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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Cadeira:

Habilidades de Vida e Saúde Sexual, Género e HIV/SIDA

Tema:

Personalidade

Edson Fernando Mabote, Nº 708216877

Curso: Educação Física e Desporto

Ano de Frequência: 2º ano, II Semestre

Primeiro Trabalho

Docente: Alberto João Alberto

Chimoio, Outubro de 2022

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Estrutura
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 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos
2.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha de recomendações: A ser preenchida pelo tutor
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Índic

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e
Introdução......................................................................................................................4

Objectivos......................................................................................................................2

Gerais.............................................................................................................................2

Específicos.....................................................................................................................2

Metodologia...................................................................................................................2

1. Conceito de personalidade e as fases do seu desenvolvimento..............................3

1.1. Temperamento e sua Tipologia...........................................................................8

1.2. As Principais Capacidades Humanas................................................................10

1.3. Os pilares de auto-estima e auto-eficácia.........................................................12

1.4. A influência da cultura a personalidade............................................................15

1.5. Genero e personalidade.....................................................................................16

1.6. Os Papeis de gênero..........................................................................................18

Considerações Finais...................................................................................................20

Referências Bibliográficas...........................................................................................21

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Introdução

A personalidade pode ser descrita como um conjunto de padrões relativamente


consistentes e perduráveis de percepção, pensamento, sentimento e comportamento, que
distingue cada um de nós, tornando-nos seres singulares, isto é, pessoas com uma
identidade única. Deve, portanto, ser compreendida como sendo um constructo
englobante, uma vez que vai abranger os nossos pensamentos, motivos, emoções,
interesses, atitudes e capacidades (Davidoff, 2001; Funder, 2013).
As diferenças individuais existentes em cada pessoa, presentes nos traços de
personalidade, vão estar relacionadas com muitos aspectos importantes da nossa vida,
incluindo o desempenho no trabalho (Hurts & Donovan, 2000). Com base nos traços da
personalidade, as pessoas traçam as suas escolhas profissionais e identificam-se com
determinados contextos laborais (Furnham & Plaloiou, 2016).
A forma como reagem às diversas situações relacionadas com o trabalho é diferente de
pessoa para pessoa, assim como a percepção que causam nos outros através da sua
actuação, isto é, do seu comportamento. Porém, não são apenas os traços da
personalidade que vão determinar o comportamento no trabalho. O comportamento no
trabalho é influenciado por outros factores, tais como as aptidões, as motivações, os
factores demográficos e a inteligência. A diversidade humana nas suas mais distintas
personalidades são uma mais-valia para responder às exigências do trabalho, sendo que
o trabalho em equipa depende desta interdependência e é o resultado desta interacção
contínua que contribui para o sucesso das organizações (Furnham, 2017).

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Objectivos

Gerais
 Falar Da Personalidade.

Específicos
 Conceituar a personalidade e as fases do seu desenvolvimento;
 Compreender os pilares de auto-estima e auto-eficácia
 Descrever os Papeis de género

Metodologia
Para elaboração deste trabalho utilizou-se ao método bibliográfico que consistiu na
consulta de obras bibliográficas e internet, método descritivo que consistiu na descrição
de informações recolhidas nas diferentes obras.

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1. Conceito de personalidade e as fases do seu desenvolvimento
A personalidade é um conceito que se refere a uma visão única e individual do ser
humano, ou seja, é sobre a visão que temos de cada pessoa, fato que faz com que cada
uma seja diferente das outras. Especificamente, a personalidade é formada graças a um
conjunto de traços e características que determinam o comportamento, a conduta e a
forma de agir das pessoas em diferentes situações e contextos. Então, de um modo
geral, a personalidade é o que nos permite diferenciar uma pessoa das outras.
A personalidade é o conjunto de características psicológicas e comportamentais que
podem ser observadas numa pessoa. Não é fixa, é dinâmico, dependente do contexto
individual que pode mudar no curso da sua vida. A personalidade desenvolve-se,
durante a vida, e é influenciada por factores físicos, psicológicos, culturais e morais.
Etapas do desenvolvimento da personalidade
As duas teorias da personalidade mais conhecidas que enfatizam nas diferentes etapas
que moldam seu desenvolvimento são, por um lado, a teoria de Sigmund Freud e, por
outro lado, a teoria de Erik Erikson. Elas são explicadas a seguir.
 Etapas do desenvolvimento da personalidade segundo Freud
De acordo com a teoria da personalidade de Freud, o desenvolvimento da personalidade
é dividida em cinco etapas ou fases que são identificadas com as zonas erógenas, os
órgãos nos quais o prazer sexual, a energia e a libido das pessoas são focalizados.
Além disso, cabe destacar que, devido à experiência de algum trauma, uma fixação ou
uma regressão pode ocorrer no processo de desenvolvimento, portanto, se ocorrer uma
alteração em uma das etapas específicas, a personalidade da pessoa será determinada
por isso. As etapas de Freud são:

 Etapa oral (0-1 ano)


É a primeira etapa do desenvolvimento que começa no nascimento e dura até o primeiro
ano de vida das pessoas. Nesta etapa ou fase, o prazer é encontrado na boca e é obtido
com actividades de sucção, de chupar, de comer ou de morder. Normalmente é
relacionada com o ato de mamar, morder objectos, entre outros. A correcta evolução
dessa etapa depende das experiências agradáveis e seguras que as crianças
experimentam durante esse período. Assim,
segundo Freud, um grande exemplo de trauma vivenciado nessa situação que pode
provocar uma fixação nessa etapa é o fato de interromper a amamentação antes do

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previsto ou amamentar por mais tempo que o necessário. Os resultados de uma fixação
nessa etapa podem ser vícios em tabaco, roer as unhas, entre outros.

