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2020
REVISÃO: CHRISTINE KING, EVELINE KNYCHALA
Capa: LA Capas
Revisão: Chistine King, Eveline Knychala
Diagramação: Denilia Carneiro
proibido.
Era lindo, rico e um canalha, e Josephine achava que ele era o SEU canalha,
enquanto ele a seduzia sem saber, com seu sorriso torto, seu melhor terno e
todas as horas, às amigas que me ajudaram com tudo nesse livro, verdadeiros
anjos em minha vida: Eveline Knychala, Pry Olivier, Jéssica Larissa, Letti
Oliver.
Só vocês sabem o quanto são importantes para mim. Esse livro não
me.
GIANLUCA
Verão de 2017.
Fodam-se as cobranças para ser um bom homem. Não era idade para
estas preocupações: era idade para jogar, e ganhar. O poder era uma coisa que
silenciosamente.
Gostava da aura de mistério. Que as mulheres não me entendessem,
não me descobrissem.
Gostava do meu poder de chocar. Era bom que eu não olhasse muito
vinícolas que valiam muitas centenas de milhões, vindo de uma família muito
isso, queria em no máximo cinco anos ter tanto dinheiro quanto meu pai
pernas.
E era por isso que eu era, eu sabia, o mais novo promissor dos
investidores da California. O Vale do Silício, em San Jose, onde eu morava,
seria apenas uma pequena fase da vida, que eu calculava a cada passo. Eu
próprio.
apetite enorme por mulheres, pensei, num sorriso cínico, com os braços
Uma bunda muito boa que ela tinha. E era só isso que eu queria
pensar agora: naquela bunda. Morena e empinada, e sua boceta bem aberta
para mim.
ao meu lado.
toquei o corpo ainda com delicadeza, deslizando as mãos por suas curvas,
uma sombra erótica que envolvesse as mulheres, que as pegasse num carro
luxuosos.
Sem quase uma palavra sequer. Apenas algumas gentis o suficiente. Não era
os polegares roçando por sua clavícula, quando fui premiado pela sensação
animalesca em mim, que me fez apertar com alguma força os globos rijos, e
Ela virou o rosto para mim, e me fitou com olhar lúbrico, mordendo
orelha, os dedos deslizando por sua barriga indo em direção a sua suave e lisa
mãos e indo e vindo por seu corpo submisso, o prazer sedento de sentir a
prová-la.
poder.
Só uma foda bem dada antes para me preparar mentalmente para uma
vida que não me pertencia mais. Tudo me parecia muito distante, toda aquela
pragas das uvas Zinfandel, o aroma e sabor dos novos vinhos, se penderiam
minha nova vida de investidor, conforme prometido, para ficar com minha
família naqueles dias. Na verdade, estava sendo intimado a vigiar minha irmã
adolescente de 18 anos.
A verdade é que já fazia bastante tempo que não via meus pais ou
minha irmã. Passaríamos alguns meses daquele fim de verão, juntos, enfim.
Apesar de ser um puto sem coração, eu adorava minha irmãzinha,
Allegra. Não podia não estar feliz com a perspectiva de estar com ela. Meus
Aquela era uma parte da legião de que eu era feito: o homem de família.
me escravizar. Por isso que aquela morena, como todas as demais, seria logo
convidada a ir embora
insinuante como caminhava, e a visão da cor vinho tingindo suas unhas que
me arranharam na noite anterior, estreitei os olhos, pensando que bem que ela
poderia ficar um pouco mais, ao sentir que meu pau praticamente saltou,
vi passear os olhos por meu corpo, sedutora, até se fixar no músculo rígido a
saboreando a sensação.
em um convite silencioso, para que caísse de boca, o que ela parecia querer
luxurioso.
meu pau dilatar cada vez mais. – De joelhos – asseverei, com um sorriso
perigoso, esperando sua obediência.
prazer, até ser a hora dela sair, pois eu tinha coisas mais importantes para
fazer.
Glenlivet.
Tentaria beber só um pouco dessa vez, pois teria de dirigir por longas
horas. Mas nem sempre era assim: não raro, a bebida me ajudava a estimular
Eu gostava das boas coisas da vida, e ser estimulado pela bebida fazia
parte do conjunto de sucesso.
apressar.
de suas muitas árvores, dos objetos de madeira que eu mesmo talhara em meu
quarto, quando eu era apenas um garoto. Havia muito, muito tempo, toda
Hoje fazia outras coisas bem mais interessantes com muito esmero,
relaxante.
legítimo francês com uma voz suave que me atraiu como anjos atraem uma
legião de demônios.
tive uma súbita vontade de morder bem ali, onde ela corava, em sua bochecha
de morangos frescos, e puxar seu inocente rabo de cabalo para ver seu
sorriso torto, bastante pecaminoso com minhas más, sempre más ideias que
Nada que fosse bom passava pela minha cabeça. Seria muito fácil
seduzi-la, calculei.
Tentei controlar o sorriso, para não lhe deixar à vontade. Aquele era
meu quarto, aquelas eram minha cosias, e a criaturinha que estava ali, era
explicação para estar ali, enquanto ela tremia sob meu olhar avaliativo e
acusador.
Talvez não tivesse. Talvez fosse exatamente o que parecia ser: uma moça
parede, segurar com delicadeza seu pescoço e perguntar entre seus lábios, o
que ela viera fazer bem ali, uma ovelhinha, na toca do lobo.
Mas me contive. Mesmo um canalha como eu tinha seus limites,
observei, cauteloso.
JOSEPHINE
olhos de prazer.
um pouco meus braços contra mim, protegendo meu corpo magro do frio.
Chuva linda, falei baixinho, sorrindo. Sabe daquelas que dão vontade de ficar
descalça e perambular pela rua, sentindo a terra úmida nos pés? Eu gostava
livros recém lidos. Mas nada se comparava a um clima ameno que fazia me
sentir como se estivesse na minha antiga casa. Afinal, era uma garota vinda
da Dakota do Norte de 17 anos, pálida demais, estranha demais, avessa
demais a tudo que não fosse quietude e livros tentando sobreviver naquele
nova melhor amiga era apenas uma das milhares de coisas que eu estava
importavam que eu, a pobre Josephine entrasse naquela casa com meus tênis
velhos, minhas roupas simples e baratas, meus óculos grossos e meu corpo
vinícolas, adorava-me.
vontade, e eles diziam para mim cada vez mais que eu era uma excelente
influência para Allegra, que mesmo já tendo 18 anos, segundo os pais, era
ganhara a bolsa e meu pai era zelador. Uma amizade muito especial havia
ajudava a estudar para não repetir de ano mais uma vez. Ela andava muito
em ter amigas, e nem ela. Não éramos pessoas muito populares. Allegra por
E então tudo era novidade para mim, mas eu pretendia continuar com
os pés fincados no chão, como havia prometido aos meus pais: eu ainda era a
não era o meu mundo. Morava numa casa modesta de 5 cômodos, e tínhamos
um pequeno jardim que eu tinha que aparar todo sábado para ganhar minha
mesma para ter sempre as melhores notas para ser digna da bolsa eram um
Allegra fora tomar banho, aqueles banhos demorados que ela disse
que queria tomar, pois hidrataria o cabelo e depois secaria. Seus pais, Carlo e
Itália para um longo período. Allegra era um pouco solitária desde que seu
irmão mais velho, Gianluca, fora fazer faculdade fora há alguns anos.
estava escuro. Pela janela, depois de limpar meus óculos que estavam meio
noite com aquela alegria que eu sempre tinha. O sol finalmente havia
dormido, e agora a noite abria seus olhos, que eram as estrelas. Milhões de
sempre me dizia.
Uma noite tão linda como aquela, com chuva e um pouco de frio era
meus jeans velhos e folgados de sempre. Mesmo assim, que noite perfeita...
era imensa e luxuosa, com prataria por toda casa. E flores frescas e
suspirante. Mas nunca tivera a chance de entrar nele para ver de perto. Era
quando vi a foto dele pela primeira vez, seguidas de todas as fotos que fiz de
Gianluca Tedesco era o tipo de homem que deveria ser proibido para
Ele era bonito e intenso demais para que mesmo mocinhas como eu
não tremessem só de o observar por uma mera fotografia. Era tentador, e era
proibido. Especialmente por ser tão mais velho que eu. Creio que tivesse 27
anos agora, contra meus 17. Moreno e vistoso, do tipo que parecia dominar
tudo apenas com um único olhar. Ele tinha daqueles rostos que pareciam ter
escuro levemente tocado pelo sol, cor de nozes. Eram olhos de fazer suspirar,
sempre carregados de malícia, aliados a um maxilar forte e um queixo
quadrado extremamente viril. Não havia como não pensar em Deus ao vê-lo.
segundo.
Mas quando ele sorria nas fotos, parecia que um anjo infernal lhe
tocava a face. Era um sorriso tão terno e o deixava tão bonito...E ele quase
Eu sabia que ele era perigoso. Eu era a melhor amiga da irmã dele,
forte e alto. E atraente. Ouvira naqueles meses várias histórias sobre ele, e
não eram histórias contadas com muita alegria. Histórias nada boas para a
perceber isso. De todo modo, ele me atraía. Mesmo que se fosse seu quarto,
A curiosidade mais uma vez parecia querer dar vida aos meus pés. A
chuva como música, e aquele clima que me atraía como uma mariposa para o
aviões em imitações perfeitas, e senti o conforto das cores neutras. Mas podia
na minha mente. Algo marinho, fresco. Parecia tão real. Eu devia estar
ficando maluca, ou o spray de perfume para ambientes era muito bom. Tão
acolchoado, num suspiro deliciado, desejando algo indizível. Ele se deitou ali
acredito. Uma mulher, talvez uma Ninfa, uma Deusa, não sei, nua e linda,
carregando um cesto com frutos de ouro e prata.
motivo Gianluca a pusera ali, de frente a ele. Parecia destoante das demais
daquele quarto.
de livros, que percebi arrumada por ordem alfabética. Parecíamos ter uma
arrumados.
Mau. Mau garoto. Era assim que os pais o chamavam. Era assim que
sua irmã o chamava, mesmo que o amasse, como se ele tivesse vindo ao
fechando o livro.
E acho que gostava cada vez mais daquele mau garoto que um dia
Bem que eu podia ler o livro no quarto de Allegra. Pensando nisso, fui
ver se ele se encaixava na bolsa a tiracolo de lona que eu levava com apenas
Tentava colocá-lo lá dentro quando algo fez meu coração dar um salto
e senti se retesarem todos os meus músculos.
continuou, impassível.
Ele ria de mim, com razão. E estava sendo grosso. Olhei sua grande e
inspirando coragem.
minhas mãos trêmulas, e encarei o dono da voz com seu olhar avaliador.
estremecer.
encrencada, que a voz dele era impressionante, e que aquele homem de frente
a mim, vestindo apenas uma toalha, era a coisa mais linda que eu já havia
porta. Ele era muito alto e muito forte, e descansava seu corpo placidamente.
Seus cabelos negros e lisos, agora caíam por sua testa sensuais, num lindo
– Se não é uma ladra, por que estava pondo meu livro em sua bolsa?
Vai precisar de algo melhor que sua palavra. Será que vai me dar trabalho te
pôr para fora, menina? – perguntou, num tom provocativo, como se estivesse
Olhei para os lados, sem saber como me defender, até que o encarei.
– Nem em mil anos vou te dar trabalho para ir embora! Quero sair
daqui nesse exato minuto! Certas companhias não valem a pena! – disse, de
repente, indignada.
– Não vai sair daqui. Não sem me dar explicações. Não sem me dar o
que quero. – A voz grave voltou a ressoar com o que parecia ser um leve
inquiridor.
– Não quero dar! – gritei como uma boba. Como ficamos bobas
seus dedos percorreram os fios macios e negros, e senti minha boca ficar seca
mim.
– Por que será que não quer dar? Será que você veio buscar alguma
coisa num quarto sozinha com um homem nu? Gosta de perigo, mocinha? O
que queria bisbilhotar no meu quarto? Sabe que não deveria fazer coisas
assim? Pode encontrar o que não deve encontrar? – perguntou, com o olhar
minha direção.
Sentia tudo em mim se eriçar. Não sabia o que responder, e seus olhos
mesmo tempo.
Ele deu mais um passo perigoso para mim, lento como uma pantera.
malícia.
Santo Deus. Eu não sabia como ainda estava ereta! Desmaio, não me
leve agora!
– Mais que um beijo? É por isso que não vem pegar? Quer apenas
fôlego faltar, e uma grande excitação parecia se espalhar por meu corpo,
esquentando-o.
Ai meu Deus. Nada saía. Pior que não tinha coragem de negar o que
Eu iria desmaiar.
CAPÍTULO 2
JOSEPHINE
nó.
aleijada com todo aquele peso, e me deixasse frustrada para sempre também.
disse, impaciente.– Não achou mesmo que eu ia ficar nu na sua frente, ia,
Affe. Affão.
o suficiente. Espero que tenha aprendido a lição. Aqui não é lugar para você.
– Eu não entendi coisa nenhuma! Nem sei do que você está falando–
vociferei, tentando fingir que o desdenhava, ainda despreparada para lidar
com aquilo, e percebi que minha vontade de chorar vinha mais da impotência
da humilhação.
– Cuidado ao entrar onde não deve, nunca se sabe o que pode achar.
Ele baixou o olhar até meu pé, e deu mais um passo até a mim, e vi
– Agora vamos ver seu pé, menina. Não sou tão mau assim. Agora
não precisa ter medo, mas só porque estou avisando. Você se machucou?
agora de dor.
– Tem certeza?
próximo.
– Não sou!
em minha direção.
– Hum. Eu acho que está errada. Acho que o perigo que você correu
jeito que despe, que envergonha e que fascina. Olhei para os lados, indefesa,
capturou.
gaguejante, ouvindo como minha própria voz saía aguda e covarde, e como
algo mais. Alguma coisa que eu sabia que tinha tudo a ver com o perigo que
ele dizia que eu corria. Eu não sabia se me irritava, controlava a dor forte que
Percebi o quanto eu era uma menina e que como jamais ter lidado
tinha de me proteger.
quisesse me calar.
– Até onde sei sempre amei Max, meu cão, e sofri sua perda. E jamais
sentir intimidada.
acho que gosto disso – rebateu, com um olhar um tanto sombrio, mas em
Já eu, estava sem ar. Tensa, os nervos à flor da pele. A voz dele fazia
de seu peito se contraíam, e ao baixar o olhar, não pude deixar de notar como
eram lindos seus pés, como eram viris suas panturrilhas. Em como ele era
– Ok, menina. Você está machucada. Não precisa ser orgulhosa, sei
livro que estava caído, aproximando-se um pouco, com lentas passadas que
–– Já chega! Já não basta ser ladra? Vou ter que ser sempre
condescendente com quem não merece? Não sou do tipo paciente, menina! –
censurou-me profundamente, parando em minha frente.
fez com que eu erguesse meus olhos para ele, para dar de cara com seu rosto
irritado e perverso.
Foi a primeira vez que ele magoou a sério meu coração. E não seria a
ofender! Para mim basta! Vá para o inferno! – gritei dentro de minha revolta
dele como uma bala, sem querer olhar para trás, gemendo por dentro e me
Porque ele era lindo, porque ele era devastador, porque ele era cruel e
idiota e nosso primeiro encontro foi a coisa mais horrível que poderia
acontecer.
E porque quando ele ia tirar a toalha e eu iria pela primeira vez ter
uma bela aula de anatomia masculina, e com o homem que eu amava, em vez
de aproveitar, quebrei meu pé. E sequer fui lá pegar o meu primeiro beijo.
Eu era uma burra mesmo. Se bem que, pelo que entendi, ele estava o
Homens como ele deveriam se divertir com garotas tontas como eu.
braço, porém, me parou, fazendo-me voltar para ele, quase brutalmente. Fez-
me voltar para seus olhos quentes, para seu peito forte onde gotículas da água
acelerada
Meu peito subia e descia, tenso. Aquele cheiro, aquele olhar escuro
sobre mim. Como uma criança boba, fechei meus olhos, aturdida e seduzida
demais pelo toque forte da sua mão em meu braço... Aquelas pequenas
sensações me davam um enorme e estranho prazer. Eu sentia sua respiração
– Ei, garotinha. Calma. Não precisa ficar assim – disse com voz de
seda quente.
pouquinho mau. Ou às vezes muito. Todos nós temos defeitos. – Ele baixou
mais seu olhar para mim, como se quisesse tornar meus olhos cativos. –
risonho.
com brandura, a voz num suspiro caricioso que me fez tomar ar devagar e
sobre Gianluca naquele dia: ele era persuasivo, e eu não sabia não me sentir
Havia uma borda lindamente acinzentada em seus olhos. Ele era tão mais
maravilhoso ao vivo. Eu não sabia o que dizer, mas sabia que tremia. Suas
mãos em mim provocavam sensações que iam da cabeça a base dos pés,
fervilhando, envolvendo.
suavemente.
Sua outra mão se ergueu, e tirou uma mecha de meus cabelos que
estavam sobre a testa, demorando alguns segundos com seus dedos em meus
fios, e ele parecia procurar algo em mim, com seu olhar profundo.
ele falou olhando fundamente para meus olhos, que eram de uma cor
eu sabia. Pareciam, sim, avelãs. Saber que ele notara a cor dos meus olhos me
fez tremer mais por uma razão agora completamente inexplicável, mas que
tinha a ver com ele, com seus olhos em cima de mim, sagazes e sedutores, e
seus dedos firmes na pele arrepiada dos meus braços, com movimentos
lentos.
impressão de que ele percebeu o modo como eles marcavam aquela camiseta
fininha. Sentia-me corar e arder. E também algo latejar, algo num local
proibido.
deslizou então seus dedos por minha bochecha, dando um sorriso afável em
– A-acho uma boa ideia, mas não estou tremendo de medo. Mas de
raiva – falei, na defensiva, mas sentia minha voz falhar. Queria soar madura.
E queria que tivéssemos o melhor dos recomeços, mas acho que não estava
assustado. Doce e insegura. E é claro que não vou acreditar numa garotinha
assustada pega em flagrante. Se tem uma coisa que não sou, querida, é tolo.
Olhei-o, erguendo bem a cabeça para aquele homem tão mais alto que
fantasma assustado pelo homem que idealizava. E nem que ele se porte
– Acho que tem você tem opiniões demais, e até agora todas erradas,
além de profundamente grosseiras – acusei, franzindo o cenho, aborrecida.
– É mesmo?
– Sim. E acho que não está se esforçando nada para recomeçar bem
mãos.
Para minha surpresa, ele jogou a cabeça para trás, e deu uma leve
gargalhada
– De você.
– É óbvio que está rindo de mim. Não sou idiota. Queria saber o
fundo, acho que você tem razão. E acho que gosto que tente me colocar no
meu lugar.
estava fazendo justamente no meu quarto. Acho bastante razoável, você não
acha?
Olhei-o envergonhada.
divertido.
E então, aproximou mais seu rosto do meu, o que me fez prender a
veio fazer na toca do lobo, ovelhinha? Quer me contar o que veio procurar? –
mentir.
sinceridade cortante que doía em meu peito. Estava atraída demais para não
– Sabe quem eu sou? Sabe que esse é o meu quarto e que essas são as
curiosidade.
– Sim. Você é Gianluca Tedesco. Sim, sei que é seu quarto e que
essas são suas coisas. Desculpe ter mexido nelas, desculpe de verdade – falei,
Eu estava com Gianluca em seu quarto. Ele sorria para mim. Ele
estava de toalha branca perto, muito perto e sorrindo docemente. Quase
sozinha? – perguntou,
perigoso. Não deveria estar aqui. Diga que entendeu, Josephine – ele
Engoli um pouco, nervosa. Entendi o que ele queria dizer: que ele era
– Não – Ele sorriu largamente agora. – Você realmente não tem. Que
– Ele sempre ajuda... – respondi, mesmo sem entender sobre o que ele
queria dizer.
– Então reze por mim, Josephine, porque acho que estou precisando
nesse momento muito, muito de ajuda divina – ele disse, e eu senti sua
alterada.
beijo...
CAPÍTULO 3
JOSEPHINE
afrouxou sua mão sobre mim, largando-me, deixando-me com uma vaga
sensação de desamparo.
de ter agido por impulso. Gianluca estava com uma expressão quase zangada,
recuperar de algo...
Eu não sabia que eu era tão sem vergonha. Se bem que ainda não
braços sobre o peito, o mesmo olhar avaliador, e achei que seria xingada...Ou
Mas então, ele sorriu. Sorriu e jogou a cabeça para trás, sorrindo mais
– Respeito quem luta pelo que quer, Josephine, mas acho bom
– Não precisa ficar envergonhada. Está tudo bem – ele disse num tom
– Mas nem sei por que está me chamando de esperta! Não ocorreu
Como lidar com uma rejeição, se não assim? Ondas e ondas de uma
abaladas.
Aaaah....
– Isso. Acho que é exatamente assim que gosto de você... Mas não vá
achando que sou impressionável, hein?
– Allegra não me falou que traria uma amiga para cá... – Gianluca por
– Ela sabe que você está em casa?! Allegra sabe? Mas ela não me
Como assim ela não havia me dito que o irmão estava ali? Que raiva!
– Não, ela não sabe que já cheguei. Mas sabe que eu poderia chegar a
dela durante as minhas férias, para que eles pudessem aproveitar a deles.
Uma adolescente sozinha, segundo eles, não era uma boa ideia. Eu,
particularmente, porém, não me importo que adolescentes aprontem um
acho que deva haver limites. Gosto muito de Allegra. Não quero que se
cafajeste. Por isso, no fim das contas, estou aqui para protegê-la de gaviões.
– Porque acho que cada um cuida da sua vida, sem ter que dar
satisfação aos outros, Josephine. E acho que cada um é livre para buscar seu
afirmou, sorrindo.
– Bem que eu gostaria de ser livre, mas realmente não acredito que
vida, obedecer a leis, e pelo visto, amar aquele homem até o fim.
– Porque a liberdade é uma ilusão. Temos elos a vida toda com coisas
e pessoas. Acho que se um ser humano fosse livre de verdade, ele seria muito
triste – ponderei.
deixa de ser maduro e interessante. Aliás, para uma menina, você me parece
muito madura. – Ele parou para me analisar de cima abaixo, mas agora sem
malícia. – Qual sua idade, afinal, Josephine? A mesma de Allegra? Já tem
de mais velha. Sentia uma dor tão funda que o pé nem parecia mais me
incomodar.
Gianluca deu alguns passos largos para trás, bruscamente, num aviso
Ele ficou sério por um instante, como se pensasse sobre o que deveria
Eu tinha razão: você é um doce proibido, e tenho certeza de que vai continuar
assim.
conseguia captar o que sua expressão queria dizer. Só sei que ele me olhava
idiota e insignificante.
– Desculpe ser uma garotinha idiota – disse num desabafo ainda mais
imbecil que a minha declaração, e senti uma tristeza longa modificar minhas
feições.
– Não, não diga isso. Você é uma garota adorável. Nunca será menos
que isso. Fico feliz de estar por aqui perto de você e de te conhecer –
murmurou, enquanto se aproximou de mim, fazendo-me prender a respiração,
cama.
naquele momento que minha mão era dele, e que seria para sempre, assim
– Venha, Josephine. Vamos ver seu pezinho. Não é errado ver seu
meus lábios, a sensação de seus dedos por meus pés, querendo que aquela
inspeção não parasse nunca. O toque parecia tão gentil quanto delicado, e
isso.
malícia.
Corei como nunca, sem jeito. Seu largo sorriso se abriu novamente,
derretendo-me por dentro e fazendo meu coração bater forte enquanto o rosto
dele era pura luz, pura beleza.
demais nele, além de ser um pé muito bonito – falou suavemente, ainda com
– Um beijo para curar. Logo vai andar elegante como uma ninfa – ele
completou, sorridente.
minha sandália.
Ora Gianluca era tão idiota, ora tão sedutor...Anjo e demônio ali,
misturados.
estremecimento na espinha.
quebrou seu pé. Não te quebrou por fora, mas se o ler, talvez te quebre por
dentro – ele disse, erguendo-se.
lábios.
pessoal.
– Tenho tentado estudar para ganhar uma bolsa em Paris. O francês
interessado.
Estudo com Allegra por causa de uma bolsa que ganhei. Meu pai é zelador na
escola, e minha mãe, garçonete. Seria um grande sonho para eles que eu
especial que veio bater na minha porta. Sempre lutando pelo que quer, com
muita garra – ele disse, e me sorria de um jeito tão lindo, tão tentador.
que ficava em seu quarto. Parou lá para olhar o que tinha, e aproveitei para
Ele deu alguns longos goles numa pequena garrafa de Vodca, como se fosse
água.
– Que tal gelo para seu pé? – ele perguntou, quebrando o clima,
gole na lata.
Gianluca.
Ao lado, havia seu violão. Não sabia se ele tocava bem. Allegra dizia
que sim. Que ele já quisera formar uma banda, mas que o pai havia
desestimulado seu sonho. E que ele se revoltara, na época. E que os dois
sempre brigavam muito, e que por isso Gianluca ficava tão distante também.
– Não foi nada demais. Seu pezinho, mesmo tão pequeno, está intacto.
sou ladra. Eu ia apenas levar para o quarto de Allegra, para poder ler à noite...
E com Gianluca naquela casa, pensei que dali por diante daria um
com ar casual.
Ele pairando sobre mim era realmente mais embriagante que álcool.
coisas retas nos atraem. Nos lembram de entrar na linha. Mas eu ainda não
perto de mim...
Ele se voltou de repente, olhando-me com uma cara que tanto estava
– Ei, Josephine, o lobo mau aqui sou eu, não você. Você é uma
sobrancelha, o ar cínico. – Uma ovelhinha e não sabe o que faz. Agora fique
Porque agora Gianluca não era mais sonho: ele era a realidade. Ele me
JOSEPHINE
sensação de êxtase de estar finalmente ao seu lado. Ainda sem poder acreditar
suas mãos fortes pousaram gentis sobre meus ombros, e ele baixou devagar
seu rosto até meu pescoço. Absorvi a sensação da sua íntima proximidade,
parecia me sentir devagar. Minha pele arrepiava com aquela estranha carícia:
melhor.
que usava.
– Cheira como um bebê – Senti que ele podia sorrir, ali, bem atrás de
mim.
eu respondia febrilmente.
tipo que acalma, pelo contrário – ele comentou, e fiquei sem entender aquele
comentário enigmático.
que ele me abraçasse por trás. Ele parecia apreciar o céu, como eu.
pelo momento.
sentimentos.
Ele me virou para ele, para minha surpresa. Ele estava agora de
fôlego.
Senti que ele quase me acariciava com o olhar.
– Sei por que gosta de olhar as estrelas, Josephine. Seus olhos já têm
muitas coisas para obter isso, até mesmo dizer bobagens poéticas
triste em saber que aquelas palavras não eram mais nada que táticas de
Allegra tinha razão. Ele era uma legião. Uma legião de demônios.
Que desgraçado.
Nunca desejei tanto na vida ter controle sobre meu coração como
naquele momento.
os jeitos.
pressenti.
– Nem tudo é brincadeira, Gianluca. Nem toda poesia é bobagem.
Não existe a imunidade ao amor. E nem tudo é... – rebati com toda minha
– Sexo? Pode apostar que sim. Mas uma menina como você não
deveria falar sobre isso – ele advertiu, com o cenho franzido, o ar cínico.
– Se não existe imunidade para o amor, pode ter certeza de que eu vou
criar. – Ele sorriu, divertido. – Uma pessoa só pode oferecer aquilo que tem,
Josephine. Se ela não ama, não pode oferecer amor. É assim que eu sou. Não
menina, mas não precisa ser uma menina tola e romântica. O mundo é assim
– Achar-me terrível pode ser um bom começo – disse mais uma vez
em tom cínico. – Mas calma, não me olhe como se fosse um vilão. Sou
humano. Eu sangro também. Apenas não vou me apaixonar nunca, oras. Não
posso fazer nada a respeito disso, a não ser lamentar que alguém espere o
contrário.
responder.
constrangedoramente marejados.
