varfarina) ou hipoglicemiantes,
pois pode potencializar o efeito desses medicamentos, ocasionando quadros de hemorragia ou
hipoglicemia, respectivamente 21,22.Essa planta também pode interferir no efeito de medicamentos que
alteram a contração cardíaca (digoxina), sendo essa associação contraindicada7,22. O uso concomitante
do gengibre com estrógenos e teofilina não é recomendado, pois essas substâncias são
metabolizadas pela mesma via5.
Referências
1. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia Contemporânea - Tradição e Ciências na Pratica Clínica. 2° edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan LTDA,
2018.
2. BRASIL. MS elabora Relação de plantas medicinais de interesse ao SUS. Agência saúde. 2009.
3. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. 1 ed, 2016.
4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Primeiro Suplemento do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 1 ed.
Brasília, 2018.
5. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília-DF, 2021.
6. LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativa e exótica. 2 ed. Novas Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
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10. KUHN, O. J. et al. Efeito do extrato aquoso de cúrcuma (Curcuma longa L.) em Xanthomonas axonopodis pv. manihotis. 2003. 54f. Dissertação
(Mestrado em Agronomia) -Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Marechal Cândido Rondon, 2003.
11. AWAN, U. A. et al. Biological activities of Allium sativum and Zingiber officinale extracts on clinically important bacterial pathogens, their phytochemical and
FT-IR spectroscopic analysis. Pak. J. Pharm. Sci.,v..30, n..3, p.729-745. 2017.
12. BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Secretaria dos Colaboradores. Comissão Assessoria de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. São Paulo, 2019.
13. JUNG, H. W., Yoon, C. H., Park, K. M., Han, H. S. e Park, Y. K. Hexane fraction of Zingiberis rhizoma crudus extract inhibits the production of nitric oxide
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Res. v. 22, n.11, p.1446-9. 2008.
16. MIRI, P; BAE, J; LEE, D.S. Antibacterial activity of [10]-gingerol and [12]-gingerol isolated from ginger rhizome against periodontal bacteria. Phytothery Res.
v. 22, p.1446-1449. 2008.
97
Res.v. 22, p.1446-1449. 2008...
17. BAROTY, G. S et al. Caracterização de compostos antioxidantes e antimicrobianos dos óleos essenciais de canela e gengibre. Afr. J. Biochem. Res. v. 4, p.
167-174. 2010.
18. GRAEBIN, Cedric Stephan. Síntese e avaliação farmacoógica in vitro de aminas derivadas do limoneno. 2008. 202f. Tese (Doutordo em Ciências
Farmacêuticas). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre -RS. 2008.
19. SANTOS, Tailane Caína de Souza. Extração de compostos bioativos de Zingiber officinale Roscoe e avaliação da sua atividade frente a fatores de
virulência de Staphylococcus aureus. 2018. 59f. Dissertação (Trabalho de conclusão de curso) para a obtenção do diploma de graduando em farmácia.
Universidade Federal de Sergipe. Lagarto-SE. 2018.
20. DOG, T. L.; RILEY, D.; CARTER, T. Tradicional and alternative therapies for breast cancer. Alternative Therapies in Health and Medicine, v.7, n. 3, p. 36-
47, 2001.
21. WHO. Monographs on selected medicinal plants. Geneva, Switzerland: World Health Organization, v. 1, p. 149-171, 1999.
22. NICOLETTI, M. A.; OLIVEIRA-JUNIOR, M. A.; BERTASSO, C. C.; CAPOROSSI, P. Y.; TAVARES, A. P. L. Principais interações no uso de medicamentos
fitoterápicos. Infarma, v. 19, n. 1/2, p. 32-40, 2007.
FONTE A. IMAGEM. STARR, F. Imagem 41316 da espécie Zingiber officinale. Jardim Botânico UTAD, Flora Digital de Portugal, 2019. Disponível em:
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FONTE B. IMAGEM. AGUILAR, R. Imagem 41325 da espécie Zingiber officinale. Jardim Botânico UTAD, Flora Digital de Portugal, 2022. Disponível em:
https://jb.utad.pt/multimedia/41325. Acesso em: 03 de fevereiro de 2022.
FONTE C. IMAGEM. STARR, F. Imagem 41335 da espécie Curcuma longa. Jardim Botânico UTAD, Flora Digital de Portugal, 2019. Disponível em:
https://jb.utad.pt/multimedia/41335. Acesso em: 03 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. EICKHOFF, D. Imagem 41331 da espécie Curcuma longa. Jardim Botânico UTAD, Flora Digital de Portugal, 2019. Disponível em:
https://jb.utad.pt/multimedia/41331. Acesso em: 03 de fevereiro de 2022.
FONTE E. IMAGEM. SANTOS, Tailane Caína de Souza. EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS DE Zingiber officinale Roscoe E AVALIAÇÃO DA SUA
ATIVIDADE FRENTE A FATORES DE VIRULÊNCIA DE Staphylococcus aureus. 2018. f. 59. Dissertação (Trabalho de conclusão de curso) para a obtenção
do diploma de graduando em farmácia. Universidade Federal de Sergipe. Lagarto-SE. 2018.
FONTE F. IMAGEM. CHAPPELL, J. et al. Sesquiterpenes. Comprehensive natural products II. Chemistry and biology, v. 1, p. 609-641, 2010.
98
Goiabeira
NT
FO ORIGEM
Psidium guajava L., popularmente conhecida como goiabeira, pertence à família Myrtaceae 6,7. É
originária da América do Sul sendo uma espécie vegetal nativa desde a Venezuela até o Rio de
Janeiro. Devido à sua adaptação em climas tropicais é cultivada em diversos países7,8.
HISTÓRICOS E CURIOSIDADES
ATENÇÃO!
FON
TE
Existem duas variedades de goiabeira que se diferenciam pela
:B
:
TE
FON
A principal indicação do chá das folhas de goiabeira é como antidiarreico e antimicrobiano no tratamento
de samonelose, e de enterites (inflamação na mucosa do intestino) causadas por rotavírus 4,7. O extrato
aquoso dos brotos apresenta atividade antimicrobiana contra Salmonella, Serratia e Staphylococcus 7.
Além disso, a planta possui atividade antioxidante, hipoglicemiante, cicatrizante e antisséptica
6,7,8,14
(tratamento da inflamação da garganta) .
A goiabeira apresenta, em sua composição química, flavonoides, taninos elágicos, triterpenos, esteróis,
vitaminas, ácidos fenólicos e óleo essencial, no qual estão presentes os acetais (dietoximetano e
dietoxietano), responsáveis por seu aroma característico 6,7,13 .
FONTE: F
FONTE: D
FONTE: I
FONTE: G
100
Você sabe a forma correta de preparar o chá das folhas de Goiabeira?
NT
FO
Em uma xícara, colocar 0,5 g das folhas secas de goiabeira, previamente cortadas em pequenos
pedaços. Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso por 10 a 15 minutos. Após
3,4
isso, deve-se coar e o chá estará pronto para o consumo .
Para as demais indicações, o chá da folha de goiabeira pode ser tomado quente ou frio e
adoçado de acordo com a preferência do usuário, desde que o mesmo não seja
diabético.
ALERTA!
Pessoas que apresentam prisão de ventre não devem fazer uso desse chá, pois
aumentará a dificuldade na evacuação 16.
101
Você sabia que a Goiabeira pode interagir com alguns medicamentos?
Referências
1. PEREIRA, S. M. A. Avaliação bromatológica e pós-colheita de frutos de goiaba. Dissertação (Doutorado em Produção Vegetal)- Universidade Federal
do Espírito Santo. Alegre, p. 140. 2018.
2. BRASIL. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Coleção Plantar Goiaba. 2º ed. Brasília, 2010.
3. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília, 2021.
4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Memento Fitoterápico- Farmacopéia Brasileira. 1 ed. Brasília, 2016.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. MS elabora Relação de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS. Brasília, 2009.
6. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos e nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
7. LORENZI, H.; MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e Exóticas. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
8. BARACUHY, J. G. V et al. Plantas Medicinais de uso comum no Nordeste do Brasil. 2 ed. Campina Grande: EDUFCGF, 2016.
9. HAIDA, K. S. et al. Compostos fenólicos totais e atividade antioxidante de duas variedades de goiaba e arruda. Revista de Atenção à Saúde, v. 9, n. 28,
2011.
10. LITZ, R. E.; PLIEGO-ALFARO, F.; HORMAZA, J. I. Biotecnologia de frutas e nozes. 2 ed. Boston: CABI, 2020.
11. PROENÇA, C.E.B.; COSTA, I.R.; TULER, A.C. 2020. Psidium in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em:
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB24034. Acesso em: 12 jan. 2022.
12. BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão Assessora de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 4 ed. São Paulo, 2019.
13. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia Contemporânea- Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
14. GUTIÉRREZ, R. M. P; MITCHELL, S; SOLIS, R. V. Psidium guajava: a review of its traditional uses, phytochemistry and pharmacology. Journal of
Ethnopharmacology. v. 117, p. 1-27. 2008.
15. SILVA, E. A. J. Óleo essencial das folhas de Psidium guajava: controle de Sclerotinia sclerotiorum em soja, atividade bactericida e anticariogênica.
Tese (Doutorado em Ciências Agrárias)- Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Goiano. Rio Verde, p. 71. 2019.
16. VILAR, D. de A. et al. Plantas medicinais: um guia prático. 1ed. Aracaju: IFS, 2019.
17. ALONSO, J.; DESMARCHELIER, C. Plantas medicinales: Bases Científicas para su Aplicación em Atención Primaria de la Salud. 1 ed. Buenos Aires:
Corpus Libros Médicos y Científicos, 2015.
18. MORAIS-BRAGA, M. F. B. et al. Phenolic composition and medicinal usage of Psidium guajava Linn.: Antifungal activity or inhibition of virulence? Saudi
journal of biological sciences, v. 24, n. 2, p. 302-313, 2017.
19. DALEE, A. D. et al. Synergistic effect of local guava, noni, carambola and kariyat extracts and tetracycline in inhibiting the growth of Escherichia
coli and salmonella sp., clinically isolated from yingo hospital, Narathiwat Province, South Thailand. Proceeding of International Conference on
Research, Implementation and Education of Mathematics and Sciences, 2015. Disponível em: https://wb.yru.ac.th/xmlui/bitstream/handle/yru/3481/sci_2.3-
15.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 12 de janeiro de 2021.
20. CHENNIAPPAN, K.; KADARKARAI, M. In vitro antimalarial activity of traditionally used Western Ghats plants from India and their interactions with
chloroquine against chloroquine-resistant Plasmodium falciparum. Parasitology research, v. 107, n. 6, p. 1351-1364, 2010.
21. BETONI, J. E. C. et al. Synergism between plant extract and antimicrobial drugs used on Staphylococcus aureus diseases. Memórias do Instituto Oswaldo
Cruz, v. 101, n. 4, p. 387-390, 2006.
FONTE A. IMAGEM. Jair Costa Nachtigal. BRASIL. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistemas de Produção: sistema de produção de goiabas
para pequenos produtores do Rio Grande do Sul. 1 ed, p.45. Pelotas, 2015. Acesso em 05 de fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. PINHO, A. I. Efeitos biológicos do óleo essencial e do extrato hidro alcoólico das folhas de Psidium guajava var. pomifera L. Tese
(Doutorado em Ciências Biológicas) Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, p. 90. 2015.
FONTE C. IMAGEM. Green Fingers. Growing Guava in Pots | Guava Tree Care and Information Disponível em:
https://es.gardenmanage.com/statuses/1000038199.html>. Acesso em 31 de janeiro de 2022. Acesso em 05 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. VIAN, Camila de Oliveira. Efeitos da Quercetina em Estágios Embrio-Larvais em Zebrafish (Danio rerio). 2020. 44f. Dissertação
(Mestrado - Ciências Fisiológicas), Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas, Universidade Federal de Rio Grande, Rio Grande, 2020. Acesso em
05 de fevereiro de 2022.
FONTE E. IMAGEM. MATHEW, N. S.; NEGI, P. S. Plant-derived compounds against protozoan neglected diseases: toward sustainable drug development.
Discovery and Development of Therapeutics from Natural Products Against Neglected Tropical Diseases. Elsevier, p. 241-292, 2019. Acesso em 05 de fevereiro
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FONTE F. IMAGEM. DE PAULA, J. A. M. Fitoquímica e atividades biológicas de Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) L. R. Landrum (Myrtaceae).
Dissertação (Doutorado em Biologia) - Universidade Federal de Goiás. Goiânia, p. 247. 2011. Acesso em 05 de fevereiro de 2022.
FONTE G. IMAGEM. PEREIRA, L. D. Influência de fatores edáficos na composição química de cascas e sementes de jabuticaba (Myrciaria cauliflora).
Tese (Doutorado em Química)-) - Universidade Federal de Goiás. Goiânia, p. 116. 2016. Acesso em 05 de fevereiro de 2022.
FONTE H. IMAGEM. MENDES. L. A. Perfil cromatográfico do óleo essencial de Psidium guajava L. em análise sazonal e efeito larvicida em Aedes
aegypti L. (Diptera: Culicidae). Dissertação (Mestrado em Produção vegetal)- Universidade Federal do Espírito Santo. Alegre, p. 105. 2017. Acesso em 05 de
fevereiro de 2022.
FONTE I. IMAGEM. SZAFRANEK, B. et al. Analysis of leaf surface sesquiterpenes in potato varieties. Journal Agricultural and Food Chemistry, v. 53, n. 8, p.
2817-2822, 2005. Acesso em 05 de fevereiro de 2022.
102
Guaco
Mikania glomerata Spreng. (Guaco) é uma planta medicinal muito utilizada no Brasil. Devido a sua
relevância, foi oficializada na Farmacopeia Brasileira, desde sua 1ª edição (1926). Essa espécie
integra a Lista de Plantas Medicinais de Interesse do SUS (RENISUS), o Formulário de
Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 1ª e 2ª edições e 1º suplemento deste formulário, e se
encontra entre os 12 fitoterápicos disponibilizados pelo SUS, na categoria de Produto Tradicional
Fitoterápico 1,2.
ORIGEM
:A
T E
F ON
Mikania glomerata Spreng., conhecido popularmente como guaco, pertence à família Asteraceae
(Compositae) 3. Essa planta é nativa das regiões de mata atlântica do sul e sudeste do Brasil, mas devido
à tradição de uso popular ela é cultivada em todo o país. Também ocorre no sul do Paraguai e noroeste
da Argentina4,5.
ATENÇÃO!
O gênero Mikania apresenta mais de 400 espécies vegetais, sendo a Mikania glomerata Spreng. e a
Mikania laevigata Sch. Bip ex Baker as de maior relevância. Por apresentarem constituição química,
atividades farmacológicas e características botânicas semelhantes, dificilmente a população consegue
diferenciá-las. Por isso, fazem uso das mesmas, de maneira indistinta 5,6.
Essas espécies diferem quanto à época de floração, que ocorre em janeiro na M. glomerata e
em setembro na M. laevigata. Diferem, também, no formato de suas folhas. A M. glomerata
apresenta lobos menos proeminentes do que M. laevigata, embora essa diferença seja pouco
expressiva 4,7.
Dessa forma, ambas as espécies são recomendadas pelo Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia
Brasileira para as mesmas indicações8.
FONTE: B FONTE: B
FONTE: A
Em uma xícara, colocar de 2 a 3 g das folhas secas de guaco, previamente cortadas em pequenos
pedaços. Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso por 10 a 15 minutos. Após
esse tempo, filtrar (coar) e o chá estará pronto para o consumo8.
104
Como o chá das folhas de Guaco deve ser utilizado?
Para ação no sistema respiratório, pode ser ingerido quente ou frio, adoçado ou não, de acordo com a
preferência do indivíduo, desde que ele não seja diabético.
ALERTA!
Não deve ser utilizado por indivíduos com hipersensibilidade à planta ou a outras
espécies da família Asteraceae (Compositeae) 8.
O uso contínuo do chá de guaco não pode ser superior a 15 dias, sendo necessário
intervalo de 5 dias para reiniciar o seu uso 19.
O Guaco não deve ser utilizado por indivíduos em tratamento com anti-inflamatórios
não esteroidais 8,19.
1.LIMA, N. P. et al. Produção de mudas por estaquia de duas espécies de guaco. Horticultura brasileira. v. 21, n. 1, p. 106-109, 2003.
2.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Instrução Normativa n° 2, de 13 de maio de 2014. Publica a "Lista de medicamentos fitoterápicos
de registro simplificado" e a "Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado". Diário Oficial da União. Brasília, D, 14 de maio de 2014. Seção
1. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/3295949/IN_02_2014_COMP.pdf/173d7c28-f985-4976-b8b5-268d911e997a. Acesso em 28 de
junho de 2020.
3.LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008.
4.ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Buenos Aires: Argentina, 2004.
5.GASPARETTO, J. C. et al. Mikania glomerata Spreng. e Mikania laevigata Sch Bip ex Baker, Asteraceae: Estudos agronômicos, genéticos, morfoanatômicos,
químicos, farmacológicos, toxicológicos e uso nos programas de fitoterapia do Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia. v. 20, n. 4. p. 627-640, 2010.
6.BOLINA, R. C., GARCIA, E. D. F., DUARTE, M. G. R. Estudo comparativo da composição química das espécies vegetais Mikania glomerata Sprengel e
Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker. Revista Brasileira de Farmacognosia. v. 19 n. 1B. p. 294-298, 2009.
7.SANTOS S. C. Caracterização cromatográfica de extratos medicinais de guaco: Mikania laevigata SCHULTZ BIP. EX BAKER e M. glomerata
SPRENGEL e ação de M. laevigata na inflamação alérgica pulmonar. 2005. f. 93. Dissertação (Mestre em Ciências Farmacêuticas). Universidade do Vale do
Itajaí. Itajaí, 2005.
8.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília-DF, 2021.
9.LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
10.BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Secretaria dos Colaboradores. Comissão Assessoria de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. São Paulo, 2016.
11.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Primeiro suplemento do formulário de fitoterápicos da farmacopeia brasileira. 1 ed, 2018a.
12.MAIORANO V. A et al. Antiophidian properties of the aqueous extract of Mikania glomerata. Journal of ethnopharmacology. v.102, n. 3, p. 364-370, 2005.
13.USHIMARU, P. I. “Atividade antibacteriana In vitro de extratos de plantas medicinais contra cepas de Escherichia coli de amostras clínicas humanas e
interações com drogas antimicrobianas”. Natural Product Research, v. 26, n. 16, p. 1553–1557, 2012.
14.SAAD, G. A. et al. Fitoterapia Contemporânea- Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
15.CZELUSNIAK, K. E et al. Farmacobotânica, fitoquímica e farmacologia do Guaco: revisão considerando Mikania glomerata Sprengel e Mikania laevigata
Schulyz Bip. ex Baker. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. v. 14; n. 2, p. 400-409. 2012.
16.Vasconcelos, J. F. et al. Effects of umbelliferone in a murine model of allergic airway inflammation. European Journal of Pharmacology, v. 609, n. 1-3, p.
126-131, 2009.
17.LEAL, L. K. A. M. et al. Antinociceptive, anti-inflammatory and bronchodilator activities of Brazilian medicinal plants containing coumarin: A comparative study.
Journal of Ethnopharmacology, v. 70, n. 2, p. 151-159. 2000.
18.GEETHAE, T; VARALAKSHMI, P. "Atividade anti-inflamatória do lupeol e linoleato de lupeol em ratos". Journal of Ethnopharmacology, v. 76, n. 1, p. 77–
80. 2001.
19.PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário de preparação extemporânea: farmácia da natureza - chás medicinais. 1. ed. São Paulo: Bertolucci, 2017.
20.SILVEIRA, D. Plantas medicinais e fitoterápicos: guia rápido para a utilização de algumas espécies vegetais. Brasília: Universidade de Brasília, 2013.
21.SALES P. M et al. The use of herbal medicine by aids patients from hospital universitário de Brasília, Brazil. Boletín Latinoamericano y del Caribe de
Plantas Medicinales y Aromáticas. v. 7, n. 4, p. 207-216. 2008.
FONTE A. IMAGEM. Acervo de imagens do Agrônomo Fernando Viana. Horto de Plantas Medicinais do IPeFarM UFPB.
FONTE B. IMAGEM. BERTOLUCCI, Suzan Kelly Vilela. Marcadores químicos em Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker e Mikania glomerata Sprengel
cultivadas sob diferentes níveis de sombreamento: isolamento, quantificação, variação sazonal e estabilidade. 2009. 199 f. Tese (Doutorado em
Farmácia) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009. Acesso em 02 de fevereiro de 2022.
106
Hortelã-da-folha-grossa
E
NT ORIGEM
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
A palavra plectranthus deriva do grego plectron, que significa espora, e anthos, que significa
flor, o que faz alusão a forma das flores de plantas desse gênero. A denominação
amboinicus se refere a Amboin, ilha da qual essa espécie é nativa 3 .
ATENÇÃO!
da P. amboinicus 5. 107
Hortelã-Homem (Plectranthus barbatus Andrews)
É uma planta arbustiva, aromática e perene, que pode atingir até 1,5 m de altura. As
folhas são ovaladas, simples, com bordas dentadas e pilosas (presença de pelos).
Além disso, são grossas, não quebradiças, suculentas quando frescas e possuem
sabor amargo. Já as flores são azuladas e se posicionam na forma de racemos
1,6
:A
(cachos) . FO
NT
E
FONTE: C FONTE: D
FONTE: B FONTE: B
108
Você sabe a forma correta de preparar o chá das folhas de
Hortelã-da-folha-grossa?
:A
E
NT
FO
Em casos de inflamação da boca e da garganta, fazer bochechos e gargarejos, pois não deve
ser feita a ingesta do chá 4,7.
O chá das folhas de hortelã-da-folha-grossa pode ser consumido quente ou frio e adoçado conforme a
preferência, contanto que o indivíduo não seja diabético.
IMPORTANTE!
ALERTA!
Preparações contendo a hortelã-da-folha-grossa não devem ser utilizadas por indivíduos com
hipersensibilidade à planta ou a algum dos seus constituintes 13.
109
O chá de hortelã-da-folha-grossa pode causar insônia, quando utilizado antes de dormir 12.
Referências
1.LORENZI, H.; MATOS, F. J. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e Exóticas. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
2.MATOS. F. J. A. Plantas medicinais. GUIA DE SELEÇÃO E EMPREGO DE PLANTAS MEDICINAIS USADAS EM FITOTERAPIA NO NORDESTE DO
BRASIL. 3 ed. Ceará: Editora UFC, 2007.
3.ARUMUGAM, Greetha; SWAMY, Mallappa Kumara; SINNIAH, Uma Rani. Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng: botanical, phytochemical, pharmacological
and nutritional significance. Molecules, v. 21, n. 4, p. 369, 2016.
4.LUZ NETTO, N. Memento terapêutico fitoterápico do hospital das forças armadas. Brasília: EGGCF, 1998.
5.BANDEIRA, J.M. et al. Composição do óleo essencial de quatro espécies do gênero Plectranthus. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v. 13, n. 2, p. 157-164, 2011.
6.GORJEN, Leonardo Valentini; RODRIGUES, Líbian Volsi. Comparação de métodos de propagação de Plectranthus barbatus via curvas de crescimento e
de biomassa fresca em estufa. Monografia (Curso de Agronomia) – Universidade de Brasília, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Brasília, 2011.
Disponível em: https://www.bdm.unb.br/bitstream/10483/3363/1/2011_LeonardoGorgen_LibianRodrigues.pdf. Acesso em: 19 de nov. 2020.
7. DINIZ, M. F. F. M.; OLIVEIRA, R. A. G.; JÚNIOR, A. M.; MEDEIROS, A. C. D. MOURA, M. D. Memento de plantas medicinais: as plantas como alternativa
terapêuticas aspectos populares e científicos. João Pessoa: Editora Universitária / UFPB, 1998.
8.BARACUHY, J. G. V. et al. Plantas medicinais de uso comum no Nordeste do Brasil, Campina Grande, 20169
9.GURGEL, Ana Pavla Almeida Diniz. A importância de Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng como alternativa terapêutica métodos experimentais.
2007. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco, 2007.
10.SILVA, M. G.; DINIZ, M. F. F. M.; OLIVEIRA, RAG de. Fitoterápicos: Guia do profissional de saúde. João Pessoa: Universitária, 2002a, 36p, 2002.
11.BATISTA, L. M. et al. Cartilha de Plantas Medicinais utilizadas na promoção do autocuidado em saúde. Programa de Educação Tutorial (PET-Farmácia).
João Pessoa, 2020.
12.PAULO, Patrícia Trindade C. et al. Ensaios clínicos toxicológicos, fase I, de um fitoterápico composto (Schinus terebinthifolius Raddi, Plectranthus amboinicus
Lour e Eucalyptus globulus Labill). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 19, n. 1, p. 68-76, 2009. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/rbfar/v19n1a/15.pdf. Acesso em 19 de novembro de 2020.
13.BEZERRA, Wilma Katia Trigueiro et al. O uso de fitoterapia com ação anti-inflamatória que atuam no sistema gênito-urinário. Informativo Técnico do
Semiárido, v. 8, n. 1, p. 24-36, 2014. Disponível em: https://www.gvaa.com.br/revista/index.php/INTESA/article/view/3027/2525. Acesso em 19 de novembro de
2020.
FONTE A. IMAGEM. Acervo de imagens do PET-Farmácia UFPB.
FONTE B. IMAGEM. ARUMUGAM, Greetha; SWAMY, Mallappa Kumara; SINNIAH, Uma Rani. Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng: botanical, phytochemical,
pharmacological and nutritional significance. Molecules, v. 21, n. 4, p. 369, 2016. Acesso em 02 de fevereiro de 2022.
FONTE C. IMAGEM. Veras, Kleyton Santos. Ácido rosmarínico: complexação com ciclodextrinas, avaliação do potencial antioxidante in vitro e estudo de
compatibilidade com excipientes com vistas ao desenvolvimento de formulação sólida oral. 2017. 116 f. Dissertação (Mestrado – Ciências Farmacêuticas).
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017. Acesso em 02
de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. ALONSO, J.; DESMARCHELIER, C. Plantas medicinales: Bases Científicas para su Aplicación em Atención Primaria de la Salud. 1
ed. Buenos Aires: Corpus Libros Médicos y científicos, 2015. Acesso em 02 de fevereiro de 2022.
110
Hortelã-homem/Boldo-nacional
E
NT
FO ORIGEM
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
ATENÇÃO
No Brasil, o termo boldo é utilizado para diferentes espécies medicinais, a depender da região. Além
do Plectranthus barbatus Andrews (boldo-nacional ou hortelã-homem), as espécies Peumus boldus
Molina (boldo-do-chile ou boldo verdadeiro) e Vernonia condensata Baker (boldo baiano) também
recebem essa denominação. Além disso, o Plectranthus barbatus Andrews é botanicamente
semelhante ao Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng (hortelã-da-folha-grossa). Embora essas
espécies pertençam ao mesmo gênero, elas possuem propriedades químicas e farmacológicas
distintas que precisam ser conhecidas.
111
Você sabe como diferenciar essas espécies
vegetais?
NT
FO
:B
N TE
FO
N
FO
:A
E
NT
FO
É indicado principalmente para problemas gastrointestinais, pois possui atividade antidispéptica (má
digestão), antiespasmódica (cólicas intestinais) e redutora da secreção gástrica 4,7. Também apresenta
ação hepatoprotetora, broncodilatadora, anti-hipertensiva, antioxidante, antiagregante plaquetário e
estimula a lipólise (queima de gordura) 5,7. Também apresenta atividades analgésicas, anti-inflamatória,
antisséptica, antimicrobiana, citotóxicas e pode ser usada para ressaca alcoólica 13.
112
Quais constituintes químicos presentes nessa espécie vegetal
são responsáveis por suas atividades medicinais?
Essa planta possui como fitoconstituintes diterpenos (forscolina e barbatusina); flavonoides, ácidos
fenólicos (ácido rosmarínico) e óleos essenciais, do tipo monoterpeno (α-pineno, micerno e fenchona) e
sesquiterpeno (guaieno) 5,7. Além disso, possui o valenceno, que não está presente nos demais
Plectranthus 13.
Fechona Guaieno
O monoterpeno (fenchona) e o
sesquiterpeno (guaieno) são os
responsáveis pelo aroma característico
dessa espécie 5. As atividades
FONTE: D FONTE: E antidispéptica, broncodilatadora, anti-
hipertensiva, antiagregante plaquetária e
Forscolina estimulante da lipólise é atribuída
principalmente ao diterpeno labdano
(forscolina) 7,14,15.
FONTE: F
FONTE: A
Em uma xícara, colocar de 1 a 3 g das folhas secas de boldo nacional, previamente lavadas e
cortadas em pedaços pequenos. Adicionar 150 mL de água fervente e abafar por 20 minutos. Após
isso, filtrar (coar) e o chá estará pronto para utilização 4,5,7,8.
O chá das folhas de boldo-nacional, ao ser utilizado com finalidade terapêutica no trato
gastrointestinal, deve ser ingerido à temperatura ambiente (frio) e sem a adição de açúcar
ou adoçantes.
113
Para as demais indicações, o chá pode ser ingerido quente ou frio e adoçado ou não, de
acordo com as preferências do indivíduo, desde que o mesmo não seja diabético.
ALERTA!
O chá das folhas de boldo-nacional não deve ser utilizado por indivíduos com
hipersensibilidade aos componentes da formula, gestantes, lactantes e crianças4,7,8,16.
O uso dessa planta não é indicado para casos de constipação crônica, distúrbios
intestinais, doenças inflamatórias intestinais, dores abdominais de origem desconhecida e
em quadro de desidratação grave 4,5,16.
Além disso, indivíduos que apresentam propensão a hipotensão (pressão baixa) devem
utilizar essa preparação com cautela pois ela pode reduzir a pressão arterial7,8.
O uso desse chá em altas doses ou por longos períodos, pode causar irritação gástrica e
desconforto gastrointestinal4,8,16.
O uso contínuo não deve ultrapassar 30 dias, dessa forma, caso o tratamento precise
ser repetido, deve-se fazer um intervalo de 7 dias antes de reiniciá-lo4.
114
Referências
1. GRANDI, T. S. M. Tratado das Plantas Medicinais: mineiras, nativas e cultivadas [recurso eletrônico]: 1. ed. – Belo Horizonte: Adaequatio Estúdio, 2014.
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SUS, DAF/SCTIE/MS. Brasília: ANVISA. 2009.
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Brasília, 2018.
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5. LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativa e exótica. 2 ed. Novas Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
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7. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia Contemporânea- Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
8. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Farmacopeia Brasileira. 6° edição. Volume II – Monografias de Plantas Medicinais. Brasília,
2019.
9. SCHWANZ, M. et al. Caracterização Farmacobotânica de Peumus boldus (Monimiaceae) e Avaliação de Atividades Biológicas do Alcalóide Boldina. Latin
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10. VICENTE, M. A. A. Multiplicação in vitro e aclimatação de plantas medicinais (Vernonia condensata e Justicia pectoralis). Cruz das Almas,
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, p. 11, 2008.
11. BRASIL. Ministério da Saúde. Monografia da espécie Vernonia condensata (“Boldo Baiano”). NATAL – RN, 2014.
12. ARUMUGAM, G.; SWAMY, M. K.; SINNIAH, U. R. Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng: Botanical, Phytochemical, Pharmacological and Nutritional
Significance. Molecules. v,21, n. 4, p. 369. jan. 2016.
13. BANDEIRA, J.M.; BARBOSA, F.F.; BARBOSA, L.M.P.; RODRIGUES, I.C.S.; BACARIN, M.A.; PETERS, J.A.; BRAGA, E.J.B. Composição do óleo
essencial de quatro espécies do gênero Plectranthus. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.13, n.2, p.157-164, 2011.
14. COSTA, F. H. M. Caracterização da composição química de extratos de boldos in natura e produtos comerciais derivados do boldo. 2017. 62f.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2017.
15. SIMPLICIO. J. A., SIMÃO. M. R.; AMBROSIO, S. R.; TIRAPELLI, C. R.The Labdane Ent-3-Acetoxy-Labda-8(17), 13-Dien-15-Oic Decreases Blood Pressure
In Hypertensive Rats. Sociedade Brasileira de Cardiologia . DOI: 10.5935/abc.20160058
16. CARVALHO, A. C. B.; SILVEIRA, D. Drogas vegetais: uma antiga nova forma de utilização de plantas medicinais. Brasília Médica, v. 47, p. 218-236, 2010.
17. DINIZ, M. F. F. M.; OLIVEIRA, R. A. G.; JÚNIOR, A. M.; MEDEIROS, A. C. D.; MOURA, M. D. Memento de plantas medicinais: as plantas como
alternativa terapêutica: aspectos populares e científicos. João Pessoa: Editora Universitária / UFPB, 2006.
FONTE A. IMAGEM. Acervo de imagens do PET-Farmácia UFPB.
FONTE B. IMAGEM. MONTIEL, O. M. Peumus boldus Molina Stevens - 34175 - Chile. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden, 2022. Disponível em:
legacy.tropicos.org/Image/100260838. Acesso em: 03/02/2022.
