UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ

CENTRO DE TECNOLOGIA
NÚCLEO INTERDISCIPLINAR PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL
MESTRADO PROFISSIONAL EM TECNOLOGIA PARA O
DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Introdução a Agroecologia

Resenha do texto:
A AGROECOLOGIA COMO CIÊNCIA, MOVIMENTO E PRÁTICA.
UMA REVISÃO
A. WEZEL1, S.BELLON, T.DMINÉRIO, C.FRANCIS, D.VALLOD, CDÁVIDO

ALAN SOUZA HANSSEN

DRE: 122099709

JUNHO DE 2202
 Resenha do texto:
A POLÍTICA NACIONAL DE AGROECOLOGIA E PRODUÇÃO ORGÂNICA NO BRASIL

O artigo traz uma abordagem um pouco mais aprofundada, não sobre como a agroecologia
é trabalhada no processo produtivo, no campo, ou como ela está interligada com o conceito de
sustentabilidade, mas a partir da abordagem de um conceito de entendimento mais amplo, através
da história do termo “agroecologia” e de como o mesmo é debatido no mundo e como esses
diálogos estão relacionados. Como a divisão dos conceitos, existentes em quatro dos principais
países que se utilizam do termo, são importantes para definir o atual, mas não finalizado, conceito
da agroecologia.
Assim, a agroecologia é trabalhada em diferentes escalas e dimensões de investigação.
Essas escalas se aprofundam a partir de três pontos centrais, sendo: “a) investigações em
escalas de parcelas e campos; b) investigações em escalas de agroecossistemas e fazendas; e c)
investigações cobrindo todo o sistema alimentar 1”. Esses três focos de ação, remetem a outros
três pontos de importante observação, nos quais abordam a agroecologia como: ciência, prática e
movimento. Desta forma, o artigo proposto, traz uma abordagem a qual percorre todo o processo,
desde os primeiros entendimentos sobre a importância de uma agricultura ecológica, sendo
utilizado pela primeira vez o termo agroecologia, por Bensin (1928), até utilização nos dias atuais.
O que mais se faz considerar importante abordado no texto, por meio desta análise aqui
apresentada, é a diferenciação, assim como a interlocução e correlação, de como o conceito da
agroecologia é trabalhado na Europa (França e Alemanha), América do Norte (EUA) e América do
Sul (Brasil). A percepção, a partir da “ciência”, por exemplo, é ponto de “estudo” da Alemanha, a
qual entende e desenvolve sua abordagem sobre a importância e os benefícios da agroecologia,
por meio de pesquisas extensionistas dos processos biológicos. Em contrapartida, sua vizinha, a
França, desenvolveu a agroecologia como “prática”, ou seja, a utilização de tecnologias para a
manutenção da fertilidade do solo, a qualidade do produto, bem como as consequências
ambientais das práticas agrícolas, porém, atualmente se encaminha muito mais para uma
dinâmica científica, como a Alemanha. De certa forma, o trabalho realizado pela Europa está
relacionada as visões estruturadas tanto nos EUA, quanto no Brasil.
Já o desenvolvimento nas Américas, trilham por um caminho muito parecido, pois atuam nos
três entendimentos da agroecologia: movimento (político), prática (aplicação tecnológica) e ciência
(produção de conhecimento), estando o Brasil mais empenhado no segundo e, os EUA, no
terceiro. Com esta visão, o interesse sobre o tema, nesses países, busca aplicar e aprimorar o
processo de como a agroecologia deve estimular “os agricultores e extensionistas a participarem
do desenho de novos sistemas, além de contribuir com os movimentos sociais2”.

