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Como vocês devem se lembrar, tenho três grandes paixões etílicas: Jerez, Whisk(e)y e
Brandy. E já estava na hora de me dedicar a este último. O texto de vermute estava longo?
Pois é, amiguinho. Este segue o mesmo caminho. Na real, vai ser BEM maior.
A definição mais básica sobre Brandy é que é um destilado de vinho. Certo? Quase. Na
real, a definição de Brandy é um pouco mais nebulosa, mas poderíamos definir que, na
verdade, Brandy é um destilado de “fruta”. Abro aspas porque recentemente fizeram um
Brandy de cenoura, que não é bem uma fruta, pra dizer o mínimo. E pelo review do
Drinkhacker, parece que não deu muito certo.
De todas as “famílias” de destilados, Brandy é provavelmente a mais confusa, complexa e
cheia de variações. Mas podemos separar em três categorias principais:
Aguardente vínica, ou seja, destilados de vinho como Cognac, Armagnac e Brandy de
Jerez.
Fruit Brandy ou Eau de Vie, destilados de frutas que não a uva, como maçã, cereja e pera.
Com exceção de destilados de maçã, fruit brandy não costuma ser envelhecido.
Pomace Brandy, destilados do bagaço da uva deixado de lado na extração do sumo para a
produção do vinho. Tem a fama de ser um destilado meio podrêra, e muitas vezes é
mesmo. Porém, tem alguns adoráveis.
No futuro, pretendo escrever alguns textos mais detalhados sobre cada uma das bebidas
que falarei a seguir. Por enquanto, vocês já podem ler uma descrição breve de cada uma,
agrupadas conforme as categorias que citei acima.
AGUARDENTES VÍNICAS:
COGNAC
ARMAGNAC
Foi o primeiro destilado da França, com registros do século 14. Assim como o cognac, o
armagnac, para ser chamado assim, só pode ser produzido na região de Armagnac, na
Gasconha, no sudoeste do país. Assim como seu parente na reginao de cima, o Armagnac
também é produzido a partir de um vinho intragável. Porém, além da uva Ugni Blanc,
também utilizam a Folle Blanche, a Colombard e a Bacco Blanc.
Outra diferença é o processo de destilação. Em vez de destilarem o vinho por duas vezes
num alambique de cobre, como no Cognac, o Armagnac é destilado em coluna uma única
vez. Assim, o líquido ao final do processo sai com um teor alcóolico menor, com cerca de
50%. Isso faz com que o Armagnac tenha um sabor mais intenso, preservando mais
características das uvas. E como seu teor alcóolico é originalmente menor, a classificação
da bebida em relação ao tempo também é alterada. A nomenclatura é a mesma, com VS,
VSOP, XO e HORS D’ÂGE, porém, para um Armagnac atingir o status de VS, basta ser
envelhecido por um ano. As outras denominações já seguem a mesma regra de tempo do
Cognac. Curiosamente, de uns tempos para cá, assim como surgiram whiskies “brancos”,
não envelhecidos, aconteceu a mesma coisa com o Armagnac. Lançaram um tal de
Blanche Armagnac, que não é envelhecido, sendo apenas “repousado” por 3 meses em
barril. Confesso que nunca tomei e tenho muita curiosidade.
Diferente do Cognac, cuja produção é dominada por empresas gigantes, o Armagnac é feito
de forma muito mais artesanal, numa produção bem menor. Ainda assim, é mais barato que
o Cognac e é muito, mas muito bom.
BRANDY DE JEREZ
Outro delicioso Brandy, produzido pelas mesmas bodegas que fazem o tal Jerez, que
abordei anteriormente. O Brandy de Jerez também só pode ser produzido naquela região,
entre Jerez de La Frontera, Sanlúcar de Barrameda e El Puerto de Sta. María. Porém, já li
em alguns veículos que o Brandy de Jerez é o vinho de Jerez fortificado. O que NÃO é o
caso, pois o brandy é um destilado da uva Airén, que produz um vinho porcaria, assim como
as uvas de seus primos franceses, mas que também é ótima para ser destilada e
envelhecida.
A história deste Brandy é curiosa e antiga. Os mouros, quando chegaram na Espanha, não
viram muita utilidade no vinho da região, pois eram proibidos de beber. Assim, começaram
a destilá-lo para a produção de remédios e perfumes.
