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arroz e área com pastagem degradada. Como os sistemas de cultivo nas aldeias
indigenas apresentam variações sazonais de acordo com os valores de mercado e outras
caracteristicas alguns dos sistemas escolhidos no momento de preparação do projeto
foram modificados ao longo do ano, sendo então escolhidos três sistemas de uso do solo
mais representativos que ainda restam na aldeia, sendo estes: i) vegetação nativa de
Mata Atlântica; ii) área com cultivo de milho; e ii) área com pastagem suja. Foram
ainda, incluídas as análises de densidade e umidade do solo e a coleta em cinco
repetiçoes, espaçadas de 5 metros de distância em três profundidades diferentes (0,0 a
0,1 m; 0,1 a 0,2 m; 0,2 a 0,3 m) para cada sistema de uso do solo seguindo o método do
TSBF (ANDERSON; INGRAM,1993).
Além disso, foi incluída também uma segunda coleta nas mesmas áreas para
avaliar as mesmas variáveis. A segunda coleta foi realizada no dia 21-03-2018,
contemplando o fim do período chuvoso, de modo a contribuir com a melhoria da
qualidade da pesquisa.
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4. INTRODUÇÃO
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palha de andropogon foram os que mais favoreceram a macrofauna, quando comparados
aos demais tratamentos (QUÉDRAOGO et al., 2006). Alguns impactos negativos estão
relacionados com a qualidade e a quantidade da matéria orgânica, a relação C/N, o
aumento da compactação, podendo causar decréscimo da biomassa fresca de indivíduos
e desaparecimento de espécies naquele habitat, além de alterações no funcionamento do
ecossistema (DECAËNS et al., 1999; BARETTA et al., 2007).
Da mesma forma, a manutenção de uma cobertura vegetal na superfície do solo
impede a perda da diversidade da macrofauna edáfica e favorece a atividade dos
organismos engenheiros do ecossistema, entre eles os grupos Oligochaeta, Formicidae e
Isoptera (BARROS et al., 2003). A macrofauna tem diferentes efeitos nos processos que
condicionam a fertilidade do solo, pela regulação das populações microbianas
responsáveis pela humificação e mineralização (LAVELLE et al., 1997) e pela
formação de agregados, que podem proteger parte da matéria orgânica do solo de uma
mineralização rápida, por meio de sua ação mecânica, como os Oligochaeta, Formicidae
e Blattaria (LEE, 1994).
Esses organismos, de certa forma, são fáceis de serem avaliados, pois os
métodos de avaliação são baseados na identificação e contagem dos indivíduos.
Entretanto, são parâmetros muitas vezes “frágeis”, à medida que as populações de fauna
do solo sofrem grande influência sazonal e sua sobrevivência é extremamente
dependente da presença de habitats específicos (DORAN et al., 1996).
Assim, devido à sua importância ecológica, estudar a composição das
comunidades da macrofauna em diferentes sistemas de manejo do solo é um importante
ponto de partida para entender seus efeitos potenciais no ambiente edáfico e,
consequentemente, na produtividade vegetal (BROWN et al., 1999, 2001). Portanto,
diante do exposto, o estudo da macrofauna em diferentes sistemas de manejo do solo na
região do ConeSul do estado de Mato Grosso do Sul, em especial em uma aldeia
indígena, torna-se uma importante ferramenta para o entendimento da qualidade
agronômica e ambiental dos sistemas de produção agrícolas desta região.
Os manejos sustentáveis suportam uma maior diversidade de macrofauna no
solo quando comparados com manejos mais impactados, o que vai conferir maior
resistência e/ou resiliência em relação aos eventos climáticos.
Existem aproximadamente 77.025 mil indígenas no estado de Mato Grosso do
Sul (IBGE, 2010). Estão distribuídas de forma desproporcional entre os diversos
municípios do estado. O município de Japorã apresenta uma população de 8.702
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habitantes sendo 3.822 índios (IBGE, 2010), os quais se dividem em duas aldeias
indígenas; a Porto Lindo e a YvyKatu. Nestas aldeias a agricultura familiar é a principal
fonte de renda da maioria das famílias. O uso do solo destina-se ao cultivo de culturas
como o milho, diferentes tipos de feijões, o amendoim, o arroz, a mandioca, frutas
(melancia, banana, abacaxi, manga, entre outras) e hortaliças, sendo perceptível a
prática da policultura. Por outro lado, áreas de alterações são visivelmente notadas na
vegetação, causadas pela comunidade indígena, principalmente devido a queimadas,
construção civil desordenada em áreas de preservação permanente, aberturas de
vegetações densas para a prática de agricultura e criação de animais.
