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Palavras chaves: Spodoptera frugiperda, biopesticidas, milho

CAPITULO I. INTRODUÇÃO
1.1. Generalidades da cultura de milho

O milho (Zea mays) teve origem na América central, é uma planta que apresenta uma
grande capacidade de adaptação em diversos climas, sendo plantado praticamente em
todas regiões do mundo (Matos, 2007).

(Melo & Casimiro, 2017) salientam que o milho é uma planta que possui alta qualidade
nutritiva com vasta variedade genética e uma grande adaptabilidade, com isso é
considerado cereal mais produzido no mundo. O milho é classificado como o terceiro
cereal mais cultivado no mundo depois do trigo e arroz (Ferreira, 2012).

A (FAO, 2012), reporta que, o milho é o cereal mais cultivado no mundo, com uma
produção superior a 840 milhões de toneladas e teve a produtividade média de 5.194 kg
ha-1 na campanha 2009/2010, sendo que os EUA e China destacados melhores
produtores desta cultura.

As regiões agro-ecológicas de moçambique são favoráveis para a produção do milho


(Zea mays), mas os rendimentos que são obtidos estão muito alem das expectativas
devido a vários factores, dentre eles, o ataque de lagarta de funil. Nos últimos anos, a
lagarta do funil tem sido a principal responsável na redução da qualidade e quantidade
de milho a nível das pequenas e grandes explorações no norte do país em particular no
distrito de Montepuez.

De acordo com Instituto de Investigação Agraria de Moçambique - IIAM (2012) o


rendimento médio da cultura de milho está em torno de 734,2 kg/ha na região norte,
945,2 kg/ha na região centro e 413,4 kg/ha na região sul do país. A nível da África,
estas medias são superadas, Africa do sul (2600 kg/ha), Malawi (1100 kg/ha) e Quénia
(1500 kg/ha), tal como referi IIAM (2006).

Em Montepuez o milho é cultivado em regime de sequeiro em consociação com a


mandioca, feijão bóer e feijão nhemba. O distrito de Montepuez faz parte da zona agro-
ecológica R7 onde o rendimento do milho é estimado em 643kg/ha por agregado
familiar (Walker et al, 2006).
Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (Lepidóptera: Noctuidae)

A lagarta do funil de milho (Spodoptera frugiperda), é actualmente considerada a


principal praga da cultura de milho nas regiões tropicais. Esta lagarta teve sua origem na
América Central e do Sul. Em Africa esta lagarta (Spodoptera frugiperda) foi observada
pela primeira vez na Nigéria no ano de 2016, recentemente foi detectada nos países da
SADC tais como África do Sul, Zimbabwe, Zâmbia, Namíbia, Malawi e Swazilândia
(MASA, 2017).

A lagarta do funil do milho (Spodoptera frugiperda J. E. Smith, 1797) é actualmente


considerada a praga chave da cultura do milho, provocando danos em toda sua fase
vegetativa (Siloto, 2002).

0 ataque sobre o Zea mays pode ser observado desde a fase de plântula até a fase de
panícula e a formação de espigas. (Oliveira, Roel, Arruda, & Marques, 2006).

O controlo de pragas é geralmente realizado com produtos químicos, que por sua vez,
alem de terem sempre uma boa eficiência, criam muitos problemas, como destruição de
inimigos naturais, deixam resíduos em alimentos, prejudicam a saúde do aplicador e
consumidor, providenciam aparecimento de populações de pragas resistentes aos
produtos químicos (insecticidas), entre outros efeitos directos e indirectos (Roel,
Vendramim, Frighetto, & Frighetto, 2000).

Para tal, se teve a iniciativa de optar em usar outros métodos de controlo, pelo qual
inclui a utilização de produtos naturais que sejam pouco agressivos ao meio ambiente,
dentre eles pode ser citada a utilização de insecticidas botânicos, ou seja, de origem
vegetal (Roel, Vendramim, Frighetto, & Frighetto, 2000).

Definição de Problema

A introdução nos últimos anos da praga da Lagarta do funil de milho (Spodoptera


frugiperda) em Moçambique está a comprometer a produtividade, os produtores optam
em usar produtos químicos em doses elevadas com maior frequência na aplicação para o
controle da lagarta do funil, e isso é extremamente fatal porque para além de ameaçar ao
meio ambiente, intoxica as plantas e os grãos que são consumidos pelos humanos.

A grande parte da população é proveniente da agricultura do sector familiar, com isso,


vem proporcionando baixos rendimentos, uma vez que, a maior parte destes produtores
não têm recursos para a compra de insumos, em especial os pesticidas.
De forma a minimizar o uso de agro-tóxicos que por sua vez são caros, com efeito
negativo ao ambiente e nem todos produtores conseguem aderir, o presente trabalho
pretende trazer informações que poderão apoiar os produtores do sector familiar e os
demais a aproximarem ou mesmo atingir as potencialidades da cultura.

Justificativa
Em Moçambique, a maior parte da população pratica agricultura, envolvendo-se no
cultivo de várias culturas para sua alimentação e comercialização dos seus excedentes
de forma a suprir suas necessidades. Com particularidade para o distrito de Montepuez,
a maior parte dos produtores apostam a cultura do milho, onde a produção deste
constitui a base alimentar e fonte de rendimento, o milho é uma das culturas
indispensável pelos pequenos agricultores devido o seu alto potencial nutritivo e suas
diversas utilidades.

A identificação dum bom pesticida botânico incrementaria o aumento da produtividade


na região, reduzindo assim a poluição ambiental, a taxa de desemprego nas famílias
rurais e aumentando as suas divisas.

