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Sistema Agroflorestal: experiências e


prática de implantação na horta Rio
Grande, Fronteira-MG

Jhansley Ferreira da Mata Gabriel Longuinhos Queiroz


Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG

Cássia Augusta Santos Gabriel Gomes Mendes


Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG

Angela Miazaki Vanesca Korasaki


Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG

'10.37885/220910198
RESUMO

Mudanças constantes nos padrões de uso da terra e o manejo inadequado têm amea-
çado a estabilidade dos serviços ecossistêmicos essenciais, causando distúrbios am-
bientais. O Sistema Agroflorestal (SAF) garante a integridade ambiental do uso da terra
e desempenha um papel fundamental na sustentabilidade e diversificação da produção
agrícola. O trabalho teve como objetivo descrever as etapas dos conhecimentos empírico,
holístico e sistemático que envolvem o sistema agroflorestal, caracterizando as etapas de
planejamento, implementação, desenvolvimento e produção, adquirido durante a vivência
na Horta Rio Grande, município de Fronteira-MG. Foi organizado um curso teórico-prático,
realizado de março a novembro de 2017, com encontros mensais. Posteriormente, foi de-
finido o modelo a ser trabalhado, com maior diversidade de plantas, chamado de quintal
florestal, ou modelo consorciado e diversificado, com a finalidade de aumentar a diversidade
dos produtos a ser ofertado para a comunidade. Neste sentido e diante do que foi exposto,
a prática agroflorestal representa uma resposta ao desafio da conciliação entre a sustenta-
bilidade na produção de alimentos e a sustentabilidade ambiental.

Palavras-chave: Agricultura Familiar, Agrofloresta, Biodiversidade, Sustentabilidade.


INTRODUÇÃO

O modelo convencional de produção agrícola tem causado transformações profundas


na paisagem rural, conduzindo ao declínio da biodiversidade, perturbando o equilíbrio natural
dos ecossistemas, comprometendo a base de recursos naturais, da qual os seres humanos
e a agricultura dependem (GLIESSMAN, 2005; LANNER, 2012). Diante da sensibilização
da conservação ambiental, e considerando a necessidade de sistemas produtivos susten-
táveis que valorizem os aspectos ambientais, econômicos e sociais, surgem os sistemas
agroflorestais (SAF’s), como alternativas sustentáveis para aumentar os níveis de produção
agrícola, animal e florestal (RIBASKI; MONTOYA; RODIGHERI, 2001).
Os SAF’s são responsáveis por proporcionar melhores condições produtivas às uni-
dades de exploração agrícola, sendo um modelo de cultivo guiado na construção de alter-
nativas sustentáveis de produção, lançando mão de conhecimentos ecológicos modernos,
populares e tradicionais para modelar e manejar o agroecossistema, enxergando o solo
como um organismo vivo e complexo, sob uma visão holística e sistêmica, e este modelo
está intimamente ligado com a agroecologia (CAPORAL; COSTABEBER, 2004).
Sendo um modelo dinâmico baseado no manejo de recursos naturais diversificados,
por meio da integração de árvores, cultivos agrícolas e animais, que contribuem para a
sustentabilidade da produção, promovendo o aumento significativo dos benefícios ambien-
tais, econômicos e sociais nas propriedades rurais (LEÔNIDAS et al., 1998). Os SAF’s são
inspirados na dinâmica cíclica das florestas onde a diversidade biológica possibilita maior
aproveitamento dos recursos naturais (luz, solo, água e nutrientes) em função das diferentes
características e necessidades nutricionais de cada espécie, dentro de uma determinada
área, melhorando assim a economia local (ALMEIDA et al., 2002).
Contemporaneamente, existem diferentes tipos de agroflorestas, visto a complexidade
e aplicação dos princípios ecológicos, objetivos de produção e características socioeconô-
micas. No entanto, a característica comum entre eles está na preocupação em reproduzir
ao máximo a arquitetura das formações naturais, tendo em vista o conhecimento prévio
das espécies utilizadas, considerando seu tempo e o espaço, a fim de reproduzir de forma
natural, para melhor aproveitamento da radiação, umidade e nutrientes (ROCHA, 2014;
NARDELE; CONDE, 2010).
Como práticas agroecológicas os SAF’s consideram o papel fundamental dos proces-
sos ecológicos, como a decomposição da matéria orgânica, ciclagem de nutrientes, fluxo
de energia, sucessão ecológica, regulação de populações e as relações complexas interde-
pendentes na promoção das melhores condições de solo que permitem a produção agrícola
sustentável (GLIESSMAN, 2015). Além de contribuir para conservação do meio ambiente, os
benefícios dos sistemas agroflorestais despertam interesse de pesquisadores e produtores

