Você está na página 1de 6

Família: 

Arecaceae
Nome científico: Cocos nucifera L.
Nomes populares: coco-da-bahia, coqueiro-da-bahia, coco

DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE:
Palmeira perene com estipe solitário, heliófila, halófita, adapta-se muito bem a
praias porque precisa de ambientes salinos. Sua altura atinge até 20 metros e
seu diâmetro até 30 cm, folhas grandes pinadas em número de até 25 medindo
até 6 metros de comprimento flores pequenas brancas ou amareladas, com
flores masculinas e femininas no mesmo cacho que mede até 1 metro de
comprimento. Fruto: drupa floração: janeiro-abril, frutificação: julho-fevereiro.
Polinização: anemófila, abelhas, vespas e formigas.

O coco é matéria-prima de relevância na indústria de muitos produtos


alimentares e, por isso, encontra como mercado em potencial desde fábricas
de bolachas, de doces e de iogurtes, até pequenas confeitarias e lanchonetes.
O coqueiro é cultivado em aproximadamente 11,6 milhões de hectares em 86
países localizados na zona intertropical do globo terrestre. Cerca de 96% da
produção mundial é proveniente de pequenos agricultores, com áreas de 0,2 a
4 hectares, sendo 70% dessa produção consumida internamente nesses
países, constituindo-se na principal fonte de gorduras e proteínas.

A importância do coco, na grande maioria dos países, deve-se ao seu papel na


produção de óleo, que gera divisas e fornece uma cultura de subsistência para
os pequenos agricultores, fornecendo alimentos, bebidas, ração para animais,
entre outros. O coco industrializado apresenta inúmeras vantagens na sua
utilização, pois além de ecológico e facilmente reciclável, pertence à família das
fibras duras, tendo como principais componentes a celulose e o lenho que lhe
conferem elevados índices de rigidez e dureza.

No Brasil, a cocoicultura é de fundamental importância, estimando-se que gera


emprego e renda no processo de produção, além dos inúmeros empregos
indiretos gerados ao longo da cadeia produtiva. Em termos de empregos
gerados, estudos na área informam que 1 há de coco ocupa, em média, três
pessoas em emprego direto e que cada emprego direto gera quatro empregos
indiretos. De posse dessa relação, e considerando a área colhida no Brasil em
2013, que foi de aproximadamente 257.462 há, tem-se um total de, pelo
menos, 772.386 empregos diretos e 3.089.544 empregos indiretos gerados ao
longo da cadeia produtiva do coco.

A cultura é importante na formação do Valor Bruto da Produção (VBP) do


Nordeste. Em 2011, o VBP da cocoicultura chegou a representar 2% do VBP
gerado por toda agricultura nordestina. Se for considerado apenas o VBP
gerado pelas culturas perenes, a cocoicultura respondeu, por 10% do total.
Devido a sua importância estratégica na década de 70, o governo estimulou
essa atividade agrícola, fornecendo crédito rural para operações de custeio e
investimento, aprovando incentivos fiscais e modernizando a estrutura física
em estradas.

Clima

O coqueiro requer clima quente, sem grandes variações de temperatura, com


média anual em torno de 27°C e oscilações diárias de 5ºC a 7°C, consideradas
ótimas para o crescimento e a produção. Mínimas diárias inferiores a 15°C
modificam a morfologia do coqueiro e, mesmo de pequena duração, provocam
desordens fisiológicas, como a parada do crescimento e o abortamento de
flores femininas. Umidade atmosférica. Pluviosidade – A precipitação total e a
distribuição das chuvas durante o ano influem no desenvolvimento do coqueiro.
O regime pluvial ideal é caracterizado por uma precipitação anual de 1.500
mm, com pluviosidade mensal nunca inferior a 130 mm. Um período de 3
meses com menos de 50 mm de precipitação por mês é considerado prejudicial
ao coqueiro. O número de frutos por planta, o tamanho e o peso da noz são
consideravelmente afetados 30 meses após um prolongado período de seca.
Já uma quantidade excessiva de chuva pode ser prejudicial em virtude da
redução da insolação e da aeração do solo, do aumento da lixiviação dos
elementos minerais, além de dificultar o processo de polinização. Intensidade
luminosa (radiação solar) – O coqueiro é uma planta altamente exigente 22 em
luz e não se desenvolve bem em condições de baixa luminosidade. Uma
insolação de 2 mil horas anuais é considerada ideal. O mínimo deve ser de 120
horas por mês.

Solo

Para se ter sucesso com essa cultura, o produtor deve atentar-se ao fato de o
coqueiro exigit solos profundos (profundidade efetiva entre 1 e 2 m). Ele é
tolerante a solos arenosos, argilosos e sílico-argilosos, mas requer solos bem
drenados, com lençol freático entre 1 a 4 m de profundidade, com fertilidade
média a alta, ricos em matéria orgânica, potássio, fósforo, cálcio e magnésio e
com pH entre 6 e 6,5. A planta é tolerante, ligeiramente, à presença de sais
solúveis e de sódio no solo. Além disso, os terrenos para coqueirais devem ser
planos a ligeiramente ondulados (até 3%). No mais, o tipo do solo arenoso e
bem drenado, além do clima quente, marcando em média 27º, são ideais para
qualquer espécie.

