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Geografia A 10 ano- Resumos

2.4.1.4 – Divisão do mar


A utilização dos mares como fonte de recursos tem suscitado algumas questões que foram
discutidas a nível internacional.

A realização de várias conferências internacionais definiu:

• o mar territorial ou águas territoriais – até 12 milhas;

• a zona contígua – de 12 a 24 milhas;

• a Zona Económica Exclusiva (ZEE) – zona de soberania dos Estados costeiros sobre o espaço
aéreo, o mar, os fundos e o subsolo marinhos, até uma distância de 200 milhas náuticas. A
portuguesa é a maior da UE e a 5ª maior do mundo, podendo vir a ser quase duplicada se o
pedido apresentado nas Nações Unidas, em 2009, for aprovado.

2.4.2 – A atividade piscatória


2.4.2.1 – O setor da pesca em Portugal
O setor da pesca continua a ter alguma relevância económica, embora tenha vindo a
decrescer, tal como a população empregada no mesmo. Apesar disso a pesca tem um papel
importante a nível socioeconómico sobretudo nas áreas costeiras. Por isso esta é considerada
uma fonte de subsistência (para quem depende maioritariamente da pesca) e tem efeitos
multiplicadores (desenvolvimento de emprego ligadas à pesca).

Porém, devido à estreita plataforma continental, existe uma fraca diversidade de espécies
piscícolas, por isso é necessária a importação desses recursos e um elevado esforço exercido
nas águas nacionais.

2.4.2.1 – Tipos de pesca


Áreas de pesca
Frota de pesca local
• Opera em águas interiores (rios) e perto da costa (praias);

• Utiliza diversas artes de pesca -artesanais e polivalentes (anzois e a armadilha);

• Tempo reduzido no mar;


• Captura espécies de maior valor (robalo e pescada);

• Ocupa maior nº de pescadores;

• Usa embarcações de pequena dimensão e de madeira.

Frota de pesca costeira


• Opera para lá das 6 milhas náuticas (áreas mais afastadas da costa);

• Usa alguns meios modernos (como o cerco e o arrasto) e melhores condições de


conservação;

• Tem maior potência matriz e autonomia de navegação e permanecem 2 a 3 semanas no mar;

• Usa embarcações com mais de 9 metros e até 33 metros.

Frota de pesca do largo


• Opera para lá das 12 milhas náuticas (águas internacionais e ZEE);

• Pode permanecer no mar durante meses ou semanas;

• Utiliza técnicas modernas de deteção (sondas e satélites artificiais) e captura;

• Está equipada com meios de conservação (navio congelador) e transformação (navio-


fábrica) e acondicionamento e preparação do pescado a bordo.

Tecnologia utilizada
Pesca artesanal
• Meios e técnicas tradicionais e pouco desenvolvidas (linha e anzóis);

• Embarcações de pequena tonelagem e sem motor faz com que permaneçam junto da costa e
pouco tempo no mar;

•Tripulação e capturas reduzidas;

• Associada à pesca local.

Pesca industrial
• Técnicas avançadas e eficazes na captura (cerco e arrasto) e meios tecnologicamente
avançados (sondas e GPS);

• Embarcações de grande tonelagem, bem equipadas (com meios de conservação e de


congelamento do peixe) e com grande autonomia faz com que permaneçam dias, semanas ou
meses no mar;

• Associada à pesca costeira e longínqua.

2.4.2.1 – Como se caracteriza a frota pesqueira nacional


A frota pesqueira nacional tem sofrido um decréscimo, mas, também, um aumento da
arqueação bruta e da potência (mais potentes).

Capturas e principais espécies


Houve um aumento da quantidade de pescado e da procura.

As principais espécies capturadas são a cavala e o carapau, o polvo e o berbigão e as gambas.

Principais áreas de pesca


Acordos:
Portugal e Espanha; União Europeia e Países terceiros

Principais áreas:
Atlântico norte: ex: Atlântico Sudoeste e Atlântico Noroeste.

Mão de obra

A mão de obra tem continuado a decrescer por abandono da atividade, reforma ou devido à
modernização funcional da frota. O maior nº de ativos na pesca encontra-se nos Açores, no
Norte e no Centro, e a maior representatividade da pesca no emprego regista-se nos Açores,
na Madeira e no Algarve. Os profissionais de pesca são maioritariamente homens com mais de
45 anos de idade e reduzidos níveis de escolaridade. É necessário elevar os níveis de
escolaridade da mão de obra para desenvolver a pesca. Por isso, foram criados Centros de
Formação nos principais postos do país.

2.4.2.2 – A aquicultura

A aquicultura – cultura de espécies aquáticas em ambientes controlados de água doce ou de


água salobra e marinha – constitui uma forma alternativa de obtenção de pescado, que ajuda a
reduzir a pressão sobre os stocks marinhos, favorecendo a sua recuperação, além de permitir
recuperar espécies em risco de extinção e repovoar os habitats naturais.

Em Portugal, a aquicultura tem vindo a crescer, e predominam os estabelecimentos de água


salobra e marinha ao longo da costa, sobretudo nas áreas lagunares do Centro e Algarve.
Predomina o regime de produção extensivo, com tendência para o aumento do regime
intensivo e semi-intensivo:

• regime extensivo – utiliza apenas alimentação natural;

• regime semi-intensivo – associa alimentação natural e artificial na criação de peixes.

• regime intensivo – a alimentação é sobretudo artificial, com recurso a ração para alimentar
os peixes.

ESPÉCIES PRODUZIDAS: robalo, pregado, dourada, amêijoas, ostras e mexilhões.

2.4.3 – Gestão e valorização do litoral e dos recursos marítimos


2.4.3.1 – Problemas
• A sobre-exploração dos recursos piscícolas é um dos principais problemas com que se
debate o setor da pesca, conduzindo à redução dos stocks e à dificuldade de recuperação das
espécies bem como á sua extinção;

• A poluição das águas costeiras é outro dos problemas que afetam a costa portuguesa,
ao largo da qual existem corredores marítimos com uma grande intensidade de tráfego.
Esta poluição resulta nomeadamente do derrame de petróleo e das águas residuais e dos
esgotos;

• A degradação do litoral português resulta de vários fatores, naturais e humanos, como a


diminuição da quantidade de sedimentos que atingem a costa, a pressão humana sobre as
dunas, a construção sobre as arribas e a subida do nível médio das águas do mar.

2.4.3.2 – Soluções

• A investigação no domínio da gestão dos recursos é um elemento importante para fazer a


avaliação do seu estado, do impacte das tecnologias da pesca e do ordenamento da
pesca litoral;

• A implementação de medidas de proteção das espécies, como a definição de quotas de


pesca e de restrições às capturas, deverá contribuir para a estabilização e renovação dos
stocks;

• O reforço da capacidade de vigilância da ZEE é fundamental para garantir a


preservação dos recursos marítimos;

• A gestão do mar e da orla costeira deve ser feita de forma integrada de acordo com os
diversos instrumentos da sua implementação, de que se destacam os POC, o PSOEM e Plano
de Ação Litoral XXI;

• A produção de energias renováveis, a partir das ondas e das marés ou dos ventos, constitui
uma das potencialidades do mar e das regiões costeiras que pode ser mais valorizada;

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