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ECOFISIOLOGIA DA SOJA

Dirlei Scottini¹
Luiz Fernando Zeitz¹
Mauricio Hilleschein¹
Paloma Lohn de Souza¹
Neimar Francisco willemann ²

RESUMO
Este trabalho tem por objetivo explanar sobre a ecofisiologia da soja, ao qual o termo
“ecofisiologia” é interpretado como o estudo de como os organismos funcionam e respondem a
mudanças em seus ambientes naturais, este por sua vez é um ramo da fisiologia comparativa que
estuda a diversidade fisiológica em relação ao ambiente e suas implicações naturais, desta forma
ao longo deste trabalho procurou-se dar ênfase para os principais fatores envolvidos na produção
de soja em todo o ciclo da cultura bem como a importância do zoneamento rural para se obter um
bom resultado ao final de cada safra.

Palavras-chave: Produtividade. Clima. Conhecimento.

1 INTRODUÇÃO

A soja é um grão originário da China, há 5.000 anos é utilizado na alimentação esta por sua
vez é composta por proteínas, fibras, monossacarídeos, oligossacarídeos, óleos, cálcio, fósforo,
ferro, sódio, potássio, magnésio, cobre, carboidratos, lipídios, vitaminas B e E, ômega 3 e 6.

A soja pertence a família das leguminosas (fabaceae), é a principal fonte de óleo vegetal do
mundo. O cenário atual da agricultura brasileira tem sofrido grandes mudanças, principalmente na
produção da soja, esta por sua vez se adaptou perfeitamente as condições brasileiras tanto em
questões climáticas quanto as tecnologias disponibilizadas para elevar sua produção. Hoje o brasil
passou de importador para o maior exportador mundial de soja.

Devido a sua importância econômica da cultura de soja para Brasil novas cultivares são
lançadas anualmente, estas por sua vez visando maior produtividade e adaptação a novas variáveis
tanto climáticas quanto a resistência perante a aplicação de defensivos agrícolas.

Dirlei Scottini¹
Luiz Fernando Zeitz¹
Mauricio Hilleschein¹
Paloma Lohn de Souza Kahl¹
Neimar Francisco Willemann²
Centro Universitário Leonardo da Vinci UNIASSELVI – Agronomia (AGM0053) – Seminário Interdisciplinar III –
30/06/2021
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Podemos dizer que hoje o principal fator de risco para produção da soja e também de outras
culturas é o clima sendo que não se possui o controle do mesmo e este por sua vez causa uma maior
limitação para se obter uma grande produtividade. A imprevisibilidade das variáveis do clima faz
com que as adversidades climáticas sejam as causadoras do maior insucesso da exploração das
principais culturas.

São muitos os fatores que podem atrapalhar a produção da soja, desta forma precisa-se ter
uma boa margem de lucro para viabilizar a produção da mesma, nos últimos anos se obteve uma
margem de lucro acima do esperado assim fazendo com que os produtores produzam mais e
busquem obter um produto com boa qualidade.

Este trabalho por sua vez tem como objetivo principal explanar sobre os principais fatores
envolvidos na produção da soja e em todo o ciclo da cultura.

2 ESTÁDIOS FENOLÓGICOS DA SOJA

A fenologia refere-se à parte da botânica que estuda as diferentes fases do crescimento e


desenvolvimento das plantas, tanto a vegetativa germinação, emergência, crescimento da parte
aérea e das raízes, como a reprodutiva florescimento, frutificação e maturação, demarcando-lhes as
épocas de ocorrência e as respectivas características.

A fenologia de uma espécie cultivada se constitui como uma ferramenta eficaz de manejo
que possibilita identificar, por meio da observação dos caracteres morfológicos da planta, o
momento fisiológico ao qual se encontram associadas às necessidades do vegetal que uma vez
atendidas, possibilitarão seu desenvolvimento normal e consequentemente, bom rendimentos à
cultura.

A metodologia de descrição dos estádios fenológicos propostos por Fher e Caviness(1977)


são os mais utilizados e apresentam todas as características presentes na cultura.

