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Curso EAD sobre

Saúde Planetária

Módulo 1
Saúde planetária e mudanças
climáticas
Objetivos deste módulo:

• Definir o conceito de Saúde Planetária;

• Compreender as intersecções da Saúde Planetária na prática dos profissionais da saúde;

• Compreender o impacto das mudanças climáticas na saúde.

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Caso
João tem 55 anos e reside na serra gaúcha. Ele trabalha em uma fábrica de calçados na

zona rural por cerca de oito horas por dia. João foi diagnosticado há cerca de 8 anos com

diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial sistêmica e, também, é obeso com IMC de 31.

João é sedentário, considera o seu trabalho, fixando a sola dos sapatos, muito extenuante

e diz não ter tempo para atividades físicas. Além disso, refere que após perder uma safra

de milho devido à seca decidiu que “não servia mais para a roça” e, desde então, trabalha
na fábrica, há cerca de 10 anos. João vai de carro para o seu trabalho (que fica a 4 quadras

de casa) e nos finais de semana auxilia sua mãe de 72 anos a cuidar dos bichos. Ele utiliza

diversas medicações para o diabetes e a hipertensão arterial, incluindo um diurético,

e reclama muito de dificuldade de aderir ao tratamento. Ele consulta na Estratégia de

Saúde da Família e hoje, que o termômetro está chegando a 38ºC, ele vem com mal estar,

sudorese e sensação de fraqueza.

O que a vida de João tem a ver com saúde planetária e mudanças climáticas?

Descubra, ao longo do texto, a resposta para essa pergunta.

Página 4
O que é saúde planetária?

A saúde planetária é um novo campo de estudo que se concentra nos impactos na saúde
humana das mudanças ambientais globais. Ela analisa como os seres humanos estão alterando
o mundo natural - como nossa população em expansão, mudanças na tecnologia e padrões de
consumo e de produção estão mudando fundamentalmente a terra, a atmosfera e os oceanos.

A saúde planetária avalia como a poluição global, as mudanças climáticas, a perda de


biodiversidade, os ciclos biogeoquímicos alterados, as mudanças no uso da terra e a escassez
de recursos estão diminuindo a qualidade do ar que respiramos, da água que bebemos e dos

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alimentos que cultivamos; nos expondo a novas doenças; diminuindo nosso acesso a água
doce e outros recursos; e a crescente incidência de desastres naturais. Todos esses resultados
têm consequências negativas para nossa nutrição, saúde mental e suscetibilidade a lesões e
doenças.1

A saúde planetária é a busca do mais alto padrão atingível de saúde, bem-estar e equidade
em todo o mundo através da atenção judiciosa aos sistemas humanos - políticos, econômicos
e sociais - que constroem o futuro da humanidade e dos sistemas naturais da Terra e que
definem os limites seguros dentro dos quais a humanidade pode florescer.2

O que saúde planetária tem a ver com equidade?

Embora a maior parte dos recursos da saúde seja alocada para o chamado mundo
desenvolvido, a maioria das pessoas afetadas vive em regiões de baixa e média renda. Por
exemplo, as mudanças climáticas terão seu maior efeito sobre aqueles que têm menos acesso
aos recursos do mundo e que menos contribuíram para suas causas. 3,4

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O Brasil é um país de dimensões continentais com desigualdades sociais generalizadas,
onde se espera que as mudanças climáticas agravem essa condição.4,5,6 Sem mitigação e
adaptação, aumentará a desigualdade na saúde, especialmente através de efeitos negativos
sobre os determinantes sociais da saúde nas comunidades mais pobres.3,4

O que fazer quando quem precisa de cuidado


é o planeta Terra?

O que podemos fazer quando o sujeito que precisa de cuidado de emergência é a Terra?

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Que suporte de vida os profissionais da saúde podem oferecer ao nosso planeta doente? A
história e a bioética podem nos ajudar a entender e responder a essas perguntas.

