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Universidade católica de Moçambique

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos


Licenciatura em Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos, 2 º ano,1º Semestre
Cadeira: Genética, Sementes e Viveiros Florestais
Trabalho Individual
Tema: Implantação do Viveiro Florestal na FAGREFF

Discente
Manuel Luís Paulo

Docente:
Dr. Virgílio Carménia Cossa

Lichinga, Maio de 2021


Índice

1.Introdução................................................................................................................................3

1.2 Objectivo...............................................................................................................................3

1.3 Implantação do Viveiro Florestal na FAGREFF..................................................................4

1.4 Área do Viveiro.....................................................................................................................4

1.5 Processo de Produção...........................................................................................................4

2.Descrição da Espécie............................................................................................................5

2.1 Descrição do Processo de Produção..................................................................................5

2.2 Preparo da área..................................................................................................................5

2.3 Fertilização........................................................................................................................5

2.4 Confecção dos Canteiros...................................................................................................5

2.5 Semeadura Manual............................................................................................................5

3. Irrigação..............................................................................................................................6

3.1 Aplicação de insecticida....................................................................................................6

3.2 Aplicação de Fungicidas...................................................................................................6

3.3 Poda de Raízes..................................................................................................................6

3.4 Retirada das Mudas...........................................................................................................6

3.5 Área de Instalação do Viveiro...........................................................................................6

4. Condições Climáticas do Local...........................................................................................7

4.1 Estruturação do Viveiro........................................................................................................7

4.2 Irrigação e Drenagem............................................................................................................7

4.3 Substrato............................................................................................................................8

4.4 Controle de Pragas e Patógenos........................................................................................9

4.5 Quebra Ventos......................................................................................................................9

5.Manutenção do Viveiro........................................................................................................9

5.1 Utilização da Madeira.....................................................................................................10


6. Conclusão..............................................................................................................................11

7.Referencias Bibliográficas.....................................................................................................12
1.Introdução

Viveiros florestais são superfícies de terreno, com características próprias, e destinam- se à


produção de mudas de espécies florestais, fornecendo condições favoráveis a essa fase
sensível das árvores, que inclui semente, germinação, plãntula e muda jovem, até que tenham
idade e tamanho suficiente para que possam ser levadas para o plantio, resistir às condições
adversas do meio e apresentar um bom crescimento.

Existem dois tipos de viveiros: temporário e permanente. O temporário é destinado à


produção de mudas em curto período de tempo, cumprindo as finalidades que se propõe e
logo é desactivado. Já o permanente é destinado a produzir mudas durante muito tempo e por
isso apresenta planeamento mais cuidadoso, custo elevado e instalações mais sofisticadas. O
viveiro utilizado será o permanente e a espécie cultivada será do género pinus elliottii.

Para melhor leitura, análise e interpretação dos assuntos tratados, o trabalho está organizado
fundamentalmente em três partes, a saber: Introdução, desenvolvimento e conclusão. A
conclusão espelha a organização e a forma de como foram trados os assuntos; o
desenvolvimento apresenta os conteúdos de maneira sintetizada para facilitar a compreensão
dos mesmos; e, a conclusão faz-nos lembrar a matéria sobre a qual a cadeira de Genética,
Sementes e Viveiros Florestais se ocupa. Por último, foi apresentada a origem das
bibliografias que constituem o suporte de todo tratado.

1.2 Objectivo

 O presente trabalho tem por objectivo a realização de implantação do viveiro florestal


na FAGREFF.

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1.3 Implantação do Viveiro Florestal na FAGREFF

Viveiros florestais são superfícies de terreno, com características próprias, e destinam-se à


produção, ao manejo e à protecção das mudas até que tenham idade e tamanho suficiente para
que possam ser levadas a campo, resistir às condições adversas do meio e ter um bom
crescimento.

No sistema de produção por raízes nuas, as mudas são produzidas no próprio solo do viveiro
e, posteriormente, retiradas sem substrato nas raízes e levadas para o campo. Praticamente
todas as operações podem ser mecanizadas, o que diminui em muito a mão-de-obra e
consequentemente, o custo de produção.

Segundo SIMÕES (l987) “O método mais natural é o plantio de sementes na cova, o que
permite melhor implantação do sistema radicular, de acordo com as características do sistema
radicular da própria espécie. Desde que não haja impedimento físico no solo, a raiz pivotante
pode crescer naturalmente, assim como, as raízes laterais. Com isso, sem inibição resulta em
maior crescimento da parte aérea e, por consequência, maior produção."