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rurais, por estarem associados à produção de alimentos e oferecerem produtos agrícolas
de qualidade, livre de agrotóxicos, em ambientes florestais, incrementando a geração de
renda em comunidades agrícolas.
Este trabalho tem como objetivo descrever as etapas dos conhecimentos empírico,
holístico e sistemático que envolvem o sistema agroflorestal, caracterizando as etapas de
planejamento, implementação, desenvolvimento e produção, adquirido durante a vivência
na Horta Rio Grande, município de Fronteira-MG.

DETALHAMENTO DA EXPERIÊNCIA

O trabalho proposto foi realizado na Horta Rio Grande, município de Fronteira-


MG. A propriedade apresenta certificação orgânica, Certifica Minas pelo Instituto Mineiro
de Agropecuária (IMA) desde 2016, além, das certificadoras Brota Cerrado e Associação
de Agroecologia Familiar (ECOFAM) em 2019. O trabalho foi baseado em um curso teóri-
co-prático realizado na Horta Rio Grande para a Implantação de Sistemas Agroflorestais,
ministrado pelo Sr. Marcelo Fabiano Sambiase, realizado de março a novembro de 2017,
com encontros mensais.
O curso foi baseado na vivência, por meio de um processo participativo das comu-
nidades e instituições de interesse para a implantação do sistema agroflorestal em suas
propriedades ou a disseminação do conhecimento. Durante o curso, o palestrante explicou
as etapas da implantação e os participantes trocavam informações e sanavam as dúvidas.
Durante as vivências as bases teóricas para a implementação do sistema agroflorestal fo-
ram discutidas, aplicando a sensibilização agroecológica (ambiental, social e econômica) e
estimulando a educação acerca da produção, preservação e conservação do meio ambiente
propriamente dito (solos, animais e espécies nativas da região), para a mitigação dos im-
pactos das atividades agropecuárias e da melhoria nas condições de produção, geração de
renda e segurança alimentar para as famílias das comunidades.
No primeiro momento foi repassado o conhecimento empírico, holístico e sistemático
sobre o sistema agroflorestal e a importância da aplicação biodinâmica. A área de implan-
tação do sistema agroflorestal foi demarcada e os berços foram preparados para o plantio
das espécies arbóreas selecionadas, sendo em consórcio ou realizando rotação de cultura,
levando em consideração a necessidade fisiológica de cada espécie, e as características
físicas, químicas e biológicas do solo. Como o curso foi realizado por meio de conhecimento
teórico e prático (vivências), ocorreu grande troca de saberes, onde cada um pôde relatar
as reais necessidades das suas propriedades e então, pode-se pensar em adaptação para
cada área, região e sistema tecnológico de cada produtor rural. Todos esses passos foram

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anotados e descritos em tópicos nesse trabalho, juntamente com um levantamento teórico
sobre os sistemas agroflorestais, com base na agroecologia.

DISCUSSÃO

O sistema agroflorestal como sistema agrícola

Globalmente a agricultura convencional é uma das atividades mais impactantes sobre o


ambiente, utilizando em torno de 80% da água doce disponível, provocando processos ero-
sivos e contaminações ambientais (podendo ser irreversíveis) em escala elevada (GANEM,
2015). No Brasil, este quadro é alarmante, pois desde o ano de 2016, o país passou a ser
o maior consumidor de agrotóxicos, ocupando o primeiro lugar no ranking mundial de con-
sumo (INPE, 2016).
Apesar do caráter alarmante, o uso de agrotóxicos que em outros países estão proi-
bidos, é prática normal no Brasil. Segundo a Anvisa, dos 50 agrotóxicos mais utilizados
nas lavouras de nosso país, 22 são proibidos na União Europeia (CARNEIRO et al., 2015),
mostrando a ineficiência por parte dos gestores, no tocante a tomada de decisões favorá-
veis e metodologias alternativas de cultivo e exploração sustentável dos recursos naturais.
A diferença de orientação do processo produtivo, como proposto na prática agroflo-
restal, contribui para a sustentabilidade da produção de alimentos, além disto, o desafio de
conservar as áreas de florestas e recuperar as áreas degradadas, harmonizando agricultura
e conservação dos recursos naturais, pode ter nos Sistemas Agroflorestais (SAF’s) uma
alternativa viável e eficiente.
O Ministério do Meio Ambiente, por meio da Instrução Normativa nº 05 de 2009, define
Sistema Agroflorestal como:

