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PÓS-COLHEITA DE FRUTAS

Profa. Manuela Sulzbach Rodrigues

Santo Ângelo, 05 de janeiro de 2021.


INTRODUÇÃO
• Frutas e hortaliças continuam vivas mesmo após a
colheita;

• Processos biológicos + alto teor de água livre:


ALTAMENTE PERECÍVEIS;

“No Brasil estima-se que entre a colheita e a mesa do


consumidor ocorrem perdas de até 40% das frutas e
hortaliças produzidas”.

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INTRODUÇÃO
• Aparência visual: frescor, cor, defeitos e deterioração;
• Textura: firmeza, resistência e integridade do tecido;
• Sabor e aroma;
• Valor nutricional e Segurança do alimento: qualidade
microbiológica e da presença de contaminantes
químicos;
• Perdas qualitativas dos produtos poderão comprometer
seu aproveitamento e rentabilidade.
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PERDAS PÓS-COLHEITA
• Fatores que contribuem:
✓grande dimensão territorial;
✓dispersão na produção;
✓ distância dos centros de consumo e exportação;
✓deficiência da rede de armazenamento;
✓excesso de oferta;

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PERDAS PÓS-COLHEITA (FAO)
• Brasil desperdiça, por ano, comida que poderia
alimentar 62 milhões de pessoas;
• Mais de 60% do que é plantado se perdem entre
colheita, transporte, processamento e hábitos
alimentares;
• Total de desperdício no país:
✓10% ocorrem durante a colheita;
✓50% no manuseio e transporte dos alimentos;
✓30% nas centrais de abastecimento;
✓10% diluídos entre supermercados e consumidores.
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PERDAS PÓS-COLHEITA

Até 50% no
manuseio e
transporte!

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PERDAS NO BRASIL
• Confederação Nacional da Agricultura (CNA):
transporte rodoviário de grãos o prejuízo anual é de R$
2,7 bilhões;
• Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa): família de classe média joga no lixo, por
ano, 182kg de alimentos;

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PERDAS NO BRASIL
• Centrais de Abastecimento Nacionais:
✓ 26 milhões de toneladas de alimentos;
✓ Suficiente para abastecer 35 milhões de brasileiros,
mais do que o dobro dos 14 milhões que estão em
situação de fome crônica no país (IBGE);
✓ Restaurantes, lancherias e outros estabelecimentos
do gênero com refeições coletivas: 15%;
✓ Nas casas: 20%;

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SOLUÇÃO: REDUZIR PERDAS
• “Reduzir as perdas pode significar um impacto
imediato e significativo nos meios de subsistência e na
segurança alimentar”;

• São desperdiçadas grandes quantidades de alimentos


devido às normas de qualidade que dão excessiva
importância à aparência;

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SOLUÇÃO: REDUZIR PERDAS
• “As pesquisas indicam que os consumidores estão
dispostos a comprar produtos que não cumpram
as exigências de aparência caso não sejam nocivos e
tenham um bom sabor”;

• Adoção de projetos de educação das crianças nas


escolas e apoia iniciativas políticas para mudar a
atitude dos consumidores.

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• A qualidade dos produtos no armazenamento pode
ser influenciada por uma série de fatores, dentre eles,
destacam-se:

- Cultivar;

- Condições edafoclimáticas;

- Tratos culturais;
- Maturação;
- Práticas de manejo pós-colheita.

(Cenci et al., 1997)


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• A redução das perdas pós-colheita está relacionada à
fatores envolvidos nas fases de pré-colheita, colheita
e pós-colheita;

FATORES AMBIENTAIS:
TEMPERATURA

VENTO LUZ
PRÉ-
COLHEITA

URA e
PRECIPITAÇÃO ALTITUDE

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PRÉ-COLHEITA: FATORES CULTURAIS

Seleção de porta-
enxertos resistentes ou
tolerantes à doenças
Controle de pragas e
doenças
PORTA-
Seleção de
ENXERTO cultivares
MANEJO
resistentes ou
CULTIVAR adaptadas
Planta equilibrada
nutricionalmente
produz frutos de
maior qualidade ADUBAÇÃO PRÉ-
COLHEITA Material de
MUDAS propagação de
qualidade
Podas permitem
produzir frutos de PODA e
CONDUÇÃO
maior qualidade
ÉPOCA
DENSIDADE Época de
semeadura
O adensamento tb está relacionado à ou plantio 13
maior qualidade de produção
PRÉ-COLHEITA: FATORES CULTURAIS

• O plantio, a escolha dos cultivares, espaçamento, a


eficiência dos sistemas de irrigação e drenagem, entre
outras várias práticas culturais, são aspectos importantes
que devem ser considerados ainda na fase de
planejamento.