 Etapa anal (1-3 anos)


Essa etapa começa ao um ano e termina aos 3 anos. É caracterizada por ser a etapa na
qual a fonte de prazer é encontrada no ânus, portanto, está relacionada com atividades
agradáveis do controle dos esfíncteres (incluindo encontrada no ânus, portanto, está
relacionada com atividades agradáveis do controle dos esfíncteres (incluindo também a
bexiga), como reter e/ou expulsar fezes. Segundo Freud, nessa etapa podem surgir dois
inconvenientes se a evolução adequada não for seguida: por um lado, as crianças podem
apresentar uma grande retenção de fezes, levando a constipação e, consequentemente,
desenvolver um caráter teimoso. Por outro lado, as crianças podem se rebelar e expulsar
as fezes em momentos inoportunos e, consequentemente, desenvolver um caráter mais
destrutivo.
 Etapa fálica (3-6 anos)
A terceira etapa do desenvolvimento, de acordo com Freud, começa aos 3 anos e
termina aos 6 anos, e a fonte de prazer é focada nos órgãos genitais (no caso da mulher,
no clitóris, comparada à etapa clitoridiana). Essa etapa está relacionada com o prazer
que as crianças sentem com o exibicionismo dos seus genitais e o interesse pelos
genitais do sexo oposto e o próprio. No início dessa etapa, as pessoas mostram um
grande interesse autoerótico, mas com o passar do tempo, o foco de interesse muda para
os pais, levando em consideração o complexo de Édipo.

Por outro lado, no caso das meninas, inicialmente, do mesmo modo que os meninos,
mostram amor pela mãe (progenitor do mesmo sexo). Mas diferente dos meninos, chega
um momento em que as meninas descobrem a falta do pénis, como resultado do clítoris
menor em sua comparação e, portanto, imaginam que foram mutiladas. Assim, atribuem
à mãe a culpada de sua mutilação e, diante de sua situação de ambivalência sexual,
decidem escolher o pai (progenitor do sexo oposto) como objecto de amor, devido à
inveja ou desejo de seu pénis.
 Etapa de latência (5-12 anos)
Essa etapa começa aos cinco anos e termina aos doze, a idade aproximada em que a
puberdade começa. Nessa etapa, os impulsos sexuais permanecem adormecidos, ou seja,
há uma supressão temporal do instinto sexual nas crianças durante esse período. Nesse

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sentido, essa etapa é caracterizada por não ter uma área específica onde o prazer está
focalizado.
 Etapa genital (puberdade e maturidade)
Essa é a última etapa do desenvolvimento, segundo Freud, e é acompanhada por
mudanças físicas, psíquicas e emocionais próprias da idade. A zona erógena na qual o
prazer é focado é novamente os genitais, embora, neste caso, as pessoas já tenham a
capacidade de expressar a sexualidade em função do consenso e do vínculo com as
outras pessoas. Em outras palavras, poderíamos dizer que se trata da sexualidade adulta
e madura. Essa etapa é caracterizada pelo surgimento, novamente, dos interesses sexuais
e de satisfação, atividades sexuais começam e a organização e a maturidade sexual são
produzidos. Além disso, a identidade sexual das pessoas é reafirmada. Finalmente, cabe
destacar que nessa etapa são desencadeados aspectos como a amabilidade, afetuosidade,
receptividade, segurança, aptidão, capacidade de compreensão e apreciação do bem-
estar dos outros, a inclinação para colaborar com outras pessoas, etc.

Etapas do desenvolvimento da personalidade segundo Erikson


De acordo com a teoria da personalidade de Erik Erikson, o desenvolvimento da
personalidade é dividido em oito etapas diferentes, que vão desde o nascimento das
pessoas até sua morte. Essas etapas consistem na busca e adaptação das pessoas no
ambiente e, em cada uma dessas etapas existem conceitos opostos que entram em
conflito. Além disso, o objetivo das pessoas é conseguir um equilíbrio entre ambos
conceitos opostos e obter uma conquista ao finalizar cada etapa. As etapas de Erikson
são:

 Confiança vs desconfiança (0-18 meses)


O primeiro conflito que as pessoas encontram ao nascer é aquele entre a confiança e a
desconfiança, e dura até, aproximadamente, os 18 meses. Nessa idade, as crianças
recebem os cuidados de seus progenitores em relação às necessidades dos filhos, como a
comida, a proteção, a atenção, entre outros, portanto, as crianças esperam formar um
vínculo com seus pais de acordo com a satisfação de suas necessidades. Assim, nessa
etapa, as crianças devem lutar contra o conflito entre a confiança e a desconfiança de
gerar um vínculo de confiança com seus pais. Pois, a sensação de confiança, a
vulnerabilidade, a frustração, a satisfação, a segurança, etc., determinarão a maneira de
estabelecer relações e a qualidade dessas relações com outras pessoas ao longo de sua

