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CULTIVO DO PINHÃO MANSO

JATROPHA CURCAS L.
Mestranda:
Claudia Borgmann
Histórico
Históricamente:
• Origem:
África, Índia, Cabo Verde,
• Nativa da América Central e Comerciantes Portugueses
América do Sul Madagascar, Java, Malásia,
Tailândia e Filipinas.
• O pinhão-manso é encontrado em todas as regiões tropicais, temperadas e, em menor
escala, nas frias.
• A denominação científica em grego “Jatropha“ significa medicamento.
• Usado para iluminação, em lamparinas, candeeiros e na iluminação pública de cidades.
• Até antes da segunda Guerra Mundial, em 1939, o principal emprego do óleo de
pinhão manso era na saboaria e na fabricação de estearina.
• No Brasil, o pinhão manso era bastante plantado nas divisas de sítios, em São Paulo,
Goiás e Minas Gerais
• Primeira colheita (2009) comercial nacional e exportação do óleo para Europa e
Estados Unidos.
(Rocha, 2011)
Distribuição Mundial

Fonte: BAJAY, 2009.


Botânica
Botânica
Nomenclatura
Reino: Plantae
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Euphorbiales
Família: Euphorbiaceae
Gênero: Jatropha
Espécie: Jatropha Curcas L,
(BAJAY, 2009).
Fonte: Rocha, 2011.
• Arbusto de Crescimento rápido,
podendo atingir mais de 5 metros de
Botânica altura.
• Caule é liso e de lenho mole.
• Raízes curtas e pouco ramificadas.
• Planta perene (40 anos) e monóica, a
abertura das flores femininas na
mesma inflorescência ocorre em dias
diferentes. Após a abertura da
primeira flor, as outras abrirão
durante cerca de 11 dias consecutivos.
• Polinização é por insetos.
• Da flor ao fruto são decorridos cerca
de 60 dias.
• O tronco é dividido desde a base, em compridos ramos (Dias et al. 2007).
• As folhas são verdes e brilhantes, largas e alternadas, em forma de palma com
três a cinco lóbulos, com nervuras esbranquiçadas e salientes na face inferior.
• Planta caducifólia.

Fonte: Rocha, 2011.


• O fruto é capsular ovoide, com 1,5 a 3,0 cm de diâmetro, trilocular,
formado por um pericarpo ou casca dura lenhosa, contendo três
semente, sendo uma por lóculo.
• Maturação não uniforme.
• No geral, 53 a 62% do peso do fruto é representado pelas sementes e
38 a 47% pela casca.
• O peso dos frutos varia de 1,5 a 3,0 gramas (Dias et al. 2007)

Fonte: Rocha, 2011.


Ciclo de desenvolvimento do 1º
ano de cultivo
DIAS CICLO DE DESENVOLVIMENTO
0 a 10 DAS* Germinação
10 a 40 DAS Produção de Mudas
40 a 60 DAS Transplante (Três a sete folhas
definitivas)
0 a 120 DAP** Crescimento
120 a 150 DAP Vegetativo Florescimento
(raiz, ramos
150 a 240 DAP Produção de Frutos
e folhas)
* Dias após a semeadura; ** Dias após o plantio

Fonte: BAJAY, 2009.


Ciclo fenomenológico de
Jatropha Curcas no Brasil
Produção de Frutos
Florecimento
Crescimento Vegetativo (folhas, ramos e raiz) Repouso Vegetativo (caducifólia)

Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out

Fonte: BAJAY, 2009.


Importância Econômica
• Adição progressiva do biodiesel ao diesel;
• Diminuição da importação de tal derivado do petróleo;
• Alto conteúdo de óleo (30-40% do peso da semente);
• Baixo custo de implantação;
• Integração do acesso à produção com renda (pela da venda do óleo das sementes
para fins de combustíveis);
• Suprimento de energia (o óleo pode ser utilizado em motores e máquinas para a
geração de eletricidade);
• Contribui no desenvolvimento rural (com o emprego da mão-de-obra familiar), e
com consequente fixação do homem no campo;
• Segurança alimentar, pois permite o uso de culturas anuais alimentícias em
consórcio (SATO et al, 2007).
Fonte: BIODIESELBRASIL, 2007.
Saúde
• Matéria-prima para a pesquisa e desenvolvimento de cosmecêuticos;
• Ação antibacteriana, na qual seu extrato foi testado contra bactérias que
causam infecções de pele, como a Staphyloccocus Aureus, apresentando boa
atividade antibiótica;
• Age diretamente na diminuição de rugas, desaparecimentos de manchas e
minimização de cicatrizes (PEREIRA, 2011).
• A Jatropha curcas também é utilizada como hipoglicemiante (DOS SANTOS et al.,
2008).

