Você está na página 1de 11

Vinhos Espanhois

INTRODUÇÃO

A Espanha é um país único no mundo dos vinhos. Vários são os fatores que justificam essa
afirmativa. Dentre eles, os mais marcantes são: pequena variedade de castas, enorme
variedade de tipos de vinhos e duas regiões climáticas distintas e dominantes (litoral e interior).

Castas como a Tempranillo, Garnacha e Macabei correspondem por boa parte dos vinhos
existentes. A Espanha produz desde excelentes espumantes (Cavas) até magníficos vinhos
fortificados (Jerez), passando pelos deliciosos tintos de Rioja e Ribera del Deuero. Novas
regiões estão despontando internacionalmente, dentre elas, Penedés, Priorato e Navarra.

Devemos ressaltar que a Espanha nunca teve muito cuidado em tentar harmonizar seus vinhos
e culinária. Isso faz dos vinhos espanhóis opção certa para se beber "sozinho". Além disso, nos
desafia a compatibilizar seus vinhos com comidas inusitadas.

Único detalhe desagradável, é ser quase impossível achar bons "espanhóis" a preços
convidativos. Infelizmente, para se beber um belo "espanhol", é necessário gastar alguns reais
a mais do que gostaríamos.

PRINCIPAIS REGIÕES

A exemplo de Portugal, a Espanha inteira produz vinho e quase todas as regiões o fazem com
qualidade. Relacionamos abaixo as principais regiões:

Rias Baixas: Albariño - Vinho branco espanhol (estilo verde português) (Br);
Castela e Leão: Rueda, Toro e Ribera del Duero (Br e Tn);
Navarra: Navarra (Tn e Br);
Rioja: Rioja (Br e Tn);
Catalunha: Costers del Segre, Priorato e Penedés (Br e Tn);
Múrcia: Yecla (Br e Tn);
Castela La Mancha: Valdepeñas (Tn);
Andaluzia: Jerez e Montilla.

PRINCIPAIS UVAS

As uvas internacionais mais comuns são:

Cabernet Sauvignon;
Merlot;
Chardonnay;
Malvasia.

As uvas autóctones mais utilizadas são:

Albariño (Br);
Garnacha Branca (Br);
Godello (Br); *
Macabeo (Br); *
Palomino Fino (Br); *
Parellada (Br); *
Pedro Ximénez (Br);
Xerel-lo (Br); **
Cariñena (Tn);
Garnacha Tinta;
Graciano (Tn);
Mazuelo (Tn);
Tempranillo (Tn).

* = São as grandes brancas espanholas. Estão espalhadas por todas as regiões.


** = Entram na composição de alguns Riojas.

CURIOSIDADES

Denominações utilizadas na Espanha:

Crianza: Lançado no 3º ano, sendo 12 meses em carvalho e 24 meses em aço e / ou garrafa.


Reserva: Lançado do 4º ano, sendo 24 meses em carvalho e 24 meses em aço e / ou garrafa.
Gran Reserva: Lançado somente em anos excepcionais, sendo 24 meses em carvalho e 36
na garrafa.

Todo o vinho de Rioja passa por barril de carvalho.

Espanha  

A Espanha, detentora da maior área cultivada em vinhedos no planeta é, sem dúvida, um


país de grande tradição vinícola e possui inúmeros vinhos de alta qualidade. Desconhecê-
los é ignorar uma importante parte do maravilhoso mundo do vinho.

Existem hoje na Espanha 54 regiões D.O.s (Denominación de Origen), e boa parte delas
têm seus vinhos consumidos localmente ou exportados em pequenas quantidades. Nos
últimos anos, tem sido crescente o interesse mundial pelos vinhos espanhóis, levando ao
aumento das exportações, mas, ainda assim, são poucos os melhores vinhos disponíveis
no mercado internacional e especialmente no Brasil.

Aqui são apresentadas D.O.s agrupadas nas regiões Nordeste, Noroeste, Centro, Sudeste,
Sudoeste e Ilhas Canárias, com seus principais vinhos e uvas utilizadas na sua elaboração.