O sistema proposto por Fher e Caviness (1977) divide os estádios de desenvolvimento da


soja em estádios vegetativos e estádios reprodutivos, os estádios vegetativos são representados pela
letra V e ao estádios reprodutivos são representados pela letra R, além destes temos o estádio VE
(emergência e o estádio VC (cotilédone).
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2.1 ESTÁDIO VEGETATIVO

O estádio vegetativo é descrito pela letra V, acompanhada por um número que varia de 1 a
n, indicando o número de folhas completamente desenvolvidas na planta em determinado momento,
e pelos estágios VE e VC, que indicam emergência e estágio cotiledonar, respectivamente (Zanon
et. al., 2018.
O primeiro estádio é o VE ( emergência) acontece quando os cotilédones estão
acima da superfície do solo em um ângulo aproximado a 90° em relação ao hipocótilo. O
segundo estádio vegetativo é o VC, que acontece quando os cotilédones se encontram
completamente abertos e expandidos, ou seja, quando as bordas das folhas unifolioladas
não mais se tocam.A partir do VC, Fehr e Caviness (1977) caracterizam os estádios
vegetativos, usando o desenvolvimento da folha imediatamente acima. O folíolo jovem se
assemelha a um cilindro e, à medida que se desenvolve, se desenrola, separando suas
bordas até a completa abertura. É considerada completamente desenvolvida uma folha
aberta e cujas bordas dos folíolos da folha do nó imediatamente superior não mais se tocam.
A folha apical é considerada completamente desenvolvida quando está aberta e de aspecto
semelhante às folhas abaixo dela. Exceto para VE e VC, as subdivisões dos estádios
vegetativos são numeradas na sequência: V1, V2, V3, V4, V5, V6,... Vn, a partir do
primeiro nó com folhas verdadeiras completamente desenvolvidas.(EMBRAPA)

ESTADIO DENOMINAÇÃO DESCRIÇÃO


VE Emergência Cotilédones acima da superfície do solo
VC Cotilédone Cotilédones completamente abertos
V1 Primeiro nó Folhas unifolioladas completamente desenvolvidas
V2 Segundo nó Primeira folha trifoliolada completamente desenvolvida
V3 Terceiro nó Segunda folha trifoliolada completamente desenvolvida
V4 Quarto nó Terceira folha trifoliolada completamente desenvolvida
V5 Quinto nó Quarta folha trifoliolada completamente desenvolvida
V6 Sexto nó Quinta folha trifoliolada completamente desenvolvida
V ... ...
Vn Enésimo nó Ante-enésima folha trifoliolada completamente desenvolvida
QUADRO 1: DESCRIÇÃO DOS ESTÁDIOS VEGETATIVOS DA SOJA;
Fonte: adaptado de Fehr e Caviness(1977).

Ou seja uma planta em estádio V1 apresenta as folhas unifolioladas completamente


desenvolvidas, desta forma as bordas dos folíolos da primeira folha trifoliolada não mais se tocam.

Já a planta em V2 apresenta a primeira folha trifoliolada completamente desenvolvida,


quando as bordas dos folíolos da segunda folha trifoliolada não mais se tocam. E assim,
sucessivamente, para V3, V4, V5, V6, ... Vn.

2.2 ESTADIO REPRODUTIVO


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Os estádios reprodutivos (R) descrevem o período florescimento-maturação, com a letra R


seguida dos números 1 até 8. O período reprodutivo apresenta quatro fases: florescimento (R1 e
R2), desenvolvimento de vagens (R3 e R4), desenvolvimento de grãos (R5 e R6) e maturação da
planta (R7 e R8) (EMBRAPA).

QUADRO 2: DESCRIÇÃO ESTADIO REPRODUTIVO CULTURA DA SOJA

Fonte: Richie et tal. (1982)

A proposta de Ferhr e Caviness (1977), não apresenta subdivisões dos estádios de


desenvolvimento da soja, mas para melhor detalhamento do estádio R5 Richie et al. (1977) propõe
suas subdivisões em cinco sub estádios, são estes R5,1- grãos perceptíveis ao tato( o equivalente a
10% da granação), R5,2- granação de 11% a 25%, R5,3- granção de 26% a 50%, R5,4- granação de
51%a 75%, R5,5- granação de 76% a 100%.

