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Objetivos geografia- 2º teste

 Os espaços rurais em mudança

Temáticas abordadas:

- As áreas rurais em mudança

- As fragilidades dos sistemas agrários;

- A agricultura portuguesa e a PAC;

- As novas oportunidades para as áreas rurais;

- As áreas urbanas: dinâmicas internas

- A organização das áreas urbanas

1- Caracterizar o sistema agrário das diferentes regiões agrárias.

A estrutura agrária das diferentes paisagens agrárias reflete a conjugação da


morfologia agrária, do sistema de cultura e das formas de povoamento rural, que
variam de região para região.

Caracterização do espaço agrário:

- morfologia agrária

 Estrutura fundiária

- dimensão das explorações

- latifúndios: exploração agrícola de grande dimensão;

- minifúndios: exploração agrícola de pequena dimensão;

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- forma das explorações

- regular (ou geométrica);

- irregular;

- fragmentação das explorações

- elevada;

- reduzida;

- nula;

- presença ou ausência de vedação

- campos abertos;

- campos fechados;

- densidade da rede de caminhos

 Sistemas de cultura

- variedade de culturas

- policultura: cultivo de várias espécies vegetais em simultâneo;

- monocultura: cultivo de uma só cultura;

- processo de produção agrícola

- intensivo: ocupação total e contínua do solo durante o ano todo;

- extensivo: ocupação descontínua do solo, que é cultivado com recurso a pousio.

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- rotação das culturas

- afolhamento com pousio;

- afolhamento sem pousio;

- sistemas de rega

- agricultura de sequeiro: não necessitam de ser regadas, desenvolvem-se através


das águas da chuva;

- agricultura de regadio: necessitam de ser regadas;

 Povoamento rural

- disperso;

- linear;

- concentrado (aglomerado);

- misto;

2- Relacionar a heterogeneidade espacial das estruturas agrárias com fatores


físicos e humanos.

Fatores naturais:

 Clima

Em Portugal Continental a temperatura diminui de sul para norte: são mais baixas
no norte do Continente e nas áreas montanhosas; são mais elevadas no litoral
algarvio e no vale do Guadiana.

Nas regiões autónomas as temperaturas médias são mais elevadas no litoral e mais
reduzidas no interior.

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Em Portugal continental os valores de precipitação são mais elevados: a norte do rio
Tejo e no litoral ocidental.

Nas regiões autónomas os quantitativos pluviométricos são, regra geral, mais


elevados no interior das ilhas, nas regiões de maior altitude. Na ilha da Madeira, a
vertente norte é a que regista valores de precipitação mais elevados.

 Relevo

- Altitude;

- Configuração do terreno;

- maior inclinação do terreno;

- maior fragmentação dos campos agrícolas;

- socalcos;

 Solo

- Aptidão dos solos;

- Características litológicas;

- Fertilidade;

 Recursos hídricos

- Disponibilidade hídrica;

- Recursos hídricos subterrâneos;

- Construção de barragens;

Fatores humanos:

 Histórico- cultural

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- No norte, a elevada fragmentação das explorações é justificada pela maior disputa
pela posse de terras devido:

- à elevada densidade populacional;

- à partilha das terras por herança (as terras eram repartidas igualmente por todos
os filhos);

- às maiores taxas de natalidade;

- ao parcelamento das terras pelo clero e pela nobreza, associado ao processo de


Reconquista.

- No Sul, a menor fragmentação das explorações resultou de uma menor disputa pela
posse da terra devido, entre outros fatores:

- à fraca densidade populacional;

- à forma mais organizada e tardia da Reconquista;

- às menores taxas de natalidade;

- à aquisição de terras da nobreza e do clero pela burguesia.

 Objetivo da produção

- ao autoconsumo (associado a uma agricultura mais familiar):

- as explorações agrícolas são, maioritariamente, de pequena dimensão,


normalmente fechadas e de forma irregular;

- a utilização de maquinaria é reduzida, predominando as técnicas agrícolas


rudimentares, passadas de geração em geração.

- ao mercado (associado a uma agricultura comercial):

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- as explorações agrícolas são, maioritariamente, de maior dimensão, geralmente
abertas e de forma regular;

- regista-se uma maior especialização em termos de produções agrícola;

- recorre-se a uma maior mecanização e a modernos sistemas de rega.

 Políticas agrícolas

As orientações e medidas legislativas, de caráter nacional ou comunitário,


condicionam a agricultura portuguesa, na medida em que:

• influenciam a escolha das espécies e as quantidades a cultivar;

• condicionam as práticas agrícolas, como a utilização de produtos químicos;

• favorecem a modernização e a reconversão da agricultura, através de incentivos


financeiros.

 Características da mão de obra

- nível de instrução;

- estrutura etária;

- formação no domínio agrícola;

 Desenvolvimento tecnológico e científico

- aumento da produção agrícola;

- sistemas de rega;

- seleção de sementes;

- utilização de produtos químicos;

- manipulação genética;

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- diminuição da dependência face aos condicionalismos naturais;

3- Explicar os problemas estruturais da agricultura portuguesa.

Características das explorações agrícolas

1. Estrutura fundiária:

• Predomínio de explorações de muito pequena dimensão (73% das explorações


tinham, em 2019, menos de 5 ha), principalmente a norte do rio Tejo.

• Elevada fragmentação das explorações, sobretudo a norte do rio Tejo.