– Quem foi que disse que tenho ilusões românticas sobre o amor?
com raiva.
fazendo-me olhá-lo de volta, como se não tivesse gostado daquele meu traço
de rebeldia. – Deveria agradecer que alguém está instruindo você sobre como
que coisa bem dura em resposta quando Allegra apareceu na porta, linda,
entretido em Allegra
Allegra deu uma corrida e saltou em cima dos braços fortes do irmão,
braços, comovida, recebendo aquele forte abraço, que sentia muita falta do
irmão.
E sentia mesmo.
Eles se adoravam, dava para perceber isso. Aquele amor entre irmãos
Mas Allegra era minha irmã versão torta. Linda, bem resolvida
em silêncio.
embora ela bebesse escondido. Sabia que seus pais, em súplica muda, pediam
Sabia também que Gianluca tinha problema com bebidas. Sabia que
os Tedesco viam em mim um certo tipo de anjo da guarda para guiar Allegra
você faz falta, seu chato! Como pode demorar tanto para vir me ver? Traidor!
eram distintos. Gianluca parecia com a mãe, Gemina, uma linda e madura
mulher morena. Allegra já era o retrato de seu pai, Carlo, muito loira e
expansiva.
Seus pais eram bonitos, e ambos irmãos haviam nascido com uma
Allegra era meu contrário também, minha parte faltante: ela corrigia
imatura que eu que tinha de protegê-la, como se ela fosse mais jovem que eu,
e não o contrário.
sempre.
Allegra com seus cabelos ainda úmidos pelo banho me olhou com
– Essa cara de quem quer aprontar, mas não vou deixar! Com meu
irmão não! – Ela se divertiu, rindo. – Por mais que Gianni seja um devasso
tarado, com a minha amiga não! Vá cantar de galo para lá, Gianluca! –
De mim.
comportei com todo bom mocismo com sua amiga, afinal, ela é só uma
menininha...
Allegra andava tão chata naqueles dias, desde que voltara da fazenda!
Ou estava triste, ou querendo ficar sozinha, ou agindo como idiota. Ela teria
proibida para você. É menor de idade. Não vai ser preso, não é? – Ela deu
uma risada. – Além do mais, nossa Jose é virgem. Não vá tentar estragar a
primeira vez dela, seu patife. A primeira vez de uma mulher tem de ser
especial.
Nessa hora, olhei com nítida fúria para Allegra. Ela tinha muitos,
muitos defeitos, mas sua indiscrição era o pior deles, e sua mania de não
preso, seria por algo que valeria a pena, e não por uma virgem – Ele falou
Não sei dizer em quantos pedaços ele despedaçara agora meu orgulho,
olhar, com firmeza, travando mais uma vez uma pequena luta pela minha
dignidade.
Senti como se fosse uma bofetada. Mas não era. Ele era um homem
sua irmã.
forma mais idiota ofensiva o possível, ele estava certo. Havia enormes e
Eu era pobre e ele era rico. E descobri que ele brincava com meus
sentimentos.
alguma coisa, mas Gianluca me magoara outra vez de forma muito grave
aquela noite.
Foi dominada por tal fúria que tentei sair pela porta, resolvida a ir
embora e não servir de marionete para aqueles dois, mas mais uma vez aquele
braço firme me parou quando eu já estava prestes a abrir a porta.
Girei meu corpo lentamente para ele, possessa. Querendo arranhar sua
– Você não vai embora. Vai ficar. – Sua voz soou firme,
hipnotizar por aquele olhar escuro e profundo? Arrastei os olhos para seu
queixo quadrado, para sua barba que começava a azular, para a boca perfeita,
sensual.
Balancei a cabeça, confusa, desviando o olhar.
– Por favor, Josephine... Passei dos limites. Não sei o que me deu.
sobre mim.
– Não.
amor implacável regendo meus sentidos, através do tempo, por mais que
– Não serei idiota dessa vez – Ele prometeu num murmúrio sério. –
Eu prometo.
como se não quisesse que Allegra, que nos ouvia, aflita, escutasse:
– Desculpe, meu docinho. Magoei você, mas talvez fosse preciso.
Talvez seja preciso magoar você, mas tentarei não fazer mais...– E me deu
completou, aflita. – Não vá embora, por favor. Fique conosco. Também não
vou ser mais idiota. Pedimos desculpas. – Passei dos limites. Não sei o que
me deu
Não havia como resistir àqueles pedidos. Não havia como resistir à
Gianluca.
gentileza.
começara a dedilhar.
suspirei, e suspirei, como a menina apaixonada que eu era, tentando lidar com
Gianluca cantando Whish You Where Here fazia sua voz grave se
tornar mais suave e melodiosa.
“How I wish
Allegra.
– Por que gosta de cantar essa música? É tão romântica, tão triste...
– Porque soa bem... Canto para todas, e para ninguém – ele respondeu
Ele sorriu parecendo cruel, e me olhou diretamente nos olhos com seu
olhar entrecerrado, erguendo em seguida a sobrancelha, um gesto arrogante.
Cafajeste.
prosseguiu.
oportunidade única de aprender que homens não valem nada. Todos – ela
Tentei sorrir e fingir que não estava triste, mas estava, especialmente
quando percebi que Gianni voltou a tocar seu violão de modo indiferente,
parando apenas para deslizar as mãos sobre seus cabelos tão lisos e escuros.
Ele tinha cabelos lindos e vê-lo passar os dedos por eles era
angustiadamente sensual. E estava irritada com sua indiferença, tocando
apaixonar.
dormir numa espécie de transe. Sentindo-o ao meu lado, ali, tão perto de
estranho.
em meus lábios, sem o poder dizer em voz alta, porque Allegra estava ao meu
lado...
quando perguntei por que, mais uma vez, ela não quis me dizer...
CAPÍTULO 5
JOSEPHINE
estragara tudo, sorrindo torto para mim e me dando bom dia mais gentil do
O cabelo caía revolto em seu rosto, e ele fazia torradas para nós.
Allegra estava fazendo café e eu, como convidada, fui obrigada a esperar que
me servissem.
Ele parecia agora tão pouco ameaçador... Era como se um anjo tivesse
— Não tenho preferência. O que você fizer, sei que vou gostar —
para colhê-los. Logo que acordei, aspirei o perfume e fiquei imaginando mil
multifacetado.
Anjo ou demônio?
Toquei as flores como se o tocasse, até que ele veio até a mim com
saber qual perfume Gianni usava, mas não tinha coragem de perguntar.
Mas ele tomou o garfo de mim, e fez que não com a cabeça, sentando-
— Como assim?
quem não nos importamos. Entenda como um gesto de alguém que não é tão
então carinho por mim... Eu era ainda uma criança para ele, mas resolvi
engolir.
uma vez percebi que Gianluca apreciava de alguma forma me ver engolindo.
Por fim ele levou seu dedão até meus lábios, num toque sutil que me
seu dedo, até que ele retirou lentamente o dedo de minha boca, e ficou ali,
comentou, a voz baixa e rouca, dando um sorriso que chegou em seus olhos
suco que havia feito, ele disse. O sabor realmente era maravilhoso.
Fora tão... sensual. Não compreendia bem, mas eu sentia isso. Sensual
Embora ele me achasse uma menina, uma mulher nascia a cada toque
seu.
horas depois quando ele voltou uma calça de montaria na cor bege que se
colava às suas coxas fortes e uma camisa polo azul marinha enrolada em seus
para verificar que Allegra não me visse sendo apenas mais uma a babar por
reluzentes. E eu sentia que faria qualquer coisa que aquele diabo lindo
mandasse.
E me sorriu.
Ela adorava montar. Eu nem tanto, mas depois daquela visão, montaria seria
Gianni então deu os braços para nós duas, e fomos com ele andar pela
casa.
Mas ali, de braços com ele, vendo a covinha de seu rosto recém
barbeado, eu só conseguia pensar que ele era meu amor, meu amor precioso...
O dia estava tão lindo, e Gianni estava de tão bom humor, tão
encantador e solícito...
uma pequena área com obstáculos de saltos. Era uma família apaixonada por
cavalos e já fora convidada mais de uma vez para conhecer sua fazenda em
Allegra, que era uma amazona perfeita e inclusive já ganhara alguns prêmios.
tempo inteiro, para que eu não caísse. Agradeci sua atenção e cuidado,
embora sentisse que não precisava. Mas qualquer atenção que ele me desse
lo, vendo-o gentil daquele jeito, é claro que não pude resistir.
Cob Irlandês, fez meu coração acelerar. Montava com força e gracilidade, e
embora, senti seu cheiro de grama, forragem e suor limpo. Era tão excitante...
É claro que eu queria ser cuidada por ele. Qualquer motivo para que
meu amor não estava estampado em meu rosto, e sentia minha respiração
aflita.
Ai meu Deus. Não acredito que eu havia dito aquilo! Eu nunca fora
boa em mentir.
corada. Gianluca estava lindo com seus cabelos voando com o sol do fim da
— Bochechas de morangos...
Ela estava alegre, e eu estava feliz por ela... Ontem estava chorando,
Allegra.
tivesse sua presença forte atrás de mim, ensinando-me como segurar tacos,
confiante.
Ele podia me achar uma idiota, mas não me tratava naquele dia como
Não sei por que razão ele não me colocava para fora a chutes como
Fui ávida atrás de ingredientes, e fiquei feliz ao saber que havia tudo
o que precisava.
comendo apenas lanches, comendo frutas do pé, jogando maçãs uns nos
outros, ansiosos para nos divertirmos.
Senti minha respiração cortar. Ele parecia tão diferente do rapaz cheio
Ele era como o Diabo. Mil faces tentadoras, e eu parecia amar todas, e
acanhar.
Ele usava uma roupa finamente ajustada, parecendo muito cara, como
se coubesse nele à perfeição, valorizando seu corpo que eu já sabia tão forte e
imaculadamente branca.
cabelos não estavam mais desalinhados, mas sim estavam para trás,
do seu celular.
JOSEPHINE
tempo, eu percebia que sua ignorância era abençoada. Não gostaria que ela
músculos se enrijecerem.
Ao constatar aquilo, que ele sairia e sabe Deus quando voltaria,
suspirei exasperada.
coração em frangalhos.
Uma sensação ruim tomava meu corpo, e senti uma estranha vontade
iludindo achando que ele me amava, iríamos casar e ter filhos, só porque me
dera atenção por algumas horas durante o dia, provavelmente por dó de mim
pegou uma maçã que estava em cima mesa. — Bem, eu comerei depois.
Divirtam-se sem mim, meninas. Podem colocar as asinhas de fora, mas com
Olhei para a massa batida, e senti uma vontade enorme de jogar fora.
Tive de me controlar para não fazer. Ou melhor, tive vontade de esperar ele
chegar, para depois jogar a massa da torta nele. Mas não, ele não merecia
isso, nem que eu desperdiçasse a massa nele, e voltei a bater o líquido com a
Estava provando outras coisas por aí, pensei, com fúria. Mas minha
torta era melhor e muito mais gostosa, e ele não teria nem que me implorasse
de pés juntos.
— Minha torta está tão bonita, e tão gostosa... e seu irmão nem
celular de lado. Ela não era boa em cozinhar, embora costurasse como
ninguém. Ela queria um dia ser estilista. Sabia tudo de moda, embora não
fosse de ostentar.
ir um pouco embora.
Gianluca diz ou promete, Jose? — Ela revirou os olhos, dando uma garfada.
Papai é o único homem que conheço que parece ter palavra — ela falou,
comentou.
Realmente, Tio Carlo era bem severo com ela, mais que com
passa uma conversa em você. Bem, não vou falar mais nada... No fundo, eu
também não estou muito melhor que você nesse aspecto... — falou, num
suspiro longo, que parecia trazer uma inquietação profunda, mas eu a
— Não sei o que fazer para ser menos experiente... — disse, diante do
Ela parecia estar com o pensamento muito distante, com aquele quê
de melancolia.
Mas você prefere continuar assustando todo garoto que coloca os olhos em
você! Pare de bancar o espantalho! Onde pensa que vai parar fazendo isso?
brincando.
— Pode ter certeza. Acho que prefiro ser um espantalho très chic em
Paris do que ser a trouxa de um boy lixo — disse, pegando mais uma fatia da
Ele não merecia minha torta, nem me merecia. Problema era esquecer
doloroso...
entristecida por algo, e estava cada vez mais desconfiada que esse algo era na
verdade alguém.
Alguém muito doloroso para ela. Eu sei por que, naquele momento,
tentei ensinar um pouco de bioquímica para ela, antes de dormirmos, mas ela
não quis. Ela não podia repetir de ano novamente. Mesmo que fosse verão, eu
tranças para dormir, e eu fizera tranças nela, para nosso cabelo acordar um
soltasse.
Eu gostava do meu cabelo. Quando ele estava solto, era uma massa
Allegra amava escovar meu cabelo até que as ondas se desfizessem e ele
Ela dizia que meu cabelo era bonito, assim como minha pele. Allegra,
com seu bronze natural, admirava o tom muito pálido de minha pele.
Allegra também me dizia que eu tinha olhos lindos. Mas eu sentia que
angustiada quando ouvi o barulho de Gianluca voltar. Fiquei atenta aos seus
movimentos. Nosso quarto era perto do que ele ficava. Por fim percebi que
ele foi direto para o seu quarto. E que ligou o som. Estava um pouco alto.
por saber que ele não me prometera nada, apenas fora gentil comigo.
tristeza, junto de meus olhos. Ele estaria ouvindo pensando numa mulher?
Não, ele não pensava em mulheres, ele apenas trepava com elas...
Mas talvez pensasse no sexo com elas, coisa que eu jamais teria dele: seu
olhar desejoso, suas mãos me tocando sexualmente... Ele daria a outras, não a
mim.
remexer...
cigarro, e a meia luz do quarto junto da fumaça iluminou seu rosto que estava
na semiescuridão.
Prendi a respiração.
CAPÍTULO 7
JOSEPHINE
Ele deu mais uma longa tragada ainda me olhando, com o olhar
A meia luz deixava seu rosto ainda mais proibidamente bonito. Ele
não sorria.
Dei um passo em falso, inseguro, até que por fim meu corpo, que
queria ficar mais perto dele, tomado por um estranho calor que se espalhava
por meus poros, venceu. Fui até Gianluca, com passos lentos e decididos,
cinzeiro.
Por fim se voltou para mim, que estava mordendo os lábios, indecisa,
Gianluca então, para minha surpresa, num meio sorriso, bateu então
meu corpo sentia aquele toque de lábios. Não imaginei que um simples roçar
tabaco que saiu de sua boca. O ar quente da sua respiração fazia cócegas em
minha nuca.
estavam densas, e ele parecia tão forte e afável ao mesmo tempo... Foquei em
seus lábios lindos e seus olhos tão escuros e enigmáticos, que pareciam agora
cheios de ternura.
— Calma... Não precisa tremer. Estou aqui com você — Ele parecia
gentil ao afirmar, com sua voz quente, e seu hálito de uísque evolou,
A verdade é que tinha muito medo do que sentia por ele, e do que
Fiz que sim com a cabeça. Sim, a verdade é que eu sonhara acordada
coisas terríveis com ele... ele e outras...Ele e vagabundas fazendo coisas. Mas
não era por isso que estava com medo naquele momento.
No fim, ele era burro, mas não podia confessar que tremia por ele.
face, num beijo que eu fragilmente recebi como se estivesse agora sonhando,
devagar minha cabeça em seu peito, e me deixar ficar ali. Gianluca após um
Deus, como eu o amava, pensei, ouvindo seu coração bater tão perto,
na calidez forte e protetora de seu abraço, como se duras tiras de aço e veludo
criança tola.
— Agora pode sair do meu colo, Josephine. Tudo vai ficar bem.
Quase chorei quando ele disse aquilo. Foi um balde de água fria.
outro cigarro. Lá, com seu queixo arrogante e um cinismo indisfarçável agora
em seus olhos frios.
Toda aquela beleza arrogante ele estava dando para outra. Eu sabia
colo.
proibidas para uma menina como você. Coisas que não deve saber, portanto,
no quanto era perigoso estar ali com ele, trancada em seu quarto.
Quase pedi para ele: por favor, faça coisas perversas comigo... Porque
— Fumo porque sou burro. Não deveria, mas sou, digamos, suscetível
Eu entendi, e corei com seu ataque sem sutileza. Era eu uma das
pouco aberto deixando assomar leves pelos. A verdade é que estava achando
fumo pouco. Ainda largo esse vício. E faria bem ao meu hálito. O gosto disso
aqui não é muito bom — falou após fazer uma careta divertida, e apagar o
cigarro.
ao seu lado numa mesinha, que ele passou a sorver em grandes goles, em
— Que bom.
grande gole.
tem medo de mim. Na verdade, não sou tão mau assim, não é? Não devo ser
um grande vilão. Que pena. Achei que fosse — ele troçou franzindo o cenho,
o tom risonho.
coração. Algo não está certo entre mim e você, Josephine. Você está aqui,
perto de mim. Você tem um sonho ruim, e você me procura para ser
consolada. Logo eu? Não sou o tipo que socorre mocinhas, mas que dá
sussurrante.
Balancei a cabeça, afirmando, sentindo-me cheia de uma doçura triste.
No fundo, sei que tem um — declarei, abraçada aos meus joelhos, olhando-o
na mesinha ao lado.
— Não seja bobo, claro que você tem um! Está aí, batendo no seu
— Está bem. Já que você o ouvir bater no meu peito, não tenho como
negar. Vou deixar que invente um coração para mim. A partir de hoje, eu
tenho um coração. Você o deu para mim — Ele colocou a mão no peito
teatralmente. — Veja só, já o sinto bater. Vou batizá-lo com seu nome:
Josephine.
— Ué. Você criou meu coração, oras. Tem que ter o seu nome! — Ele
ataque e me mate!
você tem um coração com meu nome e que eu inventei, ele deve ser fraco!
Peso tão pouco! — falei, desconcertada, e ele então me olhou devagar, com
— O-obrigada — gaguejei.
— Mas por que você diz que não tem um coração? — perguntei,
de um coração.
Pensei melhor, e entendi o que ele quis dizer, o que me fez corar dos
pés à cabeça.
— Santo Deus, Josephine, olha só as coisas que falo para você. Tem
certeza de que gosta de minha companhia? Tem certeza de que quer ficar
aqui? Continuo achando que não sou boa influência para você...
tão lobo mau como quer parecer, mocinho — resolvi brincar, dando uma
risadinha.
para ver?
Engoli em seco, vendo seu olhar malicioso, mas não iria responder
— Boa resposta. Mas quando brincamos com alguém, essa pessoa não
divertido.
lastimável, não?
— Que bom que ele, seu amigo lastimável, tem agora uma amiga de
coração de ouro.
— Você acha?
dor no peito que só o amor poderia explicar, enquanto ele servia de mais uma
dose uísque. Ao menos, ele parecia me estimar... Não me expulsara dali, pelo
Não me dava seu corpo delicioso, mas dera seu abraço. Naquele dia,
Mas ele só queria ser meu amigo...E aquela constatação súbita me fez
sofrer. Fez-me sentir pequena e novamente ele parecia apenas ter compaixão
por mim.
você pensa.
sentido.
— Minha mãe me disse que nunca sabemos nada. A única coisa que
devemos saber da vida é isso: ainda não sabemos nada. Deus sabe mais do
que nós. Por isso nunca devemos parar de aprender, mas também devemos
nos deixar guiar pelas escolhas de Deus — falei com cuidado, finalmente
O sorriso que ele me deu foi amplo e amável, e seu olhar entrecerrado
Eu não soube o que dizer. Não queria que ele fosse apenas meu amigo
iluminada de alegria.
—Vamos sim — respondi, e depois fui com ele até à cozinha, sendo
Eu me deixava levar por sua força e solidez, com uma devota paixão.
JOSEPHINE
baixinho para não acordar Allegra e os empregados, e aproveitei e lhe fiz chá
queimar por dentro toda vez que observava um olhar dele de aprovação,
como se ficasse impressionado com meus gostos e minhas visões das coisas.
descobri-lo.
nos seus lábios que pareciam esculpidos, com aquele seu olhar inquietante.
Ali, me sentindo à vontade, mais uma vez me dei conta de que não
torta, menina. Mas você sempre se supera. Juro que estou esperando — falou,
Assim vou ter que cobrar por hora cada vez que que fica impressionando —
— Uma garota esperta sabe seu preço, Josephine, e eu, como um bom
canalha, aprecio quando pago caro. — Ele sorriu com malícia, os olhos
Gabou-se.
Tive de jogar um pano de prato nele, que riu.
— Você é horrível!
que tenho um coração com seu nome. É nosso segredo — Ele brincou,
fazendo um shhhh....
sequer tremia. Podia conversar sobre o que gostava, sobre meu amor por
realmente gostara.
Eu sabia disso porque ele comera quase tudo. Não teria comido tanto
nem feito aqueles barulhos de quem está apreciando se não tivesse adorado.
Sempre que cozinhava para meu pai, ele ficava exatamente daquele jeito,
metros antes do quarto de Allegra, e ficou de frente para mim, mãos dadas
aviso silencioso para manter distância. Mas eu não queria. Eu não podia.
Por mais ferida que estivesse olhando aquela marca e mesmo sendo
tratada como a amiga de sua irmã, eu o queria. Agora mais que antes.
desesperadamente.
— Para um homem que segundo você chuta cães, não foram dias
Bem que poderia ter mordido, pensei comigo mesma. Queria que ele
Mas ele não era meu. Ninguém ali se pertencia, pensei, quase em um
meses. Será que não vê que não sou? Será que não vê, Gianni?— perguntei,
quase desesperada para que ele me visse como eu era: uma garota
apaixonada.
Tomada por uma emoção estranha, e talvez por ele pisar mais uma
vez nos meus sentimentos, fazendo com que me sentisse uma criança tola,
falei sem pensar, dominada por uma emoção estranha, minhas mãos rumando
Ele riu como se estivesse tendo de ser muito paciente com uma
garotinha.
— Você vai entrar, Josephine, e vai entrar agora. — Ele levantou meu
queixo e olhou para meus olhos úmidos, com toda sua complacência. —
Você é inocente, Josephine, e é bom que seja assim. É preciso que seja assim.
Que sejamos bons amigos. Não queira atropelar as coisas. Há tempo de todas
as coisas.
inocente que me fez fechar os olhos novamente, mas eu estava farta de beijos
trouxe para mim, puxando seu colarinho e num impulso o abracei forte,
— Gianni?
veludo morno.
— Drakkar Noir.
Ouvi o som rouco de seu riso em sua caixa torácica, e ele beijou então
meus cabelos.
Seus dedos passearam então por meus cabelos, minha nuca, que ele começou
mais uma vez. O barulho de “Josephine”. Algo me dizia que nenhum de nós
E havia algo mais, algo sem nome. Eu sabia que ele sentia algo
naquele momento que meu lugar deveria ser em seus braços, tinha de ser em
seus braços. Lá eu me sentia segura, feliz. Tão dele...
Mas eu não queria ficar só, sem ele. Sem seu corpo longe do meu, e
com a frustração de que ele jamais me pertenceria. Não queria ter pesadelos
Não queria que ele destruísse meus sonhos felizes com ele.
minha bochecha em sua palma quente, aflita, tentando não afastá-lo de mim,
baixaram para minha boca, onde ele deixou seu dedão repousar. Senti a
carícia suave dos seus dedos em meus lábios e percebi sua cabeça escura se
abaixar devagar enquanto ele tomava meu rosto em suas mãos, e eu suspirava
ter minha boca possuída...Fechei os olhos para receber meu beijo, mas ele foi
senti esfregar seu nariz em minha pele, o que me fez me sentir turvar e
Apoiei minhas mãos em seu peito, buscando forças, e vi que ele parecia
com o contato de seu rosto roçando em minha nuca, seus cabelos arranhando
realmente, ele parecia trêmulo. Mas não tanto quanto eu. Eu parecia uma
geleia.
Meu primeiro beijo não havia acontecido mais uma vez, pensei,
mortificada.
muito aborrecido, como se meu contato o tivesse queimado. Não pude não
me sentir humilhada.
está errada. Não me olhe assim! Vá para a cama! Ou talvez não a deixe mais
ir, e jamais me perdoaria por isso. As coisas são como tem que ser,
Josephine. Não me aborreça, não provoque minha ira , ou...— Ele se calou,
Entendi que não deveria mais insistir, enquanto ele me olhava com
trincada.
tentar se controlar.
nós dos meus dedos, e observei seus cílios negros e espessos que se
curvavam enquanto beijava minhas mãos, até que finalmente ele as soltou.
percebia.
para ele.
— Até amanhã, Josephine. Boa Noite. Fique bem — falou num tom
tranquilizante e gentil, fazendo uma leve mesura, e se se foi com seus passos
macios.
desolamento, mas algo me dizia que ele não iria mais me dar abertura...
GIANLUCA
absolutamente perturbadores.
aquele calor eram inexplicáveis. Parecia haver um fogo ardente sob a pele.
tinha escrúpulos.
provar aquele veneno doce, sem parar. E eu seria um filho da puta como
sempre.
divertiria. Não...Não faria isso com Josephine. Todo canalha tem limite.
Eu só não entendia por que estava nervoso, porque fora tão difícil
ficar mais ao seu lado. Ficar e a beijar até que ela ficasse sem fôlego e...
garota adorável. É claro que fazia bem a qualquer ser humano ser olhado por
Ela tinha aquele rosto de anjo, lindo. Aquele olhar sereno que me
Não havia como não me sentir tocado por Josephine. E justamente por
ela ser tão bonita, de todas as formas que uma mulher poderia ser graciosa,
Deveria ser isso, apenas isso. E nada mais. Ela era uma menina
causava nas mulheres. Mas não era nada sério. Não iria iludir ou alimentar
doce...
Meu Deus, ela era toda um docinho... E uma joia. Uma joia proibida.
vermelha como uma maçã, e sorrindo, ah, não tinha nada de inofensiva.
Eu era o adulto da história, não ela. Era uma menina, a melhor amiga
situação, eu poderia fazer uma merda muito maior do que já havia feito na
vida.
também.
Jose. Talvez porque Allegra gostasse dela. Ou porque com aquele seu jeito
como reagiu aos meus ataques, orgulhosa e esperta, mesmo inocente como
uma ovelhinha.
Ou porque ela parecia ter o sol em seu sorriso, ou talvez porque agora
olhando pela janela, eu visse mil olhinhos brilhantes, como ela dissera, e não
Ela fazia sorrir facilmente. Não brinquei quando disse que ela me
amava.
fazê-la sofrer.
Por isso, tive que ser, digamos, um pouco duro com ela, quando a
Ela era uma menina legal, e eu nem gostava de virgens. Nunca havia
sexo duro, foder com força, dizer um monte de palavrões no ouvido, marcar
quando deixavam.
menos experiente, e estava ali com seus olhos incríveis cor de avelã brilhante,
e aquela pele perfeita como creme, pedindo para que eu ficasse, com aquela
Mas eu não poderia ficar. Ela era uma garotinha. Seria muito fácil
com medo de mim, portanto, estava ali, com uma calma determinação: não
magoar e destroçar.
minhas veias.
Sangue de bêbados, depravados, bandidos, embusteiros que tinham
Talvez uma única vez, valeria a pena não ser um cafajeste. Eu já tinha
tudo o que queria. Tudo. E sempre conseguia. Para que perder tempo meu
Não seria crime por lei possuir uma garota de 17 anos no Estado em
que morávamos, mas eu não tinha interesse. Mas seria um crime para minha
Eu viera ali para descansar, claro. E para proteger minha irmã, e isso
incluía sua amiga. Não ia deixar que aprontassem demais, estava decidido.
Não era legal ver garotinhas magoadas por miseráveis como eu.
metessem em encrenca.