A produção do Jerez é semelhante a do Armagnac, sendo destilado em coluna uma única
vez, adquirindo características de sabor semelhantes às do mesmo, mais frutado e
pungente. É justamente este Brandy que utilizam para fortificar o Vinho de Jerez. A
classificação por idade segue um sistema diferente, semelhante ao Vinho de Jerez, também
utilizando o sistema de Soleras y Criaderas. E como é de uma região mais quente, o tempo
de envelhecimento é significativamente menor.
Solera: no mínimo seis meses
Solera Reserva: no mínimo um ano
Solera Gran Reserva: no mínimo 3 anos
PISCO
Esse capítulo é complicado. Basicamente, há duas bebidas muito distintas: o pisco peruano
e o chileno. O peruano é, atualmente, o mais exportado no mundo. Curiosamente,
pouquíssimo Pisco de lá chegue ao Brasil, um país pouco mais importante que a Antártida
dentro do mercado mundial de bebidas.
O Pisco peruano é produzido sempre de forma mais artesanal e sob regras rígidas, sendo
destilado apenas uma vez, sem envelhecimento e sem a adição de açúcar ou água. O Pisco
peruano pode ser de 8 tipos de uvas e de vários tipos. Há o Puro, feito de apenas um tipo
de uva, o Acholado, que é um blend de uvas, o Aromático, feito a partir de uvas
consideradas aromáticas e o Mosto Verde, um Pisco mais suave e um pouco mais doce,
feito do suco parcialmente fermentado.
Já o chileno pode ser feito de três tipos de uvas, a Muscat, a Torontel e a PX, e não precisa
seguir tantas regras. A produção no Chile é mais industrial e permite tudo o que o outro
proíbe, como o envelhecimento em barril e a adição de água e açúcar. Além disso o Pisco
peruano precisa ter um teor alcoólico de, no mínimo, 40%, enquanto que o chileno pode ter,
até mesmo, 30%. Por essas e outras, o peruano é considerado, e com razão, uma bebida
melhor que a do país vizinho. Porém, isso não quer dizer que não há bons Piscos chilenos.
O Kappa é um bom exemplo e pode ser encontrado por aqui, pela bagatela de MUITOS
cruzeiros.
Algumas bebidas são protegidos por Denominação de Origem Controlada. E por causa
disso existe, há tempos, uma verdadeira guerra entre os dois países sobre quem tem o
direito de chamar a bebida de Pisco. O Peru tem a vantagem de ter, há séculos, uma cidade
portuária chamada Pisco. O Chile, em compensação, alega que faz o destilado há muito
tempo, desde a época em que fazia parte do Vice Reino do Peru. Por causa desse embate,
os dois países exigem que o Pisco do vizinho só possa ser vendido com o nome de
aguardiente.
É muito lamentável que não possamos encontrar Piscos do nosso vizinho peruano, como os
adoráveis Barsol, Campo de Encanto e Macchu Pisco.
SINGANI
Existe na Bolívia um destilado semelhante ao Pisco, chamado Singani. Tomei uma única
vez e gostei muito. O Soderbergh, ao filmar Che na Bolívia, acabou se apaixonando pela
bebida e começou a importá-la nos Estados Unidos. Mais que isso! Ele é, inclusive, dono de
uma marca: o Singani 63.
Por causa do terreno e da altura insólita na qual as uvas são plantadas, o. Singani é um
destilado extremamente aromático, bastante herbal e floral. A bebida precisa também ser
destilada na altura surreal de mais de 6000 metros. Assim, a temperatura de ebulição é
menor, ajudando ainda mais o Singani a manter seus sabores e aroma. Mas não se
preocupe, mesmo tão aromática, é uma bebida adorável e que não exige esforços para ser
apreciada, como uma Fernet ou um Scotch extremamente defumado.
Na Wikipedia o Singani é chamado de Pomace Brandy, o que é um equívoco, pois é uma
bebida destilada de vinho, e não de bagaço.
Talvez até 2063 essa bebida esteja disponível na Terra Brasilis.
OUTROS BRANDIES
Basicamente, todos os lugares do mundo que produzem vinho também fazem seu Brandy,
como a Armênia, a Georgia, a Alemanha e a Itália. Todos esses países seguem a maneira
francesa de se destilar as uvas. Tanto o alemão quanto o Italiano, inclusive, utilizam a uva
do Cognac — a Ugni Blanc.