No que tange aos intervenientes da agricultura, em particular os produtores da cultura


do milho, a realização deste trabalho é de extrema importância visto que se observa falta
de informação dos pesticidas botânicos e servirá para o conhecimento de extractos no
controlo de lagarta do funil.

Por tanto, sendo os extractos vegetais consideradas uma das alternativas viáveis para o
controlo de pragas, objectivou-se comparar cinco pesticidas botânicos no controlo da
lagarta do funil (Spodoptera frugiperda) na cultura de (Zea mays L.).

Objectivos
Objectivo geral:

 Avaliar cinco (5) pesticidas botânicos na eficiência de controlo da Lagarta do


funil (Spodoptera frugiperda) na produtividade da cultura de Milho (Zea mays)
nas condições agro-ecológicas do Posto administrativo de Mapupulo-
Montepuez.

Objectivos específicos:

 Determinar a densidade da lagarta do funil nos diferentes tratamentos;


 Determinar os parâmetros de rendimentos;
 Comparar o nível de danos da praga da lagarta do funil entre os diferentes
pesticidas botânicos em estudo.
 Identificar o pesticida botânico mais eficiente no controlo da praga da lagarta do
funil na cultura de milho.

Hipóteses:

O estudo testará as seguintes hipóteses:

 Ho: Pesticidas botânicos não são efectivos no controlo da lagarta do funil na


cultura de milho (não há diferenças significativas entre os tratamentos);
 H1: Pelo menos um dos pesticida botânico é eficiente no controlo da lagarta do
funil na cultura de milho (há diferenças significativas entre os tratamentos).
CAPITULO II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Para se estudar um certo organismo é preciso, primeiro, fazer sua classificação,


ordenando-o em certos grupos ou categoria. Sendo que, a ciência que trata da
classificação dos seres vivos é designada Sistémica ou Taxonomia (Sarmento, et al.,
2002).

2.1. Classificação taxonómica da Spodoptera frugiperda por Smith (1797):

Reino: Animal; Filo: Arthropoda; Classe: Insecta; Ordem: Lepidoptera; Família:


Noctuidae; Género: Spodoptera (Laphygma); Espécie: Spodoptera frugiperda.

2.2. Descrição da Spodoptera frugiperda (Lagarta do funil)

A Spodoptera frugiperda foi confirmada em 1797 como praga da cultura de milho, na


Geórgia, nos Estados Unidos. Primeiramente teve o nome de Phalaena frugiperda, com
o passar dos tempos, tem mudado de nome enumeras vezes, sendo actualmente
designada de Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797) (Lepidoptera : Noctuidae)
(Cruz, 1995).

A Lagarta do funil de milho, conhecida cientificamente por Spodoptera frugiperda (J.


E. Smith) é originária da América Central e do Sul. A lagarta do funil de milho é uma
praga polífaga que pode atacar mais de 80 culturas diversas entre elas, arroz, mapira,
trigo, contudo, o milho constitui o principal hospedeiro da praga. Ministério de
Agricultura e Segurança Alimentar - (MASA, 2017).

No que tange a migração, a lagarta do funil de milho, tal como outras mariposas do
género Spodoptera, possuem hábito migratório e hábito de dispersão localizado. No
hábito migratório, as mariposas podem migrar mais de 500 km antes da oviposição
(Prasanna, Huesing, Eddy & Peschke, 2018).

2.2.1. Ciclo da Spodoptera frugiperda

O ciclo da Spodoptera frugiperda é completado em cerca de 30 dias (a uma temperatura


diária de 28oC) durante os meses quentes de verão, mas pode se estender ate 60 a 90
dias em temperaturas mais baixas.

O ciclo da Lagarta do funil é do tipo holometabólico, possuindo as etapas de ovo, larva,


pupa e adulto (Sarmento, et al., 2002).
2.2.2.1. Estágio do Ovo

O ovo da Spodoptera frugiperda é em forma esférica, mede cerca de 0,4 mm de


diâmetro e 0,3 mm de altura. O numero de ovos por massa varia de 100 a 200 e a
produção de ovos por fêmea é de cerca de 1.500, com um máximo de 2.000. a LFM
deposita os seus ovos em camadas, sendo na maioria das vezes espalhadas sobre uma
única camada presa aa folhagem. A duração do estágio do ovo é de apenas 2 a 3 dias
durante os meses quentes de verão (Prasanna et al, 2018).

O ovo da Spodoptera frugiperda possui uma coloração verde-clara, após a oviposição,


depois de meio dia ou 15 horas de tempo apresenta uma coloração alaranjada. Porém,
próximo de nascimento das larvas, o ovo mostra-se com uma cor escura, devido a
cabeça preta da larva, que pode ser observada a partir da casca. O ovo apresenta uma
forma circular com diâmetro de 0,39 mm (Cruz, 1995).

2.2.2.2. Fase larval

A LFM geralmente tem seis instares larvais. As larvas jovens são esverdeadas com a
cabeça preta, no segundo instar observa-se a cabeça mais laranja. As larguras das
capsulas da cabeça variam de cerca de 0,3 mm (instar 1) a 2,6 mm (instar 6) e o
comprimento das larvas compreende de 1 mm a 45 mm respectivamente. No segundo
instar, mas em particular no terceiro instar torna-se acastanhada a superfície dorsal do
corpo e começam a se formar as linhas laterais brancas. Do quarto ao sexto instar a
cabeça é castanha-avermelhada e o corpo acastanhado possuindo linhas subdorsais e
laterais brancas (Prasanna et al, 2018).

A cabeça da larva possui saturas que se cruzam formando um “y” invertido, sendo uma
importante característica da espécie (Sarmento, et al., 2002).

