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Tendo por base uma certa homogeneidade das características naturais, da estrutura fundiária e do
sistema de cultura dominante, em Portugal há nove regiões agrárias.
Região agrária
Região com uma certa homogeneidade
ao nível das características naturais,
estrutura fundiária e sistema de cultura.
Fatores condicionantes das estruturas agrárias
Naturais
Humanos
Clima Históricos
Relevo Económicos
Solo Políticos
Recursos hídricos Sociais
Demográficos
Jurídicos (direitos de posse)
os declives acentuados facilitam o deslizar dos solos. Para travar este processo, têm sido
construídos socalcos;
a altitude interfere, principalmente, nas condições de temperatura e humidade, o que obriga
a um escalonamento das culturas;
as regiões planas de menor altitude são as mais propícias para a prática agrícola.
Um outro aspeto de grande importância para o desenvolvimento da atividade agrícola é a natureza
dos solos:
Exploração agrícola
Unidade técnico-económica que utiliza fatores de produção, tais como mão de obra, máquinas, instalações,
terrenos, entre outros, e que deve satisfazer obrigatoriamente as quatro condições seguintes:
produzir produtos agrícolas ou manter em boas condições agrícolas e ambientais as terras que já não
são utilizadas para fins produtivos;
atingir ou ultrapassar uma certa dimensão (área, número de animais);
estar submetida a uma gestão única; estar localizada num local bem determinado e identificável.
Superfície agrícola utilizada (SAU)
Constituída pelas terras aráveis, culturas permanentes, pastagens permanentes e hortas familiares.
´Terras aráveis
Constituídas pelas terras cultivadas destinadas à produção vegetal (onde se incluem as culturas temporárias),
pelas terras retiradas da produção, pelas terras que sejam mantidas em boas condições agrícolas e ambientais
e pelas terras ocupadas por estufas ou cobertas por estruturas fixas ou móveis.
O uso da SAU
Um terço da área total nacional, aproximadamente, está coberta por floresta e a SAU ocupa cerca de
50% da área total nacional. A maior parte da área agrícola está localizada em zonas pouco favoráveis à
prática da agricultura. Este facto sempre constituiu um importante obstáculo natural à intensificação da
culturas temporárias - culturas cujo ciclo vegetativo não excede um ano, como é o caso dos
culturas permanentes - culturas que ocupam a terra durante um longo período de tempo,
permanecem por períodos superiores a cinco anos e se destinam a pasto para o gado;
numa diminuição das culturas temporárias e do pousio, integradas nas terras aráveis;
um aumento da superfície das pastagens permanentes, que ocupam praticamente metade da
SAU.
A distribuição da SAU apresenta um grande contraste espacial:
no Alentejo existem apenas 10% das explorações agrícolas que, no entanto, ocupam 53% da
SAU;
As regiões com menor percentagem de explorações são o Algarve e as Regiões Autónomas
dos Açores e da Madeira;
As regiões agrárias que apresentam maiores percentagens de exploração são Trás-os-Montes,
Entre Douro e Minho e Beira Litoral;
A SAU não tem praticamente significado na Região Autónoma da Madeira e apresenta valores
reduzidos no Algarve, na Beira Litoral e na Região Autónoma dos Açores.
As explorações de pequena dimensão (minifúndio) continuam a predominar, uma vez que cerca de
75% das unidades produtivas exploram menos de 5 hectares de SAU. Pelo contrário, verifica-se que
só uma pequena percentagem de explorações apresenta mais de 20 hectares de superfície
(latifúndio).
Olival Ovos
Vinha Manteiga
Citrinos Queijo
Culturas forrageiras (consumo animal) Leite
Culturas hortícolas Miudezas
Culturas para a indústria Carnes de aves
Batata Carnes de suínos
Cereais Carnes de bovinos
Rega por gravidade - Sistema de rega em que a água é distribuída pelas parcelas, sem pressão,
utilizando apenas o desnível existente.
Rega por aspersão - Método de rega no qual a água é distribuída uniformemente e com uma
pressão apropriada, sob a forma de chuva.