Sistema de uso e ocupação do solo em que plantas lenhosas perenes são


manejadas em associação com plantas herbáceas, arbustivas, arbóreas, cultu-
ras agrícolas, forrageiras em uma mesma unidade de manejo, de acordo com
arranjo espacial e temporal, com alta diversidade de espécies e interações
entre estes componentes (MMA, 2009, s.p.).

As agroflorestas contemplam os princípios básicos e preenchem os requisitos da sus-


tentabilidade, em função da inclusão de árvores no sistema de produção, uso de práticas de
manejo que otimizam a produção combinada, geração de numerosos serviços ambientais,
além de possibilitar renda ao longo do ano, por meio da comercialização dos diferentes
produtos obtidos no agroecossistema (GLIESSMAN, 2005).

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A partir desta compreensão entende-se que os sistemas agroflorestais apresentam
maior capacidade de resiliência e maior sustentabilidade quando comparados ao sistema
convencional de cultivo e manejo do solo (CAPORA; PAULUS; COSTABEBER, 2009).
A produção integrada com a floresta aproveita todos os recursos existentes, mantendo
as principais dinâmicas ecológicas que a natureza levou milhares de anos para estabelecer,
diminuindo o gasto de energia com o manejo. Assim, Caldeira (2011) relata diferentes mo-
delos de SAF’s, onde deve ser elaborado um planejamento sobre como seria a produção a
curto, médio ou longo prazo, quais as variedades herbáceas, arbustivas e arbóreas que no
espaço escolhido melhor se adaptariam e a diversidade de cultivos. O referido autor exem-
plifica o planejamento das melhores variedades que se adaptariam na área escolhida e que
tenha uma produção constante durante as diferentes estações do ano, com uma variedade
de produtos satisfatória, diminuição de manutenção, aumento da diversidade faunística e
diminuição de pragas e doenças, sem necessidade de usar agrotóxicos.
O primeiro modelo exemplificado mostra que as plantas podem ser cultivadas em linhas
de forma ordenada, protegendo o solo com serapilheira, restaurando e fertilizando o solo
de forma natural, enriquecendo e alcançando o equilíbrio biológico. O segundo modelo de
SAF é aquele em que o cultivo imita a organização da natureza, oferecendo oportunidade
dos diferentes tipos de raízes ocuparem melhor os espaços do solo sem causar dano ao
seu desenvolvimento e aproveitando seus nutrientes, ajudando a manter sua estabilidade e
nos fazendo refletir que podemos garantir a soberania alimentar se nos preocuparmos com
a diversidade das espécies, com a proteção, o armazenamento e a disponibilidade de água
com qualidade (CALDEIRA, 2011).
Segundo o trabalho desenvolvido pelo Instituto IPOEMA, os estágios de uma agro-
floresta estão relacionados ao fator tempo, ou seja, ao ciclo de vida de cada consórcio de
plantas que escolhemos (ROCHA, 2014). Os estágios representam o conjunto de espécies
que predominam ao longo dos anos nas agroflorestas, valendo ressaltar que agrofloresta
não é um tema novo, vem sendo utilizado há milhares de anos. São eles:

Tabela 1. Estágios e ciclo de vida da agroflorestal.

NOME DO ESTÁGIO CICLO DE VIDA


Placenta 1 de 0 a 6 meses
Placenta 2 de 6 meses a 1,5 ano
Secundária 1 de 1,5 ano a 5 anos
Secundária 2 de 5 anos a 15 anos
Secundária 3 de 15 anos a 50 anos
Primária de 50 anos a 80 anos
Transicional acima de 80 anos
Fonte: Rocha (2014).