1
Wezel, A., Bellon, S., Doré, T. et al. Agroecology as a science, a movement and a practice. A review.
Agron. Sustain. Dev. 29, 503–515 (2009). https://doi.org/10.1051/agro/2009004
2
Wezel, A., Bellon, S., Doré, T. et al. Agroecology as a science, a movement and a practice. A review.
Agron. Sustain. Dev. 29, 503–515 (2009). https://doi.org/10.1051/agro/2009004
Alan Souza Hanssen | DRE: 122099709 | +55 21 98755-1993 | alansouzahanssen@gmail.com 2
 Resenha do texto:
A POLÍTICA NACIONAL DE AGROECOLOGIA E PRODUÇÃO ORGÂNICA NO BRASIL

Este contexto se faz muito importe, pois promove a união de elementos básicos para a vida
humana em nosso planeta. Ao gerar conhecimentos e se entender a importância dos
ecossistemas e sua biodiversidade, se faz possível redesenhar a forma como a agricultura e
planejada, baseada na preservação do meio ambiente, garantindo assim melhores sistemas de
produção de alimentos, nos quais vão compreender não apenas a qualidade nutritiva do alimento
e da melhoria do solo, dos corpos hídricos e da vida, mas irá atuar em todo o processamento e
comercialização dos produtos, trazendo uma nova relação produtor/consumidor, contribuindo para
a tomada de um novo olhar nas decisões econômicas e políticas para alcançar, cada vez mais,
novos hábitos de consumo na sociedade.
Tanto se faz claro as informações indicadas acima que, Francis et al. (2003), traz o que
considera um conceito importante sobre o que a agroecologia representa, afirmando que a mesma
pode ser definida como “a ecologia dos sistemas alimentares”, por entender ser a agroecologia:

“o estudo integrador da ecologia de todos os sistemas alimentares,

englobando as dimensões ecológica, econômica e social.

De forma semelhante, Dalgaard et ai. (2003) apresenta uma outra definição, alinhada com o
que disseram acima Francis et al, como sendo a agroecologia:

“o estudo das interações entre plantas, animais, humanos e o meio

ambiente dentro de sistemas agrícolas”.

E reforça sua ideia ao complementar que a agroecologia assim se faz por abranger:

“estudos integrados em agronomia, ecologia, sociologia e economia”.

De todo, o artigo traz, em seu inicio, um dado muito importante, ao qual se faz necessário
indicar, é o motivo pelo qual o emprego do termo agroecologia e sua aplicação vem sendo
desenvolvida e amplamente divulgado - como aponta os dados da “Web of Science”, onde
ocorrência do termo agroecologia aumentou “de 06, em 1991, para 141 em 2007”, assim como a
busca de resumos do “CAB”, que apontam 02 registros, em 1971; 102 em 1991; e 208 em 2007 3”.
O termo (embora não a aplicabilidade prática, pois a agricultura tradicional, baseada nas
comunidades indígenas, por exemplo, já é realizada a centenas de anos) surgiu para contrapor a
Revolução Verde, a qual foi implementada pelo capitalismo, com uma bandeira de erradicação da
fome, porém, atuou na promoção de diversas modificações genéticas em sementes, empregou

3
Wezel, A., Bellon, S., Doré, T. et al. Agroecology as a science, a movement and a practice. A review.
Agron. Sustain. Dev. 29, 503–515 (2009). https://doi.org/10.1051/agro/2009004
Alan Souza Hanssen | DRE: 122099709 | +55 21 98755-1993 | alansouzahanssen@gmail.com 3
 Resenha do texto:
A POLÍTICA NACIONAL DE AGROECOLOGIA E PRODUÇÃO ORGÂNICA NO BRASIL

venenos, que poluíram solo e água, gerando desmatamento, no qual serviu, em sua verdade,
apenas para gerar riquezas cada vez mais centralizadas para menos pessoas, a partir do
emprego da “agricultura industrial”.
Por fim, realizando a conclusão da análise do artigo, aponto os principais pontos que unem
o emprego do termo agroecologia, os quais são de extrema importância para definir a mesma
como movimento, ciência e prática, sendo eles: “(i) a existência de fortes movimentos sociais ou
ambientais, (ii) a existência de diferentes tradições científicas e suas evoluções, e (iii) a busca de
referenciais e conceitos para descrever novos tipos de práticas ou movimentos4”.

4
Wezel, A., Bellon, S., Doré, T. et al. Agroecology as a science, a movement and a practice. A review.
Agron. Sustain. Dev. 29, 503–515 (2009). https://doi.org/10.1051/agro/2009004
Alan Souza Hanssen | DRE: 122099709 | +55 21 98755-1993 | alansouzahanssen@gmail.com 4