3 EXIGENCIAS CLIMÁTICAS

Pode-se observar que hoje o principal fator de risco para produção da soja e também de
outras culturas é o clima sendo que não se possui o controle do mesmo e este por sua vez causa uma
maior limitação para se obter uma grande produtividade. A imprevisibilidade das variáveis do clima
faz com que as adversidades climáticas sejam as causadoras do maior insucesso da exploração das
principais culturas.
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Estresses abióticos como seca, excesso de chuvas, temperaturas muito altas ou baixas, baixa
luminosidade, etc., podem reduzir significativamente rendimentos em lavouras e restringir os locais,
as épocas e os solos onde espécies comercialmente importantes podem ser cultivadas. Um melhor
entendimento das exigências climáticas da cultura e das relações da água no sistema solo-planta-
atmosfera pode contribuir para a redução dos riscos de insucesso da produção agrícola.

3.1 EXIGÊNCIAS TÉRMICAS E FOTOPERIÓDICAS

As temperaturas do ar, nas quais a soja apresenta melhor crescimento e desenvolvimento,


estão compreendidas entre 20 ºC e 30 ºC. Já a temperatura adequada do solo é de 20 ºC a 30 ºC.
Para que ocorra germinação rápida e emergência uniforme, a temperatura média ótima do solo, a 5
cm de profundidade, deve estar ao redor de 25 ºC. Semeaduras com temperaturas de solo menores
do que 20 ºC podem prejudicar a germinação e a emergência das plântulas (Farias et al., 2007;
França-Neto et al., 2016).

Com temperaturas baixas (20 ºC) reduzem a taxa de crescimento, provocam distúrbios na
floração, no desenvolvimento de vagens, e no desenvolvimento de grãos, ou seja, acentuam o
abortamento de flores e provocam a queda de vagens, além, do abortamento de grãos (Farias et al.,
2007).

Desta forma a floração da soja é induzida por estímulos termo fotoperiódicos. Assim,
temperaturas abaixo de 13 ºC inibem ou retardam a indução da soja ao florescimento. Diferenças na
data de floração, entre anos ou safras, de uma mesma cultivar semeada na mesma data e na mesma
latitude, devem-se às variações de temperatura (Farias et al., 2007). Sendo que altas temperaturas na
fase de crescimento vegetativo normalmente causam florescimento precoce e diminuição da
estatura da planta. Quando, ao mesmo tempo, ocorre insuficiência hídrica ou fotoperiódica, esses
problemas são potencializados (Farias et al., 2007).

De forma semelhante, porém distinta ao exposto acima, as diferenças nas datas de floração,
entre cultivares, semeadas na mesma data e na mesma latitude, devem-se principalmente à resposta
diferencial das cultivares à duração do dia (fotoperíodo) (Farias et al., 2007). As altas temperaturas
na fase R podem antecipar a maturação da lavoura, causando assim uma perda da produção.
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A ocorrência concomitante de altas temperaturas e de elevada umidade do ar contribui para


a diminuição da qualidade das sementes. Também, quando as altas temperaturas coincidem com
períodos de baixa umidade do ar, pode haver o aparecimento de sementes verdes e as demais
sementes podem ficar predispostas ao dano mecânico na colheita (França-Neto et al., 2012).

Por outro lado, a ocorrência de baixas temperaturas no final da fase reprodutiva, associadas
a períodos chuvosos ou de alta umidade, pode provocar atraso de colheita, bem como haste verde
e/ou retenção foliar (Schapaugh; Roozeboom, 2012).

A soja possui uma grande exigência quanto as condições térmicas e hídricas, bem como a
mesma também possui exigências fotoperiódicas. Estas por sua vez determinam a adaptação das
cultivares à determinada região.

As cultivares apresentam distintas sensibilidades ao fotoperíodo, ou seja, cada cultivar


apresenta fotoperíodo crítico próprio, acima do qual o florescimento é atrasado. Por essa razão, a
soja é considerada uma planta de dias curtos (Purcell et al., 2014).

Sendo assim a faixa de adaptação de cada cultivar é variável à medida que há o seu
deslocamento geográfico ou temporal (semeadura mais ao norte ou mais ao sul e mais no cedo ou
mais no tarde). No entanto, cultivares com “período juvenil longo” ou cultivares de tipo de
crescimento indeterminado possuem maior amplitude de adaptabilidade, possibilitando seu uso em
faixas latitudinais mais abrangentes e em épocas de semeadura menos restritas (Tecnologias...,
2013).