FONTE C. IMAGEM. CENTRO NORDESTINO DE INFORMAÇÕES SOBRE PLANTAS (CNIP). Vernonia condensata Baker. Associação Plantas do
Nordeste, 2022. Disponível em: www.cnip.org.br/banco_img/Alcachofra/vernoniacondensatabaker4.html. Acesso em: 09/02/2022.
FONTE D. IMAGEM. SALES, HJSP. Lavandula L.-aplicação da cultura in vitro à produção de óleos essenciais e seu potencial económico em Portugal. Revista
Brasileira de Plantas Medicinais, v. 17, n. 4, p. 992-999, 2015.
FONTE E. IMAGEM. SILVA, D. et al. A química dos chás: uma temática para o ensino de química orgânica. 2011. 99f. Dissertação (Mestrado em Ensino
de Ciências), Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Maria – RS, 2011.
FONTE F. IMAGEM. SIMPLICIO, J. A. et al. O Labdano Ácido Ent-3-Acetóxi-Labda-8 (17), 13-Dieno-15-Óico Reduz Pressão Arterial Em Ratos Hipertensos.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 106, p. 481-490, 2016.
FONTE G. IMAGEM. COSTA, F. H. M. Caracterização da composição química de extratos de boldos in natura e produtos comerciais derivados do
boldo. 2017. 62 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri,
Diamantina, 2017.
115
Hortelã-miúda
Mentha x villosa Huds. (Hortelã-miúda), assim como outras espécies do gênero Mentha, é utilizada
com finalidade alimentícias e medicinais, desde a antiguidade. O desenvolvimento de estudos
científicos que validam suas propriedades terapêuticas fomentou sua incorporação na Relação
Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS (RENISUS) 1,2.
ORIGEM
:A
N TE
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O nome do gênero Mentha tem origem na mitologia grega, sendo uma derivação de "Minthe",
uma ninfa pela qual Zeus era apaixonado. Já a palavra vilosa faz referência aos pelos grossos
. 5.
e ásperos presentes nas folhas de hortelã-miúda
A Mentha x villosa Huds. é resultado da hibridização de duas espécies do mesmo gênero, a Mentha
spicata L. e a Mentha suaveolens Ehrh. Essa planta chegou ao Brasil no período das grandes
navegações e foi aclimatada no país 4,6.
ATENÇÃO!
O gênero Mentha possui mais de 30 espécies que são utilizadas, desde a antiguidade com as mesmas
finalidades. Dentre essas espécies, a Mentha x piperita L. (hortelã-pimenta), a Mentha arvensis L.
(hortelã-japonesa) e a Mentha spicata L. (hortelã-verde ou menta) podem ser confundidas ou usadas
como adulterantes da Mentha x villosa Huds. (hortelã-miúda) 7 .
:B
É uma erva perene e aromática que atinge cerca de 30 cm de altura. Suas folhas
têm formato elíptico, são serreadas, com ápice pontudo, coloração verde púrpura,
aroma forte e sabor picante. Suas inflorescências são em forma de espigas curtas
com flores pequenas de coloração lilás 1,5,7.
FON
Hortelã-japonesa (Mentha arvensis L.) T
E:
É uma erva perene que atinge cerca de 60 cm de altura. Suas folhas crescem em
C
direções opostas, possuem formato ovalado e com terminais em aspecto de serra. Seu
diferencial das outras espécies é por ela ser estolonífera, isto é, possuir a capacidade
de produzir caules finos que crescem horizontalmente ao solo e são capazes de
originar uma nova planta10.
FON
T
Hortelã-verde ou Menta (Mentha spicata L.)
E:
D
É uma espécie perene que atinge cerca de 50 cm de altura. Suas folhas possuem
formato ovalado longo e são enrugadas, se diferenciando das demais por
apresentarem coloração em tons verde brilhante. Suas flores possuem uma
coloração que varia do branco ao lilás e aparecem em capítulos terminais com
formato de espiga que são caracteristicamente alongados7,11.
117
Óxido de piperitenona 1,2-epóxi-pulegona
A ação antiparasitária é atribuída
principalmente ao monoterpeno óxido de
piperitenona e seu isômero 1,2-
epoxipulegona 3,12,15
. O óxido de piperitenona
também apresenta ação analgésica,
hipotensora e sedativa5,14 .
FONTE: E FONTE: F
N
FO
Em uma xícara, colocar 1 colher de chá das folhas secas ou 2 colheres de chá das folhas frescas da
hortelã-miúda. Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso por 10 a 15 minutos.
6
Após isso, deve-se coar a preparação e o chá estará pronto para o consumo .
Para o uso na forma de chá é indicado a ingesta de duas a quatro xícaras de chá ao dia durante 10
dias consecutivos 3. Para os casos de tricomoníase vaginal, além da administração oral, o chá pode
ser utilizado para a higiene vaginal, uma vez ao dia, durante duas semanas 1.
ATENÇÃO!
NT
E
FO
Para o uso na forma de sumo é indicado uma colher de sopa ao dia, em jejum, durante 15 dias. E
para as crianças utilizar uma colher de chá ao dia, em jejum, durante 15 dias3.
ALERTA!
O tratamento com hortelã-miúda deve sempre ser repetido após uma pausa de 10 dias1.
O chá das folhas de hortelã-miúda não deve ser consumido nos primeiros três meses da
gestação3.
Para que não ocorra uma nova contaminação, é importante que seja mantido bons hábitos
de higiene do usuário e também de sua família no decorrer e após o tratamento15.
119
Referências
1.LORENZI, H.; MATOS, F. J. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e Exóticas. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
2.BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. MS elabora Relação de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS. Brasília, 2009.
3.DINIZ, M. F. F. M. et al. Memento de plantas medicinais: as plantas como alternativa terapêuticas aspectos populares e científicos. João Pessoa:
Editora Universitária / UFPB, 1998.
4.MATOS. F. J. A. Plantas medicinais. GUIA DE SELEÇÃO E EMPREGO DE PLANTAS MEDICINAIS USADAS EM FITOTERAPIA NO BRASIL. 3 ed. Ceará:
Editora UFC, 2007.
5.SAAD, G. A. et al. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
6.LUZ NETTO, N. Memento terapêutico fitoterápico do hospital das forças armadas. Brasília: EGGCF, 1998.
7.ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
8.MATOS. Secretaria Municipal de Saúde. Guia fitoterápico do Programa Farmácia Viva de Fortaleza. 2004.
9.BARACUHY, J. G. V. et al. Plantas medicinais de uso comum no Nordeste do Brasil, Campina Grande, 2016.
10. RODRIGUES, V. G. S.; GONZAGA, D. S. de O. M. Hortelã-japonesa (Mentha arvensis L., var. Piperascens Holmes). Porto Velho: Embrapa Rondônia,
2001.
11.FERREIRA, C. P. Caracterização química e morfológica de genótipos de Mentha spp. 2008. 97 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Agrárias)-
Universidade de Brasília, Brasília, 2008.
12.MORENO, Mariana Ribeiro; OLIVEIRA, Sabrina Chaves de. Resultado da experimentação agronômica com o gênero Mentha no Distrito Federal-Brasil
(período de 1985 a 2012). Universidade de Brasília, 2013.
13. RAMOS, S. J. et al. Produção de matéria seca e óleo essencial de menta sob diferentes doses de fósforo. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 8, n.
1, p. 9-12, 2005.
14. SILVA, F. L. A.; OLIVEIRA, R. A. G.; ARAÚJO, E. C. Uso de plantas medicinais pelos idosos em uma Estratégia Saúde da Família. Rev. Enferm. UFPE on
line, p. 9-16, 2008.
15. MATOS, A. F. J. Farmácias Vivas. 4. ed. UFC. Fortaleza, 2002.
16. OZ, M. et al. Cellular and molecular targets of mentol actions. Frontiers in Pharmacology, v.8, p. 472, 2017.
17. MAHENDRAN, G; RAHAMAN, L. Ethnomedicinal, phytochemical and pharmacological updates on peppermint (Mentha x piperita L.)- A rewiew. Phtotherapy
Research. 2020.
18. MALTA Jr., A.; DINIZ, M. F. F. M.; OLIVEIRA, R. A. G. Secretaria de Saúde do Estado. Fitoterápicos: Guia do Profissional de Saúde. Coordenação de
Saúde. João Pessoa: Núcleo de Assistência Farmacêutica, 2002.
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FONTE B. IMAGEM. Isfugl. UTAD Jardim Botânico. Disponível em: https://jb.utad.pt/especie/Mentha_x_piperita#imagem-33292. Acesso em 01 de fevereiro de
2022.
FONTE C. IMAGEM. António Crespí. UTAD Jardim Botânico. Disponível em: https://jb.utad.pt/multimedia/12472#imagem-12472. Acesso em 01 de fevereiro de
2022.
FONTE D. IMAGEM. Ricardo Cardoso Antônio. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Mentha spicata L. Disponível em:
http://www.unirio.br/ccbs/ibio/herbariohuni/mentha-spicata-l. Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
FONTE E. IMAGEM. MIMICA-DUKIC, N.; BOZIN, B. Mentha L. species (Lamiaceae) as promising sources of bioactive secondary metabolites. Current
Pharmaceutical Design, v. 14, n. 29, p. 3141-3150, 2008. Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
FONTE F. IMAGEM. MARANGONI, C.; DE MOURA, N. F.; GARCIA, F. R. M. UTILIZAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS E EXTRATOS DE PLANTAS NO
CONTROLE DE INSETOS. Revista de ciências ambientais, v. 6, n. 2, p. 92-112, 2013. Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
FONTE G. IMAGEM. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Informações sistematizadas da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS.
Eucalyptus globulus Labill. – Eucalipto. Brasília – DF, 2018. Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
FONTE H. IMAGEM. GRAEBIN, Cedric Stephan. Síntese e avaliação da atividade farmacológica in vitro de aminas derivadas do limoneno. Tese
(Doutorado em Ciências Farmacêuticas) – Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
2008. Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
FONTE I. IMAGEM. González Martínez, Christian Alfonso. Principais componentes do óleo essencial de acessos de Mentha spp em Brasília e estudo da
propagação vegetativa. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Programa de Pós-graduação em Agronomia, Universidade de Brasília, Brasília, 2016. Acesso
em 01 de fevereiro de 2022.
120
Hortelã-pimenta
:A
E
NT ORIGEM
FO
Mentha x piperita L., conhecida popularmente como hortelã-pimenta e hortelã de tempero, pertence à família
Lamiaceae. Essa espécie vegetal embora seja nativa da Europa, é encontrada atualmente em todos os
continentes, devido à sua fácil adaptação1,4,5.
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
A palavra mentha deriva de "Minthe", que segundo a mitologia grega era uma ninfa pela
qual Zeus era apaixonado. Já o termo piperita foi atribuído devido ao sabor picante e
aromático dessa espécie 4,5.
ATENÇÃO!
O gênero Mentha possui mais de 30 espécies que são utilizadas medicinalmente desde a antiguidade
com as mesmas finalidades. Dentre essas espécies, a Mentha arvensis L. (hortelã-japonesa) e a
Mentha spicata L. (hortelã-verde ou menta) podem ser confundidas ou usadas como adulterantes da
Mentha x piperita L. (hortelã-pimenta) 6.
:A
E
NT
FO
:C
formato de espiga que são caracteristicamente alongados6,8. NT
E
FO
O principal grupo fitoquímico do hortelã-pimenta é seu óleo essencial composto por monoterpenos
(mentol e mentona), eucaliptol e acetato de metila. Também possui flavonoides (eriocitrina e
narirutina) e ácidos fenólicos (ácido rosmarínico, triterpenos, taninos e princípios amargos) 4,5,9. A
associação dos monoterpenos (mentol e mentona) e flavonoides (eritrocina e narirutina) são
responsáveis por conferir as propriedades antiespasmódica, antiflatulenta, digestiva, colagoga e
colerética. O mentol e a mentona desepenham uma importante atividade analgésica e, junto com o
ácido rosmarínico (ácido fenólico), é responsável pelas propriedades antimicrobiana e anti-
inflamatória 4,5,9 .
122
Mentol Mentona Eriocitrina
FONTE: F FONTE: E
E
NT
FO
Em uma xícara, colocar de 1,5 a 3,0 g das folhas secas de hortelã-pimenta, previamente cortadas em
pequenos pedaços. Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso por 10 a 15 minutos.
Após isso, filtrar a preparação e o chá estará pronto para o consumo3.
Para problemas gastrointestinais, o chá das folhas de hortelã-pimenta deve ser ingerido à
temperatura ambiente (frio) e sem adição de açúcar ou adoçante. Para as demais
indicações, pode ser ingerido quente ou frio e adoçado segundo a preferência.
ALERTA!
O chá das folhas de hortelã-pimenta não deve ser utilizado por gestantes e lactantes
devido à ausência de estudos para esse grupo, nem por indivíduos que apresentam
hipersensibilidade ao mentol ou outros componentes do óleo essencial 11,12,13 .
123
É contraindicado para crianças com idade inferior a 2 anos e/ou acometidas por episódios
convulsivantes, tendo em vista que o mentol pode causar apneia reflexa e laringoespamos11,12.
Portadores de problemas biliares só devem fazer uso desse chá com acompanhamento de um
profissional de saúde 12.
O chá deve ser usado com precaução, pois podem provocar arritmias, hipotensão
severa, confusão mental, lesões hepáticas, nefrite intersticial e insuficiência renal
aguda3,5 .
Referências
1.LORENZI, H.; MATOS, F. J. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e Exóticas. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
2.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 1 ed. Brasília, 2018. 1º suplemento.
3.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília, 2021.
4.ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2004.
5.SAAD, G. A. et al. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
6.ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
7.RODRIGUES, V. G. S.; GONZAGA, D. S. de O. M. Hortelã-japonesa (Mentha arvensis L., var. Piperascens Holmes). Porto Velho: Embrapa Rondônia, 2001.
8.FERREIRA, C. P. Caracterização química e morfológica de genótipos de Mentha spp. 2008.
9.MAHENDRAN, G.; RAHMAN, L. Ethnomedicinal, phytochemical and pharmacological updates on Peppermint (Mentha× piperita L.)-A review. Phytotherapy
Research, 2020.
10.OZ, M. et al. Cellular and molecular targets of menthol actions. Frontiers in pharmacology, v. 8, p. 472, 2017.
11.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). MONOGRAFIA DA ESPÉCIE Mentha x piperita L. (HORTELÃ PIMENTA). Brasília, 2015.
12.BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão Assessora de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 4 ed. São Paulo, 2019.
13.EMA, European Medicines Agency. European Union herbal monograph on Mentha x piperita L., folium. London: Committee on Herbal Medicinal Products
(HMPC), 2020.
FONTE A. IMAGEM. Isfugl. UTAD Jardim Botânico. Disponível em: https://jb.utad.pt/especie/Mentha_x_piperita#imagem-33292. Acesso em 01 de fevereiro de
2022.
FONTE B. IMAGEM. António Crespí. UTAD Jardim Botânico. Disponível em: https://jb.utad.pt/multimedia/12472#imagem-12472. Acesso em 01 de fevereiro de
2022.
FONTE C. IMAGEM. Ricardo Cardoso Antônio. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Mentha spicata L. Disponível em:
http://www.unirio.br/ccbs/ibio/herbariohuni/mentha-spicata-l. Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. González Martínez, Christian Alfonso. Principais componentes do óleo essencial de acessos de Mentha spp em Brasília e estudo da
propagação vegetativa. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Programa de Pós-graduação em Agronomia, Universidade de Brasília, Brasília, 2016. Acesso
em 01 de fevereiro de 2022.
FONTE E. IMAGEM. Chemical Book. Eriocitrin. Disponível em: https://www.chemicalbook.com/ProductDetail_EN_837362.htm. Acesso em 02 de fevereiro de 2022.
Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
FONTE F. IMAGEM. Chemical Book. Narirutin. Disponível em: https://www.chemicalbook.com/ProductChemicalPropertiesCB1665574_EN.htm. Acesso em 01 de
fevereiro de 2022.
124
Macela
Achyrocline satureioides (Lam.) DC. (Macela) é uma planta bastante comum que se
configura como um ingrediente muito empregado na produção de bebidas amargas
não alcoólicas na Argentina1. As atividades terapêuticas cientificamente comprovadas
dos botões florais da macela levaram à sua inclusão no Formulário de Fitoterápicos da
Farmacopeia Brasileira, 1ª e 2ª edições 2,3.
NT
E: A
ORIGEM
Achyrocline satureioides (Lam.) DC., popularmente conhecida como macela, macela do campo e
4,5
macela do sertão, pertence à família Asteraceae (Compositae) . Essa espécie vegetal é nativa das
regiões sul e sudeste do Brasil, mas se apresenta distribuída pela América Central e América do Sul 5,6.
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
De acordo com a tradição popular, o chá de macela possui maior ação terapêutica
quando a planta é colhida no período da semana santa, mais precisamente no
alvorecer da sexta-feira da paixão. Vale ressaltar que esse costume coincide com
o período de floração da planta, no qual ela apresenta uma maior quantidade dos
constituintes químicos responsáveis por sua atividade medicinal, dessa forma,
7
validando a tradição popular .
ATENÇÃO!
Esteja sempre atento ao nome científico das plantas, pois a denominação popular
macela é atribuída a diversas espécies do gênero Achyrocline. A espécie Achyrocline
alata (Kunth) DC., por exemplo, possui uma grande semelhança botânica, química e
5,8
medicinal com a macela verdadeira (Achyrocline satureioides (Lam.) DC.) .
FONTE: D
FONTE: E
FONTE: E
FONTE: F
126
O ácido caféico e seus derivados atuam na produção de efeito colagogo (aumentando a produção de
bile pelo fígado) e colerético (estimulando a secreção da vesícula biliar no intestino). Em ação conjunta
com a quercetina, desempenham o papel antimicrobiano da planta4.
TE
:A
Em uma xícara, colocar de 0,5 a 1,5 g das inflorescências (botões florais) secas, triturados no pilão.
Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso por 10 a 15 minutos. Após isso, deve-
se coar a preparação e o chá estará pronto para o consumo 3 .
Para problemas no trato digestivo, o chá de macela deve ser ingerido sem adição de
açúcar ou adoçante e à temperatura ambiente.
ALERTA!
O chá de macela deve ser preparado apenas com as inflorescências secas (botões
florais).
É necessário fazer uma triagem das inflorescências secas (botões florais) e descartar
as que estiverem mofadas ou contaminadas.
127
O chá de macela pode causar cefaleia (dor de cabeça), vertigem,
dermatite e alergia na região dos olhos3.
17
Referências
1. ALONSO, J.; DESMARCHELIER, C. Plantas medicinales: Bases Científicas para su Aplicación em Atención Primaria de la Salud. 1 ed. Buenos Aires:
Corpus Libros Médicos y Científicos, 2015.
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3. BRASIL. Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 1 ed. Brasília, 2011.
4. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
5. LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
6. GALVAN, N. S. Teores de Elementos Essenciais e Não Essenciais em Achyrocline Satureioides. Dissertação (Mestrado em Ciências do Solo) -
Universidade do Estado de Santa Catarina. Santa Catarina, p. 66. 2018.
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FONTE D. IMAGEM. LEITE, A. M. et al. Efeito inibitório do beta-pineno, alfa-pineno e eugenol no crescimento de potenciais endocardites infecciosas que
causam bactérias Gram-positivas. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 43, p. 121-126, 2007. Acesso em 14 de fevereiro de 2022.
FONTES E. IMAGEM. LUCAS, D. A. P. Identificação e comparação dos principais constituintes químicos da Achyrocline satureiodes (Lam.) DC
(marcela) através dos métodos extrativos hidrodestilação, maceração, Soxhlet, banho e sonda ultrassônicos. Dissertação (Mestrado em Química) -
Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, p.85. 2011. Acesso em 14 de fevereiro de 2022.
FONTE F. IMAGEM. ALONSO, J.; DESMARCHELIER, C. Plantas medicinales: Bases Científicas para su Aplicación em Atención Primaria de la Salud. 1
ed. Buenos Aires: Corpus Libros Médicos y Científicos, 2015. Acesso em 14 de fevereiro de 2022.
128
Maracujá
Passiflora incarnata L. (Maracujá) possui um fruto bastante utilizado na produção de sucos e diversas
aplicações culinárias 1. Embora o suco seja conhecido por atuar como calmante, de fato, essa atividade é
2
atribuída as suas folhas . Devido às suas propriedades medicinais cientificamente reconhecidas, essa
planta foi incluída na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS, Memento
Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira, Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 1ª e 2ª
3,4,5,6
edições e 1° suplemento desse formulário .
ORIGEM
:A
T E
F ON
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
A palavra passiflora deriva do latim e foi dada por sacerdotes espanhóis, tendo
como referência a sua flor, que é considerada a flor da paixão. Essa atribuição se
deu devido à sua forma e aos filamentos de cor púrpura que se assemelham à
10,11
coroa de espinhos com a qual Jesus Cristo foi crucificado .
ATENÇÃO!
Na natureza, além da Passiflora incarnata L., existem outras espécies vegetais denominadas de
maracujá, dentre elas, as que mais se destacam são a Passiflora edulis Sims (maracujá-azedo) e a
Passiflora alata Curtis (maracujá-doce) 11.
FONTE: A
:B
E
salpicado arroxeado quando maduro11,13. NT
FO
:C
E
NT
FO
A atividade medicinal da planta é atribuída às folhas, que contêm principalmente flavonoides como
. A ação
11,17
crisina, vitexina e isovitexina, além dos alcaloides indólicos harmana, harmina e harmol
sinérgica desses consituintes forma um complexo fitoterápico responsável pelas atividades calmante,
sedativa e tranquilizante da planta11 .
FONTE: E
FONTE: E
FONTE: F
FONTE: F
130
Você sabe a forma correta de preparar o chá das folhas de Maracujá?
FONTE: A
Em uma xícara, colocar de 1 a 2 g das folhas secas de maracujá, previamente cortadas em pequenos
pedaços. Adicionar 150 mL de água fervente e abafar por 5 a 10 minutos. Após esse tempo, filtrar
6
(coar) e estará pronto para o consumo .
Pode ser ingerido quente ou frio, adoçado ou não, a depender da preferência do indivíduo, desde
que ele não seja diabético.
ALERTA!
Gestantes, lactantes, etilistas e diabéticos não devem utilizar o chá das folhas de
maracujá 5,21.
Essa planta não deve ser utilizado por indivíduos que apresentem hipersensibilidade
a mesma ou à outras espécies da família Passifloraceae 5.
Por causar sonolência, as pessoas devem evitar dirigir veículos ou operar máquinas,
pois suas habilidades e atenção podem ser diminuídas 5,21 .
O uso das espécies do gênero Passiflora deve ser feito com cautela pois essas
plantas apresentam em sua composição glicosídeos cianogênicos, que podem ser
convertidos em gás cianeto, o qual possui uma elevada toxicidade 22 .
131
Você sabia que o Maracujá pode interagir com alguns medicamentos?
Referências
1.SENA, L. M. et al. Neuropharmacological activity of the pericarp of Passiflora edulis flavicarpa degener: putative involvement of C-glycosylflavonoids.
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Universidade Federal da Paraíba, 2015.
3.BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. MS elabora Relação de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS. Brasília, 2009.
4.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. 1 ed. Brasília, 2016.
5.BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Primeiro Suplemento do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 1 ed. Brasília,
2018.
6.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília, 2021.
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p. 801- 806, 2012.
8.WOHLMUTH, H. et al. Pharmacognosy and chemotypes of passionflower (Passiflora incarnata L.). Biological and Pharmaceutical Bulletin. v. 33, n. 6, p.
1015-8, 2010.
9.BRASIL. Ministério da Saúde. Monografia da espécie Passiflora incarnata Linnaeus (maracujá-vermelho). Organização: Ministério da Saúde e Anvisa,
2015a.
10.DHAWAN, K. et al. Passiflora: a review update. J. Ethnopharmacol. v. 94, n. 1, p. 1 - 23, 2004.
11.LORENZI, H.; MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e Exóticas. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
12.MIRODDI, M. ; CALAPAI, G. ; NAVARRA, M. ; MINCIULLO, P. L. ; GANGEMI, S. Passiflora incarnata L.: Ethnopharmacology, clinical application, safety and
evaluation of clinical trials. Journal of Ethnopharmacology. v. 150, n. 3, p. 791–804, 2013.
13.SALLES, Bruno Cesar Correa. Avaliação dos efeitos do extrato e da fração flavonoídica obtidos das folhas do maracujá (Passiflora edulis sims)
sobre a modulação da nadph oxidase e agregação plaquetária em ratos diabéticos. 2017. Tese (Doutorado em Ciências Farmacêuticas), Universidade
Federal de Alfenas, 2017.
14.BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Monografia Da Espécie Passiflora alata (maracujá-doce). Brasília. Organização: Ministério da Saúde e Anvisa, 2015b.
15.MÜLLER, S. D. et al. LC and UV determination of flavonoids from Passiflora alata medicinal extracts and leaves. Journal Pharm Biomed Anal, v. 37, p. 399–
403, 2005.
16.ALONSO, J. Tratado de fitofármacos e nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
17.SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2. ed - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
18.REGINATTO, F.H. et al. Steroidal and triterpenoidal glucosides from Passiflora alata. Journal of the Brazilian Chemical Society, v. 12, n. 1, p. 32-36, 2001.
19.REGINATTO, F.H. et al. Assay of quadranguloside, the major saponin of leaves of Passiflora alata, by HPLC‐UV. Phytochemical Analysis: An International
Journal of Plant Chemical and Biochemical Techniques, v. 15, n. 3, p. 195-197, 2004.
20.BIRK, C. D. et al. TLC fingerprint of flavonoids and saponins from Passiflora species. Journal of liquid chromatography & related technologies, v. 28, n.
14, p, 2285-2291, 2005.
21.EUROPEAN MEDICINES AGENCY (EMA). Assessment report on Passiflora incarnata L., herba. 2014.
22.BOLETIM PLANFAVI. Sistema de Farmacovigilância em Plantas Medicinais. n° 2, Abr/Jun, 2007. Disponível em:
http://www.abhorticultura.com.br/biblioteca/arquivos/Download/biblioteca/Planfavi_n%C2%BA02.pdf. Acesso em: 28/07/2020.
FONTE A. IMAGEM. MIRODDI, M. et al. Passiflora incarnata L.: Ethnopharmacology, clinical application, safety and evaluation of clinical trials. Journal
of Ethnopharmacology. v. 150, n. 3, p. 791–804, 2013. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. MOURA, David Fernando Cordeiro. Propriedades Benéficas do Maracujá. 2013. 25f. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso –
Bacharel em Farmácia), Universidade do Grande ABC, Santo André, 2013. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE C. IMAGEM. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Informações Sistematizadas da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS:
Passiflora alata Curtis, Passifloraceae (Maracujá-Doce). Brasília, 2021. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. XUE, Chunyan et al. Chrysin induces cell apoptosis in human uveal melanoma cells via intrinsic apoptosis. Oncology letters, v. 12, n. 6, p.
4813-4820, 2016. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE E. IMAGEM. NORTE, Inês de Almeida et al. Desenvolvimento e caracterização de sistemas automicroemulsificantes a partir de um extrato seco
de Passiflora incarnata L. 2016.102 f. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia Farmacêutica) - Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, Coimbra,
2016. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE F. IMAGEM. RODRIGUES, Thyago Roberto. Estudo de alcaloides harmânicos em sementes de Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Degener
(maracujá azedo) por SBSE/CLAE-Flu dual. 2013. 78 f. Dissertação (Mestrado em Química Analítica) - Universidade de São Paulo, São Carlos, 2013. Acesso
em 03 de fevereiro de 2022.
132
Mulungu
Erythrina mulungu Mart. ex Benth. (Mulungu) é uma árvore bastante comum na flora
brasileira e assim como outras espécies do gênero, é empregado na medicina tradicional
devido às suas propriedades medicinais1. O desenvolvimento de estudos científicos que
comprovam suas propriedades medicinais fomentou sua incorporação na Relação
Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS (RENISUS) e no Formulário de
Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 2ª edição 2,3,4.
ORIGEM
:A
E
NT
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
A palavra erythrina deriva do grego "erythros", que significa “vermelho”, sendo uma alusão a
coloração das flores da planta. A denominação mulungu vem do tupi "mussungu" ou
"muzungu" que significa pandeiro, possivelmente atribuída devido ao som gerado ao se
5,6
bater em seu tronco oco .
A palavra mulungu também possui um simbolismo religioso, pois é traduzida como “ser
supremo” em diversos dialetos africanos, sendo relacionada às chuvas, trovões e raios. Para
o sincretismo do candomblé, essa espécie vegetal simboliza os espíritos que permanecem
vagantes na terra7.
O mulungu foi bastante utilizado como arbustos de sombra sob plantações de café e cacau.
Até hoje, é utilizado na ornamentação e na fabricação de instrumentos artesanais que são
exportados para diversos países 5,8.
ATENÇÃO!
No Brasil, existem outras espécies do gênero Erythrina que são conhecidas popularmente como
mulungu e utilizadas com as mesmas finalidades medicinais. Dentre essas espécies, a Erythrina
velutina Willd. apresenta a maior semelhança a Erythrina mulungu, além de apresentar uma alta
incidência no Nordeste 9.
B
por pequenos pelos. As flores apresentam coloração vermelho-coral e surgem quando
E:
NT
às folhas têm caído. Os frutos são vagens que medem de 5 a 8 cm de comprimento e FO
B
1,9 E:
contêm até 3 sementes grandes de coloração avermelhada brilhante . ON
T
F
Esta planta é indicada principalmente como sedativo, calmante e ansiolítico leve, sendo bastante utilizada
em quadros de insônia 4 . Também é relatado sua ação analgésica, anticonvulsivante, hipotensora,
antimicrobiana, anti-inflamatória, antitérmica e antitussígena3,5,7,11,12.
O principal grupo de constituintes químicos presentes no mulungu são os alcaloides tetracíclicos (eritravina
e seu derivado 11-hidroxieritravina; erisotrina, eritrina e eritrocoraloidina). Também apresenta flavonoides
(homohesperidina e faseolina), fenóis prenilados (faseolidina), leucoantocianidinas, fitoesteróides (β-
3,5,7,13
sistosterol e estigmasterol), além dos triterpernos pentacíclicos (lupeol e eritrodiol) .
Eritravina 11-hidroxieritravina
134
FONTE D FONTE E
Você sabe a forma correta de preparar o chá da casca do
caule do Mulungu?
O chá das cascas do caule do mulungu deve ser preparado por DECOCÇÃO .
A
E:
NT
FO
Em uma panela, deve-se colocar 0,5 g das cascas do caule do mulungu, previamente lavadas e cortadas
em pequenos pedaços. Adicionar 150 mL de água e cozinhar por 10 a 15 minutos com a panela abafada.
Após o cozimento, deve-se coar (filtrar) e está pronto para sua utilização 4 .
O chá das cascas de mulungu deve ser tomado preferencialmente à noite e pode ser
consumido quente ou frio e adoçado conforme a preferência, contanto que o indivíduo
não seja diabético.
ALERTA!
O chá da casca de mulungu não deve ser utilizado por gestantes, lactantes, menores de
18 anos ou indivíduos com hipersensibilidade à planta ou outras espécies do gênero
Erythrina 3.
O uso do chá da casca de mulungu deve ser feito com cautela, pois em doses elevadas
pode ocorrer sonolência e diminuição acentuada da pressão sanguínea, além de
provocar alucinações 15 .
O uso dessa planta não deve ultrapassar 30 dias. Caso seja necessário continuar o
seu uso, deve-se esperar um intervalo de sete dias e retomar o tratamento 4.
O chá das cascas do mulungu não deve ser utilizado concomitantemente com
psicotrópicos, anti-histamínicos, betabloqueadores, hipoglicemiantes, anti-hipertensivos,
antidepressivos, ansiolíticos e depressores do Sistema Nervoso Central, uma vez que a
3,7,11,15
planta possui constituintes químicos que podem potencializar (aumentar) seus efeitos .
Referências
1. LORENZI, H.; MATOS, F. J. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e Exóticas. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. MS elabora Relação de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS. Brasília, 2009.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Monografia da espécie Erythrina mulungu (mulungu), 2015.
4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília, 2021.
5. GILBERT, B.; FAVORETO, R. Monografia: Erythrina sp. Fabaceae (Leguminosae, Faboideae). Revista Fitos, v.7, n.3, 2012.
6. CARVALHO, P. E. R. Mulungu (Erythrina velutina). Embrapa Florestas-Circular Técnica (INFOTECA-E), 2008.
7. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2 Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
8. VALLE, M. J. L. V. Sementes florestais utilizadas em artesanato no Rio de Janeiro. Repositório Institucional IM-UFRRJ, 2008.
9. MATOS, F. J. A. Guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no nordeste do Brasil. Universidade Federal do Ceará,
Fortaleza, 2007.
10. PALUMBO, C. F. G.; GARDIN, N. E.; NAKAMURA, M. U. Erythrina mulungu Mart. ex Benth e Erythrina velutina Willd. - Aspectos
farmacológicos e perspectiva antroposófica de plantas brasileiras. Arte Médica Ampliada, v. 36, n. 4, p. 152-161, 2016.
11. BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. São Paulo, 4 ed. 2019.
12. SILVA, M. G.; DINIZ, M. F. F. M.; OLIVEIRA, RAG de. Fitoterápicos: Guia do profissional de saúde. João Pessoa: Universitária, 2002a,
36p, 2002.
13. ROSA, D. S. et al. Erysothrine, an alkaloid extracted from flowers of Erythrina mulungu Mart. ex Benth: evaluating its anticonvulsant and
anxiolytic potential. Epilepsy & Behavior, v. 23, n. 3, p. 205-212, 2012.
14. FAHMY, N. M. et al. Alkaloids of genus Erythrina: An updated review. Natural product research, v. 34, n. 13, p. 1891-1912, 2020.
15. BARACUHY, J. G. V. et al. Plantas medicinais de uso comum no Nordeste do Brasil, Campina Grande, 2016.
FONTE A. IMAGEM. Afonso de Bragança. PhotoAves. Arvores & Plantas. Disponível em: https://www.photoaves.com/mulungu. Acesso em 03
de fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. RIBEIRO, Renata Conduru; DANTAS, Bárbara França. Mulungu Erythrina velutina Willd. Embrapa Semiárido-Nota
Técnica/Nota Científica nº 7 (ALICE), 2018. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE C. IMAGEM. FAHMY, N. M. et al. Alkaloids of genus Erythrina: An updated review. Natural product research, v. 34, n. 13, p. 1891-
1912, 2020. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. Abo-Elhamd, A. M., et al. Chemical characterization, antioxidant and antihepatotoxic activities of Calliandra
haematocephala (Hassk.), growing in Egypt. Journal of Chemical and Pharmaceutical Research, v. 8, n. 4, p; 828-845, 2016. Acesso em 03
de fevereiro de 2022.
FONTE E. IMAGEM. MALINOWSKA, M.; SIKORA, E.; OGONOWSKI, J. Lipophilicity of lupeol semisynthetic derivates. Research Papers of
the Wroclaw University of Economics, n. 411, 2015. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
136
Pitanga
A
ON
T E: ORIGEM
F
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O termo pitanga é originado do tupi e significa "fruto de pele vermelha", uma das
6
características da planta .
Na tradição afro-brasileira, as folhas são utilizadas para varrer o chão durante às festas
realizados para os orixás, como forma de homenageá-los e atrair prosperidade 3.
ATENÇÃO!
O gênero Eugenia apresenta mais de 1000 espécies vegetais com distribuição tropical pelas
Américas 9. Dentre essas espécies, a Eugenia brasiliensis Lam. (grumixaba) é a que apresenta maior
semelhança botânica com a Eugenia uniflora L. (pitanga) 10.
FONT
E:
A
Pitanga (Eugenia uniflora L.)
Se apresenta como arbusto ou árvore, que pode atingir de 4 a 10 m de altura. Seu
tronco é liso, de coloração pardo-clara 9. Suas folhas são simples, ovais lanceoladas,
membranácea, levemente coriácea e com ápice agudo 6. As flores tem coloração
branca e o fruto é globoso, com sulcos, polpa carnosa, sabor agridoce e coloração
que varia de amarelo a roxo 11 .
137
Grumixaba (Eugenia brasiliensis Lam.)
Também se apresenta como arbusto ou árvore e pode atingir até 15 m de altura. O
caule é curto, de tonalidade marrom. Suas folhas são simples, brilhantes, de
aparência coriácea e maiores que as da pitanga. As flores também são brancas e a
principal diferença observada são os frutos que apresentam superfície lisa e
:B lustrosa. A poupa é carnosa, espessa, de sabor doce e ácido, que se assemelha
TE
FON com à cereja12,13,14 .
138
Cianidina-3-glicosídeo Delfinidina-3-glicosideo Camptotina A
FONTE: E
FONTE: D FONTE: D
Limoneno
Oenoteína B Eugeniflorina D2
FONTE: F
Β-pineno
FONTE: C FONTE: C
FONTE: F
:A
N TE
FO
Em uma xícara, colocar 3 g das folhas secas, previamente lavadas e rasuradas (cortadas em pedaços
pequenos). Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso por 15 a 20 minutos. Após
isso, filtrar (coar) e o chá estará pronto para a ingestão5,19.
Para as demais indicações, o chá pode ser consumido quente ou frio e adoçado conforme a
preferência do usuários, desde que não seja diabético.
139
ALERTA!
O chá de pitanga não deve ser utilizado por indivíduos com hipersensibilidade aos
componentes da planta, gestantes e lactantes devido à ausência de estudos que
comprovem a segurança para esses grupos 5,7,20 .
Não é recomendada a sua ingestão para problemas de alta gravidade e por longos
períodos de tempo, sendo 30 dias a duração máxima do consumo contínuo 5.
O volume máximo de chá de pitanga que pode ser ingerido são 300 mL por dia5.
Além disso, o chá de pitanga pode oferecer riscos graves para indivíduos portadores
de arritmia ou insuficiência cardíaca 5.
Referências
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bioativos e efeito sobre a longevidade, estresse oxidativo e neurotoxicidade induzida em modelos in vivo Caenorhabditis elegans. Tese
(Doutorado)- Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2015.
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Pós-Graduação em Agronomia da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2008.
3. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia Contemporânea- Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Plantas Medicinais de Interesse ao SUS – Renisus, 2009.
5. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2ª edição. Brasília.
2021.
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Monografia da espécie Eugenia uniflora L. (pitangueira). Brasília, 2015.
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(Mestrado)- Programa de Pós graduação em Genética e Biologia Molecular. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.
9. SANTOS, F. R. Estudo comparativo dos óleos essenciais de espécies da família Myrtaceae através do perfil cromatográfico,
análise multivariada e atividades biológicas. Tese (doutorado) Programa de Pós-Graduação em Química. Universidade Federal Rural Do
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159, Rio de Janeiro, 2015.
11. LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativa e exótica. 2 ed. Novas Odessa: instituto Plantarum, 2002.
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20. ALONSO, J; DESMARCHELIER, C. Plantas Medicinales: Bases Científicas para su Aplicación em Atención Primaria de La Salud. 1
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Química) – Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória, 2018. Acesso em 05 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. PESSANHA F. Eugenia uniflora L. (Myrtaceae): caracterização e avaliação dos compostos fenólicos, da vitamina
C e da atividade antioxidante dos frutos da pitangueira. Campos Dos Goytacazes: UENF. 2010. Acesso em 05 de fevereiro de 2022.
FONTE E. IMAGEM. Carvalho, Ariadne Gomes. Isolamento e identificação de compostos fenólicos em folhas de Eugenia uniflora L.
2013. 75 f. Dissertação (Mestrado em Química) Universidade Federal de Goiás. Goiânia, 2013. Acesso em 05 de fevereiro de 2022.
FONTE F. IMAGEM. Santos, Frances Regiane dos. Estudo comparativo dos óleos essenciais de espécies da família Myrtaceae através
do perfil cromatográfico, análise multivariada e atividades biológicas. 2016. 135 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro. Seropédica, 2016. Acesso em 05 de fevereiro de 2022.
141
Romã
ORIGEM
:A
E
NT
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
A romã possui uma longa história, sendo bastante utilizada por diversas culturas e reverenciada por
muitas religiões. No Egito antigo, a planta representava amor e fecundidade. Na Grécia era destinada à
deusa Afrodite. Em ambas as civilizações, foi descrito a utilização da casca da raiz com propriedades
vermífugas, que atualmente possuem comprovação científica 8 .
possui uma polpa branca ou rosada preenchida por diversas sementes. Seus NT
E
FO
frutos, quando maduros, arrebentam expondo suas sementes, que são :B
E
envolvidas numa cobertura carnuda que contém um líquido adocicado .
3,12
FO NT
142
Você sabe quais são as indicações terapêuticas da Romã?
As principais indicações do chá das cascas do fruto da romã são para o tratamento de faringite
(inflamação da garganta), gengivite (inflamação da gengiva) e estomatites aftosas ou aftas tendo em
vista suas propriedades antisséptica e anti-inflamatória na cavidade oral 3,5,13,14 . Também apresenta ação
antibacteriana, antiviral e antioxidante 3,9. As cascas da raiz possuem ação antidiarreica, diurética,
antidiabética e anti-helmíntica 8,15.
Nessa espécie vegetal são encontrados alguns fitoconstituintes, como taninos, flavonoides,
antocianinas, terpenos, alcaloides, ácido fenólicos e metilésteres 3,8,9 .
Os flavonoides (quercetina e rutina) e ácidos fenólicos (ácido gálico e ácido elágico) estão relacionados
com as atividades anti-inflamatória e antioxidante 16 .
O chá das cascas do fruto da romã (pericárpio) deve ser preparado por INFUSÃO.
:A
E B
NT T E:
FO FON
Em uma xícara, adicionar 1 g das cascas secas do fruto (pericarpo) da romã, previamente lavadas e
cortadas em pequenos pedaços. Adicionar 150 mL de água fervente e abafar por 5 minutos. Após esse
tempo, filtrar (coar) e estará pronto para utilização7,18.
Essa preparação deve ser utilizada em bochechos e gargarejos, porém não deve ser
ingerida.
ALERTA!
O chá das cascas do fruto da romã não pode ser ingerido após gargarejo ou
bochecho, pois pode provocar alterações visuais, tremores, espasmos na panturrilha
e zumbido 14,18 .
Não é recomendado seu uso por indivíduos que possuem hipersensibilidade aos
componentes do fruto ou a outras espécies da família Lythraceae 9.
Não é indicada a utilização desse chá por grávidas, lactantes, crianças, indivíduos
portadores de cardiopatias, insuficiência renal e úlceras gástricas 9,19 .
144
Referências
1. KANATT, S.R. Antioxidant and antimicrobial activity of pomegranate peel extract improves the shelf life of chicken products. International Journal of Food
Science & Technology Blackweel Science, n. 45, v. 2, p. 216-222, fev. 2010.
2. OLIVEIRA, E. M. M. et al. Aplicabilidade da técnica PCR-RAPD para a determinação do perfil genotipico de variedades de romã (Punica granatum).
In: Embrapa Agroindústria de Alimentos-Artigo em anais de congresso (ALICE). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE RECURSOS GENÉTICOS, 2., 2012,
Belém, PA. Anais.[Sl]: Sociedade Brasileira de Recursos Genéticos, 2012.
3. LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativa e exótica. 2 ed. Novas Odessa: instituto Plantarum, 2002.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. MS elabora Relação de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS. Brasília, 2009.
5. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos Farmacopeia Brasileira. 1 ed. Brasília, 2011.
6. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Primeiro Suplemento: Formulário de Fitoterápicos Farmacopeia Brasileira. 1 ed. Brasília,
2018.
7. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília, 2021.
8. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia Contemporânea- Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
9. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2004.
10. OLIVEIRA, L.P. et al. Atividade citotóxica e antiangiogênica de Punica granatum L., Punicaceae. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.20, n.2, p.201-
207, abr/maio, 2010.
11. BHANDARI, P.R. Pomegranate (Punica granatum L). Ancient seeds for modern cure? Review of potential therapeutic applications. Int J Nutr Pharmacol
Neurol Dis, v. 2, p.171-84. 2012 Disponível em: http://www.ijnpnd.com/text.asp?2012/2/3/171/99469. acessado em 24 ago. 2020.
12. GUISADO, S. I. L. A Cultura da Romãzeira (Punica granatum L.) Práticas Culturais e Atributos Físico-Químicos do Fruto das Cultivares ‘Acco’ e
‘Wonderful’. Relatório de Estágio (Mestrado)- Instituto Politécnico de Beja, Escola Superior Agrária, Beja, 2018.
13. BARACUHY, J. G. V. et al. Plantas medicinais de uso comum no Nordeste do Brasil. 2. Ed. Revisada. Campina Grande: EDUFCG, 2016.
14. BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão Assessora de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 4 ed. São Paulo, 2019.
15. LI, Yuhao et al. Pomegranate flower: a unique traditional antidiabetic medicine with dual PPAR‐α/‐γ activator properties. Diabetes, Obesity and Metabolism,
v. 10, n. 1, p. 10-17, 2008.
16. SOUSA, N. C. F. et al. Propriedades farmacológicas de Punica granatum L (romã): uma revisão de literatura. Revista Ceuma Perspectivas, v. 31, n. 1, p. 57-
67, 2018.
17. ALONSO, B. F. Desenvolvimento de métodos analíticos para o controle de qualidade da casca do fruto de Punica granatum L. (romã) e avaliação
da atividade anti-inflamatória de extrato e fração rica em punicalaginas. Dissertação (Mestrado)- Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017
18. CARVALHO, A. C. B.; SILVEIRA, D. Drogas vegetais: uma antiga nova forma de utilização de plantas medicinais. Brasília Médica, v. 47, p. 218-236, 2010
19. BOHNEBERGER, Gabriela et al. Phytotherapy in dentistry, when can we use them?. Brazilian Journal of Health Review, v. 2, n. 4, p. 3504-3517, 2019.
20. BIESKI, I. G. C.; CRUZ, M. G. Quintais medicinais. Mais saúde, menos hospitais. Cuiabá: Governo do Estado de Mato Grosso; 2005. Disponível em:
http://www.ppmac.org/sites/default/files/quintais_medicinais.pdf. Acesso em 23 ago. 2020.
FONTE A. IMAGEM. MANS, D. R. A. Surinamese medicinal plants for treating hypertension with angiotensin-converting enzyme-inhibitory activity: a review of
literature. International Journal of Medical Research & Health Sciences, v. 7, n. 11, p. 26-48, 2018. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. GUISADO, S. I. L. A Cultura da Romãzeira (Punica granatum L.) Práticas Culturais e Atributos Físico-Químicos do Fruto das
Cultivares ‘Acco’ e ‘Wonderful’. Relatório de Estágio (Mestrado)- Instituto Politécnico de Beja, Escola Superior Agrária, Beja, 2018. Acesso em 03 de fevereiro
de 2022.
FONTE C. IMAGEM. PEREIRA, Gabriela Sterle. Ação inibitória dos flavonoides quercetina e rutina sobre a ativação de neutrófilos humanos. 2017. 63 f.
Dissertação (Mestrado em Biociências) - Universidade Estadual Paulista, 2017. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. LONGHINI, Renata. Avaliação de interações do ácido gálico frente a adjuvantes empregados em formas farmacêuticas sólidas.
2006. 200 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006. Acesso em 03 de fevereiro de
2022.
FONTE E. IMAGEM. SANTIAGO, Manuela Cristina Pessanha de Araujo. Avaliação de processos para obtenção de produtos ricos em antocianinas
utilizando suco de romãzeira (Punica granatum L.) 2014. 135 f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2014. Acesso em 03 de fevereiro
de 2022.
145
Sabugueiro
E
FO
NT ORIGEM
EUROPA
Ásia ocidental e África setentrional 7. Essa espécie é amplamente difundida pelo mundo,
1
inclusive no Brasil .
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
A palavra "sambucus" deriva do grego "sambuke", cujo significado é flauta, uma referência
aos brotos dessa planta que eram utilizados na antiguidade para a fabricação desse
5
instrumento musical .
Durante a idade média, o sabugueiro ficou conhecido como planta medicinal dos pulmões
de camponeses, devido à sua utilização no trato respiratório por grande parte desse grupo.
Nesse mesmo período, ele era também utilizado como proteção contra as bruxas9.
ATENÇÃO!
O gênero Sambucus possui cerca de 25 espécies com diferentes distribuições geográficas 1. Dentre
elas, destaca-se a Sambucus australis Cham. & Schltdl. (sabugueiro-do-Brasil). Por ser uma espécie
nativa com a mesma morfologia e usos medicinais que a Sambucus nigra L. (sabugueiro), essas
plantas podem ser facilmente confundíveis, dessa forma, devem ser diferenciadas 1,10 .
146
Você sabe como diferenciar essas espécies vegetais?
:B
apresentam filetes de tamanhos diferentes (curtos e longos) 1. E
NT
FO
Rutina
O efeito diaforético produzido pelo sabugueiro está
relacionado principalmente aos flavonoides (rutina e
isoquercitrina). A atividade antioxidante e antipirética é
atribuída a antocianina (cianidina 3-o-sambubiosídeo) 5 e a
ação anti-inflamatória à presença de ácido ursólico 5,7,12,13.
FONTE C
147
Isoquercitrina Cianidina-3-o-sambubiosídeo Ácido ursólico
E
NT
FO
Em uma xícara, colocar de 0,4 a 0,6 g das flores secas de sabugueiro, previamente lavadas e cortadas em
pequenos pedaços. Adicionar 150 mL de água fervente e abafar por 5 minutos. Após esse período, coar e o
chá estará pronto para consumo 4 .
O chá das flores do sabugueiro deve ser tomado preferencialmente quente e adoçado conforme a
preferência, desde que o indivíduo não seja diabético.
ALERTA!
O chá das flores de sabugueiro é contraindicado para grávidas, lactantes e indivíduos que
apresentam hipersensibilidade aos componentes dessa planta ou outras espécies da
3,5
família Caprifoliaceae .
As folhas de sabugueiro não devem ser utilizadas em preparações de chás para ingesta,
devido à presença de glicosídeos cianogênicos que ao serem metabolizados pelo corpo
humano podem dar origem ao cianeto, um composto tóxico 10 .
Não deve ser utilizada uma dose maior que a recomendada, pois pode levar à
ocorrência de náuseas, diarreia e hipocalcemia (baixa concentração de cálcio)4.
148
O uso do chá de sabugueiro não deve ser realizado por mais de uma semana 3.
O uso do chá das folhas de sabugueiro não deve ser realizado concomitante a
medicamentos antidiabéticos, diuréticos, laxantes, barbitúricos (fenobarbital) ou opioides
(morfina), tendo em vista o potencial de interação entre eles 14,15.
Referências
1. SCOPEL, Marina. Análise Botânica, Química e Biológica comparativa entre flores das espécies Sambucus nigra L. e Sambucus
australis Cham. & Schltdl. e avaliação preliminas da estabilidade. f. 260. Dissertação. Mestrado em Ciências Farmacêuticas pelo
Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre -RS. 2005.
2. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Farmacopeia Brasileira. 6º ed. Volume II-Monografias Plantas Medicinais.
Brasília. 2019.
3. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Primeiro Suplemento do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia
Brasileira. 1 ed. Brasília, 2018.
4. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília,
2021.
5. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
6. GRANDI, Telma Sueli Mesquita. Tratado de Plantas Medicinais Mineiras. 1º ed. ADEQUATIO Estúdio, Belo-Horizonte, 2014.
7. VEBERIC, R; JAKOPIC, J; STAMPAR, F; SCHMITZER, V. Sabugueiro europeu (Sambucus nigra L.) rico em açúcares, ácidos orgânicos,
antocianinas e polifenóis selecionados. FOOD CHEMISTRY. v. 114, p. 511-515. 2009.
8. QUIRÓS; BUSTAMANTE; MORENA, SÉLECTION DU READER'S DIGEST, SARL. Secretos y virtudes de las plantas medicinales.
Selecciones del Reader's Digest, 1982.
9. SALAMON, I.; GRULOVA, D. Elderberry (Sambucus nigra): from Natural Medicine in Ancient Times to Protection against Witches in the
Middle Ages-a Brief Historical Overview. In: I International Symposium on Elderberry. p. 35-39, 2013.
10. LORENZI, H.; MATOS, F. J. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e Exóticas. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
11. BARACUHY, J. G. V. et al. Plantas Medicinais de uso comum no Nordeste do Brasil. 2 ed. Revisada. Campina Grande: EDUFCG.
2016.
12. DE MELO, Célio L. et al. Oleanolic acid, a natural triterpenoid improves blood glucose tolerance in normal mice and ameliorates visceral
obesity in mice fed a high-fat diet. Chemico-biological interactions, v. 185, n. 1, p. 59-65, 2010.
13. BENEVIDES BAHIENSE, Jhéssica et al. Potential anti-inflammatory, antioxidant and antimicrobial activities of Sambucus australis.
Pharmaceutical biology, v. 55, n. 1, p. 991-997, 2017.
14. WILLIAMSON, E.; DRIVER; S.; BAXTER, K. Stockley’s Herbal Medicines Interactions. Pharmaceutical Press, 2009.
15. CLAPÉ LAFFITA, Oneyda; ALFONSO CASTILLO, Alfredo. Caracterización fármaco-toxicológica de la planta medicinal Sambucus nigra
subsp. canadensis (L). R. Bolli. Revista Cubana de Farmacia, v. 45, n. 4, p. 586-596, 2011.
FONTE A. IMAGEM. Joana Camejo. Flora ON. Sambucus nigra L. Disponível em: https://flora-on.pt/#/hrHgR. Acesso em 03 de fevereiro de
2022.
FONTE B. IMAGEM. Rodrigo Leonel L. Orihuela. Flora Digital do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Sambucus australis Cham. &
Schltdl.. Disponível em: http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=776. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE C. IMAGEM. PEREIRA, Gabriela Sterle. Ação inibitória dos flavonoides quercetina e rutina sobre a ativação de neutrófilos
humanos. 2017. 63 f. Dissertação (Mestrado em Biociências) - Universidade Estadual Paulista, 2017. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. LI, Jing et al. Isoquercitrin, a flavonoid glucoside, exerts a positive effect on osteogenesis in vitro and in vivo. Chemico-
Biological Interactions, v. 297, p. 85-94, 2019. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE E. IMAGEM. CHENG, Jung-Chu et al. Detection of cyanidin in different-colored peanut testae and identification of peanut cyanidin 3-
sambubioside. Journal of agricultural and food chemistry, v. 57, n. 19, p. 8805-8811, 2009. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
FONTE F. IMAGEM. FURINI, J. Estratégias terapêuticas usando o ácido ursólico sobre infecções determinadas por
tripanosomatideos. 2016. 173 f. Tese (Doutorado em Ciências) - Programa de Pós-Graduação em Biociências, Universidade de São Paulo,
2016. Acesso em 03 de fevereiro de 2022.
149
Sene
Senna alexandrina Mill. (Sene) é umas das espécies vegetais mais utilizadas pela
população mundial devido à sua ação no trato gastrointestinal 1 . Contudo, o chá de
sene é frequentemente usado de forma indiscriminada e abusiva, sendo importante
conhecer mais sobre as propriedades dessa planta e suas restrições de uso 1,2. Essa
planta integra a Lista de Medicamentos Fitoterápicos Nacionais de Registro
Simplificado e o Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira 3,4.
NT
E ORIGEM
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O termo ''senna'' deriva da palavra egípcia "sennar", nome atribuído a essa planta quando
ela foi encontrada no rio Nilo. Já o termo ''alexandrina'' remete às suas origens, referindo-se
6,7
a Alexandria, uma cidade portuária do Mediterrâneo, também localizada no Egito .
ATENÇÃO!
A Senna alexandrina Mill. pode ser confundida com outras espécies vegetais pertencentes à mesma
família (Leguminosae). Dentre elas, a que mais se assemelha é a Senna corymbosa (Lam.), por
apresentar características morfológicas e propriedades medicinais parecidas 5.
NT
FO
150
Rama-negra (Senna corymbosa (Lam.))
É arbusto grande e ramificado que mede até 3 m de altura. As flores dessa
espécie também são amarelas, contudo os seus frutos são diferentes, pois são
cilíndricos e indeiscentes (não se abrem espontaneamente quando maduros), os
quais podem medir de 8 a 10 cm de comprimento e suas sementes apresentam
tonalidade marrom 5,10. :B
TE
FON
A sene é indicada, principalmente, para constipação intestinal do tipo ocasional, pois possui efeito
laxativo, além de possuir ação antimicrobiana e antiviral 7,11.
Senosídeo A Senosídeo B
As mucilagens atuam diminuindo a
reabsorção de água e eletrólitos 6 . As
antraquinonas podem ser encontradas na
sua forma livre ou combinada, com
destaque para o crisofanol e a emodina FONTE: D FONTE: D
O chá dos folíolos (folhas pequenas) da sene deve ser preparado por INFUSÃO.
FONTE: A
Em uma xícara, colocar 1 g dos folíolos (folhas pequenas) e frutos, previamente lavados e cortadas
em pequenos pedaço. Adicionar 150 mL de água fervente e abafar por 10 a 15 minutos. Após isso,
coar e o chá estará pronto para utilização6,11.
ALERTA!
O uso dessa planta não é indicado para casos de constipação crônica, distúrbios
intestinais, doenças inflamatórias intestinais, dores abdominais de origem desconhecida e
em quadro de desidratação grave3,15.
O chá das folhas de sene pode alterar a cor da urina para amarela escura ou marrom
avermelhada, todavia a interrupção do chá cessa esses sinais 16.
O chá das folhas de sene não deve ser utilizado concomitantemente com glicosídeos cardiotônicos
(digitalis) e antiarrítmicos (quinidina), pois pode potencializar os efeitos desses medicamentos.
Também pode interagir com diuréticos tiazídicos (hidroclorotiazida) e adrenocorticosteroides,
intensificando o desequilíbrio eletrolítico e aumentando as chances de causar ao indivíduo
complicações neurológicas e cardíacas. Além disso, esse chá pode diminuir a absorção de
medicamentos (estrógenos e anticoncepcionais) utilizados por via oral, tendo em vista que reduz o seu
tempo de passagem pelo intestino 17,18.
Referências
1. LEÃO, W. F. Avaliação e validação de metodologias analíticas por UV-VIS e CLAE-DAD para quantificação de antraquinonas nos frutos de Senna
angustifolia Vahl (FABACEAE). 2015. 99f. Dissertação (Mestrado em Inovação Terapêutica) - Universidade Federal de Pernambuco, 2015.
2. GERLACK, Letícia F.; MORRONE, Fernanda B. Perfil de utilização de composto emagrecedor em farmácia de manipulação de Porto Alegre. Pharm Bras,
v. 54, n. 1, p. 21-4, 2006.
3. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. 1 ed. 2016.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Instrução Normativa Nº 2 de 13 de maio de 2014. Publica a “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro
simplificado” e a “Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”. 2014.
5. LORENZI, H.; MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e Exóticas. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
6. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
7. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos e nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
8. NEVES, A. M. et al. Caracterização química eo potencial antimicrobiano de espécies do gênero Senna Mill (Fabaceae). Rev. Virtual Quim, v. 9, p. 2506-
2538, 2017.
9. MISHRA, P.; SHUKLA, A. K.; SUNDARESAN, V. Candidate DNA barcode tags combined with high resolution melting (Bar-HRM) curve analysis for
authentication of Senna alexandrina Mill. with Validation in Crude Drugs. Frontiers in plant science, v. 9, p. 283, 2018.
10. SANTOS et al. Influência de processos de escarificação na embebição e germinação de Senna corymbosa (Lam.) H.S. Irwin & Barneby . Pesquisa
Agropecuária Gaúcha, 14(1), 57-61, 2008.
11. BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão Assessoria de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 4ª ed. São Paulo, 2019.
12. EPIFANO, F et al. Screening for novel plant sources of prenyloxyanthraquinones: Senna alexandrina Mill. and Aloe vera (L.) Burm. F. Natural Product
Research. 2015; 29(2):180-184.
13. ARAUJO, R. P. Z. Avaliação comparativa do conteúdo de extrato seco de Sene (Cassia angustifolia Vahl) em cápsulas desenvolvidas com
material vegetal e cápsulas convencionais de gelatina. 2012. 92f. Dissertação (Mestrado em Gestão, Pesquisa e Desenvolvimento na Indústria
Farmacêutica) - Instituto de Tecnologia em Fármacos/Farmanguinhos, Rio de Janeiro, 2012.
14. MACEDO, E. M. S. et al. Quimiodiversidade e Propriedades Biofarmacológicas de Espécies de Senna Nativas do Nordeste do Brasil. Revista Virtual
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15. EUROPEAN MEDICINES AGENCY (EMA). European Union herbal monograph on Senna alexandrina Mill. (Cassia senna L.; Cassia angustifolia Vahl),
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european-union-herbal-monograph-senna-alexandrina-mill-cassia-senna-l-cassia-angustifolia-vahl_en.pdf Acesso em: 18 de agosto de 2020.
16. TABACH, R., et al. Sistema de Farmacovigilância em Plantas Medicinais. Boletim Planfavi, n. 21, p. 1-4, 2012.
17. WILLIAMSON, E; DRIVER, S; BAXTER, K. Stockley’sHerbal Medicines Interactions. Pharmaceutical Press, 2009.
18. NICOLETTI, Maria A. et al. Principais interações no uso de medicamentos fitoterápicos. Infarma, v. 19, n. 2, p. 32-40, 2007.
Fonte A. IMAGEM. MIFSUD, S. Senna alexandrina (Alexandrian Senna). MaltaWildPlants.com - an online flora of Malta by Stephen Mifsud, 2022. Disponível
em: https://www.maltawildplants.com/CSPL/Senna_alexandrina.php#PIC. Acesso em: 09 de fevereiro de 2022.
Fonte B. IMAGEM. UDYAN, D. S. Senna corymbosa (Introduzido). Efloraofindia - Plants of Indian Subcontinent, 2020. Disponível em:
https://sites.google.com/site/efloraofindia/species/a---l/f/fabaceae/senna/senna-corymbosa. Acesso em: 09 de fevereiro de 2022.
Fonte C. IMAGEM. ABE, D.; SAITO, T.; SEKIYA, K. Sennidin stimulates glucose incorporation in rat adipocytes. Life sciences, v. 79, n. 11, p. 1027-1033,
2006.
Fonte D. IMAGEM. HWANG, I. Y.; JEONG, C. S. Gastroprotective activities of sennoside A and sennoside B via the up-regulation of prostaglandin E2 and the
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Fonte E. IMAGEM. MEIER, N. et al. In-silico UHPLC method optimization for aglycones in the herbal laxatives Aloe barbadensis Mill., Cassia angustifolia vahl
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153
Tansagem
ORIGEM
:A
E
NT
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
A palavra "plantago" vem do latim e significa “planta do pé” e a palavra "major" significa
maior se referindo, respectivamente, à estatura e ao tamanho das folhas desta planta 2,3.
Essa espécie é utilizada desde a antiguidade, sendo considerada uma das nove plantas
sagradas dos povos anglo-saxônicos. Registros arqueológicos apontam que seu cultivo
nos países nórdicos (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia) é realizado há
mais de 4000 anos, como cicatrizante de feridas 4.
Uma espécie pertencente ao mesmo gênero (Plantago ovata Forssk) é ofertada como
Fitoterápico pelo SUS para o tratamento de constipação intestinal 2,5.
ATENÇÃO!
No Brasil, são encontradas mais de 16 espécies do gênero Plantago, com diferentes distribuições
geográficas. A tansagem (Plantago major L.) é uma espécie medicinal que pode ser confundida com a
Plantago lanceolata L., uma espécie de origem europeia e a Plantago australis Lam., espécie nativa do
sul e sudeste do Brasil, igualmente utilizadas na medicina para os mesmos fins 1,6 .
154
Você sabe como diferenciar essas espécies vegetais?
A
são facilmente colhidas raspando-se entre os dedos toda a inflorescência 1,7. N TE
FO
NT
E que medem de 8 a 10 cm 8.
FO
C
haste que pode medir até 40 cm 9.
E:
NT
FO
Ela é utilizada como anti-inflamatório e antisséptico da cavidade oral 5,10. Apresenta ação
cicatrizante, antimicrobiana, antidiarreica, anti-hemorrágica, hipolipidemiante, hemostática,
expectorante (bronquites crônica), afecções de pele (acne e espinha), diurética e como auxiliar no
tratamento da úlcera péptica 1,2,3.
FONTE: D
FONTE: D
FONTE: E
FONTE: E FONTE: F FONTE: G
FONTE: E
FONTE: F
FONTE: E FONTE: F
FONTE: A
Em uma xícara, adicionar 2 a 6 g das folhas secas de tansagem, previamente cortadas em pequenos
pedaços. Adicionar 150 mL de água fervente e abafar por 10 a 15 minutos. Após isso, filtrar (coar) e
estará pronto para o consumo 5,10.
Embora a tansagem tenha uma vasta utilização na medicina popular como vimos
anteriormente, nesse material estamos disponibilizando a indicação do Formulário Nacional
da Farmacopeia Brasileira que é como anti-inflamatório e antisséptico da cavidade oral 5 .
O chá das folhas de tansagem é de uso externo, dessa forma, após a higiene da cavidade oral, deve-
se umedecer o algodão no chá (em temperatura ambiente e sem a adição de açúcar) e aplicar sobre o
local afetado. Também pode ser feito bochecho ou gargarejo, todavia o chá não deve ser deglutido 1,5,10.
156
A tansagem também pode ser utilizada na forma de cataplasma (folhas amassadas
em pilão e misturadas a glicerina e espalhadas sobre a gaze) aplicadas sobre
feridas, queimaduras e picadas de insetos 1.
ALERTA!
Essa planta não deve ser utilizado por indivíduos que apresentem hipersensibilidade
a mesma ou a outras espécies da família Plantaginaceae10.
O manuseio dessa planta deve ser feito com cautela, pois o contato com seu pólen ou
com a casca da semente pode ocasionar reações anafiláticas 3,6,15.
Por possuir efeito coagulante, não deve ser utilizada antes de procedimentos
cirúrgicos ou por indivíduos com coagulopatias (distúrbios da coagulação)17.