Fonte: PEREIRA, 2011.


Uso potencial
• O Pinhão-manso (Jatropha curcas L.) é uma das oleaginosas
potenciais para o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel;
• A espécie vem sendo amplamente adotada em diversas regiões do
Brasil, principalmente Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste;
• Mais de 30 mil hectares implantados com a cultura, com potencial de
produção de mais de 90 mil toneladas de grãos/ ano, considerando os
plantios no estágio adulto, o que geraria na extração do óleo uma
produção de aproximadamente 58,5 mil toneladas/ano de torta
(MENDONÇA, 2009).
• A torta, resultante da extração do óleo das
sementes de pinhão-manso, constitui
excelente adubo orgânico, rico em
nitrogênio, fósforo e potássio.
• Poder-se-ia dar esta destinação às cascas
dos frutos e das sementes, aproveitando a
torta rica em proteína (46-63%, dependendo
do método de extração do óleo) como
suplemento protéico altamente nutritivo na
ração de ruminantes de pequeno e grande
porte.
• Impossibilidade devido à presença de fatores
limitantes tóxicos, alergênicos e Fonte: MENDONÇA, 2009.
antinutricionais (MENDONÇA, 2009).
Efeitos toxicológicos do Pinhão
Manso

Fonte: MENDONÇA, 2009.


Solo
Como é realizado
o Plantio
Escolha do local de plantio
• A cultura do pinhão manso pode ser localizada em qualquer área disponível
da propriedade.
• No entanto, as melhores áreas devem ser destinadas aos plantios de culturas
agrícolas que visam à produção de alimentos. Atendendo a esse conceito, e
aproveitando-se da rusticidade da espécie, a preferência recai sobre as
áreas mais declivosas, exauridas ou abandonadas, para que se tenha um
aproveitamento mais adequado das terras agricultáveis disponíveis na
propriedade.
• Em qualquer dos casos devem sempre ser observadas as práticas de
controle à erosão. (ROCHA, 2011).
Espaçamentos
• O espaçamento pode variar levando-se em consideração o sistema de
cultivo a ser utilizado (solteiro ou consorciado) e os tratos culturais
adotados.

Fonte: ROCHA, 2011.


SISTEMA DE PLANTIO
• O sistema de plantio pode ser em covas ou em sulcos, dependendo das
condições de solo e topografia, utilizando-se arado ou sulcador, com uma
profundidade aproximadamente de 30 cm.
• No plantio por covas, preconizam-se tamanhos diversos, podendo
apresentar dimensões em largura, comprimento e profundidade,
variando de 30 cm x 30 cm x 30 cm ou seguindo as mesmas
recomendações da cultura do café, 40 cm x 40 cm x 40 cm, embora a
literatura cite para casos especiais, em que os solos são mais
compactados, a dimensão de 50 cm x 50 cm x 50 cm (ROCHA, 2011).
Propagação do Pinhão Manso
• A propagação do pinhão manso ocorre por via vegetativa ou por
sementes, sendo esta última a mais utilizada atualmente

Fonte: ROCHA, 2011.


Poda
• As flores de pinhão manso nascem apenas no final dos ramos, e a poda de galhos
eleva o potencial de produção de frutos, além de manter a uniformidade das
plantas.
• Com uma poda adequada, a planta deverá ter ramos laterais mais fortes para
suportar o peso dos frutos.
• A poda deverá ser realizada no período de seca, principalmente quando as
plantas perdem as folhas.
• A poda na estação chuvosa aumenta os riscos de infecção por fitopatógenos.
• As podas devem ser conduzidas de forma a manter a planta com porte baixo
(ROCHA, 2011).
Tipos de Poda
• PODA DE FORMAÇÃO:
É recomendada apenas em plantas que não apresentam boa ramificação na
base. Porém, tem-se observado que a adubação de plantio e o controle das
plantas indesejáveis, quando bem feita, proporciona uma boa ramificação na
base da planta, dispensando a poda de formação. Geralmente é feita a uma
altura variando de 50 a 70 cm (ROCHA, 2011).

