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O que é CERVEJA?

Antes de começar a falar sobre cerveja, seria interessante definí-la para que não haja dúvidas sobre
o que ela é o porquê:
Cerveja é uma bebida alcoólica carbonatada, produzida através da fermentação de materiais com
amido, principalmente cereais maltados como a cevada e o trigo. Seu preparo inclui água como
parte importante do processo e algumas receitas levam ainda lúpulo e fermento, além de outros
temperos, como frutas, ervas e outras plantas.

Vinho, por exemplo, é feito de uva e uva não possui amido. Whisky e vodka podem até ser feitos de
cereais maltados, porém são destilados, portanto não são cerveja (isso você já sabia né?).
Dentro desta definição de cerveja encontram-se diversas variedades, de acordo com fatores como
método de produção, ingredientes usados, cor, sabor, aroma, receita, história, origem e assim por
diante.
Conheça, com a ajuda dos confrades do BREJAS, os tipos mais conhecidos.
Depois, aventure-se a fazer o nosso Teste de Conhecimentos sobre Estilos de Cerveja e veja se
aprendeu tudo direitinho

LAGERS
As Lagers são as cervejas mais consumidas no mundo, responsáveis por exemplo por mais de 99%
das vendas de cerveja do Brasil.
Originarias da Europa Central no século 14, são cervejas de baixa fermentação ou fermentação a
frio (de 6 a 12ºC), com graduação alcoólica geralmente entre 4 e 5%. Tem entre seus tipos mais
conhecidos a Pilsener, tipo de cerveja originariamente criada no século 19 na cidade de Pilsen,
região da Boêmia da República Tcheca, e que por isso muitas vezes é chamada de Pilsen ou Pils ao
invés de Pilsener.
Os sub-tipos de Lager estão a seguir:
PALE LAGERS
Lagers claras, o que você mais vê por ai. São tantos sub-tipos que fica quase impossível decorar
todos, portanto listaremos os mais facilmente encontrados:
PILSNER: a Pale Lager original, desenvolvida como receita da cerveja Pilsner Urquell. São
caracterizadas por um lúpulo acentuado no aroma e sabor. Também chamadas de Pilsener e Pilsen.
Podem aparecer em 2 estilos um pouco diferentes, principalmente devido à
escola: Bohemian/Czech Pilsner , representada pela Pilsner Urquell e Budweiser Budvar/Czechvar,
ambas Tchecas e meio difíceis de encontrar; German Pilsner, facilmente encontradas nas
representantes Bitburger, Warsteiner, Konig Pilsener, Spaten Pils.
AMERICAN LAGER: cerveja leve e refrescante, feita para matar a sede e para serem bebidas bem
geladas. É o tipo das cervejas mais populares dos Estados Unidos, com exemplos como  Budweiser,
Coors e a australiana Foster's. A maioria das cervejas populares no Brasil, como Brahma, Skol,
Kaiser e Antarctica, são American Lagers, mesmo que elas se intitulem no rótulo e descrição no
verso como Pilsen, talvez até devido a convenção nacional para a classificação de cervejas.
PREMIUM: de cervejas um pouco mais lupuladas e mais maltadas que as Standard Lagers, tem
como exemplos a Stella Artois, Heineken e Miller Genuine Draft, facilmente encontradas. Aqui no
Brasil, são representadas pela Cerpa, Bavaria Premium, Brahma Extra, Gold e outras variações das
marcas mais conhecidas. Mas cuidado. Em alguns casos a palavra Premium vem sendo usada para
diferenciar cervejas que suas cervejarias desejam promover em especial, não sendo
necessariamente uma Premium de verdade. Em alguns casos, pode simplesmente significar Lagers
com graduação alcoólica acima de 5%.
LITE: variação ainda mais leve que a American Lager, oferecida muitas vezes sob o
nome Light ou Lite.
DORTMUNDER EXPORT: variação da Pilsner com menos lúpulo, mais suave, feita em Dortmund em
1873.
HELLES: outra variação com menos lúpulo, mais maltada, feita em Munique. Marcas conhecidas
são Löwenbräu Original, Spaten Premium Lager, Weihenstephaner Original e Hofbräu München
Original
DRY BEER e Japanese Rice Lager: originária do Japão e feita com arroz, tem a maior parte do
açúcar convertido em álcool devido ao longo período de fermentação. Por isso e por seu sabor
suave é chamada de seca.
RADLER: Qualquer Pale Lager misturada com uma limonada típica alemã, chamada de
Zitronenlimonade. Geralmente a proporção cerveja/suco é de 50/50 ou 60/40. No Brasil temos
a Kaiser Radler.
DARK LAGERS
