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Restauração
UFCD 8286
Horas: 50H
Gonçalo Neves
Controlo de Stocks
O que é um stock?
Costuma-se dizer que o stock é “um mal necessário”. É um “mal”, dado que
representa um encargo para a empresa e, como todos os encargos deverão ser evitados
na medida do possível. “Necessário” dado que, para satisfazer a necessidade de
determinado artigo, quando não é possível cumprir com os prazos de entrega adequados
a essas mesmas necessidades, ou quando se verificam oscilações na procura, a única
forma é dispor desse artigo em stock.
Gerir um stock é fazer com que ele esteja constantemente apto a responder á
procura, gerindo a própria expectativa do cliente. Na contabilidade de stocks o cuidado
fundamental é o permanente lançamento de entregas e saídas de forma a saber-se
sempre quais as existências.
Define-se stock como sendo toda a matéria, produto ou mercadoria que se
encontra armazenado na empresa à espera de uma futura utilização pelos seus
servidores.
Transação: são necessários que existam produtos em armazém para que a empresa os
possa transacionar, atingindo os seus objetivos económicos e financeiros;
Precaução: A constituição de stocks de segurança é uma forma de as empresas se
precaverem contra flutuações da procura ou contra qualquer imprevisto que possa surgir
no fornecimento de matérias-primas;
Processamento: Nas empresas industriais com processos produtivos mais ou menos
complexos é necessária a constituição de diversos stocks intermédios, quer de matérias-
primas quer dos produtos em curso de fabrico. A correta gestão destes diferentes stocks
é importantíssima, já que a rutura de qualquer pode pôr em causa todo um processo
produtivo;
Especulação: Muitas vezes são constituídos stocks com vista a aproveitar flutuações
futuras da procura. Acontece frequentemente em empresas ligadas aos mercados de
capitais, onde os produtos stockados são financeiros.
Os produtos que entram nos armazéns devem ser devidamente codificados, não
só para tratamento informático das suas entradas e saídas, mas também para facilitar a
sua arrumação nos devidos locais segundo uma determinada lógica.
O responsável por esta área apenas terá que ter em consideração as políticas pré-
estabelecidas no que respeita às compras e à armazenagem dos produtos (Frigorifícos,
despensa ou economato, cave).
Ficha de Stock
Permite ainda analisar as oscilações dos preços a que foram sendo adquiridas,
bem como permite observar o nº de rotações num dado período (turnover).
Naturalmente que as empresas hoteleiras tendem, cada vez mais a adotar esta
política.
Exemplo:
O produto A vende 2000 unidades/mês.
Se o seu stock médio mensal for de 500 unidades, a taxa de rotação será igual a 4.
Par Stock
Este controlo pode ser feito, tanto no ato de entrega ou saída (pela fatura ou pelo
documento equivalente que reporta a entrada ou saída), como por antecipação, (pela
encomenda colocada ao fornecedor, no caso das entradas e no caso das saídas pelas
vendas firmadas).
Algumas técnicas básicas de controlo são muito uteis para reduzir o potencial de
perda de receita ou manter o custo sob controlo.
Dito de forma mais simples, o “par stock” é o inventário fixo de produtos que se
estabelece como o máximo em determinado ponto de venda. O número fixo de produtos
é estabelecido tendo em consideração o histórico das vendas.
Para tal apenas é preciso fazer um inventário para apurar o stock atual.
Quanto maior a frequência de pedidos, menor será o stock máximo, pois não são
necessárias grandes quantidades armazenadas.
Seu cálculo é efetuado pela soma do consumo médio com o stock mínimo.
Considerando o consumo médio de 10 quilos por dia, esse consumo deverá ser calculado
por quinzena, pois essa é a frequência do pedido.
O seu volume deve estar de acordo com o menor prazo possível para a obtenção de uma
quantidade de emergência do produto, até que seja restabelecido o ciclo normal, ou seja,
o tempo para a reposição de emergência em relação ao consumo médio.
Em grandes centros ou em áreas próximas, esse prazo tende a ser muito curto.
Conforme nos afastamos de centros de abastecedores, no entanto, esse prazo aumenta
gradualmente, sendo ainda pior em áreas de difícil acesso.
Quanto maior a frequência de pedidos, menor será o stock máximo, pois não são
necessárias grandes quantidades armazenadas.
Seu cálculo é efetuado pela soma do consumo médio com o stock mínimo.
Como exemplo, temos um consumo médio de arroz de 10 quilos por dia. Os pedidos são
efetuados a cada 15 dias, pois o volume mínimo de entrega é de 120 quilos.
O fornecedor que entrega em menor prazo demora 1 dia, e o prazo normal de entrega é
de 4 dias. Assim, teremos os seguintes valores:
Considerando o consumo médio de 10 quilos por dia, esse consumo deverá ser calculado
por quinzena, pois essa é a frequência do pedido.
O seu volume é calculado pela soma dos valores de stock mínimo e de consumo de
aquisição.
Caso prático
Ponto de Pedido = 6 + 12
Stock Máximo = 45 + 6
Chama-se à atenção para o facto que o conjunto dos stocks mínimos de provisões
cozinha/cave, nunca deverá ultrapassar o “capital máximo à disposição”.
Existem, no entanto, alguns fatores que obrigam a fazer uma certa ponderação, tais
como sazonalidade, inflação galopante, menus especiais, entre outros.
Por capital máximo à disposição entende-se o valor ideal para se investir na constituição
de um stock permanente cozinha/cave.