Isso, era meu dever. Meu pai não havia me chamado para isso, ser cão
de guarda?
tragédias e não queria que Allegra sucumbisse. Uma temporada com ela a
conteria.
fundo da minha má consciência sabia o quanto aquela minha vida era errada.
Não desejava uma vida louca como a minha para Allegra. Precisava deixar as
desfazendo naquele contato familiar. Deveria ser aquela casa, não sei, tão
que eu precisava, uma boa trepada. Uma boceta quente e peitos grandes e
voltando a me servir de mais uma dose de uísque cowboy que agora deslizava
mais suavemente pela garganta.
remédio para tudo. Poderia ir ao escritório que ficava ao lado do meu quarto
melhores.
para mim estava perfeito. Luzes quentes caíam sobre os corpos femininos, e
Era perfeito para um filho da puta como eu, trepar como um demente,
àquela hora da manhã. Não estava satisfeito com o que obtivera mais cedo.
Era fácil conseguir um ménage. Podia tentar naquele dia. Estava com
queriam o que eu queria: transar até esquecer do seu próprio nome e depois ir
embora.
dançavam, esfregando-se umas nas outras. Sempre havia mais garotas que
homens. Elas me olhavam com seus olhos ora grandes, ora amendoados, mas
Sua quietude, sua timidez, seu sorriso luminoso. Seus cílios cor de melado se
A imagem dela ali, de branco, de rendinhas, era como um feixe de luz sobre
E eu me senti tremer.
um completo absurdo. Aquele não era lugar para ela. Mas talvez por isso: era
atraía...
Interrompi o pensamento. Não, nada disso. Não pensava nela assim.
Mas, que diabos, pensar em Josephine ali era um sacrilégio. Ela era
um anjinho proibido, e ali era um lugar para perdidos imprestáveis como eu.
apalpando a bunda rígida e apertando com força, e por fim a larguei, por pura
me satisfazer.
diretamente. Tinha uma cara de puta, e ela abriu as pernas para mim, com um
sorriso, dando-me uma visão sugestiva de sua boceta nua debaixo do vestido.
Uma centelha de desejo brilhou em meus olhos.
mim.
cabeça, dando um meio sorriso curto, e inclinando devagar minha cabeça que
deixei claro como um convite para foder, enquanto ela descia o olhar sedento
socava forte, fazendo-a arquear seu corpo para mim, mas a sensação que
tinha é que havia ali uma massa de cabelos cor gengibre, longos e macios,
e era como se sentisse ali uma pele branca como leite fresco, e um ventre
louco para descarregar toda uma frustração que eu não entendia, até
Odiava quando isso acontecia. Fazia de tudo para não dar qualquer
de suor.
Não queria mais ficar um minuto com aquela mulher. Ela, porém, se
coisa...Nossa, você é uma delícia, estou com inveja, juro – ela falou, num tom
sarcástico e sensual, deslizando as mãos agora por meu peito nu, e indo
direção ao meu pau, o que me fez voltar a cabeça para trás e olhá-la
Não estava mais a fim de foder, e também não havia entendido seu
comentário.
− Quê?
dormia. Ela deve ter tudo de você, para que sonhe chamando por ela.
− Uma mulher? – perguntei, sem ainda entender.
mãos de mim, fazendo um aceno para que se calasse. Não precisava de voz
parecia. Que merda estava acontecendo comigo que dormia falando o nome
dela?
cabelos cor de gengibre estivesse nos meus sonhos, rindo, vestida de branco,
como uma santa, com olhos cor de amêndoas doces e cheiro de lavanda.
Isso não estava certo. Meneava a cabeça, negando.
que podia daquela casa, daquela situação que, de alguma forma, pela primeira
E percebi que ainda tinha fome, muito fome. Só não sabia exatamente
de quê.
JOSEPHINE
grande choque de realidade quando ele ficou em silêncio ao me ver, com uma
deslocado.
destratasse em vez de lidar com aquela suave educação e o seu olhar frio.
Nada...
inteiros e tive que voltar para a casa dos meus pais e tentei me ajustar ao meu
mensagens no Messenger. Evitava perguntar por ele, mas fiquei aqueles dias
ele me sorriu num bom dia, e uma pequena centelha de esperança se acendera
em mim. Nem tudo estava perdido. Era maravilhoso não me sentir ignorada,
e ele se aproximou um tanto, mas já não era mais a mesma coisa... Era como
dias anteriores.
já que eu sempre que podia ir até a casa de Allegra e o achava por lá, numa
impressão que me dava é que ele não estava nem um pouco disposto a se
deixar compreender.
Por que aquele diabo estava fugindo de mim? Por que eu entrava no
cômodo que ele estava, e ele me dizia alguma coisa gentil e saía, deixando-
me sorria, cumprimentando-me.
aproveitar da sua bebedeira, parecia que ele estava sempre querendo correr de
pirante!
Sentia frio com sua distância gentil, e aquilo estava me dando nos
discutir com seu pai, e eu sabia que aquilo era suficiente. Ele era como
Certamente queria ficar sozinho, mas não era bom para ele ficar mais
enviesado.
Quando sentei na cadeira ao seu lado, ele voltou a olhar para fora,
para a noite.
Gianluca era uma criatura que mais combinava com o luar. A lua
prateava seus olhos, banhava de luz seus cabelos, e ele me parecia um lobo,
barriga.
Eu sabia que ele estava irritado, que ele estava mal, que ele sentia
conseguia manter o controle, por mais que seu enorme orgulho me coibisse
de me expressar.
Por fim ele arrastou o olhar para mim, causando-me calafrio com
− Eu não seria tão idiota de esperar algo gentil de você como gratidão
– brinquei.
alguns instantes por aquele olhar de tempestade que ele lançava para a noite.
− Sei que não – disse, sem perceber a incrível ternura que havia em
minha voz.
pequena mão pálida sobre sua mão dura e bronzeada. E tão grande.
prosseguiu.
ser assim.
triste.
as sobrancelhas.
lentamente em seguida.
buscam.
contemplar os céus em silêncio, e não disse mais nada. Voltou seu olhar para
o infinito, e percebi que uma alma tumultuada se revirava ali, buscando paz.
que torturava, o que brigava em sua alma. Mas minha mão estava ali, com a
dele, trazendo-o para a terra, e se ele não fosse tolo, de volta para mim.
que ele gostava daquele momento tanto quanto eu, e eu era contemplada por
alguns daqueles maravilhosos e doces sorrisos que ele tinha, durante o tempo
que ficamos ali, em silêncio, esperando-o se acalmar.
Ficara lá com Gianluca, até me sentir cobrir meus bocejos com a mão
e ele me dizer que já era hora de que eu me deitasse. Eu não queria, queria
Saí por não ter outra escolha, mas naquela noite percebi que havíamos
que infelizmente não se repetiu, apesar de termos tido uma ou outra conversa
fofinho, eu percebia que ele gostava de conversar comigo. Isso Gianni não
conseguia disfarçar: ele apreciava minha conversa nas poucas vezes que me
corteses e condescendentes.
postura e mais ainda com Gianluca, por me fazer portar daquele modo.
dar várias patadas nele, e Gianluca sempre ria. Um dia ele me apelidara de
“Nervosinha”.
− Claro que não! Tenho que ser convincente em meu papel de Lobo
Mau!
e a doçura de sorriso.
seu semblante.
caminhando ao meu lado pelos jardins da casa, com o cheiro das acácias
insultá-lo – brincava.
dissera, pela primeira vez, aquecendo meu coração depois de quase um mês
tempo.
Um completo estrupício.
ensinasse cálculo e aritmética, pois sabia que ele era muito bom nisso. Era
uma forma meio tosca de me aproximar, mas eu tinha que tentar fazer algo,
olhasse com ironia, como se não acreditasse que eu não sabia, quando bati na
porta e pedi para entrar na biblioteca mais uma vez, naquela tarde.
aquela equação, esgueirando-me para ele, distraída, cada vez mais próxima,
ouvi a voz cheia de impaciência e uma profunda ironia de Gianni ao se
expectativa, enquanto seu olhar subia e descia indo do meu rosto ao meu colo
mais forte meu pulso enquanto o combatia com o olhar. – Você é doido!
−Acho! Acho sim! Tem cara de idiota e alma de idiota! E eu que quis
− Para mim você não tem coração algum! Retiro qualquer coisa boa
– Não estava gostando que ficassem por aí imaginando que sou um bom
moço. É um favor que faz para nós não confundir as coisas, eu já disse.
Agora vá antes que eu perca mais minha paciência, e não me venha mais
biblioteca, saindo enfurecida com meu caderno e fazendo força para segurar
Ele que fosse para o inferno de onde parecia sempre estar saindo!
Nunca mais iria me humilhar daquela forma! Nunca mais iria tentar chamar a
atenção dele!
JOSEPHINE
Depois daquele dia passei mais de duas semanas sem visitar Allegra,
pois eu sabia que ele devia fazer isso quando sumia e chegava e se trancava
no quarto, bêbado.
horrível de rejeição. Eu, a virgem sem graça, a virgem sonolenta, que jamais
saberia dar a ele o que ele queria, que jamais me vestiria como as mulheres
Achei que iria murchar de tanta dor. Sentia-me uma flor murchando.
Uma flor ridícula, infantil, chorosa, odiando-me por ter perguntado coisas
como se fosse burra, oferecendo chá, ou mesmo café quando o via acordar de
Mas a verdade é que era uma visão atordoante ver Gianluca deitado
Pensando nisso, num sábado, após mais de duas semanas sem vê-lo ,
após hesitar e ter uma intensa briga interna entre razão e emoção, eu fora
completamente apagado.
inteirinho.
no peito... A expressão serena de seu rosto quase sempre tão frio como
dormia.
sem ar.
Ele ainda era o meu Príncipe da Pérsia, o homem dos meus sonhos,
devagar para acariciar com muita cautela sua face, os dedos tremendo ao
senti seu cabelo grosso e macio quando o tirei de sua testa, enquanto era
mesmo tempo?
o sal das lágrimas, quando o ouvi, bêbado, abrir seus olhos lentamente, com
aquele olhar preguiçoso, e perguntar, num sorriso que iluminava seu rosto,
− Por que chora, meu docinho? Não chore... – disse com aquela voz
muito tempo, quando, mesmo bêbado, sua mão forte e calejada acariciou meu
seu lado, o braço como ferro quente rodeando minha cintura, os dedos longos
camisa agora um tanto aberta, e senti pela primeira vez a firmeza dos seus
músculos que apareciam, nus ao meu toque, e a sensação viril dos pelos que
Era maravilhoso sentir sua pele nua e toda aquela força e seu braço
− Venha cá, fique bem aqui comigo, pertinho de mim... Você faz
falta, meu docinho – sussurrava com voz de cetim escuro, e fazia força
estragar o momento.
murmurou, com sua voz ainda sedosa e sedutora, parecendo vir de um lugar
longe e calmo, deslizando os lábios por minha testa, e por fim fechando os
hipnotizantes.
boca, enquanto sua mão deslizava da minha cintura para o meu quadril,
Sorri entre seus lábios, com a sensação macia e íntima da sua boca.
fazendo com que me inclinasse, e ergueu a mão preguiçosa para meu queixo,
e com o polegar forçou um pouco para baixo, fazendo com que eu abrisse
meus, com uma pressão suave mas ao mesmo tempo arrasadora, encaixando
persuasiva de seus lábios nos meus enquanto ele acariciava a pele arrepiada
respondia com ingenuidade à pressão doce dos seus lábios, envolvida naquela
sedução tórrida e escura que parecia durar uma eternidade do movimento dos
seus lábios com os meus.
sobre os meus, que me faziam tremer e sentir um fogo líquido correr minhas
veias.
tremendo contra ele, encantada pelos sons viris que ele emitia, a fascinante
Suspirei com a doçura sedutora do contato, com sua mão tão forte
Até que Gianluca, sem abrir os olhos, num gemido rouco, arrastou
seus lábios até meu pescoço, e inspirou ali, roçando seu nariz devagar, ainda
sentindo saudade de seus lábios, mas então ele provocou a pele sensível de
− Como gosto de seu cheiro, Jose... Você é tão cheirosa, tão macia... –
movendo seus dedos carinhosamente por meus ombros e minhas costas até
devastador.
absoluto me tomava, e me deixei ficar ali, abraçada sobre seu corpo, próxima,
confortada, mesmo sabendo que ele estava bêbado o suficiente para não ter a
protetor sobre mim, o amparo mágico de seu peito, seu ressonar suave, a luz
instante de entrega, sem perceber que havia dormido junto dele. Talvez horas
e confuso.
− O que faz aqui? Não deveria estar aqui, Josephine – falou com sua
agressivos.
Sua expressão era carrancuda.
− Não pode estar aqui, seu lugar não é comigo – ele repetiu, a voz
grave e irritada.
direito o que fazer, e disse, nervosamente, antes de correr, a única coisa idiota
Mal tive tempo de avaliar seu olhar sonolento e atordoado sobre mim,
Correndo, assustada com sua reação, rezei para ele acreditar que fora
Pensei em levar café para ele, enquanto caminhava pela casa, para
acordá-lo. Mas em vez de dar na sua boca, eu derramaria nele de raiva por ter
alarmada com as perguntas que me faria sobre como fui parar em seus
singelo. O resto foi ele, como sempre, aquele cachorro desalmado, arrastando
sua boca para a minha, e me trazendo para me enroscar com ele no sofá,
biblioteca umas seis horas depois, com uma enorme cara de ressaca, e me
estive em seus braços, e que ele mesmo me puxara para ficar ali dormindo ao
seu lado enquanto me acarinhava, segurando-me como se ele fosse de aço e
− Senti saudades. Nunca mais veio por aqui, Jose – ele continuou,
esquecível.
− Eu? O que foi que eu fiz? – Ele me olhou estranhado, unindo suas
sobrancelhas negras.
E saí de perto o mais rápido que podia, e percebi ele dar de ombros,
com indiferença.
assim entre nós – Ouvi-o dizer num suspiro resignado, o que me intrigara,
mas estava nervosa demais para pensar sobre isso. Apenas pude concordar.
que ele tivesse esquecido completamente daquele momento tão íntimo juntos
na biblioteca.
Fiquei me sentindo idiota por ter crido que, naqueles primeiros dias,
imaginando coisas.
bêbado ou não.
Eu esperaria por Gianluca por todo aquele resto de verão, nas longas
férias que ele passaria ali conosco em Sacramento, mesmo que eu não
somente quando sabia que ele não estava. Tentava me concentrar nos meus
estudos, sem muito sucesso, porém. Mal o via e não o procurava mais e
entre nós. Eu só ia na casa se Allegra insistisse muito. Raras vezes nos vimos,
desde então. E quando nos vimos, era sempre um cumprimento com uma
carranca.
Não sabia mais quem era mais triste, se eu ou Allegra, que nunca
cairiam.
força.
primeiros dias, quando ele me abraçara, pusera-me em seu colo, quando ele
sonhado? Teria sonhado que ele me chamara de seu doce proibido? Teria
sonhado aquela manhã com aquela alvorada nos iluminando, ele dizendo que
aquilo.
E eu sabia que ele iria voltar a trabalhar daqui poucos dias, e então, eu
Todo meu esforço para me manter longe foi por água abaixo, e me senti
sua atenção. Algo radical, e então, desesperada, resolvi fazer minha última
tentativa de seduzi-lo.
E aquela noite seria perfeita. Uma noite que Allegra havia saído para
Não era boa em seduzir... Será que me daria bem? Talvez fosse
enxotada, talvez apenas me ferisse mais... Talvez até preferisse isso. Assim
poderia xingá-lo, odiá-lo, arrancá-lo do meu peito e não sofrer por ele ir
embora.
Mas queria que ele me tomasse consciente e que fosse em frente, sem
ser um covarde.
Devia ter em mim algum tipo de dom natural, não é possível. Ele me
Como jogar isca para aquele idiota? Como seduzir sem ser óbvia e
minha mãe, mas jamais poderia chegar nelas dizendo: olá, quero que
Gianluca me possua...
para o gostoso do seu irmão. Quero casar e ter filhos com ele, meus pequenos
príncipes da Pérsia”.
Observei pela janela que dava para o jardim de acácias que o céu
estava um azul cobalto com tons violáceos. Era lindo... Até o céu parecia
por meus cabelos e os soltando, e vendo que eles estavam realmente enormes
inspirador, e percebi que minha pele era bem sedosa, ou seja, um triunfo...
impressionada. A cor avivara meu rosto, dando um toque sensual. Não sabia
usar maquiagem, e a única coisa que consegui passar foi um rímel preto,
várias camadas como via Allegra fazer, e uma sombra marrom escura que
deu uma profundidade ao meu olhar.
que eu era bonita: eu não era feia. Podia não ser uma beldade como ela queria
me fazer acreditar, mas eu não era feia. Eu mesma estava admirada com o
resultado.
pescoço e punhos. Era forte e doce. Olhei e vi que era Poison, de Dior, um
beijar...
Era apenas uma garota tentando ser adulta de forma apaixonada, mas
com aquele seu olhar frio e sua voz dura: “virgens são sonolentas. Eu jamais
seduziria virgens.”
Mas não quer dizer que ele não poderia ser seduzido.
ser enxotada, coisa que ele já havia feito de formas indiretas. Se fosse negada,
teria de lidar com a humilhação suprema. E suportaria então vê-lo partir para
Fui até seu quarto, em passos suaves, mas decididos, os pés descalços.
Não achei a porta fechada dessa vez. Fiquei lá, parada, respirando
naquela noite eu deslizaria meus dedos por seu peito, ou se algum dia poderia
E olhei o volume de suas calças que naquele dia senti contra mim,
Ele usava óculos quando tinha que estudar suas finanças, e o observei
Remexia minhas mãos trêmulas, e percebi que seu olhar desceu sobre
elas, mas não sem antes percorrer meu corpo que estava dentro daquela
camisola que deixava minhas coxas ainda finas a vista. Mas elas estavam
apreciativo, como aqueles que ele me dera meses atrás quando o conheci.
Queria que ele desse uma boa olhada. Eu não era mais uma menina.
Eu já tinha 18 anos.
Sentia meus mamilos como picos duros, e percebi que ele focou o
coxas.
Não me rejeite, Gianluca, pedi numa pequena prece interna, fechando
Por fim ele parecia, colocando os óculos de volta em seu rosto, voltar
– Que faz aqui, Josephine, a essa hora no meu quarto? – Seu tom era
hostil. Ali, fortemente atraída por ele, e com um vaga consciência de que eu
o quanto eu o desprezava.
incontrolavelmente.
mas não precisa deixar na cara que é um. Finja que tenha educação, pelo
Ele largou o Ipad em sua cama, e me fitou mais uma vez. A expressão
– Tem razão. Dizer que não quer ser incomodado do jeito que falou é
ser muito mais que desprezível! É ser filho da puta! – vociferei, em seguida já
sentindo um profundo arrependimento, mas não por ele, mas por tia Gemima,
que eu adorava, e não tinha culpa de ter aquele filho ruim.
– Ora, ora. Então o docinho sabe falar palavrão – Riu com cinismo. –
E sabe se maquiar como uma palhaça. Não fica bem pintura em uma menina,
Josephine. Também não fica bem seda quase transparente em você. E esse
cheiro... Sabe que tipo de garota usa um perfume assim? – Vi-o virar o rosto,
impacientemente.
– Vá se ferrar!
quebrar a cara dele. E tomei um susto quando vi que ele havia se levantado,
Chega de humilhações!
algo inaudível contra a porta. Mas eu não cederia. Ele só iria ser grosso
raiva. – Vai acordar tia Gemima, seu maluco! Não quero nunca mais ver
apossava de mim.
seu cretino!
bem... – Ele fez uma pausa, sua voz parecia cansada, aflita, talvez
deixar comover com o som subitamente afável da sua voz. Como a voz de
camisola de seda, apenas acho que não combina com você. Isso é coisa para
uma mulher, um tipo de mulher que não tem nada a ver com você, ok?
– Jose, está me ouvindo? Meu gênio é ruim, mas o seu também, hein?
magoei mais uma vez. Você não parecia uma palhaça, quer dizer, talvez um
pouquinho – Havia um traço de sorriso em sua voz. –, mas apenas porque não
combina com você. É que, bem, é que você é um anjinho, apenas isso.
Grrr... Meu Deus... Vou abrir essa porta e jogar esse vaso de
– Não precisa de nada para ser linda. Você... você é linda... Não tem
ideia do quanto você é linda, Josephine, apenas queria que soubesse disso... –
murmurou aquilo com um traço de emoção na voz que me fez fechar os olhos
de dor.
Como poderia confiar que ele dizia a verdade? Nada dele me parecia
– Bem, docinho, boa noite... Por favor, fique bem. Amanhã nos
falaremos, e se quer saber, estou sentindo o cheiro vindo de você... Até que
Continuei inerte.
hesitante.
fundo, morrendo de raiva de mim mesma por não ser indiferente ao que ele
enlouquecer.
havia acabado... Gianluca iria embora, e ficaria sabe Deus quantos dias sem
vê-lo depois que se fosse.
me afogava.
de não o entender.
palhaça. E daquele amor que era uma prisão e pesava como chumbo.
JOSEPHINE
anterior, mas percebia seu olhar ardente o tempo inteiro em cima de mim na
atento de cima de mim. Podia sentir sua atenção totalmente devotada, até
perseguidora.
Cada olhar dele era solenemente negado. Estava até treinando aquela
sobrancelha erguida insolente de Gianluca, e toda vez que ele falava, olhava
há quase meia hora, e Gianluca falava sobre as flores que havia colhido hoje
lavanda e videira que havia conversado na semana anterior, quando seu pai
— Cheira como você, Jose. Só que mais forte. Você sempre com esse
lavandas, Jose. Temos uma plantação de lavandas em Daves. Acho que você
em meu colo, fixando o olhar nos talheres, e ignorando cada tentativa tola de
Ele estava cada vez mais impaciente, eu podia pressentir, pelo seu
tom de voz.
dando sono.
Queria dar uma dose de rejeição para aquele paspalho para ele ver
como era ao menos uma vez se sentir humilhado. Estava adorando, satisfeita,
por seus dedos longos, suas mãos bonitas... Ele tinha mãos bonitas, e não
encará-lo.
comentário que ele me fez pela primeira vez me fez erguer a cabeça com
interesse.
brilhantes, seu cabelo revolto, sua barba agora um tanto crescida. E vi que
atormentado de olhá-lo como uma tonta, para aquela beleza hipnotizante que
descontrole de Gianluca.
Quer dizer que a garotinha dele nem sempre tolera ordens. E sim, eu
iria cavalgar em Daves, já havia decidido, sem ele, dias atrás.
Observei-o, meio chocada. Seu maxilar estava retesado, sua expressão quase
perguntando? Não precisa gritar desse jeito com Jose. Ela vai ficar bem. Jose
— Quem vai estar lá? — ele continuou, brutalmente, olhando para tia
Olhei-o dessa vez perturbada com a reação dele. Egoísta, cretino. Não
conseguia ficar feliz com minha felicidade. Mas não demonstraria a Gianni
minha indignação.
Nora vai estar lá cuidando da casa, como sempre. Allegra irá também,
embora não quisesse ir. Mas como Josephine finalmente aceitou visitar o
haras e conhecer nossa fazenda, Allegra vai com ela. Vai fazer bem para ela
— E essas duas por acaso sabem evitar encrencas indo nesses lugares
para cuidar delas, e eles são sempre respeitadores — Tia Gemima comentou,
furiosamente.
— E por acaso Zack é capaz de cuidar de alguma coisa? E de onde
ser de ouvir falar. Mas já gostava dele só de ver Gianluca daquele jeito.
Sabia que Allegra o achava chato, arrogante e metido, mas que seus
pais e sua avó confiavam nele. Pelo visto, Gianluca não gostava dele também
tantas pessoas não gostarem dele. Espero não ter problemas amanhã no haras
disse que ele salta melhor que você nos percursos e porque ganhou aquela
competição de hipismo está com essa implicância tola? Pelo amor de Deus,
próprio veneno, e fiz questão de observar bem suas reações iradas, para me
deliciar.
interesse.
— Scusa, mamma.
o aborrecimento do filho.
acrescentando:
— Acho que Gianluca não lida bem com rejeições, tia Gemima.
Alguém anda fechando portas para ele, depois dele fechar várias portas
também. Parece que ele reage mal quando recebe o troco na mesma moeda.
quer, um tolinho, não acha, tia Gemima? Como uma criança mimada louca
por palmadas — falei, com ironia, quase rindo, mas esboçando um largo
mais que eu não entendia, mas sabia que não conseguíamos tirar os olhos um
do outro.
me sobressaltada.
beba! Odeio que ele beba, Josephine... O trabalho o afeta demais. E piora
essa maldita mania de beber. Queria que ele relaxasse aqui, conosco. Mas até
aqui anda trabalhando e bebendo. Graças a Deus Carlo não está. Ele reagiria
muito mal vendo Gianni se portar desse jeito. Tenho medo do que poderia
fazer. Mais de uma vez ele já partiu para cima do filho. Desculpe pelos maus
modos de Gianluca. Odeio que ele se comporte desse modo às vezes, Jose.
Eu não compreendo.
verdadeiro.
Pelo menos eu iria passar uns dias no Haras com Allegra e cavalgaria.
queria pensar nele e tentei me distrair com Allegra tomando banho de piscina.
Pela primeira vez topei usar um biquini que há meses havia ganhado
de Allegra. Não era fio dental nem nada, mas eu sempre usara maiôs bem-
Mas aquela era eu, eu era discreta por natureza, embora aos poucos
comigo. Um paspalho.
Tudo bem, Gianluca também era um bêbado degenerado. Mas a falta
realmente constrangedora.
Ele era um pouco mais velho que eu, deveria ter uns 20 ou 21 anos.
Vi uma vez uma nota que ele escrevera uma vez, nossa... Ser tão rico
Allegra odiava ela, na verdade, queria matar. Ela dizia que era a pior
puta que existia. Do pior tipo, o tipo sonso. Seu nome era Agatha e a vira
poucas vezes, felizmente, mas naquele fim de verão, talvez por saber que
Gianluca iria embora, a pestilenta vulgar estava quase sempre aparecendo.
Agatha tinha uma cara de puta, agia como uma sempre em cima de
existência.
E era falsa com meus tios, eu percebia. E jamais tinha uma gentileza
real.
Era uma loira de farmácia bronzeada e sempre achei que ela invejava
Allegra, imitando-a. Usando até lentes de contato na cor verde para imitar os
nosso dia.
aconteciam em meu corpo. Minha cintura era tão fina que parecia que ia se
quebrar.
na bunda.
— E olha essa raba! Quero para mim! Jose, você tem muita bunda,
médico!
— Mas você é um, querida e apetitoso! Pare de achar que não pode
Ah, aquele apelido: Jose, a gatinha. Ela usou algumas vezes na frente
Ela me disse. Ah, se ela soubesse como me dera mal tentando ser sexy
na noite anterior.
sentindo meio cega, como ocorria toda vez que não usava óculos.
Qualquer coisa mais forte tendia a me dar dor de cabeça e me tostar demais.
resolveram aparecer.
deles.
Olhando-o debaixo dos óculos, só pude concluir uma coisa para seu
Não queria pensar que não me interessava pelo sexo oposto por conta
Eu me sentia tão bem resolvida aquela tarde... Que bom que o chato
do Gianluca não estava perto de mim.
Mas sobre Harry: o que adiantava ser bonito se era burro e babaca?
sexuado que ele estava dando não era o que poderia chamar de estimulante.
safadas constantemente.
Chaaato.
— Não.
homens. Queria poder pagar drinques deliciosos assim e comprar uns maiôs
bonitos.
— Além de virar uma gostosa, você agora também aprendeu a ser má,
Josephine?
Respirei fundo e virei meu rosto para ele sem acreditar, quase
indignada.
Quase porque ele não merecia que eu gastasse energia com isso.
resposta.
— Você consegue alguma coisa com isso, sendo chato desse jeito, .
Harry?
não o olhei até que vi ele pousar uma mão em minha coxa.