157
Referências
1. LORENZI, H.; MATOS, F. J. de A. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e Exóticas. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
2. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2. ed - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
3. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2004.
4. SAMUELSEN, Anne Berit. "The traditional uses, chemical constituents and biological activities of Plantago major L. A review." Journal of
ethnopharmacology, v. 71, n. 1-2, p. 1-21, 2000.
5. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2 ed. Brasília-DF. 2021.
6. ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Buenos Aires, Argentina: Corpus, 2007.
7. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Monografia da espécie Plantago major L. Brasília, 2014.
8. RIGALI DEVITA, Pablo Ignacio; ZUGARRAMURDI REAL, Claudia. Evaluación del efecto del Plantago lanceolata cv. tonic vs. Lolium multiflorum, sobre
el nivel de infestación por nematodos gastrointestinales en terneros Holando. 2007. 48f. Tese (Doutorado em Ciências Veterinárias), Universidad de La
Republica, 2007.
9 .ASTO GUAMAN, Sandra Viviana. Evaluación de la Actividad Cicatrizante de extractos de hojas de Llantén de páramo (Plántago Australis) en
lesiones, inducidas en ratones (Mus musculus). 2015. 102f. Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia - Bioquímica Farmacêutica), Escuela Superior
Politécnica de Chimborazo. 2015.
10 .BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão Assessoria de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos, 4º Ed. São Paulo, 2019.
11. SAMUELSEN, A. B et al. Características estruturais e atividade anti-complementar de algumas frações de polissacarídeos heteroxilano das sementes de
Plantago major L. Carbohydrate Polymers, v. 38, n. 2, p.133 – 143, 1999a.
12. SAMUELSEN, A. B et al. Estudos estruturais de um heteroxilano de sementes de Plantago major L. por hidrólise parcial, HPAEC-PAD, metilação e GC-MS,
ES-MS e ES-MS / MS. Carbohydrate Research, v. 315, p. 312-318, 1999b.
13. LIN, C. C; SHIEH, D.E. A atividade antiinflamatória dos extratos de Scutellaria rivularis e seus componentes ativos, baicalina, baicaleína e wogonina.
American Journal of Chinese Medicine, v.24, p. 31-36, 1996.
14. BRASIL. Rio de Janeiro. Resolução SES/RJ n° 1757, de 18 de fevereiro de 2002. Contraindica o uso de plantas medicinais no âmbito do Estado do Rio de
Janeiro e dá outras providências; 2002. https://www.saude.gov.br/images/pdf/2019/janeiro/14/resolucao-ses-rj-1757-18-2-2002-contra-indica-plantas-
medicinais.pdf. Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
15. ROSSATO, A. E. et al. Fitoterapia Racional: Aspectos Taxonômicos, Agroecológicos, Etnobotânicos e Terapêuticos. 1. ed - Florianópolis: DIOESC,
2012. http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/1628/2/Fitoterapia%20Racional.pdf
16. PEREIRA, A. M. S. et al. Formulário de preparação extemporânea: farmácia da natureza - chás medicinais. 1. ed. São Paulo: Bertolucci, 2017. 270p.
17. SHIFFMAN, M. A. Dangers of herbs when performing surgery. International Journal of Cosmetic Surgery and aesthetic Dermatology. v. 2, n. 2, p. 95-98,
2000. http://medicalcosmeticcentre.com.au/wp-content/uploads/2017/04/Herbs-and-Surgery.pdf
18. PANIZZA, S. T.; VEIGA, R. S.; ALMEIDA, M. C. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. São Luiz: CONBRAFITO, 2012.
FONTE A. IMAGEM. Paolucci, Marco. UTAD Jardim Botânico. Disponível em: https://jb.utad.pt/especie/Plantago_major#imagem-23943. Acesso em 01 de
fevereiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. Paolucci, Marco. UTAD Jardim Botânico. Disponível em: https://jb.utad.pt/especie/Plantago_lanceolata#imagem-23898. Acesso em 01 de
fevereiro de 2022.
FONTE C. IMAGEM. Morales, Juan Francisco. Instituto Nacional de Biodiversidad Costa Rica (INBio). Disponível em: https://eol.org/pt-BR/media/9445246.
Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
FONTE D. IMAGEM. DADOM, M. B. et al. Constituintes químicos e benefícios médicos do Plantago major. Biomedicina e farmacoterapia, v. 96, p. 348-360.
2017. Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
FONTE E. IMAGEM. Assis, Edileuza Bezerra. Estudo fitoquímico e abordagem sobre a atividade larvicida de Helicteres eichleri K. Schum (Sterculiaceae)
frente ao Aedes aegypti L. (DIPTERA: CULICIDAE). Dissertação (Mestrado em Produtos Naturais) – Programa de Pós-graduação em Produtos Naturais e
Sintéticos Bioativos, Universidade Federal da Paraíba, 2019. Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
FONTE F. IMAGEM. HEALTH CANADA. Chemical Substance – Arabinogalactan. Disponível em: http://webprod.hc-sc.gc.ca/nhpid-bdipsn/ingredReq.do?
id=3172&lang=eng. Acesso em 01 de fevereiro de 2022.
158
Seção II
Medicamentos
Fitoterápicos e
Produtos Tradicionais
Fitoterápicos
Allessya Lara D. Formiga; Carolaine Amaral A. Melo; Fernanda Ellen C. da
Silva; Gabrielle Andrade Mota; Larissa Ribeiro da Silva; Letícia Augusta S.
da C. Miranda; Lívia Roberta Pimenta Souza; Luanne Modesto Dantas;
Nicolly Karolyne A. da C. Bezerril; Paulo Gabriel L. dos S. Lopes; Wênia
Lopes Feitosa; Climério Avelino de Figueredo; Maria de Fátima Vanderlei
de Souza; Leônia Maria Batistia
Agno-casto
A
ORIGEM
:
TE
FON
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O nome do gênero Vitex deriva do latim "vitilium" que significa trançado e reporta-se ao
uso histórico dos ramos na produção de cercas, já o termo "agnus" deriva do grego e
remete a estéril. Por sua vez, castus também deriva do latim e faz alusão à castidade 1,2. Sex
ATENÇÃO!
O gênero Vitex abrange cerca de 223 espécies cuja distribuição geográfica se dá na Ásia, parte da
Europa e da América 10,11 . Na América do Sul, a espécie Vitex negundo L. apresenta características
botânicas semelhantes ao Vitex agnus-castus L. Assim, se faz necessária a diferenciação entre essas
plantas para evitar erros durante sua utilização 1.
:C
E
volumosos13,14 . NT
FO
O agno-casto é indicado principalmente para sintomas leves de tensão pré-menstrual (TPM) como nos
quadros de dismenorreia (dor menstrual), amenorreia (irregularidade nos ciclos menstruais), menorreia
(fluxo menstrual em excesso) e mastalgia (dor no seio), além da utilização no climatério e para estimular
a lactação. Nos homens, seu uso é associado à diminuição da libido e da acne 2,6,15. Além disso, esta
planta apresenta atividade diurética, antidiarreica, expectorante, anti-inflamatória, analgésica,
adstringente, carminativa, antiespasmódica, ansiolítica e antiepiléptica1,6,16.
Importante!
O agno-casto pode ser encontrado nas farmácias como um produto
tradicional fitoterápico 5 .
ALERTA!
O Vitex agnus-castus L. deve ser utilizado apenas por indivíduos adultos 3,4,18.
162
Em histórico de câncer dependente de estrógeno e de transtorno da glândula pituitária,
o médico deverá ser consultado antes do uso desta espécie vegetal3,4 .
Referências
1. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2007.
2. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
3. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Primeiro Suplemento do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 1 ed. 2018.
4. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2ª edição. Brasília. 2021a.
5. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Produtos tradicionais fitoterápicos passíveis de notificação de acordo com as
formulações publicadas na 2 a edição do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2021b.
6. LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008.
7. FRANÇA, F. Vitex in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 2020. Disponível em:
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB36608. Acesso em: 30 set. 2021
8. TROPICOS. Vitex agnus castus L. 2021a. Disponível em:http://legacy.tropicos.org/Name/33700881. Acesso em: 30 set. 2021.
9. BARROS, J. D. Avaliação toxicológica pré-clínica com extrato bruto seco das filhas de Vitex agnus castus Linn. 2008. Dissertação (Mestrado em
Ciências Farmacêuticas) - Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal do Pernambuco. 2008.
10. THE PLANT LIST. Vitex L. 2013. Disponível em: http://www.theplantlist.org/1.1/browse/A/Lamiaceae/Vitex/. Acesso em: 30 set. 2021.
11. TROPICOS. Vitex L. 2021b. Disponível em: http://legacy.tropicos.org/Name/40024664. Acessoem: 30 set. 2021.
163
12. BRAGA, Zélia Valente. Estudo morfoanatômico dos órgãos vegetativos aéreos de Vitex agnus-castus L.(VERBENACEAE). 2010. Tese de Doutorado -
Programa de Pós-Graduação em Botânica Tropical da Universidade Federal Rural da Amazônia e Museu Paraense Emílio Goeldi (UFRA/MPEG). 2010.
13. SINGH, Y; MISHRA, P; KANNOJIA, P. Morphology, Phytochemistry and Pharmacological Activity of Vitex negundo: An Overview. Journal of Drug Delivery
and Therapeutics, v. 10, n. (3-s), p. 280-285, 2020.
14. BASRI, F. et al. A review of ethnomedicinal plant-Vitex negundo Linn. Int. J. Adv. Res, v. 2, n. 3, p. 882-894, 2014.
15. WILLIAMSON, E; DRIVER, S; BAXTER, K. Stockley’sHerbal Medicines Interactions. Pharmaceutical Press, 2009.
16. TABACH, R. (Coord.). et al. Sistema de Farmacovigilância em Plantas Medicinais. Boletim PLANFAVI, n. 56, outubro-dezembro, 2020. Disponível em:
https://www.cebrid.com.br/wp-content/uploads/2021/03/Boletim-PLANFAVI-56-outubro-novembro-dezembro-2020.pdf. Acesso em: 28 de set. 2021.
17. NIROUMAND, M.; HEYDARPOUR, F.; FARZAEI, M. Pharmacological and therapeutic effects of Vitex agnus-castus L.: A review. Pharmacognosy Reviews,
v. 12, n. 23, 2018.
18. EMA, European Medicines Agency. European Union herbal monograph on Vitex agnus-castus L., fructus. London: Committee on Herbal Medicinal
Products, 2018. Disponível em: https://www.ema.europa.eu/documents/herbalmonograph/final-european-union-herbal-monograph-vitex-agnus-castus-l-fructus-
revision-1_en.pdf. Acesso em: 28/09/2021.
Fonte A: STANG, D. Vitex agnus-castus L. Vitex agnus-castus. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden, 2022. Disponível em:
http://legacy.tropicos.org/Image/100122326. Acesso em: 28/07/2022.
Fonte B: HARRIS, J. Vitex agnus-castus L. Vitex agnus-castus legacy. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden, 2022. Disponível em:
http://www.tropicos.org/Image/100782042. Acesso em: 28/01/2022.
Fonte C: HARRIS, J. Vitex negundo L. Vitex negundo. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden, 2022. Disponível em: http://www.tropicos.org/Image/100782041.
Acesso em: 28/01/2022.
Fonte D: NIROUMAND; HEYDARPOUR; FARZAEI, 2018
Fonte E: ZAHID, H.; RIZWANI, G. H.; ISHAQE, S. Phytopharmacological review on Vitex agnus-castus: a potential medicinal plant. Chinese Herbal Medicines,
v. 8, n. 1, p. 24-29, 2016.
Fonte F: GHORBANI, A; ESMAEILIZADEH, M. Propriedades farmacológicas da Salvia officinalis e seus componentes. Revista de Medicina Tradicional e
Complementar, v. 7, n. 4, p. 433-440, 2017.
Fonte G: JELINEK, L. et al. Comparison of Czech hop cultivars based on their contenst of secondary metabolites. Czech Journal of Food Sciences, v. 28, n. 4,
p. 309-316, 2010.
164
Alcachofra
Cynara scolymus L. (Alcachofra) é uma planta amplamente utilizada pela população, devido às suas propriedades
digestivas e alimentícias. Mas se engana quem pensa que o seu uso se restringe ao conhecimento popular, pois, a
partir da comprovação científica de suas propriedades medicinais, a alcachofra foi inserida na Relação Nacional de
Plantas de Interesse do SUS (RENISUS), além de estar disponível na Lista de Medicamentos Fitoterápicos de
Registro Simplificado, descrita na Instrução Normativa Nº 2 de 13 de maio de 2014, da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), no memento fitoterápico, na 1ª
1,2,3,4,5,6,7,8
edição do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, no seu suplemento e na sua 2ª edição .
NT
E ORIGEM
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O nome científico da alcachofra apresenta origens distintas, sendo "Cynara" termo derivado
do latim "cinis", "cineris", que faz referência ao uso de cinzas na adubação, ao passo que
"scolymus" se origina do grego (skolymus), em alusão aos espinhos que envolvem as
inflorescências dessa planta 9.
O uso da Cynara scolymus L. com finalidade terapêutica remonta ao período das grandes
civilizações da antiguidade, como Grécia, Roma e Egito, quando podia ser encontrada nos
jardins dos palácios 9,14.
E
NT frutos são do tipo aquênio 1,10,11,15.
FO
165
Você sabe quais são as indicações terapêuticas da Alcachofra?
As principais indicações terapêuticas dessa planta são no tratamento da hipercolesterolemia (aumento dos
níveis de colesterol no sangue) leve a moderada, alívio de sintomas da síndrome do intestino irritável e
5,8
desconfortos gastrointestinais, como dispepsias (azia) e flatulência . Além disso, a alcachofra apresenta
4,9,16
efeito colerético, colagogo, diurético e hepatoprotetor .
A alcachofra apresenta uma variedade de compostos químicos, dentre os quais se destacam os ácidos
fenólicos (derivados do ácido cafeoilquínico como a cinarina, o ácido clorogênico e o ácido cafeico);
flavonoides (escolimosídeo e luteolina); flavonoides glicosilados (cinarosídeo); lactonas
sesquiterpênicas (cinaropicrina, grosheimina e aguerina B) e óleos essenciais (beta-selineno,
cariofileno e eugenol). Além desses, são encontrados ácidos alifáticos, taninos, fitoesteróis, inulina,
vitamina E, vitamina C e sais minerais 1,9,10,11,12,17,18.
.
Cinarina Cinaropicrina
FONTE D FONTE E
FONTE E
166
Quais as formas de preparação recomendadas para o uso da
Alcachofra?
A alcachofra pode ser utilizada in natura ou como droga vegetal para a preparação de formas
extemporâneas (uso imediato) e na forma de medicamento fitoterápico.
O chá dos folhas secas da alcachofra deve ser preparado por INFUSÃO.
FONTE: A FONTE: G
Colocar em uma xícara 1,5 g das folhas secas pulverizadas ou 3,0 g de folhas frescas rasuradas. Adicionar
150 mL de água fervente, abafar e deixar durante 10 a 15 minutos em repouso. Após isso, deve-se coar o
chá e estará pronto para ingestão8,19.
O medicamento fitoterápico obtido da alcachofra pode ser encontrado nas farmácias na forma
de comprimidos ou cápsulas, preparados a partir do extrato seco de suas folhas 5,8 e na forma
7
de solução oral e tintura .
ALERTA!
A tintura, por ser uma formulação com alto teor de álcool, não deve ser utilizada por
8
indivíduos etilistas (alcoolistas), diabéticos e menores de 18 anos .
Seu uso deve ser evitado nos casos de obstrução do ducto biliar devido ao seu efeito
estimulante na vesícula biliar19.
O individuo deverá procurar um serviço de saúde caso os sintomas perdurem por mais
5
de 2 semanas .
Referências
1.LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativa e exótica. 2 ed. Novas Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
2.BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RENISUS - Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS,
DAF/SCTIE/MS. Brasília: ANVISA. 2009. Disponível em: <https://mooc.campusvirtual.fiocruz.br/rea/medicamentos-da biodiversidade/ RENISUS.pdf>.
3. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 1ª edição. Brasília. 2011.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Instrução Normativa Nº 2 de 13 de maio de 2014. Publica a “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado” e a
“Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”. 2014.
5. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. Primeiro Suplemento de Formulário de Fitoterápicos Farmacopeia Brasileira. 1º Edição. Brasília.
2018.
6.BRASIL. Ministério da Saúde. Agência nacional de vigilância sanitária. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). Brasília-DF, 2020.
7. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2ª edição. Brasília. 2021.
8.SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
9. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2004.
10. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). WHO Consultation on Selected Medicinal Plants. 4ª edição, Salerno- Paestum, Italy, 2009.
11. REOLON-COSTA, A.; GRANDO, M.; CAVERO, V. Alcachofra (Cynara cardunculus L. var. scolymus (L.) Fiori): Alimento funcional e fonte de compostos
promotores da saúde. Revista Fitos, Rio de Janeiro, v. 10, n. 4, p. 375-547. 2016. Disponível em: < https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/19268/2/13.pdf>
12. FLORA DO BRASIL. Cynara. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 2020. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB593174>. Acesso em:
05 mai. 2021.
13. LIMA, S. M. R. R. Fitomedicamentos na Prática Médica. 1º edição, São Paulo: Atheneu, 2012.
14. SILVA, C. F. Comercialização de fitoterápicos à base de Cynara scolymus L. em farmácias virtuais brasileiras. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharelado em Nutrição) - Centro Acadêmico de Vitória de Santo Antão, Universidade Federal de Pernambuco, Vitória de Santo Antão, 2011. Disponível em: <
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/18215/2/SILVA%2c%20Claudia%20Feliciano%20da.pdf>.
15. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. 1ª edição. Brasília. 2016.
16. BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de apoio técnico e educação permanente. Comissão Assessora De Plantas
Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 4 ed. São Paulo, 2019.
17. BAXTER, K.; DRIVER, S.; WILLIAMSON, E. Stockley'sherbal medicines interactions. Pharmaceutical Press, 2013.
18. BARROS, D. M et al. Properties of Artichoke with Emphasis on Nutritional Composition. Brazilian Journal of Development. v. 6, n. 7, p. 43449-43458, 2020.
19. EMA, European Medicines Agency. European Union herbal monograph on Cynara cardunculus L. (syn. Cynara scolymus L.), folium. London: Committee
on Herbal Medicinal Products (HMPC), 2018. Disponívelem: <www.ema.europa.eu/en/documents/herbal-monograph/final-european-union-herbal-monograph-Cynara-
cardunculus-l-syn-cynara-scolymus-l-folium_en.pdf>.
20. NICOLETTI, M.A. et al. Fitoterápicos – Principais Interações Medicamentosas. 1ª edição. São Paulo: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS
MAGISTRAIS, 2012.
FONTE A. STEFANO. Imagem 33999 da espécie Cynara scolymus. 2017. 1 fotografia, color. Disponível em: https://jb.utad.pt/multimedia/33999. Acesso em:
18/02/2022.
FONTE B. YUNES, R. A et al. Composição química e atividades biológicas das folhas de Cynara scolymus L. (alcachofra) cultivada no Brasil. Química nova, v. 26, n.
3, pág. 331-334, 2003.
FONTE C. SHAKERI, A; SAHEBKAR, A; JAVADI, B. Melissa officinalis L. – Uma revisão de seus usos tradicionais, fitoquímica e farmacologia. Journal of
Ethnopharmacology, v. 188, n. 21, p. 204-228, 2016.
FONTE D. REZAZADEH, K.; EBRAHIMI-MAMEGHANI, M. Artichoke leaf extract and use in metabolic syndrome as an antioxidant. In: Pathology. Academic Press,
2020. p. 169-177.
FONTE E. BARROS, D. M et al. Properties of Artichoke with Emphasis on Nutritional Composition. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 7, p. 43449-43458,
2020.
168
FONTE G. SATHLER, Leonardo de Amorim..Extrato e farinha de yacon como fontes de carbono para produção de inulinase pela levedura Kluyveromyces
marxianus NRRL Y-7571. 2016. Dissertação (Mestrado em Microbiologia Agrícola) - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas, 2013.
Alcaçuz
Glycyrrhiza glabra L. (Alcaçuz) é uma espécie vegetal amplamente utilizada nas indústrias de balas,
1,2
bebidas e tabaco devido ao seu sabor adocicado . Dada a sua relevância na medicina tradicional, essa
planta foi incorporada à Lista de Medicamentos e Produtos Tradicionais Fitoterápicos de Registro
Simplificado, descrita na Instrução Normativa Nº 2 de 13 de maio de 2014, da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), ao Suplemento do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira
3,4,5
1ª edição e à 2ª edição deste Formulário .
O ORIGEM
F
NT
E:
A
Glycyrrhiza glabra L., conhecida popularmente como alcaçuz, regaliz, glicirriza, pau-doce, raiz-doce e
madeira-doce, pertence à família Fabaceae. Essa planta é nativa da Ásia Central e Ocidental e do sul
da Europa, embora também seja encontrada no norte da África6,7. No Brasil, essa espécie não é
1
endêmica (não ocorre naturalmente), e por isso é considerada como planta exótica .
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
ATENÇÃO!
A família Fabaceae possui 727 gêneros. No Brasil, duas espécies desses gêneros são conhecidas
pelo nome popular de alcaçuz, a Glycyrrhiza glabra L. (alcaçuz) e a Periandra dulcis Mart. (alcaçuz-
da-terra), ambas utilizadas na indústria alimentícia e em preparações farmacêuticas 1,11. Assim, faz-
se necessária a diferenciação botânica entre essas espécies a fim de assegurar o seu uso correto.
169
Você sabe como diferenciar essas espécies vegetais?
N TE
FO comprimento. Apresenta folhas de 7 a 15 cm de comprimento, em disposição alternada,
com formato elíptico (lança), possuindo de 7 a 12 folíolos (pequenas folhas localizadas
próximas ao caule). Suas flores possuem tamanho que varia de 5 a 17 cm de coloração
azul-arroxeada, dispostas em racemos (cachos) 8,9,12 . O fruto é do tipo vagem achatada e
6,9,11
mede cerca de 2 cm de comprimento, com 2 a 3 sementes .
:
B
N TE
FO
O medicamento fitoterápico obtido do alcaçuz é indicado como auxiliar no alívio dos sintomas
dispépticos (má digestão) e coadjuvante no tratamento de úlceras gástricas e duodenais, por reforçar a
barreira mucosa3,4,5. Já o produto tradicional fitoterápico dessa espécie medicinal é utilizado para asma,
3,5,10,13
bronquite, em casos de tosse proveniente do resfriado comum e como expectorante . Além disso,
6,9
essa planta possui ação antioxidante, anti-inflamatório, imunoestimulante e antimicrobiana .
Além desses constituintes são encontrados flavonoides (glabrol, liquiritina e liquiritigenina); isoflavonas
(glabridina, galbrena, glizarina e formononetina); chalconas (isoliquiritina, isoliquiritigenina e
glabrolídeo); cumarinas (umbeliferona, hernianina, glicirrina e licumarina); óleo essencial (anetol e
eugenol); esteroides (β-sitosterol, estigmasterol e di-hidrostigmasterol); lignanas e resinas, além do
ácido propiônico; aminoácidos e sais minerais 6,10,14,15,16,17. Atribui-se a ação antiulcerogênica do alcaçuz
aos compostos glabridina (isoflavona), glicirrizina e ácido glicirrízico (saponinas triterpênicas) e ao
conjunto de flavonoides 9,18,19,20. As saponinas triterpênicas, em destaque glicirrizina e ácido glicirrízico,
também desempenham atividade anti-inflamatória por meio da inibição da enzima 11-hidroxiesteroide
desidrogenase, resultando no aumento da concentração de cortisol, atuando assim como um
10,16,21,22
mineralocorticoide . Além disso, a glicirrizina e o ácido glicirrízico (saponinas triterpênicas) são
responsáveis pela atividade expectorante e antitussígena dessa planta, uma vez que aceleram a
secreção e fluidificação do muco 10,16,23.
O alcaçuz pode ser utilizado na forma de preparação extemporânea (consumo imediato), como
chá medicinal obtido por decocção a partir de suas raízes secas, mas também pode ser
encontrado nas farmácias, na forma de medicamento fitoterápico ou produto tradicional
3,5
fitoterápico .
Você sabe a forma correta de preparar o chá das raízes secas do Alcaçuz?
O chá das raízes secas do alcaçuz deve ser preparado por DECOCCÃO 5 .
FONTE: I
Em um recipiente, colocar de 1,5 a 2,0 g das raízes secas do alcaçuz, previamente cortadas em
pequenos pedaços. Adicionar 150 mL de água e levar para o cozimento durante 10 a 15 minutos com o
recipiente tampado. Após isso, deve-se coar a preparação e o chá estará pronto para o consumo 5.
4
Restrição de uso: A venda de ambos os produtos é isenta de prescrição médica .
ALERTA!
O uso do alcaçuz é contraindicado para gestantes, lactantes, mulheres que estão tentando
engravidar, indivíduos menores de 18 anos e/ou que possuam hipersensibilidade aos
5,6,10
componentes da formulação .
O alcaçuz não deve ser utilizado por indivíduos que estejam em recuperação de alcoolismo, pois esse
grupo possui maior sensibilidade aos efeitos adversos provocados por essa planta5,9.
Essa espécie medicinal não deve ser utilizada por homens com baixa libido ou outras disfunções
sexuais4.
Glycyrrhiza glabra L. não deve ser utilizada em doses acima do recomendado e por
um período superior a quatro semanas sem acompanhamento de um profissional de
3,5
saúde habilitado .
A utilização concomitante do alcaçuz com medicamentos da classe dos diuréticos (tiazídicos e de alça),
glicosídeos cardiotônicos e laxantes é contraindicada, uma vez que pode ocasionar a perda excessiva
de potássio, resultando em um desequilíbrio eletrolítico no organismo4,6,14 .
Referências
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Brasília. 2018.
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da Saúde da AJES, v. 5, n. 9, 2019.
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(Fabaceae). Biomolecules , v. 10, n. 3, 2020.
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11. BORGES, A. F. CONTROLE DE QUALIDADE DE AMOSTRAS DE ALCAÇUZ COMERCIALIZADAS NO MUNICIPIO DE PALMAS – TO. 2015. Centro
Universitário Luterano de Palmas: Palmas –TO. 2015.
12. WORLD FLORA ONLINE (WFO). Glycyrrhiza glabra L. 2021. Disponível em: http://www.worldfloraonline.org/taxon/wfo-0000212813. Acesso em: 01 set
2021.
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supplements and nutraceuticals with conventional medicines. Pharmaceutical Press - London, UK. 2009.
15. BARNES, J.; ANDERSON, L. A.; PHILLIPSON, J. D. herbal medicines. 3. Ed. Pharmaceutical Press: London-Chicago, 2007.
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21. DASTAGIR, G.; RIZVI, M. A. Glycyrrhiza glabra L. (Liquorice): review. Pak. J. Pharm. Sci., v. 29, n.5, p.1727-1733, September 2016.
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Identification of Licoflavanone as a Modulator of NF-kB/MAPK Pathway. Antioxidants, v. 8, n. 186, p. 1-15, 2018.
23. AL-SANAFI, A. E. Glycyrrhiza glabra: A phytochemical and pharmacological review. IOSR Journal Of Pharmacy, v. 8, n. 6, p. 1-17, 2018.
FONTE A: KOCNA, P. Glycyrrhiza glabra L. - Liquorice. 2022. 1 fotogradia, color. Disponível em: https://www.biolib.cz/en/image/id96929/. Acesso em:
10/02/2022.
FONTE B: KENICER, G. Glycyrrhiza glabra L. Royal BotanicGardens, Kew, 2022. Disponível em:
https://powo.science.kew.org/taxon/urn:lsid:ipni.org:names:496941-1#image-gallery. Acesso em: 28/01/2022.
FONTE C: MERCADANTE, M. Periandra mediterranea. Tropical Plants Database, Ken Fern., 2022. Disponível em: tropical.theferns.info/viewtropical.php?
id=Periandra+mediterrânea. Acesso em: 28/01/2022.
FONTE D: HARWANSH, R. K. et al. Nanoemulsions as vehicles for transdermal delivery of glycyrrhizin. Braz. J. Pharm. Sci, v. 47, n. 4, Dec, 2011.
FONTE E: BARNES, J., ANDERSON, L.A., PHILLIPSON, J.D., Fitoterápicos, 3ª ed., Porto Alegre: Artmed, 2012.
FONTE F: WU, S. C.; Zhi-Qiang Yang; Fei Liu; Wen-Jing Peng; Shao-Qi Qu; Qian Li; Xiang-Bin Song1, Kui Zhu1* and Jian-Zhong Shen Antibacterial Effect
and Mode of Action of Flavonoids From Licorice Against Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus. Front Microbiol. V. 5, n. 10, p. 2489, Nov., 2019.
FONTE G: KIM, S. J; S S KWON, S H JEON, E R YU, S N PARK. Enhanced skin delivery of liquiritigenin and liquiritin-loaded liposome-in-hydrogel complex
system. International Journal of Cosmetic Science, v. 36, n. 6, p. 553-560, 2014.
FONTE H: PASTORINO, G et al., Alcaçuz ( Glycyrrhiza glabra ): uma revisão fitoquímica e farmacológica. Phytotherapy Research. V, 32, p. 2323-2339.
2018.
FONTE I: KUMAR, Shobhit; DORA, Binod Bihari. A critical appraisal on phytochemical constituents and therapeutic effect of Yashtimadhu (Glycyrrhiza glabra).
Res Rev J Med Sci Technol, v. 6, n. 3, p. 6-10, 2018.
173
Babosa
Aloe vera (L.) Burm. f. (Babosa) é uma planta cujo uso medicinal e cosmético é
conhecido há mais de 2000 anos, e devido à sua aplicabilidade continua sendo
muito utilizada, em todo o mundo. Essa espécie vegetal, integra a Relação
Nacional de Plantas de Interesse ao Sistema Único de Saúde (RENISUS), a
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), o Memento
Fitoterápico, o Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição
1,2,3,4,5,6
e a lista de Produtos Tradicionais Fitoterápicos passíveis de notificação .
NT
E ORIGEM
FO
Aloe vera (L.) Burm. f., popularmente conhecida como babosa, aloé, erva-de-azebre, caraguatá-de-jardim,
aloe de queimadura, aloé-do-cabo e erva-babosa, pertence à família Xanthorrhoeaceae 4,7,8 . Essa espécie
1
vegetal é nativa da África, sendo amplamente distribuída em países de climas tropicais e subtropicais secos .
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O termo "Aloe" deriva do grego "aloé", do árabe "alloeh" e do hebreu "halal", fazendo
referência às características amarga e brilhante da babosa, ao passo que "vera" significa
8
verdadeira .
O filósofo Aristóteles aconselhou o rei grego Alexandre Magno a conquistar a ilha de Socotra
para auxiliar no processo de cura dos soldados feridos, devido à grande quantidade de espécies
7
Aloe vera (L.) Burm. f. na ilha .
Além disso, os judeus utilizavam lençóis molhados com o sumo dessa espécie vegetal
para envolver os mortos, a fim de mascarar o odor da putrefação e retardar esse
processo, como ocorreu após a morte de Jesus Cristo. Essa planta medicinal faz parte
9
de inúmeras formulações medicinais, fitocosméticas e nutracêuticas .
174
ATENÇÃO!
A babosa (Aloe vera (L.) Burm. f.) é uma espécie medicinal que pode ser facilmente confundida com outras
espécies do mesmo gênero (Aloe ferox Mill. e Aloe arborescens Mill.), devido à similaridade morfológica entre
11
elas . Daí, a importância de saber diferenciar as características botânicas dessas espécies.
N
TE
:A
(gel) e escoa um líquido de aspecto viscoso, amarelado e de sabor amargo,
conhecido como látex. Suas flores apresentam tonalidades amarelo-avermelhadas
dispostas na forma de espigão. Seu fruto consiste em uma cápsula triangular que
:A
E
NT
FO 7,9,11
envolve as sementes .
Essa espécie medicinal se caracteriza por ser um arbusto perene que pode atingir
12
até 3 m de altura . Suas folhas são largas, grossas, dispostas na forma de roseta,
apresentam coloração esverdeada, no verão, e verde-avermelhada, no inverno, com
O
F
NT
espinhos marrons escuros, nas suas bordas. Suas flores são vermelho-alaranjadas E:
B
e podem medir até 60 cm de altura 13 .
:C
E
NT
FO
E
ramo principal) e geralmente simples 7,14 . NT
FO
As folhas da babosa contêm um gel que é indicado para o tratamento de queimaduras (de primeiro e
segundo graus), afecções da pele e hemorroidas, isso devido às suas propriedades anti-inflamatória,
cicatrizante e emoliente 4,6,15. Além disso, essa espécie medicinal apresenta atividade imunorreguladora,
7,8,16,17
antimicrobiana, antioxidante, bem como auxilia na cura de lesões provocadas por radiação .
175
Quais constituintes químicos presentes nessa espécie vegetal são
responsáveis por suas atividades medicinais?