A bioética é um grande desafio para o nosso tempo, as mudanças climáticas dizem respeito
tanto à nossa vida cotidiana quanto à ordem geopolítica mundial. É uma das dimensões de
uma crise ecológica global, uma consequência direta das complexas interações entre seres
humanos e natureza. Van Potter, na década de 70, estava preocupado com a dimensão que os
avanços da ciência, principalmente no âmbito da biotecnologia, estavam adquirindo. Assim,
propôs um novo ramo do conhecimento que ajudasse as pessoas a pensarem nas possíveis
implicações (positivas ou negativas) dos avanços da ciência sobre a vida (humana ou, de
maneira mais ampla, de todos os seres vivos) como uma “ponte” entre duas culturas. Assim,
a bioética (grego: bios, vida + ethos, relativo à ética) investiga as condições necessárias para
uma administração responsável da Vida Humana, animal e ambiental.7

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Em 1970, Van Potter escreveu sobre a sobrevivência do ecossistema e a bioética (Ponzo,
2018)7: “Necessitamos de uma ética da terra, uma ética que salva vidas, uma ética da população,
uma ética do consumo, uma ética urbana, uma ética internacional, uma ética do envelhecimento
etc. Todos os problemas apresentados são baseados em valores e em recursos biológicos. Todos
eles incluem bioética, e a sobrevivência do ecossistema total é a prova de um sistema de valores”.

Os princípios bioéticos permaneceram durante muito tempo subjacentes ao modelo


biomédico, com uma visão restrita do campo da saúde, sendo muitas vezes úteis para a
mercantilização da saúde e da pesquisa.7 Ainda anterior a Potter, Fritz Jahr, em 1927,8 havia
proposto o termo bioética para designar a ética das relações entre os seres humanos e não
humanos. Essa abordagem abrangente e ambiental da bioética presente nos dois autores

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que a definiu como “um conhecimento preocupado com a sobrevivência da vida no planeta”.7

Quando os autóctones que habitavam América Latina presenciaram a chegada dos


europeus, visões diferentes da compreensão da natureza entraram em choque. De um lado,
uma visão europeia em que a natureza é vista como bem de troca comercial e produtora
de riqueza material; de outro lado, uma população que valorava a natureza como sua oikos
(ambiente), um ambiente de interdependências, fornecedor das condições vitais de sua
sobrevivência. A população autóctone foi e é dizimada ou reduzida a escravos para a extração
da riqueza, porém já tinha internalizadas outras visões da interação humanidade-natureza.9

Nesse sentido, na América Latina, foi organizada uma “outra” bioética que inclui a
abordagem dos direitos e adota uma visão coletiva e holística que, sem dúvida, entrelaça o
que está relacionado ao meio ambiente em seu campo, além da reconciliação da saúde entre
a humanidade e o meio ambiente. Nas últimas décadas, várias abordagens ecológicas foram
consolidadas, dentre as quais a presença da ética pode ser encontrada de forma mais ou menos
explícita: “[...] o movimento pela justiça ambiental está envolvido em conflitos socioambientais
originados na formação de territórios por processos de produção industrial, agrícola ou de
mineração, causando poluição que afeta a vida e a saúde das populações vizinhas.”7,9

Página 7
Ailton Krenak, um líder indígena brasileiro da etnia crenaque, que reflete sobre o papel
da humanidade e a interação com o meio ambiente, escreveu: “A ideia de que os brancos
europeus podiam sair colonizando o resto do mundo estava sustentada na premissa de que
havia uma humanidade esclarecida que precisava ir ao encontro da humanidade obscurecida,
trazendo-a para essa luz incrível. Esse chamado para o seio da civilização sempre foi justificado
pela noção de que existe um jeito de estar aqui na Terra, uma certa verdade, ou uma concepção
de verdade, que guiou muitas das escolhas feitas em diferentes períodos da história.”10

Assim, o imperativo pela ação climática11 requer que os profissionais da saúde se mobilizem,
como já fizeram em outras ocasiões, em prol de importantes mudanças sociais, ambientais e
econômicas. Uma relação ética com o planeta que habitamos tão precariamente e com as

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futuras gerações exige tal comprometimento com a saúde planetária.

E as mudanças climáticas?

A questão global mais iminente e relevante que está intimamente ligada à saúde mundial
é provavelmente a das mudança climáticas, sendo considerada a maior ameaça do século
21, mas também a maior janela de oportunidade para a humanidade.4 A emissão dos Gases
de Efeito Estufa (GEE) é o principal impulsionador das mudanças climáticas e têm efeitos
locais negativos diretos - por exemplo, secas, enchentes e fome - bem como repercussões
supra-regionais, como imigração (Figura 1).3,4

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Figura 1.