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A coexistência de múltiplas relações em ambientes de SAF’s, corrobora com o desen-
volvimento qualitativo e quantitativo dos nichos ecológicos, incrementando a biodiversidade,
visto que, quanto maior a variação de relações e processos no conjunto das espécies, maior
será a diversidade funcional da agrofloresta, e consequentemente o funcionamento do ecos-
sistema em formação (DÍAZ; CABIDO, 2001). Segundo Caporal, Paulus e Costabeber (2009)
os SAF’s são classificados de acordo com a natureza e arranjo de seus componentes em:

• Silviagrícolas: combinação de árvores e/ou de arbustos com culturas agrícolas


(Figuras 1A e 1B);
• Silvipastoris: combinação de árvores e/ou de arbustos com pastagens e/ou ani-
mais (Figuras 1C e 1D);
• Agrossilvipastoris: combinação de árvores e/ou arbustos com culturas agrícolas,
pastagens e/ou animais (Figuras 1E e 1F).

Figura 1. Classificação do Sistema Agroflorestal. A e B - Modelo Silviagrícola; C e D - Modelo Silvipastoril; E e F – Modelo


Agrossilvipastoris.

Fonte: Korasaki, 2019 (Figuras. C e E); Unsplash.com. (Figuras. A, B, D e F). Disponível em: https://unsplash.com/s/photos/livestock.
Acesso em: 10 jul. 2020.

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Também são formas de cultivos agroflorestais praticados em regiões tropicais
(NAIR, 1985) os:

• Quintais agroflorestais: O quintal agroflorestal, também chamado de horto casei-


ro ou pomar caseiro, consiste na associação de espécies florestais, agrícolas, me-
dicinais, ornamentais e animais, ao redor da residência, com o objetivo de fornecer
várias formas de bens e serviços (LUNZ, 2007).
• Cultivo de faixas em culturas perenes: Consiste em plantar as culturas em faixas
de largura variável, de tal forma que, a cada ano, se alternem em determinada área,
plantas com cobertura densa e outras que ofereçam menor proteção ao solo, sendo
as faixas dispostas sempre em nível (ZONTA et al., 2012).
• Multiestratos: Este sistema é definido como policultivos multiestratificados ou sim-
plesmente agrofloresta. É uma mistura de um número limitado de espécies perenes
associado a outras espécies vegetais, formando diversos estratos verticais. É um dos
modelos mais utilizados nos estados do Acre, Amazônia e Rondônia (ALVES, 2009).
• Capoeira melhorada: Consiste no enriquecimento da capoeira por meio da intro-
dução de espécies secundárias e intervenções como desbastes e cortes de cipós,
favorecendo a regeneração (ALVES, 2009).
• Cerca viva: A cerca viva atua como filtro natural segurando a poeira, pó de asfalto
e outras impurezas. São utilizadas em questão que envolve segurança e privaci-
dade, delimitação de espaços, redução de ruídos e poluição, funcionando como
quebra-vento. E é conforme sua função que se escolhe a espécie mais apropriada,
as opções são inúmeras (YONEYA, 2010).

No tocante à presença dos componentes dos SAF’s ao longo do tempo, distinguem-se


duas principais categorias, segundo May e Trovatto (2008):

• SAF’s concomitantes (ou simultâneo): onde todos os componentes são associa-


dos no mesmo período, durante todo o ciclo das culturas existentes (por exemplo:
o consórcio “café – ingá – louro-pardo”);
• SAF’s sequenciais: onde há uma relação cronológica entre os componentes do
sistema, se sucedendo no tempo, como é o caso da sequência “lavoura branca -
capoeira - lavoura branca”.

Como exposto, a prática da agrofloresta visa potencializar os processos de acumulação


de biomassa, formando sistemas altamente produtivos e eficientes funções ambientais, sob
este contexto, e ao interagir com os princípios agroecológicos, os SAF’s potencializam a

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transição de modelos simplificados em modelos de produção complexos por meio de estra-
tégias participativas e sistêmicas, reconhecendo o potencial endógeno e sociocultural local.

