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Rugendas e Debret:

retratos indígenas
RUGENDAS

O alemão Johann Moritz


Rugendas (1802-1858) é
conhecido por suas pinturas
de cenas brasileiras,
inspiradas por uma viagem
feita ao Brasil entre 1821 e
1823, na qual integrou,
como desenhista, a equipe
de investigação científica do
barão de Langsdorff.
Suas principais obras estão
no livro Viagem pitoresca ao
Brasil.

Retrato de Rugendas realizado por


volta de 1852 por Franz Hanfstaengl

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DEBRET
O francês Jean-Baptiste
Debret (1768-1848),
outro artista que pintou
o Brasil do século 19,
passou 15 anos no Rio
de Janeiro, entre 1816 e
1831, lecionando em
uma academia de Artes
e Ofícios. Suas obras em
estilo neoclássico estão
reunidas em seu livro
documental Viagem
Pitoresca e Histórica ao
Brasil.
Auto-retrato publicado em Voyage
pittoresque et historique au Brésil,
1834.
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Além da escravidão negra e
da vida social urbana do
Brasil no século 19, o retrato
indígena é um dos temas
recorrentes nas obras de
Debret e Rugendas. O fato de
ambos terem participado de
missões científicas em solo
brasileiro influenciou o tom
documental, embora
romântico, presente em
muitas de suas pinturas.

Índia camacã, Debret

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Família de um chefe camacã se prepara para uma festa,
Debret
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Este detalhe do quadro Caça aos patos, de Debret,
mostra um caboclo manejando arco-e-flecha

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A visão européia

Botocudos, Puris Patachos e Machalis,


Debret
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Família de índios
botocudos,
Rugendas

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Os índios botocudos receberam este nome dos portugueses por
conta dos botoques labiais e auriculares que usavam. Eram
especialmente temidos por serem reputados como canibais. Na
realidade, tratava-se de vários grupos, praticamente extintos a
partir do início do século 20, de diferentes origens culturais e
geográficas.
A gravura ao lado, de autoria
desconhecida, mostra duas
índias expostas à “visitação”
pública durante exposição no
Museu de História Natural do Rio
de Janeiro, em 1882; essas
“mostras de povos” eram
comuns nas capitais européias
do século 19, interessadas nas
“curiosidades” do Novo Mundo.
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O encontro com os
europeus
Encontro de
indígenas
com
viajantes
europeus,
Rugendas

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Guerrilhas, Rugendas

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Mamelucos conduzindo
prisioneiros índios, Debret

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Transporte de índios
escravos, Rugendas

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Grupos
“Índios” era um termo genérico Índio
camacã-
utilizado para designar as vários
mongoio,
tribos nativas da América.
Debret
No período escravocrata, os
colonizadores também os
chamava de “negros da terra”
ou “negros brasis”, para
diferenciá-los dos grupos
africanos. Durante a
colonização, também criou-se
uma distinção genérica entre
tupis (os povos de língua tupi) e
tapuias (vocábulo tupi que
designa os povos de outras
origens).

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Índia e índio coroados, Rugendas

Índio e índia camacã, Rugendas

Índia e índio coropos, Rugendas

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O Brasil tinha originalmente oito
grandes grupos lingüísticos:
- Tupi-guarani
- Jê
- Aruaque
- Cariba
- Cariri
- Pano
- Tucano
- Charrua.
Cada um desses grupos possuía
idioma e cultura próprios e se
subdividiam em tribos. Cada uma
destas, por sua vez, possuía dialetos e
costumes próprios.
Hoje, existem dois troncos principais:
- Tupi-guarani, com sete famílias
lingüísticas, e
- Macro-Jê, com cinco. Sinal de retirada, Debret
Há ainda tribos isoladas cuja origem é
incerta.
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Influência indígena na cultura brasileira

A rica cultura indígena influenciou


largamente a cultura brasileira.

No caso das artes, por exemplo, temos


inspiração indígena em compositores
como Villa-Lobos e Carlos Gomes,
autor da ópera O Guarani, e escritores
como José de Alencar, Gonçalves Dias,
Basílio da Gama, Mário de Andrade e
José de Anchieta.

Abaporu, de Tarsila do Amaral: título


da obra, uma das mais importantes
do Modernismo brasileiro, significa “o
homem que come” em tupi-guarani

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Algumas palavras de origem
indígena:

Abacate, abacaxi, aipim, arara, bocó, caju,


capivara, capim, carioca, cipó, cupim, goiaba,
guanabara (braço do mar), guaraná, ipanema
(água ruim), ipê, jaboticaba, jacaré,
mandioca, maracujá, mingau, mirim
(pequeno), pará (mar ou rio caudaloso),
paraná (braço de rio), pipoca, pitanga, saci,
sergipe (caminho dos siris), tamanduateí (rio
do tamanduá), tapioca, tatu, tatuapé
(caminho do tatu), tocaia, toró, ubatuba
(canoas e flechas), urubu.

Heitor Villa Lobos (1887-1959) levou para a música


elementos míticos como as iaras, o rio amazonas e o
saci pererê, além de se inspirar em canções de
origem indígena.
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Índios carijó (guarani), gravura de Ulrich Schmidl,
de 1559.

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Índio pataxó no 2º
Encontro dos Povos
da Floresta, em
setembro de 2007,
durante cerimônia de
entrega ao Ministério
da Educação de
documento
reivindicando o
ensino bilíngüe nas
aldeias.

Foto: José Cruz / Agência


Brasil
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