As larvas tendem a se esconder durante o período mais claro do dia. Esta fase larval
dura cerca de 14 dias durante os meses quentes de verão e 30 dias durante meses frios
(Prasanna et al, 2018). Como não bastasse (Sarmento, et al., 2002) referenciam ainda
que de acordo com as condições climáticas, o período larval pode variar de 12,1 a 29,7
dias.

A larva da Spodoptera frugiperda é esbranquiçada antes de se alimentar, porém, após a


alimentação possui uma coloração esverdeada. Uma larva bem desenvolvida no
primeiro instar mede aproximadamente 1,90 mm de comprimento. Já no segundo instar
larvar possui uma coloração esbranquiçada, sendo que o comprimento corporal está
entre 3,5 – 4 mm. No terceiro instar apresenta uma coloração marrom-clara no dorso e
esverdeada na parte ventral, possuindo linhas dorsais e subdorsais brancas
completamente visíveis, mede 6,35 a 6,50 mm de seu comprimento corporal. No quarto
instar, a larva é caracterizada com a cabeça de coloração marrom-avermelhada e o corpo
marrom-escuro com 10 mm de comprimento. O quinto instar é semelhante ao instar
anterior, diferenciando-se no comprimento do corpo que é de 18 mm. No sexto instar, a
larva tem um corpo cilíndrico com uma coloração marrom-acinzentada no dorso,
esverdeada na parte ventral, o corpo é mais grande nas regiões do sétimo a nono
segmentos abdominais, neste instar a larva apresenta um comprimento corporal de 35
mm (Cruz, 1995).

2.2.2.3. Fase de pupa

A Spodoptera frugiperda normalmente pupa no solo a uma profundidade variada de 2 a


8 cm. O casulo que é construindo pela larva através de partículas de solo é oval e tem 20
a 30 mm de comprimento, por tanto, se o solo for muito duro, as larvas podem juntar
detritos de folhas e outros materiais para formar um casulo na superfície do solo
(Prasanna et al, 2018).

A pupa da LFM é castanha avermelhada, mede 14 a 18 mm de comprimento e cerca de


4.5 mm de largura. a duração da fase pupa é compreendida de 8 a 9 dias durante o verão
e 20 a 30 dias durante o inverno (Prasanna et al, 2018).

A pupa da Spodoptera frugiperda é de coloração verde-clara após a sua formação, seu


corpo é muito frágil nessa fase e sensível a danos, a sua coloração definitiva, depois de
diversas é a marrom-avermelhada, tornando-se praticamente preta próximo à
emergência do adulto sendo que, o comprimento da pupa varia entre 13 a 16 mm e a
largura de 4,5 mm de diâmetro (Cruz, 1995).

2.2.2.4. Estágio adulto

Os insectos adultos são mariposas nocturnos, tendo uma dimensão de 32 a 40 mm.


Sendo nocturnos, são mais activos durante as noites quentes e húmidas. Após um
período de pré-oviposição de 3 a 4 dias, a mariposa fêmea normalmente deposita a
maior parte de seus ovos durante os primeiros 4 a 5 dias de vida, mas pode ocorrer
alguma oviposição até 3 semanas. O adulto tem uma vida estimada de 10 dias, mas com
um intervalo de cerca de 7-21 dias (Prasanna et al, 2018).

O adulto tem 35 mm de envergadura sendo que seu comprimento corporal é de cerca de


15 mm com uma coloração cinza. As asas anteriores do macho apresentam manchas
mais claras e as asas posteriores dos machos e das fêmeas são de coloração clara
circuladas por linhas marrons (Cruz, 1995).

2.2.3. Hospedeiros

A Spodoptera frugiperda é uma praga polífaga, alimentando-se de vários hospedeiros.


Entretanto, preferem especialmente as plantas da família das gramíneas, incluindo
milho, trigo, mapira e arroz. Ataca causando danos também a culturas como amendoim,
feijão, tomate, abóbora, batata, batata-doce, algodão, espinafre, couve. São descritas
mais de 50 variedades de plantas. Mais de 20 famílias botânicas são foram identificadas
como hospedeiras da lagarta do funil (Cruz, 1995).

A praga (Spodoptera frugiperda) é capaz de se alimentar de mais de 80 diferentes


espécies vegetais, tornando-se numa praga mais prejudiciais. Embora tendo preferência
no milho, o principal alimento na SSA, também pode afectar muitas outras culturas
relevantes, incluindo mapira, arroz, cana-de-açúcar, repolho, beterraba, amendoim,
soja, cebola, algodão, gramíneas forrageiras, mexoeira, tomate, batata (Prasanna
et al, 2018).

2.2.4. Controlo da Spodoptera frugiperda (Lagarta do funil)

A lagarta do funil de milho (Spodoptera frugiperda) pode ocasionar perdas de até 38%
na produção, sendo que o estágio mais sensível da planta está compreendido em 8 a 10
folhas, ou então, até em torno dos 40 dias de idade (Coelho, et al., 2011).

Vários produtos químicos (pesticidas) foram avaliados e têm sido avaliados no controlo
dessa praga. Porem, tem demostrado insucessos no controlo da praga devendo-se a
métodos inadequados de aplicação e/ou aa aplicação tardia. Portanto, sugere-se a
utilização de medidas de controlo logo que as primeiras larvas aparecem, aplicando o
insecticida directamente no funil da planta (Cruz, 1995).
2.3. Pesticidas botânicos

Nos últimos anos tem-se verificado o desequilíbrio biológico, resultante de aplicações


de produtos prejudiciais ao ambiente, porem, estes não atingiam um controlo económico
ecologicamente compatível, aumentaram os estudos com os métodos alternativos de
controlo. Especialmente com relação aos inimigos naturais e pesticidas biológicos
(Cruz, 1995).