Os caminhos e a complexidade entre as


mudanças climáticas e a saúde humana.

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Fonte: Traduzido e adaptado de Watts et al. (2018), com autorização dos autores.4

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Existe consenso de que a humanidade saiu do Holoceno - era geológica com clima
relativamente estável e propício ao desenvolvimento da civilização humana - e adentrou uma
nova era geológica, o Antropoceno.12 Essa era se caracteriza, entre outras coisas, por não
se encontrar na face do planeta nenhum território que não esteja fisicamente afetado pela
“mão” do ser humano, seja por impactos mais óbvios, como rodovias, seja por formas mais
sutis, como contaminação ubíqua por radiação nuclear na crosta terrestre e na atmosfera.13
As propostas para marcar o início do Antropoceno incluem a denominação de “antropoceno
inicial” que começa com a expansão da agricultura e do desmatamento; a exploração do Novo
Mundo pelo Velho Mundo e a Revolução Industrial por volta de 1800; e em meados do século
XX, a “Grande Aceleração” do crescimento e industrialização da população.12,13

Em dezembro de 2015, 195 países, incluindo o Brasil, assinaram o Acordo de Paris, que

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se compromete a manter a elevação da temperatura média global abaixo dos 2ºC, visando
1,5ºC, principalmente com base na redução da emissão dos GEE.9,10,11 É essencial que as
considerações de saúde planetária sejam levadas em conta em todos os setores, uma vez que
o Brasil elabora políticas amplas para cumprir seus compromissos de mitigação no âmbito do
Acordo de Paris e suas responsabilidades de adaptação para com sua população.14,15

Apesar das mudanças climáticas serem cruciais - de fato a Organização Mundial dos
Médicos de Família (WONCA) reconhece a emergência climática global16 - elas são apenas
uma das dimensões da saúde planetária, já que hoje, por exemplo, a poluição mata mais que
malária, tuberculose e AIDS juntas.17 Porém, como fica claro na figura abaixo, as mudanças
climáticas, em suas consequências de deslocamento forçado, reassentamento planejado e
migração, são definidoras de grandes movimentos populacionais.18

Desta forma, as mudanças climáticas afetam a saúde em diferentes esferas: há desde


as ações diretas (insolações nos cenários de ondas de calor), quanto indiretas (alterações
socioculturais e consequência de saúde mental em populações emigrantes, por exemplo).19

Página 10
Figura 2.

Relação das mudanças climáticas com


movimentos populacionais potenciais.

*O ponto de interrogação após “Conflito” refere-se ao tema muito debatido sobre se os efeitos das mudanças
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climáticas, tais como mudanças na produção de alimentos ou movimento populacional, aumentarão o conflito violento.
Fonte: Adaptado de McMichael et al. (2012)18

O planeta Terra tem um limite?

A inércia global na adaptação às mudanças climáticas persiste, com uma resposta mista
dos governos nacionais desde a assinatura do Acordo de Paris em 2015.4 Essa mudança de
paradigma, de entender o planeta e a nossa saúde como um ecossistema, traz o conceito

Página 11
do limite planetário (Figura 3) e faz necessária uma análise baseada no risco de que as
perturbações humanas desestabilizem o planeta e, consequentemente, a própria civilização
humana. Por exemplo, a diversidade genética, os ciclos do fósforo e do nitrogênio já
ultrapassaram os limites do planeta.12

Figura 3.

O status atual das variáveis de controle para sete


dos nove limites planetários.

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Fonte: Adaptado de Steffen et al. (2015)12

Na figura 3, a zona verde é o espaço operacional seguro (abaixo do limite), o azul representa
a zona de incerteza (risco crescente) e o rosa é a zona de alto risco. O limite planetário está
no círculo mais interno. As variáveis de controle foram normalizadas para a zona de incerteza
(entre os dois círculos destacados). A variável de controle mostrada para as mudanças

Página 12
climáticas é a concentração atmosférica de CO2. Processos para os quais os limites de nível
global ainda não podem ser quantificados são representados por cunhas cinzentas; esses
são cargas atmosféricas de aerossóis, novas entidades e o papel funcional da integridade da
biosfera.

