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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA


SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA
CURSO DE AGRONOMIA

GABRIEL TOZETTO
FERNANDO WILSON SIMÃO
LUCAS WOLF DE OLIVEIRA
RAFAELA PHILIPOVSKY MARCANTES

PLANEJAMENTO CONSERVACIONISTA DE SOLO E ÁGUA

PONTA GROSSA
2021
2

GABRIEL TOZETTO
FERNANDO WILSON SIMÃO
LUCAS WOLF OLIVEIRA
RAFAELA PHILIPOVSKY MARCANTES

PLANEJAMENTO CONSERVACIONISTA DE SOLO E ÁGUA

Trabalho apresentado à disciplina de


Conservação do Solo e da Água como
requisito para a obtenção de nota.
Professor: Doutor Fabrício Tondello Barbosa.

PONTA GROSSA
2021
3

INTRODUÇÃO

O solo é recurso natural e um dos componentes vitais do meio ambiente, sendo


substrato natural para as plantas, portanto, devemos evitar perdas excessivas por escoamento
superficial e criar condições para a infiltração de água no solo (KOMMERS et al., 2018).
Uma das principais funções do planejamento de uso das terras é ter um maior aproveitamento
das águas das chuvas, evitando perdas excessivas por escoamento superficial, levando a
processos erosivos de perda de solo. O uso adequado da terra deve ser o primeiro passo para a
conservação do solo, utilizando-se cada parcela da propriedade de acordo com sua aptidão,
capacidade de uso e produtividade econômica, de tal modo que os recursos naturais sejam
colocados à disposição do homem para seu melhor uso e benefício ao mesmo tempo em que
são preservados para gerações futuras (LERPSCH et al., 1991).
A degradação dos solos, no Brasil e no mundo, impõe elevados custos à sociedade,
pela grande perda de solos agricultáveis através da erosão, causando a redução da capacidade
produtiva do solo, o assoreamento dos cursos d'água e represas e, consequentemente, o
empobrecimento do produtor rural, com reflexos negativos para a economia. Nesse sentido, a
ciência da conservação do solo preconiza um conjunto de medidas, objetivando a manutenção
ou recuperação das condições físicas, químicas e biológicas do solo, estabelecendo critérios
para o uso e manejo dos solos, de forma a não comprometer sua capacidade produtiva (ELTZ;
AMADO; LOVATO, 2005).
De acordo com Yu et al. (1998), cerca de 2 bilhões de hectares, o que equivale a
aproximadamente 13% da superfície terrestre, têm sofrido algum tipo de degradação induzida
pelo homem ao longo dos anos. Portanto a utilização de práticas conservacionistas é
fundamental no controle de perdas de solo e desperdício de água em áreas agriculturáveis,
propiciando a maximização do uso da área. Segundo Foster (1982), a cobertura do solo é o
fator isolado que mais exerce influência sobre a erosão, os resíduos culturais diminuem o
impacto das gotas de chuva, diminuindo a velocidade e o volume da enxurrada, além de
promover a filtragem dos sedimentos grosseiros.
A descompactação do solo utilizando implementos de hastes, como escarificadores,
produzem superfícies mais rugosas, tendo por objetivo aumentar a porosidade, reduzir a
densidade e, ao mesmo tempo, romper as camadas superficiais encrostadas e camadas
subsuperficiais compactadas (KOCHHANN & DENARDIN, 2000). O tipo e a época das
operações de preparo influenciam no resultado, afetando a taxa de infiltração e à velocidade
da enxurrada, a capacidade de armazenamento de água no solo e, por consequência, os riscos
de erosão (LEVIEN et al.,1990).
Essas operações de preparo do solo criam microrrelevos na superfície do solo,
alterações essas que afetam o escoamento superficial e o armazenamento temporal de água
(VAZQUEZ & DE MARIA, 2003). Todas as transformações geradas pelo manejo
influenciam no acúmulo e utilização da água no solo. Sendo então de extrema importância um
bom planejamento, que evite perdas de solo, elemento fundamental no setor agrícola, que
deve ser bem utilizado, preservando suas características.
4

Com isso, objetiva-se com esse trabalho elaborar um planejamento conservacionista


de solo e água em uma propriedade rural localizada em Ponta Grossa, Paraná.
5

DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL


1. MEIO FÍSICO
Não há presença de práticas conservacionistas nas áreas e, de acordo com a
classificação de capacidade de uso do solo das glebas, é importante para a propriedade que
seja implementada práticas conservacionistas do solo e da água. Em algumas glebas, há
presença de rios e nascentes, sendo assim, áreas de preservação permanente (APP), que não
estão de acordo com as leis ambientais. Com os anos, se não forem realizadas práticas
conservacionistas haverá grande perda de solo, contaminação das áreas, erosão e queda na
produtividade.
2. MAPA
Os dados fornecidos através do levantamento no meio físico foram classificados de
acordo com a metodologia e auxílio do quadro guia adaptado do Manual de Conservação do
Solo e da Água (1985). Foi levado em consideração o maior valor de classe obtido na fórmula
mínima e que corresponde ao principal fator limitante.
Pe−di
Fórmula mínima: Us↓
D−E

Em que:
Pe: profundidade efetiva
di: drenagem interna do perfil do solo
D: declividade
E: grau atual de erosão
Us: Uso atual das terras
↓: sentido da declividade

Após a obtenção dos valores de classe e subclasse em cada ponto, com o auxílio do
QGIS (Quantum Gis), foi realizado o mapeamento das glebas e em cada uma delas colocada a
informação de tipo de solo, declividade, uso atual e área. Com relação às áreas de preservação
permanente foram gerados buffers de 30 metros nas margens dos cursos d’água e um buffer
de 50 metros ao redor de nascente (SISTEMA FAEP). Esses valores foram obtidos através da
legislação do código florestal (Imagem 1).
6

IMAGEM 1: Mapa da propriedade localizada em Ponta Grossa - PR, dividido em glebas.