Os pesticidas botânicos são resultados adquiridos de plantas ou partes das mesmas


(folha, semente, raiz) normalmente moído ate se transformar em pó, ou seus produtos
derivados por extracção aquosa (Wiesbrook, 2004).

O uso de plantas no controlo de pragas é uma prática dos pequenos agricultores


Africanos. Vários produtos ou extractos de plantas possuem propriedades insecticidas
contra algumas pragas que atacam cereais no continente africano, como é o caso da
margosa (Azadirachta indica), seringueira (Melia azedarach), Piretro (Tanacetum
cinerariifolium), Acácia (Acacia sp.), Tefrosia (Tephrosia vogelii), Cravo do mato
(Tagetes minuta), Lantana (Lantana camara), Pimenta da Africa Ocidental (Piper
guineense), Jatrofa (Jatropha curcas), piri-piri (Capsicum sp.), Cebola (Allium cepa),
Capim cidreira (Cymbopogon citratus), Tabaco (Nicotiana sp.), Crisantemo
(Chrysanthemum sp.) e girassol selvagem (Tithonia diversifolia) (Ogendo et al. 2013;
Mugisha-Kamatenesi et al. 2008; Stevenson et al. 2017).

2.3.1. As principais vantagens dos pesticidas botânicos

De acordo com (Kathrina & António, 2004; Wiesbrook, 2004) as principais vantagens
da aplicação de pesticidas botânicos são:

 São rapidamente degradados pela luz solar, ar, humidade, chuva. A degradação
rápida quer dizer que possuem baixa persistência, possuindo desta forma menor
risco de as pragas desenvolverem resistência e apresentando risco reduzido para
organismos benéficos, o que admite que sua aplicação seja feita um pouco antes
da colheita do alimento.
 Possuem uma Acção rápida, apesar de a morte não possa suceder no mesmo
instante, horas ou dias, porém, os insectos podem parar de se alimentar
imediatamente apos a pulverização do pesticida botânico.
 Têm baixa a regulada toxicidade. Bastantes pesticidas botânicos possuem baixa
a moderada toxicidade aos mamíferos.
 São Selectivos. A degradação rápida que possuem e o curto tempo residual
fazem destes mais selectivos a alguns insectos-praga e baixos prejuízos aos
insectos benéficos.
 Fitotoxicidade. Na maioria dos pesticidas botânicos não são tóxicos para as
plantas (fitotóxico) nas dosagens recomendadas. Porém, alguns pesticidas como
o caso de saponáceos, sulfurosos e sulfato de nicotina podem ser tóxicos a
alguns vegetais e ornamentais.
 Disponibilidade e custo. Os pesticidas botânicos (biopesticidas) são de baixo
custo quando se coincide de material vegetal com substancias solúveis em agua
e podem ser fabricados na propriedade rural (campo ou machamba).

Os mesmos autores acima referenciados (Kathrina & António, 2004; Wiesbrook, 2004)
apontam as desvantagens dos pesticidas botânicos, sendo elas:

A necessidade de cinergistas. Alguns pesticidas botânicos sofrem sua


degradação rapidamente ou são metabolizados por enzimas desintoxicantes das
pragas-alvo. Como a desintoxicação pode ocorrer rapidamente, o pesticida
apenas adormece temporariamente o insecto, não causando sua morte. De tal
forma, para impedir que o insecto de recupere rapidamente, um sinergista deve
ser adicionado ao pesticida para inibir certas enzimas desintoxicantes nos
insectos. Aumentando desta forma a acção pesticida do produto;
Possuem uma baixa persistência. Deve-se a rápida degradação dos pesticidas
botânicos, o que pode precisar de aplicações mais frequente;
Seu modo de acção. Os pesticidas botânicos raramente têm acção sistémica, isto
é, acção feita por um pesticida que a planta absorve e transloca em quantidades
suficientes para tornar o local de translocação toxico para as pragas por um
tempo ilimitado.

Os pesticidas botânicos ou extractos de plantas apresentam uma extrema vantagem de a


calda pode ser preparada pelo próprio agricultor no seu próprio campo, oferecem
também uma larga margem de segurança para o aplicador (Coelho, et al., 2011).

O uso de extractos de plantas com o poder insecticida possui algumas vantagens quando
comparada aos sintéticos: são facilmente degradáveis, renováveis, não contaminam o
meio ambiente. Por outro lado, são seguros aos operadores e de baixo custo, os
biopesticidas tornam se acessíveis aos pequenos produtores (Oliveira, Roel, Arruda, &
Marques, 2006).

Os pesticidas botânicos são biodegradáveis, pouco prejudiciais aos manipuladores e


consumidores, são ambientalmente seguros e aos inimigos naturais, podem ser usados
em estratégias de Maneio Integrado de Pragas (MIP) baseados em controlo biológico, e
são disponíveis no ecossistema sendo facilmente preparados pelos pequenos
agricultores (Prasanna et al, 2018).

2.3. Extractos utilizados no presente estudo

2.3.1. Margosa (Azadirachta indica)

Classificação taxonómica da Margosa ou neem segundo Vilela (2008):

Ordem: Rutales; Subordem: Rutinea; Familia: Meliaceae; Subfamilia: Melioideae;


Tribo: Melieae; Género: Azadirachta; Espécie: Azadirachta indica.

