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1.

INTRODUÇÃO

A atividade mineral está entre as mais importantes para o PIB do país, no


entanto esse setor acarreta uma série de consequências para o ambiente como: a perda
da biodiversidade, a perda da fertilidade natural do solo e a interferência nos recursos
hídricos da região.
Na Amazônia o setor mineral ainda sofre com as explorações ilegais, que
ocorrem de maneira predatória, sem o mínimo de preocupação ambiental, o que acaba
resultando em extensas áreas degradadas, sendo necessário intervenção para que haja a
recuperação e reabilitação da mesma.
Tendo em vista que a atividade de garimpagem ilegal é um processo que
ocasiona degradação ambiental fazem-se interessante realizar um diagnóstico das
alterações para dessa forma avaliar com maior exatidão as mudanças decorrentes do
processo de exploração.
A recuperação é uma atividade que exige uma abordagem sistemática de
planejamento e visão a longo prazo e não apenas uma tentativa limitada de remediar um
dano. Com a consciência da extinção em massa de espécies no mundo todo, está
crescendo a importância de se manter a diversidade biológica. A intervenção em áreas
degradadas, através de técnicas de manejo, pode acelerar o processo de regeneração,
permitir o processo de sucessão e evitar a perda de biodiversidade (BARBOSA et al.,
2005).
Segundo Oliveira, (2012), a preocupação com a preservação do meio-ambiente
pode-se dizer, que ficou bem acirrado durante nas últimas décadas, e a atividade mineral
tem uma grande parcela em desfavor do meio ambiente. As principais ações para que as
áreas degradadas por essa atividade (mineral) possam voltar a ser produtivas consiste no
desenvolvimento e estabelecimento de sistemas de manejo do solo seguido da
revegetação do local de maneira inclusive, a propiciar o retorno da fauna (MOURA et
al, 2015).
Gomes-Pompa (1979), apontam os estudos sobre solos como ponto relevante
para a regeneração dos ecossistemas tropicais e subtropicais, devendo ser considerados
para o melhor entendimento e planejamento dos processos ecológicos. Neste contexto,
para uma eficiente recomposição da vegetação das áreas degradadas e o
desenvolvimento de novas tecnologias e formas de manejo da vegetação e do material
orgânico para a recuperação de áreas degradadas, é necessária a busca continua
proporcional a extração minerária que contemplem, entre outras linhas, a interação dos
conhecimentos sobre a físico-química e microbiologia do solo, a ciclagem de nutrientes
e a autoecologia das espécies vegetais, reconformação das áreas atingidas e etc.

1.1. Objetivo

O objetivo do PRAD é promover a reabilitação da área atribuindo a ela uma


função adequada ao uso humano e reestabelecendo suas principais características
conduzindo-a a uma situação alternativa e estável de forma que seja possível
desenvolver outra atividade, ou seja, que a área se torne produtiva, seja ecologicamente
ou economicamente.
Na área em questão a recuperação ocorrerá com o objetivo de tornar a área
produtiva de forma que viabilize a inserção de novas atividades econômicas no local.
Para isso o processo ocorrerá em etapas e terá um prazo de 5 anos para implantação e
mais 5 anos de acompanhamento, por fim, após esse período espera-se que a área tenha
retornado a um sítio produtivo e que suas características naturais estejam parcialmente
reestabelecidas.

2. JUSTIFICATIVA

O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas, apresentado a seguir, considera


as atividades referentes à recuperação, considerando o papel fundamental que a
cobertura vegetal ocupa no contexto de reabilitação ambiental e ecológica das áreas
interferidas, destacando-se: atividades a serem desenvolvidas anteriormente e
conjuntamente à supressão vegetal, criando condições para maximizar as práticas de
revegetação; os planos de recuperação e sua execução, descrevendo as práticas de
recuperação e estabilização da área; o monitoramento das áreas recuperadas. Serão
levados em conta os recursos naturais inerentes ao ecossistema local, como o (1)
sementes, a serem colhidas diretamente da vegetação atualmente existente no local, (2)
banco de plântulas e propágulos existentes nas proximidades da área, (3) camada
superficial (topsoil) e restos vegetais que serão removidos das áreas florestais às
proximidades e utilizadas no processo de recuperação do local.
Contudo, além da revegetação, outras intervenções serão necessárias,
destacando-se a reconformação das superfícies do terreno, a implementação de um
plano de atrativos para a fauna, assim como a inoculação de micorrizas em sementes de
espécies de leguminosas fixadoras de nitrogênio, adubação e preparação do solo
previamente a revegetação, criando melhores condições para o estabelecimento das
espécies plantadas.
Além disso a área poderá ser fonte de renda através da implementação de
atividades econômicas ao local, como a criação de peixes.