— Está muito combativa, acho que vou ter que te acalmar... — Ele
imaginar.
em violência.
Tive que proteger meu rosto, amedrontada, após dar um pequeno grito
— Tire as mãos dela, seu filho da puta! — A voz saiu como um rasgo
brutal.
primo pelo pescoço, que tentava resistir sem sucesso, e numa forte gravata,
inconformado, e não suportaria ver os dois idiotas atracados, por mais que
ocorrera, e fiquei de antemão ainda mais indignada, mas então ele voltou seu
olhar para o primo.
— Fique aí se não quiser problemas, Harry. Nunca fui com a sua cara.
Sabe para quem seu pai trabalha. Então, fica no teu lugar — Gianluca
bela bunda, não é? E o resto também! Vou pensar no seu caso, se fico no meu
Harry deu uma risada, brincando com a água, divertindo-se com a ira
Bem que Gianni poderia ter quebrado a cara dele, mas lembrei que
Por fim voltou seu olhar para mim, e minha reação foi me irritar ao
ver aqueles dois imbecis brigando por mim e falando da minha bunda como
— Déspota! — gritei.
Para variar ele estava ao meu encalço mais uma vez, com passadas
largas e nervosas até que ele me alcançou com muita facilidade, puxando-me
sentia uma maldita tensão sexual vinda de seu corpo lindamente vestido de
Era algo que reconhecia nele, e não entendia... Seus lábios tremiam,
provoquei.
Percebi ele ficar ainda mais irado e me pegar pelos ombros. Seus
uma minúscula roupa, e o modo como seu braço passou a circundar minha
sensual de possessividade, era uma luta odiar Gianluca naquele instante, por
masculino. Não podia não desejar que ele colocasse as mãos dentro do
biquini e tocasse minha pele nua, mas lembrei que estávamos no jardim de
sua casa, e que aquele imbecil do seu primo estava nos olhando.
e esse é o problema.
— Esse é o MEU problema, e esse é o MEU corpo que, até onde sei,
você não quer! E mesmo que queira, agora não vai ter! — bradei, separando-
me dele, ganhando uma força que não sabia ter, e o empurrei um pouco,
— Para vir um abutre querer passar a mão em você? É por isso que
está andando assim? Para chamar atenção? Vai deixar Zack passar a mão em
você amanhã?
quis, apenas falei, apertando os olhos e imitando aquele cinismo que ele
sempre tinha.
— É.
Quem ele pensava que eu era? Aliás, quem ele pensava que era para
E mais graças a Deus ainda, ele sumiu durante o resto do dia e pude
porque estava me habituando a ficar lá agora e não mais com Allegra para
podermos dormir melhor sem falar tanta besteira alta madrugada quando tio
Toquei sem poder acreditar no que estava diante dos meus olhos: um
papel dobrado com sua assinatura que eu conhecia muito bem. A letra precisa
e bonita de Gianluca. O imbecil tinha uma linda caligrafia, isso era inegável.
Já passara várias vezes o olhar por suas coisas, com aquela impulsividade
passional que eu tinha, e admirava a beleza daquela letra e o aprumo que ele
Tremi com o pequeno papel em minhas mãos. E iria rasgar sem ler.
Não, não iria ler. Piquei em quatro pedaços, rasgando sem dó, e
bilhete assinado por ele para mim. Mesmo rasgado. Poderiam ler, tirar
GIANLUCA
suportar?
completamente louco por ela, louco de ódio, querendo quebrar a casa inteira
Como eu agradecia quando ela não estava e assim não tinha que
uma besta, rasgar suas roupas e comê-la até sentir minhas bolas despejarem
toda porra que eu estava guardando para ela, quando parei de comer as
batendo pensando nela esses dias, Josephine não aguentaria, porque minha
E é claro que eu não poderia fazer isso com ela...Para ela chorar
depois? Eu não podia vê-la chorar, não queria ser um cafajeste com ela. Mas
Era muito difícil para um sujeito como eu ter honra! Uma força
superior me controlava, só podia ser.
meus braços gemendo num sofá, cálida e doce e movendo uma boca com
acarinhava com gentileza para conter meus instintos mais baixos e brutais.
que tinha para não tomá-la com voracidade. Era tudo tão perturbadoramente
real.
E pedia que ela ficasse comigo. Não queria que ela fosse embora, que
me deixasse.
Eu não tinha sonhos ruins quando sonhava com Josephine. Talvez por
E ela agora resolvera pegar pesado, justamente quando sabe que vou
embora. O que ela quer fazer comigo, me matar?
Não iria ser nada fácil ir embora, porra! Especialmente sabendo que
Não queria ir embora e deixá-la para ser comida pelos gaviões quando
Senti-me muito mal por ter perdido o controle com minha mãe.
possibilidade de magoá-la.
de algodão, as roupas lilases que gostava de usar. Também não poderia mais
suportar vê-la se aproximar com seu decote e seu maravilhoso cheiro natural,
Feiticeira maldita.
Tirando sua virgindade com força para puni-la por me tentar tanto,
Eu me perguntava por qual maldita razão ainda não tinha partido para
coisas.
Pior que tinha certeza de que estava tudo bem comigo, fisicamente, o
problema não era a bebida... O problema era ela...Josephine.
funcionava perfeitamente.
Meu pau continuava grosso, grande e duro como sempre, mas agora
tempos.
Por pior que nos déssemos, era meu pai. Ao meu modo, eu o amava, e
daquele jeito que estava me desafiando, topetuda, não merecia certas coisas.
Bem que eu queria dar umas lições nela quando a vi dizer que ia sair
Odiava esse tipo que se fingia de herói para baixar as calcinhas delas
mais facilmente. Um hipócrita.
Finalmente estava bem óbvia sua arrogância e sua falta de caráter. Não
Ele podia enganar as mulheres trouxas, como mamãe, mas não a mim.
Mas no fundo era por isso que eu não ia embora de Sacramento: para
para aguentar uma foda bem dada, aliás, eu queria dar a ela muitas fodas bem
dadas.
Mas era exatamente por isso que eu estava tentando não a pegar e
martelar de raiva.
poderia possuí-la.
minha natureza ruim e meu passado pior ainda, ela jamais olharia na minha
cara.
Eu não podia mais suportar. Estava ficando louco. Deveria ter ido
linda e apertada.
Ela não iria balançar a bunda para aquele cafajeste. Não daria um
Iria para Daves e iria colar em Josephine. Ela que me aguentasse. Não
Até falar de uma paixão que não existia. Ou pelo menos que eu não
JOSEPHINE
pensei, sorrindo.
entretinha com sua conversa suave e deliciosa. Sua voz era baixa e grave,
mas seu tom era sempre macio, amável. Ele era adorável.
Não estava com medo de praticar saltos com sua expressão segura.
o fino trato que estava tendo comigo, com seu ar calmo e paciente.
Eu pensei que ele realmente sabia como entreter uma mulher e mantê-
la com uma sensação de firmeza. Imaginava que ele era realmente bom em
domar animais e mulheres. E essa ideia era divertida. E ele era divertido,
também.
responsável.
A cada vez que ele erguia seu chapéu para mim, sorrindo,
cumprimentando-me por meu feito, pensava que podia lê-lo claramente. A
em seus ideais. Podia sentir tudo isso vindo do peito largo e musculoso de
Zack e de seu sorriso afável e reconfortante. Era incrível como o bom caráter
inacreditável que alguém ousasse não gostar daquele jovem homem, que
honrado que lutava para manter seu orgulho e não ser humilhado.
dona.
Zack” naquela manhã mais cedo. Não era exatamente o tio mais velho e chato
que eu estava pensando. Fiquei calada por vários instantes, sendo agraciada
pela visão de um moreno alto, forte e viril, de traço gentis e sorriso franco
Então, uma sagacidade que eu não julgava ter passou a tomar conta
Por que Allegra se aborreceria com ele? Pelo mesmo motivo que eu
profundamente.
gritarem um com o outro xingamentos, até que tive certeza que estavam
brigando.
E percebi que era a voz de Allegra. Ela tinha uma voz profundamente
Fiquei um pouco sem reação quando Allegra passou por mim depois,
peito subindo e descendo. Pensei em oferecer ajuda, mas algo me dizia que
bochechas mais ainda, como se estivesse correndo uma maratona. Mas ela
ainda não havia cavalgado. Pelo menos não num cavalo. Fiquei desconfiada
quando percebi que suas roupas estavam amassadas, e alguns botões de sua
Ela olhou para a paisagem de Daves, para as colinas que traziam sua
brisa matutina cheirando à grama e à lavanda, e percebi que ela parecia juntar
misteriosos.
Ela era sempre tão calada sobre o que sentia, era tão difícil falar sobre
abordasse e tentasse. Era difícil ser amiga de Allegra com tantos segredos.
— Aconteceu algo?
endireitou
Olhei-a, estranhada.
branca.
Era denúncia de que pelo visto, estavam fazendo algo mais que brigar.
tentava controlar suas emoções. Ele tinha uma formidável beleza rústica.
Uma outra forma de queixo quadrado e pernas fortes e longas num jeans
muito justo.
sexy!
— Está tudo bem? Allegra saiu, bem... Muito irritada. Houve algo?
— Está tudo bem, não houve nada. Ela apenas... é... temperamental.
rosto.
maxilar se enrijeceu, e ele olhou para as colinas, como Allegra havia feito
— Não duvido que ela goste de se vingar. Mas também não posso
Ele voltou então sua atenção para mim, e me olhou sorridente agora, e
— Bem, eu ouvi o que ela disse a você. Não precisa ter medo de mim.
fitar.
ajudá-las com os cavalos e reconhecer meu lugar, senhorita Hill — ele falou
faziam um contraste incrível com a pele morena, a barba mal feita e fechada e
— Para mim, seu lugar é ao meu lado, fazendo uma boa companhia.
vida daquele homem, coisa que eu não havia conhecido, até conhecer
Gianluca.
Ele então havia me dado um aperto de mão firme e caloroso, que senti
irradiar por meu corpo.
sobre o amor, a não ser aquele que ardia em meu peito, febrilmente, por
Gianluca.
com que ele me olhasse com interesse, e vi que uma chama ardente apareceu
ainda.
Parecia que faíscas saíram entre eles. Havia posse, mágoa, pesar,
ardor em cada olhar e palavras lançadas. Eu podia sentir aquele olhar perdido
àquele homem tão gentil, que foi então um verdadeiro cavalheiro comigo, e
enorme árvore com Zack. O céu estava lindo, límpido, tão azul, como se
Deixava meu rosto receber o vento, e Zack sorria para mim, abrindo
cozinheira que tinha me mandado mais cedo e que trouxera junto ao cavalo.
Pensando que voltaríamos em breve para casa, imaginei que seria o
Zack sozinha.
Até porque para convencê-la teria de contar meu amor secreto por seu
irmão.
macio.
Quase mal-humorado.
Percebia que havia ali uma determinação tão importante como sua
honra.
— Gosto daqui. Vai ser uma pena ter de ir embora – ele falou
Ele fez que sim com a cabeça, seu semblante mudando de repente,
lugar.
— Tudo tem começo, meio e fim. Meu tempo aqui está acabando,
Josephine.
cheio de coragem. Um homem que visivelmente sabia que a vida lhe daria
batalhas profundas.
— Espero que mude para um lugar tão lindo e inspirador como esse
Ele deu um sorriso suave, enquanto estava sentado com seus braços
ambições, Josephine. É normal que eu tenha também. Vou para onde o bom
senso me levar — falou, misteriosamente, dando mais um gole na garrafa.
mesmo uma bebida... Quer mais água antes de voltarmos? — ele perguntou,
ofertando-me o cantil.
brincadeira gentil, levou o cantil até minha boca, para que eu o sorvesse,
enquanto ele levantou sua mão para tirar com delicadeza os longos fios de
Muito perto.
levantar, com aquele ar desconfiado, segurando-me pela mão, pude ver que
atrás de mim estava, para meu espanto, Gianluca, com sua maravilhosa roupa
olhar para Zack agora era assassino. Se duvidar pior do que ele dera para
Harry ontem.
CAPÍTULO 15
JOSEPHINE
opositor.
Ah não, de novo, não! Uma briga de machos de novo? Até tu, Zack?
Não poderia permitir que ele ofendesse Zack, que era tão
maravilhoso!
um touro bruto.
de Gianluca e queria que ele descesse daquele cavalo para que eu o pusesse
em seu lugar.
Gianluca de repente se virou para mim, possesso. — Não sabe o que diz! Não
Lancei um olhar de agradecimento para Zack por sua defesa, que ele
E eu não queria ver isso. Até porque isso custaria o emprego de Zack,
e aquilo me aterrorizou.
Gianni, acusou.
Zack.
duas crianças ridículas! Não vou ficar aqui para ver essa cena ridícula e
absurda!
podia.
falar, mas nem me dignei a olhar para ele, e olhei apenas em direção a Zack,
que vinha até a mim.
Ainda senti ele tentar me puxar, mas bati com o pé no estribo, fazendo
o cavalo começar a correr e senti Zack tropeçar atrás de mim quando passei a
galopar.
para que galopasse com mais rapidez, correu mais rápido do que eu gostaria.
— Vá atrás dela, Tedesco! Sei que quer ir atrás dela. Não é seguro
— Pode ter certeza de que nós ainda vamos terminar nosso assunto,
Cansada de tudo.
esse demônio. Até Zack percebeu que ele viria mais uma vez para me
exausta, deixando-me ser levada pelo cavalo que ainda trotava rápido, quase
desgovernado.
meu horror.
Quase caí, e gritei, segurando-me nas rédeas com toda força até sentir
uma dor aguda no meu pescoço e nos braços para tentar contê-lo.
Com o coração aos pulos, vi que havia parado e que, graças a Deus,
Mas não tive muito tempo para celebrar que ainda estava viva e
íntegra, quando duas mãos fortes me puxaram para baixo, como se eu fosse
alto e forte olhando para mim com uma expressão completamente perturbada,
furiosos ainda, enquanto ele sacodia meus ombros doloridos com suas mãos
fortes.
dor e pela fraqueza e a surpresa que sentia, observava, muda, o rosto duro e a
podia com seus olhos que mais pareciam lanças e suas mãos que pareciam
rochas.
ainda chorando.
percebi ele afrouxar as mãos de aço sobre meu ombro que já estava dolorido
Observei que ainda tremia como uma vara de medo ainda, e senti as
Observei-o erguer meu rosto para ele, e o fitei ali, com meus lábios
trêmulos, vendo através de meus olhos úmidos seu olhar escuro e penetrante.
Gianni.
engolindo em seco, sustentando com suas mãos agora meu rosto, obrigando-
campos lilases fazendo bater um vento perfumado sobre seu rosto iluminado
do lado daquele cafajeste tarado deixando que ele pusesse as mãos em você...
raiva que sentia de ter Gianni, mesmo naquela hora em que tomei um baita
falei, irritada:
infelizmente é você!
— Não importa o que sou! O que importa é que não quero que esse
não ouse ameaçar o emprego dele! Se eu souber que fez algo contra ele,
— E nem venha achar que pode mandar em mim! Você não manda!
Eu faço o que bem entendo! Ouviu, Gianluca? — falei, tentando ir para atrás,
mas ele então usou uma das mãos para me trazer para ele, apertando minha
cintura com força, enquanto a outra mão foi para meu pescoço, e continuava
corpo grande e forte contra o meu, roçando. A sensação da sua mão máscula
em minha nuca.
— Você quase morreu, Josephine! Não sabe o que faz! Não sabe o
que diz! Nem sabe o que faz comigo, caramba — falou, num tom quase
uma rocha, e tudo o que consegui foi fazer que me pressionasse ainda mais
ferozmente.
— Seu dramático! Não ouse dizer que não sei o que fazer! Não sou
uma idiota!
Mas não houve resposta, a não ser um lento movimentar de seus
nele. Algo que tinha a ver com o modo como trazia ainda mais perto meu
corpo para o dele e que fazia seu olhar brilhar, febrilmente, como se um
olhar penetrante.
sussurro, desviando meu olhar do dele, não podia suportar o modo quente
com que me trazia para si, nem a firmeza imponente do seu corpo, e nem a
estava virado.
mesmo tempo, esticando meu pescoço para trás para não ficar sob o poder
hipnotizante de seu olhar.
Antes que eu pudesse protestar, Gianni trouxe minha cabeça até ele,
usando sua mão implacável, e recostou sua boca sobre a minha, esmagando-a
Meu primeiro beijo de verdade, um beijo que ele não poderia negar ou
esquecer.
Minha primeira reação foi lutar contra o choque de sentir seus lábios
braços, mas logo me deixei levar pelo calor e a maciez de sua boca e a
beijo.
escapar, percebi que a única reação de Gianni foi tentar me beijar ainda mais,
com ainda mais ardor, mais violência, tirando-me o ar enquanto ele movia
sua cabeça contra a minha e suas mãos percorriam minhas costas, causando-
Inspirei fundo, enquanto suas mãos se arrastaram para meu rosto com
Foi a ternura de sua voz, e aquele som torturado que ele emitia que
Não resisti, e na ponta dos pés, eu me ofereci para ele. Eu daria tudo.
pouco meus lábios, forçando um pouco meu queixo, e tive a sensação doce e
suspirante de sua boca sugar meu lábio inferior. E foi algo úmido e delicioso,
Meus mamilos se enrijeciam contra seu peito, e cada vez que ele
sua cabeça para mim, desesperada para senti-lo mais perto, mais perto,
Ele era tão firme, puro basalto tentador, e suas mãos e sua boca
cabeça para ter melhor acesso à minha boca, eu me senti derreter nos seus
por meu quadril, indo em direção à curva da bunda, que ele acariciou,
trazendo-me para ele, com força, enquanto ele continuava a sugar deliciado
devagar para sua nuca forte que se movia para me beijar ainda mais
timidamente me deixei ficar lá, e percebi que ele se esforçava para não se
gritar.
Queria que ele não se controlasse, queria que o animal que gemia
Rodeando seu pescoço, ainda tímida, eu tentava dizer com meu corpo
ele não me segurasse com aquela força protetora, eu cairia, sendo devorada
indo e voltando por meus lábios, num convite para abri-los, e senti que ela
assustei, e num gesto impensado tentei jogar minha cabeça para trás, numa
surpresa deliciada.
meu rosto com os olhos, minha boca entreaberta. Ele parecia ter despertado
Gianluca me beijara. Num ímpeto, eu toquei meus lábios, olhando para sua
homem cala uma mulher que fala demais: com um beijo — falou, com uma
expressão cruel.
pensei duas vezes e um enorme tapa foi dado em seu rosto, com todas as
minhas forças.
— Cretino! — vociferei.
olhar, e então, de repente, seu rosto tomou uma expressão dolorosa que eu
não entendi.
sorriso sem jeito, e algo me dizia, na sua expressão angustiada, que ele
exasperado.
Olhei-o, morrendo de raiva, para sua expressão arrependida que me
Por alguma razão que eu não entendia, sentia que o meu perdão
significava muito para ele, e era exatamente por isso que eu havia resolvido
beijar.
Ele fez que sim com a cabeça, e percebi que ele lutava para recuperar
sua compostura, com aquele seu silêncio que só podia ser calculado.
— Concordo.
minha fraqueza...
Não soube o que responder. Ele continuava sem jeito, lançando seu
passando o polegar por seus lábios, e observei o clamor sexual que havia
do profundo rubor.
falou, mais uma vez tentando soar sério, para minha completa fúria.
perto de mim!
Vi-o me encarar possesso, mas não queria saber da sua ira. Ele não
Jamais me quis.
fazer foi, para tentar não chorar, dar meia volta e tentar montar no cavalo que
Por uns instantes, eu o senti tenso atrás de mim. Podia perceber isso, a
terrível tensão e sua respiração quente contra meu cabelo. Sua mão vacilava
em minha cintura, e me senti tremer. Por algum motivo, eu me sentia triste e
sentia que ele também. Por fim ele me ajudou a me erguer, e fui obrigada a
muito estranho.
Queria dizer algo para feri-lo, mas sentia que me feriria mais ainda se
dissesse algo.
com sua conversa chata. Não gosto de você — falei, magoada, mas sem
coragem de encará-lo. Minha voz tremia, entregando meu coração colapsado.
cavalo e chegando ao meu lado —, não farei mais mal a você, eu prometo.
Vamos calados até em casa. O que for melhor para você. Não quero mais
Ele se calou...
E adorei que tivesse se calado, pois quanto mais ele falava como se eu
se estivesse de luto.
Por que meu beijo dava tantas sensações ruins nesse homem?
coração sangrado.
Ao chegarmos lá, tentei impedir que ele me ajudasse a descer, mas ele
insistira mesmo assim, pegando-me como se fosse uma boneca de pano pela
resolveu perguntar.
— Não.
— Suspeitei que não. — Ele deu um sorriso tão lindo quanto triste, e
E ficou sério.
Eu não sabia o que dizer, só sentia meu coração doendo, suas batidas
desoladas...
acredito em você.
príncipe perdido.
foi:
— Não ouse prejudicar Zack. Ele não fez nada. Você sabe disso.
Prometa que não vai puni-lo por me dar aulas de equitação. Isso seria
Ele engoliu saliva e respirou fundo, pondo suas mãos para trás, e me
Olhei-o, em desafio.
que em outros momentos minha palavra tenha sido em vão... É que... É que
você, Josephine, tem o poder de fazer um não virar sim, e um sim virar não
acariciando.
Olhei suas mãos, seus longos dedos, cheia de uma súbita ternura,
desejando que ele me acariciasse. Mas então eu me aborreci mais uma vez
transtornado.
entenderia.
Ergui meus olhos úmidos para ele, tomada por desespero, sentindo
Ele estragara nosso beijo. Ele me rejeitara e eu não tive forças para
Sequer queria ficar naquele haras. Ele estragara tudo. E ele iria
A primeira coisa que fiz ao chegar em meu quarto foi correr e pegar o
que parece um pedido esquisito vindo de mim. Mas a verdade é que não
quero que um outro homem a machuque. Pode chamar de ciúmes, eu não sei.
Eu não sei de mais nada, Josephine. Mas não deixe que toquem você, por
favor. Não suporto a ideia de que outro homem toque você. Não posso deixar
que outro homem ouse devorar você. Quero morrer só de imaginar isso”
Gianluca Tedesco.
O que era aquilo? Uma confissão imbecil? Ele queria que eu lesse
baixinho, para mim mesma, tentando parar de chorar —, e esse lobo é você, e
suspeito que será o único. Mas vou dedicar cada dia de minha vida a superar
você.
CAPÍTULO 16
GIANLUCA
Dia Seguinte
com o sabor leve de sangue seco que sentia no lábio cortado após o soco que
tomei.
de tensão que estavam no pescoço, e dei uma risada irritada para a noite.
Não podia acreditar que eu fizera aquilo, mas fora um erro. Ela me
E eu sentia que não podia mais lutar contra aquilo, e graças a Deus
estava na hora de partir. Eu não aguentaria ficar mais um dia ali, não perto de
Josephine.
suportaria.
que ela justamente o que sonhava em fazer todos os dias, eu ficava ainda
mais descontrolado.
sua boca, e sentira seus mamilos duros contra mim, sua bunda gostosa, e
doeu mais.
Como meu pai havia me dito anos antes, era melhor ficar longe das
casadas se eu quisesse viver. Aquela que eu fora procurar não era casada. Era
noiva.
brincar de morrer.
Talvez quisesse tomar uns socos ou socar alguém já que prometi para
Josephine não ferrar com aquele Zack, e por incrível que parecesse, por mais
palavra.
deixaria em paz.
O mesmo não podia dizer de meu primo Harry. Aquele era certeza
que não valia nada. Seria capaz de matá-lo se pusesse as mãos de novo nela,
Mesmo assim ainda sentia minhas mãos tremerem para quebrar a cara
daquele bastardo do Zack desde que soubera que ela iria cavalgar com ele.
Odiei quando demorei a encontrá-los naquela manhã depois que eu acordara
tempo, impotente. Impotente porque a pessoa que eu queria possuir mais que
Ficara furioso, tomado por um ciúme violento que não entendia. Quis
quando vi meu primo passar a mão nas coxas brancas e suaves de Jose.
E sua boca que beijei depois, sedento, foi um erro profundo que eu
Valeu o soco, pensei, olhando o contorno dolorido dos nós dos meus
menos o sangue que havia espirrado no meu terno Ferré não era o meu, mas
do corno idiota.
escola.
atacou, e uma parte da porcelana quebrada acabou por ferir meu braço,
No fim, acabei sem uma transa. Estava irritado demais para transar.
não conseguia parar de pensar nela, naquele sabor doce... Naquela menina,
meu Deus, apenas uma menina... A joia proibida, o meu veneno doce.
E eu estava cada vez mais pirado com aquilo. E cada vez menos
Porra!
na barba de dias por fazer que arranhava minha mão e sentia meu queixo
dolorido. Mas bem que foi divertido encarar aquela briga, pensei, sorrindo.
E não entendia por que sorria, porque sentia uma estranha satisfação
em correr perigo. Estaria no meu sangue ruim, talvez, como minha mãe
acusava?
conversas imbecis.
Meu sucesso financeiro não bastaria nunca para eles. Eles nunca me
Queria viver.
trouxa e manso?
Meu pai me mandava ser homem... Para mim, eu estava sendo muito
astronômico. O que mais eles queriam de mim, cazzo? Pensei, sentindo tudo
rodar.
Estava farto de não ser respeitado como o homem que eu era por
aquela família.
Eu não era como eles acusavam. Não estava tudo fora do controle. Eu
mim, e eu tinha que sair de perto porque ficava com uma ereção enorme.
lascar.
E eu nem podia foder. E eu estava louco para foder. Foder duro uma
boceta até fazer sair pelas bolas aquela frustração, mas acontece que eu não
conseguia, caramba.
Apesar dos meus defeitos, eu não era tolo, e queria mostrar que
ramo da vitivinicultura.
Tivera de abandonar o mestrado em Economia. Mas, foda-se. O
houvesse duas. Sempre deixava ali como uma pequena arma de sedução.
canalha bem-sucedido.
Seja o mestre na arte de trepar, e saiba deixar uma garota louca para
a ir para a sua cama. Uma coisa que aprendi sobre champanhe é que facilita.
Faz com que as principessas digam o que estão sem coragem de dizer, e as
Sabia em meu íntimo que era alguma coisa a ver com ela que me
Eu não era homem para Josephine. Não era o seu príncipe salvador.
Era seu lobo mau, e se ela chegasse perto de mim, sem piedade, eu a
Highway To Hell
goles.
Não era tão bom como um velho e bom destilado para curar a dor de
finanças. Mas eu sabia toda a porra que me ensinaram sobre Vinificação, mas
doces olhos debaixo dos óculos num rosto de menina inocente. Quase uma
rendinhas para lembrar que era uma santa. Uma Virgem Maria de boca
Ela estaria ali? Teria voltado já para a casa de minha mãe? A verdade
Aquela menina era mais esperta que eu, mesmo tão jovem. E ela
sempre me surpreendia.
Ela estava certa: ali, sob pressão familiar, sendo coagido a assumir os
negócios da família, eu via que ela estava certa: a liberdade era uma ilusão.
nela.
um desgraçado.
Aquela demônia...
de anjo, e lábios feitos para serem devorados, e que pegava minha mão com
caberiam na minha mão... Como se tivessem sido feitos sob medida para
Comecei, então, a ficar mais tonto, e senti uma leve tensão no meu
Uma ruiva. Isso. Uma ruiva como a noiva de hoje. Era disso que eu
precisava pra me distrair. Seios cheios de sardas de uma ruiva. Tentei colocar
a chave na ignição, para buscar justamente uma ruiva para me distrair, mas
queria reunir ideias nem as organizar, apenas encontrar uma cama e dormir, e
apenas resmunguei quando senti minha cabeça bater nos galhos de uma das
voltara a arder.
Merda.
Estava quase chegando na porta quando tive aquela visão. Deveria ser
virgem no meio da noite. Era assim que ela sempre vinha nos meus sonhos,
sempre assim.