3.2 EXIGENCIAS HIDRICAS

Segundo COSTA(2001) a água é o principal constituinte do tecido vegetal, desta forma


representando aproximadamente 90% do seu peso total nas plantas herbáceas como a soja. Esta por
sua vez participa em todos os processos bioquímicos e fisiológicos, age como solvente no transporte
de minerais, gases e solutos, e atua como regulador térmico, mantendo e distribuindo o calor na
planta.

Além do estádio de desenvolvimento, o consumo de água pela cultura depende das


características da cultivar, do manejo e da demanda evaporativa da atmosfera, podendo assim,
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variar tanto em função das condições climáticas de cada região, quanto em função do ano e da
época de semeadura na mesma região climática (Berlato et al., 1986; Bergamaschi et al., 1999).

A cultura da soja exige entre 450mm a 800 mm de água por ciclo de produção.

Em cultivos não irrigados, é útil na definição de práticas culturais que permitam melhor
aproveitamento das disponibilidades hídricas naturais de cada região, por exemplo, ajuste da época
de semeadura evitando que os períodos críticos, em relação à água, coincidam com períodos de
menor disponibilidade de água (Farias et al., 2009).

Apesar da tecnificação na maioria das lavouras de soja no Brasil a disponibilidade hídrica na


estação do crescimento ainda se faz uma grande limitação á expressão potencial de rendimento da
cultura.

Comparativamente a outras culturas produtoras de grãos, como o milho, por exemplo, a soja
é relativamente tolerante ao deficit hídrico na sua fase vegetativa, mas é muito sensível ao estresse
durante a formação dos componentes do rendimento, ou seja, florescimento e enchimento de grãos
(Sentelhas et al., 2015).

O impacto do deficit hídrico sobre o rendimento na cultura da soja depende da intensidade,


duração e a época de ocorrência do estresse, além da sensibilidade da cultivar. No período
reprodutivo, as reduções do rendimento, são mais drásticas que no período vegetativo.

Nos estádios reprodutivos, ocorre a queda prematura de flores, o abortamento de vagens e


“chochamento” de grãos, com a consequente diminuição do número de vagens e o aparecimento de
vagens vazias. Como esses componentes do rendimento possuem limites máximos geneticamente
determinados, o abortamento de vagens não é plenamente compensado pelo número de
grãos/vagem e pelo peso do grão, embora ocorra alguma compensação no peso do grão, caso as
condições hídricas se normalizem. Durante os estádios reprodutivos, a ocorrência de deficit hídrico
durante o enchimento dos grãos é mais prejudicial do que durante a floração. A seca, além de
diminuir a taxa de acúmulo de matéria seca nos grãos, antecipa a maturação e diminui o tamanho
dos grãos.

Hoje no Brasil a maior parte da produção de soja é depende das chuvas, pois o elevado custo
da irrigação faz com que poucos produtores adotem essa tecnologia. Apesar dos grandes prejuízos
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advindos da ocorrência de secas, pouco ou quase nada se tem para apresentar como solução ao
produtor sem aumentar consideravelmente o custo de produção. Para minimizar os efeitos do deficit
hídrico, indicam-se a adoção de práticas culturais como a semeadura em época recomendada, que
coincidam com o período de menor risco climático, seguindo indicações do zoneamento
agroclimático. Além disso, deve-se adotar práticas que favoreçam o armazenamento de água pelo
solo, como o controle de invasoras e a adoção de sistemas de cultivo que resultem na manutenção
tecnologias de produção de soja ou aumento da matéria orgânica e elevada cobertura do solo, deve-
se priorizar a escolha de cultivares que apresentem menor sensibilidade ao deficit hídrico.

4 ZONEAMENTO DE RISCO CLIMÁTICOS

O zoneamento agroclimático da cultura da soja tem por sua vez a tarefa de delimitar as áreas
com maior aptidão climáticas para o desenvolvimento da cultura, visando a obtenção de maiores
rendimentos e menores riscos.

Desta forma foram definidas as áreas com maior ou menor ocorrência de déficit hídrico
durante a fase mais crítica da cultura da soja, ou seja, na hora da floração- enchimento dos grãos.

O modelo agrometeorológico considera elementos que influenciam diretamente no


desenvolvimento da produção agrícola como temperatura, chuvas, umidade relativa do ar,
ocorrência de geadas, água disponível nos solos, demanda hídrica das culturas e elementos
geográficos (altitude, latitude e longitude).