Sistemas agroflorestais como práticas agroecológicas

Os sistemas agroflorestais (SAF’s), conduzidos sob uma lógica agroecológica, promo-


vem visão holística e integrada dos agroecossistemas e se relacionam com a agrobiodiversi-
dade ao integrar valores socioculturais e manejo ecológico dos recursos naturais (NODARI;
GUERRA, 2015). Sob este ponto de vista, os SAF’s consideram o papel fundamental dos
processos ecológicos (decomposição da matéria orgânica, ciclagem de nutrientes, fluxo de
energia, sucessão ecológica, regulação de populações, entre outros) na promoção das condi-
ções de solo e produção agrícola sustentável (ARMANDO et al., 2003; GLIESSMAN, 2015).
Para Götsch (1995) esta prática transcende qualquer modelo pronto e sugere susten-
tabilidade a partir da escolha e combinação das espécies, densidade adequada, capina e
podas seletivas, cobertura do solo com material vegetal, aproveitando os conhecimentos
locais e desenhando sistemas adaptados para o potencial natural do lugar. São sistemas
fundamentados em interações sistêmicas, como as condições climáticas, ambientais e fi-
siológicas, determinantes para o crescimento e desenvolvimento das culturas, e envolvem
processos físicos, químicos e biológicos extremamente complexos (CAMARGO, 2016).
A implantação e desenvolvimento da agrofloresta depende de alguns fatores impor-
tantes como: observação do agricultor, manejo, compreensão de como a própria natureza
se recupera e se recompõe, escolha das espécies adequadas à região, combinação correta
das espécies, de forma a minimizar a competição e observação do espaçamento adequado
(LAMÔNICA; BARROSO, 2008). Os modelos que possuem muitas espécies e buscam re-
produzir nos SAF’s os processos do ecossistema florestal potencializam a geração de dife-
rentes produtos e serviços ecossistêmicos, colaborando com a renda dos produtores rurais.
Quanto mais diversificados e integrados forem os sistemas de cultivos e criações, mais
próximos estarão da sustentabilidade ambiental desejada e possível. Logo, um dos primeiros
passos da aplicação da Agroecologia aos sistemas produtivos, deve ser a ampliação (ou
manutenção) da biodiversidade. Portanto, a meta deve-se estar no redesenho dos agroe-
cossistemas, considerando o conjunto das relações bióticas e abióticas que ocorrem nos
sistemas manejados pelo homem.

Implantação agroflorestal

No processo de implantação do sistema agroflorestal devem ser considerados os aspec-


tos relacionados à realidade cultural da comunidade, objetivos do proprietário, tipo e tamanho
da produção, histórico de uso da terra, mão de obra disponível e custos da implantação.

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Nardele e Conde (2010) ressaltam que devem ser observadas características físicas locais
como relevo, solo, orientação das vertentes, vegetação nativa, direção e intensidade dos
ventos, disponibilidade de água, entre outros fatores, a fim de potencializar o desenvolvi-
mento da agrofloresta.
Os SAF’s devem imitar ao máximo a natureza na composição das espécies e no pro-
cesso de sucessão ecológica (BERTOLOTO, 2014). Odum e Barrett (2007) ressalta que
muitas espécies possuem comportamentos diferentes quando estão em conjunto com outras
espécies, assim, fatores como competição, mutualismo e simbiose devem ser considerados
no processo de implantação agroflorestal.
Tezza (2012) considera a importância da introdução de espécies de ciclo curto, médio
e longo, para fornecimento de produtos desde o primeiro ano de implantação, permitindo a
utilização de culturas perenes, que ao longo do tempo irão diminuir a demanda de mão de
obra, mas continuarão gerando renda aos proprietários. Outro aspecto a ser considerado na
implantação dos SAF’s é o movimento cíclico dos nutrientes, visto que as plantas absorvem
do solo e os usam nos processos metabólicos.
Gliessman (2005) discorre que nos ecossistemas a ciclagem de nutrientes está rela-
cionada ao movimento circular de fluxo de energia, e os nutrientes ao se decomporem são
novamente disponibilizados nas camadas mais superficiais, facilitando a absorção pelas
plantas. Visando a produção sustentável e sem necessidade de entrada de insumos ex-
teriores ao processo, é importante a utilização de espécies que servirão para adubação
verde e cobertura viva do solo, pois elas desempenham funções de fixação de nutrientes e
aumentam a taxa de matéria orgânica no solo (DANIEL et al., 2014).
A produção agroflorestal gera impactos positivos conforme as características funcionais
do ecossistema, neste sentido, o conjunto de informações socioeconômicas, associado às
potencialidades locais possibilitam o desenvolvimento adequado da agrofloresta.

