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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,

CIÊNCIA E TECNOLOGIA BAIANO


Campus Itapetinga

Disciplina: Agricultura III - Fruticultura

A cultura da banana

Profa. Emile Paz


Importância econômica

Produção de banana no Brasil e no Nordeste


Brasil Toneladas Nordeste Toneladas
Bahia 1.258,03 Bahia 1.258,03
São Paulo 1.084,84 Ceará 398,86
Santa Catarina 618,89 Pernambuco 368,95
Pará 560,31 Maranhão 125,55
Agrianual, 2008

• É produzida em todo território nacional:


Nordeste: 34%
Norte: 26%
Sudeste: 24%
Sul: 10%
Centro-Oeste: 6%
Importância econômica

• Estimativa: 1 ha rende 1 salário mínimo mensal;

• É a segunda fruta mais consumida nas diferentes classes


econômicas devido seu valor nutritivo e baixo custo;

• Rica em carboidrato, vitaminas (C, A, B1, D), potássio,


fósforo...

• Tem papel fundamental na fixação da mão-de-obra rural;

• Fruteira de cultivo relativamente fácil.


Classificação botânica

• Classe: Monocotiledônea
• Família: Musaceae
• Nome científico: Musa spp.
• Espécies genitoras da banana comestível:
Musa acuminata (AA) - frutos sem gosto
Musa balbisiana (BB) - frutos com sementes
• Essa combinação (A x B) resultou nos grupos:
Diplóides: AA, BB e AB
Triplóides: AAA, AAB e ABB
Tetraplóides: AAAA, AAAB, AABB e ABBB
Classificação botânica

Musa balbisiana (BB) -


frutos com sementes

http://antunescmpa.blogspot.com/2011/06/respeito-da-
banana.html
Classificação botânica

Características de interesse nos programas


de melhoramento genético:

• Maior nível de partenocarpia;


• Maior número de dedos e pencas;
• Maior comprimento dos dedos;
• Boa formação dos cachos;
• Resistência à doenças e pragas.
Exigências edafoclimáticas

Planta tropical

• Temperatura:
Faixa ótima de 26-28°C, com mínimas não inferiores a
15°C e máximas não superiores a 35°C.

• Precipitação:
Bem distribuída de 100 a 180 mm/mês; > exigência na
época do florescimento e início da frutificação.
Fora dessa faixa, suprir com irrigação.
Exigências edafoclimáticas

• Luminosidade:
Alta luminosidade;
Sombreamento ou pouca luminosidade retarda o ciclo de
produção. (ex: 12 meses => 14 meses).

• Ventos:
Ventos fortes (acima de 30Km/h) podem causar danos:
- Fendilhamento das folhas, diminuição da área foliar;
- Rompimento de raízes;
- Quebra e tombamento de plantas.
Exigências edafoclimáticas

• Umidade Relativa:
Melhor desenvolvimento em UR > 80%; porém, quando
associado a chuvas e altas temperaturas favorece
doenças fúngicas.

• Solos:
Mais indicados => solos argilosos ou argilo-arenosos;
pH de 4,5-7,0.
Estrutura da planta

Planta herbácea

Sistema radicular:
Superficial, 70% das raízes são
encontradas a 0,20 m de
profundidade e a 1,50 m do
pseudocaule.

Rizoma:
Órgão de reserva da planta,
caule subterrâneo, possuem
várias gemas, originam os filhos
(chifres).
Estrutura da planta

Folhas:

São formadas por bainha


foliar, pecíolo, nervuras e
limbo;

• Bainhas unem-se e
formam o pseudocaule;

• Duração da folha: 70 a
280 dias;

• Pode produzir de 30 a
50 folhas.
Estrutura da planta

Inflorescência:

É uma espécie de
espiga simples, que
emerge do centro das
bainhas foliares,
protegidas por uma
grande bráctea.
Estrutura da planta
Flores:
São femininas e masculinas; as
femininas situam-se na base do
raque e as masculinas na parte
terminal.
Os frutos são formados por
partenocarpia, sem a
necessidade de polinização.
Inflorescência e Cacho

http://www.flickr.com/photos/casaalmare/4462799862/

http://genildoronchi.blogspot.com/2011/01/abelhas-na-flor-da-bananeira.html

Cacho da bananeira
Estrutura da planta
Cachos:
Formado por pedúnculo (engaço),
ráquis, penca (mão), dedos
(frutos) e botão floral (coração).
Ciclo da planta: 10 a 18 meses