• Reduzidos níveis de rendimento e produtividade agrícola

• Entraves à mecanização da agricultura

2. Gestão das explorações:

• Grande maioria das explorações gerida por produtores singulares (94,5%, em 2019).

• Reduzido número de sociedades agrícolas.

• Predomínio da exploração por conta própria (95,5%, em 2019).

• Fraco associativismo;

• Elevado individualismo agrário;

Características da população agrícola:

1. Número de efetivos:

• Em 2019, registaram-se menos 14,4% de ativos agrícolas face a 2009.

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2. Tipo de mão de obra:

• 70% da população ativa agrícola era, em 2019, mão de obra familiar.

• mão de obra não familiar e a contratação de serviços pouco expressivos.

3. Estrutura etária:

• Elevado envelhecimento da mão de obra agrícola (52,5% com 65 ou mais anos).

4. Instrução e qualificação profissional

Em 2019, a grande maioria dos produtores agrícolas:

- dedicava-se a tempo parcial à atividade (86,9%);

- tinha rendimentos sobretudo de origem exterior à exploração (84,6%).

5. Produtividade e plurirrendimento

• A maioria dos produtores agrícolas tinha, em 2019:

- habilitações ao nível do 1.° CEB (46,3%);

- formação agrícola exclusivamente prática (53%).

Todos estes problemas resultaram em:

• Baixa produtividade;

• Fraca competitividade;

• Baixa recetividade à mudança e à inovação;

• Reduzido espírito de iniciativa;

• Fraco empreendedorismo;

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Reflexos da PAC:

1. Reestruturação das explorações

Diminuição significativa do número de explorações agrícolas (mais de 50% entre 1989


e 2019).

2. Impactes no emprego e na economia

• Decréscimo da produção vegetal.

• Redução do peso da mão de obra agrícola na mão de obra total e da contribuição da


agricultura para o PIB.

• Decréscimo do grau de autoaprovisionamento.

• Fraca competitividade;
• Abandono do setor agrícola;

• Envelhecimento da população ativa agrícola;

• Aumento da dependência externa;

Características do setor agroindustrial:

1. Tecido empresarial

• Reduzido desenvolvimento da indústria transformadora.

• Elevada dispersão subsetorial e empresarial.

2. Dependência externa

• Fraco peso negocial das empresas no mercado internacional.

• Grande dependência das importações.


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• Elevado peso dos custos operacionais (ex.: energia e transportes).

• Obstáculos ao desenvolvimento da indústria agroalimentar;


• Aumento da dependência externa;

Condicionalismos técnicos:

 Tecnologia utilizada

• Reduzida mecanização nas explorações de pequena dimensão.

• Maquinaria obsoleta e com pouca eficiência energética.

• Deficiências ao nível da segurança dos operadores das máquinas agrícolas.

• Fraca competitividade;

• Baixa produtividade;
• Problemas ambientais;

4- Relacionar o desenvolvimento do setor agrícola com as estruturas etárias e


socioprofissionais da população ativa agrícola.

O setor agrícola desenvolve em pequena escala uma vez que o nível de instrução dos
agricultores é ainda relativamente baixo, a transmissão de conhecimentos de pai para
filho ainda está muito presente nos dias de hoje e só uma pequena parte dos
agricultores recebe formação profissional. Ao nível da estrutura etária a população
agrícola está muito envelhecida e tende ser cada vez mais, porque hoje em dia poucos
jovens seguem a agricultura. A falta de formação profissional é um entrave ao

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desenvolvimento agrícola no que diz respeito à adesão a inovações e adaptação às
normas comunitárias de comercialização e produção.

5- Salientar a importância da pluriatividade na fixação da população rural.

Em Portugal, apenas uma pequena parte da população agrícola se dedica a tempo


completo à agricultura. Na maioria dos casos, esta surge como atividade secundária
relativamente ao trabalho noutros setores.

A pluriatividade é a prática, em simultâneo, do trabalho na agricultura e noutras


atividades – pode ser encarada como uma alternativa para aumentar o rendimento das
famílias dos agricultores. Deste modo, as famílias rurais tendem a ser multifuncionais.
O próprio produtor deixa de ter apenas a função produtiva, sendo recompensado por
serviços de preservação do ambiente e das paisagens.

Pode então, falar-se de plurirrendimento que é a acumulação dos rendimentos


provenientes da agricultura com os de outras atividades. Atualmente, o rendimento
da maioria dos agregados familiares agrícolas provém principalmente de outras
atividades exteriores à exploração.

A pluriatividade e o plurirrendimento faz aumentar o nível de vida da população e faz


com os agricultores pratiquem uma agricultura mais amiga do ambiente uma vez que
não têm o objetivo de obter uma grande produção.

6- Caracterizar a ocupação da SAU.

A SAU nacional é constituída por:


Pousio;
- terras aráveis

Culturas temporárias;

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- culturas permanentes;

- paisagens permanentes;

- hortas familiares;

7- Explicar os fatores que condicionam o uso do espaço agrícola.

Principais fatores físicos:

- relevo: é também um fator muito relevante para a prática agrícola: pela altitude,
que influencia a temperatura, condicionando a escolha das espécies a cultivar;

- solos: pode ser natural ou resultante da ação humana. A fertilidade natural depende
do clima, do relevo e das características geológicas, sendo geralmente maior em áreas
de clima com temperaturas e precipitação regulares e de relevo mais plano. A
fertilidade resultante da ação humana, pela utilização de fertilizantes ou técnicas de
correção dos solos, também influência em quantidade e qualidade.

