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GRAU DE COBERTURA DO SOLO E DINÂMICA DA VEGETAÇÃO

EM OLIVAIS DE SEQUEIRO COM A INTRODUÇÃO


DE HERBICIDAS

GROUND COVER AND DYNAMIC OF WEEDS AFTER THE INTRODUCTION


OF HERBICIDES AS SOIL MANAGEMENT SYSTEM IN A RAINFED
OLIVE ORCHARD

Manuel ÂNGELO RODRIGUES1, JOSÉ CABANAS1, JOÃO LOPES2,


FRANCISCO PAVÃO3, CARLOS AGUIAR1, MARGARIDA ARROBAS1

Resumo gestão da vegetação com glifosato permitiu


a cobertura do solo durante todo o ano, com
São apresentados resultados do grau de co- vegetação viva desde o Outono à Primavera
bertura do solo e da dinâmica da vegetação e um mulching de vegetação morta durante o
num olival de sequeiro, localizado em Miran- Verão. Nas restantes modalidades o solo per-
dela, após a introdução de herbicidas como maneceu descoberto durante grande parte do
estratégia de manutenção do solo. As modali- ano. No talhão gerido com glifosato a vegeta-
dades em estudo foram: mobilização tradicio- ção manteve elevada dinâmica. Um ano após
nal; herbicida pós-emergência (glifosato); e o início da aplicação de glifosato apareceu a
herbicida com componentes de acção residu- dominar o coberto Ornithopus compressus.
al e pós-emergência (diurão+glifosato+terbut Com o tempo ganharam importância algu-
ilazina). O grau de cobertura e a composição mas espécies de Inverno de ciclo muito cur-
da vegetação foram avaliados desde 2002 a to (como Mibora mínima e Logfia gallica) e
2007 pelo método do ponto quadrado. Ambas outras de elevada produção de sementes e fá-
as soluções herbicidas combateram adequa- cil dispersão pelo vento (como Hypochaeris
damente a vegetação herbácea em aplicação radicata e Conyza canadensis) com origem
única anual. O grau de cobertura no talhão provável em incultos e caminhos que circun-
mobilizado, antes da primeira mobilização, dam o olival ou em plantas individuais que
oscilou entre 50 a 80 % e 30 a 60 % debaixo escaparam à acção dos herbicidas.
e fora da copa, respectivamente. O tratamento
com glifosato permitiu um grau de cobertura Palavras-chave: herbicidas, infestantes, mo-
em Abril entre 60 a 90 % debaixo da copa e bilização do solo, olival de sequeiro.
40 a 50 % fora da copa. No tratamento com
herbicida residual o grau de cobertura do solo
foi sempre muito baixo ao longo do ano. A Abstract

1
 IMO - Escola Superior Agrária, Escola Superior
C Results of the percentage of ground cover
Agrária, Campos de Santa Apolónia 5301-855 by weeds and the dynamic of the vegetation
Bragança; e-mail: angelor@ipb.pt are presented after the introduction of her-
2
Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Nor- bicides as soil management strategies in a
te, Quinta do Valongo 5370-034 Mirandela. rainfed olive orchard. The field experiment
3
Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e
Alto Douro, Av. dos Bombeiros Voluntários, 60,
was carried out in Mirandela, NE Portugal.
5370-206 Mirandela The soil management treatments included:
conventional tillage; post-emergence herbi-
Recepção/Reception: 2008.09.09 cide (glyphosate); and post-emergence plus
Aceitação/Acception: 2009.02.04 residual herbicide (diuron+glyphosate+terb
GRAU DE COBERTURA DO SOLO E DINÂMICA DA VEGETAÇÃO EM OLIVAIS DE SEQUEIRO
COM A INTRODUÇÃO DE HERBICIDAS 31