3. ORIGEM DA DEGRADAÇÃO E IMPACTOS OCASIONADOS

A área em questão foi objeto de extração ilegal do mineral ouro. Essa atividade
acarretou sérias consequências ambientais ao local como exposição completa do solo,
ausência de camada orgânica, ausência de cobertura vegetal, ausência de animais,
alterações tanto na estrutura físicas de químicas do solo, ainda há a alteração topográfica
local, com a presença de inúmeras cavas abertas.
Os impactos ambientais da garimpagem na área podem ser divididos em físicos
e biológicos e topográficos. Os impactos físicos locais podem ser caracterizados pela
destruição da capa vegetal e do solo assim como pelo assoreamento do rio, uma vez que
toda a mata ciliar foi removida, ficando o mesmo exposto aos intemperismos
recorrentes do garimpo localizado em suas margem. O revolvimento do solo promove
intensa erosão das margens (barrancos) de rios, carreando sólidos em suspensão para o
sistema de drenagem. Os impactos biológicos estão relacionados à qualidade das águas
por intermédio do assoreamento, pela descarga de derivados do petróleo, tais como óleo
diesel e graxa. E alteração da topografia local com presenças de cavas e material
inorgânico espalhado pelo perímetro.

4. ETAPAS DA RECUPERAÇÃO

A área em questão possui 100 ha que deverão ser aplicadas técnicas de


recuperação. Desses 100 ha, 12 deles são formados por cavas abertas, que serão
utilizadas como tanques de psicultura.
1) No primeiro ano da Implantação do PRAD ocorrerá a conformação
topográfica da área e implementação dos açudes.
2) No segundo ano haverá a revegetação local, utilizando espécies com alta
produção de matéria orgânica afim de promover a recuperação e
fertilidade do solo, se houver necessidade haverá a utilização de adubos
químicos no local.
3) No terceiro ano está previsto o plantio dos açaizeiros às margens das
cavas, as quais já possuirão espécies de peixes que posteriormente serão
comercializadas nas comunidades da região.
4) No quarto ano haverá a transposição de serapilheira às margens do rios,
afim da incrementação de matéria orgânica ao solo local e posterior
plantio de espécies nativas, que serão produzidas em viveiros florestais
na própria área.
5) No quinto ano será realizado o plantio das espécies na margem do rio e
recuperação da mata ciliar do local. Pretende-se que no quinto ano a área
esteja com seu solo recuperado e produtivo, e que novas atividades
econômicas possam estar sendo desenvolvidas, além da criação de
peixes.

5. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA EMPREGADA NA RECUPERAÇÃO