A margosa é uma planta perene muito resistente a seca e de rápido crescimento,


podendo, caso exista condições favoráveis de clima, atingir 25 metros de sua altura. A
planta da margosa produz seus frutos normalmente uma vez por ano, mas, aas vezes
duas. Porem, os frutos possuem uma forma oval medindo de 1,4 a 2,4 cm de
comprimento e quando amadurece apresentam uma polpa doce amarela e seu tegumento
branco (Schmutterer, 1990).

O principio activo da planta de margosa é designada por Azadiractina, de acção


insecticida, sendo autorizado para aplicação foliar de várias culturas como é o caso de
alface, café, citros, papaia, melão, morango, pimento, tomate, repolho, milho (Menezes,
2005).

2.3.2. Rícino ou Mamona (Ricinus communis L.)

Classificação taxonómica do rícino de acordo com (Milani, Júnior & Sousa, 2009):

Subdivisão: Fanerogamae ou Espermatophita; Filo: Angiospermae; Classe:


Dicotiledonea; Subclasse: Archichlamydeae; Ordem: Geraniales; Família:
Euphorbiaceae; Género: Ricinus; Espécie: Ricinus communis.
O Ricinus communis L. é uma oleaginosa, perene e de menor porte e sua multiplicação é
feita por semente. Maior parte da planta tem actividade insecticida sendo
frequentemente usadas como pesticidas botânicos (Martinez et al. 2015). Possivelmente
originaria do continente africano, na Etiópia (Milani, Júnior & Sousa, 2009).

As sementes da planta contêm ricina, alcalóide muito toxico sendo prejudicial para
animais e seres humanos, por outro lado, suas folhas possuem baixa concentração da
ricina (Peron & Ferreira, 2012).

As plantas dessa espécie apresentam diversas variabilidades em muitas características,


partindo do seu habito de crescimento, a coloração das suas folhas e caule, seu teor de
óleo nas sementes, podem apresentar frutos com espinhos ou não (Milani, Júnior &
Sousa, 2009).

2.3.3. Eucalipto

Classificação taxonómica do eucalipto segundo (Grattapaglia & Kirst, 2008):

Divisão: Angiospermae; Classe: Dicotyledonea; Ordem: Mytales; Família: Mytaceae;


Género: Eucalyptus; Espécie: Eucalyptus sp.

O eucalipto tem sua origem no continente australiano e ilhas da Indonésia, considerado


ate então um dos géneros florestais mais plantado no mundo, devendo-se o seu uso na
produção de vários produtos sendo eles madeireiros e não madeireiros (Grattapaglia &
Kirst, 2008). Existem cerca de 730 espécies reconhecidas botanicamente da planta de
eucalipto (Júnior, Santarosa & Goulart, 2014).

2.3.4. Alho

Os extractos de alho têm um modo de acção de repelência e por outra possui também
uma acção sistémica, uma vez que a planta absorve o seu extracto. O cheiro do alho
altera o cheiro natural que cada planta produz, mas por sua vez os extractos não alteram
o odor dos produtos tratados. Pode ser usado como repelente de insectos, faz o controlo
de insectos sugadores e mastigadores. (Kathrina & António, 2004).
2.4. Cultura do milho

2.4.1. Origem e domesticação do Milho

O milho (Zea mays L.) é uma planta que teve sua origem na América central,
concretamente no México e foi se espalhando pelo mundo nos meados do seculo XV
(OGTR, 2008).

No que diz respeito a domesticação da cultura, Galinat (1998) menciona dois eventos da
domesticação do milho, sendo que o primeiro evento foi por meio da domesticação a
partir do teosinte [Z. mexicana (Schrad.) Kuntze] por volta de 8000 anos de onde o
milho adquiriu muitas características agronómicas e perdeu sua capacidade de
sobrevivência sem a intervenção do humana; a segunda aconteceu no seculo XX e foi
por meio de linhagens exogénicas para a produção de sementes, uma transformação que
originou plantas uniformes com características agronómicas superiores.

2.4.2. Taxonomia do Milho

O milho é um cereal pertencente ao reino plantae, à ordem Gramineae, família Poaceae,


género Zea e espécie Zea mays L. (Barros & Calado, 2014).

2.4.3. Importância da cultura

O milho é o cereal mais produzido no mundo, sendo que a produção mundial do cereal
aumentou de 453 milhões de toneladas obtidas no final da década de 80 para as actuais
860,1 milhões de toneladas estimadas na campanha agrícola 2011/2012, o que
corresponde a um aumento de 90% (Demarchi, 2011).

A importância económica do milho está na sua diversidade de utilização que vai desde a
alimentação humana, animal, até a industria de alta tecnologia pata a produção de ração
e outros derivados (Demarchi, 2011). Já na dieta humana, esse cereal constitui uma
importante fonte de vitamina B1, B5, C, e fosforo e manganês (Okoruwa & Kling,
1996, citando OGTR, 2008).

Em Moçambique este cereal tem uma grande importância ao se destacar como a


principal fonte de energia para as comunidades rurais, facto este, que pode justificar a
razão desta cultura ser o cereal mais produzido, consumido e comercializado a nível do
sector familiar, contribuindo assim no aumento da renda do sector assim como na
economia nacional (Walker et al., 2006).
2.4.4. Morfologia externa da cultura

O milho é uma planta robusta e erecta que resulta de uma selecção natural e da
domesticação. A cultura apresenta uma polinização cruzada, facto este, faz com que na
natureza a população deste cereal seja heterogénea (Edmeades et al, 1997).

O sistema radicular do milho é conhecido como sendo raízes fasciculadas (Magalhães et


al. 2002). A cultura do milho apresenta raízes próprias e adventícias, sendo que as
ultimas desenvolvem no nó mais próximo do solo (Plessis, 2003).