utilazine). The ground cover percentage and getação com base em técnicas de estimati-
the botanical composition of vegetation were va de risco e níveis de nocividade ou níveis
monitored since 2002 to 2007 from the point- económicos de ataque, por exemplo, não tem
quadrat method. Both the herbicide formu- tido grande significado. Limitações diversas,
lations killed efficiently the vegetation in a como a dificuldade na avaliação quantitativa
single annual application. The ground cover dos prejuízos e o facto de se trabalhar simul-
percentages in conventional tillage, prior to taneamente com várias espécies, com biolo-
the first tillage event, varied between 50 to 80 gia e ecologia distintas, todas elas de elevada
% beneath the trees and between 30 to 60 % plasticidade fenotípica, tornam este grupo de
in the open space. The ground cover percen- inimigos das culturas menos atractivo para
tages in April, in the treatment of glyphosate, trabalhos de investigação.
were in the range of 60 to 90 % and 40 to 50 As acções sobre a vegetação limitam-se
% beneath the trees and between rows, res- normalmente a medidas de combate atra-
pectively. In the residual herbicide plot the vés de mobilizações e/ou uso de herbicidas
ground cover percentages were always very e, eventualmente, erradicação, quando em
low. The soil of the glyphosate plot was co- presença de espécies arbustivas. Assume-se
vered with vegetation over all the year. In au- que as infestantes nas culturas se constituem
tumn/spring the soil was covered with green como um problema sanitário crónico e que
weeds and in the summer with a mulching of anualmente devem ser combatidas. Em oli-
the dead material. In the glyphosate plot the vais de sequeiro, o combate às infestantes
dynamic of species was high. One year after visa sobretudo limitar a competição pelos re-
the first application of herbicide, Ornithopus cursos hídricos, na medida em que a falta de
compressus appeared as the most abundant água no Verão é o principal factor que con-
species. Thereafter, acquired relevance spe- diciona o desenvolvimento e a produtividade
cies with short growing cycles which seeds das árvores (Bacelar, 2006).
mature before April (e.g. Mibora minima, A questão da flora adventícia dos olivais
Logfia gallica) and other that produce a high tem sido sobretudo tratada no âmbito do tema
number of seeds easily spread by wind (e.g. genérico manutenção da superfície do solo e,
Hypochaeris radicata, Conyza canadensis) neste contexto, a informação sobre o assun-
and which seeds proceeded from surroun- to é abundante (Luz et al., 1998; Gómez et
ding untilled fields and rural-tracks or from al., 1999; Rodrigues et al., 2000; Pastor et
individual plants that escaped to the herbici- al., 2001; Montemurro et al., 2002; Elmore,
de control. 2005; Rodrigues & Cabanas, 2007). A forma
como é mantida a superfície do solo têm im-
Key-words: herbicides, conventional tillage, plicações na produtividade actual e potencial
rainfed olive orchards, weeds. da cultura. Está relacionada com aspectos di-
versos do ecossistema do olival, como perda
de solo por erosão, teor de matéria orgânica
Introdução do solo, possibilidade das raízes se desenvol-
verem na camada superficial de maior fertili-
No âmbito da protecção fitossanitária das dade, infiltração da água das chuvas, evapo-
culturas a flora adventícia tem recebido me- ração, microclima e biodiversidade.
nos atenção que doenças e pragas. Amaro & Em Portugal, e em Trás-os-Montes em
Baggiolini (1982) dedicam-lhe pouca aten- particular, os solos dos olivais apresentam
ção e nos simpósios e congressos de protec- elevados riscos de erosão hídrica. As co-
ção integrada posteriores a quantidade de pas das árvores conferem reduzido grau de
trabalhos publicados sobre o tema é insigni- cobertura ao solo, a precipitação apresenta
ficante comparativamente a doenças e pragas elevada erosividade, os declives são eleva-
(Coelho & Silveira, 1993). A gestão da ve- dos e o comprimento do declive, associado
32 REVISTA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