Lagers escuras também são bastante comuns. Três estilos são os mais comuns e facilmente
encontrados aqui no Brasil:
MUNCHNER DUNKEL: Dunkel significa escura em alemão, portanto as cervejas Dunkel são cervejas
escuras-avermelhadas, produzidas originalmente em Munique, por isso o nome Munchner. Eram as
únicas cervejas da região da Baviera, antes da chegada das tecnologias que tornaram possível a
criação de cervejas claras. Possuem sabor maltado. Exemplos comuns são Warsteiner
Dunkel e Hofbräu München Dunkel.
DARK AMERICAN LAGER: versão americana da Dunkel alemã, menos maltada e mais suave. Uma
representante fácil de achar no Brasil é a Warsteiner Dunkel.
SCHWARZBIER: A famosa cerveja preta. Deve ser preta e não somente escura como a Dunkel. A
mais antiga da qual se tem documentação é a Kostritzer, de 1534 e feita até hoje. Agora, o tipo é
muito comum em todo mundo. No Brasil, pode ser encontrada como Petra Premium, Eisenbahn
Dunkel e Bamberg Schwarzbier. É uma cerveja suave, com aromas que remetem ao café e ao
chocolate. Também é fácil notar a presença de maltes tostados. Não é esperado que apresente
qualquer sabor frutado, sendo mais seca. Também não é doce, portanto não confunda com
cervejas do tipo Malzbier brasileiras.
MALZBIER: Cerveja escura e doce, de graduação alcoólica baixa, na faixa dos 3 a 4,5%. Muito
famosa no Brasil, não possui muitos correspondentes fora daqui. Na Alemanha, seu país de origem,
nem é tratada mais de cerveja e sim bebida energética. Inclusive é pouco classificada em outras
fontes, caindo normalmente no grupo de "outras cervejas com baixo teor alcoólico", já que a
Malzbier original não chegava nem a 1% de álcool, pois quase não tem fermentação. Quase toda
cervejaria brasileira tem sua versão, portanto basta procurar por Brahma Malzbier, Antarctica
Malzbier, NovaSchin Malzbier e assim por diante. Trata-se de uma american pale lager na qual,
após a filtração, são adicionados caramelo e xarope de açúcar, ai a coloração escura (que não vem
do malte tostado) e o sabor adocicado.
VIENNA
O estilo Vienna é originário da Áustria, de cor marrom avermelhada, tem corpo médio e um sabor
suave e adocicado de malte levemente queimado. Graduação acoólica entre 4,5 e 5,7%. Um
exemplo é a mexicana Negra Modelo, a Dos Equis Ambar e a Samuel Adams Vienna Style Lager.
BOCK
A palavra Bock é resultado da quebra da palavra EinBeck, cidade natal deste tipo de cerveja. Em
alemão também significa cabrito. Por isso algumas cervejas colocam imagens deste animal em
cervejas do tipo Bock.
Por tradição são avermelhadas, mas podem ser também de cor marrom. Possuem um complexo
sabor maltado devido às misturas de maltes de Viena e Munique. A graduação alcoólica é alta, indo
normalmente de 6% nas Bocks Tradicionais até 10% nas Doppelbock e 14% nas Eisbock, tipos
diferentes de Bock. Outra variação de Bock é a Maibock ou Helles Bock, uma bock clara, de até
7,4% de álcool.
Exemplos de Bock são a Kaiser Bock, velha conhecida dos brasileiros, e a Paulaner Salvator, uma
doppelbock.
MARZEN
Produzidas na Bavaria durante o mes de março (März em alemão) especialmente para a
Oktoberfest, as Märzenpodem ser claras ou escuras e ficam entre 4,8 a 5,6% de álcool.
Também é chamada de Oktoberfestbier. Chamadas de "As Grandes 6", as cervejarias que
produzem este tipo são: Augustinerbräu, Hacker-Pschorr, Hofbräuhaus, Löwenbräu. Paulaner e
Spaten.
KELLER e ZWICKEL
A Keller e a Swickel são cervejas pouco comum, não são filtradas (portanto turvars) nem
pasteurizadas (servidas na pressão e não engarrafadas), e ficam maturando de maneira exposta,
sem cobertura. Pode ser bem amarga e tem álcool médio.
MALT LIQUOR
Malt Liquor é um termo surgido nos Estados Unidos para classificar as lagers fortes que têm alto
teor de álcool devido à adição de açúcar, enzimas ou outro ingrediente em complemento ao
malte . Geralmente são licorosas no paladar e não muito amargas, pois em muitos casos nem
levam lúpulo. Não devem ser confundidas com as cervejas do tipo Barley Wine, que apesar de
também fortes no álcool, alcançam tal graduação devido às técnicas europeias sem adição de
açúcar ou enzimas.
Também são chamadas de Super Strenght e Super Forte. Um exemplo é a Amsterdam Maximator,
com 11,6% de álcool, e a Bavaria 8.6.

