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 Identificar as principais áreas de pesca no mundo e as principais espécies capturadas.

A regularidade da linha de costa e a reduzida expansão da plataforma continental são condicionantes que têm sido
compensadas pelas capturas em pesqueiros externos – locais onde se realizam operações de pesca, pela maior
concentração de pescado -, em águas de soberania estrangeira ou em águas internacionais.
Desde a adesão à Uniao Europeia, Portugal beneficia de diversos acordos de pesca com países terceiros, podendo no
âmbito da Política Comum de Pesca (PCP), usufruir das oportunidades de pesca em águas de alto-mar. Estas são
geridas por Organizações Regionais de Pesca e, nas águas europeias, pelos Conselhos Consultivos Regionais. A frota
portuguesa opera, principalmente, no Atlântico Nordeste em áreas regidas pelo ICES (International Council for the
Exploration of the Sea) e pela CECAF (Fishery Committee for the Eastern Central Atlantic )

Não esquecer de ver os dados atualizados!

 Caracterizar a frota pesqueira portuguesa. (212)

A frota de peixe nacional é a quarta maior da União Europeia, em número de embarcações, e a sexta em
arqueação bruta e potência motriz * (ver dados na página)

A frota nacional tem vindo a decrescer, tanto em números de embarcaçõe como na sua arqueação bruta e
potência motriz, refletindo a reestruturação da frota, pela necessidade de a adequar aos recursos
atualmente disponíveis, dada a vulnerabilidade dos stocks e o aumento das restrições nas áreas de pesca
onde Portugal exerce esta atividade.
Na caracterização regional, as diferenças prendem-se com o número de portos de cada região e o nível tecnológico
das empresas de pesca. Assim, destacam-se:
- OCentro e o Algarve, com maior número de embarcações;
- O Centro e o Norte, pela maior arqueação bruta (GT) e potência motriz (kW) e pelo maior número de navios-
fábrica;
- O Alentejo e a Madeira, pelos menores valores nos três indicadores.
 Caracterizar a frota portuguesa consoante o tipo de pesca. (213)
A frota nacional subdivide-se, de acordo com as águas em que opera, em frota de pesca:
local
• Opera em águas interiores [rios, estuários ou lagunas] e perto da costa.
• Usa métodos artesanais.
•Sai por curtos períodos de tempo.
•Captura espécies de maior valor.
•Ocupa a maior parte dos pescadores.
• Embarcações de pequena dimensão; na sua maioria de madeira.
Costeira
•Atua para lá das 6 milhas náuticas.
•Usa alguns meios modernos de deteção; técnicas de captura como o cerco e o arrasto.
•Tem maior potência motriz e maior autonomia do que os navios de pesca local.
•Embarcações dos 9 aos 33 metros.
Do largo
•Opera para lá das 12 milhas náuticas da costa.
•Tem autonomia para permanecer no mar durante longos períodos, que podem ser meses.
•Usa técnicas modernas de deteção e captura de cardumes.
•Tem meios de conservação do pescado; e o apoio de um navio-fábrica ou de um navio-congelador

 Caracterizar a mão de obra que trabalha no setor das pescas. (214 e 215)
O número de pescadores tem continuado a decrescer, devido:
•Abandono da atividade
•Reforma
•Modernização funcional da frota

Nas regiões dos Açores, Norte e Centro encontrava-se, em 2011, o maior número de ativos na pesca,
devido ao predomínio da pesca local, nos Açores, e ao maior número de portos e embarcações, no Norte e
Centro. A maior representatividade da pesca no emprego registava-se nos Açores, Madeira e Algarve.
Os profissionais da pesca, apresentam uma idade média de 41,5 anos e grande proporção dos níveis
etários acima dos 45 anos.

A estrutura etária ajuda a explicar os reduzidos níveis de escolaridade, com largo predomínio dos que
concluíram apenas o ensino básico, a maioria até ao 1º ciclo.
Elevar os níveis de escolaridade da mão de obra é importante para o desenvolvi- mento da pesca, pois a
evolução tecnológica das embarcações, as longas permanências no mar, a necessidade de aplicar normas
comunitárias que visam a sustentabilidade do mar e a regulação da atividade exigem maior qualificação
profissional e capacidade de formação e aprendizagem ao longo da vida. No âmbito dos grandes objetivos
da Politica Comum das Pescas e para incentivar o rejuvenescimento e a qualificação profissional da
população ativa na pesca, foram criados centros de formação nos principais portos do pais, com oferta de
cursos na área das operações técnicas relacionadas com a pesca e com as atividades ligadas ao setor. A
adesão às ofertas de formação tem sido ir- regular (Fig st. A fraca procura poderá dever-se às condições
pouco aliciantes da atividade, que é pe- rigosa e nem sempre bem remunerada, às incerte- zas face à
concorrência externa e a fatores como o custo dos combustíveis e ainda à insuficiência de apoios à
frequência.

