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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS – CAMPUS URUAÇU

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE PORANGATU


CURSO LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ALCINEIDE DE SOUZA MOTA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE


Capítulos XVI a XX

PORANGATU/GO
2021
ALCINEIDE DE SOUZA MOTA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE


Capítulos XVI a XX

Trabalho apresentado à disciplina Educação


Ambiental do curso de Ciências Biológicas UEG-
Unidade de Porangatu, como requisito parcial para
a obtenção de nota sob a orientação da professora
Nathana Sales.

Porangatu/GO
2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 3
2 METODOLOGIA.......................................................................................................4
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................5
3.1 Educação ambiental como instrumento de participação.................................5
3.2 Promoção da Saúde e do Meio Ambiente: uma trajetória Técnico-Política...6
3.3 Subjetividade no processo educativo: Contribuições da Psicologia à
Educação Ambiental..................................................................................................7
3.4 Princípios e Técnicas de comunicação.............................................................8
3.5 Ambientar Arte na educação...............................................................................9
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................10
REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS11
1 INTRODUÇÃO

A educação ambiental visa formar cidadãos para uma ação crítica a fim de
promover o desenvolvimento integral do ser humano. Dessa forma, exige
conhecimento pois é a educação aplicada às questões ambientais. Nessa
perspectiva, a Educação Ambiental contribui para a identificação de causas políticas,
socioeconômicas e culturais que geram ou podem gerar problemas ambientais, e
utiliza conceitos ecológicos sempre que preciso.
Existe uma preocupação em obter a participação da sociedade civil no
processo de decisões e intervenções ambientais, o livro aborda sobre a
conscientização e o conhecimento da sociedade sobre diversos assuntos
relacionados ao meio ambiente, e como a educação ambiental favorece essa
participação mais democrática em certas decisões. Além, é exposto a influência da
educação ambiental nas questões que envolvem saúde e como a psicologia, a
comunicação e a arte contribuem para o desenvolvimento dessa ciência.
O objetivo do presente trabalho é demonstrar e analisar, através de artigos e
livros (embasamento teórico), do conteúdo abordado nos capítulos XVI a XX do livro
Educação Ambiental e Sustentabilidade.
2 METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada através de uma revisão bibliográfica com caráter


qualitativo, mediante a um estilo exploratório e descritivo, utilizando assim
levantamento de dados através de artigos publicados para expor dados referentes
ao assunto abordado nos capítulos XVI a XX do livro Educação Ambiental e
Sustentabilidade.
Uma pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento da bibliografia
publicada em forma de revistas, livros imprensa escrita e publicações avulsas
(LAKATOS e MARCONI, 2010). Nesse sentido, a pesquisa bibliográfica busca
resolver um problema com base em referenciais teóricos publicados discutindo e
analisando as várias contribuições científicas.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Educação ambiental como instrumento de participação

Historicamente, o Brasil não tem registrado a participação ativa da


sociedade na discussão sobre problemas comuns. Segundo Philippi e Pelicione
(2014) a história do Brasil é marcada pela transferência de responsabilidades de
modo que as reivindicações ficam nas mãos das classes dominantes com abdicação
dos interesses da sociedade.

Até meados do século XX, a questão ambiental era considerada um aspecto


secundário para a maior parte dos Estados, seja quanto à criação de leis
visando à manutenção do equilíbrio do meio ambiente, seja quanto a ações
práticas destinadas à sua efetivação. A sociedade civil, por falta de
informação e conscientização, pouco se organizava em prol da preservação
ambiental, deixando de cumprir o importante papel de mobilização social,
sendo o tema relegado apenas ao âmbito dos movimentos ambientalistas
(CAMPOS, 2013, p.03)