• Os fatores de produção são de grande importância na


fase de estabelecimento de um plantio comercial, pois o
zelo destas práticas pode afetar diretamente na qualidade
final dos frutos e hortaliças.

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PRÉ-COLHEITA

Carência
• Adubação equilibrada: + qualidade pós-colheita;
Excesso
Macronutrientes:
N (nitrogênio)
P (fósforo)
K (potássio)
Ca (cálcio) Grande importância, sua deficiência causa
Mg (magnésio) desordens fisiológicas responsáveis por
S (enxofre) defeitos pós-colheita

Micronutrientes:
B (boro)
Zn (zinco)

Exemplo: P e K = casca muito espessa = menor aceitação comercial;


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PRÉ-COLHEITA: Adubação equilibrada (exemplo da maçã)

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PRÉ-COLHEITA

• Manejo fitossanitário: frutos afetados por pragas ou


doenças no campo deterioram-se mais rapidamente na
fase pós-colheita;

Manejo cultural: remoção de restos de plantas atacadas,


espaçamento adequado e boa condução são medidas
recomendadas;

Monitoramento: visando identificar momento adequado para


iniciar o controle;

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PRÉ-COLHEITA

• Reguladores de Crescimento Naturais: auxinas,


giberelinas e citocininas: inibidores naturais da
maturação; etileno e ABA: aceleradores da
maturação;

• Além destes são bastante usadas a campo substâncias


sintéticas reguladoras do crescimento para melhorar a
qualidade e características pós-colheita.

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PRÉ-COLHEITA

• Reguladores de Crescimento: podem proporcionar


maior qualidade estética, controlar a queda dos frutos,
regular o período de colheita, estimular a produção e
ainda aumentar o período de conservação pós-colheita;

Ácido naftaleno acético (ANA)


ácido giberélico (GA3)
citocinina (N-(2cloro-4-piridil)-N’-feniluréia (CPPU):

usados para melhorar coloração e forma, aumentar o tamanho e


firmeza, reduzir número de sementes, reduzir variabilidade e
prevenir desordens no armazenamento.
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USO DE FITOHORMÔNIOS
Manipular a qualidade e as característica pós-colheita:
• Etileno
✓ promovem o amadurecimento dos frutos e hortaliças;
✓ desverdecimento e coloração natural dos frutos;
• Aplicação de ácido giberélico (GA3)
✓ melhora a qualidade dos frutos;
✓ retardar a maturação e o tempo de colheita frutos maiores e mais
resistentes;
✓ O GA3 é bastante utilizado para retardar a colheita, o fruto permanece
por um tempo maior na árvore.
• Ethrel ou Etephon (ácido 2- cloroetilfosfônico)
✓ utilizado para a iniciação da floração;
✓ amadurecimento controlado de abacaxi;
✓ aceleração da abscisão em uvas e cereja
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COLHEITA

• A colheita, se realizada adequadamente, evita danos e


perdas na pós-colheita;

PONTO DE COLHEITA

A determinação do ponto ótimo de colheita é fator


decisivo para a comercialização, deve considerar:

- Tipo e destino do produto (distância entre local de produção


e comercialização e se o consumo será imediato ou irá para
armazenamento);

- Características específicas da espécie/cultivar;

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Determinação do Ponto de Colheita-
Aparência
• Cor
- Índice de maturação (rápido e não-destrutivo);
- Varia conforme espécie e variedade;
- É ineficiente para frutos cítricos e abacaxi.

Maneiras de avaliar:
- Cor de fundo;
- % Cor que cobre a epiderme;
- Intensidade.
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FRUTOS CLIMATÉRICOS X NÃO
CLIMATÉRICOS
Amadurecem após a colheita Não amadurecem após a colheita
(CLIMATÉRICOS): (NÃO-CLIMATÉRICOS):

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FATORES QUE AFETAM A RESPIRAÇÃO

a) Temperatura;

b) Concentração de gases na atmosfera (O2 e CO2 );

c) Injúrias Mecânicas.

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Determinação do Ponto de Colheita-
Aparência

• Cor

Basulto et al. 2009.

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Determinação do Ponto de Colheita-
Aparência
• Cor
Métodos de avaliação:
- Subjetivos: Cartas com padrões de cores (baseados em
intensidades e nuances perceptíveis ao olho humano).

- Objetivos: Colorímetro (medem a quantidade e


qualidade da luz refletida pela superfície do produto).