Saúde planetária e saúde

A humanidade tem um papel essencial na gestão das mudanças climáticas, que até 2030
determinarão os rumos do desenvolvimento humano no futuro próximo e longínquo.20 O
Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, essencialmente através da Atenção Primária à Saúde
(APS), tem um potencial significativo para ajudar o país a mitigar e adaptar-se às mudanças

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climáticas. Para isso, a identificação e o conhecimento dos conceitos e principais agravos de
saúde relacionados à saúde planetária são fundamentais.21

Dentro desse cenário, os profissionais de saúde devem ter a capacidade de abordar


as questões de saúde planetária dentro da integralidade individual e coletiva, além
da abordagem biomédica. A APS apresenta uma tradição institucional de preocupação
ecológica. Mcwhinney,22 importante pensador nessa temática, já falava do papel crucial do
médico na defesa do ambiente saudável para seus pacientes e que se faz necessário sair
do enfoque tradicional para um enfoque ecossistêmico (Figura 4). Se refletirmos sobre
os clássicos atributos da APS apresentados por Barbara Starfield,23 perceberemos que os
chamados atributos derivados induzem a ampliar o olhar, progressivamente, para a família,
para a comunidade, para a cultura e para os sistemas naturais que nos dão sustentação.
Isso facilita compreender que nossas ações locais apresentam impacto global. De fato,
mais frequentemente podemos “pensar globalmente e agir localmente”, embora em alguns
momentos também possam se apresentar oportunidades de agir globalmente. A economia, o
ambiente e as necessidades da comunidade afetam a saúde do ecossistema. Se focarmos em
apenas um dos fatores, isso compromete um desenvolvimento sustentável. Na abordagem do
ecossistema é dada igual importância à gestão ambiental, fatores econômicos e aspirações da
comunidade. Os métodos tradicionais levam em consideração os dois últimos, em detrimento
do meio ambiente (Figura 4).24

Página 13
Figura 4.
Ecossistema: ambiente, economia e comunidade.

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Fonte: Adaptado de Lebel (2005)24

Nesse contexto, deve-se pensar inicialmente na importância das equipes de saúde


incorporarem o conceito de saúde planetária, seus conhecimentos, bem como a capacidade
de identificar ameaças à saúde planetária em seu território. Em seguida, as ações de
saúde comunitária, visando promover esses processos de conhecimento e identificação
com a população em sua comunidade. Posteriormente, a ação na clínica, onde se coloque
no horizonte diagnóstico os problemas relacionados às mudanças climáticas, e isso como
possível etiologia no raciocínio clínico. Por fim, a entrevista motivacional para que a pessoa
incorpore as mudanças que contribuirão para o controle do problema em nível individual.19
Um exemplo disso é a redução de tabagismo, a atividade física de trajeto (substituindo
transporte motorizado) e a mudança de padrões alimentares (mais baseada em plantas e
menos carne vermelha). É importante compreendermos que as posturas dos sujeitos são
úteis, mas que, essencialmente, a saúde planetária perpassa uma questão de saúde pública.

Página 14
Figura 5.
Mudanças climáticas e possíveis lócus de intervenção pela
atenção primária para mitigar as causas da poluição e para
adaptação aos efeitos ambientais diretos, efeitos ambientais
indiretos e efeitos socialmente mediados, com seus impactos
esperados na saúde.

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Fonte: Adaptado de Xie et al. (2018)13


*Leia mais no módulo Gestão, mitigação e adaptação.

Página 15
No apoio a essa perspectiva, foram criados 12 princípios transversais da saúde planetária
(Quadro 1), que são um conjunto de mensagens chave que todo educador deve se esforçar
para transmitir aos sujeitos-aprendizes nessa área.25 Tais princípios atuarão como temas
orientadores abrangentes para qualquer ambiente educacional e visam atuar como base
para o desenvolvimento curricular e como ferramenta para orientar os esforços educacionais
nesse campo emergente. Podem e devem ser adaptados para as diferentes realidades locais.25

Quadro 1.

12 princípios transversais da saúde planetária.