Desenvolvimento agroflorestal

O desenvolvimento em Sistemas Agroflorestais (SAF’s) envolve o conhecimento de


processos vitais presentes na natureza, como ciclos biogeoquímicos e relações ecológicas,
para identificar e ampliar a fertilidade, produtividade e biodiversidade agroecossistêmica
(OLIVEIRA, 2014). Nestes sistemas, a fertilidade da terra e do ambiente é produzida de for-
ma coordenada, cooperativa e sequencial pelos consórcios de seres vivos que nela vivem.
Desde o início do desenvolvimento agroflorestal é importante criar mecanismos para
provisão de matéria orgânica ao longo do tempo, tanto na organização do terreno como nos
canteiros e entrelinhas (ENGEL, 1999). No primeiro são plantadas todas espécies planejadas

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para o consórcio e no segundo serão selecionados os indivíduos para produção de grande
quantidade de matéria orgânica.
Após a retirada da cobertura (viva e morta) que está sobre o solo, faz-se o plantio das
espécies selecionadas nos canteiros, aproveitando ao máximo o espaço e direcionando
sementes e mudas para que venham a ocupar da melhor forma possível seus estratos ao
longo do processo sucessional (SIMÕES, 1989). O plantio é realizado em “berços”, faixas
de terra no qual as plantas são semeadas, considerando suas necessidades de desenvol-
vimento e ciclos (curto, médio, longo).
Nas agroflorestas, ocorre manejo intensivo de plantas, especialmente no plantio, na
poda e na organização do material podado no solo. Todo o material podado é picado e co-
locado de maneira a facilitar o processo de decomposição, garantindo a cobertura do solo
e reduzindo a regeneração de espécies inadequadas àquele momento da sucessão da
agrofloresta, conforme explica Miccolis et al. (2016).
Desde que os sistemas atendam aos critérios ambientais, podem ser incluídas diver-
sas espécies com função de gerar diferentes benefícios para a família, como, segurança
alimentar, remédios, fibras, energia, entre outros. Uma vez escolhidas as principais espécies
a serem implantadas nos SAF’s, é possível iniciar o planejamento econômico, valorizando
e planejando o manejo dos diferentes produtos da biodiversidade.
Conduzidas sob lógica agroecológica, os SAF’s transcendem qualquer modelo pronto e
incorporam a sustentabilidade quando se desenham agroecossistemas adaptados ao poten-
cial natural do lugar, aproveitando os conhecimentos locais. Neste sentido, não existem mo-
delos, e sim, princípios, fundamentos e práticas que devem ser adaptadas a cada realidade.

Agrofloresta e sua produção

Os Sistemas Agroflorestais (SAF’s) constituem-se modalidades viáveis de uso da terra,


que permitem aumento produtivo, total ou de maneira escalonada, por meio da integração
de florestas com culturas agrícolas e/ou criações, aplicando práticas de manejo compatíveis
com os padrões culturais da população local (MACEDO, 2000).
Em decorrência das interações ecológicas, e econômicas entre os diferentes compo-
nentes, as agroflorestas são sistemas estrutural e funcionalmente mais complexos que as
monoculturas (DANTAS, 1994). A própria natureza diversificada dos SAF’s, em que diferen-
tes organismos compartilham o mesmo espaço, o ambiente físico influencia e interage com
os demais sistemas de modo complexo ao longo das fases de cada ciclo, com reflexos no
crescimento das culturas (VALERI et al., 2003).

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Conforme a agrofloresta se desenvolve, haverá maior diversificação de produção e
consequentemente aumento da renda familiar (NEVES, 2014). Segundo Souza e Junqueira
(2007, p. 23-24) em SAF’s:

Pode estar produzindo espécies de início de sucessão (arroz, milho, feijão)


numa parcela enquanto as outras espécies ainda estão crescendo, colhendo
outras plantas como mandioca, mamão, maracujá em outra parcela, enquanto
as árvores que estão juntas encontram-se ainda em crescimento, e tirando
produção de frutas, lenha e madeira em parcelas mais avançadas na sucessão.

Para que possamos produzir alimentos de forma sustentável, mantendo as melho-


res condições locais, aproveitando da melhor forma possível à energia solar, procura-se
plantar muitos tipos de plantas, de diferentes espécies e tempos de vida, combinando-as,
de forma que possam ocupar todos os estratos. Conforme o agroecossistema atinge sua
maturidade, pode-se baixar os produtos e recomeçar o processo, tendo grande quantidade
de matéria orgânica sobre o solo em excelentes condições para cultivar as espécies para
nossa alimentação.
Ressalta-se a importância da sensibilidade e observação do pesquisador no manejo
do agroecossistema, sendo necessário que ele perceba a complexidade das relações no
sistema produtivo, os processos ecológicos, ciclos de nutrientes, interações predador/presa,
competição, mutualismo e sucessões, procurando entender o funcionamento, mediante a
sistematização e consolidação de saberes e práticas (empíricos tradicionais ou científicos).