- clima: é um dos fatores que mais condiciona a produção agrícola, pela: temperatura,
cujos contrastes norte-sul e oeste-este, nas médias anuais e na variação de amplitude
térmica anual, condiciona não só a escolha das espécies cultivadas, mas também a
regularidade e a quantidade das colheitas. Irregularidade da precipitação que, sendo a
mais ou a menos do que o habitual ou, ainda, fora da sua época, pode causar a perda,
pelo menos parcial, das colheitas.

- recursos hídricos: a existência destes recursos é fundamental, a produção agrícola


torna-se mais fácil e tem melhores resultados em áreas onde a precipitação é mais
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abundante e mais regular. Em áreas de menor precipitação, é necessário recorrer a
sistemas de rega artificial.

Principais fatores humanos:

- influência histórica e social: permite compreender as atuais estruturas fundiárias,


dimensão e forma das propriedades rurais. No Noroeste, a grande fragmentação da
propriedade foi favorecida pelo carácter anárquico do processo de reconquista, pelo
parcelamento de terras pelo clero e pela nobreza, pela elevada densidade populacional
e pelos sistema de partilha de heranças, as terras eram distribuídas igualmente por
todos os filhos. No Sul, o predomínio de grandes propriedades está relacionado com a
forma mais organizada e tardia da Reconquista, a doação de vastos domínios aos
nobres e às ordens religiosas e militares e a aquisição pela burguesia de vastas
propriedades da nobreza e do clero, no século XIX.

- objetivo da produção: influencia a ocupação do solo, pois quando a produção se


destina ao: auto consumo, as explorações são geralmente de menor dimensão e,
muitas vezes, continuam a utilizar técnicas mais artesanais. Mercado, as explorações
tendem a ser de maior dimensão e mais especializadas em determinados produtos,
utilizando tecnologia moderna.

Em anos mais recentes tem existido um aparecimento de uma agricultura mais amiga
do ambiente e da saúde que é a agricultura biológica.

- políticas agrícolas: orientações e medidas legislativas, condicionam a agricultura


porque: influenciam as opções dos agricultores relativamente aos produtos cultivados
regulamentam as práticas agrícolas, como a utilização de produtos químicos criam
incentivos financeiros, apoiando a modernização, etc.

8- Problematizar a ocupação do solo considerando as suas aptidões.

Em Portugal mais de metade dos solos têm boa aptidão para a floresta e apenas cerca
de um quarto têm aptidão para a agricultura. No entanto, a área ocupada com a

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atividade agrícola continua a ser superior à dos solos com aptidão para a agricultura.
Muitas atividades agrícolas desenvolvem-se em solos pouco aptos para a agricultura.

9- Diferenciar os objetos iniciais da PAC dos das respetivas reformas.

Objetivos iniciais da PAC:

 incrementar a produtividade da agricultura;


 assegurar um nível de vida equitativo à população agrícola;
 estabilizar os mercados dos produtos agrícolas;
 garantir a segurança dos abastecimentos;
 assegurar preços razoáveis nos fornecimentos aos consumidores.

Objetivos principais da 1ª reforma- 1992:

 redução dos preços;


 diminuição dos custos;
 decréscimo dos excedentes;
 redução das assimetrias entre os Estados-membros;
 manutenção da população agrícola;
 respeito e a valorização do meio ambiente.

Objetivos principais da reforma- 1999:

 melhorar a competitividade da agricultura comunitária nos mercados interno e


externo;
 definir uma nova política de desenvolvimento rural (2.° pilar da PAC);
 garantir a segurança e a qualidade dos géneros alimentícios (política de
qualidade ligada a origens geográficas ou a métodos de produção específicos);
 compatibilizar os métodos de produção com as exigências ecológicas;
 contribuir para o bem-estar dos animais e para a fitossanidade;
 garantir um nível de vida equitativo para a população agrícola;
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 viabilizar a criação de fontes de rendimento e oportunidades de emprego
complementares ou alternativas;
 contribuir para a estabilidade dos rendimentos agrícolas;
 atribuir aos agricultores destaque na gestão dos recursos naturais e da
salvaguarda da paisagem;
 valorizar o papel multifuncional da agricultura, para além da função de
produção.

Objetivos principais da reforma- 2003:

A nível agroambiental…

Modulação- consistiu na redução dos pagamentos diretos às explorações de maior


dimensão, visando permitir o financiamento das novas medidas de desenvolvimento
rural.

Pagamento único- Independentemente da produção, os agricultores passaram a


receber um pagamento único por exploração (esta reforma dissociou as subvenções da
produção), sendo-lhes concedida a liberdade de adaptarem a produção às necessidades
do mercado.

Condicionalidade- O pagamento único por exploração estava condicionado ao


respeito de normas ambientais, de segurança alimentar, de sanidade animal, de
fitossanidade, e de bem-estar animal.

Para além das medidas agroambientais, esta reforma reforçou a política de


desenvolvimento rural (2.° pilar da PAC), que visava:

 a garantia de rendimentos estáveis e equitativos para os agricultores;


 a maior preocupação com os desafios ambientais;
 o desenvolvimento de atividades complementares e/ou alternativas para
atenuar o êxodo rural;

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 a valorização da população ativa agrícola, através do apoio à fixação de jovens
agricultores, de reformas antecipadas e de formação;
 a promoção da igualdade de oportunidades.

