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Os problemas estruturais que caracterizam a agricultura nacionalpodem

ser de ordem:

I - NATURAL Relacionados com condicionalismos naturais,


já que a atividade agrícola está muito
dependente de fatores naturais, como o
clima, o solo, o relevo, etc.

II - Estrutura das explorações agrícolas e a


ESTRUTURAL estrutura fundiária;
Modos de exploração da terra;
Características da população agrícola.
EVOLUÇÃO DAS EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS EM
PORTUGAL

Regiões com maior número


de explorações
Entre 1999 e 2009, registou-se • Trás-os-Montes;
• Beira Litoral;
um decréscimo do número de • Entre Douro e Minho.
explorações agrícolas no
território nacional.
Em 2009, eram 305 mil, Regiões com menor
menos 111 mil do que em número de explorações:
• Algarve;
1999.
• Açores;
• Madeira.
EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS EM PORTUGAL E REGIÕES
AGRÁRIASEM 2009
VARIAÇÃO DO NÚMERO DE EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS
EM PORTUGAL E REGIÕES AGRÁRIAS, 1999-2009

O decréscimo das explorações agrícolas O decréscimo das explorações agrícolas


entre 1999 e 2009 foi mais significativo: entre 1999 e 2009 não foi acentuado:
• na Beira Litoral;
• no Ribatejo e Oeste; Madeira;
• no Algarve. Trás-os-Montes;
Alentejo.
VARIAÇÃO DO NÚMERO DE EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS,
SAU EM PORTUGAL E REGIÕES AGRÁRIAS, 1999-2009

Em 2009 a SAU (superfície agrícola utilizada) ocupava 3668 mil hectares, menos 195 mil hectares
do que em 1999, o que representa um decréscimo de 5%, bem inferior ao verificado no número de
explorações (– 27%).
VARIAÇÃO DO NÚMERO DE EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS,
SAU EM PORTUGAL E REGIÕES AGRÁRIAS, 1999-2009

A superfície agrícola utilizada (SAU), isto é, a área do espaço


agrícola ocupada com culturas, acompanhou a evolução do
número total de explorações agrícolas – em 10 anos diminuiu –
tendo também uma repartição desigual.

- Alentejo registou a maior - Madeira, Açores, Algarve,


área de SAU, mais de metade Beira Litoral e Entre Douro e
da SAU nacional. Minho detiveram a menor
área de SAU.
SUPERFÍCIE ARÁVEL UTILIZADA (SAU) POR REGIÃO
AGRÁRIA, EM 2009

A redução do número de
explorações agrícolas é
acompanhada pelo
aumento da sua dimensão
média.
A ESTRUTURA FUNDIÁRIA
NACIONAL

A estrutura fundiária nacional continuadesordenada e


caracterizada por:

Predomínio de explorações de pequena dimensão;

Explorações excessivamente fragmentadas;

Explorações dispersas constituídas por pequenas parcelas


geograficamente afastadas, maioritariamente adquiridas por
herança.
A ESTRUTURA FUNDIÁRIA
NACIONAL

A estrutura fundiária portuguesa tem sido um obstáculo à


modernização e racionalização da agricultura nacional, devido a:

Condicionar a introdução de novas tecnologias agrícolas,


como a mecanização;

Traduzir um aumento dos custos de produção, pois as


deslocações, por exemplo, implicam sempre perdas de
tempo, maior desgaste do material e aumento do consumo
de combustível.
FATORES QUE EXPLICAM A REDUÇÃO DAS
EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS
A redução do número de explorações agrícolas resultou:

- Do abandono das terras agrícolas; - Da absorção das superfícies das


pequenas explorações agrícolas pelas
de maior dimensão.
FATORES QUE EXPLICAM A REDUÇÃO DAS
EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS
O abandono das terras agrícolas está associado à conjugação de fatores
naturais e humanos, nomeadamente, económicos, sociais e políticos
sendo estes diferentes ao nível regional.
Por exemplo, o abandono dos campos:

Na Beira Interior tem-se verificado devido à falta de viabilidade


económica da agricultura, que acaba por promover a emigração.

No Algarve tem resultado, tal como em outras regiões, do


envelhecimento demográfico.

Nas regiões agrárias do litoral, tem sido consequência da valorização


das terras, fruto da pressão urbanística, do desenvolvimento de vias
de comunicação rodoviárias e de equipamentos sociais e do
desenvolvimento do setor terciário.
FATORES QUE EXPLICAM A REDUÇÃO DAS
EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS
Contudo tem havido excepções:

Em algumas regiões do interior, onde a falta de alternativas profissionais e


o apego à terra, podem levar à manutenção da atividade agrícola, mesmo
que estas tenham pouca viabilidade económica.