ALES
O que a difere das Lager é o tipo de fermentação, que é feita em temperaturas mais altas,
geralmente entre 15 e 24ºC. É um processo antigo de fabricação, o que fez com que as cervejas do
tipo Ale fossem as únicas disponíveis até meados do século XIX, quando foi inventada a baixa
fermentação (Lager).

Dada essa “antigüidade”, aliada principalmente à fermentação a quente, os sabores complexos,


maltados e lupulados das cervejas Ale são incomparavelmente mais perceptíveis, sendo cervejas
mais encorpadas e vigorosas.

Assim ao longo dos séculos, surgiram inúmeros subtipos de cervejas Ale. A seguir, falaremos um
pouco sobre os subtipos que você encontrará mais freqüentemente no Ranking BREJAS de Cerveja:
PALE ALES
São as Ales claras, com graduação alcoólica até 6%. Foram criadas para competirem com as
cervejas Pilsen durante a Segunda Guerra Mundial, portanto compartilham a característica de
serem mais suaves. É um dos maiores grupos de cerveja e possui alguns sub-tipos ou sub-nomes:
AMERICAN PALE ALE, como a Sierra Nevada Pale Ale, designa as americanas mais claras
ENGLISH PALE ALE, também cahamda de ENGLISH BITTER, ou apenas BITTER, nome usado na
Inglaterra por serem mais amargas que as demais cervejas, como as Porters por exemplo. Podem
ser Standard Bitter, Especial Bitter ou Extra Special Bitter/ESB
BELGIAN PALE ALE, as Ales claras belgas
BELGIAN BLOND ALE, algumas vezes chamadas de Golden Ale também, são as Pale Ales mais
douradas e um pouco mais encorpadas
INDIA PALE ALE ou somente IPA, como a Colorado Indica, cerveja carregada em lúpulo, criada
pelos ingleses para aumentar o tempo de conservação da cerveja que seria levada para as viagens
pela Índia. Varia na intensidade de amargor e percentual de álcool de acordo com o sub-tipo, da
menor pra maior: English IPA, American IPA e Imperial IPA
AMBER/BROWN E RED ALE
Diferenciando-se em coloração principalmente, mas também acompanhando em corpo e potência,
estão algumas outras categorias de estilo:
AMERICAN AMBER ALE, usado na França e EUA para classificar as Ales um pouco mais escuras
AMERICAN BROWN ALE, mais excura e maltada e menos lupulada que suas "irmãs" American Pale
e Ambar Ale
ENGLISH BROWN ALE, denomina as inglesas mais escuras. Podem
ser Mild , Southern ou Northern. A New Castle Brown Ale, famosa e até fácil de encontrar por aqui,
é uma Northern English Brown Ale.
RED ALE, avermelhada devido ao uso de um pouco de malte tostado. Também chamada de IRISH
RED na Irlanda. Um exemplo comercial que desde 2008 pode ser encontrado no Brasil é a Kilkenny
Irish Beer, da Diageo, mesma empresa que faz a  Guinness.
ALTBIER
Altbier, ou simplesmente Alt, proveniente da região de Düsseldorf na Alemanha, seguem o estilo
antigo de produção de Ales, antes mesmo do surgimento das Lagers. É muitas vezes considerada
uma ligação enter as cervejas Ales e as Lagers, por ser feita com fermento de Ale porém
fermentada em temperatura de Lagers. Podem ser Dusseldorf Altbier ou Northern German
Altbier. Um exemplo desse último estilo é a holandesa Grolsch Amber Ale.
SCOTCH ALE
Ales da escola escocesa, variando, principalmente em potência,
entre Light, Heavy, Export e Strong.
SAISON
Feitas em Wallonia - Bélgica, as Saison chegam a ser comparadas a vinhos tintos devido a
fermentação e sabores presentes em comum.
BIÈRE DE GARDE
Cerveja de guarda feita principalmente na França, na região de Pas-De-Calais, as Bière de
Garde são feitas para durarem anos, normalmente têm uma última fermentação na garrafa e