1.4 Área do Viveiro

A área na qual se planeia implantar o viveiro está localizada Bairro de Chiuaula Centro
Polivalente Cidade de Lichinga – Niassa, a quase 1km do centro da cidade, as coordenadas
geográficas de Lichinga são latitude-13,313°, longitude 35,241° e 1 349m de altitude.

Para determinar a área de implantação do viveiro, levou -se em consideração factores como a
proximidade com o mercado consumidor, as necessidades fisiológicas das espécies
escolhidas, a viabilidade económica e as características ideias para o melhor desenvolvimento
da produção de mudas, como o relevo, disponibilidade de água, rotas de a cesso, qualidade do
solo, drenagem, características edafoclimáticas, entre outras. Alguns dos factores de maior
relevância serão descritos no decorrer do presente projecto.

1.5 Processo de Produção

O processo de produção de plantas por raízes nuas segue diversas etapas que estão
interligadas. A espécie, produzirá 1 (uma) espécie florestal Pinus eliotti, que se caracteriza
pela melhor adaptação ao clima da região e ao sistema de produção de mudas por raízes nuas.

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2.Descrição da Espécie

Pinus elliottii

Os Pinus são plantas lenhosas pertencentes à família Pináceas, em geral arborescentes,


podendo atingir de 15 a 30 metros de altura, é uma árvore de rápido crescimento e, apresenta
uma elevada rentabilidade e qualidade para a extracção de resina, caracteristicamente, têm um
tronco rectilíneo que sustenta a copa.

Um atributo muito importante dessa espécie é a alta produção de resina, possibilitando a sua
exploração comercial, paralelamente à produção de madeira (REMADE, 2002)

2.1 Descrição do Processo de Produção

2.2 Preparo da área

No momento que antecede a instalação dos canteiros, deve -se preparar a área a fim de
melhorar as propriedades físicas do solo. Por isso, deve -se arar e gradear até uma
profundidade de pelo menos 25 cm. O emprego de enxada rotativa é, na maioria das vezes,
indispensável para se destorroar os torrões maiores.

2.3 Fertilização

Neste período também se efectua a correcção da acidez do solo e a aplicação de adubos. É


antecedida de uma análise do solo. Em geral são adicionados anualmente 7 toneladas/há de
matéria orgânica (mais comummente esterco.

O fertilizante, bem como a matéria orgânica são aplicados ao lanço sobre toda a área do
viveiro e incorporados, por ocasião da ração.

2.4 Confecção dos Canteiros

Os canteiros serão construídos seguindo as dimensões padrão descritas em literatura, a fim de


se obter melhor aproveitamento da área e oferecer condições favoráveis para a execução de
tarefas nos mesmos. Terão 0,9 metros de largura e 58 metros de comprimento; canteiros com
o comprimento muito extenso podem dificultar a transição entre eles. Entre os canteiros serão
deixados espaços para o deslocamento de 0,60 metros.

2.5 Semeadura Manual

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A produção de manual neste tipo de viveiro é pouco utilizada, sendo recomendada apenas
para viveiros de pequenas dimensões. A distribuição das sementes deve ser em linha, usando-
se em geral duas alternativas de semeadura.

3. Irrigação

Após a semeadura, é realizada irrigação por aspersão, duas vezes ao dia, em média.

3.1 Aplicação de insecticida

Tendo em vista a possibilidade de ocorrência de ataque de pulgão em mudas de Pinus, é


realizada a aplicação preventiva mensal de insecticida sistémico sobre os canteiros

3.2 Aplicação de Fungicidas

É realizada aplicação preventiva de fungicidas, a cada quinze dias. Podem ser usados
alternadamente, Benlate e Captan, visando a prevenção contra uma diversidade maior de
classes de fungos.

3.3 Poda de Raízes

É efetuada a primeira poda no período de 3 meses após a semeadura. Tem o objectivo de


evitar o desenvolvimento excessivo da raiz principal, dificultando posteriormente a retirada
das mudas. Sua execução deve ser realizada quando o substrato estiver húmido, sendo que
substratos secos tendem a friccionar as raízes, causando injúrias às mudas. Após a poda dos
canteiros, as mudas devem ser imediatamente irrigadas.

3.4 Retirada das Mudas

A segunda poda é realizada por ocasião da retirada das mudas dos canteiros. É realizada a
mesma operação anterior e em seguida, retira-se manualmente as mudas e poda -se até 50%
do comprimento das raízes secundárias. Nesta mesma operação é efetuada a selecção das
mudas em 3 classes de qualidade, observando-se a altura, o diâmetro do colo, presença de
ramificações laterais do caule, coloração das acículas entre outros.

