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Tema 3 – Os espaços organizados pela população

PROBLEMAS ESTRUTURAIS DA AGRICULTURA


PORTUGUESA: SAU, IRRIGAÇÃO E MECANIZAÇÃO
PROBLEMAS ESTRUTURAIS DA AGRICULTURA PORTUGUESA: SAU, IRRIGAÇÃO E MECANIZAÇÃO

Composição e
distribuição da SAU
Estrutura fundiária Irrigação e
mecanização
Formas de
exploração e
Dimensão económica
natureza jurídica da
das explorações
SAU
Principais problemas estruturais da agricultura portuguesa

Composição e distribuição Formas de exploração e


1 2 3 Estrutura fundiária
da SAU natureza jurídica da
SAU

Dimensão económica das


4 5 Irrigação e mecanização 6 Mão de obra agrícola
explorações
Estrutura das explorações agrícolas
Composição e distribuição da SAU

Estrutura das explorações agrícolas por região agrária, 2009-2019.


Evolução e utilização da Tendências
SAU São terras frequentemente mobilizadas e que se
Terras destinam a culturas temporárias de sementeira anual,
1
aráveis geralmente associadas2a um sistema de rotação
cultural,
Aumento inéditinocdluainSdAoU as terras em poDuismioin. uição das terras
Composição e distribuição da SAU

aráveis

Culturas 3S ã o culturas lenhosas que ocu


pam o solo durante vários
Aumento da área das culturas e das
permanentes anos, fornecendo repetidas colheitas (excluem-s e as
pastagens
pastagens permanentes
permanentes).

Problemas
É a superfície agrícola (geralmente inferior a 0,2
-HoDrteasinvestim e n t o n o
c u l ti v o d e chee cret a isre , s s ) e t o r
o cu p a d a c o m p r od u t o s
o n d e Po r tu g a l é
h o r t íco la s o u f r utos
famailltiaamr ente de/eofiuciftláorrieos. destinados ao autoconsumo do agregado

Evolução e utilização da SAU nos anos censitários de 1989 a 2019.


- Grande pardteomdoésstpicroaddoos
perpoadsuttaogre. ns permanentes são pobres
por
não sofrerem intervenções de melhoramento
(sementeiras,
adubações,Sruepgearsfíociuesdrsenmaegaed
nas)s. ou espontâneas, em geral
Pa-
staFgoertnesaume n t o d a p r o d u ç ã o
na indtaesnàsivaalimhe e r b ác e a s , d e s ti
esunptaeçrãinotednosgivaadloig. aOdcau,pam o
permansoebnretetusdo, a o o li va l e am e
s o lo p o r u m pe
n d o al .
r ío d o s uperior a 5 anos.
A vinha e as culturas arvenses incluem-se, respetivamente, na
fração de SAU correspondente às

A terras aráveis e culturas permanentes.

B culturas permanentes e terras aráveis.

C pastagens permanentes e horta familiar.

D terras aráveis e horta familiar.

Cultura da vinha, Esposende.

SOLUÇÕES
A distribuição e composição da SAU por
Regiões Agrárias

O Alentejo absorve mais de metade da SAU do país,


Composição e distribuição da SAU

fruto do relevo aplanado, da fraca densidade


populacional e do povoamento concentrado.

Composição da SAU muito variável de região para


região, em função de condicionalismos como a
aptidão dos solos, o clima, o relevo, as políticas
agrícolas, etc.
Repartição regional da SAU em 2019.

Ocupação cultural predominante da SAU, 2019.


A SAU pode ser explorada por:
Formas de exploração da SAU CAorrnetnadpamróepnrtioa
• Alternativa
Formas de exploração e natureza jurídica da SAU

O produtor ao
é o abandono
proprietário;
das terras quando os proprietários, por
• algum
Maior motivo, deixam
emdepreservar
as explorar;

POTENCIALIDADES
preocupação a fertilidade do solo e investir na
• modernização
Diminuição dos custos sociais, ambientais
das explorações e económicosa resultantes
para rentabilizar atividade
agrícola;
do abandono de terras, tais como o desemprego, os incêndios, a
• degradação da paisagem,
Desenvolvimento a redução
de atividades da biodiversidade,
paralelas à exploração -etc.
valorização

• OAmeaça à valorização
produtor utiliza umaeconómica e ambiental
terra alheia, com a qualda SAU;
não possui
• nenhum tipoabandono
Risco de de ligação; das terras devido às características

FFRRAAGGIILLI
• socioprofissionais

IDDAADDEESS
Aumento do risco de da esgotamento
generalidadedosdossolos, devido ao uso de
proprietários:
práticas agrícolas
- classe intensivas e pouco cuidadas, com vista à
envelhecida;
obtenção
- baixo de repetidas
nível colheitas
de instrução e edemáximo rendimento.
formação profissional;
- baixo conhecimento das novas tecnologias e técnicas de
produção modernas e inovadoras.