a áreas de olival cada vez mais extensas, MateriaIS e métodos


favorecem o escoamento da água das chu-
vas. Nestas condições, o controlo da erosão A experiência de campo decorreu na região
hídrica deve ser um dos aspectos centrais a de Mirandela, em Trás-os-Montes, e teve iní-
ter em conta na estratégia de manutenção cio em Outubro de 2001 com o estabeleci-
do solo (Fleskens & Graff, 2001; Torres mento dos diferentes sistemas de manuten-
et al., 2001; Rodrigues & Cabanas, 2007). ção da superfície do solo. O clima local é do
Contudo, por simplicidade e/ou informação tipo mediterrânico, com precipitação média
insuficiente, a maior parte dos agricultores anual de 520,1 mm e temperatura média anu-
continua a mobilizar os seus olivais para al do ar de 14,2 ºC (Mendes et al., 1991). O
combater as infestantes, apesar desta forma olival está instalado num solo derivado de
de manter a superfície do solo não ser, nor- xisto, classificado como Leptosolo dístrico
malmente, o melhor método de prevenção órtico (Agroconsultores & Coba, 1991), com
da erosão. A cobertura do solo com vegeta- declive da ordem dos 6 %. À data do estabe-
ção viva e/ou morta, espontânea ou semea- lecimento do ensaio o olival tinha 13 anos de
da apresenta maior eficácia (Derpsch, 2001; idade. As árvores, da variedade Cobrançosa,
Pastor et al., 2001). encontram-se dispostas no compasso 7 x 6
A introdução de herbicidas altera a com- m. Resultados de análise sumária de terras no
posição da vegetação herbácea. Generica- início da experiência identificaram um solo
mente, as espécies susceptíveis são elimi- de textura franca, teor de matéria orgânica
nadas ou regridem enquanto a abundância baixo (6,8 mg kg-1), reacção ácida [pH(H2O),
relativa das espécies resistentes aumenta 5,5] e teores em fósforo (53 mg kg-1, P2O5) e
(Zimdahl, 1993). Espécies que em dado potássio (61 mg kg-1, K2O) médios.
contexto nunca foram um problema podem A experiência foi instalada numa zona ho-
passar a sê-lo. As espécies perenes, por mogénea do olival. Delimitaram-se faixas de
exemplo, tendem a ganhar importância, se 5 000 m2 para os tratamentos com aplicação
bem que o problema das infestantes de di- de herbicidas e manteve-se a restante área do
fícil combate praticamente desapareça em olival em mobilização tradicional. As moda-
culturas arbóreas sempre que é possível lidades a partir das quais se recolheram os re-
utilizar herbicidas não selectivos, como o sultados apresentados neste trabalho foram:
glifosato (Nalewaja, 2001). Contudo, numa - Mobilização Tradicional (MT), em que o
perspectiva de longo prazo é necessário ter olival foi mobilizado uma a duas vezes por
presente que as plantas podem adquirir re- ano na Primavera, ao critério do olivicultor;
sistência aos herbicidas, incluído ao glifo- - Herbicida Pós-Emergência (HPE), em
sato (Wakclin et al., 2004). aplicação única anual (desde 2002 a 2007)
Neste trabalho são apresentados resulta- de um produto à base de glifosato (com pe-
dos do grau de cobertura do solo e da dinâ- quena diferença entre anos, evitando dias de
mica da flora adventícia após a introdução vento, as aplicações de glifosato ocorreram
de herbicidas. A vegetação foi monitorizada na primeira quinzena de Abril); e
durante um período relativamente longo, - Herbicida que inclui a mistura de glifosa-
desde Abril de 2002 a Agosto de 2007. Dada to com componentes de acção residual (diu-
a importância do coberto vegetal na preven- rão + glifosato + terbutilazina) (Hmix), em
ção da erosão do solo foi dada particular aplicação única anual durante o Inverno (fim
atenção à variação do grau de cobertura do de Fevereiro/inicio de Março).
solo ao longo dos anos. Com o levantamen- O herbicida pós-emergência foi aplicado
to das espécies procurou acompanhar-se as na dose de 5 l/ha e o herbicida residual na
tendências nos novos equilíbrios da vegeta- dose de 6 l/ha. As caldas foram aplicadas
ção e o surgimento eventual de problema de com um pulverizador de jacto projectado à
eficácia no combate às infestantes. razão de 600 l/ha.
GRAU DE COBERTURA DO SOLO E DINÂMICA DA VEGETAÇÃO EM OLIVAIS DE SEQUEIRO
COM A INTRODUÇÃO DE HERBICIDAS 33