Objetivos principais da reforma- 2014-2020:

Segurança alimentar:

 Contribuir para rendimentos agrícolas e limitar a sua variabilidade;


 Melhorar a competitividade do setor agrícola e aumentar a sua quota de
valor na cadeia alimentar;
 Compensar as dificuldades de produção em áreas com condicionantes
naturais específicas;

Equilíbrio territorial:

 Apoiar o emprego rural e preservar o tecido social das áreas rurais;


 Melhorar a economia rural e a sua diversificação;
 Permitir a diversidade estrutural dos sistemas de produção agrícola,
melhorar as condições de vida para as pequenas explorações e desenvolver os
mercados locais;

Ambiente e alterações climáticas:

 Garantir práticas de produção sustentáveis;


 Promover o crescimento verde através da inovação;
 Prosseguir as ações de mitigação das alterações climáticas;

Objetivos principais da reforma- 2021-2027:

objetivo geral 1- garantir o abastecimento alimentar

 Rendimento justo para os agricultores;


 Aumentar a competitividade;
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 Equilibrar forças na cadeia de valor;

objetivo geral 2- contribuir para objetivos ambientais e climáticos

 Adaptação às alterações climáticas;


 Gestão eficiente dos recursos naturais;
 Preservação da paisagem e da biodiversidade;

objetivo geral 3- promover o desenvolvimento socioeconómico dos territórios

 Incentivar a renovação geracional;


 Promover áreas rurais dinâmicas;
 Proteger a segurança alimentar e bem-estar animal;

10- Explicar os reflexos da PAC e das respetivas reformas da agricultura


portuguesa.

Desde a adesão a UE e apesar das medidas comunitárias de apoio ao setor agrícola


português, proporcionadas pela PEDAP e implementadas com o intuito de, nos
primeiros anos subsequentes à adesão, conduzir à sua rápida modernização, tornando-
o competitivo face aos restantes mercados comunitários, continua a revelar-se um
setor de crise, lutando contra enormes dificuldades. Os subsídios comunitários
atribuídos para apoiar as medidas previstas na revisão da PAC em 1992, foram
utilizadas para a correção de alguns aspetos estruturais mais constrangedores do
desenvolvimento agrícola e para melhorar as condições de produção e de
comercialização. O setor agrícola beneficiou, neste âmbito, de apoio a programas de
reflorestação, tendo em vista uma utilização mais ajustada do solo relativamente às
suas aptidões, da construção de infraestruturas de apoio à atividade agrícola e da
qualificação da mão-de-obra, entre vários aspetos.

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11- Reconhecer que a potencialização do setor agrário pressupõe
transformações no domínio da produção, da transformação e da
comercialização dos produtos.

A potencialização do setor agrário é fundamental, mas exige a implementação de uma


série de medidas que conduzem a transformações, capazes de aumentar a
competitividade. Entre muitas que poderiam ser enumeradas, algumas parecem
essenciais:

 Redimensionar as estruturas fundiárias- processo de emparcelamento;


 Promover o associativismo;
 Incentivar a especialização produtiva;
 Aumentar o nível de instrução e qualificação profissional;
 Rejuvenescer a população ativa;
 Modernizar os meios de produção;
 Adequar a qualidade dos solos às culturas produzidas;
 Utilizar de forma equilibrada os fundos comunitários;
 Promover sistemas de produção amigos do ambiente;

12- Discutir impactos ambientais dos sistemas de produção agropecuária.

A agropecuária é o conjunto das atividades ligadas à agricultura e à pecuária.


Apresenta grande importância para a humanidade e para a economia, visto que a sua
produção é destinada ao consumo humano e posteriormente à venda dos produtos
obtidos. No entanto, vários problemas ambientais estão a ser desencadeados em
virtude da expansão da agropecuária e da utilização de métodos para o cultivo e
criação de animais. Alguns deles são:

 O desmatamento;

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 A retirada da cobertura vegetal provoca a redução da biodiversidade, extinção
de espécies animais e vegetais, desertificação, erosão, redução dos nutrientes do
solo, contribui para o aquecimento global, entre outros danos;
 As queimadas, intensificam a poluição atmosférica, além de reduzirem os
nutrientes do solo, sendo necessário usar uma quantidade maior de produtos
químicos (fertilizantes) durante o cultivo de determinados alimentos, elemento
que provoca a poluição do solo.
 A utilização de agrotóxicos (inseticidas e herbicidas), que contaminam o solo, o
lençol freático e os rios. Esses produtos, destinados à eliminação de insetos nas
plantações, infiltram-se no solo e atingem as águas subterrâneas. As águas das
chuvas, ao escoarem nessas plantações, podem transportar os agrotóxicos para
os rios, causando a contaminação da água.

13- Equacionar a valorização das áreas rurais tendo em conta o


desenvolvimento sustentável dessas áreas.

Turismo de habitação- desenvolve-se em solares, casas apalaçadas ou residências de


reconhecido valor arquitetónico, com dimensões adequadas e mobiliário e decoração
de qualidade;

Agroturismo- caracteriza-se por permitir que os hóspedes observem, aprendam e


participem nas atividades das explorações agrícolas, em tarefas como a vindima,
apanha da fruta, desfolhada, ordenha, alimentação de animais, etc.

Casas de campo- desenvolve-se em casas rústicas particulares que se integram na


arquitetura e ambiente característicos da região. Têm geralmente, pequenas
dimensões e mobiliário simples e podem ser utilizadas como habitação do
proprietário.