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vida, ao mesmo tempo que a criança também deve aprender a confiar em si mesma. Ou
seja, os relacionamentos futuros da criança com o exterior dependerão do vínculo que
foi criado com seus pais nessa etapa.
 Autonomia vs vergonha (18 meses-3 anos)
Nessa etapa, as crianças começam a desenvolver suas capacidades de movimento e
excreção, fato que requer um aprendizado e um controle por parte dos progenitores.
Nesse sentido, a autonomia se reflecte nas crianças, pois o desenvolvimento dessas
novas capacidades lhes causa um sentimento de liberdade, porque sentem que já não
dependem de seus cuidadores para poder se movimentar e, com o passar do tempo, as
crianças se tornam mais independentes, graças às suas capacidades desenvolvidas. No
entanto, a vergonha se reflecte nas crianças devido a sua maneira inexperiente de se
mover ou de controlar seus esfíncteres e também se deve, de certa forma, à liberdade
que os pais proporcionam à seus filhos, que envolve duvidar de suas capacidades, ou
seja, do que os pais consideram que os filhos podem fazer ou não.

 Iniciativa vs culpa (3-5 anos)


Nessa etapa, as crianças desenvolverão suas capacidades de maneira mais autónoma do
que anteriormente. Portanto, graças ao descobrimento de suas capacidades, as crianças
percebem todas as possibilidades que estão ao seu alcance em comparação com a etapa
anterior, fato que promove a iniciativa das crianças, pois testam suas capacidades e
habilidades realizando novas actividades. No entanto, se os pais reagirem negativamente
diante da iniciativa de seus filhos, como por exemplo repreendê-los, provavelmente
gerará um sentimento de culpa nas crianças. Em relação à conquista a ser obtida ao
finalizar essa etapa, devemos levar em consideração que é necessário um equilíbrio que
permita que as crianças sejam capazes de reconhecer a responsabilidade de seus actos e
que, ao mesmo tempo, possam se sentirem livres sob essa responsabilidade.

 Laboriosidade vs inferioridade (5-13 anos)


Durante essa etapa, as crianças continuam amadurecendo e aprendendo sobre suas
acções, por qual coisa precisam agir e experimentar. Quando não conseguem o que
querem, realizando essas acções, pode gerar um sentimento de inferioridade e
frustração. Pois o objectivo dessa etapa é que as pessoas possam alcançar um
sentimento de competência que lhes permita se sentirem capazes de agir de maneira

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equilibrada e realizarem o que se propõem, sem estabelecer Objectivos inatingíveis que
estão fora do lugar, sem desistir ou atribuir o fracasso à inferioridade.
 Pesquisa da identidade vs difusão da identidade (13-21 anos)
O conflito que as pessoas encontram nessa etapa do desenvolvimento da personalidade é
encontrar sua identidade, ou seja, quando uma pessoa está nessa etapa, ela luta para
descobrir quem é, encontrar a si mesma e saber o que quer. Por esse motivo, durante
essa etapa, as pessoas geralmente experimentam e exploram novas opções que estão
longe do que já conheciam anteriormente. Nesse conflito, é comum viver inseguranças,
ter dúvidas sobre os papéis sociais, duvidar da preferência sexual, questionar aspectos
da independência e da adesão à grupos, experimentar dúvidas ideológicas e de valores,
etc.
 Intimidade vs isolamento (21-40 anos)
Nessa etapa do desenvolvimento da personalidade, as pessoas geralmente buscam
relacionamentos pessoais e estabelecer vínculos emocionais para que possam
compartilhar suas experiências, afectos, emoções e intimidade. É nessa etapa que as
pessoas se relacionam com outras de uma maneira diferente, procuram relacionamentos
mais íntimos das que esperam um compromisso e reciprocidade. Além disso, esperam
que esses relacionamentos lhes permitam compartilhar suas experiências, afectos,
emoções e que lhes permitam se sentirem seguros e confiantes.

 Generatividade vs estagnação (40-60 anos)


Durante esse período, as pessoas geralmente se vêem em conflito com o fato de se sentir
produtivo em seu dia a dia e se sentir estagnada e inútil. As pessoas desejam se sentirem
produtivas e que seus esforços tenham sentido, geralmente em relação a terem a
responsabilidade e o cuidado de algo ou alguém. Por outro lado, as pessoas podem se
sentirem estagnadas pelo fato de não se sentirem produtivas, por exemplo, por não
conseguirem um cônjuge romântico, por não terem um emprego, entre outros.

 Integridade vs desespero (60-morte)


Na última etapa do desenvolvimento da personalidade, as pessoas, segundo Erikson,
chegam ao ponto em que sua produtividade começa a diminuir ou deixa de existir,
portanto, devem olhar para trás e prestar atenção às realizações produtividade começa a
diminuir ou deixa de existir, portanto, devem olhar para trás e prestar atenção às
realizações das etapas anteriores. As pessoas procuram não se estagnar socialmente e

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transmitir seus conhecimentos às próximas gerações, de modo que é nesse momento que
as pessoas estão carregadas de sabedoria. Tudo isso leva as pessoas a cuidar da sua
saúde física e mental.

