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1. Introdução
O presente trabalho, aborda aspectos relacionado ao estudo de agro-ecologia, interessando a sua
importância, aplicação, função e seus princípios. Agro-ecologia é entendida como um campo de
conhecimentos, de natureza multidisciplinar, que pretende contribuir na construção de estilos de
agricultura de base ecológica e na elaboração de estratégias de desenvolvimento rural, tendo
como referência os ideais da sustentabilidade numa perspectiva multidimensional de longo
prazo. Agro-ecologia é uma nova abordagem que integra os conhecimentos científicos
(agronómicos, veterinários, zootécnicos, ecológicos, sociais, económicos e antropológicos) aos
conhecimentos populares, para a compreensão, avaliação e implementação de sistemas agrícolas,
com vistas à sustentabilidade
A aplicação dessa visão mecanicista e reducionista aos sistemas naturais e especialmente à
agricultura, apesar de proporcionarem extraordinários ganhos de produtividade, redução de
preços e superáveis na produção de alimentos, produziram efeitos negativos, tais como
degradação do solo, desperdício e uso exagerado de água, poluição do ambiente, dependência de
insumos externos e perda da diversidade genética.

1.1. Objectivos da pesquisa


1.1.1. Objectivo geral;
 Descrever a os pontos imprescindíveis de agro-ecologia.

1.1.2. Objectivos específicos:


 Saber qual é a importância de agro-ecologia;
 Indicar quais são os princípios de agro-ecologia;
 Conhecer como é aplicado a agro-ecologia;
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2. Agro-ecologia
A agro-ecologia, é uma nova forma de abordar a agricultura, onde a natureza, o homem e todas
as suas relações, são entendidos de forma integrada, convidando técnicos e agricultores a
tomarem novas posturas e adquirirem novos valores. A agro-ecologia é vista por muitos como
uma nova ciência, ou seja, conhecimentos e métodos que orientam uma agricultura de base
ecologia, capaz de se sustentar ao longo do tempo (ALTIERI, 2002).

A Agro-ecologia é entendida como um enfoque científico destinado a apoiar a transição dos


atuais modelos de desenvolvimento rural e de agricultura convencionais para estilos de
desenvolvimento rural e de agriculturas sustentáveis (COSTABEBER et al., 2000).
Agro-ecologia é entendida como um campo de conhecimentos, de natureza multidisciplinar, que
pretende contribuir na construção de estilos de agricultura de base ecológica e na elaboração de
estratégias de desenvolvimento rural, tendo como referência os ideais da sustentabilidade numa
perspectiva multidimensional de longo prazo (CAPORAL et al., 2006).
Agro-ecologia é uma nova abordagem que integra os conhecimentos científicos (agronómicos,
veterinários, zootécnicos, ecológicos, sociais, económicos e antropológicos) aos conhecimentos
populares, para a compreensão, avaliação e implementação de sistemas agrícolas, com vistas à
sustentabilidade. Não se trata de uma prática agrícola específica ou um sistema de produção
(CAPORAL et al., 2006).
Falando de um jeito mais simples, agro-ecologia é uma forma de produzir os alimentos
necessários para as nossas famílias, promover uma condição de vida digna, educação e saúde.
Tudo isso interagindo com os recursos naturais de nossas propriedades, garantindo que a actual e
futuras gerações possam viver com dignidade.
A agro-ecologia nos ensina várias formas de produzir alimentos saudáveis, sem descuidar das
águas, mantendo a vida nos solos, preservando as espécies de plantas, animais e
microorganismos. Na agro-ecologia, a agricultura é vista como um sistema vivo e complexo,
inserida na natureza rica em diversidade, com vários tipos de plantas, animais, microorganismos,
minerais e infinitas formas de relação entre estes e outros habitantes do planeta, e suas
interacções com o cosmo (SOUZA, 2003).
Segundo GLIESSMAN (2001), o modelo de agricultura baseado na abordagem da ciência Agro-
ecológica “como a aplicação de conceitos e princípios ecológicos no desenho e maneio de agro-
ecossistemas sustentáveis”. A agro-ecologia, ainda de acordo com o autor, tem por base
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fundamentar o conhecimento e a metodologia necessária para desenvolver uma agricultura que é