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1
Muitos desafios globais entram em foco quando são
A lente da saúde
vistos a partir da ideia de saúde planetária. Equipar
planetária
os alunos com o que chamamos de lentes de saúde
planetária permitirá que eles compreendam e
apreciem os vínculos cruciais, relações de causa-efeito e ciclos de feedback, entre as mudanças
ambientais e a saúde humana. Através dessa lente, os sujeitos serão capazes de reconhecer e
explorar como a administração humana da Terra é um determinante primário da saúde da
população, agora e no futuro.

2
O campo da saúde planetária é impulsionado pela
Urgência
escala em que as mudanças ambientais e climáticas
e escala
afetam a saúde humana e a urgência com que a
população global deve responder. Os sujeitos devem
poder examinar a complexidade das interações entre a escala geográfica, temporal, fatores
socioeconômicos e o contexto político e cultural que moldam desafios específicos e soluções
potenciais para resultados sustentáveis ​​da saúde humana.agora e no futuro.
Página 16
3
A saúde planetária é intrinsecamente orientada
Política por políticas. Ao quantificar as consequências
sobre os efeitos na saúde humana das mudanças
ambientais antropogênicas e comunicá-las às partes
interessadas em vários níveis, o trabalho colaborativo pode ser realizado em vários setores para
identificar políticas e práticas, locais e globais, para proteger e melhorar a saúde da população.
A familiaridade com as lacunas nas evidências e as aplicações políticas da pesquisa em saúde
planetária, além das agências em níveis individual e comunitário, são fundamentais para uma
tradução significativa e específica do contexto da pesquisa em política e ação.

4
Os sujeitos devem desenvolver uma
Organização e
compreensão do papel que a organização na
construção de movimento

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comunidade e a construção de movimentos
têm no processo político local e globalmente.
Eles devem compreender a influência de uma abordagem de baixo para cima (down to top) para a
mudança de políticas, de forma que a capacidade de mobilizar e gerenciar recursos e o poder das
pessoas é fundamental ao considerar soluções para os desafios da saúde planetária.

5
Os desafios em saúde planetária são complexos,
Comunicação abrangendo diferentes disciplinas, setores, regiões
geográficas, culturas e escalas; portanto, é necessária
uma comunicação eficaz e significativa nessas
áreas, com foco na tradução da ciência da saúde planetária. Os sujeitos devem desenvolver uma
compreensão da variedade de métodos de comunicação disponíveis e como selecionar o melhor
conjunto de ferramentas, enquanto trabalham para transmitir os desafios e as soluções da saúde
planetária a diversos públicos. A importância do ouvir como parte de uma comunicação eficaz é vital.

6
A compreensão da saúde planetária exige Pensamento
o envolvimento de muitas disciplinas e sistêmico e colaborações Página 17
partes interessadas para entender e propor transdisciplinares
soluções para desafios complexos. Assim, a incorporação do pensamento sistêmico e da integração
do conhecimento nos currículos é essencial para equipar melhor os sujeitos à colaboração entre
as disciplinas e o desenvolvimento de soluções sustentáveis ​​para os desafios da saúde planetária,
superando as lacunas existentes no desenho da pesquisa e no desenvolvimento de políticas
associadas.

7
Compreender as diferenças entre igualdade e
Igualdade
equidade na teoria e prática; bem como conceitos de
e equidade
marginalização, vulnerabilidade, resiliência e quem
se beneficia e é prejudicado, em um determinado
cenário, é um objetivo central do ensino de saúde planetária. Como os efeitos das mudanças
ambientais na saúde humana são heterogêneos e mediados por fatores como escala geográfica,
escala temporal, fatores socioeconômicos e contextos político e cultural, os alunos devem pensar

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criticamente sobre quem está em risco e como esse risco é medido.

8
Os sujeitos devem ser capazes de pensar criticamente
sobre se as dinâmicas políticas, sociais ou econômicas Viés
podem estar impulsionando a apresentação e as
percepções das mudanças ambientais e os efeitos
resultantes na saúde. Eles devem aprender a identificar possíveis vieses na pesquisa em saúde
planetária e estarem cientes dos interesses de diferentes partes, tanto no apoio quanto contra os
fatores que afetam a conexão entre as mudanças ambientais e a saúde humana.