1.1. Temperamento e sua Tipologia

O Temperamento
Refere-se à vivacidade duma pessoa, a intensidade com que os estímulos são
respondidos, o nível geral de energia e actividade duma pessoa.
Hipócrates, filósofo grego, foi o primeiro a formular uma teoria do temperamento,
baseando na teoria dos quatro fluidos corporais (humores): sanguíneo (sangue),
fleumático (linfa ou fleuma), colérico (bílis) e melancólico (astrabílis ou bílis negra).
Cada um deles possui uma determinada característica:

Sanguíneo:

 Pessoa marcante, que não passa despercebida. O seu espírito é jovial,


apaixonado, alegre e sociável;

 É um actor nato, exuberante;

 Tem um espírito positivo, prático;

 É alegre;

 É apreciado, pelo seu carácter optimista e caloroso. Sempre demonstra


amabilidade, mesmo quando não sente nada, podendo até cometer pequenas
mentiras, aumentando ou diminuindo as situações, para aparecer ou conseguir o
que deseja;

 Expansivo, optimista, mas irritável e impulsivo.


Colérico:

 É uma pessoa calorosa, rápida, impulsiva. Zanga-se facilmente;

 Esta pessoa é prática, tem muita força de vontade e é auto-suficiente, e muito


independente;

 Tende a ser determinada e com opiniões fortes, tanto para si como para os
outros, e tende a tentar impô-las;

 Ambicioso e dominador, tem propensão a reacções abruptas e explosivas.


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Fleumático:

 É uma pessoa calma, tranquila, e raramente fica zangada;

 As pessoas deste temperamento são bem equilibradas;

 O fleumático é frio e é preciso, na tomada de decisão;

 Ele prefere viver numa vida feliz, sem perturbações;

 Pode se dizer que é o melhor temperamento;

 Sonhador, pacífico e dócil, preso aos hábitos e distante das paixões.


Melancólico:

 É uma pessoa com alto nível de sensibilidade;


 É o mais rico e o mais complexo de todos os temperamentos;
 O temperamento melancólico geralmente faz com que a pessoa seja dedicada,
talentosa e perfeccionista;
 Esta pessoa é de natureza muito sensível, emocional, e é propensa à depressão;
 É a pessoa que mais aprecia as artes;
 É propensa à introspecção;
 Nervoso e excitável, tendendo ao pessimismo, ao rancor e à solidão.

Adiante, esta teoria foi actualizada por Wundt (1903), que tratou de definir duas
dimensões do temperamento: a “intensidade dos movimentos internos (emoções)" e a
"velocidade da variação dos movimentos internos (emoções)". Acerca da primeira
dimensão, Carl G. Jung introduziu a classificação de introvertido (pessoa voltada para
dentro ou fechada) e extrovertido (pessoa voltada para fora, aberta e mais simpática e
acessível).
Concluindo, na realidade é muito raro que uma pessoa tenha as características de um só
tipo de temperamento. As personalidades são complexas. O indivíduo nasce com
determinado temperamento, mas os factores ambientais podem modificar-lho: a
educação; a alimentação; as doenças; o clima; os acontecimentos e outros factores
causam algumas transformações, nos traços temperamentais. A vida ensina o homem a
controlar ou a estimular o seu temperamento. Conhecendo-nos bem, podemos dominar
os aspectos negativos e estimular e desenvolver os aspectos positivos.

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Porém, vale ressaltar que esta tipologia, já não é frequentemente utilizada, e a ideia que
o nosso temperamento tenha qualquer relação com os fluidos corporais ficou
completamente ultrapassada.

1.2. As Principais Capacidades Humanas


O ser humano não nasce perfeito, e deve desenvolver a sua personalidade, durante toda
a sua vida. Sublinhamos, aqui, cinco capacidades humanas, que consideramos
importante desenvolver.

Domínio sobre a afectividade


 Permite aproveitar a riqueza da afectividade, sem se lhe estar submisso.

 Actua orientado por propósitos bem pensados, claros e assumidos


conscientemente: não hesita em pedir ajuda e orientação, mas, ao mesmo tempo,
determina-se de maneira autónoma.

 Persevera, durante muito tempo, enquanto for necessária a acção, para atingir a
finalidade proposta.

 Supera a sua afectividade espontânea; sabe analisar os factos e as pessoas, de


maneira mais profunda; nos conflitos com outras pessoas, sabe aguentar e
superar situações.

 Hierarquiza valores, colocando em primeiro lugar os que o projectam para fora


de si, em direcção ao "outro" e, em último lugar, os que se referem directamente
a ele próprio.
Prevalência do amor
Um amor, que se dá aos outros, num processo dinâmico e habitual de integração
interpessoal. Na vida do ser humano, existem diversas etapas, que o vão preparando
para atingir a possibilidade de viver o amor maduro. Todas elas deverão ser vividas em
plenitude. Para chegar ao amor maduro e enriquecedor, devemos percorrer um longo
caminho:
O caminho do amor:
 Na infância: amor receptivo

 Na adolescência: treino para o amor

 Na juventude: experiência do amor

 Na idade adulta: maturidade, a vida do amor.

