Você está na página 1de 2

Porque gin!

Um passeio pela história da


bebida que já foi remédio

Pouco conhecido no Brasil, o gin não passa de um irmão da vodca, só


que com uma personalidade mais marcante. A produção é bem similar
a da sua parente mais popular: cereais como trigo, cevada e milho
são fermentados para chegar num mosto de baixo teor alcoólico que é
destilado para chegar ao líquido neutro e com alta graduação de
álcool (90%). Daí para a frente é que começa a diferença.

Segundo o livro o Essencial e Cervejas e Destilados (ed. Senac), a


fama é inglesa, mas origem do gin vem da Holanda.  No século XVII
(1650), o médico e professor, Francisco de la Boie, conhecido como
Sylvius, pesquisava um remédio diurético que amenizasse problemas
renais. Para isso juntou o zimbro ao destilado de cereais e fez o que
mais tarde seria conhecido como gim. O nome é nada mais que uma
corruptela das variantes genever (zimbro em holandês), genievre (no
francês) e ginepro (em italiano). Sendo a Itália e sua Toscana, a
principal região produtora de zimbro.

O tal “remédio” agradou mais que o esperado. Saboroso e barato logo


se tornou um bom amigo dos soldados ingleses que lutavam pela
Europa na guerra dos 30 anos para espantar o frio. Os combatentes
voltaram para casa levando consigo a nova bebida.

E foi na Inglaterra que o aromático destilado fez sucesso e


história. Com invenção do alambique contínuo de Coffey passou a ser
produzido em larga escala e logo ser tornou mais barato que a
cerveja. Em 1730, Londres contava com mais de 7 mil pontos de
venda de Gin. Os ingleses gostaram tanto da ideia de que até
falsificaram a bebida causando um problema sério de alcoolismo nas
camadas mais baixas da sociedade.

Cada qual com sua receita

Como a base é a mesma, o segredo do gin está na


meceração. “Normalmente a bebida permanece 24 horas maturando
dentro de um alambique de cobre no qual são macerados especiarias,
principalmente o zimbro”, explica Murilo Marques, embaixador de
Tanqueray no Brasil.

Cada fabricante tem seu modo de preparo, por isso o sabor dos gins
pode variar bastante de uma marca para outra. Há receitas que levam
noz-moscada, lírio, álamo e até cascas de árvores como canela,
laranja ou limão. Mas só pode ser chamado de gim, se houver zimbro
na composição.
A destilação, por sinal, é o grande influenciador de sabor na
fabricação. Algumas marcas redestilam o líquido para agregar outros
gostos e aromas e obter produtos diferente. É o caso da Tanqeury. A
versão London Dry da marca leva uma combinação de sementes de
coentro, alcaçuz e raiz de angélica. O Tem leva os mesmos
botânicos, mas passa por uma segunda e micro destilação para
acrescentar sabores frescos de grapefruit, laranja, limão e camomila.

Os gins do tipo London Dry da Inglaterra são os mais famosos no


mundo. A destilação em modo contínuo resulta numa bebida leve e
aromática que compões drinques como dry martini e gim tônica.  Já na
Holanda ele é mais encorpado por ser destilado em alambique do tipo
pot consumido gelado e puro como aperitivo. Os alemães o chamam
de steinhager e o consomem como um digestivo pós-refeição.

Fama (injusta) de mal


Apesar da sua graduação alcoólica ser compatível com outros
destilados como vodca, tequila e pisco e mais baixa que de diversos
runs, o gim tem fama de mal. “Esta percepção é por falta de
conhecimento. A graduação alcoólica é justamente para manter os
aromas das especiarias por mais tempo”, justifica Marques.

O especialista complementa ainda que é só uma questão de


apresentar a bebida para as pessoas. “Vamos mostrar como deve ser
consumida e despertar o paladar para o caminho sem retorno do
mundo complexo e marcante do gin”. Ele aposta ainda que com o
crescimento do turismo internacional entre os brasileiros ele vão
acabar tendo mais contato com o gin lá fora, que está super em
países da Europa e América do Norte.

Referencia: http://semmedida.com/blog/porque-gim-um-passeio-pela-historia-
da-bebida-que-ja-foi-remedio/

Você também pode gostar