Complementarmente, no zoneamento da soja, também é considerado o risco fitossanitário


causado pela ferrugem asiática da soja, pois o Zarc leva em conta as recomendações de instituições
de pesquisa e órgãos estaduais sobre medidas de manejo que incluem o período de vazio sanitário e
o calendário de plantio.

Outro fator importante para seguir o zoneamento rural é que muitos agentes financeiros só
liberam o crédito rural para cultivos em áreas zoneadas. Ou seja, só conseguira ter direito ao seguro
de sua lavoura pelo PROAGRO se plantar com forme indicado pelo Zarc.

O Zarc é uma grande ferramenta para os produtores rurais, pois o zoneamento tem o
objetivo de reduzir os riscos relacionados aos problemas climáticos e permite ao produtor
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identificar a melhor época para plantar, levando em conta a região do país, a cultura e os diferentes
tipos de solos, fazendo com que o produtor possa obter um melhor resultado ao final de sua safra.

MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho tem por objetivo demonstrar como funciona a ecofisiologia na cultura da soja,
desta forma foram feitas pesquisas online, para que pudéssemos fazer uma comparação dos estudos
feitos pelos artigos citados no paper,

RESULTADO E DISCUSSÃO

Mesmo com tanta tecnificação e estudos para melhorar a produção de soja no Brasil ainda
possuímos muita dificuldade quando se fala em recursos hídricos pois seu custo ainda é alto na
questão do investimento para esta cultura, assim muitos produtores dependem apenas das chuvas o
que torna sua produção futura um risco.

A água é o principal constituinte do tecido vegetal representando 90% do corpo da planta.

Para ajudar nas questões climáticas que prejudicam a produção foi criado o Zarc mais
conhecido como zoneamento agroclimático este tem por sua vez a tarefa de delimitar as áreas com
maior aptidão climáticas para o desenvolvimento da cultura, visando a obtenção de maiores
rendimentos e menores riscos.

Desta forma foram definidas as áreas com maior ou menor ocorrência de déficit hídrico
durante a fase mais crítica da cultura da soja, ou seja, na hora da floração- enchimento dos grãos.

Neste estudo pode-se observar que a fenologia de uma espécie cultivada se constitui como
uma ferramenta eficaz de manejo que possibilita identificar, por meio da observação dos caracteres
morfológicos da planta, o momento fisiológico ao qual se encontram associadas às necessidades do
vegetal que uma vez atendidas, possibilitarão seu desenvolvimento normal e consequentemente,
bom rendimentos à cultura.

O estádio fenológico pode ser divido em dois estádios vegetativo e estádio reprodutivo ao
qual estudos feitos por Fehr e caviness(1977) são utilizados e apresentam todos os estágios
presentes na cultura da soja, possibilitando identificar, por meio da observação dos caracteres
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morfológicos da planta, o momento fisiológico ao qual se encontram associadas às necessidades do


vegetal que uma vez atendidas, possibilitarão seu desenvolvimento normal e consequentemente,
bom rendimentos à cultura.

CONCLUSÃO

Através deste trabalho buscou-se destacar a importância da ecofisiologia da soja como


ferramenta auxiliar as tecnologias de produção adotadas pelo agricultor brasileiro, para que assim
consigam obter um melhor resultado em suas produções.

Pode-se dizer que hoje o fator de principal influencia para se obter uma boa safra ao final do
ciclo produtivo da soja é o clima ao qual não pode ser controlado, a imprevisibilidade das variáveis
do clima faz com que as adversidades climáticas sejam as causadoras do maior insucesso da
exploração das principais culturas.

Para este fator foi criado o zoneamento agroclimático da cultura da soja que tem por sua
vez a tarefa de delimitar as áreas com maior aptidão climáticas para o desenvolvimento da cultura,
visando a obtenção de maiores rendimentos e menores riscos.

Verifica-se que mesmo com tantas tecnologias criadas para culturas como a soja bem como
uma maior previsibilidade do clima, novas variações com maior capacidade de adaptação em
determinadas regiões e também a agrotóxicos, ainda não se tem uma garantia de produção
satisfatória, devido a agricultura estar totalmente exposta.
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REFERÊNCIAS

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relações com a evaporização calculada pela equação de Penman, evaporização de tanque
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