A atividade cicatrizante da babosa é atribuída à ação sinérgica entre aminoácidos, sais minerais,
hormônio de crescimento (giberelina) e polissacarídeos (pectina, glucomanana e acemanana), a
quem também é atribuída a atividade imunomoduladora (acemanana) e anti-inflamatória7,8,16,20. Além
disso, as antraquinonas e seus derivados aloína, aloe-emodina e, principalmente, a babaloína,
desempenham atividade antimicrobiana, antineoplásica, colagoga e colerética, laxativa e anti-
inflamatória (quando associadas às cromonas). O potencial antioxidante da Babosa é decorrente
1,7,8,16,18
da ação das enzimas em conjunto com as vitaminas C e E .
Aloína Barbaloína
Acemanana
FONTE: H
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por meio do Informe Técnico nº. 47, de
16 de novembro de 2011, preconiza a não comercialização de alimentos industrializados
contendo Aloe vera (L.) Burm. f., até a devida comprovação da segurança do seu uso 21.
O gel fresco obtido das folhas da babosa pode ser usado diretamente no ferimento, ou pode
ser incorporado ao gel base. Nas farmácias pode ser encontrado o produto tradicional
fitoterápico da babosa na forma de pomada, gel ou creme 4,5.
4
Via de administração do Produto Tradicional Fitoterápico: Uso externo .
ALERTA!
Referências
1. TABACH, R. A importância das cooperações técnico-científicas na área de produtos naturais bioativos: o exemplo do CYTED.PLANFAVI, Sistema
de Farmacovigilância em Plantas Medicinais, n.51, p. 1-4, 2019.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Relação Nacional de Plantas de Interesse do SUS (RENISUS). 2009.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC N° 26, DE 13 DE MAIO DE
2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos. 2014.
4. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. 1ª edição. Brasília. 2016.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde. Departamento de Assistência Farmacêutica e
Insumos Estratégicos. Relação Nacional de Medicamentos de Essenciais. 2019a.
6. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2ª edição. Brasília. 2021.
7. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2004.
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Biol. v. 19, n. 2, p. 347-352. 2020.
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Farmacêuticas), Universidade Federal de Pernambuco, 2010.
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Aloe arborescens Mill., Aloe saponaria Haw. y Aloe ciliaris Haw.(Aloeaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 19, n. 1B, p. 269-275, 2009.
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MEDICAMENTOS CONVENCIONAIS. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Farmácia), Escola de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto -
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https://powo.science.kew.org/taxon/urn:lsid:ipni.org:names:529449-1#image-gallery. Acesso em: 22/02/2022.
FONTE C. IMAGEM. KROGSGAAD, E. Aloe ferox Mill. Plants of theWorld Online. RoyalBotanic Gardens, Kew.2022. Disponível em:
https://powo.science.kew.org/taxon/urn:lsid:ipni.org:names:529449-1#image-gallery. Acesso em: 22/02/2022.
FONTE D. IMAGEM. CLAMP, N. Aloe arborescens Mill. Plants ofthe World Online.Royal Botanic Gardens,Kew. 2022. Disponível em:
https://powo.science.kew.org/taxon/urn:lsid:ipni.org:names:529214-1. Acesso em: 22/02/2022.
FONTE E. IMAGEM. LAVAGNINI, C. G et al. Fisiologia vegetal-hormônio giberelina. Revista Científica Eletrônica de Agronomia, v. 25, n. 1, p. 48-52, 2014.
FONTE F. IMAGEM. GENEVRO, Giovana Maria. Desenvolvimento de materiais microestruturados a partir de biopolímeros para obtenção de curativos de alto
desempenho. 2017. 1 recurso online (110 p.). Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Química, Campinas, SP.
FONTE G. IMAGEM. Disponível em:<https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/Aloe-emodin#section=2D-Structure>.
FONTE H. IMAGEM. SOUSA, E. A. O. NEVES, E. A; ALVES, C. R. Potencial Terapêutico de Aloe vera (Aloe Barbadensis): Uma Breve Revisão. Revista Virtual
de Química. v. 12, n. 2, p. 378-388. 2020.
FONTE I. IMAGEM. LACERDA, Gabriela Eustáquio. COMPOSIÇÃO QUÍMICA, FITOQUÍMICA E DOSAGEM DE METAIS PESADOS DAS CASCAS DAS
FOLHAS SECAS E DO GEL LIOFILIZADO DE Aloe vera CULTIVADAS EM HORTAS COMUNITÁRIAS DA CIDADE DE PALMAS, TOCANTINS. f. 52.
Dissertação. Mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Tocantins. Palmas-TO. 2016.
178
Calêndula
NT
E ORIGEM
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O nome calêndula é derivado do latim "kalendae" que significa “dia de lua nova”, devido ao
seu florescimento, em geral, no início do mês ou durante o período de lua nova. Já o seu
nome popular em inglês "marigold" refere-se à Virgem Maria, pois esta planta era utilizada
em festejos católicos em devoção a essa santa 2,8,10.
A calêndula era reconhecida como o “açafrão dos pobres”, por ter a característica de
corar bem os alimentos e torná-los mais saborosos 8.
Esta espécie, segundo a mitologia grega, faz referência a uma jovem que se apaixonou por
Apolo (deus sol) e dedicou todos os dias de sua vida a contemplação dos seus raios, e no local
em que foi sepultada, nasceu uma flor da cor do sol. Os gregos também costumavam decorar
10
seus festivais com guirlandas de flores de calêndula para seus heróis .
A calêndula foi muito utilizada durante a guerra civil da américa do norte e a primeira guerra
mundial, na forma farmacêutica 9 pomada, com indicação anti-inflamatória e antisséptica no
10
tratamento de feridas .
179
ATENÇÃO!
:A
com margens dentadas 1,10,12. Suas flores apresentam coloração amarelo- NT
E
1,11,13 FO
alaranjada e são dispostas em capítulos terminais largos e solitários . Os
frutos dessa espécie vegetal são do tipo aquênio (reprodução por meio de
10,12,13
sementes) e possuem a face exterior espinhosa .
E
NT
FO
180
Quais constituintes químicos presentes nessa espécie vegetal são
responsáveis por suas atividades medicinais?
A calêndula é constituída por várias classes de compostos químicos, dentre os quais se destacam os
8,18
flavonoides (quercetina, isoquercitrina, rutina, narcissina, neo-hesperidosídeo e isorramnetol) ;
terpenoides (α-amirina, β-amirina, lupeol, longispinogenina, calenduladiol, arnidiol e faradiol);
carotenoides (calendulina, licopeno, β-caroteno, luteína e neoxantina) 8,10 ; saponinas (derivados do
ácido oleanólico como calendulosídeos A, B, C, D, D 2, F, G e H) 10,18 e óleo essencial (mentona,
8,10
isomentona, cariofileno, carvona, pedunculatina, α-ionona e β-ionona) . Além desses, também são
encontrados fitosteróis, polissacarídeos, taninos, ácidos fenólicos, antocianinas, mucilagens e
substâncias amargas 1,5,8,10.
FONTE: E
FONTE: D
FONTE: C
FONTE: F
FONTE: G
FONTE: H
A calêndula pode ser utilizada na forma de preparação extemporânea (uso imediato), como o
chá medicinal obtido pela infusão a partir das suas flores, mas também pode ser encontrada
7,8
nas farmácias, na forma de produto tradicional fitoterápico para uso externo .
181
Você sabe a forma correta de preparar o chá das flores de Calêndula?
:A E
NT
FO
Via de administração do Produto Tradicional Fitoterápico: Tópica - bochechos, gargarejos e compressa 2,4,5.
ALERTA!
Seu uso é para adultos e crianças, desde que tenham mais de 6 anos e que sejam
7
acompanhadas por um profissional de saúde .
ATENÇÃO!
FONTE A: DUMAT, M. Imagem 18817 da espécie Calendula officinalis. Jardim Botânico UTAD, Flora Digital de Portugal, 2022. Disponível em:
https://jb.utad.pt/multimedia/18817. Acesso em: 9 de março de 2022.
FONTE B : (2005) T. In: World Spice Plants. Springer, Berlin, Heidelberg. https://doi.org/10.1007/3-540-27908-3_20
FONTE C: https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/Faradiol
FONTE D: KARIN, Z.-E, GOTTFRIED, R., JOHANN, J., JOHANNES, N. , WERNER, Z., CHLODWIG. F. Morphogenetic variability of faradiol monoesters in
marigold Calendula officinalis L. Phytochemistry Analisis, Vol 12, No 3, 199-201, 2001.
FONTE E: SANTOS, D. A. Avaliação das possíveis propriedades neuroprotetoras do extrato metanólico de Bauhinia microstachya Raddi e da mistura α
e β-amirina sobre o Sistema Nervoso Central de roedores com a doença de Alzheimer e doença de Parkinson induzida quimicamente. 2013. Dissertação
(Mestrado em Ciências Farmacêutica) – Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2013.
FONTE F: CORRÊA, L. C.; SOUZA DIAS, R. C.; RODRIGUES DE SOUZA R. C.; MARTINS, S. S.; SOUZA E SILVA, P. T. Determinação de Betacaroteno e
Licopeno em Frutas e Hortaliças por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 126. Embrapa Semiárido.
Petrolina, PE 2015
FONTE G: Cabral, G. A. .J. C.; Lima, V. L. S.; Barros, J. F. L.; Silva, M. G. V. Variabilidade sazonal do teor de flavonoides na Senna fistula. 58o Congresso
Brasileiro de Química, 2018.
FONTE H: ROCHA, D. A. Divergência genética e química em germoplasma de lippia alba utilizando marcadores microssatélites e óleo essencial.
Dissertação de mestrado. Área de Concentração em Genética, Melhoramento e Biotecnologia Vegetal. Campinas/SP Fevereiro 2014
FONTE I: Disponível em: https://www.ceplamt.org.br/bancodeamostras/calendula/
183
Cardo-mariano
:A
E
NT
FO ORIGEM
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
Acredita-se que, ao sair do Egito, a Virgem Maria encontrou abrigo embaixo de um cardo-
mariano, onde amamentou o menino Jesus. Durante esse processo, as gotas do leite
materno pingaram sobre as folhas da planta, conferindo a elas as nervuras brancas. Por
essa razão, essa planta foi amplamente utilizada na antiguidade, por mães lactantes, com o
5,9
intuito de estimular a produção de leite materno .
184
Você conhece as características botânicas dessa espécie vegetal?
NT
FO de cor castanho claro com pequenas manchas acinzentadas e apresentam em seu
5,10,11
topo uma coroa de flores .
4
Essa espécie é indicada, principalmente, para auxiliar no alívio da dispepsia. Devido à sua ação
hepatoprotetora 2,4 , o cardo-mariano pode ser utilizado para tratar afecções no fígado, como a hepatite
aguda ou crônica e a cirrose hepática induzida por álcool, drogas ou toxinas 1,5,10,12. Além disso, essa
planta apresenta efeito benéfico sobre o sistema cardiovascular e seu uso também está relacionado
1,10
ao tratamento de problemas urinários, biliares e uterinos .
FONTE: B
185
Isosilibina A Isosilibina B Silicristina Silimarina
Você sabe a forma correta de preparar o chá dos frutos secos do Cardo-mariano?
O chá dos frutos secos do cardo-mariano deve ser preparado por INFUSÃO.
FONTE: A
Em uma xícara, colocar 3 a 5 g do fruto seco sem papilos (tufo de pelos que coroa o fruto) de cardo-
mariano, previamente cortados em pequenos pedaços. Adicionar 100 mL de água fervente e abafar por
4
10 a 15 minutos. Após isso, deve-se coar e o chá estará pronto para a ingestão .
2
Via de administração do Produto Tradicional Fitoterápico: Oral .
20
Essa espécie vegetal não deve ser utilizada por hipertensos .
Esta planta é contraindicada para indivíduos que apresentam obstrução grave das vias
biliares e para diabéticos, uma vez que pode afetar a disponibilidade de insulina no
organismo5,22,23 .
O uso do cardo-mariano pode ocasionar dor de cabeça, dor abdominal, náuseas, vômitos,
4,20
xerostomia (boca seca), sudorese (produção de suor intensa) e desconfortos
4
gastrointestinais, como diarreia e irritações gástricas .
Mulheres com câncer de mama, endometriose e miomas uterinos devem evitar o uso de
24
cardo-mariano, pois essa planta possui efeitos estrogênicos .
O cardo-mariano pode interagir com as enzimas do Citocromo P450, em especial a CYP3A4, e com a
enzima UDP-glucuronosiltransferase 1A6/9 (UGT1A6-9) comprometendo o metabolismo de alguns
medicamentos (Pirazinamida, Deferiprona), potencializando seus efeitos 5,22,23,24,25 .
187
Os indivíduos que estiverem utilizando metronidazol devem evitar o uso concomitante com o
cardo-mariano, pois a concentração do medicamento pode ser reduzida, bem como seu efeito
25
terapêutico .
Produtos que possuem cardo-mariano não podem ser utilizados de forma conjunta com
medicamentos à base de Ioimbina e fentolamina, tendo em vista que a silimarina presente
26
na espécie vegetal possui ação contrária a estes fármacos .
Referências
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24. DRUGS.COM. Milk thistle uses, benefits & dosage herbal Database, 2021.
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6. Using Old Solutions to New Problems - Natural Drugs Discovery in the 21st Century http://dx.doi.org/10.5772/46069 Edited by Marianna Kulka, 2013 ISBN
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Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas), Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF.
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188
Castanha-da-Índia
hippocastanum L.)
:A
N TE
FO
ORIGEM
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
A nomenclatura do gênero Aesculus deriva do latim "aesculi", utilizado por Linnaeus para
denominar uma espécie de carvalho. Já o termo "hippocastanum", que significa castanha de
cavalo, recebeu essa denominação devido à utilização dessa planta como alimento para
2,10
cavalos asmáticos, no intuito de acalmá-los .
Os primeiros relatos acerca do uso medicinal dessa espécie vegetal ocorreram em 1565
por meio dos escritos de Mattioli. No entanto, foi somente a partir do século XIX que o
8
conhecimento de suas propriedades terapêuticas se difundiu para o restante do mundo .
:B
E
NT 12
FO
(circular) , que pode atingir entre 20 a 30 m de altura, apresentando cascas moles
(quando a árvore é jovem) e escamosa (quando está envelhecida) 8,13. Suas folhas
são de formato ovada invertida, afinando-se na base e divididas em 7 folíolos
12
(pequenas folhas) . Suas flores são formadas por 5 pétalas e apresentam coloração
:B
E
NT
FO branca ou amarela, com manchas róseas ou vermelhas ao longo de sua extensão.
O fruto é formado por uma espessa cápsula espinhosa de tom esverdeado,
contendo uma ou mais sementes carnosas e brilhantes de cor vermelho-castanho
8,14
com manchas esbranquiçadas .
:C
E
NT
FO
190
β-aescina
Esculetina Escopoletina Fraxetina
FONTE: D
FONTE: E FONTE: E FONTE: E
O chá das sementes secas da castanha-da-Índia deve ser preparado por DECOCÇÃO.
FONTE: D FONTE: A
Nas farmácias pode ser encontrado o medicamento fitoterápico da castanha-da-Índia na forma de tintura,
cápsula, comprimido, gel e pomada obtidos do extrato da semente, ou como cápsula produzida a partir da
casca seca e pulverizada dessa espécie vegetal2,5,7.
4,5
Restrição de uso: A venda desse produto é isenta de prescrição médica .
191
ALERTA!
Não se recomenda que idosos, grávidas, lactantes, crianças e adolescentes façam uso
5,7
desse fitoterápico .
7,9
O uso da castanha-da-Índia em doses elevadas pode causar toxicidade .
A castanha-da-Índia pode induzir estados de hipoglicemia. Por isso, sua utilização concomitante a
2,23
medicamentos hipoglicemiantes é contraindicada, devido à potencialização desse efeito .
Referências
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Edição.Brasília. 2018.
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Juiz de Fora. 2012.
11. BALBINO et. al. Qualidade de medicamentos fitoterápicos contendo extrato de Aesculus hippocastanum registrados no Brasil. Vig Sanit Debate, v. 02, n. 3,
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Instituto de Ciências da Saúde, Belém. 2015.
15. NEWALL, C. A; ANDERSON, L. A; PHILLIPSON, J. D. Plantas Medicinais: Guia para Profissional de Saúde. 1º edição, São Paulo: Premier, 2002.
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21. OWCZARECK, A. et al. Mecanismos de atividade potencial da casca de Aesculus hippocastanum: efeitos antioxidantes em modelos químicos e biológicos in
vitro. Antioxidantes, v. 10, n. 7, p. 995. 2021.
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FONTE B. Imagem. SHEREMETYEV, I. Aesculus hippocastanum L. Plants of theWorld Online. Royal Botanic Gardens, Kew.2022. Disponível em:
https://powo.science.kew.org/taxon/urn:lsid:ipni.org:names:781594-1. Acesso em: 25/02/2022.
FONTE C. Imagem. MILLIKEN, W. I. Aesculus hippocastanum L. Plants of theWorld Online. Royal Botanic Gardens, Kew.2022. Disponível em:
https://powo.science.kew.org/taxon/urn:lsid:ipni.org:names:781594-1. Acesso em: 25/02/2022.
FONTE D: Imagem. FERRI, E. P. e MOMESSO, L.S. Análise do perfil químico daCastanha -da-Índia, (Aesculus hippocastanum L.): UMA REVISÃO. XVIII CIC -
Congresso de Iniciação Científica. 6 a 8 de novembro de 2019 Ourinhos – SP
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Química Nova, v. 38, p. 1125-1131, 2015.
FONTE F. Imagem. Disponível em: https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov. Acesso em: 03 de ago de 2021.
193
Centela-asiática
Centella asiatica (L.) Urb. (Centela-asiática) é uma planta cosmopolita utilizada para fins ornamentais e
de jardinagem, bem como para a fabricação de cosméticos 1,2. Devido às suas propriedades medicinais,
essa espécie vegetal integra a Lista de Medicamentos Fitoterápicos de Registro Simplificado descrita
na Instrução Normativa Nº 2 de 13 de maio de 2014, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA)3.
E
NT
FO ORIGEM
Centella asiatica (L.) Urb. popularmente conhecida como, centela, pata-de-cavalo, corcel, dinheiro-
em-penca e centela-asiática pertence à família Apiaceae 4. Essa espécie vegetal é natural de zonas
tropicais e subtropicais da Ásia, Europa oriental e zona meridional dos Estados Unidos. Contudo,
pode se desenvolver em áreas úmidas, pantanosas e ao redor de rios e lagos. No Brasil, aparece
1,5,6,7
com frequência no litoral da região sul, como erva-daninha, infestando pastagens e jardins .
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
Essa planta tem seu uso descrito e empregado há mais de 3.000 anos, na Índia, por meio da
Medicina Ayurverda que atribuem à centela-asiática o termo “brahmi”, que significa
consciência/sabedoria, uma vez que para eles, essa planta exerce influência sobre a
memória e os pensamentos5,7 .
Além disso, a Medicina Tradicional Chinesa utiliza essa espécie vegetal há mais de
2.000 anos, como promotora de longevidade 5,7.
Ainda hoje essa planta é utilizada em meditações, para auxiliar na concentração, redução da
2,7
ansiedade e clareza mental, além de ser usual sua aplicação na dermatologia .
9
194
Você conhece as características botânicas dessa
espécie vegetal?
FO
NTE
E
NT
FO
195
Asiaticosídeo Madecassosídeo
FONTE: C FONTE: C
FONTE: C
FONTE: C
ALERTA!
196
Essa planta é contraindicada para indivíduos com lesões da mucosa digestiva, como úlcera
ou gastrite, devido à presença de taninos em sua constituição química 10.
O uso da Centella asiatica (L.) Urb. deve seguir as doses recomendadas e não
ultrapassar o tempo estipulado para o tratamento 5 .
Essa planta pode interagir com anti-inflamatórios, como fenilbutazona e dexametaxona, inibindo o
processo supressor de cicatrização que esses medicamentos exercem. Logo, a partir dessa
23,24,25,26
interação, a centela-asiática desenvolve uma ação cicatrizante .
Referências
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8. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2007.
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5%. (Tese) Doutorado em Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Medicamentos - Universidades Federais do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Rural
de Pernambuco. 2015.
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FONTE B. IMAGEM. STEVENS, J.; THIELE, K. R. Photograph of Centella asiatica (L.) Urb. Florabase. 2021. Disponível em:
https://florabase.dpaw.wa.gov.au/browse/photo/6214. Acesso em: 26 de janeiro de 2022.
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Opportunities in Neurodegenerative Disease. Frontiers in Pharmacology, v. 12, 2021.
198
Confrei
O Symphytum officinale L. (Confrei) é uma planta amplamente utilizada desde 2000 anos a.C. devido
1
às suas diversas propriedades medicinais . Esta espécie vegetal tem sido empregada na prática
terapêutica e integra a Lista de Produtos Tradicionais Fitoterápicos de Registro Simplificado descrita
na Instrução Normativa Nº 02 de 13 de maio de 2014, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), e se encontra inserida no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 1ª e 2ª
edição2,3,4.
ORIGEM
O
Symphytum officinale L., conhecida popularmente como confrei, consólida-maior, consolida, erva-
do-cardeal e erva-encanadeira-de-ossos é uma espécie vegetal pertencente à família
Boraginaceae 5. Essa planta tem origem em regiões da Europa (Portugal e Inglaterra) e Ásia, porém
nos dias atuais encontra-se naturalizada em diversos países. No Brasil, essa espécie não é
endêmica (não ocorre naturalmente), mas ao ser introduzida por imigrantes italianos se adaptou
6,7,8
facilmente, sendo cultivada em diversas regiões do país .
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
A denominação do gênero Symphytum deriva do latim "Symphyo" que significa “crescer junto” e
1
"phyton", "planta". Já o termo "officinale" refere-se as atividades medicinais apresentadas pela planta .
ATENÇÃO!
199
Você sabe como diferenciar essas espécies
vegetais?
TE
horizontal) bem desenvolvido, de coloração marrom-escura no exterior e branca
:A
5,6,7
no interior, com raízes fusiformes (estreitas na extremidade) . Suas folhas são
oblonga-lanceoladas (em formato de lança, porém mais largas), ásperas,
cobertas por pelos e podem medir cerca de 25 cm de comprimento. As folhas
superiores são menores e de coloração verde-escuras, enquanto que as
6
inferiores são mais largas, verde-claras e têm nervuras mais evidentes . As flores
dessa espécie são pequenas e em forma de sino, possui coloração arroxeada,
rosada ou amarelada 5,6 . O fruto do confrei é um aquênio (simples e seco) de
5,6,7
aspecto escuro e brilhante .
11,12
FO
N arroxeada ou azulada, nunca amarelada como na espécie anterior .
13
são de coloração rosada ou arroxeada .
E:
T
FON
O confrei (Symphytum officinale L.) é uma planta medicinal anti-inflamatória, sendo indicada para o
tratamento de dores musculares e articulares, entorses, contusões, tendinites, equimoses e
hematomas 2,4,5,6 . Seu uso também está associado ao tratamento de doenças dermatológicas
(psoríase e dermatites), à regeneração óssea e ferimentos, em virtude de suas atividades
1,5,6,10
reepitelizante e cicatrizante . Além disso, essa planta apresenta ação analgésica, adstringente,
emoliente, antisséptica, antidiarreica, fungicida e bactericida5,6,14 .
200
Quais constituintes químicos presentes nessa espécie vegetal são
responsáveis por suas atividades medicinais?
O confrei é constituído por várias classes de compostos químicos, dentre os quais se destacam os
alcaloides pirrolizidínicos (sinfitina, intermedina, 7-acetil-intermedina, licopsamina, 7-acetil-licopsamina,
5,6,7
mioscorpina, lasiocarpina e equimidina) ; ácidos fenólicos (ácido cafeíco, ácido clorogênico e ácido
rosmarínico); mucilagens (constituídas por polímeros de longas cadeias de açúcares); sacarídeos
(glicose, frutose, arabinose, ácido glicurônico, manose e xilose) e fitosteróis (β-sitosterol e
1,6,7
estigmasterol) . Além desses, também são encontrados taninos pirocatecólicos, carotenoides,
alantoína, saponinas triterpênica (sinfitoxida A), aminoácidos e vitaminas A e B121,6,7,14,15 .
ATENÇÃO!
201
Quais as formas farmacêuticas recomendadas para o uso do Confrei?
ALERTA!
Symphytum officinale L. não deve ser utilizado por via oral, em virtude da sua
capacidade de causar hepatotoxicidade 5,10,22.
Sua utilização não deve ser superior a 10 dias. Em casos de reações adversas,
deve-se suspender o uso do produto e consultar um serviço de saúde 2,23.
ATENÇÃO!
202
Referências
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Disponívelem:http://www.missouribotanicalgarden.org/PlantFinder/PlantFinderDetails.aspx?kempercode=a832. Acesso em: 11 de agosto de 2021
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Symphytum officinale. Phytochemistry, v. 32, n. 4, p. 1003-1006, 1993.
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teor de taninos e fenóis totais dos frutos de Annona muricata L. VÉRTICES, Campos dos Goytacazes/RJ, v.15, n. 3, p. 93-110, set./dez. 2013
203
Equinácea
A Echinacea purpurea (L.) Moench (Equinácea) é uma planta herbácea, popularmente utilizada
no Brasil com finalidade paisagística. No entanto, essa espécie é mundialmente conhecida por
1
suas propriedades medicinais . Nessa perspectiva, a equinácea integra a Lista de Medicamentos
Fitoterápicos de Registro Simplificado da Instrução Normativa Nº 02 de 13 de maio de 2014, da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o Memento Fitoterápico da Farmacopeia
Brasileira e o Formulário Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira 2ª edição 2,3,4.
:A
E
FO
NT ORIGEM
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
A equinácea era usada pelos indígenas nativos do norte dos EUA para tratar os mais variados
problemas de saúde, como picadas de inseto, de cobra, envenenamento, dor de cabeça,
entre outros. Acredita-se que os indígenas dos EUA usavam a equinácea para tratar a raiva
1,6
muito antes da descoberta do processo de imunização .
ATENÇÃO!
Apresenta caule com uma altura de 10 a 50 cm, repleto de pelos densos. As folhas
possuem o formato de uma lança com margens inteiras (sem serrilhas) e
coloração verde escuro. A inflorescência tem formato cônico, todavia as pétalas FO
11 NT
que saem pelas laterais são curtas (2 a 4 cm) e ligeiramente caídas . E: B
Essa planta medicinal é indicada, principalmente, para a prevenção de resfriados e para alívio dos
seus sintomas. Além disso, essa espécie vegetal pode ser utilizada para o tratamento de pequenas
3,4,12,13
lesões na pele, manchas ou danos decorrentes da acne , furunculoses, gripes, inflamações
1,8,14
(boca, faringe e brônquios), infecções urinárias e sepses . Ademais, a equinácea possui
propriedades imunoestimulantes, cicatrizante, anti-inflamatória, antimicrobiana, carminativa,
antisséptica e antialérgica 1,6,15.
Os derivados do ácido cafeico são os compostos de maior abundância na equinácea 2,8 e a eles
atribui-se a ação imunoestimulante. Somado a esses, sabe-se que a presença das alcamidas
potencializam essa ação. A atividade anti-infecciosa é atribuída aos contituintes equinacosídeo,
6,8,16,17
arabinogalactana e alcamidas (equinaceína) que apresentam ação anti-inflamatória .
Equinacosídeo
Ácido caftárico Equinaceína
FONTE: D FONTE: E
FONTE: C
205
Arabinogalactana Inulina Borneol Cariofileno
FONTE: F
FONTE: I
FONTE: H
FONTE: G
A equinácea pode ser utilizada na forma de uma preparação extemporânea (consumo imediato),
como o chá medicinal obtido pela infusão de seu rizoma/raiz secos (droga vegetal), mas também
pode ser encontrada nas farmácias, na forma de medicamento fitoterápico 2,8,14.
FONTE: J
Em uma xícara, colocar 1 g da raiz seca (droga vegetal) de equinácea, previamente cortada em
pequenos pedaços. Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso por 10 a 15
8,14
minutos. Após isso, deve-se coar a preparação e o chá estará pronto para a ingestão .
206
ALERTA!
Não é recomendado o uso de equinácea por pessoas diabéticas, pois devido a sua
composição de açúcares pode agravar o estado metabólico desses indivíduos 4,6.
Durante o uso da Echinacea purpurea (L.) Moench para tratar um resfriado, caso ocorra
agravamento dos sintomas, após 3 dias, ou o surgimento de febre alta, procure um serviço
19
de saúde .
20
Em relação ao uso de tintura da equinácea, por ser uma formulação com alto teor de
4
álcool, não deve ser utilizada por indivíduos menores de 18 anos e etilistas (alcoolistas) .
O seu uso não deve se estender por mais de 8 semanas devido ao risco de danos ao
fígado e ao desenvolvimento de leucopenia (diminuição da taxa de glóbulos brancos no
sangue), por isso recomenda-se a utilização descontinuada3,4,6,8.
207
Echinacea purpurea (L.) Moench pode reduzir o efeito de fármacos imunossupressores (ciclosporina e
corticoides) 6,8,19.
Referências
1. LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativa e exótica. 2 ed. Novas Odessa: InstitutoPlantarum, 2002.
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208
Garra-do-diabo
:A
E
NT
FO ORIGEM
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O nome do gênero Harpagophytum, deriva do latim "harpago" que significa garra, devido
aos seus frutos serem cobertos por farpas espinhosas e curvadas, já o termo
"procumbens" faz referência a uma planta rasteira. Em relação ao nome popular, garra-do-
1,2
diabo reporta aos ferimentos que os espinhos dos frutos causam em muitos animais .
O uso medicinal dessa espécie vegetal foi descoberto por nativos africanos, que realizavam
preparações na forma de infusão para o tratamento de doenças reumáticas, problemas no
fígado e distúrbios gastrointestinais. No entanto, a difusão desse conhecimento ocorreu
durante a Primeira Guerra Mundial, quando o agricultor alemão Mehnert observou a
utilização da garra-do-diabo pelos nativos. A partir disso, começou a ser realizado o cultivo e
1,9,11,12
o transporte dessa planta para o continente europeu .
209
Garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens DC. ex Meissn)
Essa espécie é uma planta perene, rasteira, possui raízes tuberosas que podem
atingir até 2 m de profundidade e se espalham em até 1,5 m no seu entorno 2. As
folhas dessa espécie são largas e apresentam entre 3 a 5 lóbulos (divisões na
folha), possuem formato dentado e ovalado, com coloração verde-escura 1,11,13.
Suas flores são semelhantes a uma trombeta de coloração rosa, roxa ou
avermelhada, com um centro amarelo ou branco. Os frutos da garra-do-diabo
:A
TE
FO
N possuem tamanhos que variam de 7 a 20 cm de comprimento e 6 cm de
diâmetro, têm o formato de uma cápsula, a qual se abre para a liberação de suas
sementes (aproximadamente 50 sementes negras). Além disso, os frutos são
1,11,13,14
envoltos por espinhos em formatos de gancho .
As principais indicações terapêuticas dessa planta são no alívio dos sintomas de dores articulares
leves e dores lombares agudas 5,8, e no tratamento de doenças reumáticas (artrite e artrose), devido a
sua ação anti-inflamatória e analgésica 2,9,12. Essa espécie pode ser utilizada no tratamento sintomático
de problemas gastrintestinais leves como a flatulência, constipação ou diarreia e falta de apetite 3,5,9,12.
1,15 1,3
Além disso, apresenta ação colerética , colagoga, hipocolesterolêmica e laxativa suave .
FONTE: B FONTE: C
FONTE: D
210
Verbascosídeo
Atribui-se a ação anti-inflamatória e analgésica
da garra-do-diabo ao seu principal constituinte
químico, o harpagosídeo. Entretanto, alguns
estudos sugerem que essa ação é
potencializada por outros compostos como o
verbascosídeo, o β-sitosterol e o ácido cafeico. FONTE: E
Você sabe a forma correta de preparar o chá das raízes secas da Garra-do-diabo?
O chá das raízes secas do garra-do-diabo deve ser preparado por DECOCCÃO.
FONTE: G
Em um recipiente, adicionar 1,5 g das raízes secas (droga vegetal) e rasuradas (cortadas em
pequenos pedaços), em seguida, adicionar 250 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso
por 8 horas, à temperatura ambiente. Após esse período, deve-se coar o chá e dividi-lo em três
3,5
porções e está pronto para o consumo .
211
O produto tradicional fitoterápico produzido a partir da garra-do-diabo é comercializado na
forma de cápsulas ou comprimidos gastrorresistentes, preparados a partir do extrato seco
3,5,7,8 3,5
padronizado das raízes secundárias e na forma de tintura e extratos .
ALERTA!
O extrato fluído e a tintura, devido à existência de teor alcoólico, não são indicados para
5
indivíduos alcoolistas e diabéticos .
Essa planta apresenta contraindicação para indivíduos que possuam cálculos biliares,
doenças cardiovasculares, intestino irritável, úlceras estomacais e duodenais 8,9,20,21 .
Quando indicada para o alívio de dores articulares, a garra-do-diabo não deve ser
utilizada por mais de quatro semanas, assim como seu uso não deve ser feito por mais
5
de duas semanas para o tratamento de problemas gastrintestinais leves .
Esse fitoterápico pode provocar efeitos adversos como diarreia, náusea, vômito, dor de
cabeça, tontura, além de reações alérgicas cutâneas 5,8.