ambientalmente consistente, altamente produtiva e economicamente viável. A constituição de
tais objectivos deve valorizar o conhecimento local e empírico dos agricultores, assim como, sua
socialização e aplicação no desenvolvimento da agricultura agro-ecológica.
Para ALTIERI (2004), a produção agro-ecológica sustentável, deriva do equilíbrio entre plantas,
solos, nutrientes, luz solar, unidade e outros organismos coexistente, que compõe o agro-
ecossistema de produção. Neste aspecto encontra-se um dos importantes pilares da estratégia
agro-ecológica, produzir preservando e ampliando a biodiversidade.

Ainda na concepção de ALTIERI (2004, p.19), a interacção dos elementos formadores do agro-
ecossistema resulta em efeitos benéficos, pois:
 Cria uma cobertura vegetal contínua para a protecção do solo;
 Assegura constante produção de alimentos;
 Fecha os ciclos de nutrientes e garante o uso eficaz dos recursos locais;
 Contribui para a conservação do solo e dos recursos hídricos;
 Intensifica o controlo biológico de pragas fornecendo habitat para os inimigos naturais;
(ALTIERI, 2004, p.19)

2.1. Princípios da agro-ecologia


A agro-ecologia representa um conjunto de técnicas e conceitos que surgiram em meados dos
anos 70 e visa a produção de alimentos agro-pecuários mais saudáveis e naturais. Tem como
princípio básico, construir uma relação racional com os recursos naturais. Os princípios agro-
ecológicos podem ser observados em diversas ramificações: Agricultura orgânica e Biológica,
Agricultura Biodinâmica, Agricultura Natural e Permacultura, que juntas formam a árvore agro-
ecológica (AQUINO, 2005).
Ainda na concepção dom mesmo autor acima citada, na visão sistemática e para a produção de
base ecológica é preciso, antes de mais nada, entender a relação entre todos os elementos que
estão em nossa produção, incluindo as pragas e seus inimigos naturais. Devemos observar o solo,
as plantas espontâneas, o clima, os insectos e como tudo isso interage:
 Optimiza uso dos recursos naturais;
 Biodiversidade
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 Não prejudica o meio ambiente


 É seguro para a saúde da família e da comunidade
 Uso mínimo de recursos externos – sementes
 Geração de riquezas
 Sustentável economicamente e ecologicamente
 O maneio ecológico das riquezas naturais (sustentabilidade ecológica);
 A construção de relações justas e solidárias, com respeito às diversidades culturais
(justiça social);
 A distribuição equilibrada das riquezas;
 O consumo consciente e a comercialização justa, possibilitando uma vida digna na cidade
e no campo (viabilidade económica).

De acordo com o GLIESSMAN (2000), a agro-ecologia apresenta diversas vantagens em relação


ao “sistema convencional”. Nela todos saem ganhando, os agricultores, o meio ambiente e a
sociedade. Abaixo seguem algumas vantagens da agro-ecologia:
 Qualidade de vida, segurança alimentar e nutricional;
 Comercialização do excedente, economia solidária;
 Tecnologia social, mão-de-obra familiar, utilização de potencialidades locais;
 Defensivos orgânicos, utilização de insumos internos da unidade familiar, baixam custo
financeiro;
 Organizações da sociedade civil organizada, redes, fóruns;
 Preservação do meio ambiente, visão sistémica da realidade, valorização da cultura local;
 Desenvolvimento rural sustentável;
 Fortalecimento da agricultura familiar;
 Produção diversificada e prioritariamente destinada ao consumo interno.

