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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ

CENTRO DE TECNOLOGIA
NÚCLEO INTERDISCIPLINAR PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL
MESTRADO PROFISSIONAL EM TECNOLOGIA PARA O
DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Introdução a Agroecologia

Resenha do texto:
BOMBARDI, LARISSA MIES, GEOGRAFIA DO USO DE AGROTÓXICOS NO BRASIL E
SUAS CONEXÕES COM A UNIÃO EUROPEIA, FFLCH - USP, SÃO PAULO, 2017.

ALAN SOUZA HANSSEN


DRE: 122099709

AGOSTO DE 2202
Resenha do texto:
GEOGRAFIA DO USO DE AGROTÓXICOS NO BRASIL E SUAS CONEXÕES COM A UNIÃO EUROPEIA

O texto inicia fazendo uma definição muito importante sobre o arquétipo, masculino e
feminino, lançando uma correlação de como algumas línguas (idiomas) identificam e classificam o
Planeta Terra, assim como o solo, terra, como uma representatividade da feminilidade, por fecundar
e dar (filtro) à luz. A terra recebe a semente, que é protegida por esse solo, recebendo o calor
gradativamente, fazendo com que o desbrochar da planta ocorra em direção a luz do sol. Na mesma
linha, faz uma relação de como a mulher tem a mesma importância na fecundação, passando por
um ciclo, a qual há um sangramento periódico, no qual, após uma quebra (uma semeadura), cria,
no seu espaço/tempo, um período de gestação, até que a mulher dê à luz. Assim, após o
nascimento, provê a alimentação, onde a mulher produz o leite materno, o primeiro alimento que
nós, seres humanos, recebemos durante nossos primeiros meses de vida. Por outro lado, faz uma
relação sobre o arquétipo masculino, apontando uma referência com as externalidades, indicando
o trabalho na terra, o cuidado contra pragas, bem como ator responsável por semear a terra.
Essa introdução é muito importante para dar base a dinâmica seguinte do texto, na qual
aborda e aprofunda a relação dos arquétipos com a agricultura, onde se compara a quantidade de
área utilizada para a produção, com a qualidade quantitativa da área produtiva. Nessa linha, aborda
como o Brasil tornou-se um grande produtor de mercadorias, a partir de commodities, no qual deixa
de pensar a importância da fecundação do alimento para a sociedade nacional, para servir as
necessidades de produção global, não apenas alimentar, mas principalmente econômicas, fazendo
um apontamento sobre a incongruência de, em certo momento, vender seus produtos para outros
países, mas, ao mesmo tempo, ser comprador dos mesmos produtos aos quais é produtor, de forma
a atender o mecanismo capital da globalização.
Nesta abordagem, conseguimos fazer uma relação com outros textos já analisados nas
aulas anteriores, onde vemos como a agricultura de monocultivo vem gerando um grande
desmatamento de nossas florestas, ocasionando diversos problemas climáticos, nos quais hoje
afetam diretamente a própria produção desse agronegócio imposto pela Revolução Verde. Cada
vez mais, há a necessidade de desmatar para manter esse mercado de commodities, como
podemos trazer como indicativo, para esta análise, dados apontados no texto, nos quais indicam
que “se somarmos as áreas plantadas com cana, soja e eucalipto no Brasil isto corresponde à 5
vezes a área territorial de Portugal, ou à 6 Vezes a área territorial da Escócia ou à 16 vezes a área
territorial da Bélgica1”, fazendo ainda uma importante afirmação, na qual, estes valores,
representam “a dimensão da monocultura no Brasil2”.

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BOMBARDI, Larissa Mies, Geografia Do Uso De Agrotóxicos No Brasil E Suas Conexões Com A União
Europeia, Fflch - Usp, São Paulo, 2017.
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BOMBARDI, Larissa Mies, Geografia Do Uso De Agrotóxicos No Brasil E Suas Conexões Com A União
Europeia, Fflch - Usp, São Paulo, 2017.
Alan Souza Hanssen | DRE: 122099709 | +55 21 98755-1993 | alansouzahanssen@gmail.com 2
Resenha do texto:
GEOGRAFIA DO USO DE AGROTÓXICOS NO BRASIL E SUAS CONEXÕES COM A UNIÃO EUROPEIA