Turismo de aldeia- desenvolve-se em empreendimentos que incluem, no mínimo,


cinco casas de campo inseridas em aldeias que mantêm, no seu conjunto, as
características arquitetónicas e paisagísticas tradicionais da região
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Turismo ambiental- é cada vez mais procurado, pela aventura, pelo contacto com a
natureza e pela variedade de atividades ao ar livre. As áreas protegidas são espaços
privilegiados para o turismo ambiental.

Turismo fluvial- valoriza a importância de água como fonte de lazer. Tem sido
acompanhado de programas de valorização das áreas ribeirinhas, assim como da sua
valorização ambiental e paisagística

Turismo cultural- valoriza o património arqueológico local, castelos, solares,


templos, museus, romarias, recriação de atividades tradicionais, etc

Enoturismo- tira proveito da grande diversidade e qualidade dos vinhos regionais.


Desde 1996, têm vindo a ser constituídas as rotas dos vinhos

Turismo gastronómico- tira proveito da grande diversidade e qualidade da


gastronomia regional.

Turismo cinegético- cria emprego nas atividades de preservação do ambiente, nas


zonas de caça turística e associativa

Turismo termal- as termas aproveitam as características específicas das águas


subterrâneas e são, desde sempre, elementos importantes na dinamização turística de
muitas áreas rurais no nosso país.

As atividades turísticas nas áreas rurais devem ser planeadas no respeito pelo
ambiente e pelos valores culturais locais, preservando a diversidade biológica e
cultural e promovendo a qualidade de oferta, ajustando-a à capacidade de ocupação
dos lugares.

14- Equacionar o impacto do turismo no desenvolvimento das áreas rurais.

O turismo em espaço rural produz efeitos multiplicadores que favorecem:

- A sustentação do rendimento dos agricultores;

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- A diversificação de atividades relacionadas com a exploração agrícola;

- A pluriatividade;

- Desenvolvimento de novos serviços (animação, transportes, comunicação);

- A conservação e a melhoria da natureza e do ambiente paisagístico;

- A maior desconcentração do turismo por todo o território e, consequentemente,


uma aposta mais uniforme nas infraestruturas e recursos de apoio;

- A recuperação do património histórico e o apoio à arte e ao artesanato rural;

15- Refletir sobre as consequências da implantação de indústrias nas áreas


rurais.

A indústria nas áreas rurais traz inúmeras vantagens contribuindo para a fixação e
atração da população, gerando emprego e importantes efeitos multiplicadores como,
por exemplo, o desenvolvimento das cidades produtoras da matéria-prima
(agricultura, pecuária e a silvicultura), o desenvolvimento de outras indústrias
complementares e diferentes serviços e aumenta a riqueza produzida.

A instalação de indústrias nas áreas rurais pode ser promovida pela oferta de mão-de-
obra barata, infraestruturas e boas acessibilidades, serviços de apoio à atividade
produtiva, proximidade do mercado e medidas de política local e central (redes de
transporte e comunicação, facilidades de acesso ao crédito e formação profissional da
população).

Contudo, a indústria acarreta imensas desvantagens, destacando:

 O abandono das explorações agrícolas leva a que os solos fiquem expostos à


erosão;
 A desvalorização do património;
 A desflorestação;

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 Utilização de solos com boa aptidão agrícola para a construção de habitações;
 Poluição ambiental (do ar, da água e do solo), provocada pelas indústrias.

16- Reconhecer o papel dinamizador dos serviços nas áreas rurais.

Os serviços têm um papel muito importante no desenvolvimento das áreas rurais,


quer direta, quer indiretamente, através da prestação de:

• serviços básicos, ligados à educação, saúde e administração;

• serviços pessoais, como a restauração e o comércio;

• serviços às empresas, como de transporte, os bancos, as companhias de seguros e os


centros de formação.

Contributo dos serviços para o desenvolvimento rural:

• Apoio às restantes atividades económicas;

• Maior competitividade e acesso aos mercados, renovando a imagem do mundo rural;

• Impulso à inovação e à iniciativa empresarial;

• Captação e fixação de população;

• Melhoria da qualidade de vida da população;

• Diminuição do isolamento e maior inclusão social e cultural da população rural;

• Criação de novos postos de trabalho.

17- Reconhecer a importância da iniciativa comunitária LEADER para o


desenvolvimento rural.

Desde a agenda 2000, têm vindo a ser aprofundadas medidas de apoio ao


desenvolvimento rural, o qual foi consagrado como segundo pilar da PAC. Entre

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essas medidas financiadas pelo FEOGA, no âmbito do QCA e do Programa Agro,
contam-se:

 As medidas agroambientais, que incentivam os métodos de produção


agrícola que visam a proteção ambiental;
 As indeminizações compensatórias para as zonas desfavorecidas, que
contribuem para a manutenção de uma agricultura sustentável do ponto de
vista ambiental;
 Os apoios à silvicultura para a sua gestão sustentável;
 A iniciativa comunitária LEADER;

Pela sua importância no apoio comunitário ao desenvolvimento rural, salienta-se a


iniciativa LEADER que incentiva projetos-piloto de desenvolvimento rural
integrado.

18- Diferenciar espaço rural de espaço urbano.

Espaço urbano: área de forte concentração populacional e grande densidade de


construções, que funciona como polo de atração e onde a terciarização é um fenómeno
evidente.

Espaço rural: espaço onde se desenvolvem as atividades agrícolas, bem como as


atividades ligadas à silvicultura, à indústria, ao turismo, ao artesanato e à produção de
energias renováveis.

19- Refletir sobre a dificuldade em definir cidade e centro urbano.