Governança é a estratégia de alto nível usada por

9
um líder ou equipe em seus processos de tomada
Governança de decisão e implementação. É a capacidade
de transformar a capacidade em ação e gerar a
capacidade quando ela não existe. A governança exige lidar com questões institucionais, gerenciar
interesses políticos e tornar a liderança mais eficaz. Os sujeitos devem entender e ser capazes
de fornecer alguns exemplos de como os desafios em saúde planetária podem ser criados ou
agravados pelas falhas dos órgãos de governo em cooperar entre populações, regiões e fronteiras,
Página 18
especialmente onde ainda não estão estabelecidos mecanismos eficazes de cooperação.
10
Os sujeitos devem compreender que
Consequências
consequências surpreendentes e inesperadas das
não intencionais
mudanças ambientais, positivas e negativas, são
inevitáveis. Os alunos devem entender o papel e
as limitações preditivas das avaliações de impacto e reconhecer que a mudança das condições
biofísicas da Terra afetam a saúde humana e continuarão sendo surpresas. Essa incerteza
sistêmica requer uma mudança nas mentalidades do governo, das empresas e da comunidade
para permitir maior capacidade de adaptação, além da ênfase nos programas que aumentam a
competência socioecológica, a resiliência da comunidade e a sustentabilidade.

11
Um cidadão global é alguém que se vê como

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Cidadania global e
parte da comunidade internacional e cujas
identidade cultural
ações ajudam a definir os valores e práticas da
comunidade. Se os sujeitos puderem perceber
suas próprias identidades culturais e reconhecer seus membros, inerentes às comunidades locais
e globais, terão a oportunidade de ajudar a definir os valores e práticas da próxima geração para
afetar positivamente essas comunidades.

12
Uma compreensão do passado é necessária
Valores globais
para resolver os problemas do presente.
históricos e atuais
Para compreender a necessidade e a
urgência da saúde planetária, os alunos
precisam estar cientes das perspectivas e marcos históricos que lançaram as bases do campo,
incluindo aquelas que foram historicamente marginalizadas ou ignoradas. Para identificar
oportunidades de intervenções positivas, os sujeitos devem reconhecer padrões ao longo do
tempo e conhecer o contexto global atual.

Fonte: Adaptado de Stone et al. (2018).25

Página 19
Há diferenças entre saúde planetária e
saúde ambiental?

A saúde ambiental concentra-se na exposição humana ao meio ambiente como um risco


para a saúde e não na saúde do meio ambiente (exceto quando isso cria um risco para a saúde
humana). A saúde planetária considera a saúde das pessoas no ambiente natural e sua
interação com o meio ambiente. A saúde planetária tem foco global e objetiva desenvolver e
avaliar resoluções baseadas em evidências por um mundo protegido, equitativo, sustentável
e cada vez mais saudável – tanto para os humanos como sistemas naturais.19,26 Da saúde
coletiva, e particularmente no Brasil, há historicamente uma evolução do ponto de vista

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conceitual do termo, que marca uma mudança de paradigma, que é o abandono do conceito
clássico e reducionista de saúde ambiental focada em saúde ocupacional.19,26

Discussão do caso: e a saúde do João?

Utilizando-se a perspectiva sistêmica ampla da saúde planetária,27 um típico caso clínico de


um paciente obeso com diabetes mellitus, como o caso apresentado do João - tradicionalmente
estudado restritamente dentro do marco biomédico da endocrinologia - passa a mobilizar as
interconexões com o estilo de vida daquela pessoa, os determinantes sociais da saúde e
o questionamento do(s) motivo(s) desse padrão de comportamento (Figura 6). É essencial
não responsabilizarmos as pessoas individualmente pelas consequências da ingerência da
humanidade no planeta, e sim compreendermos que, em grande parte, as escolhas individuais
e suas determinações têm uma base estrutural econômica, onde nada é acidental, mas gerado
pelas formas de produção ou reprodução permitidas pelo sistema econômico.

Página 20
Figura 6.
Interconexões de saúde planetária.

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Fonte: Adaptado de Barros (2019)29

Nesta rede (Figura 6), vemos atores humanos e atores não humanos, de forma não
hierarquizada.28 Observamos aqui o exemplo do João, ilustrado no caso inicial, com algumas
de suas inúmeras interdependências e possíveis causas sociais, ambientais, etc e suas
consequências sistêmicas.