Que sustentabilidade e compromisso para com a Terra, nosso processo alimentar está
comprometido? Qual a responsabilidade de saúde alimentar e nutricional, necessárias a saúde
humana, está sendo introduzida na mesa, não apenas dos brasileiros, mas de todas as pessoas no
mundo, mas mais além, não apenas para nós seres humanos, mas com a Terra.
Pudemos ver no filme apresentado em sala de aula, na apresentação do trabalho do discente
Mateus Batal, que mostrava um produtor, ao ser perguntado se ele consumia a batata a qual ele
plantava. É alarmante o mesmo afirmar seu conhecimento sobre a qualidade daquela “mercadoria”,
onde afirmava categoricamente que, aquela “batata não era para comer, mas sim para vender”. Ou
seja, o produtor sabe que aquele produto é gerado a partir de uma semente geneticamente
modificada, que não faz bem a saúde, e que, principalmente, sabe que aquele alimento está
contaminado pelo excesso de agrotóxico utilizado durante seu processo produtivo.
Justamente, pelos motivos apresentados na parte final do parágrafo anterior, o texto trás
duras críticas a produção do agronegócio, afirmando, a autora, que “é notável, portanto, que a
agricultura brasileira na perspectiva de sua mundialização tem se consolidado por meio da
ampliação dos cultivos voltados a transformarem-se em commodities ou agrocombustíveis que
demandam intensa utilização de agrotóxicos3”.
Mais emblemático ainda, está caracterizado pelo fato de, em apenas 3 tipos de cultivo, os
quais são o de maior produção no Brasil, a soja, o milho e a cana “convergem em 72% de todo o
agrotóxico comercializado. Por tanto, dois terços do montante de agrotóxicos comercializados no
país têm como receptáculo três culturas expoente da agricultura capitalista brasileira e que figuram
(...) entre os 12 primeiros lugares na pauta total da exportação brasileira”4.
Dados nacionais acabam modificando a gravidade da situação, por exemplo, consta nos
dados entre 2012 e 2014, que a “média no uso de agrotóxico no Brasil, da ordem de 8, 33% kg por
hectare5”. Porém, o que se é mascarado é que nos 4 principais estados produtores do país, “Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo, este número figura entre 12 e 16 kg por hectare6”.
Não bastasse a alta utilização do agrotóxico, “96,5% da produção de soja é transgênica,
correspondendo a uma área de 32,7 milhões de hectares transgênicos; 88,4% da produção de milho

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BOMBARDI, Larissa Mies, Geografia Do Uso De Agrotóxicos No Brasil E Suas Conexões Com A União
Europeia, Fflch - Usp, São Paulo, 2017.
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Europeia, Fflch - Usp, São Paulo, 2017.
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Europeia, Fflch - Usp, São Paulo, 2017.
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Europeia, Fflch - Usp, São Paulo, 2017.
Alan Souza Hanssen | DRE: 122099709 | +55 21 98755-1993 | alansouzahanssen@gmail.com 3
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GEOGRAFIA DO USO DE AGROTÓXICOS NO BRASIL E SUAS CONEXÕES COM A UNIÃO EUROPEIA

é transgênica, o que corresponde 15,7 milhões de hectares; 78,4% da produção de algodão também
é feita com sementes transgênicas correspondendo a 789 mil hectares cultivados dessa forma7”.
Com esses dados, conseguimos compreender o tamanho da qualidade do alimento que
chegam nas mesas da população, não apenas brasileira, mas mundial. Da mesma forma,
conseguimos entender o tamanho do impacto ambiental causados por esse sistema de monocultivo.
Assim, a necessidade de modificar o sistema de produção, tirando o carater mercadológico
do alimento, passando para um carater de saúde alimentar e nutricional, a partir de um
agroecossistema, baseado na agroecologia, se faz extremamente necessário para a qualidade de
vida da terra de nossa Terra, assim garantindo condições saudáveis de alimentação para todas as
formas de vida existentes, incluindo, mas não privilegiando, a nossa.

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BOMBARDI, Larissa Mies, Geografia Do Uso De Agrotóxicos No Brasil E Suas Conexões Com A União
Europeia, Fflch - Usp, São Paulo, 2017.
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