Rega gota a gota - Método de rega localizada em que a água é aplicada diretamente ao nível das
raízes das plantas, com débitos reduzidos e a baixa pressão.
Rendimento agrícola - Produção por superfície cultivada.
Formas de exploração da SAU
Exploração por conta própria – o produtor é proprietário da exploração
Exploração por arrendamento – o produtor paga uma renda ao proprietário da terra pela sua
utilização.
Na exploração por conta própria, o proprietário procura retirar da sua terra os melhores
resultados possíveis:
Escolhe e investe nos meios técnicos que considera mais adequados (instalações de rega,
construção de estufas, etc.);
Promove a articulação entre a agricultura e outras atividades, como é o caso do turismo em
espaço rural;
Desenvolve atividades locais de preservação da paisagem e do património.
A exploração por arrendamento pode ser vantajosa na medida em que pode evitar o abandono de
terras (pelo menos daquelas que o proprietário não quer explorar). Por outro lado, o arrendamento
pode levar a um trabalho menos cuidado por parte dos arrendatários, que nem sempre estão
interessados na máxima valorização da terra.
Nas explorações agrícolas até 5 ha de SAU, denominam os produtores agrícolas singulares, o que
significa uma elevada representatividade da agricultura familiar. (97% )
Nas explorações agrícolas com 20 ha, ou mais, de SAU representam uma agricultura mais
empresarial. (2%)
População agrícola
Mais de metade da população agrícola concentra-se em três regiões: Entre Douro e Minho, Trás-os-
Montes e Beira Litoral.
Nem toda a mão de obra utilizada na atividade agrícola é de origem familiar. Muitas explorações
contratam assalariados permanentes e eventuais, remunerando-os pelo seu trabalho.
Ao longo destes últimos anos a população agrícola tem vindo a diminuir devido ao desaparecimento
das explorações e também, pela redução da dimensão média do agregado familiar do produtor.
O nível de instrução da população agrícola continua a ser deficitário, uma vez que alguns só
frequentaram o 1º ciclo e outros não possuem qualquer nível de instrução.
Os produtores agrícolas continuam a ser maioritariamente homens, embora as mulheres já
representem 1/3. A media de idades dos produtores ronda os 63 anos.
Em Portugal, a maioria dos produtores agrícolas dedicam-se parcialmente à atividade na sua
exploração, logo, necessita de recorrer a outras fontes de rendimento.
Muitas famílias não conseguem viver apenas dos rendimentos das suas explorações agrícolas, logo
têm de recorrer à pluriatividade, ou seja, ao trabalho simultâneo da agricultura e de outras
atividades, obtendo assim um plurirrendimento (acumulação de rendimentos provenientes de
diversas atividades).
O aumento da frequência de fenómenos atmosféricos extremos tem sido responsável pela destruição de culturas e
infraestruturas.
→ Índice de aridez
O conjunto das áreas suscetíveis à desertificação (empobrecimento dos solos) aumentou de 36% para 58%,
sobretudo no sul e no interior das regiões Norte e Centro.
- Parcelas de reduzida dimensão -> Interfere na produtividade na medida em que não permite uma maior utilização
de máquinas agrícolas
A maioria dos agricultores apresenta idades avançadas, baixo grau de instrução, insuficiente formação profissional e
reduzido nível de associativismo. Assim, apostam no tradicionalismo, desconhecendo, muitas vezes, os mecanismos
do mercado e a contabilidade dos custos/ lucros, pelo que a produtividade é baixa.
Em Portugal, mais de 75% das explorações situam-se na classe de “muito pequenas”, contribuindo muito pouco
para o VPPT devido ao(à)s:
- Fraca aposta no valor acrescentado dos produtos em resultado da insuficiente ligação da agricultura à indústria;
O aumento das importações resulta, não só do fraco grau de autoaprovisionamento de alguns produtos agrícolas,
como também das necessidades de consumo fomentadas pelo marketing, em consequência da globalização da
economia.
É necessária a criação de sistemas de marca ou rotulagem para identificação da origem e qualidade dos produtos.