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Nutrição Animal

Digestão e Absorção
• Alimentação e nutrição
“Um animal pode estar alimentado mas não
nutrido”!.

Alimentação: envolve as práticas de seleção e preparo dos


alimentos, manejo de fornecimento.
Nutrição: envolve o estudo das exigências nutricionais
visando atender as necessidades em determinados nutrientes,
específico para uma sp. e categoria animal.
Conceitos Básicos
• Alimento
“Substância que, consumida por um indivíduo, é capaz de
contribuir para assegurar o ciclo regular de sua vida e a
sobrevivência de sua espécie”. (Jacquot, 1960).

- Constituído de nutrientes
- Engloba várias substâncias
- Livre de elementos tóxicos
- Palatável
• Nutriente (carboidratos, a.a., vit. e minerais)

“Componente do alimento representando uma entidade


química, que entra no metabolismo celular e concorre para
manutenção da vida” (Morisson, 1959).

=> Energia não é um nutriente, mas uma propriedade. Uma


das mais importantes avaliações de um alimento,
juntamente com o teor de PB e de A.A.
• Exigência nutricional
“Quantidade de cada nutriente, necessária para determinada
sp. e categoria animal, para sua boa manutenção, produção,
reprodução”.

• Dieta e ração
Dieta: conjunto de alimentos incluindo a quant. respectiva
prescrita para atender a exigência nutricional de determinada
categoria animal.

Ração: qt. total de alimento fornecido e consumido por um


animal em 24 hs. Ração comercial, formulação pronta.
• Conversão alimentar (melhor, pior)
C.A. = Consumo / Ganho de peso
Ex. C.A. = 1,82 ou 1,78

Eficiência Alimentar = Ganho de peso/ consumo

• Desempenho = performance

• Ad libitum = à vontade
• Aditivo: substâncias não nutritivas, adicionadas aos
alimentos para melhorar suas propriedades ou
aproveitamento. Ex.: fitase, acidulante, antifúngico,
corante, pigmentante.

• Suplemento: ingrediente ou mistura, para suprir a ração


em aminoácidos, vitaminas ou minerais.
NUTRIÇÃO: Processo de fornecer às células do corpo animal as condições
químicas necessárias para as reações metabólicas envolvidas no crescimento,
mantença, produção e reprodução

DIGESTÃO: Compreende os processos químicos e físicos que são


responsáveis pela transformação do alimento em seus nutrientes, e os
mecanismos de transporte até as células do intestino

ABSORÇÃO: Envolve os processos químicos e físicos relacionados com o


transporte dos nutrientes pela membrana do intestino e seu transporte até a
circulação sangüínea ou linfática.

Digestão e Absorção >>>> São processos complementares


METABOLISMO: Conjunto de reações catabólicas e anabólicas que permitem o
funcionamento normal das células e consequentemente da vida do animal.
Anabolismo >>>> Processo de construção
Catabolismo >>> Processo de destruição

EXCREÇÃO: É a eliminação das partes dos alimentos não absorvidos ou dos que
resultantes das reações metabólicas.

ALIMENTO: Substâncias que quando ingeridas, são aproveitadas e fornecem os


nutrientes necessários para os animais. É uma substância que quando consumida
por um indivíduo, é capaz de contribuir para assegurar o ciclo regular de sua vida e
a sobrevivência da espécie à qual pertence. É todo material que após a digestão
pelos animais é capaz de ser digerido, absorvido e utilizado.

ALIMENTAÇÃO: É o processo de fornecimento do alimento ao animal, na forma


mais adaptada às suas preferências e condições fisiológicas. Consiste no ato de os
animais ingerirem, transformarem, assimilarem e utilizarem materiais de
composição e propriedades definidas.

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NUTRIENTE: Compostos químicos orgânicos e inorgânicos que participam
diretamente dos processos metabólicos e são fornecidos pelos alimentos.

NUTRIENTE ESSENCIAL: Nutrientes que não necessitam de


transformações catabólicas ou anabólicas para serem metabolizados.