muitas vezes são vendidas em garrafas com rolhas. Janlain Amber e La Choulette são bons
exemplos não tão dificeis de encontrar.
STRONG ALES
Denominação genérica que inclui uma variada gama de cervejas que podem ser claras ou escuras.
Possuem alto teor alcoólico, que vai de 6 e pode chegar a 12%. Podem ser saborosas e
balanceadas, “inserindo” harmoniosamente o álcool no conjunto, ou podem ser simplesmente
fortes e desbalanceadas, evidenciando a gradação alcoólica.
Dentro deste subtipo estão as Barley Wines - quase tão fortes quanto vinho - e também as Old Ale,
como a Fuller's 1845, agora facilmente encontrada no Brasil.
BELGIAN STRONG ALES
Produzidas principalmente na Bélgica, estas possuem algumas caracerísticas diferenciadas que as
fazem cair em um agrupamento diferenciado.
Os vários tipos seguem abaixo:
DUBBEL: Cerveja do tipo Ale na qual o mestre cervejeiro adiciona o dobro da quantidade de malte
do que uma cerveja “comum”. Geralmente balanceadas e de teor alcoólico mediano, possuem bom
corpo e carbonatação alta.
TRIPEL: Cerveja na qual se adiciona três vezes mais malte do que em uma cerveja “comum”.
Possuem, em geral, coloração amarelo-dourado, creme denso e consistente e a gradação alcoólica
girará entre 8 a 12%. Aroma e sabor são complexos, macios e com forte presença de frutas o que,
às vezes, pode lhe conferir um paladar adocicado. Excelente equilíbrio entre o lúpulo e o fermento
utilizado no fabrico.
ABT/QUADRUPEL: São cervejas mais escuras e mais ricas, utilizando o quádruplo de malte do que
em uma cerveja “comum”. O volume de álcool é sempre forte, muitas vezes ultrapassando os
10%.Entram aqui a famosíssima Westvleteren 12 e também a Rochefort 10 e La Trappe Quadrupel.
GOLDEN STRONG ALE: São as loiras mais fortes e encorpadas, até 10,5% de ácool, com colaração
amarelo-dourado e sabor é frutado. Entram neste grupo: Duvel e Delirium Tremens, entre outras.
DARK STRONG ALE: São as Belgian Ales escuras, fortes e encorpadas. Com várias representantes de
peso, como Chimay Bleu, Rochefort 8 e Gulden Draak, essa categoria tem cervejas que chegam a
11% de álcool.
BELGIAN SPECIALTY ALE
São as temperadas (veja mais abaixo), só que belgas. Também entram aquelas belgas que, por um
motivo ou outro, não se encaixam dentro de nenhuma outra categoria das belgas, portanto caem
aqui como Belgian Specialty Ale. Mesmo assim, não pense que este estilo é pouco conhecido. Aqui
está a trapista Orval, odiada por muitos, amada por muitos também. Também está a La Choufe, a
Unibroue Maudite e a McChouffe. 
KÖLSCH
Do berço alemão de cervejas e de coloração dourada, é normalmente mais doce e com menos
lúpulo que as suas irmãs. Em muitas receitas leva vários grãos, inclusive trigo. Pela regra, somente
cervejas feitas em Köln (Colonia) poderiam levar o nome Kölsch, assim como ocorre com o
Champagne. Entretanto, temos casos de cervejas brasileiras, como a Eisenbahn, que oferecem sua
versão.
WEISSBIER (Weizenbier, Wheat Beer ou Cerveja de Trigo)
Produzida principalmente pelas grande cervejarias alemãs como HB, Paulaner, Erdinger,
Franziskaner e Weihenstephan, é uma cerveja feita a base de trigo e característica do sul da
Alemanha, região da Baviera. São cervejas claras e opacas, onde sobressai o trigo com o qual foram
produzidas, bem como sabores frutados (banana e maça), cravo e florais. Bastante refrescantes e
de graduação alcoólica moderada (entre 5 e 6%), são opacas e normalmente não filtradas.
Produzem, em geral, um creme denso e persistente. Aqui no Brasil a Bohemia fabrica sua versão,
chamada Bohemia Weiss.