O Programa Operacional da Pesca MARE-mais contempla medidas de apoio à for- mação profissional, de
modo a cumprir os objetivos de: • melhorar as condições de trabalho e operacionalidade das embarcações; •
adaptar os esforços de pesca aos recursos disponíveis; • manter a coesão económica e social das
comunidades piscatórias.
 Identificar as infraestruturas portuárias portuguesas. (216)

As Infraestruturas portuárlas

Para que a atividade piscatória se possa desenvolver, é necessário que existam infra- estruturas em terra que
permitam descarregar o pescado de forma rápida e em condi- ções de higiene e frescura e garantir a sua
conservação e colocação no mercado. Nas áreas portuárias nacionais, tem vindo a ser exercido um esforço
de moder- nização e monitorização do cumprimento das regras de desembarque, tempo e con- dições de
permanência e escoamento do pescado, nomeadamente ao nível das lotas. Atualmente, o processo da venda
direta realiza-se através de um sistema eletrónico informatizado, que garante maiólrapidez e transparência, o
que contribui para pre- servar a qualidade do pescado. Também é possível aceder a este serviço na internet.
Os apoios comunitários têm-se revelado muito importantes, sobretudo no que diz respeito aos equipamentos
de apoio nos principais portos, como entrepostos fri- gorificos, fábrica de gelo, mercados, etc. Muitos
disponibilizam ainda ins- talações para comerciantes e indus- triais, sendo que os mais importantes detém
também serviços de apolo, como escritórios, armazéns, abas- tecimento de combustiveis, bancos e
restaurantes. O porto de Matosinhos é o que dispõe de maior número de equipamen- tos, o que se relaciona
com o facto de deter o primeiro lugar em desembarque de pescado.
 Caracterizar a aquicultura em Portugal. (217)

A aquicultura

A aquicultura cas em ambientes controlados de água doce ou de água salobra e marinha ma alternativa de
obtenção de pescado, que ajuda a reduzir a pressão sobre os stocks marinhos, favorecendo a sua
recuperação, além de permitir recuperar espécies em risco de extinção repovoar os habitats naturais. cultura
de espécies aquáti- constitui uma for- Em Portugal, a aquicultura tem vindo a crescer predominam os
estabelecimentos de água salo- bra e marinha [Flg. ).

Em 2010, os estabelecimentos de água doce situavam-se todos na região Norte e os de águas salobras e
marinhas ao longo da costa, sobretudo nas áreas lagunares do Centro e Algarve. Predomina o regime de
produção extensivo, com tendência para o aumento do regime intensivo e semi-intensivo.

As espécies mais produzidas são amêijoa, prega- do, dourada, ostras e robalo, em águas marinhas e
salobras, e a truta, em água doce.
Regime extensivo:
- utiliza apenas alimentação natural;
- produção de bivalves (amêijoa, ostra, mexilhão e berbigão), maioritariamente com métodos tradicionais,
em viveiros ou estruturas flutuantes, em águas salobras e marinhas. (colocar imagem da ria formosa)

Regime semi-intensivo:
- associa alimentação natural e artificial.
- criação de peixes como a dourada e o robalo, sobretudo em viveiros de águas marinhas.

Regime intensivo:
- a alimentação é sobretudo artificial.
- produção em viveiros de espécies de água doce, como a truta, a mais importante, e de águas marinhas,
como o pregado.

 Caracterizar a indústria pesqueira. (218)

A indústria transformadora do pescado

A indústria transformadora dos produtos da pesca e aquicultura tem evidenciado uma tendência de crescimento
tanto ao nível da produção como das vendas.
A produção do subsetor das conservas e preparados baseia-se na sardinha, no atum e na cavala, sendo a sardinha o
produto mais exportado e o atum o mais consumido no mercado interno.

Este subsetor, que aposta fortemente na exportação e vem tendo uma importância crescente no mercado nacional,
é um dos mais importantes, pela imagem de tradição e bem fazer e pelo seu peso na balança comercial dos produtos
da pesca e aquicultura.

A preparação e transformação de pescado congelado é o subsetor mais recente desta indústria transforma- dora,
tendendo a afirmar-se como um dos mais importantes. Os seus produtos - filetes, postas, marisco, preparações
alimentares - são cada vez mais procurados pela sua adequação à forma de vida atual e à segurança alimentar que
proporcionam.

Este subsetor absorve uma boa parte da matéria-prima nacional, embora recorra à importação. Tem também um
papel relevante na balança comercial.

O subsetor da salga e secagem tem uma tradicional implantação no nosso país, dependendo quase exclusivamente
do bacalhau, cujas quotas de pesca - quantidade máxima de capturas permitida a cada país da UE, em função da
espécie - são reduzidas.
Portugal é o maior consumidor mundial de bacalhau salgado seco, espécie que representa cerca de metade do
consumo nacional de peixe e 4o% das importações.
Sem tradição nos nossos hábitos alimentares, a fumagem tem-se afirmado, em Portugal, com espécies como o
espadarte e produtos da aquicultura.

 Caracterizar a salicultura. (219)

Salicultura

Em Portugal Continental, ao longo da costa atlântica, sobretudo no Sul, existem condições naturais favoráveis à
produção de sal marinho por evaporação solar. Das 40 salinas ativas, em 2011, um pouco mais de metade (22)
localizava-se no Algarve, que detém 94% da produção nacional.
Trata-se de uma atividade com tradição no nosso país, que decresceu com o encerramento de muitas salinas,
principalmente pela concorrência de países com mão de obra muito barata, que colocam o sal comum no mercado a
preços com que Portugal não pode competir.

A obtenção de sal e produtos de sal com características específicas de elevada qualidade, como a flor de sal, pode
ser uma forma de recuperação e revitalização da salicultura, tal como da sua importância ambiental para a avifauna
de zonas húmidas, como a reserva natural de Castro Marim

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