2.1.1. Diferença do Sistema Orgânico de Produção


De acordo com o PENTEADO (2000). Afirma que é comum que ocorra uma confusão entre
“orgânico e agro-ecológico”, mas na verdade existe uma grande diferença entre alimento
orgânico e alimento agro-ecológico. A agro-ecologia é entendida como ciência dedicada ao
estudo das relações produtivas entre homem e natureza, visando sempre a sustentabilidade
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ecológica, económica, social, cultural, política e ética. A proposta da agro-ecologia é fazer uma
contraposição ao agronegócio.
As práticas agro-ecológicas se baseiam na pequena propriedade, na mão-de-obra familiar, em
sistemas produtivos complexos e diversos, adaptados às condições locais e em redes regionais de
produção e distribuição de alimentos.

De acordo com PRIMAVESI (19920, o alimento orgânico pode ser agro-ecológico ou não.
Alimentos orgânicos não fazem uso de produtos químicos sintéticos, ou geneticamente
modificados, e produtos orgânicos industrializados devem ser produzidos sem ingredientes
químicos artificiais, como os corantes e aromatizantes.
Produtos orgânicos não deixam de serem produzidos nos moldes da agricultura convencional ou
da monocultura. Os produtos orgânicos apenas não usam da química industrial como principal
meio de combate à pragas e de fonte de fertilizantes para adubação. Portanto, não se pode
confundir agro-ecologia com “agricultura sem veneno” ou “agricultura orgânica”, por exemplo,
até porque estas nem sempre tratam de enfrentar os problemas presentes em todas as dimensões
da sustentabilidade (PRIMAVESI, 1992).

2.2. A importância de agro-ecologia


De acordo com FORNARI (1980), na agro-ecologia o solo deve ser visto como o elemento
essencial para geração de vida e consequente produção. Sem ele, seria impossível produzir
nossos alimentos. Portanto, devemos ter um grande cuidado e preocupação com a sua
manutenção.
No solo fértil existem milhares de seres vivos, os microorganismos, que interagem e se
complementam no processo de decomposição da matéria orgânica. Entre eles estão bactérias,
fungos, protozoários, algas, minhocas e outros vermes, ácaros e insectos. Para evitar a erosão e a
desertificação é importante manter o solo sempre coberto com plantas e folhas, também durante
o plantio. A cobertura morta funciona como uma esponja, que segura a água e que protege o solo
da erosão. Também ajuda no controle das plantas invasoras indesejáveis e, ao se decompor,
ajuda na adubação e na manutenção de temperaturas adequadas ao bom desenvolvimento da vida
no solo (MOREIRA, 1988).
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O solo é um organismo vivo e dinâmico e é a base da agro-ecologia. Nele atuam milhões de


organismos vivos, que são alimentados pela matéria orgânica. Quando há um desequilíbrio,
matando microrganismos com, por exemplo, produtos químicos ou fogo, surgem as “pragas” e
aumenta-se o uso dos agro-tóxicos, que são prejudiciais à saúde das pessoas e contaminam o
solo, o ar e a água nos lençóis subterrâneos e nos rios (MOREIRA, 1988).

Fig.1: o solo bem fértil.


Fonte: MOREIRA (1988).

2.2.1. A água na agro-ecologia


A água é um recurso natural e renovável essencial para manutenção da produção agrícola
e de todas as outras formas de vida no planeta. A qualidade da água está ameaçada por
fertilizantes e agro-tóxicos que são lavados pelas enxurradas, tanto em áreas rurais quanto
urbanas. Com técnicas agro-ecológicas, é possível conciliar produção agrícola e conservação do
solo e da água (GORGA, 2014).
A agro-ecologia se propõe a ajudar o solo a se recompor depois que as plantas cultivadas se
alimentaram dele. que recuperam o solo, como as leguminosas. Simplificando, todos os grãos
produzidos em vagens são conhecidos como leguminosas. Elas são importantes por conterem
carbohidratos, que garantem energia para o funcionamento do corpo e do sistema nervoso e,
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também, proteínas, que são ‘construtoras de tecidos’ no organismo. Possuem alto teor de ferro,
vitaminas tipo B e fibras (BARRETO, 19950.