A folha do milho é constituída por bainha, lígula e aurícula onde, a folha é longa,
ondulada e estreita em direcção a um ponto, o suporte da folha é feito por meio de uma
nervura central que passa no meio da folha (Plessis, 2003).

A espiga da cultura do milho forma-se em uma ou mais ramificações laterais, sendo que
usualmente a espiga forma-se na metade do colmo e dependendo da adaptabilidade das
condições do local, a planta pode ter mais de uma espiga (Plessis, 2003). O seu grão é
uma cariopse característica das gramíneas, cujo o pericarpo é derivado da parede do
ovário e pode ser incolor ou vermelho e, no seu interior encontrasse endosperma e o
embrião (Magalhães et al. 2002).
CAPITULO III. MATERIAIS E METODOS

3.1. Materiais

Para a realização do presente estudo usou-se a semente de milho variedade Matuba e 5


pesticidas botânicos para o controlo de pragas, em específico a lagarta do funil do milho
(Spodoptera frugiperda).

Para preparar os pesticidas botânicos, foi usado 1000g de folhas frescas, trituradas com
um pilão. As partes da planta esmagadas foram colocadas num balde plástico contendo
5 litros de água. A mistura foi deixada sedimentar durante 24 horas e a suspensão
aquosa foi filtrada através de tecido/pano de algodão limpo, obtendo-se desta forma
uma solução concentrada de 10%. com agitação ocasional para a total extracção do
conteúdo.

Tabela 1: Descrição de tratamentos em estudo

CÓDIGO DE TRATAMENTO NOME DO TRATAMENTO


T1 PAC
T2 PE
T3 Ma
T4 R
T5 Ma + R
T6 Cy
T7 T
Legenda: T – Tratamento; T1 – Piripriri+Alho+cebola; T2 – Extractos de
Papaia+Eucalipto; T3 – Margosa; T4 – Extractos de Rícinos; T5 – Extractos de
Margosa+Ricinos; T6 – Cipermetrina; e T7 – Testemunha (sem aplicação)

3.2. Método

3.2.1. Descrição do local de estudo

O ensaio foi conduzido no Centro de Investigação Agrária de Mapupulo (CIAM),


distrito de Montepuez localizado na parte sul da província de Cabo-Delgado,
pertencente ao Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) no Centro
Zonal Nordeste (Cznd), na campanha 2019/2020 entre os meses de Dezembro a Maio.

3.2.2. Localização geográfica da área do estudo


O distrito de Montepuez está localizado na parte sul da Província de Cabo Delgado a
210 km da capital provincial – Pemba, confinando a Norte com o distrito de Mueda, a
Sul com os distritos de Namuno e Chiúre, a Leste com os distritos de Ancuabe e Meluco
e a Oeste com os distritos de Balama e Mecula, este último da Província do Niassa
(MAE, 2014).

3.2.3. Condições edafoclimáticas

O distrito de Montepuez é predominante os climas do tipo semiárido e sub-humido


seco. A precipitação media anual varia de 800 a 1200 mm, em termos da temperatura
médias durante o período de crescimento das culturas, há regiões cujas temperaturas
excedem os 25oC, embora em geral a temperatura média anual varie entre os 20 e 25 oC
(MAE, 2014).

3.2.4. Delineamento Experimental

Na realização do presente trabalho foi usado o Delineamento de Blocos Completos


Casualizados (DBCC), com 7 tratamentos e 3 repetições correspondendo 21 unidades
experimentais, tendo cada unidade experimental uma área de 5.8m*4.5m (26.1 m2) área,
onde usou-se o compasso de 70*30 e foram obtidas 7 linhas por parcela e em cada linha
19 plantas totalizando 133 plantas por parcela. O ensaio teve uma área útil de 548.1 m2
e uma ocupação total de 850.5 m2.

3.2.5. Extractos usados

Com a finalidade de obter rendimentos, foram usados extractos de xxx, os pesticidas


botânicos foram usados com o aderente sabão.

3.2.6. Condução experimental

O ensaio decorreu na campanha agrícola de 2019/2020 nas condições do Centro de


Investigação Agrária de Mapupulo, distrito de Montepuez, levando um período de 4
meses.

3.2.6.1. Preparação do Terreno

A preparação do terreno foi feita na quarta semana de Dezembro, que consistiu numa
lavoura mecanizada com uma profundidade de 30 cm e na mesma semana se fez a
gradagem com uma profundidade de 10cm.
3.2.6.2. Sementeira

Fez-se a sementeira usando três sementes por covacho num compasso de 70cm entre as
linhas e 30cm entre os covachos dentro da linha.

3.2.6.3. Adubação

Durante a condução do ensaio foi feita uma adubação, sendo ela de cobertura, foi
realizada 46 dias depôs da sementeira na base da Ureia.

3.2.6.4. Desbaste

Esta actividade foi realizada 3 semanas depois da sementeira, essa actividade foi feita
com objectivo de obter duas plantas por covacho.

3.2.6.5. Sacha

Foram feitas 3 sachas, a primeira foi no dia 17 de Janeiro, a segunda foi realizada no dia
06 de Fevereiro e a última no dia 03 de Março, com o objectivo de manter o campo livre
de infestantes.

