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Um ecossistema é uma unidade que inclui todos os seus organismos em uma

determinada área, interagindo com o meio físico, de modo que um fluxo de energia leva
a uma definida estrutura trófica, diversidade biótica e ciclos de matéria dentro do
sistema (Odum, 1971 citado por Freire, 2013). Begon et al., (2006) define o ecossistema
como sendo comunidade biológica junto com o ambiente abiótico em que ela se
encontra. Assim, os ecossistemas incluem produtores primários, decompositores e
detritívoros, matéria orgânica, herbívoros, carnívoros e parasitas mais o ambiente
fisicoquímico que proporciona as condições para a vida. Esta interação leva a que a
componente biótica influencie as propriedades da componente abiótica e vice-versa.
Sendo assim, ambas as componentes de um sistema ecológico são crucias para a
manutenção da vida (Ferreira, 2017).

Os ecossistemas são importantes na manutenção da biodiversidade, garantindo a


sobrevivência e perpetuação das espécies. A perda de identidade do ambiente
proporciona débito de diversidade biológica. 23414

Os bioindicadores são organismos cujas funções vitais estão estreitamente ligados a


fatores ambientais (KAPUSTA, 2008) e por isso respondem às mudanças nas
características físicas, químicas e estruturais do ambiente onde ocorrem, uma vez que
estão adaptados às condições específicas de sobrevivência, reprodução e interação
ecológica (CÂNDIDO et al., 2012).

Os bioindicadores, conforme Thomanzini e Thomanzini (2000) e Büchs (2003), devem


ter sua taxonomia, ciclo e biologia bem conhecidos e possuir características de
ocorrência em diferentes condições ambientais ou serem restritos a certas áreas. Além
disso, devem ser sensíveis às mudanças do ambiente para que possam ser utilizados no
monitoramento das perturbações ambientais. Já para Büchs (2003), cada bioindicador
pertence a escalas diferentes de incidência de perturbações, revelando informações
sobre um distúrbio. 23414

De acordo com Wink (2005) e Silva e Silva (2011), os bioindicadores podem ser usados
em contextos, tais como: indicação de alteração de habitats, destruição, contaminação,
reabilitação, sucessão da vegetação, mudanças climáticas e consequentemente
degradação dos solos e ecossistemas, pois as comunidades presentes nos ambientes em
questão podem sofrer redução na abundância e riqueza em função de tais impactos,
devendo considerá-los em estudos de levantamento (GONÇALVES et al., 2014).
As comunidades biológicas podem refletir a integridade ecológica dos ecossistemas,
integrando os efeitos dos agentes impactantes ao longo do tempo. Esse é o caso da
Classe dos insetos, a mais diversa do Reino Animal em riqueza, diversidade de espécies
e abundância de indivíduos. Estes organismos dominam tanto o ambiente de água doce
quanto o terrestre, correspondendo a cerca de 70% das espécies animais descritos
(LEWINSOHN et al., 2005). 991 texto do artigo

Portanto, variações mínimas na temperatura, na precipitação, incidência solar, acidez do


solo ou poluição atmosfera, são fatores determinantes para estabilidades dos
organismos; quaisquer modificações podem acarretar mudanças fisiológicas,
morfológicas, adaptativas ou até mesmo extinguir espécies sensíveis por pequenas
variações físico-químicas do ambiente. Esses organismos são altamente sensíveis a
poluentes, a toxinas e a perturbações do meio, podendo servir como alertas de
desequilíbrio ambiental (RICKLEFS, 2009, p.46). 113 texto do artigo

Solo é um recurso natural vivo e dinâmico, detém as funções ecológicas de produzir


alimentos, proteger o ambiente da poluição através da filtragem, tamponamento e
transformação de matéria e servir como habitat a uma complexa comunidade de
organismos, sendo avaliada pelo uso de indicadores físicos, químicos e biológicos.
(ARAÚJO; MONTEIRO, 2007) Matsumoto 2015 bioindicadoresdaqualidadedosolo
(SILVA et al., 2016) 286 texto do artigo