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Cartelas de cores

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Código de cores para determinar estádio de maturação em maçãs
‘Gala’

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Código de cores para determinar estádio
de maturação em peras asiáticas

29
Colorímetro

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Determinação do Ponto de Colheita-
Textura
• A firmeza da polpa é dada pelas substâncias pécticas
que compõem as paredes celulares;

• Com a maturação, tais substâncias vão sendo


solubilizadas, o que ocasiona o amolecimento dos
tecidos das frutas.

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Determinação do Ponto de Colheita-
Textura
Métodos de avaliação:
- Subjetivos: compressão com o polegar ou painel de
análise sensorial;
- Objetivos: texturômetro, uso de penetrômetro, que
expressa numericamente o grau de resistência da polpa
(Lb, Kg, N);
- deve-se realizar duas leituras em regiões opostas.

https://blogextralab.wordpress.com/2015/02/12/o-papel-dos-texturometros-na-
analise-de-frutas-e-legumes/
https://www.youtube.com/watch?t=53&v=TpdP6pwCkeg 32
Modelos de penetrômetros

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A B
Determinação do Ponto de Colheita-
Sabor
• Balanço entre doce e ácido;
• Adstringência ou amargor (taninos);
• Compostos químicos responsáveis pelo sabor:
- açúcares;
- ácidos orgânicos;
- compostos fenólicos.

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Determinação do Ponto de Colheita-
Teor de Amido
• Os açúcares sintetizados no processo fotossintético são
polimerizados e armazenados no fruto na forma de
amido;

• Durante a maturação, o amido da polpa da fruta é


hidrolizado, transformando-se em açúcares solúveis;

• O teor de amido pode ser determinado pelo teste de


reação com iodo (comum na cultura da maçã);
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Teste de iodo-amido
• Os frutos cortados na região
equatorial devem ficar imersos
durante 1 minuto, em uma
solução de 12g de iodo metálico e
24g de iodeto de potássio,
diluídos em 1 litro de água
destilada.

• Método simples, de fácil


execução e preciso.
Regressão de amido em polpa de maçã

Pelo processo de fotossíntese, os açúcares


sintetizados nas folhas são polimerizados e
armazenados nas frutas na forma de amido.
Durante a maturação, o amido armazenado na
polpa da fruta é hidrolizado, transformando-se em
açúcares solúveis. Quanto mais madura a fruta,
menor o conteúdo de amido e maior o de
açúcar. Assim, o desaparecimento progressivo do
amido da polpa permite acompanhar a evolução
da maturação em testes de reação com iodo.
Desse modo, o amido colore-se de azul,
indicando regiões da polpa em que a hidrólise
ainda não ocorreu. O processo de redução de
seu teor ocorre de uma forma progressiva, de
dentro para fora, sendo variável de acordo
com a variedade.
Regressão do amido em pera ‘Rocha’
Determinação do Ponto de Colheita-
Sólidos Solúveis
• Indica a quantidade de açúcar existente na fruta, que
aumenta com o amadurecimento;
• Em geral, 95% SST = açúcares;
• Principais: glicose, frutose e sacarose;
• SST é expresso em °Brix.

Refratômetros 39
Determinação do Ponto de Colheita-
Acidez titulável
• Durante o crescimento e diferenciação da fruta,
ocorre aumento de ácidos;
• Com o processo de maturação, seu conteúdo
diminui;
• É dada por meio de titulação de solução de NaOH
0,1mol.L-1 num extrato da fruta ;
• A titulação é a adição de uma solução de
concentração conhecida (titulante) a outra de
concentração desconhecida (titulado) até o ponto de
equivalência.
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Determinação do Ponto de Colheita-
Aroma
• Sensações do olfato estimuladas pelos componentes
voláteis dos frutos;

• Componentes voláteis:
• Produção relacionada com o amadurecimento;
• Cetonas, aldeídos, ésteres, álcoois e ácidos voláteis.
• Determinação: métodos subjetivos, cromatografia,
espectrometria de massa.

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Determinação do Ponto de Colheita-
Aroma

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Maturação e Colheita
• Colheita muito precoce:
– amadurecimento anormal - coloração, sabor e aroma
deficientes;
– mais sensíveis à ocorrência de distúrbios por baixas
temperaturas;
– desidrata mais facilmente;
• Colheita muito tardia:
– deficiência na preservação da firmeza (mais sensível aos
danos mecânicos);
– deficiência acidez e açúcares das frutas;
– mais sensíveis a podridões e certos distúrbios fisiológicos;
– fruta com pouca vida útil; 43
Maturação e Colheita

Importância da determinação do Ponto de Colheita:

• Determina a qualidade e o comportamento das


frutas durante armazenamento e comercialização;

• Índices de maturação: medidas físicas e/ou


químicas dos frutos que se alteram durante a
maturação.

