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CAPITULO I. INTRODUÇÃO
1.1. Generalidades da cultura de milho
O milho (Zea mays) teve origem na América central, é uma planta que apresenta uma
grande capacidade de adaptação em diversos climas, sendo plantado praticamente em
todas regiões do mundo (Matos, 2007).
(Melo & Casimiro, 2017) salientam que o milho é uma planta que possui alta qualidade
nutritiva com vasta variedade genética e uma grande adaptabilidade, com isso é
considerado cereal mais produzido no mundo. O milho é classificado como o terceiro
cereal mais cultivado no mundo depois do trigo e arroz (Ferreira, 2012).
A (FAO, 2012), reporta que, o milho é o cereal mais cultivado no mundo, com uma
produção superior a 840 milhões de toneladas e teve a produtividade média de 5.194 kg
ha-1 na campanha 2009/2010, sendo que os EUA e China destacados melhores
produtores desta cultura.
0 ataque sobre o Zea mays pode ser observado desde a fase de plântula até a fase de
panícula e a formação de espigas. (Oliveira, Roel, Arruda, & Marques, 2006).
O controlo de pragas é geralmente realizado com produtos químicos, que por sua vez,
alem de terem sempre uma boa eficiência, criam muitos problemas, como destruição de
inimigos naturais, deixam resíduos em alimentos, prejudicam a saúde do aplicador e
consumidor, providenciam aparecimento de populações de pragas resistentes aos
produtos químicos (insecticidas), entre outros efeitos directos e indirectos (Roel,
Vendramim, Frighetto, & Frighetto, 2000).
Para tal, se teve a iniciativa de optar em usar outros métodos de controlo, pelo qual
inclui a utilização de produtos naturais que sejam pouco agressivos ao meio ambiente,
dentre eles pode ser citada a utilização de insecticidas botânicos, ou seja, de origem
vegetal (Roel, Vendramim, Frighetto, & Frighetto, 2000).
Definição de Problema
Justificativa
Em Moçambique, a maior parte da população pratica agricultura, envolvendo-se no
cultivo de várias culturas para sua alimentação e comercialização dos seus excedentes
de forma a suprir suas necessidades. Com particularidade para o distrito de Montepuez,
a maior parte dos produtores apostam a cultura do milho, onde a produção deste
constitui a base alimentar e fonte de rendimento, o milho é uma das culturas
indispensável pelos pequenos agricultores devido o seu alto potencial nutritivo e suas
diversas utilidades.
Por tanto, sendo os extractos vegetais consideradas uma das alternativas viáveis para o
controlo de pragas, objectivou-se comparar cinco pesticidas botânicos no controlo da
lagarta do funil (Spodoptera frugiperda) na cultura de (Zea mays L.).
Objectivos
Objectivo geral:
Objectivos específicos:
Hipóteses:
No que tange a migração, a lagarta do funil de milho, tal como outras mariposas do
género Spodoptera, possuem hábito migratório e hábito de dispersão localizado. No
hábito migratório, as mariposas podem migrar mais de 500 km antes da oviposição
(Prasanna, Huesing, Eddy & Peschke, 2018).
A LFM geralmente tem seis instares larvais. As larvas jovens são esverdeadas com a
cabeça preta, no segundo instar observa-se a cabeça mais laranja. As larguras das
capsulas da cabeça variam de cerca de 0,3 mm (instar 1) a 2,6 mm (instar 6) e o
comprimento das larvas compreende de 1 mm a 45 mm respectivamente. No segundo
instar, mas em particular no terceiro instar torna-se acastanhada a superfície dorsal do
corpo e começam a se formar as linhas laterais brancas. Do quarto ao sexto instar a
cabeça é castanha-avermelhada e o corpo acastanhado possuindo linhas subdorsais e
laterais brancas (Prasanna et al, 2018).
A cabeça da larva possui saturas que se cruzam formando um “y” invertido, sendo uma
importante característica da espécie (Sarmento, et al., 2002).
As larvas tendem a se esconder durante o período mais claro do dia. Esta fase larval
dura cerca de 14 dias durante os meses quentes de verão e 30 dias durante meses frios
(Prasanna et al, 2018). Como não bastasse (Sarmento, et al., 2002) referenciam ainda
que de acordo com as condições climáticas, o período larval pode variar de 12,1 a 29,7
dias.
