Resumo: A aplicação dos princípios da fisiologia vegetal no manejo de
pastagens visa melhorar a produção de forragem, melhorar a saúde das plantas e aumentar a eficiência dos sistemas agrícolas. Alguns pontos-chave incluem: Fotossíntese e produção de forragem, Respostas ao estresse ambiental, Nutrição mineral e manejo do solo, Fisiologia do pastejo e manejo animal e Interação planta- ambiente esses são os 5 pontos principais que são aplicados no manejo de pastagem. Ao aplicar esses princípios da fisiologia vegetal, os agricultores e pecuaristas podem melhorar a produtividade das pastagens, a qualidade da forragem e a sustentabilidade do sistema, promovendo assim o sucesso em longo prazo na criação de gado e na gestão de áreas de pastagem.
Palavras-chave: Fisiologia vegetal, manejo de pastagem, Produção de
forragem. 2
Abstract: Applying the principles of plant physiology to pasture management
aims to improve forage production, improve plant health and increase the efficiency of agricultural systems. Some key points include: Photosynthesis and forage production, Responses to environmental stress, Mineral nutrition and soil management, Grazing physiology and animal management and Plant- environment interaction these are the 5 main points that are applied in pasture management. By applying these principles of plant physiology, farmers and ranchers can improve pasture productivity, forage quality, and system sustainability, thereby promoting long-term success in livestock raising and rangeland management.
Keywords: Plant physiology, pasture management.
1. INTRODUÇÃO
O uso de pastagens como principal fonte de alimento para ruminantes é
comprovadamente a alternativa mais barata de alimentação dos rebanhos. O potencial das pastagens tropicais para a produção de carne e leite tem sido bastante discutido nos últimos 30 anos (DE FARIA, 1997). Estudos sobre a morfologia de plantas forrageiras evidenciam que a recuperação de uma pastagem após desfolha, por corte ou pastejo, é influenciada por suas características morfológicas intrínsecas, que são a área foliar remanescente, os teores de carboidratos não estruturais de reserva, bem como o número de pontos de crescimento capazes de promover a rebrota (WARD & BLASER, 1961; GOMIDE, 1973; JACQUES, 1973; RODRIGUES & RODRIGUES, 1987). É consenso na literatura que o manejo da pastagem deve ser realizado tendo como um dos objetivos principais a obtenção de uma rebrota vigorosa após a utilização do pasto (HODGSON, 1990; CORSI, 1988). 3
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 FOTOSSÍNTESE E PRODUÇÃO DE FORRAGEM
A importância relativa das taxas de fotossíntese de folhas individuais na
formação da produção tem sido objeto de controvérsia ao longo dos anos (DA SILVA & PEDREIRA, 1997). Segundo BERNARDES (1987), vários aspectos morfofisiológicos estão envolvidos na interceptação da luz pelas plantas em comunidade. Uns correspondem a aspectos relacionados com a organização espacial das folhas, podendo ser analisada pela densidade de cobertura foliar, distribuição horizontal e vertical entre as folhas e pelo ângulo foliar. Outros correspondem àqueles relacionados com aspectos funcionais que dependem de fatores da planta e do ambiente como: idade, tipo e tamanho das folhas, saturação lumínica, flutuações na intensidade e na qualidade de luz. VERHAGEN (1963) verificaram que a produção de matéria seca depende fundamentalmente da eficiência das folhas em utilizar a luz incidente e de como essa luz é distribuída ao longo do dossel do pasto.
2.2 RESPOSTAS AO ESTRESSE AMBIENTAL
Em condições naturais e agriculturáveis, as plantas estão frequentemente
expostas ao estresse ambiental. Alguns fatores dessa natureza, como a temperatura do ar, por exemplo, podem se tornar estressantes em poucos minutos; enquanto outro como conteúdo de água no solo pode levar dias ou até semanas. Além disso, o estresse desempenha um papel importante na determinação de como o solo limita a distribuição de espécies vegetais (TAIZ e ZEIGER, 2009). Na produção vegetal a água é um fator fundamental, pois qualquer cultura durante o ciclo de desenvolvimento consume grande volume de água, já que cerca de 98% deste volume apenas passa através da planta, sendo perdido pelo processo de transpiração, o qual tem como principal objetivo absorver CO2 do ar em troca do H2O (TAIZ e ZEIGER, 2009). 4
Diante do fato a disponibilidade hídrica é um fator limitante a produção, em
especial nas regiões tropicais, notadamente no semiárido, uma vez que, sob o aspecto térmico, as plantas não têm sofrido restrições acentuadas nas épocas normais de semeadura (GOMES, 1982).
2.3 NUTRIÇÕES MINERAIS E MANEJO DO SOLO
A presença de nutrientes essenciais no solo em quantidades equilibradas,
aliados às características biológicas (microfauna), são fundamentais para o desenvolvimento dos agroecossistemas. Entretanto, além da química e biologia, as características físicas que indicam o grau de compactação devem ser levadas em consideração para que um solo seja considerado produtivo (HAYNES; GRAHAM, 2004). Além das respostas distintas entre as plantas forrageiras, o manejo do pasto pode alterar a taxa de lotação com reflexo direto no pisoteio exercido pelos animais (SARMENTO, 2008).