2.1. USO ATUAL DO SOLO


Gleba 1 = Lavoura anual plantio direto pouca cobertura com palha, sem APP no
curso d’água;
Gleba 2 = Lavoura anual plantio direto boa cobertura com palha;
Gleba 3 = Lavoura anual, solo escarificado, pouca cobertura com palha;
Gleba 4 = Pastagem com ovinos;
Gleba 5 = Lavoura anual plantio direto boa cobertura com palha, sem APP no curso
d’água;
Gleba 6 = Floresta plantada (pinus);
Gleba 7 = Lavoura anual plantio direto pouca cobertura com palha;
Gleba 8 = Lavoura anual preparo convencional;
Gleba 9 = Mata nativa;
Gleba 10 = Pastagem com bovinos.
2.2. USO FUTURO DO SOLO
Gleba 1 = Lavoura anual com sistema de plantio direto, correção da APP no curso d’água
e nascente;
Gleba 2 = Lavoura anual plantio direto boa cobertura com palha;
7

Gleba 3 = Lavoura anual, com cultivo de aveia em faixas;


Gleba 4 = Lavoura anual plantio direto boa cobertura com palha;
Gleba 5 = Lavoura anual plantio direto boa cobertura com palha, correção da APP no
curso d’água e nascente;
Gleba 6 = Floresta plantada (pinus) e cobertura do solo;
Gleba 7 = Integração lavoura pecuária;
Gleba 8 = APP;
Gleba 9 = Mata nativa;
Gleba 10 = APP;

2.3. PLANEJAMENTO DE SAFRA – UM ANO


Gleba 1

 Verão: milho para silagem e descanso com calagem;


 Inverno: cobertura com ervilhaca;

Gleba 2

 Verão: soja e descanso com calagem;


 Inverno: trigo;

Gleba 3

 Verão: milho para silagem e descanso com calagem;


 Inverno: cobertura com ervilhaca;

Gleba 4

 Verão: soja com descanso com calagem;


 Inverno: trigo;

Gleba 5

 Verão: milho para silagem e descanso com calagem;


 Inverno: cobertura com ervilhaca;

Gleba 6 = Floresta plantada (pinus) e cobertura do solo com braquearia;


Gleba 7 = Eucalipto integrado com pastagem;
Gleba 8 = APP;
Gleba 9 = Mata nativa;
Gleba 10 = APP;
2.4. CLASSIFICAÇÃO DO
SOLO
Gleba 1 = Nitossolo;
8

Gleba 2 = Latossolo;
Gleba 3 = Cambissolo;
Gleba 4 = Cambissolo;
Gleba 5 = Latossolo;
Gleba 6 = Neossolo quartzarênico;
Gleba 7 = Argissolo;
Gleba 8 = Neossolo Litólico;
Gleba 9 = Gleissolo;
Gleba 10 = Organossolo.
2.5. DECLIVIDADE
Gleba 1 = 7%;
Gleba 2 = 3%;
Gleba 3 = 11%;
Gleba 4 = < 3%;
Gleba 5 = 3%;
Gleba 6 = 10%;
Gleba 7 = 11%;
Gleba 8 = 16%;
Gleba 9 = < 3%;
Gleba 10 = 3%.
2.6. CAPACIDADE DO USO
OU APTIDÃO
A capacidade de uso de um solo pode ser definida como a adaptabilidade da terra às
diversas formas de utilização agrícola, sem que ocorra o desgaste e empobrecimento do solo
através do seu uso (LEPSCH et al., 1991). As classes de capacidade de uso representam um
grupamento de terras com o mesmo grau de limitação, definindo condições de aproveitamento
e riscos de degradação semelhantes. São designadas por algarismos romanos de I a VIII, e
quanto maior o seu valor maior é a restrição ao uso. A determinação da capacidade de uso da
terra envolve a interpretação dos fatores que têm maior influência sobre o uso da terra, como a
natureza do solo, a declividade e a erosão, entre outros.
De acordo com as informações fornecidas pelo exercício das glebas, pode-se dividi-
las de acordo com as seguintes imagens (Imagem 2).
9

IMAGEM 2: Mapa da classificação do uso de solo da propriedade localizada em Ponta


Grossa-PR, dividido em glebas.

Em que:

Grupo A: terras passíveis de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens e/ou
reflorestamento e vida silvestre.
Grupo B: terras impróprias para cultivos intensivos, mas ainda adaptadas para pastagens e/ou
reflorestamento e/ou vida silvestre, porém cultiváveis em casos de algumas culturas especiais
protetoras do solo.
Grupo C: terras não adequadas para cultivos anuais, perenes, pastagens ou reflorestamento,
porém apropriadas para a proteção da flora e fauna silvestre, recreação ou armazenamento de
água.
Classe I: terras cultiváveis, aparentemente sem problemas especiais de conservação;
Classe II: terras cultiváveis com problemas simples de conservação;
Classe III: terras cultiváveis com problemas complexos de conservação;
Classe IV: terras cultiváveis apenas ocasionalmente ou em extensão limitada, com sérios
problemas de conservação;
Classe V: terras adaptadas em geral para pastagens e/ou reflorestamento, sem necessidade de
práticas especiais de conservação, cultiváveis apenas em casos muito especiais;
Classe VI: terras adaptadas, em geral, para pastagens e/ou florestamento, com problemas
simples de conservação, cultiváveis apenas em alguns casos especiais de algumas culturas
protetoras do solo.
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Classe VII: terras impróprias para cultura, pastagem ou reflorestamento, podendo servir
apenas como abrigo e proteção da fauna e flora silvestre, como ambiente para recreação, ou
para fins de armazenamento de água.
Classe VIII: Terras impróprias para lavouras, pastagens e reflorestamento servindo apenas
para a fauna e flora.
e: limitações pela erosão presente e/ou risco de erosão;
s: limitações relativas ao solo;
a: limitações por excesso de água.
2.7. EQUAÇÃO UNIVERSAL
DA PERDA DE SOLO
Os cálculos foram realizados através da planilha do Excel para todas as glebas
(anexo no Google Classroom). Os valores de C de referência para as glebas 1, 2, 3, 4, 5, 8 e
10 foram de acordo com o sugerido por Bertol & Batistela (2001, 2002). Já os valores para as
áreas 6 e 7 foram de acordo com o sugerido por Guimarães et al.. E a gleba 9 sugerido por
Ferraz et. al. (2013).
USLE - A=R*K*L*S*C*P USLE - A=R*K*L*S*C*P
GLEBA 1 - GLEBA 2
R 6790 MJ mm ha-1 h-1 R 6790 MJ mm ha-1 h-1
K 0.029 (NITOSSOLO) K 0.022 (LATOSSOLO)
L 1100 m L 600 m
S 7% S 3%
LS 0.03517938 LS 0.008835548
C 0.085 C 0.085
P 1 P 1
USLE 0.588809591 Mg de solo-1 ha -1 ano-1 USLE 0.112187597 Mg de solo-1 ha -1 ano-1