Atualmente existem formas de participação da sociedade no exercício da


cidadania e na reivindicação por seus direitos e execução de seus deveres. A
educação ambiental tem um papel importante na prática dialógica do mundo
moderno, pois cria condições para a participação de diversos segmentos da
sociedade na formulação de políticas (TOALDO e MEYNE, 2020).
Para Philippi e Pelicione (2014, p. 468) a sociedade brasileira mantém o
privilégio de classe e é autoritária de modo que existe uma classe dominante sobre
os cidadãos. Porém, existe um vasto campo de possibilidades para a participação da
sociedade nas decisões que podem modificar uma certa situação, os autores citam
“os fóruns que permitem a participação da sociedade civil” nas instâncias decisórias
relativas ao meio ambiente.
“A educação ambiental, no seu aspecto de educação política, visa a
participação do cidadão na busca de alternativas e soluções aos graves problemas
ambientais locais, regionais e globais (PHILIPPI e PELICIONE, 2014, p. 470).”
Nesse sentido, a participação dos grupos sociais nas decisões implica a capacidade
de
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perceber de forma clara os problemas existentes, compreender as causas e


determinar possibilidade de resolução dos mesmos.

3.2 Promoção da Saúde e do Meio Ambiente: uma trajetória Técnico-Política

Desde a década de 1970, diversas ações vem sendo realizadas para a


prevenção de doenças e promoção de saúde. De acordo com Philippi e Pelicone
(2014) o modelo biomédico adotado nos últimos anos não trouxe muitos avanços
para a saúde pública.

É evidente a incoerência entre os ganhos obtidos com o conhecimento e a


prática na medicina moderna, de um lado, e o aparecimento de doenças
emergentes e o incremento de doenças não transmissíveis, como as
cardiovasculares e as neoplasias, de outro. Junte-se a isso o ressurgimento
de outras doenças consideradas já debeladas, assim como a falta de
acesso da maioria da população aos benefícios, às tecnologias e aos
medicamentos de última geração que tem sido criados (PHILIPPI e
PELICIONE, 2014, p. 477).

Esse conhecimento que foi constituído para alcançar melhor produtividade


na saúde e garantir qualidade de vida se encontra em um paradigma fragmentado e
está sendo colocado em xeque. Segundo Dias et al (2018) é necessário enfrentar
novos desafios pois a manutenção do equilíbrio da vida precisa da integração de
diferentes áreas em um ambiente em transformação. Portanto, no que cerne a
Saúde Pública, é necessário ultrapassar a concepção biomédica.
De acordo com Diamond (2005) desde os primórdios da humanidade a
saúde humana e o meio ambiente estão interligados, uma vez que, as
transformações demográficas e ambientais estão diretamente ligadas ao surgimento
de novas doenças. O homem de aproximas de patógenos desconhecidos à medida
que ocorre a desestruturação do ecossistema.
Philippi e Pelicione (2014, p. 481) argumentam que “a proteção do meio
ambiente e a conservação de recursos naturais são responsabilidade globais e
devem fazer parte de qualquer estratégia de promoção de saúde.” Dessa forma,
surgiram algumas conferências visando planejamento estratégico por meio de
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compromisso político, nacional e internacional, para garantir as transformações


sociais necessárias visando qualidade de vida para todos.

Na área ambiental, houve em 1972 a Conferência das Nações Unidas sobre


o Meio Ambiente em Estocolmo (Suécia), uma das mais importantes na
construção da consciência ambiental, na qual foi evidenciada claramente a
relação do processo saúde-doença com o meio ambiente e com o
desenvolvimento. A partir desse momento, notou-se que não havia mais
como separar as áreas da saúde e do meio ambiente, já que grande parte
das doenças é decorrente da poluição da água, ar e solo, constituindo então
o meio ambiente como um determinante importante da saúde humana e da
qualidade de vida para todos os seres vivos (DIAS et al, 2018, S/P).

A Educação Ambiental foi apontada como um meio que pode favorecer o


desenvolvimento de ações e estratégias preventivas a saúde, pois através dela é
possível ter acesso ao conhecimento das problemáticas ambientais a fim de
estabelecer uma conexão do humano com o meio ambiente (LUZZI, 2014).
Nesse contexto, a promoção da saúde tem se apresentado complexa, ampla
e interdisciplinar. Deixou de ser apenas uma busca médica para tratar doenças e
estabeleceu uma relação ao estudo do tratamento das causas geradoras de tais
doenças e seus efeitos. Portanto, falar em saúde humana envolve abordar
prevenção, qualidade de vida, bem-estar, o que não pode ser discutido sem abordar
o meio ambiente e sem falar em Educação Ambiental.