Portanto, apesar da macrofauna ser amplamente explorada em pesquisas
científicas, existem muitas lacunas a serem preenchidas, junto com isto ainda existe a
ação antrópica que vem alterando bruscamente a paisagem e os ciclos ecológicos de
todo o planeta, tornando estudos de funcionalidade e preservação da biota mais
urgentes. A biota do solo ainda constitui uma “caixa preta” em termos de diversidade e
funcionalidade real, porém a importância para o equilíbrio, manutenção e
funcionamento do ecossistema não é mais motivo de dúvidas (MOREIRA; SIQUEIRA,
2006). Por isso conhecer a composição e a distribuição da macrofauna presentes nos
diferentes sistemas de manejo do solo em áreas de aldeias indígenas é importante para
fornecer informações sobre o impacto destes manejos neste grupo de organismos.
5. OBJETIVOS
5.1 Objetivo(s) Geral(s)
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Determinar as características químicas, texturais, densidade e umidade dos solos
das áreas estudadas;
6. METODOLOGIA
O trabalho foi conduzido na aldeia Indígena Porto Lindo que está situada no
município de Japorã (23°49’25.67’’ S / 54°32’36.13’’W), extremo Sul de Mato Grosso
do Sul. A aldeia indígena Porto Lindo possui aproximadamente 3.822 habitantes (IBGE,
2010), o solo é classificado como Argissolo Vermelho Amarelo (EMBRAPA, 2013).
De acordo com o sistema de classificação de Koppen o clima é caracterizado como
mesotérmico úmido (Cwa), contendo verões quentes e invernos secos. As coletas foram
realizadas no dia 8 de agosto de 2017 (final do período seco) e no dia 21 de março de
2018 (final do período chuvoso).
As coletas foram realizadas em três sistemas de manejo do solo, sendo: i) área de
vegetação nativa de Mata Atlântica; ii) área com cultivo de milho; e iii) área com
pastagem suja.
Para caracterização física e química do solo foram coletadas duas amostras
compostas de solo nas camadas de 0-0,2 e 0,2-0,4 m de profundidade (Figura 01). As
amostras foram compostas por 10 amostras simples e a coleta foi realizada conforme
EMBRAPA (1997). As amostras foram coletadas aleatoriamente distanciando entre si
de 50 m, em seguida foram colocadas em baldes identificados, e homogeneizadas para
obter uma amostra composta resultando em duas amostras compostas para cada sistema
de manejo, totalizando seis amostras para cada coleta. As amostras foram
acondicionadas em sacos plásticos identificados e foram enviadas para o Laboratório de
Análise Química e Física do Solo do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais -
campus Barbacena MG.
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Figura 01. Visita a àrea de estudo da Aldeia Indígina Porto Lindo em Japorã-MS para
início dos trabalhos (Agosto 2017). Neste dia foi realizada a coleta de solo para a
caracterização química e física.
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Figura 02. Triagem das amostras coletadas.
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Figura 04. Coleta de amostras deformadas de solo para avaliação da umidade e da
fauna do solo. Nesta imagem amostra sendo coletada no sistema de manejo com cultivo
de milho (Agosto de 2017). Da esquerda para a direita tem-se, acadêmico Allan Kardec,
Professora Selene e acadêmico Marcus Junior.
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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mesmo assim, apresentando altos valores de teores de areia (Tabela 01). Solos arenosos
possuem menor capacidade de sequestrar carbono e de preservar a matéria orgânica o
que exige mais cuidado quando do seu manejo, de modo a contribuir com a
sustentabilidade do ambiente onde encontram-se (FIDALSKI, 1997).