São frequentemente utilizados como sinónimos mas, há cidades que não são centros
urbanos e estes não são necessariamente cidades.

O centro urbano engloba todas as sedes de distrito e os aglomerados populacionais


com mais de 10 000 habitantes. Já a cidade é uma localidade de importância superior à
vila, com determinadas infraestruturas necessárias a essa condição, geralmente

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caracterizada pela concentração numa área geográfica circunscrita de numerosos
edifícios e atividades (comerciais, culturais, etc.) e pode ou não ter 10 000 habitantes.

20- Relacionar a diferenciação do espaço urbano com os transportes urbanos.

A tendência geral para o aumento da taxa de urbanização em Portugal, com reflexos


no despovoamento do meio rural, é, em grande medida, o resultado da revolução
verificadas nos transportes, que veio melhorar a acessibilidade em todo o território
nacional. Ao aumentar a mobilidade, aumenta também o número de ligações entre as
cidades e o restante território. Constituindo polos de elevado poder de atração, as
cidades começaram, assim, a crescer em número e em dimensão demográfica. A
própria organização interna das cidades pode ser alterada como resultado de novas
acessibilidades criadas no tecido urbano. O crescimento dos subúrbios, o
despovoamento dos centros de algumas cidades podem ser explicados por alterações
associadas aos transportes. Também, regra geral, a renda locativa aumenta de forma
proporcional ao aumento da acessibilidade dos lugares, e com ela, a especulação
fundiária, assim como o surgimento das áreas de solo expectante.

21- Caracterizar as áreas funcionais do espaço urbano.

1. Área central

Predomina a função comercial e nele é possível encontrar:

 Comércio de pequena superfície (produtos de luxo ou vulgares);


 Hotéis, cafés e restaurantes de luxo;
 Espaços de cultura e lazer (teatros e museus);
 Centros de decisão da administração pública, como ministérios, tribunais
superiores, governos regionais ou municipais;
 Sedes de bancos, de empresa, de companhias de seguro, bolsas de valores, entre
outros;

2. Áreas industriais
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Atualmente, a função industrial localiza-se sobretudo, nas periferias, devido a fatores
como:

 A grande necessidade de espaço;


 A necessidade de se localizar em áreas de grande acessibilidade, próximo dos
grandes eixos de comunicação;
 Os elevados índices de poluição a que está associada;

Contudo podemos encontrar pequenas unidades industriais no interior do tecido


urbano já que:

 Necessitam de pouco espaço para laborarem;


 Necessitam de estar muito próximos do mercado consumidor;
 Não provocam poluição significativa;

3. Áreas residenciais

As áreas residenciais estão presentes por toda a cidade, distribuindo-se por diferentes
áreas, desde o centro até à periferia.

As áreas residenciais refletem o nível socioeconómico dos seus residentes. Assim


existem áreas residenciais de:

a) classe social mais favorecida;

 Existência de vivendas ou apartamentos de luxo com acesso a equipamentos e


serviços especializados;
 Elevada acessibilidade;
 Existência de jardins e espaços verdes;
 Baixo índice de poluição;

b) classe média;

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 Localização diversa no espaço urbano mas procura áreas mais baratas e com
boas acessibilidades;
 Os bairros são plurifamiliares e não apresentam harmonia e qualidade
arquitetónica dos bairros das classes mais elevadas, registando as habitações
uma área inferior;
 Bairros de classe média que ocupam maior parte do solo urbano, A diminuição
do preço do solo com o aumento da distância em relação ao centro tornam
possível à classe média suportar os preços da habitação;

c) classe social mais desfavorecida;

I- no centro da cidade

 Habitações antigas e degradadas onde ainda vivem pessoas, sobretudo idosos e


imigrantes, de fracos recursos económicos;

II- nas áreas afastadas do centro

 Bairros de habitação social, construídas pelas autarquias, para pessoas de fracos


recursos;
 Constituídos por blocos de apartamentos de áreas pequenas e de fraca qualidade
de construção;

III- nos subúrbios, em áreas muito poluídas e mal servidas de transportes

 Bairros de construção clandestina, conhecidos como bairros de lata;

Estas áreas residenciais caracterizam-se:

- por não terem as condições mínimas de habitabilidade;

- pela maioria não ter água canalizada, eletricidade e esgotos;

- pela sua dimensão ser muito reduzida;

26
22- Relacionar a localização das diferentes funções urbanas com o valor do
solo.

A localização das funções urbanas está inteiramente ligada ao valor do solo. As áreas
comerciais centrais tendem a ter valores mais altos devido à procura e à conveniência,
enquanto as áreas residenciais próximas a serviços e com boa infraestrutura também
podem ter valores significativos. Já as áreas industriais, muitas vezes, ocupam regiões
com valores de solo mais baixos devido à necessidade de espaço e acessibilidade.

23- Explicar o papel das atividades terciárias na organização do espaço urbano.

O CBD é considerado o centro financeiro pois é aqui onde se concentram grandes


sedes bancárias, de companhias de seguros, de escritórios das grandes empresas e
comércio grossista e retalho, geralmente muito especializado. É também vulgar
encontrar aqui restaurantes, hotéis, salas de espetáculos, muitas atividades
administrativas e escritórios de profissões liberais.

O plano vertical é vulgar observar-se a ocupação do rés-do-chão pelo comércio, e os


últimos pisos, por vezes, destinados à residência e os pisos intermédios a escritórios e
armazéns.

