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Aptidão e uso do solo no

município de Sorocaba - SP

João Pedro Coutinho


José Ricardo Oliveira
Maikon Thomas

UFSCar/Sorocaba 2021
Introdução
O monitoramento do meio físico O uso inadequado do solo A recuperação, conservação e
para análise do desenvolvimento pelo ser humano é um fator exploração sustentável dos
regional é um objetivo global; agravante da degradação, recursos naturais exigem o
O levantamento de recursos demandando a conhecimento das propriedades e
naturais têm sido objeto de implementação de ações situação das atividades
intensa pesquisa; mitigadoras; antrópicas;
A utilização de métodos que É importante a construção O diagnóstico dos recursos
utilizam mapas associam rapidez e de mapas de uso do solo, ambientais é uma excelente
precisão; (PEREIRA et al., 1998).o de dentre outros, através do ferramenta para identificação de
texto uso das imagens de satélite e problemas;
ferramentas de O confronto das informações de
sensoriamento remoto que aptidão agrícola com o uso atual
se portam como fonte de dado às terras agrícolas,
dados espaço temporais. proporciona a verificação da
existência de conflitos;
(FORMAGGIO et al. 1992; DENT &
YOUNG, 1993; RODRIGUES et al.,
2001).Couto et al. (1990)
Realizar na Fazenda Haras Colibri o
Objetivo mapeamento do uso e cobertura atual
do solo e classificação de áreas de
acordo com suas capacidades de uso .

Área de Localização Geográfica


Sorocaba- SP
estudo(mapa 1) 188.75 ha
601 m metros de altitude
Mapa 1
Tipo de clima:
Subtropical
Segundo a Köppen e Geiger a classificação do clima
é Cfa.

Clima Precipitação anual:


1219 mm pluviosidade média anual.

Temperatura:
Temperatura média é 20.5 °C.
Fevereiro possui as maiores médias de
temperatura do ano, e julho, as menores.

Relevo:
Ondulado

Relevo
Vegetação predominante:
A região de Sorocaba possui uma formação vegetal
originalmente composta de Floresta Estacional Semidecidual
(FES) do Bioma Mata Atlântica, com zonas de contato
(ecótono) com formações do domínio Cerrado.
A análise do ambiente e o diagnóstico do uso
das terras foram efetuados através da
produção e sobreposição de diferentes

Materiais planos de informação.

e Métodos Para o levantamento do meio fisico foram


analisados as informações sobre a declividade do
terreno, dados de profundidade, textura , erosão
presente e a ocupação atual bem como analise
de solo
As cartas e mapas utilizados foram:
Hidrografia Região Oeste do Estado de São
Paulo 1:25.000
Data: 31/12/2010
Mapa Pedológico do Estado de São Paulo -
2017 Data: 31/08/2017

Materiais IPT - Carta Geotécnica do Estado de São


Paulo 1:500.000

e Métodos
Data: 01/12/1994
Imagens de radar adquiridas pelo satélite
ALOS PALSAR
O processamento de dados foi realizado no
software QGIS versão 3.10.12
O mapa de áreas de preservação permanente
(APP) foi construído com base na LEI Nº
12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012
Relevo
(mapa 2)
Tabela 1. Área(%) da fazenda por faixa de declive
Modelo de elevação digital

Declividade
(mapa 3)
Tipos de solo no município de
Sorocaba - SP (mapa 4)
Ordem: Argissolos Vermelho- Amarelos
Associação: PVA + RL
Trofismo: Distrófico
Profundidade: Pouco profundo e raso
Pedregulho rochoso: cascacalho

PVA43 - Associação de ARGISSOLO VERMELHO- Fonte :Agência EMBRAPA de InformaçãoTecnológica