USLE - A=R*K*L*S*C*P USLE - A=R*K*L*S*C*P


GLEBA 3 GLEBA 4
R 6790 MJ mm ha-1 h-1 R 6790 MJ mm ha-1 h-1
K 0.036 (CAMBISSOLO) K 0.036 (CAMBISSOLO)
L 420 m L 620 m
S 11% S 2%
LS 0.032695315 LS 0.00559007
C 0.127 C 0.006
P 1 P 1
USLE 1.014989421 Mg de solo-1 ha -1 ano-1 USLE 0.00819862 Mg de solo-1 ha -1 ano-1
11

USLE - A=R*K*L*S*C*P USLE - A=R*K*L*S*C*P


GLEBA 5 GLEBA 6
R 6790 MJ mm ha-1 h-1 R 6790 MJ mm ha-1 h-1
K 0.022 (LATOSSOLO) K 0.03 (NEOSSOLO Q.)
L 600 m L 490 m
S 3% S 10%
LS 0.008835548 LS 0.032197239
C 0.085 C 0.005
P 1 P 1
USLE 0.112187597 Mg de solo-1 ha -1 ano-1 USLE 0.032792888 Mg de solo-1 ha -1 ano-1

USLE - A=R*K*L*S*C*P USLE - A=R*K*L*S*C*P


GLEBA 7 GLEBA 8
R 6790 MJ mm ha-1 h-1 R 6790 MJ mm ha-1 h-1
K 0.055 (ARGISSOLO) K 0.05 (NEOSSOLO LIT.)
L 770 m L 400 m
S 11% S 16%
LS 0.04789913 LS 0.049334925
C 0.085 C 0.25
P 1 P 1
USLE 1.520474053 Mg de solo-1 ha -1 ano-1 USLE 4.187301761 Mg de solo-1 ha -1 ano-1

USLE - A=R*K*L*S*C*P USLE - A=R*K*L*S*C*P


GLEBA 9 GLEBA 10
R 6790 MJ mm ha-1 h-1 R 6790 MJ mm ha-1 h-1
K 0.07 (GLEISSOLO) K 0.02 (ORGANOSSOLO)
L 410 m L 300 m
S 2% S 3%
LS 0.004307887 LS 0.00570932
C 0.005 C 0.006
P 1 P 1
USLE 0.010237694 Mg de solo-1 ha -1 ano-1 USLE 0.00465196 Mg de solo-1 ha -1 ano-1
3. DADOS PLUVIOMETRICOS
IMAGEM 3: Dados pluviométricos de Ponta Grossa-PR nos últimos 10 anos.
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PLANO TÉCNICO 1
1. CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS E PRÁTICAS DE MANEJO E
CONSERVAÇÃO -
A gleba 1 apresenta capacidade de uso de solo classe III, se enquadrando em terras
cultiváveis com problemas complexos de conservação. Fazem parte desta classe, as terras
com produtividade pelo menos razoável, podendo apresentar declive e erosão moderados,
apresentar sulcos de erosão ou estar temporariamente encharcadas. Exigem práticas intensivas
tais como: cordões de contorno; remoção de pedras (quando necessário); drenagem artificial;
irrigação; adubação e calagem; mesmo em pastagem é importante a construção de sulcos em
nível. Além disso, em se tratando de uma área que deveria abrigar Área de Preservação
Permanente devido a presença do rio e de uma nascente, é obrigatório segundo a Lei
12.651/2012, a qual prevê 50m de proteção em torno de nascentes e 30m em torno de rios.
2. PROJETOS COM ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DAS OBRAS –
Deve-se estar atento à aptidão agrícola da área que varia conforme as limitações
existentes. Se a área é mais acidentada ou pedregosa, há problemas para a mecanização e há
maior susceptibilidade à erosão. A utilização de cobertura no solo tem por finalidade proteger
o solo contra o impacto das gotas da chuva, assim diminuindo o risco de erosão. As principais
plantas utilizadas como cobertura do solo são as leguminosas e as gramíneas cultivadas e
também as plantas nativas.
3. PRÁTICAS COMPLEMENTARES RECOMENDADAS -
 Vegetativas: cobertura morta, preparo e cultivo adequado do solo para culturas anuais são
práticas que favorecem o aumento da cobertura vegetal e da infiltração de água no solo. Além
disso, deve-se preservar as APP’s.
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 Edáficas: utilização de fertilizantes e corretivos da acidez do solo nas pastagens, a fim de


melhorar o ambiente radicular e beneficiar o desenvolvimento das plantas. Realizar adubação
verde e a rotação de culturas.
 Mecânicas: O objetivo é evitar o escorrimento da água da chuva pelo terreno, conduzindo
o excesso de água por meio de terraços ou valetas, para locais protegidos com vegetação,
bacias de retenção, onde será armazenada até sua infiltração. Fazer uso do terraceamento em
nível indicado para as condições apresentadas é uma prática a ser realizada.
4. MAPA DA SITUAÇÃO PLANEJADA –