RAÇÃO BALANCEADA: É a quantidade de alimentos calculada para


fornecer os requisitos nutricionais mínimos conhecidos para os animais nas
diferentes fases de sua vida

ALIMENTAÇÃO RACIONAL: objetiva fornecer ao indivíduo os alimentos


para sua manutenção, mantendo as condições de rendimento produtivo e o
benefício da alimentação em troca do trabalho humano.

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COMPOSIÇÃO DOS ANIMAIS E VEGETAIS

Tabela 1. Comparação entre Animais e Vegetais


Fonte: MAYNARD et al. (1984).

Animais Vegetais

Parede celular Proteína Celulose

Reserva alimentar Gordura e Glicogênio Carboidratos (amido)

Alimentos vegetais e
Obtenção de energia Luz solar + solo + água
animais

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Metabolismo da água
• É a substância mais abundante nos seres vivos, compreendendo
de 45 a 70% do peso total da maioria dos organismos vivos

• A percentagem de água no corpo depende de vários fatores tais


quais:
Idade; % de gordura corporal; espécie

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Tabela 2. Composição percentual comparada entre o corpo
animal e alimentos
Fonte: MAYNARD et al. (1984)

Água Proteína Gordura Carboidratos Minerais


ANIMAIS
Bezerro gordo 68,0 18,0 10,0 - 4,0
Suíno, 73,0 17,0 6,0 - 3,4
Suíno, 60,0 13,0 24,0 - 2,5
Suíno, 49,0 12,0 36,0 - 2,6
Galinha 57,0 21,0 19,0 - 3,2
Coelho 69,0 18,0 8,0 - 4,8
Cavalo 61,0 17,0 17,0 - 4,5
VEGETAIS
Alfafa 66,4 2,6 0,9 28,7 1,4
Milho, planta 74,1 5,7 1,1 16,8 2,4
Milho, grão 9,1 7,9 17,4 30,7 4,9
Soja, grão 4,6 8,9 3,9 71,3 1,3

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Teor de água corpóreo de acordo
com as espécies animais
Água total do corpo (%)
Animais
Carneiro 53-59
Cabra 67-72
Boi 60-65
Cavalo 60
Lagosta 79
Minhoca 80
Rã 78
Galinha 53
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Distribuição da água do corpo

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Fontes de água

 Água de bebida

 Água dos alimentos / coloidal

 Água metabólica
Proteínas: 100g/60g;
Carboidratos: 100g/50g;
Lipídios: 100g/120g

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Déficit de Agua
Células
 Vol. Sangue Justaglomerular Angiotencin
(rins) a II
Osmolaridad
e
plasma Receptores
Osmorreceptore Baroreceptore
de
s s Receptores de
esfriamento
Angiotencina ll
Centro da
sede
Hipotálamo

Ingestão de água
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Mecanismos de indução de sede

•  Desidratação celular
•  Desidratação extracelular
•  Sistema renina-angiotensina

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Funções
•  Solvente
•  Termorregulação
•  Composição dos líquidos orgânicos
•  Participa dos processos de transporte e absorção
•  Lubrificação (líquido sinovial)
•  Proteção - tecido nervoso - fluido cerebroespinhal
•  Transporte do som (ouvidos)
•  Processo da visão

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Perdas de água:
•  Excreção renal
•  Excreção fecal
•  Evaporação
•  Respiração
–  Sudorese
• Ex.: suínos com 75 kg perdem1 kg de vapor de
água/dia
• marrãs com 182 kg perdem 2,32 kg de vapor de
água/dia
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Fatores que alteram o consumo de água

•  Temperatura ambiental
•  Tipos de bebedouro
•  Dieta: níveis de proteína e de Na+, farelada ou
peletizada
•  Atividade física
•  Condição fisiológica: mantença, crescimento,
gestação e lactação
•  Temperatura da água
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Consumo de água esperado pelas principais
espécies domésticas.