De acordo (MOREIRA, 1988), o uso de leguminosas traz algumas vantagens importantes para o
solo e para as plantas, quando comparado com o processo convencional de produção:
 Cobertura do solo, evitando o seu aquecimento;
 Controle da erosão;
 Controle das plantas espontâneas indesejadas;
 Equilíbrio biológico;
 Conservação da umidade no solo;
 Incorporação de nitrogênio ao sistema, através da fixação biológica do N Atmosférico;
 Ciclagem de nutrientes das camadas mais profundas do solo para a superfície, colocando-
os na zona onde as plantas cultivadas conseguem retirá-los.

2.2.2. Aspectos nutricionais


Os alimentos agro-ecológicos, além de respeitarem o meio ambiente, são mais saudáveis e
saborosos, pois são livres de agro-tóxicos, hormônios e outros produtos químicos. Abaixo
seguem algumas vantagens nutricionais: Leites e carnes, incluindo frango de origem orgânica ou
agro-ecológica, possuem maior quantidade de ácido graxo ómega 3 e menos ácido graxo
saturado do que os de origem convencional (ALTIERI, 2002).
Carnes produzidas de forma orgânica ou agro-ecológica possuem baixo teor de gordura e melhor
perfil de ácidos graxos do que as carnes produzidas de forma convencional. Laranjas e outras
frutas cítricas produzidas de forma orgânica ou agro-ecológica possuem maior teor de Vitamina
C do que as produzidas de forma convencional (ALTIERI, 2002).
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2.3. Funcionalidade de agro-ecologia


Na óptica de AQUINO (2005), a agro-ecologia, ao reconhecer e apoiar o desenvolvimento de
múltiplas funções positivas exercidas pelo conjunto da agricultura familiar, pelos povos e
comunidades tradicionais e pelos indígenas, tem o potencial para reestruturar os sistemas agro-
alimentares por meio da articulação do uso sustentável dos bens da natureza; a produção de
alimentos saudáveis e em quantidade, qualidade e diversidade; o estabelecimento de relações
mais equilibradas entre o mundo rural e urbano; a preservação do património cultural; e a
distribuição equitativa das riquezas sociais com base nos fundamentos da economia solidária, ela
exerce as seguintes funções:
 Ampliar e assegurar o acesso à terra, aos territórios e à água, implementando a reforma
agrária e garantindo os direitos territoriais, tanto em áreas rurais, como urbanas e
periurbanas;
 Desenvolver e incentivar a estruturação de circuitos de produção, processamento e
consumo adaptados às necessidades da agricultura familiar e dos povos e comunidades
tradicionais, nos campos, nas florestas e nas cidades, dando preferência aos mercados
locais, regionais e institucionais, ampliando o consumo de produtos de base agro-
ecológica;
 Garantir a autonomia e gestão da agricultura familiar, urbana e periurbana e dos povos e
comunidades tradicionais na conservação e no uso sustentável dos recursos naturais para
a manutenção da agrobiodiversidade e da sociobiodiversidade;
 Garantir o financiamento da transição agro-ecológica que atenda a estruturação da
unidade familiar no seu conjunto;
 Internalizar a perspectiva agro-ecológica nas instituições de ensino, pesquisa e extensão
rural, assegurando a participação protagonista de agricultores familiares, urbanos,
periurbanos, povos e comunidades tradicionais nos processos de construção e
socialização de conhecimentos;
 Reconhecer e valorizar o protagonismo das mulheres na produção de alimentos saudáveis
e agro-ecológicos, fortalecendo sua autonomia económica e política;
 Reconhecer e valorizar o protagonismo da juventude do campo nos espaços de gestão,
organização social e actividades produtivas de base agro-ecológica.
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2.4. Aplicabilidade de agro-ecologia


Na concepção de PRIMAVESI (1990), a agro-ecologia é um processo que requere uma producao
continuo e respeitando o sistema ecológico. Portanto, através das suas exigências de agro-
ecologia, necessita de certos componentes para que seja aplicada de forma eficiente:

 Reduzir a dependência de fertilidade externa;


 Rotacionar culturas segundo as necessidades de nutrientes;
 Utilizar cobertura morta;
 Planejar a rotação de talhão;
 Irrigar o mínimo necessário;
 Manter uma camada fotossintetizante activa 100% do tempo;
 Manter uma trama radicular densa e activa 100% do tempo;
 Manter uma camada generosa de cobertura morta sobre o solo, 100% do tempo;
 Maximizar a biodiversidade.