5.1. Conformação Topográfica


5.2. Implementação dos açudes

Levando em consideração que os terrenos desejáveis para implementação dos


açudes são caracterizados por solo arenoso, as valas que serão preparadas para a
formação dos açudes passarão por um processo de impermeabilização que consiste no
despejo de terra em uma das cabeceiras e, com um trator equipado com lâmina na
frente (pás carregadoras ou tratores de esteiras), essa terra vai sendo empurrada para
dentro da vala. A vala deverá ser totalmente preenchida com terra e devidamente
compactada. Poderá ainda ser feita um processo de aperfeiçoamento deste sistema de
impermeabilização com a utilização de lonas específicas para tais finalidades que
possuem características de resistência apropriadas.
As dimensões dos tranques podem articular de forma que melhor se encaixem na
disposição do terreno respeitando sempre tamanhos que se encaixem na ordem de 1:3
ou 1:2 das dimensões para largura e comprimento. A profundidade mínima para estes
tanques é de 1 metros. Como forma de aperfeiçoar a logística para a locomoção no
local, haverá um espaço entre tanques de 12 metros que será utilizado também como
estrada de acesso para verificações dos processos de criação, alimentação, baldeio de
cargas e logística geral.
O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.), também conhecido por açaí, açaí-do-pará,
açaí-do-baixo-amazonas, açaí-de-touceira, açaí-de-planta, açaí-da-várzea, juçara, juçara-
de-touceira e açaí-verdadeiro, pode ser considerado como a espécie mais importante do
gênero Euterpe, dentre as dez registradas no Brasil e as sete que ocorrem na Amazônia.
Botanicamente, classifica-se como pertencente ao Reino Plantae; Filo/Divisão
Magnoliophyta; Classe Liliopsida; Ordem Arecales; Família Arecaceae; estando
inserido no gênero Euterpe.
Pode ser plantado em tipos climáticos ocorrentes na região (Afi, Ami e Awi,
segundo classificação de Köppen). No Estado do Pará, o cultivo do açaizeiro vem sendo
realizado em vários municípios, abrangendo todos os tipos climáticos, é encontrado,
naturalmente, em solos de várzea, igapó e terra firme, sendo predominante em solos de
várzea baixa.
Sua propagação pode ser feita por meio de sementes colhidas de palmeiras
selecionadas (diâmetro, número de folhas e sanidade), que devem estar em conjunto
com outras da mesma espécie e no mesmo estádio de desenvolvimento, para evitar a
autofecundação forçada. Marcá-las de modo permanente, porém sem afetá-las, para
fácil reconhecimento.
Para o cultivo do açaizeiro devem ser indicadas áreas já exploradas com plantios
sucessivos de espécies de ciclo curto e/ou médio, submetidas à mecanização, tratos
culturais frequentes e fertilização química e orgânica, com cobertura vegetal de
pastagem, na maioria degradada, como também capoeira fina com dificuldades de
regeneração natural. Alternativamente, pode-se implantar também em áreas com
vegetação secundária de pequeno porte. Áreas com vegetação primária devem ser
evitadas, em consequência dos danos ambientais e ao maior custo com o preparo,
devido à derrubada da vegetação.
De acordo com estudos realizados na Embrapa, recomenda-se que no plantio
sejam utilizadas mudas com diâmetro do colo superior a um centímetro e altura da parte
aérea entre 40 e 50 centímetros. Considera-se altura da parte aérea da muda, o
comprimento existente entre o solo do saco e o ponto de emissão do folíolo da folha
mais alta.
Serão, nas bordas dos açudes, plantadas fileiras de açaí num espaçamento
produtivo de 4m², havendo 2 metros da borda do açude para a planta e 2 metros para o
início da estrada, o espaço entre as touceiras será de 4 metros, serão plantadas de 3 a 4
estipes por touceiras esquema:
Figura 1: Representação esquemática da disposição dos açudes, fileiras de açaí e
estradas.

Para calcularmos a área útil deste método deve- se levar em consideração o


comprimento e largura do açude, mais o espaçamento das fileiras do açaí e o espaço
destinado para as estradas de acesso, assim, podemos estimar que para açudes de
dimensões de 30m x 60m, teríamos um acréscimo de largura e comprimento fixos de
mais 4 metros para cada dimensão, proporcionados pelas fileiras de açaí, e mais 2
metros para cálculo que são destinados à parcial da estrada. Assim teríamos uma área
útil de cada açude com tais dimensões em aproximadamente 0,24 ha, o que totalizariam
um aproximado de 4 açudes por hectare.
Figura 2: Representação esquemática da área útil de cada açude para cálculos de
dimensionamento

A área qual este estudo busca aplicar este método de recuperação possui 12
hectares a serem recuperados, desta forma, poderiam ser instalados aproximadamente
48 açudes nestas dimensões de 30m x 60m, com aproximadamente 50 touceiras por
açude, seguindo o distanciamento de 4 metros entre plantas, isto corresponderia a
aproximadamente 1.500 touceiras de açaí na área total.
Todavia este não deve ser o único espaçamento do qual se disporá mão, uma vez
que o arranjo poderá ser ajustado de forma a melhor aproveitar o espaço da área a ser
recuperada, ajustando assim dimensões de largura e comprimento dos açudes.

5.3. Revegetação com espécies leguminosas de ciclo rápido

Será semeada na área uma espécie de feijão conhecida popularmente como


feijão de Porco. O plantio do feijão de porco, uma Fabaceae, com alto poder de
cobertura, auxiliará na fixação nitrogênio no solo e disponibilizará outros nutrientes,
pois essa espécie apresenta elevada produção de biomassa com significativo aporte de
folhas ao solo, proporcionando assim rápida formação de litter, e consequentemente
intensa ciclagem de nutrientes. Portanto, também serár realizado uma adubação verde
no local.
5.4. Transposição de Serapilheira na margem do rio

