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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ

CENTRO DE TECNOLOGIA
NÚCLEO INTERDISCIPLINAR PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL
MESTRADO PROFISSIONAL EM TECNOLOGIA PARA O
DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Introdução a Agroecologia

Resenha do texto:
AGROECOLOGIA:
A DINÂMICA PRODUTIVA DA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
MIGUEL ALTIERI

ALAN SOUZA HANSSEN


DRE: 122099709

JUNHO DE 2202
Resenha do texto:
AGROECOLOGIA: A DINÂMICA PRODUTIVA DA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
MIGUEL ALTIERI
Sustentabilidade, hoje, é um padrão internacional de conscientização moral e ética, com
foco no carater Humano, em gesto de amor, de respeito e compromisso com a Minha, com a Sua
e, principalmente, com a Nossa Vida, para e com a Sociedade Planetária a qual estamos
conectados, integrados. Não há como falar de ser [Ser] Sustentável, sem pensar no Meio
Ambiente, nas Florestas, com toda a Sua Flora e Fauna, em Nossa BIODIVERSIDADE. Como
pensar na Vida sem pensar em Alimento, em Água, em Solo, em Fungos e em Animais, tudo
SOMOS Energia. A AGROECOLOGIA é o compilado de todas as palavras destacadas,
propositalmente, nesse parágrafo.
ALTIERI, brilhantemente, traz um panorama profundo sobre a importância da Agroecologia
e da simbiótica integração entre a Natureza e o Ser Humano (também parte da Natureza). Aborda
como nossa Sociedade deve se relacionar com o Meio Ambiente para trabalhar e desenvolver
uma harmonia de conhecimento mútuo, de vital necessidade, para garantir uma boa alimentação,
saudável e nutritiva, possibilitando capacidades e condições de prover um cuidado compartilhado,
para proteger e restaurar nosso habitat, de forma a mantermos, ainda possível, nossa capacidade
de produzir alimentos e manter o ciclo de vida vivo.
Para alcançarmos a unimultiplicidade, devemos trabalhar para atingirmos uma agricultura
coletiva, a qual seja justa e acessível, baseada nos conhecimentos ancestrais, junto com a ciência
moderna, para que a população tenha as mesmas condições de oportunidades e acessos para
preparar, semear, cuidar e colher não apenas alimentos, mas também, uma esperança climática.
Nesse sentido, o autor aponta alguns “desafios” iniciais nos campos: ambiental, econômico,
social, territorial e tecnológico, por “meio de processos biológicos (base do crescimento de plantas
e animais) e processos geoquímicos e físicos (base do funcionamento de solos que sustentam a
produção agrícola) com os processos produtivos1” (utilização de tecnologias de baixo uso de
insumos).
A Agroecologia, por meio de diversos estudos de caso, se comprova como uma
metodologia extremamente eficaz e promissora, principalmente a partir do seu 2 a 4 ciclo de
produção, garantindo o mesmo padrão de produção e colheita dos sistemas atuais, os quais são
insustentáveis, e causam erosão do solo, poluição das águas, alto consumo de energia, gerando
incalculáveis impactos ambientais a curto, médio e longo prazo, além de gerar desigualdades
sociais, causando fome, desemprego e doenças a toda a sociedade, assim como ao meio
ambiente. Por isso a necessidade de investimento e auxílio, por parte de governos e outras
instituições, durante os primeiros ciclos, de forma a garantir a sustentabilidade econômica dos
produtores, seja para ações do plantio, manejo correto dos insumos, para sua alimentação e sua
qualidade de vida durante o processo de maturidade dos processos dos agrossistemas.