2.4.1. Aumentar a biodiversidade


De acordo com BURG (1999), no aumento da biodiversidade, existe muitos factores evolvidos
que são indispensáveis:
 Rotação de culturas – incluir adubo verde
 Uso da cobertura
 Consorciação de espécies – plantas companheiras
 Cercas vivas / quebra-ventos
 Faixas de vegetação espontânea
 Divisão em quadras e cultivos em faixas
 Manutenção de matas nativas
 Técnicas alternativas no controle de pragas e doenças

Boas práticas agrícolas (PRIMAVES, 1990):


 Técnicas para controle de pragas e doenças;
 Uso racional da água para irrigação;
 Cultivo em nível e em faixas;
 Cobertura para protecção do solo;
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 Adubo orgânico e adubos verdes.

2.4.2. Técnicas para controle de pragas e doenças


De acordo com BURG (1999), os métodos orgânicos buscam aplicar o princípio da prevenção,
fortalecendo o solo e as plantas através da promoção do equilíbrio ecológico em todo o ambiente.
O controle orgânico de insectos, fungos, ácaros, bactérias e viroses pode ser realizado com
medidas preventivas tais como:
 Fazer uso da adubação orgânica.
 Rotação de culturas.
 Cobertura do solo.
 Plantio de espécies e variedades resistentes a pragas e doenças.
 Consórcio de culturas e capina seletiva de espontâneas.
 Evitar erosão.
 Uso de insecticidas organicos;
 Plantas repelentes e seu uso
 Fazer uso de faixas “quebra-vento”.
 Não fazer queimadas na mata.
 Plantio em épocas corretas e com variedades adaptadas ao clima e ao solo da região.
Num sistema equilibrado, não é comum a reprodução exagerada de insectos prejudiciais, visto
que existem no ambiente inimigos naturais que naturalmente irão controlar a população de
pragas e doenças.
Um dos métodos de controlo de pragas, é a utilização de cinza e uso de quebra vento. A cinza
originada da queima de madeira ou lenha que contém potássio e outros minerais, que além de
fertilizante serve como repelente de pragas. Ela pode ser aplicada directamente nas plantas de
forma a cobri-las com o pó da cinza. Quebra-ventos são barreiras utilizadas para reduzir a força
do vento. Geralmente, são armados por árvores, mas também podem ser de outras plantas altas.
Evita o ressecamento das plantas e a propagação de doenças e dificulta a entrada de pragas
(BURG, 1999).
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2.4.3. Área de Refúgio para abrigar insectos


Se toda a área for capinada, os insectos predadores não terão mais abrigo e nem pólen para se
alimentar na fase jovem. Com isto, o ambiente fica propicio para as pragas.

2.4.4. Uso racional da água para irrigação


No caso das hortaliças são muito sensíveis à falta de água, já que tem 90% de água na
constituição das partes comestíveis (folhas, frutos, tubérculos, raízes etc.), ciclo de
desenvolvimento curto e sistema radicular pouco ramificado (BURG, 1999).

A rega deve ser bem feita e drenagem se for preciso, no caso de solo que tem facilidade de
encharcar. O que importa realmente é como e o quanto de água será oferecido as plantas. O
excesso de água afecta a aeração do solo e a respiração das raízes, provoca a lavagem de
nutrientes, e ainda favorece a maioria das doenças de plantas Deve-se regar a horta como se
fosse uma chuva (CENTRO ECOLÓGICO, 2005).