O grau de cobertura do solo e as espécies tivamente (Figura 1). Sob a copa as espécies
presentes foram avaliados através do méto- mais representativas, avaliadas pelo grau de
do do ponto quadrado (Whalley & Hardy, cobertura do solo, foram Lolium rigidum
2000). As datas de registo foram 10 de Abril (13,8 %), Mibora minima (12,5 %) e Sper-
de 2002, 29 de Janeiro, 8 de Abril e 18 de gula arvensis (7,5 %). Com contributo para
Junho de 2003, 9 de Fevereiro e 14 de Abril o grau de cobertura próximo dos 3 % foram
de 2004 e 1 de Março e 13 de Abril de 2007. observadas Chamaemelum mixtum, Hypo-
Foram efectuadas observações debaixo e fora chaeris radicata e Andryala integrifolia.
da influência da copa. Sob a copa, o medidor Com grau de cobertura entre 1 e 2 % foram
de pontos foi disposto em quatro direcções a observadas Echium plantagineum, Coleos-
partir do tronco em função dos pontos carde- tephus myconis, Rumex acetosella, Sonchus
ais. Fora da copa foi colocado aleatoriamen- oleraceus e Poa annua. Fora da influência da
te ao longo do olival, próximo do ponto de copa as espécies mais representativas foram
intersecção de linhas imaginárias que ligam S. arvensis (11,3 %), R. acetosella (10,0 %)
quatro árvores adjacentes. Em cada amos- e M. minima (8,8 %). Com grau de cobertura
tragem foram feitas 48 leituras de 10 pontos entre 1 e 2 % foram registadas C. mixtum, A.
(480 observações) debaixo da copa e 24 lei- integrifolia e L. rigidum.
turas de 10 pontos (240 observações) fora da Em Agosto de 2002 a presença de vegeta-
copa. Em Agosto fizeram-se observações não ção herbácea viva foi muito baixa em qual-
quantificadas da vegetação viva. A reduzida quer das modalidades, embora se mostrasse
cobertura do solo nesta data não justificou o aparentemente mais significativa no talhão
uso do método do ponto quadrado. Himx. Com alguma actividade vegetativa
foi registada a presença de Chondrilla jun-
cea, Cynodon dactylon e Convolvulus ar-
Resultados vensis. A presença destas espécies deveu-se
seguramente a emergências ou recrescimen-
Em 10 de Abril de 2002, imediatamen- tos posteriores à data de aplicação dos her-
te antes do início da aplicação do herbicida bicidas e à última mobilização de Primave-
pós-emergência, a flora adventícia conferia ra, bem como à ineficácia dos componentes
um grau de cobertura ao solo de 46 e 34 % residuais do tratamento Hmix sobre estas
debaixo e fora da influência da copa, respec- espécies.

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Figura 1 – Grau de cobertura do solo e espécies mais abundantes em 10 de Abril de 2002 no talhão mobilizado:
a) sob a copa; e b) fora da influência da copa.
34 REVISTA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