Fonte: ROCHA, 2011.


• PODA DE PRODUÇÃO:
Consiste na eliminação de 20 cm da ponta de cada ramo, realizada no início
do inverno. Tem o objetivo principal de controlar a altura da planta,
facilitando assim os tratos culturais e, principalmente, a colheita (ROCHA,
2011).

Fonte: ROCHA, 2011.


• PODA DE REFORMA OU MANUTENÇÃO
A poda de reforma ou manutenção tem a função de eliminar ramos os
secos, os ladrões (ou chupão), ramos doentes, com ataque de pragas ou
ervas parasitas e os brotos de raiz (ROCHA, 2011).

Fonte: ROCHA, 2011.


Correção de
solos
Calagem
Tem o objetivo de corrigir o pH (acidez), fornecer cálcio e magnésio e aumentar a
disponibilidade de nutrientes para a planta. A recomendação é elevar a saturação
em bases (V) a 60%.
Em solos ácidos, com pH abaixo de 4,5, as raízes do pinhão-manso não se
desenvolvem, sendo necessária a realização de calagem com base em análise
química do solo; a calagem deve ser realizada cerca de três meses antes do plantio,
com o calcário incorporado a profundidade de até 20 cm do solo, em duas
aplicações, antes da aração e quando da gradagem específica para a correção do
solo (ARRUDA et al, 2004).

Gessagem
Tem o objetivo de reduzir a disponibilidade de alumínio nas camadas mais
profundas do solo, favorecendo, assim, o desenvolvimento do sistema radicular
das plantas nessas camadas. A gessagem deve ser recomendada quando a
saturação de alumínio nas análises de 20 a 40 cm de profundidade for maior que
40%.
Adubação
• A adubação de plantio é muito importante na implantação da cultura do
pinhão manso, já que a radícula (raiz embrionária) nas mudas de sementes
tem grande dificuldade de absolver nutrientes aplicados ao solo nos
primeiros meses.

• Experiências têm demonstrado também que a planta responde bem quando


se usa quantidades expressivas de matéria orgânica.

• No sistema de plantio por mudas ressalta-se a importância do potássio na


adubação de fundação, porém ressalta-se ainda que se o período dessa
adubação estiver seco, devido ao potencial salino desse adubo, pode
ocorrer toxidez, devido ao aumento da pressão osmótica da solução do
solo, o que dificulta a absorção de água pela planta, podendo levar à
morte.
• No caso do nitrogênio, a recomendação é que se use apenas fonte orgânica.
Sugere-se então que tanto o potássio quanto o nitrogênio seja disponibilizado
em cobertura, a partir de 30 dias após o plantio.

• A adubação fosfatada é muito importante, tanto no plantio quanto em


cobertura, pois ela promove um aumento no número de cachos, bem como na
produção de sementes, no primeiro ano de cultivo das plantas de pinhão
manso.

• As adubações de cobertura são necessárias para fornecer nutrientes que


estejam com pouca disponibilidade no solo e para reposição dos nutrientes
extraídos em função da produção de grãos.
Exigências Minerais da Cultura
Estimativa de extração de Macronutrientes pela produção de Frutos, de acordo
com a produção esperada de sementes nos respectivos anos de cultivo.

Estimativa de extração de Micronutrientes pela produção de Frutos, de acordo


com a produção esperada de sementes nos respectivos anos de cultivo.

Fonte: LAVIOLA, 2008.


Inoculação
• Fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) são associações simbióticas
comumente descritas como o resultado de eventos de co-evolução entre
fungos e plantas, em que ambos se beneficiam da troca de nutrientes
(BONFANTE; GENRE, 2008).
• A inoculação de fungos micorrízicos ao substrato é benéfica na produção de
mudas mesmo em solo não adubado, podendo garantir um melhor
desenvolvimento a campo (COELHO et al., 2012).
• O crescimento em mudas de pinhão manso com a inoculação de fungos
micorrízicos (GARCIA et al., 2009) mostrou aumento em altura em torno de
98% e 106% em solos sem inoculação de fósforo após a inoculação de
adição de ácido giberélico.
Principais Sintomas
de Deficiência
Nutricional
Deficiência de Nitrogênio

Fonte: LIMA FILHO, 2015.