Principais vantagens da irrigação por sulcos (CENTRO ECOLÓGICO, 2005):


 Baixo investimento inicial para instalação do sistema.
 Baixo uso de energia.
 Possibilidade de uso de águas com sedimentos.
 Não molhar a parte área das plantas, prevenindo.
As desvantagens:
 O solo deve ser pouco permeável.
 Uso de grandes volumes de água.
 Maior demanda de mão-de-obra.
 Maior potencial para salinização e erosão do solo.
 Requer terrenos planos e com pequena declividade.
 Favorece a ocorrência de doenças de solo, principalmente naqueles com tendência ao
encharcamento.
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Fig.2: Na rega
Fonte: ELIELDA (2018)

2.4.5. Cultivo em nível e em faixas


De acordo com (ALTIERI, 2002), o cultivo em nível e em faixas, é uma pratica de extremamente
importância que facilita:

 O manuseio das plantas dentro da faixa (máximo de 1,5 metro de largura);


 A organização do espaçamento das plantas;
 O plantio de consórcios de mais culturas;
 A colheita dos produtos; e
 A rotação de culturas.
A identificação dos talhões e faixas de cultivo é fundamental para o gerenciamento dos cultivos,
facilitando a implantação de esquemas de rotação de culturas, cultivos sequenciais, consórcios e
para adubação verde. No caso das hortas, faixas deixam organizada para as práticas culturais
(rega, adubação, desbaste) (ALTIERI, 2002).
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Fig.3: cultivo em faixa


Fonte: MARKTEL (2009)

2.4.6. Cobertura para a protecção do solo


Manter uma cobertura de protecção (palhada picada) sobre o solo todo o tempo é uma das
características para se criar e manter a fertilidade do solo. O capim seco bem picado é o mais
utilizado nesta prática. Sim, as plantas sofrem com a temperatura do solo, pois fica muito quente
quando descoberto (GORGA, 2014).

Quanto mais protegermos e colocarmos adubo orgânico nas hortas, naturalmente ocorrerão
mudanças na qualidade do solo que propiciam o aparecimento de espécies menos agressivas e
menos competidoras com as hortaliças (GORGA, 2014).
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Fig.4: cobertura do solo


Fonte: ELIELDA (2018)
.

2.4.7. Adubos orgânicos e verdes

2.4.7.1. Compostagem

Segundo PRIMAVESI (1990), a compostagem é um processo que pode ser utilizado para
transformar diferentes tipos de resíduos orgânicos em adubo que, quando adicionado ao solo,
melhora as suas características. Proporcionam mais vida ao solo e a ainda diminui o lixo
contribuindo para melhoria das condições na comunidade.

Fig.5: compostagens
Fonte: ELIELDA (2018)
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2.4.7.2. Biofertilizante
De acordo com KIEHL (1985), os biofertilizantes podem ser feitos com qualquer tipo de matéria
orgânica fresca. Na maioria das vezes se utiliza esterco, mas também pode-se usar somente
restos vegetais.

O autor acima citado, diz que, o esterco bovino é o que apresenta mais fácil de fermentação, por
já virem inoculados com uma bactéria decompositora muito eficiente. Em todos os casos, é
conveniente acrescentarmos cana-de-açúcar para darmos condições da bactéria se desenvolver
com maior velocidade.

O biofertilizante pode ser enriquecido com cinzas, pois além de melhorar o produto final, irá
favorecer a uma fermentação mais eficiente. Como o biofertilizante é um produto vivo, os
microrganismos do biofertilizante podem entrar em luta com os que estão atacando a planta e
destruí-los ou paralisá-lós (KIEHL, 1985).

Fig.5: Biofertilizante
Fonte: ELIELDA (2018)
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Conclusão
Durante a pesquisa de agro-ecologia, notou-se que a agro-ecologia é uma nova abordagem que
integra os conhecimentos científicos que engloba agronómicos, veterinários, zootécnicos,
ecológicos, sociais, económicos e antropológicos) aos conhecimentos populares, para a
compreensão, avaliação e implementação de sistemas agrícolas, com vistas à sustentabilidade.
Quanto a aplicação de a agro-ecologia é um processo que requere uma produção continuo e
respeitando o sistema ecológico.
A agro-ecologia, nota-se uma importância no caso dos seus alimento, além de respeitarem o
meio ambiente, são mais saudáveis e saborosos, pois são livres de agro-tóxicos, hormônios e
outros produtos químicos. Abaixo seguem algumas vantagens nutricionais: Leites e carnes,
incluindo frango de origem orgânica ou agro-ecológica, possuem maior quantidade de ácido
graxo ómega 3 e menos ácido graxo saturado do que os de origem convencional (
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Referências bibliográficas

