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Gestão de estoque

O grande objetivo do gerenciamento dos estoques é otimizar o investimento,


aumentando o uso eficiente dos recursos financeiros, minimizando as necessidades de
capital investido em estoques.

Neste mundo globalizado, com competição cada vez mais acirrada, os estoques passam
a ser um fator estratégico e um diferencial, ou seja, uma vantagem competitiva sobre o
seus concorrentes.
“Os estoques são acúmulos de matérias-primas, insumos, componentes, produtos em
processo e produtos acabados que aparecem em numerosos pontos por todos os canais
logísticos e de produção na empresa” (BALLOU, 2007, p. 67).

“Uma certa quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e renovados,


permanentemente, para produzir lucros e serviços. Lucros provenientes das vendas, e
serviços, por permitir a continuidade do processo produtivo das empresas”
(FERNANDES, 1987, p. 31).
Há uma grande discussão nas organizações em relação aos estoques, devido,
principalmente, ao seu alto custo. No entanto, Ballou (2007) afirma que existem alguns
motivos que fazem do estoque uma vantagem competitiva, são elas:

• Atender as demandas variáveis dos clientes.

• Proteger contra incertezas na demanda e no tempo de reposição.

• Manter a independência das operações de produção.

• Estabilizar o nível de produção em seus diferentes ritmos e fases.

• Proteger-se de aumentos de preços e ciclos econômicos.

• Melhorar o nível de serviço.

• Servir como segurança contra contingências (greves).


Será que todos os estoques são iguais? Não estamos falando sobre o espaço físico para
guarda, mas sim dos materiais ou produtos que serão armazenados para atender uma certa
demanda ou situação. Pois bem, os estoques não são iguais e podem ser classificados
segundo sua natureza, sendo os principais (DIAS, 2006):

• Matérias-primas: são materiais e componentes comprados de fornecedores, armazenados


na empresa compradora e que não sofreram nenhum tipo de processamento.

• Materiais em processo ou semiacabados: são materiais que sofrerão pelo menos um


processamento no modo produtivo da empresa compradora e aguardam utilização posterior.
São aqueles que estão em fase de elaboração do produto acabado.

• Produtos auxiliares e manutenção: são peças de reposição, materiais de limpeza, materiais


de escritório, materiais de segurança (EPIs), manutenção etc.
• Produtos acabados: são produtos que passaram por todas as fases de processamento e
estão prontos para a comercialização (venda, distribuição e transporte).

• Estoque de distribuição: são produtos acabados localizados no sistema de distribuição


(externo).

• Estoques em trânsito: são todos os itens que foram despachados e ainda não
chegaram ao seu destino final.

• Estoques em consignação: são itens que continuam sendo propriedade do fornecedor até
que sejam consumidos/vendidos ou devolvidos.

• Materiais em poder de terceiros: são itens de clientes que estão nos fornecedores para
serem processados para que possam retornar. Exemplo: materiais que saem da empresa
para receberem tratamento superficial e posteriormente retornam.
Os estoques ainda podem ser classificados por sua estratégia diante da demanda.

Tabela 2.8 | Classificação de estoques seguindo sua estratégia

TIPO FUNÇÃO
Estoque OPERACIONAL Atende a demanda normal do item

Estoque de SEGURANÇA Atende as variações da demanda e/ou atraso de


fornecedores
Estoque de itens RECUPERÁVEIS Artigos que podem ser trocados com fornecedores ou
recondicionados para uso
Estoque ESTRATÉGICO Formado para atender a demanda de períodos futuros
(produtos sazonais)
Estoque ESPECULATIVO Formado para obter ganhos adicionais por aumento de
preços
Estoque EXCEDENTE Artigos obsoletos, estragados
Dentro do processo de gerenciamento do estoque é importante contemplar a gestão da
demanda, devido à importância da orientação dos estoques em função da
demanda/necessidade do consumidor final. Conhecer as demandas para saber o que e
quanto estocar, e suas respectivas estratégias.

Umas das estratégias que pode ser considerada genérica (devido à amplitude) é
referente aos sistemas puxados (pull) e sistemas empurrados (push).
Sistema puxado: a execução da operação é iniciada com base nos pedidos dos clientes.
Nesse sistema, a demanda é conhecida. A venda de uma pizza é um bom exemplo de
produção puxada, pois, a pizza só é feita quando a pizzaria tem o pedido em mãos.
Tende-se a ter estoques menores de produtos acabados.