Observou-se, maiores disponibilidades de macro e micronutrientes para a
maioria dos elementos avaliados na segunda coleta (março 2018) (Tabela 01). A
caracterização química na primeira coleta (agosto 2017) demostrou que os valores de
pH em água de todos os sistemas e profundidades variaram entre 5,65 a 5,92. Já na
segunda coleta (março 2018) os valores de pH encontrados foi de 5,78 a 6,87 o que os
caracterizam como pH ácidos (Tabela 1). Percebe-se que os valores de pH, na camada
de 0,00-0,20 m apresentaram pequena variação entre os sistemas de manejo do solo
avaliados. O menor valor de pH foi encontrado na camada de 0,20-0,40 m no sistema de
manejo com cultivo de milho (coleta agosto 2017) e no sistema de manejo com
pastagem (coleta em março 2018) apresentando maior acidez em relação aos outros
sistemas de manejo do solo. Os valores de pH observados encontram-se próximos aos
valores considerados ideais para o cultivo da maioria das culturas (EMBRAPA, 2006).
Os teores de fósforo (P) disponível foram maiores na camada de 0,00-0,20 m em
todos os sistemas de manejo. Os menores valores foram encontrados no sistema de
pastagem suja. Quanto à disponibilidade de cálcio (Ca) e magnésio (Mg), apesar dos
teores encontrados serem considerados baixos em todos os sistemas, a mata nativa foi
quem apresentou maiores concentrações nas duas profundidades estudadas. Quanto aos
micronutrientes houve uma grande variabilidade nos resultados para os sistemas
avaliados. Destaque para as concentrações de ferro encontradas no sistema cultivado
com milho (Tabela 1).
Em relação ao teor de alumínio (Al), o solo com sistema de cultivo de milho
apresentou os maiores teores. No entanto, vale ressaltar que a variação dos valores não
ultrapassou 0,5 cmolc dm-3 entre os sistemas comparados, o que demostra que o teor de
Al do solo não foi alterado de forma significativa pelos sistemas de manejo do solo,
resultado semelhante aos obtidos por Klepker & Anghinoni (1995).
Geralmente, solos ácidos e bem intemperizados apresentam valores bem baixos
de boro (Leite, 2010). Para os teores de ferro (Fe), valores superiores foram encontrados
nas camadas de 0,20-0,40 m nos sistemas de manejo com cultivo de milho e pastagem
suja. Com relação ao teor de cobre (Cu) e manganês (Mn), os valores mais elevados
foram encontrados na camada de 20-40 cm nos sistemas de manejo com mata nativa e
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cultivo de milho. A disponibilidade deste nutriente diminui com o aumento do pH, a
interação com MO e teores elevados de P (Vitti & Serrani, 2010). Já para o sistema de
pastagem suja, o teor de manganês disponível foi mais elevado na camada de 0-20 cm
do solo, superando a 0,40 mg dm-3 de variação entre as camadas analisadas.
Em relação aos teores de matéria orgânica e carbono orgânico os valores da
segunda coleta foram superiores aos encontrados na primeira, para todas as
profundidades avaliadas. O sistema com mata nativa apresentou os maiores teores
seguido pelo sistema de cultivo de milho e o sistema com pastagem.
De forma geral, os maiores teores de macronutrientes foram encontrados na
camada superficial, em todos os sistemas de manejo. As camadas superficiais além de
receberem o aporte de material orgânico é onde acorrem as principais reações de
decomposição e mineralização o que as tornam mais férteis (Portugal et al., 2008).
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Tabela 01. Caracterização química e textural do solo em diferentes sistemas de manejo do solo na Aldeia Indígena de Porto Lindo em Japorã-
MS.