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Página 11, do mesmo livro, aproximadamente ao meio de seu último parágrafo.
Alan Souza Hanssen | DRE: 122099709 | +55 21 98755-1993 | alansouzahanssen@gmail.com 2
Resenha do texto:
AGROECOLOGIA: A DINÂMICA PRODUTIVA DA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
MIGUEL ALTIERI
Assim, baseando-se na interação e integralidade do ambiente, o livro aponta a
necessidade do equilíbrio entre as “plantas, solos, nutrientes, luz solar, umidade e outros
organismos coexistentes” (ALTIERI, 1998), assim como com a introdução dos animais, a
preocupação com a reciclagem de resíduos, a produção de compostagem e cobertura vegetal
eficiente, assim como o controle biológico de pragas (com a utilização de predadores naturais),
para garantirmos a perpetuidade de produção e consumo para as novas gerações, princípio
básico da sustentabilidade.
Para tal, fora produzido PRINCÍPIOS básicos para a aplicação da Agroecologia, tais como: a
“Conservação e Regeneração dos Recursos Naturais (solo; água; germoplasma; fauna e flora
benéficas); o Manejo dos Recursos Produtivos (diversificação; reciclagem dos nutrientes e matéria
orgânica; regulação biótica); e a Implementação de Elementos Técnicos (regeneração,
conservação e manejo de recursos adequados; nível de implementação; concepção holística;
racionalidade camponesa, incorporando elementos do manejo tradicional de recursos) 2”. Para
alcançar esses princípios, são necessários compreender alguns ASPECTOS importantes, sendo
eles: “a) conhecimento sobre o meio ambiente; b) taxonomias biológicas populares; c) a natureza
experimental do conhecimento tradicional; e d) conhecimento das práticas agrícolas3”.
Assim, acumulando esses conhecimentos, entende-se como necessário a aplicação de
cinco PROCESSOS fundamentais para a produção dos alimentos: “1) diversidade e continuidade
espacial e temporal; 2) otimização do uso de espaço e recursos; 3) reciclagem de nutrientes; 4)
conservação da água; e 5) controle de sucessão e proteção de cultivos4”.
Um dos pontos importantes de identificação no livro de ALTIERI, é a comparação entre
dois momentos essenciais para a agricultura sustentável, o apontamento das diferenças entre: a
Revolução Verde e a Agroecologia. Esta identificação aborda qualitativamente a importância do
emprego prático de uma metodologia sobre a outra. Alguns pontos fundamentais nessa
comparação, está na mudança do monocultivo para o policultivo, assim como a oportunidade de
atuação em diversas áreas, comparada as especificidades obrigatórias da Revolução Verde.
Outros pontos altos desse confrontamento está utilização, pela a Agroecologia, do uso de insumos
naturais (e não químicos) para a fixação de nitrogênio, controle biológico de pragas, corretivos
orgânicos, além da grande dependência nos recursos locais renováveis, o que diminui os custos
de produção. Com isso, na Agroecologia, observa-se um compromisso com o meio ambiente e a
sociedade, gerando um alto envolvimento da comunidade, ao contrário da Revolução Verde que

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Quadro 1 do livro.
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Capítulo 3: A agroecologia dos agroecossistemas tradicionais – A natureza complexa do conhecimento
etnoecológico dos agricultores
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Capítulo 3: A agroecologia dos agroecossistemas tradicionais – A natureza complexa do conhecimento
etnoecológico dos agricultores
Alan Souza Hanssen | DRE: 122099709 | +55 21 98755-1993 | alansouzahanssen@gmail.com 3
Resenha do texto:
AGROECOLOGIA: A DINÂMICA PRODUTIVA DA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
MIGUEL ALTIERI
reduz a mão-de-obra. A agroecologia, por sua vez, não gera impactos e riscos a saúde, reduzindo
as necessidades financeiras a curto, médio e longo prazo e aumentando, gradativamente, ciclo
após ciclo, seu potencial econômico.
Alguns dos Sistemas Produtivos apontados os quais são abrangidos pela Agroecologia,
nos quais trabalham a relação intrínseca entre o meio ambiente e a comunidade são: cultivos
múltiplos; rotação de culturas; cultivos de cobertura; sistemas agroflorestais; e agricultura
orgânica.
Por fim, se faz uma análise sobre a Economia da Agricultura Sustentável. É nevrálgico
compreender como até hoje, 24 anos após a 1ª edição, ainda não há indicadores, convenção de
valor ou, ainda, uma definição concreta de medição. A definição encontra-se ancorada apenas na
manutenção da produtividade e lucratividade, mas não de forma quantitativa, que abarque a
produtividade da base de recursos naturais, ou seja, que contabilize o uso desses recursos
naturais.

“O solo pode sofrer erosão, os recursos hídricos podem ser degradados


ou contaminados, a vida silvestre pode ser envenenada e os reservatórios
entulhados com sedimentos, mas as perdas não têm um impacto aparente sobre
o valor privado ou público da agricultura. Nenhuma taxa de depreciação é
aplicada sobre os atuais rendimentos em função da degradação desses
recursos, mesmo que as perdas ocorridas em sua produtividade ameacem
receitas futuras. (...) Se o solo fosse depreciado como outros recursos, a
sustentabilidade agronômica poderia ser quantitativamente determinada.
Práticas produtivas que degradassem a produtividade do solo resultariam em
rendimentos reduzidos, e seriam, portanto, depreciativas. Inversamente, as
práticas que aumentassem a produtividade do solo seriam apreciativas 5”.
[MIGUEL ALTIERI, 2004]

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Capítulo 6: Uma análise econômica da agricultura sustentável.
Alan Souza Hanssen | DRE: 122099709 | +55 21 98755-1993 | alansouzahanssen@gmail.com 4

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