Formas de exploração da SAU, 2016.


Natureza jurídica da
SAU
Formas de exploração e natureza jurídica da SAU

Produtores Sociedades
singulares agrícolas
Mão de obra
Mão de obra familiar
assalariada

Fraca capacidade de Orientação para


gestão e os
comercialização resultados

Baixo potencial Ganhos de escala


técnico
Eficiência
Classe envelhecida operacional

Elevado
Baixo rendimento rendimento e
e
produtividade
produtividade
Natureza jurídica do produtor agrícola, 2019.
Estrutura fundiária Tendências

Diminuiu o n.º de explorações, mas aumentou a


1
área de SAU.

Prevalecem as unidades de pequena dimensão:


2 quase ¾ das explorações agrícolas do país tem
Estrutura fundiária

menos de 5 ha de SAU.

Forte concentração da SAU num reduzido n.º de


explorações: cerca de 6% das explorações tem 50
3
ou mais ha de SAU o que corresponde a mais de
metade da SAU nacional (68%).

Explorações por classe de SAU, 2009-2019.


Estrutura fundiária

Forte variabilidade regional

Principais contrastes
• Beira Litoral e Madeira: minifúndios.
• Alentejo: latifúndios

Predomínio do minifúndio
Estrutura fundiária

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola, 2019.


Excessiva fragmentação das explorações

Problemas
• Obstáculos à introdução de maquinaria e
à modernização dos sistemas de
produção; Dimensão média das explorações, 2019.
• Baixo rendimento e produtividade agrícolas.
Medidas de ajustamento da estrutura fundiária

Emparcelamento Corrigir a dispersão, a fragmentação, a configuração e a dimensão das


rural explorações, incluindo ainda melhorias nas redes viária e de drenagem.

Valorização Promover o aproveitamento económico, ambiental e social das


fundiária explorações, através de obras de melhoramento fundiário (eletrificação,
sistemas de irrigação, infraestruturas de acesso às explorações, etc.
Estrutura fundiária

Bolsa Nacional de Disponibilizar terras com aptidão agrícola ou florestal, públicas ou privadas,
Terras (BNT) para serem cultivadas, através de arrendamento ou compra. Mais-valias:
facilitar o acesso à terra, evitar o abandono das áreas rurais, da agricultura
e da floresta; prevenir os incêndios florestais.

Arrendamento Explorar terras alheias, por exemplo, através da BNT. Mais-valias: corrigir
rural a dimensão das explorações agrícolas, reduzir a dispersão da propriedade
e aumentar o rendimento e produtividade agrícolas.
Tendências
Dimensão económica (DE)

1 Aumento da DE média das explorações ditado por


um forte crescimento do VPPT.

2 Predomínio das explorações de muito pequena


Dimensão económica das explorações

dimensão económica (quase 3/4 do total de


explorações).

• Baixa dimensão empresarial do setor;


• Prevalência dos produtores singulares, que
apresentam baixa capacidade de
investimento e poucos conhecimentos
técnicos, de gestão e comercialização.

Forte variabilidade regional: Alentejo e Ribatejo e Oeste


3 geram mais de metade do VPPT nacional -
importância da empresarialização agrícola nestas
regiões.

Número de explorações e VPP, por DE e Região Agrária (2009-2019).


Em Portugal predominam as explorações de muito pequena
dimensão económica, facto que reflete

o fraco investimento no setor, maioritariamente gerido por


A
sociedades agrícolas.

B a importância da agricultura familiar, fortemente orientada


para o mercado.

o predomínio das sociedades agrícolas, que detêm um


C
maior potencial produtivo.

a baixa dimensão empresarial do setor, dominado pelos


D
produtores singulares.