Sistema empurrado: a execução da operação antecipa os pedidos dos clientes. Nesse


sistema a demanda não é conhecida, opera-se com uma previsão. Exemplo de um
sistema assim é um buffet ou restaurante self-service, que se programa (e produz) de
acordo com a necessidade de comida, para um determinado período e/ ou estimativa.
Geralmente possuem grandes estoques no decorrer da cadeia.
É comum escutar que estoque é “dinheiro parado” e, por isso, deve-se comprar e
produzir somente o que será vendido. Mas, no entanto, o tipo de produto, de negócio e de
estratégia empresarial será o fator decisório nesta escolha sobre o sistema puxado ou
empurrado. Exemplo claro da necessidade de um sistema empurrado é a de bens de
consumo, tais como refrigerantes, sucos, chocolates, palha de aço etc. Estes produtos ,
geralmente, são vendidos em varejos e se não estiverem disponíveis ao consumidor,
provavelmente, serão comprados do concorrente.

Qual é a sua opinião sobre estoque, ele é bom ou é ruim? Tente mensurar quanto
custa para uma organização ter estoque. Agora, pense o quanto custa faltar o estoque para
uma linha de produção ou deixar de atender a um cliente. Os estoques em excesso são
“dinheiro parado”, no entanto, a falta de produto pode gerar perdas de vendas e do próprio
cliente. Por este motivo, independentemente do sistema escolhido, puxado ou empurrado,
existem algumas técnicas e ferramentas que nos auxiliarão na gestão de estoques no
decorrer da cadeia de suprimentos.
Esta premissa demonstra a importância de se gerenciar os estoques, com um foco no
atendimento aos clientes na hora certa, com a quantidade certa e requerida, e este tem
sido o objetivo das empresas. Desta forma, fazer a distribuição de maneira rápida e eficaz
se transforma em obtenção de uma vantagem competitiva poderosa.

O planejamento é um dos principais instrumentos para a definição de uma política de


estoque que vá ao encontro dos objetivos macros da empresa e, de maneira geral, podem
abranger metas de níveis (quantidade) de estoque, metas de giro de estoque, metodologia
de inventários, metas de acuracidade (confiabilidade/assertividade) dos inventários,
políticas exclusivas (específicas) para itens importados e metas de níveis de atendimento
aos clientes (definir o nível de serviço específico para cada cliente).
Desta forma, a melhor política de estoque é aquela que atende aos clientes
dentro da meta estabelecida, ao menor nível de estoque possível e ao maior
giro de estoque praticável.

Este é o grande desafio das empresas, buscar a excelência, atender aos clientes cada vez
melhor com níveis de estoque cada vez menores, será que é possível? Esta fórmula reflete
em resultados positivos para a empresa, ajuda significativamente na positivação do fluxo
de caixa e possibilita que a empresa aloque recursos em outros investimentos.
É fundamental que uma empresa tenha informações de estoque confiáveis para
dar fluxo a todas as operações. Por exemplo: quando determinado cliente solicita algum
produto com urgência. O vendedor consulta o sistema e verifica que possui o produto e que
pode atender a necessidade deste cliente prontamente e, no momento que envia para o
armazém a ordem de separação, o produto não é encontrado fisicamente, o vendedor é
obrigado a ligar para o cliente e informar que não vai mais atender ao seu pedido com a
urgência prometida.

Portanto, é imperativo que as empresas tenham informações de estoque confiáveis e, uma


das ferramentas para isso é o inventário físico, que consiste na contagem física dos itens em
estoque para que as diferenças sejam verificadas em relação ao estoque contábil e, assim, os
ajustes necessários sejam executados. Existem diversas formas de se realizar um inventário,
ficando a critério da empresa selecionar a melhor maneira de conferência e garantir a
confiabilidade das informações. As principais formas de inventário são:
Tabela 2.9 | Principais tipos de inventário

Inventário geral É o processo de contagem física de todos os itens da empresa em uma data
pré-fixada. É utilizado, usualmente, no fechamento contábil do exercício
anual ou em inventários mensais/ trimestrais, para "fechamento" dos
custos.

Inventário dinâmico É o processo de contagem física de um item sempre que este atinge alguma
situação pré-definida. Exemplo: a contagem pode acontecer quando o
estoque de um determinado item ficar zerado.

Inventário rotativo É a contagem física, feita de maneira contínua, dos itens em estoque,
programada de modo que os itens sejam contados, de acordo com sua
importância, a uma frequência pré-determinada. Estas contagens são
feitas, de modo geral, diariamente.

Inventário por amostragem É empregado em procedimentos de auditoria, valendo-se de uma


abordagem estatística. Neste caso, são contados apenas alguns itens que
representem uma boa amostra do universo de itens da empresa e, pelo
resultado da amostragem, verificando se os métodos de controle estão
sendo bem executados.

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