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Capacidade de auto-reflexão, de auto-análise, de autocrítica e de crítica dos outros
É o dinamismo do aperfeiçoamento e crescimento pessoal. A finalidade da crítica é a
análise atenta e objectiva do modo de agir das pessoas e do acontecer, na sociedade. Isto
supõe um processo de identificação de causas, de avaliação de situações e
comportamentos e da procura de novas soluções: tudo se dirige à formulação de uma
verdade. O primeiro sinal, início do processo de amadurecimento pessoal, é o começo
da auto-reflexão, da auto-análise e da autocrítica. Esta atitude é gerada pela consciência
da nossa possibilidade de errar, e da sincera aceitação da crítica, que os outros fazem de
nós. Mas, para que a crítica seja objectiva e construtiva, deverá respeitar duas condições
imprescindíveis:
O reconhecimento sincero dos aspectos positivos da pessoa ou do facto em
avaliação. Sempre existem aspectos positivos. Não os descobrir é sinal de
imaturidade. Não julgar as intenções (evitando o mecanismo da projecção das
opiniões subjectivas). Podemos afirmar que, para as pessoas maduras, tal tipo
de crítica ou autocrítica é sempre um estímulo para crescer. Se eu fico
"ferido", quando me criticam, certamente será: ou porque eu psicologicamente
ainda não sou maduro; ou porque a crítica não foi objectiva e construtiva.

Isso sempre acontece, quando interpretamos as intenções dos outros ou os outros


interpretam as nossas.

Sentido de responsabilidade
O "sentido de responsabilidade" é fruto da vivência. Trata-se de um processo gradual e
progressivo da educação auto consciente. Consequentemente, o adulto responsável:
 É eficaz no seu agir, consegue normalmente alcançar as finalidades;

 É despachado, evitando a moleza e a acomodação;

 É constante, perseverante, não desanima ante os obstáculos, previstos ou


imprevistos;

 Responsabiliza-se também pelos que vão colaborar com ele na tarefa decidida.

O ser humano que foge das responsabilidades, que não se arrisca conscientemente,
quando é preciso, que não assume, não se compromete, tem os traços da maturidade de
uma criança.
Capacidade de Adaptação
 O adulto maduro tem a capacidade de adaptar-se, criticamente, às diversas
circunstâncias da vida. A adaptação da pessoa madura e psicologicamente

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adulta constitui-se, num hábito espontâneo de flexibilidade e sensibilização,
face às exigências e expectativas das pessoas e situações, com que convive.
 A adaptação prévia e fundamental é a aceitação cordial e funcional da própria
realidade individual. Não podemos adaptar-nos ao meio ambiente, sem termos
aprendido a conviver, consciente e serenamente, com nós mesmos.
 Uma adaptação madura exigirá que eu saiba administrar os conflitos, e não
apenas evitá-los ou eliminá-los.
 Para amadurecer, é preciso focalizar o triunfo. Se me sinto frustrado, quando
não sou elogiado, estou a cair no infantilismo, porque não confio em mim
mesmo. Se não sei elogiar, mas só criticar, estou a mostrar imaturidade (inveja,
ciúme...).

Em jeito de conclusão, podemos dizer que a maturidade humana, enfim, é: conquista


pessoal favorecida pelo próprio esforço, pelo ambiente, pela educação e pelo dinamismo
da acção da graça de Deus no nosso ser. Santo Agostinho define, com muita sabedoria e
simplicidade, o caminho do crescimento humano: "Orar, como se tudo dependesse de
Deus, e agir como se tudo dependesse de nós.”

1.3. Os pilares de auto-estima e auto-eficácia


A auto-estima

Auto-estima é uma apreciação mais geral do valor de si próprio; enquanto a auto-


eficácia fala da confiança relativa a tarefas específicas.

A auto-estima tem sido descrita como o nível de apreço ou estima que a pessoa tem por
si mesma (HARTER, 1993, 2003). Em outras palavras, quanto do seu autoconceito ela
mesma percebe como sendo algo importante, valioso, agradável (ou sem importância,
sem valor, desagradável) em si mesmo.

Na concepção de James1 (1892, apud HARTER, 1993), a auto-estima de um indivíduo


desenvolver-se-ia em função do seu autoconceito na medida em que o sujeito torna-se
capaz de discernir, entre os vários domínios de sua competência: aqueles nos quais tem
maiores possibilidades e pretensões de se destacar, e aqueles onde consegue obter mais
sucessos do que fracassos (ou vice-versa), percebendo que não são, necessariamente, os
mesmos.