5. EQUAÇÃO UNIVERSAL DE PERDA DE SOLO –


USLE - A=R*K*L*S*C*P
GLEBA 1 -
R 6790 MJ mm ha-1 h-1
K 0.029 (NITOSSOLO)
L 35.48387097 m
S 7%
LS 0.004043247
C 0.0611
P 0.25
USLE 0.01216128 Mg de solo-1 ha -1 ano-1

6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO –
Deve-se começar o quanto antes o reflorestamento da área de preservação
permanente em torno do rio e da nascente com mudas de árvores nativas da região e o
adequamento das práticas conservacionistas acima. O terraceamento deve ser realizado
segundo o anexo 1.
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PLANO TÉCNICO 2
1. CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS E PRÁTICAS DE MANEJO E
CONSERVAÇÃO -
Por ser uma área de baixa declividade, com erosão laminar ligeira, que já adota uma
prática de conservação (plantio direto na palha) e da classificação II, as quais condizem com
terras cultiváveis, necessita de praticas de conservação para não exaurir as capacidades do
solo.
2. PROJETOS COM ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DAS OBRAS –
Podem ser recomendadas as práticas de cobertura verde ara minimizar o impacto das
gotas de chuva sobre o solo, devendo ser planejada de acordo com o local e a disponibilidade
do plantio. Além disso, deve-se realizar o cultivo em contorno e plantio em faixas.
3. PRÁTICAS COMPLEMENTARES RECOMENDADAS -
 Vegetativas: plantio em faixas e cultivo em contorno;
 Edáficas: correção e adubação do solo, sistema de plantio direto, rotação de culturas,
adubação verde;
 Mecânicas: terraços.
4. MAPA DA SITUAÇÃO PLANEJADA –

5. EQUAÇÃO UNIVERSAL DE PERDA DE SOLO –


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USLE - A=R*K*L*S*C*P
GLEBA 2
R 6790 MJ mm ha-1 h-1
K 0.022 (LATOSSOLO)
L 46.15 m
S 3%
LS 0.001755603
C 0.1043
P 0.25
USLE 0.006838221 Mg de solo-1 ha -1 ano-1

6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO – Na próxima safra deve-se realizar o planejamento


da área para acompanhar as novas práticas sugeridas acima e o terraço em nível deve ser
realizado de acordo com o anexo 2.
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PLANO TÉCNICO 3
1. CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS E PRÁTICAS DE MANEJO E
CONSERVAÇÃO -
A gleba 3 apresenta capacidade de uso de solo classe III, se enquadrando em terras
cultiváveis com problemas complexos de conservação. Fazem parte desta classe, as terras
com produtividade pelo menos razoável, podendo apresentar declive e erosão moderados,
apresentar sulcos de erosão ou estar temporariamente encharcadas. Exigem práticas intensivas
tais como: cordões de contorno; remoção de pedras (quando necessário), drenagem artificial;
irrigação, adubação e calagem.
2. PROJETOS COM ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DAS OBRAS –
Por ser uma área mais acidentada, há problemas para a mecanização e há maior
susceptibilidade à erosão. Sendo assim, pode-se adotar a técnica do terraceamento, que vai
consistir na construção de uma estrutura transversal ao sentido do maior declive do terreno.
Apresentando estrutura composta de um dique e um canal e tem a finalidade de reter e
infiltrar as águas das chuvas. O espaçamento entre terraços é calculado de acordo com a
capacidade de infiltração de água em cada solo, a resistência que o solo oferece à erosão e o
uso e manejo do solo. As secções mínimas dos terraços devem ser estabelecidas conforme a
velocidade de infiltração da água no solo, intensidade máxima provável de chuvas e volume
de água a ser captado, inclusive da drenagem das estradas. O terraço de base média ainda
promove a perda de 2,5 a 3,5% de área cultivável. É indicado para declives entre 8 e 15%.
Essa técnica atrelada a utilização de cobertura no solo tem por finalidade proteger
o solo contra o impacto das gotas da chuva diminuindo o risco de erosão, é de suma
importância para essa área a fim de minimizar a erosão já presente na área.
3. PRÁTICAS COMPLEMENTARES RECOMENDADAS -
 Vegetativas: cultivo em faixas e cultivo em contorno;
 Edáficas: calagem, adubação, rotação de culturas e adubação verde;
 Mecânicas: terraço em gradiente devido a declividade do terreno.
4. MAPA DA SITUAÇÃO PLANEJADA –
17

5. EQUAÇÃO UNIVERSAL DE PERDA DE SOLO –


USLE - A=R*K*L*S*C*P
GLEBA 3
R 6790 MJ mm ha-1 h-1
K 0.036 (CAMBISSOLO)
L 30 m
S 11%
LS 0.006200474
C 0.0611
P 0.25
USLE 0.023151458 Mg de solo-1 ha -1 ano-1

6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO –
Deve-se construir o quanto antes o terraço conforme o projeto no anexo 3, em
seguida realizar as adequações nas praticas conservacionistas da gleba.
18

PLANO TÉCNICO 4
1. CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS E PRÁTICAS DE MANEJO E
CONSERVAÇÃO -
Por ser uma área de baixa declividade, com erosão laminar ligeira, que já adota uma
prática de conservação (plantio direto na palha) e da classificação IIe 2-4, as quais condizem
com terras cultiváveis, necessita de praticas de conservação para não exaurir as capacidades
do solo. A prática de pastagem de ovinos será remanejada para a Gleba 7, para aproveitar
melhor o solo, transformando-a em plantio de culturas anuais com rotação de culturas.
2. PROJETOS COM ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DAS OBRAS –
Podem ser recomendadas as práticas de cobertura verde ara minimizar o impacto das
gotas de chuva sobre o solo, devendo ser planejada de acordo com o local e a disponibilidade
do plantio.
3. PRÁTICAS COMPLEMENTARES RECOMENDADAS -
 Vegetativas: plantio em faixas e cultivo em contorno;
 Edáficas: sistema de plantio direto e rotação de culturas;
 Mecânicas: terraceamento em nível.
4. MAPA DA SITUAÇÃO PLANEJADA –

