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Adubação de sistema

Autor: Brenno Tomasi, Eng. Agrônomo.

A agricultura moderna está pautada em empregar as tecnologias mais


eficientes, junto com manejos culturais bem adotados e clima favorável, podemos
dizer que esses três fatores são indispensáveis para o sucesso na lavoura. Logo,
quando um desses três falha, a alta produção fica comprometida, e a longevidade
desse sistema de produção também.
De forma breve, vamos abordar os pontos citados acima e daremos foco em
um específico, o manejo. As tecnologias são empregadas em equipamentos,
produtos controlados, irrigação, novas variedades, etc. O clima favorável é crucial,
porém não está sob nosso total controle. Por fim, e não menos importante, os
manejos culturais, que são esses manejos que queremos dar enfoque nesse
conteúdo, pois é nesse momento que nossos produtos são empregados de maneira
mais ou menos eficientes.
A aplicação de fertilizantes tem sua eficiência diretamente ligada ao
momento de aplicação, dose aplicada, tipo de produto e a forma de aplicação
juntamente ao manejo e sistema em que esse produto será inserido. Por exemplo,
aplicar o produto correto, na quantidade correta, no momento correto, porém em um
sistema de manejo de lavoura que favorece o escoamento superficial de água no
solo e levará o produto junto com as águas da chuva, morro abaixo. Esse é um caso
clássico que ocorre em regiões de coxilhas, no sul do país, onde muitas das áreas
de lavouras são em locais ondulados.
Diante desse cenário, vimos a importância de tratar do assunto de plantio
direto, reforçando os seus três pilares e atrelando-os ao manejo de adubação de
sistemas. Os pilares do plantio direto são, mínimo revolvimento de solo, rotação de
cultura e palhada sobre o solo; E linkando os pilares ao manejo de adubação que
estamos propondo, temos a rotação de culturas com adubação verde e reciclagem
de nutrientes, palhada sobre o solo com a melhor acomodação do fertilizantes ao
local de aplicação.
A adubação de sistemas consiste basicamente em planejar as adubação
dentro de um ano agrícola, ou por um período de rotação das culturas, isso pode se
dar em um espaço de tempo de 1 ano, até mais de 2 anos, de acordo com o
planejamento da sequência de culturas no plano de rotação. Esse planejamento
pensa nas culturas de interesse comercial, suas exportações de nutrientes, cultura
recicladora de nutrientes do solo e formação de palhada, tudo no ano agrícola e
fecha um balanço de nutrientes que entram, saem e são reciclados no sistema,
definindo se o saldo nutricional no solo é positivo ou negativo.
Para facilitar a implantação desse sistema podemos segmentá-lo em partes,
no primeiro momento é necessário planejar as janelas de cada uma das culturas que
serão implantadas, cada uma no seu momento recomendado, encaixando datas de
plantio e colheita, deixando margens flexíveis para não perder os momentos por
sobreposição de “times” de entrada com saída de safras.
No segundo momento é importante entender o quanto as culturas exportam
em quilogramas de nutrientes por tonelada de grãos produzidos. Escolher as plantas
recicladoras, seus potenciais de reciclagem e fixação biológica de nitrogênio.
Posteriormente a essas duas etapas, devemos decidir os momentos de entrar com
as adubações, com base nas exigências das culturas e nos períodos de liberação
dos nutrientes de acordo com o fertilizante utilizado.
De forma prática, as adubações não servem somente para uma safra de soja,
por exemplo, elas têm efeitos residuais que podem ser aproveitados por outra
cultura e produzir massa vegetal que será mineralizada e os nutrientes que estavam
sendo perdidos por lixiviação, imobilização e escoamento superficial irão retornar a
superfície do solo e serão novamente utilizados no sistema.

Desenho esquemático sobre adubação de sistemas.

Fonte: Autor.

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