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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL

SISTEMAS AGROFLORESTAIS COMO ESTRATÉGIA DE


OTIMIZAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS (ÁGUA, LUZ E TERRA)
NOS SISTEMAS PRODUTIVOS

MANEJO AGROECOLÓGICO
ALUNA: AMANDA DUTRA DE VARGAS - 2019131246
INTRODUÇÃO
 Atividades agropecuárias:

 Extinção de espécies, redução da quantidade e qualidade de água


disponível, aumento de temperatura, mudanças no regime de chuvas,
diminuição da produtividade, erosão do solo e até mesmo a
desertificação de áreas.

ÊXODO RURAL
INTRODUÇÃO

 Agricultores, técnicos e cientistas

PRODUÇÃO QUE POSSAM REVERTER O PROCESSO DE DEGRADAÇÃO

 O ser humano pode acelerar a restauração das áreas:

Cuidando das águas dos solos;


Inserindo e manejando espécies que dificilmente
se estabeleceriam sozinhas.
INTRODUÇÃO
 Manutenção das funções ecossistêmicas dos ambientes

Manutenção dos recursos hídricos e regulação do ciclo de água,


adaptação a mudanças climáticas, controle de erosão e ciclagem de
nutrientes, aumento da biodiversidade

 Ao otimizarem o uso da terra, proporcionando benefícios:


SAFs sistemas sustentáveis
Promissores para solução de problemas no uso dos recursos naturais
SAFs

 Os sistemas agroflorestais (SAFs) são indicados como alternativa para associar

PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS

 Com a característica de possibilitar a exploração dos recursos disponíveis,


usando a seu favor as interações ecológicas existentes nos ecossistemas.
SAFs

 Conservação e refúgio da biodiversidade;


 Fixação de N2 atmosférico;
 Ciclagem de nutrientes;
 Conservação dos solos e acúmulo de M.O.;
 Manutenção da fauna do solo e da
qualidade química, física e biológica;
 Manutenção da qualidade do ar e água;
 Sequestro e estoque de carbono;
 Manutenção e armazenamento de água.
RECURSOS NATURAIS
 As interações ecológicas em SAFs dependem basicamente de fatores
espaciais e temporais dos sistemas e da análise dos recursos limitantes ao
crescimento vegetal.

 É importante separar a competição acima e abaixo do solo pelos recursos.

SAF busca sempre otimizar e não maximizar os recursos!


RECURSOS NATURAIS

Água

 SAFs ampla cobertura de espécies arbóreas : Favorecendo a


infiltração da água no solo e a melhoria da sua qualidade.

Podem contribuir para a conservação da água das seguintes formas:


 Retêm poluentes; Incrementam a capacidade de armazenamento da água;
Contribuem na redução do escoamento superficial; Reduzem as perdas de
nutrientes por lixiviação.
RECURSOS NATURAIS

Luz

 Os SAFs, podem desempenhar um papel importante no ciclo global do C

metabolismo e taxa fotossintética a absorção de C pelas plantas

 A espacialização do sistema deve permitir a máxima eficiência na


interceptação e conversão da energia solar e na ocupação do solo
 Para que as árvores apresentem uso complementar dos recursos as
espécies escolhidas devem ter diferentes requerimentos de luz
RECURSOS NATURAIS

Terra

 SAFs: utilizam espécies geradoras de biomassa com alta capacidade de


disponibilização de nutrientes.

SERRAPILHEIRA NUTRIENTES PARA OS SOLOS

 A deposição e decomposição da serapilheira, sob a ação do clima e da


fauna edáfica, são considerados processos essenciais na manutenção da
qualidade e estabilidade dos ecossistemas.
Figura 1. Múltiplos efeitos das árvores no sistema ecológico.

Fonte: RIGHI; BERNARDES, 2015.


RECURSOS NATURAIS

Terra

 A otimização da utilização do solo também pode estar relacionada ao


uso do espaço

UET
ESTUDOS COM SAFs

 Toma et al. (2013) comportamento físico-hídrico do solo em SAF

Vale do Ribeira, SP

 Concluíram que o SAF apresentou evolução dos atributos físicos-hídricos do


solo no decorrer do tempo avaliado
Acúmulo de matéria orgânica: melhoria dos atributos físicos do solo

DENSIDADE POROSIDADE
ESTUDOS COM SAFs

 Geralmente, quanto maior a diversidade de espécies e a densidade das


árvores, maior é o potencial de sequestro de carbono (JOSE, 2009).

 Na avaliação da dinâmica de carbono em SAFs de 4 a 15 anos, na Mata


Atlântica (em São Paulo) conduzidos por pequenos agricultores, foi
constatado um acréscimo médio de 6,6 toneladas de carbono total/ha/ano
(STEENBOCK et al., 2013).
ESTUDOS COM SAFs

 Franco et al. (2002)

 Zona da Mata, MG

 Quantificar a erosão em sistemas agroflorestais comparados aos


convencionais

 Os resultados podem ser observados a seguir (Figuras 2 e 3).


Figura 2. Comparação entre variação das perdas do solo nos sistemas agroflorestais e convencionais
na Zona da Mata de Minas Gerais.

Perda média de solo

SAFs
217,3 kg/ha/ano

Convencional
2.611,9 kg/ha/ano

Fonte: FRANCO et al. (2002)


Figura 3. Perdas de solo, carbono orgânico e nutrientes nos sitemas agroflorestais e
convencionais na Zona da Mata de Minas Gerais.

Reforça a ideia de
que a camada
localizada no
horizonte superficial,
com mais fertilidade
no solo, fica
empobrecida no
decorrer dos anos
Fonte: FRANCO et al. (2002) devido a erosão do
solo.
ESTUDOS COM SAFs
 Aguiar et al. (2011)

 Sobral, CE

 Produção de serrapilheira e a ciclagem de nutrientes em diferentes tipos de


sistemas:

Agrossilvipastoril para produção de caprinos (AGP_C), Agrossilvipastoril para


produção de ovinos (AGP_O), Cultivo tradicional (TRAD) e Vegetação nativa
(MATA).
Figura 4. Produção de serapilheira (kg/ha/ano) em diversos sistemas
de cultivo e em área de caatinga conservada, Sobral-CE, 2010. n = 10; s
= desvio padrão.

Média de produção

AGP_C
1317 kg/ha (38% MATA)

AGP_O
1812 kg/ha (52% MATA)

TRAD
588 kg/ha (17% MATA)
Fonte: AGUIAR et al, 2011.
ESTUDOS COM SAFs

 Neste mesmo estudo, foi avaliado também a transferência de nutrientes ao


solo via serapilheira.

 O aporte de nutrientes pela serapilheira seguiu o mesmo padrão que foi


obtido na avaliação da produção da serapilheira

MATA > AGP_O = AGP_C > TRAD (exceto o potássio)


ESTUDOS COM SAFs

 Levando em consideração todos os nutrientes analisados (N, P, K, Ca, Mg)

 AGP_C: 89,9 kg nutrientes/ha/ano (48% MATA)

 AGP_O: 123,3 kg nutrientes/ha/ano (68% MATA)

 TRAD: 43,9 kg nutrientes/ha/ano (23% MATA)


CONSIDERAÇÕES FINAIS

 Os sistemas agroflorestais (SAFs) vêm se apresentando como uma


alternativa aos modelos de cultivos convencionais por uma série de razões:
o aumento da biodiversidade, agindo diretamente sobre as interações
contínuas que otimizam processos ecológicos e os recursos naturais.

 A adoção desse sistema possibilita a participação da estrutura familiar, em


função da maior distribuição da carga de trabalho ao longo do tempo.
Também ocasiona o menor gasto com insumos externos devido ao
aproveitamento dos recursos naturais e consequente conservação do meio
ambiente.
Referências

 AGUIAR, M. I.; VALE, N. F. L.; OLIVEIRA, T. S.; CAMPANHA, M. M. Produção de serrapilhira e ciclagem de
nutrietes em sistemas agroflorestais. 6º Congresso Norte-Nordeste de Pesquisa e Inovação – 6º CONNEPI.
Natal - RN, 2011.
 FRANCO, F. S.; COUTO, L.; CARVALHO, A. F, de; JUCKSCH, I.; FERNANDES FILHO, E. I.; SILVA, E.; MEIRA NETO,
J. A. Quantificação da erosão em sistemas agroflorestais e convencionais na zona da mata de Minas Gerais.
Revista Árvore, v. 26, n. 6, p. 751-760, 2002.
 JOSE, S. Agroforestry for ecosystem services and environmental benefits: An overview. Agroforestry
Systems, v. 76, n. 1, p. 1 – 10, 2009.
 STEENBOCK, W.; SILVA, L. da C. e; SILVA, R. O. da; RODRIGUES, A. S.; PEREZ-CASSARINO, J.; FONINI, R.
Agrofloresta, Ecologia e Sociedade. Kairós. Curitiba, PR. 422 p., 2013.
 TOMA, R. S.; COOPER, M.; TAVARES, M. F.; CARVALHO, C. C. de; TEATO, A. C. Evolução temporal do
comportamento físico-hídrico do solo de um sistema agroflorestal no Vale do Ribeira – SP. Scientia
Forestalis, Piracicaba, v. 41, n. 98, p.237-248, 2013.
OBRIGADA!

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