2.2.3. Hospedeiros
A lagarta do funil de milho (Spodoptera frugiperda) pode ocasionar perdas de até 38%
na produção, sendo que o estágio mais sensível da planta está compreendido em 8 a 10
folhas, ou então, até em torno dos 40 dias de idade (Coelho, et al., 2011).
Vários produtos químicos (pesticidas) foram avaliados e têm sido avaliados no controlo
dessa praga. Porem, tem demostrado insucessos no controlo da praga devendo-se a
métodos inadequados de aplicação e/ou aa aplicação tardia. Portanto, sugere-se a
utilização de medidas de controlo logo que as primeiras larvas aparecem, aplicando o
insecticida directamente no funil da planta (Cruz, 1995).
2.3. Pesticidas botânicos
De acordo com (Kathrina & António, 2004; Wiesbrook, 2004) as principais vantagens
da aplicação de pesticidas botânicos são:
São rapidamente degradados pela luz solar, ar, humidade, chuva. A degradação
rápida quer dizer que possuem baixa persistência, possuindo desta forma menor
risco de as pragas desenvolverem resistência e apresentando risco reduzido para
organismos benéficos, o que admite que sua aplicação seja feita um pouco antes
da colheita do alimento.
Possuem uma Acção rápida, apesar de a morte não possa suceder no mesmo
instante, horas ou dias, porém, os insectos podem parar de se alimentar
imediatamente apos a pulverização do pesticida botânico.
Têm baixa a regulada toxicidade. Bastantes pesticidas botânicos possuem baixa
a moderada toxicidade aos mamíferos.
São Selectivos. A degradação rápida que possuem e o curto tempo residual
fazem destes mais selectivos a alguns insectos-praga e baixos prejuízos aos
insectos benéficos.
Fitotoxicidade. Na maioria dos pesticidas botânicos não são tóxicos para as
plantas (fitotóxico) nas dosagens recomendadas. Porém, alguns pesticidas como
o caso de saponáceos, sulfurosos e sulfato de nicotina podem ser tóxicos a
alguns vegetais e ornamentais.
Disponibilidade e custo. Os pesticidas botânicos (biopesticidas) são de baixo
custo quando se coincide de material vegetal com substancias solúveis em agua
e podem ser fabricados na propriedade rural (campo ou machamba).
Os mesmos autores acima referenciados (Kathrina & António, 2004; Wiesbrook, 2004)
apontam as desvantagens dos pesticidas botânicos, sendo elas:
O uso de extractos de plantas com o poder insecticida possui algumas vantagens quando
comparada aos sintéticos: são facilmente degradáveis, renováveis, não contaminam o
meio ambiente. Por outro lado, são seguros aos operadores e de baixo custo, os
biopesticidas tornam se acessíveis aos pequenos produtores (Oliveira, Roel, Arruda, &
Marques, 2006).
Classificação taxonómica do rícino de acordo com (Milani, Júnior & Sousa, 2009):
As sementes da planta contêm ricina, alcalóide muito toxico sendo prejudicial para
animais e seres humanos, por outro lado, suas folhas possuem baixa concentração da
ricina (Peron & Ferreira, 2012).
2.3.3. Eucalipto
2.3.4. Alho
Os extractos de alho têm um modo de acção de repelência e por outra possui também
uma acção sistémica, uma vez que a planta absorve o seu extracto. O cheiro do alho
altera o cheiro natural que cada planta produz, mas por sua vez os extractos não alteram
o odor dos produtos tratados. Pode ser usado como repelente de insectos, faz o controlo
de insectos sugadores e mastigadores. (Kathrina & António, 2004).
2.4. Cultura do milho
O milho (Zea mays L.) é uma planta que teve sua origem na América central,
concretamente no México e foi se espalhando pelo mundo nos meados do seculo XV
(OGTR, 2008).
No que diz respeito a domesticação da cultura, Galinat (1998) menciona dois eventos da
domesticação do milho, sendo que o primeiro evento foi por meio da domesticação a
partir do teosinte [Z. mexicana (Schrad.) Kuntze] por volta de 8000 anos de onde o
milho adquiriu muitas características agronómicas e perdeu sua capacidade de
sobrevivência sem a intervenção do humana; a segunda aconteceu no seculo XX e foi
por meio de linhagens exogénicas para a produção de sementes, uma transformação que
originou plantas uniformes com características agronómicas superiores.