E nos meus sonhos, ela sempre vinha me salvar. Mas eu não sabia de
que eu tinha dentro de mim e que tragava tudo, e que tornava tudo feio.
Era como se aquele anjo lindo viesse no inferno me buscar para um
colada à minha.
infinitamente doce.
mil olhos brilhantes que eram as estrelas. E eu havia dito que as estrelas já
gostava dela. Ela era a poesia que nascia naquele momento em mim, junto de
meu coração.
Nunca mais o céu foi o mesmo. Eu havia sido sincero. O céu morava
no olhar de Josephine.
E agora ela estava ali, com seu olhar estrelado, olhando para o céu, e
Senti meu peito doer ao vê-la. Quantas noites havia sonhado desde
Parecia uma santa pálida. Sempre foi assim. Mas nunca pude admitir
o quanto apreciava olhá-la.
meus braços, tensa, abrindo a boca suavemente para receber meu beijo, e
– Gianluca!
era um sonho: era real. Nos meus sonhos, ninguém me olharia assim, como
com isso. E nem que uma linda garota nos olhe com compaixão assim.
Por algum motivo que não entendi, quando ela me olhou, senti que
violão. Ela dedilhara uma canção francesa para mim dois meses atrás. Ainda
Uma voz aguda e calma de uma menina. Tudo nela era puro. E
Ela era sempre paciente comigo. Ela seria paciente comigo mais uma
GIANLUCA
branca como ela, mas que deixava ver um pouco do contorno esguio e bem
feito de seu corpo. O corpo que eu comprimira contra o meu no dia anterior e
sabia tão bem feito e voluptuoso. Tentei não prestar atenção, apesar de ser um
menina. Mas daquele jeito, com aquele cabelo solto, volumoso e selvagem,
caminhando para mim, parecia uma vestal em oferenda.
Eu tentei dar alguns passos cambaleantes até ela, para alcançá-la, até
– Gianluca, meu querido. O que houve? Oh, meu Deus! Você está
humano!
– Será que você nunca se aquieta? Como posso odiar você assim e
desejar sua morte cruel? Quer deixar de ser tranqueira e me dar paz? – ela
perguntou num tom sarcástico, mas eu podia sentir toda sua preocupação
comigo em seus olhos úmidos.
perfeita ao luar.
– Por que você está sempre tentando se matar, Gianluca, qual é o seu
– Não foi nada, Jose. Pare com isso! Não me amole – falei,
Quando foi que ela ficou chata assim? Quando ela me via bêbado, ela
Você é muito pesado! Vou te levar até em casa! Não seja bobo dessa vez, por
favor... S-sei que odeio você, mas não posso te deixar aqui assim – gemeu,
– Não. Não vou para a casa. Não comigo desse jeito. Não quero ser
braços, olhando seus lindos olhos que estavam úmidos e aflitos e me sentindo
paciência lá dentro.
– Talvez você mereça! – ela ralhou, com aquele gênio que eu sabia
que podia ser muito ruim. – Talvez precise ir ao hospital! Sua sobrancelha
ainda está sangrando! Seu queixo está roxo – ela continuou, pegando de
repente meu rosto para olhar, fazendo-nos parar. – Suas mãos machucadas, e
– Bem que eu queria, mas já disse que tenho palavra... Não vou
– E então por que está sangrando como se tivesse tomado uma surra?
Armas da virilidade. Não tem nada demais. Isso é motivo de orgulho. Você
não entende nada disso – falei, enquanto ela voltou a me guiar e eu tentava
não deixar meus quase 100 kg pesarem sobre o pesinho de pluma de Jose.
bem.
– Eu entendo muito bem! – ela replicou. – Quer dizer que vocês
por um rabo de saia que não valia nada! – ela falou, parecendo furiosa. –
tom sedutor, cada vez mais atraído pela pequenina figura de formas redondas
perto de mim. Naquele momento, seu redondo seio recostava debaixo de meu
braço, e era difícil me irritar com ela. Ou mesmo me concentrar. E sentia uma
Graças a Deus ela era bobinha o bastante para não perceber, mas logo
a coisa estaria grande inchada o suficiente para me delatar. Mais do que hoje
de manhã.
paciência! Prefiro ir para Paris! – ela disse, naquele bom humor que me
encantava.
Por pior que fosse a situação, Jose sempre dava um jeito de contornar
alguma razão. Ou total. Aquela era minha pequena Jose. A mais paciente. A
Que Deus me ajudasse a vê-la como uma santa, enquanto sentia seu
Cupido enquanto ela falava, sentindo o desespero de sentir seus lábios contra
os meus novamente.
Estava com ideias ruins ao seu respeito, Josephine. Más, muito más
ideias. E meu pau estava pulsando como o inferno. Até podia andar sozinho,
lugar que subitamente achei romântico, com sua cobertura de vidro e bronze
Ela era sempre tão certa, mas do modo que eu estava a olhando agora,
ela era tão errada...
sonolência repentina, com ela ali, ao meu lado, olhando-me com preocupação
– Você quase quebrou sua mão, seu tolo – ela choramingou, olhando
macias estavam em meu rosto, e eu sentia tanta paz, tanta calma. Quando abri
finalmente os olhos, ignorando o tempo que havia passado, pensei que estava
preocupados me fitando.
– Fique aí, eu já volto. Ai, ai. Tomara seus pais não acordem. Allegra
não está. Eu estava esperando por ela.
hipnotizantes. Ela era tentadora, e mesmo no meu sono, senti-me mais uma
vez excitar.
– Josephine, desculpe ter gritado com você. Desculpe ter feito você
– Tudo bem. O que eu não faço por você, Gianluca? Você está me
devendo uma. Vai te custar muito caro não ser odiado por um dia – Ela
Era tão bom. Não sabia que o paraíso se parecia com Josephine
tocando de leve minha testa, ela e a sensação da sua pele macia e cheirosa, o
calor seu pequeno corpo, a proximidade do volume dos seus seios de meu
peito, seu traseiro ao lado de mim, sentada no sofá, enquanto ela se reclinava
sobre meu corpo, e eu lembrava de seu gemido contra minha boca quando
Não se cuida de um pobre diabo como eu. Minha natureza era como a
de um escorpião. Eu a picaria se ela me desse bola, indiferente às
E eu estava tão filha da puta naquele momento que não parecia dar a
amamos.
Estava saboreando tudo aquilo, como o tarado bêbado que eu era, até
minhas mãos que também estavam feridas, e eu fiz uma careta de dor.
– Pare de falar palavrão! Que coisa feia! E não suporta uma dorzinha?
Trouxe uma camisa para você vestir! Deu muito trabalho pegar tudo sem ser
ouvida, viu? Você é um homem muito trabalhoso, meu Deus! Não sei como
pequeno empurrão.
tivesse carta branca para isso. Para berrar, gritar comigo, contar as bobagens
Sorri para ela, e percebi que ela não entendia por que estava sorrindo.
– Vista Gianluca.
– Quem mandou se portar mais uma vez como criança? Você já tem
28 anos, sabia? Não deveria estar bêbado como um gambá!
meus movimentos lentos. Eu era homem o suficiente para perceber que ela
vestia.
Eu não sabia parar de olhá-la. E parece que ela também não. Percebia
deixava ver leves contornos do seu corpo e que seus mamilos se projetavam,
Josephine olhava para meu peito nu, tentando desviar o olhar, mas sempre
voltando em seguida.
Queria que ela olhasse para minha ereção quente e pulsante. Mas ela
Podia sentir que estava nervosa. Que ela tinha um leve tremor de
dedos. E aquele leve tremor me excitava. Ela tinha razão. Uma garota esperta
sabe quando um homem quer atacar. Por isso ela tremia. Cada movimento
meu, cada olhar, cada respiração profunda, cada pulsar no meu pau devia
gostariam de fazer.
Ela se levantou num sobressalto, como se o alerta de perigo a fizesse
querer fugir. Sua expressão estava transtornada, mas suas pupilas estavam
minha camisa, com lentidão calculada. – Você já pode voltar para casa. Já
hipnotizada.
– Fique – ordenei.
– Então por que tenta me salvar? – perguntei, sentindo algo bater forte
em meu coração.
Percebi que ela engolia sem seco, nervosa. E que ela queria ficar ali
ao meu lado, tanto quanto eu, e que eu olhava, interessado, para aquela boca
Olhei seu rosto perfeito. Seu rosto de Santa. Toquei de leve seus
cabelos, sentindo seu peso, sua maciez, enterrando meus dedos selvagemente
neles, e admirando o modo como emoldurava de mogno seu rosto lindo como
murmurei:
Afaguei sua face, e como uma menina carente, ela recostou sua
meus carinhos.
– Não mereço você, meu docinho, mas não posso me conter, não
quero...
Afastei por fim seus cabelos, e migrei as mãos por seu pescoço
enquanto beijava seu rosto. Observei, extasiado, como ela fechou os olhos
por um instante, numa reação sensível, enquanto minha mão vagava por seu
pescoço e colo, provando aquela pele macia como um copo de leite. Sua
Ela por fim abriu seus luminosos olhos, grande e cinzas, refletindo o
Deixei que minha outra mão subisse delicadamente por sua cintura,
indo em direção ao seu braço, até que minhas duas mãos se apossaram de seu
Meu polegar passou de leve por sua boca deliciosa, sentindo seus
beijada.
Eu teria que beijá-la, ou morreria. Minha respiração parava em minha
– Josephine, perdoe-me pelo que vou fazer, perdoe-me... Sei que não
GIANLUCA
gemido rouco e feminino que ela emitiu quando nossos lábios se tocaram.
dela. Ela tinha um sabor de céu, doce e melado, e me parecia tão delicioso
sendo sincera. Aquele era seu segundo beijo e ela jamais havia conhecido
outra boca. Esperara por mim, para ser beijada por mim.
Uma sensação ainda mais violenta me tomou. De saber que eu era seu
primeiro. Seu primeiro beijo. Seu primeiro homem. Que ela era minha. Não
deveria ser minha, mas eu sentia assim. Foi o incentivo cruel e sensual que eu
precisava.
sentindo que ela não sabia ainda como reagir, para meu profundo agrado,
emitindo pequenos gemidos.
úmida e aveludada de sua boca, passando suavemente minha língua, para que
ao fazer uma pressão mais forte, consegui a desejada abertura que queria.
Josephine pararam em meu ombro, tímidas, até subirem para meu cabelo, que
ela passou a afagar com doçura. Forcei um pouco sua cabeça para trás, para
ereção contra ela, em seu ventre, fazendo-a se inclinar no sofá, ao meu lado,
e observei doente de desejo ela não se afastar, como não havia se afastado
sentindo meu sexo se avolumar cada vez mais contra sua maciez.
gemendo enquanto eu puxava seu cabelo para adentrar mais minha língua em
sua boca e balançava meu quadril contra sua barriga macia, pressionando-a.
Sentia seus seios contra mim, fartos, resvalando contra meu peitoral,
saboreando sua língua em minha boca, ávida e curiosa, e tão úmida... Nunca
tivera momentos tão intensos assim como quando senti Josephine contra meu
corpo.
– Tão doce. Tão minha... Tão minha... – repetia, num sussurro febril.
parava para sugar seus lábios que se inchavam em minha boca, quentes e
Ela colocou as mãos em meu pescoço, indo e vindo num puxar leve
momento, porém, o som suave de sua voz repetindo meu nome deu um estalo
paz e já estava lá como um animal colocando as mãos e a boca nela mais uma
vez.
Aquilo não teria volta. E eu iria até o fim, eu sabia. E eu iria embora no outro
dia.
Ela era sedutora demais, ali, olhando-me com aquele ar luxurioso, pedindo-
me em silêncio.
Tomando de volta sua nuca, recostando meu nariz no dela, pedi, como
sexy e suave de sua boca que me fez grunhir. Ela continuou seu recostar
Senti seu sabor delicioso, abrindo sua boca com rapidez, sugando com
reagi ainda com mais violência, enfiando desesperado minha língua em sua
simulando a maldita coisa que estava querendo fazer com ela naquele
Eu iria deitá-la ali, iria deslizar minhas mãos sobre seu corpo, iria
rasgar suas roupas, iria entrar em sua cavidade quente e macia, ainda mais
macia e deliciosa que sua boca, e ela iria gemer com meu pau rasgando sua
pequena boceta sem misericórdia. Eu bombearia nela, sem parar até ela se
abandoná-la.
Seria exatamente isso que eu faria, por isso, eu teria que parar. Agora.
furioso.
tentou mais uma vez se recostar em mim, com cautela, num doce
oferecimento.
Senti minha respiração mais uma vez falhar. Ela realmente queria me
enlouquecer.
– Pare! Tem noção do que está fazendo! Tem noção do que estava
expressão ardente.
– Sim, e eu gosto que seja assim... Eu quero que seja assim – ela falou
que seja perverso comigo, Gianluca, eu quero que faça tudo o que queira
fazer. Estou aqui para isso. Faça o que quiser comigo – ela pediu, de repente,
com os lábios quase num biquinho, os olhos tomados por algo sensual, como
Eu também estava. – Quem disse que eu estava tentando fazer isso? – ela
nela.
– Como ousa, seu maldito? Como pode fazer o que fez comigo e
ainda me ofender assim? – ela rebateu, parecendo revoltada.
me justificar.
Santo Deus, mas que merda! Passei as mãos nos cabelos, como um
Josephine agora, e tudo o que via era uma mulher. Uma mulher que me
meu pau em você, Josephine! Eu iria enfiar sem parar! Será que entende a
qualquer pudor.
– Pare de dizer sobre o que não sabe! Você, você me deixa louco,
coisa, a culpa foi sua! Você é um cínico! E um idiota! – ela gritou agora
Eu só fazia merda.
brotou de mim.
Josephine, meu único docinho proibido. A única ternura da minha vida – falei
dizendo aquilo para ela, não entendia por que ela mexia tanto comigo, não
entendia o poder que ela tinha sobre mim, a ponto de me fazer perder o
controle. Nunca havia perdido o controle com uma mulher.
me fazer cuidar dela, e, naquela noite, ela tivera mais uma vez o poder de
cuidar de mim.
aquela camisola branca, aquele rosto de anjo, aquele corpo doce e perfeito e
aqueles beijos...
emoções violentíssimas.
raiva.
– Não sou seu docinho. Nem uma menina com quem você pode gritar
ou dizer coisas idiotas e românticas para tentar aliviar sua barra. Eu exijo que
me respeite!
você, Josephine. Eu gosto demais de você para te desrespeitar, será que não
Nervosinha.
– E daí se você não é confiável? Eu também não sou! Não sou o anjo
que você pensa! E meu corpo é meu para fazer o que quiser! E não quero
mais dar ele a você. Foi uma péssima ideia! Não sei o que me deu! A culpa
força. Queria dizer isso pra ela, queria dizer tantas coisas doces que estavam
em meu coração...
– Sinto muito pelo que ocorreu, Josephine. Você tem razão. A culpa
foi minha.
queria! Ontem foi você quem me agarrou, e hoje também! – ela disse, de
vi soluçar alto, e aquilo cortou meu coração, mas eu ainda não conseguia
por você. Mas fique sabendo que o que sinto é muito pouco, quase nada – ela
repetia, parecendo alheia à minha presença.
Não queria, realmente. Eu a seduzi. Não deveria ser fácil para uma
seduzi você.
nítida raiva, profunda e visceral, com que me fitava agora, enquanto tentava
controlar a respiração.
que eu fiz, antes que ela me batesse. Ela realmente parecia querer fazer isso.
– Seduzir? Está louco? Você não me seduziu coisa alguma! O erro foi
totalmente meu ao pensar que você valia a pena beijar, pois eu estava errada.
resmungou.
Pondo todas as coisas que realmente valiam a pena perder, por puro sangue
Tedesco, e de meu bisavô, que sabiam ganhar a vida tanto quanto perdê-la.
Por melhor que elas fossem. E ela era a melhor coisa que me
acontecera. Josephine era minha santa. Pura e paciente. Sempre ao meu lado,
de graça, oferecendo tudo o que tinha. Até seu primeiro beijo que eu peguei
Eu não a merecia. Minhas mãos eram sujas. Minha alma era suja. Ela
animal. Por um triz não a deitei e rasguei suas roupas, entrando com tudo.
Por um triz. E pior que ainda estava desejando fazer exatamente isso.
Eu iria acabar com aquilo. Não podíamos mais ser próximos. Aquela
estranha amizade tinha de acabar antes que eu pusesse tudo a perder. Eu iria
embora e faria de tudo para não olhar mais para ela nunca mais.
– Eu odiei beijar você ontem e hoje! Você beija muito mal! – ela
esbravejou.
Menti descaradamente.
vida.
Para o bem dela, eu tinha que ficar longe. Percebi, engolindo em seco,
o quanto ela representava para mim ali. Era por ela aquele sacrifício. Eu tinha
de preservar sua doçura e sua inocência enquanto eu continuaria fodendo com
O fato é que aquela coisa estranha entre nós tinha de parar. Era
precisava cortar o mal pela raiz e seguir em frente sem olhar para trás.
– Não me dê ordens! Sei muito bem onde não pisar! E aprenda você a
não ser um imbecil! Quem ficou correndo atrás de mim foi você, seu animal!
– Tentarei não ser um. Mas não se esqueça: não vai se repetir. –
Enganei você. Você se acha esperto? Não conhece mesmo as mulheres – ela
coisas.
– Fique aqui com suas ilusões de ser alguma coisa importante para
queixo tremia, assim como sua voz, e sabia que ela estava tão afetada quanto
eu.
respiração.
– Pare de me confundir!
– Desculpe.
controle, equilíbrio.
– Adeus! – gritou. – Espero nunca, nunca mais ver você! Vá para bem
Grunhi raivosamente.
descontrolada, e gritei por ela sem pensar, tomado por um assombroso ciúme.
doido varrido.
andou saindo. Ela não tinha idade para sair com ninguém. Era só uma
Porra. Ela não queria apenas me desafiar, mas me ferir. Ferir como
Teria sido aquele Zack? Acho que não, não depois de Allegra... E
como virgem. E ela sempre fora boba e reclusa. Ela sequer sabia beijar, e
constatação.
Eu tinha que deixá-la ir. Eu não tinha direito algum sobre ela, e nem
Não podia impedir sua vida, que se relacionasse com um rapaz de sua
puta.
merecesse.
era minha luz. Mas eu não tinha o direito de contaminar sua vida com as
minhas trevas.
bom banho frio para baixar aquela sensação de meu pau duro feito rocha.
Mas a lembrança de sua compaixão e doçura por mim seria a parte mais
difícil de me livrar.
conseguia entender.
Mas Josephine tinha razão sobre algumas coisas: ela não era mais
uma menina, já era uma mulher. Mas uma mulher proibida. E ela não era
mais um anjo: ela era perigosa. Perigosa o suficiente para ter de manter
distância.
Mas eu seria muito mais forte que aquilo, é claro, decidi, convencido,
Mas antes, eu faria algo... Algo por minha querida Josephine, com
uma estranha certeza de que ela ficaria para sempre em minha vida, de algum
modo.
lutando contra minha dor de cabeça, entrei silenciosamente no seu quarto. Ela
tumultuadas.
Vendo que o sol iluminava seu rosto de anjo, e desejando que ela
Uma menina assustada. Uma ovelha na toca do lobo, e lindo pés que
assim.
Deus, como doía, pensei, apertando meus olhos, enquanto meus lábios
alma. Esse livro não foi capaz de consertar a minha alma, mas espero que
Dou a você esse livro porque você o merece muito mais do que eu.
Jamais conheci uma pessoa tão merecedora de todas as coisas boas da vida,
Josephine. Acredite: você merece, mais que qualquer pessoa que já conheci,
a felicidade. Você é a pessoa mais linda que já vi. A ternura da minha vida.
E espero que viva muito bem sem ter esse ogro insuportável te
inferno.
tranquei atrás de mim, e, decidido, parti, sentindo uma estranha dor tomar
conta de mim.
CAPÍTULO 19
GIANLUCA
rumo à San Jose. Bebia para tentar esquecer mais uma vez.
Mas era por isso que eu me afastava: por eu ser o que era. Um verme
derrotado.
minha visão.
Os para brisas trabalhavam tentando eliminar a chuva, enquanto
minha mente aflita e nublada pela bebida embotava toda a visão, agora ainda
os lábios trêmulos, olhei para a mulher que me olhava na chuva com os olhos
ela.
mãos até a mulher... Mas eu esquecera que havia sido esmurrado, e que
estava cheirando álcool, e deveria estar parecendo absolutamente assustador.
família...
Eu era culpado. Eu era como meu avô. E a prova é que quase matara
puteiro, aos 12 anos, com meu avô Exatamente no meu aniversário, ele me
Meu avô me dera cocaína, também. Eu fizera tudo o que não prestava
sórdidas.
Adorava seu jeito seguro, sua vida mundana, seu charuto, seu uísque e
seu hálito. Sua ganância e vontade de beber, sua garra e mania de jogos.
Meu pai não queria me ensinar a brigar, mas meu avô me socava até
Meu pai ia para a igreja, e meu avô ia para o puteiro. Sempre me dera
Que se mexia...
Meu avô olhou para mim, o olhar cruel e eu me sentia cada vez mais
– Mas vovô!
Fiquei lá, paralisado, quase molhando as calças. E eu realmente as
– Venha, seu filho da puta! Seja um homem, não um rato! E não ouse
dizer nada sobre o que houve aqui, ou deserdo você, seu maldito, eu juro!
Você e seu pai! E levo você para a cadeia comigo! Ela está morta! Não
importa mais! Venha, venha agora, Gianluca! Entre no maldito carro, Gianni!
Agora!
Olhei uma última vez para a barriga da mulher. Não se mexia mais. E
Por fim, ao ver que eu me acalmara, ele me deu ainda no carro mais
extrair o pior de mim. Não havia dúvida de que eu era ruim com ele.
Eu era ruim, muito ruim. Um lixo. Mas uma coisa é fato: eu jamais
um assassino, e era questão de honra para mim enriquecer por meus próprios
méritos.
desesperado.
agonizava.
Era por isso, por ser aquele monstro, que não podia me deixar
permitir que Josephine me iluminasse, que Josephine me salvasse, porque eu
O que eu podia fazer por aquela mulher morta e seu bebê?? Eles não
existiam mais.
mais do que poderia suportar, e pela primeira vez, clamei a Deus por ajuda.
destruição.
Não queria ser como meu avô. Não queria mais fazer tanto mal.
Senti meu coração batendo forte, meu pulmão tomar ar, como se meu
talvez precisasse de ajuda para melhorar, mas o primeiro passo era só meu,
minha decisão.
virtudes. Poderia tocar com as mãos limpas a joia preciosa que ela era.
Ela a pureza, a candura, a beleza que eu não podia tocar com minhas
passos, minha estrada, e sabia que Deus, a quem eu havia esquecido, cuidaria
Deus, por favor...Ajude-me a ser bom para ela. Faça com que eu
poderia mudar.
o primeiro passo havia sido dado, que ainda haveria um longo caminho pela
frente e a vitória seria conquistada arduamente.
decidira me perdoar para só assim poder pagar pelos meus erros, ou talvez
infelicitando-me.
percebi que ela significava mais para mim do que eu podia imaginar.
Eu não entendia bem como poderia ter acontecido, mas era amor...
apenas só podia ter esperança de que um dia ao menos pudesse dar o que ela
merecia.
Eu seria assim tão egoísta de desejá-la para mim? Mas não conseguia
me conter. O amor, eu descobria, era selvagem. Era mais forte que qualquer
coisa.
poder doar. Para poder compensar quaisquer coisas que ele fizesse por mim.
estavam tomadas.
menos poderia lutar para tentar poder tê-la, e gostaria que ela me perdoasse e
me aceitasse.
E uma paz interior para buscar, e a sensação de que uma mão, uma
GIANLUCA
rebrilhando. Vida.
vira Gianluca nascer ali. Quem seria o homem debaixo da sordidez e do vício
em bebida e putaria?
olhos. Parece que o mundo todo havia parado desde que havia feito 12 anos e
assim.
um rojão. Em apenas um ano, eu me tornara tão rico quanto Creso. Mal podia
acreditar como as coisas funcionaram ainda melhor sem estar levemente
ele teria.
Sequer pude contar sobre o que meu avô fizera, sentia que minha avó,
Ela sofrera tanto na mão de meu avô, e ainda aquele desgosto final...
Eu não poderia lhe dar aquela informação dolorosa: a de que meu avô ainda
Não sei se ainda queria provar algo a alguém, mas eu conseguira com
que era viver sem o gosto ocre da bebida na língua e a sensação do álcool
a pouco.
Não sabia se gostava ou não de não sentir mais tanta raiva. Mas a
em que quase atropelara aquela mulher e resolvera tentar me dar uma chance.
Eu tinha vergonha, mas planejava não mais sentir. Queria não ter
suas dores.
Fizera muitas coisas para tentar aliviar a culpa que sentia. A primeira
fora procurar a família da moça morta e tentar remediar o melhor que podia.
tão aliviado.
Soube que era jovem, viciada e mãe solteira, e para tentar fazer as
pazes com Deus, resolvi que a terça parte do que ganhava iria para fundos de
Podia não ser muito, mas esperava que Deus um dia tivesse
misericórdia de mim e me perdoasse.
que Deus fosse mais capaz que eu, e lembrava da voz doce me dizendo:
ela tivesse de ser minha, ela seria. Mas não a queria só na minha cama, eu a
estar comigo o resto dos dias de sua vida, e que ficar ao meu lado a fizesse a
feliz.
Fora isso que estivera tentando fazer a cada maldito dia, e a sensação
voltando para lá, para Sacramento no natal, . por puro desespero, e não
Eu a sentia minha, mas ela teria de sentir assim também: queria ouvir
de seus lábios, mais uma vez, com toda doçura, ela dizer que era minha.
minha natureza feroz. Eu era assim, e não era mau ser assim.
estava canalizado.
Não fazia sexo, e estava podre de rico. Mas só de pensar em não estar
com Josephine, todo aquele dinheiro de repente não valia mais nada.
Por Deus, ela tinha que me deixar possuí-la. E o mais rápido possível.
lobos, os lobos de verdade, que não a amavam, sem lhe dizer uma palavra.
Sei que ela não namorava, ou o homem que a vigia que eu paguei
teria me dito, mas não quer dizer que não tivesse tido encontros furtivos com
algum homem...
Eu não era homem para ser negado, mas, ao mesmo tempo, a maldita
Precisava deixar tudo pronto para poder voltar para minha família e
Era egoísta: mas não queria deixar Josephine ir para Paris. O amor era
Carlos Slim.
Não sabia que podia sentir medo de ser rejeitado por Josephine.
vida pacata de estudante. Não queria saber muitos detalhes, apenas o básico.
Não queria invadir sua vida de forma canalha, mas queria saber sobre todos
Quando fui informado, porém, que ela conseguira uma bolsa para
estudar literatura francesa em Paris por 3 anos, eu sabia que deveria voltar.
de Natal seria minha única oportunidade de fazê-la ficar comigo. Não daqui a
tentar...
É claro que Josephine não esperaria por mim, é claro que ela deveria
necessário. Fora um imenso erro, mas agora já estava feito, pensei, com um
ar pesaroso.
Eu sonhara que poderia agir com a razão, com calma, passos seguros,
Josephine, e, Deus me ajudasse, que ela fosse minha... Que me aceitasse, que
eu soubesse conquistá-la.
Eu precisava agir e não poderia esperar.
Mas agora que sabia que a amava, que porra de aperto no estômago é
Eu sabia que ela estava lá... Não havia dito para minha mãe que iria
lá, porque a surpresa é sempre a melhor forma de ataque, mas minha mãe
docinho...
Ela era ainda meu ponto fraco, mas também a minha maior força...
incólume?
Precisava saber se havia uma chance para nós, se ela ainda me
Sacramento.
longo tão delicado e feminino e ao percorrer seu doce corpo agora ainda mais
apreciativo.