Cultivares de coqueiro

O gênero Cocos é constituído pelo coqueiro (Cocos nucifera L.), a qual é uma
espécie diplóide com 32 cromossomos (2n=32). Esta espécie, por sua vez, é
composta por algumas variedades, entre as quais, as mais importantes são as
typica (Var gigante) e nana (Var anã). Os híbridos de coqueiro mais
empregados atualmente são os resultantes dos cruzamentos entre essas
variedades; entretanto, os híbridos de anão x anão e gigante x gigante podem
ser importantes a médio e longos prazos para a exploração do coqueiro no
Brasil. A Tabela 1 apresenta algumas características dessas cultivares.
Coqueiro gigante

há sincronismo entre as fases feminina, que é curta, e masculina da mesma


inflorescência, ou da inflorescência seguinte. Entretanto, de acordo com as
condições ambientais e com a época do ano, pode ocorrer pequeno
sincronismo entre essas fases, não só da mesma, como entre inflorescências
sucessivas, verificando-se, portanto, uma pequena taxa de autofecundação.

Coqueiro anão

A variedade anã é composta das cultivares amarela, verde, vermelha da


Malásia e vermelha de Camarões. Estas cultivares normalmente são
autógamas, à exceção do anão verde, que, por apresentar em torno de 20% de
cruzamento, é considerada uma cultivar intermediária, em relação à
reprodução.

Coqueiro hibrido

O coqueiro híbrido é superior ao gigante em várias características, e


principalmente naquelas de maiores interesses agronômico, econômico e de
uso agroindustrial, como precocidade, porte, produção de frutos e de copra
(albúmen sólido desidratado a 6% de umidade), tamanho de frutos, entre
outros (tabela 1). Em relação aos anões, as principais vantagens dos híbridos,
são: ampla utilização dos seus frutos na agroindústria de alimentos, uso
culinário e para água de coco; devido ao maior tamanho do fruto, e
consequentemente, maiores produções dos albumens sólido e líquido, pode
atender melhor, tanto as exigências do consumidor como das agroindústrias de
alimentos e de água de coco; maior estabilidade do preço dos frutos no ano,
devido principalmente a ampla utilização dos mesmos.
Propagação Vegetativa

A propagação do coqueiro, exclusivamente por sementes, prende-se as suas


particularidades morfológicas e fisiológicas, pois ele tem apenas um estipe,
sem nenhum lançamento. Além disso, gemas axilares produzem apenas
inflorescências, pois a única gema vegetativa é a apical. Os métodos
tradicionais de propagação vegetativa (enraizamento de estacas e enxertia),
portanto, não se aplicam a essa espécie.

Sendo assim, a cultura de tecidos é o método mais viável de propagação


vegetativa do coqueiro (Pannetier & Buffard-Morel, 1986). É uma técnica na
qual pequenas partes de tecidos ou órgãos são removidos de uma planta
doadora e cultivadas assepticamente num meio de cultura (Bonga, 1985). Esta
tecnologia poderá permitir um aumento de produtividade em função da
obtenção de plantações homogêneas e de clonagem de indivíduos produtivos
e/ou adaptados a condições climáticas especiais. Da mesma forma, é óbvio o
interesse de propagar-se indivíduos resistentes a certas doenças. A
propagação vegetativa do coqueiro, envolve a produção de calos, na tentativa
de neoformação de gemas ou embriões somáticos a partir de fragmentos de
caules, folhas e raízes, inflorescências, endosperma, gema apical de mudas
jovens cultivados “in vitro” e protoplastos de células somáticas (Basu et al.,
1988). O interesse econômico crescente em torno da tecnologia da cultura de
tecidos do coco tem retardado a publicação dos detalhes de progresso, à
medida que os métodos se aproximam do ideal. No entanto, alguns trabalhos
bastante informativos puderam ser encontrados.

Segundo Verdeil et al. (1993), apenas três grupos de pesquisa haviam


alcançado sucesso com a embriogênese somática, chegando à regeneração
completa de plântulas, até que, em 1991, cinco genótipos foram clonados por
um grupo de pesquisadores franceses. Este grupo empenhou-se inicialmente
na compreensão das causas da ausência ou do desvio da rota embriogênica
freqüentemente observada no coqueiro, avaliando as necessidades nutricionais
dos calos em cultura e desenvolvendo estudo histológico do desenvolvimento
do embrião do coqueiro.
Quanto às condições de crescimento utilizadas, foram encontradas citações de
temperaturas entre 27 e 28 °C bastante freqüentes e também de 30- 31 °C. A
intensidade luminosa mais utilizada para o desenvolvimento da parte aérea das
plântulas foi de 90 (mol/m2/s, fornecidos por lâmpadas fluorescentes brancas,
com fotoperíodos variando de 12 a 16 horas. Na grande maioria dos trabalhos
os tecidos foram inoculados em tubos de ensaio, com medidas aproximadas a
180 x 25 mm. Com relação à desinfecção, fragmentos de raízes geram sérios
problemas, em virtude da alta contaminação.

As inflorescências jovens têm a vantagem de fornecer material asséptico, pois


apresentam-se inseridas em espatas protetoras. A espata externa é
devidamente lavada com hipoclorito de sódio a 6% v/v (Branton & Blake, 1983).
Experimentos com a cultura de tecidos de inflorescência de três variedades do
coqueiro estarão sendo realizados a partir do primeiro semestre de 1999 em
uma parceria entre a Universidade Federal de Alagoas e o CPATC, na tentativa
de conseguir, num período de dois anos atingir o estágio de produção de
embriões somáticos.

Você também pode gostar