2.4 FISIOLOGIAS DO PASTEJO E MANEJO ANIMAL
O manejo de pastagens e do pastejo, juntamente com a introdução e
avaliação de novos cultivarem de gramíneas e leguminosas, têm sido alvos prioritários da experimentação com plantas forrageiras tropicais no Brasil há muito tempo. Tradicionalmente, a grande maioria dos trabalhos de pesquisa, principalmente no que se refere ao manejo do pastejo, possuía um enfoque extremamente simplista e pragmático do processo produtivo. Os resultados colhidos apresentavam, invariavelmente, um caráter muito regional, dificultando a extrapolação para diferentes ecossistemas uma vez que na maioria das vezes não se fornecia informações que permitissem o entendimento e a compreensão das relações de causa e efeito determinantes das respostas de plantas e animais em pastagens, premissa básica para a elaboração e planejamento de práticas de manejo sustentáveis (DA SILVA & CARVALHO, 2005; DA SILVA & NASCIMENTO JR., 2006). 5
A definição de estratégias de manejo do pastejo passa obrigatoriamente pelo
conhecimento de toda a base produtiva (recursos físicos, vegetais e animais), do perfil do sistema de produção, das respostas de plantas e animais ao pastejo e da contextualização específica da unidade de produção (DA SILVA & CORSI, 2003). O planejamento dessas práticas de manejo deve ser feito com base numa ordenação lógica das informações, respeitando um padrão hierárquico de agrupamento do conhecimento, para que o número e a ordem de grandeza das variáveis-controle do processo de pastejo (e.g. taxa de lotação, oferta de forragem, período de descanso, resíduo pós-pastejo, massa de forragem, época, tipo e taxas de fertilização, uso de práticas de conservação de forragem e suplementação etc.) possam ser definidos de forma consistente, objetiva e coerente com as metas de produção idealizadas (DA SILVA, 2004).
2.4 INTERAÇÕES PLANTA-AMBIENTE
As plantas não estão sozinhas no ambiente: interagem com diferentes
organismos. E também entre si, o que ocorre por meio da liberação de compostos químicos – fenômeno conhecido como alelopatia (PASTORINI 2023). Por alterar a relação competitiva entre as plantas, o pastejo é o principal modulador da heterogeneidade e da diversidade botânica das pastagens (KEMP; KING, 2001). Como as relações competitivas entre as plantas dependem da disponibilidade de recursos, em ambientes com maior disponibilidade de recursos e maior produtividade, as plantas competiriam, mais provavelmente, por luz (recursos do dossel). Já em ambientes menos produtivos, o que limitaria o crescimento e a diversidade vegetal seriam os recursos do solo (água e minerais) (TILMAN, 1988). Assim, a disputa entre as espécies e os impactos do pastoreio na configuração da vegetação seria definida principalmente pela variação na oferta proporcional de recursos disponíveis no dossel ou no solo, conforme a produtividade do ambiente. 6
3.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a abordagens dos princípios da fisiologia podemos abordar esses 5
pontos chaves citado anteriormente e chegar a conclusão que eles são fundamentais na produção de forragens. As comunidades de plantas forrageiras são entidades dinâmicas e altamente interativas com o ambiente ao seu redor. Fatores abióticos (clima e seus componentes, bem como composição do solo) e fatores bióticos (relações entre plantas e animais em vários níveis hierárquicos, juntamente com os efeitos de pragas e patógenos) contribuem para tornar os ecossistemas de pastagens extremamente complexos. A produção de forragem, definida como o equilíbrio líquido entre a síntese de novos tecidos e a perda devido à senescência ou mortalidade, pode ser influenciada positiva ou negativamente por um único fator, dependendo da combinação espécie-ambiente. 7
4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DE FARIA, V.P.; PEDREIRA, C.G.S.; SANTOS, F.A.P. Evolução do uso de
pastagens para bovinos. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 13, Piracicaba, 1996. Anais... Piracicaba: FEALQ, 1997. p.1-14. WARD, C. Y.; BLASER, R. E. Carboydrate Food Reserves and Leaf Area in Regrowht of Orchardgrass. Crop Science, v. 1, p. 366-370. 1961. Da SILVA, S.C.; PEDREIRA, C.G.S. Princípios de ecologia aplicados ao manejo da pastagem. In: SIMPÓSIO SOBRE ECOSSISTEMA DE PASTAGENS, 3., Jaboticabal,. 1997. VERHAGEN, A. M. W.; WILSON, J. H., BRITTEN, E. J. Plant production in relation to foliage illumination. Annal of Botany, N. S., v. 27, n. 108, p. 626- 640. 1963 DA SILVA, SILA CARNEIRO. Fundamentos para o manejo do pastejo de plantas forrageiras dos gêneros Brachiaria e Panicum. Simpósio sobre manejo estratégico da pastagem, v. 2, p. 347-385, 2004. PASTORINI, Interação e competição entre plantas. Ciência Hoje, 2023. Disponível em: < https://cienciahoje.org.br/artigo/interacao-e-competicao-entre- plantas/#:~:text=As%20plantas%20n%C3%A3o%20est%C3%A3o%20sozinhas,qu% C3%ADmicos%20%E2%80%93%20fen%C3%B4meno%20conhecido%20como%20 alelopatia.> Acesso em 26 nov. de 2023.