5. EQUAÇÃO UNIVERSAL DE PERDA DO SOLO –


19

USLE - A=R*K*L*S*C*P
GLEBA 4
R 6790 MJ mm ha-1 h-1
K 0.036 (CAMBISSOLO)
L 41.33 m
S 2%
LS 0.001014981
C 0.0611
P 0.25
USLE 0.003789756 Mg de solo-1 ha -1 ano-1

6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO –
Remanejar os ovinos para a nova área assim que a Gleba 7 estiver adequada para o manejo
dos animais e realizar plantio direto na palha e rotação de culturas nas próximas safras. O
terraceamento deve ser realizado de acordo com o projeto no anexo 4.
20

PLANO TÉCNICO 5
1. CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS E PRÁTICAS DE MANEJO E
CONSERVAÇÃO -
A gleba 5 apresenta capacidade de uso de solo classe III, se enquadrando em terras
cultiváveis com problemas complexos de conservação. Fazem parte desta classe, as terras
com produtividade pelo menos razoável, podendo apresentar declive e erosão moderados,
apresentar sulcos de erosão ou estar temporariamente encharcadas. Exigem práticas intensivas
tais como: cordões de contorno; remoção de pedras (quando necessário); drenagem artificial;
irrigação; adubação e calagem; mesmo em pastagem é importante a construção de sulcos em
nível. Além disso, em se tratando de uma área que deveria abrigar Área de Preservação
Permanente devido a presença do rio e de uma nascente, é obrigatório segundo a Lei
12.651/2012, a qual prevê 50m de proteção em torno de nascentes e 30m em torno de rios.
2. PROJETOS COM ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DAS OBRAS –
Deve-se estar atento à aptidão agrícola da área que varia conforme as limitações
existentes. Se a área é mais acidentada ou pedregosa, há problemas para a mecanização e há
maior susceptibilidade à erosão. A utilização de cobertura no solo tem por finalidade proteger
o solo contra o impacto das gotas da chuva, assim diminuindo o risco de erosão. As principais
plantas utilizadas como cobertura do solo são as leguminosas e as gramíneas cultivadas e
também as plantas nativas.
3. PRÁTICAS COMPLEMENTARES RECOMENDADAS -
 Vegetativas: cultivo em faixas e cultivo em contorno;
 Edáficas: calagem, adubação, rotação de culturas;
 Mecânicas: terraço em nível.
3. MAPA DA SITUAÇÃO PLANEJADA –

5. EQUAÇÃO UNIVERSAL DA PERDA DE SOLO –


21

USLE - A=R*K*L*S*C*P
GLEBA 5
R 6790 MJ mm ha-1 h-1
K 0.022 (LATOSSOLO)
L 17.14 m
S 3%
LS 0.000940643
C 0.1043
P 0.5
USLE 0.007327769 Mg de solo-1 ha -1 ano-1

6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO –
Deve-se começar o quanto antes o reflorestamento da área de preservação
permanente em torno do rio e da nascente com mudas de árvores nativas da região e o
adequamento das práticas conservacionistas acima. Em seguida, realizar o projeto do terraço
conforme o anexo 5.
22

PLANO TÉCNICO 6
1. CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS E PRÁTICAS DE MANEJO E
CONSERVAÇÃO -
A gleba 6 apresenta diversos fatores limitantes como a textura arenosa, erosão e
declividade e com isso pode apresentar grande perda de solo durante as chuvas, por isso
pertence a classe VII de terras impróprias para cultura, pastagem ou reflorestamento, podendo
servir apenas como abrigo e proteção da fauna e flora silvestre, como ambiente para
recreação, ou para fins de armazenamento de água. As recomendações práticas deveram
seguir um bom manejo de solo, principalmente no seu potencial produtivo, necessitando
considerar suas propriedades físicas (aeração, retenção de água, compactação, estruturação),
químicas (reação do solo, disponibilidade de nutrientes, interações entre estes) e biológicas
(teor de matéria orgânica, respiração, biomassa de carbono, biomassa de nitrogênio, taxa de
colonização e espécies de microrganismos). Neste sentido, a manutenção da regeneração
natural nos plantios de florestas assume papel de grande importância na redução do potencial
de perdas de solo. A estrada florestal é a base de toda a atividade florestal, servindo para
viabilizar o tráfego de mão-de-obra e os meios de produção, no entanto, a construção
promove a retirada da cobertura vegetal, a movimentação do solo e a compactação de seu
leito, tornando tais vias muito vulneráveis à erosão hídrica, em eventos de chuvas erosivas.
Como prática pode ser usado o terraceamento do tipo banqueta individual.
2. PROJETOS COM ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DAS OBRAS –
Será mantido o cultivo de pinus e apenas adicionado as técnicas de manejo como
cobertura do solo e o terraceamento do tipo banqueta individual, que pode ser usado quando
terreno apresenta obstáculos ou deficiência no uso de máquinas ou implementos para
construção do terraço. São bancos construídos individualmente para cada planta, onde a
movimentação de terra se dá apenas no local onde se vai cultivar, indicados para culturas
perenes. As ferramentas empregadas são manuais: enxada e enxadão, porque são construídas
em áreas com declividade bastante acentuada, sendo impraticável o uso de máquinas.
Inicialmente, retira-se toda a camada superior mais fértil que é amontoada ao lado da área
onde vai ser construída a banqueta. Em seguida faz-se o corte no barranco e aproveita-se a
terra retirada no corte para fazer o aterro. Da mesma forma que o patamar, acerta-se a
superfície da plataforma com ligeira declividade no sentido inverso ao da declividade original
do terreno. Vegeta-se com gramas a parte de aterro para melhor estabilidade e, finalmente,
espalha-se a terra raspada da superfície a fim de conservar a fertilidade da banqueta.
3. PRÁTICAS COMPLEMENTARES RECOMENDADAS -
 Vegetativas: cobertura do solo;
 Mecânicas: terraço em gradiente devido a declividade.
4. MAPA DA SITUAÇÃO PLANEJADA –
23