Muitos processos biológicos importantes para a manutenção da vida na Terra ocorrem


no solo, sendo assim, uma ferramenta que desempenha uma grande variedade de
funções vitais, de caráter ambiental, ecológico, social e econômico. A comunidade de
organismos micro e macroscópicos que habitam o solo contribuem para essa
manutenção e sobrevivência do ambiente. (BIGNELL et al., 2010; KORASAKI et al.,
2013). 286 texto do artigo

A fauna do solo ou fauna edáfica se refere à comunidade de invertebrados que vive


permanentemente ou que passa um ou mais fases de desenvolvimento no solo. Esses
invertebrados variam muito em tamanho e diâmetro, o que lhes confere habilidade
diferenciada na sua estratégia de alimentação e adaptação ao habitat. Doc 201

A macrofauna abrange mais de 20 grupos taxonómicos (Tabela 1). Entre esses estão
minhocas, cupins, formigas, centopeias, piolhos de cobra, baratas, aranhas, tesourinhas,
grilos, caracóis, escorpiões, percevejos, cigarras, tatuzinhos, traças, larvas de mosca e de
mariposas, larvas e adultos de besouros, e outros animais, que podem ser consumidores
de solo (geófagos), partes vivas das plantas (fitófagos), matéria orgânica do solo
(humívoros), serapilheira (detritívoros), madeira (xilófagos), raízes (rizófagos), outros
animais (predadores, parasitas, necrófagos) e fungos (fungívoros) (BROWN et al.,
2001a). GeorgeBlivro

Os invertebrados do solo podem ser diferentemente classificados em função do tempo


que vivem no solo, do habitat preferencial, do hábito alimentar, do meio de locomoção,
ou do tamanho. Doc 201

A fauna do solo, ou fauna edáfica, compreende os invertebrados que vivem no solo


durante toda a vida ou em algum estágio do ciclo biológico (AQUINO et al., 2008;
BROWN et al., 2009; BARETTA et al., 2011). Conforme o tamanho do corpo dos
organismos que a constituem, a fauna do solo é classificada em microfauna
(protozoários e nematoides), mesofauna (ácaros e colêmbolos) e macrofauna (moluscos,
anelídeos e artrópodes) (SWIFT et al., 2010).

A macrofauna do solo é constituída pelos invertebrados com mais de 10 mm de


comprimento e/ou 2 mm de diâmetro, que vivem no solo durante toda a vida ou em
algum estágio do seu ciclo biológico (Souza et al., 2015).

A macrofauna do solo inclui uma grande variedade de organismos edáficos maiores que
2 mm de tamanho (Bardgett e van der Putten, 2014) que contribuem para a
homogeneização do solo, melhoria da estrutura do solo (Siqueira et al., 2014) e,
portanto, aumentam a penetração das raízes e fluxos internos de ar e água (Brussaard et
al., 2007; Oliveira, 2008; Moura et al., 2015). Diversity Soil Macrofauana

Os animais da macrofauna do solo apresentam diâmetro corporal entre 2mm e 20mm e


podem pertencer a quase todas as ordens encontradas na mesofauna, excetuando-se
ácaros, colêmbolos, proturos e dipluros. Doc112

Vários são os fatores que podem ter influência na abundância, atividade, composição e
diversidade da fauna edáfica, como os edáficos (tipo de solo, minerais predominantes,
temperatura, pH, matéria orgânica, umidade, textura e estrutura), os relacionados à
vegetação (fisionomia e cobertura), os históricos (especialmente antrópico, mas também
geológico), os topográficos (posição fisiográfica, inclinação) e os climáticos
(precipitação, temperatura, vento, umidade relativa do ar). Assim, qualquer intervenção,
seja antrópica ou natural, pode potencialmente afetar a dinâmica da fauna do solo e, por
consequência, as funções ecológicas na qual ela está envolvida (MELO et al., 2009).
0103-99

Entre esses processos pode-se destacar a formação de agregados, decomposição da


matéria orgânica, a produção de húmus, a ciclagem de nutrientes e energia, o controle
biológico de pragas e de doenças, produção de metabólitos secundários (antibióticos,
hormônios, ácidos orgânicos, substâncias alelopáticas, e outros), a decomposição de
resíduos tóxicos, a purificação da água e a produção de alimentos (BIGNELL et al.,
2010; KORASAKI et al., 2013). 286 texto do artigo

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