Ao viajar para a França, tive a oportunidade de experimentar um Brandy armênio delicioso,
chamado ArArAt. Semelhante ao francês, me pareceu um pouco mais doce e floral. A
Armênia tem uma grande tradição de vinhos, chegando a ser considerada por alguns como
o primeiro país a produzi-lo. O Stravecchio é um Brandy de uva tipicamente italiano mas
difícil de se encontrar por aqui. O Macieira é um Brandy português bem gostoso, com notas
de café, baunilha e até um toque de anis. Além de delicioso, tem um preço ótimo e é
facilmente encontrado no Brasil. Na Grécia, é produzido o Metaxa, um Brandy curioso que,
além do destilado, leva um pouco de suco de uva. É bem gostoso e infelizmente custa uma
fortuna injustificável aqui no Brasil, já que lá fora é bem acessível. Dos produzidos em
nosso país, gosto muito do Brandy da Casa Valduga. Também é feito com a mesma uva do
Cognac e é envelhecido pot 10, 15 ou 20 anos. Por ser envelhecido mais tempo acaba
absorvendo mais o sabor da madeira. É um Brandy delicado mas com bastante
profundidade.
FRUIT BRANDY:
CALVADOS
O Calvados é um Brandy francês de maçã, que só pode ser produzido num cantinho da
Normandia. Jason Wilson, um dos meus heróis no mundo etílico, é um dos grandes
apoiadores da divulgação desse Brandy tão especial. É uma bebida brilhante e complexa,
com sabores que remetem de Apfelstrudel a café, caramelo e nozes.
Logicamente, nada é tão simples assim. Há três tipos de Calvados: o Calvados normal,
destilado uma única vez em coluna e que pode levar uma pequena porcentagem de pêras
na composição; o Pays D’Auge, produzido numa pequena região da Normandia que leva o
mesmo nome e é destilado duas vezes em alambique de cobre que nem o Cognac, sendo
feito apenas de maçã, sem pêra na composição e o Domfrontais, que precisa
obrigatoriamente levar 30% de pêra em sua produção e também é destilado uma única vem
em coluna. Apesar da pêra, o sabor predominante de qualquer Calvados é sempre o de
maçã.
Existe um debate entre seus produtores sobre os diferentes tipos de destilação. Os que
defendem a por coluna alegam que a bebida retém mais características da fruta, enquanto
que quem defende a destilação dupla por alambique alega que a bebida, por ter um teor
alcóolico maior, permite um maior tempo de envelhecimento nos barris, apresentando um
sabor mais complexo e interessante. Essa discussão só importa enquanto continuarem
produzindo uma das bebidas mais adoráveis dentre todos os destilados. Infelizmente, a
oferta de Calvados por aqui é muito escassa.
EAUX DE VIE
Termo usado para designar os destilados de frutas não envelhecidos. O Armagnac não
envelhecido que citei anteriormente, por exemplo, é chamado de Eau de Vie de uva.
Muitas das melhores Eaux de Vie são produzidas nos Alpes, tanto na Áustria quanto na
Suíca, na Alemanha e na França. Ameixa, pêssego, pêra, cereja e framboesa são alguns
dos exemplos mais comuns. A produção desses destilados é sempre caríssima, já que são
necessários vários e vários quilos da respectiva fruta para a produção de uma mísera
garrafa de um litro. Talvez por isso, salvo raríssimas exceções, estes destilados não sejam
envelhecidos. Apesar de muitas destas bebidas serem produzidas nos Alpes, Eaux de Vie
são produzidas por toda a Europa.
Uma confusão que ocorre é o uso da palavra Brandy para alguns licores, como o Cherry
Brandy no caso do Cherry Heering e alguns licores de cereja similares e Apricot Brandy
para o licor de damasco. Eaux de Vie nunca são adoçadas.
KIRSCHWASSER
Uma Eau de Vie bastante conhecida é a Kirschwasser, de cereja. Criado há muito tempo na
Alemanha, é um de seus destilados mais célebres e bastante consumido no país como um
digestivo. Não é muito usado na coquetelaria, o que eu acho uma pena. Pronuncia-se:
Kíach/VAsséa. É isso mesmo, não se fala o R. E a sílaba forte é o “VA”.
SLIVOVITZ
POMACE BRANDY:
GRAPPA
O destilado mais famoso dessa categoria. Diferente dos Brandies de vinho, a Grappa não
tem um sabor claro da uva. Como o destilado é feito com a casca, a semente e até mesmo
pedaços de caule, a Grappa tem um sabor mais amargo e herbal. Acho uma delícia,
porém… podemos dizer que é um sabor adquirido. Gosto muito das Grappas envelhecidas,
com bastante complexidade.
O segredo para se proteger da Grappa mais “trash” é passar um pouco do líquido nas
costas da mão e esfregar. Se ela passar a impressão de oleosa ou tiver um cheiro de “pet
shop”, não pense duas vezes: FUJA. Na real, essa é uma boa dica pra qualquer destilado.