Frutos:
São bagas alongadas,
partenocárpios, podem ser retos
ou curvos.
Cultivares
Principais cultivares produzidas no Brasil

1. Prata
• Porte alto: 4,5 a 5,5 m;
• Cacho pequeno; peso de 10-16 Kg;
• Apresenta sistema radicular
agressivo, sobrevive e produz em
solos pobres e com deficiência
hídrica;
• Suscetível ao Mal-do-panamá,
limita o cultivo.
Prata tipo exportação
Cultivares
Principais cultivares produzidas no Brasil

2.Grande Naine

• Porte médio: 2,5 a 3,0 m

• Situada entre a Nanica e Nanicão;

• Cacho ligeiramente cônico, médio a


grande 15 - 45 Kg;

• Suscetível às Sigatokas amarela e


negra, aos nematóides (principalmente
Radopholus similis) e à broca-do-rizoma;

• Resistente ao mal-do-Panamá;

• Cultivar exportada.
Cultivares
Principais cultivares produzidas no Brasil

3. Nanica
• Porte baixo: 1,5 a 2,0 m;

• Também conhecida como banana


d’água;

• Cacho com forma cônica; peso de 25


a 45 Kg; com 10 a 13 pencas;

• Não indicada para exportação; 3-4


últimas pencas de tamanho menor;

• Bastante utilizada no processamento


industrial.
Cultivares

Principais cultivares produzidas no Brasil

4. Nanicão
• Porte médio: 3,0 a 3,5 m;
• Mutação da cultivar nanica;
• Cacho cilíndrico; peso de
25 a 50 Kg; com 10 a 15
pencas;
• Cultivar exportada;
• Bastante utilizada no
processamento industrial.
Cultivares

Principais cultivares produzidas no Brasil

5. Maçã
• Porte médio: 3,0 a 3,5 m;
• Ótima qualidade e excelente
aceitação no mercador
consumidor;
• Cacho pequeno; peso de
15Kg; com 7 a 10 pencas;
• Altamente suscetível ao
Mal-do-panamá, limita o
cultivo.
Cultivares
Principais cultivares produzidas no Brasil

6. Terra
• Porte alto: 4,0 a 5,0 m;
• Plantio limitado e de difícil
manejo, devido a altura e
fácil tombamento;
• Peso cacho: 25-60Kg;
• Necessita de escoramento;
• Muito suscetível ao ataque
da broca-da-bananeira.
Cultivares
Principais cultivares produzidas no Brasil

7. Gros Michel
• Porte alto: 8 m;
• Cacho cilíndrico, peso
28-41Kg, com 9 a 10
pencas;
• Suscetível ao Mal-do-
panamá;
• Cultivar exportada.
Outras Cultivares

Banana roxa
• Recomenda-se
consumí-las cozidas,
fritas ou assadas.
Propagação
• Obter mudas de viveiros credenciados ou de um
bananal livre de pragas e doenças

Chifrinho: 0,20 a 0,30 m de altura


Chifre: 0,50 a 0,60 m de altura
Chifrão: 0,60 a 1,5 m de altura
Principais tipos de mudas de bananeira. a) muda micropropagada, b)
chifrão, c) chifre, d) chifrinho, e) rizoma de planta adulta, f) rizoma com
filho, g) pedaço de rizoma, h) guarda-chuva.

Foto: Janay Almeida dos Santos-Serejo.


Fig. 2. Muda de bananeira
micropropagada.

Foto: Moreira (1999).


Propagação

Rizoma de bananeira
Propagação

Fracionamento do rizoma

• Plantio dos rizomas em


canteiros (20x5cm);
• Transplantio após 3 meses,
com todo o sistema radicular. Mudas pedaço de rizoma com gema
brotando e já com raízes
Propagação

Mudas de banana
Plantio

• Época de plantio:

Região com chuvas bem distribuídas plantio em


qualquer época do ano.