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Índices de Maturação
• Método de Observação Prática - experiência do
agricultor;

• Métodos físicos - medições de soma térmica, medidas


da textura e medidas de peso, diâmetro e volume;

• Métodos químicos e físico-químicos - teste do amido


pelo iodo; determinações de substâncias insolúveis
em álcool; determinações de sólidos solúveis e
determinações de acidez, etc;
45
Índices de Maturação

• Um bom índice de maturação deve ser:


- Sensível;
- Fiel;
- Mensurável;
- Prático;
- Rápido.
• Utilizar dois ou mais índices de maturação.

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Índices de Maturação

47
Indicadores da maturação de maçãs
(EMBRAPA, 2003)

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49
COLHEITA

• Injúrias ou danos nos frutos podem ser resultado de


colheita realizada de forma incorreta, como por
exemplo:

- Queda excessiva dos frutos nos baldes ou sacos;


- Atrito contra galhos ou escadas;
- Falta de cuidados na transferência dos frutos para as
caixas;
- Superenchimento das caixas a campo;

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COLHEITA

• Para evitar outros problemas, alguns fatores devem ser


considerados:

- Colher nos períodos mais frescos do dia, evitando


colher após chuvas intensas;
- Evitar contato dos produtos colhidos com o solo;
- Manter os produtos protegidos do sol e, se possível,
refrigerados;
- Descartar produtos danificados;
- Manter materiais e utensílios limpos;

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COLHEITA

• Tipos de colheita:

Manual: mais utilizada para produtos consumidos in


natura, permite seleção minuciosa e cuidadosa dos frutos
colhidos;
Mecanizada: mais utilizada para produtos destinados a
processamento, permite maior rapidez e rendimento,
reduzindo exigência em mão-de-obra;
Semimecanizada: mescla os dois tipos anteriores,
agilizando a operação, contudo, deve-se atentar para
quedas dos produtos das cestas ou sacos e batidas dos
contêineres contra as superfícies. 52
COLHEITA MANUAL X MECANIZADA

Vindima mecanizada - YouTube

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TIPOS DE DANOS EM PÓS-COLHEITA
• Fisiológicos: respiração, transpiração,
amadurecimento, senescência, estresse;

• Físicos: amassamento, corte, perfuração, raspagem,


batida;

• Fitopatológicos: doenças (ocorre em virtude de uma


lesão) e pragas;

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PÓS-COLHEITA

• Após a colheita, as seguintes recomendações devem ser


observadas:

- Evitar a exposição a altas temperaturas, pois são


prejudiciais à qualidade dos frutos por afetarem
diretamente as taxas dos processos vitais (maturação,
respiração, perda de peso, podridões, etc);

Quanto mais rapidamente a temperatura do produto for trazida para


próximo da temperatura ótima de armazenamento , maior será a vida pós-
colheita deste produto.

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PÓS-COLHEITA

- Frutos apresentando sinais de deterioração devem ser


eliminados e equipamentos desinfestados, visando
evitar a proliferação de doenças;

- A água utilizada na lavagem dos frutos tem de ser de


boa qualidade pois pode servir de meio de
contaminação, transportando agentes patogênicos;

- Evitar choques mecânicos durante o transporte,


assim como danos devido ao frio, calor, deficiência de
oxigênio e outras condições ambientais, pois podem
resultar na degradação dos frutos e aceleração no
desenvolvimento de podridões; 56
PÓS-COLHEITA

• Para o controle das doenças em pós-colheita pode-se


realizar tratamentos químicos pré e pós-colheita;

• Ainda, tratamentos como a termoterapia, atmosfera


modificada e atmosfera controlada tem possibilitado
melhorias no controle de perdas pós-colheita;

Permitindo a diminuição do uso de produtos químicos e


amenizando os problemas com resíduos por defensivos
agrícolas!
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PÓS-COLHEITA

Embalagem:
- Evitar misturas de frutos doentes e sadios;
- Separar frutos com diferentes tamanhos e graus de
maturação;
- Padronização;
- Deve ter dimensões adequadas ao volume e
resistência;
- Frutos imobilizados dentro da embalagem evitam
danos por abrasão e vibração;

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59
PÓS-COLHEITA

Transporte:
- Evitar movimentos bruscos das caixas;
- Diminuir a velocidade do transporte quando as estradas estiverem em
más condições;
- Usar veículos de transporte com sistemas de suspensão;
- Avaliar as superfícies das caixas ou dos contentores (“containers”);
- Programar a transferência rápida dos produtos do campo para o
resfriamento ou para a central de embalagem, diminuindo o
“aquecimento” dos produtos;
- O tempo de colheita e a maturidade do produto podem requerer
mudanças na temperatura de transporte;
- O produto não deve ser exposto à temperatura de deterioração ou
misturado com outros que possam dar sabor ou aroma indesejáveis.60
PÓS-COLHEITA

Recomendações para reduzir perdas em pós-colheita:

1) manusear o mínimo possível;


2) regular continuamente a temperatura e UR;
3) oferecer boas condições de higiene;
4) propiciar condições ótimas para agilizar o
carregamento.