Deficiência de Fósforo

Fonte: LIMA FILHO, 2015.


Deficiência de Potássio

Fonte: LIMA FILHO, 2015.


Deficiência de Cobre

Fonte: LIMA FILHO, 2015.


Deficiência de Cálcio
Deficiência de Magnésio
Deficiência de Enxofre

Fonte: LIMA FILHO, 2015.


Deficiência de Boro

Fonte: LIMA FILHO, 2015.


Deficiência de Ferro

Fonte: LIMA FILHO, 2015.


Deficiência de Manganês

Fonte: LIMA FILHO, 2015.


Fitossanidade
Plantas daninhas
• O controle de plantas indesejáveis é necessário especialmente na fase de
desenvolvimento inicial das plantas, para que se obtenha uma lavoura
bem formada.
• Deve-se ressaltar a importância da cobertura para a proteção do solo
nas entrelinhas.
• Sugere-se controle total dessas plantas em torno de 1,0 m ao redor da
planta de pinhão manso, efetuando a roçada manual ou mecânica nas
entrelinhas, evitando a concorrência em água, luz e nutrientes (ROCHA,
2011).
Amendoim bravo (Euphorbia heterophylla L.) Erva-tostão (Boerhavia diffusa L.)

Trapoeraba (Commelina Virginica L.) Guanxuma (Sida rhombifolia L.)

Fonte: FEY et al., 2013.


Capim marmelada (Brachiaria plantaginea) Capim carrapicho (Cenchurs echinatus L.)

Capim massaramba (Sorghum halepense)

Fonte: FEY et al., 2013.


Principais Pragas
Ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus)

Fonte: DE ALBUQUERQUE, 2008.


Ácaro vermelho (Tetranychus sp.)

Fonte: OLIVEIRA, C. M.; FRIZZAS, M. R.; DIANESE, A. C, 2012.


Cigarrinha (Empoasca sp.)

Fonte: EMBRAPA, 2010.


Broca do pinhão manso (cophes notaticeps):

Fonte: OLIVEIRA, C. M.; FRIZZAS, M. R.; DIANESE, A. C, 2012.


Percevejo (Pachycoris torridus)

Fonte: ROCHA, 2011.


Trips (Selenothrips rubrocinatus):

Fonte: ROCHA, 2011.


Formigas
• O ataque de formigas cortadeiras poderá ser intensificado quando a lavoura
estiver localizada em áreas próximas a matas ou em áreas com históricos
de presenças de formigueiros.
• O controle deve ser feito 60 dias antes do plantio e deve ser acompanhado
nos três primeiros anos da lavoura (ROCHA, 2011).
• Saúva (Atta sexdens rubropilosa)
• Formiga “Rapa-rapa”
Cupim
• Esta praga pode matar a planta em qualquer idade. Destrói a casca na
região basal do caule, a qual apodrece, caindo o tronco da planta ao chão.
• Os cupins atacam as raízes das plantas, das quais se alimentam.
• A morte das raízes, bem como a emissão de raízes adventícias, provoca o
atraso no desenvolvimento das plantas, a redução da capacidade produtiva
e, em casos extremos, a morte da planta (ROCHA, 2011).
Principais
Doenças
Oídio ou mofo-branco (Oidium sp)

Fonte:

Fonte: DIANESE, A. de C.; CARGNIN, 2008.


Seca-descendente e Podridão da base do caule: Causada pelo
fungo Lasidiodiplodia theobromae

Fonte: Instituto Fazenda Tamanduá, 2012.


Ferrugem: Doença causada pelos fungos Phakopsora jatrophicola
e P. Arthuriana

Fonte: CARNEIRO et al., 2011.


Antracnose: Associada aos fungos Colletotrichum
gloeosporioides (Penz) Sacc. e C. capsici (Syd.) Butl e Bisby

Fonte: URABIO, 2017.


Gomose: Doença causada por Phytophthora sp.
Fungos em sementes: Dentre os principais estão Alternaria
alternata, Colletotrichum gloeosporioides, Rhizoctonia solani e
Fusarium sp., entre outros.