5. EQUAÇÃO UNIVERSAL DE PERDA DO SOLO –


USLE - A=R*K*L*S*C*P
GLEBA 6
R 6790 MJ mm ha-1 h-1
K 0.03 (NEOSSOLO Q.)
L 22.27 m
S 10%
LS 0.004592602
C 0.1043
P 0.5
USLE 0.048787007 Mg de solo-1 ha -1 ano-1

6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO –
Deve-se realizar uma analise do solo para em seguida realizar adubação e em seguida
a construção do terraço conforme o projeto no anexo 6.
24

PLANO TÉCNICO 7
1. CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS E PRÁTICAS DE MANEJO E
CONSERVAÇÃO -
Ao analisarmos a classificação de capacidade de uso da gleba 7, percebemos que o
seu grupo não se encaixa em cultivos anuais, então o uso desse solo será substituído por
pastagens para o gado e os ovinos presentes na propriedade. Tratando-se de pastagens,
realizar a correta divisão e manejo de pastagens são práticas que favorecem o aumento da
cobertura vegetal e da infiltração de água no solo, garantindo a preservação adequada do solo
utilizado para este fim. Também se faz necessário o uso de terraceamento, e o mais indicado
para estas condições é o de base média. A técnica de manejo escolhida para essa gleba foi a de
integração silvicultura e pecuária, integrando o plantio de eucalipto com pastagem para ovinos
e bovinos.
2. PROJETOS COM ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DAS OBRAS –
O terraceamento vai consistir na construção de uma estrutura transversal ao sentido
do maior declive do terreno. Apresentando estrutura composta de um dique e um canal e tem
a finalidade de reter e infiltrar as águas das chuvas. O espaçamento entre terraços é calculado
de acordo com a capacidade de infiltração de água em cada solo, a resistência que o solo
oferece à erosão e o uso e manejo do solo. As secções mínimas dos terraços devem ser
estabelecidas conforme a velocidade de infiltração da água no solo, intensidade máxima
provável de chuvas e volume de água a ser captado, inclusive da drenagem das estradas. O
terraço de base média ainda promove a perda de 2,5 a 3,5% de área cultivável. É indicado
para declives entre 8 e 15%. O processo de construção mais utilizado é o de camalhão
(MAGNUM). Deve ser combinado com práticas vegetativas e sistemas de manejo que
proporcionem proteção superficial, amenizando o impacto das gotas de chuva, como a
cobertura vegetal. Como pode-se observar no mapa abaixo, a área foi dividida em quatro
piquetes para que ocorra a correta rotação dos animais, prevenindo a degradação através da
compactação do solo pelo pisoteio dos animais. Essa integração silvicultura pecuária
apresenta menor perda de solo, água e carbono.

3. PRÁTICAS COMPLEMENTARES RECOMENDADAS -


 Vegetativas: como práticas deste aspecto deve-se realizar o cultivo em faixas, alternância
de capinas, ceifa do mato, cobertura morta, preparo e cultivo adequado do solo para culturas
anuais, formação, divisão e manejo de pastagens são práticas que favorecem o aumento da
cobertura vegetal e da infiltração de água no solo. Uma técnica para combater a compactação
derivada do pisoteio dos animais é realizar a rotação de piquetes sob a área.
 Edáficas: utilização de fertilizantes e corretivos da acidez do solo nas pastagens, a fim de
melhorar o ambiente radicular e beneficiar o desenvolvimento das plantas. Realizar adubação
verde, a rotação do tipo de pastagem e controlar possíveis queimadas. Além disso, o
incremento de matéria orgânica é de extrema importância para esse tipo de solo, evitando que
toda sua fertilidade seja perdida através da lixiviação.
 Mecânicas: O objetivo é evitar o escorrimento da água da chuva pelo terreno, conduzindo
o excesso de água por meio de terraços ou valetas, para locais protegidos com vegetação,
25

bacias de retenção, onde será armazenada até sua infiltração. Fazer uso do terraceamento em
nível indicado para as condições apresentadas é uma prática a ser realizada.
4. MAPA DA SITUAÇÃO PLANEJADA –

5. EQUAÇÃO UNIVERSAL DE PERDA DO SOLO –


USLE - A=R*K*L*S*C*P
GLEBA 7
R 6790 MJ mm ha-1 h-1
K 0.055 (ARGISSOLO)
L 41.33 m
S 11%
LS 0.007587272
C 0.005
P 0.5
USLE 0.007083667 Mg de solo-1 ha -1 ano-1

6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO –
Deve-se realizar o terraceamento conforme o projeto no anexo 7 e realizar a divisão
da gleba para o pastejo dos bovinos e dos ovinos, sem seguida realizar o manejo adequado da
pastagem. O manejo com tempo fixo é mais simples e consiste em estabelecer uma sequência
e cronograma de entrada e saída dos piquetes. MJ mm ha-1 h-1 MG de solo ha-1 ano-1
26