1. ALTIERI, M. Agroecologia: bases científicas para uma agricultura sustentável. Guaíba:


Agropecuária, 2002. 592 p.
2. ALTIERI, M. A.; SILVA, E. N.; NICHOLLS, C. I. o papel da biodiversidade no manejo de
pragas. Ribeirão Preto: Holos, 2003. 226 p.

3. ALTIERI, M. A. agro-ecologia: as bases científicas da agricultura alternativa. Guaíba: Agro-


pecuária, 2002. 592 p.

4. AQUINO, A. M.; ASSIS, R. L. agro-ecologia: princípios e técnicas para uma agricultura


orgânica sustentável. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2005. 517 p.

5. BARRETO, C. S. Prática em agricultura orgânica. São Paulo: Ícone, 1985. 200 p.

6. BURG, I. C.; MAYER, P. Manual de alternativas ecológicas para prevenção e controle de


pragas e doenças. Francisco Beltrão, PR: Grafit, 1999. 153 p.

7. CENTRO ECOLÓGICO. Cartilha Agricultura Ecológica (Princípios Básicos), março de


2005. Disponível em:
http://www.centro-ecologico.org.br/Agricultura_Ecologica/Cartilha_Agricultura_Ecolo- gica.pdf

8. FRANÇA, V.; MOREIRA, T. Agricultura ecológica. São Paulo: Nobel, 1988. 75 p

9. PRIMAVESI, A. agricultura sustentável. São Paulo: Nobel, 1992. PRIMAVESI, A. curso de


solos e manejo ecológico de pragas e doenças. s.l, s.ed., 1991.

10. KIEHL, E. J. Fertilizantes orgânicos. Piracicaba: Ceres, 1985. 492 p.

11. SOUZA, J. L. P. Manual de horticultura orgânica. Viçosa: Aprenda Fácil, 2003. 564 p.

12. PENTEADO, S. R. Introdução a agricultura orgânica: normas e técnicas de cultivo.


Campinas, SP: Grafimagem, 2000. 110 p.

13. SOUZA, J. L.; RESENDE, P. Manual de horticultura orgânica. 2. ed. Viçosa, MG: Aprenda
Fácil, 2006. 843 p.
20

Índice
1. Introdução....................................................................................................................................3

1.1. Objectivos da pesquisa.............................................................................................................3

2. Agro-ecologia..............................................................................................................................4

2.1. Princípios da agro-ecologia......................................................................................................5

2.1.1. Diferença do Sistema Orgânico de Produção........................................................................6

2.2. A importância de agro-ecologia................................................................................................7

2.2.1. A água na agro-ecologia........................................................................................................8

2.2.2. Aspectos nutricionais.............................................................................................................9

2.3. Funcionalidade de agro-ecologia............................................................................................10

2.4. Aplicabilidade de agro-ecologia.............................................................................................11

2.4.1. Aumentar a biodiversidade..................................................................................................11

2.4.2. Técnicas para controle de pragas e doenças........................................................................12

2.4.3. Área de Refúgio para abrigar insectos.................................................................................13

2.4.4. Uso racional da água para irrigação.....................................................................................13

2.4.5. Cultivo em nível e em faixas...............................................................................................14

2.4.6. Cobertura para a protecção do solo.....................................................................................15

2.4.7. Adubos orgânicos e verdes..................................................................................................16

2.4.7.1. Compostagem...................................................................................................................16

2.4.7.2. Biofertilizante...................................................................................................................17

Conclusão......................................................................................................................................18

Referências bibliográficas.............................................................................................................19

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