As variedades possíveis são:


Hefeweizen, de cor amarelada-marrom opaca, pois a levedura não é filtrada. Erdinger Hefeweizen é
a mais conhecida aqui no Brasil
Kristallweizen, de cor clara e transparente, leve na degustação. Normalmente é filtrada, não tendo
adicão de levedura diretamente na garrafa. Um exemplo é a Franziskaner Weissbier Kristallklar
Dunkelweizen ou Hefeweissbier dunkel, cerveja de trigo escrura, de gosto mais forte. A Erdinger
tem sua versão, aquela com rótulo preto, chamada de Erdinger Weissbier Dunkel.
Weizenstarckbier ou Weizenbock, cerveja tipo bock com uma graduação alcoólica entre 5% e 12%.
Exemplo é a Aventinus, feita pela G. Schneider & Sohn.
Berliner Weisse ou Berlin White (cerveja branca berlinense), de graduação alcoólica entre 2 e 4% e
de cor amarelada e opaca. Por ser levemente azeda, é comum adicionarem xaropes doces de
frutas.
Witbier (Belgian White), esbranquiçadas devido às leveduras e ao trigo suspenso (daí o nome).
Possui um toque cítrico de laranja, já que a casca da fruta é usada como complemento ao lúpulo.
Também leva "coriander", conhecido por nós como semente de coentro. A marca mais
representativa é a Hoegaarden, além da Unibroue Blanche de Chambly.
Bière Blanche ou  Blanche: apenas o nome em francês para as cervejas de trigo
Russ, cerveja de trigo com acréscimo de suco de limão (Zitronenlimonade), assim como ocorre com
a Radler
STOUT
Cervejas negras opacas, dotadas de forte sabor de chocolate, café e malte torrado, pouca
carbonatação. Sua origem remonta à época em que parte da produção das cervejarias inglesas era
destinada à Rússia e aos países bálticos. Para suportar a viagem, essas cervejas possuíam – assim
como possuem hoje – alto teor alcoólico, variando de 8 a 12%.
Sua representante mais famosa é a Guinness.
Também apresenta diversos sub-tipos
Dry Stout
Sweet Stout
Oatmeal Stout
Foreign Extra Stout
American Stout
Russian Imperial Stout
PORTER
Comumente confundida com as Stouts, tem lá sua razão de ser: o nome Stout surgiu de uma
diminuição do nome "Stout Porter", usado para classificar as Porters mais fortes. Portanto, a Porter
é uma cerveja mais suave que sua parente Stout, normalmente com 1 a 2% a menos de álcool. Pra
se ter uma idéia de como uma coisa levou à outra, a cervejaria Guinness produzia Porters até 1974.
As Porters são cervejas escuras, típicas da Inglaterra, e não tão fáceis de se encontrar aqui no
Brasil. Podem ser Brown Porter ou Robust Porter.
Outra variedade, chamada Baltic Porter , tem mais álcool e, apesar de ter começado como Ales,
hoje são normalmente Lagers.

LAMBICS
A maioria dos especialistas classifica as cervejas do tipo Lambic como uma terceira categoria, em
separado das Lager e Ale, por causa do seu tipo de fermentação, que é espontânea. 

São feitas de trigo, porém não são adicionadas leveduras no mosto, ficando a fermentação a cargo
dos agentes naturais, os quais são encontrados somente numa pequena área ao redor de Bruxelas.
Daí a dificuldade em encontrá-las, bem como o seu preço elevado.

Trata-se de um tipo muito peculiar de cerveja, dotada de uma gama extremamente numerosa de
aromas, os quais vão do frutado (como framboesa, cereja ou banana) ao extremamente cítrico
(como vinho branco ou vinagre).