O milho é o cereal mais produzido no mundo, sendo que a produção mundial do cereal
aumentou de 453 milhões de toneladas obtidas no final da década de 80 para as actuais
860,1 milhões de toneladas estimadas na campanha agrícola 2011/2012, o que
corresponde a um aumento de 90% (Demarchi, 2011).
A importância económica do milho está na sua diversidade de utilização que vai desde a
alimentação humana, animal, até a industria de alta tecnologia pata a produção de ração
e outros derivados (Demarchi, 2011). Já na dieta humana, esse cereal constitui uma
importante fonte de vitamina B1, B5, C, e fosforo e manganês (Okoruwa & Kling,
1996, citando OGTR, 2008).
O milho é uma planta robusta e erecta que resulta de uma selecção natural e da
domesticação. A cultura apresenta uma polinização cruzada, facto este, faz com que na
natureza a população deste cereal seja heterogénea (Edmeades et al, 1997).
A folha do milho é constituída por bainha, lígula e aurícula onde, a folha é longa,
ondulada e estreita em direcção a um ponto, o suporte da folha é feito por meio de uma
nervura central que passa no meio da folha (Plessis, 2003).
A espiga da cultura do milho forma-se em uma ou mais ramificações laterais, sendo que
usualmente a espiga forma-se na metade do colmo e dependendo da adaptabilidade das
condições do local, a planta pode ter mais de uma espiga (Plessis, 2003). O seu grão é
uma cariopse característica das gramíneas, cujo o pericarpo é derivado da parede do
ovário e pode ser incolor ou vermelho e, no seu interior encontrasse endosperma e o
embrião (Magalhães et al. 2002).
CAPITULO III. MATERIAIS E METODOS
3.1. Materiais
Para preparar os pesticidas botânicos, foi usado 1000g de folhas frescas, trituradas com
um pilão. As partes da planta esmagadas foram colocadas num balde plástico contendo
5 litros de água. A mistura foi deixada sedimentar durante 24 horas e a suspensão
aquosa foi filtrada através de tecido/pano de algodão limpo, obtendo-se desta forma
uma solução concentrada de 10%. com agitação ocasional para a total extracção do
conteúdo.
3.2. Método
A preparação do terreno foi feita na quarta semana de Dezembro, que consistiu numa
lavoura mecanizada com uma profundidade de 30 cm e na mesma semana se fez a
gradagem com uma profundidade de 10cm.
3.2.6.2. Sementeira
Fez-se a sementeira usando três sementes por covacho num compasso de 70cm entre as
linhas e 30cm entre os covachos dentro da linha.
3.2.6.3. Adubação
Durante a condução do ensaio foi feita uma adubação, sendo ela de cobertura, foi
realizada 46 dias depôs da sementeira na base da Ureia.
3.2.6.4. Desbaste
Esta actividade foi realizada 3 semanas depois da sementeira, essa actividade foi feita
com objectivo de obter duas plantas por covacho.
3.2.6.5. Sacha
Foram feitas 3 sachas, a primeira foi no dia 17 de Janeiro, a segunda foi realizada no dia
06 de Fevereiro e a última no dia 03 de Março, com o objectivo de manter o campo livre
de infestantes.
3.2.6.7. Colheita
A colheita foi feita apôs a cultura ter atingido seu ponto de colheita, em diante fez-se a
secagem num ambiente fechado sem a intervenção directa da radiação solar durante 6
dias depois da colheita sendo que o objectivo da secagem foi de reduzir o teor da
humidade do milho. Após a secagem fez-se a debulha que durou um dia culminando
com a pesagem.
Para obtenção deste parâmetro mediu-se da base do caule até a parte terminal da
inflorescência da cultura. Para o efeito de plantas usadas como amostras foram
seleccionadas 21 plantas por parcela, tendo sido medidas 3 plantas por linha escolhidas
aleatoriamente.
3.2.7.2. Efeito dos pesticidas botânicos
Mediu-se essa variável através da observação e contagem das plantas atacadas por
parcela.