O uso dessa planta pode desencadear efeito hipoglicemiante, por isso seu uso deve ser feito
com cautela por diabéticos 8,10,20.
212
Você sabia que a Garra-do-diabo pode interagir com alguns medicamentos?
Essa espécie medicinal pode interferir na ação de medicamentos da classe dos antiarrítmicos,
anti-hipertensivos, hipoglicemiantes e anticonvulsivantes 1,3,9.
Referências
213
Ginkgo
ORIGEM
:A
N TE
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O ginkgo é conhecido como um fóssil vivo, e apresenta a sua ocorrência botânica preservada,
3,6,7
há cerca de 220 milhões de anos . O nome científico desta espécie é derivado do japonês,
"Ginkgo", que significa damasco, em virtude do seu fruto ser comestível, enquanto o termo
3
"biloba" tem relação com a quantidade de lóbulos de suas folhas .
Os primeiros registros desta planta foram feitos em meados dos séculos XI e XVI, por meio dos
manuscritos das Dinastias Song e Ming que apreciavam o seu valor alimentício, medicinal e
sua beleza. No século XVII, esta planta foi introduzida na Europa por meio do explorador Inglês
Engelbert Kaempfer, que ficou encantado pela árvore. Além disso, serviu de inspiração poética
3,7
para Johann Goeth, escritor e botânico alemão .
Esta planta medicinal é indicada, principalmente, para os casos de vertigem, tinitus (zumbido nos
ouvidos) e câimbras. É utilizada em casos de demência, perda de memória, pois melhora o rendimento
intelectual e a concentração. Além disso, apresenta propriedade broncodilatadora, vasodilatadora
periférica e cerebral, bem como possui atividade antialérgica, antiplaquetária, anti-inflamatória,
antibacteriana e antifúngica 3,4,5,6,7,9.
O ginkgo apresenta diversas classes de fitoconstituintes, das quais se destacam as trilactonas terpênicas
(ginkgolídeos A, B, C e o bilobalídeo); os flavonoides (quercetina, caempferol e isorramnetina) e as biflavonas
glicosiladas (ginkgetina, isoginkgetina, bilobetina e esciadopitina). Além dessas substâncias, outros constituintes
químicos estão presentes nessa espécie vegetal, como o ácido 6-hidroxiquinurênico, β-lectinas, catequinas,
3,4,5,6,7,9,10
carotenoides, citocininas, poliprenóis e proantocianidinas .
Ginkgetina
As trilactonas terpênicas são os constituintes
Ginkgolídeo A
majoritários e são produzidos unicamente por essa
espécie, sendo atribuídas a elas as atividades
antiplaquetária, anti-inflamatória, antialérgica e forte
FONTE: C
ação neuroprotetora7,9,10,11 .
FONTE: B Bilobalídeo
215
O ginkgo é uma planta medicinal utilizada na preparação de medicamentos fitoterápicos, sendo
comercializado nas farmácias sob prescrição médica. Dessa forma, é desaconselhado o seu uso
7
na forma de chá medicinal .
ALERTA!
3,5,7,12
O ginkgo é contraindicado para grávidas, lactantes, menores de 12 anos e indivíduos
que apresentam hipersensibilidade aos componentes químicos da espécie ou da
formulação 5,7,12.
É indicado que o uso do ginkgo seja interrompido 3 dias antes do indivíduo realizar
qualquer procedimento cirúrgico, ou nos casos de crise epiléptica durante a utilização da
3,5,12
planta .
Os níveis séricos de glicose podem aumentar em indivíduos com diabetes tipo 2 que
3
fazem uso do ginkgo .
216
O Ginkgo biloba L. pode interagir com medicamentos antiplaquetários (clopidogrel ou
ácido acetilsalicílico), anticoagulantes (heparina e varfarina), anti-inflamatórios não
esteroidais - AINEs (aspirina, ibuprofeno, naproxeno, celecoxibe, entre outros) e o Allium
sativum L. (alho), aumentando o risco de hemorragias 5,7,9,12,13 .
Além disso, o ginkgo pode estimular a indução enzimática da CYP3A4, o que diminui a
concentração plasmática do efavirenz (antirretroviral)5,12.
Referências
1. WHO, World Health Organization. WHO monographs on selected medicinal plants. Geneva, Switzerland: World Health Organization, v. 1, 1999.
2. TABACH, R. (Coord.). et al. Sistema de Farmacovigilância em Plantas Medicinais. Boletim PLANFAVI, n. 14, p. 3, abril-junho, 2010.
3. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Instrução Normativa Nº 2 de 13 de maio de 2014. Publica a “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro
simplificado” e a “Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”. 2014.
5. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. 1ª edição. Brasília. 2016.
6. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e Exóticas. 2ª ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
7. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2004.
8. FLORA DO BRASIL. Ginkgo biloba L. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 2020. Disponível em:
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB615809. Acesso em: 17 jun. 2021.
9. WILLIAMSON, E; DRIVER, S; BAXTER, K. Interações Medicamentosas de Stockley. 1ª ed. Artmed, 2012.
10. CHEN, Y. et al. Insight into Ginkgo biloba L. Extract on the Improved Spatial Learning and Memory by Chemogenomics Knowledgebase, Molecular
Docking, Molecular Dynamics Simulation, and Bioassay Validation. ACS omega, v. 5, n. 5, p. 2428-2439, 2020.
11. AL-ADWANI, D. G.; RENNO, W. M.; ORABI, K. Y. Neurotherapeutic effects of Ginkgo biloba extract and its terpene trilactone, ginkgolide B, on sciatic crush
injury model: A new evidence. PloSone, v. 14, n. 12, p. e0226626, 2019.
12. EMA, European Medicines Agency. Herbal Medicinal Products Summary Public: Ginkgo biloba L., folium. London: Committee on Herbal Medicinal
Products (HMPC), 2015. Disponível em: https://www.ema.europa.eu/en/documents/herbal-monograph/final-european-union-herbal-monograph-ginkgo-biloba-l-
folium_en.pdf. Acesso em: 16 de jun de 2021.
13. NICOLETTI, M. A. et al. Fitoterápicos–principais interações medicamentosas. São Paulo: Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais, p. 118,
2012.
FONTE A: LIU, B. Ginkgo biloba L. Royal Botanic Gardens, Kew. 2022. Disponível em:
http://www.plantsoftheworldonline.org/taxon/urn:lsid:ipni.org:names:262125-1. Acesso em: 26 de janeiro de 2022.
FONTE B: LI, J. et al. Ginkgolide A attenuates sepsis-associated kidney damage via up regulating microRNA-25 with NADPH oxidase 4 as the target.
International Immunopharmacology, v. 95, p. 107514, 2021.
FONTE C: ZHEN-NAN, Y. et al. Biflavone Ginkgetin, a Novel Wnt Inhibitor, Suppresses the Growth of Medulloblastoma. Nat. Prod. Bioprospect, v. 5, p. 91–97,
2015.
FONTE D: PEREIRA, Gabriela Sterle. Ação inibitória dos flavonoides quercetina e rutina sobre a ativação de neutrófilos humanos. 2017. Dissertação
(Mestrado em Biociências) - Faculdade de Ciências e Letras de Assis. Universidade Estadual Paulista, Assis. 2017.
FONTE E: LIU, J. et al. Sesquiterpenoid Bilobalide Inhibits Gastric carcinoma cell growth and induces apoptosis both in vitro and in vivo models. Journal of
Biochemicaland Molecular Toxicology, v. 35, n. 5, p. e22723, 2021.
FONTE F: BASYUNI, M. et al. Salinity Alters the Polyisoprenoid Alcohol Content and Composition of Both Salt-Secreting and Non–Salt-Secreting Mangrove
Seedlings. HAYATI Journal of Biosciences, v. 24, n. 4, p. 206-214, 2017.
217
Ginseng
Panax ginseng C. A. Mey (Ginseng) é uma planta que pode ser usada na produção
de balas e bebidas, incluindo café. Entretanto, é popularmente conhecida devido as
suas propriedade medicinais capazes de revigorar o corpo e a mente. No Brasil,
essa planta se encontra incorporada à Lista de Medicamentos Fitoterápicos de
Registro Simplificado, descrita na Instrução Normativa Nº 2 de 13 de maio de 2014 e
3,4,5
ao Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição .
E
NT ORIGEM
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O termo "Panax" deriva do grego e significa “cura para todos os males”, devido às diversas
aplicações medicinais da planta. Já a denominação popular "ginseng" é proveniente do
chinês jen-shen e é traduzido como “planta humana”, devido aos formatos antropomórficos
1,3,8
(semelhante ao do corpo humano) que as raízes da espécie podem adquirir .
ATENÇÃO!
O gênero Panax abrange cerca de 11 espécies e o termo ginseng é atribuído às espécies desse gênero e
6,9,10,11
de gêneros distintos, a exemplo da Pfaffia paniculata (Mart.) Kuntze (ginseng-brasileiro) .
218
Você sabe como diferenciar essas espécies vegetais?
NT
E:
A pequenas e abundantes e fruto de cor avermelhado com 1 cm de diâmetro e contem
3,12
de 1 a 2 sementes .
A
E:
T
FON
:B
TE
anterior. Pode alcançar de 1 a 3 m de altura e possui folhas do tipo glabras (sem
N
FO
pelos) e com coloração verde mais clara na face inferior. As flores são brancas e
com formato globoso, com tamanho reduzido. Quanto às raízes são tuberosas e
grossas 11,13,14.
:C
TE
FON
O ginseng é indicado principalmente para condições de fraqueza, cansaço físico e mental, além de
4,5,10,15
auxiliar no tratamento de doenças degenerativas relacionadas ao envelhecimento . Além disso, esta
planta medicinal possui diversas atividades farmacológicas, das quais se destacam as atividades
imunoestimulante, antiestresse, antioxidante, neuroestimulante (aprendizado e memória), neuroprotetora,
1,3,8,10
antinociceptiva, cardioprotetora, estrogênica, hipoglicemiante, hipocolesterolêmica e anticâncer .
FONTE: D
E E
NT NT
FO FO
Em um recipiente, colocar 1 a 2 g das raízes secas (droga vegetal) e rasuradas (cortadas em pequenos
pedaços), adicionar 150 mL de água e levar para o cozimento durante 10 a 15 minutos com a panela
15
tampada. Em seguida, deve-se coar o chá e está pronto para o consumo .
ALERTA!
O Panax ginseng C. A. Mey deve ser utilizado apenas por indivíduos adultos 5,15 .
220
O ginseng não é recomendado para crianças e adolescentes menores de 18 anos, gestantes
e lactantes, pois esta planta pode ter efeito androgeneizante (hiperestimula os traços
masculinos) sobre o feto, além disso, são escassos os estudos que garantam a segurança
para esses grupos 5,16,17 .
Não é recomendada a utilização deste fitoterápico por pessoas que possuam esquizofrenia,
3
histeria ou mania (humor elevado e expansivo ou em estado de irritação) .
A utilização do ginseng pode ocasionar reações adversas, sendo as mais comuns: desconforto
abdominal, náuseas, gastrite, diarreia, vômito, prurido (coceira), urticária e insônia. A partir do
3,5,15
aparecimento desses efeitos indesejáveis, o uso da planta deve ser suspenso .
É recomendado que as raízes do ginseng sejam utilizadas após 4 anos de idade da planta,
pois é quando ela completa a sua maturação. Além disso, a maior concentração dos
19
fitoconstituintes está presente nas plantas com maior longevidade .
O ginseng possui atividade estrogênica, dessa forma pode reduzir a ação de medicamentos
antagonistas dos receptores de estrógenos, como o tamoxifeno 10 .
Referências
1.MANCUSO, C.; SANTANGELO, R. Panax ginseng and Panax quinquefolius: From pharmacology to toxicology. Food and Chemical Toxicology, v. 107, n. 362-
372, 2017.
2.SANINA, T. Panax ginseng na Gripe e Constipação. 2018. Dissertação (Mestrado em ciências farmacêuticas) - Universidade do Algarve, 2018.
3.ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2004.
4.BRASIL. Ministério da Saúde. Instrução Normativa Nº 2 de 13 de maio de 2014. Publica a “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado”
e a “Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”. 2014.
5.BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2ª edição. Brasília. 2021.
6.FERNANDES, A. V. F. Ginseng (Panax ginseng): Mito ou Verdade Científica?. 2011. Monografia (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Universidade
Fernando Pessoa, 2009.
7.FIASCHI, P.; NERY, E.K. FLORA DO BRASIL. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Araliaceae. 2020. Disponível em:
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB43352. Acesso em: 09 jul. 2021.
8. ZHANG, H. et al. Characteristics of Panax ginseng Cultivars in Korea and China. Molecules, v. 25, n. 11, p. 2635, 2020.
9.ANDRADE, A. S. B. C. Ensaio farmacológico clínico com extrato das raízes do Panax ginseng C. A. Meyer no tratamento da fibromialgia. 2009. Tese
(Doutorado em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos) - Universidade Federal da Paraíba, 2009.
10. WILLIAMSON, E; DRIVER, S; BAXTER, K. Stockley’s Herbal Medicines Interactions. Pharmaceutical Press, 2009.
11. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e Exóticas. 2ª ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
12. BRAGA, J. E. F.; DINIZ, M. F. F. M.; ALMEIDA, R. N. Avanços no Estudo da Atividade Ansiolítica do Panax ginseng C. A. Meyer. Boletín Latinoamericano y
del Caribe de Plantas Medicinales y Aromáticas, v. 10, n. 6, p. 491-499, 2011.
13. MONTEIRO, A. G. C. C. et al. Pfaffia paniculata k.: Relato de experiência sobre o ensino de fitoterapia na graduação em enfermagem. Revista de
Enfermagem, v. 8, n. 8, p. 256-264, 2012.
14.HORTO DIDÁTICO. Fáfia. 2020. Disponível em: <
https://hortodidatico.ufsc.br/tag/analgesico/#:~:text=Caracter%C3%ADsticas%20bot%C3%A2nicas%3A%20Erva%20ereta%2C%20comumente%20perene%2C%2
0com%20at%C3%A9,brancas%20em%20torno%20das%20centrais%20que%20s%C3%A3o%20amarelas.> Acesso em: 07 jul 2021.
15.EMA, European Medicines Agency. Herbal Medicinal Products Summary Public: Ginseng root. London: Committee on Herbal Medicinal Products (HMPC),
2017. Disponível em: https://www.ema.europa.eu/en/documents/herbal-summary/ginseng-root-summary-public_en.pdf. Acesso em: 03 de jul de 2021.
16. EMA, European Medicines Agency. Community herbal monograph on Panax ginseng C.A.Meyer, radix. London: Committee on Herbal Medicinal Products
(HMPC), 2014. Disponível em: https://www.ema.europa.eu/en/documents/herbal-monograph/final-community-herbal-monograph-panax-ginseng-ca-meyer-
radix_en.pdf. Acesso em: 03 de jul de 2021.
17. BRASIL. RIO DE JANEIRO. SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE. Resolução SES/RJ n. 1757, de 18 de fevereiro de 2002. Contra-indica o uso de
plantas medicinais no âmbito do Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências. 2002.
18. NICOLETTI, M. A. et al. PRINCIPAIS INTERAÇÕES NO USO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS. Infarma - Ciências Farmacêuticas, v. 19, n. 1/2, p.
32-40, 2007. Disponível em: <http://www.revistas.cff.org.br/?journal=infarma&page=article&op=view&path%5B%5D=222&path%5B%5D=210>. Acesso em: 05 de
julho de 2021.
19. LIANG, Jiabei et al. Analysis of the age of Panax ginseng based on telomerelength and telomerase activity. Scientific reports, v. 5, n. 1, p. 1-6, 2015.
20. NICOLETTI, M.A. et al. Fitoterápicos – Principais Interações Medicamentosas. 1ª edição. São Paulo: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS
MAGISTRAIS, 2012.
FONTE A: GUO, M. et al. Recent progress in polysaccharides from Panax ginseng CA Meyer. Food & Function, v. 12, n. 2, p. 494-518, 2021.
FONTE B: JOHN, L. CONEXÃO PLANETA. Ginseng brasileiro age contra a fadiga e favorece a memória. 2017. Disponível em:
https://conexaoplaneta.com.br/blog/ginseng-brasileiro-age-contra-a-fadiga-e-favorece-a-memoria/. Acesso em: 07 jul 2021.
FONTE C: HORTO DIDÁTICO. Fáfia. 2020. Disponível em: https://hortodidatico.ufsc.br/fafia/. Acesso em: 26 jan 2022.
FONTE D: BIAN, Shuai et al. Total ginsenosides induce autophagic cell death in cervical cancer cells accompanied by downregulation of bone marrow stromal
antigen-2. Experimental and Therapeutic Medicine, v. 22, n. 1, p. 1-9, 2021.
FONTE E: CHAPARALA, A. et al. Molecules from American Ginseng Suppress Colitis through Nuclear Factor Erythroid-2-Related Factor 2. Nutrients, v. 12, n. 6,
p. 1850, 2020.
FONTE F: YEO, C. R.; YONG, J. J.; POPOVICH, D. G. Isolation and characterization of bioactive polyacetylenes Panax ginseng Meyer roots. Journal of
pharmaceutical and biomedical analysis, v. 139, p. 148-155, 2017.
FONTE G: SAEIDNIA, S. et al. The Story of Beta-sitosterol- A Review. European Journal of Medicinal Plants, v. 4, n. 5, p. 590-609, 2014.
222
Hamamelis
NT
E:
A
B
ORIGEM
:
TE
FON
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O gênero Hamamelis deriva do grego “hama” que significa “ao mesmo tempo” e “melis”
fruto, pelo fato dessa planta dar seus frutos e ao mesmo tempo preservar suas flores. Já
o termo “virginiana” se refere ao estado norte americano da Virgínia, onde a hamamelis
foi encontrada pela primeira vez7.
A sua utilização para fins medicinais iniciou-se com os índios norte-americanos que
preparavam o chá das cascas e das folhas da hamamelis para tratar inflamações,
tumores e feridas na pele 1,8.
Mais tarde, esses usos foram adotados e oficializados pela Escola Eclética Norte
americana e em 1735, foi introduzido na Inglaterra. No século XIX, o destilado do
material vegetal foi denominado água-de-hamamelis, o que viria a ser um dos primeiros
1,6
extratos aquosos de plantas .
223
Você conhece as características botânicas dessa espécie vegetal?
N TE 1,9
FO coloração em tom marrom . As folhas são grandes com até 15 cm de
comprimento e a sua cor varia de verde pardo a castanho escuro na região
superior, enquanto na face inferior, predomina a cor verde-clara. Apresenta
formato arredondado ou oval, com base assimétrica, ápice agudo e bordas
10
irregulares de aspecto ondulante . Suas flores se originam em conjunto entre as
folhas e caule, com 4 pétalas em forma de fios alongados, com cor amarelo
:C
TE dourado. O fruto possui formato capsular com 2 a 4 sementes, no interior 9,11.
FON
O chá das cascas secas do caule da hamamelis deve ser preparado por DECOCÇÃO.
FONTE: G
ALERTA!
225
A ingesta do chá da hamamelis é contraindicada devido à presença de taninos, pois
esses podem causar irritação gástrica e vômitos 7,12.
Caso não seja observada melhora do quadro de afecções dérmicas em uma semana ou
se os sintomas relacionados às hemorroidas persistirem por mais de duas semanas,
4
deve-se suspender o uso da hamamelis e procurar um estabelecimento de saúde .
ATENÇÃO!
Referências
1. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2004.
2.TEIXEIRA, Saraiva Catarina. Hamamelis virginiana: composição fitoquímica, usos na medicina tradicional, propriedades biológicas e
toxicologia. f. 107. Dissertação: Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas. Universidade da Beira Interior. 2019.
3.BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 02, DE 13 DE MAIO DE 2014. Dispõe
sobre a Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado e a Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado.
2014.
4.BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2ª edição. Brasília.
2021a.
5.SERAFIM Valeska Farias. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DOS EXTRATOS DE Hamamelis virginiana L. Dissertação
(Mestrado em Ciência Animal) – Universidade Federal da Paraíba. 2016.
6.SANTOS, Deise Jeane Moreira. Desenvolvimento de xampu à base de extrato glicólico de Hamamelis virginiana L. Para auxiliar no
tratamento da oleosidade capilar e na prevenção do acometimento de caspas. f. 64. Monografia: título de bacharel em farmácia.
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras do Alto São Franscisco. Luz- MG. 2017.
7.ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2007.
8.MORETI D. L. C. ESTUDO HEMATOLÓGICO EM RATOS SOB AÇÃO DE PLANTA MEDICINAL. XLIX. Hamamelis virginiana L. Revista
Científica da Universidade de Franca. v. 5, n. 1/6, p. 89-091. Dez. 2005.
9.YASUDA, F. S; MARCUCCI, M. C; GONÇALVES, C. P. Características macroscópicas e microscópicas de Hamamelis virginiana L.,
comercializada como chá em farmácias e drogarias de Mogi das Cruzes. Revista Fitos, v. 12, n. 3, p. 205-217. 2018.
10.BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Farmacopeia Brasileira. 6ª edição. Brasília. 2019a.
11. WHO. World Health Organization. Monographs on selected medicinalplants. - Vol. 2. Geneva. 2002. Disponível em:
<https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/42052/9241545372.pdf?sequence=2&isAllowed=y>Acesso em: 28 out. 2021.
12. BRASIL. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO (CRF/SP). Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 4 ed.
São Paulo. 2019b.
13.BARNES, J; ANDERSON, L. A; PHILLIPSON, J. D. Herbal Medicines. 3º ed. Pharmaceutical Press. Londres. 2007.
14. MOAYYEDKAZEMI, Alireza et al., HEMORRHOIDS: NEW INSIGHTS INTO SURGICAL AND NON-SURGICAL TREATMENTS WITH
EMPHASIS ON MEDICINAL HERBS. Journal of Critical Reviews, v. 4, n. 14. 2020.
15. RAPOSO, António et al. The Role of Food Supplementation in Microcirculation—A Comprehensive Review. Biology, v. 10, n. 7, p. 616,
2021.
16. ABBAS, Talib F.; ABBAS, Mosa Fadiel; LAFTA, Ali Jarad. Atividade antibacteriana e propriedades médicas da Witch Hazel Hamamelis
virginiana. Annals of Tropical Medicine and Public Health, v. 23, p. 23-1146, 2020.
17. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos- CMED. 2021b. Disponível em:
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/medicamentos/cmed/precos/arquivos/lista_conformidade_2021_09_v1.pdf>. Acesso 04 de out de
2021.
226
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FONTE B. IMAGEM. GOVAERTS, R. Hamamelis virginiana L. Royal Botanic Gardens, Kew. 2022. Disponível em:
http://www.plantsoftheworldonline.org/taxon/urn:lsid:ipni.org:names:430697-1. Acesso em 26 de jan de 2022.
FONTE C. IMAGEM. BRYANT, R. Hamamelis virginiana: 'Witch Hazel'. COLLEGE OF AGRICULTURE, FORESTRY AND LIFE SCIENCES,
2022. Disponível em:https://www.clemson.edu/cafls/demo/plant_profiles/hamamelis-virginiana-witch-hazel.html. Acesso em: 26 jan. 2022.
FONTE D. IMAGEM. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2007.
FONTE E. IMAGEM. SANTOS, Deise Jeane Moreira. Desenvolvimento de xampu à base de extrato glicólico de hamamelis virginiana L.
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farmácia. Faculdade de Filosofia Ciências e Letras do Alto São Franscisco. Luz- MG. 2017.
FONTE F. IMAGEM. Disponível em: https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/3081374#section=2D-Structure. Acesso em 26 de out de
2021.
FONTE G. IMAGEM. ZINOVJEV, A. Hamamelis virginiana L. Native Plant Trust Go Botany. 2022. Disponível em:
https://gobotany.nativeplanttrust.org/species/hamamelis/virginiana/. Acesso em: 26 de janeiro de 2022.
227
Hipérico
Hypericum perforatum L. (Hipérico) é uma planta secular da medicina popular, reportada desde o
período medieval. Destaca-se na atualidade pelas suas propriedades medicinais, além de ser utilizada
1,2
com fins paisagístico pela beleza de sua floração . No Brasil, esta espécie vegetal integra a Lista de
Medicamentos Fitoterápicos de Registro Simplificado descrita na Instrução Normativa Nº 02 de 13 de
maio de 2014, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o Memento Fitoterápico e o
Suplemento do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 1ª edição3,4,5 .
ORIGEM
:A
E
NT
FO
A espécie Hypericum perforatum L., conhecida popularmente como hipérico, hipericão, milfurada,
milfacada, erva-de-são-joão, alecrim-bravo e orelha-de-gato, pertence à família Hypericaceae 2 . Essa
planta é originária da Ásia, Europa, regiões temperadas da África e América do Norte. No Brasil, sua
ocorrência é observada nas regiões sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e sudeste (Rio de
6
Janeiro e São Paulo) .
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O gênero Hypericum deriva do grego "hiper" (sobre) e "iekon" (imagem), simbolizando “aquele
que está acima do imaginado”, em referência aos efeitos protetores contra energias espirituais
negativas. O termo "perforatum" denota a aparência das folhas, que apresentam pequenos
pontos translúcidos ao serem visualizadas contra a luz 2,7.
Nas crenças pagãs, essa planta era bastante utilizada como amuleto contra
feitiçaria, sendo pendurada nas portas das casas para repelir demônios e bruxas,
protegendo os moradores 2,9.
ATENÇÃO!
O gênero Hypericum abrange cerca de 450 espécies vegetais com características botânicas e
10
medicinais semelhantes . Entre elas, destacam-se Hypericum perforatum L., Hypericum brasiliense
Choisy e Hypericum connatum Lam, conhecidas popularmente como hipérico. Assim, devido à
semelhança botânica das espécies, é importante a sua diferenciação para evitar equívicos durante o
uso medicinal1.
228
Você sabe como diferenciar essas espécies vegetais?
FON
Hypericum perforatum L.
TE
:B
Subarbusto perene cuja altura varia de 30 a 60 cm. Apresenta caule cilíndrico e
ramificado na parte superior, com a presença de folhas simples, cartáceas
(quebradiças) e opostas, sendo cobertas por pequenas glândulas que se assemelham a
orifícios responsáveis por secretar óleo. Quanto às flores, são dispostas em panículas
1,7,10
(cachos), tem coloração amarela-alaranjada e podem apresentar manchas escuras .
11,12
FONTE
:
semelhantes a lanças (linear-lanceoladas) e com flores amareladas .
FON
TE
Hypericum connatum Lam.
:D
Erva ou subarbusto que pode alcançar de 30 cm a 1 m de altura, com difícil
ocorrência de ramificações em sua base. Apresenta caule cilíndrico com a
presença de folhas semicirculares, coriáceas (resistentes, aspecto semelhante a
12,13
couro), sem glândulas e com flores também amareladas .
O hipérico apresenta diversas classes de fitoconstituintes, entre elas se destacam as diantronas (iso-
hipericina, hipericina, pseudohipericina e protohipericina); derivados do floroglucinol (hiperforina,
pseudo-hiperforina, adhiperforina, hiperfirina e aristoforina); flavona (luteolina); flavonol (quercetina e
canferol) e flavanol (catequina); flavonoides glicosílados (rutina, hiperosídeo, quercitrina, isoquercitrina,
astilbina e miquelianina); biflavonoides (amentoflavona e biapigenina); ácidos fenólicos (ácido
clorogênico, ácido caféico, ácido chiquímico, ácido p-cumárico e ácido ferúlico); monoterpenos (p-
cimeno, limoneno, β-mirceno, β-ocimeno, α-felandreno, pineno, carvacrol, 1,8-cineol e geraniol) e
sesquiterpenos (α-amorfeno, aromadendreno, cadineno, cariofileno, β-elemeno, farneseno, germacreno
D, nerolidol e zingibereno)2,7,15,18.
229
Além desses compostos, a espécie possui outros constituintes químicos a exemplo de taninos,
proantocianidinas, xantonas (mangiferina, norathyriol, kielcorina C), carotenoides, fitosteróis (β-sitosterol),
7,18
vitamina C e aminoácidos .
IMPORTANTE!
3
O hipérico pode ser encontrado nas farmácias, na forma de medicamento fitoterápico .
3,4
Via de administração do Medicamento Fitoterápico: Oral .
Restrição de uso: Venda desse produto é sob prescrição médica3.
230
ALERTA!
Esta espécie não deve ser usada por crianças abaixo dos 6 anos nem por
4
indivíduos que possuam hipersensibilidade aos componentes da planta .
Seu uso pode causar sensibilidade na pele e, caso haja exposição ao sol,
2
pode surgir vermelhidão, queimaduras e feridas .
4
É contraindicado o uso em casos de depressão crônica e grave .
Referências
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3. BRASIL. Ministério da Saúde. Instrução Normativa Nº 2 de 13 de maio de 2014. Publica a “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado” e a
“Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”. 2014.
4. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGIL NCIA SANITÁRIA. Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. 1ª edição. Brasília. 2016.
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https://www.cebrid.com.br/wp-content/uploads/2014/10/Boletim-PLANFAVI-01-Janeiro-Fevereiro-Mar%C3%A7o-2007.pdf. Acesso em: 20 de ago. 2021.
9. BRASIL. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO (CRF/SP). Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 4 ed. São Paulo. 2019.
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11. CARVALHO, E. S. et al. Caracterização química do óleo essencial de Hypericum brasiliense Choisy. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 13, p. 24-26,
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12. SLUSARSKI, S. R.; CERVI, A. C.; GUIMARÃES, O. A. Estudo taxonômico das espécies nativas de Hypericum L. (Hypericaceae) no Estado do Paraná, Brasil.
Acta Botanica Brasilica, v. 21, n. 1, p. 163-184, 2007.
13. FRITZ, D. Análise química e avaliação da atividade antiviral de Hypericum connatum Lam. 2006. Dissertação (Mestrado). Programa de pós-graduação
em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2006.
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Disponível em: https://www.ema.europa.eu/en/documents/herbal-report/draft-assessment-report-hypericum-perforatum-l-herba-revision-1_en.pdf. Acesso em: 20
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Medicinal Products (HMPC), 2009a. Disponívelem: <https://www.ema.europa.eu/en/documents/herbal-monograph/final-community-herbal-monograph-hypericum-
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22. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGIL NCIA SANITÁRIA. ANVISA. C MARA DE REGULAÇÃO DO MERCADO DE MEDICAMENTOS-CMED. Preços
máximos de medicamentos por princípio ativo. 2021b.
23. EMA, European Medicines Agency. COMMUNITY HERBAL MONOGRAPH ON Hypericum perforatum L., HERBA (WELL-ESTABLISHED MEDICINAL USE).
London: Committee on Herbal Medicinal Products (HMPC), 2009b. Disponível em: <https://www.ema.europa.eu/en/documents/herbal-monograph/final-
community-herbal-monograph-hypericum-perforatum-l-herba-well-established-medicinal-use_en.pdf>. Acesso em: 14 de agosto de 2021.
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2021.
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FONTE C: ROLIM, R. G. Hypericum brasiliense Choisy. Flora digital do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Disponível em:
https://floradigital.ufsc.br/open_sp.php?img=8794. Acesso em: 27 de janeiro de 2022.
FONTE D: VERDI, M. Hypericum connatum Lam. Flora digital do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Disponível em: https://floradigital.ufsc.br/open_sp.php?
img=8041. Acesso em: 27 de janeiro de 2022.
FONTE E: VELINGKAR, V. S.; GUPTA, G. L.; HEGDE, N. B. A current update on phytochemistry, pharmacology and herb–drug interactions of Hypericum
perforatum. Phytochemistry Reviews, v. 16, n. 4, p. 725-744, 2017.
FONTE F: YUNES, A. R.,PEDROSA. R. C.; CECHINEL FILHO. V. Fármacos e fitoterápicos: a necessidade do desenvolvimento da indústria de
fitoterápicos e fitofármacos no Brasil. Quím. Nova, v. 24, n. 1, 2001.
232
FONTE G: FIGUEIREDO, P.; ALBUQUERQUE, F.; ROMEIRO, S. Proantocianidinas na dieta humana. influência na prevenção de doenças
cardiovasculares. Studia (Lisbon, Portugal), 2013.
Kava-kava
Piper methysticum G. Forst. (Kava-kava) é uma planta que faz parte da medicina
tradicional indígena da região do Pacífico Sul. Devido as suas propriedades
medicinal, ornamental, alimentícia e industrial, se tornou uma das espécies
1,2
vegetais de maior importância econômica em sua região de origem . Essa
planta é oficialmente reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
como espécie medicinal desde 2002, e atualmente integra a Lista de Produtos
Tradicionais Fitoterápicos de Registro Simplificado e o Memento Fitoterápico da
3,4,5
Farmacopeia Brasileira .
E
NT ORIGEM
FO
Piper methysticum G. Forst., conhecida popularmente como kava-kava, kava, raiz-kava, pimenta-kava e
pimenta-intoxicante, pertence à família Piperaceae. Essa planta tem origem na Oceania, sendo encontrada
nas regiões da Micronésia, Polinésia e Melanésia, além de ser cultivada principalmente nas ilhas do Pacífico
Sul (Havaí e Papua-Nova Guiné). No Brasil, essa espécie não é endêmica (não ocorre naturalmente) 6,7,8.