Fonte: DE SÁ, et al., 2011.


• Mancha de passarola (Passalora ajrekari (Syd.) U. Braun);
• Viroses: Alguns vírus já foram relatados em Jatropha sp., tais
como: Jatropha mosaic vírus e African cassava mosaic vírus.
Controle Químico
Medidas de Controle de Doenças
• Não existem, até a presente data, produtos registrados para a cultura do
pinhão manso que possam ser recomendados no controle das principais
pragas e doenças. No entanto, por se tratar de uma cultura não
alimentar, existem alguns controles alternativos utilizados e
recomendados por diversas instituições de pesquisa (ROCHA, 2011).
CONTROLES ALTERNATIVOS
• Ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus)
• Beauveria bassiana - formulação comercial;
• Beauveria JCO Metarhizium - formulação comercial;
• Metarhizium JCO Extrato de folha de neem = 100 gramas par a 1,0 l de água;
• Folha de mamona = 200 gramas de folha + 25 gramas de bicarbonato de sódio para 1,5 l
de água;
• Óleo de pinhão manso a 1% Óleo de neem comercial a 1% ;
• Óleo de mamona a 1% Folha de neem + inseticida Óleo de neem + inseticida;
• Óleo de mamona + inseticida;
• Óleo de pinhão manso + inseticida (ROCHA, 2011).
• Ácaro Vermelho (Tetranychus sp)
• A aplicação do enxofre em pó é também eficiente para o controle dessa
praga.
• Oídio (Oidium sp)
• O controle pode ser feito com pulverização de enxofre em pó ou com a
receita natural, descrita a seguir: misturar 1,0 litro de leite cru, filtrado,
com 19 litros de água limpa. Pulverizar sobre as plantas afetadas.
• Gomose (Phytophthora sp.)
• Esta doença pode ser controlada com a aplicação de sulfato de cobre na
superfície do caule atacado (ROCHA, 2011).
Colheita
• A planta do pinhão manso apresenta período fenológico de colheita que
varia em função da sua idade e do período em que o campo foi implantado.
• Os frutos são colhidos após a maturação, que ocorre com o
escurecimento das cápsulas (AVELAR, 2009).

Fonte: MARTINS, 2012.


Colheita Manual Colheita Semi-Mecanizada
(Derriçadeira)

Colheita Mecanizada

Fonte: MARTINS, 2012.


Pós Colheita - Secagem
• Após colhidos, os frutos devem ser espalhados e colocados ao sol para
completar a secagem.
• Secadores também podem ser utilizados.
• Experiências têm demonstrado que bastam três dias no terreiro para
que o teor de umidade fique em torno de 12% ocasião em que o fruto
está pronto para a operação de beneficiamento (debulha).
• Posterior à secagem dos frutos realiza-se a debulha; que pode ser
manual (pequenos volumes – 5 a 120 hectares) ou mecânica (grandes
volumes – grandes áreas).
• Para a debulha manual é preciso fazer também a separação de casca e
grão; processo que aumenta os custos de produção. No caso da máquina
debulhadora, a separação é automática (SIQUEIRA, 2012)
Fonte: MARTINS, 2012.
Rendimentos de Colheitas

Fonte: ROCHA, 2011.


Transporte
Armazenamento
• Após o beneficiamento (debulha), os grãos são ensacados e
armazenados em locais arejados, seco e sobre estrados de madeira.
Podem ser utilizadas as tulhas de café.
• Os grãos também podem ser armazenados secos sem beneficiamento.

Fonte: MARTINS, 2012.


Óleo de Pinhão
Manso e Biodiesel
Estrutura orgânica do óleo
Biodiesel
• Para Purcino e Drummond (1986) o pinhão manso é uma planta produtora de
óleo com todas as qualidades necessárias para ser transformado em óleo diesel.

• Segundo Brasil (1985), nos países importadores, basicamente Portugal e França,


as sementes de pinhão manso sofrem o mesmo tratamento industrial que as
bagas de mamona, isto é, cozimento prévio e esmagamento subsequente em
prensas tipo “expeller”, para extração do óleo, que em seguida, é filtrado,
centrifugado e clarificado, resultando um produto livre de impurezas.