Espécie Consumo esperado (litros / dia)


Bovino de Corte 22 - 66
Bovino de Leite 38 - 110
Caprinos e Ovinos 4 - 15
Equinos 30 - 45
Suínos 11 - 19
Galinhas 0,2 - 0,4
Perus 0,4 - 0,6

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Consumo de Agua por suinos
Idade/fase (dias) Peso corporal aprox. (kg) Consumo de água (L/dia)
Até 55 5-30 2,8
55-95 30-50 8
95-156 50-85 12
157-230 85-110 20
Marrãs 150 16
Fêmeas gestantes 180 22
Fêmeas lactantes 180 27
Cachaços 180 20

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Balanço hídrico diário (L) de vacas

Não lactante Lactante


Ingestão
Água de bebida 26 51
Água com alimento 1 2
Água metabólica 2 3
Total 29 56
Eliminação
Fezes 12 19
Urina 7 11
Vapor 10 14
Leite 0 12
Total 29 56

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• Controle do consumo de água
•  Equilíbrio hídrico: volume e osmolaridade plasmáticos –
osmorreceptores.

Equilíbrio hídrico = Ai + Aa + Am – (Ae + Au + Af + Ac) = 0

Sendo: Ai = Água ingerida; Aa = Água do alimento; Am = Água


metabólica; Ae = Água evaporada; Au = Água da urina; Af = Água das
fezes; Ac = Água corporal.

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•  Equilíbrio hormonal: estímulo ao
consumo de água à liberação do hormônio
vasotencina-arginina = estimula a reabsorção
de água pelos rins.

•  Ato de comer: receptores na cavidade


bucal coordenam a função hipofisária no
controle do consumo de água = relação entre a
osmolaridade celular e necessidade de água na
célula.

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Absorção de água
 Nos diferentes segmentos do TGI
 Fatores que interferem
 Relação osmótica
 Presença de polissacarídios ( viscosidade)

Formas de absorção
 Formas de absorção
 Junções firmes
 Membrana celular

Difusão Simples: É o movimento das moléculas, ou dos íons,


através de aberturas na membrana, ou através de espaços
intermoleculares, a favor de um gradiente de concentração.
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Digestão
• A maioria dos compostos orgânicos
presentes nos alimentos tem que ser
“quebrado” em moléculas menores de
forma a poder ser absorvido e utilizado
pelos animais.
– Mecânico
– Químico
– Microbiano
• Digestibilidade e Coeficiente de digestibilidade

O coeficiente de digestibilidade (CD) é a proporção de


nutriente consumido que na realidade está disponível
para a absorção e utilização pelo organismo animal
(Case et al., 1998).
Sistema Digestivo
Principais componentes do trato digestivo:

1- Boca

2- Dentes
Órgãos Acessórios:
3- Língua

4- Faringe •Pâncreas

5- Esôfago •Fígado

6- Estômago •Glândulas Salivares

7- Intestino Delgado

8- Intestino Grosso

9- Ânus
Sistema Digestivo - BOCA
Boca: cavidade oral

Local onde é recebido alimento

Redução do tamanho das partículas de alimento

Partículas são misturadas à saliva (facilitar deglutição)

Formação do “bolo” alimentar

Dentes e língua: estruturas que auxiliam a digestão


Saliva
• Liquido Incolor, insipido, viscoso
• Peso especifico 1001 a 1009
• Alcalina - Porco pH 7,32
» - CavalopH 7,56
» - Bovinos pH 8,2 a 8,4
» Composição -

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Carnívoros x Herbívoros

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35
36
. Sistema Digestivo - Lingua

Órgão Muscular

Movimenta alimento dentro da cavidade e move o mesmo para o


esôfago
Superfície da língua: mais grossa, composta por papilas

Auxilia a trituração de alimentos


Corte longitudinal do Cabeça

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Tratos Digestivos - Geral

Cão Suíno Coelho Ovelha


Suíno
Cavalo
42
Bovino
Ave
45
Pró-ventrículo - Moela
Capacidade relativa do trato digestivo
de alguns animais

Animal Capacidade relativa (%)