Os vinhos espanhóis estão classificados em três níveis de qualidade, a saber: 

1.  Vino de mesa - vinho inferior, cuja produção pode ser feita em qualquer região do
país, e que não se enquadra na categoria Denominación de Origen (D.O.).
2. Vino de la Tierra - vinho de mesa um pouco mais diferenciado, produzido em
região vinícola tradicional do país (Andalucía, Castilla-La Mancha, etc.), e que não
se enquadra na categoria D.O. 
3. Vino de Denominación de Origen (D.O.) - vinho de qualidade, produzido em
região delimitada e sujeito a severas regras que regulam as características do solo,
os tipos de uvas utilizadas, o método de vinificação, o teor alcoólico, o tempo de
envelhecimento, etc. equivale a AOC francesa e à DOC italiana.

Outras categorias
Existem categorias baseadas no tempo de envelhecimento dos vinhos que foram utilizadas
inicialmente pela região de Rioja, e são adotadas na maioria das D.O.s, a saber:

 Vino joven ou Vino Sin Crianza ou Vino del Año - Vinho jovem, um pouco
envelhecido, mas não o suficiente para ser considerado "crianza". 
 Vino de Crianza - Vinho (tinto, branco ou rosé) de melhor qualidade, envelhecido
pelo tempo mínimo de 2 anos, dos quais pelo menos 12 meses em barril de
carvalho para os vinhos tintos e 6 meses em barril de carvalho para os brancos e
rosados. 
 Vino Reserva - Vinho superior feito nas melhores safras. Os tintos devem ser
envelhecidos pelo tempo mínimo de 3 anos, dos quais pelo menos 1 ano em barril
de carvalho, enquanto os brancos e rosés podem envelhecer apenas 2 anos, dos
quais 6 meses em carvalho. 
 Vino Gran Reserva - Vinho superior feito nas safras excepcionais. Os tintos devem
envelhecer pelo tempo mínimo de 5 anos, dos quais pelo menos 2 anos em barril
de carvalho. Os vinhos brancos e rosés podem envelhecer apenas 4 anos, dos
quais 6 meses em carvalho.

Existem ainda outras categorias, tais como:

 Vino de aguja - vinho branco frisante


 Vino de licor (generoso) - vinho doce, de sobremesa, fortificado (que sofre adição
de aguardente vínica)
 Vino dulce natural - vinho doce não fortificado também ideal para a sobremesa
 Vino gasificado - vinho tranqüilo (não espumante) elaborado mediante a adição de
gás (CO2)

Regiões vinícolas
CENTRO
Esta região situa-se no platô centro-sul do país, nas vizinhanças da cidade de Madrid e
compreende as seguintes D.O.s: La Mancha, Méntrida, Mondéjar, Valdepeñas e Vinos de
Madrid.

La Mancha
Esta D.O. é a mais extensa região vinícola do mundo (170 mil hectares) e situa-se ao sul
de Madrid, entre as cidades de Toledo e Albacete. Produz vinhos simples, ligeiros e de bom
frescor, tanto brancos como tintos varietais e rosés.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Airén, Mabaceo, Pardillo e Verdoncho

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Cencíbel, Garnacha e Moravia

Méntrida
Situa-se entre as cidades de Madrid, Toledo e Ávila e possui vinhos rosés frutados e tintos
jovens, potentes e encorpados, feitos principalmente à base de Garnacha.

Uvas permitidas:

Uvas Tintas: Garnacha, Tinto Basto (Tinto de Madrid ou Tempranillo) e Cencíbel

Mondéjar
É a mais nova D.O. (1996) e fica a sudoeste e próxima à cidade de Guadalajara, ao norte
de Madrid. Seus vinhos são tintos de médio corpo e brancos ligeiros.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Macabeo, Malvar e Torrontés

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon e Cencíbel (Tempranillo)

Valdepeñas
Fica próxima às D.O.s Méntrida e La Mancha ao sul da cidade de Toledo e seus vinhos
principais são tintos de qualidade, jovens e de crianza, e brancos ligeiros à base de Aíren.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Airén e Macabeo

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Cencíbel (Tempranillo) e Garnacha

Vinos de Madrid
Situa-se nos arredores de Madrid e seus vinhos mais importantes são tintos robustos, um
pouco rústicos, elaborados com Tempranillo e Garnacha, brancos saborosos feitos com
Malvar e rosés potentes e frutados à base de Garnacha.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Airén, Albillo, Malvar, Parellada, Torrontés e Viura