Estudo de caso

A Fazenda Rio Grande (Figura 2) abrange uma área aproximadamente 49 hectares, às


margens do Rio Grande, próximo à BR-153, no município de Fronteira, MG. O clima da região
é o AW, segundo a classificação de Köppen (ALVARES et al., 2014), caracterizado como
clima tropical de savana com inverno seco. Está localizada em vertente convexa, na bacia
hidrográfica do Córrego da Olaria, sobre a bacia sedimentar do Paraná, formada por rochas
vulcânicas de composição básica. Seu relevo é plano e suave ondulado, com altitudes que
variam entre 440 e 476 metros, em área de Cerrado, no qual predomina os remanescentes
de cerradão, sob os Latossolos Vermelhos distrófico (EMBRAPA, 2018).

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Figura 2. Características geográficas geral da área de estudo.

Fonte: MIAZAKI (2016).

A proposta de criação de um sistema agroflorestal surgiu a partir da iniciativa da família


dos produtores Lucas Marco Morais e Sirlene Soares dos Santos, e foi ofertado por meio de
parcerias entre as instituições Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Empresa
de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER) e Prefeitura
Municipal de Frutal entre março de 2007 a novembro de 2007.
A primeira etapa do curso consistiu na apresentação dos conceitos teóricos sobre os
sistemas agroflorestais (SAF’s) e sobre a agroecologia, pelo professor Marcelo Sambiase
(Figuras 4A e 4B). Posteriormente, foi definido o modelo a ser trabalhado, com maior di-
versidade de plantas, chamado de quintal florestal, ou modelo consorciado e diversificado,
com a finalidade de aumentar a diversidade dos produtos a ser ofertado para a comunidade.
A área em que foi implantada a agrofloresta possui aproximadamente um hectare
(Figura 3) e anteriormente era ocupada por plantas espontâneas diversas, como gramíneas
nativas e exóticas, além de outras plantas como corda-de-viola, crotalária nativa, guanxuma,
picão-preto, fedegoso, capim-elefante, dormideira e leguminosas nativas. A área de 150 m
de base e 80 metros de altura foi dividida em 11 canteiros.

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Figura 3. Visão aérea da área de estudo.

Fonte: SANTOS (2017).

O preparo do solo foi realizado pelos integrantes do curso, por meio de roçada manual,
a biomassa da entre linhas foi capinada e utilizada nos canteiros, assim foi mantido 30%
das plantas nativas, que abrigam informações originais dos microrganismos e da relação
da interação solo-planta, uma vez que o solo é rocha decomposta em sistema gasoso, que
se expande e contrai, com síntese de proteínas da interação entre o solo e a planta, e são
responsáveis pela humificação e preservação do equilíbrio genético original. O planejamento
é que em cada linha sejam plantadas hortaliças, frutíferas e arbóreas exóticas.
As entrelinhas foram deixadas em pousio com a vegetação nativa (Figura 4D), e os
alunos do curso de agrofloresta realizam o preparo do solo, somente nas linhas alternadas,
com a implantação de espécies nativas do bioma Cerrado (em consórcio com abóbora
(Cucurbita pepo), tomate (Solanum lycopersicum), tomate cereja (Solanum lycopersicum var.
cerasiforme), berinjela (Solanum melongena), espinafre (Spinacia oleracea), jiló (Solanum
aethiopicum), brócolis chinês (Brassica oleracea), acelga (Beta vulgaris var. cicla), beterraba
(Beta vulgaris) e repolho (Brassica oleracea var. capitata)), em espaçamento de 20 m uma
da outra, que corresponde a distância em que toda a microvida do solo e raízes se interco-
muniquem. Hortaliças, frutíferas e espécies exóticas, assim como os eucalipto (Eucalyptus
grandis) e mamão (Carica papaya) que se encontravam na estufa, foram inseridos no sis-
tema na época da próxima chuva, e com o passar dos anos servirão de matéria orgânica
para enriquecimento do solo.