Estômago I delgado Ceco I grosso
Vaca 71 18 3 8
Cavalo 9 30 16 45
Suíno 29 34 5 32
Ovino 68 20 2 10
Gato 70 15 - 15
Capacidade alimentar do aparelho digestivo de alguns animais

Animal Capacidade (litros)

Estômago I delgado Ceco-colun

Boi 252,5 66,0 37,9

Cavalo 18,0 63,8 129,6

Suínos 8,0 9,2 10,2


Processos Digestivos
• Monogástricos
– Sem importância fermentativa
• Ave
• Cão
• Suíno
– Ceco e cólon funcional
• Cavalo
• Coelho
• Capivara
• Ruminantes
– Bovino
– Ovino
– Caprino
Digestão nos Monogástricos
• Boca, estômago, intestino delgado, intestino
grosso.
• Movimentos peristálticos
– Mistura com suco digestivo
– Contato com mucosa
– Expulsão fração não digerida
• Intestino delgado
– Vilos e microvilos
– Secreção de enzimas
• Zimogênios
Digestão na Boca
• Majoritariamente mecânica, causando
fracionamento do alimento
• Saliva (99% água), contém -amilase em algumas
spp.
– Cavalo, gato, e cão não possuem
– Suíno com baixa atividade
– Homem com alta atividade
• -amilase
– -(1 4), produzindo mistura de glicose e maltose
– -(1 6), produzindo dextrina limite
Digestão no Estômago

• Órgão de digestão, mas também


armazenamento
• Suco gástrico: água, pepsinogênio, sais
inorgânicos, muco, HCl, e fator intrínseco
– Células parietais: HCl
– Células principais: pepsinogênio
• Em aves: células oxintopépticas produzem ambos
Digestão no Estômago
• pH = 2,0
• Pepsinogênio pepsina (Exopeptidase)
– Age sobre ligações peptídicas adjacentes à AA
aromáticos (PHE, TRP e TYR), mas também GLU e
CYS
• Produtos da digestão protéica no estômago são
peptídios de vários tamanhos de cadeia e apenas
alguns AA livres
Digestão no Estômago
• Lipase gástrica
– Muito importante em mamíferos (gordura do leite)
– Secretada
• Fundus em humanos, suínos, cães e coelhos
• Língua ratos e camundongos
– Resiste à ação da pepsina e HCl
– Hidrolisa 10 – 30% dos triglicerídios da dieta
– Importante em animais jovens
– Continua ativa no duodeno
Digestão no Intestino Delgado
• Secreções
– Duodeno
• Secreções alcalinas
• Enteroquinase
– Fígado
• Sais biliares
– Sais glicocólicos e taurocólicos de Na e K
– Pâncreas
• Peptidases
• Lipases
• Carboidrases
Secreções Pancreáticas

• Peptidases
– Tripsinogênio Tripsina (Endopeptidase)
Enteroquinase
• Age somente em –COOH de LIS e ARG
– Quimotripsinogênio Quimotripsina (Endopeptidase)
Tripsina
• Age somente –COOH de TYR, TRP, PHE e LEU
– Pró-crboxipeptidases A e B Carboxipeptidases A
e B (Exopeptidases) Tripsina
• Age apenas liberando o último AA da porção –COOH terminal
– Pró-elastase elastase
Tripsina
Secreções Pancreáticas

• Carboidrases
– -Amilase pancreática
• Ligações -(14) de amido e glicogênio

• Pró-fosfolipase fosfolipase
Tripsina
Secreções Pancreáticas
• Lipase
– Ação conjugada com sais biliares
– Especificidade nos C 1 e 3 do triglicerídio
• Mistura de ácidos graxos, mono e di-glicerídios

TG 2-Monoglicerídio + 2 AG Livres

– Ação conjugada com a colipase


• Sais biliares permitem reduzido acesso à lipase
• Colipase permite ancoragem ao glóbulo de gordura cercado de
sais biliares
Secreções do Fígado