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Garnacha, Merlot e Tempranillo (Tinto Fino ou Cencíbel)

NORDESTE
Engloba as províncias do País Basco e da Cataluña e está inscrita no polígono formado
pelas cidades de San Sebastian, ao norte, Zaragoza, ao sul, Logroño, a oeste, e Gerona a
leste. Nessa área estão localizadas dezoito regiões D.O.: Alella, Bizkaiko-Txakolina (ou
Txacoli de Vizcaya), Calatayud, Campo de Borja, Cariñena, Cava, Conca de Barberá,
Costers del Segre, Empordà-Costa Brava, Getariako-Txakolina (ou Txacoli de Guetaria),
Navarra, Penedés, Pla de Bages, Priorat, Rioja, Somontano, Tarragona e Terra Alta.
Alella
Está logo acima de Barcelona nas colinas ao longo do litoral mediterrâneo. Produz,
principalmente, vinhos brancos aromáticos, secos ou suaves. Possui também rosés
saborosos e tintos frutados, especialmente os varietais à base de Merlot.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Garnacha Blanca, Pansá Blanca, Pansá Rosada e Xarel-lo

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Garnacha, Garnacha Peluda, Merlot e Ull de Llebre
(Tempranillo)

Bizkaiko-Txakolina (Txacoli De Vizcaya)


Situada no extremo norte, no coração do País Basco, entre as cidades de Vitoria, a capital,
e Bilbao. Esta pequena D.O. faz, principalmente, os conhecidos txakoli brancos de
qualidade e, também, um pouco de rosés e tintos ligeiros.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Hondarrabi Zuri e Folle Blanche

Uva Tinta: Hondarribi Beltza

Calatayud
Localiza-se na província de Aragon perto de Zaragoza. Produz, principalmente, vinhos
rosés de qualidade da uva Garnacha, com bela cor, frescos e ligeiros, bem como tintos
típicos da mesma variedade.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Macabeo, Malvasía, Moscatel Blanco e Garnacha Blanca

Uvas Tintas: Garnacha, Mazuela, Monastrell e Tempranillo

Campo de Borja
Vizinha de Calatayud está entre as cidades de Zaragoza e Logroño. Aqui os vinhos mais
importantes são os tintos de qualidade feitos com a uva Garnacha, semelhantes aos vinhos
de Cariñena, região vizinha. Há também rosés de Garnacha e alguns brancos.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Macabeo (Viura) e Moscatel Romano

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Cencibel (Tempranillo), Garnacha e Mazuela

Cariñena
Vizinha de Campo de Borja no centro-norte, ao sul de Zaragoza e produz tintos robustos,
bons rosés, brancos e fortificados (vinos de licor).

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Garnacha Blanca, Macabeo (Viura), Moscatel Romano e Parellada

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Cencibel (Tempranillo), Garnacha, Juan Ináñez,


Mazuela e Monsatrell

Cava
Esta D.O. é exclusiva dos melhores vinhos espumantes espanhóis de qualidade. Ela
engloba várias áreas no noroeste do país, de Rioja, a oeste de Gerona, ao sul de Valencia,
mas a maior parte da produção (99%) vem da região da Cataluña no município de San
Sadurní d'Anoia, próximo a Barcelona e a Villafranca de Penedés. Como os outros vinhos
espumantes existentes no mundo, as Cavas foram inspiradas no Champagne francês e
muitas delas são feitas pelo método "tradicional" ou "champenoise", o mesmo utilizado na
elaboração dos Champagnes franceses, com os quais muitas Cavas equivalem-se em
qualidade.

As Cavas apresentam versões diferentes, conforme o seu grau de açúcar, podendo


classificar-se em:

- Extra-Brut ou Brut-Nature (até 6 g de açúcar / litro)


- Brut (até 15 g / litro)
- Extra-seco (12 a 20 g / litro)
- Seco (17 a 35 g / litro)
- Semi-seco (33 a 50 g / litro)
- Dulce (superior a 50 g / litro).

Com relação à sua elaboração, as Cavas podem ser produzidas por três diferentes
métodos:

1. Cava ou método tradicional - é idêntico ao método Champenoise, original francês,


onde o vinho sofre uma segunda fermentação na garrafa com formação de bolhas.