Mata Nativa Pastagem Milho Mata Nativa Pastagem Milho
Propriedades ----------------------------------------Coleta 01------------------------------------------- -------------------------------------------Coleta 02-----------------------------------------------
0 - 20 20 - 40 0 - 20 20 - 40 0 - 20 20 - 40 0 - 20 20 - 40 0 - 20 20 - 40 0 - 20 20 - 40
pH (H2O) 5,90 5,85 5,92 5,81 5,80 5,65 6,87 6,34 6,32 5,78 5,95 5,86
P(2) (mg dm-3) 3,0 2,0 2,3 1,2 2,5 2,5 2,0 0,9 1,8 1,40 3,0 1,80
K (mg dm-3) 63 42 44 30 60 61 80 45 21 15 32 27
Ca (cmolc dm-3) 1,58 1,35 1,09 0,84 0,91 0,87 3,25 2,30 1,80 1,03 1,49 1,05
Mg (cmolc dm-3) 0,39 0,33 0,35 0,24 0,31 0,3 0,58 0,38 0,27 0,15 0,27 0,18
Al (cmolc dm-3) 0,05 0,10 0,05 0,15 0,10 0,20 0,00 0,00 0,00 0,10 0,05 0,15
Al + H (cmolc dm-3) 1,43 1,34 1,34 1,27 1,69 2,02 0,96 1,04 0,97 0,84 1,17 1,23
SB(3) (cmolc dm-3) 2,13 0,24 1,55 1,16 1,37 1,33 4,03 2,8 2,12 1,22 1,84 1,30
(t)(4) (cmolc dm-3) 2,18 1,85 1,6 1,31 1,47 1,53 4,03 2,8 2,12 1,32 1,89 1,45
(T)(5) (cmolc dm-3) 3,56 3,13 2,89 2,43 3,06 3,35 4,99 3,84 3,09 2,06 3,01 2,53
V(6) (%) 59,8 57,2 53,6 47,7 44,8 39,7 80,8 72,9 68,60 59,20 61,10 51,4
m(7) (%) 2,3 5,3 3,1 11,5 6,8 13,1 0,0 0,0 0,6 7,6 2,6 10,3
MO(8) (g/kg) 0,75 0,24 0,24 0,26 0,54 0,34 1,64 1,18 1,29 1,07 1,52 1,29
CO(8) (dag kg-1) 0,44 0,14 0,14 0,26 0,31 0,2 0,95 0,68 0,75 0,62 0,88 0,75
Prem(9) (mg L-1) 40,9 40,9 43,3 40,9 37 37 35,2 33,3 35,20 35,20 33,3 31,50
Zn (mg dm-3) 1,6 1,3 1,9 0,9 0,9 0,7 8,2 3,2 3,10 3,20 3,0 2,20
Fe (mg dm-3) 20,9 15,4 12,8 22,9 51,6 58,7 4,6 9,6 7,1 12,6 21,1 36,5
Mn (mg dm-3) 72,2 73,4 101,6 63,3 38.0 30,3 61,4 45,9 39 25,6 24,7 14,6
Cu (mg dm-3) 0,54 0,67 0,83 1,35 0,74 0,92 0,47 0,9 0,44 0,93 0,5 0,75
B (mg dm-3) 0,40 0,4 0,37 0,17 0,32 0,32 0,60 0,60 0,45 0,35 0,59 0,51
S (mg dm-3) 7,6 10,2 7,2 7,4 10,6 10,7 2,8 63,60 44,90 2,90 23,5 21,90
Areia (%) 85 84 84 81 83 81 81 79 86 83 86 83
Silte (%) 02 02 03 03 02 02 04 04 02 03 02 02
Argila (%) 13 13 13 16 15 17 15 17 12 14 12 15
(2)
Método Mehlich-1. (3)Soma de bases trocáveis. (4)CTC efetiva. (5) CTC a pH 7,0. (6)Índice de saturação de bases. (7)
Índice de saturação de alumínio. (8)
MO = Matéria Orgânica -
oxidação: Na2Cr2O7 4N + H2SO4 10N. (9)Fósforo remanescente.
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Para os dados de massa seca (MS) da serrapilheira, na primeira coleta, o sistema
de manejo com mata nativa apresentou maior quantidade em relação aos sistemas com
pastagem suja e com milho, este último, por sinal, não apresentou serrapilheira. Estes
resultados eram esperados uma vez que no sistema com mata nativa há um maior aporte
de material vegetal sobre o solo proporcionado pela vegetação diversificada e densa.
Por outro lado, no sistema com pastagem a deposição de material vegetal no solo é
menor. Já no sistema com cultivo anual de milho o manejo adotado envolve o
revolvimento manual do solo, o que acelera a decomposição da matéria orgânica da
serrapilheira. Outro fator que pode ter contribuído para a baixa quantidade de material
apresentado pelo milho pode ser em decorrência da coleta ter sido realizada no final da
safrinha de milho onde o solo já apresentava-se exposto (Tabela 02). Por outro lado na
segunda coleta, final do período chuvoso, a MS encontrada no sistema com Mata Nativa
e com milho foram superiores aos encontrados na pastagem suja. Destaca-se o sistema
com o cultivo de milho com valores iguais aos encontrado na mata nativa. Quando
comparam-se as coletas, percebe que a MS na mata nativa se manteve, independente da
época de amostragem e que o sistema com pastagem e com milho foram superiores na
segunda coleta, final do período chuvoso. Resultados estes esperados devido a maior
disponibilidade de água e melhores condições climatológicas para o desenvolvimento
de vegetais. As áreas florestais apresentam serapilheira de constituição heterogênea,
compostas por talos, folhas e pequenos troncos, enquanto a serapilheira da pastagem é
composta por material homogêneo e folhosos, em geral proveniente de uma única
espécie vegetal, com baixa relação C/N e rápida decomposição, acarretando em menor
quantidade de MS nas pastagens (ARAÚJO et al., 2011).