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Figura 4. Aula expositiva do curso de Agrofloresta (A e B); Reconhecimento do sistema agroflorestal (C e D); Incorporação
do material vegetal (E) e Cobertura vegetal no canteiro (F).

Fonte: KORASAKI (2017).

Uma vez roçada e determinado a permanência das plantas nativas (jequitibá (Cariniana
estrellensis), jambo (Syzygium jambos), jenipapo (Genipa americana), ipê (Handroanthus
albus), cedro (Cedrela fissilis), guapururu (Schizolobium parahyba), entre outros), foi rea-
lizada a abertura dos berços (50 cm de profundidade), misturando-se 50 g de Yoorin em
cada cova, Super Thorg (300 g m-²) e calcário nos canteiros (506 g m-²) para correção do
pH, além de solo solto, para o melhor desenvolvimento do sistema radicular e geração de
plantas saudáveis, com solo nutricionalmente rico próximo a raiz.
Ressalta-se que tanto o curso de agrofloresta, assim como, o próprio desenvolvimento
da agrofloresta na propriedade estão em processo de desenvolvimento (Figuras 4C e 4D).
Das espécies plantadas os tomateiros foram os mais sensíveis, influenciados pela defi-
ciência de cálcio no solo, característico dos solos do cerrado, e pelo fato de que a área era
uma pastagem degradada. Os tomates colhidos foram aproveitados principalmente para o
processamento de tomates secos, onde os potes de 150 g de tomate seco eram vendidos,
e se tornam uma possibilidade de renda à família.

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Com o manejo da cobertura vegetal (Figura 4E), associado à poda das espécies frutí-
feras e nativas, o solo se enriquecerá em fibra, palha, celulose e lignina, e com isso estará
protegido, evoluindo e adquirindo características de solo de floresta. Além da prestação
de serviços ambientais, as espécies arbóreas introduzidas promovem cobertura dos solos
(Figura 4F), deposição de matéria orgânica, redução de erosão e aumento da biodiversidade.
Os sistemas agroflorestais visam diversificar a produção agropecuária e florestal, au-
mentando a biodiversidade e resiliência agroecossistêmica. Neste sentido e diante do que
foi exposto, a prática agroflorestal representa uma resposta ao desafio da conciliação entre
a sustentabilidade na produção de alimentos e a sustentabilidade ambiental.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implantação dos sistemas agroflorestais é uma excelente opção para reorientar o


atual modo de produção, potencializando os sistemas produtivos e os processos naturais,
otimizando a produção, tanto das espécies de interesse quanto da biodiversidade. Por meio
de sua visão integradora, sua análise considera não apenas os aspectos ecológicos, mas
também os sociais e econômicos.
Os SAF’s podem, e devem ser desenvolvidos, visando à redução dos insumos externos,
guiando o manejo adequado do agroecossistema, considerando as características intrínse-
cas locais, visto que não há fórmulas padrões para sua implementação. SAF’s biodiversos
são a melhor opção para uma matriz de qualidade, capaz de contribuir para a conservação
e manutenção da biodiversidade, e geração de renda aos produtores rurais.
As rendas ou diminuição dos gastos tem como modelo as mata ou floresta nativa, onde
existe uma grande variedade de plantas, animais, pássaros, insetos e fontes de água. Tudo
em um perfeito equilíbrio. Da mesma maneira, é possível imaginar uma agricultura onde
se possam combinar várias plantas em uma mesma área. Plantas que produzam matéria
orgânica para servir de adubo e melhorar o solo; alimento para os animais; madeira para
construções ou para lenha; alimento, produtos medicinais e renda para a família.
O princípio da agrofloresta é fazer com que a produção seja a mais diversificada pos-
sível, e que o solo seja produtivo durante o ano todo. Para se chegar a uma agrofloresta
diversificada e produtiva, deve-se seguir gradativamente, ano após ano, onde terá sempre
um produto a ser colhido, independente da sazonalidade.
Apoiados sob perspectivas empírica, holística e sistemática, os SAF’s destacam-se
como possibilidade de minimizar os efeitos negativos, relacionados ao manejo ecológico
inadequado do ecossistema, fornecendo bases científicas e metodológicas para a transição
do atual modelo de produção em agroecossistemas sustentáveis, com a inclusão e trans-
formação dos produtores rurais em atores sociais participativos.

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