No Alentejo, onde a alteração do regime de ajudas diretas inseridas na


Política Agrícola Comum, que substituiu total ou parcialmente os apoios
diretos pelo Regime de Pagamento Único, desligando as ajudas da
produção, levou a um sistema de cultura mais extensivo, mas não provocou
o abandono das terras;

Nos Açores e na Madeira, devido à exploração sustentada dos recursos


naturais, apesar do sistema de cultura intensivo.
MODOS DE EXPLORAÇÃO DA TERRA

Modos de exploração da
SAU

Forma de Natureza
exploração jurídica

Conta própria Arrendament Produtor Sociedade


o singular
MODOS DE EXPLORAÇÃO DA TERRA
(FORMAS DE EXPLORAÇÃO)

Formas de exploração da SAU, Portugal, 1999-2009

Ao nível das principais formas de exploração da SAU, tem-se assistido:

Ao predomínio da exploração por conta própria;

Ao aumento da importância do arrendamento, mais


significativo nas explorações agrícolas de maior dimensão.
MODOS DE EXPLORAÇÃO DA TERRA
(NATUREZA JURÍDICA)

Repartição do número de
explorações segundo a natureza
jurídica, por classe de SAU,
Portugal, 2009

Os produtores singulares continuam a predominar, utilizando principalmente


mão de obra familiar, enquanto as sociedades agrícolas apesar do aumento,
registam um menor peso, verificando-se, no entanto:
Uma maior importância nas explorações de maior dimensão;

Uma maior produtividade e competitividade face às outras


explorações.
CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO AGRÍCOLA
PORTUGUESA
A população agrícola portuguesa
tem registado:

Uma diminuição;
Um envelhecimento;
Uma baixa instrução e qualificação

A população agrícola, em 2009, é sobretudo


familiar. Em termos regionais, a população
agrícola:
É predominante nas É menos expressiva nas
regiões: Entre Douro e regiões do Algarve,
Minho, Trás os Açores e Madeira.
Montes e Beira
Litoral; População agrícola familiar em portugal
(2009)
CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO AGRÍCOLA
PORTUGUESA
(A DIMINUIÇÃO DA POPULAÇÃO AGRÍCOLA)

A população agrícola tem decrescido. Os maiores decréscimos registaram-se nas


regiões que viram mais explorações agrícolas cessarem a sua atividade:

Beira Litoral (– 46%);

Ribatejo e Oeste (– 44%).


CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO AGRÍCOLA
PORTUGUESA
(A DIMINUIÇÃO DA POPULAÇÃO AGRÍCOLA)
A diminuição da população ativa na agricultura está associadaa fatores
como:

A diminuição do número de explorações agrícolas e do agregado


familiar;

Os progressos tecnológicos, como a mecanização dos campos;

O êxodo rural, resultante da procura de trabalho em outros


setores de atividade, primeiro na indústria e depois nos serviços;

O envelhecimento da população que trabalha na agricultura;

A pouca atratividade da agricultura para a população mais


jovem.
CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO AGRÍCOLA
PORTUGUESA
(O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO AGRÍCOLA)

Idade média da população


agrícola familiar, Portugal e
região agrária, 1999-2009

O aumento da idade média dos agricultores foi uma realidade em todo o


território nacional, assistindo-se ao nível regional que

O Algarve manteve a liderança como a região mais


envelhecida;

Os Açores foi a região com a população agrícola mais jovem .


CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO AGRÍCOLA
PORTUGUESA
(O BAIXO NÍVEL DE INSTRUÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL)
O grau de instrução e de
qualificação dos agricultores
nacionais é baixo, apesar dos
progressos, dado que a taxa de
analfabetismo diminuiu e a
frequência no ensino secundário e
superior aumentou.

Em termos regionais verificou-se que:

Os Açores, além de ser a região com a população agrícola familiar mais jovem é
também a que registou a melhor taxa de alfabetização;

A Madeira representou a menor taxa de frequência escolar, apesar dos


progressos registados;

Entre Douro e Minho e Algarve foram as regiões com piores taxas de


alfabetização, visível na população agrícola sem nenhum grau de instrução.
CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO AGRÍCOLA
PORTUGUESA
(O BAIXO NÍVEL DE INSTRUÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL)

Quanto maior a idade dos agricultores menor é o seu nível de instrução.


O decréscimo, o envelhecimento e o baixo nível de instrução e qualificação
profissional dos agricultores nacionais traduzem:

Um entrave à modernização e inovação do setor, uma vez que a


inovação e a utilização de nova tecnologia é condicionada, bem como a
capacidade de investir e de atender às normas comunitárias de
produção e comercialização dos produtos;

A manutenção do baixo rendimento e da baixa produtividade agrícola.


EM SÍNTESE:
PROBLEMAS ESTRUTURAIS DA AGRICULTURA
PORTUGUESA
Ao nível das explorações Ao nível dos modos de Ao nível da população
- Redução do número de explorações agrícola
explorações; – Predomínio dos agricultores – Diminuição dos agricultores;
– Predomínio de explorações de por conta própria; – Envelhecimento da população
pequena dimensão; – Predomínio dos produtores agrícola;
– Elevada fragmentação das singulares. – Baixa instrução e formação
explorações. profissional.

Estes problemas representam entraves à modernização e


inovação das explorações.

Daí resulta uma agricultura pouco produtiva e de fraco


rendimento.

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