3.3 Subjetividade no processo educativo: Contribuições da Psicologia à


Educação Ambiental

Em sua concepção teórica e prática a Educação Ambiental abarca diversas


dimensões. Todavia, para que seja um processo transformador, radical e coerente
como se propõe ela deve desvelar os, as concepções e as representações dos
próprios educadores.

A educação ambiental deve ser concebida em um contexto maior da


educação, desvelada em seu sentido etimológico: do verbo latino educare,
que significa transformar, conduzir de um lugar para outro, extraindo o que
os indivíduos tem de melhor em si (PHILIPPI e PELICIONE, 2014, p. 492).
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Teles (2010) afirma que existe na psicologia uma teoria que articula diversos
fragmentos dentro da subjetividade, trabalhando-a como um macro conceito. Dessa
forma, o sujeito passa a ser entendido em uma perspectiva cultural e histórica.
Então, considera-se o ser humano como indivíduo, mas o inclui a um grupo social no
qual existem regras e valores.
“A Educação Ambiental deve, portanto, considerar este sentido de ecológico
proposto e atuar conscientemente no sujeito para que ele possa agir efetivamente
na subjetividade social, modificando os sentidos das unidades que nela intervém
(TELES, 2010, p. 59).” Diante do exposto, a Educação Ambiental não pode ser
entendida como algo com autonomia própria e separada do todo.

3.4 Princípios e Técnicas de comunicação

A comunicação é processo pelo qual a educação encontra formas para


mediar a aprendizagem. Dessa forma, engloba conceitos de emissão e recepção da
informação, e a aprendizagem acontece quando há incorporação e aproveitamento
da mensagem recebida.
Philippi e Pelicione (2014) citam algumas barreiras existentes na
comunicação e algumas técnicas; entre as barreiras citam as barreiras cognitivas,
barreiras psicológicas e barreiras situacionais. E como estratégias destacam a
atenção, a percepção e a experiência anterior.

O processo da comunicação humana com finalidades educacionais


transcende o uso de equipamentos e se consolida pela necessidade
expressa de interlocução, de trocas comunicativas. Vozes, movimentos e
sinais corporais são formas ancestrais de manifestações humanas no
sentido da comunicação, visando à aprendizagem do outro ser. Elas
sobrevivem e continuam predominantes em nossos repertórios intuitivos de
expressão, na tentativa de interlocução, de comunicação significativa. O
signo partilhado é compreendido entre os participantes do ato comunicativo.
Mais além do que ensinar – que reflete a possibilidade, mas não a efetiva
finalização da comunicação –, aprender é o principal objetivo da ação
comunicativa presente no processo educacional (KENSKI, 2008, p. 651).

Na comunicação educativa algumas mídias são utilizadas como estratégia


para facilitar a aprendizagem, entre elas Philippi e Pelicione (2014) destacam o
quadro-negro, o álbum seriado, o flanelógrafo, o imantógrafo, a ilustração, o cartaz,
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o folheto, revista, slides, livro, retroprojetor, o jogo educativo, o modelo, espécime e


objeto, o filme educativo, a televisão, os recursos informatizados e as mídias
eletrônicas.
Percebe-se que educação e comunicação se dialogam em diversas
possibilidades, refletindo o sentido de aprender, portanto, a ação educativa é
complexa e exige a participação plena da comunicação para se realizar como
aprendizagem.

3.5 Ambientar Arte na educação

Na discussão sobre a diversão na Educação Ambiental os autores Philippi e


Pelicione (2014, p. 538) argumentam que é possível haver alegria em um evento de
educação ambiental, porque esta não trata apenas de catástrofes. “Ela almeja a
transformação de tudo que causa ou poderá causar problemas ao planeta”.

Muitas são as formas possíveis de combinação da arte ao ensino como um


todo sob forma de metodologias de pesquisa e educação, uma vez que a
arte abre possibilidades de manter alianças interdisciplinares com outras
áreas do saber, reforçando a sua aplicabilidade junto aos princípios da
educação ambiental e as novas estratégias de ensino propostas pelo MEC
(SANTOS, 2014, p. 42).