3.5 Área de Instalação do Viveiro

O local seleccionado se enquadra muito bem nos requisitos económico, climático, topológico
e logístico necessário para a instalação do viveiro para produção de plantas de raízes nuas.

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 Possui uma área na forma de relevo relativamente plano, apresentando uma
declividade suficiente para uma boa drenagem;

 Por estar às margens de uma rodovia, á uma grande facilidade no acesso, o que é um
ponto positivo na comercialização e escoamento da produção. Por outro lado, facilita a
disseminação de pragas o que necessitará de um plano de controlo de pragas eficiente;

 Há suprimento de água nas proximidades, o que é fundamental para a produção de


mudas, pois necessitam de água abundante e de boa qualidade;
 É um a área com grande iluminação solar;
 Clima ameno e chuvoso, sendo o inverno bastante frio; Devem-se ter alguns cuidados
antes de instalar as estruturas necessárias, como fazer a limpeza da área, com a
retirada de entulhos, eliminação de formigas e outras pragas, entre outras actividades,
a fim de evitar problemas futuros.

4. Condições Climáticas do Local

O cultivo de plantas de raízes nuas na FAGREFF pode ser estratificado em zonas naturais, em
função da categoria de aptidão agro-ecológica.

4.1 Estruturação do Viveiro

Um viveiro para a produção de mudas de raiz nua, necessita de menor quantidade de


estruturas em relação a outros tipos de viveiros. Além das áreas de bem feitorias, com casa de
viveirista, este tipo de produção necessita de uma irrigação eficiente e bem estruturada, e
canteiros planejados de modo a atender a demanda do viveiro.

4.2 Irrigação e Drenagem

O sistema de irrigação a ser utilizado será o de aspersão, uma vez que atende melhor a uma
grande produção de mudas. Deve-se atentar para a qualidade e quantidade de água, sendo que
em condições normais devem-se fazer duas irrigações diárias, sendo uma pela manhã e outra
no final da tarde. Um bom sistema de drenagem é fundamental para evitar que a água oriunda
da irrigação e chuvas fique estagnada, o que propiciaria o aparecimento de patógenos e
dificultaria o deslocamento de trabalhadores entre os canteiros.

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Neste viveiro será adoptado o sistema de drenagem em que o caminho de locomoção dos
funcionários servirá como canaleta para o escoamento da água. Para isso, o caminho será feito
um pouco mais baixo em relação aos canteiros de produção e o piso do viveiro (caminhos)
será composto por uma camada de brita, uma camada de solo cascalhado e compactado e o
solo natural.

4.3 Substrato

Sua principal função é sustentar a planta e fornecer lhe nutrientes, água e oxigénio. O
substrato deve apresentar boas características físicas e químicas, sendo as físicas as mais
importantes, uma vez que a parte química pode ser mais facilmente manuseada pelo técnico.
O viveiro de raiz nua trabalha com as mudas dispostas directamente no solo, entretanto, é
necessário viabilizar a germinação das sementes e melhor desenvolvimento possível das
mudas através de tratamentos aplicados ao solo como forma directa de substrato. No preparo
do solo, deve -se atentar para não deixa -ló ser muito compacto, para não prejudicar a aeração
e o desenvolvimento das raízes; apresentar substâncias orgânicas, para melhorar a agregação e
aumentar a capacidade de troca catiônica e a retenção de água; e deve estar isento de sementes
de plantas indesejáveis, de pragas e de microrganismos patogénicos.

Na escolha do subsolo que será utilizado como substrato, deve-se dar preferência aos solos
arenso-argilosos, pois estes apresentam boa agregação, permitem uma boa drenagem da água,
não apresentam problemas para o desenvolvimento das raízes, possui boa capacidade de reter
úmidade e apresentam coesão necessária para a agregação ao sistema radicular.

É utilizada principalmente com mudas que são produzidas em sacos plásticos. É importante se
fazer uma análise química, para verificar a necessidade ou não, de uma correcção do pH, uma
vez que espécies folhosas desenvolvem -se melhor em solos com pH na faixa de 6,0 a 6,5.