É o tipo mais antigo de cerveja feito no mundo, fato que, por si só, exige que você as experimente.
Seus sub-tipos são:
LAMBIC-FRUIT
No processo de fabrico, após a fermentação espontânea ter começado são adicionadas frutas
inteiras, como pêssegos, framboesas e cerejas. A fermentação propriamente dita é realizada pelos
microorganismos presentes dentro da fábrica. Algumas lendas dão conta que as caves onde são
produzidas as Lambic jamais são limpas, a fim de manter o equilíbrio original dos bolores essenciais
ao caráter da cerveja que se quer produzir. Após este processo, a cerveja permanece por cerca de
três anos maturando em barris de carvalho. Trata-se de uma cerveja cujo teor alcoólico é
relativamente baixo (não ultrapassa os 6%), bem como a carbonatação, o que faz com que o
creme, quando há, não seja denso. As Lambic tradicionais, muito mais ácidas, levam a
denominação “Oud” (velha) a fim de diferenciá-las das jovens e comerciais, mais doces e
balanceadas.
No sub-tipo Lambic-Fruit estão as conhecidas Kriek (de cereja ácida) e as Framboise (de
framboesa).
STRAIGHT/UNBLENDED
A Lambic pura, sem misturas de frutas, açúcares ou misturas de diferentes barris. São
pouquíssimos os exemplos comerciais. Um deles é a Cantillon Grand Cru Bruoscsella.
GUEUZE
Trata-se de um “blend” de Lambics novas (1 ano) e antigas (2 a 3 anos), retiradas de vários barris
diferentes no processo de fabrico, e que são engarrafadas para uma segunda fermentação.
Geralmente as Lambic - Gueuze são menos ácidas e mais balanceadas, algumas assemelhadas ao
champagne. Inclusive, tradicionalmente são servidas em garrafas ao estilo champagne.
Representantes do estilo são Cantillon Gueuze, Mort Subite Gueuze e Lindemans Gueuze Cuvée
René.
FARO
É a Lambic com açúcar. Mais saborosa, leve e sem a acidez característica das outras Lambics, é o
tipo mais aceito pelo mercado. Por outro lado, perde em complexidade para os outros tipos de
Lambics.

OUTRAS NOMENCLATURAS
TRAPISTAS
Não são consideradas propriamente um estilo único, pois algumas são Dubbel, Tripel ou
Quadrupel. Todavia, dado o fato de algumas cervejas trapistas serem consideradas as melhores do
mundo por inúmeros especialistas, merecem ser “separadas” das outras.
A Ordem Trapista (oficialmente, Ordem dos Cistercienses Reformados de Estrita Observância) é
uma congregação religiosa católica. Seus monges seguem o princípio fundamental do ora et labora,
vivendo em grande austeridade e silêncio. Fazem três votos: pobreza, castidade e obediência.
Assim, as cervejas, fabricadas em pequenas quantidades no interior dos mosteiros muitas vezes são
difíceis de ser encontradas no mercado, já que os monges não as comercializam com o propósito
do lucro, mas apenas para manter o funcionamento da própria abadia e alguns serviços de
caridade.
Atualmente, a ITA (International Trappist Association), entidade criada com o propósito de definir
as regras do estilo e proteger o nome do uso abusivo por parte de outras marcas, possui como
membros apenas sete abadias trapistas, seis na Bélgica (Westvleteren, Chimay, Orval, Achel,
Wesmalle e Rochefort) e uma na Holanda (Koningshoeven, onde são fabricadas as cervejas La
Trappe). A entidade criou, também, um selo de identificação que só pode ser utilizado em produtos
trapistas autênticos.
Algumas cervejas trapistas possuem tempo de guarda de mais de 10 anos.
ABBEY (ou cervejas “de abadia”)
Também não são consideradas um estilo mas, diferentemente das trapistas, as cervejas “de
abadia” não possuem origem controlada. Podem ser produzidas em grandes fábricas e
comercializadas normalmente, desde que a sua receita original tenha sido originária de uma
abadia, a qual pode ou não ser da ordem trapista.
RAUCHBIER
Literalmente, cerveja defumada. Pode ser de vários estilos, como Marzen e Weizen, desde que
usem maltes defumados no seu preparo. Acompanham muito bem charutos e cachimbos, por
motivos óbvios.
FRUIT BEER
Qualquer estilo de cerveja misturado com frutas ou suco de frutas. Não confundir com as Fruit
Lambics.
TEMPERADAS - SHV
São cervejas de qualquer estilo que acabam não se enquadrando no mesmo pois são temperadas
com especiarias, ervas e vegetais, alterando a fórmula e fazendo-as fugir das características padrão
de cada estilo. Também chamadas de SHV do inglês Spice/Herbe/Vegetable.
CHOPE
Também chamado Chopp, vem da palavra alemã Schoppe (mais exatamente do dialeto Alsaciano),
nome de uma caneca de quase meio litro. É nada mais nada menos do que uma cerveja não
pasteurizada. Por esse motivo, pode ter variações assim como acontece com a própria cerveja,
seguindo vários dos estilos acima citados. Por não ser pasteurizado, dura, dentro do barril, cerca de
10 dias e, após aberto, não mais que 24 horas.

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