AMARELO típico, textura média com
cascalho/argilosa com cascalho + NEOSSOLO
Os Argissolos Vermelho-Amarelos (PVA)
LITÓLICO, A moderado, textura média com
são solos também desenvolvidos do
cascalho, ambos Distróficos, A moderado, fase
Grupo Barreiras de rochas cristalinas ou
relevo ondulado
sob influência destas.
Argissolos Vermelho-Amarelos
(PVA)
Há predominância do horizonte superficial A do tipo moderado e proeminente, apresentam
principalmente a textura média/argilosa, podendo apresentar em menor frequência a textura
média/média e média/muito argilosa. Apresentam também baixa a muito baixa
fertilidade natural, com reação fortemente ácida e argilas de atividade baixa

Para o seu aproveitamento racional necessitam de adubação e calagem, por serem solos de
fertilidade natural baixa

São predominantemente usados com a cultura da cana-de-açúcar, fruticultura (jaca, manga,


banana, sapoti, citros, coco, acerola), alguma pastagem plantada (capins braquiária, pangola
e elefante)
Mapa 4
Mapa 5
Análise das suscetibilidades aos diversos processos do meio fisico .
Análise de
solo
Recursos Hídricos

A Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba e Médio Tietê


(UGRHI 10) está localizada no centro-sudeste do
Estado de São Paulo e é constituída pela Bacia do rio
Sorocaba e de outros tributários do rio Tietê.
Mapa 6
Rede de drenagem e delimitação da APP(mapa 7)
Mapa 8
Tabela 2. Área de acordo com o uso
Histórico da área
Histórico da área

Na área de estudo a forma de manejo é o Sistema de Plantio Direto (SPD)


na qual se caracteriza por uma prática conservacionista que envolve
técnicas recomendadas para aumentar a produtividade, conservando ou
melhorando continuamente o ambiente. Fundamenta-se na ausência de
revolvimento do solo, em sua cobertura permanente e na rotação de
culturas.
Dessa maneira atualmente na fazenda Haras Colibri planta-se no SPD
milho,soja e trigo nas áreas descritos como: "áreas produtivas" reprentadas
no mapa 7.
Potencialidade de Usos

Para definir as definidas classes homogêneas de


terra, de acordo com sua máxima capacidade de uso
foram utilizados os conceitos do Sistema de
Classificação da Capacidade de Uso da Terra
inicialmente estruturados pelo Serviço de
Conservação dos Solos (EUA)
Categorias do sistema
Grupos de capacidade de Uso:

A: Terras passíveis de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens,


e/ou reflorestamento e vida silvestre (Classes I a IV).

B: Terras impróprias para cultivos intensivos, mas ainda adaptadas para


pastagens e/ou reflorestamento e/ou vida silvestre, porem cultiváveis em
caso de culturas ou manejos especiais protetores do solo (Classes V a VII).

C: Terras apropriadas somente para proteção da flora e fauna silvestre,


recreação ou armazenamento de água (Classe VIII).
GRUPO A (Classes)

I -Terras de boa produtividade, praticamente livres de erosão e próprias para serem


cultivadas sem tratamentos especiais;

II -Terras de produtividade moderada a boa, próprias para serem cultivadas com


praticas simples de controle da erosão (além de calagem e adubação);

III -Terras de moderada a boa produtividade, próprias para cultivo com intensas
praticas de controle da erosão tais como terraceamento (também calagem e
adubação);

IV -Terras de moderada produtividade próprias principalmente para culturas perenes,


devido a declividade ou erosão. Ocasionalmente podem ser utilizadas para culturas
anuais, necessitando neste caso de praticas intensas de controle da erosão.
GRUPO B (Classes)

V -Terras normalmente impróprias para culturas, mas utilizáveis para pastagens ou


florestas, desde que se adotem praticas adequadas para assegurar sua utilização.
Geralmente são planas. As limitações se associam ao encharcamento ou a
pedregosidade.