PLANO TÉCNICO 8
1. CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS E PRÁTICAS DE MANEJO E
CONSERVAÇÃO -
É uma área que classifica-se como Área de Preservação Permanente (APP) segundo
os Art. 3º e 4º da Lei nº 12.651 do Código Florestal. Sendo assim, pertencente ao grupo VIII,
são terras impróprias para cultivo, pastagem ou reflorestamento, somente podem ser utilizadas
para proteção da fauna e flora silvestre, recreação ou armazenamento de água. É proibida a
supressão da vegetação em Área de Preservação Permanente, e somente será autorizada em
caso de utilidade pública ou interesse social.
2. PROJETOS COM ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DAS OBRAS -
Uma vez que não há erosão aparente na área e uma declividade baixa, não são
necessárias práticas de conservação. Além disso, a Lei 12.651/2012 determina que 20% da
área da propriedade seja destinada a Área de Preservação Permanente, sendo assim, essa gleba
se tornara uma área de preservação. Nessa situação "o proprietário da área, possuidor ou
ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados
os usos autorizados previstos nesta Lei", presente no § 1º do Art. 7 da Lei 12.651.
3. PRÁTICAS COMPLEMENTARES RECOMENDADAS -
 Vegetativas: reflorestamento, cordão vegetativo permanente e corredor ecológico
juntando com a gleba 9;
 Edáficas: preservação da vegetação natural pelo código brasileiro, eliminação e controle
de fogo e preservação ambiental.
4. MAPA DA SITUAÇÃO PLANEJADA –

5. EQUAÇÃO UNIVERAL DE PERDA DO SOLO –


27

USLE - A=R*K*L*S*C*P
GLEBA 8
R 6790 MJ mm ha-1 h-1
K 0.05 (NEOSSOLO LIT.)
L 400 m
S 16%
LS 0.049334925
C 0.006
P 0.2
USLE 0.020099048 Mg de solo-1 ha -1 ano-1

6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO –
Primeiro deverá ser realizada uma cotação para escolher quais espécies nativas
seriam as melhores escolhas para esta gleba, com isso, serão plantadas mudas. Essas mudas
deverão apresentar o manejo correto para que ocorra o desenvolvimento adequado na área.
28

PLANO TÉCNICO 9
1. CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS E PRÁTICAS DE MANEJO E
CONSERVAÇÃO –
A gleba 9 é uma Área de Preservação Permanente (APP), sendo que a conservação
das florestas, tanto nas propriedades privadas quanto nas áreas públicas, é estabelecida por lei.
A Lei 12.651/2012, que institui normas gerais sobre a proteção da vegetação, tanto em Áreas
de Preservação Permanente (APP) quanto em áreas de Reserva Legal (RL). As florestas
públicas são definidas pela Lei 11.284/2006 como: “florestas, naturais ou plantadas,
localizadas nos diversos biomas brasileiros, em bens sob o domínio da União, dos Estados,
dos Municípios, do Distrito Federal ou das entidades da administração indireta”.
2. PROJETOS COM ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DAS OBRAS –
O uso atual do solo se classifica como sendo de floresta nativa, devendo ser
preservada em sua magnitude, podendo ser definida como uma "área localizada no interior de
uma propriedade rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável
dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da
biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas" (Lei 12.651/2012). Nessas
áreas é permitido somente o manejo florestal sustentável para a produção de bens e serviços,
desde que o plano de manejo seja aprovado pelo órgão de governo competente. Esta Lei
determina que seja mantido, a título de Reserva Legal, no mínimo: 20% na propriedade rural
situada em área de floresta ou em outras formas de vegetação nativa localizada nas demais
regiões do país.
3. PRÁTICAS COMPLEMENTARES RECOMENDADAS –
 Vegetativas: florestamento;
 Edáficas: preservação da vegetação natural pelo código brasileiro, eliminação e controle
de fogo, uso do solo de acordo com sua capacidade e função e preservação ambiental.
4. MAPA DA SITUAÇÃO PLANEJADA –

5. EQUAÇÃO UNIVERSAL DE PERDA DE SOLO –


29

USLE - A=R*K*L*S*C*P
GLEBA 9
R 6790 MJ mm ha-1 h-1
K 0.07 (GLEISSOLO)
L 410 m
S 2%
LS 0.004307887
C 0.005
P 1
USLE 0.010237694 Mg de solo-1 ha -1 ano-1

6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO –
Manter a mata nativa e realizar os manejos necessários com a área.
30

PLANO TÉCNICO 10
1. CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS E PRÁTICAS DE MANEJO E
CONSERVAÇÃO -
É uma área que se classifica como Área de Preservação Permanente (APP) segundo
os Art. 3º e 4º da Lei nº 12.651 do Código Florestal. Sendo assim, pertencente ao grupo VIII,
são terras impróprias para cultivo, pastagem ou reflorestamento, somente podem ser utilizadas
para proteção da fauna e flora silvestre, recreação ou armazenamento de água. É proibida a
supressão da vegetação em Área de Preservação Permanente, e somente será autorizada em
caso de utilidade pública ou interesse social.
2. PROJETOS COM ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DAS OBRAS -
Uma vez que não há erosão aparente na área e uma declividade baixa, não são
necessárias práticas de conservação. Além disso, a Lei 12.651/2012 determina que 20% da
área da propriedade seja destinada a Área de Preservação Permanente, sendo assim, essa gleba
se tornara uma área de preservação. Nessa situação "o proprietário da área, possuidor ou
ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados
os usos autorizados previstos nesta Lei", presente no § 1º do Art. 7 da Lei 12.651.
3. PRÁTICAS COMPLEMENTARES RECOMENDADAS -
 Vegetativas: reflorestamento, cordão vegetativo permanente, corredor ecológico juntando
com a gleba 9;
 Edáficas: preservação da vegetação natural pelo código brasileiro, eliminação e controle
de fogo, preservação ambiental.
4. MAPA DA SITUAÇÃO PLANEJADA –

5. EQUAÇÃO UNIVERSAL DE PERDA DE SOLO –


31

USLE - A=R*K*L*S*C*P
GLEBA 10
R 6790 MJ mm ha-1 h-1
K 0.02 (ORGANOSSOLO)
L 300 m
S 3%
LS 0.005709322
C 0.007
P 0.2
USLE 0.001085456 Mg de solo-1 ha -1 ano-1