Seria João apenas um reflexo do seu comportamento? Ou a obesidade está envolta de


uma trama ligada aos vetores que causam as maiores ameaças a ecologia/sustentabilidade?
A forma de interligar sociedade-sujeito-ambiente apresentada na Figura 6 pode ser aplicada,
sem grandes dificuldades, na compreensão da maioria das ditas Doenças Crônicas Não
Transmissíveis, ou como recentemente proposto, Condições Socialmente Transmissíveis.30

Isso ajuda a compreender a etiologia socioambiental das doenças e das enfermidades -


sem fragmentação didática - como efetivamente encontradas na Atenção Primária à Saúde.29
João perdeu sua plantação para uma seca, considerada um desastre natural, mas que também
é um reflexo das mudanças climáticas. Dessa forma, a saúde de João é diretamente afetada
pelos seus determinantes sociais, o consumo de produtos industrializados, agrotóxicos,

Página 21
culpabilização individual, entre outros. O ambiente onde ele está determina a sua saúde e,
inversamente, sua saúde determina o ambiente.

Por fim, a definição de ambiente mais útil no campo de estudos de saúde planetária provém
da Declaração de Estocolmo sobre o ambiente humano, de 1972,31 que em seu primeiro
artigo define que:

O ser humano é ao mesmo tempo obra e construtor do meio ambiente que o cerca
[...], o ser humano adquiriu o poder de transformar, de inúmeras maneiras e em
uma escala sem precedentes, tudo que o cerca. Os dois aspectos do meio ambiente
humano, o natural e o artificial, são essenciais para o bem-estar do ser humano [...].
(tradução nossa).

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Dessa forma, os limites entre os determinantes “sociais” e “ambientais”, ou sócio-
ambientais, se entranham entre si, permitindo pensarmos em uma só rede os fatores
planetários interdependentes com a saúde de João. Para ser um bom profissional da saúde
hoje, é fundamental conhecer a saúde planetária.

Sugestões para aprofundamento

Material Porque este material é indicado?

Visite o site e conheça o projeto O Lancet Countdown: Tracking Progress on Health and Climate
“Lancet Countdown” ou “Contagem Change é um projeto de colaboração internacional para pesquisa,
Regressiva do Lancet”, no qual se com objetivo de acompanhar a resposta do mundo quanto às
discute sobre a contagem regressiva mudanças climáticas e aos benefícios à saúde que isso proporciona.
para mitigarmos e nos adaptarmos para Com inserção anual no The Lancet, acompanha uma série de
a as mudanças climáticas: indicadores, demonstrando que essa transição já se iniciou, que a
http://www.lancetcountdown.org/. adaptação é possível, mas que é necessário mais esforço.

Assista esta palestra do TEDx: Nesta palestra, a médica Courtney Howard explica como um
Courtney Howard - Healthy Planet, planeta saudável produz pessoas mais saudáveis também.
Healthy People:
https://www.youtube.com/
watch?v=FgIYaklWOK4&t=64s

Página 22
Material Porque este material é indicado?

Leia: Floss M, Barros E, Bressel M, Neste resumo para políticas públicas faz-se um panorama sobre
Hacon S, Nobre C, Knupp D, et al. como as mudanças climáticas já afetam a saúde dos brasileiros.
Lancet Countdown: Briefing para Principalmente em quatro eixos: doenças transmitidas por
Políticas de Saúde no Brasil. RBMFC. mosquitos, à supressão do uso de carvão, à poluição do ar e
2019;14(41):16. Disponível a tradução emissões do setor de atenção à saúde.
para o português em:
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/
view/2286/1505

Assista esta palestra do TEDx: Nesta palestra, a médica Courtney Howard explica como um
Courtney Howard - Healthy Planet, planeta saudável produz pessoas mais saudáveis também.
Healthy People:
https://www.youtube.com/

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watch?v=FgIYaklWOK4&t=64s

Leia: Watts N, Amann M, Arnell N, Ayeb- Este texto (em inglês) traz as últimas evidências científicas
Karlsson S, Belesova K, Berry H, et al. The analisadas e compiladas sobre as mudanças climáticas no mundo.
2018 report of the Lancet Countdown
on health and climate change: shaping
the health of nations for centuries to
come. The Lancet 2018;392:2479–514.
doi:10.1016/s0140-6736(18)32594-7.
Disponível em:
https://www.thelancet.com/
journals/lancet/article/PIIS0140-
6736(15)60901-1/fulltext