3.2.6.6. Controlo fitossanitário

Foram realizadas pulverizações com um intervalo de aplicação de 7 dias, usou-se os


seguintes pesticidas botânicos: folhas de margosa; folhas de rícinos; combinação de
folhas de (margosa e rícinos); combinação de folhas de (eucalipto e papaeira);
combinação de alho, piripiri e cebola. Usou-se também um pesticida com o nome
comercial de Agricyper com uma substância activa de nome Cipermetrina, onde o seu
intervalo de aplicação foi diferente dos pesticidas botânicos, sendo que este teve um
intervalo de aplicação de 14 dias. As pulverizações foram feitas usando 5 borrifadores
de 2 litros e 1 pulverizador Dorsal de 20 litros.

3.2.6.7. Colheita

A colheita foi feita apôs a cultura ter atingido seu ponto de colheita, em diante fez-se a
secagem num ambiente fechado sem a intervenção directa da radiação solar durante 6
dias depois da colheita sendo que o objectivo da secagem foi de reduzir o teor da
humidade do milho. Após a secagem fez-se a debulha que durou um dia culminando
com a pesagem.

3.2.7. Variável medido e observado


3.2.7.1. Altura da planta (cm)

Para obtenção deste parâmetro mediu-se da base do caule até a parte terminal da
inflorescência da cultura. Para o efeito de plantas usadas como amostras foram
seleccionadas 21 plantas por parcela, tendo sido medidas 3 plantas por linha escolhidas
aleatoriamente.
3.2.7.2. Efeito dos pesticidas botânicos

Mediu-se essa variável através da observação e contagem das plantas atacadas por
parcela.

3.2.8. Variáveis do rendimento

Desta feita para atingir os objectivos do estudo teve de se ter em consideração algumas
variáveis como: stand inicial e final, altura da planta, peso de espigas, peso de 100
sementes ou grãos, número de grãos por espiga e o rendimento.

3.2.8.1. Peso de espigas

Para se obter o peso de espigas usou-se uma balança de precisão com a capacidade de
500g onde pesou-se cada espiga e depois fez-se o somatório para obter a média, como
não bastasse usou-se também uma outra balança de precisão com capacidade de 50 kg
tendo uma margem de erro de 10 g, nesta última balança pesou-se de uma vez as
espigas.

3.2.8.2. Número de grão por espiga

Para a determinação de número de grãos por espiga, foram escolhidas 15 espigas por
parcela, de seguida foram contadas as sementes que cada espiga apresentava e achou-se
a média de grãos por espiga em cada parcela.

3.2.8.3. Peso de 100 sementes

Para se ter este parâmetro, primeiro fez a debulha do milho de todas as parcelas,
seleccionou-se ao acaso 500 sementes em cada parcela das quais foram separadas em 5
grupos de 100 sementes, de seguida foi feita a pesagem de cada 100 sementes e fez se o
somatório dos pesos para se obter as respectivas médias, é de salientar que foram
pesadas com ajuda de uma balança de precisão com capacidade de 500g. considerou-se
a humidade de 13% para todas as parcelas.

3.2.8.4. Stand inicial e final

A expressão stand inicial refere-se o numero total de plantas existentes depois de ter se
efectuado o desbaste e stand final o numero total de plantas sobreviventes ate a fase de
colheita.
3.2.8.5. Rendimento

Durante o processo de pesagem do milho, determinou-se a humidade do milho com


apoio dum aparelho analisador de teor de humidade, obtendo-se em todas parcelas 13%
de humidade. O rendimento foi determinado com base na formula usada pelo IIAM.

PGT ∗( 100−H % ) / 87
Rendimento (kg/ha) = x 10000 m2
Area util (m 2)

Onde: PGT – Peso do grão da unidade experimental da área útil;

H% - Percentagem da humidade do grão.

3.3. Análise de dados


CAPITULO IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Conforme os dados colhidos de incidência da lagarta do funil no campo, nas duas


primeiras semanas (ver na tabela 2 e tabela 3) de aplicação dos pesticidas botânicos,
observou-se uma crescente propagação da S. frugiperda em todos os tratamentos, dado
esse que vai de acordo com Carvalho (1970) onde realizou um estudo usando diversas
variedades, e estimou a redução no rendimento entre 15% e 34%, dependendo da fase
de desenvolvimento da planta, onde aos 49 dias depois da sementeira, notou redução de
30%.

Tabela 2. Referente a incidência da praga nos tratamentos, num período em que a idade
da cultura era de 30 dias.

Bloco/Tratamento T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
B1 3 6 9 4 7 15 11
B2 9 0 2 16 9 5 21
B3 4 9 10 14 19 8 19
MEDIA 5,3 5 7 11,3 11,7 9,3 17

Tabela 3. Referente a incidência da praga nos tratamentos, com a idade da cultura de 37


dias.

Bloco/Tratamento T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
B1 14 19 14 7 29 15 18
B2 15 19 11 22 34 9 51
B3 6 24 15 30 15 8 26
MEDIA 11,7 20,7 13,3 19,7 26 10,7 31,7

Nas duas ultimas aplicações, a terceira e quarta aplicação notou-se uma decrescente
população da praga em todos os tratamentos, mesmo na testemunha onde não houve
nenhuma aplicação.

Tabela 4. Referente a incidência da praga nos tratamentos, na terceira aplicação dos


pesticidas botânicos.

Bloco/Tratamento T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
B1 0 5 14 3 13 9 12
B2 0 12 4 7 15 15 34
B3 0 12 12 6 8 7 5
MEDIA 0 9,7 10 5,3 12 10,3 17
Tabela 5. Incidência da praga nos tratamentos, na ultima aplicação com uma idade de 50
dias.