• Bile
– Água, sais biliares, colesterol, ácidos graxos,
Na, K, Ca, Cl, HCO3
– Sais conjugados e não conjugados
Ação da Bile
Recirculação Enterohepática
• Bile após uso
– Difunde de volta para o alimento
– Absorvida no íleo distal
• Veia porta para o fígado

• Homem: 2-4 gramas de sais biliares


• Em um dia 20-30 gramas entram e saem do
Int. Delgado
Enzimas da Mucosa
• Oligossacarídios e pequenos peptídios são
reduzidos a monossacarídios e aminoácidos
através da ação de enzimas associadas com
as vilosidades intestinais
– Alguma digestão de descamação de vilos
– Maioria da digestão ocorre na superfície
luminal das células epiteliais
Enzimas da Mucosa
• Sucrase
• Maltase
• Lactase
• Oligo-1,6-glicosidase
• Aminopeptidases
• Dipeptidases
Vilosidades
Intestinais
Digestão no Intestino Grosso
• Intestino grosso não secreta enzimas digestivas
• Extensiva ação microbiana
– Lactobacillus, streptococcus, coliformes, bacteróides,
clostridium, fermentos
– Fermentação microbiana produz ácidos acético,
propiônico e butírico entre outras substâncias
• Fezes: água, resíduos alimentares não digeridos,
células epiteliais, sais, bacterias e produtos da
decomposição microbiana
Digestão no Mamífero Recém-Nascido

• Pós-Nascimento
– Permeabilidade à proteínas intactas durante alguns dias
– Absorção de anticorpos da mãe
• Declina rapidamente até 24 H pós-parto
– Baixa atividade de pepsina, -amilase, maltase, e
sucrase e alta atividade de lactase
– Dietas para desmame precoce 7-14 dias devem ser
diferentes da dos adultos e conter altas concentrações
de derivados do leite
Digestão nas Aves
• Papo ou inglúvio
– Reserva de alimento e alguma fermentação
• Pró-ventrículo
– Estômago verdadeiro
• Moela
– Órgão muscular, ação física (pedriscos)
• Cecos pareados
– Pouca importância digestiva
• Intestino grosso curto, terminando na cloaca
– Cloaca: fezes, urina reprodução
Absorção de Nutrientes

• Majoritariamente no intestino delgado


– Duodeno: mistura, digestão e absorção
– Jejuno: absorção
– Íleo: reabsorção
Transporte de Nutrientes

• Maioria: jejuno, duodeno, íleo, e int. grosso, nesta


ordem decrescente
• Superfície de absorção: vilosidades e
microvilosidades
• Passagem do lúmen para dentro das células epiteliais
ocorre por: transporte ativo, difusão passiva, ou
pinocitose
Transporte de Nutrientes

• Envolve:
1. Penetração na microvilosidade
2. Migração dentro do interior da célula
3. Metabolismo dentro da célula
4. Penetração no sistema vascular ou linfático
1. Veia porta
2. Duto toráxico
5. Fígado
Transporte de Nutrientes

6. Átrio e ventrículo direito


7. Pulmões
8. Átrio e ventrículo esquerdo
9. Aorta e tecidos com sangue oxigenado e
nutrientes da digestão
10. Todas células
Absorção de Nutrientes
• Carboidratos
– Monossacarídios a partir de dissacarídios na
superfície das microvilosidades
• Aldoses ativamente transportadas, por
transportadores dependentes de sódio, pelo sistema
porta hepático
• Cetoses com mecanismo não bem esclarecido,
frutose ativo sem sódio
– Ordem decrescente à mesma concentração
• Galactose, glicose, frutose, manose, xilose,
arabinose
Absorção de Nutrientes
• Eventos pós-absorção das gorduras
– No enterócito
• AG re-esterificados com 2-monoglicerídios
• No retículo endoplasmático
– Apolipoproteínas
– Quilomícrons
– Vesículas secretoras
» Citoplasma
» Membrana basal
» Fusão e expulsão da célula
» Espaço inter-celular
» Lácteas
» Sistema linfático
» Duto toráxico
» Circulação
Absorção de Nutrientes