Leia: Floss M, Barros E, Bressel M, Este texto (em inglês) traz evidências científicas e
Hacon S, Stein A, Sirena S, et al. Lancet recomendações políticas sobre o impacto das mudanças
Countdown 2018 Report: Briefing climáticas no Brasil.
for Brazilian Policymakers Lancet
Countdown. 2018;1:19. Disponível em:
http://www.lancetcountdown.org/
media/1417/2018-lancet-countdown-
policy-brief-brazil.pdf

Página 23
Material Porque este material é indicado?

Programa das Nações Unidas para o O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA),
Meio Ambiente ( PNUMA ) Disponível principal autoridade global em meio ambiente, é a agência do
em: Sistema das Nações Unidas (ONU) responsável por promover a
https://nacoesunidas.org/agencia/ conservação do meio ambiente e o uso eficiente de recursos no
onumeioambiente/ contexto do desenvolvimento sustentável.

Leia: Freitas C, Oliveira S, Schütz G, Este texto (em inglês) é uma reflexão sobre uma linha destas
Freitas M, Camponovo M. Ecosystem abordagens integradas, os enfoques (eco)sistêmicos, na
approaches and health in Latin realidade latino-americana.
America. Cadernos de Saúde Pública.
2007;23(2):283-296.

Leia: Fonseca A. Ambiente e saúde: Uma pesquisa e discussão sobre com os profissionais da saúde

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visão de profissionais da saúde da entendem os conceitos de saúde e ambiente.
família. Ambiente & Sociedade.
2012;15(2):133-150. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1414-
753X2012000200008

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Nations Conference on the Human Environment. Stockholm: UNEP; 1972.

Página 28
Equipe Responsável:
A Equipe de coordenação, suporte e acompanhamento do Curso é formada por
integrantes do Núcleo de Telessaúde do Rio Grande do Sul (TelessaúdeRS-UFRGS).

Coordenação Geral Conteudistas

Roberto Nunes Umpierre Módulo 1 - Saúde planetária e Mudanças


Climáticas
Marcelo Rodrigues Gonçalves
Mayara Floss
Carlos Augusto Vieira Ilgenfritz
Gerência

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Enrique Falceto de Barros
Ana Célia da Silva Siqueira

Revisão Módulo 1
Coordenação Executiva
Eno Dias de Castro Filho
Rodolfo Souza da Silva

Glossário
Responsável Teleducação
Mayara Floss
Ana Paula Borngräber Corrêa
Carlos Augusto Vieira Ilgenfritz

Anna Cláudia Dilda


Gestão Educacional
Ylana Elias Rodrigues
Ylana Elias Rodrigues

Revisores Gerais
Coordenação do curso
Jacqueline Ponzo
Mayara Floss
Enrique Falceto Barros
Carlos Augusto Vieira Ilgenfritz
Nelzair Araujo Vianna

Página 29
Projeto Gráfico Legendas e tradução

Iasmine Paim Nique da Silva Amber Wheatley

Anna Cláudia Dilda


Normalização Camila Alscher Kupac
Geise Ribeiro da Silva Carlos Augusto Vieira Ilgenfritz

Luís Gustavo Ruwer da Silva


Diagramação e Ilustração Héctor Gonçalves Lacerda
Davi Perin Adorna Mayara Floss
Iasmine Paim Nique da Silva

Lorenzo Costa Kupstaitis Divulgação

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Angélica Dias Pinheiro
Filmagem/ Edição/Animação Camila Hofstetter Camini
Andressa Cavalcante Paz e Silva Carolina Zanette Dill
Bianca Cadore Morás Laíse Andressa de Abreu Jergensen
Bianca Niemezewski Silveira

Camila Alscher Kupac Desenho instrucional


Caroll Paggi Ylana Elias Rodrigues
Héctor Gonçalves Lacerda

Iasmine Paim Nique da Silva

Lorenzo Costa Kupstaitis

Luís Gustavo Ruwer da Silva

Marcela Araújo de Oliveira Santana

Marco Aurélio Ferreira

Mayara Floss

Paulo Henrique Arantes

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