O plano horizontal revela áreas de forte especialização no interior do CBD: destacam-


se o centro financeiro, a área de comércio a retalho, a área de comércio grossista, a
área de hotéis e restauração.

Em muitas cidades assiste-se à descentralização de muitas atividades terciárias do


centro para outras áreas da cidade, motivada pela enorme concentração de atividades
nessa área, falta de espaço, valores excessivos dos preços dos terrenos,
congestionamento do tráfego urbano, dificuldades de deslocação e estacionamento.
Esta tendência é reforçada pelo aumento da acessibilidade a outras áreas da cidade,
associada à construção de novas vias de comunicação e transportes públicos mais
eficazes.

27
24- Explicar a interdependência locativa das diferentes funções.

A interdependência locativa das funções urbanas refere-se à forma como diferentes


tipos de atividades se influenciam e se beneficiam ao estarem próximas umas das
outras. Por exemplo, lojas beneficiam-se por estarem perto de áreas residenciais,
enquanto essas áreas beneficiam da proximidade de serviços como mercados e escolas.
Isso cria uma rede de dependência onde cada função urbana contribui para a
viabilidade e a atratividade umas das outras, formando uma cidade mais dinâmica e
funcional.

25- Explicar a diferenciação social das áreas residenciais.

Esta função desempenha um papel importante nas cidades, pois distingue áreas com
características próprias, cuja localização está diretamente relacionada com o custo do
solo, e por isso, reflete as características sociais da população que nela habita. Pode
mesmo dizer-se que existe uma segregação espacial, isto é, uma tendência para
organização do espaço em áreas de grande homogeneidade interna e forte disparidade
entre elas, também em termos de hierarquia.

As classes sociais de rendimentos mais elevados, escolhem como áreas de residência


zonas mais aprazíveis da cidade, pouco poluídas, com espaços verdes e de lazer, bem
servidas por vias de comunicação e onde os preços do solo atingem valores, por
norma, elevados. A classe média ocupa a maior parte do espaço urbano e as áreas
residenciais apresentam aspetos muito diversificados.

26- Relacionar as principais funções das diferentes áreas urbanas com as


características da população.

As principais funções das diferentes áreas urbanas estão diretamente relacionadas às


características da população que nelas residem ou frequentam. Por exemplo, áreas
residenciais tendem a abrigar famílias e indivíduos, refletindo uma parte por escolas,
parques e serviços básicos. Já as áreas comerciais e de negócios são frequentadas por
28
trabalhadores e consumidores, requerendo uma oferta diversificada de lojas e
escritórios. As áreas de lazer e entretenimento, por sua vez, atraem uma população
interessada em atividades recreativas. Essa interdependência entre as funções urbanas
e as características da população molda a diversidade e a dinâmica de uma cidade.

Conceitos essenciais:

Agenda 2000: conjunto de propostas e documentos estratégicos apresentados pela


Comissão Europeia em 1997, Incluía as perspetivas financeiras plurianuais da UE
para 2000-2006, pareceres sobre os pedidos de adesão à UE apresentados pelos países
do centro e do leste europeu, bem como linhas políticas sobre a PAC, a política de
coesão económica e social e outras.

Desenvolvimento sustentável: desenvolvimento através do qual se pretende alcançar


a satisfação das necessidades do presente sem comprometer a capacidade de satisfação
das necessidades das gerações futuras.

Emparcelamento: operação que consiste no redimensionamento das explorações


agrícolas, através da junção de parcelas (por troca ou venda) que antes estavam
geograficamente afastadas.

Espaço rural: espaço onde se desenvolvem as atividades agrícolas, bem como as


atividades ligadas à silvicultura, à indústria, ao turismo, ao artesanato e à produção de
energias renováveis.

Estrutura agrária: conjunto de marcas que configuram a paisagem agrária, resultado


de uma inter-relação entre os elementos físicos e humanos, no trabalho e na posse da
terra, e a partir do qual é possível caracterizar o espaço agrário.

Estrutura fundiária: diz respeito à dimensão, à forma e à fragmentação das


explorações agrícolas.

FEDER (Fundo Europeu de desenvolvimento Regional): foi instituído em 1975, com


o objetivo de financiar a ajuda estrutural aos países comunitários, através de
29
programas de desenvolvimento regional orientados para as regiões menos
desenvolvidas.

FEOGA (Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola): instrumento de


financiamento comunitário da PAC. Subdivide-se e FEOGA-Garantia, que financia as
despesas da organização comum dos mercados agrícolas como a compra e o
armazenamento de excedentes e o fomento das exportações dos produtos agrícolas,
assim como as medidas rurais como as ações de desenvolvimento rural, e FEOGA-
Orientação, que financia outras despesas de desenvolvimento rural como os
investimentos em novos equipamentos e tecnologias.

FSE (Fundo social europeu): constitui o principal instrumento da política social


comunitária e foi instituído em 1960 para dar assistência financeira às políticas de
educação e de formação profissional, tendo em vista a promoção do emprego e a
integração no mercado de trabalho.

Industria agroalimentar: conjunto de atividades relacionadas com a transformação de


matérias-primas em bens alimentares e bebidas.

LEADER (ligações entre ações de desenvolvimento da economia rural: programa


comunitário lançado em 1991 com o objetivo de apoiar ações inovadoras de
desenvolvimento rural nas regiões desfavorecidas da União Europeia.

Organização mundial do comércio: é uma instituição criada com o objetivo de


supervisionar e liberalizar o comércio internacional.