Desta feita para atingir os objectivos do estudo teve de se ter em consideração algumas
variáveis como: stand inicial e final, altura da planta, peso de espigas, peso de 100
sementes ou grãos, número de grãos por espiga e o rendimento.
Para se obter o peso de espigas usou-se uma balança de precisão com a capacidade de
500g onde pesou-se cada espiga e depois fez-se o somatório para obter a média, como
não bastasse usou-se também uma outra balança de precisão com capacidade de 50 kg
tendo uma margem de erro de 10 g, nesta última balança pesou-se de uma vez as
espigas.
Para a determinação de número de grãos por espiga, foram escolhidas 15 espigas por
parcela, de seguida foram contadas as sementes que cada espiga apresentava e achou-se
a média de grãos por espiga em cada parcela.
Para se ter este parâmetro, primeiro fez a debulha do milho de todas as parcelas,
seleccionou-se ao acaso 500 sementes em cada parcela das quais foram separadas em 5
grupos de 100 sementes, de seguida foi feita a pesagem de cada 100 sementes e fez se o
somatório dos pesos para se obter as respectivas médias, é de salientar que foram
pesadas com ajuda de uma balança de precisão com capacidade de 500g. considerou-se
a humidade de 13% para todas as parcelas.
A expressão stand inicial refere-se o numero total de plantas existentes depois de ter se
efectuado o desbaste e stand final o numero total de plantas sobreviventes ate a fase de
colheita.
3.2.8.5. Rendimento
PGT ∗( 100−H % ) / 87
Rendimento (kg/ha) = x 10000 m2
Area util (m 2)
Tabela 2. Referente a incidência da praga nos tratamentos, num período em que a idade
da cultura era de 30 dias.
Bloco/Tratamento T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
B1 3 6 9 4 7 15 11
B2 9 0 2 16 9 5 21
B3 4 9 10 14 19 8 19
MEDIA 5,3 5 7 11,3 11,7 9,3 17
Bloco/Tratamento T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
B1 14 19 14 7 29 15 18
B2 15 19 11 22 34 9 51
B3 6 24 15 30 15 8 26
MEDIA 11,7 20,7 13,3 19,7 26 10,7 31,7
Nas duas ultimas aplicações, a terceira e quarta aplicação notou-se uma decrescente
população da praga em todos os tratamentos, mesmo na testemunha onde não houve
nenhuma aplicação.
Bloco/Tratamento T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
B1 0 5 14 3 13 9 12
B2 0 12 4 7 15 15 34
B3 0 12 12 6 8 7 5
MEDIA 0 9,7 10 5,3 12 10,3 17
Tabela 5. Incidência da praga nos tratamentos, na ultima aplicação com uma idade de 50
dias.
Bloco/Tratamento T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
B1 0 3 6 2 3 3 9
B2 0 4 0 0 7 5 8
B3 0 10 10 3 2 2 8
MEDIA 0 5,7 5,3 1,7 4 3,3 8,3
No que diz respeito ao efeito dos pesticidas botânicos que foram testados sobre o
rendimento, observou-se que o tratamento onde foi aplicado a integração de piripiri-
cebola-alho foi o mais eficiente, visto que na terceira aplicação já não apresentava a S.
frugiperda em suas plantas, de seguida foi o tratamento onde aplicou-se a margosa que
teve menor incidência da praga, não tendo taxas elevadas de danos da lagarta do funil,
mas um valor quase sempre constante.
Tabela 6. Referente as médias de número de praga obtidas nos tratamentos depois das
aplicações.
Numero de Pragas/Planta
20.000
18.000 18.500
16.000
14.000 13.417
12.000
10.250
10.000 9.500 8.917 8.417
8.000
6.000
4.000 4.250
2.000
0.000
ha sa ai
a s sa i ri
un go nu go rin pi
ar ap ici ar et iri
m .P R rm .p
s te s.M to M
pe la
Te no lip Cy e bo
ci ca .c
Rí Eu ho
Al
Numero de Pragas/Planta
Danos
Demarcação
Sementeira
Ressementeira
Sacha
Desbaste
Pulverização
Adubação
Colheita B
Debulha x
Recolha de
dados
Processamento x x
de dados
x
Preparação do
relatório final
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