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Dessa maneira, William James ajudou a definir o que são as contingências da auto-
estima., ou seja, domínios que são importantes para o indivíduo e nos quais ambiciona
se destacar. De acordo com James (1982, apud HARTER, 1993, p.88), estes domínios
ajudariam a determinar se a auto-estima de uma pessoa é alta ou baixa, de modo que, se
a pessoa percebe-se como competente em domínios nos quais aspira a se destacar, então
ela terá auto-estima alta. Do contrário, se esta pessoa percebe sua falta de competência
em domínios importantes para ela, então sua auto-estima tenderá a ser baixa. Contudo, a
percepção de falta de competência em domínios que não lhe parecem importantes não
deve afetar de maneira negativa a sua auto-estima.
Por fim, Harter (1993; 2003) elaborou um modelo sobre as origens da auto-estima, no
qual demonstra que se essas duas posições teóricas . as formulações de James e as de
Colley e Mead . fossem levadas em consideração de forma conjunta, proporcionariam
uma poderosa explicação para o nível de auto-estima que mostravam as crianças mais
velhas e os adolescentes com os quais realizou suas pesquisas. Neste modelo, vários
aspectos do autoconceito são levados em conta para a avaliação do eu, mas alguns
destes domínios são identificados pelo indivíduo como mais importantes e, nestes, seus
sucessos servirão para aumentar, e seus fracassos para deteriorar ou até perder auto-
estima.
Assim, ainda que os âmbitos valorizados pelos pais sejam diferentes daqueles que são
valorizados pelos pares e, por causa disso, o sujeito possa experimentar certas
contradições internas até definir quais são os âmbitos realmente importantes para ele
mesmo, todas as experiências que a criança e o adolescente vão vivenciar, juntamente
com os parâmetros fornecidos pelas pessoas significativas e pela sociedade, lhe
permitirão determinar quais são os âmbitos nos quais se destaca e se estes são
importantes para compor sua auto-estima.
A auto-eficácia

Auto-eficácia é o julgamento ou a confiança das pessoas nas suas próprias capacidades


para levar a cabo determinadas habilidades ou comportamentos. Em princípio, quanto
mais uma pessoa pensa que pode fazer uma coisa, quanto mais provável que vai pelo
menos tentar fazê-la.

A auto-eficácia faz referência ao grau de confiança que o indivíduo tem em si mesmo


para conseguir o resultado que deseja, ou seja, produzir no entorno condições favoráveis
a partir da conjugação de suas habilidades e capacidades.

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Estas crenças estariam contidas no autoconceito da pessoa, como mencionam Maddux
e Gosselin, (2003):
A auto-eficácia não é o autoconceito nem é a auto-estima. O
autoconceito é o que as pessoas acreditam a respeito de si
mesmas e a auto-estima é o que as pessoas sentem sobre o
que elas acreditam delas mesmas. As crenças de auto-eficácia
são uma parte importante do autoconceito (...), mas o
autoconceito inclui muitas outras crenças sobre o eu que não
estão relacionadas com a auto-eficácia, como as crenças
sobre os atributos físicos e os traços de personalidade.
(MADDUX e GOSSELIN, 2003, p.220) (tradução da autora).

De acordo com Bandura (1997), algumas pesquisas demonstram que as crenças de


autoconceito estão, muitas vezes, equivocadas ao predizer o comportamento, perdendo
quase todo o seu poder de predição se delas se subtraem os factores que analisam a
auto-eficácia percebida. E, ao mesmo tempo, defende que as crenças de auto-eficácia
por si só podem ser altamente preditivas do comportamento humano. Por exemplo, se
dois indivíduos que não possuem diferenças significativas no seu conjunto de
habilidades e conhecimentos são colocados em circunstâncias similares para realizar
uma prova de conhecimentos, eles podem obter resultados muito diferentes, já que cada
um pode ter mecanismos diferentes para lidar com o estresse de uma prova, ou terem
expectativas diferentes em relação aos resultados. Só é possível se prever o
comportamento de cada um deles nessa mesma situação ao se levar em consideração as
suas crenças de auto eficácia.
Mas o que é importante resgatar aqui, como menciona Bandura (1997, p.37) é que a
auto-eficácia percebida pelo indivíduo não tem a ver com o número de habilidades que
possui, mas com o que acredita que pode fazer com o que possui dentro de uma
determinada circunstância. Isso poderia ser útil para compreender porque alguns
sujeitos, em particular aqueles que acreditam firmemente no seu sucesso, colocam um
grande esforço em jogo e, apesar da possibilidade de terem que enfrentar muitos
obstáculos, estão determinados a continuar até conseguirem alcançar aquilo que
acreditam. Outras pessoas, no entanto, que poderiam até contar com mais recursos, não
se empenham tanto e desistem facilmente diante das dificuldades, pois não acreditam
realmente no seu sucesso.

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1.4. A influência da cultura a personalidade
Entre os aspectos importantes que destacam a personalidade, a cultura é um dos itens
fundamentais, por trazer robusteza ao indivíduo. Aqui, são apresentados, de forma
suscita, parte das variáveis que compõe a cultura, na formação da personalidade.

Apesar das muitas definições, existe um consenso sobre o facto de que a cultura se
refere àquela parte do ambiente produzida pelos homens e por eles aprendida e
utilizada. Segundo Taylor (1874), cultura é o conjunto de conhecimentos, crenças, artes,
normas morais e costumes e muitos outros hábitos e capacidades adquiridos pelos
homens, em suas relações, como membros da sociedade.
Para Hall (1994) a cultura surge, na base das condições históricas e das relações, como
sistema de valores e meios de distintos grupos sociais e classes. Segundo ele, a cultura é
a habilidade exclusivamente humana de se adaptar às circunstâncias e de passar esta
habilidade e estes conhecimentos para as gerações subsequentes. Implica que a cultura é
dinâmica. A cultura muda constantemente ou melhor pode ser constantemente mudada
por nós.

As componentes principais da cultura são:


O sistema de crenças, normas espirituais e morais ou mitos, cuja interpretação guia as
pessoas, para se comportarem de maneira aceitável, numa determinada sociedade.

 O sistema de valores
A cultura está representada em coisas tangíveis, como, por exemplo a arquitectura, a
roupa ou os livros.