VI -Terras impróprias para culturas, mas adequadas para pastagens ou


reflorestamento, desde que se adotem praticas especiais para assegurar o uso
constante. A declividade e/ou aprofundidade efetiva são os principais fatores
limitantes para o seu uso agrícola.

VII -Terras próprias para pastagem e florestas, quando utilizadas com extremo
cuidado para prevenir a erosão. São muito declivosas, erodíveis, de superfície
irregular, muito secas ou pantanosas. Em climas úmidos devem ser utilizadas apenas
para floresta.
GRUPO C (Classes)

VIII -Terras que não se prestam para culturas, pastagens ou florestas, embora
tenham certo valor para abrigo da vida silvestre e recreação. São terras,
geralmente, de superfície muito irregular, pedregosas, arenosas, encharcadas
ou expostas a erosão muito severa.
A SUB-CLASSE explicita melhor as práticas de conservação e/ou de
melhoramento a serem aplicadas. Representam as classes qualificadas quanto a
natureza da limitação.

e : limitação pela erosão presente e/ou risco de erosão

s : limitações relativas a solo

a : limitações relativas a água

c : limitações relativas ao clima.


Unidades de capacidade de uso
e1 – relevo plano e/ou suave ondulado; nula a ligeira suscetibilidade à erosão
e2 – relevo suave ondulado e/ou ondulado; ligeira a moderada suscetibilidade à erosão
e3 – relevo ondulado e/ou forte ondulado; moderada a forte suscetibilidade à erosão
e4 – relevo montanhoso e/ou forte ondulado/montanhoso; forte suscetibilidade à erosão.
e 5 – horizonte A arenoso e/ou solos abrúpticos
s1 – pouca profundidade
s2 – textura arenosa
s3 – pedregosidade, rochosidade, solos cascalhentos
s4 – baixa fertilidade natural
s6 – solos tiomórficos ácidos
s8 – presença de camadas impeditivas
a1 – lençol freático elevado
a2 – riscos de inundação
Resultados
Classificação (Mapa 9)
Culturas propostas
Milho,soja e Citrus
Custos
Soja
Soja
Laranja
Laranja
Milho
Milho
Classificação dos grupos

Há uma pequena área de proteção permanente dos


afluentes que não são respeitadas, demandando
maiores áreas destinadas para preservação

17,29% da área total apresenta declividade >14%


Aproximadamente 70% da área total apresentou
Conclusão classificação no grupo A

A Fazenda apresenta ótimos atributos quantos as


características físicas do solo, necessitando de
adubagem e correção para a implementação das áreas
propostas
Há a necessidade de coleta de novos dados como
permeabilidade e manchas de solo, diagnóstico visual
para a retificação das inferências obtidas apartir de
análise remota.

Conclusão A partir das ferramentas hoje disponíveis é possível


realizar uma análise profunda à distância visando
melhor utilização das áreas disponíveis no país,
podendo melhorar a qualidade de vida de toda nossa
população
Notas de manejo
No estabelecimento do pomar, as linhas de plantio (espaçamento menor) devem ficar
paralelas as curvas de nível, o que faz com que as entrelinhas (espaçamento maior), onde são
realizados os trabalhos mecânicos, fiquem localizadas cortando o declive.
foram levados em consideração áreas com solos argilosos e declividade maior que 18% ou
com solos arenosos e declividade maior que 15% não são adequadas para a instalação de
pomares cítricos.
Na Área produtiva ll devido ao maior o declive é necessário maiores práticas
conservacionistas como cordões vegetais de contorno, capinas alternadas, terraços etc.,

A Área de monocultura arbórea esta sendo sub utilizada ,pois apresenta ótimas
característica quanto ao declive possíbilitando práticas mais intensivas de cultivo.
É necessário o cercamento e adequação das áreas de APP e recuperação de áreas pr
próximas ao Complexo Hara APP afim de evitar entrada de animais e o pisoteiro e
consequente compactação do solo, bem com aumento da erosão.
Obrigado!

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