Dimensão económica média das explorações, 2019.

SOLUÇÕES
Irrigação Regadio

permite

• Regularizar a disponibilidade hídrica;


• Combater a erosão e desertificação;
• Atenuar os efeitos dos períodos de seca,
cada vez mais prolongados;
• Diversificar as culturas agrícolas;

Irrigação e mecanização

Gerar mais rendimento por hectare.

contudo

A superfície regada representa só 14% da SAU


nacional.

A Madeira é a única região com mais de


metade da sua SAU regada.

Importância da superfície regada na SAU, por região agrária (%), 2019.


Documento 1 - O Sistema Global de Alqueva

O Sistema Global de Alqueva tem em exploração 120 000 hectares de


regadio que compõem o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva.
O incremento da área regada ao longo da última década permitiu a
progressiva alteração do modelo da agricultura alentejana,
tradicionalmente assente no sequeiro e que agora, com a garantia de
Irrigação e mecanização

água de Alqueva, gera novas oportunidades nas culturas de regadio e


abre portas às agroindústrias. Equipados com modernas técnicas de
telegestão, os perímetros de rega de Alqueva oferecem ao agricultor, não
só a garantia de água mas, também, a possibilidade de obter informação
em tempo real e adaptar a cada momento os períodos de rega de acordo
com as suas necessidades.
Fonte: https://www.edia.pt/ |consult. 29-07-2022|
A mecanização da agricultura portuguesa
Mecanização
tem vindo a intensificar-se.

Problema?
Elevado grau de
envelhecimento do
parque de máquinas
Irrigação e mecanização

e tratores

compromete a (o):

• segurança dos agricultores;


• desempenho ambiental;
• rendimento agrícola.

Evolução
Tratores pordaclasses
utilização
de de tratores,
idade e de 1999-
potência, 2009-2019.
2019.
Relação entre o
Índice de mecanização número de tratores e
a SAU explorada
Irrigação e mecanização

• Maior dimensão fundiária;


• Predomínio do sistema
extensivo;
• Forte especialização
agrícola.

Índice de mecanização: tratores por 100 hectares de SAU, 2019. Máquina de vindimar.
Indica duas razões que comprovem a importância
do regadio nas regiões agrárias do Sul do país.

Sugere uma explicação para a variação da


superfície regada no Alentejo nos últimos anos.

Explica, apresentando duas razões, de que forma


a estrutura fundiária do país condiciona a
competitividade do setor agrícola. Variação da superfície regada por região agrária, 2009-2019.
A vinha e as culturas arvenses incluem-se, respetivamente na fração
de SAU correspondente às

A terras aráveis e culturas permanentes.

B culturas permanentes e terras aráveis.

C pastagens permanentes e horta familiar.

D terras aráveis e horta familiar.

Cultura da vinha, Esposende.


Em Portugal predominam as explorações de muito pequena
dimensão económica, facto que reflete

o fraco investimento no setor, maioritariamente gerido


A
por sociedades agrícolas.

B a importância da agricultura familiar, fortemente


orientada para o mercado.

o predomínio das sociedades agrícolas, que detêm um


C
maior potencial produtivo.

a baixa dimensão empresarial do setor, dominado pelos


D
produtores singulares.

Dimensão económica média das explorações, 2019.


Indica
duas razões que comprovem a importância do regadio no Alentejo.

O regadio permite diversificar as opções culturais numa região onde impera a agricultura de sequeiro, tornando o setor
mais rentável. Por outro lado, atenua o problema da erosão e da desertificação das terras alentejanas, muito afetadas
por longos períodos de seca.

Sugere uma explicação para a variação da superfície regada no


Alentejo nos últimos anos.

A superfície regada no Alentejo mais do que duplicou nos últimos


anos devido ao Sistema Global de Alqueva, que tem disponibilizado
água para irrigar um número crescente de explorações agrícolas.

Explica, apresentando duas razões, de que forma a estrutura


fundiária do país condiciona a competitividade do setor agrícola.
Variação da superfície regada por região agrária, 2009-2019.

O predomínio do minifúndio e a excessiva fragmentação das explorações agrícolas dificulta a introdução de máquinas e
tratores agrícolas, bem como a modernização dos sistemas de produção, contribuindo assim para uma baixo nível de
produtividade e rendimento agrícolas.

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