Ela estava divinamente graciosa, e o som doce de seu riso suave foi
A segunda coisa que notei foi o filho da puta que estava conversando
E uma fúria abrasadora tomou conta de mim quando vi que seus risos
Era um amigo de meu pai, um velho tarado safado que estava prestes
Iria tirar Josephine dali. Logo que me visse, ela viria para mim.
Meu pai costumava fazer uma festa prolongada de Natal, com várias reuniões
sociais em que aproveitava também para falar de negócios, e daquela vez não
fora diferente
linda, tão sedutora e tão madura, e dando toda sua atenção para outro homem.
lindas e minhas, e voltei a crivar meus olhos loucos de raiva e ciúme nela.
taça de vinho. Ela entreabriu os lábios pintados de uma cor suave, piscando
seus lindos olhos com uma sutil, e em seguida, para minha completa
surpresa, virou-se e me ignorou, voltando a conversar com o homem.
Fora um soco no meu ego e nos meus planos mais forte do que eu
poderia suportar. Apertava minhas mãos com força, pronto para socar Hans.
enlouqueciam.
costas.
– Nem tão boa assim – interrompi, dando uma pequena risada sem
humor. – Parece que há pessoas demais nessa casa, não acha, Jose?
Percebi que ela colocava os cabelos detrás das orelhas, com dedos
trêmulos, e não me respondeu, o que me descontrolou ainda mais.
Como assim a minha mulher me ignorar depois de tudo o que fiz por
ela?
Foi então que Agatha, minha prima, que viera me cumprimentar mais
– Querido, meu querido! Que bom ver você por aqui! – Ela me
abraçava com força, pegando meu rosto e dando beijos estalados em minhas
bochechas. – Gianluca, meu lindo! Como pode ser tão cruel e desaparecer
minha raiva, embora eu estivesse ainda bufando como uma fera e vidrado no
tomei num gole só, sem tirar os olhos ferozes e enciumados dos dois à minha
conversava com aquele animal, mas a única coisa que Josephine conseguiu
Aquilo foi muito pior do que ela conversar com aquele cara, ela me
Josephine Hill está muito mudada. Não lembra mais uma ovelhinha – falei,
não reconhecendo mais minha doce Josephine naquela mulher altiva que me
ignorava completamente.
Ela então me olhou, desafiante, como a mulher segura que parecia ser
– E você, você pelo visto, não mudou nada – ela falou com aquele
brilho selvagem de raiva e desprezo nos olhos, olhando para mim e para a
olhar acusador. Não estava preparado para Josephine me olhar com aquele
Mas o que vi foi uma mulher linda, feita, incrível, elegante e segura
E eu não podia tirar sua razão, depois de tudo o que lhe fizera.
Que tolo fui achando que a reconquistaria. Que seria fácil, que ela me
amava.
sentia desmoronar.
desprezar.
Eu não sabia se ela gostaria de mim, daquele homem que estava
tentando forjar, mas a impressão que tinha é que eu havia ferido tanto
com minha família. Mas estava tentando me controlar para não me embriagar
queria foder com ela. Não tinha mais o menor saco para isso, mesmo estando
há um ano em abstinência.
Não que eu não estivesse de pau duro. A cada olhar para Josephine,
sentia pontadas cruéis e me sentia inchar. Era por ela que me inchava.
Que saco.
Pelo menos, conversando com Agatha, eu não bebia, apesar da
Josephine.
cogitara entrar no seu quarto para conversarmos, mas não fora possível, e
Fingindo que não a olhava, que não a queria puxar pelos cabelos, e
trazê-la para mim, para meus braços, para esquentar seu corpo junto ao meu e
a beijar até que ela esquecesse seu próprio nome e me aliviasse da falta que
eu sentia dela.
ondulante, repousando seu lindo corpo num maiô discreto e elegante, que ela
não conseguia esconder mesmo que usasse uma comprida saída de praia.
Quando vi que ela espantou de bom grado Harry, meu primo filho da
puta, mal ele havia chegado, respirei um pouco mais aliviado e tentei relaxar.
debaixo do flamboyant.
JOSEPHINE.
Amar é fácil...
poderosa que existe... Mas viver o amor, recebê-lo, ser contemplada por ele,
que havia lido numa crise convulsiva de choro quando entendi que Gianluca
havia partido e eu não o veria mais, pelo menos por muito tempo.
serena e conformada.
Talvez fosse culpa, ou talvez apenas quisesse dar uma lembrança para
Tudo era mais fácil com Gianluca à minha frente. E mais difícil
também.
Gianluca era bonito demais para que eu tivesse juízo, cruel demais
Desde que o vi pela primeira vez, eu não sabia mais o que era paz na
foi um homem debochado, cheio de ira por eu estar ali em sua casa, olhando-
olhá-lo, terrivelmente atraída, mesmo que ele tivesse agido com aquela
presença.
calor, ele sorria, brincando com as mãos que eu sabia fortes e hábeis na água.
Aquelas mãos que já haviam me puxado contra ele uma vez, e me segurando
contra seu corpo rijo. Eu ainda podia sentir suas mãos em mim, e sua boca
me odiava...
fosse nada.
feminina.
sonhos sedentos.
Era difícil não deixar que Gianluca atrapalhasse meus planos, embora
nutrisse uma vontade secreta de que ele os estragasse, de que me pedisse para
Não poderia gritar que o que eu quisera nunca fora a solidão, mas o
amor...
Queria o amor que via em meus pais, que via em tio Carlo em tia
Gemima...
Queria amar, ter filhos. Filhos com sua carinha. Pequenos príncipes
da Pérsia. Mas ele me odiava, e então, eu o odiava também.
Não era por ele que estava ali naquele Natal, depois de tudo. Era pelos
Tedesco. Era por amor à Allegra. Era para me despedir e agradecer por todo
Era por amor absoluto à minha melhor amiga que agora ficaria
indiferença.
sua pele mais bronzeada, a água da piscina deixava seu peito torneado
Eu amava aquele infeliz desgraçado que agora ria para Agatha e a circundava
Nunca me odiei tanto por amar esse imbecil, por ele brincar na água
Como doera ontem ver Agatha beijando Gianni no rosto! Nem queria
imaginar o tanto de mulheres que ele deveria ter devorado naquele ano.
E não imaginei que poderia doer tanto. Não sei se eles me notavam,
eu não estava muito perto, mas não conseguia tirar os olhos dele.
avaliada.
ter sido tão desprezada, e agora ele fazer aquilo na minha frente...
fraca com a ideia de que logo mais não estaria ali. Tudo seria passado.
Quem sabe seria bom para mim aquela distância. Um sabor de vida
nova. Deixaria que Deus me levasse para onde ele quisesse, pensei,
do meu amado.
agora, eu estava entre eufórica e triste com a ideia de cruzar o mar e enfrentar
os 3 anos da faculdade. Mas a verdade é que eu era pobre, e eu precisava ir
por mim e por meus pais. Não era mimada e cruel como certas pessoas que só
Deixar meus pais, deixar minha casa, morar sozinha num lugar longínquo e
progredindo e voltando um dia para ficar com meus pais, ou quem sabe trazê-
amargura.
do Natal e iria para casa, pois a viagem estava programada para o dia 28.
impossível e natimorto.
de dor.
Soube que ele havia se mudado para Seattle, e que estava fazendo
uma imensa fortuna por conta própria. Quantias realmente astronômicas. Já
Ele tivera sempre ideias próprias. Tudo nele era luz, força, convicção própria,
Eu não queria ser mais aquela menina que chorou por meses depois
Ele não sabia disso. Ele não sabia de um monte de sacrifícios que eu
que pretendia enfiar o pau em mim sem parar, para depois me dispensar e me
Mas isso não o impedia de fazer isso. Mesmo que fosse apenas “brincando”,
como ele estava fazendo agora.
E agora que estava podre de rico por conta própria, sentia sua
arrogância piorada. Ele viera ali dar uma lição nos pais, talvez. Que mesmo
em seu peito. É claro que ele não falara a sério, era mais uma das suas
E que ele subiria sobre mim, e faria aquelas... aquelas coisas safadas...
No fundo queria que ele notasse que agora eu não usava mais óculos,
que meu sutiã aumentara para 44, e me vestia muito melhor e me sentia mais
Mais uma vez, seu olhar cruzou com o meu, e angustiada, apressei-me
em desviar.
Santo Deus, Gianluca... O que você fez comigo que basta olhar para
“Você não presta, Gianluca... Sei disso... Mas para esse meu coração
Se você soubesse, Gianluca, que fingi por tanto tempo não saber
matemática, só para sentir seu corpo reclinar sobre o meu quando vinha me
me deu beijos que depois disse que odiou, depois me deu aquele livro, e
Não, mi amore... Você não sabe... Você não sabe nada. E nem quer
saber.
Nem que saber que, no meu íntimo, você é o meu Príncipe da Pérsia,
Mas é fácil esquecer de tudo quando estou ao seu lado, até que o
odeio. Que o odeio por olhar todas, menos a mim. Que o odeio por ter me
Você é tão poderoso, e o amor que sinto é tão grande, que esqueço do
Mas amar você, é tão difícil também, porque você é tão terrível...
realidade do nada.”
GIANLUCA MI AMOR
GIANLUCA MI AMOR
GIANLUCA MI AMOR
GIANLUCA MI AMOR
GIANLUCA MI AMOR
Escrevi várias vezes no papel o seu nome, como uma tonta, como a
Allegra finalmente iria fazer faculdade, mas, por alguma razão que
Nós nos prometemos nos falar todos os dias, jamais perder contato.
Nossa amizade continuava firme, embora ela mantivesse seus segredos
Zack, aliás, tinha ido embora, e até hoje não sabia se havia sido por
Soube que houve algum problema com Agatha e ele, parece, e fiquei
sentido.
E agora Zack estava em outro lugar, outro mundo, numa nova vida
que deixou todo mundo de queixo caído, até eu. Eu estava orgulhosa de Zack.
Natal! Temos pouco tempo juntos antes de você ir! Vamos nos divertir! – ela
chapéu de sol, e usava um robe para esconder meu maiô casto preto.
pegando meu papel de repente, para meu desespero, e se afastou com ele.
odiava bêbados!
a bolar com ela no chão, numa luta pelo papel. Uma luta desesperada.
Ela ficou irritada, porque passou a lutar pelo papel com garra, mas foi
algo que não durou nada, porque de repente, algo me arrancou de cima de
Allegra. Algo forte e cheiroso, um cheiro viril, que eu conhecia muito bem e
chão, enquanto a idiota da Agatha estava do nosso lado com sua cara de
piranha burra de sempre, e parecendo deliciada com aquela cena dantesca que
estávamos aprontando.
de Agatha.
Meu coração estava quase saindo pela boca. Ele não podia ver aquilo,
Allegra passou a rir e estendeu o papel para ele, num impulso, e corri
pra tentar pegar mais uma vez, mas Gianluca me conteve, enquanto Allegra já
– Leia, Gianni, é sobre você! Você tem que ler! É muito importante! –
Allegra falou, e foi horrível. Não podia acreditar que minha melhor amiga me
Olhei para baixo, desamparada, enquanto ele lia. Era o momento mais
Eu ainda tinha meu orgulho. Naquele dia, ele havia apenas roubado
um beijo, e não meu coração, ele sabia. Mas agora ele sabia da verdade, e a
choque.
Ou o mataria.
nervoso.
Não olhei para trás. Eu não suportaria. Mas sentia que Gianluca
estava me olhando, podia sentir o peso da sombra dos seus olhos, como
amarras.
JOSEPHINE
Não queria ser perturbada por nada nesse mundo. Era quase Natal, e
mais uma vez Gianluca havia estragado tudo. E eu também, com minha
estupidez.
Sentia-me mais culpada que ele. Ele não tinha culpa se eu o amava
chorado por uma hora ou mais, sem saber exatamente por que doía tanto.
Talvez por que minha melhor amiga me traíra, por que fora
pior forma pelo homem que o detinha, mas não o merecia? Por que eu iria
embora e tudo aquilo daqui a pouco seria uma mera sombra, uma lembrança
vaga de dor e de saudade? Por que depois de um ano longe mais uma vez só
desse acuidade para sair daquela dor lancinante, para que lidasse com
sabedoria, para que superasse. Cansada, chateada demais para querer pensar,
– Jose, sei que você é a minha nervosinha, mas por favor, abra a
Imitando uma outra vez que ele estivera à minha porta, e se lascou, eu
continuei calada.
– Jose, pelo amor, pelo amor de Deus, abra essa porta para
De alguma forma, ele gostava de mim, para vir ali dizer que sentia
com amargura.
De todo modo, não queria fazer parte mais daquele inferno em vida
Emiti um som doloroso, e lutei para não chorar, mas meu corpo
inspirando o ar.
coração. . Por favor, perdoe-me, perdoe-me por jamais ter sabido amar você
não me importo, mas por favor, abra a porta para termos privacidade. Não
começou a me irritar.
– Sou tão cego, Jose, tão estúpido... Sei que está magoada, meu
docinho, e tem todo direito de estar, mas, por favor, abra a porta para mim.
Não queria receber sua pena. Não poderia suportar. Uma raiva cega
se fosse um egoísta, não venha se portar como se importasse! Nem quero que
se importe!
lágrimas, raivosa.
– Jose, sei que está irritada, mas preciso te pedir perdão.
– Não venha me bancar o bom moço, você não é assim. Você sabe
Pena?
para que possa se sentir melhor consigo mesmo ao me pedir perdão em pleno
natal!
Abra essa porta, deixe-me mostrar que não é isso, por favor.
– O que importa é minha vida daqui por diante. A sua, siga a sua
– Volte para o inferno de onde veio e de onde nunca deveria ter saído!
– gritei, pouco me importando com o que pensariam se ouvissem.
– Tudo bem, Jose. Estou no inferno mesmo, como você diz... – falou,
num tom tão doloroso que me arrepiei... – E pelo visto, acho que nunca,
Mas precisava cortar tudo aquilo, e começar vida nova. Sem a pena de
Gianluca.
realidade.
Quando acordei, sentia-me muito mais calma. Já era quase noite,
balançavam.
deslizara com suavidade ao me descer da macieira, do dia que lhe fiz uma
torta boba de maçãs, da expressão de prazer que ele fizera enquanto comia,
Como minha melhor amiga poderia ter feito aquilo? Por que ela fizera
aquilo?
à frente. Logo além, dava para ver o jardim coberto, o jardim coberto onde
tudo acontecera, aquele segundo beijo ...Relembrei mais uma vez o
conhecido. Só ele tocara meu corpo, só ele tinha a chave do meu coração.
Sentia mais uma vez a força de seus lábios, a loucura com que parecia
e eu via o quanto isso era ruim, mas nada me impedia de senti-lo percorrer
Sentia ainda seu olhar tão escuro, seus cabelos caindo sobre meu
mim, só para mim. Por uns dias, ele me desejara de verdade, pensei, sentindo
Mas para que eu o ouviria? Para me sentir sangrar ainda mais, para
até aquelas lembranças doces serem pulverizadas? Para ele me dar sua
Meu coração doía com a sensação de que talvez tivesse sido muito
Gianluca tinha o vício da bebida. Mas ela era o meu vício amargo que
roupão.
enfrentaria, por amor aos Tedesco, que não mereciam aqueles filhos bêbados
e ingratos.
aquele homem. Teria filhos, quem sabe, com um francês magnífico lindo
me conhecesse o suficiente para entender que eu parecia ser como minha mãe
Aquilo não afetou meu coração. Ou quase não afetou. Reuni forças,
em direção ao closet, deixando-a me chamar mais uma vez, sem ser atendida.
experimentara. Ficara tão bonita em mim que eu parecia outra pessoa. Era um
vestido de veludo negro com os ombros caídos, sensual. Havia uma nesga
de brilhantes e uma pulseira de ouro muito linda, com uma pequena coruja
perfume que Tia Gemima me dera, Dolce & Gabbana Red, eu olhei satisfeita
eu seria assim: segura e poderosa, desejei. Era bom estar diferente. Eu queria
me sentir diferente. Toda minha vida iria mudar. Não queria sentir medo, não
pouco de pó e blush rosado na pele, e vestira a meia calça fumê que ela me
dera, além de uma surpreendente cinta liga. Mas tia Gemima esquecera de me
por causa do vermelho vivo nos lábios. Não usava sutiã, e saí seminua até o
quarto, até descobrir que Allegra estava ali, esperando por mim, olhando pela
Ela me olhou de soslaio, e prendi a emoção para não dizer nada, não
Era difícil ser indiferente com quem amamos, mas eu precisava disso.
E pensar que na noite anterior dormíramos abraçadas como
gostávamos de fazer, para afastar nossa solidão. Ela era como uma irmã para
que me fora dado. Passeie os dedos pelo veludo brilhante, e comecei a vesti-
lo, engolindo em seco, sem querer olhar para Allegra que estava num silêncio
Ela tinha que entender que tinha problemas com bebida, ela e o seu
irmão safado.
– Jose, você está tão bonita... – ela falou, e ouvi sua voz magoada,
Tão triste, de uma forma que jamais havia visto. Ela parecia destruída,
– Não sei como pedir perdão pelo que fiz. Sei que fui horrível. Não
sei o que foi que me deu. Não sei o que há comigo, Jose. Eu sou um monstro.
Um choro desesperado.
suporta, se eu perder você, o que será de mim? Eu sinto tanto, sinto tanto por
tudo... Por ter magoado você... Por ter brincado com seus sentimentos... Eu
não pensei, eu estava muito bêbada, fora de mim... – ela falava, gaguejante, a
Pensei que talvez estivesse sendo relapsa com toda a dor de Allegra
aquele tempo todo. Ela era como o irmão, concluí: uma alcoólatra.
verdadeira.
Sempre desconfiei, mas não queria dizer nada, porque não quero falar sobre
minha vida amorosa com você, você sabe. Mas a bebida me fez tratar tudo
– Eu sinto tanto – ela falou, ainda chorando. – Quero que possa tentar
ser feliz com meu irmão. Sinto que Gianluca sente algo por você, Jose, algo
Será?
Seria possível? Quase tonta, lembrei da forma como ele havia reagido
hoje à tarde, parecendo desesperado para falar comigo. O modo como falara
amor de amantes.
era tão bêbeda quanto o irmão, e sempre poderia pensar de forma maluca e
o conheço bem. Nunca o vi assim, ele parecia tão estranho...Enfim, quero que
sejam felizes, já que nunca poderei ser com Zack...
algumas coisas sobre ele aquele ano, mas Zack já estava muito longe e
Não sabia se estava sendo dura. Era Natal, e eu ficaria anos sem vê-la,
provavelmente.
– Ainda não sei, talvez – ela falou, passando as mãos pelos ombros.
Eu sabia que ela não estava, mas queria animá-la de alguma forma.
da orelha.
– Agora não. Vá sem mim, por favor. Meus pais estavam procurando
para ela, e disse, desejando do fundo do coração que ela ficasse bem.
mesma...
– Você também, Jose... Você vai ficar bem. Se tiver de abrir os olhos
de meu irmão, faça isso. Ele deveria amar você. Você é a melhor pessoa que
tristeza cúmplice.
esteja aqui, mas se ele estiver, erga sua cabeça. Enfrente-o. Tudo dará certo.
– Vá, Jose... Não fique aqui por mim, eu não mereço sua compaixão.
teria de talvez encontrar Gianluca, e confrontar seu olhar. Eu sabia que essa
JOSEPHINE
ombros largos e firmes, enquanto Gianluca estava virado de costas para mim,
estou bêbado! Não sou meu avô! Não sei poque insisto em fazer essas visitas!
Se não fosse por vocês, jamais pisaria aqui novamente, eu juro! Sequer estava
bebendo!
Sua avó, muito amável por sinal, eu a conhecia, tocou seu braço
carinhosamente.
– Não seja tolo, Gianluca, contenha-se. Sei que está com o orgulho
ferido. Você é genioso como seu pai. Agem com a mesma dureza e
impulsividade no coração.
– Meu avô era um canalha. Era um canalha muito pior que do poderia
imaginar, e um, e um... Bem, deixe para lá, vovó. – . Ele parecia muito
falou, amargo.
– Podia ser que ele fosse um homem ruim. Sabe as coisas que passei,
mas ele era um trabalhador, assim como seus ancestrais foram. Respeite o
sangue e o suor de seus ancestrais, Gianluca. Nem todos eram homens ruins,
e mesmo que fossem, a terra não tem culpa, e dá de comer a todos. É um bem
me livrar disso, nem do passado. Mas posso mudar meu futuro e negar o
sangue ruim que corre em minhas veias e fazer fortuna com as próprias mãos.
de respeitar o brasão de sua família, o respeito pelo sangue e suor dos seus
antepassados. E sobre seu pai apenas não quer que beba no Natal, querido.
Apenas isso.
estou fazendo sucesso mesmo que me recuse a trabalhar nas vinícolas dele. E
ele não sabe de minha vida, não sabe o que passo! Não sou um viciado, não
sou um drogado!
A Sra. Escarlata, que usava um lindo vestido bordado e tinha cabelos
brancos como algodão agora o tomou pelo rosto, e parecia querer dar um
que isso tem para mim. Acredite em mim, nonna. Sou mais que isso, mais
que um bêbado viciado. Sou tão mais que isso, e estou tão cansado que não
olhos para não chorar quando o ouvi falar aquilo, que estava no inferno.
acreditava nele, mas enquanto eu o via ali, eu sabia que falara da boca para
fora.
Eu acreditava nele. Eu sabia que ele não era mau. Eu o amava, eu
amava toda sua doçura e todas as coisas boas que ele tinha que saltavam às
– Gianni, foi uma luta não deixar seu avô perder tudo. Seus tios-avôs
também eram assim, e você sabe que perdi dois filhos para a bebida. Seu pai
é o único filho que me sobrou. Ele sempre foi meu melhor filho, e tem um
fardo muito grande nas costas. Ele se preocupa porque ama você, assim como
amo você. Um homem feito tem que ser lúcido, Gianluca. Um homem feito
tem que edificar sobre a terra firme, não sobre o vento. Seu avô sabia ganhar
dinheiro tão bem quanto sabia perdê-lo. Buscou sempre uma felicidade que
não existia na embriaguez. Ele passou a vida tão bêbado que não a viu. Não
viu os filhos crescerem, não viu nossa vida passando. Passou a vida entre as
bebidas e outras mulheres. Seu pai cresceu vendo isso, e ele tem medo de que
sua família. Um homem de verdade tem de honrar o seu sangue, e ter uma
família, e tem de amá-la e protegê-la. Tem que ver a vida passar ao lado dela,
de sua família. Nós só queremos o seu bem – ela falou, parecendo muito
triste.
ternura. – Não sofra por mim assim. Não sou como vovô era nem meus tios.
para celebrar, não para sonharmos enquanto a vida passa, machucando os que
amamos. Eu fui muito sozinha, querido, eu perdi meu marido e meus filhos.
Não permita que eu perca você. Sei que você é bom, que seu coração é de
ouro. Não deixe passar o que é importante, Gianluca. A vida passa rápido, e
ela é muito curta para que não a vejamos com os olhos verdadeiros: os olhos
da lucidez.
– Está bem vovó... Você está certa sobre tudo. Não me perderá. Não
farei nada que a machuque, prometo tentar. Se eu falhar, perdoe-me, mas vou
Ah, Gianni... como você é doce com sua avó... Por que não é assim
– Sei que sofreu, vovó. E eu faria de tudo para que não sofra de novo.
. Mas tem que entender que sou homem, e que meu pai me desonrou.
– Sabe como ele é desbocado... Mas, por favor, prometa que farão as
pazes. Por mim e por sua mãe. Sei o quanto nos ama, sei que você é bom.
Conheço você desde que nasceu, já tive tanta prova de seu amor.
vovó. Nem você nem mamãe. Embora eu já me sinta perdido... Mas prometo
que tentarei fazer com que não me perca – ele falou, triste
– Claro que não vou te perder, menino! ¬¬– Ela riu. – Quero que
venha fazer mais uma gaiola nova para meus passarinhos. E quero um relógio
você. Quem vai pisar meu pesto? Esse braço forte tem que servir para pisar
num bom pilão! Aliás, quero um pilão novo também! Quero um pilão de
madeira bem bonito com o brasão dos Tedesco! . Do jeito que só você sabe
bambino!
Meu coração ribombava afeto diante daquela cena, e meus olhos iam
marejado.
– Si, si, nonna, amore mio... Scusa... Claro que farei uma novo para
você. Farei tudo por você, vozinha amada – ele disse, sorrindo, abraçando
forte a avó e a erguendo e lhe dando vários beijinhos que a faziam rir
bastante.
Sabia ao que a avó se referia sobre os objetos que ela pediu. Gianluca
fazia lindas peças de madeira. Descobri que muitas das coisas entalhadas em
madeira que ficavam no seu quarto eram feitas por ele, e que ele era um
em madeira.
Era docemente terno vê-lo tão gentil com a avó. Meu coração via
naquele momento um bom neto, um garoto esperto amado pela avó, educado
príncipe.
E agora, ele era apenas o neto amado pela avó, e podia sentir o medo
A marcenaria era uma das atividades que ele deixara para viver uma
vida muito diferente, afastando-se de sua família e das coisas simples, para
Toda ternura que estava sentindo por aquela cena se desfez. De certo
Ninguém acreditava nele, nem eu. Pensei na sua voz dolorosa hoje à
seja feliz, que você encontre a luz em sua vida, eu me disse, cheia de tristeza.
fraca e tão desacreditada de tudo, aquilo parecia tão impossível. Era apenas
por cima, com Allegra. Apenas sabiam que havíamos brigado, mas não
pressionassem.
Havia uma tensão entre todos naquele Natal. Sei o quanto brigar com os
continente.
tentava fazer com tia Gemima se sentisse bem, diante da angústia do sumiço
dos filhos.
enciumados, também.
pessoalmente os doces.
meus pais que estavam passando o Natal com meus avós no Norte, e para
onde eu deveria ir antes de partir para França, tive que fingir que me sentia
Era meu dever esconder minha tristeza e contar a eles sobre como eu
estava alegre.
Não imaginei que a minha partida seria tão dolorosa. Sentia todas
Sem poder conter meu coração, fiz o de costume para tentar fazer
Não me restava se não rezar. Fiz por mim, por meus pais que ficariam
sozinhos, pelos Tedesco sem os filhos no Natal, por Allegra que estava sabe
E por Gianluca, para que Deus o protegesse, apesar de tudo. Para que
lágrimas caírem com delicadeza, quando ouvi alguma coisa lá fora. Alguma
Fui até a janela, como se alguma coisa me puxasse para lá, para lá
flamboyant.
Oh, Deus. Uma imensa culpa alagava meu peito, fazendo-o chorar.
deixara meu rosto se manchar, sem saber se deveria deixar Gianluca lá, caído,
correr até lá, socorrê-lo, beijá-lo, dizer que o amava, que sentia muito,
despedir-me, ser louca, ser tão louca... Cometer uma loucura desesperada de
“Nunca mais o veria”, meu coração dizia, num convite para uma
se estava bem... Eu não podia me portar como uma pessoa não cristã após
despedir dele.