6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO –
Primeiro o gado deverá ser locado em outra gleba da propriedade. Em seguida deverá
ser realizada uma cotação para escolher quais espécies nativas seriam as melhores escolhas
para esta gleba, e com isso, serão plantas as mudas. Essas mudas deverão apresentar o manejo
correto para que ocorra o desenvolvimento adequado na área.
32

PLANO TÉCNICO ESTRADAS


1. CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS E PRÁTICAS DE MANEJO E
CONSERVAÇÃO -
Por se tratar de estradas de terra com declividades altas dependendo da gleba, é
necessário a projeção de reservatórios para que a água que escoe não gere perda do solo e
água na propriedade.
2. PROJETOS COM ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DAS OBRAS -
A técnica consiste na instalação de um reservatório na margem de estradas rurais
para captação das águas de chuva. Esse reservatório funciona de forma semelhante a uma
pequena barragem: capta a água da chuva e favorece sua lenta infiltração no solo. A técnica
evita enxurradas, erosão, assoreamento e degradação de estradas pela chuva e aumenta o
armazenamento de água, favorece as nascentes e a vazão dos rios, o que seria interessante
devido à presença de rios e nascentes na propriedade, sendo assim, os reservatórios impedem
que a água escorra e arraste partículas sólidas em direção aos rios, que pode chegar a 95%.
Embora a técnica seja relativamente simples, sua implantação e manutenção são realizadas
com uma retroescavadeira. A dimensão dos reservatórios deve ser calculada com base em
critérios como declividade e largura da estrada, textura do solo e quantidade de chuva que se
quer captar. De uma maneira geral, são recomendadas distâncias relativamente curtas entre
cada reservatório, sendo que quando maior o comprimento da estrada, maior será o
dimensionamento do reservatório.
3. PRÁTICAS COMPLEMENTARES RECOMENDADAS -
 Mecânica: reservatórios.
4. MAPA DA SITUAÇÃO PLANEJADA –

5. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO –
Deve ser realizada o quanto antes com o auxilio de uma retroescavadeira.
33

CONCLUSÃO
Pelo presente projeto realizado, se observa como boas práticas de conservação são
essenciais para um bom manejo e preservação de partes tão importantes para o agronegócio e
vida em geral, como o solo e a água. Tais práticas devem ser usadas em conjunto para uma
maior eficiência, sempre levando em consideração o uso e sua capacidade do solos, para
evitar perdas e exaustão de recursos naturais.
34

ANEXOS
ANEXO 1 – GLEBA 1

ANEXO 2 – GLEBA 2
35

ANEXO 3 – GLEBA 3

ANEXO 4 – GLEBA 4

ANEXO 5 – GLEBA 5
36

ANEXO 6 – GLEBA 6

ANEXO 7 – GLEBA 7
37
38

REFERÊNCIAS
BERTOL, I.; SCHICK, Jefferson; BATISTELA, Odair. Razão de perdas de solo e fator C
para as culturas de soja e trigo em três sistemas de preparo em um Cambissolo Húmico
alumínico. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 25, n. 2, p. 451-461, 2001.
BERTOL, I.; SCHICK, J.; BATISTELA, O. Razão de perdas de solo e fator C para milho e
aveia em rotação com outras culturas em três tipos de preparo de solo. Revista Brasileira de
Ciência do Solo, v. 26, p. 545-552, 2002.
ELTZ, F. L. F.; AMADO, T. J. C.; LOVATO, T. Apostila de manejo e conservação do solo.
Santa Maria, 2005. 102 p.
FERRAZ, S.F.B. et al. Simulação de perdas de solo em função de cenários de adequação
ambiental em microbacias agrícolas. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 41, n. 98, p. 271-282,
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FOSTER, G.R. Modeling the erosion process. In: BASSELMAN, J.A., ed. Hidrological
modelling of small watersheds. St. Joseph, American Society of Agricultural Engineers. 1982.
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GUIMARÃES, D.V. et al. Modelagem das perdas de solo por erosão hídrica em sistemas
florestais pós-plantio, em sub-bacia no Extremo Sul da Bahia. XXXV Congresso
Brasileiro de Ciência do Solo, 2015.
KOCHHANN, R.A. & DENARDIN, J.E. Implantação e manejo do sistema plantio direto.
Passo Fundo, EMBRAPA-CNPT, 2000. 36p.  
KOMMERS, D.R. et al. Itinerário tecnico de planejamento conservacionista do solo e da
água em uma propriedade na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul. UNIJUÍ –
XXVI Seminário de Iniciação Científica. 2018.
LERPSCH, I. F.; BELLINAZI JUNIOR, R.; BERTOLINI, D.; ESPÍNDOLA, C. R. Manual
para levantamento utilitário do meio físico e classificação do solo de terras no sistema de
capacidade de uso. 4ª aproximação. 2. ed. Campinas, SP: Sociedade Brasileira de Ciência do
solo, 1991. 175 p.
LEVIEN, R.; COGO, N.P. & ROCKENBACH, C.A. Erosão na cultura do milho em
diferentes sistemas de cultivo anterior e métodos de preparo do solo. R. Bras. Ci. Solo,
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VASQUEZ, E.V. & DE MARIA, I.C. Influencia del Laboreo sobre la rugosidad del suelo
y la retención de agua en un Ferrasol. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO
SOLO, 29., Ribeirão Preto, 2003. Resumo expandido. Ribeirão Preto, Sociedade Brasileira de
Ciência do Solo, 2003. CD-ROM.
39

YU, B.; CAKURS, U.; ROSE, C. W. An assessment of method for estimating runoff rates
at the plot scale. Transactions of the ASAE, v. 41, n. 3, p. 653-661, 1998.

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