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PÓS-COLHEITA

Armazenamento:

• Existe grande variação na forma de armazenamento dos


produtos perecíveis em função da disponibilidade de
recursos econômicos ou tecnológicos, bem como do
tipo de produto;
• O armazenamento pode ser natural ou artificial;
NATURAL: o produto é deixado na planta pelo maior período de tempo possível, como
por exemplo: laranja, banana, batata doce, batata, alho.

ARTIFICIAL: operações podem ser simples como porões ou galpões com circulação
adequada de ar, rudimentares como buracos ou valas, ou utilizar processos tecnológicos
mais avançados, como o uso da refrigeração, controle atmosférico, irradiação, produtos
químicos, etc.
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PÓS-COLHEITA

• A refrigeração é um dos métodos mais vantajosos para


o armazenamento prolongado de frutos frescos, desde que
associado ao controle de umidade relativa (URA);
• A temperatura ótima de conservação pode variar,
dependendo do produto, variedade, etc;
• Métodos como controle da atmosfera do armazém, uso
de ceras na superfície dos produtos, entre outros, não
produzem bons resultados se não forem associados ao uso
de baixas temperaturas;
• Para o armazenamento de mais de um produto é preciso
que a temperatura e a umidade relativa sejam
próximas, e que gases e odores de um produto não
afetem o outro. 63
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Cera de Carnaúba

65
Cera da
entrecasca de
mandioca

66
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Armazenamento compartilhado

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PÓS-COLHEITA

• Alguns cuidados no armazenamento pós-colheita de


produto:
a) não programar estocagem de longa duração quando a
maturação ocorrer em tempo frio e úmido ou em frutos
procedentes de pomares com forte adubação
nitrogenada;
b) estocar somente frutos sadios;
c) pré-resfriar os frutos o mais rápido possível;
d) desinfetar câmaras, embalagens e equipamentos (utilizar
tiabendazol ou água com formol);
e) temperatura e umidade relativa constantes e indicadas
para o produto ou a variedade;
f) vistoriar diariamente os lotes estocados. 69
COMERCIALIZAÇÃO

• O Brasil é o maior produtor mundial de frutos, mas


apresenta baixa produtividade e custos altos de produção;

• Além disso, o consumo de frutos frescos no Brasil


ainda é baixo, quando comparado com o de outros países
mais ricos;

• O mercado interno absorve frutos de qualidade inferior


e a preços pouco competitivos;

• A tendência do mercado consumidor, além de aumentar, é


de ficar cada vez mais exigente em qualidade.
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COMERCIALIZAÇÃO

• O mercado internacional de frutos é representado


principalmente pelos países desenvolvidos - consumo
vem crescendo devido a renda e ao interesse pelas
propriedades nutritivas;

• Potencialmente, no entanto, o mercado é favorável ao


Brasil, devido ao interesse dos países Europeus e dos
Estados Unidos, Canadá, países do Mercosul e Japão
pelos frutos tropicais;

• Os frutos com maiores possibilidades de exportação in


natura são: banana, laranja, melão, maçã, limão tahiti,
manga, mamão papaya e abacaxi;

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COMERCIALIZAÇÃO

• O mercado de frutos apresenta maiores possibilidades


para os produtos minimamente processados;

• Os produtos principais são: sucos, doces, compotas,


polpa de frutos e purê asséptico (os dois últimos são
utilizados na fabricação de alimentos como: iogurtes,
doces em pasta, alimentos infantis, sorvetes e balas);

• O mercado de suco de frutas tropicais, nos países


europeus, cresce a taxas próximas de 10% ao ano.
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DE FORMA GERAL, AS PERDAS EM
PÓS-COLHEITA PODEM SER:
• Quantitativas: redução no peso do alimento por
perda de água ou perda de matéria seca;

• Qualitativas: perdas por padrões de qualidade (sabor,


aroma, deterioração na textura e aparência);

• Nutricionais: reações metabólicas, que conduzem a


uma redução no teor de nutrientes (vitaminas,
proteínas, lipídeos, etc.).
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Próxima aula:

• Classificação, beneficiamento e
armazenamento;

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