Para a retirada da terra deve-se remover uma camada superficial de aproximadamente 20 cm,
para que a terra a ser usada no viveiro não seja acompanhada por sementes de plantas
indesejáveis. Para melhorar as propriedades do solo, serão adicionados em média 7
toneladas/há de esterco bovino anualmente, pois quando bem curtido, muito contribui para
melhorar as condições físicas, químicas e biológicas do substrato, além de fornecer vários
nutrientes essenciais às plantas. Ele aumenta a capacidade de troca catiônica, a capacidade de
retenção de água, a porosidade do solo e a agregação do substrato, as quais são mais
importantes que os elementos químicos e nutrientes adicionados pelo esterco.

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O valor do esterco como fertilizante depende de vários factores, dentre os quais o grau de
decomposição em que se encontra e os teores que ele apresenta de 20 diversos elementos
essenciais às plantas. O esterco bem curtido é útil misturado com outros substratos,
proporcionando resultados semelhantes ao do composto orgânico, porém inferiores. Seguindo
recomendações da literatura, para a estruturação dos canteiros, será considerada uma altura de
0.1 m acima do solo. Através dos dados de área útil de canteiro.

4.4 Controle de Pragas e Patógenos

Antes da construção do viveiro é preciso adoptar algumas estratégias e tácticas de controlo


para combater formigas e cupins, principalmente a limpeza ao redor da área.

É necessário fazer a manutenção do viveiro periodicamente, tomando diversas medidas


preventivas e observando que se deve fazer o controlo químico de pragas quando a área
afectada corresponder de 2 à 5 % do canteiro, de modo que isto se calcula através de uma
amostragem por parcelas. É importante salientar que a adição de tácticas de controlo
mecânico durante o quotidiano do viveiro também se faz necessária para ajudar ao controle
das pragas. Algumas das principais pragas de viveiro são Atta spp Acromyrtex spp.,Grilos
assimilis, Armitermes spp e Heterotermes spp.

O principal tipo de controlo para essas pragas será o controlo químico, o qual apresenta alta
eficiência. O ataque de patógenos pode ser facilitado pelo sistema de irrigação, que mantêm a
umidade elevada, e pelas altas temperaturas do ar que favorecem seu desenvolvimento.

4.5 Quebra Ventos

Os quebra-ventos agem directamente sobre o ambiente de três maneiras:

 Sombreando parcial e temporariamente a cultura, absorvendo água e nutrientes do solo


e diminuindo a velocidade do vento. Em decorrência destas interferências, há uma
modificação no microclima que, por sua vez, induz alterações nos processos
fisiológicos e nas características da cultura protegida.

5.Manutenção do Viveiro

Algumas actividades de manutenção do viveiro devem ser feitas, entre elas:

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 Desbaste: devido ao fato de colocar cinco sementes por recipiente, grande parte dos
recipientes apresentarão mais de uma muda, sendo necessária a realização de desbaste,
deixando apenas uma muda por recipiente, sendo a de melhor forma, mais vigorosa e
centralizada;

 Capinas manuais: eliminação das plantas espontâneas que eventualmente crescem nos
recipientes, devendo ser precedida de farta irrigação.

 Limpeza da área: deve-se ficar atento para manter a área limpa para que evite
problemas com pragas;

 Sistema de drenagem: quando necessário deve -se fazer uma reforma deste;

5.1 Utilização da Madeira

A madeira pode ser utilizada para construções leves ou pesadas, construção de barcos,
produção de laminados, compensados, chapas de fibras e de partículas e produção de celulose
de fibra longa.

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6. Conclusão

A implantação do viveiro florestal, propicia uma boa fonte de renda. Por tanto chegando a
este ponto conclui-se que antes da construção do viveiro é preciso adoptar algumas estratégias
e tácticas de controlo para combater formigas e cupins, principalmente a limpeza ao redor da
área.

Portanto, endereço os meus grandiosos agradecimentos ao docente da cadeira pela elevada


estima e consideração manifestadas aquando de gestão e/ou administração das aulas e, ainda,
pela oportunidade que me foi proporcionada permitindo-me aquisição de conhecimentos
inerentes à área de Genética, Sementes e Viveiros Florestais.

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7.Referencias Bibliográficas

EMBRAPA Embrapa Florestas. Sistema de produção. Disponível em:


<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Pinus/CultivodoPinus/apresentaç
ão. htm>. Acesso em 19 Nov. 2010. Notas de Aula da disciplina de Viveiros Florestais.

SCHORN, Lauri Amândio. SILVICULTURA II, Roteiro de projecto de viveiro florestal.

REMADE - Revista da Madeira. n. 12, ano. 12 - Dezembro de 2002. Disponível em:


http://www. remade.com.br/pt/revista_capa.php? edicao=68 >. Acesso e m: 26 Jan. 2007.

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