Segundo os Philippi e Pelicione (2014) a utilização da arte na educação


ambiental é um meio de trabalhar o lúdico, a alegria, o agradável, a beleza e o
criativo, abordando os principais conceitos da educação ambiental. De acordo com
Santos (2014) a arte mobiliza a criatividade nas práticas culturais e mobiliza valores.
Barros (1999, p. 297) argumenta que:

“A forma de educação tradicional separa o conhecimento racional do


emocional, o intuitivo do intelectual, o corpo da cabeça. A ação pedagógica
da arte, por sua vez, trabalha no sentido de reunir estes conhecimentos
através de um processo dinâmico de formar e transformar materiais ou
idéias, que orientam a ação criativa”.

A associação da arte com a educação ambiental é importante porque


observa alguns critérios e materiais didáticos que são fundamentais para a
compreensão do ensino sobre o homem e a natureza.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do estudo realizado foi possível notar a contribuição da Educação


Ambiental de forma interdisciplinar no conhecimento das relações homem-natureza.
Além disso, ficou clara a pouca importância dispensada pela sociedade civil a
questões ambientais, desde os primórdios da humanidade.
Por meio de fóruns, congressos e conferências a Educação Ambiental se
mostra importante como instrumento de participação e proporciona oportunidade
para discussão de experiências e conhecimentos sobre situações que geram ou
podem gerar problemas ambientais.
O estudo também apresentou a possibilidade de, através da Educação
Ambiental, promover saúde por meio do conhecimento pautado na prevenção,
informação e discussão. Além disso, foi possível entender que a Psicologia está
relacionada à Educação Ambiental no sentido de proporcionar conhecimento sobre a
participação humana no meio ambiente compreendendo que o ser humano faz parte
do meio em que está inserido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPOS, Allysson Pereira. A Educação Ambiental como instrumento de


efetivação do direito ao Meio Ambiente ecologicamente equilibrado. Disponível
em: http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=69a5b5995110b36a Acesso em
01 de março de 2021

DIAMOND, Jared. Armas, germes e aço: os destinos das sociedades humanas.


Rio de Janeiro: Record, 2005. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/622169/mod_resource/content/1/Diamond
%2C%20Jared%2C%20Armas%2C%20Germes%20e%20A%C3%A7o.pdf Acesso
em 02 de março de 2021

DIAS, Denise Oliveira; LEMES, Guilherme Andrade; OLIVEIRA, Hamilton Afonso de.
A educação ambiental como meio de promoção de saúde. Revista Educação
Ambiental em Ação. 2018. Disponível em: http://revistaea.org/artigo.php?
idartigo=3408 Acesso em 01 de março de 2021

KENSKI, Vani Moreira. Educação e comunicação: interconexões e convergências.


Educação & Sociedade, v. 29, n. 104, p. 647-665, 2008. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/es/v29n104/a0229104.pdf Acesso em 01 de março de 2021

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 7.


ed. São Paulo: Atlas, p. 297, 2010.

LUZZI, Daniel. Educação Ambiental: Pedagogia, Política e Sociedade. In:


PHILIPPI JR, Arlindo; PELICIONI, Maria Cecília Focesi. Educação Ambiental e
Sustentabilidade. Barueri: Manole, 2014. Cap. 15. p. 445-463.

PHILIPPI, Arlindo; PELICIONE, Maria Cecília Focesi. Educação ambiental e


sustentabilidade. 2ª ed. rev. e atual. Manole, 2014, p. 465-550

SANTOS, Helena Cardoso dos. A arte como elemento no ensino da educação


ambiental no Brasil: educação infantil e ensino fundamental I. 2014. Disponível
em:
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/4801/1/MD_ENSCIE_IV_2014_47
.pdf Acesso em 02 de março de 2021
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TELES, Ana Maria Orofino. A dimensão subjetiva na educação ambiental. Revista


Brasileira de Educação Ambiental (RevBEA), v. 5, n. 1, p. 55-61, 2010. Disponível
em: http://revbea.emnuvens.com.br/revbea/article/view/1690 Acesso em 01 de
março de 2021

TOALDO, Adriane Medianeira; MEYNE, Lucas Saccol. A educação ambiental como


instrumento para a concretização do desenvolvimento sustentável. Revista
eletrônica do curso de Direito da UFSM, v. 8, p. 661-673, 2013. Disponível em:
https://periodicos.ufsm.br/index.php/revistadireito/article/view/8393 Acesso em 01 de
março de 2021

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