 As partes visíveis e invisíveis da cultura


Olha para a ilustração da cultura, a seguir; da cultura como árvore: nós só vemos uma
parte pequena da cultura (subterrânea), mas a cultura cresce e muda.

 Auto-reflexão sobre o seu grau de maturidade


Algumas pessoas nunca têm idade suficiente para gerenciar suas vidas com sucesso. O
garoto que sempre se esquece de fazer a lição de casa, a garota que está abatida por não
poder usar um vestido novo, o homem que renuncia a um emprego após o outro porque
“ninguém vai lhe dizer por onde sair”, a mulher que admite que ela “simplesmente não
pode fazer nada com as crianças” - todas são pessoas que nunca cresceram (…)

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A pessoa é definida como um ser social, que actua segundo normas, interage e
compartilha direito e deveres na sociedade. Neste sentido, ele está sendo
constantemente questionado sobre sua conduta em relação aos demais e cobrado a
apresentar responsabilidade perante suas acções (Gouveia, Clemente, Vidal & Martínez,
2000, citados por Gouveia et al, 2003).

Guilhardi (2002) explica que, se a situação não permitir o acesso a reforços positivos, a
pessoa se mantém emitindo comportamentos em função de reforços positivos atrasados,
sem sofrer disrupção comportamental; ou substitui o reforço positivo-alvo por outros
reforços positivos disponíveis; ou mantém os comportamentos produzindo reforços
positivos condicionados intermediários. De modo análogo, se não for possível remover,
adiar ou amenizar os eventos aversivos, com eles se deve conviver, sem desistir jamais
de buscar comportamentos alternativos – ampliando a variabilidade comportamental –,
até que alguma resposta seja seleccionada por reforçamento negativo.

Em resumo, o conceito de maturidade permite duas correcções oportunas. Em primeiro


lugar, não é um traço de personalidade, nem estático, nem estrutural, que pertence à
pessoa (e faz dela um ser humano maduro) ou que não lhe é intrínseco (e faz dela uma
pessoa imatura). Em segundo lugar, maturidade não se desenvolve exclusivamente com
a passagem do tempo (é com este sentido que maturidade advém da ideia de
amadurecer: o que ocorre, por exemplo, com uma fruta com a passagem do tempo!). A
maturidade envolve uma gama abrangente e complexa de comportamentos que podem e
precisam ser instalados e mantidos.

1.5. Genero e personalidade


Género é um elemento constitutivo das relações sociais baseado nas diferenças
percebidas entre os sexos… o gênero é uma forma primária de dar significado às
relações de poder.” – Scott, 1995.

Muitas vezes o termo género é erroneamente utilizado em referência ao sexo biológico.


Por isso, é importante enfatizar que o género diz respeito aos aspectos sociais atribuídos
ao sexo. Ou seja, género está vinculado a construções sociais, não as características
naturais.

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O género, portanto, se refere a tudo aquilo que foi definido ao longo tempo e que a
nossa sociedade entende como o papel, função ou comportamento esperado de alguém
com base em seu sexo biológico.

 Sexo
O sexo diz respeito às características biológicas que diferenciam homens e mulheres. O
sexo é usualmente determinado pelas genitálias.

Muitas vezes escutamos frases como “cuidar da casa é coisa de mulher”. O que está por
trás de frasesdesse tipo é justamente a questão de gênero: se o que caracteriza “ser
mulher” são simplesmentecaracterísticas biológicas e anatômicas, não haveria razão
para alguém atribuir uma atividadeespecificamente às mulheres. Afinal, qual genitália
uma pessoa tem não faria diferença na hora delimpar a casa. Isso demonstra que há
algum sentido a mais atribuído a “ser mulher”, algo que vá alémdo sexo biológico. Esse
“algo além” é, justamente, o gênero.

 Identidade de gênero
Como o próprio nome indica, identidade de gênero diz respeito ao gênero com o qual
uma pessoa seidentifica. É independente do sexo (ou seja, das características
biológicas), está relacionada aidentificação de uma pessoa com o gênero masculino ou
feminino. Algumas pessoas se identificam com um gênero diferente do que é imposto a
elas em função de seusexo biológico. Essa identificação é o que chama-se de identidade
de gênero.

 Sexualidade
A sexualidade diz respeito à orientação sexual de uma pessoa, ou seja, por quais gêneros
essa pessoasente atração sexual ou romântica. Algumas das categorias atribuídas à
sexualidade são: heterossexualidade (pessoa que sente atração porpessoa do gênero
oposto); homossexualidade (pessoa que sente atração por pessoa do mesmo
gênero);bissexualidade (pessoa que sente atração por pessoas dos dois gêneros).
Dessa forma, os homens foram definindo estruturas e culturas tipicamente masculinas
dentro dosespaços sociais que ocupavam e as mulheres, da mesma forma, também
foram definindo estruturas eculturas que melhor se adequavam a elas em seus espaços.

Com o passar do tempo, vários fatores espontâneos ou não (como as guerras, por
exemplo) foramtornando nossa sociedade cada vez mais complexa, levando as mulheres

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a se inserir em maisatividades do espaço público. Da mesma forma que também
observamos cada vez mais homens seinserindo mais nos espaços domésticos e de
“cuidar”.