Quanto mais puro, menos oleoso ele será.
BAGACEIRA
MARC
Sidecar
Esse é um drink clássico. Mas de tão clássico, acho que ninguém pede. Uma pena, pois
acho um drink delicado e muito elegante. Cada livro tem uma receita. A do Jim Meehan, por
exemplo, tem mais limão, mas vai um pouco de xarope de açúcar. A versão do Simon
Difford vai, até mesmo, um pouco de Pineau de Charentes blanc. Acho que prefiro a versão
original, simples, clássica e perfeitamente equilibrada.
60ml de Cognac (ou algum bom Brandy de uva)
30ml de Cointreau (ou algum Triple Sec)
20ml de suco de limão siciliano
Bata todos os ingredientes na coqueteleira e sirva numa taça coupe gelada com um
pequeno zest de limão siciliano. É comum servirem este drink com a borda de açúcar no
copo. Não acho necessário, em todo o caso, para produzir a borda é simples. Num pratinho,
coloque o açúcar e passe na borda da taça um gomo de limão. Esfregue a taça embebida
com o limão no açúcar e deixe a taça repousar por uns 20 minutos. O açúcar então estará
cristalizado. Eu, pessoalmente, prefiro que a taça nunca esteja totalmente com a borda,
para que eu tenha a opção de beber com ou sem a interferência do açúcar. Algumas
pessoas gostam de fazer graça e substituir o Cointreau pelo Grand Marnier. Nesse caso,
acho um problema, pois o Grand Marnier, por ser mais doce, interfere no equilíbrio do drink
e eclipsa o Cognac.
Sazerac
Se vocês acompanham esta página, já devem ter lido a receita do Sazerac, certo? Drink
importantíssimo de New Orleans, que leva o famigerado Rye Whiskey em sua composição.
Como falei, antigamente o drink levava Cognac. Com a escassez da bebida no século 19,
passaram a acrescentar o Rye cada vez mais, até que apenas levasse o Whiskey. Vou
colocar duas receitas de Sazerac que levam o Cognac e que gosto muito. Como já falei
antes, substituí o absinto pelo Pastis, pois não sou muito fã do absinto à venda por aqui.
Quanto ao bitter… a única solução é comprar lá fora ou encher o saco de algum amiguinho.
Receita 1:
60ml de Cognac
5ml de xarope de açúcar
5ml de Pastis
2 dashes de Peychaud’s bitters
Receita 2:
45ml de Cognac
15ml de Rye Whiskey
7ml de xarope de açúcar
5ml de Pastis
3 dashes de Peychaud’s bitters
Primeiro, permeie com o Pastis a superfície de um copo baixo bastante gelado, porém sem
o gelo. Na sequência, mexa todos os outros ingredientes num mixing glass com bastante
gelo. Coe então no copo preparado com o Pastis e, de garnish, borrife os óleos da casca do
limão siciliano e coloque-a no drink.
Washington Cocktail
Drink antigo, que consta no livro Savoy Cocktail Book. Robert Hess acredita que este drink
seja do final do século 19. É um drink suave, delicioso e não tão alcóolico.
50ml de Dry Vermouth
25ml de Cognac
1 dash de Angostura
5ml de xarope simples de açúcar
Mexa os ingredientes no copo mixer com bastante gelo então coe numa taça coupe gelada.
Sem garnish.
MGM Grand
Drink saboroso, não muito distante de um Sidecar. Foi criado em Londres no ano de 2015
por Andrew Loudon, do Satan’s Whiskers.
45ml de Cognac
15ml de licor Maraschino
20ml de suco de limão siciliano
15ml de de xarope simples de açúcar
1 dash de bitter de laranja
Bata todos os ingredientes na coqueteleira e coe duplamente numa taça coupe gelada.
Borrife os óleos da casca da laranja bahia e descarte.
Corpse Reviver #1
Pisco Sour
Esse drink é um clássico absoluto. Foi criado no comecinho do século XX pelo californiano
Victor Morris, que tinha um bar em Lima e substituiu o Whiskey de seu Sour pelo Pisco.
60ml de Pisco
25ml de suco de limão tahiti
20ml de xarope simples de açúcar
20ml de clara de ovo pasteurizada
Bata todos os ingredientes na coqueteleira sem o gelo (o famoso dry-shake). Ponha então o
gelo e bata novamente. Sirva numa taça grande e, de garnish, 4 gotinhas de angostura.