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A densidade do solo (Ds) dentro do mesmo sistema de manejo foi igual em
ambas às coletas para todas as profundidades estudadas. Já em relação aos diferentes
tratamentos observa-se que apresentou maiores valores na pastagem suja nas três
profundidades. Na camada de 0,1-0,2m na primeira coleta não teve diferença entre os
tratamentos, para a segunda coleta a pastagem teve maior densidade, seguida da mata
nativa e do milho. Na camada de 0,2-0,3m a primeira coleta não teve diferença, na
segunda coleta a pastagem também apresentou maior densidade, já a mata nativa e o
milho não diferiram entre si. Silva et al., (2013) observaram maior densidade do solo
em áreas cultivadas em relação a mata nativa. A não utilização de maquinário no
sistema de manejo com milho evita a compactação do solo e aumento de sua densidade,
por outro lado o pisoteio do gado na pastagem suja contribui para a compactação do
solo e aumento de sua densidade. O aumento da densidade do solo em profundidade é
decorrente da redução da quantidade de material orgânico, aumento do teor de argila e
da mudança de estrutura neste sentido (PEQUENO et al., 2010). No entanto, a maior
densidade encontrada não atinge os valores limitantes ao crescimento das raízes de 1,85
Mg m-3 propostos por Reinert et al. (2008).
Em relação à umidade do solo na primeira coleta nos diferentes sistemas de
manejo observa-se que para todas as profundidades o sistema de manejo cultivado com
milho apresentou maior umidade que os sistemas com mata nativa e com pastagem.
Valores diferentes foram obtidos por Castilho (2014) quando avaliando em áreas sob
floresta no estado do Pará. Isto pode ser devido aos maiores consumos de água do solo
tanto da mata nativa quanto da pastagem (Tabela 03). A umidade do solo na camada de
0,0-0,1m na mata nativa (MN) superou a primeira coleta, seguida da área de plantio de
milho que na primeira coleta foi superior a todos os tratamentos, já no sistema de
pastagem suja não houve diferenças. Na camada de 0,1- 0,2m no manejo com milho
teve maior umidade para a primeira coleta, já a mata nativa e a pastagem não diferiram
entre as coletas. Como era esperada a mata nativa apresentou maior umidade na segunda
coleta nos primeiros centímetros de solo. Em especial devido à cobertura vegetal que
contribui para a maior infiltração e permanência de água no solo (SOUZA, et al., 1996;
CASTILHO, 2014).
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Tabela 03. Densidade e umidade do solo, na primeira e segunda coleta, em diferentes
sistemas de manejo do solo na Aldeia Indígena Porto Lindo em Japorã-MS.
Sistema de manejo Densidade (Mg m-3) Umidade (%)
Coleta 01 Coleta 02 CV(%) Coleta 01 Coleta 02 CV(%)
0,0 - 0,1 m
Mata nativa 1,28 aB 1,25 aB 10,11 8,34 bB 11,53 aA 8,2
Pastagem 1,45 aA 1,49 aA 2,61 8,11 aB 7,55 aB 8,27
Milho 1,44 aA 1,42 aAB 6,34 9,83 aA 8,20 bB 8,52
CV (%) 4,92 8,13 - 8,12 11,53 -
0,1 - 0,2 m
Mata nativa 1,51 ans 1,47 aAB 7,58 8,39 aB 9,42 aA 11,11
ns
Pastagem 1,59 a 1,64 aA 3,38 8,89 aB 7,63 aA 7,61
ns
Milho 1,38 a 1,39 aB 11,07 10,68 aA 9,02 bA 9,44
CV (%) 7,94 7,34 - 9,43 9,32 -
0,2 - 0,3 m
ns
Mata nativa 1,53 a 1,49 aB 3,86 9,29 aB 8,86 aA 7,77
Pastagem 1,59 ans 1,67 aA 3,6 9,54 aB 8,11 aA 8,74
Milho 1,55 ans 1,56 aB 7,89 11,64 aA 9,48 bA 9,47
CV (%) 6,81 3,67 - 8,59 9,12 -
(1)
Médias seguidas de letras iguais (maiúsculas) na coluna, e médias seguidas de letras iguais
(minúsculas) nas linhas, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05). CV = coeficiente de
variação. ns = não significativo a 5% de probabilidade.