2. De Transferência - difere do anterior pelo fato de que no fim do processo o espumante é


transferido para uma nova garrafa.

3. Granvás - equivale ao método francês Charmat, onde o vinho sofre a segunda


fermentação em grandes tanques de aço inox pressurizados.

Além das Cavas, a Espanha produz um outro tipo de vinhos espumantes que não devem
ser com elas confundidos, pois se tratam de vinhos de qualidade inferior, baratos, que
pertencem à categoria vino gasificado e são elaborados mediante a adição do gás CO2 em
vinho tranqüilo.

Como os Champagnes, as Cavas são espumantes finos e adequados para serem


apreciados puros ou acompanhando os mais diferentes tipos de alimentos, do aperitivo (os
tipos secos) à sobremesa (os tipos doces).

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Chardonnay, Macabeo (Viura), Malvasía Riojana (Subirat), Parellada e


Xarel-lo

Uvas Tintas: Garnacha e Monsatrell

Costers del Segre


Está alojada aos pés dos Pirineus, na região da Catatuña, entre Lleida, Tarragona e
Barcelona. Produz vinhos brancos, tintos e cavas de qualidade, que são muito semelhantes
aos vinhos de Penedés, D.O. vizinha e mais famosa.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Chardonnay, Garnacha Blanca, Macabeo, Parellada e Xarel-lo

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Garnacha, Mazuela (Cariñena), Merlot, Monastrell,


Trepat e Ull de Llebre (Tempranillo)

Empordá-Costa Brava
Situa-se no ponto extremo do nordeste do Mediterrâneo nos Pirineus, fazendo fronteira
com a França, perto da cidade de Girona. Os vinhos mais importantes são o Garnatxa
d'Empordà, um vinho doce natural, e os rosés frutados, refrescantes e de bela cor, mas
produz também tinto de médio corpo.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Chardonnay, Garnacha Blanca e Macabeo

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Cariñena, Garnacha, Merlot e Ull de Llebre (Tempranillo)

Getariako-Txakolina (Txacoli De Guetaria)


Está na costa norte, perto da cidade de San Sebastian, na fronteira com a França. Seu
principal vinho é o Txakoli de Getaria, branco de qualidade, elaborado com a uva
Hondarrabi Zuri.

Uvas permitidas:

Uva Branca: Hondarrabi Zuri

Uva Tinta: Hondarribi Beltza

Navarra
Região vizinha de Rioja ocupa a região centro-norte, entre as cidades de Vitória, Logroño e
Pamplona. É famosa pelos seus bons rosés de Garnacha, mas possui também bons vinhos
brancos, alguns fermentados em barrica, e tintos de Garnacha palatáveis.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Viura, Moscatel, Chardonnay e Malvasía

Uvas Tintas: Garnacha, Tempranillo, Merlot, Cabernet Sauvignon e Graciano

Penedés
Situada na costa nordeste do mediterrâneo, entre Barcelona e Tarragona, forma, junto com
Rioja, Ribera del Duero, Jeréz e Priorat, o grupo de elite das D.O.s espanholas. Produz
tintos macios de qualidade de uvas nativas e estrangeiras com destaque para a Cabernet
Sauvignon. Os brancos são leves e frescos para consumo rápido, mas faz também muitos
Chardonnay fermentados em barrica mais estruturados. Produz também bons rosés
frutados, muitos dos quais de boa qualidade, competindo com os de Navarra.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Chardonnay, Macabeo, Xarel-lo, Parellada e Subirat Parent

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Cariñena, Garnacha, Merlot, Monastrell, Pinot Noir,
Samsó e Ull de Llebre (Tempranillo)

Pla de Bages
Localiza-se na comarca de Bages, ao norte de Barcelona e próxima às cidades de Manresa
e Lleida. Seus vinhos assemelham-se aos da vizinha D.O. Penedés.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Chardonnay, Macabeo, Parellada e Picapoll (Autóctone)

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Garnacha, Merlot e Ull De Llebre (Tempranillo)

Priorato
Vizinha das duas D.O. anteriores situa-se também na Costa do Mediterrâneo, entre
Barcelona e Tarragona. É a D.O. que mais se tem destacado, sobretudo pela alta qualidade
de seus vinhos tintos. Robustos, elegantes, com aromas complexos e grandes caráter e
estrutura na boca, esses vinhos têm recebido grande consagração dos conhecedores de
todo o mundo. Além dos belos tintos, produz bons brancos e rosés razoáveis.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Garnacha Blanca, Macabeo e Pedro Ximénez