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O gênero Piper tem origem do grego “peperi”, termo que faz referência ao sabor picante da
planta, ao passo que “methysticum” significa “bebida embriagante” devido ao efeito
psicoativo causado pela ingestão de bebidas preparadas a partir do rizoma dessa planta 5,9 .
O capitão James Cook, no comando do navio Endeavour (1768-1771), foi o primeiro europeu
a entrar em contato com esta planta durante sua viagem ao Pacífico Sul, tendo em vista que
alguns de seus tripulantes apresentaram sintomas análogos aos provocados pelo ópio ao
7,12
ingerir bebidas à base de Piper methysticum G. Forst .
Anos mais tarde, em outra expedição ao Pacífico Sul, o botânico Johann G. Forster foi
quem realizou a descrição botânica dessa espécie vegetal e a denominou cientificamente
como “Piper methysticum“. No entanto, a popularização da kava-Kava ocorreu na década de
5,13
80, após ter sido considerada droga de abuso na Austrália .
233
ATENÇÃO!
O gênero Piper inclui aproximadamente 2000 espécies vegetais. Algumas dessas podem ser
facilmente confundidas com a Piper methysticum G. Forst (kava-kava), a exemplo da Piper
solmsianum C. DC. (espécie endêmica no Brasil) e a Piper excelsum G. Forst. Dessa forma, se faz
7,14
necessária a distinção botânica entre essas espécies, a fim de garantir o uso correto da planta .
atinge em média de 2 m de altura. Suas folhas são verdes, grandes, com até 15 cm
de comprimento, apresentando 9 a 13 nervuras principais mais predominantes na
face anterior. Essa espécie contém inflorescências brancas e pequenas, dispostas
FO
NT
E:
B em cachos do tipo espiga de 3 a 9 cm de comprimento. Os rizomas são cilíndricos e
porosos, com até 60 cm de comprimento e 8 cm de diâmetro, possui feixes lenhosos
6,7,10
e irregulares de cor esbranquiçada no interior .
:B
E
NT
FO
:C
E
16 NT
medirem de 6 a 15 cm de comprimento . FO
A kava-kava (Piper methysticum G. Forst.) é uma planta medicinal indicada no tratamento dos quadros
leves de insônia e ansiedade, devido sua atividade sedativa e ansiolítica. Além disso, essa planta
apresenta ação anticonvulsivante, analgésica suave, antiespasmódica, relaxante muscular, atividade
5,7,8,12,19
hipotensora, antiarrítmica e um potencial antitumoral .
234
Quais constituintes químicos presentes nessa espécie vegetal são
responsáveis por suas atividades medicinais?
A kava-kava é constituída por várias classes de compostos químicos, dentre os quais se destacam
as lactonas relacionadas com α-pironas denominadas kavalactonas/kavapironas (kavaína,
dihidrokavaína, metisticina, dihidrometisticina, yangonina e desmetoxiyangonina); flavonoides
5,11,20
(flavokavinas A, B e C) , alcaloide piperidínico (pipermetistina), taninos, derivados do ácido
cinâmico, saponinas, mucilagem, óleo essencial, aminoácidos e sais minerais, em destaque o
7,8,10
potássio . As kavalactonas/kavapironas (kavaína, dihidrokavaína, metisticina, dihidrometisticina,
yagonina e desmetoxiyangonina) são os principais constituintes químicos e marcadores da
espécie, sendo encontradas majoritariamente nas raízes. Esses compostos são responsáveis pela
atividade ansiolítica da kava-kava, devido a capacidade de atuarem modulando positivamente os
7,8,19,21
receptores do ácido gama-aminobutírico (GABA) . Além disso, essa classe de constituintes, em
especial a kavaína e a metisticina, também são responsáveis pela ação anticonvulsivante,
5,6
antiespasmódica, antimicrobiana e analgésica .
A kava-kava pode ser utilizada na forma de preparação extemporânea (uso imediato), como chá
medicinal obtido a partir da decocção do seu rizoma, como também pode ser comercializada nas
farmácias, na forma de medicamento fitoterápico 3,7.
Em uma panela, colocar 3 g do rizoma seco e triturado (reduzido a pó) da kava-kava, adicionar 150 mL de
água e cozinhar por 10 a 15 minutos com a panela tampada. Em seguida, deve-se coar a preparação, e
7
estará pronta para uso .
4
Via de administração do Medicamento Fitoterápico: Oral .
ALERTA!
A utilização dessa espécie medicinal não deve ser feita por um período superior a 3
meses sem orientação médica, em virtude da sua capacidade de causar
7,22
hepatotoxicidade .
Essa espécie vegetal não deve ser utilizada por portadores de doença de Parkinson ou
em casos de depressão endógena (provocada por alterações biológicas ou genéticas),
7,13
devido ao risco de agravamento dessas doenças .
236
O uso dessa espécie vegetal pode desencadear distúrbios gastrintestinais leves,
reações alérgicas cutâneas, dor de cabeça, tontura, coloração amarelada da pele e
unhas, cansaço matinal moderado, inquietação, sonolência, tremor, câimbras,
indisposição, problemas respiratórios e distúrbios visuais e de coordenação 4,5,10.
Quando administrada com bebidas alcoólicas pode aumentar os seus efeitos hipnótico e
7
tóxico .
A kava-kava possui ação inibitória da CYP450, em virtude disso pode causar interações
com outras drogas que são metabolizadas por essa via, induzindo a toxicidade 8,12.
Essa espécie vegetal também interage com os fitoterápicos valeriana (Valeriana officinalis L.)
e erva-de-São-João (Hypericum perforatum L.), aumentando seus efeitos depressores no
Sistema Nervoso Central, o que provoca tontura, sonolência, confusão e dificuldade de
8,23
concentração .
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uma importante safra do Pacífico Sul. Journal of Ethnopharmacology. v. 268, 2021.
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TRATAMENTO DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research, v. 8, n. 2, p. 83-87. 2014.
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238
Melissa
Conversando sobre Plantas Medicinais
Melissa ofiicinalis L. (Melissa) é uma planta amplamente utilizada em todo o mundo pelas suas propriedades
medicinais. A indústria farmacêutica e a indústria alimentícia fazem uso dessa espécie vegetal para aromatizar
1,2,3,4
alimentos e bebidas . Devido às suas propriedades medicinais, essa espécie vegetal integra a Lista de Produtos
Tradicionais Fitoterápicos de Registro Simplificado, descrita na Instrução Normativa Nº 2 de 13 de maio de 2014, da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o Suplemento do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia
5,6,7
Brasileira 1ª edição e à 2ª edição deste Formulário .
ORIGEM
:A
E
NT
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
A melissa tem sido utilizada há mais de 2000 anos, na região mediterrânea como
planta melífera (substrato que fornece o material para as abelhas produzirem o mel),
daí ficou conhecida como melissophylon, que significa “planta das abelhas”, fato que
4,10
deu origem ao seu nome científico .
Os primeiros relatos sobre o uso medicinal dessa planta foram feitos pelos
povos árabes para tratamento de ansiedade, hipocondria e depressão. Mais
tarde, Paracelso a denominou de “elixir da longa vida” 10,11 .
ATENÇÃO!
No Brasil, existem duas espécies vegetais pertencentes à família Lamiaceae que apresentam características
botânicas semelhantes, a Melissa officinalis L. (melissa) e a Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Britt. & Wilson (erva-
cidreira), já descrita nas nossas publicações anteriores. Por isso, é necessário diferenciá-las para garantir o uso
adequado.
239
Você sabe como diferenciar essas espécies
vegetais?
FO
NT
Melissa (Melissa officinalis L.)
E:B
A melissa é uma planta aromática, perene e que possui várias ramificações
pilosas que partem desde sua base, podendo atingir até 1 m de altura. Apresenta
folhas membranáceas (finas, resistentes e flexíveis), de aspecto rugoso e
coloração amarelo-esverdeado medindo entre 3 a 6 cm. Suas flores são FO
esbranquiçadas (cor creme), com pelos longos e se encontram dispostas em
NT
E:B
racemos axilares (partem de um único eixo em diferentes pontos do ramo
1,11,12
principal) .
T
FON
opostas (partem do mesmo ponto do caule, porém em lados opostos), elípticas
(estreitas e semelhante a ponta de uma lança) com bordas serrilhadas e cobertas
por uma fina pelagem. As flores apresentam coloração azul-arroxeada e se
encontram reunidas em inflorescências de eixo curto e tamanho variável 1,13.
D
E:
T
FON
Você sabe quais são as indicações terapêuticas da Melissa?
A melissa é indicada como auxiliar no tratamento dos sintomas de ansiedade e insônias leves, como também
para o alívio de desconfortos gastrointestinais (flatulência e distensão abdominal) devido às suas ações
colerética (estimula produção de bile), colagoga (estimula a liberação de bile) e antiespasmódica (inibe a
motilidade gastrointestinal)6,7,12,14,15. Além disso, essa planta apresenta atividade antitireoidiana, estimulante de
memória e antimicrobiana, em destaque para sua ação virustática sobre o vírus do herpes simples, causador
do herpes labial 1,8,11,15.
A melissa apresenta diversas classes de fitoconstiuintes, entre elas destacam-se o óleo essencial,
constituído pelos aldeídos monoterpênicos: citronelal e citral, sendo este formado pela mistura isomérica
geranial e neral; álcoóis monoterpênicos (citronelol e geraniol); o hidrocaboneto monoterpênico limoneno
e os sesquiterpenos (β-cariofileno e germancreno D)8,11,14,16,17,18. Além desses constituintes químicos são
encontrados flavonoides (luteolina, apigenina, canferol e quercetina); ácidos fenólicos derivados do ácido
benzoico (ácido gálico) e os ácidos fenilcarboxílicos (ácido rosmarínico, ácido clorogênico e ácido
11,12,20
cafeico); triterpenos (ácidos ursólico e ácido oleanólico); vitaminas, sais minerais e resinas .
240
A atividade digestiva da melissa é atribuída aos ácidos fenilcarboxílicos (ácido rosmarínico,
ácido clorogênico e ácido cafeico), ao passo que o óleo essencial dessa espécie vegetal, em
destaque os compostos citral, citronelal e citronelol desempenham ação ansiolítica,
analgésica e antimicrobiana 8,11,21,22. Além disso, o ácido rosmarínico e a luteolina (flavonoide)
são os principais constituintes químicos responsáveis pela atividade antioxidante dessa
planta 16,21,23.
FONTE: G FONTE: G
FONTE: G FONTE: E
FO
N T E: A
Em uma xícara, colocar de 1,5 a 4,5 g das folhas secas da melissa, previamente rasuradas
(cortadas em pequenos pedaços). Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso
por 10 a 15 minutos. Após isso, deve-se coar a preparação e o chá estará pronto para o consumo 7.
241
Nas farmácias pode ser encontrado o produto tradicional fitoterápico da
6,7
melissa na forma de tintura, extrato fluido e cápsula com derivado vegetal .
5,7
Via de administração do Produto Tradicional Fitoterápico: Oral .
ALERTA!
242
Referências
1. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 1 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
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3. PIRBALOUTI, Abdollah Ghasemi et al. Composição química e rendimento do óleo essencial de erva-cidreira (Melissa officinalis L.) sob aplicações foliares dos
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medicamentos fitoterápicos de registro simplificado e a Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado. 2014.
6. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. Primeiro Suplemento de Formulário de Fitoterápicos Farmacopeia Brasileira.1º Edição.
Brasília. 2018.
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8. TABACH, R. SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA EM PLANTAS MEDICINAIS. PLANFAVI. n. 15. 2010.
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PROCESSO DE GELIFICAÇÃO IÔNICA: CARACTERIZAÇÃO DOS COMPOSTOS BIOATIVOS E CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E MINERAL. f. 48.
Dissertação (Mestrado). Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Uberlândia, 2007.
10. BIHAIN, DENYSE CLEIDE. CONTROLE DE QUALIDADE DE AMOSTRAS COMERCIAIS DE Melissa officinalis ADQUIRIDAS NO MUNICÍPIO DE
PALMAS- TO. f. 52. Monografia (Graduação). Centro Universitário Luterano de Palmas, 2015.
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Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2020.
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GALVÃO-SC. f. 65. (TCC) Licenciado em Ciências Biológicas- Universidade Federal de Santa Catarina. 2013.
Fontes:
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https://jb.utad.pt/multimedia/14725. Acesso em: 27 de janeiro de 2022.
FONTE B. IMAGEM. KROGSGAARD, E. Melissa officinalis L. Plants of the World Online. Royal Botanic Gardens, Kew. 2022. Disponível em:
http://www.plantsoftheworldonline.org/taxon/urn:lsid:ipni.org:names:450084-1. Acesso em: 27 de jan de 2022.
FONTE C. IMAGEM. MONTIEL, O. M. Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Britton & P.Wilson. WFO, 2022. Disponível em: http://www.worldfloraonline.org/taxon/wfo-
0000228665. Acesso em: 27 de jan de 2022.
FONTE D. IMAGEM. CORONADO, I. Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Britton & P.Wilson. WFO, 2022. Disponível em: http://www.worldfloraonline.org/taxon/wfo-
0000228665. Acesso em: 27 de jan de 2022.
FONTE E. IMAGEM. SHAKERI, A; SAHEBKAR, A; JAVADI, B. Melissa officinalis L. - Uma revisão de seus usos tradicionais, fitoquímica e farmacologia. Journal
of Ethnopharmacology, v. 188, n. 21, p. 204-228. 2016.
FONTE F. IMAGEM. RECHIA, Letícia Mello. Desenvolvimento e avaliação da estabilidade de gel a base de extrato de Melissa officinalis L. f.128.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Farmácia, Florianópolis, 2010.
FONTE G. SILVA, THAIS .CRISTINA. Produção de biomassa, teor e composição química do óleo essencial de Melissa officinalis l. sob omissão de
nutrientes e em consórcio com Achillea millefolium l. Dissertação apresentada à Programa de Pós- Graduação em Agronomia/Fitotecnia, Universidade
Federal de Lavras/MG. 2015.
243
Mil-folhas
E: ORIGEM
A
NT
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
A nomenclatura do gênero Achillea foi uma homenagem ao semideus grego Aquiles, que,
segundo a lenda, utilizava essa planta em suas batalhas para curar feridas e estancar
hemorragias10. Já o termo "millefolium", que significa “mil folhas”, faz alusão ao grande
1,11
número de folíolos que essa espécie possui .
Os povos chineses acreditavam que a partir das hastes dessa planta era possível prever o
futuro e “trazer” a chuva para essas regiões9.
Além disso, devido à sua capacidade de resistir à seca, essa planta pode ser empregada no
combate a erosão do solo11.
244
Você conhece as características botânicas dessa espécie vegetal?
NT
FO Suas folhas são compostas e levemente recobertas por pelos finos, possuem
tamanho que varia de 5 a 8 cm e se ramificam em folíolos (pequenas folhas
localizadas próximas ao caule). Apresenta inflorescências com coloração rosada
ou branca, dispostas em uma panícula terminal (cacho com flores dispostas em
vários eixos). Seu fruto é pequeno, amargo e de formato oblongo1,2,11,13.
:C
E
NT
FO
O uso interno da mil-folhas é indicado para o alívio de sintomas dispépticos, sendo também utilizado como
antiflatulento, antiespasmódico e no tratamento da dismenorreia 4,5,14. Já seu uso externo é recomendado
5
como anti-inflamatório para lesões cutâneas superficiais .
Além disso, essa espécie vegetal possui atividade hepatoprotetora, diurética, antipirética, analgésica,
antimicrobiana e depressora do sistema nervoso central 10,11,12,13,15.
A mil-folhas apresenta diversas classes de fitoconstiuintes, dentre elas destacam-se os óleos essenciais
contendo lactonas sesquiterpênicas (aquilicina, milefina e aquiliofolina) e seus derivados, monterpenos (1,8-
cineol, linalol, borneol, eucaliptol e limoneno), sesquiterpenos (azuleno e camazuleno) e ácidos aquiIínicos A,
9,10,16,17,18
BeC . Além desses, são encontrados flavonoides (apigenina e rutina), ácidos fenólicos (ácido cafeico
e ácido salicílico), esteróis (β-sitosterol e estigmasterol), vitaminas (ácido ascórbico e ácido fólico), taninos,
7,11,19,20
mucilagens, cumarinas, resinas, açúcares e sais minerais .
245
Apigenina Rutina 1,8 - Cineol
O chá das partes aéreas da mil-folhas deve ser preparado por INFUSÃO.
FONTE: C
Em uma xícara de chá, colocar 2 a 4 g das partes aéreas da mil-folhas, previamente rasuradas
(cortadas em pequenos pedaços). Adicionar 250 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso por
10 a 15 minutos. Após isso, deve-se coar a preparação e o chá estará pronto para uso interno ou
5,6
externo a depender da condição clínica do indivíduo .
Essa planta não deve ser utilizada por pessoas com azia, gastrite, úlceras gástricas ou
14
indivíduos com obstrução das vias biliares .
Em casos de lesões cutâneas, se for observado prurido, infecção e não regressão dos
ferimentos em até uma semana, também 5 se deve suspender o uso da mil-folhas e
5
procurar um estabelecimento de saúde .
Referências
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Brasileira.1º Edição. Brasília. 2018.
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2021a.
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as formulações publicadas na 2ª edição do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Brasília. 2021b. Disponível em:
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2021/anvisa-disponibiliza-nova-lista-deprodutos-tradicionais-fitoterapicos. Acesso em:
23/09/21
247
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Paulo. 2019.
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Oil Bearing Plants , v. 22, n. 1, pág. 295-300, 2019.
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FONTE B. Imagem: PROKHOZHY, V. Achillea millefolium L.. Plants of the World Online. Royal Botanic Gardens, Kew. 2022. Disponível em:
powo.science.kew.org/taxon/urn:lsid:ipni.org:names:2294-2#image-gallery. Acesso em: 27 de jan de 2022.
FONTE C. Imagem: ALI, S. I; GOPALAKRISHNAN, B; VENKATESALU, V. Pharmacognosy, phytochemistry and pharmacological properties of
Achillea millefolium L.: a review. Phytotherapy Research , v. 31, n. 8, pág. 1140-1161, 2017.
FONTE D. Imagem: ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2007.
FONTE. E. Imagem. Disponível em: https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/Azuleno_2_1_8ija_azulene#section=2D-Structure. Acesso em:
13 de out de 2021
FONTE F. Imagem: SILVA, Fernanda da Fonseca et al. 2014.
FONTE G. Imagem: PEDRIALI, Carla Aparecida. Síntese química de derivados hidrossolúveis da rutina: determinação de suas
propriedades físico-químicas e avaliação de suas atividades antioxidantes. 2005. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, 2005
FONTE H. Imagem: WHO, World Health Organization. WHO monographs on medicinal plants commonly used in the Newly Independent
States (NIS). Geneva, Switzerland: World Health Organization, 2010.
248
Oliveira
E:
A
FO
NT ORIGEM
Olea europaea L., conhecida popularmente como oliveira, azeitona, oliva e olivo,
pertence à família Oleaceae. Essa planta tem origem na região do Mediterrâneo e
Ásia Menor. No Brasil, é possível observar a ocorrência geográfica da espécie
vegetal nas regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste 1,4,5,6,7.
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O termo "Olea" é originado da palavra grega “oleum”, o qual significa azeite, um produto
obtido a partir desta espécie vegetal. Cultivada há mais de 3 mil anos, a oliveira foi citada
em escrituras gregas e romanas, nas quais seus povos confeccionavam grinaldas a partir
1
dos seus ramos para premiar honrosamente os cidadãos .
Na mitologia, esta planta foi dada para o povo grego pela deusa Atena para
alimentá-lo e curar suas dores. Entretanto, frequentemente essa planta aparece em
8
outros contos, sempre associada às suas virtudes .
A oliveira é tida como uma planta sagrada e é citada em passagens da Bíblia Hebraica,
sendo símbolo de beleza, bênção e fertilidade, enquanto o azeite de seus frutos é
empregado em rituais religiosos 9.
O uso da oliveira é historicamente notável no Egito, uma vez que foi a partir da
técnica de seus povos que outros países aprenderam sobre a extração do azeite.
Além disso, foram encontrados resquícios dessa espécie vegetal na tumba do
1
faraó Tutankamon .
249
ATENÇÃO!
Olea europaea L. e Syzygium cumini (L.) Skeels podem ser reconhecidas pelo mesmo nome popular
(oliveira) e apresentam semelhanças na forma e coloração do fruto. Assim, se faz necessária a
diferenciação entre essas plantas para evitar erros durante sua utilização10,11.
É uma árvore perenifólia (mantém suas folhas durante todo o ano) que pode
alcançar de 8 a 10 m de altura. Suas folhas são opostas, com aspecto de couro
(coriáceas), formato de lança (lanceoladas), de coloração branco prateada na
face de baixo. Quanto às flores, são brancas, pequenas e numerosas, já o fruto
:B
NT
E é do tipo drupa (carnoso com uma única semente), com tamanho reduzido e
FO
coloração que varia de verde a negro-violeta quando está maduro 1,5.
:C
os frutos são carnosos de coloração roxo-escura e possuem uma única NT
E
FO
semente 12,13 .
A oliveira é indicada principalmente como diurética para o tratamento da retenção de líquidos, desde
que não seja originada por desordens mais graves 2. Além disso, esta planta medicinal possui
atividade relaxante do músculo liso, antimicrobiana, antioxidante, anticoagulante, hipoglicemiante,
hipolipemiante, anti-hipertensiva, antiaterosclerótica, gastroprotetora e neuroprotetora 14,15.
250
Quais constituintes químicos presentes nessa espécie vegetal são
responsáveis por suas atividades medicinais?
Nesse contexto, atribui-se ao ácido ursólico, ácido oleanólico, oleuropeosideo e oleaceína não
somente sua atuação como diurético, mas também as ações anti-hipertensiva, antiaterosclerótica,
antioxidante e hipoglicemiante 1,14,17,18. Já a atividade gastroprotetora está associada à quercetina,
enquanto a atividade neuroprotetora é devida ao ácido maslínico e a propriedade antimicrobiana é
1,15
atribuída à oleuropeína .
Oleuropeína
FONTE: I
A oliveira pode ser utilizada na forma de preparação extemporânea (uso imediato), como
o chá medicinal obtido pela infusão a partir das suas folhas, mas também pode ser
encontrada nas farmácias, na forma de um produto tradicional fitoterápico para uso
interno2,3.
251
Você sabe a forma correta de preparar o chá das folhas frescas da Oliveira?
O
F
NT
E:
J
Colocar em uma xícara 6 a 10 g das folhas frescas da oliveira, previamente rasuradas (cortadas em
pequenos pedaços). Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar repousar por 10 a 15 minutos.
2,3,19
Após esse tempo, deve-se coar o chá e ele estará pronto para a ingestão .
2
Via de administração do Produto Tradicional Fitoterápico: Oral .
ALERTA!
Seu uso não é indicado para casos de obstrução das vias biliares, devido ao seu
20
efeito colagogo (aumento do fluxo biliar) .
Não é recomendado a administração do óleo dessa planta ao redor dos olhos, pois
21
pode causar irritação .
252
Caso não ocorra melhora dos sintomas após 4 semanas de tratamento, ou sejam
observados efeitos adversos, recomenda-se a procura de um serviço de saúde 2.
Referências
1. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Argentina, 2007.
2. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2ª edição. Brasília. 2021a.
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na 2 a edição do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2021b.
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Quebra-pedra
TE
FO
N ORIGEM
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
No século XIX, o botânico alemão Carl Friedrich Phillip Von Martius foi o responsável
1,3
pelos primeiros registros do uso da Phyllanthus niruri L. no Brasil .
Há relatos da utilização desta planta por várias etnias de povos indígenas brasileiros, sendo
conhecida por vãnh kakáe póryg. Além disso, o uso da Phyllanthus niruri L. possui um
3
simbolismo espiritual para o catimbó e o candomblé durante rituais de iniciação e purificação .
ATENÇÃO!
O gênero Phyllanthus compreende aproximadamente 800 espécies, das quais 107 podem ser
7,8
encontradas no Brasil , destacando-se Phyllanthus niruri L., Phyllanthus tenellus Roxb. e
Phyllanthus amarus Schumach. & Thonn. Essas espécies apresentam semelhança no nome
popular (quebra-pedra), nas características botânicas e medicinais. Por isso, é comum confundir as
1,2,3,9
espécies .
254
Você sabe como diferenciar essas espécies vegetais?
Phyllanthus niruri L.
Essa espécie é uma erva anual,
glabra (sem pelos), de porte ereto que pode
alcançar cerca de 80 cm de altura.
Suas folhas são pequenas (até 1 cm), oblongo-
elípticas (formato alongado e oval) e aparecem nos ramos de forma alternada. Suas
flores são pequenas, axilares (nascem na junção entre o ramo e a folha),
assimétricas na base e de coloração verde-amarela. Quanto aos seus frutos, são
:A
E
NT cápsulas tricoca (glóbulos com o aspecto de 3 cocos interligados) com sementes
FO
triangulares e ápice agudo1,2,3,9.
:B
tricoca (glóbulos com o aspecto de 3 cocos interligados) com sementes triangulares N TE
FO
e ápice arredondado11 .
E 7,12
NT suas sementes possuem estrias longitudinais e semiconcêntricas .
FO
Essa espécie é indicada principalmente devido à sua ação diurética e para cálculos renais. Além disso,
essa planta apresenta atividade antiviral contra a Hepatite B, hipoglicemiante, anti-inflamatória, analgésica,
2,3,5,12
antiespasmódica, hepatoprotetora, hipocolesterolêmica e anti-hipertensiva .
Corilagina Filantosideo
FONTE: D FONTE: E
A quebra-pedra pode ser utilizada na forma de uma preparação extemporânea (consumo imediato),
como o chá medicinal obtido pela decocção a partir de toda a planta5.
FONTE: A
256
Em um recipiente, colocar 1,5 a 3 g da planta inteira devidamente lavada e rasurada (cortada em pequenos
pedaços), adicionar 150 mL de água e levar para o cozimento durante 10 minutos com a panela tampada,
considerando a proporção indicada na fórmula. Em seguida, deve-se coar o chá, e está pronto para o
1,2,5,16,17
consumo .
ALERTA!
5
A espécie Phyllanthus niruri L. deve ser utilizada apenas por indivíduos adultos .
Indivíduos que possuem cálculos renais com grandes dimensões não devem fazer uso
da planta, tendo em vista o risco de obstrução dos canais urinários 5,13.
Referências
1. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2004.
2. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e Exóticas. 2ª ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
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4. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RENISUS - Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS,
DAF/SCTIE/MS. Brasília: ANVISA. 2009.
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13. BRASIL. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO (CRF/SP). Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 4 ed. São Paulo. 2019b.
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258
Salgueiro
Salix alba L. (Salgueiro) é uma planta ornamental muito utilizada como matéria-prima para
cestos e móveis 1,2 . Devido às suas propriedades medicinais, essa espécie vegetal integra a
Lista de Medicamentos Fitoterápicos de Registro Simplificado, contida na Instrução Normativa
Nº 2 de 13 de maio de 2014, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Esta
planta também é encontrada na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais e de Plantas
Medicinais de Interesse do SUS (RENISUS), no Suplemento do Formulário de Fitoterápicos da
Farmacopeia Brasileira 1ª edição e na 2ª edição deste formulário 3,4,5,6,7.
ORIGEM
:A
N TE
FO
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O gênero Salix deriva do latim e faz referência a união dos termos “sal” (água) e “lix” (ao redor),
em alusão ao fato dessa planta crescer em regiões próximas à água 8,11 .
O salgueiro é uma das espécies medicinais de uso mais antigo da humanidade, visto que
inúmeras civilizações, como os povos sumérios, assírios, babilônicos, egípcios, gregos e
8,11
romanos, já relatavam seu uso como analgésico e febrífugo .
Os escritos de Hipócrates (400 a.C), assim como o livro “Matéria Médica” produzido por
Dioscórides (40 – 90 d.C) indicavam essa planta para amenizar as dores do parto e reduzir a
febre12,13. Contudo, apenas em 1820 o farmacêutico suíço Johann S. Pagenstecher extraiu a
salicina que originou o ácido salicílico, utilizados como protótipos para a síntese da aspirina
(acido acetil salicílico), bastante utilizado na terapêutica8,11,14.
E:
E:
NT
E:
NT NT
FO FO FO
O salgueiro é indicado para o alívio da dor articular leve, devido a sua atividade anti-inflamatória e
analgésica, além disso, pode ser utilizado como antipirético em casos de febres associadas ao
resfriado 5,7,8,9,15,16.
260
Você sabe a forma correta de preparar o chá das cascas secas do caule do
Salgueiro?
O chá das cascas secas do caule do salgueiro deve ser preparado por DECOCÇÃO.
Fonte C
ALERTA!
Salix alba L. pode causar efeitos adversos como prurido, urticária, asma, exantema
(manchas avermelhadas na pele), além de sintomas gastrointestinais (náusea, vômito,
dor abdominal, diarreia e azia) 5 .
261
Esse fitoterápico, quando indicado para o alívio da dor articular não deve ser utilizado
por um período superior a quatro semanas. Nos casos de febre relacionada ao
resfriado, o tempo máximo de uso permitido é de três dias e para o alívio da dor de
cabeça, apenas um dia 22 .
Referências
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PROTEÍNAS PLASMÁTICAS COM TECNÉCIO-99M E NA BIODISTRIBUIÇÃO EM RATOS WISTAR.Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) -
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medicamentos fitoterápicos de registro simplificado e a Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado. 2014.
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Brasília. 2018.
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catechins of the Tachigali myrmecophyla (Leguminosae). Quím. Nova, v 31, n. 3. 2008.
263
Sálvia
Salvia officinalis L. (Sálvia) é uma espécie vegetal amplamente utilizada como ANVISA
1
especiaria na culinária e como planta ornamental . Além disso, dada a sua relevância
na medicina tradicional, essa planta foi incorporada à nova lista de Produtos
Tradicionais Fitoterápicos (PTFs) passíveis de notificação da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) e ao Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia
2,3
Brasileira 2ª edição .
E:
A ORIGEM
T
FON
A Salvia officinalis L., conhecida popularmente como sálvia, sálvia-comum, sálvia-ordinária, chá-da-
frança e erva-sagrada, pertence à família Lamiaceae 1. Essa planta é nativa do Oriente Médio e da
região do Mediterrâneo, porém está distribuída nas demais partes do mundo, principalmente pela
4
Europa e América do Norte . No Brasil, a sálvia é cultivada nas regiões Sudeste e Sul 5.
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
264
Sálvia (Salvia officinalis L.)
A sálvia é uma erva perene, com porte entre 30 e 60 cm, ramificada desde a base
assemelhando-se a uma touceira (moita). Suas folhas são simples com pelos
(denso-pubescentes) e apresenta inflorescências com coloração de tons violeta,
1
que adquirem o aspecto de uma espiga no ápice dos ramos .
E:
B
T
F ON
A sálvia (Salvia officinalis L.) é uma planta medicinal indicada para o alívio dos sintomas
dispépticos (má digestão e sensação de queimação) e hiperidrose (transpiração excessiva).
Ela possui ótima função anti-inflamatória, daí o seu uso no tratamento de inflamações da
cavidade oral a exemplo de estomatites, glossites (inflamação na língua), gengivites, aftas,
2,6,8,11
inflamações da garganta e inflamações cutâneas leves .
Seu uso também está associado ao tratamento de problemas hepáticos, sintomas do climatério,
1,2,6,8,12
ansiedade, cessação da lactação e para melhora da cognição em doenças como Alzheimer . Além
disso, essa planta apresenta ação antifúngica, antibacteriana, antiviral, antioxidante, hipoglicemiante,
4,6, 10,13
antisséptica e carminativa .
A sálvia apresenta diversas classes de fitoconstiuintes, entre elas destacam-se os ácidos fenólicos
8,9
(ácido rosmarínico, clorogênico, elágico, gálico e cafeíco) ; monoterpenos (α-tujona, cânfora, cineol, α-
13,14
pineno e borneol) ; diterpenoides amargos (carnosol, ácido carnósico e rosmanol); ácidos
triterpenoídicos (ácido ursólico e ácido oleanólico) e flavonoides (luteolina, apigenina, hispidulina,
1,9,13,15
quercetina, genkavaína e cirsimaritina) . Além desses, também são encontrados taninos, saponinas,
8,9,16
mucilagens, substância estrogênica (estrona), resinas, polissacarídeos e proteínas .
FONTE: C
FONTE: C FONTE: C
A sálvia pode ser utilizada na forma de preparação extemporânea (consumo imediato), como chá
medicinal obtido por infusão a partir de suas folhas secas, mas também pode ser encontrada nas
farmácias, na forma de produto tradicional fitoterápico2,3.
Você sabe a forma correta de preparar o chá das folhas secas da Sálvia?
2
O chá das folhas secas da sálvia deve ser preparado por INFUSÃO .
FO
N T E: D
Uso interno
Em uma xícara, colocar 1 a 2 g das folhas secas da sálvia, previamente rasuradas
(cortadas em pequenos pedaços). Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em
repouso por 10 a 15 minutos. Após isso, deve-se coar a preparação e o chá estará pronto
2
para uso .
