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Mudanças dos espaços rurais

➜ Quais os fatores condicionantes da agricultura nacional?


A agricultura nacional é condicionada por fatores naturais, como o clima, o relevo, o solo e
os recursos hídricos, e por fatores humanos, como a influência histórico-cultural, o objetivo
da produção, as políticas agrícolas, as características da mão de obra e o desenvolvimento
tecnológico e científico.

➜ Quais as regiões agrárias nacionais?


O espaço agrário português integra nove regiões agrárias: sete no Continente (Entre Douro
e Minho, Trás-os-Montes, Beira Litoral, Beira Interior, Ribatejo e Oeste, Alentejo e Algarve)
e duas nas regiões autónomas (Madeira e Açores).

➜ Como se caracteriza o espaço agrário?


O espaço agrário reflete a conjugação da morfologia agrária – que integra a estrutura
fundiária (dimensão, forma e fragmentação das explorações agrícolas), a
presença/ausência de vedações e densidade da rede de caminhos –, o sistema de cultura –
que engloba a variedade de culturas, os processos de produção agrícola, a rotação das
culturas e o sistema de rega –, e o povoamento rural.

➜ Quais as características das paisagens agrárias?


● Norte litoral: predomínio do minifúndio, de forma irregular e com considerável
fragmentação das explorações, prevalência de campos fechados, predomínio da
policultura em regime intensivo e de uma agricultura de regadio, povoamento
disperso e linear;
● Norte interior: predomínio do minifúndio, com forma regular, elevada fragmentação
das explorações, prevalência de campos abertos, predomínio do regime extensivo,
recorrendo-se ao afolhamento bienal com pousio, predomínio do povoamento
concentrado;
● Centro: predomínio de propriedades de média dimensão e latifúndios de forma
regular e aberta, predominância da monocultura especializada e de afolhamento
com pousio, predomínio do sistema intensivo de regadio, povoamento disperso junto
ao litoral e concentrado nas regiões do interior;
● Alentejo: predomínio do latifúndio, de forma regular e campos abertos, sistema de
cultura extensivo com pousios longos e de sequeiro, predomínio de povoamento
concentrado;
● Algarve: prevalência de minifúndios, geralmente fechados, prevalência do regime
intensivo e povoamento disperso no litoral e do regime extensivo e povoamento
concentrado no interior;
● Açores: predomínio do minifúndio, com forma regular e campos fechados,
escalonamento das culturas em função da altitude e predomínio do povoamento
disperso e linear);
● Madeira: prevalência de microfúndios, fechados e de forma irregular,
escalonamento das culturas em sistema intensivo e povoamento concentrado.
➜ Quais as características das explorações agrícolas?
Existiam, em 2019, 290 mil explorações agrícolas, que ocupavam 5,1 milhões de ha
(decréscimo de 15% face a 2009). O maior número de explorações verificava-se em
Trás-os-Montes, em Entre Douro e Minho e na Beira Litoral. A SAU representava cerca de
77% da superfície total das explorações agrícolas. A dimensão média das explorações
apresentava uma grande variabilidade regional, sendo superior no Alentejo. A estrutura
fundiária nacional é muito marcada pela dispersão, fragmentação e pequena dimensão da
propriedade, em particular a norte do rio Tejo. A SAU é maioritariamente explorada por
conta própria e gerida por produtores singulares.

➜ Como é constituída a SAU nacional?


A SAU nacional é constituída pelas terras aráveis (que incluem as culturas temporárias e o
pousio), pelas culturas permanentes, pelas pastagens permanentes e pelas hortas
familiares.

➜ Quais as características da produção agropecuária?


As culturas permanentes foram a segunda categoria mais representativa da SAU, em 2019.
As três culturas permanentes com maior importância foram o olival, os frutos de casca rija e
a vinha, cuja distribuição geográfica apresentou assimetrias regionais. As culturas
temporárias ocuparam cerca de 20% do total da SAU. As três culturas temporárias com
maior relevância foram os prados e culturas forrageiras, os cereais para grão e as culturas
hortícolas. Na maioria das regiões agrárias, predomina a produção de gado avícola.

➜ Quais as características da população ativa agrícola?


A população ativa agrícola registou, em 2019, um decréscimo de cerca de 14% face a 2009.
A mão de obra familiar contribuiu com a maior parte do trabalho agrícola, embora o recurso
a mão de obra não familiar (assalariada) tenha vindo a aumentar. O número de produtores
agrícolas singulares era muito mais representativo do que o número de dirigentes de
sociedades agrícolas. Mais de 50% dos produtores agrícolas tinham 65 ou mais anos,
embora se registassem diferenças por região agrária. Ao nível das habilitações académicas,
predominava o 1.° CEB. A formação superior no domínio agrícola foi muito residual e cerca
de 50% dos produtores agrícolas possuíam formação exclusivamente prática. A grande
maioria dos produtores agrícolas dedicou-se a tempo parcial à exploração, desenvolvendo,
simultaneamente, outras atividades – pluriatividade – e obtendo fontes de rendimento de
origem exterior à exploração – plurirrendimento.

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