Em 29 de Janeiro de 2003 foi avaliado o tinha sido registada a nível relevante, surgin-
grau de cobertura do solo nas modalidades do agora com grau de cobertura de 4 e 5 %
MT, HPE e HMix. Os resultados são apre- debaixo e fora da copa, respectivamente. As
sentados na Figura 2. O grau de cobertura observações de Abril de 2003 mostraram que
sob a copa foi mais elevado na modalidade a vegetação controlada com glifosato mante-
HPE (62,0 %), seguido da modalidade MT ve uma boa cobertura do solo com vegetação
(52,5 %) e bastante mais baixo na modalida- viva na Primavera. Já a importância relativa
de HMix (23,3 %). Fora da copa os valores das espécies sofreu forte modificação duran-
mais elevados foram registados na modalida- te o curto espaço de um ano.
de MT (48,3 %), seguindo-se HPE (23,0 %) Em 18 de Junho de 2003 foi avaliada a pre-
enquanto os mais baixos se registaram em sença de vegetação espontânea viva nas mo-
HMix (20,0 %). Na modalidade HPE surge dalidades HPE e HMix. A modalidade MT
como espécie mais importante debaixo da tinha sido recentemente mobilizada. O grau
copa Ornithopus compressus e fora da in- de cobertura com vegetação viva foi bastante
fluência da copa S. arvensis. Na modalidade baixo, com 2,0 e 5,9 % debaixo e fora da copa
HMix o aspecto mais importante parece ser o na modalidade HPE. Na modalidade HMix
reduzido grau de cobertura comparativamen- os graus de cobertura foram ainda menores
te com as outras modalidades. Calendula 1,3 e 3,1 %, respectivamente. Na modalidade
arvensis foi a única espécie cujo grau de co- HPE as espécies com alguma importância re-
bertura apresentou algum significado quan- lativa foam Convolvulus arvensis, Eragrostis
titativo na modalidade Hmix, concretamente minor, Portulaca oleracea, Chondrilla jun-
debaixo da copa. cea e Echium plantagineum. A presença des-
O uso de glifosato pareceu adequado para tas plantas reflecte emergências posteriores a
se assegurar bem o requisito da protecção do 8 de Abril, data em que se aplicou o herbicida
solo contra a erosão devido ao razoável grau glifosato. Na modalidade HMix registou-se a
de cobertura que permitiu durante o Inverno. presença de Convolvulus arvensis, C. juncea
Em Abril de 2003 foi avaliada apenas a e A. integrifolia, ainda que com reduzido sig-
presença de vegetação herbácea na modali- nificado quantitativo, situação semelhante à
dade HPE, imediatamente antes da aplicação que tinha ocorrido no Verão do ano anterior.
do herbicida. A modalidade MT tinha sido O levantamento da vegetação em 8 de Ju-
recentemente mobilizada e na modalidade nho serviu também para aferir da eficácia do
HMix o solo encontrava-se integralmente combate das infestantes. A presença de vege-
sem vegetação pelo efeito da aplicação do tação viva nesta época do ano é absolutamen-
herbicida em 29 de Janeiro. O grau de co- te indesejável em olival de sequeiro devido
bertura e as principais espécies presentes à competição que ocorre pelos limitados re-
são apresentados na Figura 3. O grau de co- cursos hídricos na estação seca. Atendendo
bertura atingiu 66,0 e 56,0 % debaixo e fora ao reduzido grau de cobertura com vegeta-
da copa, respectivamente. Ornithopus com- ção viva parece que o combate foi eficaz com
pressus foi, nesta data, a espécie dominante qualquer das soluções herbicidas ensaiadas.
debaixo (28,0 %) e fora (25,0 %) da copa, Em Fevereiro de 2004, no talhão mobili-
o que pode ser considerado a principal alte- zado apareceu L. rigidum como espécie mais
ração da composição florística, após um ano abundante, particularmente debaixo da copa,
da introdução do glifosato como método de contribuindo sozinha com 36,7 % para o grau
combate das infestantes. Este registo não dei- de cobertura, que no total atingiu 60,0 % (Fi-
xa de ser interessante se enquadrado na pers- gura 4). Fora da copa o grau de cobertura
pectiva da melhoria da fertilidade do solo, na atingiu 31,0 % e a espécie mais abundante
medida em que a componente leguminosa se foi S. arvensis com 21,1 %. Na modalidade
incrementou em detrimento de L. rigidum. A HPE o grau de cobertura foi de 58,3 e 19,0
espécie Crassula tillaea também ainda não % debaixo e fora da copa, respectivamente.
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a) sob a copa; e b) fora da influência da copa.


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Figura 2 – Grau de cobertura e vegetação dominante em Janeiro de 2003 nas modalidades MT, HPE e HMix:
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Figura 3 – Grau de cobertura e vegetação dominante em Abril de 2003 na modalidade HPE: a) sob a copa; e
b) fora da influência da copa.

Ornithophus compressus deixou de figurar solo na modalidade HPE debaixo da copa e


entre as espécies mais abundantes. Com con- fora da sua zona de influência foi de 73,7 e
tributos superiores a 7 % surgiram debaixo 53,0 %, respectivamente. As espécies mais
da copa M. minima (14,6 %), S. arvensis representativas, avaliadas pelo grau de co-
(10,0 %), C. arvensis (7,9 %) e Cerastium bertura, foram C. brachypetalum com 14,2
brachypetalum (7,5 %). Fora da copa surgi- e 14,0 % debaixo e fora da copa, respecti-
ram M. minima (11,0 %), C. myconis (3,0 %) vamente. Debaixo da copa surgiram ainda
e S. arvensis (3,0 %) com algum significado com expressão relevante M. minima (12,5
quantitativo. No tratamento Hmix o grau de %), L. rigidum (8,3 %) e S. gallica (8,3 %).
cobertura foi insignificante debaixo (2,9 %) e Fora da copa surgem S. arvensis (8,0 %),
fora da zona de influência da copa (3,0 %). C. tillaea (8,0 %) e Aphanes australis (5,0
Em Abril de 2004 foi avaliada a vegetação %). O levantamento de Abril confirmou as
na modalidade HPE (Figura 5). Na modali- indicações que tinham sido obtidas com os
dade MT o solo tinha sido mobilizado e na dados de Fevereiro. No espaço temporal de
modalidade Hmix o solo estava completa- um ano, O. compressus desapareceu como
mente nu em resultado da aplicação do her- espécie dominante, com a rapidez com que
bicida em Fevereiro. O grau de cobertura do surgiu de 2002 para 2003.
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Figura 4 – Grau de cobertura e vegetação dominante em Fevereiro de 2004 nas modalidades MT e HPE: a) sob
a copa; e b) fora da influência da copa.