Para prosseguirmos com as medidas que serão adotadas na área desse PRAD, é
necessário a compreensão do termo que será descrito adiante, serapilheira. Entende-se
por serapilheira as quantidades significativas de nutrientes que podem retornar ao solo,
sendo constituída de resíduos formado pelo acúmulo de matéria orgânica morta, de
origem vegetal e animal, como, folhas, galhos, arbustos, fezes de animais, caules e
cascas de frutos em diferentes estágios de decomposição. A característica da
composição da camada vai depender da fitofisionomia do bioma, macrofauna e
mesofauna presentes, variáveis ambientais, como clima, temperatura, precipitação
pluviométrica, umidade, topografia e latitude entre outros. A formação e a
decomposição da camada de serapilheira sobre solos degradados são essenciais para
reativação da ciclagem de nutrientes entre a planta e o solo, possibilitando a formação
de um novo horizonte pedológico, com condições mais adequadas para o
restabelecimento da vegetação.
Na margem do rio essa prática facilitará e induzirá os solos inférteis a torna-se
produtivos. E conduzirá o surgimento de espécies nativas na área, uma vez que essa
camada de matéria orgânica também apresenta sementes que terão sua germinação
impulsionadas com a transposição da serapilheira. A serapilheira também permitirá que
a água da chuva penetre lentamente no solo, sem causar erosão, sendo assim absorvida,
contribuindo para a formação dos lençóis freáticos. Essa prática facilitará o processo de
recuperação da mata ciliar do rio, que no momento encontra-se bastante comprometida.

5.5. Construção do Viveiro Florestal

Será construído um viveiro florestal na área de interesse desse PRAD. O


objetivo principal dessa iniciativa é propiciar a produção de mudas no próprio local por
meio de um processo relativamente simples e de baixo custo. As mudas produzidas
serão empregadas na recuperação das áreas que passaram por atividade de garimpo
ilegal.
A implantação de um viveiro no próprio local que passará pela recuperação,
torna o processo de revegetação das áreas degradadas menos onerosos, já que as mudas
são produzidas no próprio local, não havendo necessidade de gastos com transporte e
compra em viveiros de terceiros. As áreas de que se trata esse PRAD, possue
localização remota e de difícil acesso. Portanto, o que seria uma etapa cara e que
demandava uma trabalhosa logística, passa a ser uma etapa mais simples, mas de uma
enorme contribuição ambiental.
A fase que exige mais tempo para que ocorra a produção de mudas no próprio
local é a construção do viveiro, sendo necessário menos de um dia de trabalho para ser
finalizada.
Abaixo serão apresentadas as etapas que deverão ser utilizadas para a construção
e implantação do viveiro florestal na área objeto desse estudo.
1. Deverá ser espalhado uma camada de aproximadamente 15 centímetros
de corimam no chão do viveiro para auxiliar na drenagem no terreno (Figura 2).
Figura 3: Camada de coriman sendo espalhada.

Fonte: Arquivo Pessoal.


2. Após espalhado o coriman, serão fixadas 9 estacas de suporte com
medidas de aproximadamente 3 metros e 15x15 centímetros, distantes 3 metros um do
outro e aproximadamente 1 metro de profundidade Figura (3).

Figura 4: Instalação das estacas de suporte.


Fonte: Arquivo Pessoal.

3. Instalada as estacas de suporte, deverão ser a fixadas 12 estacas de


amarração para esticar o arame liso. As estacas terão dimensões de aproximadamente
1,5 metros e 15x15 centímetros. As estacas serão fixadas ao redor das estacas de
suporte, com uma distância de aproximadamente 2 metros (Figura 4).

Figura 5: Estacas de amarração.

Fonte: Arquivo Pessoal.


4. Instaladas as estacas de suporte e amarração, ocorrerá a amarração do
arame liso na estaca de fixação, depois será passado (arame) por cima das estacas de
suporte e com auxílio do esticador preso na outra estaca de fixação, esse procedimento
será realizado para que o arame seja esticado (Figua 5).
Figura 6: Amarração do Arame.

Fonte: Arquivo Pessoal.

Após a etapa 4, estará concluída a estrutura do viveiro (Figura 5).

Figura 7: Estrutura do Viveiro.

Fonte: Arquivo Pessoal.

5. Com a estrutura do viveiro concluída, inicia-se o processo de cobertura


com o sombrite. O sombrite será esticado por cima dos arames armados e fixados com
grampos de alumínio (Figura 06).
Figura 8: Instalação do Sombrite.