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Cariñena, Garnacha Tinta, Garnacha Peluda e Mazuela

Rioja
Localizada no norte, compreende a região do vale do rio Ebro, entre as cidades de Haro, a
oeste, Logroño, no centro e Altaro, a leste, e está próxima de Vitoria, a capital do País
Basco. Divide-se nas seguintes sub-regiões: Rioja Alta, a oeste, entre Haro a Logroño;
Rioja Alavesa, pequena sub-região ao norte da anterior; Rioja Baja, a leste, entre Logroño e
Altaro.

Rioja foi a primeira região vinícola a projetar os vinhos espanhóis no mercado mundial e
possui a maior produção do país, produzindo cerca de trezentos e cinqüenta milhões de
quilos de uvas e quase duzentos milhões de litros de vinho! Foi também a primeira região a
adotar as tipificações Crianza, Reserva e Gran Reserva, hoje adotadas na maioria das
regiões.

Recentemente passou a ter a denominação mais diferenciada D.O. Calificada, para a qual
todos os vinhos devem ser engarrafados no distrito de Rioja.

Produz essencialmente tintos de qualidade, encorpados e leves (Claretes) e pequenas


quantidades de brancos e rosés. Alguns tintos envelhecidos (Crianza, Reserva e Gran
Reserva), particularmente os Marqueses (Marqués de Riscal, Marqués de Arienzo,
Marqués de Murrieta, etc) são muito conhecidos e, juntamente com outros vinhos da Rioja
pertencem à elite dos vinhos espanhóis.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Garnacha Blanca, Malvasía e Riojana Viura

Uvas Tintas: Garnacha, Graciano, Mazuelo e Tempranillo

Somontano
Situada parte central dos Pirineus, nos arredores da cidade de Huesca próxima a
Zaragoza, esta D.O. apresenta tintos bem estruturados, brancos de qualidade e rosés
agradáveis.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Alcañon, Chardonnay, Garnacha Blanca, Gewürztraminer e Macabeo

Uvas Tintas: Cabernet Sauvignon, Garnacha Tinta, Merlot, Moristel, Parraleta, e


Tempranillo

Tarragona
Vizinha da D.O. Penedés, na costa mediterrânea, em torno da cidade de mesmo nome,
esta D.O. produz, além do Tarragona clássico licoroso, tintos potentes e brancos e rosés
ligeiros.

Uvas permitidas:
Uvas Brancas: Garnacha Blanca, Mabaceo, Parellada e Xarel-lo

Uvas Tintas: Garnacha, Mazuela e Ull de Llebre (Tempranillo)

Terra Alta
Vizinha da D.O. anterior, no nordeste espanhol, Terra Alta elabora principalmente brancos
de razoável complexidade. Além disso, produz também tintos encorpados, rosés ligeiros e
alguns vinhos fortificados.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Garnacha Blanca, Macabeo e Parellada

Uvas Tintas: Cariñena, Garnacha Negra, Garnacha Peluda, Mazuela e Ull de Llebre
(Tempranillo)

NOROESTE
Essa região situa-se próxima à fronteira com Portugal, estendendo-se da cidade de La
Coruña, ao norte, até Valladolid ao sul, e compreende as seguintes D.O.s: Bierzo, Cigales,
Monterrey, Rias Baixas, Ribeira Sacra, Ribeiro, Rueda, Ribeira del Duero, Toro e
Valdeorras.

Bierzo
Aloja-se na Galicia, no noroeste do país, em área montanhosa entre as cidades de Leon e
Lugo. Faz tintos de qualidade à base de Mencía (um clone de Cabernet Franc), e brancos e
rosés razoáveis.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Doña Blanca, Godello, Malvasía e Palomino

Uvas Tintas: Garnacha, Mencía e Tintorera

Cigales
Localiza-se em uma zona entre Valladolid e Palencia e destaca-se por seus vinhos rosés
pálidos da cor da pele de cebola, frescos e frutados, embora produza tintos apenas
corretos.