• Oligopeptídios e amino ácidos no lúmen


– AA para sistema porta e então fígado
• Sistemas ativos dependentes de sódio
• Dentro de cada grupo há concorrência por
carreadores
Digestão dos carboidratos
(amido)
AMIDO
Digestão de carboidratos
Digestao da Proteina

H O H O H O H O H O
H2N C C N C C N C C N C C N C C O H
R1 R2 R3 R4 R5

peptidase HOH

H O H O H O H O H O
H 2N C C N C C O H + H2N C C N C C N C C OH
R1 R2 R3 R4 R5
Digestão de Proteina
Digestão de Lipideos
Controle das secreções do TGI

SISTEMA NERVOSO SISTEMA ENDÓCRINO

 

COORDENAÇÃO e REGULAÇÃO

FUNÇÕES FISIOLÓGICAS

Como : Através de Mensagens aos órgãos visados

SISTEMA NERVOSO  IMPULSOS NERVOSOS (NEUROTRANSMISSORES)

SISTEMA ENDÓCRINO  HORMÔNIOS

Moléculas sinais reconhecidas por receptores específicos


FUNÇÕES MOTORAS E SECRETORAS
DO TRATO GASTROINTESTINAL

INTRÍNSECO

SISTEMA NERVOSO SISTEMA ENDÓCRINO


GASTROINTESTINAL GASTROINTESTINAL
PLEXO MIOENTÉRICO
PLEXO SUBMUCOSO

SISTEMA NERVOSO
CENTRAL

EXTRÍNSECO
Digestão nos Ruminantes
Capacidade do Trato Digestivo, litros
Humano Porco Cavalo Ovelha Bovino
Peso Vivo, kg 75 190 450 80 575
Rúmen-Retículo 17 125
Omaso 1 20
Abomaso 1 8 8 2 15
Total Estômago 1 8 8 20 160
Intestino Delgado 4 9 27 6 65
Ceco 1 14 1 10
Intestino Grosso 1 9 41 3 25
Trato Dig. Total 6 27 90 30 260
MOTRICIDADE NO ESTÔMAGO DOS RUMINANTES
Digestão nos Ruminantes

• Ruminante jovem
– Rúmen-retículo diretamente para abomaso
através do canal reticular
– Ação da renina
• Ruminante adulto
– Rúmen-retículo aumentam até 85% do total à
medida que há ingestão de alimento sólido e
contato com animais adultos
Digestão no Rúmen
• Física: mastigação
• Química
• Digestão
– Consumo de alimento
– Ruminação
Ruminação
• Mistura contínua do conteúdo por contrações das paredes.
Material da porção anterior é “jogado” retornando ao
esôfago e, então, por uma onda de contração para a boca.
A fração líquida é rapidamente re-engolida, mas a sólida é
novamente mastigada
• Estímulo à ruminação é dado pela estimulação tátil do
epitélio do rúmen anterior. Material pouco “fibroso” não é
estimulante !!
• Tempo de ruminação depende do tipo de fibra, quando
mais fibroso maior. Em geral 8 horas por dia. Cada bolo
regurgitado é mastigado 40-50 vezes !!
Digestão Química no Rúmen

• Condições ambientais no rúmen são de uma


Câmara de Fermentação:
– pH=5,5 – 6,8
• Fosfatos e bicarbonatos da saliva
• Rápida absorção AGV
– Pressão osmótica similar à sangüínea
– Anaerobiose mantida pela fermentação
– Temperatura: 38-42 oC
Digestão Química no Rúmen
• Rúmen-retículo funciona através de cultura
contínua de sistema anaeróbico de bactérias,
protozoários e alguns fungos.
• MO produzem ácidos graxos voláteis (AGV),
células microbianas, gases (metano).
– AGV absorvidos diretamente no rúmen
– Gases perdidos por eructação
– Células microbianas e alimento não degradado passam
para o abomaso (pH=2,0) e daí para intestino delgado.
Degradado então, pelo sistema enzimático do animal
como no monogástrico
Microorganismos do Rúmen
• Bacteria: 109 – 1010 por ml de conteúdo ruminal
– Anaeróbicas
– Fermentação
– Varia com dieta
• Protozoários: 106 por ml
• Fauna e flora normal são estabelecidos muito cedo,
até 6 semanas em bovinos
CHO e Fermentação Ruminal