Bloco/Tratamento T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
B1 0 3 6 2 3 3 9
B2 0 4 0 0 7 5 8
B3 0 10 10 3 2 2 8
MEDIA 0 5,7 5,3 1,7 4 3,3 8,3

No que diz respeito ao efeito dos pesticidas botânicos que foram testados sobre o
rendimento, observou-se que o tratamento onde foi aplicado a integração de piripiri-
cebola-alho foi o mais eficiente, visto que na terceira aplicação já não apresentava a S.
frugiperda em suas plantas, de seguida foi o tratamento onde aplicou-se a margosa que
teve menor incidência da praga, não tendo taxas elevadas de danos da lagarta do funil,
mas um valor quase sempre constante.

Tabela 6. Referente as médias de número de praga obtidas nos tratamentos depois das
aplicações.

Tratamento Media ± Erro padrão


T 18,500 ± 13,318ª
Ma + R 13,417 ± 9,877ab
PE 10,250 ± 7,338ab
R 9,500 ± 9,170ab
Ma 8,917 ± 4,907ab
Cy 8,417 ± 4,542ab
PAC 4,250 ± 5,601b
CV (%) 81,736
Média 10,464
Gráfico 1. Referente ao número de pragas por tratamento

Numero de Pragas/Planta
20.000
18.000 18.500
16.000
14.000 13.417
12.000
10.250
10.000 9.500 8.917 8.417
8.000
6.000
4.000 4.250
2.000
0.000
ha sa ai
a s sa i ri
un go nu go rin pi
ar ap ici ar et iri
m .P R rm .p
s te s.M to M
pe la
Te no lip Cy e bo
ci ca .c
Rí Eu ho
Al

Numero de Pragas/Planta
Danos

Quanto ao nível de incidência da Spodoptera frugiperda entre os diferentes tratamentos


observou-se maior incidência na testemunha e na integração de rícino e margosa e
menor nível de incidência no primeiro tratamento (integração de piripiri, alho e cebola).

Grafico 1. Resultados referente aos


danos causados pela S. frugiperda apois
aplicacao de Bioinsecticidas na cultura do
Milho
70 64.683
60 54.365
48.81
50
40.476 39.683
40
30
22.222
20
10
0
Testemunha Rícinus e Eucalipto.Papaia Ricinus Margosa Alho, cebola e
Margosa piri piri

Bioinsecticidas Linear ( Bioinsecticidas)


Tabela 6. Tabela para atribuição de escalas de danos causados por S. frugiperda em
plantas de Milho (adaptada de Siloto, 2002).

ESCAL CARACTERÍSTICA DOS DANOS PERCENTAGEM DE


A INCIDÊNCIA

0 Sem danos visíveis. 0-10


1 Pequenas pontuações (tipo alfinete ou 11-20
raspagem) em poucas folhas,
2 Pequenos danos em forma de furos em poucas 21-30
folhas.
3 Danos em forma de furos em varias folhas 31-40
4 Danos em forma de furos em varias folhas e 41-50
lesões em poucas folhas.
5 Lesões em varias folhas 51-60
6 Grandes lesões em varias folhas. 61-70
7 Grandes lesões em varias folhas e porções 71-80
comidas em poucas folhas
8 Grandes lesões e grandes porções comidas em 81-90
varias folhas
9 Grandes lesões e grandes porções comidas na 91-100
maioria das folhas

Tabela 6. Altura de planta (cm)


Tratamentos Medias ± Erro Padrão
T 162,333 ± 12,759ª
Ma + R 158,428 ± 13,184ª
Cy 158,381 ± 15,569ª
Ma 156,745 ± 9,674ª
R 151,762 ± 18,938a
PE 151,730 ± 8,551a
PAC 80,349 ± 9,889b
CV (%) 8,595
Media geral 145,676

Tabela 7. Comprimento de espiga (cm)


tratamentos Medias ± Erro Padrão
Ma 12,473 ± 0,380ª
PE 10,943 ± 0,953b
Cy 10,747 ± 0,463b
Ma + R 10,680 ± 0,589b
T 10,550 ± 0,353b
R 10,360 ± 0,439b
PAC 6,407 ± 0,083c
CV (%) 5,107
Media geral 10,309

Tabela 8. Peso de 100 sementes (gr)


Tratamentos Medias ± Erro Padrão
Ma + R 24,927 ± 3,169ª
T 24,533 ± 1,109ª
Ma 24,193 ± 0,606ª
Cy 23,560 ± 3,149ª
PE 23,367 ± 0,809ª
R 21,993 ± 0,583ab
PAC 17,068 ± 0,563b
CV (%) 22,806
Media geral 7,924

Tabela 9. Número de sementes por espiga


Tratamentos Medias ± Erro Padrão
T 308,844 ± 28,219ª
PE 278,356 ± 52,352ª
Ma 274,711 ± 14,729ª
R 253,778 ± 44,043ª
Cy 246,799 ± 34,628ª
Ma + R 244,289 ± 32,929ª
PAC 82,733 ± 9,669b
CV (%) 14,068
Media geral 241,356

Tabela 10. Peso de espiga (gr)


Tratamentos Medias ± Erro Padrão
T 99,373 ± 15,885ª
Ma + R 95,389 ± 30,768ª
PE 91,720 ± 5,423ª
Cy 87,787 ± 7,276ª
Ma 85,647 ± 5,600ª
R 76,440 ± 11,142ª
PAC 18,255 ± 2,709b
CV (%) 18, 129
Media geral 79,23
Cronograma de actividades
Actividade Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Semana 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
Preparação do
terreno

Demarcação
Sementeira
Ressementeira
Sacha
Desbaste
Pulverização
Adubação
Colheita B
Debulha x
Recolha de
dados
Processamento x x
de dados

x
Preparação do
relatório final
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