Fonte: Arquivo Pessoal.

Ao finalizar a cobertura do viveiro, utilizando o sombrite com percentural de


sombreamento de 50%, a construção do viveira estará finalizada (Figura 7).
Figura 9: Construção do Viveiro concluída.

Fonte: Arquivo Pessoal.

6. A sexta etapa consistirá na produção das mudas. As mesmas serão


produzidas em sacos de polietileno, utilizando o substrato de uma mistura de terra e
areia peneirada na proporção de 2 partes de terra para 1 parte de areia (Figura 8 A e B).
7. Após os sacos preenchidos, com o substrato indicado, será realizado o
semeio das sementes e organização dos sacos no viveiro (Figura 8 C e D).
Figura 10: A) Preparação do Substrato; B) Preenchimento dos sacos; C)
Pantio das Sementes; D) Organização dos sacos no viveiro.

Fonte: Arquivo Pessoal.


Para a produção de muda, além do acompanhamento técnico, serão
disponibilizados materiais contendo informações referentes a cada espécie que serão
utilizadas. Nesses catálogos constarão informações botânicas, ecológicas, a utilidade de
cada espécie, a quebra de dormência por espécie e as técnicas de semeio, conforme
exemplo abaixo (Figura 10). Buscou-se usar na elaboração dos panfletos uma
linguagem de fácil compreensão e a utilização de materiais que fossem acessíveis aos
garimpeiros.
igura 11: Exemplo de panfleto disponibilizado para produção de mudas.

Fonte: Elaboração Própria.

O viveiro possuirá uma capacidade para a produção de 1.500 mudas. Após o


período de quatro meses será realizado o plantio das mudas em campo. O espaçamento
utilizado para plantio será de 2x2 m de uma muda para outra. Será realizado também, o
plantio direto do feijão de porco na área que será recuperada.
Os próprios colaboradores do garimpo farão a rega das mudas, duas vezes ao
dia, não sendo necessário executar essa atividade quando houve precipitação no local.
A despesa total para a implantação dessa estrutura foi de R$ 316,61. Todos os
custos e materiais utilizados estão discriminados na tabela 2.

Tabela 1: Custo com a estrutura e sementes utilizados para a implantação


do viveiro na área.
Item Quantidade Valor
Esticador de arame Liso 8 unidades R$ 49,36
Arame Liso 120 metros R$ 48,00
Estrutura
Sombrite 42 m² R$ 84,00
Sacos de mudas 1500 Unidades R$ 27,30
Item Quantidade Valor
Embaúba 5 gramas R$ 3,65
Feijão de Porco 500 granas R$ 25,00
Orelinha 15 gramas R$ 2,85
angelim saia 25 gramas R$ 6,50
Guaraná do Mato 50 gramas R$ 2,50
Paricá Branco 25 gramas R$ 3,25
Sementes Fava dentinho 15 gramas R$ 5,55
Guaritá 15 gramas R$ 7,20
Timburi 50 gramas R$ 15,00
Mututi 50 gramas R$ 14,00
Parapará 15 gramas R$ 6,45
Paricá 50 gramas R$ 11,00
Açai 500 gramas R$ 5,00
Total R$ R$ 316,61
Elaboração Própria.

