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Dádiva Benvindo Gulele

Abordagem ambiental e de politicas publicas relacionadas a saúde

Universidade pedagógica

Maputo

2023
Dádiva Benvindo Gulele

Abordagem ambiental e de políticas publicas relacionadas a saúde

Trabalho da disciplina de Psicologia


Social e da saúde a ser entregue na
faculdade de Educacao e Psicologia,
no departamento de Psicologia, sob
orientaco do Mestre Evílio Maússe

Universidade pedagógica

Maputo

2023
Introdução

Enquanto rodeados pelo ambiente e pelas políticas públicas de promoção de saúde, os seres
humanos devido a sua essência, necessitam de condições favoráveis para a continuidade da
espécie de forma saudável. Por isso, em conformidade com o papel da Organização Mundial de
Saúde, desenhou meios para garantir a continuidade da espécie saudavelmente. Meios estes,
tendo como base o ambiente e as políticas públicas como chaves de promoção ou deterioração da
saúde (se mal aplicados).

Assim sendo, ao longo do trabalho, serão apresentados os ideais da OMS sobre como garantir a
saúde e que limitações as mesmas podem ter, sobre tudo no contexto Moçambicano.

Objectivos

Objectivo geral

 Debruçar sobre as abordagens ambientais e de política pública na promoção da saúde.

Objectivos específicos

 Compreender a essência da abordagem ambiental e de política pública na promoção da


saúde;

 Identificar as possíveis limitações para a abordagem.

Metodologia

Para o estudo em questão, optou-se pela leitura bibliográfica de obras já existentes sobre o
assunto abordado, e tendo em vista os objetivos, foi feita uma análise das situações decorrentes
no país Moçambicano e como os acontecimentos são geridos.
ABORDAGEM AMBIENTAL E POLíTICA PUBLICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE

Para Radichi e Lemos (2009), a modernidade é, sob certo aspecto, a mais ampla e consistente
tentativa da humanidade de libertar-se dos condicionamentos naturais e sociais, que tinham
feito do mundo, até então, uma sucessão de constrangimentos aos desejos de liberdade e
felicidade que movem a alma humana desde sempre.
No relacionamento contínuo e crescente entre as sociedades e o ambiente modificado,
naturalmente ou não, os valores atribuídos ao espaço tomam dimensões inesperadas ao ser
humano, tanto no que se refere ao aspecto social, quanto ao econômico e territorial.

Para a contextualização das relações saúde e ambiente, é necessário o entendimento da


evolução das questões ambientais no cotidiano das comunidades, bem como a compreensão
de sua magnitude, buscando-se identificar no nível local as diversas relações positivas e
negativas entre as pessoas e o ambiente que as permeia e a introdução de políticas e esforços
voltados para a detecção de situações de risco, bem como de ações desencadeadas para a
resolução da problemática identificada.

No campo das realidades sociais, a afirmação do Estado como pre-domínio da esfera pública,
como prevalência do interesse colectivo sobre o individual e como obra de arte parecia o
caminho irreversível para a emancipação, a instauração do reino da liberdade. No tocante à
natureza, a razão instrumental, a e a ciência moderna parece ser o triunfo definitivo sobre o
passado obscurantista, sobre as concepções mágicas, sobre o “mundo encantado” das
mentalidades primitivas; a ciência moderna e suas promessas de minimização da dor, do
sacrifício e das doenças.

Embora esforços possam ser dados para a melhoria da condição de vida e o bem estar, a
população está sujeita às mudanças climáticas, sendo que essas mudanças podem perigar a
vida da população, é o caso das cheias e da seca. Essas mudanças podem ser causadas pela
poluição causada pelas fábricas, poluindo o ar, modificando a condição ambiental e a saúde do
homem. Por isso é necessário que se façam grandes esforços para enfrentar as diversas
situações.

A paúde pública abrange uma série de sub-áreas do conhecimento e da prática que lhe dão
uma rica e importante diversidade. Entretanto, a ênfase relactiva dada às diferentes subáreas
tem variado ao longo da história, dependendo do momento político e das questões de saúde
mais relevantes, em cada período e local geográfico.

Promover saúde é educar para a autonomia, é tocar nas diferentes dimensões humanas, é
considerar a afectividade, a amorosidade e a capacidade criadora e a busca da felicidade como
igualmente relevantes e como indissociáveis das demais dimensões. Por isso, a promoção da
saúde é vivencial e é colada ao sentido de viver e aos saberes acumulados tanto pela ciência
quanto pelas tradições culturais locais e universais (Ribeiro, 2004).

A promoção da saúde lida com estilos de vida, com as formas de viver constituídas nas
sociedades modernas, onde a população perde de vista o que é uma vida saudável e passa a
adaptar-se a uma forma de vida sedentária e estressante, com o predomínio de consumo de
alimentos industrializados com altos teores de sal e ácidos graxos saturados, com o abuso de
drogas lícitas ou ilícitas, que são determinantes fundamentais na geração de doenças. Doenças
determinadas também por problemas mais comuns nas populações menos favorecidas como o
medo, a desesperança, a dificuldade de acesso a bens e valores culturais e de cidadania.

Por isso Bennett e Murphy (1999), apresentam as definições adoptadas pela Organização
Mundial da Saúde para a saúde ambiental, destacando sua preocupação tanto com estudos
para verificar as possíveis relações entre os factores ambientais e a saúde, quanto com a prática
de propor formas de eliminar esses factores de risco à saúde.

A OMS evocou uma abordagem socioecologica da promoção saúde enfatizando a necessidade


de conservar os recursos naturais, e por outro lado a de responder as exigências feitas pela
alterações nos padrões de trabalho, lazer, tecnologia e urbanização.