• MS bacteriana contém 100 g N / kg


– 80% na forma de AA
– 20% como ácidos nuclêicos
• Utilização de carboidratos
– Fase 1: digestão de CHO complexos até
açúcares simples (imediatamente capturados
pelos MO ruminais, não acumulam)
– Fase 2: utilização dos açucares da Fase 1 para
metabolismo dos MO
CHO e Fermentação Ruminal

• Ácidos graxos voláteis (AGV)


– Acético é o predominante em dietas onde
forragens são a base da dieta
– Propiônico aumenta em concentração com
dietas de grande proporção de “concentrados”
(alimentos à base de grãos de cereais – grande
quantidade de CHO solúveis como amido)
– Butírico relativamente constante
CHO a Piruvato no Rúmen
Piruvato a ÁGV no Rúmen
Produtos da Fermentação Ruminal

• Gases
– Mais de 30 litros por hora
• 40% CO2
• 30-40% CH4
• 5% H2
• Pequenas quantidades de O2 e N2
– Maioria perdida por eructação
• Timpanismo
Limitação da Fermentação
Ruminal de CHO
• A capacidade de digestão da celulose e
hemicelulose depende largamente da presença de
lignina
– “Palhas”: 50-80 de retenção ruminal
– Pasto jovem: 30-50 horas de retenção
– Pasto jovem: 80% digestibilidade
– Pasto velho: 60% digestibilidade
Presença de amido
– Rápida fermentação reduz pH, sendo que grandes
concentrações reduzem a presença de organismos
fermentadores da celulose
Outros Locais de Fermentação

• Intestino grosso: ceco e cólon


– Mesmos produtos da fermentação ruminal,
porém menos efetivo
• Substrato mais solúvel já foi removido
• Pouco tempo para absorção
• Pouco tempo de retenção
– Coelho: coprofagia
– Cavalo
– Suíno
– Aves
Funções do Rúmen

• Produção de energia
• Armazenamento de alimento
• Ruminação (regurgitação)
Digestão de Proteínas no Rúmen

• Proteína é degradada majoritariamente a amônia,


mas também pequenas quantidades de AA e
pepetídios
– Amônia é incorporada em proteína bacteriana de
qualidade constante, posteriormente degradada no
abomaso
• AA indispensáveis
• AA dispensáveis

• Significado de AA essencial em ruminantes !!!


Uso da Amônia no Rúmen

• Pouca proteína (N) na dieta reduz a


multiplicação bacteriana e,
consequentemente fermentação ruminal e
uso de CHO
• Excesso de N na dieta leva à excesso de
amônia que é absorvida desta forma. Parte
desta amônia retorna via saliva, mas a maior
parte é eliminada via urinária
Nitrogênio Não Protéico

• NNP normalmente presente no rúmen


• Uréia usada para suplementar dietas de baixa
quantidade protéica hidrolizada rapidamente a
amônia. Uso adequado depende:
– Concentração inicial de N no rúmen deve estar abaixo do
ótimo
– Deve haver fonte de energia prontamente disponível
(amido)
• Intoxicação pelo excesso
Digestão dos Lipídios no Rúmen

• Triglicerídios e fosfolipídios hidrolizados


por lipases
• AG insaturados são hidrogenados pelas
bactérias
• Capacidade de digestão limitada, problemas
a partir de 10% de gordura na dieta, retardo
na fermentação e queda no consumo de
alimento
Síntese Ruminal de Vitaminas

• Todas vitaminas do complexo B e vitamina


K são sintetizadas pela fermentação
ruminal. Vitamina B12 necessita de
Cobalto.
• Assim, ruminantes não necessitam
suplementação destas vitaminas
pH do rúmen e sua relação com as proporções entre
os ácidos acético, propiônico e láctico
Digestão no Mamífero Recém-Nascido