ALERTA!
Essa planta não deve ser utilizada por pessoas com insuficiência renal, epilepsia
e neoplasias dependentes de estrógeno 1,2,17.
267
Deve-se evitar o consumo dessa planta em excesso ou durante tempo
prolongado, devido ao risco de queilite angular (inflamação e pequenas fissuras
no canto da boca) e estomatite (inflamação do estômago)1,2.
2
A sálvia não deve ser utilizada juntamente com sais de ferro .
Referências
1. LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Novas Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
2. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2ª edição. Brasília. 2021a.
3. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. Produtos tradicionais fitoterápicos passíveis de notificação de acordo com as formulações
publicadas na 2ª edição do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Brasília. 2021b. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-
br/assuntos/noticias-anvisa/2021/anvisa-disponibiliza-nova-lista-deprodutos-tradicionais-fitoterapicos. Acesso em: 23/09/21.
4. SANTOS, R. O. et al. Uso da Salvia officinalis como agente fitoterápico no controle da Diabetes Mellitus. Research, Society and Development, v. 9, n. 9, p.
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5. OLIVEIRA, A. B. et al. Salvia in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em:
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB136963. Acesso em: 23 set. 2021
6.PANFLAVI. Sistema De Farmacovigilância Em Plantas Medicinais. BOLETIM N° 18, ABRIL-JUNHO, 2011.
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molecular sciences, v. 22, n. 14, p. 7382, 2021.
8. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
9. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2004.
10. CHRISTOPOULOU-GEROYIANNAKI, M.; MASOURAS, T. Comparison of Aroma Compounds in Distilled and Extracted Products of Sage (Salvia officinalis
L.). Poljoprivreda i Sumarstvo, v. 61, n. 4, p. 79, 2015.
11. EMA. European Medicines Agency. European Union herbal monograph on Salvia officinalis L. folium. United Kingdom: Committee on Herbal Medicinal
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12. GARBIN, V. P. Ação do extrato hidroalcóolico de Salvia Officinalis (lirmeu 1753) sobre a musculatura lisa vascular e não vascular. Monografia
(Bacharelado em Farmácia) - Universidade Federal do Paraná, 2006.
13. LEMLE, K. L. Salvia officinalis used in pharmaceutics. International Conference on Applied Sciences, n. 247, 2017.
14. WILLIAMSON, E; DRIVER, S; BAXTER, K. Stockley’s Herbal Medicines Interactions: A guide to the interactions of herbal medicines, dietary supplements and
nutraceuticals with conventional medicines. Pharmaceutical Press - London, UK. 2009.
15. GHORBANI, A; ESMAEILIZADEH, M. Propriedades farmacológicas da Salvia officinalis e seus componentes. Revista de Medicina Tradicional e Complementar, v. 7, n. 4, p.
433-440, 2017.
16. SHARMA, Y; FAGAN, J. SCHAEFER, J. Ethnobotany, phytochemistry, cultivation and medicinal properties of Garden sage (Salvia officinalis L.). Journal of Pharmacognosy and
Phytochemistry, v. 8, n.3, p. 3139-3148, 2019.
17. BRASIL. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO (CRF/SP). Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 4 ed. São Paulo. 2019.
18. STEINHOFF, B. Current perspectives on herb-drug interactions in the European regulatory landscape. Planta medica, v. 78, n. 13, p. 1416-1420, 2012.
19. BEHRADMANESH, S.; DEREES, F.; RAFIEIAN- KOPAEI, M. Effect of Salvia officinalis on diabetic patients. Journal of renal injury prevention, v. 2, n. 2, p. 51, 2013.
FONTE A. IMAGEM. HARRIS, J. Salvia officinalis . Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 2022. Disponível em: http://legacy.tropicos.org/Image/100828113.
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FONTE B. IMAGEM. HARRIS, J. Salvia officinalis . Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 2022. Disponível em: http://legacy.tropicos.org/Image/100828112.
Acesso em: 27 Jan 2022.
FONTE C. IMAGEM. GHORBANI, A; ESMAEILIZADEH, M. Propriedades farmacológicas da Salvia officinalis e seus componentes. Revista de Medicina
Tradicional e Complementar, v. 7, n. 4, p. 433-440, 2017.
FONTE D. IMAGEM. DUMAT, M. Imagem 27887 da espécie Salvia officinalis. Jardim Botânico UTAD, Flora Digital de Portugal, 2027. Disponível em:
https://jb.utad.pt/multimedia/27887. Acesso em: 10/03/2022.
268
Saw-palmetto
E
NT
FO
ORIGEM
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
Essa espécie é considerada uma das plantas com maior diversidade de uso nos Estados
Unidos, sendo utilizada na alimentação, cobertura de casas e fabricação de cera, óleo e
1,5
remédios .
269
Você conhece as características botânicas dessa espécie vegetal?
270
Atribui-se ao ácido láurico, ácido oleico e ácido mistírico a atividade de melhora da hiperplasia prostática
benigna, assim como as ações espasmolítica, antiandrogênica e contra a calvície, enquanto a atividade
anti-inflamatória é atribuída ao β-sitosterol 11,12.
FONTE: C
FONTE: C FONTE: C FONTE: C
Importante
2
Restrição de uso: A venda desse produto é sob prescrição médica .
ALERTA!
A tintura não deve ser utilizada por alcoolistas e diabéticos devido ao seu alto teor
4
alcoólico .
271
Essa planta medicinal pode causar febre, hematúria (sangue na urina), disúria (dor ao
urinar), distúrbios gastrointestinais (dor abdominal, prisão de ventre ou diarreia),
elevação da pressão arterial, espasmos, diminuição do fluxo urinário, redução da libido
e impotência sexual3,4,9.
Tendo em vista que o saw-palmetto possui influência sobre os níveis hormonais dos
estrógenos e andrógenos, é importante que eles sejam monitorados por um profissional
de saúde, além de ser necessário o ajuste de dose se o indivíduo realizar Terapia de
Reposição Hormonal 3,4.
Referências
1.SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica.2ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. BRASIL.
2.BRASIL. Ministério da Saúde. Instrução Normativa Nº 2 de 13 de maio de 2014. Publica a “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado” e a
“Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”. 2014.
3. BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. 1ª edição. Brasília. 2016.
4.BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2ª edição. Brasília. 2021.
5.ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Argentina, 2007.
6.PLANTAMED. Serenoa repens (W. Bartram) Small. - SAW PALMETTO. 2020. Disponível em:
https://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Serenoa_repens.htm. Acesso em: 09 de nov de 2021.
7. MILLSS, Bone K. Principles and practice of phytotherapy. Toronto (ON): Churchill Livingstone; 2000.
8.KALWAT, J. I.; HAM, J.; KIM, J. C. The Use of Serenoa repens (Saw Palmetto) in Hair Care Products. Biomed J Sci Tech Res, v. 13, n. 1, p. 9725-9728,
2019.
9.TABACH, R. (Coord.). et al. Sistema de Farmacovigilância em Plantas Medicinais. Boletim PLANFAVI, n. 24, outubro-dezembro, 2012. Disponível em:
https://www.cebrid.com.br/wp-content/uploads/2014/10/Boletim-PLANFAVI-24-Outubro-Novembro-Dezembro-2012.pdf. Acesso em: 12 de nov. 2021.
10.BARNES, J.; ANDERSON, L. A.; PHILLIPSON, J. D. Herbal Medicines. 3a edição, Londres: Pharmaceutical Press, 2007.
11. KWON, Y. Use of saw palmetto (Serenoa repens) extract for benign prostatic hyperplasia. Food Science and Biotechnology, v. 28, n. 6, p. 1599-1606,
2019.
12. ALVES, D. F. F. Os extratos de plantas medicinais na prevenção e no tratamento da hiperplasia benigna da próstata. Dissertação (Mestrado em
Ciências Farmacêuticas). 2020. Universidade Beira Interior, 2020.
13. WILLIAMSON, E; DRIVER, S; BAXTER, K. Stockley’sHerbal Medicines Interactions. Pharmaceutical Press, 2009.
14. NICOLETTI, M.A. et al. Fitoterápicos – Principais Interações Medicamentosas. 1ª edição. São Paulo: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE
FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS, 2012.
FONTE A: STANG, D. Serenoa repens (W. Bartram) Small Serenoa repens. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden, 2022. Disponível em:
legacy.tropicos.org/Image/100120692. Acesso em: 28/01/2022.
FONTE B: OAKELEY'S, H. Serenoa repens (W.Bartram) Small. Royal Botanic Gardens, Kew, 2022. Disponível em:
https://powo.science.kew.org/taxon/urn:lsid:ipni.org:names:941782-1. Acesso em: 28/01/2022.
FONTE C: GOVERNA, P. et al. Hypothesis on Serenoa repens (Bartram) small extract inhibition of prostatic 5α-reductase through an in silico approach on 5β-
reductase x-ray structure. PeerJ Life & Environment, v. 22, n. 4, 2016.
272
Tanaceto
Tanacetum parthenium (L.) Sch. Bip. (Tanaceto) é uma espécie vegetal amplamente
1,2
empregada em bálsamos, cosméticos, corantes e inseticidas . Essa espécie também
é utilizada para fins medicinais, sendo incorporada à Lista de Medicamentos
Fitoterápicos de Registro Simplificado presente na Instrução Normativa Nº 02 de 13 de
maio de 2014, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e ao Formulário
3,4
de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição .
O Tanacetum parthenium (L.) Sch. Bip. é uma planta medicinal pertencente à família
Asteraceae, sendo conhecida popularmente como tanaceto, tanaceto-comum, anil-bravo,
botão-amarelo, tanásia e atanásia-das-boticas1. Essa espécie é originária da Europa, mas foi
introduzida posteriormente na América e na Região do Caribe5. No Brasil é possível observar
a ocorrência botânica do Tanaceto nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul 6 .
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
Na Europa, essa planta é utilizada para purificação após o tempo da Quaresma 5. Além
disso, na Inglaterra o tanaceto era empregado na culinária para evitar sintomas de
flatulência. Na crença popular, tomar o chá das folhas dessa planta na Páscoa protege
10
contra febres no decorrer do ano .
ATENÇÃO!
A família Asteraceae compreende aproximadamente 23.000 espécies vegetais11, dentre elas, o Tanacetum
vulgare L. (catinga-de-mulata) e a Matricaria chamomilla L. (camomila), as quais podem ser facilmente
confundidas com o Tanacetum parthenium (L.) Sch. Bip. (tanaceto) devido à similaridade das suas
características botânicas, sendo frequentemente utilizadas como adulterantes 10,12 . Dessa forma, se faz
necessário diferenciar essas espécies para evitar erros durante a sua utilização.
273
Você sabe como diferenciar essas espécies vegetais?
C
1,3
coloração exclusivamente amarelada .
E:
NT
FO
O tanaceto é principalmente indicado para prevenção da migrânea, desde que condições graves
tenham sido previamente descartadas pelo médico 1,8,15 . Além disso, o uso interno dessa planta
também é empregado no tratamento de cefaleia, mal-estar gástrico, diarreia, reumatismo, câimbra,
psoríase, febre, dismenorreias, neuralgias e ameaça de aborto 4,14. Adicionalmente, essa espécie
também possui atividade analgésica, anti-inflamatória, antibacteriana, antifúngica e vermífuga 1,16. Já
o seu uso externo é utilizado para tratar otalgias e aliviar o desconforto provocado pela picada de
1,8
insetos e pelos incômodos do pós-parto .
274
Quais constituintes químicos presentes nessa espécie vegetal são
responsáveis por suas atividades medicinais?
Partenolídeo
FONTE: E
Atribui-se a ação antienxaqueca do tanaceto ao partenolídeo, o qual
também se destaca por sua propriedade anti-inflamatória juntamente
com as demais lactonas sesquiterpênicas e com os flavonoides
(quercetina e luteolina) 5,19,20,21.
Você sabe a forma correta de preparar o chá das folhas frescas do Tanaceto?
O chá das folhas frescas do tanaceto deve ser preparado por INFUSÃO.
FONTE: A FONTE: H
275
Uso interno
Uso externo
4
Restrição de uso: A venda desse produto é sob de prescrição médica .
ALERTA!
O chá utilizado na forma de bochecho ou gargarejo (uso externo), não dever ser
ingerido 1,4,8.
Essa planta pode causar inflamação da mucosa oral, edema de lábios e perda do
paladar. Entretanto, esses sintomas são reduzidos se for utilizada na forma de
cápsulas 4 .
O tanaceto só deverá ser utilizado após a exclusão de doenças mais graves que
possam
estar relacionadas com quadros de enxaqueca 17,24 .
Referências
1- LORENZI, H. E.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Novas Odessa: Instituto Plantarum, 2002.
2- DEVRNJA, N. et al. Comparative studies on the antimicrobial and cytotoxic activities of Tanacetum vulgare L. essential oil and methanol extracts. South African Journal of Botany, v. 111, p. 212-221, 2017.
3- BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 02, DE 13 DE MAIO DE 2014. Dispõe sobre a Lista de medicamentos fitoterápicos de registro
simplificado e a Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado. 2014.
4- BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 2ª edição. Brasília. 2021a.
5- ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2007.
6- FLORA DO BRASIL. Tanacetum. 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB621468. Acesso em: 02 nov. 2021
7- POOJA, S. et al. Evaluation of acute and sub acute toxicity of the leaf extract of Tanacetum parthenium (Asteraceae) and synthetic parthenolide. World Journal of pharmacy and pharmaceutical sciences, v.
5, n. 8, p. 703-713, 2016.
8- SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
9- ALENZI, K. A. et al. Alteration of Coagulation Test Results and Vaginal Bleeding Associated With the Use of Feverfew (Tanacetum parthenium). Journal of Medical Cases, v. 12, n. 1, p. 9, 2021.
10- ROQUE, N.; BAUTISTA, H. P. Asteraceae: caracterização e morfologia floral. 2008.
11- DE CARVALHO, L. M. Artemísia. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2009. Disponível em: http://www.cpatc.embrapa.br/publicacoes_2009/doc_144.pdf. Acesso em: 02/11/2021.
12- BARBOSA, B. B.; CAPELLARI JÚNIOR, L. Plantas Medicinais: Camomila. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 2019.
13- GUERREIRO, K. K. et al. Análise farmacobotânica de folha e caule de Tanacetum vulgare (L.). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 18, p. 89-95, 2016.
14- EMA. European Medicines Agency. Community herbal monograph on Tanacetum parthenium (L.) Schulz Bip., herba. United Kingdom: Committee on Herbal Medicinal Products (HMPC), 2009.
15- BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. Primeiro Suplemento de Formulário de Fitoterápicos Farmacopeia Brasileira.1º Edição. Brasília. 2018.
16- HAZIRI, A. et al. Essential Oil of Tanacetum parthenium (L.) from East Part of Kosova. American Journal of Biochemistry and Biotechnology, v. 5, n. 4, p. 226-228, 2009.
17- BARNES, J; ANDERSON, L. A; PHILLIPSON, J. D. Herbal Medicines. 3º ed. Pharmaceutical Press. Londres. 2007.
18- WILLIAMSON, E.; DRIVER, S.; BAXTER, K. Stockley’s Herbal Medicines Interactions.London:Pharmaceutical Press, 2009.
19- PAREEK, A. et al. Feverfew (Tanacetum parthenium L.): Uma revisão sistemática. Pharmacogn Revv, v. 5, n. 9, p. 103-110, Jan-Jun, 2011.
20- POURIANEZHAD, F. et al. Review on feverfew, a valuable medicinal plant. J HerbMed Pharmacol, v. 5, n. 2, p. 45-49, 2016.
21- ANDRADE, E. T. S. et al. A fitoterapia como recurso terapêutico da enxaqueca. CongrePICS, 2017.
22- ZANQUETA, E. B. Atividade anti-herpesvirus e perfil de toxicidade in vivo do extrato hidroetanólico de Tanacetum parthenium (L.)Schultz-Bip. 2017. Dissertação (Pós-Graduação em
CiênciasFarmacêuticas) - Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2017.
23- DRUGS. COM. Feverfew. 2021. Disponível em: https://www.drugs.com/npp/feverfew.html. Acesso em: 03 nov. 2021.
24- WHO, World Health Organization. WHO monographs on selected medicinal plants. Geneva, Switzerland: World Health Organization, v. 2, 2004.
25- NICOLETTI, M.A. et al. Fitoterápicos – Principais Interações Medicamentosas. São Paulo: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS - Brasil, 1ª edição, 2012.
FONTE A. ZHARKIKH, A. Tanacetum parthenium (L.) Sch. Bip. Jardim Botânico UTAD, Flora Digital de Portugal, 2022. Disponível em: https://jb.utad.pt/multimedia/13407. Acesso em: 9 de março de 2022.
FONTE B. SANTOS, A. Imagem 43291 da espécie Tanacetum parthenium. Jardim Botânico UTAD, Flora Digital de Portugal, 2020. Disponível em: https://jb.utad.pt/multimedia/43291. Acesso em: 9 de março de
2022.
FONTE C. HARRIS, J. Tanacetum vulgare. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden, 2022. Disponível em: http://legacy.tropicos.org/Image/100832595. Acesso em: 28/01/2022. Acesso em: 03 nov 2021.
FONTE D. TURNER, S. Matricaria chamomilla L. - 12-037 - United States. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden, 2022. Disponível em: legacy.tropicos.org/Image/100188606. Acesso em: 28/01/2022. Acesso
em: 03 nov 2021.
FONTE E. PAREEK, A. et al. Feverfew (Tanacetum parthenium L.): Uma revisão sistemática. Pharmacogn Revv, v. 5, n. 9, p. 103-110, Jan-Jun, 2011.
FONTE F. COUTINHO, M. A. S; MUZITANO, M. F; COSTA, S. S. Flavonoides: Potenciais agentes terapêuticos para o processo inflamatório. Rev. Virtual Quim., v. 1, n. 3, p. 241-256, 2009.
FONTE G. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2004.
FONTE H. IMAGEM. SIROVS, M. Imagem 13416 da espécie Tanacetum parthenium. Jardim Botânico UTAD, Flora Digital de Portugal, 2020. Disponível em:
https://jb.utad.pt/multimedia/13416. Acesso em: 9 de março de 2022.
277
Unha-de-gato
:A
E
FO
NT ORIGEM
F O N T E: B
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O termo uncaria deriva do latim "uncus", cujo significado é garra ou gancho, faz referência
ao par de espinhos curvos, localizados na base das folhas e nos caules primários das
espécies desse gênero. O nome "tomentosa", por sua vez, faz alusão à fina pelagem que
8,11
envolve a parte inferior das folhas dessa espécie vegetal .
FONTE: C
O uso medicinal da unha-de-gato remonta há mais de 2000 anos, sendo utilizada por
comunidades indígenas peruanas em rituais religiosos. Esses nativos acreditavam que essa
8,11,12
planta apresentava atividade antitumoral .
A divulgação do conhecimento sobre essa planta em nível mundial ocorreu na década de 70,
a partir do relato do austríaco Oscar Egg, que viajou para a floresta amazônica em busca de
uma planta que pudesse tratar o câncer de pulmão de seu pai 11.
278
Você sabe como diferenciar essas espécies vegetais?
No Brasil, duas espécies do gênero Uncaria são conhecidas popularmente como unha-de-gato por
apresentarem características e propriedades medicinais semelhantes: Uncaria tomentosa (Willd.) DC.
e Uncaria guianensis (Aubl.) Gmelin 1,13. Dessa forma, é necessário diferenciá-las para garantir o uso
adequado.
1,11
parda com inúmeras sementes em seu interior .
E:
NT
FO
FON
alcançar até 20 m de comprimento e 10 cm de diâmetro. Além disso, Uncaria
TE
guianensis possui espinhos mais curvos em relação à Uncaria tomentosa, bem
:D
como suas folhas possuem maior comprimento, cerca de 5 a 10 cm. Além disso,
1,14,16
suas flores apresentam coloração laranja com vermelho .
FON
TE
:E
Você sabe quais são as indicações terapêuticas da Unha-de-gato?
A unha-de-gato (Uncaria tomentosa (Willd.) DC.) é indicada como anti-inflamatório para o tratamento de
5,6,8,17
dores articulares e musculares agudas, podendo ser empregada em casos de artrite reumatoide .
8,11,16
Além disso, apresenta atividades imunoestimulante, antioxidante, hipotensora e antitumoral .
A unha-de-gato pode ser utilizada na forma de uma preparação extemporânea (consumo imediato),
como o chá medicinal obtido por decocção a partir de suas entrecascas, mas também pode ser
4,5
encontrada na farmácia, na forma de produto tradicional fitoterápico .
FONTE: A FONTE: M
ALERTA!
Essa espécie não é recomendada para mulheres que realizam tratamento para
engravidar, pois essa planta pode interferir na fertilidade8.
O uso dessa planta pode ocasionar cansaço, febre, diarreia, constipação intestinal,
indigestão, linfocitose (aumento do número de linfócitos), eritrocitose (aumento do
número de eritrócitos) e agravamento da acne 6,17,27.
Durante o uso da unha-de-gato, caso ocorra diarreia persistente por mais de 3 a 4 dias,
deve-se suspender o uso ou reduzir a dose administrada 8 .
Seu uso em altas doses pode desencadear dores, problemas gastrintestinais, sintomas
8,17
pancreáticos e alterações do nervo óptico .
Não deve ser utilizada por indivíduos que possuam hemofilia (doença que causa deficiência
no processo de coagulação do sangue), por pessoas transplantadas ou que estão
aguardando transplantes e indivíduos que estejam utilizando imunossupressores 5,8,17.
Os indivíduos que fazem uso de anti-hipertensivos devem evitar o uso concomitante com a
Uncaria tomentosa (Willd. Ex Schult) DC., uma vez que seu efeito pode ser potencializado e
causar desregulação da pressão arterial 8,18,19 .
281
A unha-de-gato pode interagir de maneira inibitória com as enzimas do Citocromo P450,
em especial a CYP3A4, comprometendo o metabolismo de fármacos antirretrovirais
(atazanavir, ritonavir e saquinavir) que são substratos dessas enzimas 5,8,11,18 .
Referências
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Ciências). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.
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DAF/SCTIE/MS. Brasília: ANVISA. 2009.
4.BRASIL. Ministério da Saúde. Instrução Normativa Nº 2 de 13 de maio de 2014. Publica a “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado” e a
“Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”. 2014.
5.BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. 1ª edição. Brasília. 2016.
6.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Primeiro Suplemento do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 1 ed. 2018.
7. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). Brasília-DF, 2020.
8. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica.2ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
9.SHANLEY, P.; MEDINA, G. Frutíferas e Plantas Úteis na Vida Amazônica. Ilustrada por Silvia Cordeiro, Antônio Valente, Bee Gunn, Miguel Imbiriba, Fábio
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10. WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO monographs on selected medicinal plants. Geneva, Switzerland: World Health Organization, v. 3, p. 349-
358, 2007.
11. ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracêuticos. Argentina, 2004.
12. KEPLINGER, K.; LAUS, G.; WURM, M.; DIERICH, M.P.; TEPPNER, H. Uncaria tomentosa (Willd.) DC. – ethnomedicinal use and ethnopharmacological,
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282
Valeriana
TE
FO
N ORIGEM
Valeriana officinalis L., também conhecida popularmente como valeriana, baldriana, erva-dos-gatos, erva-de-
1,4,7
são-Jorge, pertence à família das Caprifoliaceae . Essa espécie vegetal é nativa da Europa e do oeste
asiático, sendo amplamente distribuída na região da Bélgica, Holanda e Alemanha, devido ao seu cultivo
ocorrer em regiões de clima temperado. Atualmente se encontra distribuída por todo mundo, ocorrendo
majoritariamente na zona cordilheira da América1,8,9.
HISTÓRICO E CURIOSIDADES
O termo "Valeriana" deriva do latim, cujo significado é “estar saudável”. O uso medicinal
dessa espécie vegetal é relatado desde a antiguidade pelas civilizações egípcia, grega e
romana, sendo encontrados registros da sua utilização em afecções do sistema nervoso
central nos escritos de Hipócrates, Dioscórides e Galeno1,8 .
A valeriana apresenta aroma forte e intenso, capaz de atrair gatos, deixando-os eufóricos e
9
estimulando o instinto predador .
ATENÇÃO!
Existem mais de 250 espécies de valeriana distribuídas por todo o mundo, porém poucas
apresentam atividades medicinais1,2 . Por isso, é importante conhecer um pouco sobre as
características botânicas dessa planta.
283
Você conhece as características botânicas dessa espécie
vegetal?
E
NT parda em sua parte externa e esbranquiça na parte interna. As folhas da valeriana
FO
são serrilhadas (semelhante a dentes), opostas e estão dispostas aos pares,
variando entre 6 a 10 folhas. Apresentam estípulas (estruturas com forma de
escama) que formam uma roseta basal (formam um círculo na base do caule). Suas
flores são pequenas e numerosas, possuem aroma adocicado e podem ser brancas
ou rosadas e seu fruto é seco e com uma única semente que mede por volta de 3
mm 1,9 .
:B
E
NT
FO
A valeriana (Valeriana officinalis L.) é indicada como sedativo leve, além de auxiliar em
distúrbios do sono associados à ansiedade e à tensão nervosa, pois essa planta apresenta
ação depressora do sistema nervoso central 4,5,6,9 . Além disso, essa espécie vegetal possui
atividade hipnótica, antiespasmódica, relaxante muscular, anticonvulsivante, antiarrítmica e
vasodilatadora coronariana1,4,7.
284
Atribui-se a ação sedativa da valeriana ao sinergismo dos compostos valepotriatos (em destaque
di-hidrovolato, valtrato e isovaltrato) e seus derivados (em especial o baldrianal), ácidos
sesquiterpênicos (ácido valerênico) e sesquiterpenoides (valeranona e β-cariofileno) 1,7,14,15,16. Esse
efeito sedativo ocorre devido à inibição da degradação do neurotransmissor ácido-γ-aminobutírico
(GABA) pelo ácido valerênico. Os constituintes químicos ácido valerênico, di-hidrovolato, valtrato
e valeranona possuem atividade antiespasmódica, ao passo que a ação antiarrítmica e
hipotensora é atribuída aos valepotriatos e ácido valerênico 9,14.
O chá das raízes secas da valeriana deve ser preparado por INFUSÃO.
:B
:B
E E
NT NT
FO FO
Em uma xícara, colocar de 0,3 a 3 g das raízes secas da valeriana, previamente cortadas em pequenos
pedaços. Adicionar 150 mL de água fervente, abafar e deixar em repouso por 10 a 15 minutos. Após isso,
6
deve-se coar e o chá estará pronto para a ingestão .
285
O medicamento fitoterápico à base da valeriana é comercializado na forma de cápsulas e
comprimidos (obtidos do extrato seco da raiz). Além disso, pode ser encontrado na forma de
tintura e extrato fluído 4,5,6 .
ALERTA!
Não é indicado uso do extrato fluido e tintura dessa espécie vegetal para etilistas e diabéticos,
devido ao alto teor alcoólico 5,19,20 .
Esse medicamento não deve ser utilizado concomitantemente ao álcool, pois essa
interação pode potencializar seus efeitos terapêuticos 6.
Esse medicamento possui eficácia com o uso gradual, portanto não se deve usar em
4
condições agudas de insônia e estresse .
A retirada abrupta da valeriana em situações de uso com altas doses e por longos períodos
pode causar abstinência5,6.
286
Recomenda-se descontinuar o uso da valeriana 15 dias antes de procedimentos
cirúrgicos, visto que pode haver interação com anestésicos 6.
A retirada abrupta da valeriana em situações de uso com altas doses por longos
períodos pode causar abstinência 6 .
Indivíduos que fazem uso de anti-hipertensivo devem tomar cuidado ao usar valeriana
conjuntamente, pois pode potencializar seus efeitos, induzindo hipotensão7.
Referências
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Universidade de Brasília. Brasília. 2015.
287
Glossário de Termos
Técnicos
Adstringente: reduz a secreção da pele e/ou mucosas
Afrodisíaco: estimula a excitação sexual
Amenorreia: irregularidade nos ciclos menstruais
Ansiolítico: fármacos com efeito calmante
Antiácida: possui efeito neutralizante contra acidez e melhora a digestão
Antiagregante plaquetário: evita a formação de trombos na circulação sanguínea
Antianêmicos: combate a anemia
Antiasmático: melhora quadros de asma
Anticonvulsivante: fármacos que promovem redução na ocorrência de convulsões
Antidiarreica: promove cessação da diarreia
Antidispéptico: combate má digestão
Antiemética: Promove cessação do enjoo
Antiepiléptica : combate a epilepsia
Antiespasmódico: combate desconfortos intestinais
Antiflatulento: promovem a redução da formação dos gases gastrointestinais
Anti-helmíntica: combate vermes intestinais
Antimicótico: combate micoses (infecções fungicas)
Antinociceptiva: reduz a sensação da dor
Antiofídico: atua contra o veneno de cobras
Antioxidante: protege o organismo contra a formação dos radicais livres
Antiparasitário: combate a infecção por parasitas
Antipirético: agentes que diminuem a febre
Antirreumática: combate as dores reumáticas, ou sejam as que acometem as
articulações
Antisséptico: limpeza da pele e ou mucosas
Antitussígeno: combate a tosse
Balsâmico: possui cheiro agradável
Bradicardia: diminuição dos batimentos cardiacos
Broncodilatador: promove melhora da respiração devido induzir relaxamento dos
brônquios
Carminativa: elimina flatulência
Cefaleia: dor de cabeça
Cervicites: inflamação do colo do útero
Cervico-vaginites: inflamação da mucosa vaginal
Cianose: cor azulada da pele
Cinetose: enjoo provocado por movimentos que não são comuns na rotina
Climatério: período de transição em que a mulher perde sua capacidade de
reprodução
Glossário de Termos
Técnicos
Coagulonopatia: problemas na coagulação do sangue
Colagoga: estimula o fluxo biliar
Colerética: estimula a produção da bile
Constipação: retenção de fezes e dificuldade de evacuar
Dermatite: inflamação na pele, onde pode-se perceber vermelhidão, formação de
bolhas, coceira entre outros
Diaforéticas: estimula a produção de suor
Dismenorreia: dor menstrual
Dispepsia funcional: indigestão persistente
Dispepsia: má digestão
Disúria: dor ao urinar
Diurético: Aumenta o fluxo de urina
Edema: acumulo de líquidos em regiões do corpo provocando o inchaço
Emenagoga: aumenta o fluxo menstrual
Emoliente: promove arecomposição química da pele e abranda a irritação
Enterites: inflamação na mucosa do intestino
Entorses: lesão de tendões ou ligamentos da articulação
Eritrocitose: aumento do número de eritrócitos
Equimose: mancha na pele devido hemorragia interna
Estomáquica: favorece a digestão
Estomatite: inflamação do estômago
Etilistas: indivíduos que possuem dependência por bebidas alcoolicas
Exantema: manchas avermelhadas na pele
Expectoração purulenta: secreções e muco produzidos pelas vias em quadros de
infecção
Expectorante: substância que auxilia na eliminação de secreções pela via respiratória
Extemporâneo: consumo imediato
Faringite (inflamação da garganta)
Flebotomia: técnica de incisão em um vaso sanguíneo com o intuito de extrair sangue
Fluidificante: substância que fluidifica (torna mais líquido) secreções
Gengivite: inflamação da gengiva
Glossites: inflamação na língua
Hematúria: sangue na urina
Hemofilia: doença que causa deficiência no processo de coagulação do sangue
Hemostático: Agentes que promovem a cessação de hemorragias
Hepatoprotetor: Protege ou induz mecanismos de proteção ao fígado
Hepatoxidade: dano no fígado devido a substancias
Hipercolesterolemia: aumento dos níveis de colesterol no sangue
Hiperestrogenismo: níveis elevados de estrógeno no organismo
Glossário de Termos
Técnicos
Hiperidrose: transpiração excessiva
Hipocolesterolemia: redução dos níveis de colesterol
Antidiabético/hipoglicemiante: fármacos que promovem a captura da glicose pelos
tecidos e consequente melhora do diabetes
Hipolipemiante: fármacos que diminuem os índices dos lipídeos
Hipotensor: reduz a pressão arterial
Hipotermia: Diminuição dos níveis da temperatura corporal
Ictiose: pele escamosa
Imunoestimulante: reforça as ações do sistema imune contra agentes infeciosos
Inseticida: destrói insetos
Larvicida: destrói larvas
Laxante: estimula contração intestinal
Leucorreia: corrimento vaginal
Linfocitose: aumento do número de linfócitos
Lipólise: queima de gordura
Mania: humor elevado e expansivo ou em estado de irritação
Mastalgia: dor no seio
Menorreia: fluxo menstrual em excesso
Midríase: dilatação da pupila
Mioglobinúria: eliminação de mioglobina na urina
Otalgia: Dor no ouvido
Piodermites: infestação de piolhos
Policitemia: aumento do número de hemácias
Prurido: coceira
Queilite angular: inflamação e pequenas fissuras no canto da boca
Remineralizante: reposição óssea
Sedativo: promove diminuição da ansiedade devido efeito calmante
Tendinites: inflamação nos tendões
Tinitus: zumbido nos ouvidos
Venotônico: aumento do tônus venoso