O meio ambiente e políticas públicas de promoção de saúde, rodeiam o homem como forma de
protecção, e ao mesmo tempo, são meios que propiciam ou garantem tanto o bem-estar,
quanto o mau estar, assim sendo, a organização Mundial de saúde, determina três pilares como
meios de encorajamento de comportamentos de saúde. O pilar social, político e económico.

Limitações da abordem ambiental e das políticas públicas na promoção da saúde

Podem ser consideradas como limitações ambientais para a promoção da saúde,


principalmente em Moçambique, as condições ambientais a em que se encontra e a que é
exposto. Um caso significativo, são os casos de ciclone a que enfrentou, perigando a vida da
população, e das suas condições de vida, propiciando assim um reinventar e recomeçar da vida,
por meio da criação de novas condições de vida depois do que foi destruído.

Tem como base a situação socioeconómica da população Moçambicana, muitas famílias,


principalmente em zonas rurais, são dependentes da actividade agrícola e pecuária, que em
caso de mau tempo e ciclones, fica tudo destruído, e mesmo em caso de reassentamento, as
condições não são as melhores, dependendo de doações devido a escassez de alimentos.
Outro fenômeno a ser considerado, é o El Nino um fenômeno caracterízado pelo aquecimento
anómalo das águas do Oceano Pacífico, e que consequentemente pode causar alteração
drástica no clima causando problemas.

Na mesma senda, o impacto psicológico dos eventos sobre os indivíduos, pode causar traumas,
ocasionando assim uma outra forma de ver a vida e lidar com as situações. E, sendo provado
cientificamente que as patologias psicológicas têm um impacto sobre as mentes humanas,
estas geram situações difíceis de vida, e podem originar ou causas sintomas fisiológicos,
fazendo assim com que a saúde seja perturbada.

Social

O pilar social como dimensão que reconhece as relações, normas e costumes sociais existentes
e emergentes, e na elaboração e implementação das iniciativas e promoção da saúde. Mas
nesta dimensão ao mesmo tempo que as relações, costumes e práticas, podem promover a
saúde, também podem destruir, dependendo das tradições que a própria comunidade tem em
comum. Por exemplo, se pode questionar sobre a prática do 11 11, como vulgarmente é dito,
uma prática que caracteriza-se pelo corte por meio de uma lâmina em certas partes do corpo
em forma de 11. Pode questionar-se até que ponto está prática tradicional realizada por
curandeiros pode ou não beneficiar o indivíduo, tem em vista a possibilidade de não
esterilização do material usado.

Político

No pilar político, que compreende a necessidade de aumentar a participação democrática do


povo na tomada de decisões e de descentralizar as responsabilidades e os recursos. Nesta
dimensão pode levar-se em consideração como limitação, como ouve-se falar, sobre a
necessidade dos dirigentes de enriquecerem primeiro a si e só depois beneficiar o povo. A
questão de reflexão colocada nesta dimensão, é sobre por exemplo, o desaparecimento de
txopelas hospitalares para o transporte de pacientes dentro do recinto hospitalar, um aspecto
que colocaria em vantagem aos utentes, mas que por causa da tendência gananciosa a
população regride ao invés de progredir.

Económico

No pilar econômico, implica a adopção de estratégias que consistiriam na modificação do


ambiente físico, de forma a torna-lo mais favorável a saúde, envolvendo cidades inteiras,
comunidades no seu interior e unidades sociais mais pequenas como escola e locais de
trabalho.
implica uma atribuição de recursos económicos (escassos em Moçambique) para a promoção
da saúde. Moçambique é por si só um país em via de desenvolvimento, tentando chegar a um
nível que consegue suprir as necessidades da sua população.

Momentaneamente, há dificuldade de garantir um bem-estar a todos devido a baixos níveis de


pobreza.

Sendo um país ainda dependente de doações de outros países, por exemplo, no tempo da
pandemia, sob a incapacidade de realizar estudos, exames como forma a solucionar o
problema, era/é dependente de países com um desenvolvimento econômico maior para a
entrada de vacinas no território Moçambicano, e só dessa forma poderia lidar, junto a medicina
moderna com a pandemia do COVID-19.

Os recursos económicos para a promoção da saúde, como antes citado, poderia ser usado para
melhoria das condições de vida, de alimentação, habitação, atendimento hospitalar, mas
devido a escassez e consequentemente limitação, a população é vulnerável a água
contaminada, alimentação desequilibrada, hospitais com níveis de atendimento baixos e até
dificuldades na substituição de material básico (luvas, algodão, camas disponíveis, por exemplo)
para os pacientes.
Conclusão

Depois da apresentação teórica feita, foi possível constatar que o ambiente, assim como as
políticas públicas podem ser a chave para o desenvolvimento e solução de vários problemas de
saúde. É importantíssimo salientar que as doenças tanto psicológico, assim como fisiológico,
podem ser psicofisiológicos, influenciando um sobre o outro. Portanto, é preciso não medir
esforços nos 3 três pilares ao longo do desenvolvimento abordados para garantir o bem-estar
tanto psicológico assim como fisiológico.

Embora conhecido e reconhecido o papel de cada pilar, há necessidade de trabalhar-se com


cada um deles, com vista a garantir melhores condições de vida
Bibliografia

Paul Bennett & Simon Murphy, Psicologia e promoção da saúde, 1°edicão, Lisboa, Climepsi
Editores, Setembro de 1999

Radicchi, Antonio Leite Alves & Lemos, Alysson Feliciano. Saúde ambiental, Belo Horizonte:
Nescon/UFMG, Coopmed, 2009.

Ribeiro, Helena, Saude Oublica e Meio ambiente: evolução do conehciemto e da pratica, alguns
aspectos éticos, 2004

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