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Tabela 04. Número total de organismos da macrofauna, na primeira e segunda coleta,
em diferentes sistemas de manejo na Aldeia Indígena Porto Lindo em Japorã-MS.
Sistemas de uso do Solo Profundidade (m) Coleta 01 Coleta 02
Serrapilheira 39 547
0,00-0,10 58 200
Mata Nativa 0,10-0,20 30 10
0,20-0,30 09 63
Total 136 820
Serrapilheira 09 15
0,00-0,10 51 55
Pastagem 0,10-0,20 20 21
0,20-0,30 41 05
Total 121 96
Serrapilheira 00 51
0,00-0,10 69 16
Milho 0,10-0,20 09 16
0,20-0,30 04 08
Total 82 91
16
Tabela 05. Diversidade de organismos da macrofauna, na primeira e segunda coleta, em diferentes sistemas de manejo na Aldeia Indígena Porto
Lindo em Japorã-MS.
Coleta 01
Mata Nativa Pastagem Milho
Ordem/Classe Total
Serrapilheira 0,0-0,1 m 0,1-0,2 m 0,2-0,3 m Serrapilheira 0,0-0,1 m 0,1-0,2 m 0,2-0,3 m Serrapilheira 0,0-0,1 m 0,1-0,2 m 0,2-0,3 m
Acari 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Araneae 8 1 3 1 2 2 0 0 0 0 0 0 17
Blattaria 2 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 5
Isóptera 0 9 0 0 0 1 1 36 0 5 1 2 55
Dermaptera 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Coleoptera 1 7 3 2 3 6 4 1 0 2 1 0 30
Chilopoda 2 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 7
Diplopoda 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Diptera 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Formicidae 17 10 8 3 1 3 5 0 0 58 0 0 105
Gastropoda 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Hemiptera 2 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 3
Hyminoptera 0 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 4
Oligochaeta 0 2 2 1 0 1 0 0 0 1 3 0 10
Orthoptera 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Larvas em geral 4 19 11 2 1 37 6 3 0 4 3 1 91
Não identificados 2 2 2 0 0 1 4 0 0 0 1 0 12
Ovos de formicidae 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 39 58 30 9 9 51 21 41 0 70 9 4 341
Coleta 02
Mata nativa Pastagem Milho
Ordem/Classe
Serrapilheira 0,0-0,1 m 0,1-0,2 m 0,2-0,3 m Serrapilheira 0,0-0,1 m 0,1-0,2 m 0,2-0,3 m Serrapilheira 0,0-0,1 m 0,1-0,2 m 0,2-0,3 m Total
Acari 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2
Araneae 15 0 0 1 3 0 0 0 3 0 0 0 22
Blattaria-baratas 2 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 4
Blataria-Isóptera-cupins 0 0 0 0 0 23 3 3 0 0 0 0 29
Dermaptera 2 1 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 6
Coleoptera 29 11 4 3 3 6 2 0 4 7 3 1 73
Chilopoda 3 6 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 10
Diplopoda 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Diptera 0 0 0 7 0 0 0 0 0 0 0 0 7
Formicidade 411 140 1 28 4 10 1 0 2 0 1 0 598
Gastropoda 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Hemiptera 3 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 4
Hyminoptera 2 3 3 12 0 0 0 0 0 1 0 0 21
Oligochaeta 0 2 0 1 0 0 1 0 0 0 0 1 5
Orthoptera 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 2
Larvas em geral 58 32 2 5 0 15 11 1 17 8 8 4 161
Não identificados 7 5 0 1 4 0 2 1 20 0 3 2 45
Ovos de formicidae 12 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 17
Total 547 200 10 63 15 55 21 5 51 16 16 8 1007
17
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Allan Kardec Moreira de Aguiar
Acadêmico
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Prof. Dr. Leandro Marciano Marra
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