Esses dias, testei o processo do dry-shake APÓS ter batido com o gelo. Como o dry-shake
é bem rápido, apenas para a emulsão do drink, acabou funcionando e me livrei dos
pequenos pedaços de gelo. No final, deu muito certo. A opção é sua.
Stamford Fix
Por muito tempo, Pisco foi uma bebida cujo uso se resumia a Pisco Punch e Pisco Sour. De
uns tempos para cá, grandes bartenders passaram a utilizá-lo de outras formas. Stamford
Fix é um bom exemplo, criado pelo Jim Meehan a pedido do dono da marca de Pisco
Barsol. A receita original pede o Pisco peruano do estilo Mosto Verde.
60ml de Pisco
30ml de Jerez Fino ou Manzanilla
15ml de licor Bénédictine
4 folhas de manjericão (se você tiver apenas o manjericão de filhas menores, use umas 7
ou 8 folhinhas)
Num mixing glass, macere as folhas do manjericão com o licor Bénédictine e então
acrescente o Jerez e o Pisco. Mexa com bastante gelo e coe duplamente numa taça coupe
gelada. Borrife os óleos da casca de grapefruit sobre o drink e descarte.
Outro drink que li pela primeira vez no livro do Jason Wilson. Para quem ama um bom
Brandy de maçã, sugiro esta versão de Old Fashioned criada pela bartender Misty Kalkofen.
A receita funciona tanto com o Calvados quanto um Apple Brandy americano.
60ml de Apple Brandy
5 ml de maple syrup puro
2 dashes de aromatic bitters, como Angostura
Mexa os ingredientes no copo mixer com bastante gelo e então coe num copo baixo com
gelo. Sem garnish.
Blood & Sand é um dos poucos drinks clássicos que levam Scotch Whisky. Criado no
começo do século XX, acredita-se que sua criação foi inspirada pelo filme de 1922 de
mesmo nome, estrelado pelo Rudolph Valentino. A receita original pede partes iguais de
Scotch Whisky, Cherry Heering, vermute doce e suco de laranja. O único problema é que é
um drink doce pra caralho, beirando o enjoativo. Talvez por isso seja tão difícil de encontrar
por aí nas cartas de drinks dos grandes bares paulistanos. Porém, num dia desses, no site
do Simon Difford, me deparei com essa receita bem menos doce e que utiliza de uma forma
brilhante a minha Kirschwasser.
15ml de Blended Scotch
15ml de Islay Single Malt
15ml de Cherry Heerring
15ml de Kirschwasser
15ml de vermute seco
15ml de vermute tinto doce
30ml de suco de laranja
Bata todos os ingredientes na coqueteleira com bastante gelo e coe duplamente na taça
coupe. De garnish, borrife os óleos da casca da laranja bahia e coloque uma cereja
maraschino de garnish.
Mount Vernon
Mais um drink brilhante criado pelo Jim Meehan e que utiliza a Kirschwasser com bastante
destaque. Além disso, a receita original pede o Brandy de Jerez, primo espanhol do Cognac
e do Armagnac. A primeira vez que li sobre este drink foi na coluna do Jason Wilson. Aquele
mesmo, que já citei tantas vezes e criou o Cin Cyn.
30ml de Brandy de Jerez
30ml de Kirschwasser
22ml de suco de grapefruit
15ml de Jerez PX
15ml de Cherry Heering
Bata todos os ingredientes na coqueteleira com bastante gelo e coe duplamente na taça
coupe. De garnish, coloque três cerejas maraschino de garnish espetadas num palitinho.
An Offer He Couldn’t Refuse
A Grappa é um destilado pouquíssimo usado na coquetelaria. Encontrei este aqui no projeto
do gaz regan chamado 101 Best New Cocktails, onde a cada ano ele listava alguns drinks
que o impressionaram. Este foi criado por Jason Simplot, em Seattle. É um drink
extremamente aromático e peculiar, porém bem agradável. De garnish vai uma flor de cor
azulada e comestível chamada Centáurea ou Escovinha. Mas como sou um pouco
preguiçoso para adquirir uma única flor para experimentar em um drink, confesso que fiz
sem.
30ml de Grappa branca
30ml de London Dry Gin
15ml de Strega
15ml de vermute branco doce
4 dashes de bitter de laranja
Mexa os ingredientes no copo mixer com bastante gelo e então coe numa taça coupe
gelada. De garnish, coloque a tal flor escovinha.
Outros drinks com Grappa:
A ausência de drinks acessíveis e práticos com Grappa é tamanha que resolvi, eu mesmo,
confeccionar e testar uma série de combinações. Em breve, postarei aqui as que deram
mais certo… na minha opinião.