Evitar época muito chuvosa devido ao


encharcamento, promove o apodrecimento das
mudas.
Plantio
• Espaçamento:
• Varia com o porte da cultivar;
• Porte baixo a médio (Nanica, Nanicão, Grande Naine,
Prata Anã): 2,0x2,0m; 2,5x2,0m; 2,5x2,5m.
• Porte semi-alto (Maçã, Terrinha, Mysore): 3,0x2,0m;
3,0x2,5m.
• Porte alto (Terra, Prata, Pacovan): 3,0x3,0m; 3,0x4,0m.

Fileiras duplas:
• Porte baixo: 4,0x1,5x2,0m.
• Porte semi-alto: 4,0x2,0x2,0m.
• Porte alto: 4,0x2,0x3,0m.
Plantio

• Coveamento:
Dimensão da cova: 30x30x30 cm ou 40x40x40 cm.
Adubação de plantio mediante análise de solo.

• Plantio e replantio:
Plantar os tipos de mudas separadamente para uniformizar
a colheita.
Replantio: 30 a 45 dias após plantio, usar mudas maiores
do que as inicialmente plantadas, para uniformizar a
colheita.
** O plantio deve ser escalonado para que haja produção
durante todo o ano.
Plantio
Tratos culturais

• Controle das plantas daninhas;

• Desbaste ou eliminação de rebentos;

• Desfolha;

• Eliminação dos restos florais das raques (coração);

• Eliminação dos restos florais (despistilagem);

• Eliminação da última penca;

• Proteção do cacho (ensacamento);

• Escoramento;

• Corte do pseudocaule após a colheita.


Tratos culturais

a) Controle de plantas daninhas:

Roçada com máquinas, enxada e herbicidas


de pré-emergência e pós-emergência.
Tratos culturais
b) Desbaste ou eliminação
de rebentos: retirada dos
rebentos em excesso,
deixando a planta apenas
com um ou dois seguidores
(“mãe, filho e neto”).

“Lurdinha”
Foto: Domingos Souza Ramos
Tratos culturais

c) Desfolha

Corte do pecíolo de baixo


para cima com o podão.
Tratos culturais

d)Eliminação do pseudocaule:

• Propicia melhor desenvolvimento


aos rebentos.

• O corte é feito a 0,10 m do solo.

• Deixando o pseudocaule com 1 m


de altura, num período de 10
semanas, o rebento seguidor se
beneficiará da translocação de
40% de nutrientes.
Tratos culturais

e) Eliminação dos restos florais da raque


(coração):
• Reduz o efeito desfavorável do vento;
• Aumenta o peso e antecipa a maturação do
cacho;
• Reduz a população de tripes.
• Deve ser feita 2 semanas após a emissão da
última penca.
Tratos culturais

Eliminação do coração
Tratos culturais
• Eliminação dos restos florais da raquis (coração)

Arapuá
Tratos culturais

f)Eliminação dos restos florais


(despistilagem): elimina a proliferação de
fungos e insetos.
Tratos culturais

Ataque de
tripes
Tratos culturais

g) Eliminação da última
penca:
• Favorece o desenvolvimento
das outras e um ganho de 5%
no peso do cacho.

• Deixar um dedo para manter


a seiva circulando; faz com
que o engaço permaneça vivo
até este ponto, dificultando o
ataque de fungos.
Eliminação da última penca
Tratos culturais

h) Proteção do cacho
(ensacamento):
Proteção contra roçaduras
de folhas, danos por
pássaros e insetos (tripes e
arapuá).

Proteção do cacho
Tratos culturais

i) Adubação:
• Mediante análise do solo.
• Aplicação deve ser em
coroa ou meia lua, em
frente ao rebento, porém
afastado deste de 20 a 30
cm.

Fotos: Borges, A. L. (2000).


Tratos culturais

j) Escoramento:

Para evitar perdas dos


cachos por queda ou
tombamento da planta.
Irrigação

• A irrigação aumenta a
produtividade em 40%,
em comparação área
sem irrigação;
http://agrotins.to.gov.br/galeria/banana-irrigada-agrotins-2012/

• Métodos mais utilizados:


aspersão, microaspersão
e gotejamento.

http://banassu.com.br/pages/localizacao.asp

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