• A torta, que contém ainda aproximadamente 8% de óleo, é re-extraída com


solventes orgânicos, geralmente hexano.
• O farelo residual é ensacado para aproveitamento como fertilizante natural,
em virtude dos teores elevados de nitrogênio, fósforo e potássio.

• Não pode ser utilizado como lubrificante, devido a sua baixa viscosidade e
grande porcentagem de ácidos graxos impróprios, que podem provocar rápida
resinificação.

• No entanto pesquisas levaram a conclusão de que esse óleo pode também ser
utilizado como combustível nos motores Diesel, o qual se comporta bem, sem
qualquer tratamento prévio especial e com quase igual potência às
conseguidas com o gasoil.

• Contudo, o consumo é evidentemente maior, devido à diferença dos poderes


caloríficos (CORTESÃO, 1956)
• A demanda nacional foi de aproximadamente 45 milhões de m3 no ano de
2009 (BEN, 2010), dos quais cerca de 80% foi direcionado ao setor de
transportes.

• No ano de 2004, foi delineado o PNPB - Programa Nacional de Produção e


Uso do Biodiesel em que, a partir da Lei 11.097/05, estabeleceu que em
todo o óleo diesel comercializado no país, se misture um percentual de
biodiesel, hoje estipulado em 5% em volume (B5).

• Segundo Ackon e Ertel (2005), o óleo de pinhão reduz as emissões de


CO2, não emite gases de efeito estufa e contém enxofre em valores
inexpressivos (não formando dióxido de enxofre que causa a chuva
ácida), sendo, portanto, uma alternativa que atende aos fatores
ambientais
• Características físico-químicas óleo pinhão-manso são comparáveis às
especificações padronizadas para o óleo diesel:

Fonte: Saturnino et al., 2005.


Pinhão Manso em Comparação
com outras Culturas

Fonte: CONAB, 2009.


Vantagens
• Severo na natureza; pode crescer e sobreviver com poucos cuidados em terra
marginais (de pouco fertilidade);
• Crescimento rápido e planta de vida longa;
• Planta de fácil de propagação;
• Sementes não comestíveis (tóxica), nem levadas por pássaros ou animais;
• Controle de erosão (redução da erosão do vento ou da água);
• Melhoria da fertilidade do solo;
• Aumento da renda para produtores rurais;
• Produção de energia nas áreas rurais;
• A torta é muito valiosa como adubo orgânico e fertilizante;
• Planta altamente adaptável, com grande habilidade para crescer em locais pobres,
secos;
• Pouco exigente em nutrientes;
• Biodisel (500 litros/ha).
Desvantagens
• Baixa resistência ao frio.
• Má qualidade da madeira.
• Sementes tóxicas.
• A torta que sobra não pode ser usada para alimentação animal, devido as
suas propriedades tóxicas.
Referências
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drought regions. In: FORUM DER FORSCHUNG, 18, 2005, Eigenverlag. Anais... Eigenverlag: BTU Cottbus, 2005, p. 74-78.

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<http://www.ubrabio.com.br/1891/noticias/cientistanigerianodesenvolvepesquisacompinhaomansona_224206/>. Acesso em: 06
mai 2017.
Obrigada!
Dúvidas?

Discente: Lic. em Matemática Claudia Borgmann


Prof: Dr. Reginaldo Ferreira Santos
Resultados de
Artigos
Artigo: “A CULTURA DO PINHÃO-MANSO (JATROPHA CURCAS L.): USO PARA FINS COMBUSTÍVEIS E DESCRIÇÃO AGRONÔMICA”
Fonte: FEY et al., 2013.
“Acúmulo de matéria seca e óleo nas sementes de pinhão-manso e qualidade do óleo extraído”
Artigo: “Pinhão-Manso: Uma Alternativa para Produção de Biodiesel na Agricultura Familiar da Amazônia Brasileira”
Artigo: “Caracterização química de sementes e tortas de pinhão-manso, nabo-forrageiro e crambe”
Artigo: “Características Fitotécnicas do pinhão manso, visando a colheita mecanizada.”
Artigo: “Crescimento do pinhão-manso irrigado com águas salinas em ambiente protegido”.
Artigo: COMPOSTO ORGÂNICO E INOCULAÇÃO MICORRÍZICA NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PINHÃO MANSO

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