Valorização de stock’s
A valorização dos stock’s determina-se pelo inventário permanente que segue a
evolução das existências em quantidade, (seguir os fluxos de entrada e saída dos bens
armazenados). O controlo faz-se em quantidade e em valor.
Valorização de entradas
Para os elementos comprados, a avaliação faz-se tendo em conta o custo de
compra ou custo de produção.
O imposto que figura na fatura de compra (sem IVA)
+ Gastos externos de compra: segurança, alfândega, transporte.
+ Gastos internos de armazenamento: gastos de receção, armazenagem.
Para os elementos, componentes e bens produzidos, a avaliação faz-se segundo o custo
de produção.
Os custos financeiros e os custos de armazenagem e manutenção não são
tomadas em conta. O stock inicial em quantidade e em valor, corresponde ao stock final
do período precedente.
Valorização de saídas
Os elementos armazenados irão saindo segundo o custo ao qual entraram. Este
tipo de valoração não constitui nenhum problema para bens que sejam perfeitamente
individualizados (peças únicas) ou individualizáveis (peças idênticas, isoláveis). No
entanto, esta técnica é de difícil aplicação nos bens fungíveis (trigo, vinho, azeite, etc.), o
qual acontece em uma parte importante da indústria.
Resumindo
Resumindo:
A utilização deste critério de valorimetria é bastante simples pois basta fazer uma
média aritmética ponderada para apurar o custo do recurso.
Como exemplo para a utilização deste critério de valorimetria CMP temos:
Exemplo prático:
O preço médio unitário é então calculado dividindo o valor total pelo valor da existência,
ou seja,
Resumindo
FIFO significa First in, First out; traduzindo: o primeiro a entrar é o primeiro a sair. É
conhecido como custo cronológico direto.
O primeiro lote a sair seria o mais antigo, ou seja, a existência inicial que contabiliza 100
unidades no valor de 780,00 €, seguido da compra efetuada a 02/06/06 de outras 100
unidades no valor de 750,00 €, e saindo ainda mais 10 unidades da compra efetuada a
09/06/06.
Nesse último lote, existe a necessidade de calcular o preço unitário de cada lata, sendo o
valor total do lote a dividir pela quantidade de latas compradas, ou seja, 280,00 € / 50
latas = 5,60 € por lata.
Resumindo
LIFO significa Last in, First out; traduzindo: o último a entrar é o primeiro a sair. É
conhecido como custo cronológico inverso.
O primeiro lote a sair seria o mais recente, ou seja, a compra efetuada a 15/06/06 de
100 unidades no valor de 1.000,00 €, seguido da compra efetuada a 12/06/06 de 70
unidades no valor de 350,00 €, e ainda mais 40 unidades da compra efetuada a
09/06/06.
Nesse último lote, existe a necessidade de calcular o preço unitário de cada lata, sendo o
valor total do lote a dividir pela quantidade de latas compradas, ou seja, 280,00 € / 50
latas = 5,60 € por lata. Então teremos 40 unidades x 5,60 € = 224,00 €.
O inventário
Tipos de Inventário
Objetivos do inventário
Para verificar a qualidade do estado dos stock’s (diferença entre o stock real e o
registo informático do stock), é necessário efetuar inventários e eventualmente atualizar
o registo informático.
Um inventário consiste numa operação de contagem física dos artigos nas
prateleiras do armazém.
O controlo físico das existências faz-se através da sua inventariação ou contagem.
Esta deve merecer a maior atenção por parte das empresas já que é fundamental para a
determinação dos resultados e posterior análise financeira. Na hora de fazer as contas,
as empresas deparam- se com menos lucros do que os esperados, face ao stock em
Causas:
Furto externo – pessoas alheias á empresa;
Furto interno – empregados da própria empresa ou pessoas com atividades ligadas à
empresa;
Erros de gestão – resultado de falhas de gestão não intencionadas, como por exemplo
registo de entradas e saídas erradas.
Exemplo:
Inventário Inicial 1000
Entradas 9000
Saídas 8500
Economato
Preço líquido – Preço de um produto calculado sem a inclusão dos impostos externos ou
internos ao valor. A multiplicação de todas as quantidades vendidas pelos seus preços
líquidos leva ao valor da receita líquida da empresa.
Preço de venda ao público – Preço de um produto calculado com a inclusão dos
impostos externos ou internos ao valor. (ex. IVA)
IVA liquidado – IVA aplicado aos clientes nas vendas que a empresa efetua.
IVA dedutível – IVA aplicado às compras que a empresa efetua aos fornecedores.
IVA apuramento – IVA que a empresa apura após as suas vendas e compras, donde
terá a receber ou a pagar ao Estado.
Tendo como exemplo uma dose de um prato que apresenta na sua ficha técnica o
custo de 3€, e pretende-se que a percentagem de custo do prato seja de 25% do preço
de venda sem IVA, recorre-se à seguinte fórmula:
MARKET UP
Rácio food cost unitário = Custo total unitário / Preço de venda liquído * 100
Margem de contribuição unitária = Preço de venda liquído – custo total unitário
O custo total unitário é determinado pela soma dos custos parciais de cada
ingrediente, que compõe o prato, calculado para uma unidade de venda.
O preço de venda liquido significa que ao preço de venda ao público deverá ser
deduzido o respetivo iva.
Sabendo que o rácio de food cost é a relação existente entre o custo total do prato e o
seu preço de venda liquído, resta-nos concluir que devemos tomar uma das seguintes
opções:
Conforme se pode constatar esta medida não foi suficiente, pelo que foi necessário
recorrer à substituição de alguns ingrediente por outros de qualidade inferior:
Orçamento
Previsão de Vendas
Histórico de Vendas