Uvas permitidas:

Uvas Brancas: Albillo, Verdejo, e Viura

Uvas Tintas: Garnacha e Tinto del País (Tempranillo)

Jerez 
É uma das mais famosas regiões vinícolas da Espanha, situada ao sul de Sevilla, mais
precisamente próxima da costa atlântica, nas cercanias das cidades de Jerez de la
Frontera, San Lúcar de Barrameda e El Puerto de Santa María, próximas a Cadiz.

O método de elaboração
O Jerez, como o vinho do Porto, é um vinho fortificado, isto é, que recebe a adição de
aguardente vínica, tornando-se mais alcoólico e "mais forte". No Porto a aguardente é
adicionada durante a fermentação, interrompendo-a e originando um vinho doce, enquanto
no Jerez ela é adicionada após a fermentação ser concluída, dando um vinho seco. O
aroma e gosto especiais e únicos do Jerez se devem à uva, ao método de elaboração
específico e ao envelhecimento pelo sistema de “solera” que comentaremos mais à frente.
O Jerez sempre é um corte (mistura) de vinhos de vários anos diferentes e não de uma só
safra.

O envelhecimento
O Jerez é envelhecido pelo sistema original: o sistema Solera, onde são utilizados barris de
carvalho americano, denominados botas, com capacidade para 600 litros, cheios até 5/6 de
sua capacidade.

Enquanto em outras regiões vinícolas os barris são hermeticamente fechados, em Jerez


eles são abertos para permitir que o vinho seja airado pela brisa do sudoeste. Terminada a
fermentação  alcoólica e esgotados os açúcares do mosto, as leveduras sobem até a
superfície e formam uma película, o velo de flor (véu de flor) ou simplesmente flor de Jerez.
Esses microorganismos permanecem na superfície do vinho, e aí, na presença do oxigênio
do ar, transformam alguns componentes do vinho. Esse processo de intensa e contínua
ação metabólica das leveduras da  flor denomina-se crianza biológica e, na realidade, é um
envelhecimento biológico do vinho, e confere as características organolépticas (sensoriais)
únicas do Jerez.

As botas são colocadas em, pelo menos, três fileiras superpostas. A primeira, a solera,
colocada no chão, contém o vinho mais velho pronto para ser engarrafado e as que estão
sobre ela denominam-se criaderas. A quantidade de vinho que é retirada da solera é
reposta com o vinho da fileira logo acima, a primeira criadera, que por sua vez é
completada com o vinho da fileira superior, a segunda criadera e assim por diante, até a
criadera superior (mais jovem) que é preenchida com o vinho mais novo daquele ano.

Todos os tipos de Jerez (ver abaixo) precisam envelhecer por pelo menos três anos e este
é o mínimo para os Finos e os Manzanillas. Os Amontillados são envelhecidos por, no
mínimo, cinco anos e os Olorosos sete anos.

Os diferentes tipos

Existem oito tipos principais de Jerez, a saber:


 

Fino - é pálido da cor da palha, seco, com um aroma delicado de torrefação e de nozes,
seco e leve no paladar e envelhecido sob a "flor". Deve ser servido ligeiramente gelado.

Manzanilla - é um Fino muito seco, exclusivo das bodegas de Sanlúcar de Barrameda,


onde é envelhecido sob a "flor". Possui as características do Fino, acrescidas de aroma e
gosto da brisa marítima que existe nas bodegas de Sanlúcar. Também deve ser servido
ligeiramente gelado.

Amontillado - tem cor âmbar, é seco, envelhecido e tem aroma de nozes, porém mais
intenso e mais fresco do que os dois anteriores. Na boca é mais macio e encorpado.

Oloroso – seco, às vezes doce, envelhecido, encorpado, da cor âmbar do mogno e, como
o seu nome sugere, seus aromas são fragrantes e intensos e lembram também a nozes.

Palo Cortado – seco, envelhecido, muito pouco produzido.

Pale Cream - de cor de palha bem pálida e com aromas de torrefação é macio e doce no
paladar.

Pedro Ximenez – doce produzido por poucas vinícolas, equivale ao tipo anterior.

 
Cream - é um Oloroso muito doce feito com a uva Pedro Ximenez. Tem cor de mogno bem
escuro e aromas de torrefação intensos e delicados. No palato é bem doce, redondo,
aveludado e bem encorpado

Você também pode gostar