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Figura 5 – Grau de cobertura e vegetação dominante em Abril de 2004 na modalidade HPE: a) sob a copa; e b)
fora da influência da copa.

Em 1 de Março de 2007 a vegetação her- foi também elevado debaixo e fora da copa,
bácea apresentou-se bastante desenvolvida atingido os valores de 77,5 e 41,6 %, respec-
comparativamente com as avaliações feitas tivamente (Figura 6). Espécies individuais
em 2003 e 2004 (figura 6). A avaliação de com contributos relevantes debaixo da copa
2007 ocorreu mais tarde, que nos anos an- surgiram Poa annua (26,9 %), H. radicata
teriores em que a vegetação tinha sido ava- (15,6 %), M. minima (10,0 %) e C. myconis
liada em 29 de Janeiro e 9 de Fevereiro. No (5,0 %). Fora da copa aparecem com maior
tratamento MT o grau de cobertura do solo expressão H. radicata (18,3 %), Logfia galli-
conferido pela vegetação foi de 82,6 e 58,4 ca (13,3 %), M. minima (5,0 %) e C. myconis
% debaixo e fora da copa, respectivamente. (3,0 %). No tratamento Hmix foram regis-
Lolium rigidum surgiu como espécie domi- tados graus de cobertura debaixo e fora da
nante, quer debaixo quer fora da copa, com copa de 40,0 e 17,5 %. Hypochaeris radicata
um contributo significativo para o grau de foi a espécie mais abundante com contribu-
cobertura de 70,0 e 26,7%, respectivamente. tos de 24,4 e 11,3 % debaixo e fora da copa,
No tratamento HPE o grau de cobertura respectivamente.
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H mix: a) sob a copa; e b) fora da influência da copa.


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Figura 6 – Grau de cobertura e vegetação dominante em 1 de Março de 2007 nas modalidades MT, HPE e
GRAU DE COBERTURA DO SOLO E DINÂMICA DA VEGETAÇÃO EM OLIVAIS DE SEQUEIRO
COM A INTRODUÇÃO DE HERBICIDAS 39

Em Abril de 2007 foi avaliado o grau de co- foram M. minima (15,6 %), Anthyllis lotoides
bertura na modalidade HPE. Os valores regis- (11,9 %), C. arvensis (10,0 %) e H. radicata
tados foram de 87,9 e 41,0 % debaixo e fora (7,5 %). Fora da zona de influência da copa as
da influência da copa, respectivamente (Figura espécies com maior contributo foram H. radi-
7). As espécies individuais que mais contribu- cata (14,0 %), L. gallica (8,0 %), C. myconis
íram para a cobertura do solo debaixo da copa (7,0 %) e Conyza canadensis (5,0 %).

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Figura 7 – Grau de cobertura e vegetação dominante em Abril de 2007 na modalidade HPE: a) sob a copa; e b)
fora da influência da copa.

Em Julho de 2007 fez-se observação visual Por outro lado, após a aplicação de glifosa-
não quantificada nos três talhões. Em MT e to a vegetação formou uma cobertura morta
HPE a vegetação viva presente era residual. sobre o solo que restringiu o acesso da luz
No tratamento Hmix ganhou bastante signifi- e limitou o aparecimento de novas emergên-
cado a presença de C. juncea, H. radicata, A. cias.
integrifolia e C. canadensis. Foi ainda visível As espécies perenes também não apresen-
a presença de C. dactylon e C. arvensis. taram qualquer problema visível durante o
período em análise, 2002 a 2007, quando o
combate foi efectuado com glifosato. Se está
Discussão suficientemente documentado que as infes-
tantes podem desenvolver resistência ao gli-
O herbicida glifosato, em aplicação única fosato (Perez & Kogan, 2003; Wakclin et al.,
na primeira metade do mês de Abril, foi de 2004), parece ter prevalecido a ideia de que
elevada eficácia no combate às infestantes. a presença de espécies perenes é um proble-
O carácter não selectivo e a acção sistémica ma menor em culturas em que é possível usar
deste herbicida, aliados ao facto de ser apli- herbicidas não selectivos como o glifosato
cado sobre infestantes que em grande parte (Nalewaja, 2001).
se encontravam em estados fenológicos pou- No talhão gerido com herbicida glifosa-
co avançados e numa fase de crescimento ac- to o crescimento das árvores e a produção
tivo, justificam o resultado. As emergências acumulada de azeitona durante e experiên-
posteriores à data de aplicação do herbicida cia foram significativamente mais elevadas
tiveram pouco significado. Em Abril já teria comparativamente com o talhão mobilizado
ocorrido a maior parte das emergências da (Rodrigues et al., 2006). O resultado foi atri-
vegetação herbácea anual de ciclo estival. buído ao livre desenvolvimento do sistema
40 REVISTA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