CAPÍTULO 24
JOSEPHINE
não fazer barulho, ainda com o vestido de noite que usava, e as mesmas cinta
vissem, seja qual estado ele estivesse... Estaria ferido, como no ano passado?
malucas.
que ele não estava lá. Olhei em direção ao Jardim Coberto, e vi que a porta
estava aberta. Ele deveria ter ido até lá. O quão bêbado ou ferido estaria dessa
consciência.
da cabeça e uma coxa forte erguida, querendo rasgar a calça com sua força.
suor limpo. Era uma junção de dar água na boca, e recostei meu nariz ali. Ele
sensual exposto. Ele segurava na mão uma gravata, que agora arrastava pelo
Deveria deixá-lo ali? Não parecia ter maiores perigos além de ele
estar bêbado como um gambá, para variar. Ele estava tão bonito... A meia luz
da noite banhava seus traços duros agora suavizados pelo sono, e as luzes de
Seus lábios com aquele lindo arco do cupido bem desenhado estavam
perto agora sua face após um ano. Ele estava mais bonito, mais adulto, a
barba rasa bem-feita, o nariz muito reto, o corpo forte e ainda mais
– Por que as coisas têm que ser assim, Gianluca, meu amor? – gemi
rijo. A pele dele estava quente e combinava com aquele aroma destilado. Era
tão tentador, tão embriagante, e foi difícil afastar minhas mãos de seus pelos
poderoso e devasso que era. Tantas vezes desejei tocá-lo enquanto dormia...
mais perto... E antes que pudesse me conter, ali, sentada ao seu lado, passeei
meus dedos por seus cabelos, acarinhando os fios que eu adorava... Ainda
um ano atrás. Senti sua pulsação perto da garganta forte, e minha respiração
Deitei por uns instantes minha cabeça em seu peito, sentindo seu
cheiro precioso, arranhando de leve seu peito com minhas unhas agora
coração, e ele estava junto de mim, como se fosse meu, fosse para sempre.
Naquele instante, ainda havia uma chance para nós. Ainda não
Queria acordar Gianni, queria gritar com ele e dizer o que sentia,
queria lhe pedir uma noite perversa ao menos, ou seu amor, ou que me
dele, para lhe roubar um pequeno beijo, apenas um recostar de lábios para
qual não foi minha surpresa quando ouvi Gianni gemer de modo baixo e rude
contra minha boca, e sua boca começou a se mover com a minha, lentamente.
surpresa.
ele murmurou meu nome, a voz embargada pela embriaguez, e apertou seus
toda aquela bebedeira, e disse. Feliz como nunca que ele chamasse por mim,
– Você veio, meu amor... – ele repetia atordoado – Meu amor, você
veio para mim... – ele sussurrava em minha boca, e aquilo era um vinho
precioso e música.
Eu cedia à sua boca, querendo ser devorada. Queria ser dele. Ele me
– Sou eu, Gianni, sou eu... Vim pra você, sou sua, sou sua... Toda
seu pescoço com as mãos e senti os fios macios de sua nuca, acariciando-o
choramingava.
Por fim, deixando minha boca, e me soltando num forte impulso, ele
se ergueu entre seus cotovelos e num gesto rápido ele puxou meus cabelos
para trás, enrolando os fios na mão, . fazendo minha raiz doer levemente, e
entrepernas já encharcado.
Ele ficou por alguns segundos, com seu olhar escuro e sua respiração
profunda me encarando, , até seu olhar descer para meu colo, meu decote, e
por fim subir novamente para meu rosto, com uma expressão embriagante,
instante.
atraente, me observar tremer debaixo dele, amparado por seus braços fortes,
minha, para sempre? – ele perguntou, a voz lenta, pesada pela embriaguez,
alterada.
num gesto muito suave, ele deslizou os dedos por meus fios, arranhando de
contra o meu, e me deliciei com o poder pesado de seu corpo, ouvindo sua
mais pela excitação, e aos poucos, percebi que o encaixe entre nós era
perfeito. Era uma sensação deliciosa que ele subisse em mim daquele jeito, e
quase num rugido, ele voltou a descer sua boca sobre a minha, capturando
Antes que eu pudesse protestar, presa por seu olhar enigmático, senti-
rosto por meu colo, machucando-o, num ardor delicioso dos pelos espessos
corpo forte, sentindo seu peso, seu pau enorme se comprimindo contra mim,
hipnotizada por sua respiração suave e seus lábios ardentes que me faziam
pulsos levemente machucados pela pressão que ele fazia, enquanto ele me
— Você está aqui, menina, e não tem volta... agora vai ser minha para
intenso do meu corpo clamando pelo dele, como se soubesse de meus desejos
rouca, sensual;
sentindo a forma como ele acariciava com . sua língua quente e sedosa .
minha pele, enquanto seu pau parecia ficar cada vez maior pressionando
agora minhas coxas e ele me puxava mais para seu peito, impossibilitando
qualquer recuo.
Era a mais deliciosa das prisões, e eu queria estar ali, à sua mercê,
gemido vulnerável, como se tentasse se controlar. Por fim ele usou suas
pernas para me conter, e sua mão se voltou para minha garganta, fazendo
– Por que veio se oferecer para mim, sua putinha? – perguntou, bruto,
ele afrouxou o contato, desfazendo a pressão e então sua mão passou a vir,
carinhosa, para minha nuca, e que ele então começou a chupar longamente a
posse.
Por fim se voltou para minha boca num beijo longo, sensual, sua
língua indo e vindo dentro de minha boca, sem me dar chance de respirar
enquanto ele imobilizava meu rosto e ele chupava meus lábios que se
provocasse minha língua, e passei a trazer sua língua para dentro de minha
enquanto eu trazia sua boca para mim, puxando-o pelos cabelos, apertando
– Agora vou fazer com você o que eu quiser... Vai ser a minha
putinha, e eu não vou parar – disse, num tom duro, áspero, contra minha
visivelmente embriagados.
meu vestido, abrindo o zíper com a força e rasgando uma lateral do veludo
– Linda, tão linda, tão minha... Amor meu... – ele murmurou, e havia
seus braços.
túmidos, que se enrijeciam mais entre seus dedos, e o prazer era tamanho que
Ele parecia rugir com minhas declarações e voltou sua boca para a
cabelos.
– Sou sua, meu amor, sou sua... – repetia, cativada, enlouquecida, sua
você em mim... – ele falou com a pesada voz da embriaguez, mas com um
E eu poda sentir que ele me beijava com a mesma paixão. Podia sentir
o modo desesperado como se movia contra minha boca, como esfregava sua
toque.
Por fim, ofegantes, num gesto rápido, com um olhar vago e bêbado,
camisa quase toda aberta, um Deus lunar, . com o céu cor de ameixa fazendo
em nós sua complexa sombra, e então , voltando a se deixar sobre mim, ele
abaixou sua cabeça morena em direção aos meus seios, apertando os montes
Quando seus dedos foram substituídos pela ponta de sua língua, gemi,
tentando me controlar, e Gianluca usou seu próprio corpo para conter a onda
minhas pernas, e sem emitir qualquer som de protesto, deixei que ele
Depois, valendo-se de sua força, ele partiu meu espartilho, e passou então
acariciar a pele macia de minhas coxas, que se tornava quente ao seu contato.
sentindo-o erguer meus quadris, e percebia que ele enchia a mão com meu
traseiro, apertando-o.
quando ele apertou meu sexo com força, deslizando depois muito devagar os
dedos por dentro de minha calcinha, e sentia seus dedos se umedecerem com
meus sucos.
dedos de prazer, e algo me dizia que, mesmo bêbado, ele observava cada
absoluto.
Seu toque foi caricioso, e seus dedos roçavam os pelos ralos do mote
pequeno monte prazeroso que me fazia me contorcer contra sua mão, que ele
– Tão linda, tão meladinha, tão apertada... – ele dizia, a voz sedosa em
tirasse, num gesto rápido com suas mãos rudes, minha calcinha, e me senti
dedos por meus joelhos, ele os abriu num rompante totalmente, sem pedir
permissão.
pouco, vacilante pela bebida, de repente Gianluca desceu sua boca no meu
entrepernas.
– Gianluca!
A sensação era tão melada, tão quente, e tão prazerosa, sua língua
sua língua, causando-me uma sensação aguda e palpitante que queria alívio,
sinuosa. – E ela é mais gostosa que nos meus sonhos. Molhada, tão molhada,
eu umedecia meus lábios, sabendo que algo estava prestes a acontecer, algo
que eu nunca havia sentido. Uma espécie de ápice enquanto eu emitia sons
com força para que não saísse do lugar, e ele me chupava com cada vez mais
fome.
Mas então, de repente, quando eu estava perto de algo que queria
atordoada que ele estava tirando . muito devagar sua camisa, olhando-me
peça de roupa.
Por fim ele foi em direção ao cós da calça, onde o grande volume se
imponente, e como seu saco parecia volumoso e cheio também. Uma enorme
– Agora vou rasgar sua boceta – disse, a voz pesada pela bebida, ao se
ouvir o tom rude e sensual com que dissera isso, e como agora roçava sua
entrada. Gianluca passou a segurar meu rosto com uma mão, obrigando-me a
– Olhe para mim, Josephine... Olhe para mim, quero que me veja te
destilado.
pecado.
A cabeça inchada e quente se esfregava contra minha entrada,
mesmo tempo.
Percebi que seu olhar se tornou mais escuro, que ele unia as
sobrancelhas num premente sinal quando a dor se tornou mais forte e ele
quando, segurando com força meus quadris, ele se afastou diante da barreira,
esforço. Tinha medo de chorar alto e fazer Gianni parar, então apenas
choramingava baixinho.
Eu não queria que ele parasse, e ele não parava. Emitindo sons roucos
dentro de você...
seu quadril contra o meu, e num gesto rude e faminto, ele começou a se
muito prazeroso sentir seu pênis quente, duro e melado dentro de mim, seu
peso sobre o meu, a sensação de ser possuída por aquela virilidade
possuía com a boca, fazendo sua língua aveludada ir e vir dentro de minha,
quadris.
receber suas investidas sensuais, sentindo seu saco escrotal bater contra
minha pele sensível, e meu sexo passava a doer de uma forma latejante,
Ouvi-lo dizer aquilo me fez me mexer mais contra ele, buscando mais
pressão. Sentia seus músculos das costas se movimentando entre minhas
completamente.
Ele sufocou meus lábios com beijos sôfregos, e disse, a voz permeada
– Meu anjo, meu amor, minha linda... – ele gemia contra minha boca.
Ele estava gozando. E ele era lindo gozando, e podia sentir seu
caudalosos.
espasmos de seu pau que liberava um líquido grosso dentro de mim, quente e
delicioso.
corpo. Parei para acariciar seu cabelo úmido sobre a testa, enquanto
respirávamos, exaustos.
Sentia seu pênis amolecer em meu interior, e por fim ele saiu de
olhos fechados.
peso esmagador, seu pênis quente e melado entre minhas coxas, lambuzando-
a, e parei para acariciar seu rosto que descansava sobre meu corpo.
Movida pela paixão, ergui um pouco minha cabeça, e beijei sua fronte
Serei sempre sua, meu amor, e você será sempre meu – falei, abraçando-o
mais, protetora, terna.
Eu precisava falar, eu sentia paz para isso. Para dizer que o amava. Eu
Ele levantou seu olhar, e havia tanta ternura em seu olhar, a ternura
murmurou, num pequeno sorriso, e voltou a fechar seus olhos e deitar seu
Não havia espaço para nada que não fosse amor naquele instante.
ele me amava. Tínhamos feito a coisa mais linda e íntima que dois humanos
poderiam fazer.
Mas então senti Gianluca se afastar de meu abraço tenro. Por fim eu o
percebi tentar se erguer com seu olhar desfocado, e ele unia as sobrancelhas,
esperando que ele dissesse alguma coisa, mas ele continuava a me olhar com
Por fim ergui minha mão, num gesto protetor, pegando em seu braço,
conseguisse se sentar.
ríspida, desabando no sofá, jogando sua cabeça para trás, num pequeno urro
de dor.
sobre meu colo, cobrindo a pele nua, e tentei permanecer ao seu lado, em seu
enxaqueca.
Deus, isso tinha que parar! Precisava parar! Não permitiria mais que
Ele não estava bem, ele fazia uma imensa careta enquanto tentava
dormir...
Ele estava com dor. Ele só precisava deitar-se, e então logo estaria
amado, acariciando sua pele nua e ouvindo as batidas de seu coração que
Ele deixaria a bebida, ele seria mais forte, eu o ensinaria, e ele me ensinaria a
constante.
Ali, em seus braços, senti que tudo ficaria bem, que estava nos braços
do meu amado, e que o amor de Gianni, e o sexo intenso que tivemos havia
Ele era a resposta das minhas preces, era o presente de Deus para
mim.
de mim.
Precisava ser forte por nós dois. Para ajudá-lo a sair daquele inferno
no dele... Aquele amor tão intenso e resplandecente deveria ter uma razão de
ser.
Queria ser uma grande mulher para Gianluca, pensei, para que ele
JOSEPHINE
vinham do jardim.
dali. E rápido.
Olhei para meu corpo, para minha pele arranhada, cheia de manchas
Pensei que, daqui por diante, sentiria falta de tudo e iria sempre
querer tudo.
Olhei para ele, que ele estava lindo dormindo, e percebi que um
descobertos.
lembrando o quanto amava tios Carlo e Gemima e pensei que meus pais
Minha mãe sempre me ensinara que meu corpo era um tesouro, algo a
me amasse.
E esse homem era Gianni, o homem que era o dono do meu corpo e
do meu coração.
Bem, mas a verdade é que não tínhamos tempo para nada, muito
pedra.
barulho. Talvez pudesse contar com sua discrição, mas poderia me esgueirar
e entrar pelos fundos e torcer para que o jardineiro ou uma das empregadas,
– Amor, estou louco para que acorde – falei, mordendo suas orelhas,
na esperança que acordasse e risse para mim, como o anjo demoníaco lindo
que era.
fechando-as, sem não antes olhar para o membro que estava não em ponto de
vivemos vieram fortes e sedutores, . e deslizei as mãos por seu corpo, por
seu ouvido.
seu lado senti sua respiração, e beijei seu rosto, decidida a partir.
em acordar em seus braços e ver seu sorriso. Mas você quer imitar uma
pedra. Uma pedra bêbada e me deixar sozinha – falei baixinho, num riso
triste.
Deixei sua camisa perto dele, e pé ante pé, recolhi minha roupa e pus
o paletó de seu terno sobre meu vestido, cobrindo meu dorso quase nu.
Ah, Gianni!
amantes, sei lá, eu me imporia, eu não iria mais deixar que ele bebesse desse
jeito.
Não queria mais ver Gianni fazendo aquelas loucuras. Nós nos
amávamos, ele me chamou de meu amor. Eu fora sua, e senti que ele tinha
sido meu.
Ele teria motivos para sair daquele vício e ajudar sua irmã a se
encontrar também.
homem melhor, eu faria o que fosse preciso para que fossemos felizes. Que
Ele descobriria que eu era muito mais que nervosinha, que eu era bem
compaixão.
Mas tudo o que ouvi em resposta foi um ronco suave, pensei, rindo
Por fim olhei para mim mesma, fazendo uma cara preocupada.
e sabonete.
medo de ser do tipo que sangrava muito, para deixar rastros da minha
danação.
quando ele viesse acordar, para recebê-lo com beijos e todo meu afeto.
gosta, pensei.
Fui pelo jardim torcendo para não ser descoberta, e quase morri de
amava.
manchava.
biblioteca...Sempre sonhei com aquilo, ser deitada naquela mesa onde ele
estudava, ou que me possuísse ali naquela cama de seu quarto, no lugar onde
se desvanecido.
Teria de ir para a casa de minha avó, ficar com meus pais. As minhas
Eu não queria ir, não fazia mais sentido que eu fosse. A possibilidade
acordasse para que pudéssemos tomar uma decisão juntos. No meu íntimo,
desejava que Gianluca me pedisse para ficar, mas caso não, nós
encontraríamos uma forma de lidar com aquilo tudo sem que nos
separássemos.
Eu tinha certeza de que tudo se aprumaria, que Deus nos ajudaria a
nos amarmos.
Olhei para o relógio, mordendo os lábios, aflita. Por não saber o que
haveria sido decidido, resolvi que era melhor arrumar as malas e deixar tudo
Iria começar por um belo banho. Percebia que minhas mãos tremiam
tudo, eu me tranquilizava.
controlar minimamente.
sentir preocupada. Deveria ir até o jardim, fora um erro deixá-lo lá. Daria um
jeito de descer para vê-lo se ele não aparecesse nos próximos 15 minutos.
sozinha. Estava muito mais tranquila em saber que ela estava bem.
com os filhos que fazia pena. Esperava contribuir mais tentando colocar juízo
naqueles dois.
vivido ontem. Fora uma experiência única, celestial, uma junção de corpos e
Dei a ele o que havia de mais precioso para mim: meu corpo, meu
do modo dele.
mas tia Gemima afirmara que conversara novamente com ela e ela estava
ombros tensos.
– Ele é tão difícil de lidar, Gemima. Ontem gritou comigo. Tive que ir
– Você o ofendeu, Carlo, mais uma vez. O menino não vinha aqui há
deserdo, e ele continua fazendo pouco caso de nossas terras! É nossa terra,
nosso sangue, nossa história, Gemima. Ele é o herdeiro. Para quem ele quer
que eu deixe tudo? Ele é meu herdeiro, meu sangue. Eu o preparei desde
menino. Sei que meu filho é muito sagaz e inteligente, mas tem um demônio
ruim dentro dele, autodestrutivo, como meu pai tinha. Ele acha que agora só
por que é muito mais rico que eu pode me humilhar e me gritar em minha
própria casa?
depois sumiu!
– Ele mudou, Carlo, mudou tanto... Não pense que não mandei
investigá-lo esse ano que passou. É o meu filho, o meu menino. Acha mesmo
que fiquei sem notícias dele esse ano? A secretária dele me conta tudo! Ele
não sabe! Vocês homens são todos uns bobos! Nunca ficaria sem notícias do
meu menino!
Fiquei lá então ouvindo, tão espantada quanto tio Carlo, as mudanças
Que ele parara de beber, que ele não fumava mais, que fazia doações
voracidade que ganhava dinheiro. Tia Gemima contava que . Gianni agora
frequentava a igreja, que não andava mais com mulheres, mas que continuava
ainda mais gostoso, forte e definido, e não havia mais hálito de cigarro em
sua boca.
que aquela mudança era possível. Na verdade, sentia que tudo aquilo era
visível, embora meus medos, meus traumas de quase dois anos me deixassem
mesmo tempo, eu sentia uma felicidade plena, quase como a alegria pura de
uma criança, invadir meu coração desde ontem após nosso encontro puro,
Eu não queria duvidar de Gianni. No fundo, sempre soube que ele era
físico, e que só ocorrera uma vez, quando ele era muito jovem, por causa do
Soube durante aquele ano que Gianluca havia sido viciado em cocaína
boca de Tia Gemima, e me sentira muito mal por todo aquele horror em sua
vida.
Como Gianluca podia ser tão forte e tão frágil? Ele tinha uma força
impressionante...
Por mais que bebesse sempre o via trabalhar, e ele ter parado de beber
explicava, como tia Gemima estava contando, sua fortuna ter se multiplicado
tanto em tão pouco tempo.
igreja...
Se bem que eu tinha a mesma dúvida que tio Carlo, se era assim,
então por que Gianluca bebera tanto naquela madrugada e eu fizera amor com
ele bêbado?
ameaçado de ser deserdado na frente de todos, fez Gianluca, que tinha o ego
situações calamitosas. O pai não tivera tato, fora bastante cruel com ele senti
tudo em silêncio, porque acredito que queria tentar fazer tudo só, sem
incomodar os outros.
Mas não havia mal algum em pedir o socorro daqueles que amamos.
de minhas palavras cruéis que havia lhe dito enquanto ele implorava para
havia bebido na noite em que chegara e também mais ainda no dia anterior:
Tia Gemima dizia que vira Gianluca olhar para mim o dia inteiro, .
Gianluca gostava de mim, e que ontem ela tivera certeza de que aquilo que
Pior foi quando os dois começaram a dizer que seria a melhor coisa
que se eu ele ficasse juntos. Que eu parecia o tipo de garota que domaria um
AH MEU DEUS!
queria que ele continuasse a tentar ser o homem melhor me conduziria ao seu
lado.
biblioteca, e que tia Gemima fora dar um comprimido para sua enxaqueca e
comida, e que conversara com ele e soubera de muitas coisas que Gianluca
Ele pediu em seguida para tio Carlo ir conversar com ele, e que
fizessem as pazes, e esperei até que anoitecesse, porque sabia que eles teriam
agora seria minha família de verdade, pensei. Eu ainda seria uma Tedesco, eu
sentia.
de Gianluca, ao mesmo tempo que ouvi Tio Carlo dizer a tia Gemima que
eles sairiam para passear como casal e depois jantar, e que eles haviam se
ficaria bem.
CAPÍTULO 26
JOSEPHINE
para esconder as marcas de chupão e Gianluca. Era um vestido lilás, a cor que
mais gostava depois do branco. Comprara para a viagem que não sabia mais
se faria.
pelo caminho. O sangue rugindo em meus ouvidos, louca para abraçá-lo, para
beijá-lo, para dizer que o amava, e que em breve não precisaríamos esconder
nada...
Foi quando ouvi um estranho riso feminino junto de sua voz risonha,
ressaca, levando uma xícara de café aos lábios enquanto aquela loira puta da
Agatha estava encostada nele, muito perto, as mãos passeando, íntimas, por
seus cabelos, enquanto seus quadris se remexiam perto de seus bíceps
– Ah, querido, está com dor de cabeça? – disse, dando uma risadinha,
enquanto erguia sua sobrancelha escura, e então tirou suas mãos de seus
cabelos, mas pelo gesto que fez . parecia que circundaria a cintura daquela
vadia...
Meu coração não iria aguentar aquilo, não poda suportar aquela cena,
pesadelos...
cristal quebrada.
imensa cozinha, . fazendo cair um pote de metal no chão, que saiu tilintando
Dei mais alguns passos tremulantes para trás, vencida pelo cansaço,
Era cruel demais ver Gianni no dia seguinte já pegando uma puta pela
Não conseguia lidar com aquilo, não podia. Era horrível demais. Não,
olhos.
expressão consternada,
Falso, maldito...
Tentei fazer minha voz soar o mais segura que podia, e o encarei
furiosamente.
– Não. Ouse. Chegar. Perto. De mim. Nunca. Mais – falei em um tom
visceral e odioso.
Não queria estar lá naquela casa por um segundo sequer que fosse.
largas.
– Não sem me dizer o que há! Aliás, não vou embora nunca, se quer
saber! É sobre Agatha, foi algo que disse? Fale comigo, Jose! – ele exigiu.
Comecei a subir as escadas, e já estava quase chegando ao topo, mas
ele me segurou pelo braço, . puxando-me para ele, fazendo meu corpo se
– Por que sou um monstro, Jose? Foi Agatha, foi algo que fiz? . –
soltar.
para o chão firme, como se eu fosse uma boneca, enquanto eu debatia minhas
tentando me soltar.
favor, preciso saber, preciso ouvir de sua boca, de sua boca linda... . –
usando de força para evitar que eu o espancasse, por que queria espancá-lo,
– Diga, Jose, por favor! Diga o que houve! Diga o que há entre nós!
Diga por que está com tanta raiva de mim! – ele implorava, apertando-me,
rosto, e conseguindo arranhá-lo, até que ele colocou meus braços para trás, e
ouvir!
que houve, mas por favor, acalme-se. Corta meu coração ver você assim. Foi
algo que fiz, Jose? Conte por favor...Se eu te magoei, conte por favor. Sei que
balançar num abraço e eu lutava por ar, ofegante, afogada na minha própria
tristeza e cansaço.
comigo, está bem? Há tanto o que ser dito e esclarecido, Jose...Mas só quero
que saiba que o que menos quero é magoar você, e explicarei todo e qualquer
dizer o que houve e o que sente. É mais importante do que imagina, porque
quando estou perto de você, Jose, eu sou inseguro como um menino, e eu não
tenho mais certeza de nada. A única coisa que tenho certeza é o que sinto por
você. Está ouvindo, Jose? Por favor, fale comigo... – ele murmurava em meus
sofrer por amor, e me deixei lá ficar abraçada junto àquele que me feria.
Por fim ele me jogou em seus ombros, e fraca, deixei que ele me
levasse, morrendo de ódio por dentro, mas incapaz de reagir, enquanto ele me
carregava como se eu fosse uma pluma em suas costas.
brilhantes e enigmáticos.
Por fim ele deu alguns passos lentos até a mim, respirando fundo,
Mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, eu o esbofeteei com
Ele deixou inclinar seu rosto com o tapa, e simplesmente ergueu seus
olhos, o ar contrito.
– Quer me contar o que diabos ocorreu entre mim e você ontem para
querer me matar? Quer me dizer por que está com tanto ódio de mim e por
que chora? É por causa de Agatha? O que houve entre nós, Jose?
Cambaleei nessa hora, e quase caí, segurando-me na poltrona,
fodera a noite toda dormiu comigo e agora estava ali dizendo, como o bêbado
saber. Você tapou os olhos, mas eu a empurrei. Não a agarrei. Acho que essa
parte você não viu, já que estava nervosa demais para sair correndo sem que
eu pudesse dizer nada em minha defesa ou para acalmá-la, e passou a me
você...Eu fiz mal a você ontem, Jose, eu fiz algo que você não quis? Por que
Tremi, insegura, dando um passo para trás. Não sabia o que pensar.
Ele lembrava ou não, aquele demônio? Do que houve entre nós? Teria
– Não sei o que fiz, Jose. Mas sobre Agatha, Ela não é nada para mim,
Josephine. Nunca foi nem nunca será, e juro por Deus que não a toquei. Ela
estava tentando, mas a afastei. Você chegou numa má hora – ele falou num
sim, confie em mim. Jamais teria olhos para ela. Ajuda se eu disser que eu
preciso saber de você o que a incomoda? – ele falou, dando alguns passos
Não queria dizer nada sobre o que me agitava e confundia. Tipo ele
me desvirginar e esquecer, como fizera com nosso primeiro beijo, mas aquilo
Bem, era possível que estivesse dizendo a verdade, mas ainda estava
ressentida por ainda estar toda ardida por ter perdido a virgindade com ele e
– Quer dizer, por favor, Josephine, que porra que aconteceu entre nós
para que você me bata desse jeito e sequer queira falar comigo? – ele rugiu,
Que me daria liberdade para sempre. Que me faria pegar uma mala.
revolta me cegassem.
cuidaria depois.
por aquele monstro que já estava agarrado com outra, dizia meu inconsciente
aquilo.
– Nada, não aconteceu nada entre nós – falei com voz clara e calma,
GIANLUCA
tudo. Nunca a vira tão confusa e tão perturbada. Seu pequeno corpo, seu
E eu sabia que a culpa era minha. Não sabia exatamente o que havia
feito, mas sabia que a culpa era minha. Sentia-me confuso, minha cabeça
doía. Acordara tarde com sensação de ter bebido muito, mas também de ter
tido a melhor transa de toda a minha vida, com a mulher que eu amava.
E aquilo era tão bom, era tão maravilhoso, que eu não podia aceitar
que era realidade.
ressaca.
E fora muito bom quando minha mãe e meu pai chegaram. Eu pude
Sentira-me muito mais aliviado depois de fazer as pazes com meu pai
Na minha lembrança, não era isso que havia ocorrido, mas eu não me
Eu nunca mais iria colocar uma gota de bebida na boca, e não sabia
como era seu corpo nu... E sabia que era lindo, que era saboroso, que era
perfeito, muito melhor do que eu sempre sonhara, e lamentava que, por estrar
poderia ter sido tão perfeito, assim como sonhava com um primeiro beijo que
havia dado nela em certo sofá, com a luz da manhã deixando suas bochechas
em tom de malva, e sua boca era uma rosa fresca e virgem contra a minha,
muito doce.
Eu urrava, dizendo que era minha, despejando nela toda minha vida,
Naquele ano, sonhar com Josephine era a minha rotina preferida. Mas
apossou de mim, e então dei alguns passos perigosos até ela, que parecia
sabia de seus suspiros, por Deus, eu sentia seu aperto, as paredes do pequeno
gozou.
meu desejo...
E a verdade é que desde que conhecera Josephine, eu a desejara
violentamente.
E a desejava com violência agora, mais uma vez. Com todo amor e
malditas mãos migravam por seu corpo, incapazes de ficar distantes, e meu
Agora, ali mesmo, minha vontade era rasgar seu vestido e me deitar
sobre seu corpo pequeno e nu que debateria contra mim até aceitar que me
pertencia.