5.5.1 Seleção das Espécies para revegetação


A escolha de espécies para utilização em recuperação de áreas degradadas deve
ter como ponto de partida estudos da composição florística da vegetação remanescente
da região (Moura, 2015). A partir destes levantamentos, experimentos silviculturas
devem ser montados programas de recuperação, procurando explorar a variação
ambiental e níveis de tecnologia, sendo que as espécies pioneiras e secundárias iniciais
deverão ter prioridade na primeira fase da seleção das espécies (Davide, 1999).
A recuperação de solos degradados pode ser buscada por meio da cobertura que
tenha facilidade de estabelecimento, rápido desenvolvimento e que melhorem as
condições físicas, biológicas do solo. Dentro desses critérios ecológicos, as espécies
pioneiras e secundárias iniciais devem ter prioridade na primeira fase da seleção de
espécies. Além disso, podem ser levados em consideração outros aspectos, dentre esse:
a seleção de espécies florestais para aplicação no modelo de sucessão secundária,
espécies florestais para formação de povoamentos puros, e utilização de espécies
herbáceas, arbustivas e arbóreas e espécies frutíferas.
O ponto de maior importância a ser considerado com relação ao revestimento
vegetal das áreas que passam por garimpagem é a sobrevivência das plantas nas
condições extremamente adversas do local. A escolha da espécie deve ser aliada a
fatores como: valor econômico, potencial da espécie, a influência da planta sobre a
fertilidade do solo, a utilidade da planta como abrigo e alimento para fauna.
Para seleção das espécies que serão empregadas na recuperação da área objeto
do presente estudo, foram realizados levantamentos bibliográficos e estudos de campo,
a fim de verificar quais se desenvolveriam sob condições de baixa disponibilidade de
nutrientes e alta incidência solar. Portanto, foram escolhidas as que apresentassem alto
índice de desenvolvimento sob condições adversas, com baixas exigências nutricionais
e, preferencialmente, pioneiras, para iniciar a revegetação das áreas mais alteradas no
local, e espécies frutíferas visando assim a sustentabilidade futura da área. Procurou-se
selecionar apenas espécies nativas e do bioma Amazônico.
Para auxiliar na recuperação do solo, 54% das espécies selecionadas são
pertencentes à família Fabaceae, que possuem como principal característica a ocorrência
de regiões especializadas em suas raízes, conhecidas por nódulos radiculares, que
concentram colônias de bactérias do gênero Rhizobium, especializadas na fixação de
nitrogênio. Esse processo é essencial em ambientes naturais pobres em nitrogênio, já
que ocorre a conversão de uma forma de nitrogênio inerte em outra disponível para
assimilação por organismos vivos, assim teremos a incorporação de nutrientes no solo e
sua disponibilização para as outras espécies vegetais.
Serão utilizadas mudas de 13 espécies vegetais, previamente selecionadas, são
essas: Cecropia hololeuca, Astronium fraxinifolium, Enterolobium timbouva, Schefflera
morototoni, Schizolobium var. amazonicum, Albizia niopoides, Pterocarpus rohrii,
Parkia pendula, Canavalia ensiformis, Pseudima frutescens, Pseudima frutescens,
Senegalia polyphylla, Enterolobium schomburgkii (Tabela 2).

Tabela 2: Espécies que serão utilizadas na recuperação.

Família Nome Científico Nome Vulgar


Arecaceae Euterpe oleracea Açaí
Fabaceae Albizia niopoides Fava dentinho
Fabaceae Pterocarpus rohrii Mututi
Araliaceae Parkia pendula angelim saia
Urticaceae Cecropia hololeuca Embaúba
Fabaceae Canavalia ensiformis Feijão de Porco
Sapindaceae Pseudima frutescens Guaraná do Mato
Anacardiaceae Astronium fraxinifolium Guaritá
Araliaceae Schefflera morototoni Parapará
Fabaceae Senegalia polyphylla Paricá Branco
Fabaceae Enterolobium schomburgkii Orelinha
Fabaceae Schizolobium var. Paricá
amazonicum
Fabaceae Enterolobium timbouva Timburi

5.6. Enriquecimento da mata ciliar

O plantio das mudas produzidas ocorrerá será realizado na margem esquerda do


rio X, preferencialmente na época chuvosa. Para o plantio das mudas deverão ser
abertas covas com dimensões de aproximadamente 40 x 40 x 40 cm, com espaçamentos
de 2 x2 m. A abertura das covas poderá ser feita de forma manual com auxílio de uma
cavadeira.
Para o plantio, as mudas serão retiradas do saco de polietilino, e colocadas nas
covas de forma com que o colo ficasse no nível do solo, evitando-se assim o
amontoamento de terra no caule.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Barbosa, JM. Recuperação de áreas degradadas de mata ciliar a partir de sementes. São
Paulo, 1992. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, p. 702-705.

FEIJÓ Ciappina, Introdução a Gestão Ambiental. São Paulo, 2010

GOMES-POMPA, Regeneração de matas Ciliares, 1979. p.11-30.


OLIVEIRA Jr. J.B. Custos associados à proteção ambiental na mineração. Lisboa,
2002, 127p. Dissertação (Mestrado em Mineralogia e Planeamento Mineiro). Instituto
Superior Técnico – Universidade Técnica de Lisboa. Setemmmbro 2002.

MOURA, De Dalvino Jose. RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS PELA


MINERAÇÃO. Orientador: Prof. Paulo André Barbosa Hollanda
Cavalcanti. Universidade Estadual de Goiás, Unidade Niquelândia 2015 (Relatório
Monográfico).

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