radicular na camada superficial mais fértil no do solo, foram L. rigidum, M. minima e S.


talhão gerido com glifosato. As mobilizações arvensis debaixo da copa e S. arvensis, R.
de Primavera induzem um stress evidente acetosella e M. minima fora da copa. Um
nas árvores nas fases mais sensíveis do ciclo ano depois, em Abril de 2003, O. compres-
como a floração e o vingamento dos frutos. A sus surgiu a dominar o coberto contribuindo
eliminação das infestantes em Abril com gli- com 28,0 e 25,0 % para o grau de cobertura
fosato minimiza também a competição pela debaixo e fora da copa, respectivamente.
água, que é um dos factores mais limitantes O resultado pode ser atribuído à eleva-
da produção em olival de sequeiro (Bacelar, da percentagem de sementes duras que
2006). caracteriza esta espécie (Barrett-Lennard
O uso de herbicidas à base de glifosato & Gladstones, 1964; Piana & Dall’agnol,
apresenta outras vantagens. O glifosato é 1987). Quando o ciclo biológico das espé-
uma substância de reduzido impacte am- cies anuais foi quebrado em Abril com a
biental e com DL50 em ratos muito baixo aplicação de glifosato, surgiu a dominar o
(Whitehead, 2002), razões que contribuem coberto O. compressus possivelmente com
para que seja um bom herbicida na óptica da emergências a partir de sementes produzi-
produção integrada (Malavolta et al., 2002). das nos anos anteriores. Contudo, quando
Por outro lado, é uma mais solução barata, o herbicida foi aplicado pelo segundo ano
comparativamente com outros herbicidas consecutivo, o banco de sementes de O.
e outras formas de manter a superfície do compressus parece não ter garantido o nível
solo. de emergências registado anteriormente. A
O grau de cobertura do solo em Abril, an- partir do segundo ano passaram a dominar o
tes da aplicação de glifosato, variou entre coberto espécies de tamanho diminuto e de
66,0, 73,7 e 87,9 % debaixo da copa e entre ciclo muito curto que, na ausência de outras
56, 53 e 41 % fora da copa, respectivamente a competir pela luz ganharam importância
nos anos de 2003, 04 e 07. Os valores re- relativa. Em Abril de 2004 surgiu C. bra-
gistados mostraram alguma estabilidade ao chypetalum como espécie mais abundante
longo dos anos e parecem conferir cobertura debaixo e fora da copa. Outras espécies com
do solo satisfatória. Debaixo da copa o solo significado quantitativo nesta data foram M.
é mais fértil, devido à reciclagem dos nu- minima, S. arvensis e C. tillaea. Em 2007
trientes das folhas e à aplicação localizada desapareceu do grupo de espécies mais re-
dos fertilizantes (Rodrigues et al., 2005). presentativas C. brachypetalum. Surgiram
Por outro lado, a protecção da copa reduz M. minima, A. lotoides, C. arvensis e H.
os efeitos deletérios das geadas durante o radicata debaixo da copa e H. radicata, L.
Inverno e as perdas de água por evapotrans- gallica, C. myconis e C. canadensis fora da
piração. Estes efeitos reflectiram-se posi- copa.
tivamente no maior desenvolvimento da A vegetação manteve elevada dinâmica
vegetação debaixo da copa que se registou nos talhões HPE. Contudo, começou a reve-
em todos os levantamentos florísticos. No lar-se uma certa tendência para dominarem o
tratamento HPE, a vegetação viva confere coberto plantas de ciclo muito curto (M. mi-
protecção ao solo até Abril. A vegetação nima, L. gallica) com maturação de sementes
morta pela aplicação do herbicida assegura antes de Abril e outras de elevada produção
a protecção do solo até ao Outono seguinte. de sementes e de fácil dispersão pelo vento
Apesar de se ter registado alguma esta- (H. radicata, C. canadensis) que podem ter
bilidade no grau de cobertura do solo no origem nos incultos e caminhos que circun-
tratamento HPE, a dinâmica anual da ve- dam o olival ou em plantas individuais que
getação foi significativa. Em Abril de 2002, escaparam à acção dos herbicidas.
no primeiro levantamento, as espécies do- No talhão correspondente à aplicação do
minantes, avaliadas pelo grau de cobertura herbicida com componente residual, Hmix,
GRAU DE COBERTURA DO SOLO E DINÂMICA DA VEGETAÇÃO EM OLIVAIS DE SEQUEIRO
COM A INTRODUÇÃO DE HERBICIDAS 41