PEDAP (Programa Específico de Desenvolvimento da Agricultura Portuguesa):


programa de incentivos financeiros que tinha por objetivo ajudar a modernização do
setor agrícola português nos primeiros anos após a adesão, a fim de o tornar mais
competitivo.

30
PAC (Política agrícola comum): constitui uma das bases em que assentou o Tratado
de Roma. Entrou em vigor em 1962 a fim de garantir a autossubsistência do mercado
agrícola dos estados-membros.

Paisagem agrária: paisagem constituída pela conjugação de diversos elementos, como


a morfologia agrária, o sistema de cultura e o povoamento rural.

Património cultural: conjunto de bens e saberes que constituem a riqueza de um povo,


para usufruto das gerações presentes e futuras.

Património paisagístico: característica da paisagem considerada um bem de


reconhecido valor, herdada da natureza ou construída pelo homem ao longo da
história, compreendendo um conjunto de elementos em interação e em contínua
evolução.

Pluriatividade: prática em simultâneo, do trabalho na agricultura e em outras


atividades.

Rendimento agrícola: relação entre a produção e a superfície cultivada.

Produtividade agrícola: relação entre a produção e o número de trabalhadores.

Região agrária: área de intervenção no âmbito das competências das Direções


Regionais de Agricultura, que agrupa zonas agrárias, tendo por finalidade o apoio
direto dos setores agrário e alimentar a nível local e regional e os objetivos de âmbito
nacional definidos para aquele setor.

Set-aside: redução forçada das áreas de cultivo de cereais, através de um sistema de


subsídios de compensação.

Superfície agrícola utilizada (SAU): superfície constituída pelas terras aráveis,


culturas permanentes, pastagens permanentes e hortas familiares.

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Tipos de agricultura: diferentes formas de ocupação do solo para fins de produção
agrícola, que refletem a inter-relação de um conjunto de fatores de ordem natural e
humana, que condicionam o desenvolvimento e a distribuição geográfica das culturas.

Tipos de turismo: formas de turismo que as pessoas exercem ou praticam as várias


modalidades de turismo.

Turismo em espaço rural (TER): atividade económica capaz de gerar


desenvolvimento económico para as áreas rurais, quer por si só, quer através da
dinamização de muitas outras atividades económicas, que direta ou indiretamente,
com ele interagem.

Acessibilidade: grau de facilidade com que um lugar pode ser alcançado a partir de
outros.

Área funcional: espaço +/- homogéneo e individualizado, relacionado com a


localização das diferentes funções no espaço urbano.

Central business district (CBD): área localizada no centro da cidade, de grande


acessibilidade e onde se assiste a uma grande concentração de edifícios ocupados por
funções do setor terciário (comercial, financeira e função administrativa). Caracteriza-
se pela grande concentração de população flutuante, o que determina um trânsito
intenso e engarrafamentos frequentes durante o dia.

Centro urbano: aglomerado populacional de certa importância, com predomínio de


atividades ligadas ao setor secundário e terciário. Em Portugal engloba todas as sedes
de distrito e os aglomerados populacionais com mais de 10 000 habitantes.

Cidade: localidade de importância superior à vila, com determinadas infraestruturas


necessárias a essa condição, geralmente caracterizada pela concentração numa área
geográfica circunscrita de numerosos edifícios e atividades (comerciais, culturais, etc.)

Diferenciação funcional: especialização da ocupação do solo urbano. Cada área


apresenta uma função: comercial e de serviços, industrial e residencial.
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Espaço urbano: área de forte concentração populacional e grande densidade de
construções, que funciona como polo de atração e onde a terciarização é um fenómeno
evidente.

Especulação fundiária: subida desenfreada do preço do solo, como consequência de


uma grande procura e reduzida oferta.

Fator de localização industrial: elemento de ordem física (ex. matérias-primas),


económica (ex. preço do solo), demográfica (ex. mão de obra) e política (ex.
condicionantes estatais), que influencia a localização das indústrias.

Função rara: atividade fornecedora de um bem ou serviço de utilização pouco


frequente e que, por isso, estão disponíveis nos centros urbanos de nível superior (ex.:
médicos especialistas, comércio especializado, etc.).

Função vulgar: atividade fornecedora de um bem ou serviço de utilização muito


frequente, pelo que estão disponíveis em qualquer lugar central (ex.: padaria,
mercearia, etc.).

Função urbana: atividade (económica, político-administrativa, social, etc.) que se


desenvolve no interior das cidades com vista à satisfação das necessidades da
população.

Movimento pendular: movimento diário da população entre o local de residência e o


local de trabalho e vice-versa.

Renda locativa: corresponde ao preço do solo. Este é mais elevado no centro da


cidade, porque, tendencialmente, o centro corresponde à área de maior centralidade e
de maior acessibilidade.

Segregação funcional: consiste na separação das funções de autorização, aprovação,


execução, controlo e contabilização. Para evitar conflitos de interesses, é necessário
repartir funções entre os servidores para que não exerçam atividades incompatíveis,
como executar e fiscalizar a mesma atividade.
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Segregação social: Separação geográfica de grupos em razão da sua raça, etnia,
religião ou qualquer outra categoria que arbitrariamente é utilizada como motivo de
discriminação espacial dos seus membros.

Solo expectante: solo que aguarda ocupação.

Terciarização: aumento progressivo das áreas ocupadas pelas atividades do setor


terciário, por reconversão das áreas habitacionais mais antigas, geralmente situadas
no centro da cidade.

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