1.6. Os Papeis de gênero


Papéis de género são expectativas da sociedade em relação a nós que se baseiam em
nosso sexo biológico. Peça ao grupo que pense sobre os comportamentos que esperamos
dos homens e dos comportamentos que esperamos das mulheres. Essas expectativas são
os papéis de género.

O termo papéis de género refere-se a um tipo de papel social que determina a maneira
pela qual homens e mulheres na sociedade devem agir. Os papéis de gênero são
baseados em normas e padrões acordados pela sociedade sobre o que é masculinidade e
o que é feminilidade.

A diferença entre o conceito de gênero e o de sexo é que o sexo se refere à parte


biológica, istoé, às características primárias, como o sistema reprodutivo, e às
características secundárias,como a altura. Em outras palavras, o sexo biológico pode
definir uma pessoa com seios ou pelosfaciais.

Porém, é a sociedade que determina que, por exemplo, o masculino está associado à cor
azul eo feminino à cor rosa, através das normas associadas aos papéis de gênero
(aspecto social). Os papéis de gênero não são estáticos, mas estão constantemente
mudando em resposta à evolução de uma determinada sociedade e à transformação do
conceito associado a cada um dos sexos. Existem diferentes teorias sobre como os
papéis de género são adquiridos em nossa sociedade. Por um lado, existem mais
abordagens biológicas que tentam explicar as preferências, brinquedos, interesses e
profissões de jogos por meio de características dependentes do sexo que influenciam o
funcionamento do cérebro humano.

Papéis de género e socialização


Socialização é a maneira pela qual a sociedade incute em seus membros quais são as
funções e expectativas associadas à masculinidade e à feminilidade. Dessa maneira, as
crianças aprendem quais são seus “papéis” (papéis) no “trabalho” da sociedade.

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Socialização familiar
A socialização ocorre em muitos níveis, mas o mais importante é o que ocorre na
família, uma vez que é o ambiente em que as crianças nascem e em que serão
exclusivamente até começarem a participar mais da sociedade. ir a escola.
Esse processo de socialização em termos de papéis começa a partir do momento em que
o menino ou menina nasce. Outra maneira pela qual as crianças aprendem a se
comportar é observando a maneira como os adultos ao seu redor reagem às suas
escolhas de roupas, brinquedos e outros itens.

Papéis de género: masculinidade e feminilidade


A maneira como o sexo é expresso como um aspecto biológico é praticamente
inalterado entre diferentes sociedades. Ou seja, independentemente da cultura, a grande
maioria das mulheres menstrua e desenvolve seios.
No entanto, a maneira como o género é expresso varia muito entre as sociedades. Por
exemplo, existem culturas nas quais vestidos e saias são considerados roupas
masculinas.
Na cultura ocidental, espera-se que os meninos brinquem com caminhões, armas de
brinquedo, super-heróis e figuras de acção (jogos e brinquedos relacionados a questões
agressivas ou de acção) e que as meninas brinquem com bonecas, roupas e maquiagem
(jogos e brinquedos relacionados com cuidado e delicadeza).

Papéis de género na vida escolar e profissional


No sistema educacional, você também pode ver diferenças: desde escolas
completamente segregadas por sexo (escolas femininas e masculinas) até a separação
que pode ser feita durante as aulas em termos de assentos, assuntos ou eventos
competitivos.
Na escola, também existem expectativas diferentes de como meninos e meninas devem
se comportar. E na idade adulta também existem profissões e ofícios nos quais os
homens superam as mulheres e vice-versa.

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Considerações Finais

O temo personalidade “vem do latim persona que originalmente significava máscara”


(CARDOSO, FROIS & FACHADA, 1993, p. 370). Esta visão serviu para definir
personalidade do ponto de vista externo. Mais tarde o conceito de personalidade passou
a referir as qualidades que estão por detrás da máscara, ou seja, as qualidades íntimas e
pessoais do indivíduo.
Neste sentido Pestana & Páscoa (1995) entendem por personalidade ao conjunto
estruturado das características inatas (herdadas), das aquisições do meio (sociocultural),
e da história das experiências vividas (desenvolvimento) que organizam e determinam o
comportamento do indivíduo.
A definição destes autores dispensa o esclarecimento dos elementos importantes no
desenvolvimento da personalidade, pois ficou claro que o meio, a herança, e as
experiências vividas constituem factores preponderantes na compreensão da totalidade
do indivíduo.
A noção de personalidade varia de corrente para corrente da psicologia. O termo tem
vindo associado a outros como carácter e temperamento, próximos, mas não sinónimos.
As teorias da personalidade divergem essencialmente na importância que atribuem aos
factores responsáveis na formação doa personalidade.

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Referências Bibliográficas
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Janeiro.
 Erikson, E. H. (1987) Infância e Sociedade. 2ª Edição: Zahar editores. Rio de
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do original: "Über die entwicklung der persönlichkeit". Tradução: Frei
Valdemar do Amaral. ISBN 85-332- 0813-8.
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In: R. D. Ashmore, & L. Jussim (Eds.), Self and identity: Fundamental issues
(Rutgers Series on Self & Social Identity vol. 1, pp. 81-105). New York: Oxford
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 Hansenne, M. (2003). Psicologia da Personalidade. Lisboa: Climepsi

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