• Pós-Nascimento
– Permeabilidade à proteínas intactas durante alguns dias
– Absorção de anticorpos da mãe
• Declina rapidamente até 24 H pós-parto
– Baixa atividade de pepsina, -amilase, maltase, e
sucrase e alta atividade de lactase
– Dietas para desmame precoce 7-14 dias devem ser
diferentes da dos adultos e conter altas concentrações
de derivados do leite
Digestão nas Aves
• Papo ou inglúvio
– Reserva de alimento e alguma fermentação
• Pró-ventrículo
– Estômago verdadeiro
• Moela
– Órgão muscular, ação física (pedriscos)
• Cecos pareados
– Pouca importância digestiva
• Intestino grosso curto, terminando na cloaca
– Cloaca: fezes, urina reprodução
Absorção de Nutrientes

• Majoritariamente no intestino delgado


– Duodeno: mistura
– Jejuno: absorção
– Íleo: reabsorção
Transporte de Nutrientes

• Maioria: jejuno, duodeno, íleo, e int. grosso, nesta


ordem decrescente
• Superfície de absorção: vilosidades e
microvilosidades
• Passagem do lúmen para dentro das células epiteliais
ocorre por: transporte ativo, difusão passiva, ou
pinocitose
Transporte de Nutrientes

• Envolve:
1. Penetração na microvilosidade
2. Migração dentro do interior da célula
3. Metabolismo dentro da célula
4. Penetração no sistema vascular ou linfático
1. Veia porta
2. Duto toráxico
5. Fígado
Transporte de Nutrientes

6. Átrio e ventrículo direito


7. Pulmões
8. Átrio e ventrículo esquerdo
9. Aorta e tecidos com sangue oxigenado e
nutrientes da digestão
10. Todas células
Absorção de Nutrientes
• Carboidratos
– Monossacarídios a partir de dissacarídios na
superfície das microvilosidades
• Aldoses ativamente transportadas, por
transportadores dependentes de sódio, pelo sistema
porta hepático
• Cetoses com mecanismo não bem esclarecido,
frutose ativo sem sódio
– Ordem decrescente à mesma concentração
• Galactose, glicose, frutose, manose, xilose,
arabinose
Absorção de Nutrientes
• Gorduras
– Triglicerídios na forma de micelas no intestino, sendo a
porção lipídica absorvida passivamente no jejuno e os
sais biliares ativamente no íleo. Ácidos graxos e di-
glicerídios são ressintetizados como triglicerídios e
formam quilomícrons dentro das vilosidades passando
para as lácteas, duto toráxico e circulação geral

– ÁG de cadeia média e curta (< 10 C) passam diretamente


para a mucosa sem necessidade de formação de micelas

– Em aves, VLDL’s diretamente ao fígado pelo sistema


porta
Absorção de Nutrientes
• Eventos pós-absorção das gorduras
– No enterócito
• AG re-esterificados com 2-monoglicerídios
• No retículo endoplasmático
– Apolipoproteínas
– Quilomícrons
– Vesículas secretoras
» Citoplasma
» Membrana basal
» Fusão e expulsão da célula
» Espaço inter-celular
» Lácteas
» Sistema linfático
» Duto toráxico
» Circulação
Absorção de Nutrientes

• Oligopeptídios e amino ácidos no lúmen


– AA para sistema porta e então fígado
• Sistemas ativos dependentes de sódio
– AA neutros
– AA ácidos
– AA básicos
– Iminoácidos
• Dentro de cada grupo há concorrência por
carreadores
Metabolismo da Taurina em Gatos

• Taurina é sintetizada em animais


– Gatos
• Habilidade limitada para síntese
• 95% taurocolatos enquanto outros mamíferos 50%
– Taurina encontrada apenas em tecidos e secreções animais
– Deficiência
» Cegueira
» Perda capacidade reprodutiva das fêmeas
» Alta mortalidade ao de recém-nascidos

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