o grau de cobertura do solo no Inverno atin- Conclusões


giu os valores de 23,3, 2,9 e 40,0 % debaixo
da copa e 20,0, 3,0 e 17,5 % fora da copa em O glifosato apresentou elevada eficácia no
2003, 04 e 07, respectivamente. A partir da combate das infestantes. Por outro lado, per-
aplicação do herbicida e até ao Outono se- mitiu uma cobertura suficiente e estável do
guinte o solo permaneceu praticamente nu, solo com vegetação viva de Inverno e mor-
em resultado do controlo eficaz da vegetação ta no Verão. Contudo, a dinâmica espacial e
e de esta se encontrar pouco desenvolvida e temporal da vegetação foi grande, tendo-se
pouco lenhificada no momento da aplicação registado alterações anuais entre as principais
do herbicida, não constituindo efeito mul- espécies que surgiram a dominar o coberto.
ching. Esta modalidade apresenta-se, assim, No talhão Hmix pareceu evidente que num
desvantajosa na perspectiva da protecção do futuro muito próximo a vegetação terá de ser
solo contra erosão. combatida com a aplicação de um herbicida
No primeiro ano após a aplicação do her- não selectivo sistémico no fim da Primavera.
bicida residual, o grau de cobertura a 9 de No Verão, a presença de C. juncea, C. arven-
Fevereiro foi insignificante. Praticamente sis, C. dactylon e H. radicata foi mais signi-
nenhuma espécie resistiu à combinação das ficativa na parte final da experiência.
três substâncias herbicidas. Em 2007, três
anos após a última avaliação da vegetação, o
grau de cobertura recuperou para 40,0 e 17,5 Referências bibliográficas
% debaixo e fora da copa, respectivamente.
Esta recuperação no grau de cobertura pode Agroconsultores & Coba (1991) - Carta de
dever-se em parte ao facto do levantamento solos do Nordeste de Portugal. PDRITM/
florístico ter sido efectuado bastante mais UTAD.
tarde que nos anos anteriores. Em 2007 sur- Agro-manual. (2006) - Produtos Fitofarma-
giram a dominar o coberto algumas espécies cêuticos fertilizantes e sementes. Agro-
de elevada produção de sementes e de fácil manual Publicações, Queluz.
dispersão pelo vento, sendo H. radicata a Amaro, P. & Baggiolini, M. (1982) - Introdu-
espécie mais abundante. ção à protecção integrada. FAO/DGPPA,
Nas observações de Verão foram ganhan- Lisboa, 276 pp.
do importância ao longo dos anos C. jun- Bacelar, E. (2006) - Ecophysiological res-
cea e C. arvensis. Convolvulus arvensis é ponses of olive (Olea europaea L.) to res-
uma espécie resistente aos componentes tricted water availability. Dissertação de
residuais da formulação herbicida utilizada Doutoramento, UTAD, Vila Real.
na modalidade HMix, enquanto C. juncea Barrett-Lennard, R.A. & Gladstones, J.S.
não figura na lista das espécies resistentes (1964) - Dormancy and hard-seededness
nem susceptíveis daquele herbicida (Agro- in Western Australian serradela (Ornitho-
Manual, 2006). A complexa formulação pus compressus L.). Australian Journal of
deste herbicida, com componentes de acção Agricultural Research 15: 895-904.
residual e pós-emergência, não impediu o Coelho, A.D. & Silveira, H.L. (1993) - Pro-
aparecimento estival destas espécies devido tecção integrada aplicada a pomares de
provavelmente a sua capacidade de repro- pomóideas. O caso das infestantes. Revista
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postas, com destaque para H. radicata e C. Derpsch, R. (2001) - Conservation tillage,
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