Ela estava com raiva porque achava que havia esquecido, e porque me
vira com a minha prima, e porque eu fora um filho da puta egoísta com ela ao
Sua indignação com o fato de ser um filho da puta com seu sangue
nas mãos era a confirmação que eu precisava.
mamilo em minha boca, sabia que eles eram grandes e suculentos, bem
rosadinhos à luz da lua. Sabia que sua boceta era muito pequena, quente e
apertada...
Mas eu precisava que ela confirmasse tudo com suas palavras. Porque
a realidade era tão boa, e tão fascinante, que eu não queria imaginar que eu
Mas eu não estava louco. A verdade era uma só: Josephine era minha.
Minha e só minha.
perfeita e diafána, minha vestal, e fizera dela minha putinha virgem na cama.
Não podia acreditar que ela estava dizendo que não havia ocorrido
nada!
Ficara furioso quando ela negara quando perguntei mais uma vez,
que eu a desvirginara, que ela era minha e seria minha para sempre.
Meu desejo não queria obedecer a razão, e então dei passos agressivos
até a Jose, enquanto meu peito subia e descia e me sentia vencer pelos
verdade, com uma voz de trovão, sentindo minha respiração ficar rápida e me
queixo, e fiquei cada vez mais perto, até sentir sua respiração dançar com a
minha.
– Aconteceu, tudo, Josephine... Tudo e você sabe...Tudo de mais
gostoso, de mais perfeito –sussurrei num gemido, num tesão cruel que me
fazia arquejar de desejo . – . Tomei então seu rosto em minhas mãos, para
Talvez menos do que você mereça, meu amor... – falei baixinho, o peito
doendo de paixão, e observei que ela fechava os olhos, e seus lábios tremiam.
– Mas aconteceu... Sinto por não ser o homem que você merece, mas eu sou
seu...
terrível de dor, contraindo seu rostinho, virando seu rosto, como se não
passando o polegar na linha trêmula de seus lábios, fazendo-a voltar seu olhar
precioso para mim. – Gostaria de não me sentir tão culpado, tão maldito por
ter bebido na nossa primeira vez. Por tê-la feito sofrer mais uma vez. Mas eu
me sinto. Só quero dizer que foi a coisa mais deliciosa que já fiz na minha
vida, e apesar de tudo, eu não me arrependo.
coração.
– Sou tão indigno de você, Jose, mas tão desejoso... Eu sinto tanto por
desejar você com o desespero que desejo. Mas o desejo é egoísta, Josephine,
eu preciso de você e não sei não precisar. Eu preciso de você porque não sei
não amar você – falava roucamente contra sua boca, e passei a deslizar uma
lábios por seus olhos lindos, fechados, e lambia suas lágrimas, beijando seu
rosto com reverência, suas bochechas, seu queixo, seus lábios que tremiam,
minha culpa.
pode imaginar. Passei esse ano tentando ser melhor por você, Jose... Não sei
se consegui, mas pelo amor Deus, deixe-me tentar... Não quero outra coisa
nessa vida a não ser tentar ser melhor para você – falei, desesperado,
Mas ela começou a falar, ainda recostada em meu peito, num tom
confessional e doloroso.
– Achei que tivesse esquecido, achei que tivesse esquecido o que fez
suportar que esquecesse que me dei a você e me abandonasse por outra no dia
dia... Eu achei que tivesse esquecido naquele dia no sofá da biblioteca, mas
fora tão bom, tão maravilhoso, que achei ter sido um sonho, o melhor sonho
dizendo que era seu homem, e que aquele era seu primeiro beijo. E por um
instante, achei que fosse um sonho hoje também, que tivesse enlouquecido de
tanta felicidade, e por isso precisava ouvir de você que você é minha, meu
docinho.
convulsionar também.
de você... Por sempre duvidar de você. Eu duvidei de você mais uma vez, eu
sinto muito, eu sinto tanto... – ela soluçava. – Desculpe por ser tão cruel...
Fechei meus olhos, sem acreditar no presente que ela era, na bondade
que me doava...
acariciando seus cabelos. . – . Mas eu não sou confiável, mas juro que quero
ser... A única coisa confiável em mim é meu amor por você, Josephine, é ele
que me motiva, foi ele que me susteve esse ano. É por você que eu vivo, que
eu respiro.
cabeça em mim.
– Por favor, Jose, precise de mim o tanto que eu preciso de você, meu
amor... Não me negue pelo . amor de Deus. Não negue o meu amor...
braços, falou, olhando-me nos olhos, seus lindos olhos úmidos pelo choro,
turvas e molhadas.
peito, descansando, até que começava a sentir cada vez mais forte o tesão me
Por pior que eu tenha sido, estou duro por você de novo, amor,
paixão...
Mas, por Deus, eu queria ser o homem que faria isso a ela. Mas
suavemente o dedo por sua pele sedosa, baixando o olhar denso e pesado de
desejo para seu colo arranhado, para a pele arroxeada onde eu havia chupado,
mordido, lambido. Aproximando-me mais, tomei seu rostinho para mim, e
Arrastei minha barba por sua clavícula tão alva e macia, deixando-a
prazerosa.
possível de mim.
– Essa marca aqui, Josephine, fiz com meu pau dentro de você... E
Sinto muito, mas meu desejo é assim, ele não para... Sou louco por você –
Envolvi seu corpo com cada vez mais força, pressionando-a, e sentia
lindamente fechados, sua respiração acelerada, sua pele febril e tão doce em
meus lábios.
Minhas mãos subiram por suas coxas, e sentia a forma suave de sua
Desvirginei você, e nunca mais outro homem porá a mão em você, entendeu?
erguer seus olhos para que me olhasse, deslizei o polegar por seus lábios
Percorri então minha mão por seu pescoço, parando com o polegar em
sua pulsação, e desci meus lábios para beijá-la bem ali, onde sentia a batidas
de seu coração.
Movendo sua cabeça para o outro lado, para ter melhor acesso,
continuei a saborear todo seu colo, até chegar em sua orelha e morder seu
lóbulo acetinado.
– Agora quero que diga que é minha tanto quanto eu sou seu.
Apertei a carne suave de sua bunda, indo e vindo por sua coxa e
quadris.
estremecimento tomar meu corpo ao ouvir sua voz doce e sussurrada e sua
respiração tão sutil em meu rosto.
pelo desejo, e precisava fazer mais sexo para compensar o meu mau
tomei posse lá, apertando seu centro, desejando lamber aquela carne rosada,
para cima e para baixo, e como não podia fazer aquilo agora, coloquei minha
cabeça arquear para trás e lambia e beijava toda a extensão de seu pescoço,
até chegar ao seu queixinho voluntarioso, mordiscando-o até trazer sua boca
para mim e voltar a mergulhar minha língua ávida dentro dela, entrelaçando
Trouxe-a para mais perto, para que ela sentisse meu membro duro que
latejava por ela, a cabeça pulsando implorando para entrar com tudo em seu
colando seu corpo ao meu e levando suas mãos inocentes até meus cabelos,
camisa que usava pela cabeça, e percebi o olhar admirado de Josephine para
meu peitoral que se enrijeceu ainda mais com a ingenuidade de seu toque.
Era tão gostoso o jeito inocente que ela me percorria, indo do peito
até meu pescoço, que achei que iria gozar, de olhos fechados, desfrutando,
até que os abri para ver o intenso desejo que se apoderava de seu rosto
sedento.
trincava ao seu toque, e ia descendo até chegar muito perto de um lugar que,
Fora muito tempo sem sexo, e sabia que não deveria estar muito bom
em me controlar.
Então, sem mais poder me conter, abaixei minha cabeça até seus
biquinhos, e os provei na boca até sentir que eles ficaram duros no contato
movimentos involuntários.
prazer.
tanta paixão.
depositei-a lá.
Josephine tinha uma linda e delicada penugem aloirada que dava para
triângulo que ataquei para poder sentir aquele cheiro tão delicioso e excitante.
suas coxas, separando-as, apreciando suas belas formas, impedindo que ela se
Sorri, cruel.
– Vai ficar mais, mas vai ser tão bom que você não vai querer que eu
pare. Nós nos encaixamos muito bem, Jose. Agora me deixe degustar você...
entrada melada e cheirosa, que umedecia ainda mais com minha saliva.
intenso prazer que eu acabara de lhe provocar, e quando abriu seus lindos
olhos de amêndoas doces para mim, eles estavam felizes e saciados, e ela
sorriu vagamente.
– Gianni... – foi tudo o que ela queria dizer... – Senti tanto prazer... Eu
gemeu em resposta.
inocente e delicioso.
perna num sofá, descalço, deslizei minhas mãos lentamente por sua espinha,
garganta.
– Você é a coisa mais linda e mais perfeita que já vi na vida,
muito melhor que qualquer sonho que tive, e tive muitos sonhos com você,
centímetro macio e alvo de seu corpo, olhei seus lindos lábios vaginais
inchados esperando por mim, sentindo meu pau quase gozando de tanto
Apoiando seu quadril com as duas mãos, abaixei-me e lambi todo seu
sexo mais uma vez, e mordi toda sua bunda branca e deliciosa.
não fugisse.
espasmos de descontrole.
pulsava loucamente.
meu membro até sua entrada úmida, e passei a brincar com seus lábios,
Gemia de prazer de sentir sua carne quente e macia, e meu pau cada
– Está tudo bem, meu docinho. Não vai doer muito dessa vez. O pior
– Agora se abra bem para mim, amor. Quero que me deixe amá-la
assim. Quero que me deixe entrar na sua bocetinha gostosa – falei, enfiando
entrar nela.
Esperei que ela relaxasse, enquanto seu corpo acomodava meu enorme
membro em seu aperto delicioso.
Meu lado depravado se unia junto ao amoroso. Ela era minha fonte de
bombear devagar.
paredes me comprimirem.
Eu segurava forte seu quadril para que ela se mantivesse o mais perto
possível, e dei mais dois pequenos tapas para ter o prazer de vê-la vibrar e dar
pequenos gritinhos impotentes, e por fim minhas mãos buscaram seu pequeno
monte.
Com movimentos hábeis e rítmicos, passei a masturbar Josephine,
com uma insistência implacável seu clitóris até que Josephine gemia
numa busca louca por meu alívio, tomado pela vontade intensa de gozar em
bocetinha, mas gostando que ela sentisse aquela dor prazerosa de ser mais
Golpeei-a forte com meu pau até sentir que ele começava a ter
Por fim, ainda sem amolecer dentro dela, puxei o rosto de Josephine
Beijei com tudo dentro de mim, minha semente e meu amor. Meu
Queria que ela sentisse que eu estava ali e era para valer, para sempre.
últimos dias, e que eu me deixava levar pelo profundo sono pós sexo, falei
você desde a primeira vez que a vi, uma ratinha bisbilhoteira no meu quarto.
– Sorri entre seus cabelos. – E não, não é fácil confessar isso. Mas tenho
certeza de que agora quero dizer que te amo, todos os dias, porque finalmente
acho que mereço seu amor – sussurrei, dando-lhe mais um beijinho em sua
orelha.
– Amo você desde que vi uma foto sua no quarto de Allegra. Roubei
sua foto naquela época, e agora ela está junto do livro que você me deu e seus
dois bilhetes. Um que rasguei e colei, e outro que releio todos os dias,
mais desejo ouvir há anos, há anos. É como se fosse um sonho – ela falou,
choramingando.
– Calma, meu amor. Não chore. Quer saber algo engraçado? Eu não
possessivo! Mas agora que confessou que me ama, tenho certeza de que era.
trazendo-a mais para mim, e beijando seus cabelos macios. – Mas agora
apenas fique quietinha em meus braços. Quero que meus braços sejam sua
relaxação.
vida, e sabia que Deus, naquele momento, sorria para mim, enquanto eu
JOSEPHINE
Nem me lembrava como havia vindo parar lá. Mas era ainda no
quarto de hóspedes.
– Você é tão linda quando dorme. Estava há pelo menos meia hora te
fitando.
Ele riu.
você, meu docinho. E fiquei sabendo que foi incrível te olhar dormir. Quis te
beliscar para entender que era aa verdade, e não mais um sonho em que você
era minha. – falou, beijando-me nos lábios, com uma comoção que me fez
debaixo do lençol.
– Eu não era, mas agora eu sou... Eu aprendi a ser inspirado por você.
– Mas é sério, quero ficar cada vez mais rico, para poder acordar todo
dia meia hora mais cedo, e poder ficar vendo você dormir. Dá uma paz...Não
faz ideia...E tesão também... – falou enquanto seu olhar se movia para meu
– Também quero ficar cada vez mais rico para poder te comer quantas
minhas pernas e recostando uma ereção já bastante pesada em meu centro que
devorasse.
comigo me puxando pela mão, e resolveu falar a todos que estavam na sala
que finalmente estava do lado de quem amava. E ele falara com tanta
Gemima e dona Escarlata, mas ele beijara minha mão, enchendo-me de força.
satisfeitos e tranquilos.
natalino.
vida, e ficara ainda mais feliz quando Gianluca me pediu, com aquele seu
durante o dia.
Levara-me para tomar sorvete, já que não estava frio, e me deliciei
enquanto ele me dava sorvete na boca, sabor chocolate com laranja, e lembrei
com ternura da primeira vez que ele me dera comida na boca, e ficara me
boca na cozinha?
– Estava pensando em fazer algo que quero muito fazer com você
logo mais se me permitir. Colocar algo bem grande, grosso e íntimo na sua
boca.
Corei, rindo.
lambendo o sorvete que ele se apressou a tomar diretamente dos meus lábios,
trazendo-me pela nuca até ele, e me deliciei com um beijo gelado e quente ao
mesmo tempo.
as conversas amáveis, o som de nossas vozes próximas, e sua voz tão grave e
Suspirei, entristecida.
– Qual? – perguntei.
Olhei-o, sorrindo.
– E você foi o meu. Por mil e uma noites sonhei com meu príncipe da
louca de amor, sentindo sua língua umedecer minha boca, a ponta macia e
Por fim ele passou a acariciar meu rosto, com seu olhar escuro e
jantar em um lugar incrível num imenso restaurante que tinha uma pista de
dança.
Um lugar tão requintado que me senti insegura, mas ele foi muito
viviam.
requintada de Gianluca. Se eu queria estar com ele, ser sua esposa, eu tinha
de aprender a me portar.
– Para mim, tenho de evitar até vinho por enquanto, amor. Acabo de
ter uma recaída. Quero que confie em mim. Preciso retroceder um tanto. Mas
juro por Deus que farei de tudo para não pôr mais uma gota de álcool sequer
na boca até que consiga tomar um pouco de vinho sem sentir medo.
passar para ele todo o apoio que sentia que ele precisava. – Eu acredito em
você. Não se preocupe. Estou aqui, Gianni, para o que der e vier. Você
conseguirá. – Sorri.
Quando ele me levou para dançar, e percebi que ele me guiava com
segurança, as mãos sustendo minha cintura, envolvida por sua aura sedutora,
não suportei e deixei falar aquilo que devorava meu coração e que tensionava
Ergui meus olhos para ele e respondi, presa por seu olhar intenso e
escuro.
– Eu acredito.
danço com você, eu me mostro a você, eu me dou a você porque sinto que
você faz parte de mim. Você é a melhor parte de mim, Josephine. Dizem que
sou uma legião, mas a melhor parte de mim é a parte que ama você... –
com ele debaixo do velho flamboyant, que dava de frente para o jardim das
acácias.
sentar.
rindo das coisas que foram tão dolorosas, tão terríveis para nós, e que agora
simplesmente podíamos rir, depois que passou... Já não podia nos machucar
mais.
cicatrizavam.
perdido.
magoava um pouco, embora ele tenha dito algumas coisas vagas a respeito de
sua ida para Seattle depois de San Jose, sobre seu crescimento, sobre ter que
dizendo que odiava poesia. Doeu mais que o livro quebrando meu pé – Eu me
diverti, rindo.
parecia que havia milhões de estrelas brilhando neles. Não admiti naquele
dia, mas você era pura poesia viva para mim – ele me fitou, de esguelha, e me
docemente.
– Qual segredo?
cintura.
conquistar e te driblar.
sombria.
– Tem algo que quero que saiba, Josephine... – ele falou, sério.
corpo.
– Não há nada que você não possa me falar, Gianni. Estou aqui para
JOSEPHINE
– Não posso ser tão egoísta, mas eu sou, Jose. O amor é assim. É um
lobo devorador. Sei que vai partir para Paris, Josephine. Sei que é seu sonho,
sei que lutou por isso. Sei que seus pais desejam isso. Santo Deus, sei que
esse é seu maior sonho... – Ele respirava com dificuldade, querendo tomar
fôlego para falar. – Mas, Jose, não posso deixar que vá sem que tente impedi-
la. O amor que sinto por você é forte demais para que você esteja longe, e ao
sonho, sendo o monstro que sou. De todo modo, Jose, a decisão é sua, e saiba
que aceitarei o que decidir e te esperarei o tempo que for necessário, e te
visitarei se você escolher ir para Paris, mas, por favor, Jose, deicida ficar ao
seus cabelos com devoção, vendo que ele fechava os olhos, aflito, como se
– Gianni, eu sonhava com Paris quando não tinha você. E ainda quero
ir para Paris. Mas quero ir para Paris com você, se você quiser ir comigo.
posso passar uma temporada em Paris com você para que estude. O que você
quiser. Ou tento trazer um pouco de Paris para você, amor. Tenho tanto
dinheiro, posso fazer com que sinta um tanto de Paris em nossa casa. Tudo
nada sem você. Construí tudo o que tenho nesse ano pensando em poder
desfrutar com você, e mais nada. Minha vida é pensar em você, em nosso
arrebentando de comoção.
de seus polegares acariciando meu rosto, e me trazendo para ele, para que o
beijasse.
– Você sempre foi a minha casa, pequena Jose, desde que pus os
olhos em você. Só penso em estar com você, e a cada dia que me afastava, eu
só pensava em seus braços. Você é a minha casa, e quero que seja para
sempre...Para sempre minha. E quero ser a melhor casa que você possa ter.
Abracei-o, mas ainda sentia uma profunda angústia sacodir seu peito.
iriamos começar uma vida juntos, ele teria de ser sincero sobre tudo.
Mas peguei sua mão e o encorajei, pedindo a Deus que eu fosse capaz
– Não há nada que não possa falar para mim, querido. Confie em
mim.
pouca idade ele passara por coisas tão monstruosas e se sentia culpado por
porque um cúmplice é uma assassino. Por mais que me esforce, ainda não
perdoar.
Inspirei calmamente, enxugando as lágrimas que escorriam de minha
face ao me deparar com o intenso sofrimento de Gianni que tanto lhe causara
você procurou por ele para se punir, mas agora é hora de se perdoar, e de
arrependimento, vivendo o seu amor. Sei por sua mãe que agora você tenta
ajudar aos pobres e carentes, e é por aí, Gianni. Sinto que Deus perdoou você.
Se você pediu perdão a Deus, Gianni, se você se arrependeu, eu sei que ele te
daquele peso.
à minha família, às pessoas a quem fiz mal, e a você. meu amor. Por todo o
– Você é o meu presente, meu anjo, sempre foi. Sempre foi meu
avesso. Sinto tanto amor por você e me sinto tão realizada agora que entendo
que tudo tem seu tempo. Talvez tudo tenha sido necessário para nosso
passado esse ano longe, é claro que perdoo você. E peço que me perdoe por
todas as coisas duras que disse, todo meu descontrole, meu desespero. Eu
duvidei de você quando você mais precisou de mim, batendo em minha porta.
Ele tomou meu rosto com as mãos, e me disse com firmeza, os olhos
quando eu precisei de você, pois só tornou meu amor maior ainda. Sinto
muito por tê-la feito sofrer tanto ao partir. Mas eu precisava ser um homem
melhor, Jose. Um homem melhor para você. Um homem que pudesse dar o
que você merecia. Ser forte para você, ser sua rocha, seu conforto. Uma
pessoa que te ajudasse, que te valorizasse, que fosse capaz de te fazer feliz.
– Meu amor, você me faz feliz, mas se quiser que sejamos felizes
realmente, tem que se perdoar. Tem que abandonar todo o passado. Se você
– Sempre, meu amor, sempre... Sempre serei seu lobo mau, sobre isso
não se preocupe. Sempre vou querer te devorar, meu docinho – Ele sorriu
do meu corpo e a lua lá nos céu nos cobria com seus raios, e nos deixávamos
nos confundir com a noite, e via o meu amor com os banhos de prata que o
iluminavam, e deixei que ele me possuísse mais uma vez, debaixo daquele
agora . era permitido, e ele tomava tudo o que tinha direito enquanto me
Não era mais seu docinho proibido. Era apenas o seu docinho. O
JOSEPHINE
nosso quarto.
Quente. Costas largas, ombros fortes e retos. Pura rocha basáltica coberta de
pelos e pele sedosa.
lábios, e arquear meu corpo para que aquela mão tão exigente e máscula
abrindo-as.
E logo as mãos foram substituídas por uma língua avida que lambia
toda a parte interna de minhas coxas enquanto eu, sem saber, abria-me cada
assim... – Sua voz rouca sussurrava, soprando minha pele, incitando minhas
terminações nervosas.
Antes que eu gozasse, para minha frustação, ele foi subindo seu corpo
Por fim a boca chegou aos meus seios, que começaram a ser sugados
molhada.
firmou sobre mim, eu abri meus olhos, e vi meu amor com seus lindos
injetados de desejo.
seus ombros, eu lambi seus lábios, cheia de desejo, sentindo seu pau repousar
contra sua cintura, e enfiou sua língua em minha boca, sem qualquer
ele.
Abrindo mais as minhas pernas, para que recebesse mais seu quadril
ele sugava meus lábios com avidez e brincava com sua língua na minha.
uma vez, preenchendo tudo em dó, e voltou a me dar estocadas fundas. Sua
virilha esmagava meu clitóris. Suas bolas pesadas se chocavam com minhas
às palmas dos pés ao meu clitóris que pulsava e meus mamilos que doíam.
jogando sua cabeça para trás e urrando forte e mais uma vez sentia todo seu
comprimento injetar sêmen em mim, e pela primeira vez percebi que poderia
abraçando sua nuca, até que, já amolecido, ele me beijou com suavidade, e
intimidade
– Por favor, sempre que tiver desejo quero me acorde assim – Sorri,
satisfeita.
Tomando meu rosto em suas mãos, eu deixei que ele risse em meus
lábios.
quando verifiquei que havia enormes vasos com flores frescas pelo quarto.
Pelo menos 4 deles.
Na minha cama, havia uma bandeja de madeira com uma linda xícara
Ele chegou para mim e me deu um beijo gentil na testa, seguindo para
meus lábios.
Ele gargalhou.
– Acho que estou gostando disso. – Sorri.– O que quer fazer de mim,
– Não me diga que você fez essa torta de maçã, Gianluca Tedesco.
negra.
– Não, ou eu te comia ou fazia essa torta – falou com toda a cara lisa
do mundo.
Gargalhei alto.
– Quero ser o homem que te acorda com beijos e com flores depois de
te comer.
Por fim ele pegou uma caixinha que estava junto da bandeja, e que eu
Meu coração parecia parar naquela hora, mas ele não se importou.
chorar.
Havia um anel de ouro com uma enorme pedra que fulgurou em meus
Sua cor favorita. Antes de vir para casa, eu a trouxe comigo. Porque queria
que você fosse minha, minha para sempre. Quero ser o homem que te come,
olhos úmidos...
ouvido:
– Sim, mil vezes sim. Quero ser sua por mil e uma noites
Ele ergueu meu queixo para si, e olhando em meus lábios, sussurrou,
– E eu quero cada segundo dessas noites com você. Aqui, e onde você
quiser, em Paris, por exemplo...Quero muitas noites com você, meu amor...
– Paris? Não preciso. Você já tem uma enorme Torre Eiffel entre suas
pernas. Por favor, traga Paris para mim agora mesmo. Quero sentir sua Torre
Eiffel em mim.
– É pra já...
Estava envolta numa estola branco, numa noite de gala, num vestido
amor, e ao meu lado, lindo e cheio de calor amoroso, estava também meu
marido, que olhava ainda encantado para nosso pequeno menino que, naquele
o matariam quando anunciei que não iria mais para a França, mas meus pais
Ali, com meu marido e meu bebê, eu só conseguia sentir amor e paz.
Ashton estava com a babá e minha mãe, que viera comigo a Paris para
estava grávida de seu segundo bebê e não gostava de ficar sozinha. Eu ficava
Allegra pelas ruas de Paris com nossos bebês. Ficaríamos uma temporada lá,
pois Gianluca, para me agradar, arrumara mil coisas para fazer em Paris.
Inclusive ele estava ali naquele dia, para aquele jantar cerimonial,
para ser homenageado como Cidadão Honorário de Paris por suas várias
atividades filantrópicas.
porque eu um dia disse que ainda queria estudar lá, e doara milhões para
Gianluca estava cada vez mais adorável como marido e como pai.
Apertei meu pequeno bebê perto de mim. Ele só havia nascido há três
meses.
Ele estava com os olhinhos fechados. Tinha cílios de leque negros, e
Acabou que me descuidei e tive meus filhos cedo, mas estava feliz.
que eu não precisava naquele momento me preocupar mais nada, a não ser
quando ele apertou minha mão por cima da mesa em que estávamos.
Ele olhou mais uma vez o filho, com o rosto vidrado pelo orgulho.
E se voltou para meu decote e meus seios cheio de leite que ele
meu marido discursar num francês perfeito, para meu profundo orgulho,
não errara.
inspira a amar, e que me enche de orgulho e satisfação. Veio dela meu amor
pela cultura francesa. Gostaria de dizer a ela que seu amor me inspira e que
ela está linda esta noite, com nosso bebê no colo, e que isso me inspira ainda
mais. E que sou o homem mais feliz e realizado desse mundo, e que devo
só seus olhos que via, e nada mais. E foram para eles, para seus lindos olhos
que eu disse.
FIM
SOBRE A AUTORA
mostrando seus trabalhos escritos depois de muitos anos como leitora ávida e
histórias que façam seus leitores suspirarem. Nada é mais precioso que criar
emoções.
Wattpad: https://www.wattpad.com/user/christinerking
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simplesmente inesquecível.
naquela noite ela só quer dançar, dançar, dançar. Problemas com homens?
Não mesmo.
corações.
sensualidade.
ADULTO
CHUVA DE AMOR
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coração cheio de fervor e a alma em estado de graça, até que teve seu mundo
Ela se tornara uma jovem frágil como vidro aprendendo a ser forte
ousadas.
O misterioso sedutor Adam Page, por sua vez, não sabia se seria
capaz de fazer a paixão irromper do coração gelado de Aimée, mas ele sabia
Uma história para se comover, sentir e torcer com todo vigor pela
"Um amor mais forte que a morte, mais eterno que o tempo".
NÃO ME DEIXES
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__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&keywords=n%C3%A3
Julie, uma menina bonita e arrogante, quer a liberdade. Quer ser dona
de si a qualquer preço, e nisso ela acaba tendo uma relação amorosa perigosa
com o sensual Michel, que não é bem o príncipe encantado que ela
imaginava.
Julie vê sua vida se tornar um verdadeiro inferno. De repente, ela não era
mais a princesa do seu pai, e sim uma prisioneira do sofrimento que ela
mesma criou.
Mas ocorre uma chance dela se libertar, de amar novamente e se
reconciliar com sua família. Ela será capaz de entender e receber a nova
chance que a vida está lhe dando, será capaz de mudar e perdoar após tantos
transformá-la?
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text&sr=1-2&text=Christine+King
UM CEO EM BUSCA DE SATISFAÇÃO, LOUCO DE DESEJO
caminho, meio à neve, encontra Isabela. Uma moça suave e inocente, que lhe
parece um anjo solitário em sua beleza desamparada. Vendo-a ali, ele quer
doce e intenso, com pitadas de humor, e com o natal ao fundo para inspirar e
testemunhar esse encontro amoroso entre essas duas almas que como o sol,
ao se verem, se iluminam.
famintos.
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Larissa-ebook/dp/B082XLNLF8
Sinopse: